001 tipos de depositos minerais (1)

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    MODELOS DE DEPSITOS MINERAIS

    1. IntroduoDesde os primrdios da busca pelo homem dos recursos minerais que o interessavam,

    observou-se que a determinados tipos de minrios relacionavam-se certos litotipos especficos.Dessa forma pde-se estabelecer uma srie de associaes entre litologias x mineralizaescomo, por exemplo:

    granito x cassiterita e rochas ultrabsicas x cromita, etc.

    Com o tempo verificou-se que nem todos os granitos apresentavam-se mineralizados emestanho, e nem todas as rochas ultrabsicas continham depsitos de cromita. Houve umatendncia a uma melhor caracterizao dos tipos rochosos partindo-se ento para uma melhordefinio dos ambientes de formao dessas rochas.

    Em linhas gerais, podemos comear com a evoluo crustal desde os primrdios daformao da Terra. A diviso interna do nosso planeta (A Dinmica Interna) feita em camadas(ou envoltrios), que alm de constituir uma diferenciao qumica (por exemplo, silcio ealumnio na crosta continental e silcio e magnsio na crosta ocenica) tambm corresponde auma diferenciao gravitativa com uma separao dos materiais mais densos em direo aoncleo do planeta (liga de Fe-Ni) e os menos densos (crosta silica) constituindo os envoltriosmais externos.

    No Arqueano a pequena espessura da crosta silica (~10 km) permitiu que falhasgeolgicas trouxessem para a superfcie, atravs de um vulcanismo submarino, rochas de

    composio ultramfica denominadas de komatitos que se caracterizam por possuirem texturasmuito caractersticas (spinifex), e que so encontradas nos ambientes greenstone belts.

    Sabe-se hoje que esse tipo de ambiente extremamente propcio para uma srie demineralizaes, particularmente as aurferas.

    Do Arqueano em diante houve um espessamento da crosta silica, cuja espessura, emalguns stios, que hoje se apresenta com cerca de 30-35 km, podendo atingir em determinadospontos do planeta, cerca de 70 km.

    A teoria da Tectnica de Placas / Tectnica Global (final dos anos 60), trouxe uma enormecontribuio ao conhecimento geodinmico do planeta, incorporando os conceitos de margenscontinentais ativas e passivas. A dinmica para a concepo desse modelo passa peloespalhamento dos fundos ocenicos a partir de dorsais ocenicas em virtude de correntes

    convectivas geradas por plumas de calor (plumas mantlicas) que se desenvolvem e atuam nombito do manto superior.

    A evoluo nos processos de datao, que passaram de (mtodos U-Pb, Pb/Pb porevaporao de zirco, etc.), tambm se constituram em mais uma ferramenta utilizada para umamelhor compreenso dos processos mineralizadores. De imediato, o que os gelogos logoperceberam a partir dessas dataes, foi que determinados tipos de mineralizaes chegavam,s vezes, a se concentrar quase que integralmente em certos perodos de evoluo da crosta.

    Hoje, sabemos que alguns tipos de mineralizaes encontram-se relacionados aambientes tectnicos especficos, com por exemplo:

    Mineralizaes aurferas arqueanas (Au em greenstones belts);

    Mineralizaes cuprferas (Cu porfirtico) associadas ao plutonismo Meso-Cenozico daszonas de cadeias dobradas.

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    De um modo geral, pode-se referir que no Arqueano concentraram-se importantesreservas de ouro, representando cerca de 50% da produo deste metal no mundo. Da mesmaforma, nos cintures modernos encontram-se algumas das mais representativas minas de cobredo planeta.

    Um mesmo modelo de depsito muitas vezes tem contedo mineral e, mesmo,

    caractersticas fisico-qumicas diferentes, conforme as variveis que o condicionam na suaorigem.

    Ex: Depsitos plutognicos filoneanos.

    Contedo: cerca de 20 elementos qumicos diferentes.

    Categorias: epi, meso e hipotermais.

    Classificao das jazidas quanto a profundidade de formao

    DEPSITOS ASSOCIADOS S ROCHAS MFICAS E ULTRAMFICASPLUTNICAS.

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    Os tipos de depsitos associados s rochas intrusivas mfico / ultramficas correspondem a:

    Cr do tipo estartiforme (tipo Bushveld); Depsitos de cromita podiformes; Pt do tipo Bushveld e Stillwater Pd do tipo Lac des Iles; Pt do tipo Alaskan; depsitos de Ni-Cu Depsitos de Ti-Fe associados aos anortositos.

