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XXI 93 01 e 02/052013 Superintendência de Comunicação Integrada CLIPPING Nesta edição: Clipping Geral Patrimônio Cultural Meio Ambiente Infância e Juventude Saúde Procon-MG Tráfico e Abuso de Drogas Destaques: Câmara freia projeto que tira poder do Ministério Público - p. 16 “Houve um ruído constrangedor entre Legislativo e o Judiciário” - p. 27 São Lourenço e suas minas - p. 33

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Clipping Geral e Espec. Eletrônico

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XXI

93

01 e 02/052013

Superintendência de Comunicação Integrada

CLIPPINGNesta edição:

Clipping GeralPatrimônio Cultural

Meio AmbienteInfância e Juventude

SaúdeProcon-MG

Tráfico e Abuso de Drogas

Destaques:

Câmara freia projeto que tira poder do Ministério Público - p. 16

“Houve um ruído constrangedor entre Legislativo e o Judiciário” - p. 27

São Lourenço e suas minas - p. 33

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LUCAS SIMÕESEntra em vigor, hoje, o novo regulamento dos taxistas

da capital, implementado pela Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) na tentativa de agili-zar o serviço na cidade. Entre as mudanças, estão a obriga-toriedade de os taxistas trabalharem em todos os dias úteis do mês - média de 24 a 26 dias - e cumprirem jornada de 12 horas diárias. Válida para os 605 novos táxis que come-çaram a rodar em outubro de 2012, a medida é vista como “ineficiente” pela categoria.

O cumprimento da carga horária, tido como promessa da BHTrans para ajudar a suprir a demanda por táxis, deve-rá ser fiscalizado por agentes do órgão a partir de hoje. De acordo com o supervisor de transporte por táxi da BHTrans, Carlos Franklin, as mudanças vão agilizar o serviço de táxi principalmente em horários de pico.

“Queremos que os taxistas cumpram um padrão que não existe atualmente, para que o serviço de táxis possa atender à população de forma mais ágil. Essa mudança é fruto de de-mandas da própria população, que tem graves dificuldades com o transporte em horários críticos”, frisou Carlos.

Apesar das mudanças, para o Sindicato dos Taxistas (Sincavir), o simples cumprimento da nova carga horária não deverá alterar a demanda por táxis em Belo Horizonte.

“A maior parte dos taxistas trabalha até mais de 12 horas por dia e fins de semana. Ainda assim, as pessoas reclamam da falta de táxis. Nosso problema é de mobilidade urbana. O trânsito é que prejudica o passageiro e atrasa o serviço”, ar-gumentou Dirceu Efigênio, presidente da entidade sindical.

Biometria. O sistema de biometria acoplado ao taxíme-tro - que era item obrigatório no edital de licitação para os 605 novos táxis e está instalado em 90% dos novos veículos, segundo a BHTrans - vai monitorar as horas trabalhadas, o tempo rodado com cada passageiro e as distâncias percorri-das pelo táxi.

A multa para quem descumprir as normas é de R$ 216,08, além da perda de quatro pontos na permissão para dirigir táxi. Completados 45 pontos em um período de três anos, o condutor perde a autorização para dirigir esse tipo de veículo.

Cotação. A BHTrans também lançou, ontem, o serviço “Como vou de táxi”, que calcula antecipadamente o valor aproximado das corridas de bandeira um ou dois por meio da internet.

Disponível apenas na capital, o novo sistema (dispo-nível no portal www.bhtrans.pbh.gov.br) também estima o tempo gasto na corrida e traça, simultaneamente, rotas com até cinco destinos diferentes.

capital

Taxista vai rodar 12 horas e em todos os dias úteisNorma vale para 605 novos motoristas; sindicato critica as mudanças

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o tempo - mg - p. 07 - 01.05.2013Entre Rios. Servidor eleito se licencia para continuar recebendo pelo TCE

Com dois salários, vereador abre mão de um e é criticado

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Pedro Ferreira e Flávia AyerClassificado como o maior even-

to gastronômico de Belo Horizonte, o Comida di Buteco criou uma espécie de período de exceção no Código de Posturas da capital. Durante o festi-val, regras da legislação que regula o uso do espaço público são esque-cidas, seja pelo desrespeito de donos de bares, que diante da demanda em alta invadem até mesmo as ruas com mesas e cadeiras, seja por tolerância da prefeitura, que dá trégua a estabe-lecimentos para ocupar as calçadas, graças a autorização especial da Se-cretaria Municipal de Serviços Urba-nos (SMSU).

Por essa concessão, bares proi-bidos de usar mesas e cadeiras no espaço destinado a pedestres podem servir clientes nos passeios e até mes-mo no asfalto durante o festival. De outro lado, muitos estabelecimentos que já tinham a licença tiraram a lei do cardápio e, mesmo sem permissão oficial, multiplicaram as mesas, colo-cando-as sobre a passagem de pedes-tres e em ruas e avenidas.

Segundo a organização do fes-tival, por causa do peso do evento – considerado o maior do gênero no país e um chamariz para turistas –, acordo com a Prefeitura de BH per-mitiu a concessão de alvarás provi-sórios a estabelecimentos que não te-riam a licença para usar as calçadas, se consideradas as regras do Código de Posturas. A prefeitura se limitou a informar que seis dos 45 bares parti-cipantes do festival receberam uma “autorização de mobilidade”. Sem dar detalhes sobre essa permissão, expli-cou que o documento, aprovado pela BHTrans e pela SMSU, dá direito ao estabelecimento de servir clientes nos passeios e vias públicas.

