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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE NUTRIÇÃO LAÍS DELLA VECHIA AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PORTADORES DE DISTROFIA MUSCULAR, VINCULADOS Á ASSOCIAÇÃO SUL CATARINENSE DE AMIGOS, FAMILIARES E PORTADORES DE DISTROFIAS MUSCULARES PROGRESSIVAS (ASCADIM) DA REGIÃO DE CRICIÚMA (SC) CRICIÚMA (SC), JULHO DE 2009

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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC

CURSO DE NUTRIÇÃO

LAÍS DELLA VECHIA

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PORTADORES DE

DISTROFIA MUSCULAR, VINCULADOS Á ASSOCIAÇÃO SUL

CATARINENSE DE AMIGOS, FAMILIARES E PORTADORES DE

DISTROFIAS MUSCULARES PROGRESSIVAS (ASCADIM) DA

REGIÃO DE CRICIÚMA (SC)

CRICIÚMA (SC), JULHO DE 2009

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LAÍS DELLA VECHIA

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PORTADORES

DE DISTROFIA MUSCULAR, VINCULADOS Á ASSOCIAÇÃO SUL

CATARINENSE DE AMIGOS, FAMILIARES E PORTADORES DE

DISTROFIAS MUSCULARES PROGRESSIVAS (ASCADIM) DA

REGIÃO DE CRICIÚMA (SC)

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do Grau de Bacharel no curso de Nutrição da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC.

Orientador(a): Profª MSc. Maria Cristina Gonçalves de Souza

CRICIÚMA (SC), JULHO DE 2009

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2

LAÍS DELLA VECHIA

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PORTADORES

DE DISTROFIA MUSCULAR, VINCULADOS Á ASSOCIAÇÃO SUL

CATARINENSE DE AMIGOS, FAMILIARES E PORTADORES DE

DISTROFIAS MUSCULARES PROGRESSIVAS (ASCADIM) DA

REGIÃO DE CRICIÚMA (SC)

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela Banca Examinadora para obtenção do Grau de Bacharel no Curso de Nutrição da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC.

Criciúma, 02 de julho de 2009.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________

Prof. Maria Cristina Gonçalves de Souza - MSc - UNESC - Orientadora

_______________________________________

Prof. Ângela Martinha Bongiolo - MSc - UNESC - Examinadora

________________________________________

Clarissa Martinello Comin – MSc – UNESC - Examinadora

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3

É com muita satisfação que dedico esta monografia

aos meus pais que sempre apostaram em mim, me

deram apoio, carinho e compreensão.

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4

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado força de vontade para nunca desistir apesar das dificuldades. A minha família pelo carinho, apoio, atenção e colaboração durante toda a minha vida. Ao meu namorado, que de forma especial e carinhosa me deu força e coragem, sempre me apoiando nos momentos difíceis. Aos meus colegas de faculdade pelo incentivo e troca de experiências. Em especial as minhas amigas Larissa Pietsch Manenti e Larissa Fernanda dos Santos que me aturaram com paciência durante todo o processo de construção desta monografia. A todos os meus professores. A minha professora orientadora, Maria Cristina Gonçalves de Souza por ter me oferecido a oportunidade de participar do projeto com os portadores de distrofias musculares e pelo estímulo e atenção que me concedeu durante o curso. A todos que participam direta ou indiretamente da ASCADIM, portadores de distrofias musculares, pais, profissionais e acadêmicos, com quem tive contato durante mais de um ano, pela atenção e compreensão.

Obrigada.

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5

"Não é o desafio com que nos deparamos

que determina quem somos e o que

estamos nos tornando, mas a maneira com

que respondemos ao desafio. E, enquanto

acreditarmos no nosso sonho, nada é por

acaso".

“Lênin”

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6

RESUMO

Existem vários tipos de Doenças Neuromusculares, no entanto as mais comuns são as Distrofias Musculares Progressivas e Atrofia Muscular Espinhal. As distrofias musculares são um grupo de distúrbios genéticos, associados à degeneração progressiva dos músculos esqueléticos. Mais de trinta formas diferentes de distrofia musculares já foram identificadas. As deficiências neuromusculares graves comprometem os mecanismos e as capacidades cognitivas necessárias à adequada nutrição. Os pacientes apresentam disfagia e a capacidade de obter, preparar e levar o alimento à boca fica comprometida. Além disso, devido ao agravamento da doença muitos pacientes ficam confinados à cadeira de rodas. Como resultado, todos os pacientes portadores de distrofia muscular apresentam-se em risco nutricional seja por desnutrição ou por obesidade. Devido à importância que o estado nutricional tem na sobrevivência desses pacientes e a falta de estudos na área de nutrição, envolvendo esses indivíduos, tornou-se importante verificar o estado nutricional dessa população para que se possa fazer um correto acompanhamento nutricional, garantindo melhor qualidade de vida aos portadores da doença. Participaram do estudo adolescentes e adultos, não cadeirantes, portadores de distrofias musculares vinculados à associação Sul Catarinense de Amigos, Familiares e Portadores de Distrofias Musculares Progressivas (ASCADIM) da região de criciúma (SC). O estado nutricional dos adolescentes foi avaliado por meio do Índice de Massa Corporal relacionado com a idade (IMC/I) e da Altura para a idade (A/I), sendo os resultados analisados conforme os pontos de corte estabelecidos pela Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), com base nas novas curvas de crescimento divulgadas pela WHO (2006 e 2007). O estado nutricional dos adultos foi verificado através do IMC e do %GC, segundo os pontos de corte sugeridos pela OMS (1995 e 1997) e Lohman (1992), respectivamente. Dos onze portadores de distrofias musculares que participaram do estudo 36% eram adolescentes e 64% adultos. Os resultados sobre o estado nutricional mostraram que 50% dos adolescentes apresentaram déficit de crescimento, 25% desnutrição e 25% estavam eutróficos. Já dentre os adultos portadores de distrofias musculares apenas 57,1% foram classificados como eutróficos por meio do IMC, sendo que todos apresentaram excesso de gordura corporal através das pregas cutâneas. Os resultados apontam que a avaliação do estado nutricional deve fazer parte da rotina de todo o processo de atenção à saúde, identificando assim riscos nutricionais e oportunidades de intervenção. Além disso, Faz-se necessário que o profissional nutricionista seja incluído nas equipes multidisciplinares que atendem e acompanham os portadores de distrofias musculares, visto a influencia do estado nutricional na expectativa e qualidade de vida desses pacientes.

Palavras-chave: Distrofia Muscular. Estado Nutricional. Nutricionista.

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7

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Diagnóstico Nutricional segundo a Altura para a Idade dos Adolescentes

Portadores de Distrofias Musculares.............................................................................34

Figura 2 - Diagnóstico Nutricional dos Adolescentes Portadores de Distrofias

Musculares, segundo a A/I e o IMC/I ............................................................................37

Figura 3 - Classificação do Estado Nutricional dos Adultos Portadores de Distrofias

Musculares, Segundo o IMC .........................................................................................39

Figura 4 - Classificação do Percentual De Gordura Corporal Segundo Somatório de

Pregas Cutâneas (Triciptal, Biciptal, Subescapular e Supra-ilíaca), de Adultos

Portadores de Distrofias Musculares ............................................................................40

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Classificação do Estado Nutricional de Adultos Segundo o IMC.................28

Tabela 2 - Perfil da Amostra Segundo Idade e Tipo de Distrofia ..................................33

Tabela 3 - Classificação do Estado Nutricional dos Adolescentes, Portadores de

Distrofias Musculares, segundo o IMC/I........................................................................35

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

A/I – Estatura por Idade

AME - Atrofia Muscular Espinhal

ASCADIM - Associação Sul Catarinense de Amigos, Familiares e Portadores de

Distrofias Musculares Progressivas

CEP - Comitê de Ética e Pesquisa

CK - Creatino-Quinase

DCB – Dobra Cutânea Biciptal

DCSE - Dobra Cutânea Subescapular

DCSI - Dobra Cutânea Supra-ilíaca

DCT - Dobra Cutânea Tricipital

DMB - Distrofia Muscular de Becker

DMD – Distrofia muscular de Duchenne

DMS - Distrofia Miotônica de Steinert

IMC – Indice de Massa Corporal

OMS – Organização Mundial da Saúde

PK - Piruvato-Quinase

PNSN - Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

WHO - World Health Organization

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10

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................12

1.1 OBJETIVOS .................................................................................................14

1.1.1 Objetivo Geral ...........................................................................................14

1.1.2 Objetivos Específicos ................................................................................14

2 FUNDAMETAÇÃO TEÓRICA............................. ............................................15

2.1 DOENÇAS NEUROMUSCULARES.............................................................15

2.2 DISTROFIAS MUSCULARES......................................................................15

2.2.1 Distrofia Muscular de Duchenne ...............................................................16

2.2.2 Distrofia Muscular de Becker.....................................................................17

2.2.3 Distrofia Miotônica de Steinert...................................................................18

2.2.4 Distrofia Muscular do tipo Cinturas............................................................19

2.3 ATROFIA MUSCULAR ESPINHAL ..............................................................20

2.4 ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL........................................................................21

