005 - a administraÇÃo pÚblica e o gerenciamento de projetos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESCOLA POLITÉCNICA DCC/SEGRAC A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS Catarina Luiza de Araújo 2005

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Page 1: 005 - A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

ESCOLA POLITÉCNICA

DCC/SEGRAC

A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

Catarina Luiza de Araújo

2005

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A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

Catarina Luiza de Araújo

Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Gerenciamento de Projetos, da Escola Politécnica, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Orientadores: Eduardo Qualharini

Antônio José Martins

Rio de Janeiro Setembro de 2005

Page 3: 005 - A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

ii

A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJET OS

Catarina Luiza de Araújo

Orientadores:

Eduardo Qualharini e Antônio José Martins

Monografia submetida ao Curso de Pós-Graduação em Gerenciamento de Projetos, da Escola Politécnica, da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Especialista em Gerenciamento de Projetos.

Aprovada por:

__________________________________ Prof. Eduardo Qualharini. Orientador __________________________________ Prof. Peter José Schweizer.

__________________________________ Eng. Antônio José Martins.

Orientador

Rio de Janeiro Setembro de 2005

Page 4: 005 - A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

iii

ARAÚJO, Catarina Luiza de.

A Administração Pública e o Gerenciamento de Projetos / Catarina Luiza de Araújo - Rio de Janeiro: UFRJ/ EP, 2005.

vii, 40f; il. 29,7cm. Orientadores: Eduardo Qualharini e Antônio José

Martins Monografia (especialização) – UFRJ / Escola

Politécnica/Curso de Especialização em Gerenciamento de Projetos, 2005.

Referências Bibliográficas: f. 38-40 1. Administração Pública. 2. Planejamento

Estratégico. 3. Gerenciamento de Projetos. I. QUALHARINI; E. L., MARTINS, A. J. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Pós-Graduação. III. Especialista.

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iv

RESUMO

A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

Catarina Luiza de Araújo

Resumo da monografia submetida ao curso de Pós-Graduação em

Gerenciamento de Projetos, da Escola Politécnica, da Universidade Federal do

Rio de Janeiro - UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do

título de Especialista em Gerencia de Projetos.

A administração pública, para dar suporte a aplicação dos princípios

estabelecidos pela Constituição Federal de 1988, em seu art. 37, no que se

refere à eficiência, deve prestar serviços que atendam às necessidades e

anseios dos cidadãos. Assim, essa pesquisa vêm preencher uma lacuna na

moderna administração pública, da melhoria da eficiência que, em seu sentido

amplo, significa também eficácia. Listar as dificuldades na aplicação do

gerenciamento de projetos nos órgãos públicos prestadores de serviços, com o

intuito de disseminar a prática de gerenciamento de projetos na administração

pública, é o que se pretende nesta monografia.

Palavras-chave: Administração Pública. Planejamento Estratégico.

Gerenciamento de Projetos.

Rio de Janeiro Setembro de 2005

Page 6: 005 - A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

v

Agradecimentos

Ao Angelo Valle, que me proporcionou o primeiro contato com o Gerenciamento de Projetos;

Ao Lélio e Lilia Varella, pela oportunidade de participar do curso de Gerenciamento de Projetos, ampliando o meu conhecimento;

Ao Marcus Possi, que possibilitou o meu aprendizado através do curso de Capacitação em Gerenciamento de Projetos;

Aos professores do curso de Capacitação em Gerenciamento de Projetos e da pós-graduação em Gerenciamento de Projetos;

Ao Ricardo Rovo, que incentivou a aplicação dos conceitos de gerenciamento de projetos na Gerência de Fiscalização do Crea-RJ;

Aos amigos, que ajudam direta ou indiretamente a enriquecer meu conhecimento;

Aos meus pais, por tudo que quero aprender; Ao meu querido Antônio, companheiro e cúmplice

deste trabalho; Aos meus filhos, Ana e Igor, a quem espero repassar todo o

meu conhecimento e assim continuar a minha existência através deles

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vi

SUMÁRIO

1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: PRINCÍPIOS, NATUREZA, FINS.. ................ 1

1.1. Conceito de Organização..................................................................... 1

1.2. Principais Influências nas Organizações.............................................. 1

1.3. Conceito de Administração .................................................................. 3

1.4. Natureza e Fins da Administração ....................................................... 3

1.5. Entidades Políticas e Administrativas .................................................. 4

2. EFICIÊNCIA E EFICÁCIA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .. ..................... 6

3. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO........................ ....................................... 8

3.1. O que é um Plano Estratégico? ........................................................... 8

3.2. Objetivos do Plano Estratégico .......................................................... 10

3.3. Ambientes e Cenários nas Organizações .......................................... 11

3.3.1. O Ambiente nas Organizações Privadas .................................... 12

3.3.2. O Ambiente nas Organizações Públicas..................................... 14

3.4. Planejamento Estratégico nas Organizações Públicas...................... 15

3.5. Plano Estratégicos de Projetos .......................................................... 17

4. GERENCIAMENTO DE PROJETOS ....................... .................................... 19

4.1. Evolução de uma Idéia....................................................................... 19

4.2. O que é um Projeto?.......................................................................... 19

4.3. O que é Gerenciamento de Projetos?................................................ 21

4.4. Componentes Importantes do Gerenciamento de Projetos ............... 22

4.4.1. As Fases e o Ciclo de Vida de um Projeto.................................. 22

4.4.2. Características do Ciclo de Vida do Projeto................................ 23

4.4.3. Áreas de Conhecimento ............................................................. 24

4.4.4. Os Interessados no Projeto........................................................ 26

4.5. Plano Sumário do Projeto (Project Charter)....................................... 28

5. A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PRO JETOS 30

5.1. O “Estado da Arte” do Gerenciamento de Projetos na Administração

Pública .......................................................................................................... 30

5.2. A Busca da Cultura do Gerenciamento de Projetos.......................... 32

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................ ............................................. 36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................... ....................................... 38

REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS............................ ..........................................39

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vii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Principais influências em uma organização ..................................... 02

Figura 2 - Estrutura Básica de um Plano Estratégico....................................... 18

Figura 3 - Inter-relação entre as fases de um projeto....................................... 22

Figura 4 - Ciclo de Vida do Projeto................................................................... 24

Figura 5 – Representação esquemática das nove áreas de conhecimento ..... 26

Figura 6 - Os principais Interessados (Stakeholders) .......................................... 27

LISTA DE TABELAS

Tabela 1A - Diferenças significativas entre os setores público e privado......... 16

Tabela 1B - Diferenças significativas entre os setores público e privado......... 17

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Benefícios do Gerenciamento de Projetos em Empreendimentos . 34

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1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: PRINCÍPIOS, NATUREZA, FIN S

1.1. Conceito de Organização

Uma organização é a coordenação de um conjunto de ações, de

natureza social, legal e operacional, voltadas para a realização do interesse

público. Esse conceito utiliza a noção tradicional de divisão de trabalho ao se

referir às diferentes atividades e à coordenação existente na organização e aos

recursos humanos como participantes ativos dos destinos dessa organização.

As contribuições de cada participante da organização variam em

função das diferenças individuais e também em função das oportunidades de

participação oferecidas por ela. As organizações são tomadas como sistemas

orgânicos, em que ocorre uma conscientização coletiva dos participantes pelos

seus destinos e pela orientação necessária para melhor atingi-los. Assim,

desenvolve-se uma nova conscientização social dos participantes na vida

organizacional, e não somente deles em relação interna à organização, mas

também, e principalmente, no papel que a organização deve ter em relação ao

ambiente em que se encontra.

As organizações são sistemas abertos a campos de forças, competem

para absorver mais energia ou valor do ambiente externo, onde processam

insumos e geram produtos, administram pressões e apoios, dependem da

credibilidade que vão construindo, exigindo delas enorme capacidade de

adaptação e grande flexibilidade.

Assim, as organizações estão inseridas na Teoria dos Sistemas Abertos e se

não souberem interagir com o ambiente podem desaparecer, e, mesmo sem

sabê-lo, administram uma complexa equação de interesses. Se não

conseguirem dar conta do desafio e preservar suas finalidades ou sua razão de

ser tendem a definhar e até soçobrar.

1.2. Principais Influências nas Organizações

Algumas organizações desenvolvem cultura e estilo único que refletem

suas diretrizes de valor, suas normas internas, crenças e expectativas que são

refletidas no seu conjunto de políticas, de relação com o poder, de relação

hierárquica e outros fatores.

