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GEDEC Jurisprudência Coletada-STF A. Lavagem de dinheiro 1. Ementa: AGRAVO REGIMENTAL. RESTITUIÇÃO DE VALORES APREENDIDOS. CORREÇÃO NO CUMPRIMENTO DO MANDADO JUDICIAL. INDEFERIMENTO. AUSÊNCIA DE PROVA IDÔNEA DA PROCEDÊNCIA DOS VALORES. INTERESSE NA CONSTRIÇÃO PARA CORRETA APURAÇÃO DOS FATOS E RESPECTIVAS AUTORIAS. POSSIBILIDADE DE PERDIMENTO PARA REPARAÇÃO FUTURA EM CASO DE CONDENAÇÃO. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Mostra-se correta a apreensão de grande quantia de dinheiro em cumprimento de mandado judicial para apuração de delito de lavagem de capitais. 2. Ausência de demonstração suficiente da procedência do montante apreendido. 3. Vedação legal da restituição dos valores apreendidos quando interessarem ao processo (art. 118, CPP). 4. Valores que poderão ser revertidos para os cofres públicos em caso de condenação (art. 2º, Lei n. 9.613/98). 5. Recurso negado. (Pet 6395 AgR, Relator(a): Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 02/03/2018, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-049 DIVULG 13-03-2018 PUBLIC 14-03-2018) 2. Ação penal originária. Penal. Processo penal. 2. Conexão. Julgamento conjunto das Ações Penais 644 e 958. 3. Peculato (art. 1º, I, do Decreto-Lei 201/67). Acusação de direcionamento de licitação para apropriação de recursos públicos. Falta de prova de irregularidades no certame. Inconsistência da prova de superfaturamento. Absolvição. 4. Ação penal julgada improcedente para ABSOLVER o réu, na forma do art. 386, II, do CPP. (AP 958, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 27/02/2018, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-051 DIVULG 15-03-2018 PUBLIC 16-03- 2018) 3. Ementa: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PENAL E PROCESSUAL PENAL. CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO. ARTIGO 1º, § 4º, DA LEI 9.613/1998. INOVAÇÃO RECURSAL. IMPOSSIBILIDADE. DECISÃO DE ADMISSIBILIDADE DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. APLICAÇÃO DE PRECEDENTES DESTA CORTE PROFERIDOS NA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO. NÃO CABIMENTO. PRECEDENTES. ALEGADA VIOLAÇÃO AO ARTIGO 5º, LIV E LV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. PRINCÍPIOS DA AMPLA DEFESA, DO CONTRADITÓRIO E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. OFENSA REFLEXA AO TEXTO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. VIOLAÇÃO AO ARTIGO 93, IX, DA CONSTITUIÇÃO. INEXISTÊNCIA. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.

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GEDEC

Jurisprudência Coletada-STF

A. Lavagem de dinheiro

1. Ementa: AGRAVO REGIMENTAL. RESTITUIÇÃO DE VALORES APREENDIDOS. CORREÇÃO NO CUMPRIMENTO DO MANDADO JUDICIAL. INDEFERIMENTO. AUSÊNCIA DE PROVA IDÔNEA DA PROCEDÊNCIA DOS VALORES. INTERESSE NA CONSTRIÇÃO PARA CORRETA APURAÇÃO DOS FATOS E RESPECTIVAS AUTORIAS. POSSIBILIDADE DE PERDIMENTO PARA REPARAÇÃO FUTURA EM CASO DE CONDENAÇÃO. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Mostra-se correta a apreensão de grande quantia de dinheiro em cumprimento de mandado judicial para apuração de delito de lavagem de capitais. 2. Ausência de demonstração suficiente da procedência do montante apreendido. 3. Vedação legal da restituição dos valores apreendidos quando interessarem ao processo (art. 118, CPP). 4. Valores que poderão ser revertidos para os cofres públicos em caso de condenação (art. 2º, Lei n. 9.613/98). 5. Recurso negado.

(Pet 6395 AgR, Relator(a):  Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 02/03/2018, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-049 DIVULG 13-03-2018 PUBLIC 14-03-2018)

2. Ação penal originária. Penal. Processo penal. 2. Conexão. Julgamento conjunto das Ações Penais 644 e 958. 3. Peculato (art. 1º, I, do Decreto-Lei 201/67). Acusação de direcionamento de licitação para apropriação de recursos públicos. Falta de prova de irregularidades no certame. Inconsistência da prova de superfaturamento. Absolvição. 4. Ação penal julgada improcedente para ABSOLVER o réu, na forma do art. 386, II, do CPP.

(AP 958, Relator(a):  Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 27/02/2018, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-051 DIVULG 15-03-2018 PUBLIC 16-03-2018)

3. Ementa: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PENAL E PROCESSUAL PENAL. CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO. ARTIGO 1º, § 4º, DA LEI 9.613/1998. INOVAÇÃO RECURSAL. IMPOSSIBILIDADE. DECISÃO DE ADMISSIBILIDADE DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. APLICAÇÃO DE PRECEDENTES DESTA CORTE PROFERIDOS NA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO. NÃO CABIMENTO. PRECEDENTES. ALEGADA VIOLAÇÃO AO ARTIGO 5º, LIV E LV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. PRINCÍPIOS DA AMPLA DEFESA, DO CONTRADITÓRIO E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. OFENSA REFLEXA AO TEXTO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. VIOLAÇÃO AO ARTIGO 93, IX, DA CONSTITUIÇÃO. INEXISTÊNCIA. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.

(ARE 1062229 AgR, Relator(a):  Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 23/02/2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-048 DIVULG 12-03-2018 PUBLIC 13-03-2018)

4. Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NA PETIÇÃO. COLABORAÇÃO PREMIADA NO BOJO DA OPERAÇÃO “LAVA-JATO”. ODEBRECHT. ELEIÇÕES DE 2010. GOVERNO DE SP. PAGAMENTOS POR MEIO DE CAIXA DOIS. CRIMES DE FALSIDADE IDEOLÓGICA E CONEXOS. CRIME ELEITORAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA ENTRE JUSTIÇA COMUM E JUSTIÇA ELEITORAL. ENCAMINHAMENTO DOS

AUTOS À JUSTIÇA ELEITORAL. PRECEDENTES. I – O Parquet Federal, ao elaborar “REGISTRO DOS PRINCIPAIS PONTOS DO DEPOIMENTO”, referiu-se a pagamentos por meio de “Caixa Dois”. II - Somente no momento de ofertar as contrarrazões ao agravo regimental, inovando com relação ao seu entendimento anterior, passou a sustentar que “a narrativa fática aponta, em princípio, para eventual prática de crimes, tais como corrupção passiva (art. 317 do Código Penal) e falsidade ideológica eleitoral (art. 350 do Código Eleitoral)”. III - O Código Eleitoral, em seu título III, o qual detalha o âmbito de atuação dos juízes eleitorais, estabelece, no art. 35, que: “Compete aos juízes (…) II - processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem conexos, ressalvada a competência originária do Tribunal Superior e dos Tribunais Regionais”. IV - O denominado “Caixa 2” sempre foi tratado como crime eleitoral, mesmo quando sequer existia essa tipificação legal. V - Recentemente, a Lei 13.488/2017 incluiu o art. 354-A no Código Eleitoral para punir com reclusão de dois a seis anos, mais multa, a seguinte conduta: “Apropriar-se o candidato, o administrador financeiro da campanha, ou quem de fato exerça essa função, de bens, recursos ou valores destinados ao financiamento eleitoral, em proveito próprio ou alheio”. VI - Ainda que se cogite da hipótese aventada a posteriori pelo MPF, segundo a qual também teriam sido praticados delitos comuns, dúvida não há de que se estaria, em tese, diante de um crime conexo, nos exatos termos do art. 35, II, do referido Codex. VII - A orientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal, com o intuito de evitar possíveis nulidades, assenta que, (...) em se verificando (...) que há processo penal, em andamento na Justiça Federal, por crimes eleitorais e crimes comuns conexos, é de se conceder habeas corpus, de ofício, para anulação, a partir da denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal, e encaminhamento dos autos respectivos a` Justiça Eleitoral de primeira instância” (CC 7033/SP, Rel. Min. SYDNEY SANCHES, Tribunal Pleno, de 2/10/1996). VIII - A mesma orientação se vê em julgados mais recentes, a exemplo da Pet 5700/DF, rel. Min. Celso de Mello. IX - Remessa do feito à Justiça Eleitoral de São Paulo.

(Pet 6820 AgR-ED, Relator(a):  Min. EDSON FACHIN, Relator(a) p/ Acórdão:  Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 06/02/2018, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-058 DIVULG 23-03-2018 PUBLIC 26-03-2018)

5. Ação penal originária. Penal. Processo penal. 2. Conexão. Julgamento conjunto das ações penais AP 644 e AP 958. 3. Prescrição da pretensão punitiva – crime de associação criminosa, art. 288 do CP. Art. 109, IV, do CP. Decorreu o prazo prescricional, sem interrupções ou suspensões. Pronunciada a prescrição. 4. Inépcia da denúncia. A remissão a peças dos autos não é causa de inépcia da denúncia. A jurisprudência admite a utilização de fundamentação per relationem na inicial acusatória – Inq 3202, de minha relatoria, Segunda Turma, julgado em 23.9.2014. Preliminar rejeitada. 5. Nulidade das interceptações telefônicas. Transcrição das gravações compartilhada de outra investigação. As gravações não foram trazidas a estes autos, mesmo após intimação da acusação. A defesa tem a prerrogativa de solicitar o acesso à integralidade das gravações – Inq 3705, de minha relatoria, Segunda Turma, julgado em 2.6.2015. No caso, as gravações não foram trazidas aos autos, mesmo após reiteradas intimações. Imprestabilidade da prova. 6. Corrupção passiva majorada. Prova de que o acusado recebeu, em razão da função de Deputado Federal, vantagem ilícita, para apresentar emendas ao orçamento da União para os anos de 2000 e 2001, que financiaram a contratação irregular de empresas da quadrilha para fornecer ambulâncias. Condenação. 7. Lavagem de dinheiro. Art. 1º da Lei 9.613/98. Ocultação da propriedade e a localização da vantagem indevida recebida em razão da corrupção passiva, mediante depósitos dos recursos em contas de terceiros, assessores parlamentares. O recebimento dos recursos por via dissimulada, como o depósito em contas de terceiros, não configura a lavagem de dinheiro. Seria necessário ato subsequente, destinado à ocultação, dissimulação ou reintegração dos recursos – Rel. Min. Luiz Fux, redator para acórdão Min. Roberto Barroso, Tribunal Pleno, DJe 21.8.2014. Absolvição. 8. Concurso de crimes de corrupção passiva majorada – art. 327, § 1º, do CP. Vários pagamentos e vários atos de ofício praticados. Continuidade delitiva. Aplicação do aumento máximo previsto no art. 71 do CP. 9. Circunstâncias desfavoráveis. Consequências graves. Culpabilidade elevada. Condenado é pessoa de destaque na comunidade, com projeção nacional. É pessoa na qual a sociedade deposita grande confiança e da qual muito espera. Pessoa que tinha plenas condições de portar-se de acordo com o direito. Pessoa de quem se espera exemplo. Ao praticar os crimes em questão, no exercício do mandato popular, o réu traiu

completamente essas expectativas. 10. Declarada extinta a punibilidade, pela prescrição da pretensão punitiva, em relação ao crime do art. 288 do CP – associação criminosa –, na forma do art. 109, IV, do CP. Ação penal julgada procedente em parte para: (i) ABSOLVER o réu da acusação da prática do crime do art. 1º da Lei 9613/98, na forma do art. 386, III, do CPP; (ii) CONDENAR o réu pela prática do crime do art. 317, § 1º, do CP, por 21 vezes, na forma do art. 71 do CP, às penas de seis anos e dez meses e seis dias de reclusão, a ser cumprida em regime inicial semiaberto, e 340 dias-multa, correspondentes a um salário mínimo vigente na época dos fatos cada.

(AP 644, Relator(a):  Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 27/02/2018, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-051 DIVULG 15-03-2018 PUBLIC 16-03-2018)

6. Ementa: Penal. Habeas corpus originário. Lavagem de Dinheiro proveniente de crime contra a administração pública. Ausência de ilegalidade ou abuso de poder. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é pacífica, no sentido de que o “processo e julgamento do crime de lavagem de dinheiro é regido pelo Princípio da autonomia, não se exigindo, para que a denúncia que imputa ao réu o delito de lavagem de dinheiro seja considera apta, prova concreta da ocorrência de uma das infrações penais exaustivamente previstas nos incisos I a VIII do art. 1º do referido diploma legal, bastando a existência de elementos indiciários de que o capital lavado tenha origem em algumas das condutas ali previstas” (HC 93.368, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma). 2. Situação concreta em que o paciente – envolvido no escândalo que ficou conhecido como “Propinoduto” – foi condenado pelo crime de lavagem de dinheiro tendo por delitos antecedentes a prática de crime contra a administração pública e a prática de crime de organização criminosa. Circunstância que não autoriza o reconhecimento da atipicidade da conduta. 3. Ausência de ilegalidade flagrante ou abuso de poder que autorize o reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva ou que impossibilite a execução provisória da pena. Precedentes. 4. Ordem denegada, revogada a liminar.

(HC 138092, Relator(a):  Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão:  Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 06/02/2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-083 DIVULG 27-04-2018 PUBLIC 30-04-2018)

7. Ementa: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. SUPERVENIÊNCIA DE DECISÃO DE MÉRITO. PREJUÍZO. INOCORRÊNCIA. GRAVIDADE CONCRETO. ABALO À ORDEM PÚBLICA. DELITOS COMETIDOS MEDIANTE FRAUDE SOFISTICADA. LAVAGEM DE DINHEIRO. MODALIDADE OCULTAÇÃO. CRIME PERMANENTE. RISCO FUNDADO E ATUAL DE NOVAS DISSIMULAÇÕES. REGISTROS CRIMINAIS. TRÂNSITO EM JULGADO. DESNECESSIDADE. JUÍZO CAUTELAR. MANDATO ELETIVO. CONDIÇÃO DESNECESSÁRIA AO COMETIMENTO DE NOVOS CRIMES. EXCESSO DE PRAZO. INOCORRÊNCIA. RECURSO DESPROVIDO. 1. A Segunda Turma desta Corte firmou posição no sentido de que a superveniência de decisão de mérito em que, pelos mesmos fundamentos, resta mantida a tutela cautelar, não acarreta, por si só, a prejudicialidade da impetração formalizada no âmbito do STF. 2. A prisão preventiva poderá ser decretada quando se verificar, cumulativamente, prova da existência do crime, indícios suficientes de autoria e alguma das hipóteses previstas no art. 312 do Código de Processo Penal. 3. A gravidade concreta, revelada pelas peculiaridades do modo de execução ou pela intensa reprovabilidade dos fatos que lhe são atribuídos, por denotar a periculosidade do agente, pode evidenciar, validamente, fundado receio de reiteração delituosa e, nessa perspectiva, configurar risco à ordem pública. Caso concreto em que evidenciada a habilidade do paciente quanto à sofisticada dissimulação de recursos supostamente obtidos mediante prática de infração penal antecedente. 4. O crime de lavagem de bens, direitos ou valores, quando praticado na modalidade típica de ‘ocultar’, é permanente, protraindo-se sua execução até que os objetos materiais do branqueamento se tornem conhecidos. A persistência da ocultação confere plausibilidade ao receio de novos atos de lavagem, bem como afasta a alegação de ausência de atualidade entre a conduta tida como ilícita e o implemento da medida cautelar gravosa. 5. Para fins cautelares, o registro de anotações penais em desfavor do paciente, ainda que despidos de trânsito em

julgado, pode, em tese, demonstrar a periculosidade do agente e o risco de reiteração delituosa. Ademais, o acautelamento da ordem pública tem contornos extraprocessuais, de modo que delitos diversos ou desconexos podem, em tese, se repercutirem no juízo de periculosidade do agente, afetar a caracterização da aludida hipótese legal de imposição da prisão preventiva. 6. A cessação do mandato eletivo não configura causa suficiente de neutralização do risco de cometimento de novos delitos, notadamente na hipótese em que se noticia a realização e continuiudade de infrações que não pressupõem a condição parlamentar, como é o caso do delito de lavagem de dinheiro. 7. As particularidades do caso concreto não permitem o reconhecimento de excesso de prazo na formação da culpa. 8. Recurso desprovido.

(RHC 144295, Relator(a):  Min. EDSON FACHIN, Segunda Turma, julgado em 28/11/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-039 DIVULG 28-02-2018 PUBLIC 01-03-2018)

8. EMENTA Inquérito. Corrupção passiva (art. 317, § 1º, c/c o art. 29 do CP). Denúncia. Parlamentar federal. Suposto envolvimento em esquema de corrupção de agentes públicos relacionado à Diretoria de Abastecimento da Petrobras. Excesso de acusação. Não ocorrência. Mera contextualização dos fatos no âmbito da chamada “Operação Lava Jato”. Inépcia. Não ocorrência. Descrição suficiente do fato criminoso e suas circunstâncias. Vantagem indevida. Suposta participação do denunciado em sua solicitação. Imputação calcada em depoimentos de réus colaboradores. Ausência de provas minimamente consistentes de corroboração. Fumus commissi delicti não demonstrado. Inexistência de justa causa para a ação penal. Denúncia rejeitada (art. 395, III, CPP). 1. A denúncia, ao contextualizar os fatos no âmbito da chamada “Operação Lava Jato”, narrou o desvendamento de um “grande esquema de corrupção de agentes públicos e de lavagem de dinheiro” no âmbito da Petrobras. 2. Descreveu, ainda, o que constituiria uma complexa estrutura criminosa, que envolveria ao menos quatro núcleos (político, econômico, administrativo e financeiro), para, somente então, narrar os fatos especificamente relativos ao denunciado. 3. Essa profusão narrativa não constitui excesso de acusação, uma vez que a imputação propriamente dita feita contra o denunciado foi bem delimitada pelo Ministério Público. 4. A denúncia não é inepta, uma vez que descreveu, de forma suficiente, o concurso do denunciado para a solicitação de vantagem indevida por parte de membro de Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado Federal – que tinha por objeto apurar irregularidades envolvendo a Petrobras – a fim de que não formulasse requerimentos nem adotasse medidas que permitissem o aprofundamento das investigações. 5. A justa causa para a ação penal consiste na exigência de suporte probatório mínimo a indicar a legitimidade da imputação e se traduz na existência, no inquérito policial ou nas peças de informação que instruem a denúncia, de elementos sérios e idôneos que demonstrem a materialidade do crime e de indícios razoáveis de autoria (Inq nº 3.719/DF, Segunda Turma, de minha relatoria, DJe de 29/10/14). 6. Na espécie, encontra-se ausente esse substrato probatório mínimo que autoriza a deflagração da ação penal. 7. Se os depoimentos do réu colaborador, sem outras provas minimamente consistentes de corroboração, não podem conduzir à condenação, também não podem autorizar a instauração da ação penal, por padecerem da presunção relativa de falta de fidedignidade. 8. A colaboração premiada, como meio de obtenção de prova, tem aptidão para autorizar a deflagração da investigação preliminar, visando adquirir coisas materiais, traços ou declarações dotadas de força probatória. Essa, em verdade, constitui sua verdadeira vocação probatória. 9. Todavia, os depoimentos do colaborador premiado, sem outras provas idôneas de corroboração, não se revestem de densidade suficiente para lastrear um juízo positivo de admissibilidade da acusação, o qual exige a presença do fumus commissi delicti. 10. O fumus commissi delicti, que se funda em um juízo de probabilidade de condenação, traduz-se, em nosso ordenamento, na prova da existência do crime e na presença de indícios suficientes de autoria. 11. Se “nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento apenas nas declarações de agente colaborador” (art. 4º, § 16, da Lei nº 12.850/13), é lícito concluir que essas declarações, por si sós, não autorizam a formulação de um juízo de probabilidade de condenação e, por via de consequência, não permitem um juízo positivo de admissibilidade da acusação. 12. Na espécie, não se vislumbra a presença de elementos externos de corroboração dos depoimentos de colaboradores premiados, mas simples registros genéricos de viagens e reuniões. 13. Denúncia rejeitada, nos termos do art. 395, III, do Código de Processo Penal.

(Inq 3998, Relator(a):  Min. EDSON FACHIN, Relator(a) p/ Acórdão:  Min. DIAS TOFFOLI, Segunda

Turma, julgado em 18/12/2017, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-045 DIVULG 08-03-2018 PUBLIC 09-03-2018)

9. Habeas corpus. 2. Corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Operação Eficiência. Prisão preventiva. 3. Impetração contra decisão que indeferiu pedido de liminar em anterior HC no STJ. Posterior julgamento de mérito desse HC. Despicienda qualquer discussão a respeito de eventual superação do óbice contido na Súmula 691/STF. 4. Limites da aplicação do tipo penal objeto do art. 2º, § 1º, da Lei 12.850/2013 a casos de interação entre imputados ainda estão por ser tratados. 5. Perigo que a liberdade do paciente representa à ordem pública ou à instrução criminal pode ser mitigado por medidas cautelares menos gravosas do que a prisão. 6. Concessão da ordem para revogar a prisão preventiva decretada, determinando ao Juízo de origem que analise a necessidade de aplicação das medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP. Precedentes.

(HC 143247, Relator(a):  Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 10/10/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-022 DIVULG 06-02-2018 PUBLIC 07-02-2018)

10. Ementa: INQUÉRITO. IMPUTAÇÃO DOS CRIMES PREVISTOS NO ART. 317, § 1º, C/C ART. 327, § 2º, DO CÓDIGO PENAL E ART. 1º, V, VII e § 4º, DA LEI 9.613/1998. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO, DA AMPLA DEFESA E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. LICITUDE DOS ELEMENTOS PROBATÓRIOS COLHIDOS NA FASE INVESTIGATIVA. PRELIMINARES REJEITADAS. INDÍCIOS DE AUTORIA E MATERIALIDADE DEMONSTRADOS. SUBSTRATO PROBATÓRIO MÍNIMO PRESENTE. ATENDIMENTO DOS REQUISITOS DO ART. 41 DO CPP. DENÚNCIA RECEBIDA . 1. É cabível, também no âmbito da Lei 8.038/1990, assegurar ao órgão acusador a faculdade de réplica às respostas dos denunciados, especialmente quando suscitadas questões que, se acolhidas, poderão impedir a deflagração da ação penal. Só assim se estará prestigiando o princípio constitucional do contraditório (art. 5º, LV, CF), que garante aos litigantes, e não apenas à defesa, a efetiva participação na decisão judicial. Precedentes. 2. O Supremo Tribunal Federal possui clara orientação no sentido de que a regra da indivisibilidade da ação penal tem campo de incidência específico à ação penal privada (art. 48 do Código de Processo Penal). Precedentes. 3. As diligências questionadas foram promovidas e realizadas pela autoridade policial de maneira complementar, acompanhadas pelo Ministério Público e, principalmente, por delegação do Relator no Supremo Tribunal Federal, na forma prevista no art. 230-C do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. 4. A eventual desconstituição de acordo de colaboração premiada tem âmbito de eficácia restrito às partes que o firmaram, não beneficiando nem prejudicando terceiros (HC 127.483, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, DJe de 4.2.2016). Até mesmo em caso de revogação do acordo, o material probatório colhido em decorrência dele pode ainda assim ser utilizado em face de terceiros, razão pela qual não ostentam eles, em princípio, interesse jurídico em pleitear sua desconstituição, sem prejuízo, obviamente, de formular, no momento próprio, as contestações que entenderem cabíveis quanto ao seu conteúdo. Precedentes. 5. À luz dos precedentes do Supremo Tribunal Federal, o conteúdo dos depoimentos colhidos em colaboração premiada não é prova por si só eficaz, tanto que descabe condenação lastreada exclusivamente neles, nos termos do art. 4º, § 16, da Lei 12.850/2013. 6. A fase processual do recebimento da denúncia é juízo de delibação, jamais de cognição exauriente. Não se pode, portanto, confundir os requisitos para o recebimento da denúncia, delineados no art. 41 do Código de Processo Penal, com o juízo de procedência da imputação criminal. Precedentes. 7. Denúncia que contém a adequada indicação das condutas delituosas imputadas, a partir de elementos aptos a tornar plausível a acusação, o que permite o pleno exercício do direito de defesa. 8. Presença de substrato probatório mínimo em relação à materialidade e autoria. A existência de outros indícios reforça as declarações prestadas por colaboradores, tais como registros telefônicos, depoimentos, informações policiais e documentos apreendidos, o que basta neste momento de cognição sumária, em que não se exige juízo de certeza acerca de culpa. 9. Denúncia recebida.

(Inq 3979, Relator(a):  Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 27/09/2016, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-267 DIVULG 15-12-2016 PUBLIC 16-12-2016)

B. Fraude em licitação

1. EMENTA Embargos de declaração nos terceiros embargos de declaração. Efeitos modificativos. Admissibilidade. Precedente. Fraude à licitação (art. 90 da Lei nº 8.666/93). Pena-base. Dosimetria. Valoração negativa da conduta social e da personalidade do agente. Invocação dos mesmos fundamentos pelos quais se reputou elevada sua culpabilidade. Inadmissibilidade. Bis in idem. Consequências do crime. Valoração positiva. Ausência de repercussão na dosimetria. Inadmissibilidade. Necessidade de redução da pena-base à conta desse vetor. Redimensionamento da pena para 4 (quatro) anos de detenção. Fixação do regime aberto. Substituição da pena corporal por restritiva de direitos e multa. Embargos de declaração parcialmente acolhidos. 1. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao reconhecer contradição intrínseca na dosimetria da pena, já teve a oportunidade de acolher embargos de declaração, atribuindo a eles efeitos modificativos, para reduzir a pena imposta (AP nº 470/MG-EDj-décimos sétimos, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, DJe de 10/10/13). 2. Na espécie, os mesmos elementos pelos quais se entendeu elevada a culpabilidade do embargante justificaram a negativação de sua conduta social e de sua personalidade, o que configura indevido bis in idem na dosimetria da pena. 3. Nesse contexto, há que se decotar da pena-base a valoração negativa da conduta social e da personalidade. 4. Na fixação da pena-base, consideraram-se favoráveis ao embargante as consequências do crime, mas, apesar desse reconhecimento, esse vetor não havia repercutido na dosimetria, o que ora se corrige. 5. Redimensionada a pena final para 4 (quatro) anos de detenção, o regime prisional deve ser o aberto. 6. Nos termos do art. 44, § 1º, do Código Penal, a pena privativa de liberdade deve ser substituída por pena restritiva de direitos, consistente em prestação de serviços à comunidade, e multa. 7. Embargos de declaração dos quais se conhece e que se acolhem, com efeitos modificativos, mantendo-se, no mais, a condenação.

