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PRINCÍPIOS EM DIREITO TRIBUTÁRIO Direito Tributário Maria Christina Aluna: Mirelle Mateus Corrêa Matrícula: 1101000012 8º Semestre Noturno 1. Quanto aos princípios constitucionais tributários, assinale a alternativa que trata do princípio da irretroatividade tributária: a) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça. b) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. c) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. d) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. e) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. 2. Assinale a alternativa correta. a) O princípio da progressividade aplica-se, conforme a Constituição Federal, ao IR, ITR e IPTU (Aplica-se ao Imposto de Renda, ao Imposto Territorial Rural, ao Imposto Predial Territorial Urbano, ao Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores e, segundo o Supremo Tribunal Federal, também às taxas.) b) A seletividade, nos estritos termos constitucionais, deve ser observada apenas pelo ITR e IPTU (O princípio da seletividade abrange uma seleção mínima de impostos, o ICMS e o IPI ‘impostos proporcionais’). c) O Empréstimo Compulsório criado em caso de calamidade pública não pode ser cobrado no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei que o instituiu. 3. A competência para a fixação das alíquotas do imposto de exportação de produtos nacionais ou nacionalizados não é exclusiva do presidente da República; pode ser exercida por órgão que integre a estrutura do Poder Executivo. 4. Os princípios constitucionais tributários prevalecem sobre as demais normas tributárias. No campo do Imposto de Renda, atendidos tais princípios constitucionais, o critério básico que tem por objetivo aplicar a justiça tributária é o princípio da a) progressividade b) generalidade c) legalidade d) universalidade Professora Maria Christina Barreiros D’ Oliveira

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PRINCÍPIOS EM DIREITO TRIBUTÁRIO

Direito TributárioMaria ChristinaAluna: Mirelle Mateus CorrêaMatrícula: 11010000128º Semestre Noturno

1. Quanto aos princípios constitucionais tributários, assinale a alternativa que trata do princípio da irretroatividade tributária:a) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.b) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.c) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.d) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.e) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.

2. Assinale a alternativa correta. a) O princípio da progressividade aplica-se, conforme a Constituição Federal, ao IR, ITR e IPTU (Aplica-se ao Imposto de Renda, ao Imposto Territorial Rural, ao Imposto Predial Territorial Urbano, ao Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores e, segundo o Supremo Tribunal Federal, também às taxas.)b) A seletividade, nos estritos termos constitucionais, deve ser observada apenas pelo ITR e IPTU (O princípio da seletividade abrange uma seleção mínima de impostos, o ICMS e o IPI ‘impostos proporcionais’).c) O Empréstimo Compulsório criado em caso de calamidade pública não pode ser cobrado no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei que o instituiu.

3. A competência para a fixação das alíquotas do imposto de exportação de produtos nacionais ou nacionalizados não é exclusiva do presidente da República; pode ser exercida por órgão que integre a estrutura do Poder Executivo.

4. Os princípios constitucionais tributários prevalecem sobre as demais normas tributárias. No campo do Imposto de Renda, atendidos tais princípios constitucionais, o critério básico que tem por objetivo aplicar a justiça tributária é o princípio da a) progressividadeb) generalidadec) legalidaded) universalidade

5. Lei estadual, que determine a majoração das alíquotas e da base de cálculo do imposto sobre a propriedade de veículos automotores, publicada no dia 31 de dezembro, com cláusula de vigência imediata, produzirá efeitosa) no dia 1.º de janeiro do ano seguinte, apenas em relação à majoração da base de cálculo do imposto.b) no dia 1.º de janeiro do ano seguinte, em relação à majoração das alíquotas e da base de cálculo.c) 45 dias após a data da publicação da lei, em relação apenas à majoração da base de cálculo.d) noventa dias após a data da publicação da lei, apenas em relação à majoração das alíquotas.e) no dia 1.º de janeiro do ano seguinte, apenas em relação à majoração das alíquotas.

6. O art. 150, IV, da Constituição Federal, impõe a vedação ao confisco. Pode-se concluir quea) para a caracterização do confisco, é necessário que o imposto tenha por efeito a total supressão da propriedade.b) a vedação visa essencialmente proteger a iniciativa privada.c) o conceito "efeito de confisco" permite que o Poder Judiciário o reconheça em sede de controle normativo abstrato, ainda que se trate de multa fiscal.d) a vedação só diz respeito aos impostos.

7. Sobre o princípio da legalidade, é correto afirmar quea) nenhum tributo será instituído ou aumentado a não ser por força da lei, competindo ao Poder Executivo regulamentá-la, prevendo sua base de cálculo e critérios para a definição do sujeito passivo.

