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CURSO DE THDL TEMPERATURA ÚMIDADE RUÍDO LUMINÂNCIA

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CURSO DE THDL

TEMPERATURA

ÚMIDADE

RUÍDO

LUMINÂNCIA

1 - TEMPERATURA

Muitos trabalhadores passam parte de sua jornada diária diante de fontes de calor. As pessoas que trabalham em fundições, siderúrgicas, padarias, - para citar apenas algumas industrias - frequentemente enfrentam condições adversas de calor que representam certos perigos para a sua segurança e saúde.

A EXPOSIÇÃO AO CALOR PRODUZ REAÇÕES NO ORGANISMO

Os fatores ambientais que afetam a saúde do trabalhador quando exposto ao calor excessivo em sua área de trabalho, são: temperatura, umidade, calor radiante (como o que provém do sol ou de um forno) e a velocidade do ar. As características pessoais são talvez o fator que mais pesa durante a exposição ao calor. Podemos considerar as seguintes: a idade, o peso, o estado físico, as condições orgânicas e a aclimatação ao calor.

O corpo reage às altas temperaturas externas aumentando a circulação sanguínea na pele, fazendo subir a temperatura nessa área. O corpo, então, perde o excesso de calor através da pele. Sem dúvida, na medida em que os músculos estão sendo exigidos pelo trabalho físico, parte do sangue flui para a pele para liberar o calor.

A transpiração é outro meio que o organismo utiliza para manter a temperatura corporal interna estável em condições de calor. O suor, no entanto, não pode ser excessivo. Apenas na medida em que sua evaporação possa ocorrer e as quantidades de líquido e sais perdidos possam ser repostas adequadamente.

Há, entretanto, várias maneiras que um trabalhador pode adotar para atenuar os riscos provenientes de sua exposição ao calor, como por exemplo, circular de vez em quando por local mais fresco; reduzir seu ritmo ou sua carga de trabalho ou afrouxar parte de suas roupas ou, até mesmo, se livrar das roupas mais espessas.

Porém, quando o corpo não consegue eliminar o excesso de calor, este fica “armazenado”. Nestas circunstâncias a temperatura do corpo aumenta. Na medida em que o corpo retém o calor, a pessoa começa a perder a sua capacidade de concentração e, como conseqüência, torna-se vulnerável ao acidente. Irrita-se com facilidade e, freqüentemente, perde o desejo de ingerir líquidos. Geralmente seguem-se os desmaios e posteriormente a morte se a pessoa não for retirada a tempo das proximidades da fonte de calor.

TRANSTORNOS CAUSADOS PELO CALOR Insolação – Este é um dos mais sérios problemas de saúde que o trabalhador enfrenta. Surge em decorrência da falta de mecanismo do corpo para regular sua temperatura interior. A transpiração cessa e o corpo já não consegue se livrar do calor excessivo. Os sinais são:

a) Confusão mental b) Delírio c) Perda da consciência d) Convulsão e) Coma

A insolação pode matar, a menos que a pessoa receba a tempo tratamento de forma adequada. Enquanto a ajuda médica não chega a vítima deve ser transportada para uma área suficientemente ventilada, hidratada e suas roupas molhadas. Pode até mesmo ser colocada diante de um ventilador para apressar a queda da temperatura. As providências relativas aos primeiros socorros podem ser tomadas como forma de prevenção contra lesões permanentes no cérebro e em outros órgãos vitais. Esgotamento – Resulta da perda de líquido por meio da transpiração e quando o trabalhador descuida-se de sua necessária hidratação. Quando o trabalhador sofre esgotamento ocasionado pela sua exposição ao calor, é dominado pela debilidade, fadiga extrema, náusea, dor de cabeça e desfalecimento. A pele apresenta-se fria, pegajosa e úmida; a tez torna-se pálida. No entanto, o tratamento é por demais simples: deve ser ministrada uma solução líquida que reponha os teores de potássio, cálcio e magnésio perdidos, aquela que os atletas ingerem para recuperar suas energias. Contudo, nos casos mais graves em que a vítima tenha vomitado ou perdido a consciência, é conveniente que receba os devidos cuidados médicos.

Câimbra – Mesmo quando o trabalhador ingere grande quantidade de líquido mas não repõe a perda dos sais de seu organismo, pode sofrer terríveis dores musculares. Geralmente os músculos mais sujeitos a câimbra são os mais exigidos durante a jornada de trabalho. As dores podem surgir durante ou depois das horas de trabalho, mas aliviam-se mediante a simples ingestão de líquidos por via oral ou de soluções ricas em sais, ministradas na veia para obtenção de alívio mais rápido da dor, se o médico assim determinar.