(AP 565 ED-terceiros-ED, Relator(a):  Min. CÁRMEN LÚCIA, Relator(a) p/ Acórdão:  Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 14/12/2017, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-070 DIVULG 11-04-2018 PUBLIC 12-04-2018)

2. EMENTA AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. CRIMES DE FRAUDE À LICITAÇÃO E DE PECULATO. FALTA DE JUSTA CAUSA. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. EXCEPCIONALIDADE. INOCORRÊNCIA. 1. Contra a denegação de habeas corpus por Tribunal Superior prevê a Constituição Federal remédio jurídico expresso, o recurso ordinário. Diante da dicção do art. 102, II, a, da Constituição da República, a impetração de novo habeas corpus em caráter substitutivo escamoteia o instituto recursal próprio, em manifesta burla ao preceito constitucional. 2. Quando do recebimento da denúncia, não há exigência de cognição e avaliação exaustiva da prova ou apreciação exauriente dos argumentos das partes, bastando o exame da validade formal da peça e a verificação da presença de indícios suficientes de autoria e de materialidade. 3. O trancamento da ação penal na via do habeas corpus só se mostra cabível em casos excepcionalíssimos de manifestas (i) atipicidade da conduta, (ii) presença de causa extintiva de punibilidade ou (iii) ausência de suporte probatório mínimo de autoria e materialidade delitivas, o que não ocorre no presente caso. 4. A tese defensiva demandaria o reexame e a valoração de fatos e provas, para o que não se presta a via eleita. 5. Agravo regimental conhecido e não provido.

(HC 146956 AgR, Relator(a):  Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 24/11/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-282 DIVULG 06-12-2017 PUBLIC 07-12-2017)

3. EMENTA Inquérito. Contratação de empréstimo com suposta inobservância de normas administrativas de sociedade de economia mista estadual. Pretendida subsunção nos tipos penais previstos no art. 1º, VIII, XX e XXIII, do Decreto-Lei 201/67. Descabimento. Crimes não configurados. Realização ou ordenação de despesa em desacordo com as regras financeiras pertinentes (art. 1º, V, do Decreto-Lei nº 201/67). Expedição de ordem de serviço antes da emissão do empenho respectivo. Ato de dar causa a qualquer modificação ou vantagem em favor do adjudicatário durante a execução dos contratos celebrados com o Poder Público sem autorização em lei no ato convocatório da licitação ou nos respectivos instrumentos contratuais (art. 92 da Lei nº 8.666/93). Indícios de autoria. Inexistência. Fraude ao caráter competitivo da licitação (art. 90 da Lei nº 8.666/93). Fracionamento de despesas referentes a obras licitadas por meio de duas tomadas de preços. Valor global que exigiria modalidade mais rigorosa

(concorrência). Inteligência do art. 23, § 5º, da Lei nº 8.666/93. Descrição da suposta fraude ao caráter competitivo do procedimento licitatório, com o direcionamento de contratações. Ausência de descrição do fim especial de obtenção de uma “vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação” distinguível da contratação em si. Inépcia configurada. Denúncia rejeitada. 1. A realização de empréstimo com suposta inobservância das normas administrativas da Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina (BADESC) não configura os crimes previstos no art. 1º, VIII, XX e XXIII, do Decreto-Lei nº 201/67, uma vez que o enquadramento nas condutas descritas nesses tipos penais demanda afronta pelo prefeito a disposição de lei em sentido estrito. 2. A documentação acostada aos autos não demonstra, sequer de forma indiciária, a prática dos crimes previstos no art. 1º, V, do Decreto-Lei nº 201/67 e no art. 92 da Lei nº 8.666/93, porquanto o acusado não figurou como ordenador das despesas nem subscreveu as ordens de serviços ou medições correspondentes. Da mesma forma, não se encontra descrito o liame subjetivo que o vincule a tais condutas. 3. Como sabido, o fracionamento de despesas referentes a obras de mesma natureza, a serem realizadas em um mesmo município, com a finalidade de adoção de modalidade licitatória menos rigorosa, é hábil a configurar o crime de fraude ao caráter competitivo da licitação (AP nº 565, Pleno, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJe de 23/5/14). 4. A imputação de fraude ao caráter competitivo da licitação derivaria do fracionamento de despesas referentes a obras licitadas por meio de duas tomadas de preços, quando seu valor global exigiria a modalidade mais rigorosa de concorrência. 5. Nos termos do art. 23, § 5º, da Lei nº 8.666/93, “é vedada a utilização da modalidade ‘convite’ ou ‘tomada de preços’, conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente, sempre que o somatório de seus valores caracterizar o caso de ‘tomada de preços’ ou ’concorrência’, respectivamente, nos termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica que possam ser executadas por pessoas ou empresas de especialidade diversa daquela do executor da obra ou serviço”. 6. Esse dispositivo veda o fracionamento da licitação em duas hipóteses: i) quando se tratar de parcelas que integrem um mesmo objeto (“mesma obra ou serviço”), vale dizer, quando existir a unicidade intrínseca do objeto; e ii) quando se tratar de um conjunto de bens e serviços que, embora materialmente distintos e que não possam ser considerados como partes integrantes de um único objeto, apresentem natureza semelhante e devam ser executados no mesmo local, desde que tal execução possa fazer-se conjunta e concomitantemente. 7. É indiscutível que as obras referidas na denúncia tinham a mesma natureza (saneamento básico e pluvial e preparação da via pública para pavimentação) e poderiam ser executadas no mesmo local (entendido como região de atuação dos possíveis fornecedores), de forma conjunta e concomitante, uma vez que havia recursos disponíveis, obtidos por contrato de financiamento. 8. A circunstância de se tratar de ruas distintas, situadas em bairros diversos, não autorizava que os objetos fossem individualmente licitados, haja vista que a expressão “mesmo local” não tem essa acepção restrita. 9. Pouco importa o valor individual de cada obra para a determinação da modalidade de licitação; relevante é o fato de que, em razão de seu valor global, houve fracionamento indevido de despesa, uma vez que todas as obras tinham a mesma natureza e poderiam ser executadas no mesmo local, de forma conjunta e concomitante. 10. A descrição da suposta fraude, em tese, ao caráter competitivo do procedimento licitatório, com o direcionamento de contratações, todavia, não se mostra suficiente. 11. O tipo penal art. 90 da Lei nº 8.666/93 exige o dolo específico do agente, qual seja, o fim especial de obtenção de uma “vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação”. 12. Na espécie, não houve a necessária descrição de qual seria a vantagem a ser auferida pelo denunciado e pelos contratados “decorrente da adjudicação” e distinguível da contratação em si. 13. À míngua de uma imputação que necessariamente deveria compreender a descrição do dolo específico do agente, há que reconhecer a inépcia da denúncia em relação ao crime descrito no art. 90 da Lei nº 8.666/93. 14. Denúncia rejeitada.

(Inq 4103, Relator(a):  Min. TEORI ZAVASCKI, Relator(a) p/ Acórdão:  Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 07/11/2017, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-085 DIVULG 02-05-2018 PUBLIC 03-05-2018)

4. Ementa: HABEAS CORPUS. “OPERAÇÃO LAMA ASFÁLTICA”. LAVAGEM DE DINHEIRO, PECULATO, CORRUPÇÃO, FRAUDE À LICITAÇÃO, OBTENÇÃO FRAUDULENTA DE FINANCIAMENTO EM ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA, ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA. PRISÃO PREVENTIVA. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. DESTACADO MODO DE EXECUÇÃO. GRAVIDADE CONCRETA DO DELITO.

FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO VERIFICADO. ORDEM DENEGADA. 1. De acordo com o art. 312 do Código de Processo Penal, a prisão preventiva poderá ser decretada quando houver prova da existência do crime (materialidade) e indício suficiente de autoria. Além disso, é preciso demonstrar, concretamente, a existência de um dos fundamentos que a autorizam: (a) garantia da ordem pública; (b) garantia da ordem econômica; (c) conveniência da instrução criminal; ou, ainda, (d) para assegurar a aplicação da lei penal. 2. As razões apresentadas pelas instâncias antecedentes revelam ser imperiosa a necessidade de se garantir a ordem pública, evidenciada sobretudo diante de fatos concretos aos quais se atribuiu extrema gravidade e que revestem a conduta de remarcada reprovabilidade. 3. Sobressai dos autos que o paciente é peça importante de uma ação criminosa organizada, com influência no âmbito da Administração Pública e integrada por servidores públicos, que movimentou significativa quantia de dinheiro supostamente obtida do erário e cujo esquema apenas foi devidamente esquadrinhado após a autorização judicial de medidas constritivas como interceptação telefônica e mandados de busca e apreensão. O quadro delineado se agrava ainda mais com a constatação de que “mesmo após a deflagração da primeira fase das investigações, há mais de um ano, os investigados continuaram com a mesma prática, revelando completa indiferença aos ditames da lei penal e à preservação da ordem econômica”. 4. Nos termos da jurisprudência do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, o destacado modo de execução e a gravidade concreta do delito constituem fundamentos idôneos à determinação da custódia cautelar para resguardar a ordem pública; da mesma maneira, “a existência de organização criminosa impõe a necessidade de se interromper ou diminuir a atuação de seus integrantes como garantia da ordem pública, constituindo fundamentação cautelar idônea e suficiente para a prisão preventiva” (HC 95.024, DJe de 20/2/2009). 5. Ordem denegada.

(HC 135027, Relator(a):  Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão:  Min. ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, julgado em 26/09/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-080 DIVULG 24-04-2018 PUBLIC 25-04-2018)

5. Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. CRIMES DE ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA, USO DE DOCUMENTO FALSO, COAÇÃO NO CURSO DO PROCESSO, CRIME DE RESPONSABILIDADE E FRAUDE EM LICITAÇÃO. ARTIGOS 288, 304 E 344 DO CÓDIGO PENAL, ARTIGO 1º, II, DO DECRETO-LEI 201/67 E ARTIGO 90 DA LEI 8.666/93. HABEAS CORPUS ORIGINARIAMENTE SUBSTITUTIVO DE RECURSO. INADMISSIBILIDADE. PRECEDENTES. ALEGAÇÃO DE NULIDADES PROCESSUAIS. INCOMPETÊNCIA DO RELATOR. ALEGADA INEXISTÊNCIA DE PREVENÇÃO. ALEGADA FALTA DE ATRIBUIÇÃO DE PROMOTOR DE JUSTIÇA PARA ATUAR EM PROCESSO DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO TRIBUNAL. INEXISTÊNCIA DE TERATOLOGIA, ABUSO DE PODER OU FLAGRANTE ILEGALIDADE. ATUAÇÃO EX OFFICIO DO STF INVIÁVEL. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. INCIDÊNCIA DO PRINCÍPIO DO “PAS DE NULLITÉ SANS GRIEF”. REITERAÇÃO DAS RAZÕES. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. Esta Suprema Corte sufraga o entendimento de que o reconhecimento da nulidade alegada pressupõe a comprovação do prejuízo, nos termos do artigo 563 do Código de Processo Penal, sendo descabida a sua presunção, no afã de se evitar um excessivo formalismo em prejuízo da adequada prestação jurisdicional. 2. In casu, o recorrente foi denunciado, juntamente com outros 43 (quarenta e três) corréus, tendo sido condenado à pena privativa de liberdade totalizada em 52 (cinquenta e dois) anos, sendo 20 de reclusão, em regime inicial fechado, e 32 de detenção, em regime semiaberto, pelos crimes tipificados nos artigos 288, 304 (16 vezes) e 344, todos do Código Penal; 90 da Lei n 8.666/93 (16 vezes) e 1º, I, do Decreto-lei nº 201/67, tudo em concurso material. 3. Verifica-se a existência de óbice processual, porquanto o habeas corpus impetrado perante o Tribunal a quo foi manejado em substituição a recurso cabível. 4. Não há ilegalidade na previsão regimental do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro concernente à manutenção da relatoria originária nos processos em trâmite na extinta Seção Criminal. 5. Não há ilegalidade, teratologia ou abuso de poder na designação excepcional de membros do Ministério Público lotados em vara de primeira instância para acompanhar atas de instrução penal realizadas em segunda instância, porquanto expressamente prevista na Lei Orgânica do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, LC nº 106/2013. 6. O objeto da tutela em habeas corpus é a liberdade de locomoção quando ameaçada por ilegalidade ou abuso de poder (CF, art. 5º, LXVIII), não cabendo sua utilização para reexaminar pressupostos de admissibilidade de recursos de outros tribunais. 7. A reiteração dos argumentos trazidos pelo

agravante na petição inicial da impetração é insuscetível de modificar a decisão agravada. Precedentes: HC 136.071-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe de 09/05/2017; HC 122.904-AgR, Primeira Turma Rel. Min. Edson Fachin, DJe de 17/05/2016; RHC 124.487-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Roberto Barroso, DJe de 01/07/2015. 8. Agravo regimental desprovido.

(RHC 142091 AgR, Relator(a):  Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 01/09/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-221 DIVULG 27-09-2017 PUBLIC 28-09-2017)

6. Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. CRIMES DE CORRUPÇÃO ATIVA, QUADRILHA E FRAUDE EM LICITAÇÕES. ARTIGOS 288 E 333, DO CÓDIGO PENAL, E 92, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI 8.666/93. HABEAS CORPUS ORIGINARIAMENTE SUBSTITUTIVO DE RECURSO. INADMISSIBILIDADE. PRECEDENTES. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. PRORROGAÇÕES SUCESSIVAS. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. AUSÊNCIA DE TERATOLOGIA, ABUSO DE PODER OU FLAGRANTE ILEGALIDADE. INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. ALEGAÇÃO DE PREVENÇÃO EM SEDE DE AGRAVO REGIMENTAL. PRECLUSÃO. ARTIGO 67, § 6º, DO RISTF. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. Nos autos do RE 625.263, foi reconhecida a repercussão geral da matéria quanto à constitucionalidade de sucessivas prorrogações de interceptação telefônica, tendo esta Corte inúmeros precedentes admitindo essa possibilidade (HC 120.027, Rel. Min. Marco Aurélio, Rel. p/ acórdão Min. Edson Fachin, Primeira Turma, DJe 18/2/2016; HC 120.027, Primeira Turma, Rel. Min. Edson Fachin, DJe de 24/11/2015; HC 106.225, Rel. Min. Marco Aurélio, Relator p/ acórdão Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 22/3/2012) 2. In casu, o recorrente foi denunciado, juntamente com outros cinco corréus, pela prática dos crimes previstos nos artigos 288 e 333, do Código Penal, e artigo 92, parágrafo único, da Lei 8.666/93. 3. Inexiste excepcionalidade que permita a concessão da ordem de ofício ante a ausência de teratologia na decisão atacada, flagrante ilegalidade ou abuso de poder. 4. Verifica-se a existência de óbice processual, porquanto o habeas corpus impetrado perante o Tribunal a quo foi manejado em substituição a recurso cabível. 5. A alegação de prevenção para distribuição do processo deve ocorrer na primeira oportunidade em que a parte se manifestar nos autos, sob pena de preclusão, nos termos do artigo 67, § 6º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. 6. Agravo regimental desprovido.

(RHC 117495 AgR, Relator(a):  Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 02/06/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-130 DIVULG 16-06-2017 PUBLIC 19-06-2017)

7. Reclamação. 2. Direito Penal. 3. Delação premiada. “Operação Alba Branca”. Suposta violação à Súmula Vinculante 14. Existente. TJ/SP negou acesso à defesa ao depoimento do colaborador Marcel Ferreira Júlio, nos termos da Lei n. 12.850/13. Ocorre que o art. 7º, § 2º, do mesmo diploma legal consagra o “amplo acesso aos elementos de prova que digam respeito ao exercício do direito de defesa”, ressalvados os referentes a diligências em andamento. É ônus da defesa requerer o acesso ao juiz que supervisiona as investigações. O acesso deve ser garantido caso estejam presentes dois requisitos. Um, positivo: o ato de colaboração deve apontar a responsabilidade criminal do requerente (INQ 3.983, rel. min. Teori Zavascki, Tribunal Pleno, julgado em 3.3.2016). Outro, negativo: o ato de colaboração não deve referir-se à diligência em andamento. A defesa do reclamante postulou ao Relator do processo o acesso aos atos de colaboração do investigado. 4. Direito de defesa violado. 5. Reclamação julgada procedente, confirmando a liminar deferida.

(Rcl 24116, Relator(a):  Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 13/12/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-028 DIVULG 10-02-2017 PUBLIC 13-02-2017)

8. EMENTA Agravo regimental em recurso ordinário em habeas corpus. Penal. Condenação por crime de peculato (art. 312 do Código Penal). Pretendida desclassificação da conduta para delito de fraude à licitação (art. 90 da Lei nº 8.666/93). Impossibilidade. Necessário reexame de fatos e provas, não admitido na via do habeas corpus. Precedentes. Regimental não provido.

(RHC 128911 AgR, Relator(a):  Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 02/09/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-209 DIVULG 29-09-2016 PUBLIC 30-09-2016)

9. Ementa: HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSO PENAL. FORMAÇÃO DE QUADRILHA. ART. 288 DO CP (REDAÇÃO ANTERIOR À LEI 12.720/2012). FRAUDE A PROCEDIMENTO LICITATÓRIO. ART. 90 DA LEI 8.666/1993. CORRUPÇÃO PASSIVA. ART. 317, § 1º, DO CP. EXTINÇÃO PREMATURA DA AÇÃO PENAL. QUESTÕES DE MÉRITO QUE DEVEM SER DECIDIDAS PELO JUIZ NATURAL DA CAUSA. DESMEMBRAMENTO DO PROCESSO. POSSIBILIDADE. 1. A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que a extinção da ação penal de forma prematura, via habeas corpus, somente se dá em hipóteses excepcionais, quando patentemente demonstrada (a) a atipicidade da conduta; (b) a ausência de indícios mínimos de autoria e materialidade delitivas; ou (c) a presença de causa extintiva da punibilidade. 2. A denúncia descreve de forma individualizada e objetiva as condutas atribuídas à paciente, correlacionando-as aos tipos penais em questão (art. 288, na redação originária, e art. 317, §1º, do CP e art. 90 da Lei 8.666/1993). Revela a existência de grupo de pessoas associadas e organizadas para a prática de fraudes licitatórias e corrupção passiva, com a indicação detalhada do modus operandi empregado na empreitada criminosa. As ações nela descritas possuem relevo para a esfera penal. 3. Avançar nas alegações postas na impetração, sobre a carência de provas concretas acerca da prática dos crimes narrados, revela-se inviável nesta ação constitucional, por pressuporem o revolvimento dos fatos e provas da causa. 4. O desmembramento do processo, como consectário do excessivo número de acusados, para imprimir maior celeridade processual, encontra respaldo no art. 80 do Código de Processo Penal. Precedentes. A reversão desse entendimento, com a posterior reunião dos processos, implicou a superação dessas questões, de modo que não há como avançar no exame da vulneração da paridade de armas e da ampla defesa quanto aos atos processuais realizados no período em que os autos permaneceram desmembrados, já que, sobre essa matéria específica, o STJ não se pronunciou. 5. Ordem denegada.

(HC 127288, Relator(a):  Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 23/08/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-188 DIVULG 02-09-2016 PUBLIC 05-09-2016)

10. EMENTA Ação penal. Dispensa de licitação (art. 89, caput e parágrafo único, da Lei nº 8.666/93). Tomada de preço. Contratos de locação de veículos. Termos aditivos. Prorrogação do prazo de vigência. Alegada violação do art. 57 da Lei nº 8.666/93. Ausência de dolo. Fato atípico. Ordenação de despesas não autorizadas (art. 359-D do Código Penal). Acusado que, à época dos fatos, não mais detinha qualquer poder para ordenar as despesas em questão. Ação penal improcedente. 1. O tipo penal do art. 89 da Lei n° 8.666/93 pressupõe, além do necessário dolo simples (vontade consciente e livre de contratar independentemente da realização de prévio procedimento licitatório), a intenção de produzir um prejuízo aos cofres públicos por meio do afastamento indevido da licitação. 2. Não se vislumbra, na conduta dos acusados de firmar termos aditivos, prorrogando a vigência de contratos de locação de veículos precedidos de licitação na modalidade de tomada de preços, o dolo de causar prejuízo ao erário. Atipicidade do fato reconhecida. 3. Uma vez que o acusado, à época dos fatos, não detinha mais poderes para ordenar despesas não autorizadas por lei, está provado que não concorreu de qualquer forma para o crime descrito no art. 359-D do Código Penal. 4. Ação penal julgada improcedente.

(AP 700, Relator(a):  Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 23/02/2016, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-080 DIVULG 25-04-2016 PUBLIC 26-04-2016)

11. EMENTA Recurso ordinário em habeas corpus. Processual Penal. Crimes de fraude a licitação, lavagem de dinheiro e corrupção supostamente praticados, de forma reiterada, em prejuízo da administração pública municipal. Organização criminosa. Prisão preventiva (CPP, art. 312). Alegada falta de fundamentação. Não ocorrência. Título prisional devidamente fundamentado na garantia da ordem pública, em face das circunstâncias concretas da prática criminosa, as quais indicam a real periculosidade do recorrente, apontado como líder da suposta organização criminosa. Necessidade de se interromper a atuação delituosa. Precedentes. Recurso não provido. 1. Inexiste ato configurador de flagrante constrangimento ilegal praticado contra o recorrente advindo do título prisional, que se encontra devidamente fundamentado, uma vez que calcado em sua real periculosidade para a ordem pública, em face da gravidade dos crimes de fraude a licitação, lavagem de dinheiro e corrupção supostamente praticados em prejuízo à administração

pública municipal, de forma reiterada, nos anos de 2013, 2014 e 2015, em um contexto fático de associação criminosa da qual o recorrente seria o líder. 2. O Supremo Tribunal Federal já assentou o entendimento de que é legítima a tutela cautelar que tenha por fim resguardar a ordem pública quando evidenciada a necessidade de se interromper ou diminuir a atuação de integrantes de organização criminosa. 3. Recurso ordinário ao qual se nega provimento.

(RHC 138937, Relator(a):  Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 07/02/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-040 DIVULG 02-03-2017 PUBLIC 03-03-2017)

C. Formação de cartel

1. EMENTA DIREITO ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO CPC/1973. INFRAÇÃO À ORDEM ECONÔMICA. FORMAÇÃO DE CARTEL. AÇÃO CAUTELAR DE BUSCA E APREENSÃO. REQUISITOS. FUMUS BONI IURIS E PERICULUM IN MORA. DEBATE DE ÂMBITO INFRACONSTITUCIONAL. DEVIDO ROCESSO LEGAL, CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA. INEXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. REELABORAÇÃO DA MOLDURA FÁTICA. PROCEDIMENTO VEDADO NA INSTÂNCIA EXTRAORDINÁRIA. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO CPC/2015. 1. Obstada a análise da suposta afronta aos preceitos constitucionais invocados, porquanto dependeria de prévia análise da legislação infraconstitucional aplicada à espécie, procedimento que refoge à competência jurisdicional extraordinária desta Corte Suprema, a teor do art. 102 da Magna Carta. 2. As razões do agravo não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada, mormente no que se refere à ausência de ofensa a preceito da Constituição da República. 3. Majoração em 10% (dez por cento) dos honorários anteriormente fixados, obedecidos os limites previstos no artigo 85, §§ 2º, 3º e 11, do CPC/2015. 4. Agravo interno conhecido e não provido, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa.

(RE 1034218 AgR, Relator(a):  Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 05/12/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-038 DIVULG 27-02-2018 PUBLIC 28-02-2018)

2. EMENTA Agravo regimental no recurso extraordinário. Administrativo. Tabela da Associação Médica Brasileira. Valores mínimos a serem pagos aos prestadores de serviço. Princípios da valorização do trabalho, da livre iniciativa e da livre concorrência. Circunstâncias fáticas que nortearam o acórdão recorrido. Cartel. Não ocorrência. Inexistência de padronização de preços. Reexame de fatos e provas. Impossibilidade. Precedentes. 1. A Corte de origem concluiu, em razão das circunstâncias fáticas dos autos, que os valores constantes da tabela fornecida pela Associação Médica Brasileira (AMB), utilizados pelo agravado, visavam, tão somente, impedir a desvalorização do trabalho dos profissionais envolvidos na prestação de serviços médicos e laboratoriais e que apenas retratavam quantias mínimas a serem repassadas a tais profissionais, não havendo, portanto, a padronização dos preços que caracterizaria o cartel. 2. A ponderação de interesses, in casu, não prescinde do reexame dos fatos e das provas dos autos, o qual é inadmissível em recurso extraordinário. Incidência da Súmula nº 279/STF. 3. Agravo regimental não provido.

(RE 630256 AgR, Relator(a):  Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 26/05/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-118 DIVULG 18-06-2015 PUBLIC 19-06-2015)

3. EMENTA Habeas corpus. Ação penal. Associação criminosa, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, crime contra a economia popular, cartel e exploração do jogo do bicho (arts. 288, parágrafo único, e 299, ambos do Código Penal; art. 1º da Lei nº 9.613/98; art. 2º, IX, da Lei nº 1.521/51; art. 4º da Lei nº 8.137/90 e art. 58 do Decreto Lei nº 6.259/44). Trancamento.

Denúncia. Inépcia. Não ocorrência. Descrição mínima dos fatos e de suas circunstâncias. Inexistência de ilegalidade flagrante. Ordem denegada. 1. O trancamento da ação penal em habeas corpus é medida excepcional, a ser aplicada somente quando constatada, de plano e manifestamente: i) a inépcia da denúncia; ii) a atipicidade da conduta; iii) a ausência de indícios mínimos de autoria e materialidade delitivas; ou iv) a presença de alguma causa extintiva da punibilidade. 2. Na espécie, a denúncia não se mostra inequivocamente inepta, uma vez que, embora não tenha primado pela melhor técnica, descreveu minimamente os fatos imputados aos pacientes e suas circunstâncias (art. 41, CPP), de modo a possibilitar a compreensão da acusação e, consequentemente, o exercício da ampla defesa. 3. No tocante à correta tipificação das condutas imputadas aos pacientes, “caberá ao juiz da causa proceder ao exame dos elementos probatórios dos autos e, observado o princípio do contraditório, conferir a definição jurídica adequada para os fatos narrados na denúncia. Antecipar-se ao pronunciamento das instâncias ordinárias acerca da adequação legal do narrado na inicial implicaria evidente distorção do modelo constitucional de competências” (HC nº 127.774/MS, Segunda Turma, Relator o Ministro Teori Zavascki, DJe de 1º/2/16). 4. Ordem denegada.

(HC 129225, Relator(a):  Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 30/08/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-207 DIVULG 27-09-2016 PUBLIC 28-09-2016)

GEDEC – Jurisprudência coletada – STJ

Lavagem de dinheiro

A. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE. NÃO OCORRÊNCIA. DECISÃO MONOCRÁTICA PROFERIDA NOS TERMOS LEGAIS. RECURSO IMPROVIDO.