    Depsitos de cromita estratiforme ou do tipo Bushveld.

    Associa-se a grandes macios diferenciados (loplitos) marcados por bandamento gneortmico. Constituem macios com dezenas ou centenas de quilmetros de extenso e formasvariadas: diques na Rodsia (Great Dike) ou loplito em Bushveld.

    Os corpos gneos mficos como os complexos de Bushveld e Stillwater, comumente

    contm horizontes de cromititos na poro acamadada e tambm um pouco de cromitadisseminada na rocha. Esse tipo de ocorrncia de cromita perfaz cerca de 90% das reservamundiais. A cromita relacionada a esses depsitos do tipo metalrgico com baixo teor deAl2O3, com cristais milimtricos, geralmente eudricos. Alm da cromita Bushveld apresentatambm grandes depsitos de magnetita titanfera e vanadinfera. Pt e Pd so os platinidesassociados a essa cromita.

    Depsitos de Pt do tipo Bushveld e Stillwater

    O Complexo de Bushveld (2.054 Ga) a maior intruso mafica-ultramafica acamadada domundo (65,000 km2 com uma espessura estratigrfica de 7-9 km; com volume estimado total demagma ~1x106 km3) sendo a hospedeira da maior parte dos recursos conhecidos de platina,cromo e vandio.

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    Depsitos de PGE do tipo breccia-type: Pd de Lac des I les

    O complexo de Lac des Iles (2.738 Ga) em Ontario Ocidental corresponde a uma intrusoanelar com 30 km de dimetro.

    Suas reservas (open-pit) esto estimadas em 159 Mt e teor de 1.55 g/t Pd e 0.17 g/t Ptcom cut-off de 0.7 g/t Pd (Au, Cu e Ni so by-products). As reservas para lavra subterrnea sode 3.5 Mt com 6.6 g/t Pd, 0.4 g/t Pt. A intruso consiste de um ncleo elptico de gabronorito,envelopedo por uma borda de gabros.

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    Depsitos vulcanognicos.

    Os depsitos vulcanognicos ou vulcanossedimentares de sulfetos massios (VMS, em

    ingls) so as maiores fontes de Zn, Cu, Pb, Ag e Au, e significativas fontes para Co, Sn, Se,Mn, Cd, In, Bi, Te, Ga e Ge. Alguns tambm contm quantidades significativas de As, Sb e Hg.Eles ocorrem como lentes macias de sulfetos polimetlicos que se formam no, ou prximo dofundo submarino em ambientes de vulcanismo submarino por meio de focos de descargas defluidos hidrotermais ricos em metais. a semiconcordantes e sulfetos disseminados.

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    Depsitos proximais e distais.So depsitos subaquticos formados em guas profundas (+800 m), representados por

    concentraes de mineralizaes sulfetadas.

    Os depsitos proximais encontrarem-se sempre relacionados aos aparelhos vulcnicos.

    Os depsitos distais confundem-se (em virtude do seu maior distanciamento do centrovulcnico) com os depsitos sedimentares qumicos. Eles so formados por exalaeshidrotermais (e.g. fumarolas) que depositam a sua carga em um local afastado.

    Dois exemplos clssicos de depsitos proximais:

    Kuroko, (Cu, Pb, Zn, Ag, Ba e Ca) Japo e Troodos, Chipre (Cu, Fecom pouco de Zn e Au) .

    Exemplo de depsito distal vulcanognico (Zn, Pb, Cu, Ag, Fe e Au):

    Rosebery (?) que constitudo por sedimentos carbonosos ou qumicos como cherts, folhelhos esiltitos carbonosos com raros vulcanitos.

    Depsitos vulcanognicos em sequncias komatiticas (Ni, Cu, Co e EGP).

    KOMATITO: Rocha de quimismo magnesiano tpica das associaes de greenstone beltsarqueanos, frequentemente de natureza extrusiva, formando derrames muito fluidos (magma dealta temperatura) com texturas muito tpicas, notadamente a spinifex.

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    Depsitos associados aos carbonatitosOs carbonatitos representam complexos ultrabsicos-alcalinos que intrudem a crosta

    terrestre a partir de um mecanismo do tipo hot spot (plumas mantlicas) responsvel pelagerao de magma e que, aproveitando-se de falhamentos profundos existentes na crostaterrestre (reas extensionais) que funcionariam como condutos.

