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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 018.584/2014-4 GRUPO II – CLASSE V – Plenário TC 018.584/2014-4 Natureza(s): Relatório de Auditoria Órgãos/Entidades: Secretaria de Estado da Saúde de Roraima (Sesau/RR); Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Estado de Roraima (NEMS/RR) Responsáveis: Alysson Bruno Matias Lins (009.758.954-35); Eron Feitosa Moura (267.605.173-34); Gerson Castro (232.322.262- 72); Luiz Antonio Ribas Costa (116.334.411- 72); Paulo Alves de Araujo (511.515.292-49); Rosélia Nascimento Gomes (624.053.902-30); Rozineide Xavier Paixão (383.056.152-00) Advogado constituído nos autos: não há SUMÁRIO: AUDITORIA DE CONFORMIDADE. REGULARIDADE DOS REGISTROS INSERIDOS NO CADASTRO NACIONAL DE ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE (CNES). FALHAS DE CARÁTER FORMAL. OPORTUNIDADES DE MELHORIA. RECOMENDAÇÃO. DETERMINAÇÃO. RELATÓRIO Trata-se de auditoria realizada na Secretaria de Estado da Saúde de Roraima (Sesau/RR) e no Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Estado de Roraima (NEMS/RR), no período compreendido entre 11/8/2014 e 3/10/2014. 2. A presente fiscalização, na modalidade de auditoria de conformidade, teve por objetivo verificar a regularidade dos registros inseridos no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), em Roraima. 3. Transcrevo a seguir o relatório efetuado pela unidade técnica: 2.2 - Visão geral do objeto O CNES foi instituído pela Portaria MS/SAS 376, de 3 de outubro de 2000, publicada no Diário Oficial da União de 4 de outubro de 2000. Após acordo na Comissão Intergestores 1

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 018.584/2014-4

GRUPO II – CLASSE V – Plenário

TC 018.584/2014-4

Natureza(s): Relatório de Auditoria

Órgãos/Entidades: Secretaria de Estado da Saúde de Roraima (Sesau/RR); Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Estado de Roraima (NEMS/RR)

Responsáveis: Alysson Bruno Matias Lins (009.758.954-35); Eron Feitosa Moura (267.605.173-34); Gerson Castro (232.322.262-72); Luiz Antonio Ribas Costa (116.334.411-72); Paulo Alves de Araujo (511.515.292-49); Rosélia Nascimento Gomes (624.053.902-30); Rozineide Xavier Paixão (383.056.152-00)

Advogado constituído nos autos: não há

SUMÁRIO: AUDITORIA DE CONFORMIDADE. REGULARIDADE DOS REGISTROS INSERIDOS NO CADASTRO NACIONAL DE ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE (CNES). FALHAS DE CARÁTER FORMAL. OPORTUNIDADES DE MELHORIA. RECOMENDAÇÃO. DETERMINAÇÃO.

RELATÓRIO

Trata-se de auditoria realizada na Secretaria de Estado da Saúde de Roraima (Sesau/RR) e no Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Estado de Roraima (NEMS/RR), no período compreendido entre 11/8/2014 e 3/10/2014.

2. A presente fiscalização, na modalidade de auditoria de conformidade, teve por objetivo verificar a regularidade dos registros inseridos no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), em Roraima.

3. Transcrevo a seguir o relatório efetuado pela unidade técnica:

2.2 - Visão geral do objeto

O CNES foi instituído pela Portaria MS/SAS 376, de 3 de outubro de 2000, publicada no Diário Oficial da União de 4 de outubro de 2000. Após acordo na Comissão Intergestores Tripartite (CIT), esse normativo permaneceu em consulta pública até dezembro de 2000. Com a incorporação das sugestões recebidas dos gestores estaduais e municipais do Sistema Único de Saúde e da sociedade em geral, editou-se a Portaria MS/SAS 511, de 29 de dezembro de 2000, que passou a normatizar o processo de cadastramento e recadastramento dos estabelecimentos de saúde em todo o território nacional.

O sistema representa um desejo há muito aspirado por todos que utilizam as informações de saúde como base para elaboração do seu trabalho, tanto no aspecto operacional quanto gerencial, visto que os dados cadastrais constituem pontos fundamentais para a elaboração da programação, controle e avaliação da assistência hospitalar e ambulatorial no país, assim como a garantia da

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correspondência entre a capacidade operacional das entidades vinculadas ao SUS e o pagamento pelos serviços prestados.

É um gigantesco empreendimento no sentido de adquirir o conhecimento efetivo de como está formado o universo de estabelecimentos que cuidam da saúde da população, desde os grandes centros, até as mais longínquas localidades, tornando visível esse cenário a toda sociedade, e fortalecendo o controle social. A base de dados encontra-se disponível a todos os interessados, podendo ser acessada pela Internet por meio do link http://cnes.datasus.gov.br/.

O CNES contou, na sua elaboração, com diversas fontes de consulta e experiências que foram fundamentais para sua conformação final. Dentre as quais pode-se destacar:

• Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária – 1998 – do IBGE; • Formulários do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS; • Formulários do Sistema de Informações Hospitalares do SUS; • Formulários dos Sistemas de Autorização de APAC's; • Formulários do Cartão Nacional de Saúde; • Contribuições de Técnicos e Instituições afins (PT/GM/MS 277/2000); e• Sugestões recebidas de gestores e da sociedade em geral.A elaboração do novo modelo de cadastro teve como base as necessidades

dos gestores no tocante aos Sistemas de Informações do SUS, à Pesquisa de Assistência Médica Sanitária de 1998 do IBGE (com acréscimos efetuados naqueles formulários).

Nesse contexto, o CNES tem por objetivo geral cadastrar os dados de todos os estabelecimentos de saúde, hospitalares e ambulatoriais, sejam ou não vinculados à rede pública, e manter atualizados os bancos de dados nas bases locais e federal, visando a subsidiar os gestores na implantação/implementação das políticas de saúde (áreas de planejamento, regulação, avaliação, controle, auditoria e de ensino/pesquisa).

Em específico, compreende o conhecimento dos estabelecimentos de saúde nos aspectos de área física, recursos humanos, equipamentos e serviços ambulatoriais e hospitalares. É também base para o cadastro do Cartão Nacional de Saúde dos profissionais que executam ações e ou serviços de Saúde pelo SUS no país. Ademais, abrange a totalidade dos hospitais existentes no país, assim como a totalidade dos estabelecimentos ambulatoriais vinculados ao SUS e, ainda, os estabelecimentos de saúde ambulatoriais não vinculados ao SUS, estes últimos cadastrados em duas etapas:

a) primeiro grupo: os estabelecimentos privados que executem serviços de patologia clínica, radiologia, terapia renal substitutiva, radioterapia, quimioterapia, hemoterapia, ressonância magnética, medicina nuclear, radiologia intervencionista e tomografia computadorizada; e

b) segundo grupo: os demais estabelecimentos ambulatoriais, em cronograma estabelecido pelos gestores estaduais e municipais.

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Entende-se como estabelecimentos de saúde qualquer local destinado a realização de ações e/ou serviços de saúde, coletiva ou individual, qualquer que seja o seu porte ou nível de complexidade. Para efeito do CNES, o estabelecimento de saúde poderá ser tanto um hospital de grande porte, quanto um consultório médico isolado ou, ainda, uma unidade de vigilância sanitária ou epidemiológica.

O cadastramento dos estabelecimentos e a sua manutenção são realizados de forma descentralizada por meio de um sistema off-line, em que compete ao gestor municipal/estadual obter do sítio do CNES a versão mais atualizada do aplicativo Sistema CNES (completo ou simplificado, conforme o caso), a qual será executada na máquina local.

No SCNES, serão registradas as informações apresentadas pelo prestador de serviço. Cada município/estado define seu procedimento de cadastro, entre os quais: o próprio prestador pode baixar o aplicativo SCNES e inserir diretamente os dados. O prestador pode registrar os dados, em meio magnético, preenchendo as fichas criadas para esse propósito, as quais se encontram disponíveis no sítio do CNES e então encaminhá-las para o gestor. Ou ainda o prestador pode preencher as fichas em papel e depois encaminhá-las para o gestor.

Atualmente, no CNES, existem 36 Fichas para Cadastramento de Estabelecimento de Saúde (FCES), a serem preenchidas de acordo com as peculiaridades inerentes ao estabelecimento a ser cadastrado/recadastrado. No sítio, há um Manual Técnico do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, com todas as instruções de preenchimento.

Em resumo, a dinâmica do sistema prevê as seguintes etapas, a saber:1ª - o fornecimento da informação mediante o preenchimento dos

formulários por parte do responsável pelo estabelecimento de saúde (internet, disquetes, formulário, etc.); esta etapa será utilizada de modo opcional pelo gestor responsável pelo cadastramento, o qual deverá orientar os estabelecimentos localizados em seu território, sobre esta decisão;

2ª - verificação in loco de competência do gestor, validando as informações prestadas pelos estabelecimentos de saúde;

3ª - encaminhamento dos dados pelo gestor ao Datasus que incluirá a unidade no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde; e

4ª - certificação do processo de cadastramento do estado, sob responsabilidade do Ministério da Saúde.

No Sistema CNES Web, acessado por meio do link epigrafado http://cnes.datasus.gov.br/, dentre outras opções disponíveis, é possível realizar consultas específicas relacionadas com os estabelecimentos, os profissionais, equipes cadastradas na Estratégia de Saúde da Família (ESF).

Por intermédio de pesquisa acerca da disposição geográfica dos estabelecimentos de saúde no Estado de Roraima, em 13/10/2014, observa-se o montante total de 562 unidades cadastradas, sendo o maior quantitativo no município de Boa Vista/RR, com 284 unidades, por outro lado, o município de São João da Baliza/RR conta com apenas seis unidades, assim dispostos geograficamente:

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Fonte: http://cnes.datasus.gov.br/Lista_Tot_Es_Municipio.asp?Estado=14&NomeEstado=RORAIMANo âmbito da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima, consoante a

dicção de seu regimento interno vigente, a responsabilidade pelo gerenciamento do CNES fica a cargo da Coordenadoria-Geral de Regulação, Avaliação, Auditoria e Controle do SUS (CGRAC), a qual conta em sua estrutura com o Departamento de Regulação, o Departamento de Controle de Sistemas de Saúde, o Departamento de Avaliação de Sistemas de Saúde e o Departamento de Sistemas da Informação, e suas subdivisões.

2.3 - Objetivo e questões de auditoria

A presente fiscalização, na modalidade de auditoria de conformidade, teve por objetivo verificar a regularidade dos registros inseridos no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde - CNES, em Roraima, conforme determinado pelo Min. Rel. Benjamin Zymler, lastreado nos quesitos de risco, oportunidade, relevância e materialidade suscitados na proposta de ação de controle.

Com efeito, a complexidade de dados fornecidos pelo sistema redundou na análise dos cadastros geridos pelo Estado de Roraima, notadamente pela Sesau/RR, sob a responsabilidade da Coordenadoria-Geral de Regulação, Avaliação, Auditoria e Controle do SUS.

A partir do objetivo do trabalho e a fim de avaliar em que medida os recursos estão sendo aplicados de acordo com a legislação pertinente, formularam-se as questões adiante indicadas:1) Os cadastros dos estabelecimentos de saúde estão regulares?2) Estão sendo adotadas providências em relação às inconsistências

verificadas no CNES?2.4 - Metodologia utilizada

Os trabalhos foram realizados em conformidade com as Normas de Auditoria do Tribunal de Contas da União e com observância aos Padrões de Auditoria de Conformidade estabelecidos pelo TCU, bem como seguiu as orientações e padrões de auditorias de conformidade do TCU e as Normas de Auditoria do TCU (NAT). Nenhuma restrição foi imposta aos exames.

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No desenvolvimento das atividades, foram aplicadas, essencialmente, as técnicas de entrevistas, exame documental, observação direta e amostragem não probabilística. Frente às principais funcionalidades do Sistema de Cadastro de Estabelecimentos de Saúde (SCNES), o escopo de auditoria circunscreveu os módulos básico (identificação, esfera administrativa, dados contratuais e da vigilância sanitária, etc.), conjunto (instalações físicas), equipamentos, leitos e cadastro de profissionais.

Na fase de planejamento, com intuito de conhecer o processo de gerenciamento do cadastro em nível estadual, a equipe de fiscalização realizou entrevistas com os gestores responsáveis pelo processo de inclusão, alteração e/ou exclusão dos registros no SCNES, bem como verificou o tratamento dispensado às inconsistências detectadas pelo sistema e às recomendações exaradas pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus), do Ministério da Saúde.

Para subsidiar o processo de escolha da amostra, fora requisitada à Sesau/RR, em meio eletrônico, a relação de todos os pagamentos efetuados a prestadores de serviços de saúde, sob sua gestão, nos anos de 2011 a 2014 (até a competência mais atual), discriminada por prestador (nome, cadastro nacional de pessoa jurídica e número no CNES), tipo de estabelecimento, esfera administrativa, valores totais pagos (detalhados por ano, mês e procedimento) e fonte de recurso.

Nesse contexto, para fins de identificação dos cadastros da esfera administrativa privada a serem fiscalizados, a utilização da curva ABC se mostrou oportuna, porquanto é um método destinado a identificar amostra de itens de maior importância ou impacto, segundo uma variável predefinida, nesse caso em tela, o montante faturado pelos estabelecimentos de saúde no período abrangido pela fiscalização.

Sendo assim, de posse da planilha eletrônica encaminhada, a partir da fonte de recursos n. 109 (transferências de recursos à saúde), a equipe de fiscalização elaborou os cálculos por meio da inserção de fórmulas para o cômputo do valor percentual de cada item (calculado mediante a divisão do valor total do produzido pelo total geral) e dos percentuais acumulados (calculados somando-se o percentual de participação do estabelecimento com o percentual dos imediatamente anteriores).

Com base nisso, efetuou-se a definição dos limites de faixas e a indicação dos itens que compõem cada faixa, ou seja, a classificação ABC, evidenciada à peça 9. A faixa "A" contemplou os estabelecimentos que representaram 80% do valor total faturado no período. A faixa "B", por sua vez, agregou os que somam 10% desse valor. E, por fim, a faixa "C" os prestadores que se enquadraram nos últimos 10% do todo.

Finalizada a classificação, a aplicação dos procedimentos de auditoria recaiu sobre os estabelecimentos de saúde da esfera administrativa privada, enquadrados na faixa "A", os quais correspondem a maior parcela em valor auditado (peça 9, p.1). Por oportuno, para os estabelecimentos da esfera administrativa pública, foram considerados todos os prestadores em razão do baixo quantitativo e da alta materialidade (peça 9, p. 2).

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A avaliação das inconsistências foi realizada por meio de entrevistas com os gestores acerca do tratamento dado às constatações do SCNES, bem como a partir do cotejo das atuações do Denasus com as providências adotadas pela Sesau/RR.

2.5 - Limitações inerentes à auditoria

Não houve limitações significativas capazes de impedir a aplicação e a conclusão da metodologia adotada.

2.6 - Volume de recursos fiscalizados

O volume de recursos fiscalizados alcançou a importância de R$ 106.751.395,58, cuja materialidade corresponde ao montante produzido pelos estabelecimentos de saúde geridos pela Secretaria de Estado da Saúde de Roraima, entre 2011 e 2014 (competência maio), sendo R$ 93.414.015,31 relativos à esfera pública e R$ 13.337.380,27 concernentes à esfera privada, na fonte 109 – transferência de recursos à saúde.

2.7 - Benefícios estimados da fiscalização

Entre os benefícios estimados desta fiscalização podem-se mencionar a melhoria na forma de atuação do órgão auditado ocasionada por determinações ulteriores e a sanção prevista no art. 58, inciso II, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992, além da expectativa de controle, nos termos do anexo da Portaria – Segecex 10, de 30 de março de 2012.

2.8 - Processos conexos

Não existem processos conexos.3 - ACHADOS DE AUDITORIA 3.1 - Estabelecimentos de saúde operando pelo SUS sem o respectivo registro no CNES.

3.1.1 - Situação encontrada: No âmbito da Sesau/RR, há estabelecimentos de saúde operando pelo Sistema Único de Saúde

sem o respectivo registro no CNES.

Inobstante os pagamentos efetuados pela Sesau/RR às empresas Receituário Ótico Ltda. EPP, Ótica Popular Ltda. EPP e Bellavista Comércio e Serviços Ltda. ME, de plano, consultas ao Sistema CNES Web elucidam que esses prestadores de serviços não detêm os registros individuais naquele sistema que os identifique em relação a sua constituição legal e jurídica, sua caracterização e seu perfil nos aspectos de área física, recursos humanos, equipamentos considerados estratégicos e serviços ambulatoriais e hospitalares.

Tendo como premissa os exercícios de 2011 a 2014 (competência maio), à peça 8, o resumo dos faturamentos realizados em prol desses prestadores demonstra o desembolso de R$ R$ 2.270.687,00, sendo R$ 921.720,00 ao Receituário Ótico Ltda. EPP, R$ 731.962,00 à Ótica Popular Ltda. EPP e R$ 617.005,00 à Bellavista Comércio e Serviços Ltda. ME.

Não se pode olvidar que juntos correspondem a 17,02% dos valores pagos no lapso temporal tomado como parâmetro, em total desconformidade com as exigências do Ministério da Saúde, qual seja o registro prévio no Sistema CNES Web, acompanhado do preenchimento das fichas cadastrais.

3.1.2 - Objetos nos quais o achado foi constatado: Base de Dados – Lista de pagamentos dos estabelecimentos de saúde;

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Sistema CNES Web.3.1.3 - Causas da ocorrência do achado: Ausência de procedimentos de controles efetivos nos processos de

credenciamento no CNES e de pagamentos com recursos do SUS.3.1.4 - Efeitos/Consequências do achado: Distorção do planejamento/implementação das políticas de saúde (efeito

potencial);Prejuízo da visibilidade ao controle social no desempenho de suas funções

(efeito potencial).3.1.5 - Critérios: Regimento Interno, Sesau/RR, art. 98;Portaria 511/2000, MS/SAS, art. 2º, § 1º; art. 2º, caput;Portaria 134/2011, MS/SAS, art. 1º.3.1.6 - Evidências: Ofício 826/14/CGRAC/SESAU em resposta ao Ofício de Requisição 3-

910/2014 (peça 8);Curva ABC dos estabelecimentos de saúde privados e públicos (peça 9);Contratos com estabelecimentos de saúde (peça 10).3.1.7 - Esclarecimentos dos responsáveis: A Coordenadoria-Geral de Regulação, Avaliação, Auditoria e Controle do

SUS assevera que o cadastramento das óticas não foi realizado pelo fato de não se enquadrarem como estabelecimentos de saúde com prestações de serviços ambulatorial e/ou hospitalar, conforme orientações de técnicos do Ministério da Saúde (peça 8, p. 1).

3.1.8 - Conclusão da equipe: Face à situação demonstrada, no âmbito da Sesau/RR, constata-se a

operação e o pagamento de estabelecimentos de saúde pelo Sistema Único de Saúde (SUS) sem o respectivo registro no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde.

A Portaria MS/SAS 511, de 29 de dezembro de 2000, em seu art. 2º, estabelece a responsabilidade dos gestores estaduais e municipais no cadastramento e na constante atualização do cadastro dos estabelecimentos de saúde, bem como cria o banco de dados nacional de estabelecimentos de saúde, além de disciplinar os procedimentos necessários.

Consoante o art. 1º da Portaria MS/SAS 134, de abril de 2011, cabe aos gestores municipais e estaduais a devida inserção, manutenção e atualização sistemática das informações relacionadas ao Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES), o qual é base para o banco de dados nacional e para um efetivo sistema de informações em saúde, disponível para a sociedade.

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Sucede que, considerando os exercícios de 2011 a 2014, consultas ao Sistema CNES Web e a relação de pagamentos comprovam que, nesse período, a Sesau/RR realizou desembolsos a prestadores sem o registro obrigatório, na ordem de R$ 2.270.687,00, tais como Receituário Ótico Ltda. EPP, Ótica Popular Ltda. EPP e à Bellavista Comércio e Serviços Ltda. ME, em descumprimento aos preceitos da Portaria MS/SAS 511, de 2000, e da Portaria MS/SAS 134, de 2011.

A operação de estabelecimentos de saúde sem o registro obrigatório coloca em cheque as políticas públicas voltadas à saúde, uma vez que o gestor deve dispor de um vasto conteúdo de informações que lhe proporcione conhecer a rede assistencial existente e sua potencialidade, imprescindíveis nos processos de planejamento, regulação, avaliação, controle e auditoria, bem como dar maior visibilidade ao controle social para o melhor desempenho de suas funções.

Não procedem as alegações de que aqueles estabelecimentos não prestam serviços ambulatoriais e/ou hospitalares, uma vez que, de acordo com os instrumentos pactuados com a Sesau/RR (peça 10, p. 40, 49 e 58), além do fornecimento de óculos, a contratação tem por objeto a prestação de serviços como consulta, cirurgia e/ou procedimento de oftalmologia, bem como exames laboratoriais, que, a despeito de não fornecidos atualmente, podem a qualquer momento ser demandados e consequentemente devem estar devidamente inseridos previamente no CNES, já que estão contratados nesse sentido.

Destarte, o respectivo registro é condição indispensável para o regular pagamento à rede prestadora de serviços ao SUS. Contudo, denota-se o descompromisso da Sesau/RR com a missão de cadastrar todos estabelecimentos de saúde, componentes da rede privada, sob a gestão do Estado de Roraima, e manter atualizados os bancos de dados nas bases locais, visando subsidiar os gestores na implantação/implementação das políticas de saúde, importantíssimo para áreas de planejamento, regulação, avaliação, controle, auditoria e de ensino/pesquisa.

No âmbito da Sesau/RR, cabe ao Departamento de Controle e Sistemas de Saúde, vinculado à Coordenadoria-Geral de Regulação, Avaliação, Auditoria e Controle do SUS, coordenar o cadastramento de estabelecimentos sob sua gestão, bem como habilitá-los, além de assegurar a fidedignidade das informações registradas, bem como de estabelecer critérios de operacionalização destas informações no SCNES, nos termos do art. 98, do Regimento Interno da Sesau/RR (peça 23, p. 59-60), vigente.

