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UNIDADE I - .1.1 Surgimento; Conceito; Objeto; Conteúdo; Fundamentos transdisciplinares do direito Constitucional. 1.2 História das Constituições; UNIDADE II – O Constitucionalismo no Brasil. 2.1 A Constituição de 1824; 2.2 A Constituição de 1891; 2.3 A Constituição de 1934; 2.4 A Constituição de 1937; 2.5 A Constituição de 1946; 2.6 A Constituição de 1967/1969; 2.7 A Constituição de 1988; Unidade III – A estrutura da Constituição de 1988 (LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado, cit., capítulos 2 e 3, p. 92-93;160-161) 2.1 Estrutura normativa 2.2 Preâmbulo 2.3 Princípios Constitucionais Fundamentais UNIDADE IV – Da nacionalidade; UNIDADE V- O Poder Constituinte. 3.1 O poder constituinte originário; 3.2 O poder constituinte derivado; 3.3 Limitações ao exercício do poder constituinte originário e derivado; UNIDADE VI - Direito intertemporal constitucional. 6.1 Constituição anterior x Constituição nova; 6.2 Legislação infra-constitucional anterior x Constituição nova; 6.3 Constituição nova x Legislação infra-constitucional posterior(LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado, cit., capítulo 4, p. 186-192) UNIDADE VII - Organização do Estado e dos Poderes. 7.1 Teoria federalista; 7.2 Dos direitos Políticos. 7.3 Teoria da tripartição dos poderes (LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado, cit., capítulo 7, p. 377-408) UNIDADE VIII – Sistema Constitucional. 8.1 Classificação e características das normas constitucionais. 8.2 Normas Princípio e normas regras. 8.3. Classificação das Constituições (LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado, cit., capítulos 3 e 5, p. 135-144; 199- 209) UNIDADE IX- Hermenêutica e interpretação das normas constitucionais. 9.1 Conceito; 9.2 Princípios e regras de interpretação. 9.3 Interpretação conforme a constituição; 9.4 - Teoria dos Poderes Implícitos (LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado, cit., capítulo 3, p. 145-161)

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Page 1: 2014direitounic.files.wordpress.com€¦  · Web viewParágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta

UNIDADE I - .1.1 Surgimento; Conceito; Objeto; Conteúdo; Fundamentos transdisciplinares do direito

Constitucional. 1.2 História das Constituições;

UNIDADE II – O Constitucionalismo no Brasil. 2.1 A Constituição de 1824; 2.2 A Constituição de

1891; 2.3 A Constituição de 1934; 2.4 A Constituição de 1937; 2.5 A Constituição de 1946; 2.6 A

Constituição de 1967/1969; 2.7 A Constituição de 1988;

Unidade III – A estrutura da Constituição de 1988 (LENZA, Pedro. Direito constitucional

esquematizado, cit., capítulos 2 e 3, p. 92-93;160-161) 2.1 Estrutura normativa 2.2 Preâmbulo 2.3

Princípios Constitucionais Fundamentais

UNIDADE IV – Da nacionalidade;

UNIDADE V- O Poder Constituinte. 3.1 O poder constituinte originário; 3.2 O poder constituinte

derivado; 3.3 Limitações ao exercício do poder constituinte originário e derivado;

UNIDADE VI - Direito intertemporal constitucional. 6.1 Constituição anterior x Constituição nova; 6.2

Legislação infra-constitucional anterior x Constituição nova; 6.3 Constituição nova x Legislação infra-

constitucional posterior(LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado, cit., capítulo 4, p. 186-

192)

UNIDADE VII - Organização do Estado e dos Poderes. 7.1 Teoria federalista; 7.2 Dos direitos

Políticos. 7.3 Teoria da tripartição dos poderes (LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado,

cit., capítulo 7, p. 377-408)

UNIDADE VIII – Sistema Constitucional. 8.1 Classificação e características das normas constitucionais.

8.2 Normas Princípio e normas regras. 8.3. Classificação das Constituições (LENZA, Pedro. Direito

constitucional esquematizado, cit., capítulos 3 e 5, p. 135-144; 199-209)

UNIDADE IX- Hermenêutica e interpretação das normas constitucionais. 9.1 Conceito; 9.2 Princípios e

regras de interpretação. 9.3 Interpretação conforme a constituição; 9.4 - Teoria dos Poderes Implícitos

(LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado, cit., capítulo 3, p. 145-161)

UNIDADE X- Dos direitos e garantias fundamentais. Teoria Intergeracional dos direitos humanos.

(LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado, cit., capítulos 14, 17 e 18, p. 859-939; 939-961;

1015-1032; 1039-1052)

UNIDADE XI- Remédios Constitucionais. (LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 15ª

ed. rev. atual. ampl. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 939-961)

UNIDADE XII – Classificação das Constituições (LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado,

cit., capítulo 2, p. 69-94)

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UNIDADE I - Generalidades acerca do direito constitucional: (LENZA, Pedro. Direito constitucional

esquematizado. 15ª ed. rev.atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2011, capítulo 1, p. 51-65)

1.1 Conceito

Constitucionalismo: "É a teoria ou ideologia que ergue o princípio do governo limitado indispensável à garantia dos direitos em dimensão estruturante da organização político-social de uma comunidade. (...) O constitucionalismo moderno é movimento político, social e cultural que, sobretudo a partir do século XVIII, questiona nos planos político, filosófico e jurídico os esquemas tradicionais de domínio político, sugerindo ao mesmo tempo, a invenção de uma nova forma de ordenação e fundamentação do poder político". JJ Gomes Canotilho (Direito Constitucional, p. 51-52)

1.2 História das Constituições. Modelos de Constitucionalismo: a) Inglês, b) americano e c) francês.

A) Constitucionalismo Inglês (modelo historicista): Caracterizado pela elaboração das normas

constitucionais de forma gradual e ao longo de um extenso período histórico.

→Carta Magna 1215: João Sem Terra renuncia a vários direitos e se compromete a respeitar os

procedimentos legais (due process of Law). O Rei não estava mais acima da Lei: o Estado deveria

também respeitar suas normas pré-instituídas. Surgimento do Estado de Direito.

- Due Process of Law: “Art. 48. Ninguém poderá ser detido, preso ou despojado dos seus bens,

costumes e liberdades, senão em virtude de julgamento de seus pares segundo as leis do país”.

- Autonomia da Justiça:“Art. 49 Não venderemos nem recusaremos, nem dilataremos a quem quer que

seja, a administração da justiça”.

