000952038
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TCC ENGENHARIA CIVILTRANSCRIPT
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
Rodrigo Silva Kaczynski
SISTEMAS PAREDE DE CONCRETO ARMADO MOLDADA
NO LOCAL: ALTERNATIVA CONSTRUTIVA PARA
EMPREENDIMENTOS HABITACIONAIS
NA REALIDADE CONTEMPORNEA
Porto Alegre
dezembro 2014
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RODRIGO SILVA KACZYNSKI
SISTEMAS PAREDE DE CONCRETO ARMADO MOLDADA
NO LOCAL: ALTERNATIVA CONSTRUTIVA PARA
EMPREENDIMENTOS HABITACIONAIS
NA REALIDADE CONTEMPORNEA
Trabalho de Diplomao apresentado ao Departamento de
Engenharia Civil da Escola de Engenharia da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, como parte dos requisitos para obteno do
ttulo de Engenheiro Civil
Orientador: Luis Carlos Bonin
Porto Alegre
dezembro 2014
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RODRIGO SILVA KACZYNSKI
SISTEMAS PAREDE DE CONCRETO ARMADO MOLDADA
NO LOCAL: ALTERNATIVA CONSTRUTIVA PARA
EMPREENDIMENTOS HABITACIONAIS
NA REALIDADE CONTEMPORNEA
Este Trabalho de Diplomao foi julgado adequado como pr-requisito para a obteno do
ttulo de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo Professor Orientador e
pela Coordenadora da disciplina Trabalho de Diplomao Engenharia Civil II (ENG01040) da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Porto Alegre, 1 de dezembro de 2014
Prof. Luis Carlos Bonin
Mestre pelo PPGEC/UFRGS
Orientador
Profa. Carin Maria Schmitt
Dra. pelo PPGA/UFRGS
Coordenadora
BANCA EXAMINADORA
Nei Ricardo Vaske
Dr. pelo PPGEC/UFRGS
Anderson Augusto Muller
Mestre pelo PPGEC/UFRGS
Luis Carlos Bonin
Mestre pelo PPGEC/UFRGS
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Dedico este trabalho a meus pais, Neide e Fernando, que
sempre me apoiaram e, especialmente durante o perodo
do meu Curso de Graduao, estiveram ao meu lado.
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AGRADECIMENTOS
Agradeo ao Prof. Luis Carlos Bonin, orientador deste trabalho, por clarear minhas ideias e
direcion-las para serem transformadas em conhecimento para o desenvolvimento do trabalho
durante os inmeros encontros e conversas.
Agradeo ao Engenheiro da empresa citada na entrevista constante do meu trabalho pela
disponibilidade em me receber e esclarecer minhas dvidas.
Agradeo a Profa. Carin Maria Schmitt pelas sempre prestativas orientaes.
Agradeo a minha me, Neide Pirillo Silva, que incentivou meus estudos durante todas as
fases da minha vida e me deu suporte para seguir minhas escolhas por mais diversas que
tenham sido at encontrar o caminho da graduao.
Agradeo ao meu pai, Fernando Kaczynski, pela inspirao de seguir a profisso de
Engenheiro Civil, mostrando ao longo da graduao as melhores maneiras de solucionar os
problemas encontrados diariamente no trabalho.
Agradeo a minha noiva, Brbara de Sampaio dos Santos, por me incentivar a finalizar meu
curso para seguirmos juntos uma nova etapa das nossas vidas.
Agradeo a minha av, Marlene Pirillo Silva, e minha madrinha, Deise Pirillo Silva, que
sempre estiveram presentes na minha vida me apoiando em todos os momentos.
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Os que se encantam com a prtica sem a cincia so como
os timoneiros que entram no navio sem timo nem
bssola, nunca tendo certeza do seu destino.
Leonardo da Vinci
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RESUMO
A construo civil representa uma parcela importante da economia do Brasil, principalmente
durante este perodo, em que o Governo Federal, por meio do programa habitacional Minha
Casa, Minha Vida, incentiva o setor a investir em um mercado que atenda populao de
baixa renda. Nos empreendimentos imobilirios voltados para habitaes de interesse social
h uma margem pequena entre custos e preos de venda, da o interesse de empresas da
construo civil em introduzir em suas obras mtodos construtivos baseados nos conceitos de
industrializao na construo visando a racionalizao do processo construtivo. Atentando a
este cenrio, o presente trabalho aborda os sistemas parede de concreto armado moldada no
local, fazendo uma descrio detalhada deles e suas variaes, salientando oportunidades de
utilizao bem como restries e dificuldades que se apresentam ao longo da execuo desses
sistemas nesse tipo de empreendimento. A partir da reviso da literatura so identificadas as
vantagens e desvantagens referentes tanto industrializao na construo, quanto aos
sistemas parede de concreto armado moldadas no local. realizada uma entrevista com um
agente executor do sistema para que seja expressa sua experincia prtica em relao aos
sistemas. Em seguida, apresentada uma descrio comparativa entre o que se encontra na
literatura e a vivncia e opinio do entrevistado. Por fim, baseado no estudo realizado, so
feitas consideraes que demonstram a viabilidade de se implementar os sistemas parede de
concreto armado moldada no local em obras habitacionais na realidade contempornea.
Palavras-chave: Parede de Concreto Armado Moldada no Local.
Industrializao na Construo. Habitao de Interesse Social.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Diagrama de relao das etapas da pesquisa ...................................................
Figura 2 Casas executadas com o sistema parede de concreto armado moldada no local ....................................................................................................................
Figura 3 Armaduras posicionadas conforme projeto ....................................................
Figura 4 Instalaes hidrulicas ....................................................................................
Figura 5 Instalaes eltricas ........................................................................................
Figura 6 Frmas metlicas ............................................................................................
Figura 7 Frmas plsticas ..............................................................................................
Figura 8 Aplicao do concreto ....................................................................................
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28
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Comparativo dos sistemas de frmas ............................................................ 31
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SUMRIO
1 INTRODUO ........................................................................................................... 11
2 DIRETRIZES DA PESQUISA .................................................................................. 13
2.1 QUESTO DE PESQUISA ....................................................................................... 13
2.2 OBJETIVOS DA PESQUISA .................................................................................... 13
2.2.1 Objetivo principal ................................................................................................. 13
2.2.2 Objetivos secundrios ........................................................................................... 13
2.3 PREMISSA ................................................................................................................ 14
2.4 DELIMITAO ........................................................................................................ 14
2.5 LIMITAO ............................................................................................................. 14
2.6 DELINEAMENTO .................................................................................................... 14
3 INDUSTRIALIZAO NA CONSTRUO .......................................................... 17
4 DESCRIO DOS SISTEMAS PAREDE DE CONCRETO ARMADO
MOLDADA NO LOCAL ..........................................................................................
22
4.1 INTRODUO AOS SISTEMAS PAREDE DE CONCRETO ARMADO
MOLDADA NO LOCAL ..........................................................................................
22
4.2 DESCRIO DOS MATERIAIS ............................................................................. 24
4.2.1 Armaduras ............................................................................................................. 25
4.2.2 Instalaes .............................................................................................................. 27
4.2.3 Frmas .................................................................................................................... 29
4.2.4 Concretos ................................................................................................................ 33
4.2.4.1 Concreto celular (tipo L1) .................................................................................... 35
4.2.4.2 Concreto com alto teor de ar incorporado (tipo M) ............................................. 35
4.2.4.3 Concreto com agregados leves ou com baixa massa especfica (tipo L2) ........... 36
4.2.4.4 Concreto autoadensvel ...................................................................................... 36
5 VANTAGENS E DESVANTAGENS NA IMPLEMENTAO DE UM
SISTEMA PAREDE DE CONCRETO ARMADO MOLDADA NO LOCAL ...
39
5.1 QUANTO INDUSTRIALIZAO NA CONSTRUO .................................... 39
5.2 QUANTO AOS SISTEMAS PAREDE DE CONCRETO ARMADO MOLDADA
NO LOCAL .................................................................................................................
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6 ENTREVISTA COM UM AGENTE EXECUTOR DO SISTEMA ....................... 49
6.1 MTODO DA ENTREVISTA .................................................................................. 49
6.2 A ENTREVISTA........................................................................................................ 50
6.3 ANLISE CONCLUSIVA ........................................................................................ 53
7 CONSIDERAES FINAIS ..................................................................................... 56
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REFERNCIAS ............................................................................................................... 58
APNDICE ...................................................................................................................... 60
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Sistemas Parede de Concreto Armado Moldada no Local: alternativa construtiva para empreendimentos
habitacionais na realidade contempornea.
1 INTRODUO
A construo civil exerce um papel importante na economia do Pas, principalmente nos
ltimos anos em que o Governo Federal do Brasil incentiva o setor a investir no mercado de
habitaes de interesse social para suprir um dficit de moradia da populao de baixa renda.
O programa habitacional Minha Casa, Minha Vida foi implementado no Brasil em 2009 com
o objetivo de sanar tamanha demanda que crescia no Brasil por moradia prpria. Empresas
construtoras e incorporadoras viram grande oportunidade de ampliao de seus negcios com
o incentivo do Governo, que garantia no somente o financiamento das obras pela Caixa
Econmica Federal, mas tambm o financiamento aos compradores dos imveis.
Os empreendimentos de interesse social comearam a tomar propores cada vez maiores,
porm s so realizadas as obras aps uma ampla anlise que comprove a sua viabilidade.