1. A decisão impugnada não violou o princípio da colegialidade, na medida em que o artigo 34, VII, combinado com o artigo 253, parágrafo único, inciso II, alínea c, ambos do RISTJ, permitem ao relator conhecer do agravo para negar provimento ao recurso especial contrário à jurisprudência dominante sobre o tema, como na hipótese.

2. O cabimento de agravo regimental contra a decisão singular afasta a alegação de afronta ao referido postulado, visto que a matéria, desde que suscitada, pode ser remetida à apreciação da Turma.

LAVAGEM DE DINHEIRO (ART. 1º, INCISO VII E § 1º, INCISO II, DA LEI N. 9.613/98). INÉPCIA DA DENÚNCIA. ALEGADA AUSÊNCIA DE DESCRIÇÃO DAS CONDUTAS DOS ACUSADOS. PEÇA INAUGURAL QUE ATENDE AOS REQUISITOS LEGAIS EXIGIDOS E DESCREVE CRIME EM TESE. AMPLA DEFESA GARANTIDA.

MÁCULA NÃO EVIDENCIADA.

1. Não pode ser acoimada de inepta a denúncia formulada em obediência aos requisitos traçados no artigo 41 do Código de Processo Penal, descrevendo perfeitamente as condutas típicas, cuja autoria é atribuída aos recorrentes devidamente qualificados, circunstâncias que permitem o exercício da ampla defesa no seio da persecução penal, na qual se observará o devido processo legal.

2. Nos chamados crimes de autoria coletiva, embora a vestibular acusatória não possa ser de todo genérica, é válida quando, apesar de não descrever minuciosamente as atuações individuais dos acusados,

demonstra um liame entre o seu agir e a suposta prática delituosa, estabelecendo a plausibilidade da imputação e possibilitando o exercício da ampla defesa. Precedentes.

3. No caso dos autos, verifica-se que a participação dos recorrentes no ilícito descrito na exordial foi devidamente explicitada, pois propiciavam a ocultação dos valores auferidos no furto ao Banco Central em Fortaleza/CE, clareando o dinheiro ilícito, narrativa que constitui crime em tese e lhes permite o exercício da ampla defesa e do contraditório.

ALEGADA NULIDADE DA AÇÃO PENAL. AUSÊNCIA DE CORRELAÇÃO ENTRE A DENÚNCIA E A SENTENÇA. PEÇA ACUSATÓRIA QUE NARRA A PARTICIPAÇÃO DOS ACUSADOS NOS CRIMES IMPUTADOS. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. ILEGALIDADE NÃO EVIDENCIADA.

1. O princípio da correlação entre a denúncia e a sentença condenatória representa no sistema processual penal uma das mais importantes garantias ao acusado, porquanto descreve balizas para a prolação do édito repressivo ao dispor que deve haver precisa correspondência entre o fato imputado ao réu e a sua responsabilidade penal reconhecida na sentença.

2. Na hipótese dos autos, o Ministério Público narra adequadamente a conduta imputada aos agravantes, não havendo que se falar em nova capitulação legal, tampouco em afronta à ampla defesa dos recorrentes.

ART. 400 DO CPP. INTERROGATÓRIO REALIZADO ANTES DA ENTRADA EM VIGOR DA LEI N.º 11.719/2008. DESNECESSIDADE DE REPETIÇÃO DO ATO.

NULIDADE. INOCORRENTE.

1. Já se consolidou nesse Sodalício o entendimento segundo o qual "a Lei n. 11.719/2008, que deu nova redação ao art. 400 do CPP, porquanto lei processual penal, aplica-se desde logo, conforme os ditames do princípio tempus regit actum, sem prejudicar, contudo, a validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior, razão pela qual, já realizado o interrogatório do réu, não há obrigação de o ato ser renovado para cumprir as balizas da nova lei" (HC n.

164.420/SP, Sexta Turma, Rel. Min. Nefi Cordeiro, DJe de 25/9/2014).

2. A anulação de atos processuais significa a perda de atividades já realizadas, prejudicando as partes e o magistrado, e acarretando demora na prestação jurisdicional almejada, motivo pelo qual a legislação processual penal exige que os prejuízos decorrentes da eiva a ser reconhecida sejam concreta e efetivamente demonstrados, nos ditames do princípio pas de nullité sans grief, o que não se verificou in casu.

CONDENAÇÃO BASEADA EXCLUSIVAMENTE EM PROVAS PRODUZIDAS NA FASE INQUISITORIAL. ÉDITO REPRESSIVO QUE EXPRESSAMENTE FAZ MENÇÃO AOS ELEMENTOS DE CONVICÇÃO COLHIDOS JUDICIALMENTE. INEXISTÊNCIA DE OFENSA AO DISPOSTO NO ARTIGO 155 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL.

NEGATIVA DE VIGÊNCIA AO ART. 156 DO CPP. INOCORRÊNCIA. EXISTÊNCIA DE PROVAS SUFICIENTES A AMPARAR A CONDENAÇÃO.

1. É entendimento consolidado nesta Corte Superior que a condenação pode ser fundamentada em elementos colhidos no inquérito, desde que submetidos ao crivo do contraditório.

2. No caso dos autos, não havendo o Togado sentenciante e a Corte Estadual se fundado apenas em elementos de convicção reunidos no inquérito para motivar a condenação, não há que se falar em utilização de prova não sujeita ao crivo do contraditório e, pois, em violação ao art. 155 do CPP.

3. Inexiste inversão do ônus da prova quando a acusação produz arcabouço probatório suficiente à formação da certeza necessária ao juízo condenatório.

4. Modificar as conclusões do aresto regional no sentido de que o acórdão teria se baseado em provas não judicializadas, quanto à ilegalidade na inversão do ônus da prova ou de que careceriam os autos de provas suficientes para a condenação dos agravantes, implicaria em incursão no contexto fático probatório coligido nos autos, o que é vedado na via eleita, tendo em vista o óbice do enunciado da Súmula 7/STJ, razão pela qual escorreita a decisão agravada.

5. Agravo regimental improvido.

(AgRg no AREsp 381.524/CE, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 17/04/2018, DJe 25/04/2018)

B. RECURSO EM HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA E LAVAGEM DE DINHEIRO. MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO. FUNDAMENTAÇÃO PER RELATIONEM. SIMPLES REMISSÃO À REPRESENTAÇÃO MINISTERIAL.

NECESSIDADE E ADEQUAÇÃO NÃO DEMONSTRADOS. MOTIVAÇÃO INSUFICIENTE.

RECURSO PROVIDO.

1. A decisão judicial que estabelece medidas cautelares deve demonstrar, à luz do que dispõe o art. 282 do CPP, a necessária presença de exigência cautelar a justificar a medida.

2. Não se mostram suficientes as razões invocadas pelo Juízo monocrático para impor aos recorrentes o cumprimento de cautelares diversas da prisão, porquanto apenas se reportou à representação ministerial sem tecer nenhum comentário a respeito dos requisitos da necessidade e adequação de tais medidas.

3. Recurso provido para cassar a decisão impugnada, ressalvada a possibilidade de nova imposição de tais medidas, ou de outras que o prudente arbítrio do Juízo natural da causa entender cabíveis e adequadas, mediante a devida fundamentação.

(RHC 72.820/SP, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 10/04/2018, DJe 16/04/2018)

C. INQUÉRITO POLICIAL. QUEBRA DE SIGILOS FISCAL E BANCÁRIO. ORDEM JUDICIAL NÃO FUNDAMENTADA. FALTA DE INDÍCIOS DE PRÁTICA DELITIVA.

RECURSO EM HABEAS CORPUS PROVIDO.

1. O direito ao sigilo financeiro não é absoluto e pode ser mitigado quando houver interesse público, por meio de autorização judicial suficientemente fundamentada e na qual se justifique a providência para fins de investigação criminal ou instrução processual penal, lastreada em indícios de prática delitiva.

2. É nula a decisão judicial que decreta a quebra de sigilos fiscal e bancário de várias pessoas físicas e jurídicas, por meio de singela referência à representação policial, na qual o delegado não especificou fatos, condutas ou movimentações financeiras supostamente ilícitas e que, consoante sua prudente análise, poderiam constituir fraudes, sonegações fiscais ou lavagem de dinheiro. É inconcebível que o meio excepcional de prova sirva como mero instrumento para interminável investigação exploratória.

3. Recurso ordinário provido para anular a decisão de quebra de sigilos bancário e fiscal dos investigados, com a determinação de desentranhamento, dos autos do inquérito, de eventual prova obtida por meio da autorização.

(RHC 48.989/SP, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 05/04/2018, DJe 16/04/2018)

D. AGRAVO REGIMENTAL. HABEAS CORPUS. TRÁFICO E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE DROGAS, ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA E LAVAGEM DE DINHEIRO.

PRETENSÃO DE SUSPENSÃO DA AÇÃO PENAL. ALEGAÇÃO DE CERCEAMENTO DE DEFESA. LIMINAR CONCEDIDA PELO STJ, NO SENTIDO DE POSSIBILITAR O ACESSO DA DEFESA A TODOS OS ELEMENTOS QUE ENSEJARAM A DEFLAGRAÇÃO DA AÇÃO PENAL E RESTITUIÇÃO DO PRAZO PARA A APRESENTAÇÃO DA DEFESA PRELIMINAR. INFORMAÇÃO NOS AUTOS DANDO CONTA DO INTEGRAL CUMPRIMENTO DA TUTELA SATISFATIVA. PERDA DO OBJETO.

1. Sendo o objeto da impetração o restabelecimento do prazo para a apresentação de defesa preliminar, ao argumento de cerceamento de defesa, decorrente do fato de que não estariam nos autos todos os elementos de informação coletados no bojo da investigação deflagrada contra os ora agravantes, perde o objeto o writ, quando evidenciado que o Magistrado singular, dando cumprimento à liminar deferida, possibilitou o amplo acesso à defesa dos pacientes aos elementos de informação que ensejaram o oferecimento da denúncia e, perante a inércia destes por quase 3 meses, determinou a intimação da Defensoria Pública para apresentação da defesa preliminar.

2. Evidenciado que o Juízo de primeiro grau se mostra convicto de que todo o conjunto fático-probatório utilizado para a deflagração da ação penal contra os agravantes foi disponibilizado à defesa, alcançar conclusão inversa, demandaria reexame de provas, inviável na via estreita do writ.

3. Mostra-se contraditória a conduta da defesa no sentido de, após peticionar, impetrar habeas corpus aqui e no Tribunal estadual, alegando cerceamento de defesa, manifestar-se apenas após quase três meses sobre o despacho do Juízo de primeiro grau, o que ensejou a remessa dos autos à Defensoria Pública estadual para oferecimento de defesa preliminar.

4. O princípio da cooperação, que demanda atividade cooperativa de todas as partes que compõem a relação jurídico-processual, não tem aplicabilidade apenas no Direito Processual Civil, sendo indispensável sua incidência no âmbito do Direito Processual Penal, em que está em jogo, além da razoável duração do processo, a liberdade do indivíduo.

5. Agravo regimental improvido.

(AgRg no HC 415.123/PE, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 15/03/2018, DJe 27/03/2018)

E. PENAL E PROCESSO PENAL. RECURSO EM HABEAS CORPUS. 1. IRREGULARIDADE DE LAUDO PERICIAL. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. 2. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. AUSÊNCIA DE EXCEPCIONALIDADE. 3. ATIPICIDADE. CRIME DE RESPONSABILIDADE DE PREFEITO. ART. 1º, I, DO DL 201/1967. DOLO ESPECÍFICO E EFETIVO PREJUÍZO. ELEMENTOS CONSTANTES DA DENÚNCIA. 4.

ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. LAVAGEM DE DINHEIRO. CONDUTAS DEVIDAMENTE DELINEADAS. JUSTA CAUSA PRESENTE. 5. RECURSO EM HABEAS CORPUS IMPROVIDO.

1. A alegação do recorrente relativa à irregularidade do parecer técnico não foi previamente submetida ao crivo das instâncias ordinárias, o que inviabiliza o exame inaugural pelo Superior Tribunal de Justiça, sob pena de indevida supressão de instância.

2. O trancamento da ação penal na via estreita do habeas corpus somente é possível, em caráter excepcional, quando se comprovar, de plano, a inépcia da denúncia, a atipicidade da conduta, a incidência de causa de extinção da punibilidade ou a ausência de indícios de autoria ou de prova da materialidade do delito.

3. Da leitura da denúncia bem como do acórdão recorrido, verifica-se a existência de suposto conluio para a desapropriação direcionada de imóvel do recorrente (pai do prefeito), que teve valorização de mercado em virtude de atos praticados por um dos corréus (prefeito).

Revela-se, portanto, devidamente delineado o dolo específico de acarretar prejuízo ao erário bem como o efetivo prejuízo concreto para a Administração Pública. Dessarte, não há se falar em ausência de justa causa para a ação penal.

4. Devidamente configurado o delito do art. 1º, inciso I, do Decreto-Lei n. 201/1967, tem-se igualmente tipificados, em tese, os demais delitos imputados, de organização criminosa e de lavagem de capitais. Dessa forma, não se verifica atipicidade nem ausência de justa causa, sendo imprescindível que os fatos sejam devidamente esclarecidos durante a instrução processual.

5. Desistência parcial do recurso acolhida pelo Relator. Recurso em habeas corpus a que se nega provimento.

(RHC 81.226/SP, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 13/03/2018, DJe 21/03/2018)

F. PENAL. PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.

RECEPTAÇÃO QUALIFICADA, SONEGAÇÃO FISCAL E LAVAGEM DE DINHEIRO.

ATIPICIDADE DA CONDUTA DE LAVAGEM DE DINHEIRO. INOVAÇÃO RECURSAL.

ART. 132 DO CPC/1973. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL. ART.

563 DO CPP. PREJUÍZO NÃO DEMONSTRADO. ARTS. 59 E 68 DO CP. SÚMULA 284/STF. I - No que diz respeito ao pedido de que seja reconhecida a atipicidade da conduta de lavagem de dinheiro, adianto que não há como conhecer do pleito, pois, na linha da orientação jurisprudencial desta Corte, mostra-se inadmissível a apreciação, em sede de agravo regimental, de teses não aventadas nas razões do recurso especial.

II - Embora o recorrente tenha feito remissão, de passagem, à questão de haver sido supostamente condenado por conduta atípica, essa asserção não está devidamente desenvolvida nas razões recursais, confundindo-se com a tese de ausência de correlação entre a acusação e a sentença e padecendo, no mais, de fundamentação deficiente. Nesse ponto, não há mesmo a indicação precisa e bem delimitada dos dispositivos de lei supostamente violados (Súmula 284/STF).

III - Em razão da ausência de regras específicas no processo penal, vinha se aplicando, por analogia, o disposto no art. 132 do CPC/1973, o qual traz exceções ao princípio da identidade física do Juiz, no caso de ausência do julgador em razão de convocação, licença, afastamento, promoção ou aposentadoria, devendo os autos, de regra, passar ao sucessor do Magistrado.

IV - Nos termos da jurisprudência desta Corte Superior, a hipóteses previstas no art. 132 do CPC/1973 (vigente à época dos fatos) são autorizações excepcionais, sendo admitidas em razão de o princípio da identidade física do juiz não ter caráter absoluto. A regra é que o magistrado que presidiu a instrução criminal venha a proferir sentença, como no caso, ainda que esteja afastado.

V - Ademais, a alegada nulidade, consoante o disposto no art. 563, do Código de Processo Penal, e conforme o princípio do pas de nullité sans grief, dependeria da demonstração efetiva de prejuízo, o que, no caso, não ocorreu. Pelo contrário, na hipótese, a sentença condenatória foi proferida pela própria magistrada que presidiu os atos de produção da prova.

VI - Com relação à aventada ofensa aos arts. 59 e 68 do Código Penal, alegou-se, genericamente, no apelo nobre, que a pena-base teria sido exasperada sem a adequada motivação. Entretanto, não se indicou, de modo preciso, em que consistiria o erro de direito na valoração das circunstâncias judiciais. Por isso, e, no que toca a esse tópico, correto o reconhecimento da deficiência de fundamentação no apelo especial, razão pela qual incide à espécie a Súmula 284/STF.

Agravo regimental desprovido.

(AgRg no REsp 1478259/PR, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 06/03/2018, DJe 14/03/2018)

G. PROCESSUAL PENAL E PENAL. PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO RECEBIDO COMO AGRAVO REGIMENTAL. PRINCÍPIOS DA CELERIDADE E ECONOMIA PROCESSUAL.

AGRAVO REGIMENTAL EM LIMINAR NO HABEAS CORPUS. PRISÃO PREVENTIVA.

LAVAGEM DE DINHEIRO. PCC. INDEFERIMENTO DE PEDIDO LIMINAR. NÃO CABIMENTO. AGRAVO NÃO CONHECIDO. 1. Pedido de reconsideração, interposto dentro do quinquidio legal, recebido como agravo regimental, em homenagem ao princípio da fungibilidade.

2. Não merece reparos a decisão atacada, pois o Juízo de origem apontou a ocorrência de fortes indícios de que o paciente colaborou com a organização criminosa investigada, mostrando-se descabida a pretensão de análise acerca de que o paciente não é membro da organização criminosa, ao passo que demandaria o revolvimento do conteúdo fático-probatório dos autos, cabendo o necessário exame mais aprofundado da suficiência da cautelar à Turma, então garantindo a eficácia plena das decisões pelo Colegiado.

3. A jurisprudência desta Corte é pacífica no sentido de que não cabe agravo regimental contra a decisão do relator que, em habeas corpus, defere ou indefere a liminar, de forma motivada.

4. Pedido de reconsideração recebido como agravo regimental, ao qual se nega conhecimento.

(PET no HC 429.111/SP, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 06/03/2018, DJe 16/04/2018)

H. PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO.

NÃO CABIMENTO. CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL. LAVAGEM DE CAPITAL. ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. OPERAÇÃO "HAMMER ON". PRISÃO PREVENTIVA. SEGREGAÇÃO CAUTELAR DEVIDAMENTE FUNDAMENTADA NA GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. REITERAÇÃO DELITIVA. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO.

I - A Terceira Seção desta Corte, seguindo entendimento firmado pela Primeira Turma do col. Pretório Excelso, firmou orientação no sentido de não admitir a impetração de habeas corpus em substituição ao recurso adequado, situação que implica o não-conhecimento da impetração, ressalvados casos excepcionais em que, configurada flagrante ilegalidade apta a gerar constrangimento ilegal, seja possível a concessão da ordem de ofício.

II - A segregação cautelar deve ser considerada exceção, já que tal medida constritiva só se justifica caso demonstrada sua real indispensabilidade para assegurar a ordem pública, a instrução criminal ou a aplicação da lei penal, ex vi do artigo 312 do Código de Processo Penal.

III - Na hipótese, o decreto prisional encontra-se devidamente fundamentado em dados concretos extraídos dos autos, notadamente a existência de indícios de que os pacientes, em tese, integrariam complexa e estruturada organização criminosa transnacional, voltada para a contínua e reiterada prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional e lavagem de dinheiro, tendo papéis primordiais na organização formada, porquanto ocupam a posição de liderança do núcleo "FERREIRA/MELO", sendo controladores de 17 (dezessete) empresas, fictícias em sua maioria, em nomes de laranjas, com a finalidade de recolher e desviar em proveito próprio recursos financeiros de terceiros, ocultando a origem ilícita do dinheiro que entrava nas contas, movimentando assim expressivos valores, em operações financeiras clandestinas no Brasil e no exterior, tendo o e. magistrado consignado que os pacientes "se destacam entre os que mais movimentaram valores no âmbito da Operação Hammer On" a evidenciar a real necessidade da prisão cautelar para garantia da ordem pública e da ordem econômica, em virtude do fundado receio de reiteração delitiva (Precedentes do STF e do STJ).

IV - "A necessidade de se interromper ou diminuir a atuação de integrantes de organização criminosa, enquadra-se no conceito de garantia da ordem pública, constituindo fundamentação cautelar idônea e suficiente para a prisão preventiva" (HC 95024/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 20/2/2009).

V - A presença de circunstâncias pessoais favoráveis, tais como primariedade, ocupação lícita e residência fixa, não tem o condão de garantir a revogação da prisão se há nos autos elementos hábeis a justificar a imposição da segregação cautelar, como na hipótese.

Pela mesma razão, não há que se falar em possibilidade de aplicação de medidas cautelares diversas da prisão.

Habeas corpus não conhecido.

(HC 418.374/PR, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 01/03/2018, DJe 07/03/2018)

I. PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. CORRUPÇÃO PASSIVA E LAVAGEM DE DINHEIRO. AÇÃO PENAL ORIGINÁRIA. CONDENAÇÃO. PREFEITO E OUTROS CORRÉUS. NULIDADE. PAS DE NULLITE SANS GRIEF. SUSTENTAÇÃO ORAL DA DEFESA. MULTIPLICIDADE DE RÉUS E ADVOGADOS. TEMPO DE 1 HORA PARTILHADO ENTRE OS RÉUS. ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA.

INOCORRÊNCIA. HABEAS CORPUS DENEGADO.

1. O reconhecimento de nulidades no curso do processo penal reclama uma efetiva demonstração do prejuízo à parte, sem a qual prevalecerá o princípio da instrumentalidade das formas positivado pelo art. 563 do CPP (pas de nullité sans grief).

2. A jurisprudência desta Corte Superior se consolidou no sentido de que "em havendo vários co-réus com diferentes advogados, em observância ao princípio do contraditório e da ampla defesa, deve-se observar o prazo de 15 minutos para sustentação oral para cada um dos causídicos, ressalvada a hipótese de defenderem o mesmo réu (Inquérito n. 323)" (HC 32.862/RJ, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, DJ 16/8/2004).

3. Habeas corpus denegado.

(HC 371.500/MG, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 20/02/2018, DJe 26/02/2018)

J. PROCESSUAL PENAL E PENAL. PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO RECEBIDO COMO AGRAVO REGIMENTAL. PRINCÍPIOS DA CELERIDADE E ECONOMIA PROCESSUAL.

AGRAVO REGIMENTAL EM LIMINAR NO HABEAS CORPUS. PRISÃO PREVENTIVA.

LAVAGEM DE DINHEIRO. PCC. INDEFERIMENTO DE PEDIDO LIMINAR. NÃO CABIMENTO. AGRAVO NÃO CONHECIDO. 1. Pedido de reconsideração, interposto dentro do quinquidio legal, recebido como agravo regimental, em homenagem ao princípio da fungibilidade.

2. Não merece reparos a decisão atacada, pois o Juízo de origem apontou a ocorrência de fortes indícios de que o paciente colaborou com a organização criminosa investigada, mostrando-se descabida a pretensão de análise acerca de que o paciente não é membro da organização criminosa, ao passo que demandaria o revolvimento do conteúdo fático-probatório dos autos, cabendo o necessário exame mais aprofundado da suficiência da cautelar à Turma, então garantindo a eficácia plena das decisões pelo Colegiado.

3. A jurisprudência desta Corte é pacífica no sentido de que não cabe agravo regimental contra a decisão do relator que, em habeas corpus, defere ou indefere a liminar, de forma motivada.

4. Pedido de reconsideração recebido como agravo regimental, ao qual se nega conhecimento.

(PET no HC 429.111/SP, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 06/03/2018, DJe 16/04/2018)

K. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA.

ESTELIONATO. FALSIDADE IDEOLÓGICA. LAVAGEM DE DINHEIRO. SUPOSTA SEITA RELIGIOSA. MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO. AUSÊNCIA DE REPRESENTANTE DA OAB. IRREGULARIDADE NÃO CONSTATADA. MANDADO DIRIGIDO A TERCEIRO NÃO ADVOGADO. AUSÊNCIA DE RELAÇÃO COM A PRÁTICA DA ADVOCACIA. COMPROVAÇÃO DA MATERIALIDADE. ALEGAÇÃO DE INOCÊNCIA.

INCOMPATIBILIDADE COM A VIA ELEITA. COMPETÊNCIA. JUSTIÇA ESTADUAL.

CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO EVIDENCIADO. RECURSO DESPROVIDO. 1.

Hipótese na qual os recorrentes e outros 13 denunciados compunham uma organização criminosa, formada aos moldes de seita religiosa, voltada para a prática de crimes de estelionato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. 2. Não se justifica o pleito de reconhecimento de nulidade, por ausência de representante da OAB, em cumprimento de mandado de busca e apreensão dirigido a terceiro não advogado - suposto líder da seita -, unicamente por este compartilhar residência onde os recorrentes

supostamente mantinham escritório profissional. 3. A alegação de que as imputações contidas na denúncia se devem a sentimento de vingança e represália, uma vez que o Ministério Público e a Polícia local não teriam conseguido incriminar os recorrentes por delitos anteriores, limita-se, em suma, a alegação de inocência, a qual não encontra espaço de análise na estreita via do habeas corpus ou do recurso ordinário, por demandar exame do contexto fático-probatório. 4. A mera menção, no bojo da denúncia, da não inclusão de valores em Declaração de Imposto de Renda, como forma de corroborar a existência da lavagem de capitais não atrai, por si só, a competência da Justiça Federal.

Precedente de minha relatoria.

5. Recurso desprovido.

(RHC 90.377/RJ, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 08/02/2018, DJe 21/02/2018)

L. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. BANESTADO. LAVAGEM DE DINHEIRO. DESCRIÇÃO DE DELITO ANTECEDENTE. REFORMATIO IN PEJUS.

PREJUDICIALIDADE. PRESCRIÇÃO RECONHECIDA EM RECURSO MINISTERIAL.

PENA-BASE. MAJORAÇÃO JUSTIFICADA. CAUSA DE AUMENTO PREVISTA NO ART.

1º, § 4º, DA LEI N. 9.613/98. HABITUALIDADE DEMONSTRADA.

CONTRARIEDADE AOS ARTS. 381, III, 617 DO CPP, 59 DO CP E 1º, § 4º, DA LEI N. 9.613/98 QUE NÃO SE VERIFICA. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.

I - A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou-se pela autonomia do crime de lavagem de dinheiro e pela possibilidade de existência do crime de evasão de divisas como crime antecedente, consignando que "A lavagem de dinheiro pressupõe a ocorrência de delito anterior, sendo próprio do delito que esteja consubstanciado em atos que garantam ou levem ao proveito do resultado do crime anterior, mas recebam punição autônoma. Conforme a opção do legislador brasileiro, pode o autor do crime antecedente responder por lavagem de dinheiro, dada à diversidade dos bens jurídicos atingidos e à autonomia deste delito" (REsp 1234097/PR, Rel.

Ministro GILSON DIPP, Quinta Turma, julgado em 03/11/2011, DJe 17/11/2011). No mesmo diapasão: AgRg no REsp 1244668/MS, Rel.

Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 15/12/2015, DJe 02/02/2016.

II - As instâncias ordinárias expressamente consignaram que os valores movimentados eram decorrentes dos crimes previstos nos arts.

4º, 16 e 22 da Lei n. 7.492/86. Verificar a ausência de provas da prática dos delitos antecedentes implica em exame aprofundado de provas, vedado em recurso especial, a teor da Súm. n. 7/STJ.

III - Condenado, em primeiro grau, pelo delito de gestão fraudulenta (art. 4º da Lei n. 7492/86) e desclassificada a conduta para o tipo previsto no art. 22, parágrafo único, da Lei n. 7.492/86, resta prejudicada a alegação de reformatio in pejus, tendo em vista o reconhecimento, de ofício, da prescrição e consequente extinção da punibilidade, nos autos do recurso especial interposto pelo Ministério Público.

IV - Mostra-se legítimo o agravamento da pena-base, pela culpabilidade, quando o acusado possui especial qualificação acadêmica e experiência profissional (empresário há 14 anos) na gestão financeira que ultrapassam as do sujeito ativo do crime de lavagem de dinheiro. Igualmente, não se apresenta ilegal

a valoração negativa das consequências do delito, tendo em vista o valor mantido em conta corrente no exterior. Precedentes.

V - Irrelevante, para fins de incidência da majorante prevista no art. 1º, § 4º, da Lei n. 9.613/98 ( redação à época dos fatos), se as condutas foram praticadas por 2 (dois) anos e 5 (cinco) meses ou aproximadamente 3 (três) anos, na medida que ficou consignada a realização de "centenas de operações", não havendo que se falar em ausência de motivação na escolha da fração de aumento no percentual de 1/3 (um terço). Precedentes.

VI - Agravo regimental a que se nega provimento.

(AgRg no REsp 1253022/PR, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 12/12/2017, DJe 18/12/2017)

M. PROCESSUAL PENAL E PENAL. RECURSO EM HABEAS CORPUS. LAVAGEM DE DINHEIRO. CRIME ANTECEDENTE FRAUDE À LICITAÇÃO. DINHEIRO LIMPO. NÃO CARACTERIZAÇÃO. NECESSÁRIO ESCONDIMENTO OU DISSIMULAÇÃO DO CAPITAL.

SEQUER INDICAÇÃO DE USO DO DINHEIRO ILÍCITO. ATIPIA. PROVIDO O RECURSO EM HABEAS CORPUS.

1. O trancamento da ação penal é medida excepcional, só admitida quando restar provada, de forma clara e precisa, sem a necessidade de exame valorativo do conjunto fático ou probatório, a atipicidade da conduta, a ocorrência de causa extintiva da punibilidade, ou, ainda, a ausência de indícios de autoria ou de prova da materialidade. 2. O crime de lavagem de capitais exige escondimento do dinheiro ilícito, por ocultação ou dissimulação. Necessário é que se possa com a manobra de lavagem distanciar, dissociar o dinheiro de sua origem. 3. Não se tem hipótese de impossível lavagem de dinheiro limpo, porque provindo do erário público pelo pagamento de obra, mas sim dinheiro ilícito, provindo dos antecedentes crimes imputados de superfaturamento de obra em direcionada licitação. 4.

Já pela denúncia se constata a inexistência de imputação da transformação do dinheiro ilícito. Ao contrário, expressa é a denúncia ao informar que não foi o dinheiro ilícito utilizado. Não há, pois, como sequer ser discutido o crime de lavagem de capitais.

5. A imputação de terem sido prestados serviços a terceira empresa, em substituição ao dinheiro que deveria ser integralizado, é questão cível, ao que parece do conhecimento inclusive dos demais sócios e que não transforma ou de qualquer modo dissimula dinheiro que jamais se diz utilizado - nem mesmo pela firma original para a prestação dos serviços.

6. Sem transformação, sem mesmo sequer utilização do dinheiro ilícito, não há sua lavagem, seu escondimento ou dissociação da origem. Não há o crime de lavagem de dinheiro.

7. Dado provimento ao recurso em habeas corpus para trancar a ação penal quanto ao crime imputado de lavagem de dinheiro.

(RHC 79.537/SP, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 12/12/2017, DJe 19/12/2017)

N. PROCESSUAL PENAL E PENAL. RECURSO EM HABEAS CORPUS. PRISÃO PREVENTIVA. PECULATO. LAVAGEM DE DINHEIRO. FRAUDE A LICITAÇÕES.

ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. FATOS OCORRERAM ENTRE 2006 E 2015.

TESTEMUNHAS DE ACUSAÇÃO JÁ FORAM OUVIDAS. RECURSO EM HABEAS CORPUS PROVIDO.

1. Ainda que o decreto prisional tenha explicitado a participação do recorrente em complexa organização criminosa, constituída no seio do Poder Legislativo Municipal, com a finalidade precípua de desvio de recursos públicos de forma habitual e reiterada por longo período de tempo, os fatos ocorreram entre os anos de 2006 e 2015.

2. Já não se faz mais necessária a custódia cautelar, quando esta fundamentou-se no fato de serem ameaçadas as testemunhas de acusação, e estas já foram ouvidas.

3. Recurso em habeas corpus provido, para a soltura do recorrente, AMARILDO GONCALVES DA SILVA, o que não impede nova e fundamentada decisão de necessária medida cautelar penal, inclusive menos grave que a prisão processual, esta última fundamentada exclusivamente por fatos novo.

(RHC 88.799/MG, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 12/12/2017, DJe 19/12/2017)

O. PENAL E PROCESSO PENAL. RECURSO EM HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA. CORRUPÇÃO. LAVAGEM DE DINHEIRO. ALEGADA INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO DE 1º GRAU. FORO ESPECIAL POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO. CONDIÇÃO NÃO COMUNICADA AO JUÍZO. OPÇÃO DA DEFESA. IMPOSSIBILIDADE DE BENEFÍCIO POSTERIOR. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO PREJUÍZO.

CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO VERIFICADO. CONVALIDAÇÃO. ATO DE INSTRUÇÃO. ART. 567 DO CPP. APLICABILIDADE. RECURSO EM HABEAS CORPUS NÃO PROVIDO.

I - A Defesa técnica nomeada estava presente na audiência de oitiva de informantes, realizada quando o recorrente já estava exercendo função que lhe conferia foro especial por prerrogativa de função - embaixador. Estando a Defesa presente no ato, a opção por não comunicar ao Juízo a nova condição, afasta a ocorrência de error in judicando. II - A jurisprudência desta Corte Superior de Justiça firmou entendimento no sentido de que o reconhecimento de nulidade exige a demonstração do prejuízo, à luz do art. 563 do CPP, segundo o princípio pas de nullite sans grief, consagrado no enunciado n.

523 da Súmula do STF, o que não se verifica na espécie.

III - Dispõe, outrossim, o art. 567, do CPP, que "a incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente".

IV - A mera oitiva de informantes, por não configurar ato decisório, mas de instrução, pode ser convalidada, sem que isso configure nulidade.

Recurso em habeas corpus não provido.

(RHC 69.684/MT, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 28/11/2017, DJe 06/12/2017)

Formação de Cartel

a. RECURSO EM HABEAS CORPUS. OPERAÇÃO CALICUTE. ALEGAÇÃO DE LITISPENDÊNCIA ENTRE AS AÇÕES PENAIS N. 0509503-57.2016.4.02.5101 E N. 0017513-

21.2014.4.02.5101. INEXISTÊNCIA DE IDENTIDADE DE PEDIDO E CAUSAS DE PEDIR. BIS IN IDEM. NÃO OCORRÊNCIA. AMPLA ANÁLISE DE PROVAS E FATOS. IMPOSSIBILIDADE.

1. O alegado bis in idem não está evidenciado, tendo em vista a diversidade de imputações em uma e outra ação. Na Ação Penal n.

0509503-57.2016.4.02.5101, imputa-se ao ora recorrente a prática dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Já na Ação Penal n. 0017513-21.2014.4.02.5101, o recorrente foi denunciado por atos autônomos que ensejaram os crimes de fraudes à licitação com formação de cartel em relação a obras específicas.

2. O acórdão impugnado demonstra que, embora as imputações estejam inseridas no funcionamento da organização criminosa, não há identidade entre elas. Há distinção nos tipos penais apontados e nos fatos descritos, que assumem autonomia. O fato de os crimes terem, supostamente, sido cometidos dentro de uma mesma organização criminosa evidencia apenas a existência de conexão entre as condutas, não se podendo extrair dos elementos dos autos a ocorrência de imputação da mesma conduta delitiva, mais de uma vez, acerca dos mesmos fatos.

3. O trancamento da ação penal por meio do habeas corpus é medida excepcional, que somente deve ser adotada quando houver inequívoca comprovação da atipicidade da conduta, da incidência de causa de extinção da punibilidade ou da ausência de indícios de autoria ou de prova sobre a materialidade do delito, o que não se infere na hipótese dos autos. As instâncias ordinárias afastaram a litispendência, observando a existência de crimes diversos, praticados em momentos diferentes, não sendo a via do habeas corpus adequada para análise da insurgência, que demanda ampla análise dos fatos. Precedentes.

4. Recurso em habeas corpus improvido.

(RHC 90.071/RJ, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 17/04/2018, DJe 27/04/2018)

b. HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA. CARTEL. PREÇO DE COMBUSTÍVEIS.

INQUÉRITO POLICIAL. MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO. AVALIAÇÃO PERMANENTE QUANTO À NECESSIDADE. DURAÇÃO IRRAZOÁVEL. HABEAS CORPUS CONCEDIDO.

1. No curso da investigação criminal, o juiz poderá decretar medidas cautelares diversas da prisão, nos termos do art. 282 do CPP, sujeitas à revogação ou à substituição a qualquer tempo, consoante permanente avaliação quanto à sua adequação e necessidade.

2. O inquérito policial está sujeito à duração razoável (art. 5°, LXXVIII, da CF). Medidas cautelares diversas da prisão não podem perdurar por prazo indefinido, enquanto a Polícia Judiciária obtém elementos para formação da opinio delicti, sem preocupação de conclusão das diligências o mais rápido possível. 3. Inviável a subsistência, por mais de dois anos, da proibição de o investigado exercer atividade laboral em sua área de atuação e de viajar para fora do Distrito Federal (com recolhimento de seu passaporte) sem prévia autorização judicial, pois a limitação de seus direitos perdura por prazo irrazoável sem nenhuma perspectiva de término do procedimento administrativo.

4. Além do mais, fatos posteriores evidenciam que as medidas cautelares não são mais indispensáveis, pois o risco de reiteração delitiva está mitigado atualmente. O paciente, primário, sem histórico de fuga ou de atividades dilatórias, rescindiu o contrato de prestação de serviços com a empresa alvo da operação policial e novas intervenções na concorrência no mercado de combustíveis do Distrito Federal estão

embaraçadas pela atuação do Ministério Público e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE.

5. Habeas corpus concedido para revogar as medidas cautelares de proibição de comparecimento e de exercício das atividades regulares do paciente, de manter contato com os demais investigados, de ausentar-se do país e do Distrito Federal sem prévia autorização judicial e de retenção de passaporte.

(HC 362.797/DF, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 06/02/2018, DJe 15/02/2018)

c. PROCESSUAL PENAL E PENAL. RECURSO ESPECIAL. ART. 90 DA LEI 8.666/93.

PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. ART. 96 DA LEI 8.666/93. CRIME MATERIAL. RESULTADO NATURALÍSTICO. NÃO DEMONSTRAÇÃO DO PREJUÍZO À FAZENDA PÚBLICA. ART. 4º, II, DA LEI 8.137/93. CARTEL. AUSÊNCIA DE DESCRIÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DO PODER ECONÔMICO. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE RECONHECIDA, DE OFÍCIO.

PREJUDICADO, NO PONTO, O RECURSO. PROVIMENTO PARA RESTABELECER A DECISÃO DE REJEIÇÃO DA DENÚNCIA.

1. Transcorrido lapso temporal superior a 8 anos entre a data dos fatos e o recebimento da denúncia, configura-se a perda da pretensão punitiva estatal quanto ao delito do art. 90 da Lei 8.666/93, porquanto os fatos são anteriores à Lei 12.234/2010.

2. O tipo penal do art. 96 da Lei 8.666/93, por se tratar de delito material, exige a ocorrência do resultado naturalístico, com descrito prejuízo à Fazenda Pública.

3. Ausente a demonstração do prejuízo causado à Fazenda Pública, sequer descrito, mormente porque a empresa que adjudicou o objeto da licitação não integrava o cartel referido na denúncia, vê-se a atipicidade da conduta imputada.

4. O delito do art. 4º, II, da Lei 8.137/90 exige a demonstração que os acordos, ajustes ou alianças entre os ofertantes tinham por objetivo domínio de mercado.

5. Não havendo descrição fática suficiente da concentração do poder econômico, ou de que os acordos ajustados teriam sido efetivamente implementados com domínio de mercado, não há falar em formação de cartel, porquanto não demonstrada ofensa à livre concorrência.

6. A ausência de descrição do efetivo prejuízo à Fazenda Pública exigido pelo art. 96 da Lei 9.666/93, uma vez que o bem licitado foi adjudicado a empresa estranha ao suposto cartel, e da demonstração do domínio de mercado exigido pelo art. 4º da Lei 8.137/90, impõe o restabelecimento da decisão de rejeição da denúncia, com fundamento no art. 395, inciso III, do Código de Processo Penal.

7. Declarada de ofício a extinção da punibilidade de WOO DONG IK, quanto ao delito do art. 90 da Lei 8.666/93, e julgado prejudicado, nesta parte, o recurso especial, dando-lhe provimento para restabelecer a decisão de rejeição da denúncia, quanto aos demais delitos.

(REsp 1683839/SP, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 12/12/2017, DJe 19/12/2017)

d. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. FORMAÇÃO DE CARTEL, QUADRILHA E REVENDA ILÍCITA DE COMBUSTÍVEIS AUTOMOTIVOS. FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO DAS DECISÕES QUE AUTORIZARAM E PRORROGARAM A QUEBRA DE SIGILO TELEFÔNICO. PROVIMENTOS JUDICIAIS MOTIVADOS. EIVA INEXISTENTE.

1. O sigilo das comunicações telefônicas é garantido no inciso XII do artigo 5º da Constituição Federal, e para que haja o seu afastamento exige-se ordem judicial que, também por determinação constitucional, precisa ser fundamentada (artigo 93, inciso IX, da Carta Magna).

2. Das decisões judiciais anexadas aos autos, percebe-se que a excepcionalidade do deferimento da interceptação telefônica foi justificada em razão da suspeita da prática de graves infrações penais pelos investigados, tendo sido prolongada no tempo em razão do conteúdo das conversas monitoradas, que indicariam a existência de um complexo grupo que teria formado um cartel, que, frequentemente, realizaria acordos espúrios visando à unificação dos preços de combustíveis no mercado de Belo Horizonte/MG.

3. É ônus da defesa, quando alega violação ao disposto no artigo 2º, inciso II da Lei 9.296/1996, demonstrar que existiam, de fato, meios investigativos alternativos às autoridades para a elucidação dos fatos à época na qual a medida invasiva foi requerida, sob pena de a utilização da interceptação telefônica se tornar absolutamente inviável. Precedentes.

4. A interceptação telefônica não constituiu a primeira medida de investigação, tendo sido autorizada após implementação de outras providências, tais como estudos realizados pelo PROCON e a elaboração de nota técnica pela Agência Nacional do Petróleo - ANP.

NULIDADE DAS INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS. MEDIDA AUTORIZADA SEM A PRÉVIA INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL. EXISTÊNCIA DE PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO NO ÂMBITO DA POLÍCIA FEDERAL. MÁCULA NÃO CARACTERIZADA.

1. Não se constata qualquer ilegalidade no deferimento da quebra de sigilo telefônico sem a prévia instauração de inquérito policial, já que a medida cautelar foi deferida no âmbito de procedimento investigatório deflagrado pela Polícia Federal com a participação do Ministério Público Estadual. Precedentes.

2. Recurso desprovido.

(RHC 79.999/MG, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 21/02/2017, DJe 03/03/2017)

e. PROCESSUAL CIVIL. INFRAÇÃO À ORDEM ECONÔMICA. CAUTELAR DE BUSCA E APREENSÃO. REQUISITOS. CONSTATAÇÃO. REVOLVIMENTO DE MATÉRIA FÁTICA.

IMPOSSIBILIDADE NO ESPECIAL. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA.

PRESCRIÇÃO. SÚMULA 7 DO STJ. INCIDÊNCIA.

1. O Plenário do STJ decidiu que "aos recursos interpostos com fundamento no CPC/1973 (relativos a decisões publicadas até 17 de março de 2016) devem ser exigidos os requisitos de admissibilidade na forma nele prevista, com as interpretações dadas até então pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça" (Enunciado Administrativo n. 2).

2. É firme a orientação jurisprudencial desta Corte acerca da impossibilidade de se rever em recurso especial a existência dos requisitos suficientes para a concessão de medida urgente, em razão do óbice da Súmula 7 do STJ.

3. Caso em que a Corte Regional concluiu que os documentos constantes dos autos permitiam aferir a presença do fumus boni juris e do periculum in mora necessários à concessão de medida cautelar de busca e apreensão, requerida pelo CADE em processo administrativo instaurado para apurar denúncia de formação de cartel no mercado potiguar de sal, de modo que divergir daquele entendimento esbarra no mencionado enunciado sumular.

4. Não enfrentado pelo Tribunal a quo o conteúdo do art. 839 do CPC/1973, mesmo depois de provocado pela via dos embargos de declaração, há manifesta falta de prequestionamento a atrair a incidência da Súmula 211 do STJ na hipótese.

5. Dissentir da conclusão de que a prescrição da pretensão punitiva administrativa não se consumou e, para isso, averiguar que os fatos imputados ocorreram em 2001 e 2006, implica inevitável revolver de aspectos fático-probatórios, providência inviável na via do especial, em face do teor da Súmula 7 deste Tribunal.

6. Agravo interno desprovido.

(AgInt no REsp 1484929/RN, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 13/12/2016, DJe 17/02/2017)

Fraude em licitação

a. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. FRAUDE AO CARÁTER COMPETITIVO DA LICITAÇÃO (ART. 90 DA LEI N. 8.666/93).

MATERIALIDADE, DOLO E DESCLASSIFICAÇÃO. NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. INVIABILIDADE. ÓBICE DA SÚMULA N.

7/STJ. DEMONSTRAÇÃO DO PREJUÍZO À ADMINISTRAÇÃO. DESNECESSIDADE.

CRIME APERFEIÇOADO COM A QUEBRA DO CARÁTER COMPETITIVO DA LICITAÇÃO.

1. Concluindo o Tribunal regional, a partir da análise do arcabouço probatório existente nos autos, acerca da materialidade delitiva e do dolo específico assestados aos recorrentes, a desconstituição do julgado no intuito de abrigar o pleito defensivo absolutório ou de desclassificação do delito não encontra espaço na via eleita, porquanto seria necessário a este Tribunal Superior de Justiça aprofundado revolvimento do contexto fático-probatório, providência incabível em Recurso Especial, conforme já assentado pelo Enunciado n. 7 da Súmula desta Corte.

2. Nos termos da jurisprudência deste Sodalício, "diversamente do que ocorre com o delito previsto no art. 89 da Lei n. 8.666/1993, o art. 90 desta lei não demanda a ocorrência de prejuízo econômico para o poder público, haja vista que o dano se revela pela simples quebra do caráter competitivo entre os licitantes interessados em contratar, ocasionada com a frustração ou com a fraude no procedimento licitatório. De fato, a ideia de vinculação de prejuízo à Administração Pública é irrelevante, na medida em que o crime pode se perfectibilizar mesmo que haja benefício financeiro da Administração Pública." (REsp 1484415/DF, Rel. Ministro ROGÉRIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 15/12/2015, DJe 22/02/2016), não havendo que se falar em necessidade de comprovação de prejuízo à Administração ou mesmo na obtenção de lucro pelos agentes.

QUANTUM ESTABELECIDO PARA AS PENAS DE MULTA E PECUNIÁRIA.

NECESSIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS.

INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ.

1. Devidamente fundamentado no acórdão recorrido o afastamento da pretensão defensiva, o pleito de redução da pena de multa e da prestação pecuniária esbarra no óbice da Súmula n. 7/STJ, na medida em que o exame da capacidade econômica do apenado para o pagamento do quantum fixado demandaria indevida incursão no conjunto fático-probatório.

2. Agravo regimental improvido.

(AgRg no AREsp 577.270/SC, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 24/04/2018, DJe 04/05/2018)

b. PENAL E PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CRIME DE RESPONSABILIDADE. PREFEITA MUNICIPAL. FRAUDE À LICITAÇÃO. NULIDADE POR NÃO REALIZAÇÃO DE NOVO INTERROGATÓRIO APÓS A ALTERAÇÃO DO NOVO CPP. MOTIVAÇÃO SUFICIENTE. NÃO IMPUGNAÇÃO. SÚMULA 283/STF. PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO. BIS IN IDEM. SÚMULA 211/STJ. CRIMES DE FRAUDE À LICITAÇÃO E DESVIO DE VERBA PÚBLICA. SUBSUNÇÃO.

INEXISTÊNCIA. ATIPICIDADE DO FATO. SÚMULA 7/STJ. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. INVIABILIDADE.

IMPROVIMENTO.

1. Tratando-se de motivação suficiente, por si só, para manter o acórdão recorrido, não tendo o recurso a ele abrangido, incide, por analogia, a Súmula n. 283 do STF, segundo a qual É inadmissível o recurso extraordinário, quando a decisão recorrida assenta em mais de um fundamento suficiente e o recurso não abrange todos eles.

2. Ressentindo-se a tese trazida no bojo do apelo raro do requisito do prequestionamento, incide o óbice da Súmula n. 211 do STJ: Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo tribunal a quo.

3. Não há subsunção entre os crimes de fraude à licitação e desvio de verba pública, cujos bens jurídicos tutelados são notoriamente distintos, sendo que aquele não é meio necessário para este.

Precedentes desta Corte.

4. Para infirmar a conclusão alcançada pela instância ordinária, quanto à ausência de tipicidade dos fatos, necessário seria, diante da amplitude das provas lá colhidas - documentais e testemunhais - a incursão na seara probatória, o que encontra óbice no enunciado sumular n. 7/STJ.

5. A ausência de prequestionamento sobre as questões trazidas no apelo nobre impede o cotejo da divergência jurisprudencial.

6. Agravo regimental improvido.

(AgRg no AREsp 621.601/SP, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 22/03/2018, DJe 05/04/2018)

c. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. DISPENSA OU INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO FORA DAS HIPÓTESES PREVISTAS EM LEI. INÉPCIA DA DENÚNCIA.

PEÇA INAUGURAL QUE NÃO DESCREVE O DOLO ESPECÍFICO DO ACUSADO E OS PREJUÍZOS AO ERÁRIO DECORRENTES DA CONDUTA QUE LHE FOI ASSESTADA.

PEÇA VESTIBULAR QUE NÃO ATENDE AOS REQUISITOS PREVISTOS NO ARTIGO 41 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. MÁCULA CARACTERIZADA. 1. O devido processo legal constitucionalmente garantido deve ser iniciado com a formulação de uma acusação que permita ao acusado o exercício do seu direito de defesa, para que eventual cerceamento não macule a prestação jurisdicional reclamada. 2. Ao interpretar o artigo 89 da Lei 8.666/1993, esta Corte Superior de Justiça consolidou o entendimento no sentido de que para a configuração do crime de dispensa ou inexigibilidade de licitação fora das hipóteses previstas em lei é indispensável a comprovação do dolo específico do agente em causar dano ao erário, bem como do prejuízo à Administração Pública.

3. No caso dos autos, verifica-se que o Ministério Público cingiu-se a afirmar que o recorrente teria inexigido licitação para a contratação de shows artísticos fora das hipóteses previstas em lei e em benefício da empresa de um dos corréus, deixando de demonstrar o seu dolo específico e os prejuízos que sua conduta teria causado ao erário. 4. Não havendo peça vestibular qualquer menção ao dolo especial do increpado e à ocorrência de danos aos cofres públicos em razão da fraude à licitação a ele imputada, constata-se a inaptidão da exordial. Precedentes.

5. Com o reconhecimento da inaptidão da peça vestibular em tela, resta prejudicado o exame da alegada falta de justa causa para a persecução penal.

6. Recurso parcialmente provido para declarar a inépcia da denúncia oferecida nos autos da Ação Penal n. 0011819-89.2016.8.13.0177.

(RHC 92.434/MG, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 15/03/2018, DJe 23/03/2018)

d. PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. 1. AÇÃO PENAL ORIGINÁRIA. PEDIDO DE TRANCAMENTO. AUSÊNCIA DE EXCEPCIONALIDADE. 2. FRAUDE À LICITAÇÃO. EMISSÃO DE PARECER.

AUSÊNCIA DE DOLO. NÃO VERIFICAÇÃO. PROPÓSITO DELITIVO DEMONSTRADO.

3. EXISTÊNCIA DE QUADRILHA. ATUAÇÃO PREORDENADA. DIVISÃO DE TAREFAS.

CONVALIDAÇÃO DAS ILEGALIDADES POR MEIO DE PARECER. 4. SUPERVENIÊNCIA DE SENTENÇA CONDENATÓRIA. CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA ASSEGURADOS.

IMPOSSIBILIDADE DE REVOLVIMENTO NA VIA ELEITA. 5. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO.

1. O trancamento da ação penal somente é possível na via estreita do habeas corpus em caráter excepcional, quando se comprovar, de plano, a inépcia da denúncia, a atipicidade da conduta, a incidência de causa de extinção da punibilidade ou a ausência de indícios de autoria ou de prova da materialidade do delito.

2. Como é cediço, "a imputada colaboração em crime de fraude a licitações pela emissão de pareceres exige fundada indicação de preorientada atuação com desvio de finalidade, para que que não se persiga o procurador municipal pela atuação funcional - de conteúdo sempre livre" (HC 85.724/MG, Rel. Ministro Nefi Cordeiro, Sexta Turma, julgado em 09/06/2015, DJe 18/06/2015).

3. Pela leitura da denúncia e da sentença em sua integralidade, que há elementos nos autos que denotam o conluio existente entre os condenados, a revelar que os pareceres não se tratavam de mera atuação profissional, mas de verdadeira omissão orientada para a convalidação das ilegalidades perpetradas. Com efeito, as circunstâncias dos autos, relativas ao ardil do falso estado de emergência do município, da ficta especialização da empresa adjudicada em serviços de iluminação e da inverídica insuficiência de mercado

concorrencial, além do fato de toda a documentação relativa à contratação, inclusive o próprio contrato, possuir data anterior à formalização dos procedimentos, revelam o propósito delitivo, vinculando, assim, subjetivamente, o paciente.