Mas quem não tem o “habeas corpus” tem aproveitado a vista gros-

sa durante o concurso gastronômico e usado qualquer cantinho para acomo-dar os clientes, nem que seja preciso espalhar mesas no asfalto. O abuso no espaço público foi constatado em um terço dos 15 botecos participantes do festival visitados pelo Estado de Mi-nas.

Um dos exemplos do desrespeito está no reduto boêmio de Santa Te-reza, na Região Leste. Apesar de o bairro já ter regras mais permissivas em relação ao restante da cidade para receber mesas e cadeiras no passeio, estabelecimentos extrapolam as nor-mas.

No cruzamento das ruas Pirité e Silvianópolis, de um lado, fica o Bar Temático e, do outro, o Bartiquim. Nos arredores, muita confusão com carros, ônibus, clientes e pedestres disputando o asfalto. Os dois bares puseram mesas para anotar reservas na rua, fora da calçada. No Bartiquim, a ousadia é ainda maior e clientes sa-boreiam o prato “Alegria das muié” em mesas e cadeiras que ocupam o espaço que deveria ser destinado ao estacionamento de carros, com ônibus e outros veículos passando próximo às pessoas.depÓsito

O passeio do outro lado da rua também virou depósito de mesas e ca-deiras. Dono do Bartiquim, Rômulo César da Silva, o Bolinha, reconhece que está transgredindo a lei munici-pal. “Realmente, extrapolo, mas a demanda aumentou. Não é ambição por causa do dinheiro, é válvula de escape para atender todo mundo. Já andei tendo problemas com clientes que não acharam lugar para sentar”, diz ele, admitindo que a fiscalização da prefeitura está dando uma trégua. Com o concurso gastronômico, ele acrescentou 10 mesas ao mobiliário do bar, mas mesmo assim diz que não

foram suficientes.No Bar Temático, do outro lado

da esquina, uma fila de cadeiras foi colocada da rua, distante cerca de 1,5 metro do meio-fio. O asfalto foi trans-formado em sala de espera. “Minha demanda aumentou 120% com o fes-tival, mas não sirvo as pessoas na rua. Só coloco cadeiras de espera no espa-ço dos carros”, afirma o proprietário, Paulo Benevides, o Bené.

Com tantas mesas, cadeiras e clientes em pé ocupando a pista de rolamento, carros e ônibus têm difi-culdade de transitar. Na falta de lugar para parar, os taxistas deixam pas-sageiros no meio do cruzamento, o que complica ainda mais o tráfego. O nome do prato do participante retrata um pouco a situação: “Desarrumadi-nho”.contoRcionismo

Entre os bares visitados pela equi-pe do EM, o Família Paulista, no Bair-ro Cidade Nova, na Região Nordeste de BH, foi um dos beneficiados com a permissão especial. No estabeleci-mento, são tantos clientes querendo provar o ragu de linguiça com man-dioca rosti, o “R&R”, que a calçada está tomada por mesas e cadeiras e os pedestres têm dificuldade para transi-tar. É preciso ser contorcionista para passar debaixo do telefone público, onde sobra um pouco de espaço.

Parte da rua em frente ao estabe-lecimento também foi cercada com correntes, jardineiras e propagandas do concurso. O pedestre é obrigado a passar praticamente no meio da rua, disputando espaço com veículos. O dono do bar, que não se identificou, informou ter alvará da prefeitura e da BHTrans para ocupar os dois espaços durante o festival, de 12 de abril a 12 de maio, assinada pelo gerente de Ação Norte e Nordeste da PBH, Luiz Fernando Libânio de Menezes.

Lei temperada com jeitinho Durante festival de gastronomia, Código de Posturas sai do cardápio e botecos invadem até o asfalto com mesas

e cadeiras, alguns com autorização especial concedida pela PBH

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Estudiosos apontam impunidade e revanchismo como causas do problema

ALINE LOURENÇO ESPECIAL PARA O TEMPO

A série de assaltos a residências em bairros de Belo Horizonte e de Nova Lima, na região metropolitana, em um único dia, expôs o alto grau de crueldade dos criminosos. Em pelo menos quatro ocorrências, moradores do Santa Lúcia e do Belvedere, na região Centro-Sul, e do Vila da Serra, na cidade vizinha, re-lataram ameaças e torturas. Durante o reconhecimento dos bandidos presos, as vítimas não conseguiam parar de chorar e de tremer, tamanho era o pânico. Segun-do especialistas, a certeza da impunidade e a necessidade de mostrar poder são a mistura que elevam o nível de crueldade dos ladrões.

O último assalto da série começou no fim da noite de segunda-feira e só ter-minou na manhã de ontem, quando uma dentista e o porteiro de seu prédio foram resgatados do porta-malas de seu carro, abandonado depois de uma madrugada inteira sob a mira de homens armados.

A dentista foi rendida no fim da noite de segunda-feira, quando saía da casa da mãe, em

um cruzamento no Belvedere. Após tentarem comprar aparelhos eletrônicos em duas lojas de uma rede de supermer-cados da capital com o cartão da vítima, eles usaram o carro dela para invadir o prédio em que ela mora, no Vila da Ser-ra. No local, eles mantiveram a mulher,

o marido dela, a babá e o porteiro reféns. Os três filhos pequenos do casal dormi-ram durante toda a ação.