Inmeras vezes projetos no se tornam viveis devido pequena margem de lucro que h
entre o custo da execuo e o valor de venda do imvel pronto. Em imveis destinados
habitao de interesse social, o incorporador do empreendimento no pode extrapolar o valor
de venda estipulado pelos agentes financiadores da compra, mas buscar o seu lucro na
reduo dos custos ou dos prazos, sem que isso comprometa a qualidade dos imveis.
Surgem, ento, como alternativa de viabilizao do projeto, mtodos construtivos que buscam
contemplar tais condies, dentre eles os sistemas parede de concreto armado moldada no
local.
Presentes no Brasil desde a dcada de 1980, os sistemas finalmente esto se consolidando
como uma alternativa vivel graas ao empenho das empresas na busca da normatizao.
Desde 1992, existem Normas Tcnicas referentes execuo de paredes de concreto celular
moldadas no local. Em junho de 2010, foi publicada a Diretriz Sinat (Sistema Nacional de
Avaliao Tcnica) n. 001 para avaliao tcnica de sistemas construtivos em paredes de
concreto armado moldadas no local (BRASIL, 2010). Em abril de 2012, foi publicada a NBR
16055 Parede de Concreto Moldada no Local para a Construo de Edificaes Requisitos
e Procedimentos (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2012). Com
todo esse suporte tcnico, cada vez mais construtores esto optando por mtodos construtivos
alternativos para construo de obras no mbito social, com retorno financeiro.
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Rodrigo Silva Kaczynski. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2014
O presente trabalho, sobre os sistemas parede de concreto armado moldada no local, objetiva
avaliar as oportunidades e as restries dos sistemas. Por primeiro, neste trabalho
apresentada a definio de industrializao na construo, onde diversos conceitos so
abordados para se ter um embasamento terico dos objetivos a serem alcanados quando se
implementa um sistema nesses moldes. Em seguida, so descritos os sistemas e demonstradas
suas variaes em relao s armaduras, s instalaes, s frmas e aos concretos. A
identificao das vantagens e das desvantagens apontadas por incentivadores dos sistemas -
grupo constitudo por fornecedores de materiais, Associao Brasileira de Cimento Portland,
Associao Brasileira de Servios de Concretagem e Instituto Brasileiro de Telas Soldadas -,
objetivo secundrio do trabalho, sinalizada no captulo seguinte. As oportunidades e as
restries so conferidas em entrevista realizada com um agente executor dos sistemas,
seguidas de anlise comparativa. Por fim, com base nesse material, apresentado um captulo
com consideraes finais.
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Sistemas Parede de Concreto Armado Moldada no Local: alternativa construtiva para empreendimentos
habitacionais na realidade contempornea.
2 DIRETRIZES DA PESQUISA
As diretrizes para desenvolvimento do trabalho so descritas nos prximos itens.
2.1 QUESTO DE PESQUISA
A questo de pesquisa do trabalho : quais as caractersticas do sistema parede de concreto
armado moldada no local em empreendimentos habitacionais na realidade contempornea que
confirmam a sua viabilidade tcnica?
2.2 OBJETIVOS DA PESQUISA
Os objetivos da pesquisa esto classificados em principal e secundrios e so descritos a
seguir.
2.2.1 Objetivo principal
O objetivo principal do trabalho a identificao das oportunidades e das restries dos
sistemas parede de concreto armado moldada no local quando implementados em obras
habitacionais na realidade contempornea.
2.2.2 Objetivos secundrios
Os objetivos secundrios do trabalho so:
a) descrio dos sistemas parede de concreto armado moldado no local;
b) identificao das vantagens e das desvantagens na implementao dos sistemas
do ponto de vista dos agentes incentivadores;
c) avaliao de um interveniente das oportunidades e das restries sobre as
vantagens e as desvantagens apontadas pelos incentivadores dos sistemas.
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2.3 PREMISSA
O trabalho tem por premissa que muitos construtores no optam pela utilizao de mtodos
construtivos racionalizados em empreendimentos habitacionais por falta de conhecimento da
sua viabilidade tcnica.
2.4 DELIMITAO
O trabalho delimita-se aplicao dos sistemas parede de concreto armado moldada no local
no Estado do Rio Grande do Sul.
2.5 LIMITAO
limitao do trabalho uma entrevista com um agente executor do sistema parede de
concreto armado moldada no local.
2.6 DELINEAMENTO
O trabalho foi realizado atravs das etapas apresentadas a seguir, representadas na figura 1 e
descritas nos prximos pargrafos:
a) pesquisa bibliogrfica;
b) definio de industrializao na construo e desenvolvimento de suas
caractersticas;
c) descrio dos sistemas parede de concreto armado moldada no local;
d) apresentao das vantagens e desvantagens dos sistemas do ponto de vista dos
agentes incentivadores;
e) formulao de roteiro de questionamentos para o agente executor do sistema;
f) entrevista com o agente executor do sistema;
g) identificao de oportunidades e restries pela anlise das respostas
apresentadas;
h) consideraes finais.
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Sistemas Parede de Concreto Armado Moldada no Local: alternativa construtiva para empreendimentos
habitacionais na realidade contempornea.
Figura 1 Diagrama de relao das etapas da pesquisa
(fonte: elaborado pelo autor)
A primeira etapa do trabalho, reviso bibliogrfica, mantm-se paralela s etapas seguintes,
pois foi por meio dessa que foram adquiridas as informaes necessrias para a elaborao de
alguns conceitos explicitados nas etapas subsequentes. Buscou-se pela reviso bibliogrfica
formar a definio de industrializao na construo e descrever suas caractersticas. Cada
uma das definies demanda uma srie de opinies de autores diversos para que a compilao
das ideias se tornasse til para o escopo deste trabalho. A descrio detalhada dos sistemas
parede de concreto armado moldada no local e a apresentao dos componentes e requisitos
para que o sistema seja executado segundo orientaes normatizadas foram expostas em etapa
posterior.
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Rodrigo Silva Kaczynski. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2014
Em seguida, buscou-se na literatura as vantagens e desvantagens de se implementar os
sistemas parede de concreto armado moldadas no local referentes industrializao na
construo, bem como as vantagens e desvantagens apontadas pelos agentes incentivadores
quanto aos sistemas. Essa etapa resultou em um embasamento terico que posteriormente
fosse conferido junto a um agente executor com amplo conhecimento sobre o assunto.
Aps a formulao dos conceitos imprescindveis para a compreenso do trabalho, foi
elaborado um roteiro bsico de questionamentos a um dos agentes que compem a cadeia do
sistema. Foi escolhida uma empresa da construo civil que utiliza os sistemas em
empreendimentos habitacionais no Estado do Rio Grande do Sul. A aplicao dos
questionamentos foi dirigida ao agente executor do sistema por meio de entrevista individual,
semiestruturada, com perguntas abertas.
As etapas finais do trabalho consistem na anlise das respostas do entrevistado e na
identificao dos pontos nos quais a literatura e o entrevistado concordam ou discordam. A
anlise dessas respostas identifica as oportunidades e as restries de implementar os sistemas
parede de concreto armado moldada no local, servindo como base para a definio das
caractersticas que confirmem sua viabilidade tcnica.
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Sistemas Parede de Concreto Armado Moldada no Local: alternativa construtiva para empreendimentos
habitacionais na realidade contempornea.
3 INDUSTRIALIZAO NA CONSTRUO
O presente captulo consiste na compilao de opinies de autores distintos com o propsito
de serem formuladas definies para o contexto deste trabalho. Parte-se das definies de
industrializao na construo e, aps, so abordados diversos conceitos diretamente
relacionados a este tema.
Se se comparar a indstria da construo civil com a indstria automobilstica, paradigma de
cadeia de montagem de uma produo industrial, percebe-se que [...] a construo
industrializada est longe de ser considerada como um processo industrial. (DUARTE, 1982,
p. 5). O que ocorre atualmente na construo civil, na maioria dos casos, so pequenas
mudanas em determinadas partes da cadeia produtiva que se assemelham ao processo
industrializado. Algumas etapas da cadeia esto passando por transformaes nos ltimos
anos; antes, prevaleciam os mtodos construtivos tradicionais, em que os operrios de uma
construo eram os responsveis por praticamente todas as etapas, salvo em alguns casos,
como, por exemplo, nas fundaes em que j se utilizava mecanizao.
Essas transformaes so caracterizadas de diversas maneiras, e Ordoez (1974, p. 31,
traduo nossa) rene algumas definies de autores em relao ao que cada um considera
industrializao na rea da construo:
a) Atelier dUrbanisme et dArquitecture. Paris: A industrializao da habitao no outra coisa que a mecanizao do projeto de construo em srie;
b) Gerard Blachre. Diretor do C.S.T.B.: Industrializao = Racionalizao + Mecanizao + Automao;
c) Fernando Cassinello. Arquiteto: Industrializar por a disposio da produo todos os avanos da tcnica atual;
d) Instituto Eduardo Torroja de la Construccin y del Cemento: Industrializao da construo o emprego de forma racional e mecanizada de materiais, meios de
transporte e tcnicas construtivas para conseguir maior produtividade;
e) Tihamer Koncz. Engenheiro: Industrializao uma tarefa muito ampla que significa que o produto deve ser fabricado e armazenado ignorando por quem vai
ser comprado e onde ser utilizado;
f) Philippe Medelain. Periodista: Industrializao em qualquer setor a mudana de uma forma de fazer artesanal, com ajuda de uma numerosa mo-de-obra
qualificada e de pequena produtividade, de um pequeno nmero de produtos em
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Rodrigo Silva Kaczynski. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2014
uma extensa gama de modelos, fabricao, com ajuda de uma mo-de-obra
relativamente pouco numerosa, pouco qualificada e de alta produtividade, de um
grande nmero de produtos em uma reduzida gama de modelos;
g) Ricardo Meregaglia. Arquiteto: Industrializao um fato organizativo, uma mentalidade, significa transformar a empresa de construo de mentalidade
artesanal em uma verdadeira indstria;
h) Joseph Movshin: A industrializao um mtodo produtivo estabelecido sobre processos mecanizados e/ou organizados, de carter repetitivo;
i) Real Instituto de Arquitetos da Inglaterra: Industrializao consiste em um nmero de atividades coordenadas nos campos: tcnico, econmico e comercial.