2.5 DESEQUILÍBRIOS NUTRICIONAIS ............................................................22

2.5.1 Desnutrição ...............................................................................................23

2.5.2 Obesidade .................................................................................................24

2.6 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL..................................................26

2.6.1 Avaliação Nutricional de Adolescentes......................................................26

2.6.2 Avaliação Nutricional de Adultos ...............................................................27

2.6.2.1 Índice de Massa Corporal (IMC).............................................................27

2.6.2.2 Dobras Cutâneas e Circunferências.......................................................28

3 METODOLOGIA ...................................... .......................................................29

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA................................................................29

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA.........................................................................30

3.3 CRITÉRIO DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO ...................................................30

3.4 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ..................................................30

3.5 FORMA DE OBTENÇÃO DOS DADOS.......................................................31

3.6 FORMA DE ANÁLISE DOS DADOS ..........................................................31

3.7 ASPECTOS ÉTICOS....................................................................................32

3. 8 LIMITAÇÕES DO ESTUDO ........................................................................32

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS............ ........................33

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11

4.1 PERFIL DA AMOSTRA .............................................................................. 33

4.2 CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DOS ADOLESCENTES...34

4.3 CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DOS ADULTOS............. 38

5 CONCLUSÃO ........................................ ....................................................... 43

REFERENCIAS................................................................................................ 44

APÊNDICES .................................................................................................... 53

ANEXOS ......................................................................................................... 58

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12

1 INTRODUÇÃO

Existem vários tipos de Doenças Neuromusculares, no entanto as mais

comuns são as Distrofias Musculares Progressivas e Atrofia Muscular Espinhal. As

distrofias musculares são um grupo de distúrbios genéticos, associados à

degeneração progressiva dos músculos esqueléticos. Sua classificação ocorre de

acordo com o grupo muscular inicialmente envolvido, curso e gravidade da fraqueza

muscular e a idade do paciente em que iniciaram as manifestações clínicas

(STOKES, 2000; TORRICELLI, 2004 e REED, 2002; MIRANDA e STANICH, 2007).

Mais de trinta formas diferentes de distrofia musculares já foram

identificadas pelos Institutos de ciência que estudam os genes humanos. Com

diferentes níveis de complexidade, todas atacam a musculatura. Apesar da

diversidade, os principais tipos são: Distrofia Muscular de Duchenne, Distrofia

Muscular de Becker, Distrofia Muscular do tipo Cinturas, Distrofia Muscular de

Steinert e Distrofia Muscular Fácio-Escápulo- Umeral (ABDIM, 2009).

A Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) é o tipo mais comum dentro das

formas de distrofia muscular, sendo classificada como uma doença genética

autossômica recessiva, que afeta o cromossomo X de meninos. Os sinais iniciais

incluem debilidade ou fraqueza muscular da cintura pélvica, principalmente dos

músculos extensores e abdutores do quadril, e atingem posteriormente os músculos

da cintura escapular (região do ombro). A debilidade dos músculos do quadril leva a

dificuldade da criança em subir escadas, correr, levantar-se e principalmente, andar,

provocando assim freqüentes quedas (SILVA, COSTA e CRUZ, 2003).

O prognóstico de distrofia muscular varia de acordo com o tipo e a

progressão da distrofia. Alguns casos podem ser brandos, com progressão muito

lenta e expectativa de vida normal, enquanto outros casos podem ter progressão

mais significativa, apresentando astenia muscular, incapacidade funcional e perda

da ambulação. A expectativa de vida depende do grau de progressão e das

deficiências respiratórias (ESCOTT-STUMP, 2007).

As deficiências neuromusculares graves comprometem os mecanismos e

as capacidades cognitivas necessárias à adequada nutrição. Os pacientes

apresentam disfagia e a capacidade de obter, preparar e levar o alimento à boca fica

comprometida. Além disso, devido ao agravamento da doença muitos pacientes

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ficam confinados à cadeira de rodas. Como resultado, todos os pacientes portadores

de distrofia muscular apresentam-se em risco nutricional quer seja por desnutrição

ou por obesidade (MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2002).

As alterações do estado nutricional contribuem para aumento da morbi-

mortalidade. Assim sendo, a desnutrição predispõe a uma série de complicações

graves, incluindo tendência à infecção, deficiência de cicatrização de feridas,

falência respiratória e insuficiência cardíaca (OMS, 2000 apud ACUÑA e CRUZ,

2004).

Por outro lado, o sobrepeso e a obesidade também são riscos para

agravos à saúde como, doença isquêmica do coração, hipertensão arterial, acidente

vascular cerebral, diabetes mellitus tipo 2, colelitíase, osteoartrite (especialmente de

joelhos), neoplasia maligna de mama pósmenopausa e de endométrio, esofagite de

refluxo, hérnia de hiato e problemas psicológicos (ACUÑA e CRUZ, 2004).

Embora não haja cura específica para os vários tipos de distrofia

muscular, muito pode ser feito para continuar o tratamento e tornar os anos

restantes desses pacientes e de seus pais mais suportáveis. Para isto, os pacientes

com distrofia muscular devem ser vistos com intervalos regulares e em clínicas

ambulatoriais onde haja de preferência acompanhamento multiprofissional (SALTER,

2001).

A Associação Sul Catarinense de Amigos, Familiares e Portadores de

Distrofias Musculares Progressivas vem se destacando na região sul de Santa

Catarina em estudos envolvendo indivíduos com Doenças Neuromusculares, e esta

visa ampliar a expectativa e a qualidade de vida dos afetados, promover sua

inserção social e capacitar os profissionais de saúde para identificação e tratamento

da doença.

Assim, devido à importância que o estado nutricional tem na sobrevivência

do portador de distrofia muscular, e a falta de estudos envolvendo estes indivíduos,

torna-se importante verificar o estado nutricional dessa população para que se possa

fazer um correto acompanhamento nutricional, garantindo melhor qualidade de vida

aos portadores desta doença.

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1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral:

• Avaliar o estado nutricional dos portadores de distrofia muscular,

vinculados à Associação Sul Catarinense de Amigos, Familiares e Portadores de

Distrofias Musculares Progressivas (ASCADIM) da região de Criciúma (SC).

1.1.2 Objetivos específicos:

• Avaliar o estado nutricional dos portadores de distrofia muscular.

• Relacionar o estado nutricional com a gravidade da doença e suas

limitações;

• Mostrar a importância do acompanhamento nutricional para a melhor

qualidade de vida dos portadores.

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15

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 DOENÇAS NEUROMUSCULARES

Entende-se por doenças neuromusculares aqueles distúrbios cuja

patologia primária afeta qualquer parte da unidade motora, desde as células do

corno anterior até o próprio músculo. Apresentam como características em comum a

fraqueza muscular levando à perda de função e à deformidade física. As doenças

neuromusculares podem ser tanto hereditárias quanto adquiridas e são classificadas

variadamente como: miopatias, em que a causa da fraqueza muscular é atribuída à

patologia confinada ao próprio músculo, ou como neuropatias, em que a fraqueza

muscular é secundária a uma anormalidade das células do corno anterior ou do

nervo periférico (TECKLIN, 2002).

Existem inúmeras formas de Doenças Neuromusculares, no entanto as

mais comuns são as Distrofias Musculares Progressivas e a Atrofia Muscular

Espinhal (REED, 2002; TORRICELLI, 2004).

2.2 DISTROFIAS MUSCULARES

O termo distrofia significa crescimento anormal e é derivado do grego

trophe, que significa “nutrição”. Distrofia muscular significa muito mais do que uma

simples aberração do crescimento ou nutrição das fibras musculares. Uma distrofia

muscular é diferenciada das outras doenças neuromusculares por quatro critérios

obrigatórios: (1) é uma miopatia primária; (2) tem uma base genética; (3) a evolução

é progressiva; (4) ocorrem degeneração e morte das fibras musculares em algum

estágio da doença (BEHRMAN, KLIEGMAN e JENSON, 2002).

As distrofias musculares são um grupo de distúrbios determinados

geneticamente e associados à degeneração progressiva e irreversível dos músculos

esqueléticos, sem comprometimento dos sistemas nervoso central ou periférico

(STOKES, 2000; CARAKUSHANSKY, 2001). Além disso, são um grupo de doenças

não relacionadas, cada qual transmitida por uma alteração genética específica e

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16

diferindo em seu curso clínico. Algumas são graves ao nascimento e levam à morte

precoce. Outras seguem seus cursos lentamente progressivos durantes muitas

décadas, ou podem até nem ser sintomáticas até a idade adulta. (BEHRMAN,

KLIEGMAN e JENSON, 2002).

Entre as distrofias destacam-se a Distrofia Muscular de Duchenne,

Distrofia Muscular de Becker, Distrofia Muscular do tipo Cinturas e a Distrofia

muscular de Steinert.

2.2.1 Distrofia Muscular de Duchenne

Dentre as diferentes miopatias, a Distrofia Muscular de Duchenne (DMD)

de herança recessiva ligada ao cromossomo X, é a mais comum, afetando todas as

raças e grupos étnicos. Sua incidência é de 1 a cada 3.600 meninos nascidos vivos

(BEHRMAN, KLIEGMAN e JENSON, 2002; CARAKUSHANSKY, 2001). Foi descrita

pela primeira vês no século XIX, na década de 60, por Guillaume Duchenne. É de

rápida progressão e é a mais grave das distrofias musculares (STOKES, 2000).