4. Não se pode descurar que as alegações de inépcia e de ausência de justa causa ficam enfraquecidas, uma vez que a prolação de sentença denota a aptidão da inicial acusatória para inaugurar a ação penal, implementando-se a ampla defesa e o contraditório durante a instrução processual, que culmina na condenação lastreada no arcabouço probatório dos autos. Portanto, não se pode falar em ausência de aptidão da denúncia nos casos em que os elementos carreados aos autos autorizam a prolação de sentença.

5. Agravo regimental a que se nega provimento.

(AgRg no HC 425.315/RJ, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 15/03/2018, DJe 23/03/2018)

e. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CRIMES DE LICITAÇÃO (FRAUDE E DISPENSA) PECULATO E ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA. PRISÃO PREVENTIVA. RISCO DE REITERAÇÃO NÃO CONFIGURADO (RECORRENTES EXONERADOS DOS CARGOS).

AUSÊNCIA DE CONTEMPORANEIDADE. GRAVIDADE ABSTRATA DOS CRIMES.

CONDIÇÕES SUBJETIVAS FAVORÁVEIS (PRIMÁRIOS E COM RESIDÊNCIA FIXA).

APLICAÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES. POSSIBILIDADE. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. RECURSO PROVIDO.

1. Caso em que a prisão cautelar dos recorrentes, ex-servidores públicos, foi decretada no bojo da denominada "Operação Carroça", instaurada para investigar a prática de diversos crimes, como fraude a licitação, dispensa ilegal de licitação, peculato, associação criminosa, entre outros, praticados supostamente por funcionários público do município e donos de empresas contratadas para prestar serviços, nos anos de 2013, 2014 e 2015.

2. Para a decretação da prisão preventiva é indispensável a demonstração da existência da prova da materialidade do crime e a presença de indícios suficientes da autoria. Exige-se, mesmo que a decisão esteja pautada em lastro probatório, que se ajuste às hipóteses excepcionais da norma em abstrato (art. 312 do CPP), demonstrada, ainda, a imprescindibilidade da medida. Precedentes do STF e STJ.

3. "A gravidade abstrata do delito e mera conjectura sobre a possibilidade de reiteração criminosa, por si sós, não justificam se imponham restrições ao direito de apelar em liberdade." (HC 119.880/MG, Rel. Ministro NILSON NAVES, SEXTA TURMA, julgado em 24/08/2009, DJe 19/10/2009).

4. Na espécie, o risco de reiteração está superado, pois as condutas imputadas teriam sido praticadas na condição de servidores públicos.

No entanto, ambos não tem vínculo com a administração municipal.

Mesmo à época da decretação da prisão, em 21/7/2017, esse risco já não existia, pois Pedro Felipe foi exonerado em 29/7/2016 e Pedro Max em 1/1/2017, quando o município passou a ser administrado pela legenda política contrária. O decreto considerou ainda aspectos inerentes às elementares dos tipos penais imputados e expressões genéricas, desprovidas de suporte empírico. Precedentes.

5. A decretação da prisão deve levar em conta um risco concreto e atual, ou seja, a urgência intrínseca da prisão preventiva impõe a contemporaneidade dos fatos justificadores aos riscos que se pretende com a prisão evitar (HC 214.921/PA, Relator Ministro NEFI CORDEIRO, Sexta Turma, julgado em 17/03/2015, DJe 25/03/2015) 5. No caso, os recorrentes, presos desde 25/7/2017, apresentam condições

subjetivas favoráveis (primários e com residência fixa), as quais devem ser valoradas, sobretudo quando não demonstrada a imprescindibilidade da medida, como ocorre no presente caso.

Possibilidade de aplicação de outras medidas cautelares diversas da prisão. Precedentes.

7. Recurso ordinário em habeas corpus a que se dá provimento para substituir a prisão preventiva dos recorrentes pelas medidas cautelares especificadas no voto.

(RHC 92.286/CE, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 06/03/2018, DJe 14/03/2018)

f. HABEAS CORPUS. FRAUDE EM LICITAÇÕES. PECULATO. CORRUPÇÃO ATIVA E OUTROS CRIMES. PRISÃO PREVENTIVA. TEMA PREJUDICADO. CONVERSÃO DA PRISÃO EM MEDIDAS CAUTELARES. OPERAÇÃO LABOR. INÍCIO DA PERSECUÇÃO NO FORO FEDERAL. FATOS DIVERSOS. INEXISTÊNCIA DO INTERESSE DA UNIÃO OU DE SUAS ENTIDADES. MALVERSAÇÃO DE VERBAS DO MUNICÍPIO.

COMPETÊNCIA ESTADUAL.

Uma vez havendo a conversão da prisão preventiva em medidas cautelares, conforme previsão do art. 319 do CPP, perde objeto a pretensão de discutir os fundamento do decreto e sua necessidade no curso da instrução criminal.

Não existe a conexão intersubjetiva se a persecução iniciada no foro federal tinha por objeto outros agentes e outros fatos e cingia-se a verbas oriundas de recursos repassados pelo Governo Federal por meio de convênios com o Ministério da Saúde.

In casu, evidencia-se que, em princípio, os atos de investigação em exame objetivam apurar a prática de crimes contra a administração municipal de Santa Rosa do Purus/AC e nada têm com o núcleo de apuração desenvolvido no âmbito federal.

Ademais, não havendo o cotejo específico das apurações, inviável o reconhecimento da competência da Justiça Federal por mera alegação da existência de conexão probatória.

Habeas corpus em parte julgado prejudicado e em parte denegado.

(HC 373.624/AC, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 01/03/2018, DJe 12/03/2018)

g. HABEAS CORPUS. CRIME DE DISPENSA OU INEXIGIBILIDADE ILEGAL DE LICITAÇÃO E DE RESPONSABILIDADE DE PREFEITO (ART. 89 DA LEI N.8.666/1993 E 1º, II, DO DECRETO-LEI N. 201/1967, C/C O ART. 70 DO CP). CONTRATAÇÃO DE ATRAÇÕES ARTÍSTICAS (BANDAS DE MÚSICA E CANTORES) SEM LICITAÇÃO PARA OS FESTEJOS JUNINOS (ANO DE 2007) DO MUNICÍPIO DE EUNÁPOLIS/BA. AJUSTE PRÉVIO ENTRE O GESTOR MUNICIPAL E O REPRESENTANTE LEGAL DA EMPRESA J A J PRODUÇÕES E EVENTOS LTDA.

MONOPÓLIO DAS CONTRATAÇÕES. CONCESSÃO DE EXCLUSIVIDADE, COM RESTRIÇÕES TEMPORAIS E ESPACIAIS. MERO INTERMEDIÁRIO E NÃO EMPRESÁRIO DOS ARTISTAS. PREJUÍZOS AOS COFRES PÚBLICOS. ONERAÇÃO EM 30%. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. EXCEPCIONALIDADE. FALTA DE JUSTA CAUSA PARA A PERSECUÇÃO. ATIPICIDADE, CAUSA EXTINTIVA DA PUNIBILIDADE OU AUSÊNCIA DE INDÍCIOS DE

AUTORIA OU PROVA DA MATERIALIDADE DO DELITO. HIPÓTESES NÃO CONFIGURADAS. INÉPCIA DA DENÚNCIA. FATOS ADEQUADAMENTE NARRADOS. DESCRIÇÃO SUFICIENTE DA CONDUTA DELITUOSA. ATENDIMENTO AOS REQUISITOS LEGAIS. EXERCÍCIO DA AMPLA DEFESA. POSSIBILIDADE. INDÍCIOS DE MATERIALIDADE E AUTORIA.

JUSTA CAUSA. ABSORÇÃO DO CRIME PREVISTO NO ART. 89 DA LEI N. 8.666/1993 PELO DELITO TIPIFICADO NO ART. 1º, II, DO DECRETO-LEI N. 201/1967. BENS JURÍDICOS TUTELADOS DISTINTOS. NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL AUSENTE.

1. O trancamento de ação penal é medida excepcional, só admitida quando ficar provada, inequivocamente, sem necessidade de exame valorativo do conjunto fático ou probatório, a atipicidade da conduta, a ocorrência de causa extintiva da punibilidade ou, ainda, a ausência de indícios de autoria ou de prova da materialidade do delito.

2. É afastada a inépcia quando a denúncia preencher os requisitos do art. 41 do Código de Processo Penal, com a individualização das condutas, descrição dos fatos e classificação dos crimes, de forma suficiente a dar início à persecução penal na via judicial e garantir o pleno exercício da defesa ao acusado. 3. In casu, a peça acusatória traz apontamentos que descrevem a participação do gestor municipal denunciado: a) procedimento de inexigibilidade consubstanciado em uma fraude para mascarar contratação feita ao arrepio da lei, já que o segundo denunciado (Jairo) jamais figurou como "empresário exclusivo" das atrações artísticas (bandas e cantores), mas sim como "mero intermediário", que celebrou contratos tidos como de "exclusividade", mas que assim não podem ser considerados, visto que firmados com "restrições temporais e espaciais" - por certo tempo de duração e com a finalidade específica de apresentação naquele município (festejos juninos de 2007) -; b) algumas das atrações artísticas (Grupo Mastruz com Leite, Saia Rodada, Aviões do Forró, Calypso e Asas Livres), contemplaram a concessão de "exclusividade" por "um dia" apenas, qual seja, aquele da apresentação em Eunápolis/BA, de modo a demonstrar a existência de ajuste prévio entre os denunciados, com o único propósito de participação no processo de dispensa de licitação; c) o valor do contrato posteriormente celebrado culminou exatamente com o montante constante da anterior estimativa de despesa determinada pelo gestor municipal (R$ 997.000,00), no momento de abertura do processo administrativo de inexigibilidade, endossando, assim, mais uma vez, o ajuste prévio entre o paciente e o segundo denunciado (representante da empresa J A J Produções e Eventos Ltda.); d) ausência de justificativa para o preço do contrato, quando da homologação pelo primeiro denunciado - ora paciente - do referido procedimento, alcançando vultosa cifra (ausência de indicação de parâmetro ou explicação que permita aferir como se chegou àquele montante e qual o valor correspondente a cada uma das bandas ou de cada artista contratado), com oneração em 30% (fl. 423); e e) depoimentos de alguns empresários de bandas e artistas contratados que evidenciam a existência de um ajuste prévio entre o gestor municipal - ora paciente - e o representante legal da empresa J A J PRODUÇÕES E EVENTOS LTDA (fl. 422), ao afirmarem que: "para aquela apresentação o declarante firmou um contrato pessoal com o Prefeito Municipal, Senhor Robério, e depois formalizou o contrato com uma empresa de uma pessoa conhecida pelo apelido de TEA; que o declarante pediu ao Prefeito que lhe ajudasse, contratando sua Banda; e o Prefeito mandou então que procurasse TEA, que era a pessoa que estava organizando o evento; que TEA não tinha exclusividade da Banda "Legião do Forró", mas o declarante concedeu-lhe uma "carta de exclusividade", pois era ele quem estava organizando o evento festivo; que o declarante ao conceder a carta de exclusividade já sabia que se destinava a apresentação em Eunápolis [...]" (Jorge Costa Ferreira) e "o referido músico se apresentou no São Pedro de 2007, no Município de Eunápolis; que o contrato foi firmado através de uma empresa de uma pessoa conhecida por TEA; que na oportunidade em que concedeu a carta de exclusividade à empresa J A J PRODUÇÕES E EVENTOS, já sabia que seria para se apresentar no Pedrão de Eunápolis ..." (Gabriel Luiz da Cruz Júnior).

4. Esta Corte Superior já rechaçou a alegada absorção do crime descrito no art. 89 da Lei n. 8.666/1993 pelo ilícito previsto no art. 1º, I, do Decreto-Lei n. 201/1967, tendo consignado que não há subsunção

entre os crimes em comento, cujos bens jurídicos tutelados são distintos, não se podendo afirmar que o primeiro seria meio necessário para o último. Ademais, o exame da pretensão demandaria o estudo aprofundado do conjunto probatório produzido no feito, providência que é inadmissível na via estreita do habeas corpus.

5. Ordem denegada.

(HC 261.766/BA, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 27/02/2018, DJe 08/03/2018)

h. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CRIME DE RESPONSABILIDADE.

PREFEITO MUNICIPAL. FRAUDE À LICITAÇÃO. PRISÃO PREVENTIVA. ART. 312 DO CPP. PERICULUM LIBERTATIS. INDICAÇÃO NECESSÁRIA. FUNDAMENTAÇÃO SUFICIENTE. RECURSO PROVIDO.

1. A denúncia narra a existência de organização criminosa, liderada pelo paciente, então prefeito municipal, com o objetivo de obter, diretamente e indiretamente, vantagens indevidas mediante a prática dos crimes contra administração, previstos no Decreto Lei n.

201/1967, bem como fraude a licitação.

2. A jurisprudência desta Corte Superior é firme em assinalar que a determinação de segregar cautelarmente o réu deve efetivar-se apenas se indicada, em dados concretos dos autos, a necessidade da prisão (periculum libertatis), à luz do disposto no art. 312 do CPP.

3. Não obstante a satisfatória, ainda que sucinta, fundamentação apresentada pelo Juízo singular, a prisão ante tempus não constitui o único instrumento adequado à particular gravidade da conduta delitiva em comento, de modo que as medidas cautelares diversas são suficientes para proteger o bem ameaçado pela irrestrita e plena liberdade do réu.

4. Recurso provido para substituir a prisão preventiva do recorrente pelas medidas cautelares elencadas no voto.

(RHC 91.018/RJ, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 08/02/2018, DJe 26/03/2018)

i. PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ARTS. 90 E 92 DA LEI 8.666/93. FRAUDE AO CARÁTER COMPETITIVO DA LICITAÇÃO. COMPROVAÇÃO DE DANO AO ERÁRIO.

DESNECESSIDADE. INÉPCIA DA DENÚNCIA. ART. 41 DO CPP. DESCRIÇÃO DE FATOS CONCRETOS E DE INDIVIDUALIZAÇÃO DAS CONDUTAS IMPUTADAS AO DENUNCIADO. PREJUÍZO À AMPLA DEFESA E AO CONTRADITÓRIO NÃO VERIFICADA. I - Não há que se falar em inépcia quando a exordial acusatória atende aos requisitos determinados pelo art. 41 do CPC, possibilitando a ampla defesa. II - Na esteira do assentado pelo eg.

Tribunal a quo, a denúncia expõe de forma suficiente e adequada o nexo de causalidade entre as condutas do denunciado, ora agravante, e os delitos a ele imputados, com detalhamento acerca dos procedimentos licitatórios que teriam sido direcionados para que a segunda denunciada fosse beneficiada, bem como faz menção aos contratos aditados sem observância às normas legais. Assim, conclui-se pela presença de indícios mínimos de autoria e materialidade, estando a peça acusatória em conformidade com os

requisitos exigidos no art. 41 do CPP e de forma a possibilitar o exercício do contraditório e da ampla defesa. III - O trancamento da ação penal constitui medida de exceção, justificada apenas quando comprovadas, de plano, sem necessidade de análise aprofundada de fatos e provas, a atipicidade da conduta, a presença de causa de extinção de punibilidade, ou a ausência de indícios mínimos de autoria ou prova de materialidade. Precedentes do STJ e do STF.

IV - O delito do art. 90 da Lei 8.666/93 prescinde da existência de prejuízo ao erário, "haja vista que o dano se revela pela simples quebra do caráter competitivo entre os licitantes interessados em contratar, ocasionada com a frustração ou com a fraude no procedimento licitatório" (REsp n. 1.484.415/DF, Sexta Turma, Rel.

Ministro Rogério Schietti Cruz, DJe de 22/2/2016). Precedentes do STF e do STJ.

V - Na hipótese, infirmar as conclusões a que chegaram as instâncias ordinárias, no sentido de que estão presentes os indícios mínimos necessários para a persecução penal, implicaria em revolvimento aprofundado do acervo fático-probatório, o encontra óbice na Súmula 7/STJ.

Agravo regimental desprovido.

(AgRg no AREsp 1088099/MG, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 06/02/2018, DJe 16/02/2018)

Jurisprudência TJ-SP

GEDEC

A . Lavagem de Dinheiro e Ocultação de Bens

1- 2037723-92.2018.8.26.0000

Classe/Assunto: Habeas Corpus / Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos ou Valores

Relator(a): João Morenghi

Comarca: São Paulo

Órgão julgador: 12ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 11/04/2018

Data de publicação: 16/04/2018

Data de registro: 16/04/2018

Ementa: EXCESSO DE PRAZO. Multiplicidade de acusados. Testemunhas residentes fora da comarca. Circunstâncias ensejadoras de maior demora para o término da instrução. Constrangimento ilegal. Inocorrência. – Em sede de excesso de prazo, quando há multiplicidade de acusados, bem como testemunhas de fora da terra, mister a flexibilização do prazo para o encerramento da instrução, uma vez que tais elementos

2- 2168555-53.2017.8.26.0000

Classe/Assunto: Agravo de Instrumento / Improbidade Administrativa

Relator(a): Paulo Galizia

Comarca: Olímpia

Órgão julgador: 10ª Câmara de Direito Público

Data do julgamento: 09/04/2018

Data de publicação: 16/04/2018

Data de registro: 16/04/2018

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. Improbidade Administrativa. Fortes indícios da prática de atos ímprobos, conforme se extrai dos documentos que instruem a petição inicial. Fumus boni juris Caracterizado. Indisponibilidade de bens. Periculum in mora presumido. É dispensável, para fins de deferimento da medida de indisponibilidade de bens, a comprovação de que os requeridos estejam dilapidando seu patrimônio. Tese fixada no Recurso Especial Repetitivo nº 1366721/BA. Tema nº 701. Constrição sobre os bens de cada requerido correspondente ao valor total do dano ao erário. Impossibilidade, nesta etapa processual. Decisão que deixou de decretar a indisponibilidade dos bens dos requeridos. Parcial modificação. Recurso parcialmente provido.

3- 2020632-86.2018.8.26.0000

Classe/Assunto: Habeas Corpus / Tráfico de Drogas e Condutas Afins

Relator(a): Ivan Sartori

Comarca: São Paulo

Órgão julgador: 4ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 27/03/2018

Data de publicação: 02/04/2018

Data de registro: 02/04/2018

Ementa: Habeas Corpus" – Lavagem de dinheiro – Prisão preventiva decretada ao azo do recebimento da denúncia – Decisão que se sustenta – Ausência de elementos a indicarem irregularidade – Residência fixa e ocupação lícita não demonstradas, indene de dúvidas – Garantia da ordem pública e de aplicação da lei penal que se sobrepõe ao interesse individual – Exegese dos arts. 312 e 313, I, do CPP – Precedente – Ordem denegada

4- 3004365-46.2013.8.26.0372

Classe/Assunto: Apelação / DIREITO PROCESSUAL PENAL

Relator(a): Amaro Thomé

Comarca: Monte Mor

Órgão julgador: 9ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 22/03/2018

Data de publicação: 23/03/2018

Data de registro: 23/03/2018

Ementa: apelação – pretendida a restituição de veículo apreendido – não acolhimento – automóvel apreendido em processo relativo à prática de lavagem de dinheiro – bem QUE ainda interessa ao processo – defesa não logrou comprovar a licitude da origem do objeto e nem sua aquisição de boa-fé – recurso não provido.

5- 0028420-11.2015.8.26.0577

Classe/Assunto: Apelação / Estelionato

Relator(a): Ivana David

Comarca: São José dos Campos

Órgão julgador: 4ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 13/03/2018

Data de publicação: 20/03/2018

Data de registro: 20/03/2018

Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL – SENTENÇA CONDENATÓRIA PELO DELITO DE ESTELIONATO (CP, ART. 171, CAPUT) – APELO DO MINISTÉRIO PÚBLICO VISANDO À CONDENAÇÃO DO RÉU PELA PRÁTICA DO DELITO DE LAVAGEM DE DINHEIRO (ART. 1º, CAPUT E § 1º, DA LEI 9.613/98), NOS EXATOS TERMOS DO ADITAMENTO DA DENÚNCIA. DESCABIMENTO – MATERIALIDADE E AUTORIA DO CRIME CONTRA O PATRIMÔNIO QUE RESTARAM DEMONSTRADAS – RÉU QUE, INDUZINDO EM ERRO A VÍTIMA, A CONVENCEU A EFETUAR DEPÓSITO DE VALORES EM CONTA BANCÁRIA INDICADA, E PROCEDEU AO SAQUE RESPECTIVO – DOLO 'AB INITIO', QUE PRECEDEU O RECEBIMENTO DA VANTAGEM INDEVIDA – CONDUTA, ADEMAIS, QUE NÃO ENVOLVEU CONVERSÃO, DISSIMULAÇÃO OU INTEGRAÇÃO DE BENS, POR ISSO QUE NÃO HAVERIA DE SE FALAR EM LAVAGEM DE DINHEIRO – CONDENAÇÃO ACERTADA QUE FICA MANTIDA – DOSAGEM DAS PENAS CORRETA – FIXAÇÃO DE REGIME INICIAL E DEFERIMENTO DA BENESSE DA SUBSTITUIÇÃO QUE NÃO SOFRERAM IMPUGNAÇÃO – RECURSO DESPROVIDO.

6- 0015090-26.2005.8.26.0664

Classe/Assunto: Apelação / Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos ou Valores

Relator(a): Reinaldo Cintra

Comarca: Votuporanga

Órgão julgador: 7ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 28/02/2018

Data de publicação: 01/03/2018

Data de registro: 01/03/2018

Ementa: Apelação. Lavagem ou Ocultação de Bens. Art. 1º da Lei nº 9.613/98. Quadrilha. Art. 288 do CP. Pretensão de absolvição por insuficiência probatória. Materialidade comprovada. Autoria dos réus Silmar e Cléo devidamente reconhecidas. Não há que se falar em falta de provas. Absolvição do réu Claudecir que se impõe, diante da insuficiência probatória que justifique a sua condenação. In dubio pro reo. Pena e regime inicial mantidos. Recursos dos réus Silmar e Cléo não providos. Recurso do réu Claudecir provido.

7- 0011158-14.2016.8.26.0577

Classe/Assunto: Apelação / Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos ou Valores

Relator(a): Ivana David

Comarca: São José dos Campos

Órgão julgador: 4ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 06/02/2018

Data de publicação: 08/02/2018

Data de registro: 08/02/2018

Ementa: em>APELAÇÃO CRIMINAL – ACUSAÇÃO CONTRA A RÉ PELA PRÁTICA DO DELITO DE LAVAGEM DE DINHEIRO (ART. 1º, CAPUT E § 1º, INCISOS I E II, DA LEI Nº 9.613/98) – SENTENÇA ABSOLUTÓRIA FUNDADA EM INSUFICIÊNCIA DA PROVA (CPP, ART. 386, VII). APELO DO MINISTÉRIO PÚBLICO VISANDO A CONDENAÇÃO DA ACUSADA NOS TERMOS DA DENÚNCIA. DESCABIMENTO DA IRRESIGNAÇÃO – FATO DO DEPÓSITO DE NUMERÁRIO NA CONTA DA RÉ QUE, POR SI SOMENTE, NÃO AUTORIZA DEDUZIR OU PRESUMIR A AUTORIA DELA NO CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO, AUSENTE DEMONSTRAÇÃO ESCORREITA DO INTUITO DE RECEBER E OCULTAR QUANTIA PROVENIENTE DE DELITO ANTERIOR DE ESTELIONATO – AUSÊNCIA DE CERTEZA INDISPENSÁVEL PARA UMA CONDENAÇÃO – INDÍCIOS COLHIDOS NA FASE EXTRAJUDICIAL QUE NÃO RESTARAM CORROBORADOS EM JUÍZO – RACIOCÍNIO

PRESUNTIVO A RESPEITO DA AUTORIA E DA CULPABILIDADE CRIMINOSAS QUE NÃO BASTA PARA UMA CONDENAÇÃO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO DESPROVIDO

8- 0034969-76.2011.8.26.0577

Classe/Assunto: Apelação / Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos ou Valores

Relator(a): Reinaldo Cintra

Comarca: São José dos Campos

Órgão julgador: 7ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 31/01/2018

Data de publicação: 03/02/2018

Data de registro: 03/02/2018

Ementa: Apelação. Crimes contra a Administração em Geral. Lavagem ou Ocultação de Bens. Art. 1º da Lei nº 9.613/98. Pretensão de absolvição por insuficiência probatória. Autoria e materialidade devidamente comprovadas. Não há que se falar em falta de provas. Regime semiaberto mantido. Recurso não provido.

9- 2029384-81.2017.8.26.0000

Classe/Assunto: Mandado de Segurança / Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos ou Valores

Relator(a): Juvenal Duarte

Comarca: Barueri

Órgão julgador: 5ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 30/11/2017

Data de publicação: 01/12/2017

Data de registro: 01/12/2017

Ementa: Mandado de Segurança - Ministério Público - Desbloqueio de valores constritos - Pleito de cassação da decisum - Cabimento - Indícios de que os valores bloqueados são oriundos de crimes de lavagem de dinheiro e praticados contra o sistema financeiro (pirâmide financeira) - Interessados que não se insurgiram contra a constrição de mais de dezessete milhões, por três anos - Denúncia recebida em desfavor dos litisconsortes - Ausência de comprovação da origem lícita dos valores - Manutenção dos bens sequestrados e bloqueados na esfera criminal, a fim de assegurar o ressarcimento das vítimas - Direito líquido e certo da coletividade, reconhecido - Segurança concedida.

10- 2159698-18.2017.8.26.0000

Classe/Assunto: Habeas Corpus / Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos ou Valores

Relator(a): Alcides Malossi Junior

Comarca: Jaguariúna

Órgão julgador: 8ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 09/11/2017

Data de publicação: 13/11/2017

Data de registro: 13/11/2017

Ementa: PENAL. "HABEAS CORPUS". CRIMES DE "LAVAGEM" E OCULTAÇÃO DE BENS. INQUÉRITO POLICIAL. Pretendido trancamento do expediente. Descabimento. Alegado constrangimento ilegal na existência do próprio inquérito policial, haja vista embasamento em "denúncia anônima" (não assinada), inclusive com lastro em "provas ilícitas". Situação, entretanto, em que se verificou que, em verdade, foi instaurado inquérito policial, após análises preliminares realizadas pelo Ministério Público, para apuração de missiva, encaminhada por remetente devidamente identificado, instruída com documentos fiscais eletrônicos, em tese sem lastro, em que se relatou prática de crimes, já tendo, inclusive, adequadamente, sido determinada a tomada de declarações das pessoas investigadas. Regularidade dos trabalhos policiais. Ausência de mínimos elementos, pelo menos por ora, que roborem a tese de que as aludidas notas fiscais foram obtidas com quebra ilegal de sigilo. Constrangimento ilegal não configurado. Ordem denegada.