A industrializao da construo se define como uma organizao que aplica os melhores mtodos e tcnicas ao processo integral de demanda e projeto, da
fabricao e da construo;
j) Norman Wakefield. Presidente da Rouse-Wates Inc. Columbia: A industrializao da construo se define como integrao total do projeto,
marketing, e montagem em ordem de fazer o melhor uso possvel dos meios e
talentos disponveis.
Apesar de haver inmeras formas de definir a industrializao na construo, podem-se
destacar algumas que so pertinentes ao contexto deste trabalho. Para Lino (2005, p. 63), a
industrializao [...] basicamente consiste em eliminar os aspectos artesanais do processo de
produo e passar a operar com a tica de uma indstria..
Algumas outras definies se tornam teis para a compreenso do propsito deste trabalho.
Mecanizao, racionalizao, coordenao modular, avanos tecnolgicos, produtividade,
padronizao e gesto de processos so os temas abordados nos prximos pargrafos.
Autores, como Bender (1976), abordam os receios da classe operria perante a mecanizao,
salientando que muitos trabalhadores so contra a evoluo dos mtodos construtivos e a
industrializao na construo por meio da mecanizao por temerem que suas funes
deixaro de ser importantes a partir do momento em que mquinas forem introduzidas. Esse
pensamento primitivo e contra a evoluo da indstria construtiva, pois jamais uma mquina
ser criada sem a interveno humana e tambm no operar sem o controle de pessoas,
apesar de ser comprovado que a aplicao de mecanizao reduz a necessidade de um grande
nmero de profissionais qualificados. A consequncia disso, segundo Lino (2005, p. 64),
[...] a reduo significativa de mo de obra desqualificada da obra e uma maior preocupao
em capacitar e treinar adequadamente os operrios que trabalham nos canteiros.. Ainda
conforme o mesmo autor [...] os funcionrios passaram a ser tratados com dignidade, com
condies de higiene e limpeza em padres de indstria de outros segmentos que no da
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Sistemas Parede de Concreto Armado Moldada no Local: alternativa construtiva para empreendimentos
habitacionais na realidade contempornea.
Construo Civil, e foram preparados para ter maior responsabilidade com a prpria
segurana..
Destacado por Ceotto (2005, p. 88-89) como a fase da racionalizao das construes, o
perodo entre os anos de 1987 e 1997 teve como caracterstica o foco na melhoria das prticas
utilizadas at ento, e no no desenvolvimento de novas tecnologias. Surgiu nessa poca a
ideia de retirar do canteiro de obras as atividades que pudessem ter algum tipo de escala de
produo, deixando assim de serem dependentes dos fatores climticos, promovendo as [...]
centrais de produo ou canteiros centrais de obras, que se constituram nas primeiras
fbricas de componentes que preencheram as lacunas de um mercado fornecedor muito
pouco desenvolvido para a poca..
Diretamente relacionada com a racionalizao est a questo do desperdcio. Segundo Ceotto
(2005, p. 91), muitos no davam importncia ao fato de que eram gerados entulhos nas obras
devido a quebradeiras para acomodar as interferncias entre os elementos construtivos, e isso
representava, aparentemente, 2% do custo total da obra. Mas alguns se deram conta de que
existia uma grande quantidade de material desperdiado dentro da obra, [...] nas grandes
espessuras de argamassa nas fachadas e paredes internas, nos contrapisos das lajes e nas
espessuras a mais de concreto, em quantidades de ao e cimento desnecessrias, etc..
Quantificando os desperdcios aparentes aos incorporados nas edificaes, chegava-se a
valores na ordem de 5 a 10% do custo total da obra. E isso no era tudo, pois ainda no havia
sido computado o valor gasto em mo de obra para executar tais tarefas desnecessrias. Aps
a introduo do processo de racionalizao e centralizao da produo, notou-se que a
economia, em tempo gasto com produo arcaica e no racionalizada, chegou ordem de
100%. O mesmo autor conclui que, transformada em custo e somada com os desperdcios em
materiais, a porcentagem do custo total desperdiada na obra somente em funo da
racionalizao do processo chegava entre 30 e 40%, dando origem ao [...] famoso dito que a
construo civil desperdia 1 edifcio a cada 3 que constri..
Decorrentes dos avanos obtidos pela racionalizao, outros itens da produo comearam a
ter maior importncia, como a padronizao e as tolerncias dimensionais. A padronizao
logo deixou de se restringir aos elementos constituintes da edificao e passou a ser vista
como uma necessidade no processo construtivo como um todo, pois de nada adiantaria
padronizar e produzir em rpida escala todos os elementos se, na etapa de montagem, no
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houvesse uma forma de ligao entre eles, sendo, ento, perdido o tempo ganho na etapa
anterior (CEOTTO, 2005, p. 90). Este autor, logo em seguida, expe o valor do projeto para
se atingir a produtividade desejada, concluindo que Assim, o projeto executivo, voltado para
a produo, teve sua importncia reconhecida, e nele eram resolvidas todas as interferncias e
definidos os processos de fixao dos diversos componentes centralizados..
Outra forma de pensar em padronizao pela coordenao modular, podendo esta ser de um
elemento, de um conjunto de elementos, ou do projeto como um todo. Greven e Baldaulf
(2007, p. 11-12) destacam a questo da sustentabilidade na medida em que a coordenao
modular prope melhor aproveitamento dos componentes construtivos, reduo do consumo
de matrias primas, de energia e de desperdcios.
Segundo Bender (1976, p. [14], traduo nossa), Do ponto de vista tecnolgico, evidente
que a construo de edifcios poderia se adaptar melhor s condies sociais do nosso tempo
[...], quando grande a quantidade de mtodos e sistemas construtivos. Por haver uma
grande dificuldade em reunir os produtos distintos provenientes de vrios fabricantes da
indstria da construo civil, o mesmo autor indica que se tem Como consequncia deste
sistema arcaico e complexo [que] os preos da construo so elevados, a qualidade baixa e
a produo inadequada..
Blachre (1977) aborda alguns pontos que considera importantes referentes repetio, dentre
eles a repetio do projeto, a repetio da tarefa e a repetio da execuo de uma obra. A
repetio do projeto possvel quando se tem o conhecimento das necessidades dos clientes
ou de uma grande parcela da populao por projetos similares, seja por preferncia ou por
necessidade de moradia a preos acessveis. A repetio do projeto gera o aperfeioamento,
possibilitando alteraes que o faa evoluir em todos os aspectos. A repetio da tarefa pode
tornar-se realmente vantajosa quando se faz uso da mecanizao, caracterizada pela repetio
dos movimentos. Na repetio, duas fases, quando bem entendidas e exploradas, agregam
valores aos processos industrializados. O mesmo autor continua postulando que,
primeiramente, existe a fase do aprendizado, da adaptao, onde quem est se deparando com
uma nova tecnologia tende a ter dificuldades de aplicar um mtodo diferente do qual estava
habituado, provocando uma diminuio do ritmo de produo. J na segunda fase, quando
ultrapassada a fase de adaptao, o ritmo de produo volta a crescer e tende a superar os
prazos que antes eram atingidos com a tecnologia antiga, tornando a atividade mais produtiva.
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Sistemas Parede de Concreto Armado Moldada no Local: alternativa construtiva para empreendimentos
habitacionais na realidade contempornea.
Por fim, Blachre (1977) ainda alega que, cada vez que o ciclo interrompido, h a tendncia
da queda no nvel de produtividade at que os operrios se acostumem com o novo ambiente
que lhes imposto.
Com a industrializao na construo, Gerou-se um novo modelo de gesto organizacional,
onde o engenheiro responsvel pela obra est direcionado para a engenharia propriamente dita
e pela garantia do fluxo de produo. (LINO, 2005, p. 64). Ceotto (2005, p. 97) apresenta a
definio de industrializao sutil como [...] democratizao da tecnologia para todas as
empresas e profissionais do setor, [...]. Tambm noticia que empresas passaram a produzir
elementos construtivos geradores de acelerao da produo e destaca como exemplo
armaduras dobradas e cortadas, que antes s eram possveis de serem executadas em canteiro
de obras, e argamassas nas mais variadas formas, ensacadas, secas ou ensiladas, agora
manuseadas por quem antes s produzia cimento e cal. Salienta a importncia dos custos
inferiores desses produtos comparativamente aos obtidos com mo de obra local. O autor
tambm postula que a introduo da industrializao na construo [...] faz com que o nico
investimento que uma construtora precise realmente fazer no domnio dos processos
gerenciais por parte de suas equipes tecnoadministrativas..