Professora Maria Christina Barreiros D’ Oliveira

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b) o Poder Executivo não pode fixar prazo de pagamento de tributo quando a lei não o fizer.c) o Poder Executivo poderá, respeitados os limites legais, alterar alíquota do imposto sobre produtos industrializados.d) todas as afirmativas acima são incorretas.

8. Submete-se integralmente aos princípios da legalidade, anterioridade anual e anterioridade nonagesimal o imposto sobre a) IPIb) IRc) ITCMD (transmissão de bens causa mortis e doação)d) IPVAe) IPTU

9. A instituição de tributo com alíquotas progressivas sem ser exageradamente oneroso, não podendo, portanto, ser considerado confisco, faz transparecer, no direito tributário, na instituição do referido tributo, o cuidado com o princípio daa) seletividadeb) não-diferenciação tributária.c) legalidade estrita.d) capacidade contributiva.

10. Sobre os princípios que regem nosso Sistema Tributário Nacional, julgue os itens:a) Não se aplica o Princípio da Anterioridade a: Imposto sobre Importação de Produtos Estrangeiros, Imposto sobre Produtos Industrializados, Imposto de Renda e Proventos de Qualquer Natureza e Imposto sobre Transmissão Causa Mortis.

ERRADA – Não se aplica aos? Imposto sobre importação (II), imposto sobre exportação (IE), imposto sobre produtos industrializados (IPI), imposto sobre operações financeiras (IOF): Estes impostos também podem ter alíquotas alteradas pelo Presidente; Imposto extraordinário no caso de guerra externa ou sua iminência (art. 154, II da CF); Empréstimos compulsórios para atender às despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência (art. 148, I, da CF). Diferentemente, o empréstimo compulsório para assuntos de interesse relevante precisa atender ao princípio da anterioridade (art. 148, II da CF); Contribuições de intervenção no domínio econômico relativas a importação e comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível (art. 177 §4º, I, “b” da CF). Como já há precedentes no STF que o princípio da anterioridade trata-se de um direito individual (clausula pétrea), não poderia uma emenda constitucional ter ampliado o rol de exceções, mas a questão ainda não foi levada ao Supremo; ICMS sobre combustíveis e lubrificantes (155, §4º, IV, “c” da CF).

b) Em razão do princípio da Isonomia Tributária, é vedada à União a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País.

ERRADA – Essa concessão é permitida.

c) O princípio da Capacidade Contributiva não se aplica às taxas e às contribuições de melhoria, mas tão somente aos impostos.

CORRETA.

11. A anterioridade nonagesimal foi estendida à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a fim de vedar-lhes a cobrança de tributos antes de decorridos noventa dias da data em que tenha sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, comportando, dentre suas exceções, o imposto sobre a renda.

CORRETA - Conforme estabelecido pelo artigo 150, §1º, (2² parte), o IMPOSTO DE RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA é uma exceção ao Princípio da Noventena.

12. O princípio da capacidade contributiva tem pode destinatário imediato o legislador ordinário das pessoas políticas. É ele que deve imprimir, nos imposto que cria em abstrato um caráter pessoal, graduando-os conforme a capacidade econômica dos contribuintes.

CORRETA - CARRAZZA (2003, p. 82), que assim explana: "O princípio da capacidade contributiva tem como destinatário imediato o legislador ordinário das pessoas políticas. È ele que deve imprimir, aos impostos que cria in abstracto, um caráter pessoal, graduando-os conforme a capacidade econômica dos contribuintes."

Professora Maria Christina Barreiros D’ Oliveira

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PRINCÍPIOS EM DIREITO TRIBUTÁRIO

13. O princípio da capacidade contributiva só se aplica aos impostos.

CORRETA.

14. Todos os impostos instituídos pela União têm caráter pessoal e são graduados segundo a capacidade econômica dos contribuintes.

CORRETA - Art. 145, § 1º CF. Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

15. O princípio constitucional segundo o qual ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa em virtude de lei nenhuma relevância guarda em âmbito tributário, uma vez que tributos podem ser criados por decretos emanados do Poder Executivo, sem sequer necessidade de posterior homologação pelo Legislativo.