Sempre fazendo muitas ameaças, o grupo roubou joias, celulares, dinheiro e roupas. Ninguém ficou ferido. Na fuga, eles ainda levaram os dois carros da fa-mília. Em um deles, a dentista e o por-teiro foram trancados no porta-malas e só foram encontrados, no início da manhã de ontem, em uma estrada de São Sebas-tião das Águas Claras, distrito conhecido como Macacos, na região metropolitana.

Conforme a Polícia Militar, as câme-ras do circuito interno do prédio flagraram os suspeitos, que não usavam máscaras. O três teriam idades entre 17 e 25 anos e, até o fechamento desta edição, não ha-viam sido presos.

Maldade. De acordo com Jacques Akerman, membro do Conselho Regio-nal de Psicologia de Minas, há uma bana-lização cada vez maior da violência. No entanto, ele afirma que as causas para a agressividade extrema dos bandidos ex-trapolam razões sociais e econômicas. “Eles não se contentam apenas em roubar. Trata-se de um gozo sádico. Eles querem mostrar seu poder de dominação. O senti-mento é de revanche contra a vítima”.

Para Luis Flávio Sapori, especialista em segurança pública, a ousadia dos cri-minosos é resultado da impunidade. “Eles se sentem livres para coagir suas vítimas e torturar”. Em uma das casas invadidas, os ladrões chegaram a pichar na parede que nunca seriam pegos.

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JOSÉ VÍTOR CAMILOFoi durante o cumprimento de penas,

em dois presídios e em períodos diferentes, que o trio preso na tarde de anteontem, após cometer três assaltos na região Centro-Sul de Belo Horizonte, se conheceu. Essa foi uma das informações passadas pelas polí-cias Militar e Civil durante a apresentação dos suspeitos. Somente na tarde de ontem, 22 pessoas, de oito endereços diferentes, reconheceram os suspeitos como autores de assaltos.

Segundo os policiais, o rastro de vio-lência teve início em fevereiro, após dois assaltos a um prédio do bairro Castelo, na região Noroeste da capital, onde morava Leandro Donizete, jogador do Atlético Mi-neiro. “Depois disso, em março, ocorreu um assalto no Grajaú, que ligamos aos ou-tros devido à forma de atuação. Com isso, montamos uma força-tarefa para identifi-car essa quadrilha”, afirmou a comandante do policiamento da capital, coronel Cláu-dia Romualdo.

Eles ainda são suspeitos de terem co-

metido arrastões nos bairros Coração Eu-carístico, Sion, Anchieta e Camargos. “Em um dos casos, eles chegaram a escrever na parede que eram da Gangue do 157 e que não seriam presos. Aqui em Minas Gerais não existe bandido que a Polícia Militar (PM) não prenderá”, disse a coronel.

O delegado Samuel Neri foi o respon-sável pela investigação do bando na Polícia Civil. “Eles escolhiam as vítimas aleato-riamente, mas sempre colocavam arma na cabeça, mandavam as mulheres tirarem a roupa. Agiam no início da manhã e aborda-vam porteiros ou empregadas”, detalhou. A quadrilha não poupou nem uma senhora de 65 anos, que foi obrigada, em uma das ações, a fazer um lanche para eles.

“Após os primeiros crimes, estávamos atrás de um Fiat Punto preto. Isso os forçou a trocarem de carro, passando a atuar com o Chevrolet S10 prata que foi apreendido ontem (anteontem)”, disse o delegado. Os três suspeitos foram indiciados por roubo, porte ilegal de arma de fogo e estupro.

Belvedere

Trio se conheceu na prisãoAção de grupo teve início em fevereiro,

no prédio de Leandro Donizete

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ValoR econômico - sp - editoRia - legislação & tRiButos - 02/05/2013

CNJ analisa horário dos fóruns de São Paulo

Por De BrasíliaO Conselho Nacional de Justiça (CNJ) começou a analisar na terça-fei-

ra a possibilidade de anular ato do TRIBUNAL DE JUSTIÇA de São Paulo (TJ-SP) que restringiu o horário de atendimento dos advogados nos fóruns do Estado. Por enquanto, há um voto a favor e um contra a anulação da nor-ma. O julgamento foi suspenso por um pedido de vista do novo conselheiro do CNJ, Guilherme Calmon. Ainda não há data para que o julgamento seja retomado.

Editado em janeiro, o Provimento nº 2.028, do Conselho Superior da Magistratura do Poder Judiciário de São Paulo, passou a permitir o acesso dos advogados aos fóruns das 11h às 19h. O horário de expediente da Justiça estadual, porém, começa às 9h. A regra tem duração prevista de seis meses com o objetivo de colocar o trabalho administrativo em ordem, podendo ser prorrogada.

As três maiores entidades que representam os advogados de São Paulo alegam cerceamento do direito do advogado de ingressar e ser atendido em qualquer repartição pública. A garantia está prevista no Estatuto da Advoca-cia, a Lei nº 8.906, de 1994.

Para o relator do caso, conselheiro José Roberto Neves Amorim, de-sembargador do TJ-SP, a norma é temporária e tem por objetivo garantir a eficiência dos trabalhos administrativos dos servidores. Além disso, infor-mou que o tribunal garantiu a convocação de 2,2 mil pessoas aprovadas em concurso, o que poderia amenizar o excesso de trabalho.

O desembargador afirmou ainda que em outros Estados os horários de atendimento são mais restritos. Deu o exemplo do Rio de Janeiro, cujo aces-so é das 10h às 18h. No Distrito Federal, os advogados são atendidos das 12h às 19h. Em fevereiro, Amorim já havia negado pedido de liminar for-mulado pelas entidades contra a norma.