Desmaio – Geralmente ocorre com o trabalhador que tem dificuldade de aclimatação em ambientes de temperatura elevada, principalmente no exercício de atividades que exigem pouca mobilidade. Na maioria das ocorrências as vítimas se recuperam rapidamente após período de repouso em lugar ventilado. O fato do trabalhador se movimentar de um lado para outro, ao invés de ficar parado, reduz a possibilidade de sofrer desmaio.

Urticária – Ocorre principalmente nas partes do corpo em que o suor não pode ser eliminado facilmente da superfície da pele por meio da evaporação. Se ela perdura, ou se complica por meio de infecção, agrava-se ao ponto de inibir o sono, e até de prejudicar o desempenho do trabalhador. Em alguns casos, ocasiona o seu afastamento temporário.

Pode ser prevenida com a permanência do trabalhador em locais ventilados durante os períodos de repouso.

PREVENÇÃO A maioria dos problemas de saúde relacionados com o calor, pode ser prevenida ou seus riscos reduzidos. As seguintes precauções diminuem bastante os riscos gerados pelo calor: 1) A instalação de mecanismos técnicos de controle, entre os quais um plano de ventilação do ambiente como um todo e medidas que promovam o resfriamento localizado sobre as fontes de calor, incluindo sistemas de exaustão. A instalação de painéis de isolamento das fontes do calor radiante são medidas bastante positivas. O resfriamento por evaporação e a refrigeração mecânica são outras maneiras possíveis de redução do calor. Ventiladores são dispositivos que também concorrem para reduzir o calor em ambientes quentes. A adoção de roupas de proteção para o trabalhador; a modificação, bem como a automação dos equipamentos, visando a redução do trabalho manual são outras formas de reduzir o calor.

2) Certas práticas de trabalho, como por exemplo a ingestão de água em abundância – até um quarto de litro por hora por trabalhador – em seu ambiente de trabalho, pode concorrer para reduzir os riscos causados pelo calor. É fundamental que os trabalhadores recebam treinamento em procedimentos de primeiros socorros para que aprendam a reconhecer e enfrentar os primeiros sinais orgânicos de reação ao calor. Os empregadores devem considerar também a condição física de cada trabalhador cuja atividade será desenvolvida em área de calor. Os trabalhadores de mais idade, os obesos e os que passam por período de tratamento com ingestão de medicamentos, correm mais riscos. 3) Os períodos de trabalho e descanso podem ser alternados com períodos de descanso mais prolongados e em ambientes bem ventilados. Na medida do possível deve-se planejar para que os trabalhos mais pesados sejam desenvolvidos nas horas mais frescas do dia. Os supervisores devem receber treinamento para detectar com antecedência qualquer indisposição e permitir que o trabalhador interrompa sua tarefa antes do agravamento de sua situação. 4) A aclimatação ao calor por meio de curtos períodos de exposição para em seguida, o trabalhador ser submetidos a exposições por períodos mais longos. Os empregados recém admitidos e os que retornam após período de férias devem passar por período de adaptação de cinco dias. 5) Os trabalhadores devem estar suficientemente instruídos quanto à necessidade da ingestão de líquidos e sais perdidos durante a transpiração. Devem conhecer os sintomas da desidratação, esgotamento, desmaio, câimbras e insolação. Devem ainda ser conscientizados da importância do controle diário de seu peso como forma de detectar a hidratação.

2 – UMIDADE RELATIVA DO AR

A umidade relativa do ar é a relação entre a quantidade de água existente no ar (umidade absoluta) e a quantidade máxima que poderia haver na mesma temperatura (ponto de saturação). Ela é um dos indicadores usados na meteorologia para se saber como o tempo se comportará (fazer previsões).Essa umidade presente no ar é decorrente de uma das fases do ciclo hidrológico, o processo de evaporação da água. Ovapor de água sobe para a atmosfera e se acumula em forma de nuvens, mas uma parte passa a compor o ar que circula na atmosfera.

Porém, o ar, assim como qualquer outra substância, possui um limite até o qual ele absorve a água (ponto de saturação). Abaixo do ponto de saturação, há o ponto de orvalho (quando a umidade se acumula sob a forma de pequenas gotas ou neblina) e, acima dele, a água se precipita na forma de chuva.

A umidade relativa do ar vai variar de acordo com a temperatura (a 0ºC a umidade relativa do ar é de 4,9g/m³ e a 20ºC é de 17,3g/m³), a presença ou não de florestas ou vegetação, rios e represas (desertos, por exemplo, tem a umidade relativa do ar muito baixa) e, mesmo, à queda da temperatura (orvalho).