Sobre a Justiça Inglesa:

COMMON LAW: Conjunto de precedentes consagrados pelo direito jurisprudencial e pelos costumes

dos Tribunais Reais de Justiça.

- Direito de ir e vir: “Art. 52. Para o futuro poderão todos entrar e sair do Reino com toda a garantia

(...)”;

- Dignidade da pessoa humana: “Art. 62. Ficará proibido ao sheriff oprimir e vexar a quem quer que

seja”

- Conselho dos Nobres: a partir de 1350 passou a se chamar Parlamento Inglês.

→ 1350: Surgimento do Parlamento Inglês

→Petition of rights 1628: Parlamento Inglês relembra ao Rei Carlos I suas atribuições e seus

limites.

- O fim das detenções arbitrárias;

- O consentimento do Parlamento para todos os impostos;

- A proibição do abuso de militares em casas privadas;

- A proibição da lei marcial em tempo de paz.

- Revolução Puritana 1637: Parlamento nega recursos para a guerra contra a Igreja Presbiteriana da

Escócia. Carlos I tenta fechar o parlamento mas é impedido pelos parlamentares e pela população.

Instauração da República sob o governo de Oliver Cromwell, membro da nobreza puritana.

- Guerra Civil Inglesa 1642-1649 : Carlos I x Oliver Cromwell.

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- Ditadura Puritana 1649-1660.

- Carlos Stuart II reinstala a Monarquia.

→Act of Habeas Corpus 1679: Evitava que os acusados de delitos fossem privados de sua liberdade.

- Revolução Gloriosa: 1688: Guilherme de Orange assume o trono inglês no lugar de Jaime II.

→Bill of Rights 1689: Fim do Estado Absolutista. Monarquia parlamentarista

- Poder do rei submetido ao parlamento;

- Membros do parlamento eleitos pelo povo;

- Parlamento tem total poder sobre: impostos, poder de legislar, imunidade parlamentar.

B) Constitucionalismo Americano (modelo estadualista): ao contrário do modelo inglês, as normas

constitucionais não são elaboradas ao longo de um extenso período temporal mas sim, em um

determinado momento da história. Ademais, as normas constitucionais ao invés de se encontrarem em leis

esparsas em meio ao sistema jurídico estatal, são condensadas em um documento único, escrito, de fácil

acesso e compreensão aos cidadãos. Tal documento é a própria Constituição. No caso americano a

Constituição é também responsável pela criação de um novo Estado: os Estados Unidos da América.

→ A Constituição de 1787.

C) Constitucionalismo Francês (modelo individualista ou revolucionário): em sentido oposto ao

modelo historicista, o constitucionalismo francês não é formado a partir do surgimento gradual de normas

constitucionais ao longo de séculos de história. Ao contrário do modelo americano, o constitucionalismo

francês não se embasa na criação de um novo Estado mas sim, na transformação do Estado já existente.

Tal transformação deve ocorrer por meio de uma ruptura imediata com o sistema jurídico vigente por

meio de um processo revolucionário, que deverá se preocupar com a organização de um Estado que tenha

como principal objetivo a proteção de direitos dos indivíduos.

→ 1788 Assembleia Constituinte formada por ordens distintas que compunham o Estado francês: clero,

nobreza e o terceiro Estado (povo). Votações por classe e não por cabeça.

Emmanuel Joseph Sieyès: "O que é o terceiro Estado?". O povo francês é quem produz riquezas mas não

detém poder político. É necessário um novo Estado aos moldes e desejos desse povo.

→ Declaração Universal dos Direitos do Cidadão 1789: propriedade privada; igualdade jurídica e

liberdade pessoas a todos os homens.

1790: Confisco dos bens do Clero.

1791: 1ª Constituição Francesa: estabeleceu a Monarquia Constitucional.

1792: Tropas do Rei Luís XVI, apoiadas pela Áustria e Prússia, inciam uma guerra contra o governo

estabelecido pela Constituição e pela revolução.

1793: Derrota das tropas do Rei Luís XVI. 2ª Constituição: estabelecimento da República.

1794: Novo governo liderado por Robespierre, inicia forte repressão.

1799: Deposição de Robespierre e establecimento da 3ª Constituição francesa. Fim do processo

revolucionário que deu origem ao constitucionalismo francês.

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UNIDADE II – O Constitucionalismo no Brasil. 2.1 A Constituição de 1824; 2.2 A Constituição de

1891; 2.3 A Constituição de 1934; 2.4 A Constituição de 1937; 2.5 A Constituição de 1946; 2.6 A

Constituição de 1967/1969; 2.7 A Constituição de 1988;

2.1 A Constituição de 1891; → a) Origem: Independência em 07/09/1822; Convocação de Assembleia

Constituinte em 1823; Dissolvição de tal Assembleia em pouco tempo; Constituição outorgada pelo

Imperador D. Pedro I em 25/03/1824; b) Características: Estabelecimento de uma Monarquia

hereditária, constitucional e representativa; Permissão da liberdade de religião em cultos domésticos;

Adoção do Catolicismo como Religião Oficial; Existência de Quatro Poderes: Executivo, Legislativo,

Judiciário e Moderador; uma das primeiras constituições a inserir um rol de garantias individuais (art.

179); Voto censitário (arts. 92 e 94) 1;

2.2 A Constituição de 1891; → a) Origem: Proclamação da República em 15/11/1889; Eleição de

Assembleia Constituinte em 1890; Promulgação em 24/02/1891; b) Características: Estabelecimento de

uma República Federativa chamada Estados Unidos do Brasil; Estado Laico; Tripartição de Poderes;

criação do STF; Considerável autonomia dos Estados; Proteção aos direitos de primeira geração; Inédita

inserção do habeas corpus como remédio constitucional; Capital Federal no Rio de Janeiro, porém com a

previsão do estabelecimento de uma futura capital no planalto central, em uma zona de 14.400

quilômetros quadrados (art. 3°); Voto aberto para homens alfabetizados maiores de 21 anos;

2.3 A Constituição de 1934; → a) Origem: Revolução de 1930; Governo Provisório nos termos do

Decreto n° 19.398 de 11/11/19302; e Revolução Constitucionalista de São Paulo em 1932; Eleição de uma

Assembleia Nacional Constituinte em maio de 1933; Constituição Promulgada em 16/07/1934; b)

Características: Influência da Constituição de Weimar de 1919 – evidenciando a proteção dos direitos de

segunda geração – mas também do fascismo, ao destinar vagas na Câmara para a chamada representação

classista; Primeira constituição a garantir o mandado de segurança e ação popular (art. 113); Manutenção

do Estado Laico, porém “Deus” aparece no preâmbulo, legitima-se o casamento religioso com efeitos

civis e faculta-se o ensino religioso nas escolas públicas; Previsão de eleições presidenciais em 1938,

marcando o fim do Governo Provisório.