    De modo geral, os complexos carbonatticos possuem formas aproximadamente circulares,dimenses e idades variveis. Os carbonatitos esto associados parte mais central daestrutura e podem ocorrer na forma de veios Aos carbonatitos encontram-se associadosdepsitos de P (apatita), Nb (pirocloro), ETR, Fe (magnetita), Ti (anatsio) e flogopita-vermiculita.

    Depsitos associados a kimberlitos e lamprotos

    Atualmente acredita-se que o diamante seja originado no manto cabendo s rochaskimberlticas unicamente a funo de transport-las at a superfcie. A presena de xenlitosmantlicos (peridotitos) e eclogticos, com diamantes, refora essa opinio.

    Kimberlito uma rocha gnea, ultrabsica, potssica, rica em volteis que ocorre como

    pipes, diques e soleiras.Em linhas gerais, corresponde a uma brecha com uma matriz constituda principalmente

    por olivina, flogopita, calcita, serpentina, diopsdio, monticelita, apatita, espinlio titanfero,perovskita, cromita e ilmenita.

    Apresenta grandes cristais arredondados a anedrais de olivina alm de cristais de ilmenitamagnesiana, piropo titanfero (baixo Cr), diopsdio subclcico, enstantita, dentre outros, queconstituem os discrete nodules (ndulos distintos), alm de diversos tipos de xenlitos, detamanho centimtrico (15-30cm), subangulares a arredondados.

    A rocha s tem cor cinza-esverdeada, cinza escura ou preto-azulada. Quandointensamente alterado, por estar prximo superfcie (20-30 metros ou mais), transforma-se emuma massa argilosa amarelada (o yellow ground dos mineiros sul-africanos). Mais abaixo, azona em um estgio intermedirio de alterao, onde j se consegue distinguir fragmentos darocha kimberltica inalterada, recebe a denominao de blue ground.

    Lamproto uma rocha gnea ultrapotssica, peralcalina, rica em magnsio e constitudapor flogopita titanfera, richterita, olivina forstertica, diopsdio, sanidina e leucita. Como mineraisacessrios ocorrem a enstantita, apatita, wadeta, cromita, ilmenita. Os lamprotos diamantferosso representados pelos olivina-lamproto, leucita-lamproto e leucita-olivina-lamproto. Emvirtude da sua elevada temperatura de formao o lamproto tem uma baixa capacidade depreservao dos xenlitos eventualmente capturados, por conseguinte, eles so raros e quandopresentes so principalmente de dunito e o seu tamanho pequeno (at 3 cm).

    As intruses kimberlticas apresentam-se como cones invertidos chamados de pipes oudiatremas.

    So representadas por trs fcies principais:

    a mais superficial denominada de fcies cratera (a mais enriquecida em diamantes)constituda por material kimberltico associado a sedimentos lacustrinos;

    a fcies diatrema, bastante rica em xenlitos no s do manto superior bem como dasrochas encaixantes capturadas pelo kimberlito durante a sua passagem em direo superfcie;

    a fcies hipoabissal (pouco mineralizada em diamantes) que caracteriza a zona de raizdo kimberlito e formada por abundantes diques e soleiras.

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    Os lamprotos tm forma de taa de champagne com uma fcies de cratera (maisenriquecida em diamantes) recoberta na superfcie por sedimentos fluvio-lacustrinos e materialvulcnico pirocltico (tufos, tufos brechados, tufos arenosos com lapillis, tufos brechados comxenlitos) associado a uma fcies gnea tardia com menos volteis e, portanto, menos explosiva.

    Os kimberlitos e lamprotos provavelmente originam-se por um mecanismo do tipo hot spotque faz com que nas regies cratnicas (at bordas de cratons) falhamentos profundos sirvamde condutos para a asceno desses magmas. Com relao a essas regies pode-se mencionarque os kimberlitos e lamprotos preferem reas estabilizadas (portanto com espessuras crustaismaiores) a mais de 1,8 Ga.

    Na crosta terrestre os kimberlitos com possibilidades de estarem mineralizados emdiamantes ocorrem associados s reas cratnicas estabilizadas (i.e., com o ltimo eventotermo-tectnico) a pelo menos 1.5 Ga, em trs ambientes distintos:

    K1, situado nas margens do crton (kimberlitos praticamente estreis),

    K2 localizado nas proximidades da margem do crton (kimberlitos fracamentemineralizados) e

    K3 (os mais mineralizados), nas partes centrais do crton. J os lamprotos esto restritoss faixas mveis que bordejam as zonas cratnicas.

    A gnese dos kimberlitos ocorre em condies bastante semelhantes s dos carbonatitos,o que explica a sua constante associao com esse tipo de rocha.