Em um deserto a umidade relativa do ar pode chegar a 15%, sendo que a média mundial é de 60%.

Quando a umidade do ar está muito baixa, ou mesmo, muito alta pode haver problemas, principalmente respiratórios. Com a umidade muito baixa (menos que 30%), as alergias, sinusites, asmas e outras doenças tendem a se agravar. Já, quando a umidade relativa do ar é muito alta, podem surgir fungos, mofos, bolores e ácaros.

O curioso é que mesmo quando a temperatura está baixa (mais ou menos 24ºC), se a umidade relativa do ar for muito alta, você sente calor do mesmo jeito, porque o suor evapora de sua pele com mais dificuldade o que faz com que asensação térmica seja mais alta. Da mesma forma, se estiver muito quente e a umidade relativa do ar muito baixa, você conseguirá suportar até 37ºC sem passar mal porque seu suor evaporará mais rápido resfriando seu corpo.

O instrumento usado para medir a umidade relativa do ar é o higrômetro. Ele geralmente é feito usando-se sais de lítioque apresentam uma resistência variável de acordo com a quantidade de água absorvida

EEntre 12 e 20% - Estado de alerta

Entre 20 e 30% - Estado de atenção

Abaixo de 12% - Estado de emergência

3 – RUÍDO

DECIBELÍMETRO

INTRODUÇÃO

Ruído pode ser definido, de maneira subjetiva, como toda sensação auditiva desagradável, ou

fisicamente, como todo fenômeno acústico não periódico, sem componentes harmônicos definidos.

De um modo geral, os ruídos podem ser classificados em 3 tipos 

* Ruídos contínuos: são aqueles cuja variação de nível de intensidade sonora é muito pequena em

função do tempo. São ruídos característicos de bombas de líquidos, motores elétricos, engrenagens,

etc. Exemplos : chuva, geladeiras, compressores, ventiladores (Fig. 1)

Fig 1 - Ruído do Tipo Contínuo

* Ruídos flutuantes: são aqueles que apresentam grandes variações de nível em função do tempo.

São geradores desse tipo de ruído os trabalhos manuais, afiação de ferramentas, soldagem, o

trânsito de veículos, etc. São os ruídos mais comuns nos sons diários (Fig. 2)

Fig2 - Ruído do Tipo Flutuante

* Ruídos impulsivos, ou de impacto: apresentam altos níveis de intensidade sonora, num intervalo

de tempo muito pequeno. São os ruídos provenientes de explosões e impactos. São ruídos

característicos de rebitadeiras, impressoras automáticas, britadeiras, prensas, etc. (Fig. 3).

Fig3 - Ruído do Tipo Impulsivo ou de Impacto

A medição dos níveis de som é a principal atividade para avaliação dos problemas do ruído em um

ambiente. Pode ser feita desde uma simples avaliação local, passando por um levantamento mais

minucioso, até uma análise de alta precisão usando analisadores de frequência.

Essa análise de frequência deve ser realizada por medidor de nível de pressão de som

(decibelímetro), que esteja de acordo com as normas internacionais. É importante que o aparelho

não seja do tipo hobby, facilmente importado e encontrado no mercado por contrabando e que os

métodos de medição e análise dos resultados sejam escolhidos por pessoas que tenham um

conhecimento sobre acústica e conheçam tanto as normas técnicas nacionais e internacionais,

quanto as leis em vigor.

MEDIDOR DE PRESSÃO SONORA (DECIBELÍMETRO)

Vulgarmente chamado de decibelímetro, diferencia-se do dosímetro por fornecer a medida do nível

de pressão do ruído simultaneamente à ocorrência do som, enquanto o segundo proporciona a dose

de ruído a que o sujeito está exposto num determinado período de tempo.

NÃO EXISTE/3/Inspeções rotineiras, tipo “varredura”, para constatar se os níveis de ruído estão

substancialmente acima dos limites de tolerância

Os medidores de precisão constam, normalmente, de :

* microfone

* atenuador

* circuitos de equalização

* circuitos integradores

* mostrador (digital ou analógico) graduado em dB.

Obrigatoriamente devem conter :

* 2 curvas de ponderação: os circuitos de equalização devem fornecer ao usuário a opção de

escolha para as curvas A ou C. Alguns aparelhos contém as curvas B e D

* No mínimo, 2 constantes de tempo: lenta (slow) ou rápida (fast). Alguns aparelhos possuem as

constantes ‘impulso’ e ‘pico’.

* Faixa de medida de 30 a 140 dB.

* Calibrador.