O mesmo autor ainda prope uma mudana na estrutura das empresas da construo civil,
assim como nas suas relaes comerciais, promovendo, dessa forma, uma grande reduo dos
riscos empresariais. A partir do momento em que a construtora descentraliza a produo de
cada uma das inmeras etapas de um processo construtivo contratando pequenas equipes
especializadas, empreiteiras, para executarem as atividades e se responsabilizarem por elas,
torna-se administradora da obra, pensando mais [...] em integrao dos sistemas, em
projetos, em planejamento, na aplicao e gerenciamento de sistemas de qualidade e na
administrao de contratos. (CEOTTO, 2005, p. 100). Quanto mais especializadas forem as
prestadoras de servios, com alta mecanizao e qualificao da mo de obra, menos
operrios e com melhor remunerao seriam necessrios; consequentemente, a qualidade dos
produtos finais aumentaria e os prazos de entrega das etapas diminuiriam. Ainda prope que,
com esse aumento de produtividade, seriam propiciados sistemas de elevada engenharia, de
alta qualidade, gerando produtos de alto desempenho e durabilidade com garantias muito
maiores que as oferecidas regularmente.
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4 DESCRIO DOS SISTEMAS PAREDE DE CONCRETO ARMADO
MOLDADA NO LOCAL
H diversos sistemas construtivos baseados nos conceitos de industrializao, dentre eles os
sistemas em parede de concreto armado moldada no local, os quais so descritos
detalhadamente neste captulo. Primeiramente, so abordadas as caractersticas gerais dos
sistemas e suas relaes com os conceitos de industrializao na construo e, em seguida,
analisados alguns elementos dos sistemas.
4.1 INTRODUO AOS SISTEMAS PAREDE DE CONCRETO ARMADO
MOLDADA NO LOCAL
Os sistemas parede de concreto armado moldada no local possuem como estrutura e vedao
o mesmo elemento, a parede de concreto armado, conforme exemplificado na figura 2
(ASSOCIAO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND et al., 2008). Para a execuo
desse sistema, emprega-se um jogo de frmas onde so inseridas as armaduras e as
instalaes, que devem ser rigorosamente fixadas para no se deslocarem durante a
concretagem. Os mesmos autores indicam a utilizao desses sistemas para obras em grande
escala, onde haja simetria de projeto, para que as frmas sejam reutilizadas o maior nmero
de vezes possvel e destacam ainda outro fator que otimiza a utilizao dos sistemas, que o
ciclo de produo, no qual, a partir de um bom planejamento executivo, com diferentes
equipes de trabalho, possvel que, em apenas um dia, seja concluda a montagem das
armaduras e instalaes, o posicionamento das frmas e a concretagem. As possibilidades das
variveis dos sistemas esto dispostas nos tipos de concretos, nas armaduras e nas frmas
aplicadas.
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Sistemas Parede de Concreto Armado Moldada no Local: alternativa construtiva para empreendimentos
habitacionais na realidade contempornea.
Figura 2 Casas executadas com o sistema parede de concreto armado moldada no local
(fonte: COMUNIDADE DA CONSTRUO, 2014)
Urge, nesse ponto, ser salientado que, ao ser introduzido um novo sistema, alm de se atentar
para a execuo de todas as etapas tcnicas, se deve dispensar um cuidado especial na
transmisso das novas exigncias s equipes de trabalho. Os sistemas em parede de concreto
armado moldada no local tm como uma de suas caractersticas a reduo do nmero de
trabalhadores nos canteiros de obras devido utilizao de elementos pr-fabricados, como
frmas e concretos (SH FRMAS ANDAIMES E ESCORAMENTOS LTDA., 2014). No
entanto, h uma demanda premente por um maior treinamento dos funcionrios para que estes
se tornem aptos a trabalhar segundo as novas especificidades. A partir do momento em que se
introduz uma nova tcnica, um novo material, um novo conceito, deve-se buscar e qualificar
funcionrios disposto a inovar a sua maneira de trabalhar e aceitar as mudanas que lhe forem
propostas (ASSOCIAO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND et al., 2008, p. 15).
Os sistemas parede de concreto armado moldada no local permitem que seja feito um
planejamento completo e detalhado da obra, mas para alcanarem uma racionalizao efetiva,
o planejamento deve abarcar todas as etapas relacionadas obra, desde a concepo do
projeto, o investimento em treinamento da mo de obra, a execuo do projeto, a escolha dos
materiais e um permanente controle de qualidade.
A Associao Brasileira de Cimento Portland et al. (2010) propem algumas recomendaes
para um melhor aproveitamento dos sistemas parede de concreto armado moldada no local em
relao ao desempenho e competitividade. Na fase de projeto, sugerem que o projetista
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adote uma coordenao modular, de preferncia mltiplos de 10 cm, conforme recomendao
da NBR 15873, tanto nas dimenses horizontais, quanto nas dimenses verticais
(ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2010). A Associao Brasileira
de Cimento Portland et al. (2010) ponderam que essa escolha favorece principalmente o
sistema de frmas, pois um mesmo conjunto pode ser reutilizado em inmeras obras. No caso
de multipavimentos, tambm recomendam a previso de eixos de simetria. Salientam que,
com isso, maximiza-se a produtividade e garante-se um ciclo com equipes independentes, de
montagem de frmas, de armao e instalaes e de concretagem.
Outra recomendao da Associao Brasileira de Cimento Portland et al. (2010, p. 33, 35) o
planejamento da sequncia executiva. Referem que [...] deve ser definido e planejado o
encadeamento de cada etapa construtiva. Isso envolver questes de logstica, suprimentos,
acessos, prazos, jogos de frmas, volumes de concreto, equipes, ao e todos os materiais e
recursos envolvidos.. Os mesmos autores ainda abordam a importncia do planejamento em
relao aos suprimentos, que so divididos em compras, entregas e estoques, afirmando que,
Como o sistema de paredes de concreto tem como caractersticas ciclos rpidos, atividades
concatenadas e interdependncia entre etapas, importante que haja uma dinmica de
suprimentos gil e estruturada..
A NBR 16055 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2012, p. 3-4)
especifica requisitos gerais da qualidade da estrutura e do projeto com paredes de concreto:
Todas as paredes de cada ciclo construtivo de uma edificao so moldadas em uma
nica etapa de concretagem, permitindo que, aps a desforma, as paredes j
contenham, em seu interior, vos para portas e janelas, tubulaes ou eletrodutos de
pequeno porte, elementos de fixao para coberturas e outros elementos especficos
quando for o caso.
As instalaes com tubos de grande dimetro no so embutidas nas paredes, mas sim alojadas em shafts, previamente deixados nas paredes, como aberturas.
A deciso quanto ao embutimento ou no das instalaes nas paredes deve ser do
projetista estrutural, de forma a no comprometer o sistema construtivo. Alm disso,
tal deciso deve considerar as exigncias de manutenibilidade das instalaes hidro-
sanitrias e eltricas ao longo da vida til da edificao.
4.2 DESCRIO DOS MATERIAIS
A escolha adequada dos materiais, levando em conta suas caractersticas, assume importncia
para o sucesso da implantao do sistema. Dentre os relevantes esto destacados:
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a) armaduras;
b) instalaes;
c) frmas;
d) concretos.
4.2.1 Armaduras
Segundo Cardo (1981), a ideia da utilizao de armaduras inseridas no concreto data de
1855, mas somente a partir de 1870 que a aplicao do concreto armado se desenvolveu em
pases como Alemanha, ustria e Hungria. O autor ainda postula que a unio do concreto com
a armadura possvel e til devido s seguintes razes:
a) coeficientes de dilatao trmica semelhantes;
b) boa aderncia dos materiais;
c) preservao da armadura quando inserida no concreto.
Largamente utilizado na construo civil, o concreto armado apresenta algumas vantagens
destacadas por Cardo (1981), como a resistncia ao fogo, adaptao aos vrios formatos de
frmas, mnimas despesas com conservao, resistncia aumentada com o tempo, alta
resistncia ao choque e vibraes, execuo rpida, possibilidade de construes higinicas.
Duas desvantagens so levantadas pelo autor, a impossibilidade de modificaes futuras
devido rigidez dos elementos da estrutura e o custo elevado da demolio com um baixo
potencial de aproveitamento do material resultante.
Em relao aos sistemas em parede de concreto armado moldada no local, a NBR 16055
considera fundamental [...] garantir o posicionamento das armaduras e a geometria dos
painis em obedincia ao projeto, especialmente alinhamentos e espessura de paredes, [...] e
O cobrimento especificado para a armadura no projeto deve ser mantido por espaadores e
sempre se refere armadura mais exposta. (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS
TCNICAS, 2012, p. 26). Essa Norma ainda aborda a questo da ancoragem salientando que
A ancoragem entre lajes e vigas ou entre lajes e paredes deve ser executada com a introduo
da armadura da laje na armadura da viga ou parede..
Segundo a Associao Brasileira de Cimento Portland et al. (2008, p. 45):
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A seo mnima de ao das armaduras verticais deve corresponder a no mnimo
0,10% da seo de concreto. Para construes de at dois pavimentos, permite-se a
utilizao de armadura mnima equivalente a 70% desses valores. A seo mnima
de ao das armaduras horizontais deve corresponder a no mnimo 0,15% da seo de
concreto. No caso de paredes com at 6m de comprimento horizontal, permite-se a
utilizao de armadura mnima equivalente a no mnimo 66% destes valores, desde
que se utilizem fibras ou outros materiais que comprovadamente contribuam para
minorar a retrao do concreto. [...]. Respeitada essa condio, as construes de at
dois pavimentos admitem uma armadura mnima de 40% do valor especificado.
