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INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS ABEL SALAZAR
Dissertação de Mestrado
"Necessidade e Importância da Acreditação
dos
Laboratórios Forenses em Portugal"
(integrados no INML)
João Carlos d'Alte Bártolo da Silva
(Licenciado em Biologia pela FCUP)
Orientadora: Dra Maria Adelina Coelho da Costa Peça Amaral Gomes
13 de Maio de 2003
Pág.5
"...During the voyages of discovery in the fifteenth and sixteenth centuries,
Portuguese navigators were regarded as leaders in guiding ships to their destination and
bringing them back safely. As a result, Portuguese navigators were...preferred and
demanded by ship owners, governments and insurers. The source of this leadership was
a center for marine navigation (Sagres) - a unique, unprecedented think tank.
...To this center, Prince Henry ...established a data bank - a depository of logs of
marine voyages...
...Lessons learned from these logs contributed to Portuguese successes..."
In "Some Famous Case Examples - Juran Quality Handbook, 1998"
"Those who cannot remember the past are condemned to repeat it"
George Santayana (1863-1952)
Pág.7
Sumário
O presente trabalho tem como objectivo, pela reflexão que proporciona, contribuir para
o melhor conhecimento dos Sistemas da Qualidade aplicável aos Laboratórios Forenses
integrados no Instituto Nacional de Medicina Legal, e do processo de Acreditação dos
mesmos segundo a norma NP EN ISO/IEC 17025:2000.
Nos últimos anos temos assistido a um gradual aumento das exigências da Sociedade
relativamente à Garantia da Qualidade de produtos e serviços. Tal facto tem conduzido
as Organizações, quer de carácter público quer privado, a orientar os seus esforços para
a satisfação dos seus Clientes.
As normas da série ISO 9000 e a norma NP EN ISO/IEC 17025:2000 surgiram em
resposta à necessidade de uma metodologia uniforme que proporcionasse às
Organizações um meio voluntário para a satisfação das exigências da Sociedade.
O seu carácter universal e a sua abrangência conduziram recentemente nos EUA à
adopção da norma EN ISO/IEC 17025:2000 como a referência para a Acreditação dos
Laboratórios Forenses, substituindo de modo faseado a metodologia até há pouco
utilizada para o efeito.
Em Portugal a Acreditação de Laboratórios tem uma metodologia bem definida,
coordenada pelo Instituto Português da Qualidade e utiliza como referência a norma NP
EN ISO/IEC 17025:2000.
Existem várias abordagens possíveis para a Acreditação de Laboratórios, competindo a
cada Organização a definição da que melhor se adapta, em função de factores como os
objectivos pretendidos, o grau de maturidade do Sistema da Qualidade já implementado,
a dimensão e estrutura da Organização, o âmbito pretendido para a Acreditação e os
meios disponíveis para o efeito.
Em todas as metodologias o factor humano surge como a chave para o sucesso do
processo de Acreditação. É imprescindível o envolvimento de todos dentro da
Organização, desde a Gestão de topo até ao mais baixo nível hierárquico.
Os Laboratórios Forenses, tal como qualquer outra Organização, existem para servir os
seus Clientes. Não podem contudo alhear-se da perspectiva económica, no sentido da
optimização dos recursos de que dispõem e da redução dos custos normalmente
denominados como da "Não Qualidade".
Pág.8
O seu principal Cliente é o Sistema Judicial, ou seja, a Justiça. É pois necessário que os
Laboratórios Forenses utilizem todos os meios ao seu alcance, quer humanos quer
materiais, no sentido de satisfazer as necessidades e expectativas do Sistema Judicial e
da Sociedade que o suporta, numa perspectiva de melhoria contínua.
Um meio internacionalmente reconhecido para o conseguir é a Acreditação dos seus
ensaios de acordo com a norma NP EN ISO/IEC 17025, evidência da garantia da
qualidade dos resultados analíticos que produzem.
Pág.9
Abstract
The present work has the objective, by the reflection that provides, to contribute for a
better knowledge of the Forensic Laboratories Quality System integrated at the National
Institute of Medicine of Law, and in the process of their Accreditation according to the
Standard ISO/IEC 17025:2000.
In the last years we have been attending to a gradual increase in demands of the Society
to the Quality Assurance of products and services. Such fact has been driving the public
and private organizations to guide its efforts for the customer satisfaction.
The Standards of the ISO 9000:2000 series and the Standard ISO/IEC 17025:2000 for
the Laboratories appeared in response to the need of a uniform methodology that
provided to the organizations a voluntary way for the satisfaction of the Society
demands.
Its universality and range drove in the USA to the phased adoption of the Standard
ISO/IEC 17025:2000 as the reference Standard for the Accreditation of Forensic
Laboratories in substitution of the previous methodology.
Several methodologies exist for the Accreditation of Laboratories, competing to each
organization to choose the one that is most suitable, taking into consideration the
intended objectives, the maturity of the Quality System already implemented, its
dimension and structure, the range intended for the Accreditation and the available
resources to the process.
In all the methodologies, the human factor appears as the key for the Accreditation
success.
It is crucial the involvement of all the people inside the organization, from the top
Administration to the lowest hierarchical level.
The Forensic Laboratories, just as any other organization, exist to serve its customers.
However, they must take into consideration the economic perspective, in the sense of
the optimization of the available resources and the reduction of the costs of "bad
Quality".
Its main customer is the Judicial System, that is to say, the Justice. It is then necessary
that the Forensic Laboratories use all the means within its reach, humans and materials,
Pág.10
in the sense of satisfying the needs and expectations of the Judicial System and of the
Society that supports it, in a perspective of continuous improvement.
An internationally recognized way of doing it is the Accreditation by the Standard
ISO/IEC 17025:2000.
Pág.ll
Résumé
Le présent travail a comme objectif, a travers de la réflexion qui fournit, la contribution
pour une meilleure connaissance du Système de la Qualité des Laboratoires Judiciaires
intégrées dans l'Institut National de Médecine de Loi, ainsi que le processus de mise en
oeuvre de l'Accréditation d'après la norme EN ISO/IEC 17025:2000.
Dans les dernières années nous nous sommes confrontés avec l'augmentation graduelle
des demandes de la Société vis à vis de l'assurance de la qualité de produits et services.
Un tel fait a conduit les organisations publiques et privées a guider ses efforts vers la
satisfaction du client.
Les normes de la série ISO 9000:2000 et la norme EN ISO/IEC 17025:2000 pour les
Laboratoires arrivent comme une réponse au besoin d'une méthodologie constante pour
fournir aux organisations un chemin volontaire pour la satisfaction des demandes de la
Société.
Son universalité a conduit les EUA à l'adoption graduel de la norme EN ISO/IEC
17025:2000 comme la norme de référence pour l'Accréditation de Laboratoires Judiciaires en substitution de la méthodologie antérieure. Il y a plusieurs méthodologies pour l'Accréditation de Laboratoires et il compete à chaque organisation le choix de celle qui est la plus convenable ceci en prenant en considération les objectifs projetés, la maturité du Système de la Qualité déjà rendu effectif, sa dimension et structure, le ambitus de la l'intention pour l'Accréditation et les ressources disponibles pour le faire.
Dans toutes les méthodologies, le facteur humain paraît être la clef pour le succès de l'Accréditation.
C'est crucial la participation de tous les gens à l'intérieur de l'organisation, de
l'Administration du sommet jusque au niveau de l'hiérarchie le plus bas.
Les Laboratoires Judiciaires, de même que toute autre organisation, existent pour servir
leurs clients. Cependant, ils doivent prendre en considération la perspective
économique, dans le sens de l'optimisation des ressources disponibles et la réduction des
coûts de "mauvaise Qualité".
Son principal client c'est le Système Judiciaire, c'est-à-dire, la Justice. Il est nécessaire
alors que les Laboratoires Judiciaires utilisent tous les moyens à leur portée, aussi bien
Pág.12
humains que matériel, dans le sens de satisfaire les besoins et attentes du Système
Judiciaire et de la Société qui le supporte, dans une perspective d'amélioration continue.
Une façon internationalement reconnue qui le fait est l'Accréditation par la norme EN
ISO/IEC 17025:2000.
Pág.13
Agradecimentos:
Dentre todos os que de algum modo contribuíram para a execução deste trabalho,
gostaria de salientar:
• A Dr.a Maria Adelina Peça Gomes, minha orientadora neste trabalho, pela
sempre pronta colaboração, ajuda e estímulo, apesar da distância geográfica. A
sua reconhecida competência na área abordada neste trabalho constitui uma garantia do seu rigor técnico.
• O Professor Doutor J. E. Pinto da Costa, Coordenador do Curso de Mestrado em
Medicina Legal, pelo seu carisma e capacidade de motivação, sempre presentes
ao longo do Curso.
• Todos os Professores que leccionaram as diferentes matérias e temáticas
abordadas durante o Curso, pela competência e disponibilidade sempre
demonstrada.
• A Professora Doutora Fátima Pinheiro, em particular, pela colaboração, estímulo
e amizade sempre demonstrados. A ela se deve em primeira instância o
incentivo ao tema aqui abordado.
• A todos os colegas de Curso e em particular à Dr.a Rogéria Craveiro, pela grande
amizade, compreensão e estímulo ao longo de todo o Curso.
• A minha família, pela privação da minha companhia durante os longos períodos de trabalho de pesquisa.
Pág.15
índice: pág.:
Acrónimos 17
Nota Introdutória 19
I. Objectivos 21
II. Introdução 23
III. Os Sistemas da Qualidade 33
IV. A norma NP EN ISO/IEC 17025:2000 39
V. A Acreditação de Laboratórios forenses nos EUA 47
VI. A Acreditação de Laboratórios em Portugal 53
VII. A Certificação de peritos 67
VIII. Perspectiva económica 79
IX. Implementação de um Sistema da Qualidade 89
X. Metodologia de Diagnóstico 97
XI. Considerações finais 115
XII. Bibliografia 127
Anexo A (Tabela comparativa de requisitos) 133
Anexo Bi (Exemplo do Manual ASCLD/LAB) 141
Anexo B2 (Matriz de verificação do Manual ASCLD/LAB) 142
Anexo B3 (Proposta de alteração ao Manual ASCLD/LAB) 143
Anexo B4 (Tabela ASCLD/LAB versus EN ISO/IEC 17025) 144
Anexo Ci (Inquérito de Diagnóstico - I Parte) 147
Anexo C2 (Inquérito de Diagnóstico - II Parte) 149
Anexo C3 (Inquérito de Diagnóstico - II Parte: Matriz de verificação) 165
Pág.17
Acrónimos:
ABC
ADN
ASCLD
ASTM
CNQ
EN
ENFSI
FSS
IEC
ILAC
INML
IPQ
ISO
LAB
NATA
NP
OA
ONA
ONC
SPQ
SQ
SSQ
TQM
American Board of Criminalistics
Ácido Desoxirribonucleico
American Society of Crime Laboratory Directors
American Society for Testing Materials
Conselho Nacional da Qualidade
Norma Europeia
European Network of Forensic Science Institutes
Forensic Science Service
International Electrotechnical Commission
International Laboratory Accreditation Cooperation
Instituto Nacional de Medicina Legal
Instituto Português da Qualidade
International Organization for Standardization
Laboratory Accreditation Board
National association of Testing Authorities - Australia
Norma Portuguesa
Organismo de Acreditação
Organismo Nacional de Acreditação
Organismo Nacional Coordenador
Sistema Português da Qualidade
Sistema da Qualidade
Subsistema de Qualificação
Total Quality Management
Pág.19
Nota Introdutória:
O presente trabalho foi iniciado tendo como principal motivação e objectivo a avaliação
da presente situação dos Laboratórios do INML no que concerne aos seus Sistemas da
Qualidade, quando comparados com os requisitos da Norma de referência para a
Acreditação de Laboratórios - NP EN ISO/IEC 17025:2000.
Apesar das inúmeras e insistentes diligências efectuadas no sentido de se obter da
Direcção do INML a devida autorização para que se pudesse efectuar a referida
avaliação, tal não foi conseguido devido a ter sido considerada como sigilosa da
informação a recolher.
A impossibilidade da efectivação de tal avaliação e a consequente necessidade de reorientação de objectivos, empobreceu no nosso ponto de vista o trabalho agora apresentado, quer pela impossibilidade de apresentação de resultados quer pela oportunidade perdida em poder contribuir positivamente para a melhoria dos Sistemas da Qualidade dos Laboratórios do INML, pela detecção de eventuais falhas e proposta de vias de solução para as mesmas.
Pág.21
I. Objectivos:
O presente trabalho, mais do que uma abordagem teórica exaustiva da temática em
questão, pretende constituir uma contribuição positiva para o melhor conhecimento dos
Sistemas da Qualidade actualmente implementados nos Laboratórios Forenses
integrados no Instituto Nacional de Medicina Legal, pela reflexão a que obriga
relativamente à Importância e Necessidade da Acreditação dos referidos Laboratórios
face às crescentes exigências por parte da Sociedade em garantir a Qualidade de
Produtos e Serviços.
Aborda as implicações e custos de um tal processo, quer sob o ponto de vista
económico quer operacional, assim como as consequências inerentes à manutenção da
presente situação.
Adianta também linhas de orientação uniformes para a Acreditação dos Laboratórios do INML.
Pág.23
II. Introdução:
Há actualmente uma necessidade urgente de credibilização e rentabilização das
Organizações, quer estas sejam do âmbito da Indústria quer dos Serviços, e à qual a
Administração Pública e a Justiça não podem estar alheias, correndo o risco de se
desenquadrarem da realidade da Sociedade Portuguesa, e da mais vasta Sociedade, dita
Europeia, em que pretendemos vir a estar enquadrados.
No entanto, não obstante a validade destes argumentos que são apesar de tudo de
carácter circunstancial, a razão primordial para o nosso empenho na abordagem deste
tema é a de "acreditar na Qualidade" como um meio de evolução das Organizações.
Sem a perspectiva da orientação para o Cliente e a necessidade de melhoria contínua
que os Sistemas da Qualidade devem proporcionar, dificilmente as Organizações
poderão subsistir economicamente numa Sociedade global onde a oferta excede cada
vez mais a procura e a competição é feroz.
A Qualidade é uma perspectiva que tem de se ir cada vez mais implementando na Sociedade portuguesa. É acima de tudo um modo diferente de abordar as Organizações e a sua estrutura funcional, procurando aliar a eficácia à eficiência e orientando as Organizações para a sua missão, ou seja, a razão da sua existência, abandonando de vez a perspectiva imediatista que se instalou em amplos sectores da vida económica portuguesa, em que a perspectiva é a do lucro fácil e imediato, esquecendo por completo a sustentabilidade da própria Organização e o seu enquadramento na Sociedade.
Não mais poderemos tolerar que as coisas sejam como são "porque sempre assim
foram", "nunca ninguém se queixou", "sempre fiz assim" ou porque "foi assim que me
disseram para fazer". A aposta deve ser cada vez mais nas pessoas que, pela alteração
das mentalidades e formação contínua, serão cada vez mais a estrutura basilar das
Organizações e a sua maior valia.
E comum ouvir-se dizer no seio das Organizações que os recursos humanos são fracos,
que não têm a formação adequada, que são irresponsáveis e que são incompetentes.
Pág.24
Essa é também apontada como a principal causa do insucesso das Organizações, embora
os mais importantes autores dentro do campo da Gestão da Qualidade refiram que 80%
dos problemas da Qualidade nas Organizações se devem ao deficiente funcionamento
dos SQ, e que, sendo estes definidos e controlados pela Gestão, é desta em última
análise a responsabilidade pelo insucesso [35].
Temos de assumir uma atitude pró-activa, questionando sempre tudo à nossa volta,
numa postura que tem necessariamente de ser dialéctica com a vida e a evolução da
Sociedade, caso contrário arriscamo-nos a estar na estação à espera do comboio do
progresso, quando esteja passou.
Os SQ foram sempre uma necessidade para o bom funcionamento das Organizações. O
que mudou nos últimos anos foi a obtenção de consensos de muitos caminhos diferentes
e que conduziram à sua Certificação.
O que na prática tem falhado é o facto de muitas Organizações terem entendido a
Certificação como a meta final da implementação dos SQ, e que a obtenção do
certificado e a bandeira com o símbolo "Q" é o seu objectivo último.
Qualquer sistema formal implica burocracia, regras e disciplina, mas as Organizações
não podem, ou melhor, não devem ficar reféns do formalismo. Os SQ visam não só a
disciplina interna mas também a criação de uma cultura de responsabilização e de
participação de todos no funcionamento da Organização, visando a competitividade e a
sobrevivência económica, com particular importância para a sua estrutura directiva, cujo
empenhamento e liderança é fundamental.
A Qualidade tem portanto de ser encarada como um processo contínuo de mudança, em
particular de processos e mentalidades, que passa por toda a Organização e cujos
resultados não são imediatos nem aparecem sem haver perseverança e acompanhamento
por parte da Gestão de topo das Organizações.
Pág.25
A Norma NP EN ISO 9000:2000 refere como razões para o estabelecimento de um SQ
a possibilidade destes darem apoio às Organizações no sentido de aumentar a satisfação
dos seus Clientes.
Cada vez mais os Clientes exigem produtos/serviços que satisfaçam as suas
necessidades e expectativas, normalmente traduzidas contratualmente por
especificações. É de qualquer modo o Cliente que determina a aceitação do
produto/serviço, obrigando as Organizações a implementar sistemas que lhes permitam
adaptar-se rapidamente à mudança dos requisitos - necessidades e expectativas - dos
seus Clientes, mantendo necessariamente esses sistemas sob controlo.
Os requisitos para os produtos/serviços podem ser especificados pelos Clientes, por
regulamentação ou, por antecipação, pelas próprias Organizações, tendo em conta
especificações técnicas, normas de produtos/serviços e requisitos regulamentares |56(.
Refere-se ainda na mesma norma que os SQ são parte integrante de um sistema mais
vasto de gestão das Organizações e que devem estar orientados para a satisfação dos
objectivos da Qualidade. Estes, por sua vez, deverão estar definidos em função da
satisfação dos requisitos das partes interessadas.
Os Objectivos da Qualidade são complementares de outros objectivos das
Organizações, como sejam os de carácter económico, ambiente, segurança e saúde,
podendo estar todos integrados num único Sistema de Gestão que, pelo aproveitamento
das sinergias entre eles, pode facilitar o planeamento, distribuição de recursos e
avaliação da eficácia global da Organização.
Assim, os gestores não podem continuar a considerar a Qualidade como sendo um
problema do Departamento da Qualidade, já que pelo que vimos, é aos gestores que
cumpre a definição dos objectivos da Organização e portanto os objectivos da
Qualidade.
Pág.26
Gerir com sucesso uma Organização requer que tal seja feito de forma sistemática e
visível, seguindo os 8 princípios de gestão da qualidade como meio de conduzir a um
melhor desempenho:
• Focalização no Cliente - As Organizações dependem dos seus Clientes. Estes
são portanto o seu primordial alvo de satisfação.
• Liderança - É aos líderes das Organizações que compete a definição das
orientações e estratégias das mesmas. Assim, é fundamental que criem e
mantenham um clima interno propício ao envolvimento de todos na prossecução
dos objectivos, tendo sempre presente que a melhor liderança é a que é feita pelo
exemplo.
• Envolvimento das pessoas - Em todos os níveis de uma Organização, as
pessoas são a sua essência, e só com o seu envolvimento podem ser eficazmente
utilizadas as diferentes competências em seu benefício.
• Abordagem por processos - Só é possível aliar a eficiência à eficácia quando as
diferentes actividades no interior de uma Organização estão bem definidas e
portanto são passíveis de ser controladas.
• Abordagem da gestão como um sistema - E fundamental haver uma percepção
e compreensão do funcionamento dos diferentes processos dentro de uma
Organização, de modo a que, integrando-os num sistema funcional, seja possível
aproveitar sinergias entre estes, e contribuir assim para que se atinjam os
objectivos mais eficaz e eficientemente.
• Melhoria contínua - Este deve ser um dos objectivos permanentes das
Organizações. E sempre possível melhorar, mesmo quando aparentemente se
atingiram os objectivos, já que estes também evoluem.
• Abordagem à tomada de decisões baseadas em factos - Só pela análise de
dados e informações fidedignos se podem tomar decisões eficazes e sustentadas.
• Relações mutuamente benéficas com os Fornecedores - Tal como em relação
aos seus Clientes, as Organizações estão também dependentes dos seus
Fornecedores. São os Clientes destes. Assim, há toda a vantagem de estabelecer
relações de benefício mútuo já que assim se potenciam as capacidades de ambas
as Organizações, quer sob o ponto de vista económico quer processual e
operacional.
Pág.27
Podemos então dizer que hoje em dia uma Organização tem de satisfazer 5 vertentes:
• Os seus Clientes
• Os seus Colaboradores
• Os Investidores, que no caso de Organizações integradas no serviço público
serão os Contribuintes
• Os seus Fornecedores
• O Meio envolvente, encarado não só do ponto de vista geográfico e ambiental
mas também social
CLIENTES
MEIO
FORNECEDORES j CONTRIBUINTES
Uma das questões que frequentemente se coloca no âmbito da Qualidade é a distinção
entre Certificação e Acreditação.
Quando falamos de Certificação, estamos a falar de um processo voluntário pelo qual
uma terceira parte acreditada (órgão autorizado), seja uma Organização governamental
ou não, avalia e reconhece um produto, processo, serviço ou sistema, como cumprindo
os requisitos ou critérios predeterminados. Ou seja, é uma medida da conformidade
relativamente a um referencial - NP EN ISO 9001:2000 por exemplo.
A Acreditação é também um processo formal e voluntário pelo qual um órgão
reconhecido, normalmente uma Organização não governamental, avalia e reconhece que
COLABORADORES
Pág.28
uma Organização cumpre os requisitos ou critérios predeterminados, mas sendo estes
normalmente estabelecidos no sentido de estimular a melhoria contínua da Organização
e orientados para a competência e não apenas a conformidade. É pois um
reconhecimento da Competência da Organização para a execução de determinadas
actividades, normalmente discriminadas no âmbito da Acreditação.
O reconhecimento de competências e a avaliação da conformidade efectuam-se de
acordo com normas internacionais, europeias ou nacionais, regulamentos técnicos ou
especificações técnicas, no nosso País aprovadas no âmbito do Sistema Português da
Qualidade (SPQ), por organismo competente.
Já em 1996, na sua proposta de Política Nacional da Qualidade de 17 de Maio, o CNQ
referia ser desejável que os departamentos da Administração Pública criassem
condições para que as metodologias estabelecidas pelo SPQ tivessem uma aplicação tão
alargada quanto possível e que as decisões administrativas deveriam ser baseadas em
critérios transparentes e procedimentos técnicos demonstráveis, recorrendo a apoios
laboratorial e pericial de competências acreditadas, sempre que apropriado.
Ainda no mesmo documento, o CNQ referia que o esforço geral na evolução para a
Qualidade pela melhoria contínua tem de ser assumido por todos os escalões da
hierarquia.
O DL n°4/2002 de 4 de Janeiro faz referência ao enquadramento jurídico do SPQ.
Neste, é salientada a importância da Qualidade nas questões relacionadas com a
economia no mercado europeu em que Portugal se integrou, mas faz especial referência
ao facto de existirem vertentes em que a Qualidade é exigida pela população ou
interesses superiores do País, não podendo ser subordinada apenas a critérios de
natureza económica.
Refere ainda o mesmo diploma que "...as preocupações com a Qualidade adquiriram
também um maior relevo na definição de estratégias e no desempenho tanto da
Administração Pública como de muitas Organizações não empresariais essenciais à
Sociedade...", demonstrando-se assim uma clara intenção de apostar na Qualidade não
só como um meio de assegurar a modernização da estrutura económica do País, mas
Pág.29
também a de garantir que a Administração Pública e outras Organizações de carácter
não empresarial não deixam de acompanhar o processo.
Neste enquadramento é perfeitamente possível situar o Instituto Nacional de Medicina
Legal que é um dos organismos sob superintendência e tutela do Ministério da Justiça.
Na Lei Orgânica do Ministério da Justiça, publicada no DL n°146/2000 de 18 de Julho,
são delegadas ao Instituto Nacional de Medicina Legal, no seu artigo 20°, entre outras as
atribuições de:
3-a) Contribuir para a definição da política na área da Medicina Legal.
3-c) Superintender a Organização e a gestão dos serviços médico-legais no território
nacional.
3-d) Programar e executar as acções relativas à formação, gestão e avaliação dos
recursos humanos afectos à área da medicina legal.
3-e) Proceder à uniformização de normas técnicas no domínio das perícias médico-
legais.
Todas as referidas atribuições são perfeitamente integráveis num SQ, seja de carácter
alargado ou estrito como no caso da Acreditação dos Laboratórios.
Na Lei Orgânica do Instituto Nacional de Medicina Legal, publicada no DL n° 96/2001
de 26 de Março, são novamente destacados os aspectos da necessidade de contribuir
para o correcto funcionamento da Administração da Justiça, relevando-se o facto de a
anterior estrutura organizativa ter gerado diferentes metodologias periciais e critérios,
criando-se a possibilidade de ocorrerem situações de desigualdade na administração da
Justiça, tornando-se portanto imprescindível a instituição de metodologias periciais
uniformes em todo o País.
No ponto 1-f) do seu artigo Io o diploma discrimina como atribuição do Instituto
Nacional de Medicina Legal "fomentar programas de Garantia da Qualidade aplicados
aos exames e perícias de medicina legal e promover a harmonização das suas
metodologias, técnicas e relatórios periciais", pelo que foi recentemente contemplada a
necessidade da criação de um Gabinete da Qualidade.
Pág.30
Não podemos deixar de salientar que, quer a NP EN ISO 9001:2000, no âmbito da
Certificação, quer a NP EN ISO/IEC 17025:2000, no âmbito da Acreditação,
determinam a necessidade do envolvimento da Gestão de topo e sugerem o acesso
directo do responsável pela função Qualidade a esse mesmo nível de decisão.
As Ciências Forenses, nas quais incluo não só as relacionadas com especialidades
médicas mas também todas as outras não-médicas que contribuem para a resolução dos
problemas forenses, necessitam de uma permanente actualização de técnicas e
metodologias, sem a qual seriam ultrapassadas pelos acontecimentos e ver-se-iam
impossibilitadas de corresponder às crescentes solicitações, quer em número quer em
complexidade.
Podemos pois considerar as Ciências Forenses como integrando necessariamente uma
vanguarda técnico-científica multidisciplinar, pelo que terão de assegurar mecanismos
que garantam o acompanhamento dos conhecimentos a nível Nacional, Europeu e
mesmo Mundial e ainda a sua divulgação.
Esta, deverá ser encarada não só sob o ponto de vista académico e formativo mas
também informativo, devendo tais conhecimentos ser disponibilizados a todas as
entidades, tais como as forças de combate ao crime, que por inerência de funções deles
careçam para o seu melhor desempenho.
Actualmente existem já entidades privadas a fornecer serviços que até há pouco tempo
eram da exclusiva responsabilidade da Medicina Legal. Não será um facto estranho se
dentro de algum tempo essas entidades, pelo facto de poderem ser Acreditadas,
passarem gradualmente a ter uma maior credibilidade e mesmo aceitação por parte dos
Tribunais e do público em geral, em detrimento das instituições oficiais de referência,
pelo que urge actuar.
A implementação de um SQ, nomeadamente a Acreditação dos Laboratórios do INML,
terá ainda uma componente a considerar que é a maior facilidade de diálogo e troca de
informações entre as diferentes instituições congéneres Europeias e Mundiais, já que
existem fortes movimentações no sentido da adopção da norma NP EN ISO/IEC
17025:2000 como base global de Acreditação para os laboratórios forenses p|.
Pág.31
Embora sendo genérica para todos os laboratórios de ensaio e calibração, a norma NP
EN ISO/IEC 17025:2000 não exclui a possibilidade de ser desenvolvido um documento
separado que complete a referida norma no que se refere a domínios técnicos
específicos como são por exemplo os da Medicina Legal e Ciências Forenses em geral.
Uma outra possibilidade é a da inclusão de notas interpretativas que, embora não sendo
requisitos suplementares à Norma, podem aperfeiçoar os enunciados destes tornando-os
mais adequados à disciplina em questão.
Mais adiante abordaremos mais pormenorizadamente este ponto.
Embora ainda não abrangidos pela referida Norma, estão cada vez mais ligados ao
conceito da Qualidade, pelas razões já anteriormente referidas, todos os aspectos
relacionados com Segurança, Saúde e preservação do Ambiente, aspectos que têm vindo
a ser grandemente valorizados e se encontram já amplamente contemplados nos
requisitos legais do espaço comunitário.