Diante desse quadro, por se tratar de infração a norma legal ou regulamentar, chega-se à conclusão de que os responsáveis devem ser chamados em audiência, com fundamento no art. 43, inciso II, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992 c/c o art. 250, inciso IV, do Regimento Interno – TCU, aprovado pela Resolução TCU 246, de 30 de novembro de 2011, para que, no prazo de quinze dias, contados a partir da ciência da comunicação, apresentem as razões de justificativas em razão dos fatos acima descritos.

Por derradeiro, com fulcro no art. 43, inciso I, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992 c/c o art. 250, inciso II, do Regimento Interno – TCU, aprovado pela Resolução TCU 246, de 30 de novembro de 2011, cumpre determinar à Secretaria de Estado da Saúde de Roraima que realize o cadastramento dos estabelecimentos de saúde Receituário Ótico Ltda. EPP (CNPJ: 02.963.204/0001-

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53), Ótica Popular Ltda. EPP (CNPJ: 05.769.270/0001-85) e Bellavista Comércio e Serviços Ltda. ME (CNPJ: 05.779.573/0001-89), procedendo à regularização da situação, e encaminhe a esta Corte de Contas, no prazo de 180 dias, as cópias das respectivas fichas cadastrais de estabelecimentos de saúde, acompanhadas de cópias dos documentos comprobatórios que subsidiaram a inclusão no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde.

Por oportuno, neste instante processual, reputa-se mais adequado que se proceda, preliminarmente, à audiência dos responsáveis acerca da irregularidade em referência, para que somente após a sua análise se realize a determinação em foco, caso se permaneça cabível.

3.1.9 - Responsáveis: Nome: Rozineide Xavier Paixão - CPF: 383.056.152-00 - Cargo:

Coordenadora-Geral de Regulação, Avaliação, Controle e Auditoria do SUS (desde 31/3/2011).

Conduta: Não exercer o dever de vigilância, previsto no art. 94, inciso IV, do Regimento Interno da Sesau/RR, vigente, em relação à regularidade dos registros de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima, quanto aos estabelecimentos de saúde operando pelo SUS sem o respectivo registro no CNES, contrariando os arts. 1º, 2º, caput, e 9º, § 2º, da Portaria MS/SAS 511, de 29 de dezembro de 2000; e o art. 1º da Portaria MS/SAS 134, de 4 de abril de 2011;

Nexo de causalidade: A omissão no dever de proceder à vigilância e ao controle dos registros no CNES propiciou a produção irregular de serviços de saúde com recursos do SUS por parte dos estabelecimentos de saúde, bem como, consequentemente, distorceu as informações inerentes à rede assistencial existente e sua potencialidade, imprescindíveis nos processos de planejamento, regulação, avaliação, controle e auditoria do SUS.

Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa-fé do responsável. É razoável afirmar que era exigível da responsável conduta diversa daquela que ela adotou, consideradas as circunstâncias que a cercavam, pois deveria a gestora ter exercido a vigilância sobre o subordinado, em vez de deixá-lo totalmente sem supervisão quanto aos procedimentos de registros no CNES de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima.

Nome: Gerson Castro - CPF: 232.322.262-72 - Cargo: Diretor do Departamento de Controle de Sistemas de Saúde (de 1/1/2011 até 30/6/2013).

Nome: Eron Feitosa Moura - CPF: 267.605.173-34 - Cargo: Diretor do Departamento de Controle de Sistemas de Saúde (de 1/7/2013 até 12/3/2014).

Conduta: Não exercer o dever de coordenação, controle e acompanhamento, previsto no art. 98, incisos XVI e XIII, do Regimento Interno da Sesau/RR, vigente, em relação à regularidade dos registros de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima, quanto aos estabelecimentos de saúde operando

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pelo SUS sem o respectivo registro no CNES, contrariando os arts. 1º, 2º, caput, e 9º, § 2º, da Portaria MS/SAS 511, de 29 de dezembro de 2000; e o art. 1º da Portaria MS/SAS 134, de 4 de abril de 2011

Nexo de causalidade: A omissão no dever de proceder à coordenação, ao controle e ao acompanhamento dos registros no CNES propiciou a produção irregular de serviços de saúde com recursos do SUS por parte dos estabelecimentos de saúde, visto que esses não possuíam o respectivo registro no CNES bem como, consequentemente, distorceu as informações inerentes à rede assistencial existente e sua potencialidade, imprescindíveis nos processos de planejamento, regulação, avaliação, controle e auditoria do SUS, no âmbito da Sesau/RR.

Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa-fé do responsável. É razoável afirmar que era exigível da responsável conduta diversa daquela adotada, consideradas as circunstâncias que a cercavam, porquanto deveria o gestor ter exercido o controle e o acompanhamento do cadastro, em vez de deixá-lo sem coordenação quanto aos procedimentos de registros no CNES de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima.

3.1.10 - Proposta de encaminhamento: Com fundamento no art. 43, inciso II, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992 c/c o art. 250, inciso IV, do Regimento Interno – TCU, aprovado pela Resolução TCU 246, de 30 de novembro de 2011, realizar audiência dos responsáveis para que, no prazo de quinze dias, contados a partir da ciência da comunicação, apresentem as razões de justificativas em razão dos fatos acima descritos.

3.2 - Registros com o preenchimento irregular das fichas cadastrais de estabelecimento de saúde.

3.2.1 - Situação encontrada: No âmbito da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima, foi identificado que a

Coordenadoria-Geral de Regulação, Controle, Auditoria e Controle do SUS (CGRAC) realiza a inclusão, alteração ou exclusão dos estabelecimentos de saúde no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde sem o devido preenchimento das respectivas fichas cadastrais.

Em resposta ao Ofício de Requisição 3-910/2014, de 8 de setembro de 2014 (peça 6), a CGRAC informa que não há arquivo físico das fichas cadastrais devidamente preenchidas, acompanhadas de toda a documentação que subsidiou a inserção dos dados dos estabelecimentos por ela credenciados.

Conforme se evidencia à peça 11, as fichas cadastrais obtidas foram extraídas da base de dados local e contam com o preenchimento, ainda que incompleto, realizado diretamente em meio eletrônico, no entanto inexistem quaisquer assinaturas dos responsáveis.

Ademais, em que pese a necessidade de seu preenchimento nas hipóteses de inclusão, alteração e exclusão, não há o arquivamento histórico que elucide as mutações cadastrais, porventura existentes, nos estabelecimentos de saúde sob a responsabilidade daquela coordenadoria, impossibilitando, assim, o acompanhamento regular dos cadastros, bem como a atuação da auditoria pelas instâncias competentes.

3.2.2 - Objetos nos quais o achado foi constatado: Base de Dados – Lista de pagamentos dos estabelecimentos de saúde;

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Processo (autos) – Cadastramento e credenciamento de estabelecimentos de saúde;

Sistema CNES Web.3.2.3 - Causas da ocorrência do achado: Ausência de procedimentos operacionais e controles internos

administrativos estabelecidos.3.2.4 - Efeitos/Consequências do achado: Desconhecimento do histórico dos cadastros dos estabelecimentos de

saúde quanto à inclusão, alteração e exclusão (efeito real);Cadastros dos estabelecimentos de saúde em desacordo com a realidade

fática (efeito real);Comprometimento do controle administrativo sistemático dos cadastros,

mediante o acompanhamento periódico da relação entre a programação, a produção e o faturamento (efeito potencial).

3.2.5 - Critérios: Regimento Interno, Sesau/RR; art. 98, incisos XIII e XVI;Portaria 511/2000, MS/SAS, art. 1º; art. 2º, § 1º; art. 2º, caput; art. 9º, § 1º;Portaria 134/2011, MS/SAS, art. 1º, caput.3.2.6 - Evidências: Fichas cadastrais de estabelecimentos de saúde disponibilizadas pela

CGRAC (peça 11);Ofício 826/14/CGRAC/SESAU em resposta ao Ofício de Requisição 3-

910/2014 (peça 8).3.2.7 - Esclarecimentos dos responsáveis: Por intermédio do Ofício 826/14/CGRAC/SESAU (peça 8, p. 2), datado de 11/9/2014, a

Coordenadoria-Geral de Regulação, Avaliação, Auditoria e Controle do SUS informa que está revisando suas ações administrativas, de forma conjunta com seus departamentos no intuito de agilizar as informações e atender às exigências dos órgãos controlados por meio da criação do arquivo individual de cada prestador com os documentos obrigatórios e pertinentes.

3.2.8 - Conclusão da equipe: A ficha cadastral de estabelecimento de saúde (FCES) é o instrumento

hábil obrigatório que tem por objetivo alimentar o Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES) após o seu regular preenchimento, conforme a dicção do art. 1º da Portaria MS/SAS 511, de 29 de dezembro de 2000.

Subdividido de acordo com os módulos existentes no Sistema CNES (SCNES), o conteúdo dessa ficha define o que o gestor poderá contratar daquele estabelecimento, contendo todas as informações do estabelecimento de saúde desde sua identificação, características, estrutura ambulatorial e hospitalar, equipamentos, recursos humanos suas habilitações bem como o que é ou não contratado/conveniado com o SUS. Sua atualização deve ser realizada sempre que houver alteração em qualquer dos itens mencionados.

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Além de serem enviadas ao banco de dados em meio magnético, devem ser arquivadas no estabelecimento de saúde e no departamento, serviço ou seção de controle e avaliação dos gestores, devidamente assinadas por funcionários responsáveis pelo cadastrador, pelo gestor municipal/estadual do SUS e pelo diretor da unidade prestadora do serviço, aos quais o estabelecimento está vinculado no sistema de saúde, porquanto são documentos oficiais do SCNES.

Com efeito, ressalta-se que as informações cadastrais das unidades prestadoras de serviço ao SUS devidamente arquivadas constituem-se em um dos pontos fundamentais para a elaboração da programação, avaliação e controle da assistência hospitalar e ambulatorial, com a correspondência entre a capacidade operacional existente e a produção apresentada.

Destarte, o preenchimento e o arquivamento regulares permitem ao gestor responsável o controle administrativo sistemático dos cadastros, bem como serve de subsídio ao acompanhamento periódico da relação entre a programação, a produção e o faturamento. Contudo, denota-se o descompromisso da Sesau/RR com a missão de manter em arquivo físico o histórico dos cadastros dos estabelecimentos de saúde quanto à inclusão, alteração e exclusão de todos estabelecimentos de saúde, sob a gestão do Estado de Roraima, e de manter atualizados os bancos de dados nas bases locais, visando subsidiar os gestores na implantação/implementação das políticas de saúde, importantíssimo para áreas de planejamento, regulação, avaliação, controle, auditoria e de ensino/pesquisa.

Não obstante, conforme determina o Regimento Interno da Sesau/RR, vigente, a despeito de coordenar o cadastramento dos prestadores no âmbito do SCNES, constata-se que o Departamento de Controle se Sistemas de Saúde, vinculado à Coordenadoria-Geral de Regulação, Controle, Auditoria e Controle do SUS (CGRAC), não detém em seus anais uma via da FCES dos estabelecimentos de saúde prestadores do SUS devidamente assinada pelos responsáveis, em descumprimento ao art. 9º, § 1º, da Portaria MS/SAS 511, de 29 de dezembro de 2000.

Ante o esposado, visto que a falha ocorrida se caracteriza como infração a norma legal ou regulamentar, chega-se à conclusão de que os responsáveis devem ser chamados em audiência, com fundamento no art. 43, inciso II, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992 c/c o art. 250, inciso IV, do Regimento Interno – TCU, aprovado pela Resolução TCU 246, de 30 de novembro de 2011, para que, no prazo de quinze dias, contados a partir da ciência da comunicação, apresentem as razões de justificativas em razão dos fatos acima descritos.

Por derradeiro, com fulcro no art. 43, inciso I, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992 c/c o art. 250, inciso II, do Regimento Interno TCU, aprovado pela Resolução TCU 246, de 30 de novembro de 2011, cumpre determinar à Secretaria de Estado da Saúde de Roraima que proceda à regularização das fichas cadastrais de estabelecimento de saúde (FCES’s) de todos os prestadores ativos no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), sob a sua gestão, e encaminhe a esta Corte de Contas, no prazo de 180 dias, os documentos comprobatórios que dão suporte aos dados cadastrados.

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Por oportuno, neste instante processual, reputa-se mais adequado que se proceda, preliminarmente, à audiência dos responsáveis acerca da irregularidade em referência, para que somente após a sua análise se realize a determinação em foco, caso se permaneça cabível.

3.2.9 - Responsáveis: Nome: Rozineide Xavier Paixão - CPF: 383.056.152-00 - Cargo:

Coordenadora-Geral de Regulação, Avaliação, Controle e Auditoria do SUS (desde 31/3/2011).

Conduta: Não exercer o dever de vigilância, previsto no art. 94, inciso IV, do Regimento Interno da Sesau/RR, vigente, em relação à regularidade dos registros de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima, quanto às fichas cadastrais de estabelecimento de saúde (FCES’s) de todos os prestadores ativos, sob a sua gestão, no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) irregulares, em descumprimento aos arts. 1º, 2º, caput, e 9º, § 2º, da Portaria MS/SAS 511, de 29 de dezembro de 2000; e ao art. 1º, caput, da Portaria MS/SAS 134, de 4 de abril de 2011.

Nexo de causalidade: A omissão no dever de proceder à vigilância e ao controle dos registros no CNES propiciou a produção irregular de serviços de saúde com recursos do SUS por parte dos estabelecimentos de saúde, visto que tiveram preenchimento irregular de suas fichas cadastrais; bem como, consequentemente, distorceu as informações inerentes à rede assistencial existente e sua potencialidade, imprescindíveis nos processos de planejamento, regulação, avaliação, controle e auditoria do SUS.

Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa-fé da responsável. É razoável afirmar que era exigível da responsável conduta diversa daquela que ela adotou, consideradas as circunstâncias que a cercavam, pois deveria a gestora ter exercido a vigilância sobre o subordinado, em vez de deixá-lo totalmente sem supervisão quanto aos procedimentos de registros no CNES de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima.

Nome: Gerson Castro - CPF: 232.322.262-72 - Cargo: Diretor do Departamento de Controle de Sistemas de Saúde (de 1/1/2011 até 30/6/2013).

Nome: Eron Feitosa Moura - CPF: 267.605.173-34 - Cargo: Diretor do Departamento de Controle de Sistemas de Saúde (de 1/7/2013 até 12/3/2014).

Conduta: Não exercer o dever de coordenação, controle e acompanhamento, previsto no art. 98, incisos XVI e XIII, do Regimento Interno da Sesau/RR, vigente, em relação à regularidade dos registros de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima, quanto às fichas cadastrais de estabelecimento de saúde de todos os prestadores ativos preenchidas indevidamente, sob a sua gestão, no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), em descumprimento aos arts. 1º, 2º, caput, e 9º, § 2º, da Portaria MS/SAS 511, de 29

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de dezembro de 2000; e ao art. 1º, caput, da Portaria MS/SAS 134, de 4 de abril de 2011.

Nexo de causalidade: A omissão no dever de proceder à coordenação, ao controle e ao acompanhamento dos registros no CNES propiciou a produção irregular de serviços de saúde com recursos do SUS por parte dos estabelecimentos de saúde, visto que tiveram preenchimento irregular de suas fichas cadastrais; bem como, consequentemente, distorceu as informações inerentes à rede assistencial existente e sua potencialidade, imprescindíveis nos processos de planejamento, regulação, avaliação, controle e auditoria do SUS, no âmbito da Sesau/RR.

Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa-fé do responsável. É razoável afirmar que era exigível do responsável conduta diversa daquela adotada, consideradas as circunstâncias que o cercavam, porquanto deveria o gestor ter exercido o controle e o acompanhamento do cadastro, em vez de deixá-lo sem coordenação quanto aos procedimentos de registros no CNES de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima.

Nome: Rosélia Nascimento Gomes - CPF: 624.053.902-30 - Cargo: Chefe da Central CNES (desde 11/8/2009)

Conduta: Não exercer o dever de gerir e manter atualizados os registros de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima, quanto às fichas cadastrais de estabelecimento de saúde de todos os prestadores ativos preenchidas indevidamente, sob a sua gestão, no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), em descumprimento aos arts. 1º, 2º, caput, e 9º, § 2º, da Portaria MS/SAS 511, de 29 de dezembro de 2000; e ao art. 1º, caput, da Portaria MS/SAS 134, de 4 de abril de 2011; (Achado n. 2)

Nexo de causalidade: A omissão no dever de proceder ao cadastramento e à atualização sistemática dos registros no CNES propiciou a produção irregular de serviços de saúde com recursos do SUS por parte dos estabelecimentos de saúde, visto que tiveram preenchimento irregular de suas fichas cadastrais; bem como, consequentemente, distorceu as informações inerentes à rede assistencial existente e sua potencialidade, imprescindíveis nos processos de planejamento, regulação, avaliação, controle e auditoria do SUS, no âmbito da Sesau/RR.

Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa-fé da responsável. É razoável afirmar que era exigível da responsável conduta diversa daquela adotada, consideradas as circunstâncias que a cercavam, porquanto deveria a gestora ter exercido o cadastramento e a atualização sistemática do cadastro, em vez de deixá-lo sem gestão quanto aos procedimentos de registros no CNES de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima.

3.2.10 - Proposta de encaminhamento: Com fundamento no art. 43, inciso II, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992

c/c o art. 250, inciso IV, do Regimento Interno – TCU, aprovado pela Resolução

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TCU 246, de 30 de novembro de 2011, realizar audiência dos responsáveis para que, no prazo de quinze dias, contados a partir da ciência da comunicação, apresentem as razões de justificativas em razão dos fatos acima descritos.

3.3 - Registros sem as informações do instrumento de contratualização com o SUS.

3.3.1 - Situação encontrada: Dentre outras informações relacionadas à identificação do estabelecimento de saúde, o

módulo básico do Sistema CNES (SCNES) especifica que deve constar nos cadastros as informações acerca das regras contratuais estabelecidas entre os prestadores de serviços e o poder público.

No entanto, considerando os estabelecimentos de saúde constantes da amostra, obtida por meio da curva ABC (peça 9), consultas ao SCNES Web elucidam que, de um total de onze estabelecimentos de saúde privados em operação pelo Sistema Única de Saúde, todos estão sem qualquer informação acerca das regras contratuais com eles pactuadas pela Secretaria de Estado de Saúde de Roraima. Ademais, o histórico de registros fornecido pelo sistema elucida que nunca houve a inserção de dados nesse sentido (peça 12).

Em que pese a ausência de registro detectada, o exame documental perpetrado pela equipe de fiscalização constatou que as relações pactuadas com os estabelecimentos de saúde estão suportadas por instrumentos contratuais individuais, conforme se pode evidenciar à peça 10.

3.3.2 - Objetos nos quais o achado foi constatado: Processo (autos) – Cadastramento e credenciamento de estabelecimentos

de saúde;Sistema CNES Web.3.3.3 - Causas da ocorrência do achado: Ausência de procedimentos operacionais e controles internos

administrativos estabelecidos.3.3.4 - Efeitos/Consequências do achado: Prejuízo da transparência e óbice ao controle social (efeito potencial).3.3.5 - Critérios: Constituição Federal, art. 30, inciso VII; art. 199, § 1º;Lei 8.080/1990, art. 16, inciso XIV; art. 17, inciso III; art. 18, inciso I; art. 24;Portaria 1.034/2010, MS/GM, art. 12, parágrafo único;Portaria 3.462/2010, MS/GM, art. 1º; art. 2º, caput ; art. 2º, § 1º.3.3.6 - Evidências: Ofício 826/14/CGRAC/SESAU em resposta ao Ofício de Requisição 3-

910/2014 (peça 8);Contratos com estabelecimentos de saúde (peça 10);Consulta às regras contratuais dos estabelecimentos de saúde no SCNES

(peça 12).3.3.7 - Esclarecimentos dos responsáveis: Por intermédio do Ofício 826/14/CGRAC/SESAU (peça 8, p. 2), datado de

11/9/2014, a Coordenadoria-Geral de Regulação, Avaliação, Auditoria e Controle 15

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do SUS informa que está revisando suas ações administrativas, de forma conjunta com seus departamentos no intuito de agilizar as informações e atender às exigências dos órgãos controlados por meio da criação do arquivo individual de cada prestador com os documentos obrigatórios e pertinentes.

3.3.8 - Conclusão da equipe: Face à situação demonstrada, no âmbito da Secretaria de Estado da Saúde

de Roraima (Sesau/RR), constata-se a operação de estabelecimentos privados de saúde pelo Sistema Único de Saúde (SUS) sem o respectivo registro atinente às regras contratuais no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde.

Em seu art. 199, § 1º, a Constituição Federal do Brasil, de 5 de outubro de 1988, define que “as instituições privadas poderão participar de forma complementar do Sistema Único de Saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos”.

Nessa baila, consoante art. 30, inciso VII, da Constituição Federal do Brasil, de 5 de outubro de 1988, bem como os arts. 17, inciso III, 18, inciso I, e 24 da Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990, compete ao município e, supletivamente, ao estado, gerir e executar serviços públicos de atendimento à saúde da população, podendo ambos recorrer, de maneira complementar, aos serviços ofertados pela iniciativa privada, quando os serviços de saúde da rede pública forem insuficientes para garantir a cobertura assistencial necessária.

No uso do poder regulamentar conferido à União por intermédio do art. 16, inciso XIV, da Lei 8.080, de 1990, o Ministério da Saúde tornou obrigatório o preenchimento dos campos referentes a contrato no SCNES, conforme o parágrafo único do art. 12 da Portaria MS/GM 1.034, de 5 de maio de 2010, que dispõe sobre a participação complementar dos serviços privados de assistência à saúde no âmbito do SUS.

Não obstante, a despeito de formalmente contratados, constata-se a ausência de preenchimento no SCNES dos campos relacionados a contratos de todos os estabelecimentos de saúde que operam pelo SUS, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima, fato que compromete, sobremaneira, a identificação da relação jurídica deles com o poder público estadual, bem como coloca em cheque a transparência pública e o exercício do controle social.

Não bastasse isso, a Portaria GM/MS 3.462, de 11 de novembro de 2010, estabelece os critérios e define obrigatoriedade mensal e sistemática da alimentação dos bancos de dados nacionais dos sistemas de informações da atenção à saúde, dentre eles o SCNES, consoante dispõem os seus arts. 1º e 2º, respectivamente, cabendo a responsabilidade ao ente público, conforme a gestão dos estabelecimentos.

Com efeito, cabe mencionar que o escopo da análise circunscreveu à correspondência dos registros efetuados no sistema com os documentos comprobatórios, sem adentrar nas nuances legais da contratação.