A Coletnea de Ativos 2007-2008 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE CIMENTO
PORTLAND et al., 2008, p. 83) expe trs requisitos bsicos das armaduras nos sistemas
parede de concreto armado moldada no local, que so [...] resistir a esforos de flexo-toro
nas paredes, controlar a retrao do concreto e estruturar e fixar as tubulaes de eltrica,
hidrulica e gs.. Tambm destacado pela Coletnea que, dependendo do projeto, [...]
utilizam-se telas soldadas posicionadas no eixo das paredes ou nas duas faces, [...] alm de
barras em pontos especficos, tais como cinta superior nas paredes, vergas, contra-vergas,
etc..
Algumas recomendaes postuladas pela Coletnea de Ativos 2009-2010 (ASSOCIAO
BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND et al., 2010, p. 28) se referem fase de projeto
das armaduras:
a) recomendvel que o projeto estrutural j seja concebido considerando a utilizao
de telas soldadas. A converso do vergalho em telas acarreta perda de racionalizao em projeto;
b) procurar utilizar o menor nmero de tipos de tela e tambm o menor nmero
possvel de posies;
c) procurar utilizar telas padro do fornecedor;
d) racionalizar o uso de vergalho quando aplicado a reforos e apoio de montagem;
e) considerar painel inteiro de telas de paredes, mesmo quando houver vos.
prefervel cortar a tela in loco e utilizar a sobra em reforos (prever em projeto);
f) ateno no projeto obedincia das medidas dos vos;
g) identificar a sistematizao de emendas horizontais e verticais.
Em relao etapa de montagem das armaduras, devem-se seguir rigorosamente as
especificaes do projeto estrutural. A Coletnea de Ativos 2007-2008 (ASSOCIAO
BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND et al., 2008) relata que, primeiramente, deve ser
montada e posicionada a armadura principal, de acordo com a figura 3, para que depois sejam
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habitacionais na realidade contempornea.
acrescidas as armaduras de reforo, ancoragem de cantos e cintas, e, finalmente, ento, sejam
colocados os espaadores a fim de garantir o posicionamento das armaduras e instalaes, e a
geometria dos painis.
Figura 3 Armaduras posicionadas conforme projeto
(fonte: CLUBE DO CONCRETO, c2010)
4.2.2 Instalaes
Nos sistemas parede de concreto armado moldada no local, as instalaes hidrulicas, figura
4, e eltricas, figura 5, e os caixilhos de portas e janelas esto inseridos nas paredes, e por isso
deve-se ter uma ateno especial em relao escolha dos materiais constituintes bem como
nos seus posicionamentos dentro das frmas. A Coletnea de Ativos 2007-2008
(ASSOCIAO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND et al., 2008, p. 91) salienta que
uma caracterstica importante do sistema [...] permitir que, aps a desforma, as paredes
contenham, embutidos em seu interior, todos os elementos previstos em projeto, tais como:
caixilhos de portas e janelas, tubulaes eltricas e hidrulicas, fixao de cobertura ou outros
insertos [...].
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Figura 4 Instalaes hidrulicas Figura 5 Instalaes eltricas
(fonte: SISTEMA..., c2009) (fonte: SISTEMA..., c2009 )
A NBR 16055 afirma que no so admitidas tubulaes nos encontros de paredes e que as
tubulaes horizontais s podem estar embutidas nas paredes de concreto em trechos no
estruturais, ocupando at um tero do comprimento da parede e no ultrapassando um metro
de comprimento (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2012, p. 10-
11). Destaca tambm que, desde que sejam atendidas simultaneamente algumas exigncias, as
tubulaes verticais podem estar inseridas nas paredes de concreto:
a) quando a diferena de temperatura no contato entre a tubulao e o concreto
no ultrapassar 15 C;
b) quando a presso interna na tubulao for menor que 0,3 MPa;
c) quando o dimetro mximo for de 50 mm;
d) quando o dimetro da tubulao no ultrapassar 50 % da espessura da parede,
restando espao suficiente para, no mnimo, o cobrimento adotado e a armadura de reforo. Admite-se tubulao com dimetro at 66 % da espessura da parede e
com cobrimentos mnimos, desde que existam telas nos dois lados da tubulao
com comprimento mnimo de 50 cm para cada lado;
e) tubos metlicos no encostem nas armaduras para evitar corroso galvnica.
A Coletnea de Ativos 2007-2008 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE CIMENTO
PORTLAND et al., 2008, p. 92) informa que as redes hidrulica e eltrica seguem uma
mesma sistemtica, na qual:
Os pontos de conexes da rede hidrulica [ou caixas de interruptores, tomadas, luzes
etc. da rede eltrica] devem ser marcados nos painis de frmas de paredes j na
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primeira montagem, assinalando sempre as mesmas posies nas vrias operaes
futuras de execuo das casas ou edifcios.
Nas redes hidrulicas, podem ser utilizados kits hidrulicos que aumentam a produtividade do
servio. Os kits so montados com seus tubos e conexes e testados para prevenir eventuais
vazamentos, e somente depois, inseridos no interior das frmas. Nas redes eltricas, As
caixas de interruptores, tomadas, luzes etc. so fixadas nos painis de frmas de paredes por
meio de gabaritos, de acordo com a posio indicada nos respectivos projetos.
(ASSOCIAO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND et al., 2008, p. 93). Os
eletrodutos devem ser fixados s armaduras previamente concretagem e posicionados dentro
das frmas com espaadores para garantir o recobrimento e o posicionamento. Ainda,
segundo a Associao, as caixas de interruptores, tomadas, luzes, etc. que apresentam vazios
devem ser preenchidas de modo que, durante a concretagem, o concreto no ingresse para
seus interiores.
Em relao aos caixilhos, O procedimento mais recomendado embutir esses elementos nos
painis de frmas [...] (ASSOCIAO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND et al.,
2008, p. 91). Tambm destacam que, como a repetitividade dos projetos uma caracterstica
dos sistemas em parede de concreto armado moldada no local, fundamental que as portas e
janelas sejam posicionadas sempre nos mesmos painis de frmas e, para facilitar a
montagem, recomendam a numerao dos painis e a marcao do posicionamento dos
caixilhos.
4.2.3 Frmas
As frmas utilizadas para execuo de sistemas em parede de concreto armado moldada no
local devem atender aos requisitos que o sistema impe. Alm de as frmas terem que
cumprir suas funes bsicas de conter e moldar o concreto at que este atinja a resistncia
mnima estabelecida em projeto, para ento ser feita a desforma, elas devem possuir uma srie
de qualificaes, como durabilidade, resistncia e leveza, para que o sucesso da aplicao do
sistema seja atingido.
A NBR 16055 descreve que o sistema de frmas compreendido por painis de frmas,
escoramentos, cimbramento, aprumadores e andaimes, incluindo seus apoios, bem como as
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unies entre os diversos elementos. e que deve ser projetado e construdo para: ter resistncia
quando submetido a aes durante o processo de construo; rigidez que assegure que as
tolerncias especificadas sejam satisfeitas e a integridade dos elementos estruturais no seja
afetada; e, estanqueidade e conformidade com a geometria das peas que esto sendo
moldadas (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2012, p. 22).
A Coletnea de Ativos 2007-2008 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE CIMENTO
PORTLAND et al., 2008) informa que os tipos de frmas mais utilizados nos sistemas parede
de concreto armado moldada no local so as:
a) metlicas;
b) metlicas + compensado;
c) plsticas.
A mesma Coletnea de Ativos 2007-2008 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE CIMENTO
PORTLAND et al., 2008, p. 78) descreve cada um dos trs tipos de frmas. As metlicas,
figura 6, So frmas que utilizam quadros e chapas metlicas tanto para estruturao de seus
painis como para dar acabamento pea concretada.; as frmas metlicas + compensado
So compostas por quadros em peas metlicas (ao ou alumnio) e utilizam chapas de
madeira compensada ou material sinttico para dar o acabamento na pea concretada.; e as
frmas plsticas, figura 7, Utilizam quadro e chapas feitas em plstico reciclvel, tanto para a
estruturao de seus painis como para dar acabamento pea concretada, sendo
contraventadas por estruturas metlicas.. A mesma obra ainda apresenta a possibilidade da
utilizao de frmas trepantes para edifcio de mltiplos pavimentos, relatando que:
Nesta modalidade a produtividade da mo de obra alta, pois as frmas,
estruturadas com painis de grandes dimenses e andaimes de servio, j so
transportadas de uma s vez, diminuindo etapas de montagem. Com isso o transporte vertical do conjunto exige necessidade de grua no canteiro.
O quadro 1 um comparativo apresentado por Vaquero y Mayor1 (2008, p. [18] apud
BREDA, 2012) no qual so destacadas vantagens e desvantagens de cada sistema de frmas
apresentada acima.
1 VAQUERO Y MAYOR, A. Parede de Concreto: uma alternativa competitiva. In: SEMINRIO
HABITAO: PAREDES DE CONCRETO, 2008, So Paulo. Anais... So Paulo: Associao Brasileira de
Cimento Portland, 2008. No paginado.
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habitacionais na realidade contempornea.