Pág.33
III. Sistemas da Qualidade:
Um dos principais factores de avaliação do desempenho de uma Organização é a
qualidade dos seus produtos e serviços. Esta, traduz-se por uma adequada atenção ao
Cliente, realizando as suas actividades de acordo com os requisitos por ele definidos, no
menor intervalo de tempo, garantindo a sua satisfação após uso e ao menor custo
possível.
O percurso de uma Organização para a melhoria da qualidade dos seus produtos ou
serviços tem início com a definição do que se pretende atingir. Para isso é
imprescindível ter conhecimento pleno do nível da qualidade que já foi alcançado.
A Gestão pela Qualidade é uma forma de administração intrinsecamente associada ao
grau de maturidade, compromisso e responsabilidade que os membros dirigentes têm
em relação à Organização.
Este tipo de administração baseia-se em que todos na Organização actuem de um modo
pró-activo, ou seja, procurando contínua e dedicadamente a melhoria das actividades
que executam.
A implementação de um SQ deve procurar traduzir essa atitude. Ter um sistema
correctamente documentado não implica que esteja funcional. A elaboração de
documentos e o estabelecimento da obrigatoriedade em os cumprir, por si só, sem um
trabalho de consciencialização, não garante o bom funcionamento do sistema e portanto
a sua eficácia. Por outro lado, um sistema que não está documentado pode funcionar
perfeitamente e ser muito eficaz.
Temos assim que para garantir o bom funcionamento de um SQ o elemento fulcral é o
compromisso das pessoas com a melhoria continua das tarefas que executam.
Para que tal aconteça é necessário ter sempre presente o cumprimento da directriz que
afirma que "...o Homem qualificado, motivado e comprometido, na actividade
necessária e no momento adequado..."[gi|, é a chave do sucesso para uma Organização.
Sistemas da Qualidade Pág.34
A Gestão da Qualidade desenvolve as suas actividades nos meandros de um complexo
sistema de conceitos no qual se tem de realizar um grande esforço de melhoria no
âmbito interno de modo a que os seus reflexos externos sejam consistentes. Só assim
atingirá o seu alvo que é o Cliente.
Sem o Cliente não há razão para a existência de uma Organização. Deixa também de
existir a base para a motivação do ser humano em sentir-se útil.
Podemos definir "Sistema" como uma entidade física ou conceptual, composta de partes
interdependentes que interactuam, dentro de limites preestabelecidos, para alcançar uma
ou mais metas comuns.
Um bom exemplo é o corpo humano, também ele constituído por vários subsistemas
inter actuantes.
E tal como acontece com o corpo humano, os sistemas incorporam necessariamente
mecanismos de controlo que têm por função detectar desequilíbrios, ou seja, diferenças
entre a saída real e a esperada, e corrigi-las actuando sobre a entrada do sistema e
procurando eliminar essa diferença.
Os SQ têm características próprias. A necessidade de se estenderem a todas as partes da
Organização, desde a concepção até à execução do produto ou serviço, requer uma
cuidada coordenação de recursos e actividades, quer materiais quer humanos, que
permita o seu desenvolvimento de uma forma ordenada.
Assim, o conceito de Sistema da Qualidade, engloba a estrutura organizacional,
incluindo a definição de funções e responsabilidades, os procedimentos e os recursos
que, em conjunto, permitem assegurar que os produtos ou serviços satisfazem os
requisitos definidos.
É pois um sistema multidisciplinar, que deve incluir todos os sectores da
Organização que de algum modo possam afectar a qualidade do produto ou
serviço realizado, ao longo de todo o seu ciclo de desenvolvimento.
O conceito de Sistema da Qualidade aqui exposto é resultante de uma evolução histórica
cujo conhecimento é relevante para o entendimento da actual necessidade de uma
sistemática abordagem da Qualidade nos nossos dias.
Sistemas da Qualidade Pág.35
As raízes da preocupação com a Qualidade confundem-se com o nascimento da
revolução industrial. Antes desta, todo o ciclo de produção era artesanal, pelo que a
qualidade do produto estava directamente ligada ao Produtor. Este, por sua vez, também
comercializava directamente o produto com o Cliente, o que proporcionava um contacto
directo entre Produtor e Cliente, permitindo assim ao primeiro adaptar o produto às
necessidades do segundo e obtendo deste informações sobre o seu grau de satisfação.
O posterior desenvolvimento do Comércio fez surgir a figura do intermediário, o que
veio interferir na relação privilegiada existente até então entre Produtor e Consumidor.
Com a chegada da produção industrial, as técnicas de produção passaram a ser baseadas
no conceito de produção em série, em que os diferentes componentes de um produto
eram fabricados separadamente e em grande escala. Este facto acentuou o fosso entre
Produtor e Consumidor, já que passaram a ser intervenientes no processo um número
cada vez maior de trabalhadores.
Isto teve um impacto directo sobre a qualidade final do produto já que havia um escasso
controlo sobre a qualidade das partes que o compunham. Na produção em série, a falta
de controlo sobre a qualidade de uma peça ia condicionar o sucesso da fase subsequente
ou mesmo do produto final.
Surge então a necessidade de haver uma inspecção final ao produto como paliativo para
a falta de qualidade existente na fase do processo. Isto trouxe problemas adicionais
como sejam a falta de eficácia dos métodos inspectivos e o seu elevado custo.
Um dos mais importantes contributos para o actual conceito de Qualidade surge nos
anos 20 com a introdução das Cartas de Controlo de W. Shewhart nos EUA. Estas,
como método estatístico básico, passaram a permitir controlar a qualidade não só do
produto final mas também durante as diferentes fases do processo de fabrico.
E também desta época o aparecimento de técnicas de inspecção por amostragem, ainda
hoje utilizadas em várias actividades.
Surge posteriormente uma metodologia de Gestão em que, além de se levar em
consideração os princípios da Garantia da Qualidade, incorporava ainda a necessidade
de cumprir os requisitos implícitos e explícitos dos Clientes, dos Accionistas, dos
Fornecedores e da Sociedade em que se integrava a Organização. Esta forma de Gestão,
Sistemas da Qualidade Pág.36
então denominada de TQM (Gestão pela Qualidade Total) foi a fonte inspiradora de
muitos dos actuais prémios nacionais de Qualidade.
Podemos definir Garantia da Qualidade como sendo um conjunto de procedimentos
planeados e sistematicamente implementados numa Organização, comprovadamente
necessários para fornecer a adequada confiança em que um processo, produto ou serviço
irá cumprir os requisitos da Qualidade previamente definidos.
É portanto uma ferramenta que visa garantir a implementação e avaliação contínua do
Sistema da Qualidade.
A implementação de um Sistema de Garantia da Qualidade é da responsabilidade da
Gestão e engloba necessariamente:
• O estabelecimento dos requisitos da Qualidade
• Uma avaliação dos recursos disponíveis na Organização, quer humanos, quer
materiais, para possibilitar o cumprimento destes
• A Organização destes e a avaliação dos recursos em falta
• A sistematização das actividades que influenciam a Qualidade, por meio de
procedimentos, instruções, etc.
• A Formação, Treino, Consciencialização e Motivação para o sistema que se pretende implementar
• A monitorização contínua da implementação do sistema e a sua adequação
relativamente aos fins pretendidos
A função de Garantia da Qualidade propriamente dita deve ser complementada com o
Controlo da Qualidade. Este, pode por sua vez ser definido como o conjunto de
actividades destinadas à satisfação e controlo dos requisitos da Qualidade. São exemplo
dessas actividades as inspecções, ensaios, análises de dados e calibrações.
É então um conjunto de actividades multidisciplinares que por via desse facto estará
dependente do contexto de cada Organização.
Agregando ou não o Controlo da Qualidade, o Departamento responsável pela Garantia
da Qualidade deverá necessariamente:
Sistemas da Qualidade Pág.37
• Ter as suas funções claramente definidas
• Ter autoridade e responsabilidade para as executar
• Ter liberdade para identificar problemas relativos à Qualidade e em função
destes desencadear acções, ou recomendá-las, no sentido de os solucionar
• Verificar a efectiva implementação das soluções iniciadas ou propostas
Estas acções estão de acordo com o princípio da independência entre quem verifica e
quem executa, com a atribuição da responsabilidade ao último, o que não ocorria no
passado, em que a responsabilidade era atribuída a quem fazia a inspecção (verificação).
Assim, temos uma estrutura tripartida da Qualidade, onde podemos representar a Gestão
como o órgão dentro da Organização que deverá suportar o Sistema:
Responsabilidade Autoridade
Podemos portanto concluir, pelo que atrás foi exposto, que se torna impossível
implementar um Sistema da Qualidade funcional, sem que haja a participação de todos
na Organização. Ou todas as pessoas das diferentes áreas dentro da Organização se
integram na filosofia da Qualidade ou o SQ não será eficaz, podendo mesmo ficar
irremediavelmente comprometido.
É pois de vital importância para o sucesso da implementação de um Sistema da Qualidade que o seu órgão responsável tenha pleno suporte da Gestão.
Pág.39
IV. A Norma NP EN ISO/IEC 17025:2000
A norma "Requisitos gerais de competência para Laboratórios de ensaio e calibração" é
o referencial presentemente utilizado para a Acreditação de Laboratórios de ensaio e
calibração, em substituição da anterior NP EN 45001:1990 - "Critérios para o
funcionamento de Laboratórios de ensaio".
Esta, por sua vez, tinha tido origem a partir das orientações dadas por vários Guias
ISO/CEI:
Termos gerais e suas definições relativos à normalização e Guia ISO/CEI 2
actividades afins
Requisitos gerais de competência técnica de Laboratórios de Guia ISO/CEI 25
ensaio Guia ISO/CEI 38 Requisitos gerais de aceitação de Laboratórios de ensaio
Desenvolvimento e realização de ensaios de aptidão de Guia ISO/CEI 43
Laboratórios
Guia ISO/CEI 45 Directrizes para a apresentação dos resultados de ensaios
Guia para a elaboração do manual da qualidade de um Laboratório Guia ISO/CEI 49
de ensaios
O guia ISO/CEI 25 foi publicado em 1978, impulsionado pela criação da ILAC, uma
associação de organismos nacionais de acreditação. As suas bases foram estabelecidas a
partir da prática corrente dos membros da ILAC da altura.
As primeira e segunda (1982) publicações do guia ISO/CEI 25 cobriam unicamente
aspectos de carácter técnico. A terceira publicação, em 1990, reconhecendo já a
necessidade de o Laboratório ter implantado um sistema da qualidade, por influência da
então recém publicada EN 45001 - de aplicação principalmente na Europa - e
procurando obter sinergias com as normas ISO da série 9000, procurou combinar os
requisitos técnicos com requisitos de gestão de sistemas da qualidade.
Este guia definia os requisitos a cumprir pelos Laboratórios que pretendessem ser reconhecidos como competentes para conduzir ensaios ou calibrações, incluindo
amostragem, independentemente da sua dimensão.
A Norma NP EN ISO/IEC 17025 Pág.40
Com o aparecimento da EN ISO/IEC 17025, surgem várias alterações importantes no
que diz respeito à filosofia subjacente. Não só relativamente aos critérios de confiança
nos Laboratórios acreditados, mas também na necessidade de alargar os requisitos da
norma de modo a abranger integralmente o Sistema da Qualidade do Laboratório, o que
não estava totalmente contemplado nas anteriores EN 45001 e Guia ISO/CEI 25.
Com efeito, vários casos houve em que por diversas razões, muitas vezes de carácter
económico, os Laboratórios procuravam a Certificação pelas normas ISO da série
9000:1994 (9001 e 9002) e acreditavam-se adicionalmente pela NP EN 45001. Isto, na
tentativa de conseguir demonstrar simultaneamente que não só tinham capacidade de
"fazer bem" mas que realmente possuíam competência técnica para o fazer,
demonstrável através de uma avaliação independente.
A NP EN ISO/IEC 17025:2000 já foi concebida de modo a assegurar a conformidade
com as normas da série 9000:1995, o que aliás refere no seu ponto 1.6, pelo que deixou
de fazer sentido a certificação adicional pelas mesmas.
A NP EN 45001 estava direccionada para os aspectos técnicos, sendo essa considerada
como a mais valorizada característica por parte do Cliente. Já a NP EN ISO/IEC 17025,
ao incorporar os requisitos da série 9000:1995 faz uma reorientação para a satisfação do
Cliente, considerando esta portanto o objectivo primordial do SQ do Laboratório. Na
norma NP EN ISO/IEC 17025 consta uma nota informativa em que se recomenda que o
Laboratório obtenha um "feedback" dos seus Clientes e que em função deste actue na
melhoria do seu SQ. Reforça-se assim a tendência de orientação para o Cliente.
As acreditações são dadas para um determinado conjunto de ensaios, que aliás são
descriminados num anexo ao certificado. A norma NP EN 45001 era omissa
relativamente a essa indicação, mas a NP EN ISO/IEC 17025 no seu ponto 5.4.2
permite a escolha do método do ensaio em função das necessidades do Cliente, salvo se
este especificar previamente o método a aplicar, obviando assim a necessidade de uma
descrição exaustiva dos ensaios realizáveis.
A inclusão da concepção, desenvolvimento e validação de métodos permite aos
Laboratórios serem acreditados relativamente a esta actividade, o que contudo não
A Norma NP EN ISO/IEC 17025 Pág.41
deverá ser a regra já que obrigaria os mesmos a manter um SQ extremamente complexo
e de um modo geral desajustado das necessidades da maioria dos Laboratórios. Será
decerto regra que as Acreditações continuem a ser de âmbito estrito, ou seja,
relativamente a um determinado conjunto de ensaioS[84).
Uma outra alteração importante é a relativa à amostragem. Com efeito a NP EN 45001
não a considerava como uma actividade do Laboratório, especificando apenas os
cuidados relativos ao manuseamento, armazenamento e ensaio das amostras. Já a NP
EN ISO/IEC 17025 considera que a amostragem pode ser um item da competência do
Laboratório, admitindo tacitamente que esta pode condicionar os resultados dos ensaios.
Acrescenta ainda a norma que, além de se usarem métodos estatísticos sempre que for
razoável, o processo de amostragem deve especificar factores a controlar no sentido de
garantir a validade dos resultados dos ensaios. Este é um dos pontos (5.7.1) em que a
norma faz referência, em nota informativa, ao facto de as amostras poderem não ser
representativas do todo mas determinadas pela disponibilidade, como é muitas vezes o
caso específico das análises periciais de carácter forense. Quer neste aspecto quer no
anterior, servem como exemplo os cuidados necessários para a preservação de amostras,
em muito casos apenas vestigiais, para análise de ADN.
É prevista ainda a existência de planos de amostragem e procedimentos para a
amostragem e preparação do material de colheita.
Também no que diz respeito à análise de contrato há uma evolução. Passa a ser
necessário o registo de todas as actividades relacionadas com o contrato, incluindo
procedimentos relativos a consultas, propostas e contratos. É também alargada a
cooperação com os Clientes e o registo de todos os contactos com os mesmos que
possam de algum modo ter influência nas actividades contratadas.
Um aspecto de extrema importância para a actividade pericial forense é a relativa aos
relatórios de ensaio.
A NP EN 45001 referia expressamente no seu ponto 5.4.3 que "...o relatório de ensaios
não deve incluir qualquer aviso ou recomendação proveniente dos resultados dos
ensaios".
A Norma NP EN ISO/IEC 17025 Pág.42
Esta situação conduzia à necessidade de o Laboratório emitir para o Cliente o relatório
dos ensaios e adicionalmente, em separado, o parecer relativo aos resultados, muitas
vezes o mais valorizado pelo próprio Cliente e até por vezes a principal razão para o
pedido de ensaios.
No âmbito estrito das perícias forenses assume muitas vezes maior relevo o parecer
pericial do relatório do que os resultados analíticos que o sustentam. Com efeito, muitas
vezes a interpretação dos resultados só está ao alcance de especialistas, o que não é
normalmente o caso dos outros intervenientes do Sistema Judicial.
A norma NP EN ISO/IEC 17025 altera completamente esta situação ao permitir a
inclusão nos relatórios de interpretações e opiniões - ponto 5.10.5 - , referindo a
necessidade de documentar as bases em que tais se fundamentam. Tal facto está
novamente em concordância com a filosofia subjacente a esta norma, que é a da
orientação para o Cliente.
Um outro aspecto em que há uma alteração significativa é o relativo às incertezas das
medições.
A anterior norma não era taxativa relativamente à avaliação das incertezas das
medições, já que inclusivamente se apresentava algo ambígua quando referia no seu
ponto 5.4.3 que o relatório de ensaio "...deve conter uma declaração da incerteza da
medição, quando relevante" e mais adiante no mesmo ponto referia que "...os resultados
quantitativos devem ser dados juntamente com a incerteza estimada".
A NP EN ISO/IEC 17025 já exige claramente que os Laboratórios devem ter
procedimentos para estimar as incertezas das medições, sejam estas relativas a
calibrações internas quer a medições dos itens a ensaiar, salvo nos casos em que a
natureza do método de ensaio exclua um cálculo rigoroso.
A NP EN 45001 era omissa relativamente ao tratamento de produto não conforme,
fazendo apenas referência à necessidade de existir um procedimento para tratamento de
reclamações, mas não especificando como proceder relativamente à correcção de erros
ou falhas detectados, quer pelo Laboratório quer pelo Cliente.
A Norma NP EN ISO/IEC 17025 Pág.43
A NP EN ISO/IEC 17025, por outro lado, é extremamente rigorosa relativamente a este
assunto. Nos seus pontos 4.8 a 4.11 faz referência expressa à necessidade de o
Laboratório possuir uma política e procedimentos para:
• o tratamento de reclamações,
• o controlo da conformidade dos trabalhos relativamente aos seus requisitos
internos e aos especificados pelo Cliente,
• a avaliação da importância do trabalho não conforme e notificação ao Cliente se
necessário,
• as acções correctivas a efectuar e o seu acompanhamento,
• a análise das causas que deram origem à não-conformidade,
• a necessidade de auditorias complementares e
• o estabelecimento de acções preventivas e respectivos planos de acção.
Existem vários outros pontos em que há uma evolução significativa com a NP EN
ISO/IEC 17025. É o caso por exemplo do manual da qualidade, a validação de métodos
de ensaio, a rastreabilidade das medições e as definições de funções, entre outros, em
que a NP EN ISO/IEC 17025 é muito mais descritiva e objectiva, facilitando assim o
trabalho quer dos Laboratórios quer das entidades acreditadoras.
A NP EN ISO/IEC 17025 está estruturada, no que diz respeito aos requisitos, em dois
grandes grupos, por sua vez subdivididos do seguinte modo:
4. Requisitos de Gestão
4.1 Organização
4.2 Sistema da Qualidade
4.3 Controlo de documentos
4.4 Análise de consultas, propostas e contratos
4.5 Subcontratação de ensaios e calibrações
4.6 Aquisição de produtos e serviços
4.7 Serviço ao Cliente
4.8 Reclamações
4.9 Controlo de trabalhos de ensaio e/ou calibrações não-conformes
A Norma NP EN ISO/IEC 17025 Pág.44
4.10 Acções correctivas
4.11 Acções preventivas
4.12 Controlo de registos
4.13 Auditorias internas
4.14 Revisão pela direcção
5. Requisitos Técnicos
5.1 Generalidades
5.2 Pessoal
5.3 Instalações e condições ambientais
5.4 Métodos de ensaio e calibração, e validação de métodos
5.5 Equipamento
5.6 Rastreabilidade das medições
5.7 Amostragem
5.8 Manuseamento dos itens a ensaiar ou calibrar
5.9 Garantia da qualidade dos resultados de ensaio e de calibração
5.10 Apresentação de resultados
No anexo B da norma, de carácter meramente informativo, encontramos orientações
para definir notas interpretativas relativamente a domínios específicos, onde podemos
perfeitamente enquadrar o domínio das perícias forenses. Note-se contudo que, ao
referir que "...convém que as notas interpretativas não incluam requisitos gerais
adicionais...", tal não é de todo uma proibição, pelo que será sempre de considerar como
uma hipótese válida, caso se venha a verificar que um determinado aspecto de um
campo específico de actividade não está de todo contemplado na norma e não é possível
discriminá-lo por intermédio de uma nota interpretativa.
Tal hipótese é consubstanciada no ponto B.4 quando é referido expressamente que
"...pode ser necessário desenvolver um documento separado que complete a presente
norma internacional no que se refere a tipos ou grupos específicos de ensaios...".
Refere-se ainda a necessidade de as notas interpretativas deverem sempre ser
formalizadas por pessoas com os conhecimentos e experiência para o fazer.
A Norma NP EN ISO/IEC 17025 Pág.45
A norma NP EN ISO/IEC 17025 faz referência ao âmbito forense, em nota informativa.
Refere especificamente a possibilidade de a amostra poder não ser estatisticamente
representativa mas sim determinada pela disponibilidade, - ponto 5.7.1 da norma,
situação frequente no âmbito pericial forense.
Outros pontos, embora não fazendo uma referência específica, estão feitos com um
carácter de abrangência que podem facilmente ser transpostos para o âmbito das perícias
forenses.
Têm especial relevo neste capítulo os requisitos referentes a:
• Serviço ao Cliente,
• Controlo de registos e de dados,
• Amostragem e Manuseamento de itens a ensaiar
• Apresentação de resultados.
No Anexo A, apresenta-se uma tabela que procura fazer uma correspondência entre os
requisitos da norma NP EN 45001, do Guia ISO/IEC 25, e da NP EN ISO/IEC 17025.
Esta correspondência pode nem sempre ser exacta, já que por vezes não há equivalentes
de um documento para o outro.
De qualquer modo é uma orientação relativa a requisitos semelhantes entre os
documentos, para fins meramente informativos e de consulta.
Pág.47
V. A Acreditação de Laboratórios forenses nos E.U.A.:
Nos E.U.A. foi por iniciativa da Comunidade Científica Forense e do poder legislativo
que se procurou estabelecer padrões nacionais de metodologias, inicialmente
direccionadas para as análises de ADN aplicadas à identificação humana forense.
Em 1970 foi criado o "Comitee E30 on Forensic Sciences" da ASTM, com o fim de
estabelecer padrões de métodos e terminologia específicos das Ciências Forenses.
Posteriormente surgiu a ASCLD, em 1974, Sociedade esta constituída sem fins
lucrativos e composta por Directores de Laboratórios forenses dos EUA, Canadá,
Inglaterra, Itália, Suécia, Suiça, Austrália além de outros países.
Tendo como missão a promoção da excelência em Ciências Forenses através da liderança da gestão, dedicou-se ao aperfeiçoamento de metodologias e práticas forenses, através da adopção de práticas adequadas de gestão e supervisão. Em 1987 publicou o seu Manual de Práticas de Gestão para Laboratórios Forenses, mais tarde revisto em 1994, e onde constam as directrizes fundamentais para uma correcta administração de Laboratórios Forenses criminais, abrangendo todas as áreas das análises forenses.
O Programa de Acreditação de Laboratórios Forenses estabelecido pela ASCLD, foi
iniciado em 1981, e é gerido pela ASCLD/LAB que é responsável perante a assembleia
de delegados constituída pelos Directores de Laboratórios acreditados.
E um programa voluntário no qual todos os Laboratórios forenses podem participar no
sentido de demonstrar que a sua gestão, operacionalidade, pessoal, procedimentos,
equipamento, instalações, segurança - quer do ponto de vista da prática laboral quer do
ponto de vista da garantia sobre a cadeia de custódia e da restrição de acesso a áreas
sensíveis das instalações - e saúde correspondem a padrões estabelecidos.
A Acreditação é considerada parte de um mais vasto programa de Garantia da
Qualidade dos Laboratórios, que deverá considerar adicionalmente testes de aptidão e
formação contínua, de modo a garantir um melhor serviço ao Sistema Judicial.
A Acreditação de Laboratórios Forenses nos EUA Pág.48
A ASCLD/LAB adoptou quatro objectivos que definem o propósito e natureza do seu
programa de acreditação:
1. Melhorar a qualidade dos serviços prestados pelos Laboratórios ao Sistema
Judicial.
2. Desenvolver e manter critérios passíveis de ser usados pelos Laboratórios para
fixar os seus níveis de desempenho e fortalecer a sua operacionalidade.
3. Fornecer um sistema independente, imparcial e objectivo de revisão
operacional do qual os Laboratórios possam beneficiar.
4. Oferecer à opinião pública e aos Clientes dos Laboratórios um meio de
identificação de que os mesmos demonstraram cumprir os padrões de
desempenho estabelecidos.
A inspecção realizada pelo ASCLD/LAB, com duração habitual de uma semana,
procura obter resposta a questões como:
• O que é que diz que faz?
• Está realmente a fazer aquilo que diz que faz?
• Consegue demonstrar documentalmente que faz o que diz fazer?
A Acreditação é garantida por um prazo de cinco anos, durante os quais o Laboratório
tem obrigatoriamente de apresentar um relatório anual de revisão da Acreditação e
colaborar em programas de aptidão inter-laboratoriais. Ao fim dos cinco anos, todo o
processo de Acreditação é repetido, incluindo a inspecção no local.
O programa, descrito no Manual da LAB, consiste em declarações de princípios, nos
padrões básicos, critériosa) para a sua avaliação e discussão dos mesmos.
a): "Criteria" no original em Inglês e que para evitar confusões com o termo
"requisitos" foi traduzido literalmente, embora tenham aqui o mesmo significado.
A Acreditação de Laboratórios Forenses nos EUA Pág.49
Em cada uma das três divisões dos padrões e critérios, Gestão do Laboratório e
Operações, Qualificação do Pessoal e Instalações respectivamente, é apresentado uma
declaração básica de princípios, definidos estes como sendo uma regra básica,
assumpção ou qualidade ou ainda uma política ou modo de acção.
Os padrões são declarações que descrevem níveis aceitáveis de desempenho, de
excelência ou de realização nessa actividade particular.
Os critérios, sempre numerados, são utilizados para avaliar se o Laboratório atinge ou
não o padrão definido para essa actividade. Isso é feito normalmente sob a forma de
uma questão, baseada no padrão definido para a actividade, que pode ser respondido por
"sim", "não" ou "não aplicável".
A discussão releva o raciocínio usado na adopção dos padrões e fornece informação
adicional de alguns dos critérios.
Os critérios estão classificados em função do seu grau de exigência em:
• Essenciais (E): Padrões que afectam directamente ou que têm um impacto
directo no trabalho produzido pelo Laboratório ou na integridade da amostra
(evidência).
• Importantes (I): Padrões que são considerados como indicadores chave do
desempenho global do Laboratório mas que não estão incluídos no grupo dos
que têm um impacto directo no trabalho ou afectam a integridade da amostra.
• Desejáveis (D): Padrões que, embora não compreendidos nos dois grupos
anteriores, são considerados relevantes para o profissionalismo e desempenho do
Laboratório.
Para ser concedida a Acreditação, o Laboratório terá de atingir 100% dos critérios
essenciais, pelo menos 75% dos critérios importantes e pelo menos 50% dos critérios
considerados desejáveis.
Sempre que a resposta relativamente a um dos critérios for assinalada como "não
aplicável", esse não será considerado para a Acreditação, desde que devidamente
fundamentado por escrito.
A Acreditação de Laboratórios Forenses nos EUA Pág.50
O Manual da ASCLD/LAB, na sua versão de 2000, apresenta os critérios estruturados
do seguinte modo:
1. Laboratory Management and Operations
Planning
Organizing
Directing
Controlling
2. Personnel Qualifications
Management
Controlled Substances
Toxicology
Trace evidence
Serology
DNA
Firearms/Tool marks
Questioned Documents
Latent Prints
Technical Support
Crime Scene
3. Physical Plant
Space
Design
Security
Health and Safety
Nos anexos B| e B2., para uma melhor compreensão e comparação com a norma NP EN
ISO/IEC 17025, e com a devida autorização da ASCLD/LAB, apresentam-se a título
exemplificativo as reproduções do primeiro critério abordado no Manual e da primeira
parte da matriz utilizada para a verificação do desempenho dos Laboratórios.
A Acreditação de Laboratórios Forenses nos EUA Pág.51
Em Setembro de 1996, após um período de reflexão sobre os méritos da Acreditação
ISO, a ASCLD/LAB decidiu uma aproximação das suas metodologias e critérios às
adoptadas pelas normas ISO [3].
A motivação principal para essa transição foi a de que, apesar dos méritos próprios do
programa de Acreditação da ASCLD/LAB, os tempos mudam e se tal medida não
pudesse ser tomada, o seu programa de Acreditação poderia ser visto de um modo geral
como um programa de mérito inferior, apenas reconhecido pela Comunidade Científica
Forense, e com a menor valia de ser monitorizado apenas pela mesma Comunidade.