11- 2109976-49.2016.8.26.0000

Classe/Assunto: Habeas Corpus / Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos ou Valores

Relator(a): Carlos Monnerat

Comarca: Barueri

Órgão julgador: 8ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 27/10/2016

Data de publicação: 04/11/2016

Data de registro: 04/11/2016

Ementa: HABEAS CORPUS. Requisição de instauração de inquérito policial pelo Ministério Púbico. Suposto cometimento de fato que configuraria crime de lavagem e ocultação de bens. Objetiva o trancamento do inquérito policial por falta de justa causa. Prematuro o trancamento. Medida excepcional. Necessidade do procedimento investigatório. Inexistência de prova manifesta de que a conduta seria atípica, não teria sido praticada pela investigada ou teria sido perpetrada sob o manto de excludente de ilicitude. Constrangimento ilegal não configurado. Impossível, portanto, o trancamento da fase inquisitorial. Ordem denegada.

12- 0026440-29.2007.8.26.0506

Classe/Assunto: Apelação / Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos ou Valores

Relator(a): Gilberto Ferreira da Cruz

Comarca: Ribeirão Preto

Órgão julgador: 15ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 04/08/2016

Data de publicação: 04/10/2017

Data de registro: 04/10/2017

Ementa: LAVAGEM DE DINHEIRO. Art. 1º, § 1º, inciso II, da Lei n. 9.613/98 - PRELIMINARES. Cerceamento de defesa em razão do indeferimento de perícia contábil. Não ocorrência – Inépcia da denúncia. Rejeitada – Litispendência. Inexistência – MÉRITO. Réus que ocultaram e dissimularam a propriedade de bem imóvel proveniente direta e indiretamente do delito de tráfico de drogas. Materialidade e autoria demonstradas. Prova suficiente para o decreto condenatório. Decisão mantida. Penas do réu Kleber bem dosadas. Regime inicial fechado. Penas da ré Flávia fixadas em seus mínimos legais, substituída a privativa de liberdade por restritiva de direitos e multa, estabelecido o regime inicial aberto em caso de conversão – Recurso desprovido.

13- 0006970-54.2014.8.26.0445

Classe/Assunto: Apelação / Estelionato

Relator(a): Sérgio Mazina Martins

Comarca: São José dos Campos

Órgão julgador: 2ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 09/10/2017

Data de publicação: 16/10/2017

Data de registro: 16/10/2017

Ementa: Apelação criminal. Lavagem de dinheiro. Estelionato. Confronto. Classifica-se como estelionato, e não como lavagem de dinheiro, a conduta de empregar a própria conta corrente bancária para levar a vítima de hipotético golpe a depositar a quantia ilicitamente dela obtida mediante emprego de fraude ardilosa.

14- 1039685-19.2014.8.26.0224

Classe/Assunto: Apelação / Indenização por Dano Material

Relator(a): Mônica Serrano

Comarca: Guarulhos

Órgão julgador: 13ª Câmara Extraordinária de Direito Público

Data do julgamento: 02/10/2017

Data de publicação: 02/10/2017

Data de registro: 02/10/2017

Ementa: APELAÇÃO – Processo Criminal - Restituição de bens apreendidos da acusada – Bens que não foram restituídos quando determinada sua absolvição – Devolução devida - Responsabilidade Civil – Ação Criminal por extorsão, lavagem de dinheiro e porte ilegal de arma – Absolvição da acusada - A absolvição, por si só, não enseja indenização – Processo penal seguiu seu curso normal – Direito de acusação do estado – Recurso PARCIALMENTE PROVIDO, para se determinar incabível indenização por dano moral. RECURSO DE APELAÇÃO ADESIVO – Pretensão de aumentar o dano moral fixado em sentença – Descabimento de condenação por dano moral – RECURSO DESPROVIDO.

15- 0007982-27.2016.8.26.0577

Classe/Assunto: Apelação / Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos ou Valores

Relator(a): Sérgio Mazina Martins

Comarca: São José dos Campos

Órgão julgador: 2ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 25/09/2017

Data de publicação: 28/09/2017

Data de registro: 28/09/2017

Ementa: Apelação criminal. Lavagem de dinheiro. Absolvição por falta de provas. Não havendo prova hábil à condenação, impõe-se a solução absolutória, ainda que o seja pela ótica estritamente residual da inexistência de elementos mais firmes para a resposta adversa.

16- 3000816-13.2013.8.26.0280

Classe/Assunto: Apelação / De "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos ou Valores

Relator(a): Ivana David

Comarca: Itariri

Órgão julgador: 9ª Câmara Criminal Extraordinária

Data do julgamento: 15/09/2017

Data de publicação: 26/09/2017

Data de registro: 26/09/2017

Ementa: SENTENÇA CONDENATÓRIA DA RÉ PELO DELITO DE LAVAGEM OU OCULTAÇÃO DE BENS E VALORES DE ORIGEM ILÍCITA (LEI 9.613/98, ART. 1º, INCISOS I E VII, C.C. O ART. 29 DO CP) – APELO DA DEFESA ARGUINDO PRELIMINARES DE INÉPCIA DA DENÚNCIA E DE ILICITUDE DA PROVA – ALEGAÇÕES DE INSUFICIÊNCIA DO ACERVO PROBATÓRIO PARA BUSCAR A ABSOLVIÇÃO. DENÚNCIA QUE BEM EXPÔS OS FATOS E AS SUAS CIRCUNSTÂNCIAS, DESCRITA A CONDUTA DOS ACUSADOS PARA TIPIFICÁ-LA E INDICANDO-SE O DOLO SUBJETIVO, INCLUSIVE – NARRATIVA COERENTE QUE PERMITIU, INCLUSIVE, O EXERCÍCIO DA DEFESA – REQUISITOS CO ARTIGO 41 DO CPP PREENCHIDOS, NÃO CARACTERIZADA INÉPCIA – ARGUIÇÃO DE ILICITUDE DA PROVA, ADEMAIS, QUE SE AFIGURA DESPROPOSITADA – INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS AUTORIZADAS JUDICIALMENTE NA AÇÃO PENAL QUE CONDENOU O RÉU PELO DELITO ANTECEDENTE, NADA SE DELIBERANDO A RESPEITO NESTES AUTOS – EXAME DA QUESTÃO QUE NEM SE PODE PROCEDER NO CASO – MATÉRIAS PRELIMINARES AFASTADAS. MATERIALIDADE E AUTORIA DELITIVAS BEM PROVADAS – RÉ QUE, FIGURANDO COMO ADQUIRENTE DE IMÓVEL SEM PROCEDER AO REGISTRO IMOBILIÁRIO OU À LAVRATURA DE ESCRITURA, PROCEDEU À OCULTAÇÃO E DISSIMULAÇÃO DA ORIGEM DE VALORES PROVENIENTES, DIRETA OU INDIRETAMENTE, DO DELITO DE TRÁFICO DE DROGAS EXERCITADO POR ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA – NEGATIVAS DE AUTORIA INCONSISTENTES E SEM CREDIBILIDADE, OBSERVADA A INERENTE CREDIBILIDADE DE DEPOIMENTO DE AGENTE POLICIAL – ALEGADO EXERCÍCIO DE OCUPAÇÃO LÍCITA QUE NÃO PODE, NO CASO CONCRETO, JUSTIFICAR A AQUISIÇÃO DE BEM IMÓVEL DE CONSIDERÁVEL VALOR, A EVIDENCIAR O DOLO DA CONDUTA – CONDENAÇÃO MANTIDA, REVELANDO-SE INADMISSÍVEL O PLEITO ABSOLUTÓRIO – DOSAGEM DAS PENAS QUE NÃO MERECE REPAROS, INOCORRIDA QUALQUER EXACERBAÇÃO ILEGAL DAS REPRIMENDAS – RECURSO DESPROVIDO.

17- 0021146-93.2015.8.26.0577

Classe/Assunto: Apelação / Estelionato

Relator(a): Osni Pereira

Comarca: São José dos Campos

Órgão julgador: 16ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 19/09/2017

Data de publicação: 20/09/2017

Data de registro: 20/09/2017

Ementa: APELAÇÃO – ESTELIONATO. DEFESA ALMEJA A ABSOLVIÇÃO POR INSUFICIÊNCIA DO ACERVO PROBATÓRIO. INVIABILIDADE. O MINISTÉRIO PÚBLICO

OBJETIVA A CONDENAÇÃO TAMBÉM POR CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO. QUADRO PROBATÓRIO QUE SE MOSTRA SEGURO E COESO PARA EVIDENCIAR AUTORIA E MATERIALIDADE DO DELITO. NÃO ACOLHIMENTO DO RECURSO MINISTERIAL E DEFENSIVO. MANUTENÇÃO DA DECISÃO RECORRIDA. RECURSOS

18- 2144814-81.2017.8.26.0000

Classe/Assunto: Habeas Corpus / Estelionato

Relator(a): Francisco Bruno

Comarca: Rio Claro

Órgão julgador: 10ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 31/08/2017

Data de publicação: 04/09/2017

Data de registro: 04/09/2017

Ementa: Habeas corpus. Paciente investigado por crimes graves, inclusive lavagem de dinheiro. Prisão preventiva que pode, sem prejuízo para a correta investigação dos fatos e eventual processo, ser convertida em domiciliar, dadas as circunstâncias do fato e as condições pessoais dele. Ordem concedida em parte.

19- 2084132-63.2017.8.26.0000

Classe/Assunto: Reclamação / Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos ou Valores

Relator(a): Alberto Anderson Filho

Comarca: Ribeirão Preto

Órgão julgador: 7ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 16/08/2017

Data de publicação: 21/08/2017

Data de registro: 21/08/2017

Ementa: RECLAMAÇÃO – CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL (LEI Nº 13.105/2015), ARTIGO 988, INCISO II, C.C. O ARTIGO 195 E SEGUINTES DO REGIMENTO INTERNO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO – CONDENAÇÃO DO RECLAMANTE: LAVAGEM DE DINHEIRO – ARTIGO 1º, C.C. § 4º, DA LEI Nº 9.613/98 – ACÓRDÃO CONFIRMATÓRIO DA CONDENAÇÃO – EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA EM 1º GRAU – FUNDAMENTAÇÃO COM ESTEIO NA ORIENTAÇÃO DO HC Nº 126.292/SP [PLENÁRIO DO PRETÓRIO EXCELSO] – POSSIBILIDADE – PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – LIMINAR REVOGADA – RECLAMAÇÃO IMPROCEDENTE.

20- 2141113-15.2017.8.26.0000

Classe/Assunto: Habeas Corpus / Peculato

Relator(a): Marcos Correa

Comarca: Cajamar

Órgão julgador: 6ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 10/08/2017

Data de publicação: 14/08/2017

Data de registro: 14/08/2017

Ementa: Habeas Corpus. Peculato. Lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores. Falsificação de documento particular, falsidade ideológica e uso de documento falso. Organização criminosa. I - Excesso de prazo. Demora que não se pode atribuir à desídia do Magistrado. Dilação do prazo tolerada com base no princípio da razoabilidade e das circunstâncias do caso concreto. Processo complexo. II - Prisão domiciliar indeferida. Paciente não comprovou, de plano, ser imprescindível para os cuidados especiais de seu filho menor de 12 anos. Por outro lado, há fortes indícios de que ela poderia evadir-se do distrito da culpa com seu marido que até presente data não se apresentou em Juízo para responder a ação penal. De qualquer forma, ser mãe não significa manter salvo-conduto. Se, de um lado, os filhos da paciente sofrem com sua prisão cautelar, a ré, se posta em liberdade, colocará em risco a ordem pública, a instrução processual e a futura aplicação da lei penal. O juízo, inclusive, com intuito de preservar os filhos da paciente, já determinou a remessa de peças dos autos ao Juízo da Infância e da Juventude, a fim de que adote as providências que entender adequadas em prol da criança e da adolescente cuja mãe está presa e cujo pai está foragido, sendo esta a medida mais adequada neste momento processual. Ordem denegada.

21- 0045463-09.2016.8.26.0000

Classe/Assunto: Conflito de Jurisdição / Estelionato

Relator(a): Evaristo dos Santos(Pres. da Seção de Direito Público)

Comarca: Indaiatuba

Órgão julgador: Câmara Especial

Data do julgamento: 24/07/2017

Data de publicação: 27/07/2017

Data de registro: 27/07/2017

Ementa: CONFLITO NEGATIVO DE JURISDIÇÃO - Inquérito policial para apurar delito de estelionato, lavagem de dinheiro e/ou crimes contra economia popular (pirâmide financeira) – Vítimas em diferentes cidades do território nacional – Exegese do inc. II do art. 78 do Cód.Pr.Pen. – Competência

fixada de acordo com a infração que comina a pena mais grave – Precedentes da Câmara Especial. Competência do M. Juízo suscitado, para apreciar e decidir na espécie.

22- 2084598-57.2017.8.26.0000

Classe/Assunto: Agravo de Instrumento / Improbidade Administrativa

Relator(a): Teresa Ramos Marques

Comarca: São Paulo

Órgão julgador: 10ª Câmara de Direito Público

Data do julgamento: 12/06/2017

Data de publicação: 13/06/2017

Data de registro: 13/06/2017

Ementa: AÇÃO CIVIL PÚBLICA Improbidade administrativa – São Paulo – "Máfia dos Fiscais" – Auditor fiscal tributário municipal – Corrupção, concussão e lavagem de dinheiro – Lesão ao erário – Fortes indícios – Indisponibilidade de bens – Possibilidade –Valor do prejuízo – Valor potencial da multa civil – Possibilidade: -- Bastam os fortes indícios da prática de ato irregular que resultou em dano ao erário para a determinação da indisponibilidade de bens, que prescinde de especificação e tem por limite não só o valor do prejuízo, mas também o potencial valor de multa civil.

23- Classe/Assunto: Apelação / Estelionato

Relator(a): Alberto Anderson Filho

Comarca: São José dos Campos

Órgão julgador: 7ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 24/05/2017

Data de publicação: 29/05/2017

Data de registro: 29/05/2017

Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL – Lavagem de dinheiro – Desclassificação ao art. 171, "caput", do CP – Recurso ministerial – Improcedente – Narrativa da denúncia de que o denunciado ofereceu sua conta para depósito de valores adquiridos por meio de estelionato – Ausência de ocultação ou dissimulação de qualquer natureza acerca da origem, movimentação ou propriedade dos valores – Narrativa de participação em delito de estelionato, para que o autor obtivesse a vantagem ilícita – Mantida a emendatio libelli com a consequente remessa dos autos ao Ministério Público, nos termos do art. 383, § 1º, do CPP, para proposta de suspensão condicional do processo – Recurso não provido.

24- 0001845-50.2015.8.26.0549

Classe/Assunto: Apelação / Estelionato

Relator(a): Juvenal Duarte

Comarca: Santa Rosa de Viterbo

Órgão julgador: 5ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 25/05/2017

Data de publicação: 26/05/2017

Data de registro: 26/05/2017

Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL – Estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro – Inconformismo das partes – Pleito dos réus de absolvição (art. 386, I, II, IV ou VII, CPP) – Pedido da acusação visando a condenação dos acusados também pela prática do crime de lavagem de dinheiro – Estelionato – Materialidade, ardil e vantagem ilícita, demonstradas – Reconhecimento da conatus – Impossibilidade, pois o valor depositado pela vítima saiu de sua esfera de disponibilidade – Crime conexo – Existência de associação entre os acusados para a prática de crimes patrimoniais – Estabilidade e permanência, comprovadas – Vínculo associativo, inequívoco – Lavagem de dinheiro não configurada – Divisão dos valores obtidos em diversas contas bancárias que propiciava o pagamento da parcela cabível a cada membro da associação criminosa – Atividade meio para a consumação e exaurimento do estelionato – Delito previsto no art. 1º, § 1º, II, da Lei nº 9.613/98, não configurado – Condenação mantida, nos termos da r. sentença – Dosimetria – Penas adequadas, individualizadas e motivadas – Réus ANDRÉ e LUCILENE beneficiados com a substituição da carcerária por prestações pecuniárias e a imposição de regime aberto para a hipótese de descumprimento e conversão – PAULO ALEXANDRE, reincidente: regime fechado, único adequado à hipótese – Impossibilidade de substituição de sua carcerária ou de concessão de sursis, ante a recidiva – Recursos não providos.

25- 0047987-23.2016.8.26.0050

Classe/Assunto: Recurso em Sentido Estrito / Quadrilha ou Bando

Relator(a): Sérgio Coelho

Comarca: São Paulo

Órgão julgador: 9ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 18/05/2017

Data de publicação: 25/05/2017

Data de registro: 25/05/2017

Ementa: Recurso em sentido estrito. Crime de lavagem de capitais. Insurgência ministerial contra decisão que declinou da competência do Juízo da Comarca da Capital, determinada a remessa da cautelar visando à quebra de sigilo bancário e fiscal para a Comarca de Sorocaba, para reunião com ação penal onde se apura a prática de crime antecedente (artigo 3º, inciso II, da Lei 8.137/90 e artigo 288, caput do Código Penal, em concurso material). Impossibilidade. Indicação de conta vinculada à agência bancária localizada nesta Capital. Lavagem de dinheiro que, ademais, é crime autônomo e não depende da efetiva comprovação da infração penal antecedente. Ação penal que tramita em Sorocaba que é complexa e está em estágio processual avançado, inclusive com apresentação de defesa. Separação dos processos que se impõe, ex vi do disposto no artigo 80 do CPP. Decisão reformada. Recurso ministerial provido

26- 0068341-25.2016.8.26.0000

Classe/Assunto: Habeas Corpus / Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos ou Valores

Relator(a): Moreira da Silva

Comarca: São Vicente

Órgão julgador: 13ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 11/05/2017

Data de publicação: 23/05/2017

Data de registro: 23/05/2017

Ementa: HABEAS CORPUS – Associação criminosa, apropriação indébita e lavagem de dinheiro - Insurgência contra a sentença condenatória – Alegações de fragilidade probatória e de nulidade decorrente da realização de audiência de interrogatório de corréus sem a presença do impetrante-paciente – Inadmissibilidade – Descabimento de discussão aprofundada sobre matéria fático-probatória nos angustos lindes do remédio heroico. Hipótese em que há apelação do réu em processamento, na qual a questão aqui colocada será melhor e mais profundamente examinada. Inocorrência, ademais, da alegada nulidade, uma vez que a defesa concordou com a não apresentação do impetrante-paciente para audiência de interrogatório de corréus, além de não haver comprovação de prejuízo decorrente do ato tal como realizado. Denegação do direito de recorrer em liberdade, de resto, que observou o disposto no artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, bem como nos artigos 312 e 387, § 1º, ambos do Código de Processo Penal. Writ parcialmente conhecido e denegado.

27- 0003819-15.2012.8.26.0457

Classe/Assunto: Apelação / Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos ou Valores

Relator(a): Freitas Filho

Comarca: Pirassununga

Órgão julgador: 7ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 02/02/2017

Data de publicação: 06/02/2017

Data de registro: 06/02/2017

Ementa: Crime de "lavagem" de dinheiro – artigo 1º, inciso I, da Lei 9.613/98 – Absolvição com fulcro no artigo 386, incisos II ou VII, do Código de Processo Penal - Impossibilidade – Fixação de regime mais brando para o início do cumprimento da pena do réu Robson – Incabível – Concessão do benefício de aguardar o trânsito em julgado da sentença em liberdade – Inatendível – Robusto conjunto probatório - Autoria e materialidade comprovadas – Penas e regimes mantidos – Recursos improvidos

28- 0039008-28.2016.8.26.0000

Classe/Assunto: Conflito de Jurisdição / Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos ou Valores

Relator(a): Renato Genzani Filho

Comarca: São Paulo

Órgão julgador: Câmara Especial

Data do julgamento: 30/01/2017

Data de publicação: 31/01/2017

Data de registro: 31/01/2017

Ementa: Conflito Negativo de Jurisdição – Alegada conexão de ações – Ocorrência – Ações penais propostas separadamente que apontam a prática de diversos delitos comuns aos vários denunciados – Imputação de crimes de Lavagem de dinheiro, associação criminosa e concussão - Conexão material e instrumental caracterizada – Agentes associados para obtenção de vantagens indevidas – Conveniência da instrução processual a determinar a reunião dos feitos – Inteligência do art. 76, I e III, do CPP – Prevenção estabelecida pela precedência de atos processuais – Aplicação do art. 83 do referido códex - Conflito acolhido – Competente o suscitado (21ª Vara Criminal da Comarca da Capital).

29- 9000006-17.2015.8.26.0198

Classe/Assunto: Apelação / DIREITO PENAL

Relator(a): Alcides Malossi Junior

Comarca: Franco da Rocha

Órgão julgador: 8ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 27/10/2016

Data de publicação: 03/11/2016

Data de registro: 03/11/2016

Ementa: PENAL. APELAÇÃO. RESTITUIÇÃO DE BENS APREENDIDOS. PROCEDÊNCIA DE RECURSOS PARA AQUISIÇÃO DE PATRIMÔNIO. POSSÍVEL LIAME COM A PRÁTICA DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA, LAVAGEM DE DIREITO E REMESSA AO EXTERIOR. DIREITO DE PROPRIEDADE. MITIGAÇÃO AO INTERESSE PRIMÁRIO DO PROCESSO PENAL. Possível liame entre a procedência de recursos de origem espúria e a aquisição dos bens apreendidos. Interesse às investigações e a possível ação penal futura. Artigo 118 do CPP. Não deve ser provido o recurso de apelação que pugna pela restituição dos bens, cinco automóveis de luxo, cujas cifras atingem, somadas, esfera próxima a R$ 1 milhão (um milhão de reais). Além do elevado valor, a recomendar cautela para eventual restituição, evidencia-se o interesse em relação às investigações, haja vista as suspeitas de que a procedência dos recursos empregados na aquisição dos veículos, ainda em processo de financiamento, com as práticas delitivas pelas quais a apelante foi indiciada, relacionadas à crime de organização criminosa, lavagem de dinheiro e outras possíveis infrações penais. Mitigação do direito de propriedade em favor do interesse primário, de caráter assecuratório, relacionado a ulterior processo penal. Desprovimento.

30- 2139045-29.2016.8.26.0000

Classe/Assunto: Mandado de Segurança / DIREITO PENAL

Relator(a): Marcelo Gordo

Comarca: Comarca nâo informada

Órgão julgador: 13ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 15/09/2016

Data de publicação: 19/09/2016

Data de registro: 19/09/2016

Ementa: Mandado de Segurança – Alegada ofensa a direito líquido e certo da impetrante – Requerimento endereçado pelo Ministério Público ao COAF sem ordem judicial – Ilegalidade não verificada – Direito ao sigilo bancário mitigado diante do interesse público – Relativização do sigilo – Providência empreendida em meio à averiguação do desvio de lavagem de dinheiro – Conexão do ato com o desvio que se pretende apurar – Providência firmada em meio a procedimento investigatório preliminar – Ato que não visa propriamente desnudar dados bancários – Base legal confirmada – Segurança negada.

31- 0006566-10.2003.8.26.0050

Classe/Assunto: Apelação / Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos ou Valores

Relator(a): Marcelo Gordo

Comarca: São Paulo

Órgão julgador: 13ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 18/08/2016

Data de publicação: 22/08/2016

Data de registro: 22/08/2016

Ementa: Lavagem de Dinheiro – Sentença absolutória – Recurso ministerial – Fragilidade do conjunto probatório – - Autoria e materialidade delitiva não comprovadas - Dúvida razoável que deve favorecer os réus – Apelo desprovido

32- 0000604-88.2007.8.26.0236

Classe/Assunto: Apelação / Corrupção passiva

Relator(a): Tristão Ribeiro

Comarca: Ibitinga

Órgão julgador: 5ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 28/07/2016

Data de publicação: 12/08/2016

Data de registro: 12/08/2016

Ementa: CORRUPÇÃO PASSIVA, CRIME DE RESPONSABILIDADE E LAVAGEM DE DINHEIRO. Existência de prova indiciária, não reproduzida em Juízo, resultando em dúvida insanável a respeito da autoria, de modo que se impõe a absolvição de ambos os réus dos delitos imputados na denúncia, até mesmo nos termos do artigo 155, do Código de Processo Penal. Apelos defensivos providos para a absolvição dos acusados, prejudicado o recurso ministerial, visando à majoração das penas.

33- 2107464-93.2016.8.26.0000

Classe/Assunto: Mandado de Segurança / Fato Atípico

Relator(a): Otavio Rocha

Comarca: Presidente Bernardes

Órgão julgador: 7ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 28/07/2016

Data de publicação: 02/08/2016

Data de registro: 02/08/2016

Ementa: Mandado de segurança – Apreensão de bens em sede de inquérito policial instaurado para apuração de crimes de estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro – Não comprovação do impetrante acerca da sua capacidade financeira para aquisição dos bens apreendidos – Direito líquido e certo não comprovados – Segurança denegada

34- 9000002-27.2014.8.26.0032

Classe/Assunto: Apelação / Corrupção ativa

Relator(a): Marcelo Gordo

Comarca: Araçatuba

Órgão julgador: 13ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 12/05/2016

Data de publicação: 25/05/2016

Data de registro: 25/05/2016

Ementa: Pedido de restituição de bens apreendidos - Réu investigado por lavagem de dinheiro – Ônus da prova quanto à aquisição lícita dos bens constritos que recai sobre o acusado – Inteligência do art. 4º, § 2º, da Lei 9.613/98 – Licitude não comprovada – Recurso desprovido

35- 0037111-14.2013.8.26.0050

Classe/Assunto: Apelação / DIREITO PROCESSUAL PENAL

Relator(a): Nelson Fonseca Junior

Comarca: São Paulo

Órgão julgador: 1ª Câmara Criminal Extraordinária

Data do julgamento: 10/12/2015

Data de publicação: 14/12/2015

Data de registro: 14/12/2015

Ementa: APELAÇÃO - Embargos de terceiros opostos contra decisão que não reconsiderou o deferimento do sequestro do bem adquirido pelo embargante, sob alegação de que a transação está revestida de boa-fé e licitude - Impossibilidade - Procedimento investigatório instaurado para apurar eventual crime de lavagem de dinheiro e corrupção ativa por parte do proprietário anterior do imóvel - Somente com o deslinde da investigação ou eventual condenação do averiguado será possível o julgamento dos presentes embargos, nos termos do artigo 130, parágrafo único, do Código de Processo Penal - Recurso não conhecido.