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2

As relações que estruturam as organizações são relações coletivas que

abrangem e conectam atividades. Formam assim um espaço em que agentes

sociais, munidos de instrumentos de trabalho, processam matérias-primas e as

transformam em produtos finais.

Em termos econômicos, as relações de haver (ou de produção)

articulam uma espécie de praça em que se produzem e intercambiam bens e

serviços. Em termos políticos, as relações de poder articulam uma espécie de

arena em que se defrontam diferentes forças sociais.

Os objetivos das organizações, sejam públicas ou privadas, são

múltiplos e as organizações devem se entendidas como "entidades políticas" e

"entidades altamente complexas”.

As influências políticas, econômicas e sociais devem ser tomadas

dentro de uma ÉTICA prevalecente na sociedade em geral e na organização

em particular, de acordo com seu objeto de interesse e suas práticas

organizacionais.

Figura 1 - Principais influências em uma organização Fonte: Amoedo, 1997

Identificando as demandas e pressões exercidas sobre o sistema

organizacional compreende-se não apenas as questões éticas mas verdadeiros

dilemas, por vezes de difícil compreensão. A opção ética passa tanto pelos

fatores organizacionais quanto pelos individuais.

Influências Políticas

Influências Legais

Influências Éticas

Influências Econômicas

Práticas Organizacionais

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1.3. Conceito de Administração

Administrar é gerir interesses, segundo a lei, a moral e a finalidade dos

bens entregues à guarda e conservação alheias. Se os bens e interesses

geridos são individuais, realiza-se administração particular; se forem da

coletividade, realiza-se administração pública.

Administração pública, portanto, é a gestão de bens e interesses

qualificados da comunidade, seja no âmbito federal, no estadual ou no

municipal, segundo os preceitos do Direito e Moral, visando ao bem comum.

O conceito de Administração Pública, segundo MEIRELLES (1998) é:

"Em sentido formal, a Administração Pública, é o conjunto

de órgãos instituídos para consecução dos objetivos do

Governo; em sentido material, é o conjunto das funções

necessárias aos serviços públicos em geral; em acepção

operacional, é o desempenho perene e sistemático, legal

e técnico, dos serviços do próprio Estado ou por ele

assumidos em benefício da coletividade. Numa visão

global, a Administração Pública é, pois, todo o

aparelhamento do Estado preordenado à realização de

seus serviços, visando à satisfação das necessidades

coletivas”.

1.4. Natureza e Fins da Administração

A natureza da administração pública é a de um “múnus” público para

quem a exerce, isto é, a de um encargo de defesa, conservação e

aprimoramento dos bens, serviços e interesses da coletividade. Os fins da

administração pública reunem-se num único objetivo: o bem comum da

coletividade administrada. Como tal impõe-se ao administrador público a

obrigação de cumprir fielmente os preceitos do Direito e da moral administrativa

que regem a sua atuação. Ao ser investido em função ou cargo público, todo

agente do poder assume para com a coletividade o compromisso de bem servi-

la porque outro não é o desejo do povo, como legítimos destinatários dos bens,

serviços e interesses administrados pelo estado. Na administração particular o

administrador recebe do proprietário as ordens e instruções de como

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4

administrar as coisas que lhe são confiadas; na administração pública essas

ordens e instruções estão concretizadas nas leis, regulamentos e atos

especiais.

1.5. Entidades Políticas e Administrativas

Entidade é pessoa jurídica, pública ou privada; órgão é elemento

despersonalizado incumbido da realização das atividades da entidade a que

pertence, através de seus agentes.

Na organização política e administrativa brasileira as entidades

classificam-se em estatais, autárquicas, fundacionais e paraestatais. Em

sentido formal, a Administração Pública, é o conjunto de órgãos instituídos para

consecução dos objetivos do Governo; em sentido material, é o conjunto das

funções necessárias aos serviços públicos em geral; em acepção operacional,

é o desempenho perene e sistemático, legal e técnico, dos serviços do próprio

Estado ou por ele assumidos em benefício da coletividade. Numa visão global,

a Administração Pública é, pois, todo o aparelhamento do Estado preordenado

à realização de seus serviços, visando à satisfação das necessidades

coletivas.

A Administração Pública, ainda, pode ser classificada como: direta e

indireta. A Direta é aquela exercida pela administração por meio dos seus

órgãos internos (presidência e ministros). A Indireta é a atividade estatal

entregue a outra pessoa jurídica que são as autarquias, empresa pública,

sociedade de economia mista, fundações, que foram surgindo através do

aumento da atuação do Estado. Essas funções do Estado são delegadas,

concedidas ou autorizadas e, mesmo quando realizada por agente privado não

perde seu caráter de serviço público.

São assim definidas:

Administração Direta. É o conjunto de órgão e serviços integrados na

chefia do Poder Executivo (federal, estadual ou municipal) e de seus órgãos

auxiliares (ministérios, secretarias ou equivalentes).

Page 13: 005 - A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

5

Administração Indireta. É o conjunto de órgãos dotados de

personalidade jurídica própria, criados pelo Poder Público para desempenhar

funções ou atividades especificas de competência do Estado.

Autarquia. Órgão especializado autônomo, criado em lei, com

personalidade jurídica, patrimônio e receitas próprios, para exercer funções ou

atividades típicas da administração pública.

Empresa Pública . Entidade de natureza econômica, com

personalidade jurídica e patrimônio próprios e capital exclusivo do Poder

Público (União, Estados, Distrito Federal ou Municípios).

Fundação Pública . Instituição criada pelo Poder Público com

personalidade jurídica própria e um patrimônio doado pelo instituidor, para

atingir objetivos da utilidade pública, ou executar tarefas que beneficiam a

coletividade.

Page 14: 005 - A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

6

2. EFICIÊNCIA E EFICÁCIA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A obrigação básica da administração pública é que os seus serviços

sejam entendidos como uma missão, isto é, envolve uma espécie de “depósito

de confiança” por parte do público. Deve refletir, em seus valores e em suas

regras, a necessidade primária de honrar essa confiança, o que está implícito

nos princípios (ou valores fundamentais) da administração pública afirmados na

Constituição Federal de 1988. O valor da legalidade, do respeito às leis, da

impessoalidade que está mais diretamente associado ao caráter público do

serviço público, da moralidade - definindo que a conduta dos servidores

públicos não pode ir de encontro ao padrão ético mais geral da sociedade, da

publicidade, que associa a idéia de transparência e a da necessidade de

prestar contas diante do público.

A partir da Emenda Constitucional nº. 09/1992, que incluiu no artigo 37

da CF, entre os princípios aos quais se subordina a gestão pública, o princípio

da eficiência, a administração pública brasileira entrou, efetivamente, na era da

modernidade.

Esta Emenda Constitucional veio suprir uma lacuna da administração

moderna ao impregnar aos atos dos gestores públicos o compromisso com a

eficiência administrativa que, em seu sentido amplo, significa também a busca

da eficácia, o que significa que o serviço bem prestado não deve acarretar

desperdícios, danos morais e materiais aos usuários e por conseqüência, ser

sustentável.

A Administração Pública deve procurar atender as demandas

reprimidas dos usuários/cidadãos, pois, limitar-se a uma política de oferta, isto

é, de simples melhoria dos serviços prestados, é uma opção conservadora que

pode significar a perda de oportunidades. Por outro lado, uma política de

demanda com foco na eficácia, permite a correção dos rumos estratégicos da

organização, isto é, atuar em sintonia com os anseios e necessidades da

sociedade.

O administrador público ético deve levar sempre em conta que o

Serviço Público não tem “concorrência”, o que torna a relação desfavorável ao

usuário que, como o próprio Código de Defesa do Consumidor dispõe, é a

parte vulnerável nas relações de consumo.

Page 15: 005 - A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

7

Decorre, ainda, do princípio da Eficiência na Administração Pública, a

busca da qualidade dos serviços prestados. Mas qualidade com foco no social,

que implica na participação dos usuários, conforme estabelece o parágrafo 3º

do art. 37 da CF:

Parágrafo 3. º do art. 37: “A Lei disciplinará as formas de

participação do usuário na administração pública direta e

indireta, regulando especialmente:

I - as reclamações relativas à prestação dos serviços

públicos em geral, asseguradas a manutenção de

serviços de atendimento ao usuário e a avaliação

periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços“.

