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Vidas Secas 1. (FUVEST) Leia o trecho para responder ao teste. "Fizeram alto. E Fabiano depôs no chão parte da carga, olhou o céu, as mãos em pala na testa. Arrastara- se até ali na incerteza de que aquilo fosse realmente mudança. Retardara-se e repreendera os meninos, que se adiantavam, aconselhara-os a poupar forças. A verdade é que não queria afastar-se da fazenda. A viagem parecia-lhe sem jeito, nem acreditava nela. Preparara-a lentamente, adiara-a, tornara a prepará- la, e só se resolvera a partir quando estava definitivamente perdido. Podia continuar a viver num cemitério? Nada o prendia àquela terra dura, acharia um lugar menos seco para enterrar-se. Era o que Fabiano dizia, pensando em coisas alheias: o chiqueiro e o curral, que precisavam conserto, o cavalo de fábrica, bom companheiro, a égua alazã, as catingueiras, as panelas de losna, as pedras da cozinha, a cama de varas. E os pés dele esmoreciam, as alpercatas calavam-se na escuridão. Seria necessário largar tudo? As alpercatas chiavam de novo no caminho coberto de seixos." (Vidas secas, Graciliano Ramos) Assinale a alternativa incorreta: a) O trecho pode ser compreendido como suspensão temporária da dinâmica narrativa, apresentando uma cena "congelada", que permite focalizar a dimensão psicológica da personagem. b) Pertencendo ao último capítulo da obra, o trecho faz referência tanto às conquistas recentes de Fabiano, quanto à desilusão do personagem ao perceber que todo seu esforço fora em vão. c) A resistência de Fabiano em abandonar a fazenda deve-se à sua incapacidade de articular logicamente o pensamento e, portanto, de perceber a gradual mas inevitável chegada da seca. d) A expressão "coisas alheias" reforça a crítica, presente em toda obra, à marginalização social por meio da exclusão econômica. e) As referências a "enterro" e "cemitério" radicalizam a caracterização das "vidas secas" do sertão nordestino, uma vez que limitam as perspectivas do sertanejo pobre à luta contra a morte. 2. (FUVEST) Um escritor classificou Vidas secas como “romance desmontável”, tendo em vista sua composição descontínua, feita de episódios relativamente independentes e seqüências parcialmente truncadas. Essas características da composição do livro: a) constituem um traço de estilo típico dos romances de Graciliano Ramos e do Regionalismo nordestino. b) indicam que ele pertence à fase inicial de Graciliano Ramos, quando este ainda seguia os ditames do primeiro momento do Modernismo. c) diminuem o seu alcance expressivo, na medida em que dificultam uma visão adequada da realidade sertaneja. d) revelam, nele, a influência da prosa seca e lacônica de Euclides da Cunha, em Os sertões.

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Vidas Secas

1. (FUVEST) Leia o trecho para responder ao teste.

"Fizeram alto. E Fabiano depôs no chão parte da carga, olhou o céu, as mãos em pala na testa. Arrastara-se até ali na incerteza de que aquilo fosse realmente mudança. Retardara-se e repreendera os meninos, que se adiantavam, aconselhara-os a poupar forças. A verdade é que não queria afastar-se da fazenda. A viagem parecia-lhe sem jeito, nem acreditava nela. Preparara-a lentamente, adiara-a, tornara a prepará-la, e só se resolvera a partir quando estava definitivamente perdido. Podia continuar a viver num cemitério? Nada o prendia àquela terra dura, acharia um lugar menos seco para enterrar-se. Era o que Fabiano dizia, pensando em coisas alheias: o chiqueiro e o curral, que precisavam conserto, o cavalo de fábrica, bom companheiro, a égua alazã, as catingueiras, as panelas de losna, as pedras da cozinha, a cama de varas. E os pés dele esmoreciam, as alpercatas calavam-se na escuridão. Seria necessário largar tudo? As alpercatas chiavam de novo no caminho coberto de seixos." (Vidas secas, Graciliano Ramos)

Assinale a alternativa incorreta:

a) O trecho pode ser compreendido como suspensão temporária da dinâmica narrativa, apresentando uma cena "congelada", que permite focalizar a dimensão psicológica da personagem.b) Pertencendo ao último capítulo da obra, o trecho faz referência tanto às conquistas recentes de Fabiano, quanto à desilusão do personagem ao perceber que todo seu esforço fora em vão.c) A resistência de Fabiano em abandonar a fazenda deve-se à sua incapacidade de articular logicamente o pensamento e, portanto, de perceber a gradual mas inevitável chegada da seca.d) A expressão "coisas alheias" reforça a crítica, presente em toda obra, à marginalização social por meio da exclusão econômica.e) As referências a "enterro" e "cemitério" radicalizam a caracterização das "vidas secas" do sertão nordestino, uma vez que limitam as perspectivas do sertanejo pobre à luta contra a morte.

2. (FUVEST) Um escritor classificou Vidas secas como “romance desmontável”, tendo em vista sua composição descontínua, feita de episódios relativamente independentes e seqüências parcialmente truncadas.Essas características da composição do livro:

a) constituem um traço de estilo típico dos romances de Graciliano Ramos e do Regionalismonordestino.b) indicam que ele pertence à fase inicial de Graciliano Ramos, quando este ainda seguia os ditames do primeiro momento do Modernismo.c) diminuem o seu alcance expressivo, na medida em que dificultam uma visão adequada da realidade sertaneja.d) revelam, nele, a influência da prosa seca e lacônica de Euclides da Cunha, em Os sertões.e) relacionam-se à visão limitada e fragmentária que as próprias personagens têm do mundo.