Não havendo qualquer intervenção de entidades independentes, tal situação
configuraria uma auto-Acreditação.
Foi então proposto um plano em que seriam faseadamente incorporadas partes da EN
ISO/IEC 17025 no Manual de Acreditação da ASCLD/LAB - exemplificado no Anexo
B3 -durante um período de dois anos e que, sendo aprovado pela assembleia de
delegados, conduziria à acreditação dos Laboratórios forenses segundo a norma EN
ISO/IEC 17025 acrescida de um documento adicional em que seriam incorporados os
elementos forenses específicos, não contemplados na referida norma, tal como o haviam
feito a NATA e o ILAC.
Desse plano faz parte a publicação e distribuição de um documento onde constam as
alterações propostas ao manual da ASCLD/LAB de modo a torná-lo conforme com a
norma EN ISO/IEC 17025, assim como é feita a comparação entre ambas as
abordagens. Uma tabela comparativa é incluída no Anexo B4.
O objectivo definido foi o de a ASCLD/LAB se tornar uma Organização Acreditadora segundo a norma EN ISO/IEC 17025 no final de 2004.
Durante o processo de discussão das alterações propostas, várias foram as questões levantadas pelos membros do comité de delegados. Das mais pertinentes salienta-se o problema dos custos.
A Acreditação de Laboratórios Forenses nos EUA Pág.52
Relativamente a esta questão, foi considerado que:
• Os Laboratórios não podem dar-se ao luxo de não possuir um programa de
Garantia da Qualidade.
• Os custos iniciais de implementação são estimados em cerca de 10-20% do
orçamento do Laboratório.
• Os ganhos financeiros serão fruto da poupança resultante da diminuição de
repetições de análises, correcções, indemnizações, desperdício de recursos e do
investimento na imagem externa e credibilidade do Laboratório perante os seus
Clientes.
• A médio prazo os ganhos para os Laboratórios serão superiores ao custo de
manutenção do sistema, e daí a ASCDL/LAB e o comité de transição para a ISO
terem recomendado a referida mudança.
Pág.53
VI. A acreditação de Laboratórios em Portugal:
Genericamente, a Acreditação de Laboratórios é um meio de determinar a competência técnica dos mesmos para a realização de um grupo específico de ensaios,
medições ou calibrações.
O processo inclui um reconhecimento formal dos Laboratórios considerados
competentes, fornecendo assim um meio expedito de os Clientes poderem facilmente
identificar e seleccionar o Laboratório mais adequado às suas necessidades.
A manutenção deste reconhecimento formal está dependente de uma reavaliação
periódica do SQ do Laboratório por parte do Organismo de Acreditação (OA), no
sentido de assegurar que este mantém uma conformidade continuada com os requisitos
e com os seus padrões de desempenho.
Um outro meio colocado à disposição do Laboratório para demonstrar a sua
competência técnica é o de participar em programas de testes de desempenho nos
períodos que medeiam a reavaliação pela entidade acreditadora.
Os OA publicam o âmbito da Acreditação dos Laboratórios. Neste, são descriminados
os grupos específicos de ensaios ou medições para os quais os Laboratórios estão
acreditados e quais as amplitudes de valores e gama de incertezas. Isso constitui uma
valiosa informação para os Clientes poderem, mais criteriosamente, fazer a selecção do
Laboratório mais apropriado para o ensaio ou medição pretendido.
Uma das questões mais pertinentes que se pode colocar é a de saber quais as razões que
podem motivar os Laboratórios ou as Organizações em que estão inseridos para se
acreditarem.
A Acreditação dos Laboratórios apresenta benefícios sob várias vertentes:
• Permite-lhes determinar se o seu desempenho está conforme com os padrões de
desempenho esperados para o âmbito da Acreditação.
• Fornece um meio de manter a competência através de testes de desempenho.
A Acreditação de Laboratórios em Portugal Pág.54
• Por intermédio dos relatórios das inspecções e acompanhamento do OA, obtém
um feedback relativamente à eficácia das acções correctivas e de melhoria
empreendidas.
• Constitui uma poderosa ferramenta de marketing para os serviços que
disponibiliza pois promove a confiança dos Clientes e público em geral na sua
competência e na fiabilidade dos seus resultados.
• Ao ter como referencial uma norma internacional, facilita a troca de informações
e resultados, e o reconhecimento mútuo da competência entre Laboratórios de
diferentes Países, permitindo assim a redução de custos pela dispensa de
repetição de ensaios ou medições.
• Permite a integração numa rede transnacional de Laboratórios acreditados, por
intermédio de acordos de reconhecimento multilateral entre entidades
acreditadoras de diferentes Países, como por exemplo o recentemente
estabelecido pelo ILAC.
Em contrapartida, não poderemos falar em prejuízos resultantes da Acreditação, salvo
se a considerarmos como um custo e não um investimento no futuro da Organização.
Claro está que a Acreditação envolve um grande esforço por parte da Organização. Este
será obviamente tanto maior quanto maiores forem as diferenças existentes entre o seu
SQ e os requisitos normativos, ou maior for o âmbito da Acreditação (embora não
directamente proporcional) e menores forem os recursos financeiros e humanos para a
sua implementação.
Importa ter presente que a Acreditação de um Laboratório, embora implique um
investimento inicial, poderá com o tempo contribuir significativamente para a redução
de custos. Este ponto será abordado em pormenor mais adiante.
Sendo um processo formal, terá obviamente de passar por várias etapas. A primeira será
a de estabelecer contacto com o OA adequado, no sentido de saber se este está apto a
acreditar o conjunto de ensaios ou medições que o Laboratório pretende incluir no
âmbito da Acreditação.
A Acreditação de Laboratórios em Portugal Pág.55
A maioria dos OA está apto a fornecer serviços de acreditação para:
• Laboratórios que executam qualquer tipo de ensaio, medição ou calibração;
• Laboratórios de carácter governamental ou privado;
• Laboratórios de pequena ou grande dimensão;
• Laboratórios constituídos como tal ou que estão integrados numa mais vasta Organização;
• Laboratórios de carácter temporário e operações de campo.
O processo de Acreditação envolve uma cuidada avaliação de todos os elementos do
Laboratório, com base nos requisitos da norma NP EN ISO/IEC 17025, que de algum
modo contribuem para a precisão e fiabilidade dos resultados que disponibiliza, como
sejam:
• A competência técnica do pessoal
• Os métodos analíticos utilizados e a sua adequação e validação
• A rastreabilidade de calibrações e medições a padrões nacionais
• A adequação, calibração e manutenção do equipamento utilizado
• A monitorização e controlo ambiental
• A amostragem, manuseamento e transporte dos itens a analisar
• Os procedimentos de Garantia da Qualidade dos dados relativos aos ensaios e calibrações efectuados
Esta avaliação envolve a colaboração de auditores técnicos especializados na área
correspondente ao âmbito da Acreditação solicitado pelo Laboratório e pode demorar de
um a vários dias, dependendo da complexidade, âmbito da Acreditação e dimensão do
Laboratório.
No final da avaliação é elaborado um relatório pormenorizado da mesma, com
referências específicas a áreas em que o Laboratório necessita de melhorar o seu
desempenho, antes de ser proposto para Acreditação.
Após a concessão da Acreditação, será feita uma reavaliação periódica no sentido de
determinar se o Laboratório mantém os padrões de desempenho naquela altura
evidenciados.
A Acreditação de Laboratórios em Portugal Pág.56
Em Portugal a Acreditação de Laboratórios está atribuída ao IPQ pelo Decreto-Lei n°
4/2002 de 4 de Janeiro no âmbito do Sistema Português da Qualidade (SPQ), do qual é
o Organismo Nacional Coordenador.
A Acreditação de Laboratórios rege-se a nível Internacional e Europeu por uma série de
normas comuns que permite o reconhecimento mútuo das Acreditações de Laboratórios
efectuadas nos diferentes Países que seguem a mesma metodologia e o mesmo
referencial normativo.
No caso dos Laboratórios, esse referencial é a norma NP EN ISO/IEC 17025:2000.
A responsabilidade pela execução da Acreditação de Laboratórios, dentro da estrutura
do SPQ, pertence ao Organismo Nacional de Acreditação (ONA) que é a entidade que
coordena o Subsistema de Qualificação (SSQ).
O processo de Acreditação está descrito pormenorizadamente na Directiva CNQ
31/2000 - "Acreditação de entidades. Regras gerais".
É com base principalmente nesta que procuraremos descrever a metodologia do
processo a seguir por um Laboratório candidato a ser acreditado, por meio do
fluxograma que se segue:
Processo de Acreditação:
Siglas utilizadas:
LCA - Laboratório Candidato à Acreditação
ONA - Organismo Nacional de Acreditação
EQA - Equipa Auditora
contacta o ONA solicitando: • Esclarecimentos • Documentação
cumprir antecipadamente os requisitos da documentação de referência aplicável
(NP EN ISO/IEC
A Acreditação de Laboratórios em Portugal Pág.57
intenção acreditad
anifesta a de ser
—
formalização da candidatura: Documentação descritiva do processo de acreditação aplicável Questionário referente ao cumprimento dos requisitos de Acreditação Impressos para a identificação e caracterização do âmbito da Acreditação Disposições relativas aos encargos do
J _ A — J ! i „ _
apresentando ao ONA: • A documentação requerida por este • O meio de pagamento dos encargos
do processo de Acreditação • A indicação do responsável nomeado
pelo LCA para acompanhar o processo
candidatura, podendo solicitar ao LCA uma reunião ou pré-auditoria
Sim
A Acreditação de Laboratórios em Portugal Pág.58
fi, O procelso segue com a | afixação de datas das acções de avaliação, sua programação e prazos máximos. 0 LCA é informado
L O ONA nomeia uma equipa auditora constituída por:
Auditor coordenador (responsável pela elaboração do relatório final) Auditor(es) técnico(s) da área do domínio da acreditação Observadores se o ONA assim o entender
ÍL O ONA comunica ao
)NA toma a decisão final sobre a composição da equipa auditora. A ele compete manter ou não a mesi
se sobre a composição da equipa auditora, no daso de haver conflito de
♦
A Acreditação de Laboratórios em Portugal Pág.59
13» A EQA elabora auditoria, referindo o conjunto de actividades que irão ser auditadas
auditoria de acordo com o em função dos prazos definidos pelo
14. A EQA envia o plano da auditoria ao LCA de modo a este fazer a adequada programação
a) Todo o processo da auditoria decorre
de acordo com o estipulado nas normas
da série: NP EN 30011
L _
lment de abertura com
responsáveis máximos do LCA Reunião com os responsáveis técnicos e do Sistema da Qualidade do LCA Visita às instalações onde são realizadas as actividades que fazem parte do âmbito da acreditação Acompanhamento presencial de uma ou mais actividades no sentido da avaliação do desempenho dos técnicos Reunião da EQA para preparação da reunião final Reunião final da EQA com o LCA para apresentação das constatações j
! • -.■:■-.■■■• '■■ ' '■■ • ■■■ !
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v";---:
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A Acreditação de Laboratórios em Portugal Pág.60
lalisa o relatói final da auditoria e responde ao ONA, no prazo estabelecido, incluindo se aplicável: • Plano de melhoria, identifi
cando para cada não-con-formidade: a) Acções correctivas
U) Data de implementação )utros comentários
A Acreditação de Laboratórios em Portugal Pág.61
Não
fill! informações disponíveis, o ONA decide sobre a concessão
>NA solicit esclarecimentos e, se adequado, sugere alterações ao plano de melhorias apresentado. Se o ONA pensar haver necessidade de verificar a eficácia das acções correctivas, pode realizar acções de seguimento cuja metodologia é análoga à
mormente ■
lilJlllPi enissão de um certificado, que é enviado ao LCA, com a respectiva discriminação do âmbito da acreditação, data
lo. e ■
b) O LCA fica autorizado a fazer referência ao
Estatuto de Entidade Acreditada e a utilizar a
Marca "Acreditação" nas condições previstas
pelo ONA.
A Acreditação de Laboratórios em Portugal Pág.62
Após a concessão da Acreditação, o LCA passa a ser uma Entidade Acreditada (EA) e
vai ser sujeito periodicamente a acções de acompanhamento, conforme os intervalos
definidos pelo ONA. O seu objectivo é o de verificar o adequado funcionamento e
continuidade do cumprimento dos requisitos da Acreditação.
Se o ONA constatar não estarem reunidas as condições consideradas necessárias à
manutenção da Acreditação, esta pode ser suspensa ou mesmo anulada (pontos 8.3 e 8.4
da Directiva CNQ 31/2000).
Conforme referido no passo 20 do fluxograma, o Certificado de Acreditação emitido
pelo ONA tem um prazo de validade. Assim, antes que este seja ultrapassado, tem de se
proceder ao processo de renovação. Este, é da competência do ONA, que tem de
realizar as acções necessárias, incluindo uma auditoria global ao SQ da EA, sem
prejuízo de quaisquer outras acções que considere convenientes.
Após a conclusão destas acções, o ONA deliberará sobre a manutenção da Acreditação,
caso em que procederá à emissão de novo certificado, ou não, caso em que o deverá
publicitar.
Uma EA pode desejar ampliar o âmbito da sua Acreditação, por exemplo pela inclusão
de novos ensaios. Nesse caso, terá de solicitar ao ONA a extensão do âmbito da
Acreditação e formalizar esse pedido conforme a metodologia por este definida.
A metodologia da avaliação é idêntica à descrita para a fase de concessão, havendo
contudo casos em que a auditoria poderá ser dispensada. É o caso de ensaios num
âmbito técnico similar ao do âmbito da Acreditação e em que a EA, além de identificar
os recursos que disponibilizará para esse efeito, fundamentará também a dispensa da
auditoria.
Sendo concedida a extensão, o ONA emitirá um novo anexo ao Certificado, anulando o
anterior.
O ONA pode realizar acções extraordinárias de avaliação sempre que julgar necessário.
É o caso por exemplo de verificação da eficácia de acções correctivas, para o
levantamento de suspensões, na sequência de reclamações, em caso de mudança de
proprietário ou pessoal técnico ou equipamento.
A Acreditação de Laboratórios em Portugal Pág.63
O encerramento do processo de concessão, já anteriormente referido pode ser efectuado
por iniciativa do ONA quando constatar não haver condições para prosseguir com o
mesmo, pode também em qualquer altura ser solicitado pelo LCA, caso este deseje
requerer a anulação da sua candidatura
Se a EA verifica não possuir temporariamente as condições necessárias à manutenção
da Acreditação, devido por exemplo a alterações do quadro de pessoal técnico, pode
solicitar ao ONA uma suspensão voluntária da Acreditação, com carácter total ou
parcial.
O ONA analisará o pedido e comunicará à EA a sua decisão que, no caso de ser
afirmativa, concederá a suspensão voluntária por um prazo máximo de um ano.
Assim que estejam ultrapassadas as razões que levaram à formulação do pedido de
suspensão voluntária da Acreditação, a EA solicitará que esta seja levantada,
competindo ao ONA efectuar as acções de avaliação necessárias para comprovar ter
sido reposta a conformidade plena com os requisitos.
A rescisão da Acreditação, na totalidade do seu âmbito ou apenas de carácter parcial,
pode também ser solicitada pela EA. A motivação para o efeito pode ser diversa. Serve
como exemplo o desejo de eliminar um dos ensaios incluídos no âmbito da Acreditação,
por razões de carácter económico.
Se após ter sido efectuada a rescisão a EA desejar que a situação seja reposta, terá de
fazer um pedido de extensão, no caso da rescisão parcial, ou de concessão.
Uma outra situação prevista é a da transferência da acreditação para uma entidade legal
diferente. Tal é o caso quando a EA é adquirida por uma outra Organização, com a
consequente alteração da designação legal.
Para que seja concedida essa transferência, terá de ser assegurada a continuidade da
estrutura operacional da EA dentro da nova Organização, sem a qual a transferência não
poderá ser aceite.
A Acreditação de Laboratórios em Portugal Pág.64
Importa ainda fazer referência ao Estatuto de Entidade Acreditada (parágrafo 6 da
Directiva CNQ 31/2000). Neste, pormenorizam-se os conceitos de:
• Âmbito da Acreditação
• Certificado de Acreditação
• Símbolo "Acreditação" (agora denominado por Marca "Acreditação" por força
da Portaria n° 178/2000)
• Regras gerais de publicidade pelas entidades acreditadas
Por já terem sido exaustivamente abordados anteriormente ou, no caso dos dois últimos,
por não terem significativa relevância no âmbito do presente trabalho, não os
detalharemos neste contexto.
O parágrafo 7 da mesma Directiva CNQ 31/2000 aborda pormenorizadamente as
Obrigações e Compromissos relativos às entidades acreditadas e em relação ao
organismo de acreditação.
Relativamente às entidades acreditadas, e por não se querer fazer uma transcrição da
referida Directiva, gostaríamos contudo de salientar alguns pontos que nos parecem ser
particularmente relevantes para os Laboratórios Forenses.
No ponto 7.1.1 "Obrigações gerais", refere-se que a entidade acreditada deverá estar devidamente organizada de modo a:
f) Assegurar o acesso das equipas auditoras e outros representantes às suas
instalações, desde que devidamente mandatados pelo OA.
i) Possuir condições e mecanismos que, quando se justifique, permitam facultar
ao Cliente e ao OA, a possibilidade de acompanhamento das actividades
contratadas no âmbito da Acreditação, não colidindo com o dever de
confidencialidade para as actividades de outros Clientes.
Estes dois pontos poderão ser de difícil aplicação no âmbito forense, especialmente
devido às restrições do foro legal como sejam por exemplo a confidencialidade dos
resultados e à manutenção da custódia, confidencialidade e preservação das amostras a
ensaiar.
A Acreditação de Laboratórios em Portugal Pág.65
Relativamente às obrigações e compromissos do OA, no ponto 7.2.1 "Obrigações
gerais", faz-se referência ao comprometimento do OA em:
g) Manter a confidencialidade relativa à documentação entregue pelo Cliente,
bem como sobre toda a informação recolhida no processo de avaliação,
garantindo o segredo profissional dos elementos envolvidos que a ela tenham
acesso.
Apesar destas garantias, parecem-nos ser dificilmente sustentáveis em Tribunal,
especialmente em caso de suspeita de violação do segredo de Justiça.
O parágrafo 8 aborda as sanções passíveis de ser aplicadas pelo OA, sempre que a
entidade acreditada demonstre falta de conformidade com os requisitos constantes nesta
norma.
São três os tipos de sanção a aplicar:
• Advertência - É feita por escrito e é utilizada como um aviso para a entidade
acreditada tomar medidas para corrigir deficiências graves encontradas ou
alterar o seu comportamento relativamente ao cumprimento dos requisitos.
• Suspensão - É aplicada em casos de reincidência ou de maior gravidade que
afectem directamente a qualidade técnica. Pode ser total ou parcial relativamente
ao âmbito da acreditação e a sua duração máxima é de doze meses. O seu
levantamento é antecedido por acções de avaliação no sentido de avaliar se
foram eliminadas as causas que motivaram a suspensão.
• Anulação - É uma situação extrema que resulta da total quebra de confiança na
entidade acreditada. Pode ser também total ou parcial.
No primeiro caso implica uma total perda dos direitos adquiridos enquanto
entidade acreditada, podendo mesmo ser estipulado um prazo mínimo durante o
qual não pode ser aceite um novo processo de acreditação.
No segundo caso a anulação incide sobre parte do âmbito da acreditação,
ficando a entidade acreditada interdita, no âmbito do SPQ, de realizar trabalhos
que tenham sido objecto da anulação. O reinício da actividade acreditada nesse
domínio apenas poderá ter lugar após a conclusão satisfatória de um pedido de
extensão
A Acreditação de Laboratórios em Portugal Pág.66
O último parágrafo da Directiva refere-se a reclamações e recursos passíveis de serem
apresentados pela entidade acreditada ou candidata a Acreditação, tendo o OA de lhes
dar uma resposta no prazo de um mês, de acordo com procedimento próprio para
tratamento de reclamações, no prazo de um mês.
Os recursos são apresentados directamente ao responsável máximo do OA que nomeará
uma comissão de análise para o seu estudo.
Embora todo o processo anteriormente descrito, pelo seu pormenor e rigor, possa ser
reconhecido como um válido meio de se obter uma correcta avaliação das competências
do Laboratório, não está contudo isento de pontos susceptíveis de melhoria.
Poderemos apontar como exemplo disso o facto de as avaliações efectuadas à entidade
acreditada ou candidata serem alvo de uma programação, deixando assim em poder
destas a capacidade de poderem de algum modo influenciar o seu resultado.
Pág.67
VII. A Certificação de Peritos;
A Certificação de pessoas não deve ser confundida com a qualificação profissional.
Pretende sim afirmar competências individuais adquiridas com base na experiência
concreta e bem sucedida junto dos seus Clientes, e deve ser renovada periodicamente.
Na NP EN ISO 9000:2000 encontramos o termo Competência definido como sendo "a capacidade demonstrada de aplicar conhecimentos e de saber fazer". Mas em que circunstâncias? Será esta definição suficiente e completa? Algumas questões se colocam:
• Existe uma só competência ou vários tipos e níveis de competência?
• A competência envolve apenas o desempenho?
• Será necessário observar também valores, atitudes e conhecimentos?
• A competência é verificável, observável?
• A competência é algo que se aprende ou algo que desenvolve e constrói?
• A competência é passível de ser avaliada?
Os próprios peritos, que adquiriram experiência ao longo da sua vida profissional, vêm
a competência segundo diferentes prismas. Uns sabem fazer e podem não saber explicar
- foco no processo - enquanto outros sabem explicar mas podem não saber fazer - foco
no conhecimento.
Podemos ainda abordar a competência como um desempenho efectivo ou como uma
potencialidade do indivíduo, ainda por desenvolver.
Há quem considere competentes as pessoas que, perante uma situação nova e
inesperada, são capazes de analisar as variáveis envolvidas e propor soluções para a
resolver. Para que isso possa ocorrer, as normas ou padrões previamente fixados não
devem ser aceites passivamente, com o risco de anularmos a capacidade de julgamento
das situações, que deve ser inerente à competência. Se tal ocorrer estaremos a permitir a
anulação do espírito crítico do perito, e portanto a impedir tacitamente que possa ocorrer
uma melhoria contínua da sua competência, do desempenho da Organização em que
este se insere e mesmo da sua classe profissional.
A Certificação de Peritos Pág.68
A competência, em última análise, e focando a sua definição no aspecto que de
momento nos interessa, o da Ciência Forense, é um conjunto de factores que têm de
actuar simultaneamente:
• Conhecimento ou domínio das actividades (como fazer)
• A habilidade para executar as actividades (saber fazer)
• A eficiência e eficácia do desempenho individual e colectivo
• A atitude com que é desempenhada a tarefa
• Os valores seguidos pelo profissional
• A sua ética profissional
• A segurança e higiene no trabalho
Entre a competência e a Certificação existe a avaliação. Esta, é a ligação entre
ambas.
A avaliação não deve ser feita numa operação isolada mas sim de um modo contínuo e
permanente, com um carácter cumulativo e baseada em critérios bem definidos de
acordo com o contexto envolvente. Uma coisa é certa, a Certificação não pode existir
sem haver competência. O inverso já não é válido, já que há certamente profissionais
que seguem criteriosamente os melhores princípios e padrões definidos para a
actividade que executam, sem contudo estarem certificados.
Será possível medir a competência? Como o fazer relativamente a uma pessoa?
Além de ser imprescindível haver um referencial de princípios e padrões definidos para
uma dada actividade, em função dos quais as pessoas irão ser avaliadas, por outro lado
há que ter sempre presente que:
• Esses princípios e padrões não podem estar "cristalizados". Há que assegurar
mecanismos de actualização e evolução que possam garantir que sejam sempre
os mais adequados e correctos, e ser revistos em função do retorno obtido na sua
aplicação prática.
• As competências avaliadas num dado momento não são definitivas, pelo que
têm de ser garantidos mecanismos para a sua renovação, revisão e ampliação.
A Certificação de Peritos Pág.69
O suporte técnico-científico ao Sistema Judicial desempenha um papel fundamental nos
esforços concertados da manutenção da Lei e da Ordem. É pois fundamental que tal
actividade tenha por parte da Sociedade um reconhecimento de capacidade e confiança
ao mais alto nível.
Quando se tem em consideração que a má prática laboratorial ou pericial - quer
individual quer colectiva quer do Sistema da Qualidade do Laboratório - pode ter
influência directa naquele que muitos consideram como o mais alto valor humano, a
Liberdade, fácil é concluir sobre o grau de exigência na área pericial forense.
Alguns casos com grande destaque em termos de Comunicação Social, têm ilustrado
negativamente esta situação e conduzido o público ao descrédito de todo o Sistema
Judicial. A falha de algo tão elementar e aparentemente simples como seja a garantia da
cadeia de custódia dos itens a ensaiar, como foi o célebre caso O.J.Simpson nos E.U.A.,
é um bom exemplo disso.
Muitas vezes, nas Ciências Forenses, os limites de detecção são de tal modo apertados
que não há margem para erro, e muitas vezes nem sequer existe a possibilidade da
repetição de ensaios. Daí a necessidade de que todos os meios sejam empregues para
garantir a minimização de falhas.
Embora possamos considerar que a completa eliminação de falhas é uma utopia, isso
não deve contudo ser impeditivo da sua procura sistemática.
Muitas Organizações europeias da área forense têm desenvolvido desde há longa data
Sistemas da Qualidade para garantia ou suporte da qualidade do seu trabalho. Tal facto,
embora lhes permitisse obter a Certificação segundo as normas da série ISO 9000 para
Sistemas Gerais da Qualidade ou a Acreditação segundo a norma NP EN 45001 para o
seu trabalho técnico-científico, tem-se mostrado insuficiente devido à necessidade de
colmatar as falhas de pessoal, quer sob o ponto de vista da falta de preparação e
actualização quer sob o ponto de vista do seu desempenho técnico.
Já em 1963 Paul Kirk referia no seu artigo "The Ontogeny of Criminalistics" que "...o
treino não garante competência..." e prosseguia referindo que "...alguma forma de
A Certificação de Peritos Pág.70
licenciamento, certificação ou outro tipo de reconhecimento da competência de um
especialista pode ser necessário adoptar em última instância"^].
Os objectivos tornavam-se assim claros:
• Determinar o que os especialistas na área forense devem fazer
• Fornecer-lhes todos os meios para a sua execução
• Ter um processo que permita a monitorização e reconhecimento público da sua
competência para o fazer.
Tal objectivo pressupõe a definição de pormenorizados padrões de desempenho
individuais para todos os tipos de actividade pericial forense, em função dos quais os
especialistas deverão ser avaliados, quer sob o ponto de vista teórico/conhecimento quer
sob o ponto de vista da sua prática/desempenho.
Definidos esses padrões, teremos a possibilidade de os quantificar e assim classificar os
peritos em função dos seus conhecimentos relativos em determinada área de actividade.
O estabelecimento dos padrões de desempenho mínimos na área forense, com base em
padrões definidos por exemplo por grupos de trabalho de especialistas de uma dada
área, com carácter nacional ou transnacional, poderá ser efectuado por exemplo por
testes de aptidão escritos.
Nos EUA, a ABC tem a responsabilidade de desenvolver exames para a avaliação e
certificação de cientistas forenses na área particular de especialização destes.
Esses exames foram já utilizados experimentalmente na Grã-Bretanha, sob o patrocínio
do FSS, estando já em estudo a possibilidade da utilização alargada desses exames na
Comunidade Europeia, por intermédio da ENFSI.
A definição de padrões mínimos de desempenho técnico no posto de trabalho é um
problema de mais difícil solução. Contudo, o conhecimento teórico diz muito pouco
sobre as reais capacidades de desempenho de um profissional.
Segundo alguns autores [83], o tradicional método de avaliação de conhecimentos
utilizado regularmente e desde há longa data no sistema de ensino de muitos países, está
inadequado em relação às necessidades actuais.
A Certificação de Peritos Pág.71
A avaliação é feita tradicionalmente com base quase exclusivamente nos conhecimentos
teóricos adquiridos, resultando desta portanto uma classificação também teórica.
Não havendo uma efectiva avaliação de desempenho, a Sociedade tende a considerar
essa classificação teórica como uma medida das reais capacidades profissionais, o que
nem sempre é verdadeiro.
Torna-se pois imprescindível a observação do desempenho profissional dos candidatos
a peritos, em ambiente laboral, de modo a obtermos evidência objectiva do seu nível de
competência. Este, por comparação com os padrões de desempenho previamente
definidos, permite fazer uma avaliação da qual resulta uma classificação que não deverá
ter uma escala quantitativa mas sim qualitativa, como seja por exemplo a classificação
de Competente ou Não Competente para a actividade em causa.