Diante disso, de excessivo rigor chamar em audiência os responsáveis nesta etapa processual, uma vez a determinação ulterior, se atendida, se

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mostrará como uma medida suficiente e eficaz para o saneamento da irregularidade em questão.

Destarte, com fulcro no art. 43, inciso I, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992 c/c o art. 250, inciso II, do Regimento Interno TCU, aprovado pela Resolução TCU 246, de 30 de novembro de 2011, cumpre determinar à Secretaria de Estado da Saúde de Roraima que realize a inserção dos dados contratuais de todos os estabelecimentos de saúde prestadores de serviços no âmbito Sistema Único de Saúde, sob sua gestão, procedendo à regularização da situação, e encaminhe a esta Corte de Contas, no prazo de 180 dias, os documentos comprobatórios das medidas adotadas nesse sentido.

Por oportuno, neste instante processual, reputa-se mais adequado que se proceda, preliminarmente, à audiência dos responsáveis acerca das demais irregularidades presentes, para que somente após a sua análise se realize a determinação em foco, caso se permaneça cabível.

3.4 - Registros sem as informações ou com o preenchimento irregular dos dados da vigilância sanitária.

3.4.1 - Situação encontrada: Para o cadastramento de estabelecimentos de saúde, além de exigir os dados pertinentes à

caracterização do estabelecimento de saúde, o módulo básico do SCNES impõe a obrigatoriedade de inclusão das informações relativas ao registro na vigilância sanitária quanto ao número do alvará, data de expedição e órgão expedidor.

Dados do Sistema CNES Web elucidam que todos os estabelecimentos de saúde constantes da amostra, obtida por meio da curva ABC (peça 9), estão com o preenchimento irregular acerca do alvará sanitário válido nos campos destinados, estando alguns, inclusive, sem qualquer informação nesse sentido.

Do total de quinze estabelecimentos de saúde avaliados, oito estão com o preenchimento irregular (alvarás já expirados), quatro sequer têm informações nesse sentido (peça 13) e os três restantes não detêm o respectivo registro, conforme já mencionado em achado específico. As fichas cadastrais disponibilizadas pela CGRAC corroboram as constatações (peça 11).

Em resposta ao Ofício de Requisição n. 3-910/2014, de 8 de setembro de 2014 (peça 6), em que pese a necessidade de seu preenchimento nas hipóteses de inclusão e alteração, a CGRAC informa que não há o arquivo físico dos alvarás sanitários que subsidiaram a inserção dos dados, ainda que desatualizados, por ela credenciados.

3.4.2 – Objetos nos quais o achado foi constatado: Solicitações de informações dos estabelecimentos de saúde;Processo (autos) – Cadastramento e credenciamento de estabelecimentos

de saúde;Sistema CNES Web.3.4.3 – Causas da ocorrência do achado: Ausência de procedimentos operacionais e controles internos

administrativos estabelecidos.3.4.4 – Efeitos/Consequências do achado: Prejuízo da transparência e óbice ao controle social (efeito potencial).

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3.4.5 – Critérios: Lei 8.080/1990, art. 16, inciso XIV;Portaria 3.462/2010, MS/GM, art. 1º; art. 2º, § 1º; art. 2º, caput;Portaria 511/2000, MS/SAS, art. 1º; art. 2º, caput;Portaria 311/2007, MS/SAS, art. 1º.3.4.6 – Evidências: Ofício 826/14/CGRAC/SESAU em resposta ao Ofício de Requisição 3-

910/2014 (peça 8);Fichas cadastrais de estabelecimentos de saúde disponibilizadas pela

CGRAC (peça 11);Consulta às informações da vigilância sanitária dos estabelecimentos de

saúde no SCNES (peça 13).3.4.7 - Esclarecimentos dos responsáveis:Por intermédio do Ofício 826/14/CGRAC/SESAU (peça 8), datado de

11/9/2014, a Coordenadoria-Geral de Regulação, Avaliação, Auditoria e Controle do SUS informa que está revisando suas ações administrativas, de forma conjunta com seus departamentos no intuito de agilizar as informações e atender às exigências dos órgãos controlados por meio da criação do arquivo individual de cada prestador com os documentos obrigatórios e pertinentes.

3.4.8 - Conclusão da equipe: Face à situação demonstrada, no âmbito da Secretaria de Estado da Saúde

de Roraima (Sesau/RR), constata-se a operação de estabelecimentos de saúde pelo Sistema Único de Saúde (SUS) sem o respectivo registro regular das informações acerca do alvará sanitário no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde.

Conforme já repisado, no uso do poder regulamentar conferido à União por intermédio do art. 16, inciso XIV, da Lei 8.080, de 1990, o Ministério da Saúde expediu a Portaria MS/SAS 511, de 29 de dezembro de 2000, a qual estabelece, em seu art. 2º, a responsabilidade dos gestores estaduais e municipais no cadastramento e na constante atualização do cadastro dos estabelecimentos de saúde, bem como cria o banco de dados nacional de estabelecimentos de saúde, além de disciplinar os procedimentos necessários.

O cadastro abrange a totalidade dos estabelecimentos de saúde existentes país, sejam eles prestadores de serviços de saúde ao SUS ou não, e compreende o conhecimento dos estabelecimentos de saúde nos aspectos de área física, recursos humanos, equipamentos, profissionais e serviços ambulatoriais e hospitalares.

No módulo básico do CNES, cuja finalidade principal é identificar o estabelecimento de saúde enquanto pessoa jurídica ou física, especificando dados operacionais, caracterização, contrato/convênio, comissões, dentre outros, notadamente, tem-se a obrigatoriedade de o setor responsável da Sesau/RR informar os dados concernentes à vigilância sanitária, quais sejam o número do alvará, data de expedição e órgão expedidor.

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Com efeito, consoante o art. 1º da Portaria MS/SAS 311, de abril de 2007, cabe aos gestores municipais e estaduais a devida atualização sistemática das informações relacionadas ao Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES), o qual é base para o banco de dados nacional e para um efetivo sistema de informações em saúde, disponível para a sociedade.

Não bastassem os dados irregulares no SCNES acerca da situação sanitária dos prestadores de serviços sob a gestão do Estado de Roraima, a ausência de alvará válido em meio físico coloca em cheque a vigilância das condições de saúde e tomada de decisões por parte dos atores da área, assim como obsta o controle social nesse sentido.

Não se pode olvidar que o alvará sanitário é o documento emitido pela autoridade sanitária após análises das condições higiênico-sanitárias de estabelecimentos e/ou equipamentos que desenvolvam atividades relacionadas à saúde e tem como finalidade servir como comprovação de que o estabelecimento está atuando de acordo com a legislação sanitária vigente, garantindo assim as condições higiênico-sanitárias dos produtos e serviços, sem riscos à saúde da população.

Ademais, ressalta-se que a Portaria GM/MS 3.462, de 11 de novembro de 2010, estabelece os critérios e define obrigatoriedade mensal e sistemática da alimentação dos bancos de dados nacionais dos sistemas de informações da atenção à saúde, dentre eles o SCNES, é o que dispõem os seus arts. 1º e 2º, respectivamente, cabendo a responsabilidade ao ente público, conforme a gestão dos estabelecimentos.

Diante disso, de excessivo rigor chamar em audiência os responsáveis nesta etapa processual, uma vez a determinação ulterior, se atendida, se mostrará como uma medida suficiente e eficaz para o saneamento da irregularidade em questão.

Assim, com fulcro no art. 43, inciso I, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992 c/c o art. 250, inciso II, do Regimento Interno TCU, aprovado pela Resolução TCU 246, de 30 de novembro de 2011, cumpre determinar à Secretaria de Estado da Saúde de Roraima que realize a inserção dos dados pertinentes à vigilância sanitária de todos os estabelecimentos de saúde prestadores de serviços no âmbito Sistema Único de Saúde, sob sua gestão, procedendo à regularização da situação, e encaminhe a esta Corte de Contas, no prazo de 180 dias, cópias dos documentos comprobatórios das medidas adotadas nesse sentido.

Por oportuno, neste instante processual, reputa-se mais adequado que se proceda, preliminarmente, à audiência dos responsáveis acerca das demais irregularidades presentes, para que somente após a sua análise se realize a determinação em foco, caso se permaneça cabível.

3.5 - Divergências quanto aos dados das instalações físicas, profissionais e equipamentos e/ou leitos cadastrados no CNES.

3.5.1 - Situação encontrada: De plano, obteve-se junto ao Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, via

web, as fichas cadastrais reduzidas dos prestadores enquadrados na amostra (peça 14). A partir daí, com a finalidade de averiguar a consistência dos registros, no período de 15 a 18/9/2014, por meio de observação direta, in loco, cotejando-os com a realidade fática, foi possível constatar total

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dissonância no que tange às instalações físicas, aos profissionais e aos equipamentos e/ou leitos cadastrados no sistema.

Já que três deles sequer constam no CNES, conforme caracterizado no achado n. 1 deste relatório de fiscalização, dos quinze selecionados, a visitação alcançou o total de 12 estabelecimentos de saúde que operam pelo Sistema Único de Saúde, sob a gestão do Estado de Roraima, sendo oito da iniciativa privada e quatro pertencentes ao poder público estadual.

No que tange às instalações físicas, observa-se, de plano, disparidades de dados cadastrados em classificações para as quais não prestam atendimento, como urgência e emergência e hospitalar. Nesse contexto, foram encontradas inconsistências pertinentes a consultórios médicos e médicos, salas de atendimento, de enfermagem, de curativo, de gesso, de repouso, de nebulização, de pequena cirurgia, dentre outras.

Na oportunidade, quanto aos equipamentos de diagnóstico por imagem, por métodos ópticos e gráficos, para manutenção da vida, de odontologia, dentre outros, foram constatadas divergências quantitativas e qualitativas tanto a maior quanto a menor, dentre eles raio x de 100 a 500 mA, ultrassom doppler colorido, raio x dentário, eletrocardiógrafo, laparoscópio em vídeo, bomba de infusão, desfibrilador, berço aquecido, incubadora, equipamentos para hemodiálise, entre outros.

No que se refere aos leitos, por sua vez, também verifica-se imprecisão dos dados cadastrados em confronto com os existentes. No Hospital Geral de Roraima, por exemplo, o Núcleo de Regulação de Leitos não detinha a informação atualizada do quantitativo por especialidades. A grande demanda em detrimento das instalações existentes foi uma das causas alegadas para a constante mutação quantitativa, de acordo com a necessidade premente.

Por fim, os cadastros de profissionais, no mesmo sentido, acusaram dissonâncias quantitativas e qualitativas de médicos, enfermeiros, bioquímicos, técnicos e auxiliares de enfermagem, psicólogos, dentre outros, além de profissionais da área administrativa, caracterizadas pela manutenção de pessoal inexistente, bem como pela falta de inclusão de especialidades de saúde atualmente laborando em prol do Sistema Único de Saúde.

É o caso, por exemplo, da Policlínica Cosme e Silva, CNES n. 2566206 (peça 14, p. 9), a qual detém em seu cadastro 41 médicos, no entanto informa cerca de 25, conforme se evidencia à peça 16, p. 1-2. Da mesma forma, a Clínica Especializada Coronel Mota, CNES n. 2589915, conta em seu registro com um total 298 profissionais cadastrados (peça 14, p. 19), apesar de sua relação, acostada aos autos à peça 16, p. 4, apontar o montante geral de 383.

Ressalta-se, por oportuno, que a verificação da equipe de fiscalização não buscou precisar exatamente quais instalações físicas, equipamentos e profissionais estavam necessariamente cadastrados além ou aquém dos dados constantes do CNES, mas tão somente evidenciar se os registros de fato espelham a realidade fática dos estabelecimentos de saúde para o bom cumprimento da finalidade a que se propõe o cadastro.

3.5.2 - Objetos nos quais o achado foi constatado: Processo (autos) – Cadastramento e credenciamento de estabelecimentos

de saúde;Sistema CNES Web.3.5.3 - Causas da ocorrência do achado: Ausência de procedimentos operacionais e controles internos

administrativos estabelecidos.3.5.4 - Efeitos/Consequências do achado:

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Comprometimento do controle administrativo sistemático dos cadastros, mediante o acompanhamento periódico da relação entre a programação, a produção e o faturamento (efeito potencial).

3.5.5 - Critérios: Lei 8.080/1990, art. 16, inciso XIV;Regimento Interno, Sesau/RR, art. 98;Portaria 511/2000, MS/SAS, art. 1º; art. 2º, § 1º; art. 2º, caput;Portaria 134/2011, MS/SAS, art. 1º.3.5.6 - Evidências: Ofício 826/14/CGRAC/SESAU em resposta ao Ofício de Requisição 3-

910/2014 (peça 8);CNES dos estabelecimentos de saúde da amostra – fichas reduzidas (peça

14);Quantitativos de profissionais (peça 16).3.5.7 - Esclarecimentos dos responsáveis: A Coordenadoria-Geral de Regulação, Avaliação, Auditoria e Controle do

SUS informa que está revisando suas ações administrativas, de forma conjunta com seus departamentos no intuito de agilizar as informações e atender às exigências dos órgãos controlados por meio da criação do arquivo individual de cada prestador com os documentos obrigatórios e pertinentes (peça 8, p.2).

3.5.8 - Conclusão da equipe: Frente ao esposado, sob a gestão da Secretaria de Estado de Saúde de

Roraima (Sesau/RR), constata-se a total dissonância dos dados dos estabelecimentos de saúde concernentes às instalações físicas, aos profissionais e aos equipamentos e/ou leitos cadastrados no SCNES.

É perceptível a atenção especial dispensada a esses itens no CNES, uma vez que no módulo conjunto o cadastro conta com uma área específica para as informações das instalações físicas, bem como prevê os módulos equipamentos, leitos e cadastro de profissionais, exclusivamente destinados a esses componentes, com fichas cadastrais específicas, inclusive.

Não é demais lembrar que, no uso do poder regulamentar conferido à União por intermédio do art. 16, inciso XIV, da Lei 8.080, de 1990, o Ministério da Saúde expediu a Portaria MS/SAS 511, de 29 de dezembro de 2000, a qual estabelece, em seu art. 2º, a responsabilidade dos gestores estaduais e municipais no cadastramento e na constante atualização do cadastro dos estabelecimentos de saúde, bem como cria o banco de dados nacional de estabelecimentos de saúde, além de disciplinar os procedimentos necessários.

O cadastro abrange a totalidade dos estabelecimentos de saúde existentes país, sejam eles prestadores de serviços de saúde ao SUS ou não, e compreende o conhecimento dos estabelecimentos de saúde nos aspectos de área física, recursos humanos, equipamentos, profissionais e serviços ambulatoriais e hospitalares.

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Notadamente quanto aos profissionais, a Portaria MS/SAS 134, de 4 de abril de 2011, além definir os critérios e o modus operandi, assim dispõe em seu art. 1º, ipsis litteris:

Art. 1º Constitui responsabilidade dos gestores municipais, estaduais e do Distrito Federal/DF, bem como dos gerentes de todos os estabelecimentos de saúde na correta inserção, manutenção e atualização sistemática dos cadastros no SCNES dos profissionais de saúde em exercício nos seus respectivos serviços de saúde, públicos e privados.

As constantes mutações existentes não podem servir de subsídio à desatualização cadastral dos estabelecimentos de saúde operantes do Sistema Único de Saúde, haja vista a necessidade de assegurar a fidedignidade das informações registradas, assim como de estabelecer critérios de operacionalização no âmbito da secretaria estado, mormente na Coordenadoria-Geral de Regulação, Controle, Auditoria e Controle do SUS (CGRAC), em obediência às atribuições previstas no art. 98, do Regimento Interno da Sesau/RR, vigente.

Diante desse quadro, por se tratar de infração a norma legal ou regulamentar, chega-se à conclusão de que os responsáveis devem ser chamados em audiência, com fundamento no art. 43, inciso II, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992 c/c o art. 250, inciso IV, do Regimento Interno – TCU, aprovado pela Resolução TCU 246, de 30 de novembro de 2011, para que, no prazo de quinze dias, contados a partir da ciência da comunicação, apresentem as razões de justificativas em razão dos fatos acima descritos.

Nessa mesma esteira, com fulcro no art. 43, inciso I, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992 c/c o art. 250, inciso II, do Regimento Interno – TCU, aprovado pela Resolução TCU 246, de 30 de novembro de 2011, cumpre determinar à Secretaria de Estado da Saúde de Roraima nos mesmos termos descritos no achado n. 6.

Por oportuno, neste instante processual, reputa-se mais adequado que se proceda, preliminarmente, à audiência dos responsáveis acerca da irregularidade em referência, para que somente após a sua análise se realize a determinação em foco, caso se permaneça cabível.

3.5.9 - Responsáveis: Nome: Rozineide Xavier Paixão - CPF: 383.056.152-00 - Cargo:

Coordenadora-Geral de Regulação, Avaliação, Controle e Auditoria do SUS (desde 31/3/2011).

Conduta: Não exercer o dever de vigilância, previsto no art. 94, inciso IV, do Regimento Interno da Sesau/RR, vigente, em relação à regularidade dos registros de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima, quanto às divergências quanto aos dados das instalações físicas, profissionais e equipamentos e/ou leitos cadastrados no CNES, contrariando os arts. 1º, 2º, caput, e 9º, § 2º, da Portaria MS/SAS 511, de 29 de dezembro de 2000; e o art. 1º da Portaria MS/SAS 134, de 4 de abril de 2011.

Nexo de causalidade: A omissão no dever de proceder à vigilância e ao controle dos registros no CNES propiciou a produção irregular de serviços de

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saúde com recursos do SUS por parte dos estabelecimentos de saúde, visto que foram cadastrados com registros que não tiveram a correta inserção de dados das instalações físicas, dos profissionais e dos equipamentos e/ou leitos; bem como, consequentemente, distorceu as informações inerentes à rede assistencial existente e sua potencialidade, imprescindíveis nos processos de planejamento, regulação, avaliação, controle e auditoria do SUS.

Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa-fé da responsável. É razoável afirmar que era exigível da responsável conduta diversa daquela que ela adotou, consideradas as circunstâncias que a cercavam, pois deveria a gestora ter exercido a vigilância sobre o subordinado, em vez de deixá-lo totalmente sem supervisão quanto aos procedimentos de registros no CNES de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima.

Nome: Gerson Castro - CPF: 232.322.262-72 - Cargo: Diretor do Departamento de Controle de Sistemas de Saúde (de 1/1/2011 até 30/6/2013).

Nome: Eron Feitosa Moura - CPF: 267.605.173-34 - Cargo: Diretor do Departamento de Controle de Sistemas de Saúde (de 1/7/2013 até 12/3/2014).

Conduta: Não exercer o dever de coordenação, controle e acompanhamento, previsto no art. 98, incisos XVI e XIII, do Regimento Interno da Sesau/RR, vigente, em relação à regularidade dos registros de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima, quanto às divergências quanto aos dados das instalações físicas, profissionais e equipamentos e/ou leitos cadastrados no CNES, contrariando os arts. 1º, 2º, caput, e 9º, § 2º, da Portaria MS/SAS 511, de 29 de dezembro de 2000; e o art. 1º da Portaria MS/SAS 134, de 4 de abril de 2011.

Nexo de causalidade: A omissão no dever de proceder à coordenação, ao controle e ao acompanhamento dos registros no CNES propiciou a produção irregular de serviços de saúde com recursos do SUS por parte dos estabelecimentos de saúde, visto que foram cadastrados com registros que não tiveram a correta inserção de dados das instalações físicas, dos profissionais e dos equipamentos e/ou leitos; bem como, consequentemente, distorceu as informações inerentes à rede assistencial existente e sua potencialidade, imprescindíveis nos processos de planejamento, regulação, avaliação, controle e auditoria do SUS, no âmbito da Sesau/RR.

Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa-fé do responsável. É razoável afirmar que era exigível do responsável conduta diversa daquela adotada, consideradas as circunstâncias que o cercavam, porquanto deveria o gestor ter exercido o controle e o acompanhamento do cadastro, em vez de deixá-lo sem coordenação quanto aos procedimentos de registros no CNES de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima.

Nome: Rosélia Nascimento Gomes - CPF: 624.053.902-30 - Cargo: Chefe da Central CNES (desde 11/8/2009).

Conduta: Não exercer o dever de gerir e manter atualizados os registros de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), no

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Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima, quanto às divergências quanto aos dados das instalações físicas, profissionais e equipamentos e/ou leitos cadastrados no CNES, contrariando os arts. 1º, 2º, caput, e 9º, § 2º, da Portaria MS/SAS 511, de 29 de dezembro de 2000; e o art. 1º da Portaria MS/SAS 134, de 4 de abril de 2011.

Nexo de causalidade: A omissão no dever de proceder ao cadastramento e à atualização sistemática dos registros no CNES propiciou a produção irregular de serviços de saúde com recursos do SUS por parte dos estabelecimentos de saúde, visto que foram cadastrados com registros que não tiveram a correta inserção de dados das instalações físicas, dos profissionais e dos equipamentos e/ou leitos; bem como, consequentemente, distorceu as informações inerentes à rede assistencial existente e sua potencialidade, imprescindíveis nos processos de planejamento, regulação, avaliação, controle e auditoria do SUS, no âmbito da Sesau/RR.

Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa-fé da responsável. É razoável afirmar que era exigível da responsável conduta diversa daquela adotada, consideradas as circunstâncias que o cercavam, porquanto deveria a gestora ter exercido o cadastramento e a atualização sistemática do cadastro, em vez de deixá-lo sem gestão quanto aos procedimentos de registros no CNES de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima.

3.5.10 - Proposta de encaminhamento: Com fundamento no art. 43, inciso II, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992

c/c o art. 250, inciso IV, do Regimento Interno – TCU, aprovado pela Resolução TCU 246, de 30 de novembro de 2011, realizar audiência dos responsáveis para que, no prazo de quinze dias, contados a partir da ciência da comunicação, apresentem as razões de justificativas em razão dos fatos acima descritos.

3.6 - Atualização indevida ou meramente pro forma dos dados cadastrais dos estabelecimentos de saúde no SCNES.

3.6.1 - Situação encontrada: Por meio de consulta à base de dados do Sistema CNES Web, exame documental e observação

direta, verifica-se que não há atualização sistemática dos cadastros dos estabelecimentos de saúde sob a gestão da Secretaria de Estado de Saúde de Roraima.