Quadro 1 Comparativo dos sistemas de frmas
Sistema Vantagens Desvantagens
Frmas metlicas Painis durveis Alto custo de aquisio
Equipamentos muito leves Pouca disponibilidade no mercado
Qualidade de prumo e alinhamento Dificuldade de modulao
Bom acabamento superficial Necessidade de capacitao de mo
Rigidez de montagem de obra
Boa estanqueidade
Frmas metlicas + compensado
Equipamentos nacionais tem custo menor Painis mais pesados
Maior durabilidade Necessidade de troca frequente de
Montagem fcil chapas compensadas
Bom acabamento superficial Grande quantidade de peas soltas
Grande disponibilidade
Frmas plsticas Painis leves Dificuldade com prumo e alinhamento
Baixo custo de aquisio Acabamento superficial ruim
Possibilidade de modulao Menor durabilidade
Disponibilidade de locao Poucos fornecedores
(fonte: baseado em VAQUERO Y MAYOR2, 2008, p. [18] apud BREDA, 2012)
Figura 6 Frmas metlicas Figura 7 Frmas plsticas
2 VAQUERO Y MAYOR, A. Parede de Concreto: uma alternativa competitiva. In: SEMINRIO
HABITAO: PAREDES DE CONCRETO, 2008, So Paulo. Anais... So Paulo: Associao Brasileira de
Cimento Portland, 2008. No paginado.
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Rodrigo Silva Kaczynski. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2014
(fonte: A SH..., 2013) (fonte: TECWALL, 2014)
A sequncia de montagem das frmas deve estar em conformidade com o projeto executivo e
pode variar dependendo da tipologia, no entanto a Coletnea de Ativos 2007-2008
(ASSOCIAO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND et al., 2008) apresenta uma
sequncia padro de montagem:
a) nivelamento da laje de piso da fundao ou piso inferior;
b) marcao das linhas de paredes nas fundaes;
c) montagem das armaduras;
d) montagem da rede hidrulica;
e) montagem da rede eltrica;
f) incio do posicionamento dos painis de frmas de paredes;
g) colocao de portas e janelas;
h) colocao dos grampos de fixao entre painis;
i) posicionamento das escoras prumadoras;
j) colocao das ancoragens;
k) fechamento das frmas de paredes.
Alguns cuidados devem ser tomados durante a execuo da montagem. A laje de apoio deve
estar perfeitamente nivelada, evitando, assim, diferena de nveis de topo entre painis, a
montagem dos painis deve seguir rigorosamente o projeto, e importante que haja uma
numerao dos painis para sua identificao e o posicionamento de escoras prumadoras,
permitindo um ajuste milimtrico do prumo das paredes (ASSOCIAO BRASILEIRA DE
CIMENTO PORTLAND et al., 2008).
Em relao desforma, a Coletnea de Ativos (ASSOCIAO BRASILEIRA DE
CIMENTO PORTLAND et al., 2008, p. 82) apresenta alguns procedimentos a serem
executados. A desforma deve ser realizada somente aps o concreto atingir a elasticidade e a
resistncia previstas no projeto, a retirada dos escoramentos e das frmas deve ser feita sem
choques para que no haja fissuras na parede devido s aes mecnicas. Orienta que, em
seguida, seja executada a limpeza da camada de argamassa que eventualmente fica
impregnada na superfcie do painel, tomando-se todos os cuidados necessrios para no
danificar essa superfcie, que a responsvel pelo acabamento das paredes, e prolongando a
vida til dos jogos de frmas. Determina, finalmente, que seja aplicado um agente
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Sistemas Parede de Concreto Armado Moldada no Local: alternativa construtiva para empreendimentos
habitacionais na realidade contempornea.
desmoldante antes de iniciar um novo ciclo de montagem e O produto precisa ser adequado a
cada superfcie, evitando-se que o concreto grude na frma e no deixe resduos na superfcie
das paredes, o que comprometeria a aderncia do revestimento final..
4.2.4 Concretos
O concreto um dos componentes fundamentais do sistema e seu uso exige uma srie de
escolhas e cuidados. Petrucci (2005, p. 1) o define como:
[...] um material de construo constitudo por mistura de um aglomerante com um
ou mais materiais inertes e gua. Quando recm misturado, deve oferecer condies
tais de plasticidade que facilitem as operaes de manuseio indispensveis ao
lanamento nas frmas, adquirindo, com o tempo, pelas relaes que ento se
processarem entre aglomerante e gua, coeso e resistncia.
A Associao Brasileira de Cimento Portland et al. (2008, p. 84) postulam que os concretos
dosados em centrais e fornecidos com caminho betoneira tornam a produo mais eficiente,
alm de garantir [...] melhores controles de: qualidade de agregados, medidas em peso,
preciso de volumes, garantia da concreteira quanto ao desempenho do concreto recebido
etc..
A NBR 16055 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2012, p. 6)
constata que a especificao do concreto para o sistema construtivo deve estabelecer:
a) resistncia compresso para desforma, compatvel com o ciclo de concretagem;
b) resistncia compresso caracterstica aos 28 dias (fck);
c) classe de agressividade do local de implantao da estrutura, conforme a ABNT
NBR 126553;
d) trabalhabilidade, medida pelo abatimento do tronco de cone (ABNT NBR NM
674) ou pelo espalhamento do concreto (ABNT NBR 15823-25).
3 ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 12655: concreto de cimento portland
preparo, controle e recebimento procedimento. Rio de Janeiro, 2006.
4 ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR NM 67: concreto determinao da consistncia pelo abatimento do tronco de cone. Rio de Janeiro, 1996.
5 ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 15823-2: concreto autoadensvel parte 2: determinao do espalhamento e do tempo de escoamento mtodo do cone de Abrams. Rio de Janeiro, 2010.
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A mesma NBR 16055 tambm faz referncia ao uso de aditivos qumicos desde que no
sejam propensos a atacar quimicamente as armaduras e ao fato de que devem estar em
conformidade com as Normas Brasileiras especficas: NBR 11768 (ASSOCIAO
BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 20116 apud ASSOCIAO BRASILEIRA DE
NORMAS TCNICAS, 2012) e NBR 12655 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS
TCNICAS, 20067 apud ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2012).
Petrucci (2005, p. 1) define aditivo como sendo [...] algum outro constituinte destinado a
melhorar ou conferir propriedades especiais ao conjunto [...].
de suma importncia para o sucesso da aplicao, conforme ilustrada na figura 8, que sejam
seguidas as especificaes estabelecidas para o uso do concreto, principalmente na etapa de
concretagem. Nos painis que constituem as frmas de grandes dimenses verticais, so
inseridas as armaduras e as instalaes, o que implica uma grande densidade de materiais
dentro de uma pequena espessura a ser concretada. Portanto, pode ser concludo que a adoo
de concretos com boa trabalhabilidade para esse sistema altamente recomendvel, pois,
alm da capacidade de preencher as frmas nas suas totalidades, esses materiais no
apresentam segregaes e ainda proporcionam um bom acabamento da superfcie
(ASSOCIAO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND et al., 2008).
Figura 8 Aplicao do concreto
(fonte: COMUNIDADE DA CONSTRUO, 2014)
6 ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 11768: aditivos qumicos para concreto de
cimento portland requisitos. Rio de Janeiro, 2011.
7 ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 12655: concreto de cimento portland preparo, controle e recebimento procedimento. Rio de Janeiro, 2006.
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habitacionais na realidade contempornea.
A Associao Brasileira de Cimento Portland et al. (2008) recomendam, alm do concreto
convencional, quatro outros tipos de concretos para serem utilizados nos sistemas parede de
concreto armado moldada no local, sendo eles:
a) celular (tipo L1);
b) com alto teor de ar incorporado (tipo M);
c) com agregados leves ou com baixa massa especfica (tipo L2);
d) autoadensvel.
4.2.4.1 Concreto celular (tipo L1)
A Coletnea de Ativos 2007-2008 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE CIMENTO
PORTLAND et al., 2008) afirma que o concreto do tipo L1 denominado celular porque
possui na sua composio uma grande quantidade de bolhas de gs. Esse gs incorporado
massa do concreto pela adio de uma espuma capaz de gerar as bolhas, logo antes da
concretagem. O manuseio deste material exige o seu lanamento nas frmas em at 30
minutos depois de concludo o processo da mistura. Destacam-se como [...] principais
caractersticas [do concreto tipo L1] a baixa massa especfica e o bom desempenho trmico e
acstico [...] (ASSOCIAO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND et al., 2008, p.
137). A mesma Coletnea ainda relata que, em contrapartida, por possurem uma resistncia
mnima de apenas 4 MPa, o seu uso mais comumente destinado para estruturas de at dois
pavimentos e que este material pode ser utilizados em estruturas de multipavimentos desde
que especificadas as resistncias superiores mnima indicada.
Em publicao sobre concreto celular, alega-se que [...] a densidade aparente do material
de aproximadamente 1.800 kg/m. e, em relao resistncia compresso, que ele pode
alcanar os 15 MPa quando estiver incorporado brita no material (ALTERNATIVAS..., 2008,
p. 149). H o destaque na mesma publicao de que no necessrio o emprego do agregado
grado ou brita na produo desse concreto, mas h a ponderao de que isso acarretaria
reduo da sua resistncia.
Em relao durabilidade das paredes onde so aplicados concretos celulares, A vida til do
projeto vai depender do controle da retrao; da previso e do tratamento de juntas nas
paredes, para evitar fissuras; do tipo de armadura adotado; do cobrimento de concreto da
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armadura de ao e da proteo aplicada sobre a parede aps a desforma.
(ALTERNATIVAS..., 2008, p. 150-151).
4.2.4.2 Concreto com alto teor de ar incorporado (tipo M)
A Associao Brasileira de Cimento Portland et al. (2008) postulam que, assim como nos
concretos celulares, os concretos com alto teor de ar incorporado tm caractersticas termo
acsticas e mecnicas como principais caractersticas. O uso deste tipo de concreto tambm
recomendado, segundo essa Associao, para habitaes com at dois pavimentos desde que a
resistncia mnima especificada seja igual a 6 MPa.