2.4 A Constituição de 1937; → a) Origem: Divulgação do Plano Cohen em 30/09/1937 e outorga da

Constituição do Estado Novo, por Getúlio Vargas em 10/011/1913; b) Características: chamada de

Constituição Polaca, por ter se espelhado na Constituição polonesa fascista de 1935; Centralização de

Poderes nas mãos do Presidente da República; Previsão meramente “formal” de um Estado Federal e da

Separação dos Poderes: Fim da autonomia dos Estados, com a nomeação de Interventores pelo Presidente

da República; Fechamento do Congresso; Esvaziamento do Poder Judiciário – art. 96 previa que o

1 “Art. 92. São excluidos de votar nas Assembléas Parochiaes: (...)      V. Os que não tiverem de renda liquida annual cem mil réis por bens de raiz, industria, commercio, ou Empregos.”  “Art. 94. Podem ser Eleitores, e votar na eleição dos Deputados, Senadores, e Membros dos Conselhos de Provincia todos, os que podem votar na Assembléa Parochial. Exceptuam-se: (...) I. Os que não tiverem de renda liquida annual duzentos mil réis por bens de raiz, industria, commercio, ou emprego.”

2 Destaque também ao Dec. 21.076, de 24/02/1932, que instituiu a Justiça eleitoral, o voto feminino e o sufrágio universal, direto e secreto.

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Parlamento por quórum de 2/3 tinha a palavra final no controle de constitucionalidade; Art. 178.

Previsão de eleições indiretas para o Parlamento Nacional, composto pela Câmara de Deputados e pelo

Conselho Federal ( composto por representantes dos Estados e por 10 membros nomeados pelo Presidente

) – Detalhe: enquanto o Congresso estava fechado, o Presidente tinha amplos poderes para legislar e,

coincidentemente, o Parlamento Nacional nunca foi instalado; Suspensão de direitos e garantias

individuais (art.186) tais como liberdade de expressão e do direito de greve; estabelecimento de censura

à imprensa, pena de morte por crime político e por crimes de extrema perversidade; Art. 187-

Necessidade da Constituição ser aprovada por “plebiscito” – que nunca ocorreu.

2.5 A Constituição de 1946; → a) Origem: 1- Fim da Segunda Guerra e Manifesto dos Mineiros em

1943; 2- Convocação de Eleições pela Lei Constitucional n° 9, de 28/05/1945; 3 – Deposição de Vargas

pelo Exército em 29/10/1945; 4- Min. Do STF José Linhares assume a presidência até 30/01/1946, data

da posse do novo presidente a ser eleito; 5- Lei Constitucional n° 13, de 12/11/1945, atribuindo poderes

constituintes ao Parlamento a ser eleito em 02/12/1945 (instalação da Assembleia Constituinte em

01/02/1946); 6 – Promulgação da Constituição em 18/09/1946; b) Características: Redemocratização do

País; Retomada de fato do Federalismo, da Separação dos Poderes e do multipartidarismo; Fortalecimento

do controle jurisdicional3; Manutenção dos direitos trabalhistas do Estado Novo, como direito de greve

(art. 158); Declaração de Direitos: restabelecimento do mandado de segurança e ação popular; previsão

no art. 4º da ADCT da instalação da Capital Federal no Planalto Central brasileiro; EC nº 04/61, de

02/06/1961, que instalou o parlamentarismo, tendo sido vigente até 06/01/1963;

2.6 A Constituição de 1967/1969; → a) Origem no Golpe de 1964; b) Ato Institucional n°1 de

09/04/1964 : Suspende por seis meses os efeitos da Constituição de 1946 e confere ao Supremo Comando

da Revolução4 os poderes de suspensão de direitos políticos, mandatos legislativos federais, estaduais e

municipais, poder de aposentar civis ou militares, sem apreciação do judiciário c) AI-2/65: estabelece

eleições indiretas para Presidente da República e cria o Bipartidarismo; d) AI-2/65: estabelece eleições

indiretas para Governadores de Estado, que seriam eleitos por Colégio Eleitoral Estadual, e fim de

eleições para Prefeitos de capitais e cidades de segurança nacional, que passariam a ser indicados pelo

respectivo Governador de Estado; e) Fechamento do Congresso em 1966, tendo sido reaberto pelo AI-

4/66 para aprovar a Constituição de 1967 – formulada pelos militares; f) Características: 189 artigos;

Concentração de poderes ao Poder Executivo da União; Diminuição das atribuições do Poder Judiciário;

3 “Art 141 –(...) § 4º. A lei não poderá excluir a apreciação do Poder Judiciário qualquer lesão de direito individual”.4 Composto pelo General Costa e Silva, Brigadeiro Francisco Correia de Melo e Almirante Augusto Rademaker.

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Direitos e garantias fundamentais protegidos pelo art. 150 ao longo de 35 parágrafos5; ampla

possibilidade de suspensão de direitos políticos (art. 151) 6;

→ Ato Institucional n° 5, de 13/12/1968; a) Suspende direitos e garantias fundamentais da Constituição

de 1967, tais como direito ao habeas corpus e demais direitos civis e políticos; b) amplo poder ao

Presidente da República a fim de que seja decretado Estado de Sítio e Fechamento do Congresso

Nacional, Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores; c) Fechamento do Congresso Nacional por

10 meses; d) Detalhe: a Constituição de 1967 não previa a possibilidade de Atos Institucionais.

→ Emenda Constitucional n° 1 de 1969; Junta Militar outorga: “Art. 1º A Constituição de 24 de janeiro

de 1967 passa a vigorar com a seguinte redação: (...)” . Em seguida, verifica-se que a redação da

Constituição de 1969 é praticamente idêntica à de 1967, tendo ocorrido apenas uma alteração importante:

a inserção do novo artigo 182, que legitimou a vigência o AI-5 e a competência do Presidente da

República de publicar quaisquer outros Atos Institucionais suspendendo a vigência de alguns dispositivos

da Constituição.