A administração pública que tem como imperativo Ético a procura da

excelência na prestação dos serviços públicos, cabe dar o bom exemplo, pelo

comprometimento com os valores da cidadania, pois, como citado acima,

sendo esses serviços monopólio do Estado os usuários, cidadãos e

contribuintes, não têm a quem recorrer, a não ser ao próprio Estado, quando se

sentem insatisfeitos ou indignados.

Portanto, a eficiência na administração pública se traduz por oferecer

serviços à sociedade com qualidade, com segurança, prestando contas não

apenas ao que se refere aos dinheiros públicos, à gestão financeira, mas a

todos os atos de gestão da administração.

Assim, a Administração Pública, em todas as suas instâncias, deve

enfrentar o desafio de mudar a herança autoritária do Estado, buscando os

instrumentos adequados à melhoria da qualidade dos serviços públicos,

procurando identificar as causas dos problemas - e não apenas atacar os seus

efeitos. Esse enfoque contribui para a mudança da postura da gestão pública

que, tradicionalmente, se contenta em “apagar incêndios”, sem apresentar

soluções amplas e duradouras dos problemas. Todos saem ganhando com a

redução da burocracia, dos desperdícios, associados ao re-trabalho e aos

processos desconexos entre si, à omissão e à demora do processo decisório, à

insensibilidade com o público, às exigências excessivas, ao abuso de

autoridade e à degradação do ambiente.

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8

3. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

O planejamento em uma empresa começa no momento de sua criação,

e nele está embutido a preocupação pelo futuro da organização. Dele decorre o

plano estratégico, documento norteador da administração e instrumento de

gerenciamento.

Dependendo da atividade da empresa, as características destes planos

podem ser as mais diversas possíveis, exigindo conhecimentos específicos da

atividade como mercado, processo de fabricação, fornecedores, clientes,

tecnologia de operação e manutenção, em fim de todos os envolvidos

(stakeholders). Em todo esse universo é necessário o planejamento específico.

3.1. O que é um Plano Estratégico?

É o processo gerencial de desenvolver e manter um ajuste viável entre

objetivos, habilidades e recursos de uma organização e as oportunidades de

um mercado em contínua mudança. O objetivo de um planejamento estratégico

é dar forma aos negócios e produtos de uma empresa, de modo que possibilite

lucros e crescimento almejado. Resumindo, os planos que se aplicam à

organização inteira, que estabelecem os objetivos globais e que buscam

posicioná-la em termos de seu ambiente, são chamados Planos Estratégicos.

Desde os anos 60, praticamente todas as grandes corporações

realizaram em algum momento um Planejamento Estratégico. Na era da

globalização, esse instrumento ganhou novamente importância, por ser

especificamente apto a lidar com mudanças de forma flexível.

Planejamento Estratégico trata-se de um instrumento de

gerenciamento que, como qualquer outro, tem um único propósito: tornar o

trabalho de uma organização mais eficiente. Isso pode significar que aquilo que

se está fazendo atualmente, deve ser feito diferente e melhor, ou que o

trabalho deve ser feito de outra maneira. Em todo caso, mudança faz parte do

enfoque metodológico, seja porque mudanças ocorrem no ambiente e obrigam

a organização a adaptar-se a elas, seja porque a própria organização quer

provocar tais mudanças.

Page 17: 005 - A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

9

Parte-se do pressuposto que mudanças ocorrem permanentemente

seja dentro da organização, no seu entorno imediato, nas relações sociais

dentro da organização, ou nas relações econômicas fora dela, em nível político

nacional ou internacional. Todas essas mudanças afetam de uma forma ou

outra as organizações, sejam elas privadas ou públicas. E as mudanças

ocorrem independentes da vontade da organização, se ela não age ou reage.

O Planejamento Estratégico tem dois propósitos: por um lado, pretende

concentrar e direcionar as forças existentes dentro de uma organização, de tal

maneira que todos os seus membros trabalhem na mesma direção; por outro

lado, procura analisar o entorno da organização, e adaptá-la a ele, para que

seja capaz de reagir adequadamente às mudanças e aos desafios que tiver. A

intenção é que a organização conduza o processo de desenvolvimento para

não ser conduzida por fatores externos e não controláveis.

Isso não significa supor que o futuro seja controlável, mas apenas, que

a análise das mudanças e das possibilidades de adaptação aumenta à margem

de manobra de uma organização para lidar melhor com eventuais conflitos ou

crises que poderão surgir. Ele pode apenas contribuir para melhorar o

desempenho de uma organização.

É fácil entender que essa concepção tem as suas raízes no setor

privado, no qual as empresas se encontram permanentemente numa

competição para sobreviver economicamente num ambiente mais ou menos

hostil. Foi a partir dessa visão que as grandes corporações multinacionais

começaram a traçar as suas estratégias de expansão a partir dos anos 60,

utilizando o Planejamento Estratégico. À medida que os ciclos de produção se

reduzem, os quadros gerais econômicos se mostram cada vez mais oscilantes,

e as mudanças ganham um caráter global.

O Planejamento Estratégico é aplicado por todo o tipo de empresas e

também pelo setor público e pelas organizações sem fins lucrativos.

No entanto, para entender melhor o método do Planejamento

Estratégico é importante não vê-lo apenas como uma técnica, senão como uma

perspectiva e um enfoque para lidar com situações complexas e processos de

transformações dinâmicos. Trata-se, portanto, de uma concepção que

Page 18: 005 - A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

10

pressupõe um pensamento estratégico e que visa a implementação de ações

concretas.

O Planejamento Estratégico deve ser entendido como um processo

permanente no qual o ambiente da organização é observado e analisado,

ações são planejadas, executadas e os seus impactos são avaliados - antes do

ciclo começar outra vez.

3.2. Objetivos do Plano Estratégico

No ambiente das organizações, a necessidade de introduzir estratégias

surgiu porque os outros mecanismos até então utilizados, como orçamentos

anuais, gestão por objetivos, orçamentos de base zero, mecanismos de

controle e planejamentos plurianuais, mostraram-se insuficientes para se lidar

com a complexidade das variações inesperadas do ambiente, mudanças de

orientação político-econômica, mudanças nas relações de comércio

internacional, desafios tecnológicos impostos ao país e às organizações,

controle de preços, processos recessivos e outras surpresas para as quais era

também necessário se criar novas formas de gestão.

À medida que uma empresa cresce em tamanho e complexidade,

cresce também o leque de decisões e ações, forçosamente tomadas ou

executadas diariamente, que têm relevância estratégica e de longo prazo. A

partir de determinado ponto, somente um plano estratégico pode permitir

analisar e avaliar corretamente estas decisões e ações. Neste sentido, talvez a

maior utilidade, enquanto plano, esteja em inspirar as pessoas, modificando as

suas atitudes diante dos problemas e guiando-as através de caminhos nem

sempre convergentes.

O exercício sistemático do planejamento tende a reduzir a incerteza

envolvida no processo decisório e, conseqüentemente, provocar o aumento da

probabilidade de alcance dos objetivos e desafios estabelecidos para a

empresa. O fato de o planejamento ser um processo de estabelecimento de um

estado futuro desejado e um delineamento dos meios efetivos de torná-lo

realidade justifica que ele anteceda à decisão e à ação.

Outro aspecto inerente ao processo decisório é o grande número de

condicionantes organizacionais que afetam sua operacionalização, com a

Page 19: 005 - A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

11

interveniência de inúmeras restrições de ordem prática, contribuindo para

reforçar a idéia de complexidade que lhe é característica.

O planejamento estratégico procura vencer vícios e estabelecer o

sentido de direção socialmente relevante e oportuno, através não só do

máximo conhecimento sobre os fatores controláveis, mas também do máximo

conhecimento sobre os fatores externos não controláveis. Isto possibilita à

organização diminuir o processualismo - montando uma estrutura por objetivos

e para resultados - enfrentar o futuro e diminuir a incerteza e o risco, criando,

dessa forma, uma organização sensível à ambiência externa.

3.3. Ambientes e Cenários nas Organizações

A técnica de cenários consiste na construção de futuros alternativos

hipotéticos que retratam as mútuas influências de fatores econômicos, sociais,

políticos, culturais e tecnológicos do ambiente externo, relevante para a

atuação de uma organização. A utilização de cenários é tida como fundamental

para o planejamento estratégico. No caso do Brasil, ainda faltam dados

estatísticos que caracterizem as variáveis para definição dos cenários para as

previsões sobre o futuro, e neste caso são imprescindíveis os conhecimentos

humanos e intuições.