3. (PUC-SP) O mulungu do bebedouro cobria-se de arribações. Mau sinal, provavelmente o sertão ia pegar fogo. Vinham em bandos, arranchavam-se nas árvores da beira do rio, descansavam, bebiam e, como em redor não havia comida, seguiam viagem para o Sul. O casal agoniado sonhava desgraças. O

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sol chupava os poços, e aquelas excomungadas levavam o resto da água, queriam matar o gado. (…) Alguns dias antes estava sossegado, preparando látegos, consertando cercas. De repente, um risco no céu, outros riscos, milhares de riscos juntos, nuvens, o medonho rumor de asas a anunciar destruição. Ele já andava meio desconfiado vendo as fontes minguarem. E olhava com desgosto a brancura das manhãs longas e a vermelhidão sinistra das tardes. (…)

O trecho acima é de Vidas Secas, obra de Graciliano Ramos. Dele, é incorreto afirmar-se que:

a) prenuncia nova seca e relata a luta incessante que os animais e o homem travam na constante defesa da sobrevivência.b) marca-se por fatalismo exagerado, em expressão como “o sertão ia pegar fogo”, que impede a manifestação poética da linguagem.c) atinge um estado de poesia, ao pintar com imagens visuais, em jogo forte de cores, o quadro da penúria da seca.d) explora a gradação, como recurso estilístico, para anunciar a passagem das aves a caminho do Sul.e) confirma, no deslocamento das aves, a desconfiança iminente da tragédia, indiciada pela “brancura das manhãs longas e a vermelhidão sinistra das tardes”.

4. (UFLA) Sobre a obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos, todas as alternativas estão corretas, EXCETO:

a) O romance focaliza uma família de retirantes, que vive numa espécie de mudez introspectiva, em precárias condições físicas e num degradante estado de condição humana.b) O relato dos fatos e a análise psicológica dos personagens articulam-se com grande coesão ao longo da obra, colocando o narrador como decifrador dos comportamentos animalescos dos personagens.c) O ambiente seco e retorcido da caatinga é como um personagem presente em todos os momentos, agindo de forma contínua sobre os seres vivos.d) A narrativa faz-se em capítulos curtos, quase totalmente independentes e sem ligação cronológica e o narrador é incisivo, direto, coerente com a realidade que fixou.e) O narrador preocupa-se exclusivamente com a tragédia natural (a seca) e a descrição do espaço não é minuciosa; pelo contrário, revela o espírito de síntese do autor.

5. (UEL) O texto abaixo apresenta uma passagem do romance Vidas secas, de Graciliano Ramos, em que Fabiano é focalizado em um momento de preocupação com sua situação econômica. Escrito em 1938, esta obra insere-se num momento em que a literatura brasileira centrava seus temas em questões de natureza social.

"Se pudesse economizar durante alguns meses, levantaria a cabeça. Forjara planos. Tolice, quem é do chão não se trepa. Consumidos os legumes, roídas as espigas de milho, recorria à gaveta do amo, cedia por preço baixo o produto das sortes. Resmungava, rezingava, numa aflição, tentando espichar os recursos minguados, engasgava-se, engolia em seco."

(In: RAMOS, Graciliano. Vidas secas. 55. ed. Rio de Janeiro: Record, 1991.)

Sobre este trecho do romance, somente está INCORRETO o que se afirma na alternativa:

a) Este trecho resume a situação de permanente pobreza de Fabiano e revela-se como uma crítica à economia brasileira e às relações de trabalho que vigoravam no sertão nordestino no momento em que a obra foi criada. Isso pode ser confirmado pelas orações: "... Consumidos os legumes, roídas as espigas de milho, recorria à gaveta do amo, cedia por preço baixo o produto das sortes...."b) A oração: "Se pudesse economizar durante alguns meses, levantaria a cabeça" tanto pode ser

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o discurso do narrador que revela o pensamento de Fabiano, quanto pode ser o próprio pensamento dessa personagem. Esse modo de narrar também ocorre com as demais personagens do romance.c) A oração: "... Resmungava, rezingava, numa aflição, tentando espichar os recursos minguados, engasgava-se, engolia em seco" indica a voz do narrador em terceira pessoa, ao mostrar o estado de agonia em que se encontra a personagem.d) A expressão “Forjara planos”, típica da linguagem culta, é seguida no texto por um provérbio popular: “quem é do chão não se trepa”. Essa mudança de registro lingüístico é reveladora do método narrativo de Vidas secas, que subordina a voz das classes populares à da elite.e) O texto tem início com a esperança de Fabiano de mudanças em sua situação econômica; a seguir, passa a focalizar a realidade de pobreza em que a personagem se encontra, e finaliza com sua revolta e angústia diante da condição de empregado, sempre em dívida com o patrão.

6. (ACAFE / SC) A vida na fazenda se tornara difcil. Sinha Vitria benzia-se tremendo, manejava o rosrio, mexia os beios rezando rezas desesperadas. Encolhido no banco do copiar, Fabiano espiava a catinga amarela, onde as folhas secas se pulverizavam, trituradas pelos redemoinhos, e os garranchos se torciam, negros, torrados. No cu azul, as ltimas arribaes tinham desaparecido. Pouco a pouco os bichos se finavam, devorados pelo carrapato. E Fabiano resistia, pedindo a Deus um milagre.

De acordo com o fragmento acima, incorreto o que se afirma em:

a) Tanto Sinha Vitria quanto Fabiano tinham f na providncia divina. b) O enfoque narrativo.c) O que se relata ao longo do pargrafo tem o objetivo de confirmar a afirmao da primeira frase. d) H evidncias de que Sinha Vitria e Fabiano esto fragilizados, pois ela "benzia-se tremendo" e ele estava "encolhido na banco do copiar". e) O tema predominante a indagao metafsica sobre a existncia (inexistncia) de Deus.

7. (ACAFE / SC) Baleia queria dormir. Acordaria feliz num mundo cheio de pres. E lamberia as mos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianas se espojariam com ela, rolariam com ela num ptio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de pres, gordos, enormes. (Graciliano Ramos)

Sobre o texto acima, correto afirmar que:

a) h marcas prprias do chamado discurso direto atravs do qual so reproduzidas as falas das personagens. b) o narrador observador, pois conta a histria de fora dela, na terceira pessoa, sem participar das aes, como quem observou objetivamente os acontecimentos. c) quem conta a histria uma das personagens, que tem uma relao ntima com as outras personagens, e, por isso, a maneira de contar fortemente marcada por caractersticas subjetivas, emocionais.d) evidencia-se um conflito entre a protagonista Baleia e o antagonista Fabiano, pois este impede que a cadela possa caar os pres. e) o narrador onisciente, isto , geralmente ele narra a histria na terceira pessoa, sabe tudo sobre o enredo e sobre as personagens, inclusive sobre suas emoes, pensamentos mais ntimos, s vezes, at dimenses inconscientes.