→ Pacote de junho de 1978, que revoga o AI-5; Lei 6.683/79 (Lei de Anistia); Fim do Bipartidarismo

(Lei 6767/79); EC n. 15/80, estabelecendo eleições diretas para governadores; Votação da Emenda Dante

de Oliveira em 25/04/1984 (PEC n. 5/83);

2.7 A Constituição de 1988; →a) Origem na EC n° 26 de 27/11/1985; b) Decreto n. 91.450/1985 cria a

Comissão Provisória de Estudos Constitucionais, composta por 50 membros escolhidos pelo Presidente

da República e presidida por Afonso Arinos; c) DOU de 26/09/1986 publica o anteprojeto da Comissão

Afonso Arinos ( 436 artigos no corpo e 32 nas Disposições Gerais Transitórias); d) Assembleia Nacional

Constituinte composta por 487 deputados e 49 senadores eleitos em 15/11/1986 e mais 23 senadores

eleitos em 15/11/1982; e) convocados para se reunirem em sessão unicameral presidida pelo Presidente

do STF em 01/02/1987.

UNIDADE III- A estrutura da Constituição de 1988 (LENZA, Pedro. Direito constitucional

esquematizado, cit., capítulos 2 e 3, p. 92-93;160-161)

3.1 Estrutura normativa:

Preâmbulo – Corpo da Constituição – Atos de Disposição Constitucional Transitória

5 Art. 150 - A Constituição assegura aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pais a inviolabilidade dos direitos concernentes à vida, à liberdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) § 8º - É livre a manifestação de pensamento, de convicção política ou filosófica e a prestação de informação sem sujeição à censura, salvo quanto a espetáculos de diversões públicas, respondendo cada um, nos termos da lei, pelos abusos que cometer. É assegurado o direito de resposta. A publicação de livros, jornais e periódicos independe de licença da autoridade. Não será, porém, tolerada a propaganda de guerra, de subversão da ordem ou de preconceitos de raça ou de classe.(...) § 23 - É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, observadas as condições de capacidade que a lei estabelecer.(...)  § 27 - Todos podem reunir-se sem armas, não intervindo a autoridade senão para manter a ordem. A lei poderá determinar os casos em que será necessária a comunicação prévia à autoridade, bem como a designação, por esta, do local da reunião.(...) § 28 - É garantida a liberdade de associação. Nenhuma associação poderá ser dissolvida, senão em virtude de decisão judicial.6 “Art 151 - Aquele que abusar dos direitos individuais previstos nos §§ 8º, 23. 27 e 28 do artigo anterior e dos direitos políticos, para atentar contra a ordem democrática ou praticar a corrupção, incorrerá na suspensão destes últimos direitos pelo prazo de dois a dez anos, declarada pelo Supremo Tribunal Federal, mediante representação do Procurador-Geral da República, sem prejuízo da ação civil ou penal cabível, assegurada ao paciente a mais ampla, defesa.”

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3.2 Preâmbulo: "Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional

Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos

sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça

como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia

social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias,

promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil."

→ Não tem relevância jurídica, não tem força normativa, não cria direitos ou obrigações, não tem força

obrigatória, não se situa no âmbito do Direito, mas sim no domínio da política, servindo apenas de norte

interpretativo das normas constitucionais.

3.3 Corpo da Constituição

Composto por nove títulos:

TÍTULO I DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS (arts. 1º a 4º)

TÍTULO II DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS (arts. 5º a 17)

TÍTULO III DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO (arts. 18 a 43)

TÍTULO IV DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES (arts. 44 a 135)

TÍTULO V DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS (arts. 136 a 144)

TÍTULO VI DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO (arts. 145 a 169)

TÍTULO VII DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA (arts. 170 a 192)

TÍTULO VIII DA ORDEM SOCIAL (arts. 193 a 232)

TÍTULO IX DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS GERAIS (arts. 233 a 250)

3.4 Atos de Disposição Constitucional Transitória (arts. 1° a 97) Tem natureza de norma constitucional e

poderá, portanto trazer exceções às regras colocadas no corpo da Constituição.

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UNIDADE IV- Da Nacionalidade. 4.1 Brasileiros natos. 4.2 Brasileiros naturalizados. 4.3 Perda de

Nacionalidade

4.1Brasileiro natos (art. 12, I, CF):

→ Jus solis: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que

estes não estejam a serviço de seu país;

→ Jus sanguinis: b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer

deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou

de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na

República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela

nacionalidade brasileira;

4.2 Brasileiros Naturalizados ( art 12, II, CF) Requisitos: Aos residentes pelo prazo mínimo de 4 anos: (Art. 12, II, "a", CF e Art. 112 Lei 6.815/80):

I - capacidade civil, segundo a lei brasileira;

II - ser registrado como permanente no Brasil; III - residência contínua no território nacional, pelo prazo mínimo de quatro anos, imediatamente anteriores ao pedido de naturalização; IV - ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando; V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manutenção própria e da família; VI - bom procedimento; VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja cominada pena mínima de prisão, abstratamente considerada, superior a 1 (um) ano; e VIII - boa saúde. Aos originários de países de língua portuguesa: apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade

moral; (Art. 12, II, "a", CF)

Aos residentes há mais de quinze anos ininterruptos: ausência de condenação penal (Art. 12, II, "b",

CF)

Equiparação entre estrangeiros e brasileiros: § 1º - Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor dos brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição

Distinção entre brasileiros natos e naturalizados (§2º e §3º ) – Cargos privativos a brasileiro nato : I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas;VII - de Ministro de Estado da Defesa.

Perda de nacionalidade (§ 4º)

Brasileiro naturalizado: I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;Brasileiro nato e naturalizado: adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; b) de imposição de naturalização, pela forma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis.

UNIDADE V- O Poder Constituinte. 5.1 O poder constituinte originário; 5.2 O poder constituinte

derivado; 5.3 Limitações ao exercício do poder constituinte originário e derivado;

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5.1 O poder constituinte originário

→ Titularidade do poder: o povo ( art. 1º; CF). Quem compõe o povo: art. 12, CF. Exercício do poder:

representantes do povo.

Hiato Constitucional: Choque ou divórcio entre o conteúdo da Constituição escrita e a sociedade, ou a

realidade social. Podendo ser uma constante tentativa de adaptação do texto da Constituição às novas

realidades/valores sociais ou ainda uma súbita interrupção da ordem jurídica vigente. 7

→ Classificação do Poder Constituinte Originário: a) histórico e b) revolucionário

→ Características: a) inicial; b) autônomo (na concepção positivista adota pelo Brasil), c) ilimitado

juridicamente, d) incondicionado e soberano na tomada de suas decisões, e) um poder de fato e político,

f) permanente (não se esgota com a edição da nova Constituição, sobrevivendo como expressão da

liberdade humana).