Através da análise de cenários alternativos, identificam-se

transformações das condicionantes ambientais e suas implicações para a

empresa, bem como as premissas de seu planejamento. Todos estes fatores

contribuem para formar uma visão crítica consistente do futuro necessário e

desejável para a organização.

Os cenários servem de base para:

- Formulação e avaliação da missão, objetivos e diretrizes da

empresa;

- Orientar o processo de alocação de recursos da organização;

- Definir as estratégias de ação orientadas para as

necessidades da sociedade em geral.

Cada organização escolhe a técnica mais adequada para desenvolver

cenários para incluir no seu sistema de planejamento. Em geral, essas técnicas

Page 20: 005 - A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

12

usam análise de causa e efeito, brainstorming, ou modelos matemáticos. Nos

cenários especula-se a possibilidade de surpresas, que são eventos

caracterizados por seu ineditismo, impacto e rapidez de desenvolvimentos.

Enquanto os cenários são, em geral, projeções futuristas sobre

influências externas e internas que tendem a afetar a organização, o ambiente

é a dimensão real na qual a empresa está contextualizada.

A análise do ambiente é um componente-chave em qualquer sistema

de planejamento. A análise do ambiente externo e interno da organização deve

ser orientada a partir da definição de seu negócio e missão. Essa análise

permite o seu posicionamento face às oportunidades e ameaças ambientais.

Pode mostrar também a inadequação de seu negócio ou missão, da maneira

em que estão expressos.

3.3.1. O Ambiente nas Organizações Privadas

A empresa privada possui qualitativamente menor número de

proprietários. Em geral são sócios quotistas, acionistas, que podem ser muitas

vezes seus próprios diretores e, em alguns casos, seus próprios empregados.

O poder decisório depende da forma em que a empresa conjuga a participação

dos sócios capitalistas, a investidura e a vontade dos diretores.

Os processos decisórios tendem a ser mais simplificados e rápidos.

Quase sempre são submetidos apenas ao corpo diretivo e, em alguns casos,

aos níveis administrativo e operacional da empresa. A maior ou menor

facilidade que possui na obtenção e geração de recursos depende de muitos

fatores, tais como o setor em que atua, destacando-se o nível de seu

crescimento, de sua liquidez, de sua competitividade e a freqüência com que

ocorrem inovações, a estratégia de marketing utilizada, a disponibilidade de

recursos próprios, o custo do dinheiro e a alavancagem financeira.

Com a intensificação da competição em conseqüência da

internacionalização dos negócios, da escassez de recursos e da aceleração do

processo de inovação dos produtos, mudaram a visão do ambiente nas

empresas privadas.

Page 21: 005 - A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

13

A atenção às pressões externas passou a ser tema central à medida

que as organizações começaram a ser vistas como sistemas dinâmicos de

resolução de problemas, aprimorando-se os conceitos referentes a como elas

mudam e como essas mudanças podem ser influenciadas e administradas,

sendo o ambiente distinguido em:

a- Elementos que são explicitamente relevantes para

organização e estão em contato com ela (ambiente específico);

b- Elementos do ambiente que são potencialmente relevantes

para a organização e estão indiretamente em contato com ela

(ambiente geral);

c- Elementos que são efetivamente residuais – que são

extremos a organização.

Para as condições:

Tecnológicas;

Legais;

Políticas;

Econômicas;

Demográficas;

Ecológicas, e;

Culturais.

O ambiente externo das empresas é formado pelos fornecedores,

concorrentes, órgãos governamentais, sindicatos e associações, comunidade

local, imprensa e público em geral. No que tange a análise do ambiente

externo, as variáveis trabalhadas são ameaças e oportunidades.

Com relação ao ambiente interno das empresas, as informações

internas visam determinar até que ponto a empresa tem condições de

aproveitar as oportunidades ou enfrentar as barreiras, assim como identificar os

pontos que devem ser fortalecidos para tal confronto, cujos fatores estão

agrupados da seguinte forma:

Page 22: 005 - A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

14

a- Fatores administrativos e organizacionais: dizem respeito à

capacidade gerencial e aos recursos humanos da empresa;

b- Fatores operacionais: dizem respeito à capacidade produtiva da

empresa;

c- Fatores de marketing: são fatores relacionados com o mercado;

d- Fatores financeiros: enfocam-se na análise financeira da empresa.

3.3.2. O Ambiente nas Organizações Públicas

A empresa pública é ao mesmo tempo instrumento e parte de um

processo político, que legitima suas metas. Caracteriza-se ainda por uma forte

dependência na obtenção de recursos. Além disso, há vários aspectos que

interferem na geração de seus próprios recursos: a definição de suas linhas de

atuação, de seus segmentos de mercado ou ainda, da função dos preços dos

produtos que vende ou dos serviços que presta. Nem sempre investe por

decisão própria. Quando investe, na maior parte das vezes emprega recursos

oriundos ou autorizados pelo governo. Está geralmente sujeita a inúmeros

controles, muitos deles decorrentes da vontade de seus proprietários e outros

resultantes da obtenção e aplicação de recursos financeiros.

A organização privada desfruta uma imagem diferente, de maior

competência e eficácia que a organização pública, esteja sujeita a um conjunto

de forças ambientais semelhantes à organização pública. Às exceções no nível

de governo incluem-se algumas companhias mistas que são submetidas aos

mesmos critérios de gestão da empresa privada.

No caso do ambiente externo das empresas públicas, normalmente os

órgãos governamentais são os envolvidos (stakeholders) de maior peso,

exercendo forte influência e limitação especialmente sobre a coalizão

dominante da organização. Estes órgãos representam os papéis de

desenvolvimentistas, reguladores e fiscalizadores de governo. Abrangem

desde as agências de desenvolvimento até os órgãos normatizadores e

fiscalizadores, tais como Secretarias, Ministérios, ONGs (Organizações Não-

Governamentais), entre outros. Compõem ainda o ambiente externo das

empresas públicas: a comunidade com a qual ela interage, a imprensa, os

Page 23: 005 - A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

15

consumidores dos serviços por ela prestados, os eventuais concorrentes,

associações e sindicatos e acionistas.

Com relação ao ambiente interno, no caso de empresas públicas

envolve todos os recursos humanos, materiais e financeiros, a estrutura

organizacional, as práticas gerenciais e as demais condições, métodos e

processos que interferem no funcionamento da empresa.

3.4. Planejamento Estratégico nas Organizações Púb licas

No Planejamento Estratégico parte-se do pressuposto que existe uma

organização que deseja esse processo, considerado útil e importante por sua

direção, e que os passos e as medidas necessárias serão organizados e

implementados através de planos estratégicos.

No entanto, no setor público, isso tudo pode ser relativamente

complicado: primeiro, porque não existe uma só direção; segundo, mesmo

quando há hierarquias definidas, existe uma série de mecanismos de poderes

paralelos que evitam orientações e ações claras e coerentes. Ademais, as

questões da importância e da utilidade muitas vezes são avaliadas a partir de

perspectivas diferentes, o que pode provocar um longo processo de decisões

até alcançar uma posição clara. Quando uma posição é definida, pode

significar que ela não tenha validade por muito tempo. As ingerências dos

responsáveis pelas políticas públicas na administração específica, na medida

que orientem equivocadamente tais ações para interesses pessoais em

detrimento do interesse coletivo estabelecidos em lei.

No setor público existe uma tendência em confundir administração com

política. A conseqüência disso muitas vezes é a inércia dos executivos e a

insegurança em relação à tomada de decisões, o que leva a processos de

decisão demorados e inconseqüentes.

É importante reconhecer que a questão da participação no

Planejamento Estratégico é bem mais complexa do que numa empresa

privada. Para que possa ser aplicado no setor público com tanto êxito como

em empresas privadas, deve haver algumas condições prévias favoráveis:

além da óbvia condição da vontade política para iniciar um processo de

transformação nas organizações, é importante que o processo disponha de

Page 24: 005 - A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

16

uma liderança competente, de preferência, composta por representantes de

organizações públicas e privada. Também são necessários recursos mínimos,

sensibilidade social e um forte sentido comum.