Uma outra questão se coloca. Quem deverá fazer essa avaliação?
O avaliador terá de ser, alguém com habilitações e experiência prática reconhecidos,
mas surgem algumas dúvidas quando equacionamos a possibilidade de este pertencer ao
mesmo serviço/Organização do candidato, ou seja um colega de trabalho.
Se por um lado tal situação poderia influenciar a objectividade da observação,
perdendo-se assim a razão de ser da própria avaliação, por outro permitiria uma melhor
e mais prolongada observação, assim como um melhor seguimento das diferentes
actividades, não menosprezando ainda a possibilidade de haver um muito melhor
conhecimento dos processos de trabalho e dos casos em que o candidato trabalhou.
Embora possam estar claramente definidos os processos de avaliação, quer de carácter
interno quer externo, existem sempre objecções a situações em que o candidato foi
treinado pelo avaliador, já que a sua objectividade poderia ser influenciada pela
necessidade de este, por sua vez, demonstrar competência no treino efectuado.
Será fundamental neste processo que exista sempre um avaliador externo que faça a
verificação das evidências objectivas recolhidas e dos critérios empregues, comparando-
os com os previamente definidos nos procedimentos. Embora não seja deste a
responsabilidade pela classificação do candidato, será sua a responsabilidade de
certificar que a classificação atribuída - por exemplo Competente ou Não Competente -
A Certificação de Peritos Pág.72
o foi de um modo objectivo, independente e imparcial, e conforme os procedimentos
aplicáveis em vigor.
Assim sendo, tal processo constituirá uma prova válida da consistência do desempenho
do candidato, ou seja, da sua competência técnica.
Embora supostamente, todo este processo se possa tornar extremamente penalizante em
termos de ocupação de tempo, tornando inviável a sua aplicação prática, na prática as
experiências já realizadas em países como a Grã-Bretanha demonstraram que, após um
período de tempo de adaptação, o processo se torna parte da cultura da Organização e
que, estando os padrões de desempenho e procedimentos correctamente definidos, a
maior parte das evidências objectivas requeridas para a avaliação cairá dentro do
trabalho de rotina dos candidatos, pelo que não haverá necessidade de desenvolver
actividades adicionais.
É contudo necessário garantir que os padrões de desempenho não sejam adaptados à
prática corrente, mas sim que esta seja adaptada aos padrões de desempenho
estabelecidos.
Uma importante ferramenta a ter em conta no processo de melhoria de competências é o
da formação profissional, que tem de estar definida pormenorizadamente.
Importa ter sempre presente que as acções de formação são um meio para atingir um fim e não o fim em si. Assim, deve ser valorizado o resultado do processo de formação
e não o facto de haver acções de formação, já que estas por si só nada indicam sobre a
sua eficácia.
Por este motivo, torna-se crucial a avaliação da eficácia da formação efectuada.
Claro está que esta avaliação terá de ser feita por quem a requereu, no sentido de
determinar se foi ou não adequada ao fim pretendido. Em função dos resultados obtidos,
dever-se-á reorientar se necessário os critérios e meios utilizados para atingir o
objectivo definido para a acção de formação.
Em consonância com o que anteriormente foi referido relativamente ao desempenho,
não podemos deixar de ter em consideração a formação no posto de trabalho,
vulgarmente denominada de treino.
A Certificação de Peritos Pág.73
Embora este permita um melhor desempenho das actividades que um profissional
executa, os seus benefícios podem estender-se muito para além deste patamar.
Uma adequada orientação e formação ao longo da carreira profissional, permite o
desenvolvimento de capacidades para o desempenho de novas e mais complexas
actividades e responsabilidades, com a limitação a situar-se ao nível do potencial de
evolução individual.
Temos pois um balanço entre os requisitos necessários para o desempenho de uma
função e o conjunto de factores capazes de lhes dar resposta.
Esquematicamente, poderíamos representar esse balanço do seguinte modo:
O potencial de evolução individual surge aqui como um factor com a capacidade de
gerar um desequilíbrio capaz de permitir o desenvolvimento de novas competências e o
assumir de novas responsabilidades. Essa é uma mais valia que ultrapassa o âmbito do desenvolvimento pessoal e cria valor para a Organização, devendo pois ser preservado e promovido de um modo continuado.
A Certificação de Peritos Pág.74
Um problema sempre levantado pelas Organizações quando se aborda a necessidade de
formação, é o dos custos.
A disponibilização de recursos financeiros para a formação profissional por parte da
União Europeia e o acréscimo de Organizações que têm procurado a Certificação e
Acreditação como meios de se manterem competitivos no mercado torna o problema
bem actual.
Se por um lado esta procura traduz que as Organizações começam a ter a percepção do
contributo que os SQ podem ter para a melhoria do seu desempenho global, por outro
sabe-se que de um modo geral a mesma abordagem não é normalmente equacionada em
relação aos custos de formação do pessoal.
É portanto factor de grande preocupação constatar esta situação, quando equacionamos
que num futuro já muito próximo os recursos financeiros da União Europeia deixarão de
estar disponíveis para a Formação Profissional no nosso País.
A formação, entendida como o treino e desenvolvimento de capacidades, deve ser
sempre encarada sob duas perspectivas:
• A do Pessoal - Contribuindo para o seu desenvolvimento de carreira e portanto
actuando como um reforço positivo.
• A da Organização - Pela contribuição que as competências adquiridas podem dar
para atingir os seus objectivos estratégicos e portanto a melhoria do seu
desempenho global.
Não existe portanto razão para a formação continuar a ser encarada pelas Organizações
como um custo. Se assim for, sempre que ocorrem problemas o orçamento atribuído à
formação desaparece de imediato, o que pode inclusivamente contribuir para o
agravamento dos problemas. Pelo contrário, se as Organizações tiverem a noção de que
os seus colaboradores são uma das suas maiores riquezas, terão certamente estabelecido
e interiorizado que os custos com a formação são um investimento no seu futuro e não
uma despesa, pelo que o seu orçamento deverá ser alterado unicamente em função das
necessidades de formação, devendo ser mantido mesmo em situações de downsizing.
Outras ferramentas relevantes para o desenvolvimento das aptidões técnicas, são as
comparações inter-laboratoriais e os denominados ring tests. Embora nem sempre de
A Certificação de Peritos Pág.75
aplicação fácil na área das Ciências Forenses, importa relevar a importância de tais
práticas como um meio de normalização de metodologias e melhoria dos desempenhos
individuais e colectivos, pelo intercâmbio de conhecimentos e experiências que tais
práticas sempre proporcionam. Há que ter sempre presente que a não divulgação de
informação técnica relevante entre Organizações de combate ao crime configura uma
protecção a quem infringe a Lei e atenta contra a Justiça e o Sistema Judicial.
Na maioria dos Laboratórios Forenses, o pessoal técnico está subdividido em dois
grupos principais:
• Os técnicos/especialistas, que normalmente têm a responsabilidade pela recolha
das amostras, pela execução dos ensaios e pelos resultados dos mesmos.
• Os técnicos/especialistas superiores, que são os responsáveis pela supervisão
técnico-científica do trabalho conduzido pelos profissionais anteriores, pela
gestão operacional do Laboratório, pela interpretação dos resultados dos ensaios,
pela elaboração dos relatórios periciais e pela sua apresentação em Tribunal.
Numa estrutura como esta, os técnicos/especialistas superiores não têm
obrigatoriamente de ser competentes na execução prática dos ensaios, já que não é esta
normalmente a sua função. Têm contudo de os conhecer bem sob os pontos de vista
científico e metodológico, de modo a estarem habilitados a defender os seus resultados
em Tribunal.
Por seu lado, os técnicos/especialistas, embora possam ter uma grande experiência, não
possuem necessariamente a formação científica que lhes permita lidar com situações
novas.
É óbvio que nas Organizações em que as mesmas pessoas são responsáveis por ambos
os tipos de funções, estas têm de demonstrar ser competentes em ambas.
Em Portugal não existe de momento qualquer Organização acreditada para a
Certificação de peritos na área forense, condição indispensável para que esta seja
possível.
A Certificação de Peritos Pág.76
De acordo com o artigo 28° do Decreto-Lei no 4/2002 de 4 de Janeiro, as actividades da
Acreditação, Certificação, reconhecimento de competências e avaliação de
conformidade constituem parte do SSQ do SPQ e são geridas pelo IPQ.
A Certificação de Pessoas tem por finalidade fornecer um meio credível de evidenciar
a sua competência em conformidade com normas ou especificações definidas para a
actividade em que se situa e através de uma avaliação adequada.
O processo de certificação de pessoas, está descrito na Directiva CNQ 28/95, onde são
estabelecidas as regras gerais de funcionamento dos Sistemas de Certificação de
Pessoas, assim como os seus direitos e obrigações.
A certificação de pessoas é um processo voluntário e possível em qualquer área de
actividade, estando acessível a qualquer pessoa que pretenda obter o reconhecimento de
uma especialização profissional complementar da sua formação de base. Para tal é
necessário que exista em funcionamento um sistema de certificação de pessoas na área
pretendida.
Esse sistema implica a existência de uma entidade acreditada no âmbito do SPQ
segundo a norma NP EN 45013:1990 e seguindo as orientações definidas na Directiva
CNQ 31/2000 - Acreditação de entidades. Regras gerais.
A norma NP EN 45013:1990 teve como objectivo a promoção da confiança na forma
como é efectuada a Certificação de Pessoal.
Os seus critérios fornecem, através de avaliação e subsequente acompanhamento, uma
confirmação da competência do pessoal para a execução dos serviços para os quais foi
certificado, podendo ser complementados quando aplicados a um sector de actividade
em particular.
A evidência da satisfação dos critérios do organismo de certificação é materializada pela
emissão de um certificado de competência e pela publicação de uma lista de pessoal
certificado.
Nos seus requisitos gerais, a NP EN 45013:1990 refere especificamente que o
organismo de certificação não deve impor condições inaceitáveis, inclusivamente de
ordem financeira, que possam ser impeditivas do acesso à certificação a todas as
pessoas que o pretendam. Pode contudo colocar algumas condições prévias, como seja
A Certificação de Peritos Pág.77
por exemplo que a pessoa que pretenda obter a certificação tenha uma actividade regular na área de actividade em questão.
Existe a possibilidade de o ONA estabelecer outros tipos de qualificação englobando
entidades que cumpram regras bem definidas mas sem o grau de exigência da
acreditação.
Podem existir também sistemas de qualificação exclusivamente concebidos e
controlados por uma entidade que podem ser registados no âmbito do SPQ e passam a
ser designados por sistemas registados.
De momento está disponível no SPQ o sistema de certificação de Auditores da
Qualidade, sector profissional equacionado como prioritário no lançamento do Sistema
de Certificação de pessoas. Este processo iniciado pelo IPQ, está hoje entregue a outras
entidades que por ele foram acreditadas para o efeito.
Pág.79
VIII. Perspectiva Económica da Qualidade
Impacto da Acreditação:
Os SQ, pela prevenção das falhas e promoção da melhoria contínua que proporcionam,
podem ser vistos, numa perspectiva económica, como um investimento na continuidade
e viabilidade das Organizações, visando aumentar o valor do seu produto ou serviço,
pela redução dos custos. O valor pode ser definido por:
A redução de custos pode ter inúmeras vertentes, algumas de difícil concretização e
medição praticamente impossível, como são os custos resultantes da deterioração da
imagem de uma Organização. Outros, pelo contrário, são facilmente mensuráveis, desde
que a Organização possua uma contabilidade devidamente estruturada. São exemplo
destes as repetições de tarefas, o reprocessamento de produto e o produto não conforme
não reprocessável.
Importa neste trabalho colocar o foco sobre o impacto e custos relativos aos
Laboratórios forenses e não à mais vasta Organização em que possam estar integrados.
Nestes, o produto realizado mais não é do que o conjunto de resultados gerados pelas
perícias/ensaios efectuados sobre uma amostra, independentemente do modo como
possam ser apresentados.
E é neste ponto que se coloca a questão da Qualidade e Custos. Qualquer tipo de nova
solicitação analítica aos Laboratórios resultará forçosamente num aumento dos custos
para a Organização. Por outro lado, se os Laboratórios não possuírem uma capacidade
instalada capaz de corresponder às solicitações do Sistema Judicial e da população em
geral, os custos serão transferidos para estes.
Espera-se que, por inerência de funções, os Laboratórios forenses, nomeadamente os
integrados no INML sejam capazes de corresponder em tempo útil às constantes
Perspectiva Económica da Qualidade Pág.80
solicitações que lhe são colocadas, devendo para isso actuar por antecipação em relação
a futuras necessidades.
Num Laboratório de ensaios, poderemos subdividir os custos directamente relacionados
com a Acreditação em 4 categorias:
1. Instrumentação e Equipamentos: Para ser passível de ser acreditado, o
Laboratório deverá utilizar, sempre que possível, equipamentos calibrados com
base em padrões rastreáveis ao Sistema Internacional. Essa calibração, e a sua
manutenção, geram custos que se renovam periodicamente, conforme expiram
os prazos de validade dos certificados de calibração. Por vezes, os custos de
renovação dos certificados de calibração podem ser superiores ao da aquisição
de um novo equipamento calibrado. Teremos também de considerar nesta
categoria os custos inerentes ao transporte dos equipamentos de e para os
serviços de calibração externos e o intervalo de tempo necessário para todo o
processo, durante o qual os equipamentos não são passíveis de ser utilizados
pelo Laboratório. Em equipamentos de uso mais generalizado, como sejam
termómetros ou balanças, os Laboratórios vêem-se na contingência de possuir
um certo grau de redundância para poderem continuar a laborar normalmente, o
que por sua vez contribui para o total de custos desta categoria.
A norma NP EN ISO/IEC 17025:2000 prevê nos seus pontos 5.5 (Equipamento)
e 5.6 (Rastreabilidade das medições) a necessidade do Laboratório possuir
mecanismos capazes de assegurar o bom funcionamento dos equipamentos,
como sejam:
• Registos do seu funcionamento, incluindo por exemplo registos de
anomalias e intervenções efectuadas.
• Verificações intermédias das suas condições de funcionamento.
• Um plano de manutenção, quando adequado.
• Procedimentos para o transporte e manuseamento dos equipamentos.
• Instruções pormenorizadas de funcionamento.
• Etiquetagem que evidencie o seu estado de funcionamento.
Perspectiva Económica da Qualidade Pág.81
2. Consumíveis: São incluídos nesta categoria os materiais padrão secundários (por
sua vez rastreáveis a padrões nacionais) que são utilizados para as calibrações
internas da instrumentação. A necessidade de preparação de soluções padrão e a
tarefa de efectuar as calibrações, muitas vezes com uma periodicidade diária,
contribuem também para os custos incluídos nesta categoria não só pelo
consumo associado, mas também pelo aumento da carga de trabalho que
implicam.
3. Serviços de dados: Qualquer Laboratório com um grande número de resultados a
reportar terá forçosamente instalado um substancial sistema de recolha e
tratamento de dados. A Acreditação terá como resultado um aumento do número
de documentos a ser retido por um período de tempo estipulado. Estes incluem
todos os dados, desde os iniciais utilizados nos cálculos, resultados gerados por
equipamento automatizado, cálculos efectuados e os relatórios emitidos com
base nestes. É igualmente necessário manter registos que permitam rastrear os
resultados às amostras analisadas e aos consumíveis e padrões secundários
utilizados. A retenção e Organização de toda esta documentação constitui mais
um acréscimo de custos, quer pela necessidade de espaço, quer pelo tempo
necessário para a sua manutenção e Organização. Por outro lado, todo o
software utilizado quer nos equipamentos quer nos cálculos deverá ser validado.
4. Pessoal: Esta é a categoria que contribuirá com a maior percentagem dos custos
da Acreditação, já que como vimos anteriormente, tem uma contribuição das
outras categorias. Todos os requisitos e linhas de orientação resultantes do
processo de Acreditação terão um impacto directo no aumento de carga de
trabalho do pessoal do Laboratório. Este, por sua vez, é frequentemente invisível
para a Gestão externa, que é muitas vezes incapaz de compreender e aceitar que,
sendo idêntico o número de perícias realizadas antes e após a Acreditação, é
contudo muito diferente a carga de trabalho resultante destas e portanto o tempo
total a despender na sua execução.
Perspectiva Económica da Qualidade Pág.82
Os tipos de custos aqui descritos como resultantes directamente de um processo de
Acreditação de um Laboratório, pressupõem que o mesmo possua já um Sistema da
Qualidade implementado e funcional. Não se verificando este requisito, outro tipo de
custos, não directamente resultantes do processo de Acreditação, terão de ser
equacionados.
Perspectiva Económica da Qualidade Pág.83
Custos da Qualidade:
Numa abordagem de custos num sentido menos estrito, temos os Custos da Qualidade.
Estes, não são mais que os custos associados com a prevenção, procura e correcção de
trabalho não conforme, numa dada Organização.
Claro está que no caso particular dos Laboratórios integrados no INML, por
constituírem uma Organização de carácter público, não se regem necessariamente pelos
mesmos critérios operacionais de uma entidade com fins lucrativos. Contudo, e perante
os mais recentes constrangimentos de carácter económico e orçamental na
Administração Pública, é importante pensar as Organizações que a constituem sob o
ponto de vista não só da sua eficácia mas também da sua eficiência, o que implica um
rigoroso controlo de custos.
A abordagem aqui descrita poderá constituir uma mais valia para a melhoria da
eficiência da Organização, permitindo obter uma melhor visão da mesma e assim
equacionar medidas correctivas direccionadas para objectivos específicos e
fundamentados.
Tradicionalmente, uma avaliação dos custos da Qualidade tem por objectivos:
• Quantificar os problemas relacionados com a qualidade, obtendo assim
valores que permitam ter um maior impacto junto da Administração Central,
normalmente mais receptiva à linguagem monetária. Esta quantificação torna-se
assim também um meio de comunicação entre o Departamento da Qualidade e a
Administração.
• Identificar oportunidades para a redução dos custos resultantes da má qualidade em todas as áreas de uma Organização. Estes, não se distribuem de
um modo uniforme, havendo normalmente uma minoria responsável pela
maioria dos custos - Regra de Pareto. Daqui poderá resultar a definição de
prioridades relativamente à redução ou eliminação de causas de custos da má
qualidade.
• Identificar oportunidades para a redução de causas de insatisfação dos
Clientes da Organização.
Perspectiva Económica da Qualidade Pág.84
• Providenciar um meio de avaliar a eficácia das medidas tomadas no sentido
da redução de custos da má qualidade, permitindo igualmente os ajustes
necessários durante o processo de modo a optimizar os resultados.
• Permitir à Organização obter meios de ajustar os objectivos da Qualidade
com os seus.
Uma das funções da Gestão da Qualidade é a de tornar evidentes os desperdícios que
sempre ocorrem em todas as Organizações, mas que em muitos casos estão camuflados
e "invisíveis" para a Administração. Estão normalmente dispersos por várias rubricas, e
com contribuições muito diferentes para o total dos custos.
A maioria dos problemas da má qualidade tem origem em pequenos desvios, quer nas
especificações dos materiais adquiridos, quer nos processos ou nos procedimentos que
os orientam. Estes pequenos desvios podem ter consequências extremamente gravosas
para a Organização.
Podemos subdividir a avaliação dos custos em 4 categorias:
1. Custos de Falhas Internas: Estes são os custos que desapareceriam se não
existissem deficiências no produto (ou serviço). São detectadas antes do envio
do produto para os Clientes. Resultam do não cumprimento das especificações
internas ou do Cliente, ou mesmo da ineficiência com que estas são cumpridas.
São exemplo destes custos a necessidade de repetições de tarefas, atrasos no
envio do produto, reparações, desperdícios e a necessidade de estudos para
determinar a origem dos problemas.
2. Custos de Falhas Externas: Estes custos estão associados com as deficiências
detectadas após a recepção do produto pelo Cliente. Este é o tipo de custos que
desapareceria se não existissem defeitos no produto entregue aos Clientes.
Incluem-se aqui os custos associados à análise e tratamento de reclamações,
substituição de produtos, devoluções de materiais, serviço de apoio ao Cliente e
perda de confiança, entre outros.
3. Custos de Avaliação: Neste grupo teremos todos os custos relacionados com a
determinação da conformidade dos produtos. Incluímos aqui a inspecção de
recepção de matérias-primas, o controlo da qualidade dos produtos, a calibração
Perspectiva Económica da Qualidade Pág.85
de equipamentos de inspecção e ensaio, as auditorias, as inspecções de stocks,
etc.
4. Custos de Prevenção: São os custos resultantes de todas as iniciativas tendentes
a minimizar os custos resultantes das rubricas anteriores. São actividades como
o Planeamento da Qualidade, a Formação e treino, os estudos de planeamento,
as ferramentas de controlo do processo, a avaliação de Fornecedores, etc.
Em muitas Organizações, esta divisão de custos pode não ser aplicável. Contudo, o
princípio que lhe está subjacente poderá sempre ser aplicado, cabendo a cada
Organização o estabelecimento de uma adequada estrutura para a contabilização dos
custos da má qualidade.
Muitas vezes os custos da má qualidade, embora possam parecer excessivos para as
Administrações, estão na realidade estimados por defeito. Tal facto deve-se à
dificuldade em contabilizar os denominados custos ocultos. Estes ocorrem em todos os
tipos de actividades e podemos referir a título de exemplo:
• Potenciais perdas de vendas
• Custos associados com a necessidade de reavaliar o projecto que deu origem ao produto ou serviço
• Custos resultantes da necessidade de alteração dos processos, por exemplo por
capacidade inadequada
• Custos de alteração de software por imperativos da qualidade
• Custos devidos a falhas de equipamento, incluindo o suporte informático
• Custos de falhas e atrasos não reportados por receio de represálias
• Custos resultantes da "Não Qualidade" dos Fornecedores
• Custos resultantes do incumprimento de normativos legais ou de alterações não
registadas dos mesmos
Estes custos podem ser extremamente gravosos numa Organização, podendo mesmo
chegar a constituir 3 a 4 vezes o valor dos custos referenciados psj.
Perspectiva Económica da Qualidade Pág.86
Coloca-se então a questão de saber quais os custos adequados para cada caso.
A distribuição dos custos pelas principais categorias pode ser pensada com base na
figura que se segue:
Conformidade (%)
Podemos verificar, pela análise da figura, que o valor mínimo dos custos decorrentes
das falhas coincide com o patamar de 100% de conformidade no produto realizado.
Por outro lado, podemos constatar que quando os custos decorrentes das actividades de
avaliação e prevenção são mínimos, os custos decorrentes das falhas atingem a sua
expressão máxima (conformidade mínima), que se reduzem de imediato assim que são
feitos investimentos em avaliação e prevenção.
A terceira curva corresponde a uma soma das duas anteriormente referidas e representa
os custos totais por unidade de produto.
Verificamos então que os custos totais mínimos não correspondem necessariamente a
um nível de conformidade de 100%. Correspondem sim a um ponto de equilíbrio entre
os custos da avaliação e prevenção e os custos resultantes das falhas (linha tracejada).
Actualmente, contudo, existe uma pressão crescente e imparável em certas actividades
no sentido de garantir a conformidade absoluta. É o caso de ramos de actividade que
têm um impacto significativo na saúde, segurança e bem-estar das pessoas, como sejam
os transportes, construção e cuidados de saúde.
Perspectiva Económica da Qualidade Pág.87
O que dizer então relativamente à Justiça? Quantos casos de condenações de inocentes
ou de ilibação de culpados serão admissíveis, com base em resultados incorrectos de
perícias forenses, independentemente da sua causa?
Decerto que não será admissível pela opinião pública qualquer falha que envolva o rigor
e verdade do Sistema Judicial, embora o possa admitir em relação a outras actividades.
E sendo por muitos considerada a Liberdade como o bem supremo de um indivíduo, tal
facto constituiria uma imoralidade que importa a todo o custo evitar, a bem da
credibilidade da Justiça e das Instituições que se batem por ela.
Atendendo aos enormes custos, quer de carácter moral quer material inerentes à perda
da credibilidade do Sistema Judicial, importa por todos os meios optar por uma via que
permita às Instituições de carácter público que o suportam, como é o caso do INML,
dotarem-se dos mais eficazes mecanismos de defesa e garantia do rigor do seu trabalho
e mais ainda de meios para fazerem um rigoroso autocontrolo do seu funcionamento.
Tal via, permitirá ainda a implementação de Programas de avaliação dos custos da
Qualidade que como vimos permitem à Organização aumentar a sua eficiência,
permitindo uma maior rentabilização dos seus recursos.
Pág.89
IX. Implementação de um Sistema da Qualidade:
A implementação de um SQ, independentemente da Organização em causa, é uma
actividade que requer conhecimento, dedicação, autoridade e responsabilidade,
particularmente se a pretensão for a de o conseguir no mais curto espaço de tempo
possível. Neste caso, a probabilidade de falhas e a consequente necessidade de
implementação de acções correctivas será necessariamente maior.
A via a seguir deve portanto ser alvo de uma cuidadosa avaliação e planeamento,
evitando-se assim uma alteração da estratégia durante o decorrer do processo.
Além da norma de referência, que no caso da Acreditação de Laboratórios é a NP EN
ISO/IEC 17025, são disponibilizados pelo Organismo de Acreditação outros
documentos orientadores que podem ser de grande utilidade em sectores específicos do
processo. Alguns desses documentos fazem parte do dossier de candidatura que é
fornecido pelo IPQ.
Como já referimos anteriormente, a metodologia a seguir, assim como os prazos a
atribuir a cada uma das fases, dependerá das características intrínsecas de cada
Organização, mas também dos objectivos a atingir.
Independentemente da necessidade de complementar o processo a seguir descrito com
acções directamente dependentes da especificidade da Organização e do seu campo de
actividade, haverá sempre necessidade de estabelecer acções relativas a cada uma das
fases mais adiante referidas.
A ordem a seguir na sua prossecução, assim como o intervalo de tempo dispendido em
cada uma das fases estará dependente das características da Organização, do seu campo
de actividade, dos recursos humanos e financeiros disponíveis para o efeito, dos
objectivos a atingir e do estado inicial da Organização, particularmente no que diz
respeito ao seu grau de maturidade.
Implementação de um Sistema da Qualidade Pág.90
Fases da Implementação do Sistema:
1. Diagnóstico da Organização
2. Definição de políticas e objectivos a atingir
3. Metas e prazos a cumprir no processo
4. Análise da documentação de referência para o processo
5. Desenvolvimento e implementação da documentação inicial
6. Melhoria do Sistema
7. Reconhecimento da competência
1. Fase de Diagnóstico:
Esta é por norma a fase inicial do processo. Pode contudo ser relegada para uma fase
posterior se existir a necessidade de cumprir requisitos de carácter obrigatório para a
Acreditação. Neste caso seria a fase seguinte ao estabelecimento dos objectivos a atingir
e da definição da política da Qualidade.
Nesta fase procura-se obter uma visão da Organização a todos os níveis, efectuando a
análise dos dados recolhidos.
A um nível estratégico, procura-se recolher informações da Gestão da Organização
nomeadamente:
• Se existe necessidade de cumprir requisitos explícitos ou não dos Clientes
• A definição do organigrama e respectivas funções
• Como são planeadas e executadas as actividades da Gestão
• Quais as acções de melhoria do Sistema da Qualidade já em curso
• Como se processa a difusão de informações em todos os níveis da Organização
• Quais as medidas que asseguram a uniformidade de metodologias na execução
das diferentes actividades dentro da Organização
• O registo de falhas, a avaliação das suas causas e as medidas tomadas para evitar
a sua recorrência
Implementação de um Sistema da Qualidade Pág.91
A um nível táctico, procura-se obter informações de um nível hierárquico intermédio
relativamente a actividades como sejam:
• Reclamações de Clientes
• Informações prestadas aos Clientes
• Divulgação da imagem da Organização
• Política de Recursos Humanos, Recrutamento e Selecção e Avaliação de pessoal
• Necessidades específicas de Formação
• Motivação
A um nível operacional, procuram-se informações relativas a:
• Documentação de referência para a execução das diferentes actividades
• Manutenção, verificação e calibração de equipamentos
• Operacionalidade e adequação dos equipamentos
• Operacionalidade e adequação das instalações
Uma boa fonte de informações para a execução de um diagnóstico da Organização é a
norma de referência para a Acreditação. Com efeito, um inquérito exaustivo com base
nos requisitos normativos, complementado com a observação local por pessoal
devidamente qualificado para o efeito, permitirá obter uma visão clara da situação
relativa da Organização assim como facilmente se detectarão as principais necessidades
de melhoria.