Os achados descritos alhures demonstram inequivocamente estabelecimentos de saúde em operação pelo SUS sem o respectivo registro, ausência do preenchimento obrigatório da FCES na hipótese de alterações, cadastros sem as informações quanto às regras contratuais e à avaliação sanitária, assim divergências nos dados concernentes às instalações físicas, aos equipamentos e aos profissionais.

À peça 14, têm-se as fichas cadastrais reduzidas, obtidas do Sistema CNES Web, as quais elucidam atualizações recentes nos cadastros verificados, ocorridas em meados de julho e agosto de 2014, no entanto os elementos contidos nos autos comprovam que os procedimentos nesse sentido são meramente pro forma.

Em resposta ao Ofício de Requisição n. 3-910/2014, de 8 de setembro de 2014 (peça 6), a CGRAC informa que não há arquivo físico contendo todas as informações sobre o cadastro, atualização, histórico e/ou credenciamento dos prestadores de serviços de saúde credenciados.

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3.6.2 - Objetos nos quais o achado foi constatado: Sistema CNES Web.3.6.3 - Causas da ocorrência do achado: Ausência de procedimentos operacionais e controles internos

administrativos estabelecidos.3.6.4 - Efeitos/Consequências do achado: Desconhecimento do histórico dos cadastros dos estabelecimentos de

saúde quanto à inclusão, alteração e exclusão (efeito potencial);Comprometimento do controle administrativo sistemático dos cadastros,

mediante o acompanhamento periódico da relação entre a programação, a produção e o faturamento (efeito potencial).

3.6.5 - Critérios: Regimento Interno, Sesau/RR, art. 98, incisos V e XIII;Portaria 3.462/2010, MS/GM, art. 1º; art. 2º, § 1º; art. 2º, caput; art. 5º;Portaria 311/2007, MS/SAS, art. 1º.3.6.6 - Evidências: Ofício 826/14/CGRAC/SESAU em resposta ao Ofício de Requisição 3-

910/2014 (peça 8).CNES dos estabelecimentos de saúde da amostra – fichas reduzidas (peça

14).3.6.7 - Esclarecimentos dos responsáveis: A Coordenadoria-Geral de Regulação, Avaliação, Auditoria e Controle do

SUS informa que está revisando suas ações administrativas, de forma conjunta com seus departamentos no intuito de agilizar as informações e atender às exigências dos órgãos controlados por meio da criação do arquivo individual de cada prestador com os documentos obrigatórios e pertinentes (peça 8, p. 2).

3.6.8 - Conclusão da equipe: Ante o exposto, na seara da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima

(Sesau/RR), constata-se a atualização indevida, ou meramente proforma, dos cadastros de estabelecimentos de saúde sob a sua gestão.

Conforme já amplamente ressaltado, o Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES) é instrumento essencial de gerenciamento e gestão utilizado para o direcionamento das ações de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).

Para isso, consoante a dicção do art. 5º da Portaria GM/MS 3.462, de 11 de novembro de 2010, o Ministério da Saúde determinou que a atualização de 100% dos estabelecimentos deve observar os preceitos da Portaria MS/SAS 2, de 3 de janeiro de 2008, a qual dispõe acerca dos procedimentos necessários ao movimento/exportação da base de dados cadastrais com informações dos estabelecimentos.

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São imperiosas a agilidade no fluxo de informações e a garantia da atualização sistemática dos bancos de dados nacionais do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde, no âmbito da Sesau/RR.

Nesse contexto, a Portaria MS/SAS 311, de 14 de maio de 2007, além definir o modus operandi, assim dispõe, in fine:

Art. 1º - Estabelecer que a atualização sistemática dos bancos de dados dos sistemas de informações SCNES, SIA e SIH, é responsabilidade dos municípios, estados e Distrito Federal, devendo ser encaminhados, mensalmente, ao Departamento de Informática do SUS-DATASUS/SE/MS, de acordo com a gestão dos estabelecimentos. (grifo nosso)

Da leitura conjunta dos achados, é perceptível o nível crítico dos dados cadastrais dos estabelecimentos de saúde sob a gestão da Sesau/RR, cuja responsabilidade prevista é da Coordenadoria-Geral de Regulação, Avaliação, Auditoria e Controle do SUS, cabendo ao Departamento de Controle de Sistemas de Saúde, além de coordenar o CNES, fornecer subsídios para revisão e atualização dos sistemas de informação em saúde, nos termos do art. 98, incisos V e XIII, do Regimento Interno da Sesau/RR vigente.

Não obstante, ressalta-se a necessidade premente de manter as informações cadastrais atualizadas das unidades prestadoras de serviço ao SUS, uma vez que consiste em um dos pontos fundamentais para a elaboração da programação, avaliação e controle da assistência hospitalar e ambulatorial, com a correspondência entre a capacidade operacional existente e a produção apresentada.

Ademais, ressalta-se que a Portaria GM/MS 3.462, de 11 de novembro de 2010, estabelece os critérios e define obrigatoriedade mensal e sistemática da alimentação dos bancos de dados nacionais dos sistemas de informações da atenção à saúde, dentre eles o SCNES, é o que dispõem os seus arts. 1º e 2º, respectivamente, cabendo a responsabilidade ao ente público, conforme a gestão dos estabelecimentos.

Diante disso, de excessivo rigor chamar em audiência os responsáveis nesta etapa processual, uma vez a determinação ulterior, se atendida, se mostrará como uma medida suficiente e eficaz para o saneamento da irregularidade em questão.

Destarte, com fulcro no art. 43, inciso I, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992 c/c o art. 250, inciso II, do Regimento Interno – TCU, aprovado pela Resolução TCU 246, de 30 de novembro de 2011, cumpre determinar à Secretaria de Estado da Saúde de Roraima que realize a atualização dos dados cadastrais de todos os estabelecimentos de saúde prestadores de serviços no âmbito Sistema Único de Saúde, sob sua gestão, procedendo à regularização da situação, e encaminhe a esta Corte de Contas, no prazo de 180 dias, os documentos comprobatórios das medidas adotadas nesse sentido.

Por oportuno, neste instante processual, reputa-se mais adequado que se proceda, preliminarmente, à audiência dos responsáveis acerca das demais irregularidades presentes, para que somente após a sua análise se realize a determinação em foco, caso se permaneça cabível.

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3.7 - Ausência de medidas tempestivas para a solução das pendências cadastrais do CNES comunicadas pelo Serviço de Auditoria do Denasus em Roraima.

3.7.1 - Situação encontrada: Foram selecionadas as principais irregularidades encontradas no CNES pelo Serviço de

Auditoria do Denasus em Roraima, vinculado ao Ministério da Saúde, abrangendo os trabalhos de fiscalização realizados no período de 2012 a 2014, cujos relatórios encontram-se disponíveis em http://sna.saude.gov.br/con_auditoria.cfm. A seguir encontram-se relacionadas ditas constatações:

1. Constatação n. 247054, constante do Relatório de Auditoria n. 13065, de fevereiro/2013, no Pronto Socorro Francisco Elesbão e Pronto Atendimento Airton Rocha - PAAR do Hospital Geral de Roraima - HGR (peça 16, p. 7-8), cuja descrição é: dez médicos que atuam na Urgência e Emergência não estão cadastrados no Sistema do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde - CNES.

Recomendação: adotar providência para o cumprimento do CNES - art. 1º da PT/MS nº. 134, de 04 de abril de 2011, segundo o qual constitui responsabilidade dos gestores municipais, estaduais e do Distrito Federal/DF, bem como dos gerentes de todos os estabelecimentos de saúde na correta inserção, manutenção e atualização sistemática dos cadastros no SCNES dos profissionais de saúde em exercício nos seus respectivos serviços de saúde, públicos e privados.

2. Constatação n. 274253, constante do Relatório de Auditoria n. 13488, de agosto/2013, no Hemoraima-RR (peça 16, p. 15-16), cuja descrição é: a relação nominal dos funcionários do Hemocentro enviada pela Sesau/RR difere do quantitativo de pessoal registrado no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde - CNES.

Recomendação: criar estratégias que assegurem atualização dos dados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde - CNES, em cumprimento à RDC Nº 63/2011, Capítulo I, Seção I, art.13: “O serviço de saúde deve estar inscrito e manter seus dados atualizados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES”.

3. Constatação n. 274223, constante do Relatório de Auditoria n. 13488, de agosto/2013, no Hemoraima-RR (peça 16, p. 16), cuja descrição é: o Hemoraima apresentou Alvará Sanitário fora do prazo validade.

Recomendação: envidar esforços em cumprimento à RDC Nº 63/2011, Capítulo I, Seção 3, art. 4, item IV - Licença Atualizada: documento emitido pelo órgão sanitário competente dos Estados, Distrito Federal ou dos Municípios, contendo permissão para o funcionamento dos estabelecimentos que exerçam atividades sob o regime de Vigilância Sanitária.

4. Constatação n. 291541, Relatório de Auditoria n. 13860, executada em novembro/2013, no Serviço de Atendimento Médico de Urgência - SAMU-192 (peça 16, p. 49), cuja descrição é: o Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde - CNES das Unidades de Suporte Avançado - USA da Central de Regulação SAMU 192, Regional do Estado de Roraima, está desatualizado.

Recomendação: adotar providências visando à habilitação, junto ao Ministério da Saúde, de todas as ambulâncias do SAMU, com obtenção de novo repasse de recursos para a operacionalização dos serviços, e, como via final uma melhor atenção aos usuários, em cumprimento ao § 4º, art. 1º da Portaria MS/SAS 311/2007.

5. Constatação n. 291814, Relatório de Auditoria n. 13860, executada em novembro/2013, no Serviço de Atendimento Médico de Urgência - SAMU-192 (peça 16, p. 49), cuja descrição é: a Central de Regulação das Urgências do Estado de Roraima apresenta divergência entre os dados registrados no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde - SCNES e a verificação in loco.

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Recomendação: Adotar as medidas pertinentes para que os dados enviados para a SCNES sejam atuais e realistas, em cumprimento ao art. 1°, § da Portaria n° 311/2007.

6. Constatação n. 235329, Fiscalização n. 298, executada em novembro/2012, no Programa Nacional de Controle da Hanseníase Hospital Coronel Mota (peça 16, p. 71), cuja descrição é: o Hospital Coronel Mota - HCM não conta com o serviço de Atenção Integral à Hanseníase, cadastrado no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde-SCNES.

Recomendação: Providenciar atualização do cadastro do Hospital Coronel Mota no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde- SCNES, como tendo serviço especializado de Atenção Integral à Hanseníase- código 158, de acordo com a PT/MS/SAS 594/2010.

Com a finalidade verificar o cumprimento da recomendação contida na Constatação n. 235329, realizou-se a Visita Técnica n.º 4816 (peça 16, p. 82), nos dias 25 e 26 de junho de 2014, concluindo-se que a Recomendação indicada no Relatório de Fiscalização: ´´Providenciar atualização do cadastro do Hospital Coronel Mota no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde - SCNES, como tendo serviço especializado de Atenção Integral à Hanseníase - código 158, de acordo com a PT/MS/SAS 594/2010``, foi atendida, mas no momento o Hospital Coronel Mota não atende aos requisitos para classificação do Serviço de Atenção Integral em Hanseníase tipo III.

O Hospital Coronel Mota é Referência Estadual para Ambulatório de Especialidades e está cadastrado no SCNES com o código 158 - 003, Classificação: SERVIÇO DE ATENÇÃO INTEGRAL EM HANSENÍASE TIPO III, o qual não atende aos requisitos da Portaria/MS/SAS nº 594, de 29 de outubro de 2010. Os fatos evidenciados durante a Visita Técnica revelam que as recomendações constantes no Relatório de Fiscalização nº 298/2012 não foram cumpridas.

Em prosseguimento aos trabalhos de fiscalização, com a finalidade de verificar a estruturação da CGRAC para o cumprimento de sua missão de gestor do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos em Saúde no Estado de Roraima, esta Equipe de Auditoria solicitou à Coordenadoria Geral de Regulação, Avaliação, Auditoria e Controle do SUS (CGRAC) que informasse as providências adotadas para solução das pendências apontadas, o que foi feito por meio da requisição (peça 7, p, 1-5).

Não obstante, constata-se a inércia administrativa do Departamento de Auditoria do SUS, vinculado àquela coordenação-geral da Sesau/RR, no sentido de monitorar as providências necessárias ao saneamento das pendências apontadas pelo componente federal.

3.7.2 - Objetos nos quais o achado foi constatado: Cadastro das unidades prestadoras no CNES;Relatórios do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus),

vinculado ao Ministério da Saúde.3.7.3 - Causas da ocorrência do achado: Desorganização administrativa do órgão para cumprimento de sua missão

prevista no art. 1º, incisos I a V de seu Regimento Interno; deficiência do Departamento de Auditoria do SUS, bem como do Departamento de Sistemas de Informação, ambos pertencentes ao organograma da SESAU/CGRAC, previstas respectivamente no art. 111, inciso IV, e artigo 103, incisos III e VI, do Regimento Interno da Sesau/RR.

3.7.4 - Efeitos/Consequências do achado: Perda de qualidade das informações disponibilizadas pelo CNES (efeito

potencial).28

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3.7.5 - Critérios: Decreto 8.065/2013, art. 37, incisos II, IV, VII, VIII e IX;Lei 8.689/1993, art. 6º, § 4º;Regimento Interno, Sesau/RR, art. 1º, incisos III e IV; art. 111, inciso IV; e

art. 103, incisos III e VI;Portaria 511/2000, MS/SAS, art. 2º;Portaria 134/2011, MS/SAS, art. 1º.3.7.6 - Evidências: Ofício 826/14/CGRAC/SESAU em resposta ao Ofício de Requisição 3-

910/2014 (peça 8);Relatórios de auditoria do Denasus em Roraima: 13065, 13488 e 13860; e

de fiscalização (peça 17).3.7.7 - Esclarecimentos dos responsáveis: A CGRAC então enviou resposta por meio do Ofício SESAU/CGRAC/OFÍCIO

859/2014 (peça 15), de 19/9/2014, onde apresenta os seguintes esclarecimentos:a) Constatação n. 247054, Auditoria n. 13065, executada em

fevereiro/2013: A respeito da ocorrência, a Sesau/RR informa que foi solicitado à época a atualização cadastral (peça 15, p. 4). Em resposta o Hemoraima comunicou a regularização (peça 15, p. 5). Portanto, a pendência foi sanada oportunamente com base em providência da Sesau/RR.

b) Constatação n. 274253, Auditoria n. 13488, executada em agosto/2013: A resposta apresentada informa que houve o atendimento da recomendação. Entretanto, a documentação comprobatória enviada é do mês de setembro/2014, o que demonstra que as atualizações foram processadas recentemente; portanto, não houve providência na época oportuna.

c) Constatação n. 274223, Auditoria n. 13488, executada em agosto/2013: A CGRAC esclarece que o cumprimento da exigência de alvará sanitário foi reiterado ao Diretor Geral do Hemoraima-RR, tendo sido informado que a liberação do documento pela Anvisa está dependendo da elaboração e apresentação de Projeto de Combate a Incêndio do Hemocentro pela Secretaria de Estado de Infraestrutura, conforme demonstra os memorandos trocados (peça 15, p. 16-17). O atendimento havia sido solicitado após constatação da pendência por meio de auditoria da própria Sesau/RR concluída em 3/4/2013 (peça 15, p. 30-38). A ocorrência demonstra falta de providências efetivas para a solução da ocorrência, haja vista a decorrência de mais de 18 meses desde a detecção da irregularidade; a situação encontra-se pendente.

d) Constatação n. 291541, Auditoria n. 13860, executada em novembro/2013: A CGRAC apresentou documentos comprobatórios da atualização. No entanto, as providências foram implementadas apenas recentemente, tendo em vista que as datas das atualizações constantes das consultas extraídas do CNES (peça 15, p. 18-29) são posteriores à requisição desta Equipe de Auditoria (peça 7, p. 1-5). Assim, resta a constatação de que não houve providência na época oportuna.

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e) Constatação n. 291814, Auditoria n. 13860, executada em novembro/2013: Foram apresentados documentos comprobatórios da atualização. No entanto, as providências foram implementadas apenas atualmente, tendo em vista que as datas das atualizações constantes das consultas extraídas do CNES (peça 15, p. 48-53) são posteriores à requisição desta Equipe de Auditoria (peça 7, p. 1-5). Assim, resta a constatação de que não houve providência na época oportuna.

f) Constatação n. 235329, Fiscalização n. 298, executada em novembro/2012: Em resposta a Sesau/RR informa que o cadastro foi alterado reclassificando-se o serviço para Serviço Integral em Hanseníase Tipo II, conforme documentos apresentados (peça 15, p. 54-58). Entretanto, a providencia foi adotada apenas recentemente, após a requisição da Equipe de Auditoria, conforme comprovam os documentos enviados.

3.7.8 - Conclusão da equipe:Nos termos do art. 16, inciso XIX, da Lei n. 8.080, de 19 de setembro de

1990, compete à Direção Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria (SNA) e coordenar a avaliação técnica e financeira do SUS em todo o Território Nacional em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal.

No âmbito do Ministério da Saúde, o SNA foi instituído pelo art. 6º da Lei n. 8.689, de 27 de julho de 1993, e conta com competência legal para promover a avaliação técnico-científica, contábil, financeira e patrimonial do SUS, que é realizada de forma descentralizada, através dos órgãos estaduais e municipais e de representação do Ministério da Saúde em cada Estado da Federação e no Distrito Federal.

O Departamento de Controle, Avaliação e Auditoria (DCAA), criado pelo § 4º do art. 6º da Lei n. 8.689, de 1993, é o órgão de atuação do SNA, no plano federal. De acordo com a estrutura regimental do Ministério da Saúde, ao Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus), integrante da Secretária de Gestão Estratégica e Participativa, compete, nos termos do art. 37 do Decreto n. 8.065, de 7 de agosto de 2013, verbis:

I - promover o fortalecimento do Sistema Nacional de Auditoria do SUS no território nacional;

II - auditar por amostragem a adequação, a qualidade e a efetividade das ações e serviços públicos de saúde, e a regularidade técnico-financeira da aplicação dos recursos do SUS, em todo o território nacional;

III - estabelecer diretrizes e propor normas e procedimentos para a sistematização e a padronização das ações de auditoria, inclusive informatizadas, no âmbito do SUS;

IV - promover a interação e a integração das ações e procedimentos de auditoria entre os componentes do Sistema Nacional de Auditoria do SUS;

V - apoiar iniciativas de interlocução entre os componentes do Sistema Nacional de Auditoria do SUS, os órgãos de controle interno e externo e os Conselhos de Saúde;

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VI - informar à Diretoria-Executiva do Fundo Nacional de Saúde sobre resultados de auditoria que indiquem a adoção de procedimentos visando a devolução de recursos ao Ministério da Saúde;

VII - informar os resultados e as recomendações das atividades de auditoria aos interessados, aos órgãos e às áreas técnicas do Ministério da Saúde correlatos ao objeto da apuração, para fins de adoção de providências cabíveis;

VIII - orientar, coordenar e supervisionar, técnica e administrativamente, a execução das atividades de auditoria realizadas pelas unidades integrantes do componente federal do Sistema Nacional de Auditoria do SUS; e

IX - promover a gestão da informação e a produção do conhecimento no campo da auditoria do SUS.

Assim, o Serviço de Auditoria do Denasus em Roraima, de posse do resultado dos trabalhos, fez recomendações ao ente federado responsável pela gestão do órgão/entidade auditado, no caso a Secretaria de Estado da Saúde, para que promovesse os ajustes necessários à atualização dos cadastros com as pendências apontadas, bem como para que criasse estratégias visando assegurar a manutenção da regularidade dos dados existentes no CNES.

A Portaria MS/SAS 511, de 29 de dezembro de 2000, em seu art. 2º, estabelece a responsabilidade dos gestores estaduais e municipais no cadastramento e na constante atualização do cadastro dos estabelecimentos de saúde, bem como cria o banco de dados nacional de estabelecimentos de saúde, além de disciplinar os procedimentos necessários.

Consoante o art. 1º da Portaria MS/SAS 134, de abril de 2011, cabe aos gestores municipais e estaduais a devida inserção, manutenção e atualização sistemática das informações relacionadas ao Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES), o qual é base para o banco de dados nacional e para um efetivo sistema de informações em saúde, disponível para a sociedade.

No âmbito da Sesau/RR, cabe ao Departamento de Controle e Sistemas de Saúde, vinculado à Coordenadoria-Geral de Regulação, Avaliação, Auditoria e Controle do SUS (CGRAC), coordenar o cadastramento de estabelecimentos sob sua gestão, bem como habilitá-los, além de assegurar a fidedignidade das informações registradas, bem como de estabelecer critérios de operacionalização destas informações no SCNES, nos termos do art. 98, do Regimento Interno da Sesau/RR, vigente.

Por outro lado, de acordo com o art. 103, inciso III, do Regimento Interno da Sesau/RR (peça 23, p. 61) compete ao Departamento de Auditoria do SUS, pertencente à estrutura da CGRAC, propor medidas preventivas e corretivas, bem como interagir com outras áreas da administração visando o pleno exercício das atribuições da Secretária de Estado da Saúde. Nos termos do inciso VI do mesmo artigo, cabe ainda ao setor promover, em sua área de atuação, cooperação técnica com órgãos e entidades federais, estaduais e municipais, com vistas à integração das ações conjuntas com órgãos que compõem o Sistema Nacional de Auditoria (SNA) e com órgãos integrantes dos sistemas de controle interno e externo.

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Contudo, não foi o que ocorreu. O Departamento de Auditoria do SUS no âmbito estadual foi omisso ao não monitorar as providências necessárias ao saneamento das pendências apontadas pelo componente federal.

A implementação apenas agora das medidas necessárias para o saneamento das falhas apontadas pelo Denasus relacionadas à atualização do CNES a cargo da CGRAC, conforme se verifica, comprova que a Sesau/RR não está organizada atualmente para o cumprimento dessa incumbência.

Dessa forma, a Secretaria de Estado da Saúde deixa de cumprir também a principal recomendação com relação ao CNES a ela dirigida pelo Serviço de Auditoria do Denasus em Roraima, ou seja criar estratégias que assegurem atualização dos dados do CNES, em cumprimento à RDC n. 63/2011, Capitulo I, Seção I, art. 13, que exige: O serviço de saúde deve estar inscrito e manter seus dados atualizados no CNES.