Pré-condições como vontade, liderança, recursos etc., também são

necessários para realizar um Planejamento Estratégico numa empresa privada,

mas nela geralmente as estruturas hierárquicas e a missão são mais

claramente definidas, o que facilita o cumprimento das condições.

O Planejamento Estratégico pode não só contribuir para que uma

organização se torne tecnicamente mais competente, mas também para

estimular um processo de reflexão sobre as questões básicas que qualquer

organização deveria se questionar de vez em quando: O que estamos

fazendo? Quão bem estamos fazendo? Por que fazemos o que estamos

fazendo?

As tabelas 1A e 1B ajudam a entender melhor por que um instrumento

de gerenciamento que tem tido tanto êxito durante décadas no setor privado

não pode ser simplesmente transferido para o setor público.

Tabela 1A - Diferenças significativas entre os setores público e privado

Empresa Privada Administração Pública

Missão

Limitada (a determinados produtos e/ou serviços)

Definida pela direção ou pelos proprietários

Ampla e não específica (muitas vezes implicitamente subentendida e não explicitamente definida)

Obrigatória na base de um mandato

Visão

Baseada na missão e na análise do ambiente

Coerente com as próprias

possibilidades

Determinada pela política

Ampla e não específica

Muitas vezes incoerente com os recursos disponíveis

Organização Funcional

Linhas claras de decisão relativamente simples

Parcialmente funcional

Superposição de funções e política complexa

Clientela

Limitada ao campo de operação da empresa

Relação definida através de compra ou contrato

Ampla e diversificada

Relações mal definidas

“Cliente” não visto como tal

Fonte: Vargas, 2005

Page 25: 005 - A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

17

Tabela 1B - Diferenças significativas entre os setores público e privado Propósito de

Atuação Realizar lucro

Cumprir missão

Servir ao púbico

Servir à política informalmente

Forma de

Atuação Tem de ser eficiente

dinâmica

Não precisa ser eficiente

Geralmente lenta e burocrática

Fonte: Vargas, 2005

A caracterização de cada setor é genérica e mostra apenas a sua

tendência. Cabe aqui, também, lembrar que o setor público no Brasil já se

encontra num processo de transformação, e muitas iniciativas mostram que a

situação está mudando.

3.5. Plano Estratégicos de Projetos

O ponto fraco da maioria dos Planos Estratégicos é a insuficiente

implementação daquilo que foi apreendido e concluído durante o processo.

Muitas vezes, os planejadores se limitam ao consenso sobre a visão e alguns

objetivos desejáveis, mas deixam de continuar o processo até a avaliação da

viabilidade e a implementação. Porém, esse passo é fundamental para que a

coerência entre o viável e o desejável seja alcançada.

A tendência de planejar sem levar em consideração as condições reais

é infinitamente maior no setor público do que no privado. Há inúmeros

exemplos de planos que simplesmente não se preocupam se os objetivos são

realmente alcançáveis.

A seriedade do planejamento pode ser averiguada no empenho com o

qual uma organização procura soluções viáveis para os problemas existentes.

Por isso, é imprescindível o vínculo entre o Planejamento Estratégico e o

Planejamento de Projetos.

Os objetivos do Plano Estratégico são conectados com os objetivos de

cada projeto, de tal forma que se cria um sistema de gerenciamento coerente e

que permite conduzir o processo com critérios unificados.

Page 26: 005 - A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

18

Figura 2 - Estrutura Básica de um Plano Estratégico Fonte: Amoedo, 1997

Para isso é necessário que se defina também para cada projeto,

individualmente, objetivos, resultados e indicadores para o acompanhamento e

a avaliação, e que se analise e avalie os riscos e os recursos necessários.

O termo projeto é também amplamente utilizado no setor público, mas

a capacidade de gerenciamento de projetos geralmente é muito baixa. O

problema muitas vezes começa na análise da situação inicial, o que leva a

dificuldades para um planejamento coerente. Por isso, a maioria dos projetos

elaborados nas administrações públicas nunca chega à implementação.

Portanto, para uma aplicação adequada, é imprescindível que toda a área de

gerenciamento de projetos seja considerada e fortalecida.

Objetivo Global - Visão

Estratégias

Objetivos

Projetos

Page 27: 005 - A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

19

4. GERENCIAMENTO DE PROJETOS

4.1. Evolução de uma Idéia

As pessoas têm planejado e gerenciado projetos desde o início dos

tempos. Toda vez que uma civilização criou suas raízes houve projetos a

serem gerenciados: prédios a construir, estradas a pavimentar e leis a serem

escritas, e mesmo sem as ferramentas, técnicas e metodologias avançadas de

que se dispõe hoje, as pessoas criaram linhas de tempo, alocaram materiais e

recursos e avaliar os riscos envolvidos em seus projetos.

Com o passar do tempo, as pessoas perceberam que as técnicas para

controle de custo, desenvolvimento da programação, procura e compra de

recurso e gerenciamento de riscos poderia ser aplicado a uma variedade de

projetos, seja erguendo pontes, realizando colheitas sazonais ou decidindo

como se governar. Estas idéias foram às precursoras do estabelecimento de

técnicas de gerenciamento que hoje conhecemos como “Gerenciamento de

Projetos”.

As organizações modernas estão descobrindo que a utilização do

Gerenciamento de Projetos traz muitas vantagens. Clientes esclarecidos

exigem cada vez mais produtos melhores e serviços mais rápidos. As pressões

para acompanhar a velocidade do mercado demandam maior eficiência.

Gerenciar projetos de forma profissional encontrou seu lugar na arena

empresarial competitiva e global de hoje.

4.2. O que é um Projeto?

Um Projeto é um esforço temporário empreendido para alcançar um

objetivo específico. Eles são semelhantes aos processos em função de ser

executado por pessoas, geralmente terem limitações de recursos e serem

planejados, executados e controlados.

Os processos e projetos diferem entre si principalmente porque os

processos têm um caráter contínuo e repetitivo, ao passo que os projetos têm

um caráter temporário e único. Temporário significa que todo projeto tem um

início e um término definidos. Único significa que o produto ou serviço é de

algum modo, diferente de todos os produtos e serviços semelhantes.

Page 28: 005 - A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

20

Projetos são criados em todos os níveis da organização. Podem

envolver uma pessoa ou milhares delas. Podem exigir menos de 100 ou mais

de 10.000.000 de horas para serem concluídos. Os projetos podem ser

desenvolvidos em um único departamento da organização ou transpor suas

fronteiras, como nas joint ventures e parcerias. Freqüentemente, os projetos

representam componentes críticos da estratégia de negócio das empresas.

São moldados segundo o ambiente sociocultural, tecnológico e

regulatório em que são desenvolvidos, e as empresas trabalham diversos

projetos ao mesmo tempo. Os projetos estão cada vez mais inseridos em

contextos onde a tecnologia avança mais velozmente, os cenários políticos

mais diversificados e a estabilidade econômica mais frágil.

A economia mundial está em constante mudança alavancada pelo

avanço dos meios de comunicação, transportes e políticas internacionais de

comercialização. Este cenário de competição globalizada requer que projetos

sejam tratados mais formalidade.

A complexidade dos empreendimentos está diretamente ligada também

aos avanços tecnológicos, cada vez mais ousados e a obsolescência

programada dos produtos, cada vez mais fabricados com concepção,

prototipagem, desenvolvimento estratégia de marketing, manufatura e logística

de distribuição em uma escala de tempo extremamente reduzida e enfrentando

concorrência acirrada em menor tempo, lançamento.

Assim, o Gerenciamento de Projetos pode ser aplicado a projetos

independentemente de suas dimensões, prazos e orçamentos e alguns

exemplos de projetos incluem:

- Desenvolver um novo produto ou serviço;

- Efetuar mudança na estrutura, ou no estilo de uma

organização;

- Conceber um novo equipamento industrial;

- Construir uma edificação ou uma instalação;

- Conduzir uma campanha de marketing;

Implantar um novo procedimento de negócio.