8. (ACAFE / SC) Sobre a obra Vidas secas, correto afirmar que:

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a) a preocupao com a fidedignidade histrica e com o tom pico atenua osentimento dramtico da vida, habitualmente presente nos poemas do autor.b) apresenta temtica indianista, a exemplo do que fizera Gonalves Dias em Ostimbiras e Cano do tamoio.c) as personagens humanas, em razo da seca, da fome, da misria e das injustiassociais, animalizam-se; em contrapartida, os bichos humanizam-se.d) Chico Bento, antes da seca, no era vagabundo, nem bandido; era um trabalhador rural.e) narra a histria de um burgus, Paulo Honrio, que passara da condio decaixeiro-viajante e guia de cego de rico proprietrio de uma fazenda. Paraatingir seus objetivos, o protagonista elimina todos os empecilhos que secolocam sua frente, inclusive pessoas.

9. (ACAFE / SC) Analise as afirmaes abaixo.

(I) "Ser um romance? antes uma srie de quadros, de gravuras em madeira, talhadas com preciso e firmeza."

(II) "Construdo como uma longa narrativa oral, o romance tem como personagem-narrador Riobaldo, um velho fazendeiro, que j foi homem de letras e de armas e que vive s margens do rio So Francisco."

(III) "Com a anlise psicolgica do universo mental das personagens, que expe por meio do discurso indireto livre, o narrador nos vai decifrando a sua humanidade embotada, confundida com a paisagem spera do serto, neste romance que transcende o regionalismo e seu contexto especfico."

(IV) "Emprestando dinheiro a juros, negociando de arma engatilhada no serto, passando fome e sede, [o protagonista] consegue acumular algum capital e com ele volta para a sua terra, no municpio de Viosa, Alagoas, onde ficava a propriedade."

(V) "O tema do poema o itinerrio do retirante nordestino, que parte do serto paraibano em direo ao litoral, em busca de sobrevivncia, devido seca e s precrias, seno insustentveis, condies de vida da maioria da populao.

Todas as afirmaes que se referem obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos, esto relacionadas em:

a) I - IIIb) II - IV - Vc) III - Vd) II - III - IVe) I - II - IV

10. (UNIARAX) Leia o fragmento abaixo transcrito da obra Vidas Secas e responda a questo a seguir.

Vivia longe dos homens, s se dava bem com animais. Os seus ps duros quebravam espinhos e no sentiam a quentura da terra. Montado confundia-se com o cavalo, grudava-se a ele. E falava uma linguagem cantada, monossilbica e gutural, que o companheiro entendia. A p, no se agentava bem. Pendia para um lado, para o outro lado, cambaio, torto e feio. s vezes, utilizava nas relaes com as pessoas a mesma lngua com que se dirigia aos brutos exclamaes, onomatopias. Na verdade falava pouco. Admira as palavras compridas e difceis da gente da cidade, tentava reproduzir algumas em vo, mas sabia que elas eram inteis e talvez perigosas. (Graciliano Ramos)

O texto, no seu conjunto, enfatiza:

(A) A pobreza fsica do personagem. (B) A falta de escolaridade do personagem.

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(C) A misria moral do personagem. (D) A identificao do personagem com o mundo animal.(E) nda

11. (UNIARAX) Leia o fragmento abaixo transcrito da obra Vidas Secas e responda a questo a seguir.

Vivia longe dos homens, s se dava bem com animais. Os seus ps duros quebravam espinhos e no sentiam a quentura da terra. Montado confundia-se com o cavalo, grudava-se a ele. E falava uma linguagem cantada, monossilbica e gutural, que o companheiro entendia. A p, no se agentava bem. Pendia para um lado, para o outro lado, cambaio, torto e feio. s vezes, utilizava nas relaes com as pessoas a mesma lngua com que se dirigia aos brutos exclamaes, onomatopias. Na verdade falava pouco. Admira as palavras compridas e difceis da gente da cidade, tentava reproduzir algumas em vo, mas sabia que elas eram inteis e talvez perigosas. (Graciliano Ramos)

No texto, a referncia aos ps:

Ache os cursos e faculdades ideais para você !

(A) Constitui um jogo de contrastes entre o mundo cultural e o mundo fsico do personagem. (B) Acentua a rudeza do personagem, em nvel fsico. (C) Justifica-se como preparao para o fato de que o personagem no estava preparado para caminhada. (D) Serve para demonstrar a capacidade de pensar do personagem. (E) nda

12. (IELUSC) Texto para a prxima questo.

Tinham deixado os caminhos, cheios de espinho e seixos, fazia horas que pisavam a margem do rio, alama seca e rachada que escaldava os ps. [...][Sinh Vitria] distraiu-se olhando os xiquexiques e os mandacarus que avultavam na campina. Ummormao levanta-se da terra queimada.Estremeceu, lembrando-se da seca, o rosto moreno desbotou, os olhos pretos arregalaram-se...(Graciliano Ramos)

O texto um trecho da obra de Vidas Secas (1938), que sobre a qual INCORRETO afirmar que:

a) Apesar de as personagens da histria viverem no serto nordestino, boa parte da trama se passa em SoPaulo, que o destino da maioria dos retirantes.b) Focaliza uma famlia de retirantes que vive numa espcie de mudez introspectiva, em precrias condiesfsicas e num estado degradante de condio humana.c) O autor descreve a realidade a partir da viso amarga do sertanejo, associando a psicologia das personagenscom as condies naturais e sociais em que esto inseridas.d) um romance desmontvel, tendo em vista sua composio descontnua, feita de episdios relativamenteindependentes e seqncias parcialmente truncadas.e) Algumas das personagens so: Sinh Vitria, Fabiano, Baleia e o Soldado Amarelo.