    Os principais minerais satlites dos kimberlitos no so, na realidade, propriamenteminerais kimberlticos, mas minerais encontrados nos xenlitos e ndulos das brecciaskimberlticas.

    De um modo geral, os principais minerais satlites so a granada (piropo), ocromodiopsdio, a picroilmenita e a cromita. Os minerais indicadores da presena dos lamprotosso a cromita, a turmalina, a granada Mg-almandina (G5) e a ilmenita.

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    Depsitos associados s rochas granticas

    A classificao das rochas granticas deve-se iniciar com a correta nomeao darocha. Para tal, emprega-se a classificao proposta pelo IUGS (Streckeisen 1976, LeMatre 1985) que parte da ausncia ou presena (e abundncia) dos componentesminerais flsicos maiores (i.e., quartzo, feldspato e feldspato alcalino) para poderestabelecer a tipologia descritiva. Esses dados so lanados nos diagramas QAP.

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    Metalogenia Grantica e mineralizaes associadas

    As rochas granticas representam do ponto de vista petrolgico um grupo de rochasextremamente interessantes com relao s suas interaes com a evoluo geolgica e pelofato delas atuarem como indicadoras dos diversos tipos de ambientes tectnicos presentes noplaneta. Alm disso, elas so importantes do ponto de vista metalognico em virtude da

    significativa diversidade de mineralizaes (Cu, Mo, Ta, Sn, W, Li, Be, Au, etc.) a elasassociadas.

    A associao gentica entre o magma grantico e os depsitos minerais est geralmenterelacionada composio do magma. As intruses peralcalinas podem trazer em seu bojomineralizaes de Zr, Nb e ETR, enquanto mineralizaes de Sn, Mo e B associam-se asistemas mais aluminosos e enriquecidos em flor.

    As mineralizaes podem ter carter proximal ou apical e distal ou perifrica.

    As mineralizaes proximais englobam as de Au, Mo, Cu, W, Sn e metais raros geralmente

    disseminadas nas partes apicais do plutonito.Os depsitos distais, que apresentam as mineralizaes nas partes perifricas do corpo,

    compreendem os depsitos epitermais, escarnitos, pegmatitos, de files/veios e sulfetosmacios.

    Depsitos proximais ou apicais

    a -Depsitos do t ipo prf i ro.

    So os depsitos apicais contendo Cu, Cu-Mo, Mo, Cu-Au, Sn e W. Os mais conhecidosso os de Cu-Mo, Cu ou Mo. Correspondem a depsitos sulfetados bem zonados comalteraes hidrotermais importantes.

    Cu -po rf irtic os

    So aqueles contendo acumulaes de minrio de Cu e de Mo disseminado, disseminado-stockwork e em vnulas relacionadas, temporal e espacialmente, com as intruses granticas de

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    Ausncia de biotita, granada, piroxnios e anfiblios, turmalina e topzio (alguns deles quandopresentes, e.g., magnetita e especularita, esto em pequenas quantidades).

    Os principais minerais de minrio so: pirita, calcopirita, arsenopirita, galena, esfalerita,tetraedrita, tennantita e ouro nativo.

    Os files hipotermais (incluem-se aqui os hidrotermais/pneumatolticos) so aquelescujas temperaturas de formao ficam entre 300C-500C, so os tipos de colocao maisprofunda. Piroxnios, anfiblios, granadas, ilmenita, magnetita, especularita, pirrotita, turmalina,topzio, micas marrons e verdes e espinlios, so freqentes.

    Geralmente correspondem a veios quartzosos lenticulares. Os depsitos so representados porveios de:cassiterita, wolframita, e molibdenita;ouro;cobre-turmalina;chumbo-turmalina.

    b) pegm ati tos.

    Pegmatitos so corpos caracterizados por apresentarem os seus minerais bem desenvolvidos,no raro agigantados. Deles aproveitam-se o feldspato, a moscovita e o quartzo, as gemas (e.g.,turmalina, gua-marinha, topzio, kunzita, etc), e uma srie de metais raros como o Li (petalita,espodumnio, lepidolita), Be (berilo), Ta (microlita, tantalita), alm de Sn (cassiterita). Ospegmatitos podem ser homogneos e heterogneos, zonados e no zonados, de pequeno ougrande porte.Os tipos mais interessantes compreendem os pegmatitos heterogneos, zonados (com ncleode quartzo) e mais albitizados (com mais sdio).