16. No Brasil, é juridicamente possível a instituição de determinados tributos por meio de leis complementares.

CORRETO – É juridicamente possível a instituição de determinados tributos por meio de leis complementares, são eles: Imposto sobre grandes fortunas ( art. 153, VII, CF); Empréstimos compulsórios ( art. 148, I e II, CF); Impostos Residuais ( art. 154, I, CF); Contribuições sociais previdenciárias residuais ( art. 195, § 4º, CF c/c art. 154, I, CF). Por fim, registre-se, segundo o art. 62, § 1º, III, CF, inserto pela Emenda Constitucional nº 32/2001, as matérias cabentes a lei complementar não poderão ser objeto de medida provisória.

17. O imposto sobre grandes fortunas deve ser instituído por lei complementar.

CORRETA – Imposto sobre grandes fortunas ( art. 153, VII, CF);

18. Consoante o texto constitucional, a definição da espécie tributária empréstimo compulsório cabe à Lei Complementar.

CORRETA - Literalidade do art. 148, caput, da CF compete a União editar empréstimo compulsório por lei complementar.

19. O Chefe do Poder Executivo poderá através de medida provisória, instituir empréstimo compulsório das despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública.

ERRADA – Pois exige o uso de Lei Complementar, art. 180.

20. Em matéria tributária, nos termos do CTN, não depende de lei a fixação de alíquota do tributo e a sua base de cálculo.

ERRADO - Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo , ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;

21. Considere que um decreto presidencial tenha majorado a alíquota do Imposto de Importação de determinado bem de 10% para 200%. Nesse caso, por se tratar de tributo com função extrafiscal de controle da balança comercial, a referida majoração não fere o princípio do não confisco.

CORRETA.

22. Somente a lei tributária pode alterar a alíquota do imposto de importação de produto estrangeiro.

23. Quanto ao princípio da igualdade, a Constituição da República proíbe que sejam operadas distinções em razão da ocupação profissional ou função exercida.

Professora Maria Christina Barreiros D’ Oliveira

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PRINCÍPIOS EM DIREITO TRIBUTÁRIO

CORRETA.

24. A lei tributária aplica-se a ato ou fato pretérito sempre que seja expressamente interpretativa.

O art. 106, I do CTN dispõe que: A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados;

25. A aplicação retroativa da legislação tributária ocorre apenas nos casos em que a lei posterior seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados.

CORRETA - A aplicação retroativa da legislação tributária ocorre apenas nos casos em que a lei posterior seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade a infração dos dispositivos interpretados.

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados;II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:a) quando deixe de defini-lo como infração;b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.

26. Um contribuinte praticou infração tributária no ano de 2000, sendo certo que antes da lavratura do auto de infração em 2005, foi reduzida a multa fiscal legalmente prevista. Nesta hipótese, o Fisco deverá aplicar a multa fiscal menos gravosa no ano de 2005, em obséquio ao princípio da retroatividade benigna.

CORRETA - Nesta hipótese o fisco deverá aplicar a multa fiscal menos gravosa vigente no ano de 2005, em obséquio ao principio da retroatividade benigna

27. O CTN autoriza a aplicação retroativa da lei quando esta beneficiar o contribuinte com a redução de tributos.

CORRETA.

28. A aplicação da lei a ato ou fato pretérito, ocorrerá, em qualquer caso, quando deixar de definir o fato como infração.

CORRETA – Ou seja, não é possível a aplicação da norma sancionadora menos severa em caso de ato definitivamente julgado, conforme artigo 106, inciso II do CTN.

29. A lei tributária nova aplica-se a ato ou fato pretérito não definitivamente julgado, quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência da ação ou omissão, ainda que tenha implicado em falta de pagamento.

Outro ponto importante que deve ser observado é que, para a aplicação dos efeitos pretéritos contidos no inciso II do art. 106 do CTN, é imprescindível que o ato não tenha sido julgado definitivamente

30. A limitação decorrente do princípio da anterioridade, por configurar cláusula pétrea, não pode ser abolida por Emenda à Constituição.

O Supremo Tribunal Federal, por meio da ADIN 939, já declarou que o princípio da anterioridade tributária é cláusula pétrea, pois consiste em garantia individual do contribuinte, confirmando, a Corte Maior, a existência de direitos e garantias de caráter individual dispersos no texto constitucional.

31. O princípio da anterioridade consagrado na CF, confunde-se com o e anualidade.

Não é possível a confusão entre o princípio da anterioridade e o princípio da anualidade, os quais diferenciam-se tanto por seus conteúdos, como por seus objetivos imediatos. Não obstante, ambos os princípios estão relacionados a um objetivo maior, quais sejam, a necessidade de planejamento da Administração Pública, hoje imposta por intermédio de diversos dispositivos infraconstitucionais, bem como dos contribuintes.