SomSom é uma modificação da pressão que ocorre em meios elásticos, propagando-se em forma de ondas ou oscilações mecânicas, longitudinais e tridimensionais. Resulta de um movimento vibratório de partículas materiais, muitos corpos podem servir como fonte sonora, porém devemter uma característica vibrátil. Também, pode ser definido como a sensaçãoproduzida quando as vibrações longitudinais de moléculas no ambiente externo atingem a membrana timpânica.O som apresenta três características fundamentais, a frequência, a amplitude, e o timbre, que é uma característica da fonte sonora.*Frequência: refere-se ao número de ciclos que as partículas materiais realizam em um segundo, ou o número de vibrações por unidade de tempo, é medida pela unidade chamada Hertz(Hz), refere-se a altura do som, e permite classificá-lo em uma escala que varia de grave a agudo.*Amplitude: pode ser definida como a energia que atravessa uma área numintervalo de tempo, ou a força exercida pelas partículas materiais sobre a superfície na qual incidem. A amplitude

relaciona-se à intensidade sonora, sendo um dos processos físicos utilizados na medida desta juntamente com a pressão efetiva e a energia transportada pelo som, permite classificar o som em uma escala de fraco a forte.*Timbre: é uma qualidade da fonte sonora, que nos permite diferenciar, por exemplo, a mesma nota musical emitida por instrumentos diferentes, através de diversas freqüências harmônicas de que se compõem um determinado som complexo.

RuídoRuído refere-se as vibrações aperiódicas, que não mantém relações matemáticas entre as freqüências, ou seja são dissonantes. É um tipo de som de natureza esparsa, cujo espectro não exibe componentes de freqüências distintos. É difícil definir com precisão o ruído, qualquer som pode molestar, ser desagradável ou irritante quando o ouvinte se encontra mal preparado, física ou mentalmente.

EFEITOS EXTRA-AUDITIVOS DO RUÍDOA nocividade do excesso de ruído afeta o indivíduo sob vários aspectos, a única doença específica associada à exposição a esse agente agressivo, é a perda auditiva.

Os distúrbios atribuídos à exposição, vão depender de fatores como: a freqüência do ruído, a intensidade, a duração, e o ritmo, assim como o tempo de exposição, a suscetibilidade individual, e a atitude de cada indivíduo frente ao som.Sons contínuos são menos traumatizantes que os sons interrompidos, isto porque num ruído contínuo o primeiro impacto sonoro é recebido sem proteção, mas os outros são atenuados pelo mecanismo de proteção, no entanto em ruídos interrompidos, os impactos não tem atenuação, já que entre um som e outro hátempo do mecanismo de proteção relaxar-se.Alguns autores referem que sons contínuos, que não tenham significado especial de espécie alguma, não apresentam interferência na produtividade até o nível de 90dB, porém nem todos concordam com tal afirmação.Algumas teorias citam que o estímulo auditivo antes de atingir ao córtex cerebral, passa por inúmeras estações subcorticais em particular das funções vegetativas, o que explica os efeitos extra-auditivos do ruído.Acredita-se que o ruído pode afetar outros órgãos do corpo humano por meio de um mecanismo indireto, ativando ou inibindo o sistema nervoso central e periférico.

Principais distúrbios:

· Distúrbios de ComunicaçãoNos ambientes barulhentos, a comunicação verbal torna-se impossível, sendo difícil dar avisos e informações de perigo iminente a trabalhadores da área, aumentando a probabilidade de erros e acidentes ocupacionais.Ruídos elevados podem causar transtornos de comunicação, como o mascaramento da voz, prejudicando a compreensão da fala, principalmente se o indivíduo tiver deficiência auditiva, o que tornará mais difícil o reconhecimento da fala. Consequentemente o indivíduo tende ao isolamento social, já que nãoconsegue mais participar efetivamente a conversação, trazendo dificuldades deinteração, tanto no meio familiar como no seu ambiente profissional.Em alguns casos, podem ocorrer situações que devido ao excesso de ruído no local de trabalho, associado a perdas auditivas, o trabalhador tem a necessidadede utilizar uma intensidade vocal mais

forte que a habitual, para ser ouvido pelos colegas, provocando um esforço maior e uma tensão ao falar, havendo uma sobrecarga no trato vocal, podendo ocasionar lesões e alterações vocais.