Diante disso, de excessivo rigor chamar em audiência os responsáveis nesta etapa processual, uma vez a determinação ulterior, se atendida, se mostrará como uma medida suficiente e eficaz para o saneamento da irregularidade em questão.

Destarte, com fulcro no art. 43, inciso I, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992 c/c o art. 250, inciso II, do Regimento Interno – TCU, aprovado pela Resolução TCU 246, de 30 de novembro de 2011, cumpre determinar à Secretaria de Estado da Saúde de Roraima para que, no prazo de 180 dias, envide esforços no sentido de dotar o Departamentos de Sistemas e o Departamento de Auditoria, ambos pertencentes à estrutura da CGRAC, de condições administrativas e estratégicas de forma que possam atender tempestivamente, bem como realizar o monitoramento das orientações referentes ao CNES oriundas do Departamento de Auditoria do Denasus do Ministério da Saúde, em cumprimento a sua parcela de atribuições previstas nos arts. 15 e 17 da Lei 8080, de 19/9/1990.

Por oportuno, neste instante processual, reputa-se mais adequado que se proceda, preliminarmente, à audiência dos responsáveis acerca das demais irregularidades presentes, para que somente após a sua análise se realize a determinação em foco, caso se permaneça cabível.

3.8 - Inoperância do Departamento de Auditoria do SUS, pertencente à estrutura da SESAU/CGRAC.

3.8.1 - Situação encontrada:Seguindo as diretrizes do Sistema Nacional de Auditoria Sus (SNA) previstas no art. 5º, inciso

II, do Decreto 1.651, de 28 de setembro de 1995, o Regimento Interno da Secretaria de Estado da Saúde estabelece em seu art. 103, que o Departamento de Auditoria, pertencente à estrutura da CGRAC, é o setor responsável pela execução dos trabalhos de fiscalização no plano estadual.

Constatou-se, entretanto, que o departamento não tem realizado trabalhos de auditoria e fiscalização com o objetivo de cumprir as suas atribuições, especialmente atividades que contemplem verificações cadastrais do CNES. Não há sequer planejamento nesse sentido. Portanto, inexistindo trabalhos, não há informações a serem compartilhadas entre os Departamento de Auditoria e o Departamento de Sistema de Informação, responsável pelo CNES, o que comprova a falta de atuação estratégica entre os departamentos envolvidos, denotando ausência de fiscalização com o objetivo

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de verificar as informações dos cadastros de prestadores e profissionais de saúde existentes base de dados do CNES.

3.8.2 - Objetos nos quais o achado foi constatado: Relatórios do Departamento de Auditoria, vinculado à CGRAC (Sesau/RR).3.8.3 - Causas da ocorrência do achado: Desorganização administrativa da Sesau/RR para cumprimento da missão

prevista no art. 1º, incisos I ao V, de seu Regimento Interno vigente; bem como deficiência do Departamento de Auditoria do SUS, pertencente ao organograma da SESAU/CGRAC, para o cumprimento de suas competências, conforme previsto respectivamente no art. 103 do Regimento Interno da Sesau/RR, e Decreto 1651, de 28 de setembro de 1995.

3.8.4 - Efeitos/Consequências do achado: Ausência de trabalhos de fiscalização e auditoria voltados para verificação

dos registros constantes do CNES (efeito real) – Ausência de trabalhos de fiscalização e auditoria, especialmente aqueles direcionados às verificações cadastrais das entidades prestadoras de serviços de saúde, estabelecimentos públicos ou privados sob gestão estadual, deixando de agregar qualidade às informações registradas no CNES, bem como reforçando a sensação de controle junto aos prestadores.

3.8.5 - Critérios:Decreto 1.651/1995, art. 5º, inciso II;Decreto 8.065/2013, art. 37, incisos II, IV, VII e VIII;Regimento Interno, Sesau/RR, art. 1º, incisos III e IV; e art. 103, incisos I a

VI.3.8.6 - Evidências: Ofício 826/14/CGRAC/SESAU em resposta ao Ofício de Requisição 3-

910/2014 (peça 8).3.8.7 - Esclarecimentos dos responsáveis: De acordo com a informação constante do Oficio 826/14/CGRAC/SESAU

(peça 8, p. 2), da Coordenadoria-Geral de Regulação, Avaliação, Auditoria e Controle – CGRAC, a falta de trabalhos ocorre em razão de fato fortuito. Entretanto, não houve explicação sobre qual seria este fato fortuito.

No mesmo expediente foi comunicado à Equipe de Auditoria deste Tribunal a deliberação conjunta entre a CGRAC e os departamentos envolvidos no sentido de elaborar rotina trimestral para a realização de visita in loco aos estabelecimentos privados credenciados e públicos sob gestão estadual.

3.8.8 - Conclusão da equipe: As informações obtidas são de que o Departamento de Auditoria do SUS

atualmente conta em seu quadro com apenas um servidor, o seu diretor, o que se entende ser insuficiente para o cumprimento de suas atribuições. Todavia, já chegou a ter três servidores lotados, além da chefia, o que demonstra o encolhimento de seu quadro ao longo do tempo.

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Esta situação de inoperância tem como agravante a informação de que o atual Diretor do Departamento de Auditoria do SUS e único servidor do quadro, Senhor Luiz Antonio Ribas Costa, encontra-se de licença para tratamento de própria saúde. A respeito, vale ressaltar que a Equipe de Auditoria deste Tribunal tentou comunicar-se com o responsável por diversas vezes, o que não foi possível, face a informação de afastamento. Portanto, o setor responsável pelas auditorias do SUS, no âmbito da Sesau/RR, encontra-se completamente inoperante por falta de pessoal e condições de trabalho.

De acordo com o art. 2º, item 15.3, do Regimento Interno da Sesau/RR, a estrutura administrativa vigente do Departamento de Auditoria do SUS conta com 2 gerências, além da chefia do departamento, a saber: Gerência Especial de Auditoria em Serviços de Saúde, e Gerência Especial de Auditoria Contábil e Financeira. Esta constatação comprova a necessidade de no mínimo 3 servidores, principalmente considerando-se o rol de atribuições previstas no art. 103 do referido Regimento, descritas a seguir:

Art. 103. Ao Departamento de Auditoria do Sistema Único de Saúde compete:

I - planejar, dirigir, coordenar, supervisionar e organizar as ações de Auditoria;

II - seguir diretrizes, normas e procedimentos técnicos para a sistematização e padronização das ações de auditoria no âmbito de competência da Secretaria de Estado de Saúde;

III - propor medidas preventivas e corretivas, bem como interagir com outras áreas da administração visando o pleno exercício das atribuições da Secretaria de Estado de Saúde;

IV - elaborar relatórios gerenciais e emitir parecer conclusivo para a instrução de processos e tomadas de decisões do Secretário de Estado de Saúde;

V - elaborar o Plano Anual de Atividades de Auditoria, compatibilizando-o com as diretrizes do Plano Estratégico de Política de Saúde e submetê-lo à apreciação do Conselho Estadual de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde;

VI - promover, em sua área de atuação, cooperação técnica com órgãos e entidades federais, estaduais e municipais, com vistas à integração das ações Conjuntas, com os órgãos que compõem o Sistema Nacional de Auditoria - SNA com órgãos integrantes dos sistemas de controle interno e externo.

Importante ressaltar também que a atual estrutura organizacional da Sesau/RR foi instituída por meio do Decreto Estadual 10.352-E, de 11 de agosto de 2009, produzindo seus efeitos a partir de 14 de julho de 2009. Portanto, entende-se que os mais de cinco anos de sua existência seriam suficientes para que a lotação estivesse consolidada e seus ocupantes devidamente treinados e desenvolvendo trabalhos com o fito de contribuir com as diretrizes do SNA.

Diante disso, de excessivo rigor chamar em audiência os responsáveis nesta etapa processual, uma vez a determinação ulterior, se atendida, se mostrará como uma medida suficiente e eficaz para o saneamento da irregularidade em questão.

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Destarte, com fulcro no art. 43, inciso I, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992 c/c o art. 250, inciso II, do Regimento Interno – TCU, aprovado pela Resolução TCU 246, de 30 de novembro de 2011, cumpre determinar à Secretaria de Estado da Saúde de Roraima para que, no prazo de 180 dias, envide esforços no sentido de dotar o Departamentos de Auditoria do SUS (Denasus), pertencente à estrutura da CGRAC, de recursos humanos e materiais necessários para realização de trabalhos de auditoria, especialmente aqueles relacionados à fiscalização dos cadastros das entidades prestadoras de serviços de saúde sob gestão estadual, estabelecimentos públicos ou privados, em cumprimento a sua parcela de atribuições previstas no art. 103, inciso IV, de seu Regimento Interno da Sesau/RR, bem como as diretrizes estabelecidas para o Sistema Nacional de Auditoria do SUS (SNA) por meio do Decreto 1651, de 28 de setembro de 1995.

Por oportuno, neste instante processual, reputa-se mais adequado que se proceda, preliminarmente, à audiência dos responsáveis acerca das demais irregularidades presentes, para que somente após a sua análise se realize a determinação em foco, caso se permaneça cabível.

3.9 - Ausência de uso sistematizado das críticas e inconsistências encontradas na produção para subsidiar trabalhos de auditoria e fiscalização.

3.9.1 - Situação encontrada: O Departamento de Controle da CGRAC é responsável pela conferência da produção

apresentada pelas entidades prestadoras de serviços de saúde. As verificações são realizadas com base nos relatórios de críticas mensais gerados pelo SIA/SUS - Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde, produção ambulatorial, e pelo SIH/SUS - Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde, produção hospitalar.

Observou-se, entretanto, que as informações geradas não são tratadas ou catalogadas para fins de controle e fiscalização. Não há histórico das ocorrências por prestador, de forma que os dados produzidos possam subsidiar o planejamento de trabalhos de fiscalização futuros. Vale ressaltar que os relatórios de inconsistências de produção são uma grande fonte de dados para essa finalidade. À peça 18, constam as principais críticas geradas pelo SIA/SUS, no exercício de 2014.

Outra verificação da produção apresentada consiste em ligar para alguns beneficiários selecionados aleatoriamente por prestador e perguntar se efetivamente houve a realização dos serviços ou procedimentos cobrados. Caso o usuário informe que não houve a prestação, o Departamento de Controle excluí o procedimento e seu valor é glosado da produção apresentada. Inexistem outras medidas afora esta providência, tais como eventuais visitas in loco às residências para conferir dados dos usuários. Também não se tem um histórico por prestador das inconsistências encontradas.

As críticas geradas pelos sistemas de processamento da produção, bem como as inconsistências detectadas por meio das verificações realizadas, tampouco são comunicadas ao Departamento de Auditoria para que se possa promover a gestão da informação e a produção do conhecimento no campo da auditoria do SUS, conforme prevê o art. 37, inciso IX, do Decreto 8.065, de 7 de agosto de 2013.

3.9.2 - Objetos nos quais o achado foi constatado: Relatórios gerados pelos Sistemas SIA e SIH decorrentes de inconsistências

encontradas no processamento da produção das entidades prestadoras.3.9.3 - Causas da ocorrência do achado:

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Desorganização administrativa do órgão para cumprimento de sua missão prevista no art. 1º, incisos I a V de seu Regimento Interno; bem como deficiência do Departamento de Controle de Sistemas de Saúde e Departamento de Auditoria do SUS, ambos pertencentes ao organograma da SESAU/CGRAC, conforme previsto respectivamente no arts. 98, 102 e 103, todos do Regimento Interno da Sesau/RR.

3.9.4 - Efeitos/Consequências do achado: Não manutenção de banco de dados com informações estratégicas para

subsidiar trabalhos de fiscalização e auditoria (efeito potencial) – Ausência de estratégias de trabalho para realização de auditoria e fiscalização tendo por base as inconsistências mais comuns, o que poderia representar ganho de qualidade nas verificações “in loco” dos cadastros dos prestadores.

Processamento irregular da produção mensal para o pagamento (efeito potencial).

3.9.5 - Critérios: Decreto 8.065/2013, art. 37, inciso IX;Regimento Interno, Sesau/RR, art. 1º, incisos III e IV; e art. 103, incisos I e

VI.3.9.6 - Evidências: Ofício 826/14/CGRAC/SESAU em resposta ao Ofício de Requisição 3-

910/2014 (peça 8).3.9.7 - Esclarecimentos dos responsáveis: As informações obtidas são de que as críticas ou inconsistências geradas

pelo sistema são solucionadas pontualmente para efeito de liberação do processamento da produção mensal para o pagamento. Os relatórios das inconsistências geradas são apenas armazenados nos computadores do Departamento de Cadastro.

Também não há programação de visita técnica com a finalidade de monitorar e avaliar a atuação dos estabelecimentos existentes no Estado em razão de fato fortuito. Não houve menção sobre qual seria este fato fortuito, mas pode-se entender como sendo a falta de recursos material e humano para o trabalho. A informação consta do Oficio 826/14/CGRAC/SESAU (peça 8, p. 2).

3.9.8 - Conclusão da equipe: Nos termos do art. 16, inciso XIX, da Lei n. 8.080, de 19 de setembro de

1990, compete à Direção Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria (SNA) e coordenar a avaliação técnica e financeira do SUS em todo o Território Nacional em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal.

No âmbito do Ministério da Saúde, o SNA foi instituído pelo art. 6º da Lei n. 8.689, de 27 de julho de 1993, e conta com competência legal para promover a avaliação técnico-científica, contábil, financeira e patrimonial do SUS, que é realizada de forma descentralizada, através dos órgãos estaduais e municipais e de representação do Ministério da Saúde em cada Estado da Federação e no Distrito Federal.

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O Departamento de Controle, Avaliação e Auditoria (DCAA), criado pelo § 4º do art. 6º da Lei n. 8.689, de 1993, é o órgão de atuação do SNA, no plano federal. De acordo com a estrutura regimental do Ministério da Saúde, ao Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus), integrante da Secretária de Gestão Estratégica e Participativa, compete, nos termos do art. 37 do Decreto n. 8.065, de 7 de agosto de 2013, verbis:

Art. 37. Ao Departamento Nacional de Auditoria do SUS compete:[omissis]IX - promover a gestão da informação e a produção do conhecimento no

campo da auditoria do SUS.

No âmbito da Sesau/RR, cabe ao Departamento de Controle e Sistemas de Saúde, vinculado à Coordenadoria-Geral de Regulação, Avaliação, Auditoria e Controle do SUS, desenvolver mecanismos de controle da regularidade dos pagamentos efetuados aos prestadores de serviços de saúde, nos termos do art. 98, inciso IX, do Regimento Interno da Sesau/RR, vigente. Ao Núcleo de Controle da Produção, integrante deste departamento, cabe a manutenção de arquivo atualizado de cada prestador juntamente com as sínteses emitidas pelo Departamento de Sistemas, devendo ainda fazer comunicação das irregularidades encontradas, conforme estabelece o art. 102, incisos III e VII, do Regimento Interno da Sesau/RR.

Por outro lado, de acordo com o art. 103, inciso III, do Regimento Interno da Sesau/RR (peça 23) compete ao Departamento de Auditoria do SUS, pertencente à estrutura da CGRAC, propor medidas preventivas e corretivas, bem como interagir com outras áreas da administração visando o pleno exercício das atribuições da Secretária de Estado da Saúde. Nos termos do inciso VI do mesmo artigo, cabe ainda ao setor promover, em sua área de atuação, cooperação técnica com órgãos e entidades federais, estaduais e municipais, com vistas à integração das ações conjuntas com órgãos que compõem o Sistema Nacional de Auditoria (SNA) e com órgãos integrantes dos sistemas de controle interno e externo.

Nesse sentido, constatou-se a inexistência de comunicação entre o Departamento de Controle, que faz as verificações da produção apresentada mensalmente, e o Departamento de Auditoria do SUS, responsável por realizar auditorias no SUS, na esfera da Secretaria de Estado da Saúde.

Diante desse quadro, chega-se à conclusão de que os responsáveis devem ser chamados em audiência, devido à infração a norma legal ou regulamentar, com fundamento no art. 43, inciso II, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992 c/c o art. 250, inciso IV, do Regimento Interno – TCU, aprovado pela Resolução TCU 246, de 30 de novembro de 2011, para que, no prazo de quinze dias, contados a partir da ciência da comunicação, apresentem as razões de justificativas em razão dos fatos acima descritos.

Por derradeiro, com fulcro no art. 43, inciso I, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992 c/c o art. 250, inciso II, do Regimento Interno – TCU, aprovado pela Resolução TCU 246, de 30 de novembro de 2011, cumpre determinar à Secretaria de Estado da Saúde de Roraima para que, no prazo de 180 dias, envide esforços no sentido de dotar o Departamentos de Controle de Sistemas de Saúde e o Departamento de Auditoria, ambos pertencentes à estrutura da CGRAC, de

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condições administrativas e estratégicas de forma que possam comunicar-se, com vistas à promoção da gestão da informação e a produção do conhecimento no campo da auditoria do SUS, nos termos do art. 37, inciso IX, do Decreto 8.065, de 7 de agosto de 2013, em cumprimento a sua parcela de atribuições previstas art. 1º, inciso IV, de seu Regimento Interno.

Por oportuno, neste instante processual, reputa-se mais adequado que se proceda, preliminarmente, à audiência dos responsáveis acerca da irregularidade em referência, para que somente após a sua análise se realize a determinação em foco, caso se permaneça cabível.

3.9.9 - Responsáveis: Nome: Luiz Antonio Ribas Costa - CPF: 116.334.411-72 - Cargo: Diretor do Departamento

de Auditoria do SUS (desde 11/8/2009).

Conduta: Deixar de estruturar banco de dados (ou instrumento semelhante) com informações - derivadas das críticas e inconsistências encontradas na produção – para ser utilizado de modo sistematizado com o fito de subsidiar o planejamento de trabalhos de auditoria e fiscalização. Essa omissão se concretizou ao deixar de interagir com outras áreas da Sesau/RR, especialmente o Departamento de Controle de Sistemas de Saúde e o Departamento de Sistemas de Informação com vistas ao exercício das competências previstas no Regimento Interno da Secretaria de Estado da Saúde, especialmente aquelas relacionadas ao planejamento, direção, coordenação, supervisão e organização de ações de auditoria (art. 103, inciso I), à proposição de medidas preventivas e corretivas, e de inteiração com outras áreas da administração visando o pleno exercício das atribuições da Sesau/RR (art. 103, inciso III), bem como àquelas competências relacionadas à auditagem nos serviços de saúde (arts. 104, incisos I a VI), e de promoção da gestão da informação e da produção do conhecimento no campo da auditoria do SUS, conforme previsto no art. 37, inciso IX, do Decreto n. 8065, de 2013.

Nexo de causalidade: A conduta omissiva impossibilitou a interação entre os departamentos envolvidos de forma a permitir a sistematização das inconsistências detectadas pelos demais departamentos envolvidos nos cadastros dos prestadores e nos relatórios de críticas geradas pelos Sistemas SIH e SAI, decorrentes do processamento da produção apresentada, com vistas à estruturação de banco de dados com informações, de forma a subsidiar trabalhos de auditoria do SUS.

Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa-fé do responsável. É razoável afirmar que era exigível conduta diversa, consideradas as circunstâncias, pois deveria o responsável estruturar banco de dados com informações necessárias para a realização de auditorias e fiscalizações com vistas a assegurar a qualidade das informações existentes no CNES referentes aos prestadores de serviços do Sistema Único de Saúde, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima, de forma a assegurar que a produção apresentada tenha correspondência com a capacidade operacional das entidades vinculadas ao SUS, garantindo assim a regularidade do pagamento pelos serviços prestados (qualidade das atestações).

Nome: Gerson Castro - CPF: 232.322.262-72 - Cargo: Diretor do Departamento de Controle de Sistemas de Saúde do SUS (de 1/8/2009 a 30/6/2013).

Nome: Eron Freitosa Moura - CPF: 267.605.173-34 - Cargo: Diretor do Departamento de Controle de Sistemas de Saúde do SUS (de 1/7/2013 a 12/3/2014).

Conduta: Deixar de estruturar banco de dados (ou instrumento semelhante) com informações - derivadas das críticas e inconsistências encontradas na produção – para ser utilizado de modo sistematizado com o fito de subsidiar o planejamento de trabalhos de auditoria e fiscalização. Essa

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omissão se concretizou ao deixar de interagir com o Departamento de Auditoria e o Departamento de Sistemas de Informação com vistas ao exercício das competências previstas no Regimento Interno da Secretaria de Estado da Saúde, especialmente aquelas relacionadas ao desenvolvimento de mecanismos de controle da regularidade dos pagamentos efetuados aos prestadores de serviços de saúde (art. 98, inciso VII), à autorização dos procedimentos especializados de média e alta complexidade (art. 98, inciso XI), ao controle dos procedimentos oferecidos aos usuários do SUS (art. 98, inciso XII), à coordenação do cadastramento dos estabelecimentos de saúde (CNES) e de usuários do SUS (Cadsus), visando o melhor exercício das atribuições da Sesau/RR (art. 103, inciso III), bem como àquelas competências relacionadas à auditagem dos serviços de saúde (arts. 104, incisos I a VI), e de promoção da gestão da informação e da produção do conhecimento no campo da auditoria do SUS, conforme previsto no art. 37, inciso IX, do Decreto n. 8065, de 2013.

Nexo de causalidade: A conduta omissiva impossibilitou a interação entre os departamentos envolvidos de forma a permitir a sistematização das inconsistências verificadas nos cadastros dos prestadores e nos relatórios de críticas geradas pelos Sistemas SIH e SIA decorrentes do processamento da produção apresentada, com vistas a estruturação de banco de dados contendo o histórico das ocorrências por prestador, de forma a subsidiar os necessários trabalhos de fiscalização dos cadastros do CNES, bem como de auditoria do SUS, cumprindo assim a competência do SNA prevista no art. 37, inciso IX, do Decreto n. 8065, de 2013.

Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa-fé do responsável. É razoável afirmar que era exigível conduta diversa, consideradas as circunstâncias, pois deveria o responsável estruturar banco de dados com informações necessárias para a realização de auditorias e fiscalizações com vistas a assegurar a qualidade das informações existentes no CNES referentes aos prestadores de serviços do Sistema Único de Saúde sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima, de forma garantir que a produção apresentada e paga guarde correspondência com a capacidade operacional das entidades vinculadas ao SUS (qualidade das atestações).