    De um modo geral, para Solodov (1959) constituem 4 tipos: microclnio; albita-microclnio; albita; albita-espodumnio.

    O processo mineralizador dos pegmatitos fortemente mineralizados em metais rarosprovavelmente corresponde ao hidrotermalismo.

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    Formao Ferrfera Bandada

    As formaes ferrferas bandadas (em ingls:banded iron formation BIF ) correspondem a uma

    rocha sedimentar ou metassedimentar ( 15% Fe) de origem qumica, vulcanoqumica oubioqumica finamente estratificada, apresentando camadas de xidos, carbonatos, sulfetos ou

    silicatos de ferro rtmicamente alternadas com camadas diferenciadas destas (quartzosas,anfiblicas, quartzo clorticas, etc.) .

    As formaes ferrferas consistem da alternncia de finas camadas de xido de ferro(geralmente magnetita e hematita) e argila, chert ou jaspe. A deposio destas camadas teve umapogeu do Neoarqueano ao Paleoproterozico, provavelmente devido ao enriquecimento em O2da atmosfera neste perodo o que levou a oxidao de ferro em soluo (Fe+2->Fe+3) nosmares daquelas pocas.

    Os dois tipos principais so: Lago Superior e o Algoma.

    O tipo Lago Superior formado em ambiente estvel de plataforma nas margens decratons Proterozicos.

    Rochas associadas: dolomito, arcsio, quartzito, argilito carbonoso, conglomerado erochas vulcnicas.

    O tipo Algoma formado em ambiente marinho tectonicamente instvel (greenstone belts)de arco vulcnico) do Arqueano ao Proterozico. As rochas associadas incluem turbiditos,grauvacas, argilitos, rochas vulcnicas e rochas sedimentares metalferas.

    Os depsitos associados: mangans depsitos de sulfetos massivos do tipo VMS e ouro.

    No Brasil as camadas ferrferas bandadas podem desenvolver depsitos de ferroeconomicamente explorveis dos dois tipos:

    As jazidas de itabiritos do Quadriltero Ferrfero-MG pertenceriam ao tipo Lago Superior;

    O depsito de Carajs ao tipo Algoma.

    DEPOSITOS GERADOS POR PROCESSOS EXGENOS

    Depsitos originados por concentrao residual

    Esse um grupo de depsitos importante para pases com clima tropical mido (P.EX.,Brasil) formado pela acumulao residual de uma ou mais substncias aps a remoo deoutras instveis s condies fsico-qumicas locais. Os principais tipos de depsitos residuaiscompreendem depsitos formados por processos de laterizao (DEPSITOS LATERTICOS).

    Os depsitos laterticos abrangem as jazidas de:

    ouro , alumnio (bauxita), mangans e nquel (garnierita).

    Os depsitos no laterticos compreendem:

    os de fosfato (apatita), titnio (anatsio), vermiculita, nibio (pirocloro)

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    Bauxita

    Os depsitos de bauxita formam-se sobre rochas com ausncia de quartzo,

    particularmente sobre nefelina sienitos, basaltos e calcrios. A rocha bauxtica (constitudageralmente pelos minerais bohemita e gibbsita) forma-se em clima mido tropical, onde haja arpida lixiviao das rochas do Na, K, Ca e Mg e a separao do Al do Si e do Fe.

    Nquel latertico

    Os depsitos de garnierita s se formam sobre rochas ultrabsicas e in situ (autctones).

    Os minerais mais comuns nesses depsitos so:

    a goethita, as serpentinas, o talco e as smectitas.

    O minrio pode ser de dois tipos: oxidado (Ni associado goethita) ou silicatados (Niassociado serpentina ou talco). Geralmente o perfil de alterao representado por umacobertura de goethita sobre uma parte enriquecida com silicatos, passando para a rochainalterada.

    Depsitos de mangans

    Os depsitos de mangans formam-se sobre rochas carbonatadas manganesferas (comrodocrosita), sobre xistos manganesferos e sobre tufos e cinzas (metamorfisados ou no).

    Podem constituir depsitos de at 100 Mt.

    Assemelham-se na disposio s lateritas ferruginosas, assumindo o seguinte perfil a partirda superfcie:

    minrio pisoltico, plaquetas, ndulos, mataces.

    Junto ao substrato rochoso podem formar-se concentraes macias de minrio compacto.

    Na superfcie podem encontrar-se tambm a goethita.