· Distúrbios do SonoVários autores estudam a influência negativa do ruído sobre o sono, o qual torna mais superficial. A maioria deles confirma a presença de alterações do sono.Pesquisas eletroencefalográficos apresentam alterações, demonstrando que ruídos, mesmo de fraca intensidade, provocam o chamado complexo “K”, ou seja, a passagem temporária de um estado de sono profundo para outro mais leve. Sabe-se também que o barulho perturba o sono REM, sem acordar o indivíduo, mas causando irritabilidade, cansaço e dificuldade de concentração.Como o ruído tem interferência direta na qualidade do sono, vai agir indiretamente nos efeitos no dia-a-dia do trabalhador, é incontestável a importância de uma noite “bem dormida”, para o bom desempenho do indivíduo em suas tarefas, principalmente as que exijam concentração e habilidade, refletindo num melhor rendimento no seu trabalho e na sua vida social.Ruídos escutados durante o dia podem atrapalhar o sono de horas após, os pacientes reclamam de dificuldade para iniciar o adormecimento, de insônias, e de despertares freqüentes, o que determina cansaço no dia seguinte.

Distúrbios ComportamentaisSão relatados pela maioria dos autores, uma extensa série de sintomas comportamentais. São eles: mudanças na conduta e no humor; falta de atenção e concentração; inapetência; cefaléia; redução da potência sexual; ansiedade; depressão; cansaço; fadiga e estresse. Acredita-se que estes sintomas podem aparecer isolados ou mesmo juntamente.Nervosismo, fadiga mental, frustração, irritabilidade, mau ajustamento em situações novas, e conflitos sociais entre operários expostos ao ruído.

Distúrbios DigestivosA maioria dos estudos afirmam a presença de alterações digestivas atribuídas a ação nociva do ruído ocupacional. Descritas como: diarréias, prisão de ventre, náuseas.É observado em alguns casos diminuição do peristaltismo e da secreção gástrica, com aumento da acidez, seguidos de enjôos, perda de apetite, dores epigástricas, gastrites e úlceras.Embora não tenha sido totalmente evidenciado em experiências, alguns indivíduos apresentaram motilidade gastrintestinal aumentada quando expostos a níveis de ruídos elevados.

· Distúrbios NeurológicosRefere algumas prováveis alterações como resposta a ação do ruído, que manifestam-se como: o aparecimento de tremores nas mãos, redução da reação aos estímulos visuais, dilatação das pupilas, motilidade e tremores dos olhos, mudança na percepção visual das cores e desencadeamento ou piora de crises de epilepsia.São relatadas também influências no sistema nervoso central, inclusive alterações das ondas alfa no eletroencefalograma e aumento da pressão do líquorraquidiano.Estudos mostraram que níveis de ruído superior a 93dB, interferem entre os sensores óptico e ótico, fazendo com que o operário não distinga as cores de maneira adequada, quando o nível de ruído reduz para 80-85 dB, a sensibilidade passa a ser igual para todas as cores.

Distúrbios CardiovascularesEncontramos várias pesquisas realizadas com a finalidade de comprovar a relação entre algumas alterações cardiovasculares e a exposição a ruído, no entanto, existem ainda discordâncias quantoa influência nociva no sistema cardiovascular do indivíduo, vários autores confirmam a presença desta alteração, outros não concordam.

Descrição eaceleração cardíaca provocada pelo ruído , inclusive em coração de fetos, a redução do volume circulatório, e a alteração em seu fluxo, a vasoconstrição periférica, o aumento da viscosidade do sangue, hipertensão arterial, e a ação do ruído sobre a gestação, alterando a posição do feto e dificultando o trabalho de parto, entre outros. Relatam ainda alterações da crase sangüínea, a eosinopenia e linfopenia, atribuíveis ao ruído.Um longo período de tempo de exposição a ruído pode causar uma sobrecarga no coração.Em animais, um aumento agudo da pressão arterial associado ao aumento da resistência vascularperiférica, ocorre com a exposição ao ruído, podendo tornar-se uma alteração permanente. Sugerindo ser o ruído um dos vários estímulos externos que propiciam o desenvolvimento da hipertensão arterial no ser humano.Acredita que podem ocorrer respostas cardiovasculares semelhantes às que ocorrem no estresse agudo, com o aumento de pressão arterial e alterações hormonais e bioquímicas(aumento da excreção da cotecolaminas e aumento de níveis plasmáticos de colesterol, triglicérides, ácidos graxos livres).Um mecanismo também citado como envolvido na gênese da hipertensão arterial induzida pelo ruído, é o de que este elemento pode provocar uma variação da pressão arterial, através de umaadaptação estrutural dos vasos sangüíneos, em resposta aos repetidos picos de variação da pressão arterial.