5.2 O poder constituinte derivado

→ Características: condicionado pelas regras estabelecidas pelo poder constituinte originário.

Espécies: Reformador, Decorrente, Revisor

→ 3.2.1 Reformador: art. 59, I, e art. 60, CF.

→ 3.2.2 Decorrente: visa estruturar a Constituição dos Estados-Membros: auto-organização (art. 25,

caput); autogoverno (art. 27,28 e 125, estruturação dos 3 Poderes ) e autoadministração ( arts. 18 e 25 a

28 regras de competências legislativas e não legislativas)

→ 3.2.3 Revisor: “Art. 3º - A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da

promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em

sessão unicameral”.

7 O hiato constitucional se dá em decorrência de: a) Assembleia Nacional Constituinte; b) mutação constitucional. Ex: Art. 226. § 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento; c) reforma constitucional Ex: Emendas Constitucionais; d) hiato autoritário.

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5.3 Limitações ao exercício do poder constituinte originário e derivado

→ 4.3.1 Limitações expressas ou explícitas ( aplicam-se ao poder reformador)

A) formais ou procedimentais:

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um terço, no mínimo,

dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da

República; III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,

manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. (...) § 2º - A

proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,

considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos

membros. § 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos

Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. (...) § 5º - A matéria

constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de

nova proposta na mesma sessão legislativa.

B) circunstanciais:

§ 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado

de defesa ou de estado de sítio.

C) Núcleo de Cláusulas Pétreas:

§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma

federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos

Poderes; IV - os direitos e garantias individuais.

→ 5.3.2 Limitações principiológicas (aplicam-se ao poder decorrente)

A) Princípios Constitucionais Sensíveis: Art. 34 A União não intervirá nos Estados nem no Distrito

Federal, exceto para: (...) VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: a)

forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c)

autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta; e) aplicação

do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de

transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

B) Princípios Constitucionais Estabelecidos (organizatórios): proíbem a ação indiscriminada do poder

constituinte derivado por meio de normas de repartição de competências, do sistema tributário nacional,

da organização dos Poderes, dos direitos políticos, da nacionalidade, etc..

Espécies:

b.1) limites explícitos vedatórios: proíbem Estados de praticar procedimentos contrários ao estabelecido

pelo poder constituinte originário.

Ex: Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter

com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a

colaboração de interesse público;

II - recusar fé aos documentos públicos;

III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

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Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em

Território Federal, exceto quando:

Art. 150, 152. DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR

b.2) limites explícitos mandatórios: restrições à liberdade de organização.

Ex: arts. 18, § 4°. A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por

lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta

prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de

Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez

dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os

princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:

Art. 31, §1º - O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de

Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde

houver.

37 a 42;DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Seção I DISPOSIÇÕES GERAIS

92 a 96; CAPÍTULO III DO PODER JUDICIÁRIO Seção I DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.

Art. 125, § 2º - Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos

normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação

para agir a um único órgão.

Art. 127 a 130; DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA Seção I DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso

dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do

Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas

unidades federadas.

Art. 144, IV e V, § 4º a 7°- Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de

todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio,

através dos seguintes órgãos:

b.3) limites inerentes: decorrem de implícitos, tácitos; Ex: Encontra-se inerente à organização estatal

brasileira nos moldes de uma Federação a percepção de que está vedada qualquer possibilidade de

invasão de competência por parte dos Estados-Membros;

b.4) limites decorrentes: decorrem de disposições expressas. Ex: observância do princípios do

princípios federativo, do Estado Democrático de Direito, republicano ( art. 1°, caput); da dignidade da

pessoa humana (art. 1°, III); igualdade ( art. 5°, caput); legalidade ( art. 5°, II); moralidade ( art. 37);

combate às desigualdades regionais (art. 43).

C) Princípios constitucionais extensíveis: integram a estrutura da federação brasileira, relacionando, por

exemplo, com a forma de investidura em cargos eletivos (art. 77), processo legislativo (art. 59),

orçamentos ( art. 165), preceitos ligados à Administração Pública (art. 37).

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UNIDADE VI - Direito intertemporal constitucional. 6.1 Constituição anterior x Constituição nova; 6.2

Legislação infra-constitucional anterior x Constituição nova; 6.3 Constituição nova x Legislação infra-

constitucional posterior(LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado, cit., capítulo 4, p. 186-

192)

6.1 Constituição anterior x Constituição nova

PROIBIDA a Recepção material de normas constitucionais: salvo disposição expressa, normas da

Constituição anterior, mesmo que compatíveis com a nova ordem, não permanecem em vigor sob status

de norma constitucional. [Teoria da compatibilidade horizontal de normas de mesma hierarquia: Lex

posteriori derogat anteriori]

PROIBIDA a Desconstitucionalização: ou seja, salvo disposição expressa, normas da Constituição

anterior, mesmo que compatíveis com a nova ordem, não permanecem em vigor sob status de norma

infra-constitucional.

PROIBIDA a Represtinação: salvo disposição expressa, normas de um Constituição revogadas por uma

Constituição anterior, mesmo que compatíveis com a nova ordem constitucional, não permanecem em

vigor. Ex: salvo disposição expressa, norma produzida ao longo da vigência da CF 46, não recepcionada

pela CF 67, não poderá ser recepcionada pela CF 88.

6.2 Legislação infra-constitucional anterior x Constituição nova

Recepção- sendo cabível controle difuso ou concentrado desde que via ADPF pra pleitear revogação de

lei anterior pela Nova Constituição, por falta de recepção ( Lei 9.982/99). Obs: só é cabível ADIs a leis

editadas após CF88.

Requisitos para uma lei ser recebida: a) estar em vigor no momento do advento da nova Constituição;

b) não ter sido declarada inconstitucional durante vigência do ordenamento anterior; c) ter

compatibilidade formal e material perante a Constituição anterior; d) ter compatibilidade somente

material com a nova Constituição.

Características: a) “Nova roupagem”: um ato normativo que deixe de ter previsão no novo ordenamento

poderá ser recebido como outra espécie normativa. Ex: uma lei editada como ordinária pode ser recebida

como Lei Complementar; um Decreto-lei, que não mais existe perante a CF 88, pode ser recebido como

lei ordinária, é o caso do Código Penal (Dl. 848/40); b) se incompatível, a lei anterior é revogada, não se

falando em inconstitucionalidade superveniente; c) é possível mudança de competência federativa para

legislar; d) é possível recepção parcial dali; e) recepção ocorre no momento da promulgação da nova CF.