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    Depsitos no laterticos

    Depsitos de P, Nb, Ti

    So depsitos residuais normalmente relacionados s intruses carbonatticas onde asacumulaes de P (apatita), Ti (anatsio), Nb (microlita), TR (monazita) e vermiculita do-se pelaalterao e lixiviao dos carbonatos dos carbonatitos. Os minerais que se encontramdisseminados na rocha carbontica, so estveis s condies intempricas e aps a remoodesta, acumulam-se formando, localmente, os depsitos minerais. As condies consideradascomo necessrias para a formao dos depsitos correspondem (alm da composio favorvelda rocha matriz, i.e., portadora dos minerais econmicos) condies de relevo e clima favorveis(clima tropical, i.e, com estaes chuvosa e seca bem definidas), velocidade de erosocontrolada, e os aspectos estruturais da regio.

    Depsitos de f luori ta

    Depsitos desse tipo podem ter uma grande tonelagem e apresentar a sua mineralizaodistribuda ao longo de dezenas de quilmetros (e.g. Marico, no Transvaal, frica do Sul com 80a 100 milhes de toneladas com 15% CaF2 , encontradas ao longo de uma faixa com ~ 60 km).

    Em bases regionais esses depsitos so controlados pelo paleo-relevo, mas em detalhe ominrio est localizado em horizontes vesiculares e paleokarsts desenvolvidos no dolomitoquando este estava exposto ao ar. A fina laminao rtimica foi interpretada como uma feiosinsedimentar, enquanto a fluorita foi concentrada durante o processo diagentico.

    GOSSANS:

    So produtos de intemperismo de rochas sulfetadas. Eles so tambm chamados dechapus de ferro (Francs). Em alguns casos so chamados de gossans os ironstonesderivados do intemperismo sobre carbonatos ricos em ferro como a siderita.

    Os principais minerais de um gossan so a goethita e hematita. Outros hidrxidos de ferrocomuns so geralmente agrupados como limonitas. Estes xidos conferem rocha a sua

    caracterstica ferruginosa com cores fortes, ocre vermelho-amareladas. Seus minerais soformados pela decomposio dos sulfetos com formao de cido sulfrico. O cido acelerasobremaneira a decomposio dos minerais, lixiviando parcial ou totalmente os elementossolveis. A lixiviao pode ser to intensa que os elementos solveis como zinco ou at mesmoo cobre podem no mais estar presentes no gossan.

    Durante o processo de decomposio comum que a textura original dos sulfetos semantenha de uma forma reliquial: as chamadas boxwork textures. Texturas boxworks indicam,em um grande nmero de casos, qual foi o sulfeto original.

    Foi atravs da descoberta de gossans que foram descobertas a maioria das jazidas denquel sulfetado tipo Kambalda na Austrlia na dcada de 60 e 70. A determinao e estudo degossans e de boxwork textures levou descoberta de inmeros porphyry coppers como muitos

    dos gigantescos depsitos de Cu-Au-Mo dos Estados Unidos, Andes e mesmo na sia. NoBrasil clssico o gossan de Igarap Bahia, que foi lavrado por anos a cu aberto como umminrio de ouro apenas...at a descoberta de calcopirita (Depsito Alemo) associada amagnetita, em profundidades de 100m.

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    Depsitos Sedimentares

    Os depsitos sedimentares constituem um grande grupo que, normalmente, apresentammineralizaes, composicionalmente, pouco complexas e, mineralogicamente, menos variadas.Quase sempre constituem depsitos bastante extensos, distribudos por grandes reas e com

    reservas minerais bastante significativas.Encontram-se representados por:

    depsitos sedimentares singenticos, ou seja, depsitos nos quais o minrio constitui um dosestratos da coluna sedimentar local;

    depsitos sedimentares epigenticos, cujos minrios foram formados aps a deposio dossedimentos.

    Depsitos sedimentares singenticos:

    a) depsitos formados por deposio qumica: cobre sedimentar / copperbelt; fosfato marinho; mangans marinho; evaporitos.

    b) depsitos formados por deposio clstica: aluvies; jazidas litorais; elvios e colvios.

    Depsitos sedimentares epigenticosEsses depsitos so formados a partir de fluidos mineralizantes

    salmouras marinhas, fluidos expulsos de calcrios pela diagnese ou dolomitizao,

    fluidos que ascendem por falhas sin ou ps-sedimentares a partir de aquferos ou guasmetericas) que percolam os sedimentos encaixantes.