36- 0012021-38.2006.8.26.0506

Classe/Assunto: Apelação / Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos ou Valores

Relator(a): Alberto Anderson Filho

Comarca: Ribeirão Preto

Órgão julgador: 7ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 26/11/2015

Data de publicação: 01/12/2015

Data de registro: 01/12/2015

Ementa: APELAÇÕES – PROCESSUAL PENAL – PRELIMINARES – NULIDADES – CARACTERIZAÇÃO – INOCORRÊNCIA – LAVAGEM DE DINHEIRO – ARTIGO 1º, C.C. § 4º, DA LEI Nº 9.613/98 – PRISÃO EM FLAGRANTE – CONFIGURAÇÃO – OCORRÊNCIA – ABSOLVIÇÕES – IMPOSSIBILIDADE – APENAMENTOS INDIVIDUAIS – CONDENAÇÕES BEM DIMENSIONADAS – PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE – MITIGAÇÕES INDIVIDUAIS – IMPOSSIBILIDADE – PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – PRELIMINARES REJEITADAS – RECURSOS DEFENSIVOS IMPROVIDOS.

37- 0000325-52.2005.8.26.0146

Classe/Assunto: Apelação / Peculato

Relator(a): Silmar Fernandes

Comarca: Cordeirópolis

Órgão julgador: 3ª Câmara Criminal Extraordinária

Data do julgamento: 20/02/2015

Data de publicação: 23/02/2015

Data de registro: 23/02/2015

Ementa: APELAÇÕES Peculato e lavagem de dinheiro 1. Corréu Irineu Condenação pelo delito de peculato Artigo 312, caput do CP Prescrição intercorrente (artigos 109, inciso V e 110, §1º, ambos do Código Penal) Ocorrência – Sentença que fixou a pena em 02 (dois) anos de reclusão, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa Ausência de recurso da acusação Prescrição que se regula pela pena aplicada Transcorridos mais de 04 (quatro) anos entre a publicação da r. sentença condenatória e o julgamento deste recurso Extinta a punibilidade do réu. 2. Corréus Fernando, Joel e Márcio Condenação pelo delito de peculato (artigo 312, caput do CP) Recursos pleiteando a inversão do decisum Impossibilidade Acervo probatório que justifica a procedência da ação penal tal como lançada pelo MM Juiz a quo Autoria e Materialidade comprovadas Farta prova documental e oral Incabível a alegação de insuficiência provatória Peculato culposo Restando evidenciado nos autos a apropriação consciente, por funcionário público, de dinheiro a que tinha acesso em razão do cargo, caracterizada está a conduta dolosa Penas Dosimetria Corréus Fernando e Joel Reprimendas aplicadas de forma apropriada Corréu Márcio A

fixação da pena basilar deve pautar-se por critérios de razoabilidade Redução Necessidade Condenações mantidas. 3. Corréus Márcio e Nádia Condenação pelo delito de lavagem de dinheiro (artigo 1º, inciso V da Lei 9613/98, com redação anterior à Lei 12683/12) Absolvição Impossibilidade Autoria e materialidade comprovadas Réus que adquiriram diversos imóveis, a fim de ocultar e dissimular a origem do dinheiro proveniente da apropriação praticada contra o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Cordeirópolis Farta prova documental Penas Dosimetrias Corré Nádia Reprimenda aplicada de forma adequada Corréu Márcio A fixação da pena basilar deve pautar-se por critérios de razoabilidade Redução Necessidade Condenações mantidas. RECURSO DO CORRÉU IRINEU PREJUDICADO E, DE OFÍCIO, DECRETADA EXTINTA SUA PUNIBILIDADE; APELOS DOS CORRÉUS FERNANDO, JOEL E NÁDIA NÃO PROVIDOS; E RECURSO DO CORRÉU MÁRCIO PARCIALMENTE PROVIDO.

38- 0407872-55.2010.8.26.0000

Classe/Assunto: Apelação / Uso de documento falso

Relator(a): Otávio de Almeida Toledo

Comarca: São Paulo

Órgão julgador: 16ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 30/04/2013

Data de publicação: 30/04/2013

Data de registro: 30/04/2013

Ementa: FORMAÇÃO DE QUADRILHA ARMADA PARA CRIMES HEDIONDOS, USO DE DOCUMENTO FALSO, FALSA IDENTIDADE E CORRUPÇÃO ATIVA. Absolvição pelo delito associativo e de corrupção ativa e condenação de todos os denunciados pelos crimes contra a fé pública. Recursos da acusação e de vários réus. Preliminar de nulidade suscitada por OSLAIS alegando inversão procedimental prejudicial ao exercício da defesa pela oitiva de algumas testemunhas antes do recebimento de todas as respostas à acusação. Medida excepcional visando celeridade. Processo com 18 réus. Denúncia efetivamente recebida. Prejuízo não verificado. Preliminar superada. APELAÇÃO MINISTERIAL PARCIALMENTE PROVIDA. Réus presos em flagrante se evadindo de local referido por informação anônima obtida pela inteligência da Polícia Militar como ponto de encontro de membros de conhecida facção criminosa. Provas testemunhais e materiais suficientes para infirmar as versões defensivas no sentido de que os réus não conheciam uns aos outros. Laudo de exame dos telefones celulares indicam diversas conexões. Apreensão de dez mil reais e papéis suspeitos. Presença entre os presos de conhecidos integrantes da organização criminosa. Certeza da estabilidade do vínculo a ser extraída da sobrevivência da organização. Condenação de rigor. Temerária a aplicação do parágrafo único do art. 288 e do art. 8º da Lei 8.072/90, pois a organização atua em várias frentes, inclusive cometendo crimes que não se encaixam nessas hipóteses, como lavagem de dinheiro. Condenação pela corrupção ativa de rigor. Sentença que absolveu por considerar crime impossível deve ser revertida. A proposta comprovada nos autos era plenamente exequível, independente do status de foragidos dos réus. Penas dosadas individualmente. Efeito da condenação de perda dos valores apreendidos acertadamente aplicado. Apelos defensivos improvidos, salvo o de LUÍS, que teve reduzida a pena aplicada na sentença impugnada. Negativas desamparadas nos autos. Apresentação do documento falso por exigência da autoridade policial não afasta a ilegalidade da conduta. Precedentes do STJ e STF. Utilização de sistema

de identificação datiloscópica pela polícia não torna impossível o crime de uso de documento falso. Condenações mantidas

39- 0016112-87.2008.8.26.0576

Classe/Assunto: Apelação / Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos ou Valores

Relator(a): Francisco Bruno

Comarca: São José do Rio Preto

Órgão julgador: 10ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 13/09/2012

Data de publicação: 16/09/2012

Data de registro: 16/09/2012

Ementa: Apelação. "Lavagem" de dinheiro. Compras realizadas de forma aparentemente normal, que, ao que tudo indica, nem sequer procuraram dissimular a origem espúria do dinheiro utilizado. Inexistência de comprovação do dolo necessário à caracterização do delito. Absolvição. Recurso provido.

40- 0000748-28.2009.8.26.0160

Classe/Assunto: Apelação / Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos ou Valores

Relator(a): Marco Nahum

Comarca: Descalvado

Órgão julgador: 1ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 02/05/2011

Data de publicação: 04/05/2011

Data de registro: 04/05/2011

Ementa: ?Apelação do Ministério Público. Art. 1ª, inciso V, da Lei 9.613/98. Lavagem de dinheiro. Provas insuficientes para condenação. Ausência de demonstração da origem ilícita de dinheiro e da suposta incompatibilidade entre o patrimônio dos apelados e suas fontes de renda. Recurso desprovido

41- 9157828-38.2002.8.26.0000

Classe/Assunto: Apelação Criminal / Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos ou Valores

Relator(a): Junqueira Sangirardi

Comarca: Comarca nâo informada

Órgão julgador: 3ª Câmara de Direito Criminal

Data de registro: 09/04/2007

Outros números: 3802133600

Ementa: Apelação Criminal n°:380.213-3/6-00 Comarca:São José do Rio Preto Apelante:Justiça Pública Apelado:Paulo César Vilas Boas Voto n°:9.535 Trata-se de feito criminal no qual Paulo César Vilas Boas foi processado por infração ao art. 1o, I, da Lei n° 9.613/98 (Lei de Lavagem de Dinheiro), sendo afinal absolvido com fundamento no art. 386, III, do CPP (fls. 236/238). Inconformado, o Ministério Público apelou, pleiteando a condenação nos termos da denúncia (fls. 242/249). O réu apresentou contra-razões propugnando pelo improvimento do apelo (fls. 251/254).

-

42- 0008605-19.1999.8.26.0438

(14 ocorrências encontradas no inteiro teor do documento)

Classe/Assunto: Apelação Criminal com Revisão / Crimes de Responsabilidade

Relator(a): Pedro Gagliardi

Comarca: Penápolis

Órgão julgador: 15ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 11/11/2008

Data de registro: 09/12/2008

Outros números: 1220991390000000

Ementa: Apelação criminal - Artigo 1°, inciso I, do Decreto Lei n° 201/67, e artigo Io, inciso V, da Lei n° 9.613/98, combinados com o artigo 11, do Código Penal (crime de responsabilidade de apropriação de rendas públicas e De lito de lavagem de dinheiro) - Mate rialidade e Autoria comprovadas Recurso parcialmente procedente quan to a Fernando tão somente para afas tar a continuidade delitiva em relação ao crime de responsabilidade.

B. Formação de Cartel

1-0044800-82.2011.8.26.0114

Classe/Assunto: Apelação / Planos de Saúde

Relator(a): Claudio Godoy

Comarca: Campinas

Órgão julgador: 1ª Câmara de Direito Privado

Data do julgamento: 15/03/2018

Data de publicação: 15/03/2018

Data de registro: 15/03/2018

Ementa: Prestação de serviços médicos. Credenciamento de clínicas pela cooperativa operadora de planos de saúde. Ação declaratória. Pretensão de reconhecimento da inexistência de débito. Cumulação com obrigação de não fazer e reparação de danos. Retenção de valores pela ausência de exibição de notas fiscais de aquisição e utilização de medicamentos. Recusa da apelante em exibir notas fiscais à apelada

2- 2129977-21.2017.8.26.0000

Classe/Assunto: Agravo de Instrumento / Improbidade Administrativa

Relator(a): Antonio Celso Faria

Comarca: Registro

Órgão julgador: 8ª Câmara de Direito Público

Data do julgamento: 13/12/2017

Data de publicação: 13/12/2017

Data de registro: 13/12/2017

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. Ação civil pública. Improbidade administrativa. Fraude em licitação para aquisição de uniformes e material escolar para alunos da rede pública municipal de ensino. Indícios de formação de cartel. Indisponibilidade de bens. Cautelar que pode ser decretada quando demonstrados indícios de ocorrência dos atos de improbidade e "periculum in mora", inclusive "inaudita altera parte", nos termos do art. 7º da Lei nº 8.429/1992. Observação, todavia, de que já houve a decretação da indisponibilidade de bens da empresa vencedora do certame em feito conexo, no valor do contrato administrativo. Decisão mantida em relação ao sócio corréu. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO

3- 0020862-02.2017.8.26.0000

Classe/Assunto: Conflito de Jurisdição / Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos ou Valores

Relator(a): Campos Mello (Pres. da Seção de Direito Privado)

Comarca: São Paulo

Órgão julgador: Câmara Especial

Data do julgamento: 23/10/2017

Data de publicação: 24/10/2017

Data de registro: 24/10/2017

Ementa: CONFLITO NEGATIVO DE JURISDIÇÃO. Denúncia oferecida pelo Ministério Público envolvendo a formação de cartel de empresas, destinado à prática de fraude em licitações. Ação penal distribuída à 5ª Vara Criminal da Capital, que invoca conexão com ação em trâmite perante a 28ª Vara Criminal da Capital. Conduta inadequada. Inexistência de conexão inter-subjetiva ou material. Inteligência do artigo 76 e incisos do Código de Processo Penal. Conflito procedente. Competência do Juízo Suscitado, da 5ª Vara Criminal da Capital.

4- 2213072-80.2016.8.26.0000

Classe/Assunto: Habeas Corpus / Crimes contra a Ordem Econômica

Relator(a): Juvenal Duarte

Comarca: São Paulo

Órgão julgador: 5ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 09/02/2017

Data de publicação: 10/02/2017

Data de registro: 10/02/2017

Ementa: Habeas Corpus – Formação de cartel e fraude à licitação – Decisão que confirmou o recebimento da denúncia carente de fundamentação, pois não apreciou especificamente as teses e pedidos defensivos – Constrangimento ilegal configurado – Liminar deferida para o fim de determinar a imediata prolação de outra decisão, devidamente motivada – Ofensa aos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório – Defesa prévia rejeitada genericamente, sem análise de todas preliminares suscitadas pela defesa – Ordem concedida, ratificada a liminar, com determinação

5- 2045360-65.2016.8.26.0000

Classe/Assunto: Agravo Interno / Improbidade Administrativa

Relator(a): Teresa Ramos Marques

Comarca: Pitangueiras

Órgão julgador: 10ª Câmara de Direito Público

Data do julgamento: 20/06/2016

Data de publicação: 22/06/2016

Data de registro: 22/06/2016

Ementa: AGRAVO INTERNO Ação civil pública – Improbidade administrativa – Merenda escolar – Terceirização – Citação – Não ocorrência – Emenda à inicial – Possibilidade – Indícios de formação de cartel – Abuso – Desconsideração da personalidade jurídica – Possibilidade – Decisão sucinta – Possibilidade – Art. 557 do Código de Processo Civil – Negativa de seguimento – Possibilidade: – Não demonstrada qualquer inconsistência no fundamento da decisão, baseada na jurisprudência dominante de tribunal superior, é manifestamente infundada a irresignação do agravante. Ementa da decisão: AÇÃO CIVIL PÚBLICA Improbidade administrativa – Merenda escolar – Terceirização – Citação – Não ocorrência – Emenda à inicial – Possibilidade – Indícios de formação de cartel – Abuso – Desconsideração da personalidade jurídica – Possibilidade – Decisão sucinta – Possibilidade: - Notificados os requeridos nos termos do art.17, par.7º, da Lei 8.429/92, mas ainda não efetivada a citação, inexiste óbice ao aditamento da inicial sem a anuência da parte contrária. - Possível a desconsideração da personalidade jurídica quando presentes indícios de formação de cartel. - Não contraria o art.93, inc.IX, da Constituição Federal a decisão sucinta, que adota os fundamentos expostos pela parte

6- 2213072-80.2016.8.26.0000

Classe/Assunto: Habeas Corpus / Crimes contra a Ordem Econômica

Relator(a): Juvenal Duarte

Comarca: São Paulo

Órgão julgador: 5ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 09/02/2017

Data de publicação: 10/02/2017

Data de registro: 10/02/2017

Ementa: Habeas Corpus – Formação de cartel e fraude à licitação – Decisão que confirmou o recebimento da denúncia carente de fundamentação, pois não apreciou especificamente as teses e pedidos defensivos – Constrangimento ilegal configurado – Liminar deferida para o fim de determinar a imediata prolação de outra decisão, devidamente motivada – Ofensa aos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório – Defesa prévia rejeitada genericamente, sem análise de todas preliminares suscitadas pela defesa – Ordem concedida, ratificada a liminar, com determinação.

7- 2066435-97.2015.8.26.0000

Classe/Assunto: Agravo de Instrumento / Compra e Venda

Relator(a): Sergio Alfieri

Comarca: São Paulo

Órgão julgador: 27ª Câmara de Direito Privado

Data do julgamento: 15/09/2015

Data de publicação: 16/09/2015

Data de registro: 16/09/2015

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - Ação coletiva para defesa de direitos individuais homogêneos - Insurgência recursal à decisão que indeferiu preliminares arguidas pela corré - Alegação de afastamento indevido - Não ocorrência -Prescrição - Inocorrência - Hipótese em que a propositura de ação penal para apuração de formação de cartel suspendeu o prazo prescricional - Prazo que só retomou a contagem após o trânsito em julgado da sentença extintiva da ação penal - Aplicação do art. 200 do CC - Alegação de impedimento dos patronos da agravada para oficiar na ação coletiva - Patrocínio contra ex-cliente - Impedimento afastado - Hipótese em que os advogados não fazem mais parte do escritório de advocacia que representa a agravada na ação coletiva, além do que, suposta infração disciplinar deve ser apreciada pelo Tribunal de Ética e Disciplina da OAB - Ausência de interesse de agir da agravada na propositura da ação coletiva - Tutela de direitos individuais de não consumidores - Inocorrência - Objeto da ação que demonstra interesse comum e não exige obrigatoriamente o ajuizamento de demanda individual por cada interessado - Prestígio ao princípio da economia processual que deve prevalecer - Ação coletiva que irá proteger interesses individuais homogêneos, em virtude da alegação de prática de infração à ordem pública - Alegação de impossibilidade do ajuizamento da ação coletiva para postular direito individual não homogêneo - Não cabimento - Matéria discutida que visa à comprovação de formação de cartel e prática de sobrepreços - Pretensão da agravada em converter o recurso de agravo de instrumento em retido - Não cabimento - Questões que podem ser analisadas desde logo, em homenagem ao princípio da economia processual - Decisão agravada mantida - RECURSO DESPROVIDO

8- 0000325-52.2005.8.26.0146

Classe/Assunto: Apelação / Peculato

Relator(a): Silmar Fernandes

Comarca: Cordeirópolis

Órgão julgador: 3ª Câmara Criminal Extraordinária

Data do julgamento: 20/02/2015

Data de publicação: 23/02/2015

Data de registro: 23/02/2015

Ementa: APELAÇÕES Peculato e lavagem de dinheiro 1. Corréu Irineu Condenação pelo delito de peculato Artigo 312, caput do CP Prescrição intercorrente (artigos 109, inciso V e 110, §1º, ambos do Código Penal) Ocorrência – Sentença que fixou a pena em 02 (dois) anos de reclusão, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa Ausência de recurso da acusação Prescrição que se regula pela pena aplicada Transcorridos mais de 04 (quatro) anos entre a publicação da r. sentença condenatória e o julgamento deste recurso Extinta a punibilidade do réu. 2. Corréus Fernando, Joel e Márcio Condenação pelo delito de peculato (artigo 312, caput do CP) Recursos pleiteando a inversão do decisum Impossibilidade Acervo probatório que justifica a procedência da ação penal tal como lançada pelo MM Juiz a quo Autoria e Materialidade comprovadas Farta prova documental e oral Incabível a alegação de insuficiência

provatória Peculato culposo Restando evidenciado nos autos a apropriação consciente, por funcionário público, de dinheiro a que tinha acesso em razão do cargo, caracterizada está a conduta dolosa Penas Dosimetria Corréus Fernando e Joel Reprimendas aplicadas de forma apropriada Corréu Márcio A fixação da pena basilar deve pautar-se por critérios de razoabilidade Redução Necessidade Condenações mantidas. 3. Corréus Márcio e Nádia Condenação pelo delito de lavagem de dinheiro (artigo 1º, inciso V da Lei 9613/98, com redação anterior à Lei 12683/12) Absolvição Impossibilidade Autoria e materialidade comprovadas Réus que adquiriram diversos imóveis, a fim de ocultar e dissimular a origem do dinheiro proveniente da apropriação praticada contra o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Cordeirópolis Farta prova documental Penas Dosimetrias Corré Nádia Reprimenda aplicada de forma adequada Corréu Márcio A fixação da pena basilar deve pautar-se por critérios de razoabilidade Redução Necessidade Condenações mantidas. RECURSO DO CORRÉU IRINEU PREJUDICADO E, DE OFÍCIO, DECRETADA EXTINTA SUA PUNIBILIDADE; APELOS DOS CORRÉUS FERNANDO, JOEL E NÁDIA NÃO PROVIDOS; E RECURSO DO CORRÉU MÁRCIO PARCIALMENTE PROVIDO.

9- 0278854-44.2011.8.26.0000

Classe/Assunto: Mandado de Segurança / Furto

Relator(a): Salles Abreu

Comarca: São Paulo

Órgão julgador: 6º Grupo de Direito Criminal

Data do julgamento: 10/12/2014

Data de publicação: 12/12/2014

Data de registro: 12/12/2014

Ementa: Mandado de Segurança Decisão monocrática em Habeas Corpus que, de ofício, anulou o processo desde o recebimento da denúncia, sob fundamento de que a Justiça Estadual é incompetente para processamento e julgamento do feito, determinando a expedição de alvará de soltura em favor dos acusados Irresignação do Ministério Público Restabelecimento da custódia cautelar e afastamento da competência da Justiça Federal Procedência em parte Denúncia que fez mera menção à instalação de equipamento de clonagem em caixa eletrônico da C.E.F. – Ausência de imputação de crime quanto ao fato Referência a delitos cometidos em diversos Estados – Irrelevância Investigação realizada e centralizada em São Paulo Prevenção do magistrado que deferiu as medidas cautelares requeridas Conduta perpetrada contra o Banco do Brasil Aplicação da súmula 42, do S.T.J. Lavagem de dinheiro Não ocorrência de lesão a bem, serviços ou interesses da União Competência da Justiça Estadual – Pedido para revogação da liberdade provisória prejudicado devido ao longo período de tempo transcorrido. Segurança parcialmente concedida."

10- 2056924-46.2013.8.26.0000

(28 ocorrências encontradas no inteiro teor do documento)

Classe/Assunto: Habeas Corpus / Crimes da Lei de licitações

Relator(a): Otávio de Almeida Toledo

Comarca: São Paulo

Órgão julgador: 16ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 15/04/2014

Data de publicação: 07/05/2014

Data de registro: 07/05/2014

Ementa: FORMAÇÃO DE CARTEL E FRAUDE A LICITAÇÃO. Pretendido trancamento da ação penal. Inépcia da denúncia. Ataque à decisão que recebeu a denúncia por contar com fundamentação insuficiente. Ordem parcialmente concedida para reconhecer a nulidade da decisão que ratificou o recebimento da denúncia por absoluta ausência de fundamentação, para que outra seja proferida em seu lugar, enfrentando, ainda que de forma sucinta, as teses suscitadas na resposta à acusação.

-

11- 0176110-97.2013.8.26.0000

Classe/Assunto: Mandado de Segurança / Fato Atípico

Relator(a): Sérgio Ribas

Comarca: São Manuel

Órgão julgador: 5ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 12/12/2013

Data de publicação: 14/12/2013

Data de registro: 14/12/2013

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA A impetrante pretende a liberação de um veículo apreendido na posse de pessoa investigada por suposta prática de "jogo do bicho", que responde a processo por desobediência e resistência e, sobre a qual foi instaurado inquérito policial para apuração de crime de lavagem de dinheiro. Direito líquido e certo que não restou comprovado. O suposto empréstimo de automóvel de alto valor comercial a pessoa conhecida de longa data dos sócios da impetrante restou duvidoso, pois, o acusado nas oportunidades de esclarecer a que título detinha a posse do bem, em nenhum momento confirmou tal versão. Não vislumbrada ofensa a direito líquido e certo da impetrante. Via que não permite dilação probatória. Denegada a segurança.

-

12- 0005328-82.2009.8.26.0619

Classe/Assunto: Apelação / Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos ou Valores

Relator(a): Otávio de Almeida Toledo

Comarca: Taquaritinga

Órgão julgador: 16ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 31/01/2012

Data de publicação: 31/01/2012

Data de registro: 31/01/2012

Ementa: “Lavagem” ou ocultação de bens, direitos ou valores. Prescrição. Crime instantâneo. Prescrição da pretensão punitiva retroativa a ser reconhecida no caso de DANIELA. Lapso prescricional de 4 anos, por força dos artigos 109, IV e 115 do CP. Crime cometido em data incerta do ano de 2004. Denúncia recebida em 26/01/2010. Inexistência de recurso da Justiça Pública. Delito cometido antes da nova redação do § 1º do artigo 110 do CP. Extinção da punibilidade de DANIELA, forte no artigo 107, inciso IV do CP. “Lavagem” ou ocultação de bens, direitos ou valores. Arguição preliminar de violação de coisa julgada. Cassação do perdimento do veículo de que tratam os autos em apelação interposta contra a sentença condenatória por tráfico em razão da insuficiência de provas de que fosse usado na atividade ilícita. Ocultação de valores comprovada nestes autos. Óbice apontado pela defesa insubsistente, pois a devolução do bem foi decretada por insuficiência probatória, o que não acomete a estes autos. No mérito, ficou sobejamente comprovada a aquisição do veículo com recursos de origem ilícita. Versão dos acusados inverossímil. Alegação de aquisição do carro com dinheiro proveniente de origem lícita não comprovada. Apelantes que não se desincumbiram do ônus de provar o quanto alegado em sua defesa. Imposição de regime inicial fechado ao apelante ANTONIO, que é reincidente. Irretocável. Apelos improvidos.

13- 9015789-76.2006.8.26.0000

Classe/Assunto: Habeas Corpus / Lei 8.137/90 - Sonegação Fiscal

Relator(a): Barbosa de Almeida

Comarca: Comarca nâo informada

Órgão julgador: 1ª Câmara de Direito Criminal

Data de registro: 07/02/2007

Outros números: 9512133300

Ementa: Habeas corpus - Paciente denunciado por suposta formação de cartel em concurso material com o crime de quadrilha - Pretendido trancamento parcial da ação penal por zelo ao princípio da especialidade - Constrangimento ilegal ao argumento de violação ao princípio do devido processo legal e seus consectários - Alegado excesso de acusação que implica bis in idem - Impetração re-distribuída - Questão de ordem suscitada - Acolhimento - Vinculação do antigo relator que, antes de promovido, apôs visto nos autos - Aplicabilidade do artigo 3o, § 1o, da Resolução n° 204/05 do Órgão Especial desta Eg. Corte - Aproveitamento subsidiário do § 2o disposto no aludido artigo.

14- 9015785-39.2006.8.26.0000

Classe/Assunto: Habeas Corpus / Lei 8.137/90 - Sonegação Fiscal

Relator(a): Barbosa de Almeida

Comarca: Comarca nâo informada

Órgão julgador: 1ª Câmara de Direito Criminal

Data de registro: 07/02/2007

Outros números: 9512093500

Ementa: Habeas corpus - Paciente denunciado por suposta formação de cartel em concurso material com o crime de quadrilha - Exceção de incompetência rejeitada em primeiro grau - Pretendido deslocamento da competência processual penal para a Justiça Federal - Constrangimento ilegal ao argumento de violação do principio do juiz natural - Alegada repercussão da cartel ização na órbita nacional de comercialização de gases industriais, em detrimento, inclusive, de autarquia federal - Impetracào re-distribuída - Questão de ordem suscitada - Acolhimento - Vinculação do antigo relator que, antes de promovido, apôs visto nos autos - Aplicabilidade do artigo 3°, § 1°, da Resolução n° 204/05 do Órgão Especial desta Eg. Corte - Aproveitamento subsidiário do § 2o disposto no aludido artigo.