A mulher tem dois cromossomos X, se um deles estiver afetado pelo

defeito genético, o outro compensa a alteração e a doença não se manifesta,

fazendo da mulher em questão uma portadora assintomática. Já o homem tem um

cromossomo Y, herdado do pai, e um cromossomo X, que recebe da mãe. Se

receber um cromossomo X materno defeituoso, ele não terá o X normal para

contrabalancear e garantir o bom funcionamento do músculo. É quando a doença se

manifesta. Por isso, a distrofia muscular atinge principalmente meninos (99%)

(ABDIM, 2009).

Os meninos afetados são normais no primeiro ou nos dois primeiros anos

de vida, sendo que os primeiros sintomas aparecem por volta dos três a cinco anos

de idade. A criança demora para sentar-se, ficar em pé e caminhar, começa a ter

dificuldade de subir escadas e cai com freqüência. Por volta dos doze anos de

idade precisam usar cadeiras de rodas e aos vinte anos, a respiração é

comprometida tornando-se necessária a ventilação mecânica. Os pacientes morrem

de insuficiência respiratória ou de insuficiência cardíaca, uma vez que o músculo

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17

cardíaco também é afetado (STOKES, 2000; ROWLAND, 2002; THOMPSON e

NUSSBAUM, 2002).

É característico o sinal de Gowers ou fenômeno do “levantar miopático”

que consiste em levantar-se apoiando sucessivamente as mãos nos diferentes

segmentos dos membros inferiores, de baixo para cima, como se a criança estivesse

escalando sobre si mesma (DIAMENT e CYPEL, 1996).

Além do comprometimento muscular, ocorre aumento do volume dos

músculos afetados e substituição das fibras musculares por tecido fibroso.

Problemas gastrintestinais também podem se tornar clinicamente evidentes por meio

de disfunção orofaríngea, esofágica e gástrica, e a constipação e halitose (mal-

hálito) são comuns (JAFFE et al apud STOKES, 2000; RUBIN, 2002).

O diagnóstico inclui exame físico, dosagem sérica das enzimas creatino-

quinase (CK) e piruvato-quinase (PK), eletromiografia, e biópsia muscular. Os níveis

séricos de CK estão elevados, entre 10.000 a 40.000 UI (normal 50 a 200 UI), sendo

liberada pelo músculo distrófico mesmo antes do aparecimento dos sinais clínicos.

Os níveis de CK tendem a diminuir no sangue com a evolução do processo e

chegam a níveis quase normais em estágios adiantados da doença. A biópsia

muscular revelará alterações típicas do tecido. Pode-se ainda pesquisar a presença

da proteína denominada distrofina pela imunofluorescência, cuja ausência ocorre na

DMD. (BOGLIOLO e BRASILEIRO FILHO, 2000; CARAKUSHANSKY, 2001;

BEHRMAN, KLIEGMAN e JENSON, 2002).

2.2.2 Distrofia Muscular de Becker

A Distrofia Muscular de Becker (DMB) é fundamentalmente a mesma

doença que a Distrofia Muscular de Duchenne, mas clinicamente segue uma

evolução mais leve (BEHRMAN, 2002). Também é uma distrofia muscular recessiva

ligada ao cromossomo X, e tem prevalência de 1 para cada 30.000 nascidos vivos.

(ABDIM, 2009).

Nesse tipo de distrofia, os sintomas iniciam-se, em geral, na segunda

década de vida. Há uma variabilidade significativa na progressão da doença, e

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18

alguns pacientes continuam andando por muitos anos, alguns até os 40-50 anos

(CARAKUSHANSKY, 2001; THOMPSON e NUSSBAUM, 2002).

A pseudo-hipertrofia das panturrilhas (aumento do volume das

panturrilhas, originado pela substituição das fibras musculares já necrosadas, por

fibrose, aliado a infiltração de tecido adiposo), miocardiopatia e níveis séricos de

creatinofosfoquinase (CK) elevados são semelhantes à Distrofia Muscular de

Duchenne. A cardiomiopatia está presente em 50% dos pacientes e geralmente o

óbito é raro antes dos 21 anos, ocorrendo próximo dos 40 anos ou depois. As

incapacidades do aprendizado são menos freqüentes que na DMD (STOKES, 2000;

BEHRMAN, KLIEGMAN e JENSON, 2002; ABDIM, 2009).

2.2.3 Distrofia Miotônica de Steinert

A Distrofia Miotônica de Steinert (DMS) é uma das mais freqüentes

doenças causadas por genes autossômicos dominantes, afetando 1 a cada 8.000

nascidos vivos de ambos os sexos (ABDIM, 2009). Foi descrita pela primeira vez em

1909 por Steinert (DIAMENT e CYPEL, 1996).

Assim como muitas outras doenças autossômicas dominantes, há uma

grande variação na idade de início e na gravidade das diferentes manifestações da

distrofia miotônica. Algumas pessoas atingidas são assintomáticas, mas apresentam

sinais da doença ao exame (ROWLAND, 2002).

A Distrofia Miotônica de Steinert é um exemplo de defeito genético que

causa disfunção em múltiplos sistemas orgânicos. Não só a musculatura estriada é

afetada, como também os músculos lisos do trato digestivo e do útero. Os pacientes

podem apresentar disfagia, esvaziamento gástrico retardado, constipação e pseudo-

obstrução intestinal. A função cardíaca também está afetada, e os pacientes têm

endocrinopatias múltiplas e variáveis, deficiências imunológicas, cataratas, fácie

dismórfica, comprometimento intelectual e outras anormalidades neurológicas.

Podem ainda apresentar dificuldade em pronunciar palavras, calvície precoce e

diabetes (BEHRMAN, KLIEGMAN e JENSON, 2002; ARAUJO, 2006).

Sua característica principal é o fenômeno miotônico que consiste no

relaxamento muito lento do músculo após a contração. Essa característica pode ser

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19

observada durante o exame físico, pedindo-se para que o paciente cerre os punhos

e em seguida abra rapidamente (BEHRMAN, KLIEGMAN e JENSON, 2002).

Os sintomas da distrofia miotônica são a princípio vagos: apatia, fraqueza

nas mãos, dificuldade na marcha e tendência à quedas. A aparência facial é

característica: ptose palpebral, dificuldade nos movimentos oculares, incapacidade

para sorrir e protrair os lábios, fácies escavadas devido ao comprometimento dos

músculos da mastigação (DIAMENT e CYPEL, 1996).

Os distúrbios gastrointestinais não são muito comuns, mas o envolvimento

da musculatura lisa do trato gastrointestinal resulta em esvaziamento gástrico lento,

peristalse débil e constipação (ROWLAND, 2002).

As anormalidades endócrinas envolvem muitas glândulas e surgem em

qualquer época durante o curso da doença. O diabetes mellitus é comum nos

pacientes com deficiência miotônica, sendo que algumas crianças têm um distúrbio

da liberação da insulina em vez de produção deficiente (BEHRMAN, KLIEGMAN e

JENSON, 2002).

A distrofia miotônica típica é tão característica que o diagnóstico muitas

vezes se evidencia por um olhar e é confirmado pelo achado de esternomastóides

pequenos, miopatia distal e miotonia de preensão e de percussão. Assim, a biópsia

muscular não é necessária para o diagnóstico, visto que as manifestações clínicas

são suficientes (BEHRMAN, KLIEGMAN e JENSON, 2002; ROWLAND, 2002).

2.2.4 Distrofia Muscular do tipo Cinturas

Este termo engloba um grupo de miopatias hereditárias progressivas que

afetam principalmente os músculos das cinturas pélvica e escapular e do tronco, em

indivíduos de ambos os sexos. Não há comprometimento dos músculos faciais ou da

inteligência. Os músculos distais também se tornam atróficos e fracos

subsequentemente, e a hipertrofia das panturrilhas e as contraturas dos tornozelos

desenvolvem-se em algumas formas (CARAKUSHANSKY, 2001; BEHRMAN,

KLIEGMAN e JENSON, 2002).

Já foram identificados 15 genes responsáveis por este quadro clínico, seis

com herança autossômica dominante e nove com herança autossômica recessiva.

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20

As formas dominantes são relativamente raras e constituem menos de 10% dos

casos. Dentre as formas recessivas, distingue-se um subgrupo, as

sarcoglicanopatias, normalmente associadas a um quadro clínico, em geral, mais

severo, semelhante à forma Duchenne (ZATZ, 2002).

As manifestações clinicas são semelhantes de Duchenne, porém são

observadas na criança maior ou no adolescente e progridem lentamente ao longo

dos anos. Na meia-idade, a maioria dos pacientes está confinado a uma cadeira de

rodas e incapacitada (BEHRMAN e KLIEGMAN, 2004).

Os sintomas se iniciam com fraqueza nas pernas, dificuldades para subir

escadas e levantar de cadeiras. Após um período, apresentam-se sintomas nos

ombros e braços, como dificuldade para erguer objetos. O envolvimento do músculo

cardíaco não é freqüente na maioria dos sub-tipos. Sua incidência é de 1 para cada

10.000 a 20.000 nascimentos em ambos os sexos (ABDIM, 2009).