13. (FAPA) Leia o texto abaixo, de Vidas Secas, de Graciliano Ramos:

Na plancie avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e faminhos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem trs lguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, atravs dos galhos da catinga rala.

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Considere as afirmaes abaixo a respeito do romance Vidas Secas:

I -O fragmento - pargrafo inicial do romance apresenta o cenrio da seca, que obriga uma famlia pobre do serto a vagar triste e resignadamente em busca de um lugar onde possa sobreviver.II - Como um tpico Romance de 30, Vidas Secas aborda a estrutura econmica, social e histrica do Brasil daquela dcada, fazendo com que aspectos documentais estejam presentes na tessitura narrativa.III - O mundo injusto e opressivo retratado em Vidas Secas decorrente do latifndio nordestino, responsvel pela desigualdade social.

Quais so corretas?

(A) Apenas I(B) Apenas I e II(C)Apenas I e III(D) Apenas II e III(E) I, II e III

14. (UFBA) Os meninos sumiam-se numa curva do caminho. Fabiano adiantou-se para alcan-los. Era preciso aproveitar a disposio deles, deixar que andassem vontade. Sinha Vitria acompanhou o marido, chegou-se aos filhos. Dobrando o cotovelo da estrada, Fabiano sentia distanciar-se um pouco dos lugares onde tinha vivido alguns anos; o patro, o soldado amarelo e a cachorra Baleia esmoreceram no seu esprito.E a conversa recomeou. Agora Fabiano estava meio otimista. Endireitou o saco da comida, examinou o rosto carnudo e as pernas grossas da mulher. Bem. Desejou fumar. Como segurava a boca do saco e a coronha da espingarda, no pde realizar o desejo. Temeu arriar, no prosseguir na caminhada. Continuou a tagarelar, agitando a cabea para afugentar uma nuvem que, vista de perto, escondia o patro, o soldado amarelo e a cachorra Baleia. Os ps calosos, duros como cascos, metidos em alpercatas novas, caminhariam meses. Ou no caminhariam? Sinha Vitria achou que sim. [...] Por que haveriam de ser sempre desgraados, fugindo no mato como bichos?Com certeza existiam no mundo coisas extraordinrias. Podiam viver escondidos, como bichos?Fabiano respondeu que no podiam.O mundo grande.Realmente para eles era bem pequeno, mas afirmavam que era grande e marchavam, meio confiados, meio inquietos. Olharam os meninos que olhavam os montes distantes, onde havia seres misteriosos. Em que estariam pensando? zumbiu sinha Vitria. Fabiano estranhou a pergunta e rosnou uma objeo. Menino bicho mido, no pensa. Mas sinha Vitria renovou a pergunta e a certeza do marido abalou-se. Ela devia ter razo. Tinha sempre razo. Agora desejava saber que iriam fazer os filhos quando crescessem.Vaquejar, opinou Fabiano.Sinha Vitria, com uma careta enjoada, balanou a cabea negativamente, arriscando-se a derrubar o ba de folha. Nossa Senhora os livrasse de semelhante desgraa. Vaquejar, que idia!Chegariam a uma terra distante, esqueceriam a catinga onde havia montes baixos, cascalhos, rios secos, espinhos, urubus, bichos morrendo, gente morrendo. No voltariam nunca mais, resistiriam saudade que ataca os sertanejos na mata. Ento eles eram bois para morrer tristes por falta de espinhos? Fixar-se-iam muito longe, adotariam costumes diferentes.

RAMOS, Graciliano. Vidas secas. 71. ed. Rio de Janeiro: Record, 1996. p. 120-122.

A anlise do fragmento, contextualizado no romance Vidas Secas, permite afirmar:

(01) Fabiano considera necessria a imerso das crianas no mundo convencional para apreend-lo e, assim, libert-las das condies socioculturais vividas.(02) Sinha Vitria no se submete s expectativas sociais dominantes, contudo vislumbra um retorno s trivialidades da sua vida social da infncia.

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(04) O conjunto de personagens da trama simboliza, alegoricamente, os hericos seres que sonham em reformar a sociedade agrria brasileira custa da luta armada.(08) Fabiano e sinha Vitria configuram um tipo de ser que vive reiterando aes, sem nada acrescentar a seu processo de crescimento humano.(16) Fabiano constitui uma metfora de ser humano derrotado, que sofre as conseqncias das estruturas vigentes e no consegue impor seus pontos de vista.(32) A narrativa como um todo retrata um espao em que a imutabilidade social e o abismo entre povo e governo so incontestveis.(64) A interao entre humanos e inumanos na narrativa explica a descontinuidade das aes narradas.

RESOLUO

08 + 16 + 32 = 56

15. (UFBA) A cachorra Baleia estava para morrer. Tinha emagrecido, o plo cara-lhe em vrios pontos, as costelas avultavam num fundo rseo, onde manchas escuras supuravam e sangravam, cobertas de moscas. As chagas da boca e a inchao dos beios dificultavam-lhe a comida e a bebida.Por isso Fabiano imaginara que ela estivesse com um princpio de hidrofobia e amarrara-lhe no pescoo um rosrio de sabugos de milho queimados. Mas Baleia, sempre de mal a pior, roava-se nas estacas do curral ou metia-se no mato, impaciente, enxotava os mosquitos sacudindo as orelhas murchas, agitando a cauda pelada e curta, grossa na base, cheia de moscas, semelhante a uma cauda de cascavel.Ento Fabiano resolveu mat-la. [...]Sinha Vitria fechou-se na camarinha, rebocando os meninos assustados, que adivinhavam desgraa e no se cansavam de repetir a mesma pergunta: Vo bulir com a Baleia?[...]Ela era como uma pessoa da famlia: brincavam juntos os trs, para bem dizer no se diferenavam, rebolavam na areia do rio e no estrume fofo que ia subindo, ameaava cobrir o chiqueiro das cabras.Quiseram mexer na taramela e abrir a porta, mas sinha Vitria levou-os para a cama de varas, deitou-os e esforou-se por tapar-lhes os ouvidos: prendeu a cabea do mais velho entre as coxas e espalmou as mos nas orelhas do segundo. Como os pequenos resistissem, aperreou-se e tratou de subjug-los, resmungando com energia.Ela tambm tinha o corao pesado, mas resignava-se: naturalmente a deciso de Fabiano era necessria e justa. Pobre da Baleia.[...]Na luta que travou para segurar de novo o filho rebelde, zangou-se de verdade.Safadinho. Atirou um cocorote ao crnio enrolado na coberta vermelha e na saia de ramagens.Pouco a pouco a clera diminuiu, e sinha Vitria, embalando as crianas, enjoou-se da cadela achacada, gargarejou muxoxos e nomes feios. Bicho nojento, babo.Inconvenincia deixar cachorro doido solto em casa. Mas compreendia que estava sendo severa demais, achava difcil Baleia endoidecer e lamentava que o marido no houvesse esperado mais um dia para ver se realmente a execuo era indispensvel.RAMOS, Graciliano. Vidas secas. 74. ed. Rio de Janeiro: Record, 1998. p. 85-86.