STF, porém, poderá modular os efeitos da decisão, declarando o momento a partir de quando a sua

decisão passa a valer.

6.3 Constituição nova x Legislação infra-constitucional posterior

6.4 Lei x Lei.

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UNIDADE VII - Organização do Estado e dos Poderes. 7.1 Teoria federalista; 7.2 Direitos Políticos; 7.3

Teoria da tripartição dos poderes (LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado, cit., capítulo 7,

p. 377-408)

“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e

do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a

soberania;II - a cidadania;III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da

livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce

por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”

7.1 Teoria federalista- federalismo. histórico, conceito de estado federal. (p.377-385)

Tipologias: a) Federalismo por agregação ou por desagregação;b) Federalismo dual ou cooperativo; c) Federalismo simétrico ou assimétrico (homogeneidade de cultura, desenvolvimento, tratamento); d) Federalismos orgânico e de integração; e) Federalismo equilíbrio: f) Federalismo de segundo grau: os Municípios

Características do Federalismo:a) descentralização política;b) repartição de competência;c) estabelecido por uma Constituição;d) inexistência do direito de secessão;e) soberania do Estado Federal;f) intervenção: somente em momentos de crise;g) auto-organização dos Estados-membros (art. 25, CF 88)h) órgãos representativos dos Estados-membros ( art. 46, Senado)i) guardião da Constituição: STF;j) repartição de receitas: art.157 a 159

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7.2. Dos direitos Políticos “Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania;II - a cidadania;III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”

“Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com

valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:

I - plebiscito; → ADCT. Art. 2º. No dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definirá, através de

plebiscito, a forma (república ou monarquia constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou

presidencialismo) que devem vigorar no País.

II - referendo;

III - iniciativa popular. → Art. 61 § 2º - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à

Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional,

distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de

cada.

§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são:

I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;

II - facultativos para:

a) os analfabetos;

b) os maiores de setenta anos;

c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar

obrigatório, os conscritos.

§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei:

I - a nacionalidade brasileira;

II - o pleno exercício dos direitos políticos;

III - o alistamento eleitoral;

IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;

 V - a filiação partidária;   

VI - a idade mínima de:

a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;

b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;

c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz

de paz;

d) dezoito anos para Vereador.

§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os

houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período

subseqüente.

§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do

Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.

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§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou

afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou

Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses

anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

 § 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:

I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará

automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de

proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida

pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder

econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. 

§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias

contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou

fraude.

§ 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na

forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:

I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

II - incapacidade civil absoluta;

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se

aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. 

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania

nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e

observados os seguintes preceitos: 

I - caráter nacional;

II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de

subordinação a estes;

III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;

IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e

funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem

obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou

municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. 

§ 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão

seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

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§ 3º - Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à

televisão, na forma da lei.

§ 4º - É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.”

7.3 Teoria da tripartição dos poderes. “Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.”

7.1 – A teoria de Montesquieu e os mecanismos de freios e contrapesos:

"Os atos que o Estado pratica podem ser de duas formas: ou são atos gerais ou são especiais. Os atos gerais, que só podem ser praticados pelo poder legislativo, constituem-se na emissão de regras gerais e abstratas, não se sabendo no momento em que são emitidas, a quem elas irão atingir. (...) Só depois de emitida a norma é que se abre a possibilidade de atuação do poder executivo, por meio de atos especiais. O executivo dispõe de meios concretos para agir, mas está igualmente impossibilitado de atuar discricionariamente, porque todos os seus atos estão limitados pelos atos gerais praticados pelo legislativo. E se houver exorbitância de qualquer dos poderes, surge a ação fiscalizadora do poder Judiciário, obrigando cada um a permanecer nos limites de sua respectiva esfera de competência". (DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado, p. 184-185)

7.3 – significado da separação das funções estatais no estado contemporâneo;

ÓRGÃO Função típica Função atípicaLEGISLATIVO Legislar;

Fiscalização contábil, financeira, orçamentária e patrimonial do Executivo;

Natureza executiva:Dispor sobre sua organização, provendo cargos, concedendo férias, licenças a servidores;

Natureza jurisdicional:O Senado julga o Presidente da República nos crimes de responsabilidade (art. 52,I);

EXECUTIVO Prática de atos de chefia de Estado e de Governo e atos de administração

Natureza legislativa:Adoção de Medidas Provisórias (art. 62);

Natureza jurisdicional:Julgamento de defesas e recursos administrativos ;

JUDICIÁRIO Julgar, dizendo o direito no caso concreto e dirimindo os conflitos que lhes são levados, quando da aplicação da lei.

Natureza legislativa:Regimento Interno de seus tribunais (art. 96, I, a);

Natureza jurisdicional:Administra, v.g., ao conceder licenças e férias a magistrado e servidores (art. 96, I, f)

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UNIDADE VIII – Sistema Constitucional. 8.1 Classificação e características das normas constitucionais.

8.2 Normas Princípio e normas regras

8.1 Classificação e características das normas constitucionais“Art. 3º Constituem objetivos fundamentais

da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o

desenvolvimento nacional;  III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades

sociais e regionais;IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e

quaisquer outras formas de discriminação.”

→ A- Normas Constitucionais de eficácia plena: geram efeitos desde o momento em que entram em

vigor, estão aptas a produzir todos os seus efeitos. São desde logo exigíveis (self-executing, sel-enforcing

ou self-acting). Ex: arts. 2º; 14, §2°; 17, §4°; arts. 18-30; art. 60, §3°, etc.