Será também importante fazer uma avaliação junto dos colaboradores da Organização,
nos diferentes níveis hierárquicos, no sentido de auscultar não só o seu nível de
informação relativamente à Qualidade, mas também procurar avaliar o seu estado de
receptividade e motivação para as alterações que necessariamente decorrerão do
processo de Acreditação. Recorde-se que é crucial a colaboração e empenho de todos
para o bom funcionamento de qualquer Sistema da Qualidade, daí a importância de
empreender acções destinadas ao esclarecimento e motivação para a Qualidade.
Um exemplo de inquérito de diagnóstico por nós elaborado com base na norma NP EN
ISO/IEC 17025:2000 e já adaptado para a avaliação dos Laboratórios forenses
Implementação de um Sistema da Qualidade Pág.92
integrados no INML, assim como uma matriz destinada à recolha e tratamento
estatístico dos dados, encontram-se nos Anexos C.
2. Fase de definição de Políticas e Objectivos a atingir:
Esta fase será sempre crucial já que dela dependerá a estratégia a seguir nas fases
subsequentes do processo.
Faz-se a definição das motivações para a Acreditação, o que se pretende alcançar e o
modo de o conseguir. Como exemplos podemos referir:
• A necessidade de cumprir com requisitos legais de carácter obrigatório
• Alcançar o reconhecimento da competência pelo organismo acreditador, a um
nível nacional ou internacional
• Alcançar um nível de Qualidade superior ao exigido pelo organismo acreditador
A necessidade de melhoria contínua, bem expressa na norma de referência, aconselha a que se procure sempre alcançar um nível de Qualidade superior ao exigido, salvaguardando-se assim a possibilidade de incumprimento futuro por paralisação das actividades de melhoria contínua.
O período de relaxamento natural que sempre ocorre após a obtenção da Acreditação deve também estar previsto e ser tido em conta no planeamento das acções.
Ainda nesta fase devem ficar definidas autoridades e responsabilidades, nomeadamente:
• O responsável pela supervisão do Sistema da Qualidade, habitualmente também
com a função de coordenação das acções visando a Acreditação e com a
responsabilidade dos contactos com o organismo acreditador e/ou apoio
especializado exterior à Organização
• O representante da Gestão com as atribuições de providenciar os recursos
destinados ao melhoramento das actividades do Laboratório
• O representante da Organização com a responsabilidade do estabelecimento de
contactos externos de natureza comercial, se aplicável
Implementação de um Sistema da Qualidade Pág.93
• O representante da área de Pessoal com a responsabilidade da coordenação das
acções referentes à política de Recursos Humanos
• O representante dos serviços de Aprovisionamento, responsável pela política de
aquisição de bens e serviços externos
Note-se que, dependentemente das características intrínsecas da Organização, as
responsabilidades aqui referidas podem ser ou não acumuladas.
3. Fase de estabelecimento de metas e prazos:
Nesta fase tomam-se decisões relativamente ao estabelecimento de metas parciais e/ou
sectoriais do processo de acreditação e aos seus prazos de execução. Deve-se procurar
estabelecer uma sequência lógica que permita a optimização do tempo e recursos a
disponibilizar.
Ao longo desta fase, devem ser incluídos vários pontos no estabelecimento de metas e
prazos de execução:
• Elaboração e implementação de directrizes para a condução do processo, tendo
em consideração os requisitos normativos e os do organismo de acreditação
• Execução ou compilação de procedimentos e outros documentos de trabalho,
dando-se prioridade aqueles que podem condicionar a realização de outros
documentos da Qualidade ou que possam ter influência directa quer nos
resultados dos ensaios quer nas fases subsequentes do processo de Acreditação.
• Estabelecimento de indicadores de desempenho, como sejam os programas de
ensaios inter-laboratoriais
• Simulação interna do processo de avaliação do Sistema por exemplo através de
Auditorias Internas da Qualidade e implementação das respectivas acções
correctivas daí decorrentes
• O reconhecimento oficial da competência
4. Fase da análise da documentação de referência:
Nesta fase inclui-se a análise de toda a documentação relevante para o processo de
Acreditação. Além da norma, já previamente analisada para a preparação da fase de
Implementação de um Sistema da Qualidade Pág.94
diagnóstico, dever-se-á analisar também as normas de terminologia, os documentos
oficiais do organismo de acreditação constantes do Dossier de Candidatura e a
documentação técnica de referência.
Na documentação técnica há que ter o cuidado de efectuar um levantamento da
documentação directamente relacionada com as actividades executadas e a
documentação referenciada por esta.
Outra documentação pertinente inclui a que determina os requisitos relativos a
consumíveis, padrões de referência, equipamentos, instalações, condições ambientais e
outros considerados como relevantes para o processo.
5. Fase de desenvolvimento da documentação inicial:
A documentação mínima inicial a desenvolver nesta fase depende directamente dos
resultados obtidos na fase de diagnóstico e da estipulada na norma de referência:
• O Manual da Qualidade
• Procedimentos de carácter geral para a Organização como por exemplo o
procedimento que define o controlo de documentos do Sistema da
Qualidade.
Para cada caso deve-se procurar a metodologia mais adequada, que pode ser por
exemplo a implantação a partir dos níveis superiores para os inferiores.
A prática indica que muitas vezes a melhor metodologia, garantida que seja a sua
uniformidade, é o desenvolvimento da documentação em paralelo, em todos os níveis
da Organização. Esta metodologia, apresenta a vantagem de optimizar os recursos pelo
aproveitamento de sinergias, o que encurta o tempo de execução.
Após o estabelecimento da documentação inicial procede-se à sua análise detalhada,
avaliando da sua funcionalidade e procurando falhas e incongruências, adoptando-se
então as necessárias acções correctivas tendentes à sua eliminação.
Procura-se igualmente avaliar a sua adequação ao uso, em todos os níveis da
Organização, pela prática da sua utilização e da sua implementação.
Implementação de um Sistema da Qualidade Pág.95
6. Fase de melhoria do Sistema:
Nesta fase procede-se à avaliação de todo o SQ por intermédio de Auditorias da
Qualidade e da Revisão pela Direcção.
Há que ter o cuidado de efectuar uma adequada avaliação de todos os processos e o
seguimento das acções correctivas de modo a garantir a eliminação das não
conformidades detectadas.
A revisão pela Direcção, por sua vez, só termina quando for assegurada a eficácia do
Sistema da Qualidade.
Antes de a Organização solicitar o seu reconhecimento por uma terceira parte, é de todo
conveniente proceder a um reconhecimento de primeira parte, ou seja, um auto
reconhecimento da sua competência. O processo consiste numa auditoria formal ao seu
próprio Sistema da Qualidade, quer por auditores internos quer solicitando uma
auditoria independente.
7. Fase de Reconhecimento da Competência:
O reconhecimento da competência pode ainda ser feito por uma segunda ou terceira
partes.
O reconhecimento de segunda parte inclui o reconhecimento pelo Cliente. No caso do
INML seria o reconhecimento pelo Sistema Judicial, por intermédio de auditorias, em
que comprovaria a capacidade dos Laboratórios do INML em satisfazer os seus próprios
requisitos relativamente ao serviço pericial prestado.
O reconhecimento de terceira parte é feito por uma entidade independente, normalmente
por um Organismo de Acreditação, que procede às actividades de auditoria e qualificação.
Neste caso, o Organismo de Acreditação possui também meios de divulgação das
Organizações que cumprem os requisitos definidos.
Pág.97
X. Metodologia de Diagnóstico:
Embora, como já anteriormente referimos, não nos tenha sido possível a recolha de
elementos para efectuar um diagnóstico da actual situação dos Laboratórios do INML
no respeitante aos seus SQ, não quisemos deixar de fazer referência à metodologia que
tínhamos pensado seguir para o realizar.
O pedido de autorização inicialmente dirigido à Direcção do INML, além do
compromisso de confidencialidade relativamente às informações a recolher, fazia
referência à intenção de apresentar os dados sob a forma de uma Estatística descritiva,
já que não havia interesse de particularizar as situações mas sim orientar a abordagem
para a detecção de prioridades de actuação.
Como parte desta metodologia, importa referir que o Inquérito de Diagnóstico (Anexos
Cl a C3) era dirigido aos Directores dos Serviços de Anatomia Patológica Forense,
Genética e Biologia Forense e Toxicologia Forense das Delegações de Coimbra, Lisboa
e Porto do INML. Estes Serviços, de características eminentemente laboratoriais, foram
os seleccionados para o estudo, por melhor se enquadrarem no âmbito deste trabalho.
A opção por dirigir o inquérito aos Directores de Serviço, teve em linha de conta a
obtenção de informações a um nível hierárquico em que se alia o conhecimento
operacional do Laboratório à prática quotidiana da sua gestão.
Estava também prevista a necessidade de esclarecimentos durante a fase de resposta ao
Inquérito de Diagnóstico, se possível através de entrevistas, o que permitiria igualmente
obter um melhor conhecimento das instalações, sua Organização e práticas quotidianas.
Inquérito:
O Inquérito de Diagnóstico foi elaborado em duas partes distintas. Na primeira parte,
com apenas 8 questões, procurava-se a obtenção de informações de carácter mais
subjectivo, como por exemplo a autoavaliação de conhecimentos em Qualidade e a
manifestação de uma opinião, ainda que tendo como premissa o nível de conhecimentos
real sobre os assuntos abordados.
Metodologia de Diagnóstico Pág.98
Pela necessidade de simplificar o preenchimento do inquérito, este foi elaborado de
modo a que as respostas fossem directas e objectivas. Na primeira parte, o inquérito
deveria ser respondido na própria folha e segundo o método da escolha múltipla.
Os critérios de pontuação utilizados nesta primeira parte estão expressos na tabela que
se segue:
Pontuação das Respostas Questões a) b) c) d) e)
1 5 4 3 2 Auto-avaliação 2 5 4 3 2
Auto-avaliação
3 5 4 3 2
Opinião
4 5 4 3 2
Opinião 5 5 4 3 2 Opinião 6
Não aplicável
Opinião
7 Não aplicável
Opinião
8 Decisão
Na segunda parte, com 124 questões, os objectivos a atingir são a obtenção de uma
informação de carácter técnico, tendo-se utilizado como referencial a norma NP EN
ISO/IEC 17025:2000, dentro das possibilidades já com uma adaptação à especificidade
dos Laboratórios Forenses.
As respostas, também de escolha múltipla, seriam dadas numa matriz (Anexo C3),
segundo uma escala qualitativa e conforme o critério a seguir exposto:
Resposta Pontuação Não 1
Quase nada 2
Parcialmente 3 Quase tudo 4
Sim 5
Metodologia de Diagnóstico Pág.99
Tratamento dos dados:
De modo a podermos explicitar devidamente a metodologia que se pretendia seguir no
que diz respeito ao tratamento dos dados, iremos assumir como base de trabalho que
todos os Directores dos três Serviços das três Delegações do INML responderam ao
inquérito. Teremos então um total de nove conjuntos de dados, que aqui serão gerados aleatoriamente em computador.
Conforme previsto desde início, pela necessidade de não comprometer a
confidencialidade dos dados obtidos, as três Delegações - Coimbra, Lisboa e Porto -
serão designadas por X, Y, e Z, sendo os três Serviços - Anatomia Patológica Forense,
Genética e Biologia Forense e Toxicologia Forense designados por A, B e C. Em ambos
os casos, a ordenação foi também prevista fazer de um modo aleatório.
I Parte - Inquérito Geral
Resultados globais (aleatórios):
Delegação X Delegação Y Delegação Z
Questões Serv. A
Serv. B
Serv. C
Serv. A
Serv. B
Serv. C
Serv. A
Serv. B
Serv. C
Média D.Pad.
Ia
2a
3a
4a
5a
6a
7 8a
5
3
1
1
1
e)
c)
c)
1
3
2
2
3
c)
c)
e)
1
4
5
5
3
e)
b)
d)
4
3
4
2
2
b)
b)
c)
5
5
3
2
3
c)
d)
b)
3
2
4
3
4
c)
d)
b)
3
2
4
3
3
a)
e)
a)
3
3
1
5
2
b)
a)
b)
5
1
1
4
4
d)
a)
d)
3.3 2.9 2.8 3.0 2.8
1.58 1.17 1.56 1.41 0.97
Ia
2a
3a
4a
5a
6a
7 8a
5
3
1
1
1
e)
c)
c)
1
3
2
2
3
c)
c)
e)
1
4
5
5
3
e)
b)
d)
4
3
4
2
2
b)
b)
c)
5
5
3
2
3
c)
d)
b)
3
2
4
3
4
c)
d)
b)
3
2
4
3
3
a)
e)
a)
3
3
1
5
2
b)
a)
b)
5
1
1
4
4
d)
a)
d) Média D. Pad.
2.2
1.79
2.2 0.84
3.6
1.67
3.0
1.00 3.6 1.34
3.2 0.84
3.0
0.71
2.8
1.48 3.0 1.87
Metodologia de Diagnóstico Pág.100
Resultados por questão:
Auto-a\aliação:
Resp. Fa % 1 2 22.2 2 0 0.0 3 3 33.3 4 1 11.1 5 3 33.3
Total 9 100 Gráfico 1
Resp. Fa % 1 1 11.1 2 2 22.2 3 4 44.4 4 1 11.1 5 1 11.1
Total 9 100 Gráfico 2
Opinião:
Resp. Fa % 1 2 3 4 5
3 1 1 3 1
33.3 11.1 11.1 33.3 11.1
Total 9 100 Gráfico 3
Resp. Fa % 1 1 11.1 2 3 33.3 3 2 22.2 4 1 11.1 5 2 22.2
Total 9 100 Gráfico 4
Metodologia de Diagnóstico Pág.101
Opinião: Resp. Fa % 1 1 11.1 2 2 22.2 3 4 44.4 4 2 22.2 5 0 0.0
Total 9 100
Gráfico 5
Questão 6
Questão 5l
Resp. Fa % a) 1 11.1 b) 2 22.2 c) 3 33.3 d) 1 11.1 e) 2 22.2
Total 9 100
0-0 11.1
£) 44.4
Gráfico 6
D1 D2 ■ 3 ■ 4 ■ 5
33.3
Resp. Fa % a) 2 22.2 b) 2 22.2 c) 2 22.2 d) 2 22.2 e) 1 11.1
Total 9 100
Gráfico 7
Metodologia de Diagnóstico Pág.102
Decisão: Resp. Fa % a) 1 11.1 b) 3 33.3 c) 2 22.2 d) 2 22.2 e) 1 11.1
Total 9 100
Resultados por Serviço:
Questões Serviço A Serviço B Serviço C Auto-avaliação
Opinião 20 21
20 23
16 33
40
35
30
o 25 1(0 o» S 20
0. 15
10
5
0
J Resultados por Serviçor I Auto-avaliação I Opinião
Serviço A Serviço B Serviço C
Metodologia de Diagnóstico Pág.103
Gráfico 10: Distribuição das respostas à Questão N° 6
Maior rigor analítico
Prestígio e motiv. pessoal
Com. c/autoridades judiciais
Redução de custos
Redução de reanalises
I Serviço A B Serviço B B Serviço C
Gráfico 11: Distribuição das respostas à Questão N° 7
Perda objectividade
Aumento de custos
Aumento de burocracia
Aumento de atrasos nos ensaios i " t ' IH'1'1
Aumento de trabalho
l Serviço A ■ Serviço B o Serviço C
Metodologia de Diagnóstico Pág.104
Gráfico 12: Distribuição das respostas à Questão N° 8
Dar opção aos Serviços
Certificação após Acreditação
Exp. piloto com um dos Serviços
Ambos em simult.
Acredit. após Certificação
Dar opção aos Serviços
Certificação após Acreditação
Exp. piloto com um dos Serviços
Ambos em simult.
Acredit. após Certificação
'.* ^ | _*
Dar opção aos Serviços
Certificação após Acreditação
Exp. piloto com um dos Serviços
Ambos em simult.
Acredit. após Certificação
Dar opção aos Serviços
Certificação após Acreditação
Exp. piloto com um dos Serviços
Ambos em simult.
Acredit. após Certificação
IO
Dar opção aos Serviços
Certificação após Acreditação
Exp. piloto com um dos Serviços
Ambos em simult.
Acredit. após Certificação
Dar opção aos Serviços
Certificação após Acreditação
Exp. piloto com um dos Serviços
Ambos em simult.
Acredit. após Certificação
- 1
Dar opção aos Serviços
Certificação após Acreditação
Exp. piloto com um dos Serviços
Ambos em simult.
Acredit. após Certificação
Dar opção aos Serviços
Certificação após Acreditação
Exp. piloto com um dos Serviços
Ambos em simult.
Acredit. após Certificação
Dar opção aos Serviços
Certificação após Acreditação
Exp. piloto com um dos Serviços
Ambos em simult.
Acredit. após Certificação
0 1 2 3
■ Serviço A ■ Serviço B Q Serviço C
Resultados médios: Gráfico 13
7.00
6.00
5.00
Pontuação média por Delegação/Serviço!
X/A X/B X/C Y/A Y/B
2.20 2.20 3.60 3.00 3.60
ZVA Z/B
3.00 2.80 3.00
Metodologia de Diagnóstico Pág.105
II Parte - Inquérito NP EN ISO/IEC 17025:2000
Devido ao extenso número de questões desta segunda parte do inquérito,
apresentaremos apenas os resultados simulados aleatoriamente, agrupados por
requisitos da Norma, conforme descrito nas páginas 32 e 33.
Resultados globais por requisito:
Delegação X Delegação Y Delegação Z Requisitos Serv.A Serv.B Serv.C Serv.A Serv.B Serv.C Serv.A Serv.B Serv.C Média D.Pad.
4.1 56 42 14 14 56 56 28 14 42 35.8 18.67 4.2 12 16 8 16 8 16 8 4 12 11.1 4.37 4.3 24 32 16 16 32 16 16 32 8 21.3 8.94 4.4 7 7 7 21 7 21 21 21 21 14.8 7.38 4.5 4 4 12 16 16 12 4 12 8 9.8 4.94 4.6 24 24 12 18 6 6 24 18 12 16.0 7.35 4.7 1 3 4 4 4 3 1 3 1 2.7 1.32 4.8 2 5 3 5 1 3 4 1 1 2.8 1.64 4.9 8 10 6 8 8 4 8 4 6 6.9 2.03 4.10 15 15 15 15 20 10 10 25 5 14.4 5.83 4.11 2 8 8 10 10 6 8 10 10 8.0 2.65 4.12 21 14 28 7 28 21 21 14 21 19.4 6.80 4.13 16 20 4 8 16 4 4 8 4 9.3 6.32 4.14 8 6 8 8 2 4 4 8 8 6.2 2.33 5.1 1 4 4 5 1 4 4 2 3 3.1 1.45 5.2 15 5 15 5 20 25 20 15 10 14.4 6.82 5.3 10 20 10 5 5 25 5 5 25 12.2 8.70 5.4 13 39 13 26 65 65 26 39 13 33.2 20.67 5.5 24 12 36 24 36 36 12 24 12 24.0 10.39 5.6 14 14 21 21
L l 4 14 21 21 21 17.9 3.69 5.7 3 6 9 6 15 9 9 3 15 8.3 4.44 5.8 8 20 4 8 12 12 16 4 4 9.8 5.70 5.9 5 2 5 5 1 5 1 2 4 3.3 1.80 5.10 16 32 ,_ 8 8 40 32 32 40 24 25.8 12.51
Média D. Pad.
13.4 14.30
14.0 11.39
9.9 6.56
11.4 5.42
14.3 14.90
12.4 13.68
11.0 8.68
11.7 9.10
10.8 10.57
Metodologia de Diagnóstico Pág.106
Resultados globais por requisito: Distribuição percentual:
Delegação X | Delegação Y Delegação Z Requisitos Serv.A Serv.B S e r y ^ ^ ^ e r ^ A Serv.B Serv.C Serv.A Serv.B Serv.C
4.1 S e r y ^ ^ ^ e r ^ A Serv.B
4.2 ^ ^ ^ ^ 4.3 1 4.4 1
4.6 1 4.7 | 4.8 4.9 4.10 4.11 [ 4.12 4.13 4.14 5.1 | j 5.2 5.3 5.4 j 5.5 5.6 5.7 1 5.8 5.9 | ^1 |Pi NHHHHBfóHlitl b?-aàfègEiÍ ! 1 5.io I ! ! 1 HPIHi ! flga^H |
^ ^ L e a snda ^ ^ L e a 20% 40% 60% 80%
| M H i 100%
Metodologia de Diagnóstico Pág.107
Gráfico 14
35.0
30.0 !
Po
ntu
ação
bo
b
■ ■ , 10.0
5.0 I I III I I II II 1 X/A X/B X/C Y/A Y/B Y/C Z/A Z/B Z/C
Média 12.9 15.0 11.3 11.6 17.6 17.0 12.8 13.7 12.1
Gráfico 15
100.0
90.0
Percentagem média por Delegação/Serviçol 100.0
90.0
80.0
70.0 " | 60.0
Pe
rce
nta
ç
o
o
b
b ■
Pe
rce
nta
ç
o
o
b
b
30.0 ã ■ ■ ■ 1 1 20.0 1 I I 1 I 1 1 I 1 10.0 1 1 1 1 1 1 1 1 1
X/A X/B X/C Y/A Y/B Y/C Z/A Z/B z/c Média 49.2 62.5 52.5 57.5 60.8 62.5 51.7 51.7 50.8
Metodologia de Diagnóstico Pág.108
Gráfico 16
1UU.U
90.0
80.0
70.0
60.0
50.0
40.0
30.0
20.0
10.0
0.0
Valores médios por requisito (%) 1UU.U
90.0
80.0
70.0
60.0
50.0
40.0
30.0
20.0
10.0
0.0
1UU.U
90.0
80.0
70.0
60.0
50.0
40.0
30.0
20.0
10.0
0.0
1UU.U
90.0
80.0
70.0
60.0
50.0
40.0
30.0
20.0
10.0
0.0
■
1UU.U
90.0
80.0
70.0
60.0
50.0
40.0
30.0
20.0
10.0
0.0
■ 1
1UU.U
90.0
80.0
70.0
60.0
50.0
40.0
30.0
20.0
10.0
0.0
■ — 1
1UU.U
90.0
80.0
70.0
60.0
50.0
40.0
30.0
20.0
10.0
0.0
1 ■ 1 1 1 ! PI
1UU.U
90.0
80.0
70.0
60.0
50.0
40.0
30.0
20.0
10.0
0.0 I I
1UU.U
90.0
80.0
70.0
60.0
50.0
40.0
30.0
20.0
10.0
0.0 X/A x/ B X/C Y/A Y/B Y/ C Z/A Z/B Z/C
■ Gestão 54.3 67.1 52.9 64.3 61.4 51.4 50.0 55.7 47.1
■ Técnicos 42.0 56.0 52.0 48.0 60.0 78.0 54.0 46.0 56.0
Gráfico 17
100.0 90.0 80.0 70.0 60.0 50.0 40.0 30.0 20.0 10.0 0.0
Valores médios por Serviço (%)
Serv. A Serv. B Serv. C
l Gestão 56.2 61.4 50.5
■ Técnicos D Totais
48.0 52.8
54.0 58.3
62.0 55.3
Metodologia de Diagnóstico Pág.109
Análise dos Dados:
A primeira parte do Inquérito destinava-se essencialmente a obter informações sobre
o nível geral de conhecimentos relativos à Qualidade (questões 1 e 2) e em função
destes, obter uma visão da percepção que os diversos Directores de Serviços das três
Delegações do INML tinham relativamente ao tema (questões 3 a 7). Solicitava-se ainda
uma opinião sobre qual a estratégia a seguir para a implementação de um SQ (questão
8), ainda que à partida condicionada pelo nível de conhecimentos relativo ao tema.
Os gráficos 1 a 8 permitir-nos-iam visualizar as respostas a um nível global dentro da Organização do INML no seu conjunto, tirando ilações relativamente às questões colocadas.
A título exemplificativo, as respostas à questão 8 (Gráfico 8), neste caso simulado,
permitir-nos-iam concluir que a opção pela Acreditação dos Laboratórios seguida da
Certificação do INML seria a escolha mais frequente dentre as possibilidades
disponíveis. O valor de incidência obtido neste caso (33,3%), contudo, não
corresponderia a uma maioria das opções, podendo ser a tradução de uma diferente
percepção do problema, possível de ligar à diversidade das autoavaliações de
conhecimentos em Qualidade patentes (neste caso) nos gráficos 1 e 2.
A possibilidade de cruzarmos dados de diferentes questões, permitiria por outro lado
verificar a consistência das respostas obtidas. Um exemplo disso seria a comparação
entre as respostas às questões 1 e 5. Neste caso, o Director do serviço A da Delegação X
teria respondido à questão 1 como tendo "muito bons conhecimentos em Qualidade"
(gráfico 1 ) e na questão 5 teria respondido que a Acreditação dos Laboratórios Forenses
do INML "não iria contribuir para uma melhor consistência dos resultados dos ensaios e
perícias" (gráfico 1). Este tipo de combinação mereceria uma reflexão cuidada já que
aparentemente não seriam compatíveis.
O gráfico 9 compara os resultados obtidos agrupados por Serviço e por tipo de questão.
Neste caso, questões destinadas à autoavaliação e à manifestação de opiniões. Neste
exemplo, teríamos que o Serviço C seria o que apresentava o pior valor de
autoavaliação, mas em contrapartida seria o que também apresentava o melhor valor nas
Metodologia de Diagnóstico Pág.110
opiniões apresentadas. Tal facto poderia indicar uma grande motivação para a
Qualidade, e portanto maior receptividade para a implementação de um SQ formal.
Os gráficos 10 a 12, apresentam a distribuição das respostas de opinião não
quantificáveis. A distribuição uniforme aqui verificada não nos permite tirar ilações
significativas, facto a que decerto não será alheia a génese aleatória dos resultados.
Salienta-se contudo por exemplo o facto de no gráfico 12 (questão 8) apenas um dos
nove Directores de Serviço dar preferência à possibilidade de dar opção aos Serviços
interessados em implementar um SQ formal. Tal facto poderia configurar uma opinião
geral de que a estratégia deveria ser concertada e não individual.
O gráfico 13 apresenta os valores médios das pontuações obtidas pelos diferentes
Serviços das diferentes Delegações.
Na segunda parte do inquérito, devido à sua extensão e por se tratar de resultados
simulados em computador, optou-se aqui por apenas apresentar resultados por requisito
e não por questão, o que necessariamente não aconteceria com resultados reais.
A tabela da página 91 representa um mapa da distribuição das percentagens obtidas para
cada Serviço de cada Delegação, relativamente aos requisitos da norma.
Os gráficos 14 e 15 dão-nos respectivamente a pontuação e a percentagem médias por
Delegação/Serviço, sendo que será mais significativa a apresentação percentual devido
ao número variável de questões de requisito para requisito.
Nesta segunda parte, em que se procurou avaliar o estado de cada um dos Serviços das
três Delegações quanto à conformidade com os diferentes requisitos da norma conduziu
aos gráficos 16 e 17, tendo-se optado pelo agrupamento dos requisitos de Gestão e dos
requisitos Técnicos.
No gráfico 16 salienta-se apenas que o Serviço C da Delegação A é aquele que
apresenta um melhor nível aparente de conformidade com os requisitos técnicos.
Metodologia de Diagnóstico Pág.lll
Dizemos "nível aparente" de conformidade já que, embora em termos globais pareça ser
o que melhor índice de conformidade apresenta em relação aos requisitos técnicos, por
outro lado não poderemos excluir a possibilidade de os requisitos em falta, quer na sua
totalidade quer em parte, poderem ser de difícil ou mesmo impossível concretização,
enquanto que por exemplo os requisitos técnicos em falta no Serviço A da Delegação X,
que foi o que pior valor apresentou, possam ser de fácil resolução e implementação.
É este tipo de questões de ordem prática que tornam imprescindível a auditoria ao local,
de modo a se poder fazer uma avaliação ponderada de toda a envolvente dos diferentes
Laboratórios.
No gráfico 17 apresenta-se a distribuição média por tipo de requisitos (requisitos de
Gestão e requisitos Técnicos), permitindo uma melhor visualização do grau de
conformidade médio dos três Serviços.
Discussão dos resultados:
A análise dos dados obtidos num inquérito de avaliação como o que aqui propomos, terá
necessariamente de ter em atenção:
Io A relativa confiança nos dados obtidos
2o A necessidade de corroborar os dados a posteriori por uma auditoria ao local
3o A definição de prioridades de acção com base em factos
4o A definição de estratégias e objectivos de curto e médio prazo
5° A avaliação da disponibilidade de recursos para dar cumprimento aos
objectivos definidos
Importa pois, a partir dos dados obtidos, procurar ilações passíveis de posterior
comprovação, o que permitirá definir as prioridades de acção.