Sobre o fragmento, contextualizado na obra, correto afirmar:

(01) O primeiro e o segundo pargrafos contm argumentos que justificam a deciso a ser tomada em relao a Baleia.(02) Fabiano demonstra cuidados com Baleia, apesar de ser o seu algoz.(04) O comportamento de sinha Vitria caracteriza-a como a me protetora, zelosa do bem-estar de seus filhos.(08) O poder de deciso do chefe de famlia no ambiente rural fica evidente no texto.(16) Sinha Vitria, ao aceitar passivamente a deciso do marido no que se refere a Baleia, demonstra ser indiferente ao animal e preocupar-se exclusivamente com seus filhos.(32) A deciso de matar Baleia deixa patente o temperamento agressivo de Fabiano.

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(64) A palavra Mas, no ltimo pargrafo, antecede uma explicao do conflito entre razo e emoo vivido por sinh Vitria.

RESPOSTA: 01 + 02 + 04 + 08 + 64 = 79

16) No início do século XX, a Literatura assumia um novo caráter, buscando o rompimento com asCaracterísticas literárias do passado (especialmente do parnasianismo) e a liberdade de criação. Essa nova linha literária é conhecida como:    a) Modernismo      b) Simbolismo      c) Parnasianismo       d) Realismo      e) Concretismo

17) Leia as afirmações a seguir: I.            A semana de Arte Moderna foi realizada em 1922, ano em que o Brasil

comemorava o centenário da independência. Assim, os realizadores deixaram uma pergunta no ar: “ o Brasil é mesmo independente?!”.

II.            Vários foram ao evento que antecederam a Semana de 1922, dentre eles, a exposição de Anita Malfati , adepta das vanguardas européias.

III.            Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Cassiano Ricardo, Guilherme de Almeida e Menotti Del Picchia foram alguns dos participantes da Semana de 1922.

IV.            O objetivo central da Semana de Arte Moderna era romper definitivamente com o passado e criar uma arte nova e independente.

V.            O escritor Graça Aranha foi quem abriu o evento com a sua conferência inaugural “A emoção estética na Arte Moderna”; em seguida, apresentou suas obras Paulicéia desvairada e Amar, verbo intransitivo.

VI.            O movimento Modernista buscava resgatar alguns pontos em comum com o Barroco, como os contos sobre a natureza; e com o Parnasianismo, como o estilo simples da linguagem.Estão corretas as afirmações: a) I, III, V e IV         b) II, III e IV          c) I, II, III e IV          d) II, III e V           e) III, IV ,V e VI

 18) (FEI - SP) Assinalar a alternativa incorreta, quanto aos princípios básicos divulgados pelos participantes da Semana de Arte Moderna:a) Desejo de expressão livre e a tendência para transmitir, sem os embelezamentos tradicionais do academismo, a emoção e a realidade do país;b) Rejeição dos padrões portugueses, buscando uma expressão mais coloquial, próxima do falar brasileiro;c) Combate a tudo que indicasse o "statu quo" ( estado atual das coisas), o conhecido;d) Manutenção da temática simbolista e parnasiana;e) Valorização do prosaico e do humor, que, em todas as suas gamas, lavou e purificou a atmosfera sobrecarregada pelos acadêmicos.

19) (MACKENZIE)   – “Chamado de rapsódia por Mário de Andrade, o livro é construído a partir de uma série de lendas a que se misturam superstições,

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provérbios e anedotas. O tempo e o espaço não obedecem às regras de verossimilhança, e o fantástico se confunde com o real durante toda a narrativa”. A afirmação faz referência à obra:a) O rei da vela.   b) Calunga.    c)Macunaíma.   d) Memórias sentimentais de João Miramar. e) Martim Cererê

20) (UNITAU) – Brás, Bexiga e Barra Funda “ tenta fixar tão- somente alguns aspectos da vida trabalhadeira, íntima e cotidiana desses novos mestiços e nacionalistas”.É dessa forma que Antônio de Alcântara Machado explica sua obra. Indique a alternativa que corresponde à referência feita pelo autor:a) aos japoneses;        b) aos italianos;      c) aos alemães;      d) aos portugueses;       e) aos índios

21)  O poema Os Sapos, de Manuel Bandeira, contém uma crítica à escola:a) simbolista                b) parnasiana            c) realista                d) modernista

22) A respeito de Oswald de Andrade, é  incorreto  afirmar que:a) Apesar de sua intensa participação na Semana de Arte Moderna , assumiu uma postura simpática em relação à poesia parnasiana.b) Em Serafim Ponte Grande, rompe com a forma e com a estrutura tradicionais do romance brasileiro.c) O Rei da Vela, sua obra-prima em termos de dramaturgia, apresenta contundente crítica ao sistema burguês.d) desenvolveu uma poesia original, plena de humor e ironia, comum a linguagem do cotidiano, repleta de neologismos.e) filho único, rico, pôde viajar à Europa, onde entrou em contato com as idéias vanguardistas, que divulgaria no Brasil.e) O processo de criação do livro não mantém nenhum vinculo com qualquer obra anteriormente escrita.