2.3 ATROFIA MUSCULAR ESPINHAL

As Atrofias Musculares Espinhais (AME) são um grupo de distúrbios

neurogênicos nos quais há degeneração das células da medula espinhal localizadas

no corno anterior, que resulta em atrofia muscular. É a doença neuromuscular mais

comum na infância depois da DMD e afeta igualmente ambos os sexos. Afeta

aproximadamente 1 em cada 10000 nascimentos (STOKES, 2000; ARAÚJO,

RAMOS e CABELLO, 2005). São doenças degenerativas dos neurônios motores,

começam na vida fértil e continuam a ser progressivas na lactância e segunda

infância (BEHRMAN, KLIEGMAN e JENSON, 2002).

As AME são classificadas em uma forma grave do lactente (também

conhecida como doença de Werdning-Hoffmann ou AME tipo I); uma forma mais

lentamente progressiva do lactente maior (AME tipo II); e uma forma mais crônica ou

juvenil (também denominada doença de Kugelberg-Welander, ou AME tipo III).

Essas distinções são clínicas e baseiam-se na idade de início, gravidade da

fraqueza e evolução clínica (BEHRMAN, KLIEGMAN e JENSON, 2002).

A AME neonatal tipo I (síndrome de Werdning-Hoffmann) evidencia-se ao

nascimento ou logo depois, sempre antes dos seis meses de idade. As mães podem

Page 22: 00003 e18

21

perceber a diminuição dos movimentos intra-uterinos. No período neonatal, podem

ocorrer problemas à amamentação e os movimentos dos membros são fracos e

reduzidos. Os lactentes permanecem flácidos, com pouco movimento, incapazes de

superar a gravidade e não tem controle da cabeça. Mais de dois terços morrem

antes dos dois anos de idade, sendo a falência respiratória a principal causa de

morte (BEHRMAN, KLIEGMAN e JENSON, 2002; ROWLAND, 2002; TECKLIN,

2002).

A AME tipo II também afeta bebês, tendo início geralmente entre seis e

doze meses de idade. Essas crianças caracterizam-se pela perda e fraqueza

muscular da musculatura do tronco e das extremidades, e também apresentam

incapacidade de ficar em pé ou andar. Os lactentes afetados geralmente são

capazes de sugar e deglutir e a respiração é adequada no início da lactância.

Apesar da fraqueza progressiva muitos sobrevivem até a idade escolar, embora

confinados a uma cadeira de rodas e intensamente incapacitados. (STOKES, 2000;

BEHRMAN, KLIEGMAN e JENSON, 2002; TECKLIN, 2002).

A AME tipo III ou síndrome de Kugelberg-Welander pode ser hereditária

de modo autossômico ou recessivo. É uma forma de AME de início tardio e que não

é necessariamente progressiva. Os pacientes podem parecer normais na lactância,

sendo que os sintomas se iniciam por um distúrbio da marcha lentamente

progressivo, ao final da lactância ou na adolescência. O início da doença é seguido

de sintomas de fraqueza e atrofia proximal dos braços. Podem apresentar

deficiências, mas disfagia e comprometimento respiratório grave são raros. Os

pacientes deambulam e podem viver até meados da idade adulta (STOKES, 2000;

BEHRMAN, KLIEGMAN e JENSON, 2002; ROWLAND, 2002; RUBIN, 2002).

O diagnóstico das AME é feito com base na apresentação clínica e nos

resultados dos testes laboratoriais, incluindo uma eletromiografia e uma biópsia

muscular (TECKLIN, 2002).

2.4 ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

A saúde já não é mais definida como a “ausência de doença”, mas sim

uma condição humana que engloba condições físicas, mentais e sociais. Ela é um

Page 23: 00003 e18

22

dos nossos atributos mais preciosos. Mesmo assim, a maioria das pessoas só pensa

em mantê-la ou recuperá-la quando aparecem manifestações clínicas decorrente de

alguma patologia (PITANGA, 2002).

Comparando a geração atual com as passadas, percebe-se que hoje se

vive mais e com mais saúde, devido aos avanços da medicina e também às

melhores condições de vida, comparando ao século passado. Porém ainda existem

diferenças no padrão de vida entre as regiões mais desenvolvidas e as mais pobres

(MOREIRA e CHIARELLO, 2008).

Aquilo que se come e se bebe não é apenas uma questão de escolha

individual. A pobreza, a exclusão social e a qualidade das informações influenciam

na escolha de uma alimentação mais adequada e saudável. Além disso, a

alimentação é ainda uma questão familiar e social, sendo então pouco influenciada

pelas escolhas e hábitos alimentares individuais (JOMORI, PROENCA e CALVO,

2008).

As ações que visam uma alimentação saudável devem favorecer o

consumo dos alimentos saudáveis e nutricionalmente ricos, e diminuir o consumo

dos não saudáveis, sempre respeitando a cultura alimentar das populações ou

comunidades. Devem ser evitadas proibições ou limitações, a não ser em casos de

pessoas portadoras de doenças ou distúrbios nutricionais específicos (BRASIL,

2005).

De acordo com os princípios de uma alimentação saudável, todos os

grupos de alimentos devem compor a dieta diária. A alimentação saudável deve

fornecer água, carboidratos, proteínas, lipídeos, vitaminas, fibras e minerais, os

quais são insubstituíveis e indispensáveis ao bom funcionamento do organismo.

Nenhum alimento específico ou grupo isolado é suficiente para fornecer todos os

nutrientes necessários a uma boa nutrição e a manutenção da saúde, assim a

alimentação deve ser diversificada (PHILIPPI, 2008).

2.5 DESEQUILÍBRIOS NUTRICIONAIS

A nutrição é um fator importante na etiologia e no tratamento de muitas

das maiores causas de morte, sendo que muitas doenças têm relação direta com o

estado nutricional (MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2005).

Page 24: 00003 e18

23

Atualmente prevenção, controle e tratamento dos agravos à saúde estão

relacionados direta ou indiretamente com a alimentação dos indivíduos. A nutrição é

a base para todos os processos fisiológicos e patológicos, porque nenhum

fenômeno orgânico normal ou anormal ocorre sem que haja um componente

nutricional envolvido. Este fato mostra a influência que a nutrição tem na promoção,

manutenção e recuperação da saúde (SANTOS, 2005).

Os estados de deficiência ou excesso nutricional ocorrem quando a

ingestão de nutrientes não está em equilíbrio com as necessidades nutricionais.

Quando as reservas nutricionais estão esgotadas ou a ingestão de nutrientes é

inadequada para atender as necessidades metabólicas corporais diárias,

desenvolve-se um estado de desnutrição (MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2005).

Já a obesidade deriva-se de um aporte calórico excessivo e crônico de

substratos combustíveis presentes nos alimentos e bebidas em relação ao gasto

energético (MARQUES-LOPES et al, 2004).

2.5.1 Desnutrição

Desnutrição, segundo Monteiro (1995 apud PAES-SOUSA, RAMALHO e

FORTALEZA, 2003), é manifestação clínica decorrente da adoção de dieta

inadequada ou de patologias que impedem o aproveitamento biológico adequado da

alimentação ingerida. A conseqüência mais freqüente da desnutrição é o atraso no

crescimento e desenvolvimento, com redução da massa muscular e adiposa.

Também leva à diminuição da resistência contra infecções, cicatrização demorada

de feridas e aumento da morbidade e mortalidade.

O poder aquisitivo influencia nas deficiências alimentares, tanto na

quantidade como na qualidade dos alimentos consumidos. Vários estudos

demonstram associação negativa entre renda per capita e desnutrição infantil,

verificando-se que à medida que aumenta a renda, diminui sistematicamente a

proporção de crianças desnutridas. Famílias com menor poder aquisitivo podem

comprar menor quantidade de alimentos, sendo muitas vezes insuficiente para

atender as necessidades nutricionais de cada membro da família. Além disso, é

Page 25: 00003 e18

24

baixo e pouco variado o consumo de frutas e verduras nessa população (GOUVEIA,

1999; ZOLLNER e FISBERG, 2006).

O Brasil tem apresentado um declínio das taxas de desnutrição nas duas

ultimas décadas. Apesar desse declínio da desnutrição, a OMS estima que mais de

20 milhões de crianças nascem com baixo peso a cada ano, cerca de 150 milhões

de crianças menores de cinco anos têm baixo peso para a sua idade e 182 milhões

de crianças têm baixa estatura (MONTE, 2000; CARDOSO, 2006).

A intervenção nutricional deve ser feita de acordo com a gravidade da

desnutrição, e para isso, é necessário saber os alimentos consumidos e as

necessidades nutricionais de cada paciente para poder orientá-los nas ações de

prevenção e recuperação do estado nutricional (GOUVEIA, 1999).