Distúrbios HormonaisAcredita que os chamados “hormônios do estresse”, que têm sua produção alterada quando o portador passa por tensões, podem manifestar-se também em ambientes com níveis elevados de ruído. Dessa forma, resultará em um aumento dos índices de adrenalina e cortizol plasmático, com possibilidade de desencadeamento de diabetes e aumento da prolactina, com reflexos na esferasexual.Os efeitos fisiológicos do ruído a longo prazo são principalmente aquelas respostas produzidas por meio de substâncias (coletivamente conhecidas por hormônios) liberadas por algum tecido secretor(glândula endócrina) na corrente sangüínea, os hormônios são capazes de produzir reações em órgãos e tecidos muito afastados do seu ponto de produção.

Distúrbios CirculatóriosSão relatadas pela maioria dos estudiosos alterações circulatórias, o ruído age diretamente sobre o aparelho circulatório, produzindo vaso constrição, sendo descrito também mudanças no ritmo da pulsação, aumento da viscosidade do sangue, e má oxigenação das células, podendo ocorrer problemas a nível tecidual.- Alterações nos Reflexos RespiratóriosModificações dos movimentos rítmicos normais e essenciais dos músculos relacionados à respiração. O mecanismo total é um sofisticado sistema de controle projetado para regular o conteúdo gasoso do sangue,incluindo a pressão parcial de CO2 e O2 gasosos e para estabilizar vários aspectosda química do sangue.

· Alterações na Concentração e HabilidadeO ruído como é um som indesejável, apresenta a característica de irritar e, com isso, diminuir a capacidade de concentração mental, afetando o desempenho na habilidade de realizar algumas tarefas, assim trabalhadores que utilizam habilidades manuais, por exemplo, podem ser muito prejudicados, tendo em vista que sua capacidade está diminuída, aumentando a probabilidade de erros e acidentes ocupacionais, e comprometendo a execução de tarefas que exijam atenção e concentração mental.

· Alterações no Rendimento de TrabalhoComo vimos, a exposição a níveis elevados de ruído por um período de tempo interfere na concentração e nas habilidades, tendo como conseqüência a redução da performance e do rendimento de trabalho, o indivíduo fadiga mais rápido, apresentando cansaço, prejudicando o desempenho de suas atividades.

Estudos demonstraram que o excesso de ruído, no elemento humano, altera a condutividade elétrica no cérebro, além de provocar uma queda na atividade motora em geral.Alguns autores acreditam que os níveis elevados, embora não influenciem a produção como um todo, originam uma variação na produtividade. Observou-se que, após uma pausa à exposição ao barulho, há um aumento da produtividade.Outros efeitos extra-auditivos que são:- Elevação do nível de vigilância;- Aumento do tônus muscular e ausência de relaxamento ao repouso;- Reação sobre o sistema límbico, com repercussões afetivas e sociais;- Perturbação do equilíbrio hormonal e neurovegetativo pelas relações como hipotálamo

Estudo naárea de prensas de uma indústria automobilística de SP, com o objetivo de conhecer suas condições de trabalho e de saúde, os problemas de saúde mais referidos foram:*distúrbios osteomusculoarticulares;*distúrbios nervosos;*irritação dos olhos e da garganta;*dores ou queimação no estômago;*zumbido;*gripes freqüentes:*dificuldades de audição;

4 -LUMINÂNCIA

INTRODUÇÃO:

Esta nota técnica tem o objetivo de inserir a deficiência de iluminamento nos ambientes e postos de trabalho na relação de riscos que permitem o pagamento do adicional de insalubridade.

EFEITOS FISIOLÓGICOS DA ILUMINAÇÃO:

Inicialmente, deve-se lembrar qual é a definição de insalubridade. Insalubre, conforme define Houaiss, é o que não é bom para a saúde; que causa doença; insalutífero; capaz de prejudicar de alguma forma a saúde do trabalhador. Por conseguinte, insalubridade é a característica ou condição do que é insalubre.

O nível de iluminamento interfere diretamente no mecanismo fisiológico da visão e também na musculatura que comanda o movimento dos olhos.

Existem muitos fatores que influem na capacidade de discriminação visual, como a faixa etária e as diferenças individuais, mas devemos, para o caso em tela, considerar os três fatores julgados mais importantes e controláveis nos projeto dos ambientes de trabalho: a quantidade de luz, o tempo de exposição e contraste entre figura e fundo.

Quantidade de Luz:

O rendimento visual tende a crescer, a partir de 10 lux, com o logaritmo do iluminamento, até 1.000 lux, enquanto a fadiga visual se reduz nessa faixa. A partir deste ponto, os aumentos do iluminamento não provocam melhoras sensíveis no rendimento, e a fadiga visual começa a aumentar. Assim, recomenda-se a utilizar 2.000 lux como máximo.

Convém ressaltar também que a proporção recomendada entre o nível do centro da tarefa e a iluminação geral do ambiente é de 3:1.