23) (UNIJUÍ) A afirmação dos elementos locais, do Brasil, estão presentes em Macunaíma , de Mário de Andrade. Sobre o livro é incorreto afirmar que:a) Macunaíma é um “anti herói”, com características como o individualismo e a malandragem. b) O livro aproveita as tradições míticas dos índios; seus irmãos são Maanape e Jiguê.c) Aproveita também ditados populares, obscenidades, frases feitas, com fatores traços de oralidades;d) O livro foi chama do de rapsódia e é uma obra central do movimento modernista.e)O livro não satiriza certos padrões de escrita acadêmica e não trabalha elementos de um “caráter” brasileiro.

24) (PUCCAMP SP) São características da primeira fase do Modernismo:a) retomada da ficção regionalista, cultivo de uma poesia neo barroca e visão de mundo em perspectiva elitista. b) libertação dos modelos acadêmicos, experimentalismo em novas formas de expressão e rompimento  com  o  nacionalismo tradicional.

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c) cultivo de uma ficção de caráter intimista, revisão das regras de metrificação e retomada do nacionalismo romântico.d) predominância dos temas políticos, crítica ao uso indiscriminado das máquinas e visão de mundo em perspectiva universalista.e) pesquisa de lendas e narrativas folclóricas, valorização do índio enquanto  mito romântico  e cultivo  de  fórmulas  estéticas  consagradas.

25)  (UNIFOR-CE) Na década de 20, além de _______, obra-prima que marcou a prosa do Modernismo, _______ frequentou o gênero _______, em Paulicéia desvairada. Preenchem corretamente aslacunas da frase acima, respectivamente:a)Macunaíma - Mário de Andrade - da poesia.                       b) Os sertões - Euclides da Cunha - da novela.c) Os condenados - Oswald de Andrade - da novela.              d) O rei da vela - Mário de Andrade - do conto.e) Marco zero - Oswald de Andrade - da poesia.

 26) "A língua sem arcaísmo. Sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos". Neste trecho do Manifesto Pau-Brasil, de Oswald de Andrade, depreende-se um dos programas propostos pelos modernistas:a) Invenção de uma nova língua, estruturalmente diferente da falada e escrita pelos portugueses.b) A imitação do discurso dos autores populares da literatura oral brasileira.c) A incorporação da fala brasileira à língua literária nacional.d) A volta à língua do Brasil dos primeiros tempos da colonização.e) O repúdio à literatura dos escritores do passado, apenas porque eram afeitos à extrema correção.

27) Sobre a Semana de Arte Moderna podemos dizer que:a) O movimento redescobriu o Brasil, revitalizando os temas nacionais e reinterpretando nossa realidade.b) O romance regional assumiu características de exaltação, retratando os aspectos românticos da vida sertaneja.c) A escultura e a pintura tiveram seu apogeu com a valorização dos modelos clássicos.d) A preocupação dominante dos autores foi com o retratar os males da colonização.

28) (UDESC 2010)A Semana da Arte Moderna de 1922 tinha como uma das grandes aspirações renovar o ambiente artístico e cultural do país, produzindo uma arte brasileira afinada com as tendências vanguardistas europeias, sem, contudo, perder o caráter nacional; para isso contou com a participação de escritores, artistas plásticos, músicos, entre outros. Analise as proposições em relação à Semana da Arte Moderna, assinale (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas.

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(   ) O movimento Modernista buscava resgatar alguns pontos em comum com o Barroco, como os contos sobre a natureza; e com o Parnasianismo, como o estilo simples da linguagem.

(   ) A exposição da artista plástica Anita Malfatti representou um marco para o modernismo brasileiro; suas obras apresentavam tendências vanguardistas europeias, o que de certa forma chocou grande parte do público; foi criticada pela corrente conservadora, mas despertou os jovens para a renovação da arte brasileira.

(   ) O escritor Graça Aranha foi quem abriu o evento com a sua conferência inaugural “A emoção estética na Arte Moderna”; em seguida, apresentou suas obras Paulicéia desvairada e Amar, verbo intransitivo.

(   ) O maestro e compositor Villa-Lobos foi um dos mais importantes e atuantes participantes da Semana; neste ano comemoram-se 50 anos de sua morte.

(    ) As esculturas de Brecheret, impregnadas de modernidade, foram um dos estandartes da Semana; sua maquete do Movimento às Bandeiras foi recusada pelas autoridades paulistas; hoje, umas das esculturas públicas mais admiradas em São Paulo.

Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo.

A - V – F – V – F – V

B - F – F – V – V – V

C - F – V – F – V – V

D - V – V – F – V – F

E - V – V – V – V – V

29) A Semana de Arte Moderna de 1922 tinha como principal objetivo:

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a) A convicção estética e política de modernizar a arte brasileira, livrando-a da influência européia e buscando criar uma cultura nacional pura.

b) Celebrar a cultura nacional como base ideológica e romper com as correntes artísticas européias que dominavam a arte brasileira, assimilando e reelaborando alguns de seus aspectos.

c) Retomar a arte acadêmica como forma de oposição ao barroco, celebrado até então como verdadeira arte nacional.

d) Usar o nacionalismo romântico com sua busca por uma “cor local” como principal referência para se criar uma arte nacional.

e) Romper com a influência das culturas “primitivas” dos trópicos (ameríndias e africanas), buscando aliar a nossa arte à vanguarda européia.