2.5.2 Obesidade

A obesidade é uma doença crônica definida como um acúmulo excessivo

de tecido adiposo num nível que compromete a saúde dos indivíduos. Sua etiologia

não está totalmente esclarecida. Existe certo consenso na literatura de que ela é

causada pela interação de diferentes fatores, o que confere a essa enfermidade uma

natureza multifatorial. Fatores ambientais e genéticos, o desequilíbrio entre a

ingestão calórica e o gasto energético e o sedentarismo ou inatividade física

contribuem para o aumento do peso corporal (FERREIRA e MAGALHÃES, 2006).

A condição de excesso de peso apresenta grandes problemas nutricionais

e pode ainda levar a outras doenças como diabetes, cardiopatia aterosclerótica,

hipertensão arterial e síndrome metabólica. A associação destas condições de

saúde pode resultar em prognósticos clínicos precários com maiores índices de

morbidade e mortalidade (MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2005).

A obesidade é considerada um dos mais graves problemas de Saúde

Pública. Sua prevalência vem crescendo nas últimas décadas, inclusive nos países

em desenvolvimento, tornando-se assim uma epidemia global. Segundo dados da

Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN), realizada entre 1995 e 1996,

32,9% da população brasileira com mais de dezoito anos tem algum grau de

obesidade, sendo 24,6% com sobrepeso (IMC entre 25 e 29,9 kg/m2 ) e 8,3% com

obesidade (IMC >30 kg/m2 ) (MOREIRA e CHIARELLO, 2008).

Page 26: 00003 e18

25

A prevalência de excesso de peso e de obesidade tem aumentado em

adultos brasileiros durante as últimas décadas. A Organização Mundial de Saúde

(OMS) estima que a obesidade atingiu proporções epidêmicas globais, com mais de

1 bilhão de adultos com sobrepeso e estima-se que no mínimo 300 milhões são

clinicamente obesos (FILARDO e PETROSKI, 2007).

Segundo Pereira, Francischi e Lancha (2003) as causas do aumento

significativo da obesidade nos últimos 20 anos são predominantemente ambientais,

com o componente genético contribuindo de maneira reduzida. Para os autores, a

vida sedentária e o aumento da ingestão de gordura na alimentação têm grande

importância no crescente número de casos de obesidade no mundo.

Esse desequilíbrio nutricional pode desenvolver-se em qualquer idade e

não está relacionado com o peso ao nascer. A obesidade iniciada no primeiro ano

de vida não parece predispor a obesidade na vida adulta, visto que no primeiro ano

de vida ocorre um crescimento no tamanho dos adipócitos (hipertrofia) e pouco

aumento no número de células (hiperplasia). Já a partir dessa idade a obesidade

passa a ter forte relação com a obesidade na vida adulta, visto que na infância há

maior tendência a hiperplasia dos adipócitos (MOREIRA e CHIARELLO, 2008).

Alguns hábitos alimentares estão envolvidos com a etiologia e a evolução da obesidade. Relata-se que indivíduos que consomem um número menor de refeições apresentam peso relativamente maior que aqueles que têm o hábito de realizar de quatro a seis refeições ao dia. O hábito de omitir refeições é uma prática que pode contribuir para o desenvolvimento e manutenção da obesidade, pois freqüentemente induz a um aumento da ingestão calórica em decorrência da fome ocasionada pelo jejum (BERALDO, VAZ e NAVES, 2004, p.58).

Em estudos de populações, o Índice de Massa Corporal (IMC) torna-se

medida útil para avaliar o excesso de gordura corporal, sendo que,

independentemente de sexo e idade, adultos com IMC igual ou superior a 30kg/m2

devem ser classificados como obesos (PINHEIRO, FREITAS e CORSO, 2004).

Nos casos de obesidade, os profissionais da saúde, devem ter como

objetivo principal a recuperação do bem-estar físico, psíquico e emocional, ou seja,

da saúde, para que assim o paciente tenha uma melhor qualidade de vida. Para que

isso ocorra, é fundamental a modificação dos hábitos alimentares, tanto quantitativa

como qualitativamente e a prática de atividade física, se possível (MOREIRA e

CHIARELLO, 2008).

Page 27: 00003 e18

26

2.6 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL

Para que se estabeleça uma intervenção nutricional adequada a cada

paciente, precisa-se conhecer seu estado nutricional. A avaliação do estado

nutricional pode ser feita por meio de várias ferramentas, como a história clínica,

anamnese alimentar, exame físico geral e específico, análise da composição

corporal e Avaliação Subjetiva Global. Tem como objetivo identificar distúrbios

nutricionais, possibilitando uma intervenção adequada de forma a auxiliar na

recuperação e/ou manutenção da saúde (VANNUCCHI e MARCHINI, 2007).

A antropometria refere-se à medida do tamanho e da proporção do corpo

humano. Para sua avaliação, podem ser utilizadas peso, altura, circunferências,

espessura de dobras cutâneas, largura dos ossos e comprimento dos segmentos

(HEYWARD, 2003).

2.6.1 Avaliação Nutricional de Adolescentes

O peso expressa a dimensão da massa orgânica e inorgânica das células,

dos tecidos de sustentação, órgãos, músculos, ossos, gordura, água, em fim, o

volume corporal total. A estatura é um termo que pode ser utilizado tanto para o

comprimento como para a altura. Crianças com menos de dois anos são medidas

deitadas, caracterizando o comprimento, e aquelas com mais de dois anos de idade

de pé, o que pode ser definido como altura (VITOLO, 2003).

As deficiências quantitativas e/ou qualitativas no consumo alimentar

desencadeiam alterações imediatas no crescimento, podendo provocar atrasos

reversíveis ou irreversíveis no crescimento se persistirem por períodos prolongados.

O crescimento corporal dos adolescentes pode ser analisado pelo índice altura por

Idade (A/I), sendo esperadas variações ascendentes deste índice de acordo com a

idade e o sexo (VASCONCELOS, 2007).

Para os adolescentes (≥ 10 e < 20 anos de idade) o diagnóstico nutricional

deve ser feito com base no IMC por idade (IMC/I), utilizando-se o peso, a estatura,

Page 28: 00003 e18

27

idade e sexo (MARTINS, 2008). Os pontos de corte para a classificação do estado

nutricional através do IMC/I são apresentados no anexo 2.

2.6.2 Avaliação Nutricional de Adultos

Há diversos métodos para a análise da composição corporal dos adultos,

sendo importante conhecer cada método, suas limitações e validades para que as

estimativas obtidas sejam confiáveis e interpretadas corretamente. A escolha do

método a utilizar depende da população a ser estudada, do objetivo do estudo e da

praticidade do método (REZENDE et al, 2007).

2.6.2.1 Índice de Massa Corporal (IMC)

O IMC (Índice de Massa Corporal) é a relação entre o peso e a altura

elevada à segunda potência. É usado para classificar um indivíduo conforme seu

risco de apresentar doenças em decorrência de alterações no seu peso, ou seja,

classifica o indivíduo conforme o estado nutricional. Além de ser usado para o

diagnóstico nutricional de adultos, a OMS recomenda o uso do IMC para gestantes,

adolescentes e idosos (MARTINS, 2008).

Nos últimos anos, o IMC tem sido usado e indicado como critério de

diagnóstico nutricional tanto na prática clínica quanto em estudos epidemiológicos,

por ser um método antropométrico mais simples, preciso, de fácil manuseio e barato

(DÂMASO, 2001; VASCONCELOS, 2007). Entretanto, existem muitas limitações

com relação ao seu uso, já que ele não é capaz de fornecer informações sobre a

composição corporal (REZENDE, ROSADO e FRANCESCHINNI, 2007).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o estado nutricional de

acordo com o IMC em adultos, fazendo associações entre as faixas de variações e o

risco de co-morbidades, conforme a tabela abaixo:

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28

Tabela 1: Classificação do Estado Nutricional de Adultos Segundo o IMC

IMC (KG/M2 ) CLASSIFICAÇÃO

< 16 Magreza grau III

16 a 16,9 Magreza grau II

17 a 18,4 Magreza grau I

18,5 a 24,9 Eutrofia

25 a 29,9 Pré-obeso

30 a 34,9 Obesidade grau I

35 a 39,9 Obesidade grau II

≥ 40 Obesidade grau III

Fonte: OMS (1995 e 1997 apud DUARTE, 2007).

2.6.2.2 Dobras Cutâneas e Circunferências

As dobras cutâneas podem ser utilizadas para estimar a gordura corporal,

pois as medidas da espessura da prega cutânea fornecem uma estimativa de

depósito de gordura subcutânea e pode, portanto, serem utilizadas para avaliar a

quantidade de gordura corporal total. A medida da prega cutânea, considerando

suas limitações, constitui o meio mais conveniente para estabelecer indiretamente a

massa corpórea de gordura devido ao baixo custo operacional e à relativa

simplicidade de utilização (WAITZBERG, 2002; VANNUCCHI e MARCHINI, 2007).

Elas podem ser tomadas de varias partes do corpo, sendo as mais

usadas: tricipital (DCT), bicipital (DCB), subescapular (DCSE), axilar média (DCAM),

supra-ilíaca (DCSI), abdominal (DCA) e panturrilha medial (DCPM).