Uma das mais conhecidas e eficazes Ferramentas da Qualidade é a Análise de Pareto.
Esta é um processo analítico que envolve a categorização de itens e a determinação de
quais contêm a maioria das observações.
Metodologia de Diagnóstico Pág.112
É usada como uma ferramenta para a identificação de problemas, permitindo focar a
atenção nas poucas causas que, segundo o Princípio de Pareto, são responsáveis pela
maioria dos efeitos.
A principal ferramenta utilizada na Análise de Pareto é o Diagrama de Pareto. Este, é
basicamente um gráfico de barras de frequências absolutas ou relativas, que tem por
característica o facto de as barras serem sempre ordenadas de um modo decrescente, da
esquerda para a direita, e assenta na possibilidade do desdobramento das causas em
consecutivos gráficos de barras.
Embora o carácter aleatório dos dados aqui apresentados a título exemplificativo não permitam verificar o Princípio de Pareto, tal não ocorre em regra com dados reais. A título exemplificativo, podemos representar graficamente os diferentes requisitos, por ordem decrescente das não conformidades médias dos diferentes Serviços:
Não conformidades médias Serviço A
in aí in ^ ^ in ^ ^ ^T
" - ' ^T
^T
^ i n i n i n f l: T
^T
^ i n * ^ i n ^ ■«t t m »t "3- T
Requisitos
Metodologia de Diagnóstico Pág.113
Não conformidades médias Serviço B
o) n u) c{ co T< 10 iri «n in t >j in in
Requisitos
Não conformidades médias Serviço C
<*3 co to oo
Requisitos
Metodologia de Diagnóstico Pág.114
Se não tivermos em conta a relativa proximidade entre os valores das não
conformidades referidas para os diferentes requisitos, podemos verificar aqueles que
apresentam uma maior incidência.
Importaria então, numa fase subsequente, determinar qual ou quais as alíneas de cada
um destes requisitos seriam as responsáveis, pela maioria das não conformidades
detectadas.
Estabelecidas estas premissas, seria então possível definir prioridades de actuação,
não necessariamente definidas com base no grau de não conformidades detectadas -
salvo se fosse adoptada uma estratégia de nivelamento do grau de conformidade prévio
à Acreditação - mas poderiam ser aquelas poucas, provavelmente com um menor custo
associado, que tivessem capacidade de se traduzir no maior efeito possível - Princípio
de Pareto.
Pág.115
XI. Considerações finais:
Os Laboratórios Forenses, de um modo geral, devem operar de um modo objectivo e
orientado pela Ciência, gerando consistentemente dados correctos e precisos,
tecnicamente defensáveis e criteriosa e exaustivamente documentados.
Embora tal seja considerado como um objectivo razoável a atingir, tal pode não
representar a realidade actual.
Nos últimos anos a opinião pública tem sido surpreendida por diversos casos em que
ficou demonstrado que os Laboratórios Forenses não são obrigatoriamente bastiões do
conhecimento e competência científica. Embora tais casos se tenham quase na
totalidade verificado fora das nossas fronteiras, a sua ampla divulgação pelos meios de
Comunicação Social, frequentemente com um grande impacto mediático, não pode
deixar de ser tema de reflexão para a Comunidade Científica Forense no nosso País.
A título de exemplo, um estudo realizado nos EUA nos finais da década de 90 conduziu
a resultados surpreendentes. Muitos dos Laboratórios auditados não possuíam
elementos essenciais para o desempenho das suas actividades, incluindo instalações,
equipamento inadequado e/ou obsoleto em uso, ausência de sistemas de controlo, falhas
graves no manuseamento das provas, problemas de contaminação cruzada, falhas na
garantia da cadeia de custódia, falta de treino adequado e outras pj.
Sob a perspectiva da Garantia da Qualidade, tais casos apresentam vários factores comuns:
• A existência dos graves problemas detectados não estava identificada pela
Gestão dos Laboratórios, tendo-se estes mantidos inalteráveis até terem sido
identificados por pessoas externas à Organização.
• Os Laboratórios foram incapazes de prevenir a ocorrência de tais problemas já
que não possuíam um Sistema da Qualidade implementado capaz de eficazmente
monitorizar o seu desempenho global.
Considerações Finais Pág.116
• O tipo de problemas identificado é normalmente predizível e comum a todo o
tipo de Laboratórios que realizam ensaios numa larga escala:
> Deficiente controlo das condições ambientais e da contaminação
> Revisões técnicas ineficazes
> Inadequada documentação do trabalho realizado
> Treino inadequado
> Falta de qualificação dos analistas
> Ausência de uma supervisão independente
De um modo geral os resultados originados em Laboratórios são entendidos como
"respostas", quando na realidade não passam de estimativas dos valores reais. Isto
porque a análise de um material desconhecido envolve sempre um certo grau de
incerteza.
Contudo, se o Laboratório é capaz de cuidadosamente controlar, monitorizar,
documentar e operar num estado de controlo estatístico, é possível avaliar a qualidade e
grau de confiança dos resultados que apresenta.
Há contudo que ter em consideração que apesar da competência e capacidade técnico-
científica dos peritos que trabalham nos Laboratórios, o resultado final do seu trabalho
depende grandemente de factores que afectam o seu desempenho e sobre os quais não
têm qualquer controlo.
A experiência tem demonstrado que a consistente produção e comunicação de
resultados está dependente de um cuidadoso e rigoroso SQ pj.
A situação em que os Laboratórios Forenses operam sem uma supervisão independente
representa uma falha sistemática do Sistema Judicial em exigir o cumprimento de
padrões de Qualidade mínimos de desempenho pj.
Uma auditoria independente "in loco" é ainda o melhor método de determinar a
qualidade operacional de um Laboratório Forense. No entanto, e a prática assim o tem
demonstrado, existe uma enorme relutância por parte da Gestão dos Laboratórios
Considerações Finais Pág.117
Forenses em autorizarem auditorias independentes, pelas implicações resultantes da
possibilidade de identificação de problemas sérios.
Tal situação conduz na prática ao perpetuar de situações em que por um lado os
Laboratórios não possuem meios eficazes de diagnóstico dos problemas de Qualidade
existentes, e por outro lado também não permitem que os mesmos sejam detectados por
pessoas externas à sua Organização, com prejuízo para o seu próprio desempenho
global e portanto da Sociedade que servem - os seus Clientes.
Na impossibilidade de uma auditoria externa independente, a opção será por efectuar
uma avaliação do âmbito e rigor do SQ instalado, através da revisão da sua
documentação de suporte: Manual da Qualidade, Procedimentos, Instruções, Registos
de Auditorias Internas, Inventário de Equipamentos, Formação Profissional e outros.
O facto de um determinado método analítico ser reconhecido pela Comunidade
Científica, não implica que todos os Laboratórios e todos os Peritos sejam capazes de o
executar correctamente.
Antes de um Laboratório poder executar um determinado método analítico, deve estar
habilitado a demonstrar e documentar a sua capacidade para o fazer correctamente, com
recurso exclusivo ao seu equipamento, pessoal técnico e instalações.
A ausência de um estudo de validação do método inviabiliza a possibilidade de
determinar as incertezas inerentes às medidas a efectuar. Ou seja, o Laboratório não
poderá saber se o método está a produzir resultados de acordo com o esperado.
O processo ou dossier de cada amostra submetida ao Laboratório para análise pericial
deve ser um conjunto sequencial e consistente de documentação, da qual fazem parte
registos de todas as actividades, observações e resultados com ela relacionados. A
quebra desta sequência poderá colocar em causa a defesa em Tribunal dos resultados
obtidos.
Essa documentação deverá incluir os registos referentes ao estado de integridade da
amostra aquando da sua recepção, os procedimentos seguidos durante o processo
analítico, as qualificações do pessoal técnico que executou os ensaios, a rastreabilidade
Considerações Finais Pág.118
dos materiais utilizados, o estado de operacionalidade dos equipamentos utilizados e as
bases para quaisquer cálculos estatísticos apresentados no relatório.
Dada a tradicional tendência para a aceitação dos relatórios periciais como dados
inquestionáveis, é de esperar que na prática corrente os Laboratórios Forenses não
possuam meios adequados devidamente implementados que lhes permitam obter
facilmente todas as informações referentes a um qualquer dossier p]. Sob um ponto de
vista da Qualidade, se um ou mais registos não puderem ser obtidos em tempo útil, é
como se não existissem.
A confirmação, por parte de uma entidade ou pessoa independentes, da validade técnica
dos resultados dos ensaios efectuados por um Laboratório Forense, pode portanto ser
um meio de comprovar a competência deste para a execução dos métodos analíticos e
procedimentos utilizados.
Mas uma comprovação da qualidade técnica e científica dos resultados não é suficiente
para garantir que essa mesma qualidade se verifica de um modo consistente em todos os
resultados analíticos. Só com uma intervenção conjunta com um perito em Qualidade
será possível estabelecer essa consistência de resultados, ao ter-se em conta não só a
revisão e estabelecimento da sua validade técnico-científica mas também a adequação
ao uso, ou seja, se os resultados suportam efectivamente o uso que lhes é pretendido
dar.
Além da necessidade de validar os procedimentos do Laboratório sob um ponto de vista
técnico-científico, há que dar resposta a questões como sejam:
• Os métodos analíticos e procedimentos seguidos estão em conformidade com
métodos e procedimentos aprovados e validados?
• Os registos existentes suportam os resultados e conclusões a que o Laboratório
chegou?
• Todos os instrumentos e equipamentos utilizados estavam sob controlo
estatístico à data das determinações efectuadas?
Considerações Finais Pág.119
• As incertezas apresentadas estão de acordo com os resultados obtidos durante o
processo de validação dos métodos?
• As determinações efectuadas são rastreáveis através da calibração e uso de
materiais de referência e padrões?
• O Laboratório actuou em conformidade com o seu SQ?
A qualidade final de uma Perícia Forense está limitada pela qualidade e integridade do
objecto da análise. Qualquer das operações prévias aos ensaios analíticos, desde a
selecção, recolha, acondicionamento, etiquetagem, transporte, armazenamento,
manutenção, distribuição, registo, codificação e preparação, podem comprometer a
integridade da prova, resultando daí um desvio nos resultados e/ou a inviabilização da
obtenção de resultados passíveis de ser defendidos em Tribunal.
Um exemplo de uma dessas situações é a contaminação das amostras a analisar. Esta,
pode ocorrer em qualquer das referidas fases prévias ao ensaio, ou mesmo durante este.
Por sua vez, pode dever-se a uma multiplicidade de causas, desde a falta de treino
adequado por parte de quem manipula as amostras, até às deficientes condições
ambientais no Laboratório.
A contaminação das amostras só será detectada se o Laboratório possuir processos formais para a sua detecção e identificação. Em caso negativo, a sua ocorrência facilmente passará sem poder ser detectada.
As possibilidades abertas pela Informática nos últimos anos têm permitido o
aperfeiçoamento de sistemas analíticos que permitiram um incremento da precisão e
celeridade dos ensaios.
Mais do que a possível falha dos equipamentos, é na capacidade inerente aos sistemas
informáticos da manipulação de dados que reside a potencialidade de introdução de
desvios, relativamente aos valores reais dos ensaios, com as devastadoras consequências
daí resultantes para a verdade científica dos resultados finais produzidos pelo
Laboratório.
Considerações Finais Pág.120
Apesar das elevadas qualificações e experiência que os Peritos Forenses possam ter nas
suas especialidades técnicas, o resultado do seu trabalho não poderá colmatar as falhas
resultantes do trabalho executado por técnicos de menor qualificação que são
normalmente quem executa as tarefas prévias aos ensaios propriamente ditos. A
qualidade dos resultados dos ensaios será sempre, na melhor das hipóteses, tão boa
quanto a qualidade das amostras a ensaiar.
O mesmo se aplica à amostragem efectuada no terreno, por vezes efectuada pelas forças
policiais, com um treino insuficiente, e que podem inadvertidamente condicionar
irremediavelmente todo o trabalho a desenvolver a jusante, com a agravante de o
Laboratório poder nem ter conhecimento da adulteração da amostra que ensaiou.
Um meio de minimizar este tipo de ocorrências, quer na sua frequência quer na sua
gravidade, é através de auditorias independentes às actividades no terreno. Estas
permitem efectuar um diagnóstico dos problemas e assim, através de programas de
formação profissional e treino operacional, permitem por sua vez implementar não só
medidas correctivas mas também preventivas. Estas últimas, ao actuarem por
antecipação, podem contribuir eficazmente para a eliminação do tipo de falhas
detectadas.
Como anteriormente referimos, a auditoria à documentação do Laboratório, pode
constituir um bom meio de avaliação do funcionamento do seu SQ. No entanto, só uma
auditoria independente poderá obter uma perspectiva global do Laboratório, ao fazer
uma avaliação numa perspectiva funcional das suas actividades e da adequação das
metodologias usadas à obtenção da qualidade desejada.
A necessidade da independência da auditoria resulta da necessidade de assegurar a não
existência de conflitos de interesses da qual possa resultar a perda de objectividade nas
actividades a executar e na interpretação dos resultados e elaboração do relatório. Um
outro ponto a ter em consideração é a necessidade de credibilizar a auditoria perante o
exterior.
Considerações Finais Pág.121
É fundamental que a Direcção conheça o Laboratório que dirige. A reconhecida qualidade de um dos tipos de actividades realizadas pelo Laboratório não serve como garantia da qualidade de nenhuma das outras actividades que paralelamente realiza. Os problemas da Qualidade não são passíveis de ser verificados pela análise dos relatórios periciais, sem o acesso a toda a documentação de suporte. E mesmo esta pode ser insuficiente, pelo que só o recurso a auditorias externas independentes pode garantir a qualidade e consistência dos resultados e do desempenho global do Laboratório. Concluímos assim que só um SQ implementado, funcional e validado por uma entidade externa e independente, poderá assegurar a qualidade do desempenho do Laboratório.
Importa reflectir sobre as consequências do alheamento relativamente às mudanças que
têm ocorrido nos últimos anos na Sociedade portuguesa e quais os perigos daí
resultantes para o Sistema Judicial e aplicação da Justiça.
Como já anteriormente referimos, a liberdade é por muitos considerada como o bem
supremo da condição humana. Será que tudo está a ser feito no sentido de impedir
inocentes de serem privados das suas liberdades e portanto do seu bem mais valioso?
A situação contrária é também tida como intolerável. A colocação em liberdade de
criminosos devido a falhas processuais e a consequente impunidade relativamente aos
seus actos, priva a Sociedade do seu direito de punir quem atenta contra os seus valores
e promove o descrédito entre os seus pares.
Poderá o País continuar alheio em relação à necessidade efectiva de uma harmonização
Europeia, e mesmo Mundial, não só da Justiça mas também das metodologias inerentes à sua aplicação?
Pensamos ter chegado a altura de em Portugal se empreender a necessária mudança de
mentalidades relativamente ao modo de trabalhar e encarar o caminho para o progresso
e bem-estar através da cooperação e permanente desafio do "status quo". Em suma, ter
uma permanente atitude pró-activa.
E poderá o sistema democrático em que vivemos privar-se da protecção de um Sistema Judicial eficaz e eficiente?
Considerações Finais Pág.122
Cada vez mais a tecnologia e a informação estão ao dispor de quem infringe a Lei e a Ordem, tornando cada vez mais complexo o trabalho dos peritos forenses. A informação sobre as metodologias periciais e laboratoriais forenses passa por vezes mais facilmente para os infractores que para as Organizações de combate ao crime. Esta situação tem conduzido à necessidade permanente de procurar novas e mais precisas metodologias para as perícias forenses. Mas se por um lado as metodologias analíticas são cada vez mais precisas, por outro lado são cada vez mais complexas e exigentes, quer na preparação técnica de quem as executa e no rigor necessário para garantir o seu correcto desempenho, quer ainda na necessidade da utilização de equipamentos capazes de produzir resultados previsíveis.
Havendo a necessidade de garantir que todos os cuidados são tomados para evitar que
uma qualquer falha processual invalide perante o Tribunal todo o válido desempenho
analítico e pericial, é pois necessário garantir que são tomadas medidas orientadas para
a detecção e correcção de falhas e para a prevenção da sua recorrência.
Surge portanto a importância de validar todo o Sistema da Qualidade perante os
Tribunais e a opinião pública, por uma entidade independente, que ao fazer o
reconhecimento público da sua competência, fornece adicionalmente aos Laboratórios
Forenses os meios para a melhoria contínua do seu desempenho.
Importa mais uma vez frisar dois pontos que nos parecem ser fundamentais para o
sucesso da implementação de um SQ:
1. A necessidade desta partir de dentro para fora e não por imposição externa.
2. A importância da alteração da mentalidade
A implementação de um SQ numa Organização por imposição externa, seja por motivos
de carácter regulamentar ou por necessidade estratégica, embora não obrigatoriamente
condenada ao fracasso, parece-nos de muito difícil realização numa expectativa de curto
prazo.
Como já anteriormente referimos no capítulos anteriores, um dos mais difíceis
patamares a atingir para a efectiva e eficaz implementação de um SQ passa
obrigatoriamente pela alteração das mentalidades. Sem que tal seja possível, afigura-se
como uma tarefa inglória e consumidora de energias e recursos preciosos.
Considerações Finais Pág.123
É fundamental que a implementação de um SQ surja da necessidade da própria
Organização em estabelecer regras e padrões de funcionamento de modo a optimizar os
recursos financeiros e humanos disponíveis, possibilitando que o desempenho global da
Organização seja superior à soma das suas partes.
E numa perspectiva económica, não tendo em consideração o prejuízo moral que por
vezes é incalculável, qual o custo de uma decisão judicial tomada com base em dados
incorrectos de uma perícia forense?
Nos contactos que tivemos com os diferentes níveis hierárquicos dentro da Organização
do INML, retivemos o sentimento geral da necessidade de mudança e em certos casos
de uma grande motivação para o fazer, nomeadamente em relação aos mais elevados
níveis hierárquicos dentro da sua Organização.
Contudo, embora em muitos casos a mensagem que passa é a da impossibilidade de fazer seja o que for no sentido da melhoria da Qualidade sem que sejam disponibilizados os recursos financeiros para tal, essa não é de modo algum a nossa opinião.
Pensamos ser possível, com a colaboração de uma equipa empenhada e motivada, realizar um profícuo trabalho na melhoria da Qualidade mesmo sem a disponibilização de avultados recursos financeiros.
Já o mesmo não se poderá dizer relativamente ao desempenho de uma equipa
desmotivada e descrente, apesar da existência destes.
Mais uma vez acabamos por centrar a nossa atenção no fulcro das Organizações - os
seus Colaboradores. São estes de facto que podem fazer a diferença. A sua motivação e
empenho são fundamentais para o sucesso de qualquer projecto destinado à melhoria da
Qualidade, como anteriormente já referimos.
Surge pois a necessidade de obter o reconhecimento do desempenho global dos
Laboratórios, tomando como referência a competência técnica e científica dos
peritos que compõem os quadros do INML, numa perspectiva de melhoria contínua.
Considerações Finais Pág.124
O melhor meio para o fazer é, por tudo o que anteriormente referimos, a Acreditação
dos seus Laboratórios Forenses.
E é desta necessidade que decorre a sua importância. A sua efectivação deverá ser
equacionada numa perspectiva de curto prazo, já que esta é imposta pelos seus Clientes:
o Sistema Judicial e a Sociedade.
Pág.125
Nota Final:
A impossibilidade prática de efectuar um diagnóstico dos Laboratórios do INML, com
base em dados reais, motivou que este fosse efectuado com base na bibliografia
disponível, obviamente não passível de ser linearmente transposta para o caso em
estudo.
Os ensaios e perícias executados nos Laboratórios Forenses e todas as dificuldades
técnicas abordadas são semelhantes aos executados em Laboratórios de Análises de
Águas, Laboratórios de Análises Alimentares ou mesmo Laboratórios de Análises
Clínicas, áreas em que a Acreditação foi considerada internacionalmente como sendo a
melhor opção para a credibilização e melhoria contínua do seu desempenho.
Procuramos pois com o presente trabalho lançar um alerta para a necessidade de se
tomarem medidas concretas no sentido de prevenir a possibilidade de ocorrência de
situações de dúvida, quer por parte dos Tribunais quer por parte do público em geral.
Pág.127
XI. Bibliografia:
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entidades acreditadas
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7. Decreto-Lei n.° 15/93, in Diário da República Número: 18/93 SÉRIE I-A
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Português da Qualidade
ío. Decreto-Lei n.° 96/2001, in Diário da República Número: 72/2001 SÉRIE I-A
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laboratórios
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laboratórios acreditados
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16. Directiva CNQ 30:2000, Comparações interlaboratoriais de medições. Requisitos
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34. ISO/CD.2 19011:2001, Guidelines on quality and environmental management
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qualidade. Gestão de programas de auditorias
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56. Norma NP EN ISO 9000:2000, Sistemas de gestão da Qualidade. Fundamentos e
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Anexo A Pág.133
Assunto
NP EN
ISO/IEC
17025
Guia ISO/IEC NP EN
25 45001
Objectivo e campo de aplicação 1.1 a 1.6 1 1
Referências normativas 2 2
Termos e definições 3 3 2
Requisitos de Gestão
Organização 4.1.1 4.1 3
4.1.2 1.2 7 a)
4.1.3 4.1
4.1.4 4
Sistema da qualidade
4.1.5 a) 4.2 a)
4.1.5 b) 4.2 b)
4.1.5 c)
4.1.5.d)
4.2 i) 4.1.5 c)
4.1.5.d) 4.2 c)
Assunto
4.1.5 b) 4.2 b)
4.1.5 c) 4.2 i)
4.1.5.d) 4.2 c)
4.1.5 e) 5.2 b), 5.2 c)
4.1.5 f) 4.2 d)
4.1.5 g) 4.2 e)
4.1.5 h) 4.2 f)
4.1.5 i) 4.2 g)
4.1.5 j) 4.2 h)
4.2.1 5.1
4.2.2 5.1,5.2 a)
4.2.2 a) 5.1
4.2.2 b) 5.2 a)
4.2.2 c) 5.2 a)
4.2.2 d) 5.1
4.2.2 e) 5.2
NP EN Guia ISO/IEC
4, 5.1,
5.4.6,
5.4.2
4
5.4.6
4
5.1
5.1
5.1
5.1
5.4.2
5.4.2
5.4.2
5.4.2 c)
NP EN
Anexo A Pág.134
ISO/IEC 25 45001
17025
4.2.3 5.2 m) 5.4.2 c)
Controlo dos Documentos
4.2.4
4.3.1
5.2 e)
5.2 d)
5.4.2
Controlo dos Documentos
4.2.4
4.3.1
5.2 e)
5.2 d) -
4.3.2.1 5.2 d)
5.4.1 4.3.2.2 a) 5.1, 5.2 d) 5.4.1
4.3.2.2 b) 5.2 d) 5.4.1
4.3.2.2 c) 5.2 d)
5.2 d) -4.3.2.2 d)
4.3.2.3
5.2 d)
5.2 d) -4.3.2.2 d)
4.3.2.3 5.2 d)
4.3.3.1 5.2 d)
4.3.3.2 5.2 d) -
4.3.3.3 5.2 d) -
4.3.3.4 5.2 d) -
Análise de consultas, propostas e contratos 4.4.1 5.2 i) -
4.4.1 a) 5.2 i) -
4.4.1 b) 5.2 i) -
4.4.2 5.2 i) -
4.4.3 5.2 i) 5.4.7
Análise de consultas, propostas e contratos 4.4.4 5.2 i)
"
Análise de consultas, propostas e contratos
4.4.5 5.2 i) " Subcontratação de ensaios e calibrações 4.5.1 14.1 5.4.7
4.5.2 14.1 5.4.7
4.5.3 -
4.5.4 14.2 5.4.7
Aquisição de produtos e serviços 4.6.1 10.8, 15.2 -
4.6.2 15.1 -
4.6.3 - -
4.6.4 15.3 -
Assunto NP EN Guia ISO/IEC NP EN
Anexo A Pág.135
Serviço ao Cliente
Reclamações
Controlo de trabalho de ensaio/calibração
nãoconforme
Acções correctivas
Acções preventivas
Controlo de registos
Auditorias internas
ISO/IEC
17025
4.7
4.8
25
Assunto
4.10.5
4.11.1
4.11.2
4.12.1.1
4.12.1.2
4.12.1.3
4.12.1.4
4.12.2.1
4.12.2.2
4.12.2.3
4.13.1
4.13.2
4.13.3
NP EN
16.1
16.2
12.1
12.2
12.2
10.7 e)
12.1
45001
6.1
5.4.2 h),
6.1
4.9.1 5.2 o) 5.4.2 g)
4.9.1 a)
4.9.1 b)
5.2 o)
5.2 o)
4.9.1 c)
4.9.1 d)
4.9.1 e)
4.9.2
4.10.1
5.2 o) 4.9.1 c)
4.9.1 d)
4.9.1 e)
4.9.2
4.10.1
5.2 o), 13.6
5.2 o)
16.2
5.2 o)
■
5.4.2
4.10.2
4.10.3
4.10.4
5.2 o)
5.2 o)
5.2 o)
_
5.3
5.3
5.5
Guia ISO/IEC
5.4.4
5.4.4
5.4.4
5.4.2
5.4.2
NP EN
Anexo A Pág.136
Revisão pela direcção
Requisitos técnicos
Generalidades
Pessoal
Instalações e condições ambientais
ISO/IEC 25 450 17025
4.13.4 - -
4.14.1 5.4 5.4.2
4.14.2 5.5 5.4.2
5.1.1
5.1.2
5.2.1
5.2.2
5.2.3
5.2.4
5.2.5
5.3.1
5.3.2
5.3.3
Métodos de ensaio e calibração e
validação de métodos
Assunto
5.3.4
5.3.5
5.4.1
5.4.2
5.4.3
5.4.4
5.4.5.1
5.4.5.2
5.4.5.3
5.4.6.1
5.4.6.2
5.4.6.3
5.4.7.1
NP EN
10.2,
6.1
6.2
5.2 e)
6.3
7.1,7.2
7.3
7.4
7.5
7.6
10.1,
10.5
10.3
10.4
10.4
10.2
10.2
10.6
Guia ISO/IEC
5.2
5.2
5.3.2
5.3.2
5.3.2
5.3.2
5.3.2
5.4.1
5.4.1
5.4.1
5.4.3 k)
5.4.1
NP EN
Anexo A Pág.137
ISO/IEC 25 45001
17025
5.4.7.2 10.7 -
5.4.7.2 a) 10.7 b) -
5.4.7.2 b) 10.7 c) -
5.4.7.2 c) 10.7 d) -
Equipamento 5.5.1 8.1 5.3.1
5.5.2 9.1 5.3.3
5.5.3 10.1 -
5.5.4
5.5.5 a)
- 5.3.3 b) 5.5.4
5.5.5 a) 8.4 a) 5.3.3 b)
5.5.5 b) 8.4 b) 5.3.3 b)
5.5.5 c)
5.5.5 d) 8.4 d) ~ 5.5.5 c)
5.5.5 d) 8.4 d) 5.3.3 d)
5.5.5 e) 8.4 f) -
5.5.5 f) 8.4 g) 5.3.3
5.5.5 g) 8.4 h) 5.3.3 f)
5.5.5 h) 8.4 i) 5.3.3 g)
5.5.6 8.2 -
5.5.7 8.2 5.3.3
5.5.8 8.3 -
Equipamento 5.5.9
5.5.10
-
5.3.3
5.5.9
5.5.10
-
5.3.3
5.5.11 - -
5.5.12 -
Rastreabilidade das medições 5.6.1 9.1 5.3.3
5.6.2.1.1 9.2 5.3.3
5.6.2.1.2 9.3 5.3.3
5.6.2.2.1 9.2 5.3.3
5.6.2.2.2 9.3 5.3.3
Assunto NP EN Guia ISO/IEC NP EN
Anexo A Pág.138
ISO/IEC 25 45001
17025
5.6.3.1 9.4,9.5 5.3.3
5.6.3.2
5.6.3.3
9.7 5.6.3.2
5.6.3.3 9.6
5.6.3.4 -
Amostragem 5.7.1 10.5 -
5.7.2 -
5.7.3 5.4.4
Manuseamento dos itens a ensaiar ou 5.8.1 11.4 5.4.5
calibrar
5.8.2
Garantia da qualidade dos resultados de
ensaio e calibração
5.8.3
5.8.4
5.9
11.1
11.2
11.3
5.6, 5.6 a)
5.4.5
5.4.5
Apresentação dos resultados
5.9 a) 5.6 c)
5.9 b) 5.6 b)
5.9 c) 5.6 d)
5.9 d) 5.6 e)
5.9 e) 5.6 f)
5.10.1 13.1
5.10.2 a) 13.2 a)
6.2
6.3
d),
5.10.2 b)
5.10.2 c)
5.10.2 d)
5.10.2 e)
13.2 b)
13.2 c)
13.2 d)
13.2 h)
5.4.3
5.4.3 a)
5.4.3 b)
5.4.3 c)
5.4.3 f)
5.10.2 f) 13.2 e), 13.2 f) 5.4.3 d)
5.10.2 g) 13.2 g) 5.4.3 e)
Assunto NP EN Guia ISO/IEC NP EN
Anexo A Pág.139
ISO/IEC 25 45001
17025
5.10.2 h) 13.2 i) 5.4.3 g)
5.10.2 i) 13.2 k) 5.4.3
5.10.2 j) 13.2 m) 5.4.3 1)
5.10.2 k) 13.2 n) 5.4.3 m)
5.10.3.1 a) 13.2 j) 5.4.3 h)
5.10.3.1 b)
5.4.3 h)
5.10.3.1c) 13.2 1) 5.4.3 k)
Apresentação dos resultados 5.10.3.1 d)
5.10.3.1 e) 5.4.3 j)
5.10.3.2 a)
5.10.3.2 b)
5.10.3.2 c)
5.10.3.2 d) 5.4.3 g)
5.10.3.2 e) ■
5.10.3.2 f) ~ 5.10.4.1 a) 13.2 j) " 5.10.4.1 b) 13.2 1) 5.4.3
5.10.4.1 c)
5.10.4.2
5.10.4.1 c)
5.10.4.2 ■
5.10.4.3
5.10.4.4
5.10.5 5.4.3
5.10.6 13.3
5.10.7 13.7
5.10.8 13.4 5.4.3
5.10.9 13.5 5.4.3
Anexo BI (reproduzido sob autorização) Pág.141
1 . LABORATORY MANAGEMENT AND O P E R A T I O N S
1 . 1 P L A N N I N G - The ana lys i s of re levan t information from the p resen t and pasr , and the assessment of probable future developments so t ha t a course of ac t ion (plan) may be determined t h a t enables the organiza t ion to meet i t s s t a t ed o b j e c t i v e s .