30) Em um período repleto de agitações, os intelectuais brasileiros enxergaram a necessidade de romper com os valores estéticos dominantes, representados principalmente pelos poetas parnasianos, dando origem a um estilo novo e transformador. No Brasil, esse descontentamento que originou a Semana de Arte Moderna foi bastante explorado na literatura. Qual dos escritores abaixo não fazia parte do movimento modernista?a) Oswald de Andradeb) Euclides da Cunha c) Manuel Bandeira d) Guilherme de Almeida

31) Em 1917, a Pintora Anita Malfatti, recém-chegada do exterior, realizou a primeira exposição modernista. Com influência do cubismo, expressionismo e futurismo, suas obras escandalizaram a sociedade, chamando a atenção de um importante escritor. Em sua coluna no jornal O Estado de São Paulo, ele publicou o famoso texto Paranóia ou mistificação, que serviu como incentivo para a criação da Semana de Arte Moderna, 5 anos depois. Quem foi o autor do artigo? a) Menotti del Picchia b) Nelson Rodrigues c) Antônio Cândido d) Monteiro Lobato

32) Durante a Semana de Arte Moderna, diversos artistas tiveram seu espaço. Desde Villa-Lobos e Guiomar Novais, na música, até Oswald de Andrade e Brecheret, na literatura e na escultura, a Semana reuniu os principais representantes do modernismo. A leitura de um poema de Manuel Bandeira, de crítica ao parnasianismo, foi recebida pela plateia com muitas vaias. Como se chama o poema? a) Os Sapos b) Os Ratos c) Sábios Parnasianos 

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d) Os Saltimbancos

33) Organizada por Di Cavalcanti e Rubens Borba de Morais, a exposição de artes plásticas foi um dos principais destaques da Semana de Arte Moderna. Entretanto, uma das artistas, que se tornou uma das principais pintoras modernistas brasileiras, não estava na Semana, retornando ao Brasil somente alguns meses depois. Quem foi ela? a) Anita Malfatti b) Patrícia Cavalcanti c) Tarsila do Amaral d) Helena Kolody

34) Para muitos, a importância da Semana de Arte Moderna está mais nos movimentos que gerou do que no acontecimento em si, recebido friamente por grande parte do público. Após aquela semana, diversas publicações, pinturas e movimentos políticos foram, de uma forma ou de outra, influenciados pelo espírito modernista. Ainda em 1922, surgiu a revista Klaxon, primeira publicação dos modernistas, com textos e ilustrações de artistas participantes da Semana. Quem era o principal responsável pela revista?a) Manuel Bandeira b) Sérgio Milliet c) Jorge Amado d) Mário de Andrade 

35) Apesar do espanto causado à plateia pelo poema Os Sapos, de Bandeira, foi o livro Paulicéia desvairada, de Mário de Andrade, que entrou para a história como o símbolo da poesia modernista, com a defesa da liberdade e da polifonia. Três anos depois, foi publicado Pau-Brasil, um desdobramento do Manifesto da Poesia Pau-Brasil, que defendia a criação de uma “poesia de exportação”. Quem foi o autor do livro? a) Raul Boppb) Mário de Andradec) Oswald de Andraded) Cecília Meirelles

36) A Semana de Arte Moderna também se insere em um importante contexto de mudanças políticas e sociais no País, durante os últimos anos da República Velha. Quais desses acontecimentos também ocorreram em 1922?a) Revolta Federalista e Intentona Comunistab) Início do Movimento Tenentista e Criação do Partido Comunista Brasileiroc) Revolta da Vacina e Criação do Partido Comunista Brasileirod) Início do Movimento Tenentista e Morte de Júlio Prestes

37) Autor do poema Juca Mulato, de 1917, palestrou sobre estética modernista na Semana de Arte Moderna e, mais tarde, alinhou-se a uma corrente nacionalista do modernismo, o verde-amarelismo. Quem é ele?a) Cassiano Ricardob) Graciliano Ramosc) Plínio Salgadod) Menotti del Picchia

38) Quem foi o principal mecenas da Semana de Arte Moderna, também participante do modernismo, assinando o prefácio de Pau-Brasil e colaborador de Macunaíma?a) Francisco Matarazzo

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b) Natércio da Silva Pintoc) Paulo Pradod) Paulo Emílio Sales Gomes

39) Nas artes plásticas, Tarsila do Amaral é considerada por muitos a principal pintora modernista brasileira. Desse período, quais são duas de suas obras mais famosas?a) O Homem Amarelo e Abaporub) Abaporu e Antropofagiac) Juca Mulato e Antropofagiad) Antropofagia e A Índia

Questão 40(Enem-2007)

Sobre a exposição de Anita Malfatti, em 1917, que muito influenciaria a Semana de Arte Moderna, Monteiro Lobato escreveu, em artigo intituladoParanoia ou Mistificação:

Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem as coisas e em consequência fazem arte pura, guardados os eternos ritmos da vida, e adotados, para a concretização das emoções estéticas, os processos clássicos dos grandes mestres. [...] A outra espécie é formada dos que veem anormalmente a natureza e a interpretam à luz das teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica das escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. [...] Estas considerações são provocadas pela exposição da sra. Malfatti, onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso e cia. 

(O Diário de São Paulo, dez. 1917.)

Em qual das obras a seguir identifica-se o estilo de Anita Malfatti criticado por Monteiro Lobato no artigo?

a)

Acesso a Monte Serrat – Santos. d) Nossa Senhora Auxiliadora eDom Bosco.

b) Vaso de Flores. e) A Boba.

c) A Santa Ceia.

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Questão 41(Enem-2010)

Após estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao Brasil com uma mostra que abalou a cultura nacional do início do século XX. Elogiada por seus mestres na Europa, Anita se considerava pronta para mostrar seu trabalho no Brasil, mas enfrentou as duras críticas de Monteiro Lobato. Com a intenção de criar uma arte que valorizasse a cultura brasileira, Anita Malfatti e outros modernistas

a) buscaram libertar a arte brasileira das normas acadêmicas europeias, valorizando as cores, a originalidade e os temas nacionais.b) defenderam a liberdade limitada de uso da cor, até então utilizada de forma irrestrita, afetando a criação artística nacional.c) representavam a ideia de que a arte deveria copiar fielmente a natureza, tendo como finalidade a prática educativa.d) mantiveram de forma fiel a realidade nas figuras retratadas, defendendo uma liberdade artística ligada à tradição acadêmica.e) buscaram a liberdade na composição de suas figuras, respeitando limites de temas abordados.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 42 E 43.

TEXTO IAgora Fabiano conseguia arranjar ideias. O que o segurava era a família. Vivia preso como um novilho amarrado ao mourão, suportando ferro quente. Se não fosse isso, um soldado amarelo não lhe pisava o pé não. [...] Tinha aqueles cambões pendurados ao pescoço. Deveria continuar a arrastá-los? Sinha Vitória dormia mal na cama de varas. Os meninos eram uns brutos, como o pai. Quando crescessem, guardariam as reses de um patrão invisível, seriam pisados, maltratados, machucados por um soldado amarelo.

(RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. 23. ed. São Paulo: Martins, 1969. p.75.)

TEXTO IIPara Graciliano, o roceiro pobre é um outro, enigmático, impermeável. Não há solução fácil para uma tentativa de incorporação dessa figura no campo da ficção. É lidando com o impasse, ao invés de fáceis soluções, que Graciliano vai criar Vidas Secas, elaborando uma linguagem, uma estrutura romanesca, uma constituição de narrador em que narrador e criaturas se tocam, mas não se identificam. Em grande medida, o debate acontece porque, para a intelectualidade brasileira naquele momento, o pobre, a despeito de aparecer idealizado em certos aspectos, ainda é visto como um ser humano de segunda categoria, simples demais, incapaz de ter pensamentos demasiadamente complexos. O que Vidas Secasfaz é, com pretenso não envolvimento da voz que controla a narrativa, dar conta de uma riqueza humana de que essas pessoas seriam plenamente capazes.

(BUENO, Luís. Guimarães, Clarice e antes. In: Teresa. São Paulo: USP, n.2, 2001. p.254.)

Questão 42(Enem-2007)

A partir do trecho de Vidas Secas (texto I) e das informações do texto II, relativas às concepções artísticas do romance social de 1930, avalie as seguintes afirmativas.

I. O pobre, antes tratado de forma exótica e folclórica pelo regionalismo pitoresco, transforma-se em protagonista privilegiado do romance social de 30.II. A incorporação do pobre e de outros marginalizados indica a tendência da ficção brasileira de década de 30 de tentar superar a grande distância entre o intelectual e as camadas populares.III. Graciliano Ramos e os demais autores da década de 30 conseguiram, com suas obras, modificar a posição social do sertanejo na realidade nacional.

É correto apenas o que se afirma ema) I.b) II.c) III.d) I e II.e) II e III.

Questão 43(Enem-2007)

No texto II, verifica-se que o autor utiliza

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a) linguagem predominantemente formal, para problematizar, na composição de Vidas Secas, a relação entre o escritor e o personagem popular.b) linguagem inovadora, visto que, sem abandonas a linguagem formal, dirige-se diretamente ao leitor.c) linguagem coloquial, para narrar coerentemente uma história que apresenta o roceiro pobre de uma forma pitoresca.d) linguagem formal com recursos retóricos próprios do texto literário em prosa, para analisar determinado momento da literatura brasileira.e) linguagem regionalista, para transmitir informações sobre literatura, valendo-se de coloquialismo, para facilitar o entendimento do texto.

Questão 44(Enem-2006)

Erro de PortuguêsQuando o português chegouDebaixo de uma bruta chuvaVestiu o índioQue pena!Fosse uma manhã de SolO índio tinha despidoO português.

(ANDRADE, Oswald de. Poesia reunidas. Rio de Janerio: Civilização Brasileira, 1978.)

O primitivos observável no poema acima, de Oswald de Andrade, caracteriza de forma marcante

a) o regionalismo do Nordeste.b) o concretismo paulista.c) a poesia Pau-Brasil.d) o simbolismo pré-modernista.e) o tropicalismo baiano.

Questão 45(Enem-2006)

No romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos , o vaqueiro Fabiano encontra-se com o patrão para receber o salário. Eis parte da cena:

Não se conformou: devia haver engano. [...] Com certeza havia erro no papel do branco. Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria? 

O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o vaqueiro fosse procurar serviço noutra fazenda.Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. Não era preciso barulho não.

(RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. Rio de Janeiro: Record, 2003.)

No fragmento transcrito, o padrão formal da linguagem convive com marcas de regionalismo e de coloquialismo no vocabulário. Pertence à variedade do padrão formal da linguagem o seguinte trecho:

a) “Não se conformou: devia haver engano” (l. 1).b) “e Fabiano perdeu os estribos” (l. 2).c) “Passar a vida inteiro assim no toco” (l. 2-3).d) “entregando o que era dele de mão beijada!” (l. 3).e) “Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou” (l. 7).

Questão 46(Enem-2003)

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(Tarsila do Amaral, Operários.)

Desiguais na fisionomia, na cor e na raça, o que lhe assegura identidade peculiar, são iguais enquanto frente de trabalho. Num dos cantos, as chaminés das indústrias se alçam verticalmente. No mais, em todo o quadro, rostos colados, um ao lado do outro, em pirâmide que tende a se prolongar infinitamente, como mercadoria que se acumula, pelo quadro afora.

(GOTLIB, Nádia. Tarsila do Amaral, a modernista.)

O texto aponta no quadro de Tarsila do Amaral um tema que também se encontra nos versos transcritos em:

a) “Pensem nas meninas / Cegas inexatas / Pensem nas mulheres / Rotas alteradas.” (Vinícius de Moraes)b) “Somos muito severinos / iguais em tudo e na sina: a de abrandar estas pedras / suando-se muito em cima.” (João Cabral de Melo Neto)c) “O funcionário público / não cabe no poema / com seu salário de fome / sua vida fechada em arquivos.” (Ferreira Gullar)d) “Não sou nada. / Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. / À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.” (Fernando Pessoa)e) “Os inocentes do Leblon/ Não viram o navio entrar [...] / Os inocentes, definitivamente inocentes tudo ignoravam, / mas a areia é quente, e há um óleo suave / que eles passam pelas costas, e aquecem.” (Carlos Drummond de Andrade)

Questão 47(Enem-2010)

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(Tarsila do Amaral. “O mamoeiro”, 1925. Óleo s/ tela; 65 x 70 cm. IEB-USP.)

O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro “O mamoeiro”, identifica-se que, nas artes plásticas, a

a) imagem passa a valer mais que as formas vanguardistas.b) forma estética ganha linhas retas e valoriza o cotidiano.c) natureza passa a ser admirada como um espaço utópico.d) imagem privilegia uma ação moderna e industrializada.e) forma apresenta contornos e detalhes humanos.