→ B- Normas Constitucionais de eficácia contida: tem aplicabilidade direta e imediata, mas

possivelmente não integral. Dependem de ocorrência de certos pressupostos de fato para serem

aplicadas.8

→ C- Normas Constitucionais de eficácia Limitada: normas que, de imediato, no momento em que a

constituição é promulgada, não tem o condão de produzir todos os seus efeitos, pois necessitam de uma

lei integrativa infraconstitucional9 ou veiculam programas a serem implementados pelos Estado, visando

a realização de fins sociais. 10

8Ex: a liberdade o exercício de qualquer trabalho, atendidas as qualificações que a lei exigir (art. 5°, XIII); é

assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação

coletiva (art. 5°, VII e art. 15, IV); ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa (...) salvo se as

invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recursar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei

( art. 5°, VIII); incisos XV (livre a locomoção em tempos de paz), XXIV (a lei estabelecerá procedimentos de

desapropriação), XXV (no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade

particular), XVII e XVIII (proteção aos direitos autorais, nos termos que a lei fixar), critérios decretação de

intervenção federal, estado de sítio e estado de defesa (arts. 136 e 137, CF); A ordem econômica é fundada na livre

iniciativa (...) conforme ditames de justiça social, observados os seguintes princípios (Art. 170); decretação de

intervenção federal, estado de sítio e de defesa (arts. 34, 136 e 137); etc.9 São as normas Declaratórias de princípios institutivos (ou organizativos): possuem esquemas gerais de

estruturação de órgãos, entidades ou instituições, para que o legislador ordinário os estruture em definitivo mediante

lei. Em geral são seguidas da expressão “Lei Complementar regulará (...)” ou “mediante lei específica”, “na forma da

lei”. Ex: criação de Territórios Federais (art. 18, §2°); Autorização a fim de que Estados possam legislar sobre temas

de competência privativa da União (art. 22, § único); Criação de regiões metropolitanas (25,§ 3º); Organização dos

Territórios( art. 33); subsídios de servidores públicos (37, XI); criação de Ministérios (art. 88); ADPF (101, §1º);

remoção de juízes (107, §1º); imposto sobre grandes fortunas (art. 153, VII).10 São as normas Declaratórias de princípios programáticos: veiculam programas a serem implementados pelos

Estado, visando a realização de fins sociais. Ex: direitos à alimentação (art. 6°), saúde ( art. 196); educação (art. 205);

cultura (215); proteção da criança (art. 227).

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8.2 Normas princípio e normas regra.

“Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes

princípios:  I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação

dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução

pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o

progresso da humanidade;X - concessão de asilo político.Parágrafo único. A República Federativa do

Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando

à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

"O sistema jurídico do Estado de direto democrático (...) é um sistema normativo aberto de regras e

princípios". (CANOTILHO, J.J Gomes. Direito constitucional e teoria da Constituição, p. 1159)

REGRAS PRINCÍPIOS

Dimensão de validade, especificidade e vigência. Dimensão de importância, peso e valor.

Conflito entre regras: uma das regras será

afastada pelo princípio da especificidade, ou será

declarada inválida - cláusula de exceção.

Colisão entre princípios: não há declaração de

invalidade de qualquer dos princípios - um

princípio prevalecerá sobre outro.

"tudo ou nada" Ponderação, balanceamento, sopesamento entre

princípios colidentes.

Mandamentos ou mandados de definição Mandamentos de otimização: servem para guiar

a argumentação em um determinado sentido. São

os fundamentos das regras. ( Virgilio Afonso da

Silva. A constitucionalização do direito: os

direitos fundamentais nas relações entre

particulares, p. 121)

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UNIDADE IX- Hermenêutica e interpretação das normas constitucionais. 9.1 Conceito; 9.2 Princípios e

regras de interpretação. 9.3 Interpretação conforme a constituição; 9.4 - Teoria dos Poderes Implícitos

(LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado, cit., capítulo 3, p. 145-161)

9.1 Conceito

"A interpretação das normas constitucionais é uma conjunto de métodos, desenvolvidos pela doutrina e

pela jurisprudência com em critérios ou premissas (filosóficas, metodológicas, epistemológicas)

diferentes, mas, em geral, complementares". ( J.J. Gomes Canotilho, Direito constitucional e teoria da

Constituição, p. 212-213)

9.2- Princípios e regras de interpretação

Elementos do Método Hermenêutico clássico:

a) Genético: origens dos conceitos utilizados pelo legislador;

b) Gramatical ou filológico: análise literal do texto;

c) Lógico: harmonia entre todas as normas constitucionais;

d) Sistemático: análise do todo;

e) Histórico: análise do projeto de lei, justificativas, discussões, condições culturais que resultaram na

elaboração da norma;

f) Popular: participação dos "corpos intermediários", tais como partidos políticos, sindicatos, e

instrumentos como plebiscito, referendo, recall, veto popular, etc;

g) Doutrinário;

h) Evolutivo: mutação constitucional. → mudança da interpretação de um dispositivo constitucional. Ex: art. 5º , XI CF , in verbis: XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; Quando a Constituição surgiu, o conceito de casa limitava-se a residência ou domicilio. Atualmente, a interpretação que se da é bem mais ampla, segundo o entendimento do próprio STF, passou-se a abrangir local de trabalho, quarto de hotel, quarto de motel, trailer, etc.

Princípios:

a) unidade constitucional; b) efeito integrador; c) máxima efetividade; d) exatidão ou correção funcional;

e) harmonização; f) força normativa; g) razoabilidade; f) Interpretação conforme a Constituição.

9.3- Interpretação conforme a Constituição

Diante de normas que possuem mais de uma interpretação, deve-se preferir a exegese que mais se

aproxime da Constituição e, por isso, não seja contrária ao texto constitucional. Tal interpretação será

adotada pelo Judiciário e, em última instância, pela Suprema Corte ( J.J. Gomes Canotilho, Direito

constitucional e teoria da Constituição, p. 229-230).

Elementos:

a) prevalência da Constituição: deve-se preferir a interpretação não contrária à Constituição;

b) conservação de normas: à medida que uma lei pode ser interpretada conforme a Constituição, tem-se a

continuidade de sua vigência.

c) exclusão da interpretação contra legem: o intérprete não pode contrariar o texto literal e o sentido da

norma para obter a sua concordância com a Constituição Federal;

d) espaço de interpretação: existência de um espaço de decisão;

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e) rejeição ou não aplicação de normas inconstitucionais;

f) o intérprete não pode atuar como legislador;

Espécies de Interpretação Conforme a Constituição:

→ 1. Decisões interpretativas em sentido estrito: há proibição de adoção de interpretação de um

determinado dispositivo (1.1 Sentenças de rechaço) que contrarie a interpretação, que segundo a Corte

Constitucional, encontra-se em conformidade com a Constituição (1.2 Sentença de aceitação).

→ 2. Decisões Manipuladoras: o intérprete finda por modificar diretamente o alcance/aplicação de

determinado dispositivo legal, com o propósito de adequá-lo à Constituição.

→ 2.1 Sentenças Aditivas: Declaração de inconstitucionalidade de um certo dispositivo legal não pelo

que expressa, mas pelo que omite, alargando o texto da lei ou seu âmbito de incidência.