A Dobra Cutânea Tricipital (DCT), dentre as outras dobras, é a mais

utilizada na prática clínica para o monitoramento do estado nutricional, pois, estima

as reservas adiposas do tecido subcutâneo e também devido a sua acessibilidade. A

medida é realizada no lado posterior do lado direito, sobre o músculo tríceps, no

ponto médio entre a projeção lateral do processo acrômio da escápula e a margem

inferior do olécrano da ulna (DUARTE, 2007).

“Enquanto a DCT pode ser usada como indicativo de gordura corporal

periférica, a Dobra Cutânea Subescapular (DCSE) indica adiposidade central”

(DUQUIA et al, 2008, p.114).

Page 30: 00003 e18

29

Já a Dobra Cutânea Biciptal (DCB) e a Dobra Cutânea Supra – ilíaca

(DCSI), normalmente são utilizadas para determinar índices de gordura corporal

junto com outras dobras (PETROSKI, 2009).

Na literatura não há consenso sobre o uso das equações para estimar o %

GC baseadas no somatório de dobras cutâneas, nem sobre a análise e interpretação

dos valores estimados. Entre as numerosas equações para a estimativa do %GC,

uma das mais tradicionais e difundidas, na nutrição, é a equação de Durnin e

Womersley. Construída a partir do somatório de quatro dobras cutâneas (DCB, DCT,

DCSE, DCSI), por grupos de idade e sexo é destinada para homens e mulheres de

17 a 72 anos de idade. Em relação à análise e interpretação do %GC, Lohman et al

(1992) definem pontos de corte para o diagnóstico do estado nutricional (MOREIRA

e CHIARELLO, 2008).

Além das dobras cutâneas, as circunferências corporais também podem

ser usadas na avaliação antropométrica dos indivíduos, como, por exemplo, as

circunferências abdominais, de antebraço, do bíceps, dos quadris, da coxa e de

panturrilha. As medidas de circunferências podem ser utilizadas para a estimativa da

distribuição da gordura corporal, de forma isolada, ou combinada em índices que

serão comparados com padrões populacionais (NACIP e VIEBIG, 2007).

Page 31: 00003 e18

30

3 METODOLOGIA

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Este estudo classifica-se como do tipo quantitativo com levantamentos de

dados primários, aplicado, descritivo, de levantamento e de corte transversal.

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população alvo desse estudo foram os portadores de distrofia muscular

vinculados a Associação Sul Catarinense de Amigos, Familiares e Portadores de

Distrofias Musculares Progressivas (ASCADIM) da região de Criciúma.

Há 32 portadores de distrofias musculares vinculados a ASCADIM, em

2009. Destes, 15 são atendidos por profissional fisioterapeuta na sede da ASCADIM

toda semana, e seis por alunos e professores na Universidade do Extremo Sul

Catarinense - UNESC.

Foram selecionados aqueles pacientes que por conveniência e

voluntariedade se propuseram a participar do estudo.

A amostra consistiu de onze portadores de distrofia muscular sendo três

com Atrofia Muscular Espinhal, seis com Distrofia Miotônica de Steinert, um com

Distrofia Muscular de Duchenne e um com Distrofia Muscular do tipo Cinturas.

3.3 CRITÉRIO DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

Foram incluídos no estudo os portadores de distrofia muscular vinculados

a ASCADIM da região de Criciúma (SC) que assinaram o Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido (apêndice 2).

Foram excluídos os portadores de distrofia muscular que não são

vinculados a ASCADIM, os que não se propuseram a participar do estudo, e os

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31

cadeirantes, devido à dificuldade da avaliação antropométrica e cruzamento dos

dados.

3.4 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Para o presente estudo, foram coletados dados de sexo, data de

nascimento, peso, altura, Prega Cutânea Subescapular (PCSE), Prega Cutânea

Tricipital (PCT), Prega Cutânea Biciptal (PCB) e Prega Cutânea Supra-ilíaca (PCSI).

Esses dados foram registrados pela própria pesquisadora, em cada dia da coleta,

em formulário específico (apêndice 1).

3.5 FORMA DE OBTENÇÃO DOS DADOS

Inicialmente, foi feito um contato com o presidente da ASCADIM, onde foi

esclarecido o objetivo do estudo. Nas reuniões mensais do grupo e nos dias em que

os pacientes foram atendidos na sede da ASCADIM, os voluntários (ou seu

responsável) preencheram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE

(apêndice 2) para que assim o paciente pudesse ser avaliado conforme suas

limitações. As avaliações ocorreram no período de março a junho de 2009.

Para a obtenção das medidas antropométricas foram utilizadas: uma

balança digital da marca Tech Line com capacidade de 180 kg e graduação de 100g;

um estadiômetro da marca Sanny com graduação em milímetros; um plicômetro da

marca Cescorf científico com precisão milimétrica e uma fita métrica flexível.

3.6 FORMA DE ANÁLISE DOS DADOS

Os dados de peso, altura e sexo, obtidos dos adolescentes, foram

utilizados para calcular os índices Altura por Idade (A/I) e IMC por idade (IMC/I).

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32

Estes índices foram registrados como percentis e analisados conforme os pontos de

corte estabelecidos pela Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), com base nas

novas curvas de crescimento divulgadas pela WHO (2006 e 2007), (anexo 4).

Os dados de peso e altura obtidos dos adultos foram utilizados para o

cálculo do IMC, que foi classificado conforme os valores de referência da

Organização Mundial da saúde (1995 e 1997), como demonstrado na Tabela 1.

O percentual de gordura corporal foi obtido pelo somatório das quatro

pregas cutâneas (Tricipital, Bicipital, subescapular e suprailíaca), segundo proposto

por Durnin e Womersley (1974 apud CUPPARI 2005), (Anexo 5). A classificação foi

feita segundo Lohman (1992 apud PETROSKI, 2009), (Anexo 6).

Foi utilizado o software Microsoft Excel (2003) para a tabulação das

medidas antropométricas e obtenção dos resultados, sendo que os mesmos foram

apresentados em gráficos e tabelas.

3.7 ASPECTOS ÉTICOS

O projeto de pesquisa foi devidamente submetido e aprovado pelo Comitê

de Ética e Pesquisa (CEP) da UNESC (Anexo 1) e os indivíduos que por

voluntariedade participaram do estudo assinaram um TCLE (ou seu responsável),

sendo garantido total sigilo das informações coletadas.

3. 8 LIMITAÇÕES DO ESTUDO

Devido à falta de acesso a uma balança plataforma para a pesagem dos

indivíduos cadeirantes, não foi possível fazer a avaliação do estado nutricional dos

mesmos, tendo assim, que serem assim excluídos do estudo.

A falta de estudos sobre nutrição envolvendo portadores de distrofias

musculares limitou a discussão dos resultados do estudo.

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33

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

4.1 PERFIL DA AMOSTRA

A amostra do estudo foi composta por 11 portadores de distrofias

musculares, vinculados a ASCADIM da região de Criciúma (SC), dos quais 55%

eram homens (n=6) e 45% eram mulheres (n=5).

Na Tabela 2 é apresentado o perfil da amostra segundo a idade e o tipo

de distrofia muscular.

Tabela 2: Perfil da Amostra Segundo Idade e Tipo de Distrofia

Tipo de distrofia Adolescentes Adultos Total

(FA)1

(FR)2

Atrofia Muscular Espinhal 1 2 3 27

Distrofia Muscular de Duchenne 1 0 1 9

Distrofia Miotônica de Steinert 2 4 6 55

Distrofia Muscular de Cinturas 0 1 1 9

Total de Participantes 4 7 11 100

Fonte: dados da pesquisa, 2009. 1 - FA = Freqüência absoluta; 2 – FR = Freqüência relativa

Dos 11 participantes do estudo, quatro (36,6%) eram adolescentes, sendo

a idade média de 14 anos, variando de 12 a 17 anos e sete (63,6%) eram adultos

com idade média de 32 anos, variando de 23 a 43 anos. Dos adolescentes, dois

apresentavam Distrofia Miotônica de Steinert, um apresentava Distrofia Muscular

Espinhal e um apresentava Distrofia Muscular de Duchenne. Já dentre os adultos,

quatro tinham Distrofia Miotônica de Steinert, dois tinham Distrofia Muscular Espinhal

e um tinha Distrofia Muscular de Cinturas.

Em um estudo feito por Willing et al (1997) para determinar a composição

corporal de portadores de distrofias musculares, participaram 19 meninos com idade

entre nove e 12 anos, sendo oito com Distrofia Muscular de Duchenne, três com

Atrofia Muscular Espinhal tipo II e oito indivíduos controle.

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34

Apesar da Distrofia Muscular de Duchenne ser a mais comum e

freqüente, participou do estudo apenas um portador desta distrofia. Isso ocorreu

pois, geralmente os portadores desta distrofia ficam confinados a uma cadeira de

rodas desde a adolescência e como neste estudo foram excluídos os cadeirantes, os

outros portadores de Distrofia Muscular de Duchenne, vinculados a ASCADIM da

região de Criciúma (SC), não participaram do estudo. Desta forma pode-se observar

que a maioria dos participantes (55%) foram portadores de Distrofia Miotônica de

Steinert, diferindo-se da maioria das pesquisas encontradas.