3.9.10 - Proposta de encaminhamento:Com fundamento no art. 43, inciso II, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992

c/c o art. 250, inciso IV, do Regimento Interno – TCU, aprovado pela Resolução TCU 246, de 30 de novembro de 2011, realizar audiência dos responsáveis para que, no prazo de quinze dias, contados a partir da ciência da comunicação, apresentem as razões de justificativas em razão dos fatos acima descritos.

3.10 - Não utilização das consultas geradas pelo SCNES como fonte de informação para identificação e correção das irregularidades referentes a excessos de vínculos e de carga horária dos profissionais cadastrados.

3.10.1 - Situação encontrada: De acordo com o Regimento Interno da Sesau/RR, art. 98, cabe ao Departamento de Sistemas

de Informação, integrante da estrutura da CGRAC, através de seu Núcleo do Cadsus, previsto no art. 111, administrar e operar o cadastro das entidades prestadoras de serviços de saúde (CNES), públicas ou privadas sob gestão estadual. Nos termos do art. 111, incisos I a VIII, do Regimento, compete ao Núcleo do Cadsus gerenciar a base de dados municipal e estadual, bem como controlar os cadastros, atuando na correção de eventuais erros, e coibindo a duplicidade cadastral de cada usuário do SUS.

Visando facilitar este trabalho, o Sistema de Cadastro das Entidades Prestadoras de Serviços em Saúde (SCNES), por meio de seu portal existente na Internet, link http://cnes.datasus.gov.br/, disponibiliza consultas com o objetivo de filtrar as principais inconsistências cadastrais encontradas na base de dados. As consultas disponibilizadas são aquelas relacionadas no item "Visão Geral do Objeto" deste Relatório.

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Embora o objetivo deste procedimento fosse apenas o de “verificar a existência de rotina com o objetivo de identificar profissionais de saúde com excesso de vínculos no CNES, bem como as providências tomadas em relação às constatações”, o número de consultas foi ampliado com o fito de certificar a utilização destes recursos por parte do Departamento de Controle da Sesau/RR. Com essa finalidade a Equipe de Auditoria extraiu então do sistema referido as consultas de inconsistências relacionadas a seguir:

1. Profissionais de equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF), com mais de dois vínculos, cujo resultado apresentou cinco nomes (peça 20, p. 2-5);

2. Profissionais com carga horária semanal superior a 168 horas (peça 20, p. 1), com apenas o nome da Farmacêutica Flávia Aparecida de Souza Fernandes, com registro de 180hs semanais trabalhadas nos cinco vínculos que possui, sendo dois estaduais, dois municipais e um privado; e

3. Estabelecimentos com CNES vencidos e Estabelecimentos com CNES rejeitados, relacionando cadastros de diversas entidades prestadoras atuantes (peça 21).

A seguir são apresentados os nomes dos profissionais da consulta referente ao excesso de vínculos (peça 20), com o agravante de que todos se encontram cadastrados em estabelecimentos prestadores de serviços de saúde de mais de um município, alguns até de estados diferentes e distantes, como é o caso de Rosimary Queiroz da Silva:

1. Fábio Albuquerque de Almeida, com cinco vínculos, sendo três estaduais, um municipal e um privado;

2. Oneron de Abreu Pithan, com seis vínculos, sendo três estaduais e três municipais;

3. Rosimary Queiros da Silva, com quatro vínculos, sendo um federal, um estadual, um municipal e um privado;

4. Vitor Manuel Sanches Castillo, com quatro vínculos, sendo dois estaduais, um municipal e um privado; e

5. Sonia Maria Barros Barbosa, com três vínculos, sendo dois estaduais e um municipal.

De posse destas informações, a Equipe de Auditoria procurou confirmar eventuais providências a respeito. Assim, em reunião com  servidores dos Departamentos  de Controle e Departamento de Sistemas, foi possível constatar, que, com exceção do médico Fábio Albuquerque de Almeida, arrolado com mais de 3 vínculos, não havia providência em andamento para solução das demais pendências, haja vista que os outros 3 profissionais integrantes da relação também encontram-se ativos nos cadastros das entidades prestadoras, sendo que um deles, o Doutor Victor Manuel Sanches Castillo, apresentou inclusive produção no mês de 7/2014, conforme comprova o relatório de críticas emitidas pelo SIH/SUS (peça 19, p. 2).

Por outro lado, o excesso de vínculos do médico Fábio Albuquerque de Almeida fora identificado por meio de críticas emitidas pelo Sistema de Internações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), e não com base em consulta extraída do Sistema CNES, conforme é possível constatar no memorando do Departamento de Sistemas (peça 22), de 23/6/2014, encaminhado à CGRAC para conhecimento e adoção das medidas cabíveis com relação à situação cadastral do interessado.

As ocorrências comprovam que não se faz uso sistematizado das consultas disponibilizadas pelo CNES para depuração das inconsistências cadastrais das entidades prestadoras e respectivos profissionais.

3.10.2 - Objetos nos quais o achado foi constatado: Sistema Consultas disponibilizadas pelo SCNES;

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Processos Administrativos de Regularizações de pendências.3.10.3 - Causas da ocorrência do achado: Desorganização administrativa da Sesau/RR e da sua Coordenadoria-Geral

de Regulação, Controle e Auditoria do SUS (CGRAC), por meio de seu Departamento de Controle de Sistemas de Saúde, para o cumprimento das competências previstas no art. 4º, §§ 1º e 3º, do Decreto 1651, de 28 de setembro de 1995, c/c os arts. 1º, 2º e 5º, inciso I, letra “e”, da Portaria 134, de 2011, da Secretaria de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde, bem como no Regimento Interno da Sesau/RR, arts. 1º, incisos III e IV.

3.10.4 - Efeitos/Consequências do achado: Baixa qualidade das informações existentes na base do CNES a respeito de

profissionais e serviços de saúde ofertados (efeito potencial) – A ocorrência dificulta a programação, controle e avaliação da assistência hospitalar e ambulatorial, no tocante aos estabelecimentos públicos ou privados sob gestão estadual, bem como deixa de garantir a correspondência entre a capacidade operacional das entidades vinculadas ao SUS e o pagamento pelos serviços prestados.

3.10.5 - Critérios: Constituição Federal, art. 37, inciso XVI, alínea “c”;Decreto 1.651/1995, art. 4º, §§ 1º e 3º;Regimento Interno, Sesau/RR, art. 1º, incisos III e IV, e art. 98;Portaria 134/2011, MS/SAS, art. 1º; art. 2º; art. 5º, incisos I e II.3.10.6 - Evidências: Providências solução de pendências excesso de vínculos no CNES,

SESAU/CGRAC/DESIS/MEMO 52/2014 (peça 22);Estabelecimentos com CNES expirados e ou rejeitados (peça 21);Profissionais com excessos de carga horária e de vínculos com

estabelecimentos de saúde (peça 20);Produção hospitalar apresentada por profissionais de saúde com excesso

de vínculos, referência julho/2014 (peça 19).3.10.7 - Esclarecimentos dos responsáveis: Excetuando as medidas em andamento para a solução das pendências

relacionadas ao médico Fábio Albuquerque de Almeida, conforme demonstra o memorando apresentado a esta Equipe de Auditoria (peça 22), não foram oferecidas justificativas para a ausência de providências em relação às demais pendências.

3.10.8 - Conclusão da equipe: O art. 2º da Portaria MS/SAS 134, de 4 de abril de 2011, emitida pela

Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, proíbe o cadastramento no CNES de profissionais de saúde em mais de 2 cargos ou empregos públicos, conforme relação apresentada (peça 20, p. 2-5). A regra visa atender o disposto no art. 37, inciso XVI, alínea “c”, da Constituição Federal de 1988. No tocante aos

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profissionais é vedado o seu cadastramento em mais de 1 equipe de Estratégia de Saúde da Família (ESF), de acordo com a orientação contida no art. 5º, inciso I, da portaria citada.

Quanto a profissional de farmácia com carga horária de 180hs semanais (peça 20, p. 1), é importante ressaltar que a vedação também se enquadra no referido dispositivo constitucional, haja vista a impraticabilidade do exercício nos cinco vínculos mantidos, sendo quatro púbicos e um privado, caracterizando assim a inacumulabilidade dos cargos.

No tocante aos 75 cadastros vencidos existentes na base de dados do CNES (peça 21, p. 1-2), entende-se que necessitam de atualização para saírem da situação de pendência, ou serem desativados se não houver intenção e condição para o prosseguimento da prestação do serviço.

Nos termos do art. 1º da Portaria MS/SAS 134, de 2011, da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, constitui responsabilidade dos gestores municipais, estaduais e do Distrito Federal/DF, bem como dos gerentes de todos os estabelecimentos de saúde a correta inserção, manutenção e atualização sistemática dos cadastros no SCNES dos profissionais de saúde em exercício nos seus respectivos serviços de saúde, públicos e privados.

No plano federal, o Departamento de Controle, Avaliação e Auditoria do SUS (DCAA) é o órgão de atuação do SNA, nos termos do §1º do art. 4º do Decreto 1.651, de 28 de setembro de 1995, tendo competência para verificar as ações, métodos e instrumentos implementados pelo órgão estadual de controle, avaliação e auditoria, nos termos do art. 5º, inciso I, alínea “e”, do decreto mencionado.

A forma de atuação no nível federal é o indicativo de como o sistema deve funcionar nos planos estadual e municipal, obedecidas as suas respectivas leis constitutivas, conforme prevê o § 3º do art. 4º do Decreto 1.651, de 1995. No Estado de Roraima, a CGRAC é o componente estadual do DCAA, tendo igualmente incumbência de atuar nos cadastros da gestão municipal do SUS, mas de forma compartilhada.

No âmbito da Sesau/RR, cabe ao Departamento de Controle e Sistemas de Saúde, vinculado à Coordenadoria-Geral de Regulação, Avaliação, Auditoria e Controle do SUS (CGRAC), coordenar o cadastramento de estabelecimentos sob sua gestão, bem como habilitá-los, além de assegurar a fidedignidade das informações registradas, bem como de estabelecer critérios de operacionalização destas informações no SCNES, nos termos do art. 98, do Regimento Interno da Sesau/RR, vigente.

Diante desse quadro, chega-se à conclusão de que, devido à situação verificada demonstrar a ocorrência de infração a normal legal ou regulamentar, os responsáveis devem ser chamados em audiência, com fundamento no art. 43, inciso II, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992 c/c o art. 250, inciso IV, do Regimento Interno – TCU, aprovado pela Resolução TCU 246, de 30 de novembro de 2011, para que, no prazo de quinze dias, contados a partir da ciência da comunicação, apresentem as razões de justificativas em razão dos fatos acima descritos.

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Por derradeiro, com fulcro no art. 43, inciso I, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992 c/c o art. 250, inciso II, do Regimento Interno – TCU, aprovado pela Resolução TCU 246, de 30 de novembro de 2011, cumpre dirigir determinação à Coordenadoria-Geral de Regulação, Avaliação, Auditoria e Controle do SUS (CGRAC), pertencente à estrutura da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima, para que, no prazo de 180 dias, promova a regularização das inconsistências cadastrais de prestadores e de profissionais de saúde sob sua gestão, com base nas consultas disponibilizada pelo SCNES em sua página na Internet, link http://cnes.datasus.gov.br.

Por oportuno, neste instante processual, reputa-se mais adequado que se proceda, preliminarmente, à audiência dos responsáveis acerca da irregularidade em referência, para que somente após a sua análise se realize a determinação em foco, caso se permaneça cabível.

3.10.9 - Responsáveis:Nome: Rozineide Xavier Paixão - CPF: 383.056.152-00 - Cargo: Coordenadora-Geral de

Regulação, Avaliação, Controle e Auditoria do SUS (desde 31/3/2011).

Conduta: Não exercer o dever de vigilância em relação à regularidade dos cadastros dos profissionais de saúde atuantes no Sistema Único de Saúde (SUS), existentes no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), sob a responsabilidade da Secretaria de Saúde do Estado de Roraima, quanto ao excesso de vínculos e de carga horária, em descumprimento aos arts. 1º, 2º, caput, e 5º, incisos I e II, da Portaria MS/SAS 134, de 4 de abril de 2011, assim como ao art. 94, inciso IV, do Regimento Interno Sesau/RR, vigente.

Nexo de causalidade: A omissão no dever de proceder à vigilância e ao controle dos registros dos profissionais de saúde no CNES acarretou falta de controle, e erros nas informações existentes na base de dados, deixando de garantir o controle e a correspondência entre a capacidade operacional dos prestadores e profissionais de serviços de saúde cadastrados e a produção apresentada e cobrada da Secretaria de Estado da Saúde, refletindo na baixa qualidade das atestações dos serviços pagos com recursos do SUS, bem como distorcendo as informações inerentes à rede assistencial existente e sua potencialidade, imprescindíveis nos processos de planejamento, regulação, avaliação, controle e auditoria do SUS, no âmbito da Sesau/RR.

Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa-fé da responsável. É razoável afirmar que era exigível da responsável conduta diversa daquela que ela adotou, consideradas as circunstâncias que a cercavam, pois deveria a gestora ter exercido vigilância sobre o subordinado, em vez de deixá-lo sem supervisão quanto ao monitoramento dos registros de profissionais e prestadores, existentes na base de dados do CNES, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima.

Nome: Paulo Alves de Araújo - CPF: 511.515.292-49 - Cargo: Diretor do Departamento desde 1/8/2009).

Conduta: Não adoção de rotina com vistas a extração das consultas padrão disponibilizadas no site do SCNES, http://cnes.datasus.gov.br/, voltadas para identificação de inconsistências cadastrais, especialmente aquelas referentes aos excessos de vínculos empregatícios e carga horária dos profissionais de saúde registrados no referido sistema, em descumprimento aos arts. 1º, 2º, caput, e 5º, incisos I e II, da Portaria MS/SAS 134, de 4 de abril de 2011, assim como aos arts. 109 e 111, e respectivos incisos, do Regimento Interno Sesau/RR, vigente.

Nexo de causalidade: A conduta omissiva impossibilitou a identificação dos profissionais com excessos de vínculo empregatício e/ou de carga horária de trabalho, com vistas à adoção de

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providências para correção das situações irregulares, deixando com isso de garantir o controle dos registros e a correspondência entre a capacidade operacional dos prestadores e profissionais de serviços de saúde cadastrados e a produção apresentada e cobrada da Secretaria de Estado da Saúde, refletindo na baixa qualidade das atestações dos serviços pagos com recursos do SUS, bem como distorcendo as informações inerentes à rede assistencial existente e sua potencialidade, imprescindíveis nos processos de planejamento, regulação, avaliação, controle e auditoria do SUS, no âmbito da Sesau/RR.

Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa-fé do responsável. É razoável afirmar que era exigível do responsável conduta diversa daquela que adotou, consideradas as circunstâncias que o cercavam, pois deveria ter implementado rotina com vistas a fazer uso das consultas disponibilizadas pelo sistema CNES na Internet para a identificação e depuração das discrepâncias cadastrais ocorrentes, contribuindo para a melhoria das informações referentes aos profissionais de saúde da base de dados, garantindo assim o controle e a correspondência entre a capacidade operacional dos prestadores e profissionais de serviços de saúde cadastrados e a produção apresentada e cobrada da Secretaria de Estado da Saúde, agregando qualidade às atestações dos serviços pagos com recursos do SUS, bem como às informações inerentes à rede assistencial existente e sua potencialidade, imprescindíveis nos processos de planejamento, regulação, avaliação, controle e auditoria do SUS, no âmbito da Sesau/RR.

3.10.10 - Proposta de encaminhamento:Com fundamento no art. 43, inciso II, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992

c/c o art. 250, inciso IV, do Regimento Interno – TCU, aprovado pela Resolução TCU 246, de 30 de novembro de 2011, realizar audiência dos responsáveis para que, no prazo de quinze dias, contados a partir da ciência da comunicação, apresentem as razões de justificativas em razão dos fatos acima descritos.

4 - CONCLUSÃOA despeito de seu papel protagonista para o cumprimento das ações

voltadas aos serviços de saúde desempenhados pelo Estado de Roraima, o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), sob a gestão da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima (Sesau/RR), apresenta irregularidades graves que comprometem a finalidade a que se presta, qual seja subsidiar os gestores na implantação/implementação das políticas de saúde, de suma importância às áreas de planejamento, regulação, avaliação, controle, auditoria e de ensino/pesquisa.

Os achados vinculados às questões de auditoria foram os seguintes:

1. Estabelecimentos de saúde operando pelo SUS sem o respectivo registro no CNES; (3.1)

2. Registros com o preenchimento irregular das fichas cadastrais de estabelecimento de saúde; (3.2)

3. Registros sem as informações do instrumento de contratualização com o SUS; (3.3)

4. Registros sem as informações ou com o preenchimento irregular dos dados da vigilância sanitária; (3.4)

5. Divergências quanto aos dados das instalações físicas, profissionais e equipamentos e/ou leitos cadastrados no CNES; (3.5)

6. Atualização indevida ou meramente pro forma dos dados cadastrais dos estabelecimentos de saúde no SCNES; (3.6)

7. Ausência de medidas tempestivas para a solução das pendências cadastrais do

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CNES comunicadas pelo Serviço de Auditoria do Denasus em Roraima; (3.7)8. Inoperância do Departamento de Auditoria do SUS, pertencente à estrutura da

SESAU/CGRAC; (3.8)9. Ausência de uso sistematizado das críticas e inconsistências encontradas na

produção para subsidiar trabalhos de auditoria e fiscalização; (3.9)10. Não utilização das consultas geradas pelo SCNES como fonte de

informação para identificação e correção das irregularidades referentes a excessos de vínculos e de carga horária dos profissionais cadastrados. (3.10)

O cenário epigrafado mostra que a Sesau/RR não tem realizado a contento os procedimentos operacionais de inclusão, alteração e/ou exclusão dos registros dos estabelecimentos de saúde no CNES, sob sua gestão, fato que aponta para uma má gestão do processo de gerenciamento do cadastro, caracterizada pela inércia administrativa no sentido de manter e atualizar a base de dados em deslinde.

Não se pode olvidar da importância da regularidade de todos os dados cadastrais dos estabelecimentos de saúde, operantes ou não do Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que servem de subsídio à elaboração da programação, avaliação e controle da assistência hospitalar e ambulatorial, com a correspondência entre a capacidade operacional existente e a produção apresentada pelos prestadores de serviços, além de outros aspectos relacionados.

Destarte, tendo em vista a ocorrência de infração a normal legal ou regulamentar, bem como a multiplicidade falhas constatadas, chega-se à conclusão de que os responsáveis devem ser chamados em audiência, consoante análise perpetrada nos achados n. 3.1-3.2, 3.5 e 3.9-3.10, com fundamento no art. 43, inciso II, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992 c/c o art. 250, inciso IV, do Regimento Interno – TCU, aprovado pela Resolução TCU 246, de 30 de novembro de 2011, para que, no prazo de quinze dias, contados a partir da ciência da comunicação, apresentem as razões de justificativas em razão das irregularidades constatadas.

Ademais, com fulcro no art. 43, inciso I, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992 c/c o art. 250, inciso II, do Regimento Interno – TCU, aprovado pela Resolução TCU 246, de 30 de novembro de 2011, cumpre determinar à Secretaria de Estado da Saúde de Roraima para que, no prazo de 180 dias, proceda à regularização de todos os registros dos estabelecimentos de saúde no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), sob a sua gestão, e encaminhe os documentos comprobatórios que dão suporte às medidas adotadas, bem como envide esforços quanto ao tratamento dispensado às inconsistências detectadas pelo sistema.

Com efeito, neste instante processual, reputa-se mais adequado que se proceda, preliminarmente, à audiência dos responsáveis acerca das irregularidades pertinentes, para que somente após a sua análise se realize a determinação em foco, caso se permaneça cabível.

Ademais, no momento oportuno, considerando a pertinência do tema com a sua atuação, razoável se faz encaminhar cópia dos autos à Secretaria de Atenção à Saúde e ao Serviço de Auditoria do Denasus em Roraima, ambos vinculados ao Ministério da Saúde, para que possam adotar providências que entenderem pertinentes no âmbito de suas competências.

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Entre os benefícios estimados desta fiscalização podem-se mencionar a melhoria na forma de atuação do órgão auditado ocasionada por determinações ulteriores e a sanção prevista no art. 57, inciso II, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992, além da expectativa de controle, nos termos do anexo da Portaria - Segecex 10, de 30 de março de 2012.

5 - PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTOAnte todo o exposto, tendo em vista as ocorrências de infração a normal legal ou

regulamentar, submetem-se os autos à consideração superior, propondo ao Tribunal:

5.1 - com fundamento no art. 43, inciso II, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992 c/c o art. 250, inciso IV, do Regimento Interno – TCU, aprovado pela Resolução TCU 246, de 30 de novembro de 2011, realizar audiência dos responsáveis a seguir indicados, para que, no prazo de quinze dias, contados a partir da ciência da comunicação, apresentem as razões de justificativas em razão das irregularidades adiante descritas:

5.1.1 - Nome: Rozineide Xavier Paixão - CPF: 383.056.152-00 - Cargo: Coordenadora-Geral de Regulação, Avaliação, Controle e Auditoria do SUS - Período de gestão: desde 31/3/2011.

...

Irregularidade 1: Estabelecimentos de saúde operando pelo SUS sem o respectivo registro no CNES.

Dispositivos violados: Regimento Interno, Sesau/RR, art. 98; Portaria 511/2000, MS/SAS, art. 2º, § 1º; art. 2º, caput; Portaria 134/2011, MS/SAS, art. 1º.

Conduta: Não exercer o dever de vigilância, previsto no art. 94, inciso IV, do Regimento Interno da Sesau/RR, vigente, em relação à regularidade dos registros de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima, quanto aos estabelecimentos de saúde operando pelo SUS sem o respectivo registro no CNES, contrariando os arts. 1º, 2º, caput, e 9º, § 2º, da Portaria MS/SAS 511, de 29 de dezembro de 2000; e o art. 1º da Portaria MS/SAS 134, de 4 de abril de 2011;

Nexo de causalidade: A omissão no dever de proceder à vigilância e ao controle dos registros no CNES propiciou a produção irregular de serviços de saúde com recursos do SUS por parte dos estabelecimentos de saúde, bem como, consequentemente, distorceu as informações inerentes à rede assistencial existente e sua potencialidade, imprescindíveis nos processos de planejamento, regulação, avaliação, controle e auditoria do SUS.

Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa-fé do responsável. É razoável afirmar que era exigível da responsável conduta diversa daquela que ela adotou, consideradas as circunstâncias que a cercavam, pois deveria a gestora ter exercido a vigilância sobre o subordinado, em vez de deixá-lo totalmente sem supervisão quanto aos procedimentos de registros no CNES de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima.

Irregularidade 2: Registros com o preenchimento irregular das fichas cadastrais de estabelecimento de saúde.

Dispositivos violados: Regimento Interno, Sesau/RR; art. 98, incisos XIII e XVI; Portaria 511/2000, MS/SAS, art. 1º; art. 2º, § 1º; art. 2º, caput; art. 9º, § 1º; Portaria 134/2011, MS/SAS, art. 1º, caput.

Conduta: Não exercer o dever de vigilância, previsto no art. 94, inciso IV, do Regimento Interno da Sesau/RR, vigente, em relação à regularidade dos registros de prestadores de serviços, no

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âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima, quanto às fichas cadastrais de estabelecimento de saúde (FCES’s) de todos os prestadores ativos, sob a sua gestão, no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) irregulares, em descumprimento aos arts. 1º, 2º, caput, e 9º, § 2º, da Portaria MS/SAS 511, de 29 de dezembro de 2000; e ao art. 1º, caput, da Portaria MS/SAS 134, de 4 de abril de 2011.

Nexo de causalidade: A omissão no dever de proceder à vigilância e ao controle dos registros no CNES propiciou a produção irregular de serviços de saúde com recursos do SUS por parte dos estabelecimentos de saúde, visto que tiveram preenchimento irregular de suas fichas cadastrais; bem como, consequentemente, distorceu as informações inerentes à rede assistencial existente e sua potencialidade, imprescindíveis nos processos de planejamento, regulação, avaliação, controle e auditoria do SUS.

Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa-fé da responsável. É razoável afirmar que era exigível da responsável conduta diversa daquela que ela adotou, consideradas as circunstâncias que a cercavam, pois deveria a gestora ter exercido a vigilância sobre o subordinado, em vez de deixá-lo totalmente sem supervisão quanto aos procedimentos de registros no CNES de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima.

Irregularidade 3: Divergências quanto aos dados das instalações físicas, profissionais e equipamentos e/ou leitos cadastrados no CNES.

Dispositivos violados: Lei 8.080/1990, art. 16, inciso XIV; Regimento Interno, Sesau/RR, art. 98; Portaria 511/2000, MS/SAS, art. 1º; art. 2º, § 1º; art. 2º, caput; Portaria 134/2011, MS/SAS, art. 1º.

Conduta: Não exercer o dever de vigilância, previsto no art. 94, inciso IV, do Regimento Interno da Sesau/RR, vigente, em relação à regularidade dos registros de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima, quanto às divergências quanto aos dados das instalações físicas, profissionais e equipamentos e/ou leitos cadastrados no CNES, contrariando os arts. 1º, 2º, caput, e 9º, § 2º, da Portaria MS/SAS 511, de 29 de dezembro de 2000; e o art. 1º da Portaria MS/SAS 134, de 4 de abril de 2011.

Nexo de causalidade: A omissão no dever de proceder à vigilância e ao controle dos registros no CNES propiciou a produção irregular de serviços de saúde com recursos do SUS por parte dos estabelecimentos de saúde, visto que foram cadastrados com registros que não tiveram a correta inserção de dados das instalações físicas, dos profissionais e dos equipamentos e/ou leitos; bem como, consequentemente, distorceu as informações inerentes à rede assistencial existente e sua potencialidade, imprescindíveis nos processos de planejamento, regulação, avaliação, controle e auditoria do SUS.

Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa-fé da responsável. É razoável afirmar que era exigível da responsável conduta diversa daquela que ela adotou, consideradas as circunstâncias que a cercavam, pois deveria a gestora ter exercido a vigilância sobre o subordinado, em vez de deixá-lo totalmente sem supervisão quanto aos procedimentos de registros no CNES de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima.

Irregularidade 4: Não utilização das consultas geradas pelo SCNES como fonte de informação para identificação e correção das irregularidades referentes a excessos de vínculos e de carga horária dos profissionais cadastrados.

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Dispositivos violados: Constituição Federal, art. 37, inciso XVI, alínea “c”; Decreto 1.651/1995, art. 4º, §§ 1º e 3º; Regimento Interno, Sesau/RR, art. 1º, incisos III e IV, e art. 98; Portaria 134/2011, MS/SAS, art. 1º; art. 2º; art. 5º, incisos I e II.

Conduta: Não exercer o dever de vigilância em relação à regularidade dos cadastros dos profissionais de saúde atuantes no Sistema Único de Saúde (SUS), existentes no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), sob a responsabilidade da Secretaria de Saúde do Estado de Roraima, quanto ao excesso de vínculos e de carga horária, em descumprimento aos arts. 1º, 2º, caput, e 5º, incisos I e II, da Portaria MS/SAS 134, de 4 de abril de 2011, assim como ao art. 94, inciso IV, do Regimento Interno Sesau/RR, vigente.

Nexo de causalidade: A omissão no dever de proceder à vigilância e ao controle dos registros dos profissionais de saúde no CNES acarretou falta de controle, e erros nas informações existentes na base de dados, deixando de garantir o controle e a correspondência entre a capacidade operacional dos prestadores e profissionais de serviços de saúde cadastrados e a produção apresentada e cobrada da Secretaria de Estado da Saúde, refletindo na baixa qualidade das atestações dos serviços pagos com recursos do SUS, bem como distorcendo as informações inerentes à rede assistencial existente e sua potencialidade, imprescindíveis nos processos de planejamento, regulação, avaliação, controle e auditoria do SUS, no âmbito da Sesau/RR.

Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa-fé da responsável. É razoável afirmar que era exigível da responsável conduta diversa daquela que ela adotou, consideradas as circunstâncias que a cercavam, pois deveria a gestora ter exercido vigilância sobre o subordinado, em vez de deixá-lo sem supervisão quanto ao monitoramento dos registros de profissionais e prestadores, existentes na base de dados do CNES, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima.

5.1.2 - Nome: Gerson Castro - CPF: 232.322.262-72 - Cargo: Diretor do Departamento de Controle de Sistemas de Saúde - Período de gestão: de 1/1/2011 até 30/6/2013.

...

Irregularidade 1: Estabelecimentos de saúde operando pelo SUS sem o respectivo registro no CNES.

Dispositivos violados: Regimento Interno, Sesau/RR, art. 98; Portaria 511/2000, MS/SAS, art. 2º, § 1º; art. 2º, caput; Portaria 134/2011, MS/SAS, art. 1º.

Conduta: Não exercer o dever de coordenação, controle e acompanhamento, previsto no art. 98, incisos XVI e XIII, do Regimento Interno da Sesau/RR, vigente, em relação à regularidade dos registros de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima, quanto aos estabelecimentos de saúde operando pelo SUS sem o respectivo registro no CNES, contrariando os arts. 1º, 2º, caput, e 9º, § 2º, da Portaria MS/SAS 511, de 29 de dezembro de 2000; e o art. 1º da Portaria MS/SAS 134, de 4 de abril de 2011

Nexo de causalidade: A omissão no dever de proceder à coordenação, ao controle e ao acompanhamento dos registros no CNES propiciou a produção irregular de serviços de saúde com recursos do SUS por parte dos estabelecimentos de saúde, visto que esses não possuíam o respectivo registro no CNES bem como, consequentemente, distorceu as informações inerentes à rede assistencial existente e sua potencialidade, imprescindíveis nos processos de planejamento, regulação, avaliação, controle e auditoria do SUS, no âmbito da Sesau/RR.

Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa-fé do responsável. É razoável afirmar que era exigível da responsável conduta diversa daquela adotada, consideradas as circunstâncias que

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a cercavam, porquanto deveria o gestor ter exercido o controle e o acompanhamento do cadastro, em vez de deixá-lo sem coordenação quanto aos procedimentos de registros no CNES de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima.

Irregularidade 2: Registros com o preenchimento irregular das fichas cadastrais de estabelecimento de saúde.

Dispositivos violados: Regimento Interno, Sesau/RR; art. 98, incisos XIII e XVI; Portaria 511/2000, MS/SAS, art. 1º; art. 2º, § 1º; art. 2º, caput; art. 9º, § 1º; Portaria 134/2011, MS/SAS, art. 1º, caput.

Conduta: Não exercer o dever de coordenação, controle e acompanhamento, previsto no art. 98, incisos XVI e XIII, do Regimento Interno da Sesau/RR, vigente, em relação à regularidade dos registros de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima, quanto às fichas cadastrais de estabelecimento de saúde de todos os prestadores ativos preenchidas indevidamente, sob a sua gestão, no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), em descumprimento aos arts. 1º, 2º, caput, e 9º, § 2º, da Portaria MS/SAS 511, de 29 de dezembro de 2000; e ao art. 1º, caput, da Portaria MS/SAS 134, de 4 de abril de 2011.

Nexo de causalidade: A omissão no dever de proceder à coordenação, ao controle e ao acompanhamento dos registros no CNES propiciou a produção irregular de serviços de saúde com recursos do SUS por parte dos estabelecimentos de saúde, visto que tiveram preenchimento irregular de suas fichas cadastrais; bem como, consequentemente, distorceu as informações inerentes à rede assistencial existente e sua potencialidade, imprescindíveis nos processos de planejamento, regulação, avaliação, controle e auditoria do SUS, no âmbito da Sesau/RR.

Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa-fé do responsável. É razoável afirmar que era exigível do responsável conduta diversa daquela adotada, consideradas as circunstâncias que o cercavam, porquanto deveria o gestor ter exercido o controle e o acompanhamento do cadastro, em vez de deixá-lo sem coordenação quanto aos procedimentos de registros no CNES de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima.

Irregularidade 3: Divergências quanto aos dados das instalações físicas, profissionais e equipamentos e/ou leitos cadastrados no CNES.

Dispositivos violados: Lei 8.080/1990, art. 16, inciso XIV; Regimento Interno, Sesau/RR, art. 98; Portaria 511/2000, MS/SAS, art. 1º; art. 2º, § 1º; art. 2º, caput; Portaria 134/2011, MS/SAS, art. 1º.

Conduta: Não exercer o dever de coordenação, controle e acompanhamento, previsto no art. 98, incisos XVI e XIII, do Regimento Interno da Sesau/RR, vigente, em relação à regularidade dos registros de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima, quanto às divergências quanto aos dados das instalações físicas, profissionais e equipamentos e/ou leitos cadastrados no CNES, contrariando os arts. 1º, 2º, caput, e 9º, § 2º, da Portaria MS/SAS 511, de 29 de dezembro de 2000; e o art. 1º da Portaria MS/SAS 134, de 4 de abril de 2011.

Nexo de causalidade: A omissão no dever de proceder à coordenação, ao controle e ao acompanhamento dos registros no CNES propiciou a produção irregular de serviços de saúde com recursos do SUS por parte dos estabelecimentos de saúde, visto que foram cadastrados com registros que não tiveram a correta inserção de dados das instalações físicas, dos profissionais e dos

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equipamentos e/ou leitos; bem como, consequentemente, distorceu as informações inerentes à rede assistencial existente e sua potencialidade, imprescindíveis nos processos de planejamento, regulação, avaliação, controle e auditoria do SUS, no âmbito da Sesau/RR.

Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa-fé do responsável. É razoável afirmar que era exigível do responsável conduta diversa daquela adotada, consideradas as circunstâncias que o cercavam, porquanto deveria o gestor ter exercido o controle e o acompanhamento do cadastro, em vez de deixá-lo sem coordenação quanto aos procedimentos de registros no CNES de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima.

Irregularidade 4: Ausência de uso sistematizado das críticas e inconsistências encontradas na produção para subsidiar trabalhos de auditoria e fiscalização.

Dispositivos violados: Decreto 8.065/2013, art. 37, inciso IX; Regimento Interno, Sesau/RR, art. 1º, incisos III e IV; e art. 103, incisos I e VI.

Conduta: Deixar de estruturar banco de dados (ou instrumento semelhante) com informações - derivadas das críticas e inconsistências encontradas na produção – para ser utilizado de modo sistematizado com o fito de subsidiar o planejamento de trabalhos de auditoria e fiscalização. Essa omissão se concretizou ao deixar de interagir com o Departamento de Auditoria e o Departamento de Sistemas de Informação com vistas ao exercício das competências previstas no Regimento Interno da Secretaria de Estado da Saúde, especialmente aquelas relacionadas ao desenvolvimento de mecanismos de controle da regularidade dos pagamentos efetuados aos prestadores de serviços de saúde (art. 98, inciso VII), à autorização dos procedimentos especializados de média e alta complexidade (art. 98, inciso XI), ao controle dos procedimentos oferecidos aos usuários do SUS (art. 98, inciso XII), à coordenação do cadastramento dos estabelecimentos de saúde (CNES) e de usuários do SUS (Cadsus), visando o melhor exercício das atribuições da Sesau/RR (art. 103, inciso III), bem como àquelas competências relacionadas à auditagem dos serviços de saúde (arts. 104, incisos I a VI), e de promoção da gestão da informação e da produção do conhecimento no campo da auditoria do SUS, conforme previsto no art. 37, inciso IX, do Decreto n. 8065, de 2013.

Nexo de causalidade: A conduta omissiva impossibilitou a interação entre os departamentos envolvidos de forma a permitir a sistematização das inconsistências verificadas nos cadastros dos prestadores e nos relatórios de críticas geradas pelos Sistemas SIH e SIA decorrentes do processamento da produção apresentada, com vistas a estruturação de banco de dados contendo o histórico das ocorrências por prestador, de forma a subsidiar os necessários trabalhos de fiscalização dos cadastros do CNES, bem como de auditoria do SUS, cumprindo assim a competência do SNA prevista no art. 37, inciso IX, do Decreto n. 8065, de 2013.

Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa-fé do responsável. É razoável afirmar que era exigível conduta diversa, consideradas as circunstâncias, pois deveria o responsável estruturar banco de dados com informações necessárias para a realização de auditorias e fiscalizações com vistas a assegurar a qualidade das informações existentes no CNES referentes aos prestadores de serviços do Sistema Único de Saúde sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima, de forma garantir que a produção apresentada e paga guarde correspondência com a capacidade operacional das entidades vinculadas ao SUS (qualidade das atestações).

5.1.3 - Nome: Eron Feitosa Moura - CPF: 267.605.173-34 - Cargo: Diretor do Departamento de Controle de Sistemas de Saúde - Período de gestão: de 1º/7/2013 a 12/3/2014.

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Irregularidade 1: Estabelecimentos de saúde operando pelo SUS sem o respectivo registro no CNES.

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Dispositivos violados: Regimento Interno, Sesau/RR, art. 98; Portaria 511/2000, MS/SAS, art. 2º, § 1º; art. 2º, caput; Portaria 134/2011, MS/SAS, art. 1º.

Conduta: Não exercer o dever de coordenação, controle e acompanhamento, previsto no art. 98, incisos XVI e XIII, do Regimento Interno da Sesau/RR, vigente, em relação à regularidade dos registros de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima, quanto aos estabelecimentos de saúde operando pelo SUS sem o respectivo registro no CNES, contrariando os arts. 1º, 2º, caput, e 9º, § 2º, da Portaria MS/SAS 511, de 29 de dezembro de 2000; e o art. 1º da Portaria MS/SAS 134, de 4 de abril de 2011

Nexo de causalidade: A omissão no dever de proceder à coordenação, ao controle e ao acompanhamento dos registros no CNES propiciou a produção irregular de serviços de saúde com recursos do SUS por parte dos estabelecimentos de saúde, visto que esses não possuíam o respectivo registro no CNES bem como, consequentemente, distorceu as informações inerentes à rede assistencial existente e sua potencialidade, imprescindíveis nos processos de planejamento, regulação, avaliação, controle e auditoria do SUS, no âmbito da Sesau/RR.

Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa-fé do responsável. É razoável afirmar que era exigível da responsável conduta diversa daquela adotada, consideradas as circunstâncias que a cercavam, porquanto deveria o gestor ter exercido o controle e o acompanhamento do cadastro, em vez de deixá-lo sem coordenação quanto aos procedimentos de registros no CNES de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima.

Irregularidade 2: Registros com o preenchimento irregular das fichas cadastrais de estabelecimento de saúde.

Dispositivos violados: Regimento Interno, Sesau/RR; art. 98, incisos XIII e XVI; Portaria 511/2000, MS/SAS, art. 1º; art. 2º, § 1º; art. 2º, caput; art. 9º, § 1º; Portaria 134/2011, MS/SAS, art. 1º, caput.

Conduta: Não exercer o dever de coordenação, controle e acompanhamento, previsto no art. 98, incisos XVI e XIII, do Regimento Interno da Sesau/RR, vigente, em relação à regularidade dos registros de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima, quanto às fichas cadastrais de estabelecimento de saúde de todos os prestadores ativos preenchidas indevidamente, sob a sua gestão, no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), em descumprimento aos arts. 1º, 2º, caput, e 9º, § 2º, da Portaria MS/SAS 511, de 29 de dezembro de 2000; e ao art. 1º, caput, da Portaria MS/SAS 134, de 4 de abril de 2011.

Nexo de causalidade: A omissão no dever de proceder à coordenação, ao controle e ao acompanhamento dos registros no CNES propiciou a produção irregular de serviços de saúde com recursos do SUS por parte dos estabelecimentos de saúde, visto que tiveram preenchimento irregular de suas fichas cadastrais; bem como, consequentemente, distorceu as informações inerentes à rede assistencial existente e sua potencialidade, imprescindíveis nos processos de planejamento, regulação, avaliação, controle e auditoria do SUS, no âmbito da Sesau/RR.

Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa-fé do responsável. É razoável afirmar que era exigível do responsável conduta diversa daquela adotada, consideradas as circunstâncias que o cercavam, porquanto deveria o gestor ter exercido o controle e o acompanhamento do cadastro, em vez de deixá-lo sem coordenação quanto aos procedimentos de registros no CNES de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima.

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Irregularidade 3: Divergências quanto aos dados das instalações físicas, profissionais e equipamentos e/ou leitos cadastrados no CNES.

Dispositivos violados: Lei 8.080/1990, art. 16, inciso XIV; Regimento Interno, Sesau/RR, art. 98; Portaria 511/2000, MS/SAS, art. 1º; art. 2º, § 1º; art. 2º, caput; Portaria 134/2011, MS/SAS, art. 1º.

Conduta: Não exercer o dever de coordenação, controle e acompanhamento, previsto no art. 98, incisos XVI e XIII, do Regimento Interno da Sesau/RR, vigente, em relação à regularidade dos registros de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima, quanto às divergências quanto aos dados das instalações físicas, profissionais e equipamentos e/ou leitos cadastrados no CNES, contrariando os arts. 1º, 2º, caput, e 9º, § 2º, da Portaria MS/SAS 511, de 29 de dezembro de 2000; e o art. 1º da Portaria MS/SAS 134, de 4 de abril de 2011.

Nexo de causalidade: A omissão no dever de proceder à coordenação, ao controle e ao acompanhamento dos registros no CNES propiciou a produção irregular de serviços de saúde com recursos do SUS por parte dos estabelecimentos de saúde, visto que foram cadastrados com registros que não tiveram a correta inserção de dados das instalações físicas, dos profissionais e dos equipamentos e/ou leitos; bem como, consequentemente, distorceu as informações inerentes à rede assistencial existente e sua potencialidade, imprescindíveis nos processos de planejamento, regulação, avaliação, controle e auditoria do SUS, no âmbito da Sesau/RR.

Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa-fé do responsável. É razoável afirmar que era exigível do responsável conduta diversa daquela adotada, consideradas as circunstâncias que o cercavam, porquanto deveria o gestor ter exercido o controle e o acompanhamento do cadastro, em vez de deixá-lo sem coordenação quanto aos procedimentos de registros no CNES de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima.

Irregularidade 4: Ausência de uso sistematizado das críticas e inconsistências encontradas na produção para subsidiar trabalhos de auditoria e fiscalização.

Dispositivos violados: Decreto 8.065/2013, art. 37, inciso IX; Regimento Interno, Sesau/RR, art. 1º, incisos III e IV; e art. 103, incisos I e VI.

Conduta: Deixar de estruturar banco de dados (ou instrumento semelhante) com informações - derivadas das críticas e inconsistências encontradas na produção – para ser utilizado de modo sistematizado com o fito de subsidiar o planejamento de trabalhos de auditoria e fiscalização. Essa omissão se concretizou ao deixar de interagir com o Departamento de Auditoria e o Departamento de Sistemas de Informação com vistas ao exercício das competências previstas no Regimento Interno da Secretaria de Estado da Saúde, especialmente aquelas relacionadas ao desenvolvimento de mecanismos de controle da regularidade dos pagamentos efetuados aos prestadores de serviços de saúde (art. 98, inciso VII), à autorização dos procedimentos especializados de média e alta complexidade (art. 98, inciso XI), ao controle dos procedimentos oferecidos aos usuários do SUS (art. 98, inciso XII), à coordenação do cadastramento dos estabelecimentos de saúde (CNES) e de usuários do SUS (Cadsus), visando o melhor exercício das atribuições da Sesau/RR (art. 103, inciso III), bem como àquelas competências relacionadas à auditagem dos serviços de saúde (arts. 104, incisos I a VI), e de promoção da gestão da informação e da produção do conhecimento no campo da auditoria do SUS, conforme previsto no art. 37, inciso IX, do Decreto n. 8065, de 2013.

Nexo de causalidade: A conduta omissiva impossibilitou a interação entre os departamentos envolvidos de forma a permitir a sistematização das inconsistências verificadas nos cadastros dos prestadores e nos relatórios de críticas geradas pelos Sistemas SIH e SIA decorrentes do

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processamento da produção apresentada, com vistas a estruturação de banco de dados contendo o histórico das ocorrências por prestador, de forma a subsidiar os necessários trabalhos de fiscalização dos cadastros do CNES, bem como de auditoria do SUS, cumprindo assim a competência do SNA prevista no art. 37, inciso IX, do Decreto n. 8065, de 2013.

Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa-fé do responsável. É razoável afirmar que era exigível conduta diversa, consideradas as circunstâncias, pois deveria o responsável estruturar banco de dados com informações necessárias para a realização de auditorias e fiscalizações com vistas a assegurar a qualidade das informações existentes no CNES referentes aos prestadores de serviços do Sistema Único de Saúde sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima, de forma garantir que a produção apresentada e paga guarde correspondência com a capacidade operacional das entidades vinculadas ao SUS (qualidade das atestações).