Aplica-se a situações em que a lei concede um certo benefício ou tratamento a determinadas pessoas e

omite outras, que se enquadrariam na mesma situação. Ex: antecipação terapêutica do parto em casos de

gravidez de feto anencefálico (ADPF 54-QO, arts. 124-128, CP); direito de greve dos servidores públicos

( MI 670/ES, art. 37, VII, CF 88 c/c Lei 7.783/89); fidelidade partidária (MS 26.602); Demarcação

Raposa Serra do Sol: caráter contínuo das reservas indígenas ( Pet. 3.388); reconhecimento da união

estável homoafetiva (ADI 4277 e ADPF 132); reconhecimento da constitucionalidade da política de cotas

da UNB (ADPF 186);

→ 2.2 Sentenças Substitutiva: tem-se a anulação da norma impugnada e a substituição por outra,

totalmente diferente, criada pelo próprio Tribunal. Ex: DL 3.365/41 estabelece pagamento de juros

compensatórios de 6% a.a, em ações relativas a desapropriações para atendimento de interesse social.

STF entende que tal valor fere o princípio da justa indenização e fixa como valor justo o pagamento de

juros compensatórios em 12% a.a ( Súmula 618 e ADI 2332)

9.4 - Teoria dos Poderes Implícitos

Estabelece o deferimento da outorga de atribuições ou competências não previstas expressamente em lei

a um determinado órgão estatal, tendo como fundamento a análise, com base nos princípios da

razoabilidade e da proporcionalidade, das características de tal órgão e dos meios necessários à integral

realização dos fins que lhes foram atribuídas. (MS 26.547-MC/DF, Rel. Min. Celso de Mello, j.

23.05.2007, DJ de 29.05.2007)

Ex: Em caso bastante polêmico, com base na teoria dos poderes implícitos, a 2ª Turma do STF, ao

analisar a temática dos poderes investigatórios do MP, entendeu que a denúncia pode ser fundamentada

em peças de informação obtidas pelo próprio Parquet, não havendo necessidade de prévio inquérito

policial (RE 535.478, Rel. Min. Ellen Gracie, j. 28.10.2008, DJE de 21.11.2008 — cf., nesse nosso

trabalho, item 12.2.9).11

11 Mais exemplos: a) reconhecimento do poder implícito de concessão de medidas cautelares pelo TCU no exercício de suas atribuições explicitamente fixadas no art. 71 da CF/88 (MS 26.547-MC/DF); b) reconhecimento da competência do TJ estadual conhecer e julgar reclamação para a preservação de sua competência e a autoridade de suas decisões, tendo em vista o direito de petição (art. 5.º, XXXIV, “a”) e os princípios da simetria e da efetividade, superando, assim, antiga jurisprudência que a fixava como privativa do STF (ADI 2.212) (cf. ADI 2.480, Rel. Min.

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UNIDADE X- Dos direitos e garantias fundamentais. Teoria Intergeracional dos direitos humanos.

(LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado, cit., capítulos 14, 17 e 18, p. 859-939; 939-961;

1015-1032; 1039-1052)

UNIDADE XI- Remédios Constitucionais. (LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 15ª

ed. rev. atual. ampl. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 939-961)

Remédio Constitucional

Previsão na Constituição

Habeas Corpus Art. 5°. LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; Obs: Exceção ao caso de punição a militares (art. 142, §2°)

Mandado de Segurança

Art. 5°. LXIX - conceder-se-á Mandado de Segurança para proteger direito líqüido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.(ver: Lei 12.016/2009)

Mandado de Segurança Coletivo

Art. 5°. LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:a) partido político com representação no Congresso Nacional;b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

Mandado de Injução

Art. 5°. LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; 12

Habeas Data Art. 5°. LXXII - conceder-se-á habeas data:a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; Ver 9.507/97.

Ação Popular LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; Ver: L. 4.717/6513.

Sepúlveda Pertence, j. 02.04.2007, DJ de 15.06.2007).12Efeitos da decisão segundo Corrente Concretista: 1.1 Geral: o STF legisla no caso concreto, produzindo decisão de efeitos erga omnes até que sobrevenha norma interpretativa pelo Legislativo. (MIs 670, 708 e 71 sobre o direito de greve do servidor público) ;1.2 Individual Direta: a decisão valerá somente ao autor do mandado de injunção; 1.3 Individual Intermediária: o Judiciário fixa ao Legislativo prazo para elaborar a norma regulamentadora. Caso o Legislativo permaneça inerte, o autor passa a ter assegurado o seu direito (MI 232-1-RJ). Segundo a Corrente Não- Concretista a decisão apenas decreta a mora do poder omisso, reconhecendo-se formalmente sua inércia. ( Posição que já foi preponderante no STF. Ver: MI 107-DF).13 Legitimidade Ativa: pessoas físicas, de nacionalidade brasileira, em pleno gozo de seus direitos políticos ( art. 1°, § 3°, L. 4.717/65) e o Ministério Público, de forma subsidiária (art. 9°, da Lei 4.717/65).

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UNIDADE XII – Classificação das Constituições (LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado,

cit., capítulo 2, p. 69-94)

1. Origem: outorgadas (Carta) ou promulgadas (Constituição);

2. Forma: escritas ou consuetudinárias (não-escritas);

3. Modo de Elaboração: dogmática14 e histórica;

4. Dogmática (conteúdo ideológico): ortodoxa ( uma só ideologia) ou eclética

5. Extensão: sintéticas ou analíticas;

6. Conteúdo: material ou formal. 15

7. Sistemática: reduzida (um só texto) e variadas (art. 5°, §s 2° e 3º, CF 88).

8. Sistema: principiológica ou preceitual;

9. Ontologia (correspondência com a realidade): normativa (regula a vida política, busca-se de fato

concretizar o texto constitucional), nominativa ( visa, mas não regula a vida política, nem dar efetividade

ao texto constitucional), semântica (não limitam poder, apenas formalizam ou mantém um poder

político).

10. Função: provisórias ou definitivas;

11. Constituições Garantia, Balanço e Dirigente;

12.Alterabilidade: Rígidas ( Art. 60, § 2º, incisos I a III, CF 88); Flexível; Semirrígida. 16

14 Incorporam os ideais vigentes no momento de sua elaboração. Ela é sempre escrita.15 Art. 242, § 2º - O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal.

16 Art. 178, Const. 1824: “É só Constitucional o que diz respeito aos limites, e atribuições respectivas dos Poderes

Políticos, e aos Direitos Políticos e individuais dos cidadãos. Tudo, o que não é Constitucional, pode ser alterado, sem

as formalidades referidas, pelas Legislaturas ordinárias”