Tabela 1. – Níveis de iluminamento recomendados para algumas tarefas típicas.

TIPOILUMINAMENTO

RECOMENDADO (LUX)EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

ILUMINAÇÃO GERAL PARA LOCAIS DE POUCO USO

20 - 50 Iluminação mínima de corredores e almoxarifados, zonas de estacionamento.

100 – 150Escadas, corredores, banheiros, zonas de circulação, depósitos e almoxarifados.

ILUMINAÇÃO GERAL EM LOCAIS DE TRABALHO

200 – 300

Iluminação mínima de serviço. Fábricas com maquinaria pesada. Iluminação geral de escritórios, hospitais e restaurantes.

400 – 600

Trabalhos manuais médios. Oficinas em geral. Montagem de automóveis. Industria de confecções. Leitura ocasional e arquivo. Sala de primeiros socorros.

1.000 – 1.500*

Trabalhos manuais precisos. Montagens de pequenas peças, instrumentos de precisão e componentes eletrônicos. Trabalhos de revisão e desenhos detalhados.

ILUMINAÇÃO LOCALIZADA

1.500 – 2.000Trabalhos minuciosos e muito detalhados. Manipulação de peças pequenas e complicadas. Trabalhos de relojoaria.

* pode ser combinado com a iluminação local.

Tempo de Exposição:

O tempo de exposição para um objeto poder ser discriminado depende do seu tamanho, contraste e nível de iluminação.

Na maioria dos casos, em geral é suficiente o tempo de um segundo para que haja uma boa discriminação. Se os objetos forem pequenos e o contraste for baixo, o tempo necessário poderá crescer sensivelmente. Por exemplo: para objetos pequenos, se o contraste for reduzido de 70% para 50%, o tempo necessário aumentará em 4 vezes.

Contraste entre figura e fundo:

A diferença de brilho entre a figura e o fundo é chamada de contraste. Se não houver esse contraste, a figura ficará camuflada e não será visível, como acontece, por exemplo, com um urso polar na neve ártica. Numericamente, o contraste é definido pela expressão:

C = (E1 – E0) / E1

Onde: E1 = brilho da figura, eE0 = brilho de fundo.

Por exemplo, se o brilho da figura for de 80 e a de fundo 20, o valor de contraste será C = 60/80 = 0,75. Multiplicando o resultado por 100, temos que o contraste será de 75%.

Para que a iluminação não se torne um risco à saúde do servidor é necessário que estas três variáveis estejam bem correlacionadas e balanceadas, dependendo da atividade laboral desenvolvida. Um dos efeitos deletérios mais conhecidos é a denominada fadiga visual.

Para profissionais de informática, por exemplo, foi identificada uma fadiga visual própria, mas que em suas conseqüências à saúde se correlaciona com outros tipos de fadiga visual. Cientistas americanos a denominam de Computer Vision Syndrome (CVS) ou Síndrome Visual do Usuário de Computador. Cerca de 70 a 90% dos usuários de informática sofrem de CVS, que tem como principais sintomas dor de cabeça, olhos vermelhos, lacrimejamento em excesso ou olho seco, sonolência e vista cansada,podendo provocar ainda miopia em crianças e presbiopia em adultos.

O ILUMINAMENTO COMO CONCAUSA DE DOENÇAS DO OLHO E ANEXOS RELACIONADOS AO TRABALHO.

O aparelho visual é vulnerável à ação de inúmeros fatores de risco para a saúde presentes no trabalho, como por exemplo agentes mecânicos (corpos estranhos, ferimentos contusos e cortantes), agentes físicos (temperaturas extremas, eletricidade, radiações ionizantes e não ionizantes), agentes químicos, agentes biológicos (picadas de marimbondo e pelo de lagarta) e ao sobre-esforço que leva à astenopia induzida por algumas atividades de monitoramento visual.

Os acidentes oculares são muito comuns, representando cerca de 12% de todos os acidentes ocupacionais na Finlândia, 4% na França e 3% nos EUA. Na Inglaterra, em um estudo multicêntrico recente, foram analisados 5.671 casos de acidentes oculares, dos quais 70% ocorreram no local de trabalho, sendo que em 35% destes casos os trabalhadores relataram sintomas de fadiga visual antes da ocorrência do evento.

Predição realizada pela União Européia indica que a fadiga visual atua como concausa em cerca de 5% de todos os agravos ocupacionais, subindo para mais de 40% em ambientes de trabalho do tipo escritório.