5.1.4 - Nome: Luiz Antonio Ribas Costa - CPF: 116.334.411-72 - Cargo: Diretor do Departamento de Auditoria do SUS - Período de gestão: a partir de 11/8/2009.

...

Irregularidade 1: Ausência de uso sistematizado das críticas e inconsistências encontradas na produção para subsidiar trabalhos de auditoria e fiscalização.

Dispositivos violados: Decreto 8.065/2013, art. 37, inciso IX; Regimento Interno, Sesau/RR, art. 1º, incisos III e IV; e art. 103, incisos I e VI.

Conduta: Deixar de estruturar banco de dados (ou instrumento semelhante) com informações - derivadas das críticas e inconsistências encontradas na produção – para ser utilizado de modo sistematizado com o fito de subsidiar o planejamento de trabalhos de auditoria e fiscalização. Essa omissão se concretizou ao deixar de interagir com outras áreas da Sesau/RR, especialmente o Departamento de Controle de Sistemas de Saúde e o Departamento de Sistemas de Informação com vistas ao exercício das competências previstas no Regimento Interno da Secretaria de Estado da Saúde, especialmente aquelas relacionadas ao planejamento, direção, coordenação, supervisão e organização de ações de auditoria (art. 103, inciso I), à proposição de medidas preventivas e corretivas, e de inteiração com outras áreas da administração visando o pleno exercício das atribuições da Sesau/RR (art. 103, inciso III), bem como àquelas competências relacionadas à auditagem nos serviços de saúde (arts. 104, incisos I a VI), e de promoção da gestão da informação e da produção do conhecimento no campo da auditoria do SUS, conforme previsto no art. 37, inciso IX, do Decreto n. 8065, de 2013.

Nexo de causalidade: A conduta omissiva impossibilitou a interação entre os departamentos envolvidos de forma a permitir a sistematização das inconsistências detectadas pelos demais departamentos envolvidos nos cadastros dos prestadores e nos relatórios de críticas geradas pelos Sistemas SIH e SAI, decorrentes do processamento da produção apresentada, com vistas à estruturação de banco de dados com informações, de forma a subsidiar trabalhos de auditoria do SUS.

Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa-fé do responsável. É razoável afirmar que era exigível conduta diversa, consideradas as circunstâncias, pois deveria o responsável estruturar banco de dados com informações necessárias para a realização de auditorias e fiscalizações com vistas a assegurar a qualidade das informações existentes no CNES referentes aos prestadores de serviços do Sistema Único de Saúde, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima, de forma a assegurar que a produção apresentada tenha correspondência com a capacidade operacional das entidades vinculadas ao SUS, garantindo assim a regularidade do pagamento pelos serviços prestados (qualidade das atestações).

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5.1.5 - Nome: Paulo Alves de Araújo - CPF: 511.515.292-49 - Cargo: Diretor do Departamento de Sistema de Informação - Período de gestão: a partir de 1º/8/2009.

...

Irregularidade 1: Não utilização das consultas geradas pelo SCNES como fonte de informação para identificação e correção das irregularidades referentes a excessos de vínculos e de carga horária dos profissionais cadastrados.

Dispositivos violados: Constituição Federal, art. 37, inciso XVI, alínea “c”; Decreto 1.651/1995, art. 4º, §§ 1º e 3º; Regimento Interno, Sesau/RR, art. 1º, incisos III e IV, e art. 98; Portaria 134/2011, MS/SAS, art. 1º; art. 2º; art. 5º, incisos I e II.

Conduta: Não adoção de rotina com vistas a extração das consultas padrão disponibilizadas no site do SCNES, http://cnes.datasus.gov.br/, voltadas para identificação de inconsistências cadastrais, especialmente aquelas referentes aos excessos de vínculos empregatícios e carga horária dos profissionais de saúde registrados no referido sistema, em descumprimento aos arts. 1º, 2º, caput, e 5º, incisos I e II, da Portaria MS/SAS 134, de 4 de abril de 2011, assim como aos arts. 109 e 111, e respectivos incisos, do Regimento Interno Sesau/RR, vigente.

Nexo de causalidade: A conduta omissiva impossibilitou a identificação dos profissionais com excessos de vínculo empregatício e/ou de carga horária de trabalho, com vistas à adoção de providências para correção das situações irregulares, deixando com isso de garantir o controle dos registros e a correspondência entre a capacidade operacional dos prestadores e profissionais de serviços de saúde cadastrados e a produção apresentada e cobrada da Secretaria de Estado da Saúde, refletindo na baixa qualidade das atestações dos serviços pagos com recursos do SUS, bem como distorcendo as informações inerentes à rede assistencial existente e sua potencialidade, imprescindíveis nos processos de planejamento, regulação, avaliação, controle e auditoria do SUS, no âmbito da Sesau/RR.

Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa-fé do responsável. É razoável afirmar que era exigível do responsável conduta diversa daquela que adotou, consideradas as circunstâncias que o cercavam, pois deveria ter implementado rotina com vistas a fazer uso das consultas disponibilizadas pelo sistema CNES na Internet para a identificação e depuração das discrepâncias cadastrais ocorrentes, contribuindo para a melhoria das informações referentes aos profissionais de saúde da base de dados, garantindo assim o controle e a correspondência entre a capacidade operacional dos prestadores e profissionais de serviços de saúde cadastrados e a produção apresentada e cobrada da Secretaria de Estado da Saúde, agregando qualidade às atestações dos serviços pagos com recursos do SUS, bem como às informações inerentes à rede assistencial existente e sua potencialidade, imprescindíveis nos processos de planejamento, regulação, avaliação, controle e auditoria do SUS, no âmbito da Sesau/RR.

5.1.6 - Nome: Rosélia Nascimento Gomes - CPF: 624.053.902-30 - Cargo: Chefe da Central CNES (gestora estadual cadastrada no sistema) - Período de gestão: desde 11/8/2011.

...

Irregularidade 1: Registros com o preenchimento irregular das fichas cadastrais de estabelecimento de saúde.

Dispositivos violados: Regimento Interno, Sesau/RR; art. 98, incisos XIII e XVI; Portaria 511/2000, MS/SAS, art. 1º; art. 2º, § 1º; art. 2º, caput; art. 9º, § 1º; Portaria 134/2011, MS/SAS, art. 1º, caput.

Conduta: Não exercer o dever de gerir e manter atualizados os registros de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de

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Saúde (CNES), sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima, quanto às fichas cadastrais de estabelecimento de saúde de todos os prestadores ativos preenchidas indevidamente, sob a sua gestão, no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), em descumprimento aos arts. 1º, 2º, caput, e 9º, § 2º, da Portaria MS/SAS 511, de 29 de dezembro de 2000; e ao art. 1º, caput, da Portaria MS/SAS 134, de 4 de abril de 2011; (Achado n. 2)

Nexo de causalidade: A omissão no dever de proceder ao cadastramento e à atualização sistemática dos registros no CNES propiciou a produção irregular de serviços de saúde com recursos do SUS por parte dos estabelecimentos de saúde, visto que tiveram preenchimento irregular de suas fichas cadastrais; bem como, consequentemente, distorceu as informações inerentes à rede assistencial existente e sua potencialidade, imprescindíveis nos processos de planejamento, regulação, avaliação, controle e auditoria do SUS, no âmbito da Sesau/RR.

Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa-fé da responsável. É razoável afirmar que era exigível da responsável conduta diversa daquela adotada, consideradas as circunstâncias que a cercavam, porquanto deveria a gestora ter exercido o cadastramento e a atualização sistemática do cadastro, em vez de deixá-lo sem gestão quanto aos procedimentos de registros no CNES de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima.

Irregularidade 2: Divergências quanto aos dados das instalações físicas, profissionais e equipamentos e/ou leitos cadastrados no CNES.

Dispositivos violados: Lei 8.080/1990, art. 16, inciso XIV; Regimento Interno, Sesau/RR, art. 98; Portaria 511/2000, MS/SAS, art. 1º; art. 2º, § 1º; art. 2º, caput; Portaria 134/2011, MS/SAS, art. 1º.

Conduta: Não exercer o dever de gerir e manter atualizados os registros de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima, quanto às divergências quanto aos dados das instalações físicas, profissionais e equipamentos e/ou leitos cadastrados no CNES, contrariando os arts. 1º, 2º, caput, e 9º, § 2º, da Portaria MS/SAS 511, de 29 de dezembro de 2000; e o art. 1º da Portaria MS/SAS 134, de 4 de abril de 2011.

Nexo de causalidade: A omissão no dever de proceder ao cadastramento e à atualização sistemática dos registros no CNES propiciou a produção irregular de serviços de saúde com recursos do SUS por parte dos estabelecimentos de saúde, visto que foram cadastrados com registros que não tiveram a correta inserção de dados das instalações físicas, dos profissionais e dos equipamentos e/ou leitos; bem como, consequentemente, distorceu as informações inerentes à rede assistencial existente e sua potencialidade, imprescindíveis nos processos de planejamento, regulação, avaliação, controle e auditoria do SUS, no âmbito da Sesau/RR.

Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa-fé da responsável. É razoável afirmar que era exigível da responsável conduta diversa daquela adotada, consideradas as circunstâncias que o cercavam, porquanto deveria a gestora ter exercido o cadastramento e a atualização sistemática do cadastro, em vez de deixá-lo sem gestão quanto aos procedimentos de registros no CNES de prestadores de serviços, no âmbito do Sistema Único de Saúde, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima.

5.2 - encaminhar cópia integral dos autos aos responsáveis arrolados a fim de subsidiar as respectivas razões de justificativas a serem apresentadas.

É o relatório.

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VOTO

Como visto, trata-se de auditoria realizada na Secretaria de Estado da Saúde de Roraima (Sesau/RR) e no Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Estado de Roraima (NEMS/RR), no período compreendido entre 11/8/2014 e 3/10/2014.

2. Os trabalhos de fiscalização tiveram por objetivo verificar a regularidade dos registros inseridos no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) em Roraima.

3. Esse cadastro, regulado pela Portaria do Ministério da Saúde 511/2000, é a base para o Banco de Dados do Sistema de Saúde do país e tem por objetivo a identificação, inclusive de sua capacidade operacional, das unidades que fazem parte do Sistema de Saúde do país, de forma a permitir “a elaboração da programação, avaliação e controle da assistência hospitalar e ambulatorial, com a correspondência entre a capacidade operacional existente e a produção apresentada.”

4. Como exposto no relatório da equipe de auditora, o CNES “possibilita o conhecimento efetivo de como está formado o universo de estabelecimentos que cuidam da saúde da população, desde os grandes centros, até as mais longínquas localidades, tornando visível esse cenário a toda sociedade, e fortalecendo o controle social”. A base de dados encontra-se disponível a todos os interessados, podendo ser acessada pela internet (http://cnes.datasus.gov.br/).5. A responsabilidade pela manutenção do banco de dados é das três esferas de governo (art. 10, § 1º, da Portaria 511/2000 do Ministério da Saúde, cabendo aos gestores estaduais a coordenação do processo de cadastramento dos estabelecimentos situados em seus estados.

6. A equipe de auditoria apontou os seguintes achados:

a) estabelecimentos de saúde operando pelo Sistema Único de Saúde – SUS sem o respectivo registro;

b) registros com o preenchimento irregular dos dados em meio físico, os quais servem de base para a alimentação do cadastro em meio magnético;

c) registros sem as informações do instrumento de contratualização com o SUS;

d) registros sem as informações ou com o preenchimento irregular dos dados da vigilância sanitária;

e) divergências quanto aos dados das instalações físicas, profissionais e equipamentos e leitos cadastrados no CNES e o verificado em inspeção in loco;

f) atualização indevida dos dados cadastrais;

g) ausência de medidas tempestivas para a solução das pendências cadastrais comunicadas pelo Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus);

h) inoperância do Departamento de Auditoria do SUS, pertencente à estrutura da SESAU;

i) ausência de uso sistematizado das críticas e inconsistências encontradas para subsidiar trabalhos de auditoria e fiscalização.

7. Passo a tratar dessas ocorrências.

II

8. A primeira é caracterizada pelo desembolso de recursos do SUS a três empresa do ramo óptico que não estavam cadastradas no CNES.

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9. A respeito, os gestores argumentaram que o cadastro dessas ópticas não foi realizado pelo fato desses estabelecimentos não realizarem a prestação de serviços de saúde ambulatorial ou hospitalar, conforme orientações de técnicos do Ministério da Saúde.10. Entretanto, a unidade técnica afirma que os instrumentos dos contratos firmado com essas empresas previa, além do fornecimento de óculos, a prestação de diversos serviços médico hospitalares.11. Com efeito, o objeto desses contratos assim estabelecia (peça 10, p. 39):

1.1 - O presente instrumento tem por objeto Credenciamento para contratação de empresas prestadoras dos serviços de saúde de média e alta tais como: Oftalmologia; Tomografia; Ressonância Magnética; Ultra-Sonografia; Radiologia; Endoscopia; Tratamento de doenças do aparelho digestivo; Terapia Nutricional; Cirurgia do aparelho digestivo, órgãos, anexos e aparelho abdominal; Exames Laboratoriais, Terapias do Aparelho Geniturinário, Coleta de Material por meio de Punção/Biopsia, Diagnóstico por Medicina Nuclear IN VIVO, Fisioterapia, Odontologia, Diagnóstico por radiologia intervencionista, Métodos Diagnósticos em especialidades, Cirurgia do aparelho geniturinário, Tratamento em Oncologia, Cirurgia em Oncologia, Diagnóstico em Cardiologia, Cirurgia das vias aéreas superiores, da cabeça e do pescoço, Cirurgia Torácica, Cirurgia Orofacial, Cirurgia de Mama, Cirurgia Reparadora e Procedimentos não Previsto na Tabela do SUS: Diagnóstico em Laboratório Clínico, Óculos, Oftalmologia, Otorrinolaringologia, Cirurgia Bariátrica e Gastro Endoscópicos" na cidade de Boa Vista-RR, conforme discriminado no Projeto Básico constante nos autos do Processo 10959/09-96 e na TABELA DO SUS·que passam a integrar este termo independentemente de transcrição. (grifei)

12. Vislumbro, entretanto, que esse objeto contratual é por demais amplo, incluindo até mesmo procedimentos de saúde de alta e média complexidade, não sendo razoável supor que empresas como a contratada – Receituário Ótico Ltda. – prestassem tais serviços.

13. Na verdade, tudo indica que a contratação do fornecimento de óculos ocorreu mediante a utilização de instrumento padrão que não se amoldava perfeitamente aos serviços que seriam prestados. Ou seja, em que pese a ampla descrição do objeto contratado, não há evidências de que o estabelecimento comercial tenha prestado serviços de saúde ambulatoriais ou hospitalares e, em assim ocorrendo, não caberia seu registro no CNES.

14. Posto isso, creio que a falha consistiu na utilização de instrumento contratual cujo objeto era por demais impreciso, de forma que entendo pertinente a realização de determinação para que sejam adotadas medidas corretivas.

III

15. As próximas seis ocorrências referem-se a falhas na inserção dos dados cadastrais e na sua manutenção.

16. Nesse sentido, foram identificados:

– inexistência de arquivos físicos referente a cada estabelecimento, em desacordo com o disposto no § 1º do art. 9º da Portaria MS 511/2000;

– ausência de informações acerca das regras contratuais estabelecidas entre os prestadores de serviços e o poder público, em desacordo com o disposto no parágrafo único do art. 12 da Portaria MS 1.034/2010, a qual dispõe sobre a participação complementar das instituições privadas com ou sem fins lucrativos de assistência à saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde;

– falta de informações referentes ao registro na vigilância sanitária, em desacordo com o art. 1º da Portaria MS 511/2000;

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– ausência de atualização sistemática dos cadastros e divergências entre os dados das instalações físicas e dos equipamentos e o verificado mediante inspeção in loco, em desacordo com art. 1º da Portaria MS 511/2000;

– demora na adoção de providências saneadoras em relação a pendências cadastrais apontadas pelo Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus);

17. Em relação a essas ocorrências, a Coordenadoria-Geral de Regulação, Avaliação, Auditoria e Controle do SUS, integrante da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima (Sesau/RR), informa que “está revisando suas ações administrativas, de forma conjunta com seus departamentos no intuito de agilizar as informações e atender às exigências dos órgãos controlados por meio da criação do arquivo individual de cada prestador com os documentos obrigatórios e pertinentes.” (peça 8, p. 2)18. Desta feita, entendo adequadas a realização de determinações corretivas e a fixação de prazo para que sejam encaminhadas a esta Corte de Contas as providências adotadas.

IV19. A próxima ocorrência trata da pouca atividade do Departamento de Auditoria do SUS da Secretaria Estadual de Saúde.

20. Com efeito, consoante exposto pela unidade técnica, esse departamento de auditoria dispõe de apenas um servidor, o que, por óbvio indica que essa atividade está sendo relegada a segundo plano.

21. As duas próximas ocorrências são derivadas dessa anterior e consistem na inexistência de ações sistematizadas para que as inconsistências detectadas pelo sistema sejam utilizadas para subsidiar os trabalhos de fiscalização e auditoria.

22. Assim, diante da importância de um adequado quadro de pessoal para acompanhar a fidedignidade das informações inseridas no CNES, entendo pertinente a realização de recomendação para que o órgão de auditoria seja restruturado.

23. Finalmente, observo que não está sendo cumprido o disposto no art. 2º da Portaria 134/2011 do Ministério da Saúde, o qual não permite a existência de profissionais de saúde com mais de dois registros de cargos públicos, consoante o disposto no art. 37, inciso XVI, alínea ‘c’ da Constituição Federal.

24. Ademais, no caso de cadastramento de profissional que exerça dois cargos ou empregos públicos, caberia a verificação da compatibilidade de horário, nos termos do § 2º do art. 2º dessa portaria.

25. Cabe, pois, a realização de determinação para que a falha seja sanada.

26. Diante do exposto, por encontrar espação para que a atuação desta Corte de Contas ocorra em caráter mais pedagógico do que punitivo, voto por que o Tribunal adote o Acórdão que ora submeto à deliberação deste Colegiado.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 3 de dezembro de 2014.

BENJAMIN ZYMLER Relator

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ACÓRDÃO Nº 3436/2014 – TCU – Plenário

1. Processo nº TC 018.584/2014-4. 2. Grupo II – Classe de Assunto: V – Relatório de Auditoria 3. Alysson Bruno Matias Lins (009.758.954-35); Eron Feitosa Moura (267.605.173-34); Gerson Castro (232.322.262-72); Luiz Antonio Ribas Costa (116.334.411-72); Paulo Alves de Araujo (511.515.292-49); Rosélia Nascimento Gomes (624.053.902-30); Rozineide Xavier Paixão (383.056.152-00).4. Órgãos/Entidades: Entidades/órgãos do Governo do Estado de Roraima; Núcleo Estadual do Ministério da Saúde No Estado de Roraima; Prefeitura Municipal de Boa Vista - RR.5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.6. Representante do Ministério Público: não atuou.7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo no Estado de Roraima (SECEX-RR).8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de fiscalização realizada com o objetivo de verificar a regularidade dos registros inseridos no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), em Roraima,

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão do Plenário, ante as razões expostas pelo Relator, nos termos dos arts. 1º, inciso II, e 41 a 43 da Lei 8.443/1992, em:

9.1. determinar, com fundamento no art. 250, inciso II, do Regimento Interno do TCU, à Secretaria de Estado da Saúde de Roraima (Sesau/RR) que:

9.1.1. ao celebrar contratos com fulcro nos arts. 24 e 26 da Lei 8.080/1990, observe que os instrumentos contratuais devem conter objetos limitados aos serviços que serão executados pela contratada;

9.1.2. cumpra o disposto no § 1º do art. 9º da Portaria 511/2000 do Ministério da Saúde, no sentido de manter em arquivo cópias das Fichas Cadastrais dos Estabelecimentos de Saúde, devidamente assinadas pelos responsáveis;

9.1.3. insira as informações acerca das regras contratuais estabelecidas entre os prestadores de serviços e o poder público no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), nos termos do parágrafo único do art. 12 da Portaria 1.034/2010 do Ministério da Saúde;

9.1.4. insira as informações acerca do registro na vigilância sanitária dos estabelecimentos de saúde no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), nos termos do art. 1º da Portaria 511/2000 do Ministério da Saúde;

9.1.5. adote procedimentos sistematizados de verificação da conformidade dos registros cadastrais, de modo a garantir que eles espelhem a realidade dos estabelecimentos de saúde, nos termos do art. 1º da Portaria MS 511/2000;

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9.1.6. adote tempestivamente as medidas saneadoras apontadas pelo Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus);

9.1.7. cumpra o disposto no art. 2º da Portaria 134/2011 do Ministério da Saúde no sentido de ser vedado o cadastro de profissionais de saúde em mais de dois cargos ou empregos públicos;

9.1.8. cumpra o disposto no parágrafo segundo do art. 2º da Portaria 134/2011 do Ministério da Saúde no sentido de que, no caso de cadastramento de profissional de saúde em dois cargos ou empregos públicos, deve ser comprovada a compatibilidade de horários;

9.1.9. encaminhe a esta Corte de Contas, no prazo de 180 dias, os documentos comprobatórios das providências adotadas em relação aos subitens 9.1.1 a 9.1.8 deste acórdão;

9.2. recomendar, com fundamento no art. 250, inciso III, do RI/TCU, à Secretaria de Estado da Saúde de Roraima (Sesau/RR) que:

9.2.1. estruture adequadamente o Departamento de Auditoria da Coordenadoria-Geral de Regulação, Avaliação, Auditoria e Controle do SUS de forma que esse órgão possa cumprir suas atividades institucionais.9.3. encaminhar cópia deste acórdão, acompanhado do relatório e voto que o fundamentam, à Secretaria de Estado da Saúde de Roraima (Sesau/RR) e ao Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus).

10. Ata n° 48/2014 – Plenário.11. Data da Sessão: 3/12/2014 – Ordinária.12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-3436-48/14-P.13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Walton Alencar Rodrigues, Benjamin Zymler (Relator), Raimundo Carreiro e Bruno Dantas.13.2. Ministros-Substitutos convocados: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente)AROLDO CEDRAZ

(Assinado Eletronicamente)BENJAMIN ZYMLER

na Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente)PAULO SOARES BUGARIN

Procurador-Geral

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