O conselheiro Jorge Hélio, representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no CNJ, entendeu, porém, haver cerceamento do direito de acesso por mais que seja uma restrição do horário de atendimento. Para ele, os prédios da Justiça estadual são o ambiente de trabalho dos advogados. Por isso, não seria permitido impedir a entrada dos profissionais.

Apesar de não ter votado, o presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, considerou “razoável” a regra. Para ele, os funcionários do Judiciário não são servos à disposição dos ad-vogados a todo momento. O ministro chegou a questionar a afirmação do presidente da Associação dos Advogados de São Paulo (AASP), Arystóbulo de Oliveira Freitas, que representa as entidades dos advogados, de que ha-veria uma restrição absoluta de acesso. “O senhor não acha que uma hora e meia de atendimento exclusivo é razoável?

Ao pedir a suspensão da norma, Freitas disse que, por um problema de gestão, o TJ “chicoteia” o direito dos advogados. Ele falou em nome também da seccional paulista da OAB e do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp).

Para o TJ-SP, a reserva de duas horas para trabalhos internos é essencial diante do quadro reduzido de funcionários (42 mil em todo o Estado) e o nú-mero de processos em andamento (cerca de 20 milhões). “A medida visa dar eficiência e duração razoável aos processos com a economia de recursos fi-nanceiros e de pessoal”, disse o magistrado Rodrigo Capes, do TJ-SP. (BP)

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Câmara freia projeto que tira poder do Ministério PúblicoA pedido do governo, presidente da Casa decide criar grupo para discutir a questão

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Brasília - A polêmica emenda constitucional (PEC 37) que tira os poderes de investigação por parte do Ministério Público deverá sofrer profundas modificações. Por pres-são do MP, que acusava os defen-sores da emenda de estímulo à im-punidade, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), criou um grupo de trabalho que terá até o dia 30 de maio para apresentar um novo texto que con-cilie as funções de investigação da polícia com as dos procuradores e promotores de Justiça.

O Ministério Público terá a mesma força que os representantes dos policiais no grupo de trabalho. Dele farão parte quatro represen-tantes do MP, quatro das polícias, dois do Senado, dois da Câmara e um do Ministério da Justiça. A de-cisão de mudar o texto da proposta foi tomada depois de uma reunião entre Henrique Alves, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o diretor da Polícia Federal, Le-andro Daiello Coimbra, e repre-sentantes do MP e das polícias. A primeira reunião do colegiado foi marcada para o dia 7, no Ministério da Justiça.

A PEC 37 foi apresentada em junho de 2011 pelo deputado fede-ral e delegado de polícia Lourival Mendes (PTdoB-MA). O texto al-tera a Constituição e estabelece que a apuração das infrações penais é função privativa das polícias Civil e Federal. Na prática, se aprova-da do jeito que foi apresentada, a medida impediria que o Ministério Público assumisse a investigação de crimes. A Constituição de 1988 permitiu ao MP fazer as investiga-ções e não tem um caso rumoroso de investigação no país que não te-nha a participação do MP.

“Nós queremos o aperfeiçoa-mento da emenda constitucional. Não queremos que esse tema tenha vencedores ou vencidos. O Bra-

sil quer cada vez mais o combate à impunidade e à corrupção, que prevaleça a ética em todos seus processos. Então, isso não pode en-sejar nenhum tipo de radicalização, muito menos de emocionalismo. Tem que ter o equilíbrio, bom sen-so e serenidade”, disse Henrique Alves, depois da reunião, realizada na casa dele.

Sinergia - Para o ministro José Eduardo Cardozo, ficou claro que Ministério Público e polícia têm que estar juntos no combate à cri-minalidade e na defesa do Estado de Direito. Não separados, não bri-gando. Segundo Cardozo, a grupo de trabalho vai definir o conteúdo da emenda constitucional, de for-ma a deixar claro o que cada setor vai fazer: “Repartição das ativida-des de investigação criminal, o que cabe ao Ministério Público e à Po-lícia Federal e às polícias (estadu-ais), o procedimento investigató-rio, quando, por exemplo, realiza-do pelo MP, quais as regras, como deve haver o processamento, quais os prazos. Enfim, vão debater em todos os aspectos polêmicos que tem afastado institucionalmente MP e polícia”.

Cardozo prosseguiu: “O ob-jetivo é que agora nós busquemos as convergências para que juntas, essas instituições tão importantes para o País entrem mais firmemen-te, mais solidamente, mais articula-damente na defesa da legalidade e no enfrentamento da criminalidade no Brasil”. Segundo ele, hoje no Brasil se cria muita disputa corpo-rativa por nada. “Isso não é bom pra ninguém. Nós temos que en-contrar um regramento, um equilí-brio que seja bom para a sociedade, que facilite a investigação criminal e ao mesmo tempo permita que promotores, delegados de polícia, policiais e MP estejam juntos. Esse é o seu papel institucional”. (AE).

Veículo - diáRio do coméRcio - Bh - editoRia - economia - 01/05/2013

PEC 37 passará pelo crivo do MPo tempo - mg - p. 06 - 01.05.2013

pec 37

Câmara vai criar comissão para rever

propostaBrasília. Com o acirramento da disputa

entre o Ministério Público (MP) e as polícias Federal (PF) e Civil em torno do poder para realizar investigações, a Câmara dos Deputa-dos decidiu rediscutir o texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 37, que restrin-ge as ações dos procuradores e promotores. A proposta tira o poder de investigação do Minis-tério Público e limita esta atribuição apenas às polícias.