A Associao Brasileira de Cimento Portland et al. (2008) definem a porcentagem mxima de
ar incorporado no valor de 9%. Petrucci (2005), no entanto, afirma que, quando o ar
incorporado massa propositadamente, esse atinge em mdia 3 a 6% do total da massa.
A grande vantagem da aplicao dos concretos com alto teor de ar incorporado nos sistemas
parede de concreto armada moldada no local est na melhora da sua plasticidade e
trabalhabilidade quando em estado fresco. Petrucci (2005, p. 241) relata que As bolhas de ar
incorporado ao concreto atuam como um agregado fino adicional, que possui coeficiente de
atrito nulo em relao aos gros rgidos vizinhos. Deste modo o ar melhora a plasticidade e a
trabalhabilidade do concreto fresco..
4.2.4.3 Concreto com agregados leves ou com baixa massa especfica (tipo L2)
Petrucci (2005, p. 228) declara que os concretos leves destacam-se em relao aos tradicionais
por possurem uma menor massa especfica aparente. Enquanto os concretos comuns possuem
massas especficas na ordem de 2.300 a 2.500 kg/m, os concretos leves admitem como valor
mximo de peso especfico 2.000 kg/m. Constata que Estes concretos possuem
caractersticas importantes em construes: baixo peso prprio e elevado isolamento trmico,
melhorando a segunda propriedade com a diminuio da primeira, isto , com o acrscimo de
porosidade..
Ainda segundo Petrucci (2005), a reduo do peso do concreto pode ser obtida por processos
distintos que formam trs tipos de concretos:
a) porosos, celulares ou aerados;
b) sem finos;
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Sistemas Parede de Concreto Armado Moldada no Local: alternativa construtiva para empreendimentos
habitacionais na realidade contempornea.
c) com agregados leves.
Dentre os trs tipos supracitados, os nicos recomendados para aplicao em sistemas de
concreto armado moldada no local so os concretos celulares, j descritos anteriormente, e os
concretos com agregados leves (ASSOCIAO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND
et al., 2008). Os concretos com agregados leves diferenciam-se dos celulares devido ao fato
de que as clulas de ar esto inseridas nos agregados e no mais na massa. Os agregados
podem ser encontrados na natureza ou produzidos, quase sempre a partir de resduo industrial
(PETRUCCI, 2005).
Apesar de haver algumas opes de agregados leves para compor o concreto leve, h a
recomendao de apenas ser utilizada argila expandida, pela alegao de que esta a nica
capaz de atingir uma resistncia necessria para aplicao em edificaes (ASSOCIAO
BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND et al., 2008). Petrucci (2005) afirma que as
argilas expandidas so obtidas aps um rpido aquecimento temperatura de 1.000 a 1.200
C, desenvolvendo gases que ficam aprisionados na sua estrutura e que, aps o aquecimento,
ela pode ser britada e classificada para ser utilizada como agregado leve.
A resistncia mnima compresso dos concretos com agregados leves a serem utilizados nos
sistemas parede de concreto armado moldada no local da ordem de 20 MPa. Sua massa
especfica varia de 1.500 a 1.800 kg/m (ASSOCIAO BRASILEIRA DE CIMENTO
PORTLAND et al., 2008).
4.2.4.4 Concreto autoadensvel
Como principal caracterstica do concreto autoadensvel, pode ser destacado que A
autoadensabilidade do concreto no estado fresco descrita como a habilidade de todo o
material preencher espaos e envolver as barras de ao e outros obstculos, atravs,
exclusivamente, da ao da fora da gravidade, mantendo uma homogeneidade adequada.
(BOSILJKOV, 2003, p. 1279, traduo nossa). De acordo com a European Federation for
Specialist Construction Chemicals and Concrete Systems (2002, traduo nossa), um concreto
s considerado autoadensvel se trs propriedades forem alcanadas: fluidez, coeso
necessria para que a mistura escoe intacta entre barras de ao ou habilidade passante, e
resistncia segregao.
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A Associao Brasileira de Cimento Portland et al. (2008, p. 137) destacam dois atributos ao
concreto autoadensvel como relevantes, [...] sua aplicao muito rpida, feita por
bombeamento, e a mistura extremamente plstica, dispensando o uso de vibradores..
Tambm salientam que a obteno da elevada plasticidade do concreto quando em estado
fresco se d devido adio na obra de um aditivo superplastificante, que em geral perde seu
efeito em 40 minutos aps sua aplicao massa.
Os concretos autoadensveis so largamente utilizados em sistemas parede de concreto
armada moldada no local podendo ser aplicados em qualquer tipologia. Sua massa especfica
pode variar de 2.000 a 2.800 kg/m e sua resistncia mnima compresso de 20 MPa
(ASSOCIAO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND et al., 2008).
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habitacionais na realidade contempornea.
5 VANTAGENS E DESVANTAGENS NA IMPLEMENTAO DE UM
SISTEMA PAREDE DE CONCRETO ARMADO MOLDADA NO
LOCAL
Este captulo apresenta vantagens e desvantagens na edificao com a utilizao de processos
industrializados, bem como na edificao com um dos sistemas parede de concreto armado
moldada no local para todos os envolvidos no processo. Informaes foram compiladas da
literatura apontadas pelos agentes incentivadores dos sistemas.
5.1 QUANTO INDUSTRIALIZAO NA CONSTRUO
O foco a seguir a identificao das vantagens e desvantagens na execuo de obras
habitacionais na realidade contempornea utilizando a mecanizao, racionalizao,
coordenao modular, produtividade, padronizao e gesto de processos, a partir dos relatos
j apresentados por diversos autores.
Bender (1976) ressalta que a mecanizao pode ser motivo de preocupao para os
trabalhadores da construo civil a partir do momento em que se deparam com a exigncia de
uma maior qualificao para acompanharem a evoluo do sistema, temendo serem
substitudos por mquinas e operadores mais qualificados que as operem. No entanto, a
mecanizao apresenta diversas vantagens para o processo de construo, e Lino (2005)
aponta como consequncia da mecanizao e da qualificao a valorizao dos funcionrios,
o tratamento mais digno, as melhores condies de higiene e a introduo do sentido de
responsabilidades em relao sua segurana. Outros aspectos que ainda podem ser
considerados como vantajosos so as menores variabilidades dimensionais, o aumento nos
ritmos de produo e, ainda, uma rapidez na execuo de operaes repetitivas.
A racionalizao definida por Rosso8 (1980 apud GREVEN; BALDAUF, 2007, p. 34) como
sendo [...] a aplicao mais eficiente de recursos para a obteno de um produto dotado da
maior efetividade possvel.. Entende-se por recursos para execuo de obras habitacionais os
8 ROSSO, T. Racionalizao da Construo. So Paulo: FAUUSP, 1980.
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materiais, a mo de obra, as matrias primas, o tempo, o capital investido e a energia
disponibilizada. Pelo exposto, pode ser concludo que, ao se alcanarem melhores prticas e
utilizao de menos recursos, h a melhora dos processos e das operaes e de reduo de
gastos. Por outro vis, o tempo destinado ao treinamento dos funcionrios antes da insero
do processo racionalizado um fator que no agrega valor construo.
Alm de haver o cuidado com a reduo dos recursos, tambm se deve atentar otimizao de
utiliz-los com os meios disponveis. O aumento da produtividade decorre da reduo de mo
de obra necessria para uma determinada produo com o emprego de trabalhadores e com a
reduo dos tempos ociosos, obtendo-se um maior faturamento em relao ao capital
investido, uma maior quantidade de habitaes produzidas no mesmo perodo, uma maior
quantidade de habitaes produzidas em relao mesma quantidade de operrios, reduzindo
o prazo de entrega das obras habitacionais. O desgaste dos trabalhadores no anseio de
alcanarem as metas propostas, com consequente maior risco de acidentes e menor motivao
ao desempenho, o tempo e o capital investidos para identificar os gargalos da produtividade
so fatores desvantajosos.
5.2 QUANTO AOS SISTEMAS PAREDE DE CONCRETO ARMADO
MOLDADA NO LOCAL
Com o foco agora voltado para os sistemas parede de concreto armado moldada no local, so
apontadas as vantagens e desvantagens dos sistemas de uma maneira geral em comparao
aos sistemas mais tradicionais. Tambm so revistas caractersticas que diferenciam cada
sistema e comparadas suas variaes.
As caractersticas apresentadas pelo fornecedor de frmas SH (SH FRMAS ANDAIMES E
ESCORAMENTOS LTDA., 2014), expostas a seguir, so apontadas como vantagens
alcanadas ao se introduzir de forma satisfatria o sistema parede de concreto armado
moldada no local:
a) racionalizao do processo construtivo;
b) desempenho da funo estrutural e de vedao de forma simultnea;
c) atendimento Norma de Desempenho NBR 15575 quanto s especificaes
trmicas e acsticas;
d) segurana em caso de incndio;
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Sistemas Parede de Concreto Armado Moldada no Local: alternativa construtiva para empreendimentos
habitacionais na realidade contempornea.
e) reduo o desperdcio de materiais e gerao de entulhos;
f) agilizao do cronograma;
g) boa aparncia, necessitando apenas de acabamento bsico;
h) reduo da mo de obra;
i) melhor controle do processo;
j) reduo dos imprevistos;
k) maior controle de qualidade;
l) reduo de etapas do processo;
m) reduo de materiais empregados;
n) economicamente vivel e acessvel em todo o pas;
o) utilizao tanto para casas como para prdios.