4.2 CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DOS ADOLESCENTES

O estado nutricional dos adolescentes foi obtido através do índice Altura

para a Idade (A/I) e do IMC para a idade (IMC/I), segundo as novas curvas de

crescimento publicadas pela WHO em 2006 e 2007.

Na Figura 1 é apresentado o diagnóstico nutricional dos adolescentes,

portadores de distrofias musculares, segundo a Altura para a Idade.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

Núm

ero

de p

artic

ipan

tes

Total Altura baixa para a idade Altura adequada para a idade

Figura 1: Diagnóstico Nutricional segundo a Altura para a Idade dos Adolescentes Portadores de Distrofias Musculares.

Page 36: 00003 e18

35

Observa-se que dos quatro adolescentes pesquisados, dois (50%)

apresentaram altura baixa para a idade e dois (50%) altura adequada para a idade.

Segundo Mccrocy, Wright e Kilmer (1998) a altura atingida pela maioria

dos portadores de Distrofia Muscular de Duchenne, na primeira década de vida

encontra-se abaixo da média de altura para a idade esperada. Relata ainda o autor

que esta condição pode ser em parte devido à desnutrição.

Muitos fatores estão associados ao processo de crescimento e maturação

sexual. Os fatores genéticos são, em grande parte, os responsáveis pela variação

individual dos fenômenos pubertários. Para que o adolescente possa alcançar a

expressão máxima de seu potencial genético, é importante que os fatores

ambientais sejam favoráveis, e a nutrição destaca-se nesse processo. Distúrbios na

saúde e nutrição, independente de sua etiologia, invariavelmente afetam o

crescimento infantil (SIGULEM, DEVINCENZI e LESSA, 2000).

A nutrição e o crescimento estão intrinsecamente associados, uma vez

que as crianças não atingem seus potenciais genéticos de crescimento, se não

tiverem atendidas suas necessidades nutricionais básicas, acarretando assim,

déficits estaturais para sua idade. Ressalta–se que a baixa estatura é um importante

indicador de agravo nutricional de longa duração (MARTINS et al, 2007).

A deficiência de crescimento de crianças pode derivar ainda da ocorrência

de doenças infecto-contagiosas, de alimentação inadequada, de precárias condições

sociais, educacionais e econômicas da família, da qualidade da assistência à saúde

e dos cuidados na infância, que afetam a qualidade de vida da criança

(GUIMARÂES e BARROS, 2001).

Na Tabela 3 é demonstrado a classificação do estado nutricional dos

adolescentes portadores de distrofias musculares segundo o IMC/I.

Tabela 3 : Classificação do Estado Nutricional dos Adolescentes, Portadores de Distrofias Musculares, segundo o IMC/I Estado Nutricional (FA) 1 (FR)2

Baixo IMC para a Idade 1 25%

Eutrofia 3 75%

Sobrepeso 0 -

Obesidade 0 -

Fonte: dados da pesquisa, 2009. 1 - FA = Freqüência absoluta; 2 – FR = Freqüência relativa

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36

Pode-se observar que 75% dos adolescentes apresentaram eutrofia (n=3)

e 25% apresentaram baixo IMC para a idade (n=1).

Em um estudo realizado por Petroski, Silva e Pelegrini (2008) foram

avaliados o crescimento físico e o estado nutricional de 1257 escolares, normais, de

sete a 14 anos, da região de Cotinguiba, Sergipe. Através do IMC/I o autor verificou

que 21,7% dos escolares apresentaram desnutrição e 6,8% apresentaram excesso

de peso, diferenciando-se em partes, do presente estudo em que não foi encontrado

nenhum adolescente com excesso de peso.

No estudo de Mok et al (2006), foi avaliada a composição corporal

de 11 crianças portadoras de Distrofia Muscular de Duchenne com idade média de

dez anos, utilizando bioimpedância elétrica, IMC e pregas cutâneas. Através do IMC

18% das crianças apresentaram obesidade (IMC > 30).

É importante ressaltar que diferente da pesquisa de Mok et al (2006) o

presente estudo teve maior prevalência de portadores de distrofia Miotônica de

Steinert, não sendo encontrado nenhum adolescente com excesso de peso.

Segundo Zanardi et al (2003) 44 a 45% das crianças com distrofia são

obesas aos 13 anos e em torno da mesma porcentagem são desnutridas aos 18

anos. Relatam ainda, que quando os pacientes perdem sua independência, o fato

de estarem com sobrepeso pode se tornar um problema adicional aos seus

cuidadores, especialmente para manter a higiene pessoal.

Cruzando os dados de Altura para a Idade e do IMC para a Idade, obteve-

se o diagnóstico do estado nutricional dos adolescentes, que é apresentado na

Figura 2.

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37

0 1 2 3 4 5

Est

ado

Nut

ricio

nal

Número de pacientes

Desnutrição Eutrofia Déficit de crescimento Total

Figura 2: Diagnóstico Nutricional dos Adolescentes Portadores de Distrofias Musculares, segundo a A/I e o IMC/I.

Pode-se observar que dos quatro adolescentes pesquisados, apenas um

(25%) apresentou-se eutrófico; dois (50%) apresentaram déficit de crescimento, ou

seja, apesar de apresentarem IMC/I adequado, houve baixa estatura para a idade; e

um (25%) adolescente apresentou desnutrição.

No estudo feito por Miranda e Stanich (2007), avaliou-se o estado

nutricional de 40 portadores de distrofias musculares com idade entre cinco e 25

anos. Dos portadores com menos de 18 anos, 52% foram classificados como

eutróficos, 21% apresentaram desnutrição aguda e 10% desnutrição crônica. Os

resultados do autor se assemelham ao do presente estudo onde também foi

encontrado desnutrição e eutrofia nos adolescentes.

Messina et al (2008) avaliaram os problemas alimentares e a desnutrição

em pacientes com AME tipo II. A amostra foi composta por 122 pacientes, com idade

entre um e 47 anos. Relacionando o peso com a idade e sexo, o autor constatou

desnutrição em 37% dos pacientes. Sendo que dos pacientes com mais de 20 anos,

50% apresentam desnutrição. Apenas 6% dos 122 pacientes tiveram peso dentro da

faixa de normalidade, sendo estes menores de dez anos. Os autores ressaltam que

mesmo os pacientes tento baixo peso e/ou dificuldades de deglutição, apenas

alguns tiveram seus pesos monitorados ou receberam suplementos alimentares.

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38

Alterações observadas na composição corporal de adolescentes podem

ser reflexo dos desvios nutricionais ocorridos nos primeiros anos de vida, uma vez

que o tipo de alimentação na infância repercute no tamanho do corpo e obesidade

posteriormente (VITOLO, 2008).

Crianças que foram desnutridas e que não se recuperaram em estatura

apresentam um quociente respiratório maior do que crianças que nunca foram

desnutridas. Um quociente respiratório mais alto significa que a oxidação de gordura

no corpo é menor e, portanto, a criança crescerá menos, ganhará menos músculos,

menos ossos, e tenderá a usar a energia que ingeriu para acúmulo de gordura

(SAWAYA, 2006).

Segundo Martinho et al (2007) crianças com déficit de crescimento podem

apresentar maior incidência de fatores de risco cardiovascular na fase adulta, entre

eles o diabetes e a obesidade.

4.3 CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DOS ADULTOS

O estado nutricional dos adultos foi verificado através do IMC e do

percentual de gordura corporal (%GC). O IMC foi classificado conforme os valores

de referência da OMS (1995 e 1997), e o % GC foi obtido através do somatório das

quatro pregas cutâneas (Biciptal, Triciptal, Subescapular e Supra-ilíaca), sendo

classificado segundo Lohman (1992 apud Petroski, 2009).

A classificação do estado nutricional dos adultos, portadores de distrofias

musculares, segundo o IMC é apresentada na Figura 3.

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39

58%

14%

14%

14%

EUTROFIA PRÉ-OBESO SOBREPESO OBESIDADE

Figura 3: Classificação do Estado Nutricional dos Adultos Portadores de Distrofias Musculares, Segundo o IMC.

Dos sete adultos pesquisados, 58% apresentaram-se eutróficos (n=4),

14% apresentaram pré-obesidade (n=1), 14% sobrepeso (n=1) e 14% obesidade

(n=1).

Em um estudo feito por Pane et al (2006) foram avaliados os problemas

alimentares e o ganho de peso em 118 portadores de Distrofia Muscular de

Duchenne, com idade variando entre três e 35 anos. Apresentaram desnutrição 26%

dos pacientes entre 13 e 18 anos e 45% dos pacientes com idade entre 18 e 24

anos. Segundo o autor a desnutrição aumenta progressivamente com a idade e

pode ser devido à perda progressiva da massa muscular, aumento das dificuldades

para se alimentar, progressivo comprometimento respiratório e infecções

recorrentes. Estes resultados diferem do presente estudo, em partes, pois não foi

encontrado nenhum adulto com desnutrição.

Segundo Kinali, Manzur e Muntoni (2008) as dificuldade nutricionais nos

pacientes com Distrofia Muscular de Duchenne incluem além do déficit de

crescimento, a obesidade na vida adulta, principalmente nos indivíduos em

tratamento com corticóides.