Após uma reunião com o ministro da Jus-tiça, José Eduardo Cardozo, e representantes da PF e do MP, o presidente da Câmara, Henri-que Alves (PMDB-RN), determinou a criação de um grupo de trabalho que terá 30 dias para analisar e propor um texto alternativo à PEC. Segundo o presidente da Câmara, a ideia é que o texto atual, que está pronto para ser votado no plenário da Casa, seja “aperfeiçoado”.

O MP terá a mesma força que os represen-tantes dos policiais no grupo de trabalho. Dele farão parte quatro representantes do MP, quatro das polícias, dois do Senado, dois da Câmara e um do Ministério da Justiça.

Caso a PEC 33 seja aprovada como está, o Ministério Público não poderá mais execu-tar diligências e investigações, apenas solicitar ações no curso do inquérito policial e supervi-sionar a atuação da polícia. O Ministério Pú-blico deflagrou uma ofensiva para derrubar a matéria, chamada por procuradores de “PEC da Impunidade”. O procurador geral da Repú-blica, Roberto Gurgel, chegou a afirmar que a aprovação da emenda seria uma “festa da cor-rupção”.

Alves defendeu ajustes na proposta. “Nós queremos que este tema não tenha vencedores nem vencidos. O Brasil quer cada vez mais o combate à impunidade, à corrupção, que pre-valeça a ética em todos os comportamentos. Então, isso não pode ensejar nenhum tipo de radicalização, muito menos emocionalismo”.

Supremo. Ao menos sete ministros do Su-premo Tribunal Federal votaram a favor do Mi-nistério Público em processos que questionam o poder de investigação do órgão. Mas eles de-fendem regras mais claras nas apurações.

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OSCAR VILHENA VIEIRA MARTIN BO-HMER ESPECIAL PARA A FOLHA

A proeminência assumida pelo Judiciário em muitos países latino-americanos, volta e meia, provoca reações irracionais do mundo político.

Assistimos recentemente a verdadeiros pro-cessos de intervenção na Justiça, sob o argumento da democratização, na Venezuela, no Peru e no Equador. Esses processos de “democratização” começam a chegar a Brasil e Argentina?

A presidente Cristina Kirchner enviou ao Con-gresso um pacote de leis que promoveu ampla re-forma judicial, sob o pretexto de democratizá-la. Entre as medidas mais preocupantes, criaram-se câmaras de cassação, alterou-se a composição do Conselho de Magistratura e cresceram as exigên-cias para pedidos de medidas cautelares.

Apesar de ter sido apresentada como instân-cia que dará mais agilidade aos procedimentos judiciais, as câmaras de cassação servirão sobre-tudo como filtro à atuação da Corte Suprema e mecanismos de disciplina de juízes das instâncias inferiores.

Essa mudança está ligada à reforma do Con-selho da Magistratura, integrado por representan-tes de Executivo e Legislativo, juízes, advogados e acadêmicos. Segundo a lei, eles passam a ser eleitos pela população --detalhe, dentro das listas dos partidos.

Com as modificações, se um partido con-quista o Executivo, a maioria do Congresso e a maioria dos representantes do conselho, ele con-trolará virtualmente os três Poderes e ainda terá competência para ameaçar com sanções membros do Judiciário.

A última proposta restringe a capacidade dos cidadãos de se verem protegidos ao propor me-didas cautelares em ações envolvendo o Estado, resgatando, no direito argentino, a velha concep-ção estatal de que o interesse público (entendido como decisões do governo) se sobrepõe aos direi-

tos dos cidadãos.

No Brasil, a PEC 33/2011, aprovada em 24/4 pela Comissão de Constituição e Justiça da Câ-mara, que tem entre seus membros dois réus do mensalão, também tem como justificativa a de-mocracia.

Entre as medidas está a ampliação da maioria (4/5) necessária para que os tribunais declarem a inconstitucionalidade de leis, sob a justificativa de favorecer o Parlamento em detrimento do Judi-ciário. De fato, a proposta inviabilizará o sistema de controle de constitucionalidade, restringindo enormemente a possibilidade da Justiça de con-trolar atos arbitrários e inconstitucionais produzi-dos por outros Poderes.

A PEC também busca minimizar a importân-cia da Justiça no controle de constitucionalidade de emendas à Constituição --em decisões do tribu-nal, quando houver dessintonia entre Parlamento e Judiciário, a solução deveria ficar à população.

Esse desenho não ofende uma concepção ma-joritária de democracia, mas fragiliza a proteção dos direitos de minorias ou mesmo de alguns pres-supostos habilitadores do processo democrático.

O que poderia fazer nosso Judiciário se, num arroubo autoritário, governantes ordenassem restrições à liberdade de expressão, aos direitos trabalhistas ou à possibilidade de organização de minorias partidárias? Nada. Há exemplos históri-cos desses arroubos. Não devemos repeti-los: os custos são muito altos para a própria democracia.

OSCAR VILHENA VIEIRA é professor de direito constitucional da FGV e membro da Iladd (Iniciativa Latino-Americana para o Direito e a Democracia).