A Coletnea de Ativos 2007-2008 afirma que O controle exercido durante todo o processo
executivo, do projeto entrega da obra, o atributo mais visvel do sistema [parede de
concreto] e o grande responsvel pelos ganhos de qualidade final, produtividade e prazo de
realizao.. Um dos benefcios ao se optar pelos sistemas parede de concreto armado est na
velocidade de execuo de uma parede ou de um conjunto de paredes quando comparados
alvenaria (ASSOCIAO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND et al., 2008, p. 15).
Porm, para que sejam alcanadas as vantagens da produo em alta escala, devem ser
obedecidas todas as etapas dos processos que permitam com que a execuo das paredes seja
realizada dentro dos prazos almejados, que, no caso, pode chegar concretagem de um
conjunto de paredes por dia.
A Coletnea de Ativos 2007-2008 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE CIMENTO
PORTLAND et al., 2008, p. 11) destaca aspectos importantes para que o empreendedor opte
pelo sistema em questo em sua obra:
a) a competitividade para o negcio, admitida pela maior produtividade e pela
relao custo x benefcio do sistema;
b) segurana em todos os nveis (normativa, operacional, comercial);
c) desempenho tcnico, determinado pela existncia de produtos com alta tecnologia
e uma longa histria de evoluo;
d) qualidade final garantida por materiais normalizados e por controle tecnolgico.
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A mesma Coletnea de Ativos 2007-2008 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE CIMENTO
PORTLAND et al., 2008, p. 15) fornece dados do motivo pelo qual cada um dos itens
supracitados traz benefcios ao empreendedor.
Primeiramente, em relao maior produtividade e melhor relao custo-benefcio, afirmam
os autores da Coletnea que, por ser um sistema racionalizado, possvel fazer um
planejamento completo e detalhado da obra e tambm ser reduzida a quantidade de
trabalhadores no canteiro de obras devido diminuio das atividades artesanais e das
improvisaes, ou seja, Com mo de obra qualificada e maior produo em menos tempo,
aumentam as margens do negcio..
Em seguida, a mesma Coletnea faz o destaque para o item de segurana nos nveis
normativos, operacionais e comerciais. O construtor assegurado e respaldado pelas normas
tcnicas, pois utiliza materiais industrializados sujeitos a controles especficos. Os operrios
contam com equipamentos que privilegiam sua segurana, devido ao sistema ser
racionalizado. O processo executivo incorpora, por exemplo, andaimes e guarda-corpos
integrados aos painis de frmas [...] Por fim, a sistematizao do processo garante o
cumprimento do cronograma fsico-financeiro [...], proporcionando ao empreendedor a
segurana comercial.
Por possuir como caractersticas alta resistncia e durabilidade, o concreto oferece uma [...]
soluo segura e adequada s necessidades do construtor brasileiro [...]. Diferentes tipos de
concretos foram testados e aprovados no rigor da Norma de Desempenho ABNT NBR
155759, levando em considerao itens como desempenho trmico, acstico, resistncia a
impacto e permeabilidade da superfcie (ASSOCIAO BRASILEIRA DE CIMENTO
PORTLAND et al., 2008, p. 15).
Por fim, a Coletnea de Ativos 2007-2008 ainda relata que:
A qualidade final de uma obra est diretamente ligada aos materiais utilizados, aos
mtodos de execuo e ao controle tecnolgico que se faz, desde a produo dos
insumos at sua aplicao. No sistema parede de concreto, a qualidade garantida pelo uso de:
a) frmas com grande preciso dimensional;
9 ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 15575: edificaes habitacionais
desempenho. Rio de Janeiro, 2013.
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b) materiais com produo controlada (concreto, ao e tela);
c) atividades planejadas e no-artesanais, potencializando a produo dentro dos
requisitos de qualidade estabelecidos.
Quanto ao item projeto, uma vantagem que o sistema apresenta a alta produo devido
repetitividade e padronizao na execuo das habitaes, no entanto no permite a
possibilidade de apresentar variaes dimensionais personalizadas. A coletnea de Ativos
2009-2010 afirma que padronizao, coordenao modular e organizao da produo [...]
no visam engessar ou limitar a criatividade do profissional, mas promover o mximo
desempenho do sistema, eliminando as improvisaes e aproximando o produto concebido (o
projeto) do produto efetivamente executado (a edificao). (ASSOCIAO BRASILEIRA
DE CIMENTO PORTLAND et al., 2010, p. 16-26). A mesma Coletnea relata que, ao se
padronizar o projeto arquitetnico das unidades habitacionais, os impactos positivos
decorrentes so a otimizao no custo das frmas, a possibilidade de diminuio no nmero
de frmas e a facilidade na conferncia e controle. O projeto detalhado das frmas facilita a
identificao das peas para a montagem, aumenta a produtividade, reduz a movimentao
das peas e riscos de erros.
Com o plano de ataque em evidncia pode-se obter um melhor controle do avano fsico e dos
recursos financeiros, bem como o controle do processo, identificao dos pontos de
interveno no caso de ajustes do processo e clareza das providncias a serem tomadas. Pode-
se dizer que, quando h falta desse planejamento, incorre-se em descumprimento de prazos,
falta de materiais e recursos em determinadas situaes, instabilidade na gesto da mo de
obra, perda de controle de custos e diminuio na produtividade (ASSOCIAO
BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND et al., 2010).
Quanto ao acabamento, a Coletnea de Ativos 2007-2008 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE
CIMENTO PORTLAND et al., 2008, p. 15) afirma que:
Como resultado de um processo monitorado e pouco sujeito a improvisaes, a
prpria obra ganha em qualidade. Devido ao excelente padro dos sistemas de
frmas e do tipo de concreto empregado, as paredes no necessitam de revestimento
de argamassa, apenas de pintura ou textura diretamente sobre o concreto acabado.
Outra vantagem que as instalaes eltricas e hidrulicas podem ser embutidas nas
paredes.
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Referentemente ao espao das unidades, a Coletnea de Ativos 2007-2008 (ASSOCIAO
BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND et al., 2008, p. 15) afirma que, Em razo da
menor espessura das paredes de concreto em relao alvenaria convencional, o sistema
parede de concreto permite obter ganho de rea til para a mesma rea total da unidade..
Com relao ao desempenho apresentado no emprego desses sistemas, h um destaque a ser
feito pela Associao Brasileira de Cimento Portland et al. (2008, p. 55):
Para aferir se o sistema parede de concreto cumpre as exigncias da NBR 15575, a
Comunidade incluiu a avaliao de diversos ensaios de laboratrio e de obras
realizadas com esse mtodo em vrias partes do pas e em diferentes pocas. A
concluso [...] que a parede de concreto mostrou timo desempenho, bastante superior ao de sistemas construtivos convencionais.
Para o bom desempenho do sistema construtivo em parede de concreto armado moldada no
local, devem ser avaliados os itens de segurana tanto o estrutural como o contra incndio,
bem como o item estanqueidade.
Em relao segurana estrutural foram realizados pela mesma Associao ensaios de
impacto de corpo mole, de impacto de corpo duro, de arrancamento horizontal e inclinado e
de impacto de portas. Os comentrios em relao aos ensaios de impacto de corpo mole e
duro que todos os tipos de concretos testados foram aprovados, e, Quanto mais resistente o
concreto, melhor o resultado. As construes em paredes de concreto se mostraram bastante
resistentes. (ASSOCIAO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND et al., 2008, p. 62-
63). Em relao ao arranchamento horizontal, No caso de paredes preparadas com concretos
menos resistentes recomenda-se a utilizao de dispositivos de fixao que promovam uma
maior rea de contato para melhor distribuio dos esforos [...]. O comentrio em relao ao
impacto de portas que As paredes se mostraram muito resistentes, absorvendo totalmente o
impacto das portas..
No quesito segurana contra incndio, a ABNT NBR 15575 exige que o sistema testado
apresente:
a) baixa probabilidade de incndio;
b) alta probabilidade de os usurios sobreviverem sem sofrer qualquer injria;
c) reduzida extenso de danos propriedade e vizinhana imediata ao local de
origem do incndio.
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habitacionais na realidade contempornea.
A Associao Brasileira de Cimento Portland realizou ensaios de desempenho em paredes
executadas com concretos L1 e N, e concluiu assim: O sistema paredes de concreto um dos
melhores para a segurana contra incndio. Material incombustvel e de baixa transmisso de
calor.. Complementa a associao: O ensaio realizado [...] confirma seu bom desempenho
quanto estanqueidade. (ASSOCIAO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND et al.,
2008, p. 64,65).
A concluso geral em relao norma comentada de desempenho NBR 15575 que O
sistema construtivo com paredes de concreto mostrou um timo desempenho, bastante
superior aos convencionais. Em seus diferentes tipos consegue atingir os valores exigidos pela
Norma de Desempenho, possibilitando o seu uso em diferentes tipologias em diferentes
regies geogrficas. (ASSOCIAO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND et al.,
2008, p. 72).
Para que o sistema produza os efeitos desejados, a escolha do concreto, entre os diferentes
tipos, deve ser bem avaliada, assim como deve haver cuidados nas etapas de recebimento
deste material, na forma de aplicao, no controle tecnolgico e na sua cura. Segundo a
Associao Brasileira de Cimento Portland et al. (2008, p. 179), Uma das produes mais
eficientes ocorre a partir de concretos fabricados em centrais dosadoras e fornecidos ao
canteiro em caminhes betoneira, incorrendo-se sempre em melhores controles de qualidade
de agregados, medidas em peso, preciso de vol