No Brasil, cerca de 32% da população apresentam algum excesso de

peso, com IMC maior ou igual a 25 kg/m2. A região sul é a que possui as maiores

prevalências de obesidade com índices semelhantes ou até mais elevados do que

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40

os encontrados nos países desenvolvidos (FILARDO e PETROSKI, 2007; VEDANA,

2008).

O peso corporal tende aumentar progressivamente dos 20 aos 50 anos e

este fenômeno agrava-se ainda mais quando há redução nos níveis de prática de

atividade física (SALVE, 2006).

No presente estudo apesar de não ter sido interrogado aos pacientes

sobre a prática de atividade física, pode ser observado que com o avanço da idade e

consequentemente dos sintomas da doença, os movimentos musculares ficam

prejudicados, limitando muitas vezes até a realização de atividades rotineiras.

A obesidade trás muitas conseqüências para a saúde, desde o risco

aumentado de morte prematura a graves doenças não letais, mas debilitantes, e que

afetam diretamente a qualidade de vida destes indivíduos. Além disso, a obesidade

é freqüentemente associada com hiperlipidemia e diabetes mellitus tipo II, duas

condições intimamente relacionadas com as doenças cardiovasculares (PEREIRA,

FRANCISCHI e LANCHA, 2003).

Na Figura 4 está apresentado a classificação do %GC, segundo o

somatório de pregas cutâneas (Triciptal, Biciptal, Subescapular e Supra-ilíaca), dos

adultos portadores de distrofias musculares.

0 1 2 3 4 5 6

Acima da média

Muito acima damédia

Número de pacientes

Homens Mulheres Total

Figura 4: Classificação do Percentual De Gordura Corporal Segundo Somatório de Pregas Cutâneas (Triciptal, Biciptal, Subescapular e Supra-ilíaca), de Adultos Portadores de

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41

Distrofias Musculares.

Nenhum dos adultos pesquisados apresentou % GC dentro da faixa de

normalidade. Dos sete adultos pesquisados, cinco (71,4%) apresentaram %GC

acima da média, sendo destes três homens e duas mulheres, e dois (28,5%)

apresentaram %GC muito acima da média.

Em um estudo feito por Sproule et al (2009) com 25 portadores de

distrofia muscular espinhal, com idade entre 5 e 18 anos, 56% apresentaram IMC

abaixo dos percentil 50 para a idade e 20% apresentaram IMC acima do percentil 85

para a idade. Entretanto 40% dos portadores tinham %GC acima do percentil 85 e

20% acima do percentil 95. Ainda segundo os autores o elevado %GC encontrado

não é inteiramente devido à esperada redução da massa muscular, pois, o %GC

independe do aumento ou diminuição da massa magra.

Mccrory et al (1998) em um estudo feito com 26 adultos com doenças

neuromusculares progressivas, observaram que esses indivíduos apresentam

aumento do %GC e diminuição da massa magra em relação a indivíduos saudáveis.

Segundo o autor o elevado nível de adiposidade está associado a um baixo nível de

atividade física, sendo que o excesso de gordura corporal prejudica ainda mais a

musculatura já enfraquecida e a mobilidade desses pacientes.

No estudo de Yao et al (2002), feito com 71 indivíduos saudáveis com

idade entre 35 a 49 anos, mais de 30% dos indivíduos que apresentavam excesso

de gordura corporal foram classificados como eutróficos pelo IMC, demonstrando

sua baixa sensibilidade na identificação do excesso de gordura corporal.

Resultados semelhantes aos estudos citados acima foram encontrados no

presente estudo, em que todos os adultos apresentaram %GC acima da média

apesar de 58% da amostra terem sido classificados como eutróficos pelo IMC.

Segundo Guedes e Guedes (2003) o excesso de gordura e de peso

corporal não deve ser encarado simplesmente como um problema estético. Pelo

contrário, é um grave distúrbio de saúde que reduz a expectativa de vida e ameaça

sua qualidade. Existe grande número de evidencias que permitem afirmar que maior

acúmulo de gordura e de peso corporal assume importante papel na variação das

funções orgânicas, constituindo-se em um dos fatores de risco mais significativos

associados a morbidades específicas e ao índice de mortalidade.

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42

5 CONCLUSÃO

O presente estudo constatou que grande parte dos portadores de

distrofias musculares podem se apresentar em risco nutricional quer seja pela

obesidade ou pela desnutrição.

A avaliação do estado nutricional deve fazer parte da rotina de exames

desses pacientes. Para isto, medidas mais precisas como dobras cutâneas devem

ser feitas para avaliar o estado nutricional e assim determinar estratégias e

recomendações. Vale ressaltar que devem ser respeitadas as limitações físicas de

cada individuo no momento da escolha do método para a avaliação.

Neste estudo, a maior parte da amostra consistiu de portadores de

Distrofia Muscular de Steinert (55%). O estado nutricional dos portadores de

distrofias musculares variou conforme a idade, com prevalência de obesidade e

excesso de gordura corporal nos adultos e baixo peso e déficit de crescimento nos

adolescentes.

Apesar das condições socioeconômicas influenciarem na compra e

escolha dos alimentos, não foi investigado a renda familiar dos portadores de

distrofia muscular. Além disso, a prática de atividade física também não foi

questionada.

A partir dos resultados apresentados, percebe-se a importância da

inserção do profissional nutricionista nas equipes multidisciplinares que atendem e

acompanham os portadores de distrofias musculares, visto a influencia que o estado

nutricional apresenta na expectativa e qualidade de vida desses pacientes. Além

disso, observou-se a necessidade de elaborar programas de educação nutricional

para esta população em busca de uma alimentação mais saudável.

Também torna-se importante a continuidade dos estudos na área de

nutrição envolvendo portadores de distrofias musculares, visto a carência de

pesquisas nessa área.

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43

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APÊNDICES

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APÊNDICE 1 - Formulário para a coleta de dados

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Iniciais do nome Data de

nascimento

Sexo (M

ou F)

Peso

(Kg)

Altura

(m)

PCSE

(mm)

PCT

(mm)

PCB

(mm)

PCSI

(mm)

Fonte: Pesquisadora

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Apêndice 2 - Termo de consentimento livre e esclarecido

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu, Laís Della vechia, acadêmica do curso de nutrição da universidade do Extremo Sul Catarinense – Unesc de Criciúma/ SC, sob orientação da professora Maria Cristina Gonçalves de Souza, estou desenvolvendo uma pesquisa intitulada “Avaliação do estado nutricional de portadores de D istrofia Muscular, vinculados à Associação Sul Catarinense de Amigos, Familiares e Portadores de Distrofias Musculares Progressivas (ASCADIM) da região de Criciúma (SC)”. O objetivo geral deste estudo é avaliar o estado nutricional dos portadores de distrofia muscular, vinculados á Associação Sul Catarinense de Amigos, Familiares e Portadores de Distrofias Musculares Progressivas (ASCADIM) da região de Criciúma (SC)”

Você está sendo convidado a participar da pesquisa, porém sua participação não é obrigatória. A qualquer momento você pode desistir de participar e retirar seu consentimento não necessitando apresentar nenhuma justificativa, bastando, para isso, informar sua decisão a pesquisadora. Sua recusa não lhe trará nenhum prejuízo em relação ao pesquisador ou a instituição. Não há riscos ou ônus na sua participação nessa pesquisa. Os dados obtidos serão confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participação durante todas as fases da pesquisa, inclusive após a publicação da mesma. Seu anonimato será preservado por questões éticas.

Considerando os dados acima, confirmo ter sido informado por escrito e

verbalmente dos objetivos deste estudo científico. Desta forma, Eu...................................................................................................................................aceito voluntariamente participar desta pesquisa e declaro que entendi os objetivos, riscos e benefícios de minha participação.

Criciúma, _____ de ____________ de 200___.

Nome e assinatura do pesquisador Nome e assinatura do sujeito pesquisado

Endereço e telefone da acadêmica para esclarecimento de dúvidas: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

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ANEXOS

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Anexo 1 – Aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa

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Anexo 2 - IMC (kg/m²) por idade (em anos) para o sexo feminino (F) e masculino (M) – dos

5 aos 19 anos (BRASIL, 2008)

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Anexo 3 - Altura (cm) por idade (em anos) para o sexo feminino (F) e masculino (M) – dos

5 aos 19 anos (BRASIL, 2008)

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Anexo 4 – Pontos de corte de IMC/I e A/I estabelecidos para adolescentes (BRASIL,

2008)

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Fonte: Brasil, 2008.

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Anexo 5 – Porcentagem estimada de gordura corpórea obtida por meio da soma de quatro dobras cutâneas (bíceps, tríceps, subescapular e supra-ilíaca)

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Fonte: Cuppari, 2005.

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Anexo 6 – Norma para percentual de gordura corporal para homens e mulheres

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HOMENS MULHERES

Muito Baixo * ≤5% <8% Abaixo da Média 6 – 14% 9 – 22%

Média 15% 23% Acima da Média 16 – 24% 24 – 31%

Muito Alto ** ≥25% >32% Fonte: Lohmam (1992 apud PETROSKI 2009) * Risco para doenças e desordens associadas com a má nutrição. ** Risco para doenças e desordens associadas com a obesidade.