MARTIN BOHMER é professor da Universi-dades de Buenos Aires e da Universidade de San Andrés, pesquisador da Cippec (Centro de Imple-mentación de Políticas Públicas para la Equidad y el Crecimiento) e membro da Iladd.

folha de s. paulo - sp editoRia - mundo - 02/05/2013

Argentina e Brasil vivem intervenção na JustiçaReforma do Judiciário argentino e PEC brasileira são tentativas de submeter o Poder, sob o argumento da democratização

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O arranca-rabo entre deputados do PT e o Supremo Tribunal Fede-ral (STF) e o Ministério Público Fe-deral, provocado por propostas de emenda constitucional (PEC) que podam a autonomia e o raio de ação do Judiciário, seria uma contenda normal em outras circunstâncias.

A lerdeza das decisões da Jus-tiça (fonte crescente de iniquidade e de custos das ações, inclusive as mais simples), a interferência de procuradores federais obstando a execução de projetos de interesse nacional, a chamada “judicializa-ção” da política (em que a inação do Congresso em temas polêmicos leva o STF a invadir seara estrita do legislador), tudo isso, e há muito mais, explicita a necessidade de um grande debate. É o interesse público que o reclama.

Não é natural, por exemplo, uma legislação com 70 anos com-pletados agora, como a CLT, impli-car hoje quase 2 milhões de ações anuais e até uma Justiça própria, da primeira instância a Tribunal Supe-rior, com milhares de funcionários dando retaguarda aos juízes.

Isso não existe no mundo. Es-tudo do Banco Mundial, feito nos anos 2000 a pedido do governo bra-sileiro, apurou à época que a média de 1,3 milhão de ações anuais no país se contrapunha a menos de 15 no Japão, não mais que 50 na Ale-manha, algo como 2 mil nos EUA. O que é insólito nestes números é menos o número elevado de proces-sos e, sim, a inércia do Legislativo em resolver uma deformação histó-rica.

Os patrões brasileiros, certa-mente, não são o problema, até por-que os grandes empregadores são empresas multinacionais, com im-bróglios trabalhistas ínfimos em ou-tros países. A distorção está na lei e na sua aplicação. Até a fiscalização

é dispensável, exercida em outras partes pela relação entre empresa, empregados e o sindicato que os re-presenta. A Justiça comum dá conta de eventuais dissídios.

Tais questões demonstram a ur-gência de discussão. É o progresso em sentido amplo que a disfuncio-nalidade da Justiça atravanca, além de consumir recursos que estariam mais bem empregados em ações mais meritórias que o custeio de uma gigantesca burocracia – em ex-pansão contínua, dada a massa de processos que se acumula nos tribu-nais.

Em tese, tal diagnóstico é con-sensual, mas desconfianças entre as partes, inclusive dos interesses difusos da sociedade, interditam a discussão. Difícil é que a motivação do PT ajude a desencalhá-la.

Autoria muito suspeita Outra coisa é a reforma de dis-

positivos constitucionais ligados ou à dinâmica processualística ou à independência entre os poderes – e é conveniente lembrar que o Executivo, o Legislativo e o Judici-ário são instâncias autônomas, sem submissão hierárquica entre si, com o devido respeito ao que impõe a Constituição.

Por que se quer isso? Melhor: quem a reclama e a quem represen-ta? A PEC que teve a sua admissi-bilidade aceita pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câ-mara (o que está longe de implicar a sua aprovação), e obriga ao STF submeter à aprovação do Congresso súmulas vinculantes e o veto a alte-rações constitucionais, por exemplo, foi apresentada por um deputado suplente do PT do Piauí, Nazareno Fonteles. Bem estranho.

O que temos a ganhar? Autor de ideias bizarras, Fon-

teles já propôs, anos atrás, impor a

todo brasileiro salário máximo de R$ 8,5 mil. O que excedesse seria confiscado. Setores do PT se revol-taram com a reação enfurecida de ministros do STF à PEC desse de-putado.

Mas, ao mesmo tempo, excluem o partido de participação na inicia-tiva, o que é mais embaraçante. Em princípio, supõe-se que projetos de interesse amplo, tais como emendas constitucionais, sejam apresentados com consenso do partido de quem a propõe. Sobretudo de um partido or-gânico como o PT. Tais movimentos criam a suspeita de que a intenção não é reformar coisa alguma, mas constranger o STF no momento de possível revisão das sentenças que condenaram ex-dirigentes do PT a penas de prisão no caso do mensa-lão. A intemperança de ministros da Corte é aliada desse plano. A ques-tão é o que o país tem a ganhar com a discórdia.

Inversão de hierarquia O que tais ações põem em cau-

sa, no fundo, é menos a eficiência da Justiça que os rumos do PT, há 11 anos à frente do governo federal e ainda inseguro sobre o que repre-senta e o poder que exerce.

Isso fica evidente noutra ação complexa, a PEC que cassa do Ministério Público o poder de in-vestigação, que seria exclusivo da polícia. Sua base de apoio são os delegados da Polícia Federal, e a ela se opõem agentes e escrivães da corporação.

É algo muito errado. A PF tem autonomia só para investigar, não para escrever o seu estatuto, subor-dinado ao que determina o governo de turno, e a lei em que se insere, função exclusiva do Congresso, res-peitada a Constituição.

O ativismo policial, mesmo com respaldo do governo, gera apreensão.

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BRasil s/a - Justiça no grito

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Eugênio Bucci *Tudo caminha “nos conformes” para a aprovação, agora

no início de junho, da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que restabelece a obrigatoriedade do diploma de jor-nalista para quem queira trabalhar na imprensa. Depois de uma semana particularmente movimentada, em que políticos e magistrados falaram em “crise” entre o Poder Legislativo e o Poder Judiciário - o vice-presidente da República, Michel Temer, preferiu chamar o episódio de “pequeno incidente”, dando-o por encerrado -, eis aqui uma iniciativa parlamentar nada amistosa. Por meio dela, deputados e senadores não apenas contestam, mas trabalham abertamente para sepultar uma decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal (STF).