    Tipos clssicos correspondem aos depsitos estratiformes de cobresedimentar (red bed) e os de Pb / Zn). Red beds (no marinho); Sabkha / kupfershiefer (marinho). Mississipi Valley type (MVT)

    Principais Tipos de Depsitos Singenticos

    Depsitos do tipo copperbel t

    O exemplo tpico vem do cinturo cuprfero da Zmbia e do Zaire onde ocorrem depsitosde cobre, formados prximo da linha de costa de uma transgresso marinha. A fonte dos metais(Cu) deriva da lixiviao do embasamento arqueano granito-gnissico, transportada para osstios de deposio pelas principais drenagens que dissecam a regio. A principal rochahospedeira das mineralizaes corresponde a um folhelho carbonoso rico em sulfetos, tambmem siltitos, arcsios e quartzitos. Os sedimentos mineralizados variam em espessura de poucosmetros a dezenas de metros. O teor do minrio varia de 3 a 6% Cu, atingindo em casosexcepcionais cerca de 15 - 20% Cu. No litoral, o cinturo cuprfero marcado pela presena deuma seqncia terrgena grossa representada por conglomerados e arcsios.

    Depsitos de fosfato marinhoNa natureza podem ser observados trs tipos de depsitos fosfticos: apatitas gneas,

    fosforitos marinhos e tipo guano, que se referem acumulao de excrementos de pssarosmarinhos em regies de aninhamento. Aqui, porm, sero abordados apenas os aspectos dosfosforitos marinhos.

    Fosforitos: so sedimentos marinhos primrios formados dentro do ambiente de deposio.

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    Depsitos de Mangans Marinho

    A classificao dos depsitos sedimentares (estratiformes) de mangans: pode serconsiderada como:

    do tipo vulcanognico-sedimentar e no vulcanognico ; vulcanognica, no vulcanognica e hbrida (Guilbert e Park Jr., 1998).

    Alguns tipos de depsitos vulcanognicos esto associados com formaes ferrferasbandadas. Os no vulcanognicos podem ser do tipo sedimentos continentais-terrgenos .

    Evaporitos

    So depsitos constitudos por rochas sedimentares que se formaram por precipitao nagua, em funo da evaporao em ambiente salino. Os sais dissolvidos precipitam-se em umaordem definida, os menos solveis primeiro. A gipsita o primeiro mineral a precipitar-se em

    grandes quantidades seguindo-se a anidrita e o sal-gema. Alguns depsitos e so importantesfontes de potssio.

    Os evaporitos representam um dos mais clssicos conjuntos de mineralizaessingenticas. Atualmente os depsitos de sal esto se acumulando em praticamente todos oscontinentes. Eles esto distribudos em dois grandes cintures, um em cada hemisfrio, e que sedispe entre 15 e 35 a partir do equador. As condies requeridas para a sua formao so,basicamente, a perda dgua por evaporao, que deve exceder a soma total da gua da chuvae das guas superficiais que chegam a bacia deposicional. Os principais fatores que influenciamesse balano so a latitude, a altitude, os ventos, as correntes ocenicas e a distncia do mar.

    Os principais minerais que definem a rocha evaportica compreendem a halita, a carnalita,a taquidrita e a silvinita (= halita + silvita em partes aproximadamente iguais). Os cristais

    primrios tanto podem ser precipitados na superfcie da gua como no fundo da bacia. Aprecipitao na superfcie da salmoura resultado do aumento da salinidade devido evaporao.

    Distribuio Mundial

    Na margem continental brasileira os evaporitos ocorrem numa extenso que vai da baciade Sergipe-Alagoas, at o plat de So Paulo e na bacia do Esprito Santo.

    Na margem continental africana, na bacia de Gabo, Congo e Cuanza, verifica-se umadistribuio de rochas evaporticas correspondente da margem continental brasileira.

    Depsitos detrticos.

    As jazidas detrticas (= depsitos de placeres), so aquelas formadas pela concentraode minerais valiosos, oriundos da desintegrao de rochas e minerais sob os efeitos dointemperismo e da eroso.

    As condies para que haja a formao de uma jazida detrtica so:

    a existncia de uma fonte regional ou local de mineralizaes primrias, concentradas oudisseminadas;

    a existncia de condies favorveis para a eroso, transporte, deposio econcentrao dos minerais pesados, de modo a no permitir que o mineral econmico fiquemuito disseminado no estril.

    As mineralizaes primrias a partir das quais podem se originar os placeres

    correspondem geralmente a: files e veios; minerais disseminados nas rochas; mineraisconstituintes das rochas; antigos depsitos de placeres.