Professora Maria Christina Barreiros D’ Oliveira

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PRINCÍPIOS EM DIREITO TRIBUTÁRIO

32. Se tivesse sido publicada em 08/03/2008 uma lei que houvesse reduzido a alíquota do ITBI, sem cláusula de vigência, então essa lei passaria a viger a partir de 01/01/09.

Alguns candidatos pensaram que tal questão versou sobre o princípio da anterioridade (CF art. 150, III, “b”), mas na verdade passou longe dele.

Uma lei pode ser válida e estar vigente, mas a sua eficácia pode ser diferida por determinação da própria lei ou por uma norma superior, no caso a Constituição.

A vigência temporal da lei tributária segue a regra estatuída no artigo 101 do CTN (as disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral é a Lei de Introdução ao Código Civil). O princípio da anterioridade é condição de eficácia temporal da lei tributária, ela impede que leis tributárias que instituam ou aumentem tributos, ainda que vigentes, somente produzam efeitos a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que tenham sido publicadas.

Se a questão trata de vigência, e não de eficácia, não se trata do princípio da anterioridade. Devemos nos remeter ao disposto no CTN e aos entendimentos doutrinários e jurisprudenciais.

O artigo 104 do CTN é “Denorex” – parece o princípio da anterioridade, mas não é. Vejamos o que ele diz:

Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda:

I - que instituem ou majoram tais impostos;

II - que definem novas hipóteses de incidência;

III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178.

Segundo a melhor doutrina, os incisos I e II não foram recepcionados pela atual Constituição Federal, pois a jurisprudência tem entendido que não há impedimento constitucional para que uma lei que institui ou majora tributo tenha vigência imediata – é claro que somente poderá produzir efeitos com a observância da regra de anterioridade. Além disso, o inciso III diverge do entendimento do STF que reza que a extinção de isenção implica retomada de incidência, e, portanto, é imediata (os 2 entendimentos são cobrados em concursos).

Ainda assim, não se sabe o que se passa na cabeça do examinador do CESPE, se ele considera o artigo 104 inteiramente válido ou não. De qualquer forma, o resultado será o mesmo.

Supondo que o examinador considera o artigo 104 do CTN válido, o disposto no artigo diz respeito somente aos impostos incidentes sobre o patrimônio e a renda (aqueles citados no Título III Capítulo III do CTN). Apesar de o ITBI ser um imposto incidente sobre o patrimônio (CTN art. 35), a alíquota do tributo foi reduzida, e assim a lei – que não tem cláusula de vigência – estará vigente 45 dias após a sua publicação (CTN art. 101 c/c LICC), e não em 01/01/2009.

Desconsiderando o artigo 104 do CTN, a constituição não possui nenhuma ressalva quanto à vigência da lei, e da mesma forma, a lei entrará em vigor 45 dias após a publicação.

Professora Maria Christina Barreiros D’ Oliveira

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PRINCÍPIOS EM DIREITO TRIBUTÁRIO

Apenas para complementar o assunto, quando essa lei estará apta a produzir efeitos? Como o princípio da anterioridade ressalva apenas a instituição e o aumento de tributos, a lei estará apta a produzir os efeitos que lhe são próprios a partir do momento em que estiver em vigor.

Item errado.

33. Se o município de Cabo Frio tivesse publicado, em 28/12/2004, uma lei que elevasse o valor de venda dos imóveis o qual serve de base de cálculo para IPTU, poderia, a partir de 010/01/05, cobrar o IPTU.

34. Em relação aos impostos, haverá exceção aos princípios da anterioridade e noventena em relação a majoração de IOF.

CORRETA. A majoração das alíquotas do IOF não deve obedecer ao princípio da anterioridade anual e não deve obedecer ao princípio da anterioridade nonagesimal (noventena).

35. Considere que lei publicada em 01/12/07 eleve o IPI. Nessa situação, é permitido a União cobrar o valor em 01/01/08.

36. Lei federal que fixa alíquotas aplicáveis ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) estabeleceu que a alíquota referente a navios produzidos no Estado do Rio de Janeiro é de 1%, e a dos produzidos no resto do país, 8%. Tal disposição vulnera, especificamente, o princípio constitucional daa) não discriminação entre procedência e destino do produto.b) seletividade do imposto sobre produtos industrializados.c) liberdade de trânsito.d) uniformidade geográfica da tributação.e) não-cumulatividade.

37. Cabe à lei complementar estabelecer normas gerais em matéria tributária sobre o adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.

Art. 146. Cabe à lei complementar:

III estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:

c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.

Professora Maria Christina Barreiros D’ Oliveira