Perto dessa PEC, os fatores que geraram o mal-estar na semana que passou - como o projeto que, se aprovado, de-veria levar a República a simplesmente fechar o Supremo, nas palavras do ministro Gilmar Mendes - são café pequeno. Aliás, não foi custoso deixá-los para trás, depois que as cú-pulas dos dois Poderes confraternizaram para acertar seus ponteiros. Com a PEC restauradora do diploma obrigatório para o exercício do jornalismo a conversa é mais séria e fi-cará mais séria ainda. Contrariando o julgamento proferi-do legitimamente pela Corte Suprema, a PEC do diploma, como já se tornou conhecida nos corredores do Congresso Nacional, uma vez aprovada, vai produzir um novo e mais constrangedor impasse entre os dois Poderes.

Recapitulemos a história. No dia 17 de junho de 2009, por ampla margem (8 votos contra 1), os ministros do STF derrubaram a exigência do diploma de curso superior de Comunicação Social com habilitação em jornalismo para a prática da profissão. A decisão atendia, então, ao Recurso Extraordinário 511.961, movido pelo Sindicato das Empre-sas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo (Sertesp) e pelo Ministério Público Federal (MPF). Gilmar Mendes, de-signado relator do caso, entendeu que o Decreto-Lei 972/69, editado durante a ditadura militar, o tal que impôs o diploma obrigatório, afrontava a Constituição federal. Naquela ses-são, o único voto contrário ao relator veio do ministro Marco Aurélio Mello.

Para que o leitor acompanhe melhor o raciocínio dos ministros do Supremo na ocasião, podemos resumir aqui o argumento que prevaleceu. Sua lógica é cristalina: nenhum obstáculo de ordem legal deve impedir o cidadão de criar publicações jornalísticas ou de se manifestar publicamente em qualquer veículo. Se um grupo de pescadores ou de mo-radores de rua pretende criar seu próprio jornal, na internet ou em papel, tanto faz, não deveria precisar contratar um “jornalista responsável” para isso. Qualquer pessoa deve ser livre para criar seu próprio órgão de imprensa. A liberda-de, enfim, não deve ser limitada por um “filtro legal” - e a exigência do diploma, aos olhos do Supremo, é um filtro, um obstáculo, uma barreira incompatível com o sentido pro-fundo da Constituição federal. A obrigatoriedade, instituí-da em 1969, tinha um objetivo tão claro quanto autoritário:

controlar de perto, por meio dos registros no Ministério do Trabalho, todos os que estivessem empregados em jornais. Só servia à ditadura. Agora, na democracia, não tem senti-do. Exatamente por isso, não há obrigatoriedade do diploma de jornalista em nenhuma outra democracia. Isso só ocor-reu no Brasil. Além disso, a obrigatoriedade do diploma cria um desnível entre os portadores desse diploma e os demais cidadãos: os primeiros teriam mais “liberdade” de atuar na imprensa do que os outros cidadãos - o que resulta num pri-vilégio francamente inconstitucional.

Após a decisão daquele 17 de junho de 2009, portanto, a Nação deveria compreender que a questão estava encerra-da. Transitada em julgado. Foi então que a Federação Na-cional dos Jornalistas (Fenaj), movida pelo interesse - que, de resto, é legítimo - de proteger o emprego de seus asso-ciados (diplomados), vislumbrou um atalho para desfazer o julgado. A estratégia foi mais ou menos a seguinte: ora, se o Supremo diz que a exigência estabelecida pelo decreto de 1969 é inconstitucional, basta escrever a mesma exigência na Constituição - aí, a coisa fica devidamente constitucional. Isto posto, naquele mesmo ano de 2009 a PEC do diploma entrou em tramitação. E vai muito bem. Em agosto do ano passado foi aprovada no Senado com um placar esmagador: 60 votos contra apenas 4.

Há quem se empolgue. Há quem acredite, candida-mente, que ela vem para derrotar as intenções escorchantes dos patrões malvados que apoiaram a ditadura. O engano é imenso: a pior imprensa que o Brasil já teve, a mais sub-missa, a mais covarde, a mais mentirosa, aquela que sorriu para a censura e se sujeitou a publicar que brasileiros assas-sinados em sessões de tortura tinham morrido em tiroteios sempre se deu muito bem com a exigência do diploma. Ou-tro equívoco, igualmente imenso, é supor que os jornais de hoje, que estão aí lutando para merecer o tempo e o dinheiro de seus leitores, têm planos de contratar analfabetos para redigir editoriais.

Nenhum desses argumentos para em pé. A única razão real para a defesa da PEC do diploma é a proteção corporati-vista dos sindicatos de jornalistas - que, aliás, já não congre-gam os profissionais de imprensa. Um levantamento realiza-do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política da Universidade Federal de Santa Catarina (em convênio com a Fenaj), que acaba de ser publicado, mostra que, dos jornalis-tas brasileiros, apenas 25,2% (entre os quais este articulista) são filiados a sindicatos.

Sem nenhuma sustentação de interesse público, a apro-vação da PEC do diploma é prejudicial para a qualidade da imprensa e para a normalidade institucional. Mais cedo ou mais tarde, o Supremo será chamado a julgar a constitucio-nalidade da nova emenda. Vem aí outra queda de braço entre magistrados e parlamentares.