Page 29: 005 - A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

21

4.3. O que é Gerenciamento de Projetos?

De acordo com o “A Guide to the Project Management Body of

Knowledge” - 2000 Edition, [Project Management Institute (PMI®) December

2000], Gerenciamento de Projetos é a aplicação de conhecimentos,

habilidades, ferramentas e técnicas nas atividades do projeto a fim de atender

os requisitos do projeto. Este pode ser melhor explicado através dos processos

que o compõem, que podem ser reunidos em cinco grupos de processos -

Iniciação, Planejamento, Execução, Controle e Encerramento – e em nove

Áreas de Conhecimento - Gerenciamento da Integração do Projeto,

Gerenciamento do Escopo do Projeto, Gerenciamento do Tempo do Projeto,

Gerenciamento dos Custos do Projeto, Gerenciamento da Qualidade do

Projeto, Gerenciamento dos Recursos Humanos do Projetos, Gerenciamento

da Comunicação do Projeto, Gerenciamento dos Riscos do Projeto e

Gerenciamento dos Fornecimentos de Bens e Serviços do Projeto.

Portanto, a equipe do projeto gerencia os trabalhos envolvidos nele,

que geralmente envolvem:

- Balanceamento de demandas conflitantes do escopo, tempo,

custo, risco e qualidade do projeto;

- Satisfação de diferentes interessados (stakeholders) com

diferentes necessidades e expectativas;

Também, a aplicação dos princípios de Gerenciamento de

Projetos permite que:

a)Estabeleçam medidas do sucesso;

b)Mantenham o foco no cliente;

c)Quantifique o valor agregado correspondente aos custos;

d)Aperfeiçoem o uso dos recursos da organização;

e)Incorporem princípios de qualidade;

f)Coloquem planos estratégicos em marcha;

g)Assegurar a atualização da empresa às demandas do

mercado

Page 30: 005 - A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

22

4.4. Componentes Importantes do Gerenciamento de P rojetos

Gerenciar um projeto consiste simplesmente em conduzir um projeto

desde seus primeiros estágios até um final bem-sucedido, usando os

processos e os sistemas de forma coordenada para orientar e incentivar as

pessoas a realizarem o trabalho com sucesso.

4.4.1. As Fases e o Ciclo de Vida de um Projeto

Um projeto se divide em fases, de acordo com PMI (1996), sendo cada

uma delas caracterizada pela entrega ou finalização de produtos, trabalhos ou

resultados, que devem ser tangíveis e de fácil identificação.

Cada fase de um projeto é marcada pela conclusão de um ou mais

resultados principais. Tais fases, também, são conhecidas por “grupos de

processos”, e podem ser vistas num processo interativo e cíclico, conforme

mais bem visualizado através da figura 3.

Figura 3 - Inter-relação entre as fases de um projeto Fonte: Vargas, 2000

As saídas do Gerenciamento de Projetos são o resultado de um

trabalho, também, tangível e verificável, podendo cada fase gerar uma ou mais

saídas do gerenciamento de projetos que, encadeados, compõem uma

seqüência lógica que assegura a definição adequada do produto resultante do

projeto.

Iniciação

Planejamento

Execução

Controle

Encerra-mento

Page 31: 005 - A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

23

4.4.2. Características do Ciclo de Vida do Projeto

O Ciclo de Vida do Projeto define os limites de início e término de um

projeto. É o conjunto das fases seqüenciais do mesmo, cujos nomes são

determinados pela organização e geralmente incluem passos principais

englobados pela conceituação, planejamento, desenho, desenvolvimento,

implementação e operação dos subprodutos relacionados à performance

técnica do projeto.

A seguir, estão as cinco fases características, segundo o PMBoK:

1-Fase de definição: fase inicial de um projeto em que ocorre a

identificação da necessidade a ser resolvida pelo mesmo e sua conseqüente

estruturação em termos de um problema a ser atendido por ele. Neste

momento define-se a missão e os objetivos do projeto;

2-Fase de planejamento: responsável por identificar e selecionar as

melhores estratégias para que um projeto seja abordado adequadamente.

Neste momento são definidas as etapas e atividades específicas de um projeto

bem como suas inter-relações e sua distribuição ao longo do tempo (os

cronogramas), além de serem definidos os recursos, os custos, os produtos de

cada etapa bem como demais parâmetros que permitam uma execução com

um mínimo de dificuldades e imprevistos;

3-Fase de execução: é a fase que implementa o que foi planejado na

fase anterior, demandando grande parte do esforço e do orçamento do projeto;

4-Fase de controle: paralelamente às fases de planejamento e

execução do projeto, objetiva o acompanhamento e controle das tarefas

previstas e executadas, de forma a permitir ações corretivas e preventivas,

almejando a minimização dos impactos a serem causados por anormalidades

eventuais, e muitas vezes não previstos;

5-Fase de finalização: é o encerramento do projeto, onde ocorre a

avaliação dos trabalhos realizados bem como discussões sobre aspectos

positivos e negativos encontrados no decorrer do mesmo.

Page 32: 005 - A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

24

Figura 4 - Ciclo de Vida do Projeto Fonte: Possi, 2005

4.4.3. Áreas de Conhecimento

De acordo com PMI cada uma das áreas de conhecimento está

definida em termos de processos, e cada um de seus processos insere-se em

cada uma das fases (ou grupos de processos) conforme apropriado.

A seguir, as áreas de conhecimento gerencial de cada projeto:

Gerência de integração: inclui os processos necessários para a

coordenação dos diversos elementos de um projeto.

Aplica-se ao desenvolvimento do Plano de Ação como à

execução e controle de alterações do projeto;

Gerência de escopo: considera os processos necessários para

assegurar que o projeto inclui todo o trabalho necessário

e somente ele, de forma a permitir sua execução e

conclusão com sucesso. Refere-se tanto à definição do

escopo quanto de seu controle ao longo da execução do

projeto;

Gerência do tempo: incorpora os processos necessários para a

garantia de planejamento e execução do projeto dentro

dos prazos previstos. Considera o levantamento das

atividades, o agendamento das mesmas ao longo do

tempo e de seu controle;

Entrada

Fases

Saídas

Entrega Produto

I N T ERMED I ÁR I A I N I C I A L

Termo de Abertura Declaração

de Escopo

Plano

Linha de Base Progresso

Aprovação

Aceitação

Entrega

Idéia

Equipe

F I NAL

Page 33: 005 - A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

25

Gerência de custos: estabelece os processos necessários para

assegurar que o projeto seja desenvolvido dentro dos

orçamentos estipulados originalmente. Considera o

planejamento de recursos, as suas respectivas

estimativas de custos, a confecção do orçamento do

projeto e o controle de seus custos;

Gerência da qualidade: inclui os processos necessários para

assegurar que os produtos e serviços do projeto atinjam

os padrões de qualidade segundo os quais o projeto foi

concebido. Envolve tanto o planejamento quanto a

garantia e controle da qualidade;

Gerência de recursos humanos: considera os processos

necessários para assegurar o melhor emprego do pessoal

envolvido no projeto. Engloba o planejamento

organizacional, a formação e o desenvolvimento da

equipe do projeto;

Gerência de comunicações: incorpora os processos

necessários para assegurar o adequado planejamento,

geração, armazenamento e disseminação de informações

do projeto;

Gerência de riscos: estabelece os processos relacionados com

a identificação, quantificação e análise de riscos do

projeto, bem como o estabelecimento das contramedidas

a serem tomadas quando da ocorrência de cada um dos

fatores de risco levantados;

Gerência de suprimentos e contratação: envolve os processos

necessários para a aquisição de bens e serviços de fora

da organização, no que tange a parceiros e fornecedores

de insumos para o projeto. Considera o plano de compras

(tanto de bens como de serviços), o levantamento de

potenciais fornecedores, a licitação, contratação e gestão

e fechamento de contratos.

Page 34: 005 - A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

26

Figura 5 - Representação esquemática das nove áreas de conhecimento Fonte: Nogueira, 2003

4.4.4. Os Interessados no Projeto

Segundo o PMBoK 2004:

“As partes envolvidas – interessados – (stakeholders) são

os indivíduos e as organizações ativamente envolvidas no

projeto ou cujos interesses posam ser positivamente ou

negativamente afetados pela execução do projeto ou pela

sua conclusão: eles também podem exercer influência

sobre o projeto e seus resultados.”

O termo inglês stakeholder compreende todas as pessoas, grupos ou

organizações que fazem parte (stake) dos temas tratados, seja como

participantes ativos no processo, seja como afetados das medidas a serem

tomadas. O termo participante sugere um papel ativo, o que nem sempre é o

caso. Por isso utiliza-se o termo em inglês. Por outro lado, deve ser evitada a

suposição de que todos os stakeholders tenham a mesma importância. É

preciso diferenciar entre os stakeholders responsáveis, ou seja, aquelas

pessoas ou organizações que têm responsabilidade direta pelo planejamento e

a sua implementação, dos demais stakeholders, cujo papel e importância pode

variar, dependendo da situação.