15- 9206048-33.2003.8.26.0000

Classe/Assunto: Apelação / DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO

Relator(a): Luis Ganzerla

Comarca: José Bonifácio

Órgão julgador: 11ª Câmara de Direito Público

Data do julgamento: 08/02/2010

Data de registro: 03/03/2010

Outros números: 3607035300

Ementa: AÇÃO CIVIL PÚBLICA - Violação à ordem econômica - Formação de cartel - Revendedores de combustível que praticaram durante determinado período, preços idênticos em relação à gasolina, álcool e diesel, ou com diferença percentual economicamente insignificante - Empresas que constituíam no mínimo 88,88% do mercado total - Acordo que se presume diante do domínio de mercado - Recurso provido para julgar procedente a ação - Caracteriza-se infração à ordem econômica, pela cartelização na revenda de combustíveis, o acordo, ainda que tácito, entre postos de gasolina que seja apto a prejudicar a livre concorrência, especialmente se os membros integrantes do cartel dispunham de suficiente poder de mercado para influenciar os preços ou outras condições comerciais

C. Fraude a Licitação

1-0002370-26.2007.8.26.0480

Classe/Assunto: Embargos de Declaração / Crimes da Lei de licitações

Relator(a): Carlos Monnerat

Comarca: Presidente Bernardes

Órgão julgador: 9ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 15/03/2018

Data de publicação: 27/03/2018

Data de registro: 27/03/2018

Outros números: 2370262007826048050000

Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. Fraude a licitação. Art. 96, II, III, IV e V da Lei 8.666/93. Acórdão que rejeitou as preliminares e deu parcial provimento aos apelos defensivos para atenuar as reprimendas dos Réus. Defesa alega erro material, contradição, omissão e obscuridade quanto as funções exercidas pelo corréu Climério, a prova colhida nos autos, a tipificação do delito e correlação da condenação com a denúncia, bem como acerca da dosimetria da pena. Vícios inexistentes. Os embargos de declaração não se prestam a rediscutir matéria meritória exaustivamente analisada pelo acórdão embargado. Possível a condenação pela prova indiciária desde que embasada no conjunto probatório colhido. Não ofende o princípio da congruência ou da correlação a condenação por circunstância agravante não descrita na denúncia. Ampla exposição dos elementos de convicção. O mero inconformismo com o julgamento não enseja sua rediscussão. Prequestionamento ficto, nova dinâmica do Código de Processo Civil (art. 1.025) - Embargos rejeitados.

2- 2016053-95.2018.8.26.0000

Classe/Assunto: Habeas Corpus / Crimes da Lei de licitações

Relator(a): Grassi Neto

Comarca: Ourinhos

Órgão julgador: 8ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 01/03/2018

Data de publicação: 06/03/2018

Data de registro: 06/03/2018

Ementa: Habeas corpus – Atipicidade não manifesta da conduta do paciente – Análise que exige apreciação aprofundada do mérito do conjunto probatório – Descabimento de discussão em sede de Habeas Corpus A atipicidade da conduta pode lastrar eventual concessão da ordem de Habeas Corpus apenas na hipótese de ser manifesta, uma vez que o remédio heroico não se presta ao exame detalhado de

questões atinentes ao mérito da demanda, atividade que deve ser reservada ao julgamento da ação penal pela autoridade coatora. Habeas corpus – Fraude a licitação – Denúncia que descreve os fatos de forma suficiente a proporcionar o exercício da ampla defesa – Presença de indícios de autoria e materialidade – Constrangimento ilegal não caracterizado Não há que se cogitar, ao menos nos estritos limites do habeas corpus, de inépcia da denúncia em razão de eventual caráter objetivo da imputação contra eles lançada. É certo que, com a aproximação do término da ação penal, será necessário que o órgão acusatório esteja apto a demonstrar a efetiva vinculação de cada um dos envolvidos aos fatos típicos descritos na exordial. O momento processual para tanto será, todavia, outro, sendo certamente precipitado, na presente fase da ação penal, proceder a seu trancamento, sem ser dada à acusação a possibilidade de confirmar ao longo da instrução a procedência dos indícios atualmente existentes contra os pacientes. Lei de Licitações – Procedimento especial – Inaplicabilidade do procedimento previsto no CPP (redação dada pela Lei n° 11.719/08) no que concerne à defesa preliminar e à realização do interrogatório como último ato da instrução – Entendimento Em observância ao princípio da especialidade, o procedimento previsto no CPP, com a redação dada pela Lei n. 11.719/08, não se aplica para ao processamento dos delitos previstos na Lei de Licitações, seja no que que concerne à modificações introduzidas no oferecimento da defesa preliminar, seja quanto à previsão quanto a ser realizado o interrogatório como último ato da instrução.

3- 0000812-66.2013.8.26.0073

Classe/Assunto: Apelação / Improbidade Administrativa

Relator(a): Torres de Carvalho

Comarca: Avaré

Órgão julgador: 10ª Câmara de Direito Público

Data do julgamento: 05/03/2018

Data de publicação: 06/03/2018

Data de registro: 06/03/2018

Ementa: IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. Avaré. Esquema de fraude a licitações. Período de 2009 a 2012. LF nº 8.429/92, art. 9º, 10 e 11. – 1. Inquérito civil. Nulidade. O inquérito civil é peça informativa, inquisitorial, não regrada em lei e de tramitação sem formalidade; não há previsão de contraditório nem lei que determine a notificação dos envolvidos para conhecimento e participação. A defesa e o contraditório são exercidos em juízo, como prevê a lei. Não há nulidade, nem ofensa ao art. 5º, LIV e LV da Constituição Federal. – 2. Cerceamento defesa. A produção de prova testemunhal requerida por Maria Aparecida Lellis, Luciane Rossito e Pedro Luiz Olivieri Luchessi não restaram justificadas. Ademais, as informações trazidas pelo inquérito civil, que contém documentos provenientes do inquérito policial e da Comissão Parlamentar de Inquérito nº 001/2011, indicam com precisão os atos praticados pelos agentes. O indeferimento de provas desnecessárias, inúteis ou meramente protelatórias tem fundamento no art. 370, parágrafo único do CPC e não ofende o contraditório nem a ampla defesa consagrados no art. 5º, LV da Constituição Federal. – 3. Improbidade. Nem toda irregularidade implica em improbidade; mas não é correto afirmar, como querem alguns, que a improbidade esteja ligada sempre ao dolo, ao enriquecimento ilícito ou à lesão ao erário. Basta a consciência da ilicitude; pois o cumprimento da lei é regra básica da administração e seu descumprimento acompanha a dolorosa história da administração brasileira e a cultura lamentável que tomou corpo no trato da coisa pública. O esquema de fraude a licitações na Prefeitura Municipal de Avaré nos anos de 2009 a 2012, durante o mandato de Prefeito de Rogélio Barcheti Urrêa, é objeto de diversas ações civis públicas em trâmite nas Varas Cíveis

de Avaré. O caso dos autos versa tão somente as contratações da empresa Empreiteira de Serviços Casa Nova ME, devendo a conduta de cada réu ser analisada individualmente. – 4. Maria Aparecida Lellis. Era responsável pela Secretaria de Administração e, segundo informado por João Fragoso, o braço direito do Prefeito; cobrava propina por pagamento e ordenava os pagamentos, além das reuniões serem feitas em sua residência. Teve serviço prestado em sua casa por Aires Rodrigues, que informou ter sido contratado e pago por João Fragoso Junior, posteriormente ressarcidos por meio do superfaturamento do serviço de roçada. Os depoimentos prestados perante a CPI por Célia Vitória Dias da Silva, José Henrique Custódio Marques e Roberta Loureiro Gomes informam que em 2009 houve diminuição do volume de trabalho no DAC, setor em que deveriam passar todos os pagamentos, bem como que 'Cida' exigia imediatismo na análise dos mesmos. Ana Amélia Nogueira Piazza confirmou a amizade próxima de 'Cida' com João Fragoso e que os cheques que vinham do setor de contabilidade deveriam ir para o DAC, mas iam parar nas mãos de 'Cida', que contatava a funcionária Luciane, o que foi confirmado por esta. Assim, patente o seu envolvimento no esquema fraudulento. – 5. Luciane Rossito. Era funcionária da Contabilidade, mas constantemente preenchia cheques a pedido de 'Cida', atribuição do setor de Tesouraria, sob a justificativa de pagamento de prestação de serviços urgentes, muitos deles relacionados às empresas investigadas na CPI, conforme informado por Orlando Roberto e Itamar. Ademais, Aires Rodrigues informou ter sido contratado por João Fragoso para realizar serviço de esgoto na casa de uma funcionária da Prefeitura residente no Parque da Água Branca, no caso Luciane. Portanto, também comprovada a sua participação no esquema. – 6. Elaine Fernanda Stella. Então chefe de cerimonial, conhecia João Fragoso desde a gestão municipal anterior e, segundo este, recebeu dinheiro destinado ao Prefeito pelo menos uma vez, oportunidade em que compareceu na agência bancária para saque de cheques; a informação foi ratifica por Éder José na CPI, que disse ter entregado o dinheiro para Elaine. Ademais, teve um muro edificado em sua residência a pedido e pagamento de João Fragoso, conforme informado por Aires Rodrigues. Assim, comprovado o envolvimento no esquema. – 7. Pedro Luiz Olivieri Lucchesi. A compra de máquina para João em seu cartão e o acolhimento de Éder em seu sítio é insuficiente para a caracterização do ato de improbidade administrativa. A acusação de entrega de dinheiro para João, além de ter sido mencionado apenas pelo próprio João (não encontra respaldo em qualquer outro depoimento), não restou bem explicada, já que João afirma corresponder a um serviço prestado. Ademais, o serviço atestado a fls. 328 provavelmente foi prestado pela empresa ré, já que a nota nº 434 não faz parte da lista de documentos impugnados pelo Ministério Público. Por tais motivos, a ação é improcedente em relação a ele. – 8. Daniela Segarra Arca. A acusação feita por João, no sentido de que Daniela era contatada pelo Prefeito para dar aparência de legalidade a serviços prestados por empresa escolhida, não encontra respaldo em nenhum outro depoimento ou prova dos autos, sendo, por si só, insuficiente para condenação por ato de improbidade administrativa. No que diz respeito às contratações objeto da ação, só uma foi precedida de licitação, o pregão nº 52/2009. Os documentos acostados aos autos demonstram que Daniela limitou-se a opinar pela possibilidade de realização da licitação na modalidade pregão; a pregoeira e Presidente da Comissão de Licitação era Erika Marin Henrique, conforme Portaria nº 3.876/09 e documento de fls. 500, vol. 3. No mais, João informa apenas ter participado da licitação com a empresa Casa Nova, a qual venceu o certame, mas acabou lhe passando o serviço em razão dos custos para vir para Avaré, já que a empresa se localizava em Itaberá; não há provas de que o subempreitamento do objeto da licitação tenha sido planejado, menos ainda da participação de Daniela em um suposto esquema. A ação foi corretamente julgada improcedente em face da mesma. – Procedência em parte. Recurso de Pedro Luiz Olivieri Lucchesi provido. Recursos do Ministério Público e das corrés Maria Aparecida Lellis, Luciane Rossito e Elaine Fernanda Stella desprovidos.

4- 1001636-48.2015.8.26.0619

Classe/Assunto: Apelação / Atos Administrativos

Relator(a): Luciana Bresciani

Comarca: Taquaritinga

Órgão julgador: 2ª Câmara de Direito Público

Data do julgamento: 23/01/2018

Data de publicação: 23/01/2018

Data de registro: 23/01/2018

Ementa: Mandado de segurança – Contrato Administrativo – Impetrante que foi notificada do encerramento da relação contratual precária que mantinha com o Município de Taquaritinga, em razão da assinatura de contrato de concessão dos serviços de transporte urbano e rural de passageiros com a Empresa Viação Paraty Ltda. em 27 de maio de 2015, decorrente da concorrência nº 004/2011 – Alegação de superveniente incapacidade da Viação Paraty para contratar com o Poder Público, decorrente da condenação de seu sócio por fraude a licitação e pelo ajuizamento de ação civil pública por ato de improbidade contra empresa, o que tornaria temerária a concessão dos serviços de transporte para ela – Ilegalidade que consistira na omissão do Município no dever de exigir a apresentação de declaração de desimpedimento atualizada por ocasião da contratação – Ação penal ajuizada contra o sócio da empresa contratada pelo cometimento do delito previsto no artigo 90 da Lei nº 8.666/1993, c.c. artigos 29 e 71, ambos do Código Penal – Extinção da pretensão punitiva em razão da prescrição reconhecida no habeas corpus nº 2128858-93.2015.8.26.0000, já transitado em julgado – Ação civil pública ajuizada pelos mesmos fatos que, ao tempo da contratação e da impetração da ação mandamental sequer havia sido sentenciada – Ausência de direito líquido e certo a ser amparado nesta via – Recurso desprovido.

5- 2146772-05.2017.8.26.0000

Classe/Assunto: Habeas Corpus / Crimes da Lei de licitações

Relator(a): Francisco Bruno

Comarca: Barueri

Órgão julgador: 10ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 14/09/2017

Data de publicação: 13/12/2017

Data de registro: 13/12/2017

Ementa: Habeas Corpus. Formação de quadrilha e fraude a licitação. Pedido de trancamento de ação penal. Impossibilidade. Denúncia recebida. Indícios suficientes de autoria e materialidade delitiva. Inviabilidade de incursão na matéria probatória. Ordem denegada.

6- 0002370-26.2007.8.26.0480

Classe/Assunto: Apelação / Crimes da Lei de licitações

Relator(a): Carlos Monnerat

Comarca: Presidente Bernardes

Órgão julgador: 9ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 09/11/2017

Data de publicação: 16/11/2017

Data de registro: 16/11/2017

Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL. Fraude a licitação. Art. 96, II, III, IV e V da Lei 8.666/93. Licitação vencida por "empresa de fachada" favorecida no edital, para a construção de casas da CDHU, utilizando-se de materiais de baixa qualidade, inferiores aos contratados, causando prejuízo ao erário. Sentença condenatória. Climério alega as preliminares de nulidade da denúncia, haja vista o equívoco na classificação jurídica da conduta e da sentença, vez que equivocada no seu relatório e fundamentação. No mérito ambos os réus requerem a absolvição pela fragilidade probatória. Subsidiariamente pretendem a atenuação da reprimenda, afastando os motivos ensejadores da majoração da pena base, bem como o abrandamento do regime prisional e a substituição da carcerária por restritivas de direitos. Preliminar rejeitada. Denúncia preenche os requisitos do artigo 41 do Código de Processo Penal. Réus se defendem dos fatos e não da definição jurídica. Eventual equívoco na disposição dos fatos ou nas condutas imputadas pelos Réus confundem-se com o mérito. Mérito. Materialidade inconteste. Além da fraude à licitação restou comprovada a entrega de mercadorias inferiores àquelas contratadas, onerando, injustamente, a execução do contrato. Figura tipificada no inciso II não comprovada. Ausência de venda de mercadoria falsificada ou deteriorada. Sendo Lourival o proprietário da empresa contratada, evidente sua autoria delitiva. Apesar de Climério não ter participado da licitação o mesmo pode ser enquadrado nas penas do art. 96 da Lei 8666/93, pois o conjunto probatório demonstra que concorreu para o delito, em conluio com os corréus, utilizando-se de sua função de engenheiro da CDHU e recebendo vantagem indevida. Dosimetria comporta reparo. Ações penais em andamento não tem o condão de majorar a pena base como maus antecedentes ou caracterizar personalidade voltada a pratica delitiva. Vedação pela Súmula 444 do STJ. Agravante prevista no artigo 61, inciso II, alínea g, do Código Penal deve prevalecer para Climério, pois violou dever inerente ao cargo de funcionário da CDHU. Regime prisional semiaberto decorre do quantum da pena, superior a 04 anos e dos motivos ensejadores da majoração da pena base, o que também impede a substituição da carcerária por restritivas de direitos. Preliminares rejeitadas. Recursos parcialmente providos.

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7- 0000030-06.2013.8.26.0414

Classe/Assunto: Apelação / Crimes da Lei de licitações

Relator(a): Vico Mañas

Comarca: Palmeira D Oeste

Órgão julgador: 12ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 24/05/2017

Data de publicação: 29/05/2017

Data de registro: 29/05/2017

Ementa: Fraude a licitação - art. 89 da Lei 8.666/93 – crime material – necessidade de efetivo prejuízo ao erário – atipicidade

8- 2048668-75.2017.8.26.0000

Classe/Assunto: Habeas Corpus / DIREITO PENAL

Relator(a): Tristão Ribeiro

Comarca: São Paulo

Órgão julgador: 5ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 18/05/2017

Data de publicação: 18/05/2017

Data de registro: 18/05/2017

Ementa: INQUÉRITO POLICIAL. Fraude a licitação e falsidade ideológica. Pleito de trancamento do procedimento investigativo. Reabertura de inquérito já arquivado. Alegações de atipicidade da conduta, de falta de novas provas e da ocorrência da prescrição. Inocorrência. Investigação que abrange, também, fatos diversos dos relatados pelos impetrantes e já apurados em outros procedimentos. Existência de indícios da ocorrência de crimes que não permitem obstaculizar as investigações. Ordem denegada, cassada a liminar

9- 0001796-77.2013.8.26.0355

Classe/Assunto: Apelação / Crimes da Lei de licitações

Relator(a): Otávio de Almeida Toledo

Comarca: Miracatu

Órgão julgador: 10ª Câmara Criminal Extraordinária

Data do julgamento: 17/02/2017

Data de publicação: 22/02/2017

Data de registro: 22/02/2017

Ementa: TENTATIVA DE FRAUDE A LICITAÇÃO. Apelo que espera a absolvição por insuficiência de provas. Impossibilidade. Relato seguro das servidoras que receberam a pressão e a promessa de entrega de valores indevidos para adulteração do produto de empresas concorrentes. Negativa isolada e fantasiosa. Condenação acertada. Penas dosadas no piso legal. Recurso provido em parte, apenas para corrigir o número de dias-multa imposto.

10- 0005281-04.2014.8.26.0306

Classe/Assunto: Recurso em Sentido Estrito / Crimes da Lei de licitações

Relator(a): Otavio Rocha

Comarca: José Bonifácio

Órgão julgador: 7ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 29/09/2016

Data de publicação: 05/10/2016

Data de registro: 05/10/2016

Ementa: Fraudes a licitações em detrimento de pessoas jurídicas de direito público interno dos três níveis (artigo 90 da Lei 8.666/93) – Recurso ministerial contra decisão que acolheu exceção de incompetência oposta pelos réus Olívio Scamatti, Maria Augusta Seller Scamatti e Paulo Roberto Chioca, reconhecendo a competência da Justiça Federal para julgar a matéria – Delitos conexos que devem ser julgados pela Justiça Federal – Inteligência da Súmula 122 do Superior Tribunal de Justiça – Recurso desprovido.

11- 0014263-37.2009.8.26.0482

Classe/Assunto: Apelação / Crimes da Lei de licitações

Relator(a): Vico Mañas

Comarca: Presidente Prudente

Órgão julgador: 12ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 10/08/2016

Data de publicação: 16/08/2016

Data de registro: 16/08/2016

Ementa: Fraude a licitação – prefeito - suficiência de provas – conduta típica - dolo configurado - condenação Fraude a licitação – prefeito – causa de aumento do art. 84, § 2º, da Lei 8.666/93 – inaplicabilidade

12- 0076751-97.2008.8.26.0050

Classe/Assunto: Apelação / Crimes da Lei de licitações

Relator(a): Otávio de Almeida Toledo

Comarca: São Paulo

Órgão julgador: 5ª Câmara Criminal Extraordinária

Data do julgamento: 19/02/2016

Data de publicação: 22/02/2016

Data de registro: 22/02/2016

Ementa: FRAUDE A LICITAÇÃO. Apelo que alega insuficiência de prova acerca da materialidade. Perícia por amostragem suficiente. Precedentes. Prejuízo verificado. Provas suficientes. Negativa isolada e insuficiente. Condenação acertada. Penas bem dosadas. Apelo improvido

13- 0002073-63.2011.8.26.0129

Classe/Assunto: Embargos de Declaração / Prevaricação

Relator(a): Ivana David

Comarca: Casa Branca

Órgão julgador: 9ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 12/11/2015

Data de publicação: 13/11/2015

Data de registro: 13/11/2015

Outros números: 2073632011826012950000

Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – FRAUDE A LICITAÇÃO - INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO, OBSCURIDADE, AMBIGUIDADE OU CONTRADIÇÃO NO ACÓRDÃO – REJEIÇÃO. ACÓRDÃO EMBARGADO QUE APRECIOU AS TESES DEFENSIVAS DEDUZIDAS FUNDAMENTADAMENTE, EXPLICITANDO AS RAZÕES QUE LEVARAM À MANUTENÇÃO DA SENTENÇA, NÃO HÁ COMO SE ACOLHER EMBARGOS DECLARATÓRIOS. EMBARGOS REJEITADOS.

14- 0000129-40.2010.8.26.0168

Classe/Assunto: Apelação / Crimes da Lei de licitações

Relator(a): Otávio de Almeida Toledo

Comarca: Dracena

Órgão julgador: 5ª Câmara Criminal Extraordinária

Data do julgamento: 17/07/2015

Data de publicação: 17/07/2015

Data de registro: 17/07/2015

Ementa: FRAUDE A LICITAÇÃO. Apelo ministerial pela reversão da sentença absolutória. Necessidade. Provas dos autos que indicam a contento que o apelado tinha conhecimento da origem dos bens comercializados. Falsificação perceptível por pessoas leigas. Empresário responsável pela origem dos bens que fornece, principalmente quando os vende ao Estado. Preços praticados cerca de 30% abaixo da média dos concorrentes por produtos adquiridos de Foz do Iguaçu e com selo de autenticidade na

embalagem diverso do original. Condenação de rigor. Apelo provido para cassar a absolvição e julgar procedente a ação penal, condenando o ora apelado às penas de 3 anos de detenção, mais 10 dias-multa, no regime inicial aberto e com substituição por penas alternativas.

15- 0000712-06.2008.8.26.0488

Classe/Assunto: Apelação / Crimes da Lei de licitações

Relator(a): Eduardo Abdalla

Comarca: Queluz

Órgão julgador: 2ª Câmara Criminal Extraordinária

Data do julgamento: 04/05/2015

Data de publicação: 05/05/2015

Data de registro: 05/05/2015

Ementa: FRAUDE A LICITAÇÃO. Preliminares de nulidade do processo e da sentença repelidas. As Turmas que compõem a Terceira Seção do STJ já se manifestaram no sentido de que o art. 89 da Lei nº 8.666/93 revogou o inciso XI do art. 1º do Decreto-lei n.º 201/67, devendo, portanto, ser aplicado às condutas típicas praticadas por prefeitos após sua vigência. MÉRITO. Manutenção da condenação. Dolo evidenciado. Tipo que inexiste finalidade especial, como o prejuízo ao erário. Diminuição das penas. Regime intermediário preservado. Provimento parcial

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16- 2056924-46.2013.8.26.0000

Classe/Assunto: Habeas Corpus / Crimes da Lei de licitações

Relator(a): Otávio de Almeida Toledo

Comarca: São Paulo

Órgão julgador: 16ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 15/04/2014

Data de publicação: 07/05/2014

Data de registro: 07/05/2014

Ementa: FORMAÇÃO DE CARTEL E FRAUDE A LICITAÇÃO. Pretendido trancamento da ação penal. Inépcia da denúncia. Ataque à decisão que recebeu a denúncia por contar com fundamentação insuficiente. Ordem parcialmente concedida para reconhecer a nulidade da decisão que ratificou o recebimento da denúncia por absoluta ausência de fundamentação, para que outra seja proferida em seu lugar, enfrentando, ainda que de forma sucinta, as teses suscitadas na resposta à acusação

17- 0116053-16.2013.8.26.0000

Classe/Assunto: Habeas Corpus / Crimes da Lei de licitações

Relator(a): Amado de Faria

Comarca: Olímpia

Órgão julgador: 3ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 17/09/2013

Data de publicação: 23/09/2013

Data de registro: 23/09/2013

Ementa: HABEAS CORPUS FRAUDE A LICITAÇÃO LEI nº. 8.666, de 21.06.1993 (Art. 90) DENÚNCIA INÉPCIA INOCORRÊNCIA AÇÃO PENAL TRANCAMENTO IMPOSSIBILIDADE O vocábulo "vantagem" que compõe o tipo do art. 90 da Lei nº. 8.666, de 21.06.1993 não é adjetivado Não se refere à vantagem econômica ou patrimonial Sequer a lei menciona a sua ilicitude A Denúncia descreve as condutas que teriam, em tese, fraudado o certame licitatório, com o início antecipado da obra, de sorte a fazer coincidir, mais tarde, os termos da licitação às condições do fornecedor Situação agravada pela ausência de dados específicos nas notas fiscais e de emprenho capazes de identificar os materiais utilizados na obra Evidente prejuízo à regularidade do certame licitatório a repercutir na sua competitividade Ajuste posterior da licitação à obra em andamento Vantagem que, nestas circunstâncias, teriam sido auferidas pelo responsável pela construção da obra Matéria de mérito que deve ser apreciada no momento oportuno, após a instrução com oportunidade às partes para produção de prova sob o crivo do contraditório Inexistência de constrangimento ilegal ORDEM DE HABEAS CORPUS DENEGADA.

18- 0008558-92.2007.8.26.0073

Classe/Assunto: Apelação / Crimes da Lei de licitações

Relator(a): Francisco Bruno

Comarca: Avaré

Órgão julgador: 10ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 21/02/2013

Data de publicação: 21/02/2013

Data de registro: 21/02/2013

Ementa: Apelação. Fraude a licitação. Inexistência de prova concreta da vantagem que teria sido obtida pelo acusado. Benefício da dúvida que se impõe. Recurso provido.

19- 0163262-15.2012.8.26.0000

Classe/Assunto: Habeas Corpus / DIREITO PENAL

Relator(a): Otávio de Almeida Toledo

Comarca: São Paulo

Órgão julgador: 16ª Câmara de Direito Criminal

Data do julgamento: 13/11/2012

Data de publicação: 14/11/2012

Data de registro: 14/11/2012

Ementa: FRAUDE A LICITAÇÃO. Impetração que espera a concessão da ordem para que seja a autoridade policial impedida de realizar o formal indiciamento dos pacientes. Elementos indicativos suficientes para averiguação por inquérito policial. Eventual indiciamento como medida administrativa decorrente da colheita de indícios pela autoridade policial que apontariam no sentido da autoria delitiva, no seu convencimento. Inexistência de constrangimento ilegal. Precedentes. Autoridade coatora que, ao denegar habeas corpus em Primeira Instância, decidiu com propriedade por considerar que não há real promessa de indiciamento. Inexistência de constrangimento ilegal pelo eventual indiciamento se presentes elementos indiciários suficientes. Análise prévia inviável em sede de habeas corpus. Ordem denegada.