* Eugênio Bucci é jornalista e professor da USP e da ESPM.

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Por Ezequiel Frandoloso

A regulamentação das operações de contratação no co-mércio eletrônico, à luz do Código de Defesa do Consumi-dor (CDC), foi publicada em 15 de março deste ano no De-creto nº 7.962. A norma entrará em vigor em 60 dias após a data da sua publicação.

O Executivo Federal, a despeito de inúmeros projetos de lei em trâmite na Câmara dos Deputados, como o PL 4.906, de 2001, o PL 1.232, de 2011 e o PL 4.348 de, 2012, regulamentou as operações eletrônicas, pelo menos no que diz respeito às relações de consumo.

O Decreto regulamenta o CDC para dispor sobre os negócios jurídicos no mundo eletrônico, chamando atenção para a exigência de informações claras a respeito do produ-to, serviço e do fornecedor, atendimento facilitado ao con-sumidor e respeito ao direito de arrependimento de quem compra por esse meio.

A norma tem por objetivo proteger o consumidor. O que está claramente disposto no decreto é (i) a regulamentação das compras coletivas; (ii) o prazo de cinco dias para o for-necedor responder às manifestações do consumidor no que se refere a informação, dúvida, reclamação e cancelamento da compra; e (iii) o direito de arrependimento.

A regulamentação das compras coletivas era necessária, pois o número de negócios neste segmento tem aumentado demasiadamente, assim como aumentou o número de recla-mações de consumidores, até porque neste tipo de transação o consumidor está mais vulnerável.

Nas contratações coletivas, é preciso deixar claro: a quantidade mínima de consumidores para conclusão do con-trato; o prazo para utilização da oferta; a identificação do fornecedor de produtos ou serviço e seu endereço físico e eletrônico. Contudo, isso não é suficiente. Outros aspectos relevantes ficaram de fora do referido Decreto - e que estão no PL 1232/2011 -, como é o caso do prazo para devolução do valor das ofertas adquiridas quando não for atingido o número mínimo de participantes. Qual é o prazo? E os cus-tos operacionais dessas transações?

Seria salutar um rol de produtos e serviços não sujeitos ao direito de arrependimento

Sobre o prazo de cinco dias para o fornecedor responder qualquer solicitação feita pelo consumidor, o tempo é exí-guo. O número de compras nesse setor tem avançado. Além disso, não há nada expresso quanto ao início do prazo. O fornecedor deverá responder em cinco dias do envio da soli-citação pelo consumidor ou do recebimento da solicitação?

A solução passa por um problema há muito tempo ques-tionado, pois os contratos eletrônicos podem ser firmados tanto entre presentes, como é o caso de contratos firmados por chats - quando há o imediatismo - quanto entre ausentes, como é o caso dos contratos firmados em sites, quando não há o imediatismo.

No caso dos chats a empresa teria que responder a soli-

citação do consumidor em cinco dias da data da solicitação em razão do imediatismo, já que as mensagens são instantâ-neas, porém no caso dos sites qual seria o termo inicial? O prazo deve ser contado da data em que o fornecedor acusar o recebimento da solicitação do consumidor em razão de que nesta situação peculiar o contrato é firmado entre ausentes e aplica-se a teoria da expedição disposta no artigo 434 do Código Civil, justamente porque o ofertante e o aceitante não estão on line conversando.

Outro ponto, que atormentava consumidor e fornecedor, é sobre o direito de arrependimento. A dúvida era se o direito de arrependimento, previsto no artigo 49 do CDC, seria apli-cável às compras on-line. Ele prevê que o arrependimento somente pode ser manifestado se a compra for realizada fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou em domicílio. O produto adquirido em estabelecimento virtual pode ser considerado como aquele adquirido fora do estabelecimento comercial?

Há quem entenda que esse direito não seria aplicável em razão de que não haveria qualquer mecanismo de pres-são que pudesse influenciar a manifestação do consumidor e o comércio eletrônico seria realizado dentro de um estabe-lecimento virtual, não fazendo sentido falar em compra fora do local.

Porém, parece-nos bem razoável a aplicação do direito de arrependimento nos casos em que o consumidor adquire produtos que serão fisicamente entregues ou contrata servi-ços que serão fisicamente prestados, hipóteses em que ele pode ser surpreendido, quando do recebimento, pela discre-pância entre a oferta e os produtos ou serviços fornecidos pela internet.

No entanto, a previsão do direito de arrependimento, da forma como constou no decreto, gerará grave insegurança jurídica, uma vez que vários produtos e serviços que são disponibilizados à venda pela internet são da mesma forma vendidos se o consumidor comparecer na sede da empresa, como é o caso da venda de passagens aéreas, ingressos para cinema, teatros, entre outros.

Na nossa opinião, portanto, seria salutar se constasse no decreto um rol de produtos e serviços a que não se daria o direito de arrependimento. Da forma que está, o decreto em tela poderá dar ensejo a pedidos de cancelamentos de compras nas mais diversas hipóteses, ainda que o consumi-dor tenha tido acesso a todas as informações exigidas pelo CDC e não tenha tido nenhum tipo de pressão para realizar a compra de sua residência - hipóteses em que, a rigor, não deveria ser aplicado tal direito.

Ezequiel Frandoloso é advogado de Trigueiro Fontes Advogados

Este artigo reflete as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico. O jornal não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por pre-juízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações

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Insegurança jurídica no comércio eletrônico

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