É imprescindível que seja feito um trabalho de identificação das partes

envolvidas pelo gerente de projeto e sua equipe e que as expectativas de cada

um seja claramente conhecida e validada, pos só assim podem ser

gerenciadas.

QUALIDADE ESCOPO

TEMPO

RISCOS

CUSTO INTEGRAÇÃOINTEGRAÇÃOINTEGRAÇÃOINTEGRAÇÃO

COMUNICAÇÃO AQUISIÇÕES

INTEGRAÇÃO

RECURSOS HUMANOS

Page 35: 005 - A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

27

Figura 6 - Os principais Interessados (Stakeholders) Fonte: Possi, 2005

O gerenciamento de expectativas não é tarefa meramente técnica e

requer habilidade de comunicação. As expectativas dos interessados podem

estar implícitas e em alguns casos ser ambígua.

Sabendo-se que a comunicação é, basicamente, um processo que

envolve transmissão e recepção, além de várias codificações e decodificações

no meio do caminho, descreve-se uma espécie de “ciclo de deterioração da

informação”, que funciona da seguinte forma; o cliente comunica à entidade

executora do Projeto o que ele deseja, esta informação é passada para o

Gerente do Projeto, depois para a equipe, e assim por diante, na fig. 6.

Para evitar que a informação chegue de forma correta a todos os

interessados, estes devem ser envolvidos no planejamento e gerenciamento

dos projetos de forma mais profunda e, em caso de divergência de interesses,

é recomendável a busca de solução mais favorável ao cliente.

Os principais interessados são definidos por:

Gerente do projeto – responsável por todas as atividades de

gerenciamento do projeto, devendo ser identificado e

formalmente designado o mais cedo possível, exercendo

autoridade de autonomia adequada ao projeto.

Cliente – pode ou não ser o solicitante do projeto, mas será

aquele que fará uso do produto final resultante do projeto.

Patrocinador do Projeto

Projeto

Gerente de

Projeto

Equipe de Gerenciamento de

Projeto Equipe de

Projeto Partes Interessadas

no Projeto

Page 36: 005 - A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

28

Organização Executora – aquela cujos funcionários estão

diretamente envolvidos no desenvolvimento, execução e

implantação do projeto, e em alguns projetos encontra-se

mais de uma organização executora.

Membros da Equipe de Projetos – executam os trabalhos

necessários à realização do projeto.

Patrocinador (Sponsor) – aquele que defende a idéia da

realização do projeto e é responsável pela provisão de

recursos financeiros ao projeto. Internamente as

empresas podem estabelecer por política outras

atribuições ao patrocinador. É comum que os

patrocinadores estejam junto ao cliente no momento de

uma aceitação formal dos resultados de uma fase de

projeto.

Influenciadores – indivíduos ou grupos não diretamente ligados

ao produto resultado do projeto, mas que pela sua

posição na organização exerce poder de influência.

4.5. Plano Sumário do Projeto ( Project Charter)

Também conhecido como Termo de Referência ou Temo de abertura

do Projeto, o Plano Sumário do Projeto (Project Charter) é um dos resultados

principais do processo de iniciação. Este documento é a confirmação e o

reconhecimento oficial da existência do projeto junto a organização. Este

documento autoriza formalmente o projeto, podendo ser o primeiro documento

oficial do projeto após a autorização para seu início. Nos casos de projeto

contratado, o próprio contrato pode ser utilizado como termo de referência do

projeto. Este documento deve ser emitido oficialmente pela gerência sênior da

organização e deve conceder ao gerente do projeto autoridade para atribuir os

recursos organizacionais ao esforço do projeto.

Page 37: 005 - A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

29

Ele deve conter, seja diretamente ou através de referência a outros

documentos:

a)Título do projeto;

b)A descrição do produto;

c)As necessidades de negócio que o projeto está incumbido de

tratar, metas e objetivos;

d)Resultados práticos do projeto e a descrição do produto;

e)Os papéis e responsabilidades preliminares do gerente do

projeto, do patrocinador e da diretoria executiva, com

relação ao projeto;

f)Estimativas iniciais de recursos e custos e um estudo de

viabilidade previamente preparado;

g)Informações quanto às premissas e restrições do projeto;

h)Explicitar o gerente do projeto;

i)Assinatura do responsável pela divulgação do projeto à

organização.

Este documento pode resolver antecipadamente muitos pequenos problemas

que comumente acontecem com os projetos. A divulgação deste documento

junto a organização não configura aspecto definitivo a este documento, e como

o plano sumário do projeto muda, na medida que outros detalhes são

revelados, ou seja, os documentos do projeto mudam na medida que o projeto

é revisto.

Page 38: 005 - A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

30

5. A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE

PROJETOS

5.1. O “Estado da Arte” do Gerenciamento de Projet os na

Administração Pública

No setor privado, o gerenciamento de projeto é estimulado seja por

exigências de padrões de qualidade quando há necessidade de atualização

tecnológica, seja devido às pressões econômicas, quando há redução nos

lucros. Esses fatores se combinam para que as empresas passem a planejar

todo o trabalho, para “fazer mais com menos”, rompendo sempre os limites pré-

estabelecidos. Enfim, o gerenciamento de projetos passa a ser um dos fatores

de concorrência. Na Administração Pública, as pressões sobre os gestores

públicos, decorrem, em última análise, não da busca de recursos, mas por um

imperativo ético, uma vez que o usuário manifesta suas necessidade e anseios

por via política.

Assim, os Órgãos da Administração Pública sofrem pressões para sua

modernização administrativa, ocorrendo, de forma diferenciada, o envolvimento

de cada órgão com as técnicas do Gerenciamento de Projetos conforme sua

natureza. As empresas públicas com atividade econômica e que disputam o

mercado para a colocação de seus produtos, aplicam a mais tempo essas

técnicas. Já as instituições prestadoras de serviços, sejam da administração

direta ou indireta como as Autarquias, mesmo dotadas de autonomia

administrativa, e, em muitos casos, apoiadas em novos recursos da tecnologia

da informação, ainda fazem uso incipiente dessas técnicas para a

modernização dos processos administrativos.

Nos estágios atuais, muitas dessas organizações públicas prestadoras

de serviços, encontram-se sensibilizadas para o Planejamento Estratégico,

porém, nem sempre levado a termo na forma de projetos desenvolvidos e

executados. Faltam a elas as condições iniciais para isso, tais como a

existência de quadros profissionalizados e capacitados, a “cultura” para o

planejamento que inclui o gerenciamento de pessoas, a capacidade de

enfrentar obstáculos e correr riscos, a experiência do trabalho em equipe, além

de uma comunicação interna eficiente.

Page 39: 005 - A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

31

Atualmente, em determinados tipos de empresas ou órgãos públicos,

incluindo-se aí as organizações militares, acontece uma situação pouco usual

para as empresas privadas, que é uma rotatividade elevada entre os membros

da direção, comando ou chefia. Isto porque os cargos são preenchidos por

indicações políticas ou são comissionados por tempo pré-determinado. A

cúpula é transitória, dependendo de eleições e freqüentemente com

sucessores antagônicos. As eleições criam conflitos e deixam seqüelas que se

refletem no abandono de projetos e lançamentos de novos, nem sempre

vantajosos e sem garantia de continuidade. Quando são traçados objetivos de

longo prazo, não se tem como garantir a sua continuidade.

Hoje, predomina na administração pública o tipo de organização

funcional, sendo exceção a orientação de esforços para objetivos, resultando

na ausência de controle dos projetos, a despeito do domínio pelo corpo

funcional dos conhecimentos específicos inerentes às atividades fim da

instituição.

A baixa eficiência e eficácia dos serviços prestados à população,

resultado da desorganização na área dos gastos públicos, da parcela

substantiva dos recursos desperdiçados em estruturas e quadros mal

dimensionados; de instalações e equipamentos mal dimensionados e

deficientes; de métodos de trabalho e processos ultrapassados; dos custos

elevados e superfaturados; dos sistemas de controle ineficazes; pequenos, dos

médios e grandes feudos administrativos, são fatores que colocam na ordem

do dia a necessidade de uma formulação clara dos objetivos estratégicos da

administração, visando ao interesse da coletividade e não apenas do governo

ou do órgão administrativo específico.