1 . 1 . 1 OBJECTIVES
PRINCIPLE
Management wi l l be more e f fec t ive when, before i n i t i a t i n g any course of ac t ion , the ob jec t ives are c l e a r l y determined, a r t i c u l a t e d , and understood.
STANDARD AND CRITERIA
The l a b o r a t o r y should establish objectives which a r e r e l e v a n t to the community that it serves and communicate them to a l l employees orally and in written form.
1.1 .1 .1 DOES THE LABORATORY HAVE A WRITTEN ( I ) STATEMENT OF ITS OBJECTIVES? Y N N/A
1.1.1.2 DO THE OBJECTIVES APPEAR TO BE ( I ) RELEVANT TO THE NEEDS OF THE Y N N/A COMMUNITY SERVICED BY THE LABORATORY?
1.1 .1 .3 DOES THE LABORATORY STAFF UNDERSTAND (D) AND SUPPORT THE OBJECTIVES? Y N N/A
DISCUSSION
A w r i t t e n s ta tement of ob jec t ives (1 .1 .1 .1) f u l f i l l s a need for d i r e c t i o n through a careful ana lys is of what the d i r e c t o r and the parent o r g a n i s a t i o n be l i eve are the appropr ia te functions of the l abora to ry and the d i r e c t i o n in which i t should be moving. Objectives make a s i g n i f i c a n t con t r ibu t ion to the management process and serve as a b a s i s for a sound management philosophy.
Object ives wi l l vary from labora tory to labora tory depending on such th ings as the s i z e , range of se rv ices provided, na ture of the parent o rgan iza t ion , whether the l abora to ry s tands alone or i s p a r t of a system, the s i ze of the populat ion served, and the nature of
the area served ( e . g . , dense urban, dispersed r u r a l ) . The ob jec t ives must be re levan t to the needs of the coirtmunity serviced ( 1 . 1 . 1 . 2 ) . Regardless of the wording of the ob jec t ives , they have no value unless c l e a r l y understood and supported by the s ta f f
Anexo B2 (reproduzido sob autorização) Pág.142
GRADE COMPUTATION SHEETS ESSENTIAL IMPORTANT DESIRABLE
CRITERIA Y N N/A Y N N/A Y N N/A
1 . 2 . 1 II) ,
1 . 2 . 2 ( I )
1 . 2 . 3 (E)
1 . 2 . 4 (E)
1 . 2 . 5 (E)
1 . 2 . 6 (D)
1 . 1 . 2 . 7 (E) __
1 . 1 . 2 . 8 (D)
1 . 1 . 2 . 9 ( I )
. 2 . 1 0 ( I )
1 . 1 . 2 . 1 1 (D)
1 . 1 . 2 . 1 2 (D) _
1 . 2 . 1 3 (D)
. 2 . 1 4 ( I )
2 . 1 . 1 (D)
. 1 . 2 (D)
: / I / D = 4 / 7 / 8
TOTALS , .
MORATORY
Anexo B3 (reproduzido sob autorização) Pág.143
Changes from 2001 manual to Proposed 2002 manual Changes are shown as strikeouts and red letters
Section 1 Management and Operations
Criteria 1.1.1.1 through 1.1.1.3
The laboratory chould must establish the scope of Its activities and establish objectives which are re levant to the community that It serves and communicate them to all employees orally and In written form.
Page 19 Change of ra t ings for c r i t e r i a 1 . 1 . 1 . 1 through 1 . 1 . 1 . 3 , a l s o r e v i s i o n of c r i t e r i o n 1 . 1 . 1 . 3 .
1 .1 .1 .1 DOES THE LABORATORY HAVE A WRITTEN ( ï E) STATEMENT OF I T S OBJECTIVES? Y N N/A
1 .1 .1 .2 DO THE OBJECTIVES APPEAR TO BE ( i E) RELEVANT TO THE NEEDS OF THE Y N N/A COMMUNITY SERVICED BY THE LABORATORY?
1 .1 .1 .3 DOEO ¥ÍÍB LABORATORY STAFF ( » E) UNDERSTAND M¥B SUPPORT ¥HE- Y N N/A OBJECTIVES DOES THE LABORATORY HAVE A POLICY TO ENSURE AND DOCUMENT THAT ALL PERSONNEL HAVE READ THE LABORATORY OBJECTIVES?
A w r i t t e n s t a tement of o b j e c t i v e s (1 .1 .1 .1 ) f u l f i l l s a need for d i r e c t i o n through a c a r e f u l a n a l y s i s of what t he d i r e c t o r and the p a r e n t o r g a n i z a t i o n b e l i e v e a r e the a p p r o p r i a t e func t ions of t he l a b o r a t o r y , the scope of t he s e r v i c e s i t o f f e r s , and the d i r e c t i o n in which i t should be moving.
Anexo B4 (reproduzido sob autorização) Pág. 144
ASCLD/LAB versus IS017025 ASCLD-LAB Definition IS017025 Comments 1.1.1.1 vVlitteil objectives 4 ! 5.4.2.1.4.2.2ia-e:. '.in-:f:iis:a-cx1 css l o =:•.:■>" ' el 1.1.1.2 Rdevant objectives 4.1.2.4.2.1.4.2.2 ^writtenstandard '3sod;o 'Essen:, 1.1.1.3 Objectives understood and supported 4 2.1.4.2 2 Rewritten criterion ra r ■■ zw a' 1.1.2.1 Government agency legal!'/ identifiable 4.1.1 -eiAd'c- stance-■<! rsir:c.'0' 1.1.2.2 Written budget Not addressed 1.1.2.3 Adequate budget 4.1.5(h) 1.1.2.4 Evidence integrity procedure 5.3, 5.8 1.1.2.5 Lab security procedure 5.3.4.5.8.4 1.1.2.6 Cose records procedure 4.12 to* discussion 1.1.2.7 Control of materials proceduie 4.6 New discussion 1.1.2.8 Calibration of equipment procedure 5.5.6.5.5.7.5.6.2.1 1.1.2.9 Inventory of equipment procedure 5.5.5 1.1.2.10 Duty hours procedure Not addressed 1.1.2.11 Leave time procedure Not addressed 1.1,2.12 Job description procedure 5.2.4 Rcwntten standard. "Cft discussio* 1.1.2.13 Evaluations procedure 5.2.2 1.1.2.14 Grievance procedure Not addressed 1.1.2.15 Management Information System 4.1.5(a) 1.2.1.1 Group work/efficient operation 4.1,5(e-g) Rewritten standard raise: ":; "Important
1
1.2.1.2 Correct t personnel discrepancies 4.1.5(h), 4.14 ^■Mitten stancard 'aisec e "lrr:cr:an''
1.2.2.1 Lab Director authority defined 4.l.5!3!and!f.'.5.2.4 Raisec to "Essentia:' new dscussfcxi 1.2.2.2 Lab Director authority vs. responsibility 4.1.5(a! and if). 5.2.4 baisse Is "Essentia'' ne* discuss» 1.2.2.3 Delegation of authority 4.1.5(a), (f) and (g) 1.2.2.4 Supervisor authority vs. responsibility 1.4(a), (f), (g),and(j) Raised to "Essential' 1.2.2.5 Appoint acting staff to key positions 4.1.5ÍJ) Mew criterion, new discussion 'Essen' al" 1.2.2.6 One/only one supervisor 4.1.4(a). (f)and(g) 1.2.2.7 Performance expectations 4.1.5(a) and (f) 1.2.3.1 Personnel employed or contracted 5.2.3 New prmc pie. standard criteri 1.2.3.2 Competency of contracted personnel 5.2.3 New principle, standard criter • reco-:! ' 1.3.1.1 Discussion between management/ staff Not addressed 1.3.1.2 Supervisor review 4.1.5(g). 5.2.1. 5.2.2.14.1 1.3.1.3 Supervisor techniques Not addressed I.3.2.! Communication channels clear 4.1.5.4.7 Rewritten standard 1.3.2.2 Chain if command clear 4.1.5 1.3.2.3 Staff meetings held Not addressed f .3.2.4 Confidentiality 41.5(c), 4.7 '-,•;* cn'or en. "Essentia ' I.3.3.I Training program foi each discipline 5.2.1 and 5.2.2 'un discussion 1.3.3.2 Authorize!:! to nerforiv. specific tests 5.2.1 ',Q'«s:a'ca':1 c o r en 'Essostai" 1.3.3.3 Employee development program 5.2.2 1.3.3.4 Forensic: library Not addressed 1.3.3.5 Review of new literature Not addressed 1.4.1.1 Chain of custody 5.8.1.5.8.2 _j 1.4.1.2 All evidence marked 5.8.2 1.4.1.3 Evidence stored under seal 5.8.4 1.4.1.4 Evidence protected from loss/change 5.8.4 1.4.1.5 Overnight/long term storage areas 5.3.53.4
Anexo B4 (reproduzido sob autorização) Pág.145
ASCLD/LAB versus IS017025 ASCLD-LAB Definition ISO 17025 Comments 2.7.1 QD degree 5.2.1
V>« supavison/trarung discussion
2.7.2 QD understand instruments/procedures 5.2.1.5.2.5
V>« supavison/trarung discussion
2.7.3 QD extensive training experienced exam 5.2.1
V>« supavison/trarung discussion
2.7.4 QD Competency Test 5.2.1
V>« supavison/trarung discussion
2.7.5 QD Proficiency Test 5.9(b) No time period
V>« supavison/trarung discussion
2.8.1 Latent degree 5.2.1
V>« supavison/trarung discussion
2.8.2 Latent understand instruments/procedures 5.2.1.5.2.5
V>« supavison/trarung discussion
2.8.3 Latent extensive train experienced exam 5.2.1
V>« supavison/trarung discussion 2.8.4 Latent Competency Test 5.2.1
V>« supavison/trarung discussion 2.9.5 Latent Proficiency Test 5.9(b) No time period V>« supavison/trarung discussion
2.9.1 Tech Support job descriptions 5.2.4
V>« supavison/trarung discussion
2.9.2 Job descriptions = duties performed Not addressed
V>« supavison/trarung discussion
2.9.3 Tech Support Competency Test 5.2.1
V>« supavison/trarung discussion
2.9.4 Tech Support Proficiency Test 5.9 (b) No time period
V>« supavison/trarung discussion
2.10.1 Crime Scene job descriptions 5.2.4
V>« supavison/trarung discussion
2.10.2 Crime Scene understand equipment 5.2.1.5.2.5
V>« supavison/trarung discussion
2.10.3 Crime Scene training/experience 5.2.1
V>« supavison/trarung discussion
2.10.4 Crime Scene Competency Test 5.2.1
V>« supavison/trarung discussion
2.10.5 Crime Scene Proficiency Test 5.9(b) No time period 3.1.1 Adequate work space 5.3.3 3.1.2 Sufficient storage 4.6.1 (loosely), 5.5.6 3.1.3 Adequate report writing space Not addressed 3.1.4 Sufficient record/document storage 5.4.7.2(b) 3.1.5 Adequate instrument space 5.5.6 3.1.6 Adequate accessories stored next to instru 5.5.1.5.5.6 3.2.1 Prevent cross contamination 5.3.3 Rewritten standard criterion 'Essem.al' 3.2.2 Enwomnentai factor control 5.3.2. 5.3.4 New standard criterion, 'important" 3.2.3 Functional areas/instrument flow okay 5.3 3.2.4 Adequate lighting 5.3.1 3.2.5 Adequate plumbing/electrical 5.3.1 3.2.6 Proper ventilation 5.3.1 3.2.7 Adequate heating/cooling 5.3.1 3.3.1 Lab access controlled 5.3.4. 5.8.4 3.3.2 Lab enterance/exits controlled 5.3.4,5.8.4 (loosely) 3.3.3 Internal area locks Not addressed 3.3.4 Key control/logs Not addressed 3.3.5 Intrusion alarm Not addressed 3.3.6 Fire detection system Not addressed 3.4.1 Health and safety program Not addressed 3.4.2 Health and safety manager Not addressed 3.4.3 Health and safety monitored Not addressed 3.4.4 Use of safety devices Not addressed 3.4.5 Toxic spills control Not addressed 3.4.6 Safety shower Not addressed 3.4.7 Exhaust hoods Not addressed 3.4.8 First aid kits Not addressed 3.4.9 First aid certs Not addressed 3.4.10 Haz Mat storage Not addressed 3.4.11 Emergency exits safe and designated Not addressed 3.4.12 Good Hot is&ks opii ? g 5.3,5 :r,iyJ:,z---:'M. nr-,v.1-;..:. :;.;
Anexo B4 (reproduzido sob autorização) Pág. 146
ASCLD/LAB versus IS017025 ASCLD-LAB Definition IS017025 Comments 1.4.2.1 Quality Manual 4 2.2.4.2.3 1.4.2.2 Quality Manager 4 1.5(ii 1.4.2.3 Periodic audits 4.13.1.4.14 14.2.4 Annual review of quality system 4.14 1.4.2.5 Procedures used accepted 5.4.2 1.4.2.6 Validation of procedures 5.4.4. 5.4.5 1.4.2.7 Documented technical procedures 5.4.1 1.4.2.8 Controls and standards 5.6.3.5.10.3.2 1.4.2.9 Quality standards/reagents 5.6.3.1 1.4.2.10 Routine check reagents 5.6.3.1,5.6.3.3 1.4.2.11 Equipment adequate 5.5.1. 5.5.2. 5.5.6 Mew discussion 1.4.2.12 Equipment working okay 5.5.2. 5.5.6. 5.5.7 1.4.2.13 Equipment calibrated 5.5.2.5.5.7-10.5.6.2.1 1.4.2.14 Case record 4.12.1-3.5.10 1.4.2.15 Case administrative documents 4.12 1.4.2.16 Peer review 5.9(b) loosely 1.4.2.17 Administrative review- Not addressed 1.4.2.18 Courtroom testimony monitoring Not addressed 1.4.2.19 Corrective Action 4.10.1 1.4.3.1 Proficiency Test Program 5.9(b) 1.4.3.2 Approved Prof Test Providers Not addressed 1.4.3.3 One external Prof Test per year Not addressed 1.4.3.4 Each sub-discipline Prof Test Not addressed 1.4.3.5 Re-exam or blind Prof Test 5.9(b) and (d) 2.1.1 Lab Director degree Not addressed 2.1.2 Lab Director 5 years lab experience Not addressed 2.1.3 Lab Director management training Not addressed 2.1.4 Lab Director 2 years management exper Not addressed 2.1.5 Pee bum undue influence 4.l.4.4.1.5ibi '•;c* cfinc cle. ste'csrd c;te i 'Essential" 2.2.1 Controlled Substance degree 5.2.1
New supe isonlrammg discussion
2.2.2 CS understand instruments/procedures 5.2.1.5.2.5
New supe isonlrammg discussion
2.2.3 CS Competency Test 5.2.1
New supe isonlrammg discussion
2.2.4 CS Proficiency Test 5.9(b) No time period
New supe isonlrammg discussion
2.3.1 TOX degree 5.2.1
New supe isonlrammg discussion
2.3.2 TOX understand instruments/procedures 5.2.1.5.2.5
New supe isonlrammg discussion
2.3.3 TOX Competency Test 52.1
New supe isonlrammg discussion
2.3.4 TOX Proficiency Test Not addressed
New supe isonlrammg discussion
2.4.1 Trace degree 5.2.1
New supe isonlrammg discussion
2.4.2 Trace understand instruments/proeed 5.2.1.5.2.5
New supe isonlrammg discussion 2.4.3 Trace Competency Test 5.2.1
New supe isonlrammg discussion 2.4.4 Trace Proficiency Test 5.9(b) No time period
New supe isonlrammg discussion
2.5.1 Biology degree 5.2.1
New supe isonlrammg discussion
2.5.2 Biology credentials vs.QA Audit Document 5.2.1 (loosely)
New supe isonlrammg discussion
2.5.3 Biology understand instruments/procedures 5.2.1.5.2.5
New supe isonlrammg discussion
2.5.4 Biology Competency Test 5.2.1
New supe isonlrammg discussion
2.5.5 Biology Proficiency Test 5.9(b) No time period
New supe isonlrammg discussion
2 6.1 F/T degree 5.2.1
New supe isonlrammg discussion
2.6.2 F-'A understand instru ments'procedi.ires 5.2.1.5.2.5
New supe isonlrammg discussion
2.6.3 FA extensive training experienced exam 5.2.1
New supe isonlrammg discussion
2.6.4 F/A Competency Test 6 2.1
New supe isonlrammg discussion
2.6.5 F';A Proficiency Test 5.9(b) No time period
New supe isonlrammg discussion
Anexo Cl Pág.147
I Parte - Inquérito Geral
Confidencial
Identificação (apenas para controlo):
Delegação do INML de: a) Coimbra b) Lisboa c) Porto
Serviço de: 1 ) Anatomia Patológica Forense 2) Genética e Biologia Forense 3) Toxicologia Forense
ResDonsável:
1 . Como considera os seus conhecimentos em Qualidade: a. Muito Bons b. Bons c. Razoáveis d. Fracos e. Nenhuns
2. Como considera o nível de conhecimentos em Qualidade do pessoal técnico e administrativo sob a sua dependência hierárquica?
a. Muito Bons b. Bons c. Razoáveis d. Fracos e. Nenhuns
3. Pensa ser possível a implementação de um Sistema da Qualidade formal, nomeadamente a Acreditação pela norma NP EN ISO/IEC 17025:2000 com os actuais recursos de que dispõe?
a. Sim b. Com algumas dificuldades c. Com muitas dificuldades d. Não e. Não, nem fazendo investimentos em instalações, formação e
equipamentos
4. A ser possível essa implementação, considera que contribuiria para uma melhoria da qualidade dos serviços prestados pelo INML?
a. Sim, em todos os aspectos b. Sim, mas só em alguns aspectos
Anexo Cl Pág.148
I Parte - Inquérito Geral
Confidencial
c. Talvez d. Em alguns aspectos iria piorar e. Não, em todos os aspectos
5. Pensa que a Acreditação dos Laboratórios do INML iria contribuir para uma melhoria do desempenho dos mesmos, traduzida em melhor consistência nos resultados de ensaios e perícias?
a. Sim b. Provavelmente c. Talvez d. Dificilmente e. Não
6. Sobre qual dos itens que se seguem pensa que a implementação de um sistema de Qualidade formal iria ter um maior impacto positivo?
a. Redução de reanalises b. Redução de custos c. Comunicação com as autoridades judiciais d. Prestígio e motivação pessoal e. Maior rigor analítico
7. Sobre qual dos itens que se seguem pensa que a implementação de um sistema de Qualidade formal iria ter um maior impacto negativo?
a. Aumento de trabalho b. Aumento do número de atrasos de ensaios e perícias c. Aumento da burocracia d. Aumento de custos e. Perda de objectividade
8. Qual das opções que se seguem escolheria se tivesse de tomar a decisão sobre a implementação de um Sistema da Qualidade formal?
a. Iniciaria a Certificação do INML na sua totalidade e posteriormente partiria para a Acreditação dos Laboratórios
b. Iniciaria pela Acreditação dos Laboratórios e só posteriormente partiria para a Certificação do INML
c. Iniciaria ambos em simultâneo d. Iniciaria pela Acreditação de apenas um dos Serviços a nível
nacional como experiência piloto e avaliação de impacto a todos os níveis
e. Daria a possibilidade de opção aos Serviços que se mostrassem interessados
Anexo C2 Pág.149
II Parte - Inquérito NP EN ISO/IEC 17025:2000
4 Requisitos de Gestão
4.1 Organização
4.1.1 O Laboratório possui personalidade jurídica própria?
4.1.2 O Laboratório possui todos os meios necessários à execução das tarefas que lhe são atribuídas?
4.1.3 Existe um organigrama onde estejam descritas as responsabilidades e inter relações de todo o pessoal quer do Laboratório quer dos Serviços externos dele dependentes?
4.1.4 Sendo o Laboratório parte de uma Organização mais vasta, existe uma definição clara e documentada das responsabilidades do pessoal chave de modo a garantir a ausência de conflitos de interesse e portanto a idoneidade e independência das perícias efectuadas?
4.1.5 O Serviço possui:
a) Pessoal técnico e de Gestão com a autoridade e os meios necessários à execução das suas funções e identificar, corrigir ou minimizar desvios ao Sistema da Qualidade?
b) Meios ou disposições que garantam que o pessoal e a gestão estejam livres de pressões de origem interna ou externa que de algum modo possam afectar negativamente a qualidade do seu trabalho?
c) Políticas e procedimentos que garantam a confidencialidade da informação e direitos de propriedade dos seus Clientes, incluindo a protecção dos arquivos e transmissão de dados?
d) Políticas e procedimentos que possam evitar o seu envolvimento em actividades que de algum modo possam afectar negativamente a confiança na sua competência, imparcialidade, avaliação e integridade operacional?
e) Uma clara definição da Organização e estrutura de gestão do laboratório e suas relações com a Organização onde está integrado, assim como as inter relações entre a Gestão da Qualidade, os Serviços de apoio e Técnicos?
Anexo C2 Pág.150
II Parte - Inquérito NP EN ISO/I EC 17025:2000
f) Especificações de responsabilidade, autoridade e inter relações entre o pessoal que gere, executa ou verifica qualquer trabalho que possa afectar a qualidade dos ensaios e perícias?
g) Meios de providenciar uma supervisão adequada a todo o pessoal que realiza ensaios e perícias, incluindo estagiários, por pessoas com competência na área?
h) Um responsável técnico de reconhecida idoneidade e com a responsabilidade sobre todos os recursos operacionais?
i) Um responsável pela Qualidade o qual, independentemente de outras funções que possa exercer, tem acesso privilegiado à Gestão do Laboratório, a qual lhe delegou responsabilidade e autoridade na implementação e manutenção do Sistema da Qualidade?
j) Uma definição clara sobre a delegação de autoridade aquando do impedimento e substituição dos seus principais responsáveis?
4.2 Sistema da Qualidade
4.2.1 Existem políticas, sistemas, procedimentos e instruções documentadas de modo a garantir a qualidade dos ensaios e perícias?
4.2.2 Existe um documento, qualquer que seja a sua denominação (ex: Manual da Qualidade) onde constem:
• O compromisso da gestão do Laboratório quanto às boas práticas e qualidade dos seus ensaios e perícias.
• Uma declaração da gestão da Organização onde se faça referência à qualidade dos serviços prestados pelo Laboratório.
• Os objectivos do sistema da qualidade. • A necessidade de todo o pessoal estar familiarizado com a
documentação da qualidade e que aplique as suas políticas e procedimentos no seu trabalho.
• O compromisso da direcção do Laboratório em cumprir uma determinada Norma de referência.
4.2.3 O Manual da Qualidade, qualquer que seja a sua denominação, descreve a estrutura documental utilizada no sistema da qualidade?
Anexo C2 Pág.151
II Parte - Inquérito NP EN ISO/IEC 17025:2000
4.2.4 O Manual da Qualidade, qualquer que seja a sua denominação, descreve as funções e responsabilidades nomeadamente da gestão técnica e do gestor da Qualidade?
4.3 Controlo dos Documentos
4.3.1 Generalidades
Existem procedimentos para controlar os documentos do sistema da Qualidade, independentemente do seu suporte (ex: suporte informático) e de serem internos ou externos (ex: documentos normativos, Legislação, métodos analíticos)?
Nota: Consideram-se como documentos da qualidade os procedimentos, instruções, tabelas, gráficos, programas informáticos específicos, cartazes, etc, independentemente do seu suporte.
4.3.2 Aprovação e emissão de documentos
4.3.2.1 Estão definidas responsabilidades e autoridade relativamente à revisão e aprovação de documentos e existe controlo sobre o estado de revisão e distribuição dos documentos da qualidade, de modo a evitar o uso de documentos inválidos?
4.3.2.2 Os procedimentos adoptados garantem que: a) Estão sempre disponíveis edições autorizadas dos
documentos em todos os locais onde sejam necessários? b) Os documentos são periodicamente verificados no sentido de
garantir a sua adequação e conformidade com os requisitos aplicáveis?
c) Os documentos obsoletos são prontamente retirados de todos os pontos onde foram distribuídos?
d) Os documentos obsoletos que por qualquer motivo sejam conservados estejam devidamente identificados como tal?
4.3.2.3 Os documentos do sistema da Qualidade produzidos pelo Laboratório têm:
a) Uma identificação inequívoca. b) Data de emissão e/ou revisão. c) Numeração das páginas e total de páginas. d) Autoridades emissoras do documento.
Anexo C2 Pág.152
4.3.3 Alterações aos documentos
4.3.3.1 Os documentos são alterados, revistos e aprovados pela mesma função que lhes deu origem?
4.3.3.2 São evidentes as alterações efectuadas aos documentos?
4.3.3.3 No caso de serem permitidas alterações manuscritas aos documentos, existem procedimentos onde estejam definidos os modos e as autorizações para o fazer?
4.3.3.4 Existem procedimentos para descrever e controlar os documentos em suporte electrónico?
4.4 Análise de consultas, propostas e contratos
4.4.1 Existem procedimentos relativos à análise de consultas, propostas e contratos de modo a que:
a) Os requisitos, incluindo os métodos a utilizar, estejam bem definidos e compreendidos?
b) Seja assegurado que o Laboratório possua a capacidade e recursos para satisfazer os requisitos?
c) Seja seleccionado o método de ensaio ou perícia adequado à satisfação dos requisitos do Cliente.
4.4.2 São mantidos registos das análises de contrato, incluindo todas as discussões relevantes com o Cliente relativamente aos seus requisitos ou resultados dos ensaios?
4.4.3 As análises de contrato incluem o trabalho subcontratado pelo Laboratório?
4.4.4 O Cliente é informado de qualquer desvio ao contrato?
4.4.5 É assegurado que em caso de alteração ao contrato após o início dos trabalhos todo o processo de análise do contrato é repetido e todo o pessoal envolvido é prontamente informado das alterações?
4.5 Subcontratação de ensaios e calibrações
4.5.1 Em casos de necessidade de subcontratação por motivos de falta de capacidade do Laboratório este assegura que os subcontratados são competentes para a realização do trabalho (ex: são acreditados para o ensaio em causa)?
Anexo C2 Pág.153
II Parte - Inquérito NP EN ISO/IEC 17025:2000
4.5.2 O Cliente é informado da subcontratação e obtido o seu prévio acordo?
4.5.3 É assegurada ao Cliente a responsabilidade do Laboratório pelo trabalho efectuado pelo subcontratado, salvo se este tiver sido estipulado pelo Cliente ou entidade regulamentadora?