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    Os minerais que mais frequentemente se acumulam para formarem os depsitos detrticos,so densos, tem uma boa estabilidade qumica na zona de oxidao e, de um modo geral, soresistentes abraso.

    Os principais minerais encontrados nos placeres so:

    platina d = 19- 14 magnetita d = 5,2

    ouro d=19,3-15 zirco d = 4,7

    wolframita d=7,7- 7,2 rutilo d=4,3- 4,2

    cassiterita d=7,1- 6,8 granada d=4,3- 3,6

    columbita/tantalita. d=5,1- 8,2 rubi / safira d = 4

    monazita d=5,3- 4,9 diamante d = 3,5

    ilmenita d = 5 - 4

    Carac terst icas gerais.

    Os placeres (vem do termo espanhol placel = banco de cascalho) podem ser homogneos,(contem um nico mineral valioso: ouro ou diamante), ou heterogneos (com vrios constituintesvaliosos: diamantes e ouro). Podem ser ainda do tipo descobertos (ou superficiais), o queconstitui a regra e, mais raramente, soterrados. Quanto as suas idades os placeres podem serrecentes (Quaternrio superior) ou fsseis. As suas formas podem ser em lentes, em cordes ouem lenol, enquanto suas dimenses so as mais variadas possveis.

    Tipos de jazimentos detrticos.

    Em funo das caractersticas dos agentes de destruio da rocha-me e das condiesde transporte, possvel dividir as jazidas detrticas em cinco grupos genticos, que so:

    eluvies, somente formadas pela ao da eroso e da gravidade,

    aluvies, depositados pelos rios, depsitos marinhos e lacustres, depsito elicos depsitos glaciais

    O essencial das jazidas econmicas corresponde aos trs primeiros tipos. Estoesquematizadas a seguir em suas subdivises. Os depsitos elicos e glaciais so relativamenteraros, sendo freqentemente derivados de material j empobrecido. Geralmente sodesprovidos de interesse econmico.

    Placeres Eluviais e Coluviais

    Geralmente de pouca importncia, ficam sempre estreitamente associados rocha-me.

    Essas jazidas formam-se a pequena distncia da fonte do material detrtico e algumas vezesmesmo nas imediaes da rocha-me. No constituem depsitos econmicos de grandeextensses e com teores muito elevados. H, entretanto excees, como o pipe Mabuka naTanznia onde aps a eroso do kimberlito e por eroso elica (com a conseqente formao deum resduo de deflao) os diamantes ficaram acumulados na depresso propiciada pela craterado prprio pipe kimberltico.

    Placeres aluviais.

    Aluvio corresponde a um tipo de depsito detrtico cujos elementos constituintes sofreramtransporte fluvial. A deposio do material transportado pela corrente, geralmente porarrastamento ou por saltos no leito do rio, se d quando a velocidade da gua diminui em virtudeda mudana de declividade do leito, da existncia de meandros, das confluncias de rios com

    velocidades de correntes diferentes e da presena de lagos. Alm desses fatores, a presena deanteparos naturais nos leitos dos rios (travesses) ainda atua como elementos auxiliares dadeposio do material detrtico carreado pela corrente, etc.

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    A concentrao das mineralizaes numa aluvio geralmente errtica, podendo haverfaixas ricas, os denominadospay streaks ou run of gold, entre faixas mais pobres.

    Placeres marinhos / de praias.Os depsitos marinhos dividem-se em: depsitos de praias atuais, depsitos de praias fsseis, terraos litorais (acima ou abaixo do nvel atual), depsitos sobre a plataforma continental.

    Os depsitos de praias / jazidas litorais so aquelas formadas tanto a beira mar, quanto abeira de lagos. So fontes importantes de uma srie de depsitos minerais como, por exemplo,

    rutilo, ilmenita, zirco e monazita. So de grandes extenses (centenas de quilmetros) eespessuras raramente excedendo a um metro e, s vezes, estreitamente associados placereselicos (nas dunas de areia)

    So alimentados pelos materiais oriundos das massas aluviais dos rios costeiros, pelosdetritos das costas e pela eroso marinha dos costes.

    A ao das correntes marinhas e o trabalho das ondas se encarregam de distribuir eacumular os minerais pesados ao longo da regio litornea.

    A concentro dos minerais pesados dentro dos ambientes litorneos depende do regimedas ondas, do tamanho dos gros, de sua forma, densidade, etc.

    Alm dos depsitos nas praias atuais podemos ter placeres fsseis que correspondem aantigas praias, geralmente localizadas acima do atual nvel do mar.

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