Paradoxalmente, continua sendo mais fácil realizar um projeto mal

formulado ou mal escolhido do que identificar os projetos mais relevantes ou

com maior probabilidade de sucesso.

Como, então, desenvolver projetos neste ambiente, onde, por exemplo,

de dois em dois anos uma nova pessoa assume a direção, trazendo toda uma

bagagem de conhecimentos, mas também com interesses próprios, que nem

sempre são coincidentes com o que já havia sido traçado pelo seu antecessor?

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32

5.2. A Busca da Cultura do Gerenciamento de Projet os

Embora, na Administração Direta tenham sido crescentes as iniciativas

voltadas para a elaboração do Planejamento Estratégico, os projetos derivados

desse planejamento podem sofrer solução de continuidade ou mesmo não

saiam do papel.

Um projeto necessita de uma melhor organização, que defina toda a

sua conceituação, dos contratos a serem administrados, do financiamento e

análise do retorno dos investimentos (projetos internos) ou dos custos e fluxos

de caixa (projetos externos), bem como da sua aplicabilidade na organização

pública.

A partir das conclusões de Vargas (2005), para a implantação de uma

metodologia de gerenciamento de projetos, a “cultura” da administração pública

tem que superar as seguintes situações, que são limitadores de seu

desempenho:

-Baixo grau de consciência quanto à realidade da competição

-Presença marcante da burocracia

-Conceito de qualidade incipiente

-Limites legais: só faz o que a lei permite

-Salários inadequados

-Dificuldade na obtenção de pessoal qualificado

-Difícil implantar política de incentivo

-Maior distorção entre o poder formal e o informal

-Maior incidência de pessoas e segmentos da organização em

desacordo com os objetivos

-A cobrança da sociedade é de caráter mais subjetivo e geral

-Maior risco quanto à quebra da continuidade administrativa

-Freqüentemente ocorrem paralisações de programas e

projetos por falta de recursos

-Maior dispersão quanto à tomada de decisão

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33

-Pouca tradição no uso das ferramentas de planejamento e

controle.

A idéia de obtenção de sucesso no projeto, tanto no aspecto técnico –

conclusão dentro do tempo e do orçamento previsto, utilização eficiente dos

recursos e obtenção da qualidade e da performance desejadas -, quanto no

organizacional – conclusão com o mínimo possível de alterações em seu

escopo, aceitação sem restrições pelo contratante ou cliente, execução sem

interrupção ou prejuízo nas atividades normais da organização, sem agressão

à cultura da organização podem ser obtidos utilizando-se as boas práticas da

metodologia de gerenciamento de projetos, conforme o PMBoK (2000).

Dentre os principais benefícios do gerenciamento de projetos podem,

ainda, ser destacados:

1-Evitar não conformidades durante a execução dos trabalhos

2-Permitir desenvolver diferenciais competitivos.

3-Antecipar as situações desfavoráveis que poderão ser

encontradas, antes que essas situações se consolidem

em problemas.

4-Adaptar os trabalhos ao mercado consumidor e ao

cliente/usuários

5-Disponibilizar os orçamentos antes do início dos gastos já

que as informações estão estruturadas e disponibilizadas.

6-Aumentar o controle gerencial de todas as fases a serem

implementadas

7-Facilitar e orientar as revisões da estrutura do projeto que

forem decorrentes de modificações

8-Otimizar a alocação de pessoal, equipamentos e materiais

necessários.

9-Documentar e facilitar as estimativas para futuros projetos.

Ainda, existe pouca maturidade quanto à implementação efetiva de

técnicas de gerenciamento mais modernas na área pública, segundo

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PFEIFFER (2000), embora os benefícios dessa implementação sejam bastante

oportunos para uma gestão eficaz e transparente, conforme revela o gráfico 1.

Benefícios do Gerenciamento de Projetos em Empreendimentos

M elhor gerenciamento de

pro jeotos28%

M ais contro le ativo do projeto

22%

M elhor comunicação

13%

M ais empreendimento

7%Transparência

elevada30%

Gráfico 1 - Benefícios do Gerenciamento de Projetos em Empreendimentos Fonte: Vargas, 2005

Com uma série de desafios que se impõem ao administrador público, o

gerenciamento de projetos surge como uma ferramenta que permite otimizar a

aplicação de recursos de toda a ordem e melhorar cada vez mais a

operacionalidade dos serviços fim, cumprindo de maneira eficiente, eficaz e

efetiva a missão constitucional que cabe a administração pública.

Cabe, aqui, lembrar Beltrão (1993):

“Existe entre nós uma curiosa inclinação para raciocinar,

legislar e administrar tendo em vista um país imaginário,

que não é o nosso; um país dominado pelo exercício

fascinante do planejamento abstrato, pela ilusão de ótica

das decisões centralizadas e das concepções

macroeconômicas, pelo deslumbramento ante as

soluções importadas, sofisticadas e onerosas,

incompatíveis com a nossa realidade e com os modestos

padrões de renda de nosso povo. A miragem desse país

imaginário tem atrasado o reencontro com a nossa

verdadeira identidade e obstruído a redescoberta do

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35

Brasil real, constituído predominantemente de gente

simples, que permanece à espera de soluções igualmente

simples e compreensíveis para os problemas que

constituem o drama de seu quotidiano.”

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36

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O uso da ferramenta do gerenciamento de projetos na administração

pública, ainda é muito incipiente. Em que pese a adoção mais ou menos

generalizada do Planejamento Estratégico na gestão pública, o que se verifica,

regra geral, é a gestão de projetos como empreendimentos individuais, e não

como resultado de uma política de gestão.

Excetuando as grandes empresas estatais, publicas e de economia

mista, constata-se que na administração pública direta e indireta, em especial

nas autarquias e órgãos prestadores de serviços, ainda existe pouca

maturidade quanto à implementação efetiva de técnicas de gerenciamento

mais modernas.

Quando praticado, o gerenciamento de projetos na administração

pública é realizado de maneira não sistêmica, com uma base de informação

precária e desenvolvimento limitado. Regra geral, quando definido um projeto,

este tem o seu título confundido com o próprio escopo do projeto. O prazo é

sempre determinante e para cumpri-lo e ignora-se a planilha de custos. Nem

sempre o conjunto da organização está comprometida com o projeto e estes

são realizados sem controle e indicadores. Praticamente, não existe um Plano

Sumário de Projeto e as lições aprendidas não são sistematizadas. Se o

gerente de projetos não é o gerente funcional menor ainda é a chance de

sucesso do projeto.

Há que se considerar como condicionantes dessa situação os limites

dados pela natureza jurídica da organização pública, bem como a baixa

profissionalização e capacitação de seus quadros técnicos e gerenciais,

herança do velho/novo serviço público, que têm rotatividade elevada. Quase

sempre, cargos preenchidos por indicações políticas ou comissionados por

tempo pré-determinado, o que acarreta a descontinuidade dos projetos.

A administração moderna, porém, que tem como base o Planejamento

Estratégico como instrumento de gestão, para garantir a implementação dos

seus objetivos estratégicos precisa que o planejamento seja transformado num

conjunto de objetivos ligado entre si e em planos de ação e projetos. Portanto,

para o sucesso da implementação do Planejamento Estratégico, nas

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37

organizações públicas, e, claro, também nas organizações privadas, uma

satisfatória gestão por projetos é fundamental.

A solução passa por mudanças na cultura da organização, bem como

pela busca de uma metodologia de gerenciamento de projetos que propicie

uma visualização perfeita do que é o projeto; que facilite a comunicação entre

os envolvidos diretamente no trabalho realizado; que busque de um

comprometimento do grupo em torno do objetivo final.

Finalmente, não menos importante é a postura dos gestores públicos

no zelo pelos preceitos éticos estabelecidos no art. 37 da Constituição Federal,

em especial a busca da eficiência e da eficácia, que significa que o

administrador público deve estar receptivo às demandas dos cidadãos,

usuários e contribuintes por serviços de qualidade que atendam aos seus

anseios e necessidades.

O gerenciamento de projetos vem, pois, preencher uma lacuna na

gestão pública contribuindo decisivamente para o sucesso da administração.

No entanto, o limite deste trabalho aponta para a necessidade de se

desenvolver pesquisas e estudos para as alternativas de “como fazer” o

gerenciamento de projetos no âmbito das organizações públicas.

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38

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