4.5.4 O Laboratório mantém registos de todos os subcontratados a que recorre para ensaios e/ou calibrações?
4.6 Aquisição de Produtos e Serviços
4.6.1 O Laboratório possui procedimentos que regulamentam a aquisição, recepção e armazenamento de materiais de relevo para a qualidade dos ensaios e perícias?
4.6.2 O Laboratório possui meios de assegurar que todos os produtos adquiridos e que possam de algum modo influenciar a qualidade não são utilizados antes de se fazer uma verificação de conformidade com os requisitos especificados para os mesmos?
4.6.3 O Laboratório possui meios de assegurar que toda a documentação relativa à aquisição de produtos susceptíveis de influenciar a qualidade dos ensaios ou perícias são verificados pela gestão técnica antes de serem emitidos?
4.6.4 O Laboratório faz a avaliação de Fornecedores de produtos críticos e mantém registos dessas avaliações e elabora uma lista de Fornecedores aprovados?
4.7 Serviço ao Cliente
O Laboratório mantém a comunicação e cooperação com os Clientes ou seus representantes no sentido do esclarecimento dos pedidos destes, permitindo o acompanhamento do trabalho efectuado nas suas instalações, mas mantendo a confidencialidade relativa aos outros Clientes?
4.8 Reclamações
O Laboratório possui uma política e procedimentos para o tratamento de reclamações dos Clientes, mantendo registo destas e das medidas tomadas em resultado da sua análise?
Anexo C2 Pág.154
II Parte - Inquérito NP EN ISO/IEC 17025:2000
4.9 Controlo de trabalhos de ensaio e/ou de calibração não-conformes
4.9.1 O Laboratório possui procedimentos para implementar quando forem detectadas quaisquer não-conformidades com os requisitos do Cliente ou com os seus próprios procedimentos, garantindo que:
a) Sejam definidas responsabilidades e autoridade pelas acções (ex: interrupção dos ensaios ou suspensão da emissão do relatório de ensaio) a tomar quando for detectado trabalho não-conforme.
b) É feita uma avaliação da importância do trabalho não-conforme.
c) São imediatamente desencadeadas acções correctivas e implementadas as decisões relativas à aceitação do trabalho não-conforme.
d) Sempre que se justifique o Cliente deverá ser informado do ocorrido.
e) É definida a responsabilidade pela autorização da retoma dos trabalhos.
4.9.2 São implementadas acções correctivas sempre que a avaliação efectuada concluir da possibilidade de recorrência das não-conformidades detectadas ou de haver dúvidas relativamente à conformidade do Laboratório relativamente aos seus próprios procedimentos e/ou políticas?
4.10 Acções correctivas
4.10.1 Generalidades
O Laboratório possui política e procedimentos que atribuem responsabilidades e autoridade para a implementação de acções correctivas sempre que for identificado trabalho não-conforme?
4.10.2 Análise das causas
O procedimento para acções correctivas contempla a necessidade de se fazer uma investigação das causas que deram origem à não-conformidade?
Anexo C2 Pág.155
II Parte - Inquérito NP EN ISO/IEC 17025:2000
4.10.3 Selecção e implementação de acções correctivas
O Laboratório selecciona, implementa e regista as acções correctivas mais capazes de erradicar o problema que originou a não-conformidade?
4.10.4 Acompanhamento de acções correctivas
O Laboratório faz o acompanhamento das acções correctivas implementadas de modo a que, a partir dos resultados obtidos, avaliar a eficácia das acções empreendidas?
4.10.5 Auditorias complementares
Quando as causas detectadas para a não-conformidade suscitar dúvidas relativamente à conformidade com a política e procedimentos do Laboratório, são efectuadas auditorias complementares às áreas envolvidas?
4.11 Acções preventivas
4.11.1 O Laboratório identifica fontes potenciais de não-conformidades, quer de ordem técnica quer relativamente ao Sistema da Qualidade, estabelecendo e implementando planos de acção visando a redução ou eliminação da possibilidade dessas ocorrências?
4.11.2 Os procedimentos relativos a estas acções preventivas estabelecem o desencadear e acompanhamento de modo a garantir a sua eficácia?
4.12 Controlo de registos
4.12.1 Generalidades
4.12.1.1 Existem procedimentos para identificação, indexação, arquivo, acesso, armazenamento, manutenção e eliminação de registos técnicos e da Qualidade, incluindo-se nos últimos os relatórios das auditorias internas, das revisões pela Direcção, acções correctivas e preventivas?
4.12.1.2 O Laboratório assegura a legibilidade, acessibilidade, armazenamento e conservação adequados dos registos e tem definido o tempo de armazenamento dos mesmos?
Anexo C2 Pág.156
II Parte - Inquérito NP EN ISO/IEC 17025:2000
4.12.1.3 O Laboratório possui meios de garantir a segurança e confidencialidade dos registos?
4.12.1.4 O Laboratório possui meios de protecção, quer da confidencialidade quer da inalterabilidade dos registos em suporte electrónico?
4.12.2 Registos técnicos
4.12.2.1 O Laboratório conserva todos os registos incluindo toda a informação necessária para o ensaio e toda a resultante do mesmo, de modo a permitir a duplicação integral do ensaio efectuado?
4.12.2.2 Todos os dados, cálculos e observações são registados de imediato e de modo a permitir a identificação do ensaio e/ou perícia e o operador?
4.12.2.3 Quando se detectam erros nos registos, incluindo o suporte electrónico, a sua correcção é feita de modo a que não se perca informação e possibilitando a identificação do responsável pela correcção efectuada?
4.13 Auditorias internas
4.13.1 O Laboratório, segundo procedimentos e um programa predeterminados, realiza periodicamente auditorias internas, por pessoal devidamente qualificado para o efeito, com o objectivo de verificar a satisfação do seu sistema de qualidade?
4.13.2 Sempre que as constatações das auditorias coloquem dúvidas sobre a validade dos resultados de ensaio e/ou calibração o Laboratório dá início a acções correctivas e informa os Clientes caso tenham sido afectados os resultados dos ensaios/perícias?
4.13.3 É feito um registo das áreas auditadas onde constem as constatações verificadas e as acções correctivas delas resultantes?
4.13.4 É feito o seguimento das auditorias no sentido de avaliar a implementação e eficácia das acções correctivas
4.14 Revisão pela Direcção
4.14.1 A Direcção do Laboratório executa periodicamente uma revisão do sistema da qualidade e das actividades de ensaio/perícia no sentido de garantir uma melhoria contínua nas suas actividades?
Anexo C2 Pág.157
II Parte - Inquérito NP EN ISO/IEC 17025:2000
4.14.2 São efectuados registos da revisão pela direcção e feito seguimento das acções de melhoria dela resultantes?
5 Requisitos Técnicos
5.1 Generalidades
O Laboratório tem em consideração todos os factores que podem de algum modo influenciar a qualidade dos resultados dos ensaios e/ou perícias, quer na sua exactidão quer pela influência que podem ter na incerteza total das medições efectuadas?
5.2 Pessoal 5.2.1 O laboratório assegura a competência de todo o pessoal técnico e a
adequada supervisão ao pessoal em formação?
5.2.2 O Laboratório possui políticas e procedimentos implementados para detectar as necessidades e a formação do seu pessoal?
5.2.3 O pessoal técnico pertence ao quadro de pessoal do Laboratório, sendo assegurado que o pessoal contratado é supervisionado e trabalha segundo as normas de qualidade do Laboratório?
5.2.4 Existe uma descrição de funções para todo o pessoal técnico ou que de algum modo pode ter influência na qualidade dos resultados?
5.2.5 O Laboratório possui e mantém actualizada uma matriz de responsabilidades e autorizações para todo o seu pessoal técnico incluindo a autorização para emitir relatórios, opiniões e interpretações?
5.3 Instalações e condições ambientais
5.3.1 O Laboratório assegura que as condições ambientais, quer nas suas instalações quer no exterior, não afectam negativamente a qualidade exigida a cada medição e possui documentados esses requisitos ambientais?
5.3.2 O Laboratório monitoriza e controla os parâmetros ambientais conforme as exigências dos métodos e suspende os trabalhos sempre que as condições ambientais possam comprometer os resultados?
Anexo C2 Pág.158
II Parte - Inquérito NP EN ISO/IEC 17025:2000
5.3.3 Existe uma segregação entre áreas do Laboratório onde sejam realizadas actividades incompatíveis, no sentido de eliminar a possibilidade de contaminação cruzada?
5.3.4 O acesso e utilização de áreas susceptíveis de influenciar os resultados são controlados?
5.3.5 Existem medidas para assegurar uma correcta arrumação e limpeza?
5.4 Métodos de ensaio e calibração e validação de métodos 5.4.1 Generalidades
O Laboratório utiliza métodos e procedimentos, devidamente documentados, acessíveis a todo o pessoal e adequados para a realização de todos os ensaios e/ou perícias em todas as fases do processo analítico?
5.4.2 Selecção de métodos
O Laboratório assegura que os métodos utilizados satisfazem as necessidades dos Clientes e que são apropriados, reconhecidos internacionalmente e validados?
5.4.3 Métodos desenvolvidos pelo Laboratório
Os métodos desenvolvidos pelo Laboratório para seu próprio uso são devidamente planeados, atribuídos a pessoal devidamente qualificado para o efeito e com os recursos necessários?
5.4.4 Métodos não normalizados
Quando utilizar métodos não normalizados, ainda que validados, o Laboratório solicita o acordo do Cliente e define os seus propósitos e especificações?
5.4.5 Validação de métodos
5.4.5.1 Não aplicável
5.4.5.2 O Laboratório valida todos os métodos no sentido de confirmar a sua adequação à utilização prevista e regista os resultados obtidos?
Anexo C2 Pág.159
II Parte - Inquérito NP EN ISO/IEC 17025:2000
5.4.5.3 O Laboratório assegura que a exactidão e alcance dos valores obtidos com os métodos validados são relevantes para o Cliente?
5.4.6 Estimativa da incerteza da medição
5.4.6.1 Nas calibrações efectuadas pelo próprio Laboratório este tem e aplica procedimentos para estimar a incerteza das medições de todas as calibrações?
5.4.6.2 O Laboratório tem procedimentos e aplica-os no sentido da determinação das incertezas das medições efectuadas ou, caso não seja possível um cálculo rigoroso, identifica os componentes da incerteza por exemplo com base na experiência?
5.4.6.3 São tidas em conta todas as componentes da incerteza relevantes para cada situação e são utilizados métodos de análise adequados?
5.4.7 Controlo de dados
5.4.7.1 É feita uma verificação sistemática dos cálculos e transferências de dados?
5.4.7.2 Quando são utilizados computadores ou equipamento automatizado o Laboratório garante que: a) O software desenvolvido pelo utilizador está documentado e
validado?
b) Existem e são aplicados procedimentos para protecção dos dados em todas as fases do seu processamento?
c) Os computadores e equipamento automatizado são regularmente mantidos e verificados e dispõem das condições ambientais necessárias à preservação da integridade dos dados?
5.5 Equipamento
5.5.1 O Laboratório dispõe de todo o equipamento necessário para a correcta execução de ensaios e/ou perícias?
5.5.2 O equipamento utilizado é capaz de atingir a exactidão requerida e cumprir com as especificações requeridas e é verificado regularmente de acordo com um plano de calibrações?
Anexo C2 Pág.160
II Parte - Inquérito NP EN ISO/I EC 17025:2000
5.5.3 O equipamento é utilizado por pessoal autorizado e existem instruções de utilização e manutenção?
5.5.4 O equipamento e seus componentes estão devidamente e inequivocamente identificados?
5.5.5 Existem registos do equipamento onde constem: a) Identificação b) Fabricante, modelo e n° de série c) Verificação de conformidade do equipamento d) Localização habitual e) Instruções do fabricante f) Histórico das calibrações efectuadas e critérios de aceitação g) Histórico das manutenções efectuadas e plano de
manutenção h) Avarias, modificações e reparações efectuadas
5.5.6 Existem procedimentos para manusear, transportar e armazenar em segurança os equipamentos, salvaguardando o seu adequado funcionamento?
5.5.7 O equipamento suspeito de estar defeituoso é colocado fora de serviço e inequivocamente identificado no sentido de prevenir a sua indevida utilização?
5.5.8 Sempre que praticável o equipamento sob controlo do Laboratório está devidamente identificado, incluindo o seu estado de calibração?
5.5.9 O equipamento que temporariamente saia do controlo do Laboratório é verificado antes de ser colocado novamente em serviço?
5.5.10 Existe um procedimento para a verificação intermédia dos equipamentos no sentido de manter a confiança no seu estado de calibração?
5.5.11 Existe um procedimento para garantir a adequada actualização sempre que as calibrações derem lugar a factores de correcção?
5.5.12 O equipamento está protegido de modo a evitar ajustes que invalidem os resultados de ensaio?
Anexo C2 Pág.161
II Parte - Inauérito NP EN ISO/IEC 17025:2000
5.6 Rastreabilidade das medições
5.6.1 Generalidades
O Laboratório possui um programa que garanta a calibração dos equipamentos e verificação dos materiais de referência antes que sejam colocados em serviço?
5.6.2 Requisitos específicos
5.6.2.2 Ensaios
5.6.2.2.1 Salvo nos casos em que tenha sido estabelecido que a incerteza associada às calibrações contribui pouco para a incerteza total das medições, o Laboratório possui um programa de calibrações e assegura que estas são rastreáveis a sistemas internacionais ou são usados materiais de referência certificados ou métodos consensuais ou ainda é feita comparação inter laboratorial?
5.6.2.2.2 Sempre que a rastreabilidade em relação a medidas do sistema internacional não seja possível, os mesmos requisitos são exigidos por exemplo a materiais de referência?
5.6.3 Padrões de referência e materiais de referência
5.6.3.1 Padrões de referência
O Laboratório possui procedimentos e um programa de calibração dos seus padrões de referência?
5.6.3.2 Materiais de referência
Os materiais de referência são rastreáveis às unidades do sistema internacional ou a materiais de referência certificados?
5.6.3.3 Controlos intermédios
Existem procedimentos e programas de verificação do estado de calibração dos padrões de modo a garantir a confiança no seu estado de calibração?
Anexo C2 Pág.162
II Parte - Inquérito NP EN ISO/IEC 17025:2000
5.6.3.4 Transporte e armazenamento
O Laboratório possui procedimentos para prevenir a alteração da integridade dos padrões e materiais de referência durante o manuseamento, transporte, armazenamento e utilização?
5.7 Amostragem
5.7.1 O Laboratório possui procedimentos e planos de amostragem, sempre que possível baseados em métodos estatísticos, especificando os factores a controlar de modo a garantir a validade dos resultados dos ensaios e/ou perícias?
5.7.2 Sempre que o Cliente solicitar desvios aos procedimentos de amostragem estabelecidos o Laboratório regista as alterações e comunica-as a todos os envolvidos?
5.7.3 Existem procedimentos para o registo de dados e operações relacionadas com a amostragem, incluindo:
a) Procedimento de amostragem utilizado b) Identificação do pessoal envolvido na recolha das amostras c) Condições ambientais d) Meios de identificação precisa do local da amostragem e) Técnicas estatísticas utilizadas na amostragem
5.8 Manuseamento dos itens a ensaiar
5.8.1 Existem procedimentos para o transporte, recepção, manuseio, protecção, armazenamento e conservação de itens a ensaiar, tendo em consideração a salvaguarda dos interesses do Laboratório e do Cliente?
5.8.2 Existe um sistema de identificação inequívoca dos itens a ensaiar, quer fisicamente quer nos registos?
5.8.3 Existem procedimentos para a recepção de itens a ensaiar de modo a garantir a conformidade dos mesmos com as especificações e o registo de qualquer anomalia detectada?
5.8.4 O Laboratório possui procedimentos e instalações adequadas para o armazenamento, protecção e conservação dos itens a ensaiar de modo a que estes não sofram qualquer alteração susceptível de influenciar os resultados dos ensaios?
Anexo C2
Il Parte - Inquérito NP EN ISO/IEC 17025:2000
Pág.163
5.9 Garantia da qualidade dos resultados de ensaio e de calibração
O Laboratório tem procedimentos para monitorizar a validação dos ensaios realizados sendo os resultados registados de modo a poderem ser aplicadas técnicas estatísticas na análise dos resultados?
5.10 Apresentação de resultados
5.10.1 Generalidades
Existe um procedimento para a apresentação dos resultados de ensaio e/ou perícias de um modo normalizado e de acordo com as especificações dos métodos e incluindo todas as informações solicitadas pelos Clientes?
5.10.2 Relatórios de ensaio e certificados de calibração
Existe um procedimento para a redacção de relatórios de ensaio e/ou perícias onde sejam descritas todas as informações e o modo de apresentação das mesmas?
5.10.3 Relatórios de ensaio
Existe um procedimento para a inclusão nos relatórios de ensaio de informações consideradas essenciais à interpretação dos dados ou à compreensão das interpretações/conclusões neles constantes?
5.10.4 Não aplicável
5.10.5 Opiniões e interpretações
O Laboratório documenta as bases para as opiniões e interpretações nos relatórios de ensaio e/ou perícia e assinala as mesmas como tal?
5.10.6 Resultados de ensaio fornecidos por subcontratados
Quando os relatórios incluem resultados fornecidos por subcontratados, estes são devidamente identificados?
5.10.7 Transmissão electrónica de resultados
Em caso de transmissão electrónica de resultados de ensaio e/ou perícia, seja por fax, telex ou qualquer suporte magnético, o Laboratório assegura a integridade e confidencialidade dos mesmos?
Anexo C2 Pág.164
II Parte - Inquérito NP EN ISO/IEC 17025:2000
5.10.8 Formato dos relatórios
O formato está concebido de modo a incluir todo o tipo de ensaios e/ou perícias, minimizando assim a possibilidade de incompreensão dos resultados?
5.10.9 Correcção aos relatórios de ensaio
Sempre que haja lugar à correcção de relatório de ensaio e/ou perícias, o Laboratório garante, pela referência no texto à substituição do documento anterior que invalida, a identificação inequívoca do mesmo?
Anexo C3 Pág.165
II Parte - Inquérito NP EN ISO/IEC 17025:2000 Confidencial Matriz de Respostas
Assinalar com uma cruz a opção nretenriiria
Significado das respostas:
í llMão I I Parcialmente | ~"| Sim
| Quase nada I Quase tudo
Significado das respostas:
í llMão I I Parcialmente | ~"| Sim
| Quase nada I Quase tudo ?
Requisistos Respostas Observações 4 Requisitos de Gestão
4.1 Organização
4.1.1
4.1.2
4.1.3
4.1.4
4.1.1
4.1.2
4.1.3
4.1.4
4.1.1
4.1.2
4.1.3
4.1.4
4.1.1
4.1.2
4.1.3
4.1.4
4.1.5
a)
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0
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h)
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i)
a)
b)
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d)
e)
0
g)
h)
i)
i) 4.2 Sistema da Qualidade 4.2.1
4.2.2
4.2.3
4.2.4
4.2.1
4.2.2
4.2.3
4.2.4
4.2.1
4.2.2
4.2.3
4.2.4
4.2.1
4.2.2
4.2.3
4.2.4
4.3 Controlo dos documentos 4.3.1 ~xinnri [ 4.3.2
4.3.2.1
4.3.2.2
4.3.2.3
4.3.2.1
4.3.2.2
4.3.2.3
4.3.2.1
4.3.2.2
4.3.2.3
4.3.3
4.3.3.1
4.3.3.2
4.3.3.3
4.3.3.4
4.3.3.1
4.3.3.2
4.3.3.3
4.3.3.4
4.3.3.1
4.3.3.2
4.3.3.3
4.3.3.4
4.3.3.1
4.3.3.2
4.3.3.3
4.3.3.4
Anexo C3 Pág.166
4.4 Análise de Consultas Propostas e Contratos 4.4.1
a)
b)
c)
4.4.2
4.4.3
4.4.4
4.4.5
a)
b)
c)
4.4.2
4.4.3
4.4.4
4.4.5
a)
b)
c)
4.4.2
4.4.3
4.4.4
4.4.5
a)
b)
c)
4.4.2
4.4.3
4.4.4
4.4.5
a)
b)
c)
4.4.2
4.4.3
4.4.4
4.4.5
a)
b)
c)
4.4.2
4.4.3
4.4.4
4.4.5
a)
b)
c)
4.4.2
4.4.3
4.4.4
4.4.5
4.S Subcontratação de ensaios 4.5.1
4.5.2
4.5.3
4.5.4
4.5.1
4.5.2
4.5.3
4.5.4
4.5.1
4.5.2
4.5.3
4.5.4
4.5.1
4.5.2
4.5.3
4.5.4
4.6 Aquisição de Produtos
4.6.1
4.6.2
4.6.3
4.6.4
4.7 Serviço ao Cliente
4.8 Reclamações
4.6.1
4.6.2
4.6.3
4.6.4
4.7 Serviço ao Cliente
4.8 Reclamações
4.6.1
4.6.2
4.6.3
4.6.4
4.7 Serviço ao Cliente
4.8 Reclamações
4.6.1
4.6.2
4.6.3
4.6.4
4.7 Serviço ao Cliente
4.8 Reclamações
4.6.1
4.6.2
4.6.3
4.6.4
4.7 Serviço ao Cliente
4.8 Reclamações
4.6.1
4.6.2
4.6.3
4.6.4
4.7 Serviço ao Cliente
4.8 Reclamações
4.9 Controlo de trabalhos não conformes 4.9.1
4.9.2
4.9.1
4.9.2
4.10 Acções correctivas
4.10.1
4.10.2
4.10.3
4.10.4
4.10.5
4.10.1
4.10.2
4.10.3
4.10.4
4.10.5
4.10.1
4.10.2
4.10.3
4.10.4
4.10.5
4.10.1
4.10.2
4.10.3
4.10.4
4.10.5
4.10.1
4.10.2
4.10.3
4.10.4
4.10.5
4.11 Acções preventivas
4.11.1
4.11.2
4.11.1
4.11.2
Anexo C3 Pág.167
4.12 Controlo de registos
4.12.1
4.12.1.1
4.12.1.2
4.12.1.3
4.12.1.4
4.12.1.1
4.12.1.2
4.12.1.3
4.12.1.4
4.12.1.1
4.12.1.2
4.12.1.3
4.12.1.4
4.12.1.1
4.12.1.2
4.12.1.3
4.12.1.4
4.12.2
4.12.2.1
4.12.2.2
4.12.2.3
4.12.2.1
4.12.2.2
4.12.2.3
4.12.2.1
4.12.2.2
4.12.2.3
4.13 Auditorias internas
4.13.1
4.13.2
4.13.3
4.13.4
4.13.1
4.13.2
4.13.3
4.13.4
4.13.1
4.13.2
4.13.3
4.13.4
4.13.1
4.13.2
4.13.3
4.13.4
4.14 Revisão pela direcção
4.14.1
4.14.2
4.14.1
4.14.2
5 Requisitos técnicos
5.1 Generalidades jnnnn 5.2 Pessoal
5.2.1
5.2.2
5.2.3
5.2.4
5.2.5
— — — 5.2.1
5.2.2
5.2.3
5.2.4
5.2.5
— — — 5.2.1
5.2.2
5.2.3
5.2.4
5.2.5
— — — 5.2.1
5.2.2
5.2.3
5.2.4
5.2.5
5.2.1
5.2.2
5.2.3
5.2.4
5.2.5
5.3 Instalações e condições ambientais 5.3.1
5.3.2
5.3.3
5.3.4
5.3.5
5.3.1
5.3.2
5.3.3
5.3.4
5.3.5
5.3.1
5.3.2
5.3.3
5.3.4
5.3.5
5.3.1
5.3.2
5.3.3
5.3.4
5.3.5
5.3.1
5.3.2
5.3.3
5.3.4
5.3.5
Anexo C3 Pág.168
5.4 Métodos e validação de métodos 5.4.1
5.4.2
5.4.3
5.4.4
5.4.1
5.4.2
5.4.3
5.4.4
5.4.1
5.4.2
5.4.3
5.4.4
5.4.1
5.4.2
5.4.3
5.4.4
sÍè, 5.4.5.2
5.4.5.3
5.4.5.2
5.4.5.3
5.4.6
5.4.6.1
5.4.6.2
5.4.6.3
5.4.6.1
5.4.6.2
5.4.6.3
5.4.6.1
5.4.6.2
5.4.6.3
5.4.7
5.4.7.1 IMUD f 5.4.7.2
a)
b)
c)
a)
b)
c)
a)
b)
c)
5.5 Equipamento
5.5.1
5.5.2
5.5.3
5.5.4
5.5.5
5.5.6
5.5.7
5.5.8
5.5.9
5.5.10
5.5.11
5.5.12
5.5.1
5.5.2
5.5.3
5.5.4
5.5.5
5.5.6
5.5.7
5.5.8
5.5.9
5.5.10
5.5.11
5.5.12
5.5.1
5.5.2
5.5.3
5.5.4
5.5.5
5.5.6
5.5.7
5.5.8
5.5.9
5.5.10
5.5.11
5.5.12
5.5.1
5.5.2
5.5.3
5.5.4
5.5.5
5.5.6
5.5.7
5.5.8
5.5.9
5.5.10
5.5.11
5.5.12
5.5.1
5.5.2
5.5.3
5.5.4
5.5.5
5.5.6
5.5.7
5.5.8
5.5.9
5.5.10
5.5.11
5.5.12
5.5.1
5.5.2
5.5.3
5.5.4
5.5.5
5.5.6
5.5.7
5.5.8
5.5.9
5.5.10
5.5.11
5.5.12
5.5.1
5.5.2
5.5.3
5.5.4
5.5.5
5.5.6
5.5.7
5.5.8
5.5.9
5.5.10
5.5.11
5.5.12
5.5.1
5.5.2
5.5.3
5.5.4
5.5.5
5.5.6
5.5.7
5.5.8
5.5.9
5.5.10
5.5.11
5.5.12
5.5.1
5.5.2
5.5.3
5.5.4
5.5.5
5.5.6
5.5.7
5.5.8
5.5.9
5.5.10
5.5.11
5.5.12
5.5.1
5.5.2
5.5.3
5.5.4
5.5.5
5.5.6
5.5.7
5.5.8
5.5.9
5.5.10
5.5.11
5.5.12
5.5.1
5.5.2
5.5.3
5.5.4
5.5.5
5.5.6
5.5.7
5.5.8
5.5.9
5.5.10
5.5.11
5.5.12
5.5.1
5.5.2
5.5.3
5.5.4
5.5.5
5.5.6
5.5.7
5.5.8
5.5.9
5.5.10
5.5.11
5.5.12
Anexo C3 Pág.169
5.6 Rastreabilidade das
D U II II 11 síL B i 5.6.2.2.1 5.6.2.2.2 5.6.2.2.1 5.6.2.2.2 5.6.3 5.6.3.1 5.6.3.2 5.6.3.3 5.6.3.4
5.6.3.1 5.6.3.2 5.6.3.3 5.6.3.4
5.6.3.1 5.6.3.2 5.6.3.3 5.6.3.4
5.6.3.1 5.6.3.2 5.6.3.3 5.6.3.4 5.7 Amostragem 5.7.1 5.7.2 5.7.3
5.7 Amostragem 5.7.1 5.7.2 5.7.3
5.7 Amostragem 5.7.1 5.7.2 5.7.3
5.7 Amostragem 5.7.1 5.7.2 5.7.3 5.8 Manuseamento dos items a ensaiar " ■ - . ' ■ ■ ' ' ■ ' ' " ■ " . . . :
;:
5.8.1 5.8.2 5.8.3 5.8.4 5.9 Garantia da
5.8.1 5.8.2 5.8.3 5.8.4 5.9 Garantia da
5.8.1 5.8.2 5.8.3 5.8.4 5.9 Garantia da
5.8.1 5.8.2 5.8.3 5.8.4 5.9 Garantia da
5.8.1 5.8.2 5.8.3 5.8.4 5.9 Garantia da Qualidade dos resultados 5.10 Apresentação de resultados 5.10.1 5.10.2 5.10.3
5.10.1 5.10.2 5.10.3
5.10.1 5.10.2 5.10.3 5.10.4 5.10.5 5.10.6 5.10.7 5.10.8 5.10.9
5.10.5 5.10.6 5.10.7 5.10.8 5.10.9
5.10.5 5.10.6 5.10.7 5.10.8 5.10.9
5.10.5 5.10.6 5.10.7 5.10.8 5.10.9
5.10.5 5.10.6 5.10.7 5.10.8 5.10.9