Para as atividades que exigem esforço visual, a baixa luminosidade, associada a fatores ergonômicos tais como superfície de leitura em posição tal que provoque más posturas, assento inadequado, tempo exagerado de exposição etc.,podem levar a um estado de fadiga, inicialmente ocular, e depois expandindo-se, em função de posturas viciosas, por toda a cabeça, pescoço e coluna, provocando dores, irritação e conseqüente diminuição da capacidade laborativa.

Ao mesmo tempo, em condições ótimas de iluminamento, a existência de fatores ergonômicos dos tipos,, superfície de leitura lisa, com cores claras e tempo exagerado de exposição, também pode levar a esse mesmo estado de fadiga.

A fadiga, dependendo do seu estágio e principalmente se for crônica, atingirá, nesses casos, o olho, e os sinais vão desde uma irritação contínua da conjuntiva, com vermelhidão e coceira, até à diminuição da acuidade visual, ou mesmo paralisia de musculaturas do olho que podem levar à visão dupla. Não apenas o olho está envolvido, uma vez que as más posturas estão presentes na maioria das vezes, todas as estruturas subjacentes e contínuas (a saber, as musculaturas da face, da cabeça e da coluna), podem provocar quadros de dores nessas regiões. Esse conjunto de ocorrências pode afetar o psiquismo do trabalhador e tem-se assim o desenvolvimento de doenças no mesmo, muitas vezes tratadas isoladamente, geralmente sem grande sucesso, causando grandes prejuízos a todos, ou seja, ao trabalhador, à instituição que o emprega e ao Estado, que tem que manter uma assistência médica que se torna cada vez mais cara, muitas vezes em função de doenças que poderiam ser evitadas.

O Ministério da Saúde, por meio da Portaria 1.339, de 18 de novembro de 1.999, reconhece os seguintes agravos relacionados ao trabalho: Blefarite (CID: H01.0); Conjuntivite (CID: H10); Queratite e Queratoconjuntivite (CID: H16); Catarata (CID: H28); inflamação Coriorrentiana (CID: H30); Neurite Óptica (CID: H46) e Distúrbios visuais subjetivos (CID: H53).

DO SUMÁRIO LEGAL

A Constituição Federal garante em seu inciso XXII do art. 7º, a “redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança” a todos os trabalhadores urbanos e rurais. Aos servidores públicos tal prerrogativa legal é isonômica em função do contido no parágrafo 3º do art. 39.

Não obstante a Lei 6.514, de 22 de dezembro de 1977, e a portaria 3.214, de 08 de junho de 1978, que regulamentou a saúde e segurança no trabalho, caracterizou em sua primeira versão a iluminação como um risco físico, equiparando-a nos mesmos modos deletérios que o ruído, a radiação ionizante, dentre outros.

No caso dos servidores públicos a lei 8.270/91, diz que se aplica para a concessão dos adicionais de insalubridade / periculosidade a legislação trabalhista geral, tendo assim recepcionado o modus operandi estabelecido na portaria 3.214/78.

Mas a Portaria 3.751, de 23 de novembro de 1990, deslocou o risco de iluminamento dos riscos físicos para a Norma Regulamentadora nº 17 (ERGONOMIA), que recepciona a norma NBR 5413 da ABNT, mas que não apresenta efeitos práticos quanto à concessão de benefícios previdenciários, apesar de manter os seus efeitos deletérios a saúde dos trabalhadores.

Tal alteração fez com que tal variável passasse a ser desconsiderada na promoção da saúde e segurança ocupacional dos servidores públicos.

DA AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA:

Levantamento realizado nas dependências do Departamento do Meio Circulante do Banco Central do Brasil, em fins de 2005, identificou várias não conformidades do nível de iluminamento, pela atividade desenvolvida e o recomendado pela norma, com registro de queixas de servidores, compatíveis com a fadiga visual, sem que existisse, anteriormente ao levantamento, sensibilidade a esse problema.

Lógica semelhante pode ser verificada por meio de levantamento realizado pela Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, onde 9:1000 servidores alegaram trabalhar em ambientes insalubres, sendo que 30% desses servidores alegam problemas ergonômicos, categoria em que o iluminamento hoje se encaixa.

CONCLUSÃO:

A fadiga visual é responsável por boa parcela do índice de absenteísmo e de agravos do trabalho. A não inclusão da mesma como risco físico e ergonômico manterá este risco escondido das ações em saúde e segurança. Por sua vez, a sua inclusão como risco passível de gerar o adicional de insalubridade aos servidores expostos permite ao Estado mapear as origens do problema e obrigar os gestores aos quais estão vinculados esses trabalhadores a se responsabilizarem civil e criminalmente pela saúde de seus subordinados (Art.129 do Código Penal) - Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.)