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PEÇA 1 Luís Mata prestou serviços como motorista na empresa Vai Já Ltda no período de 02 de agosto de 2013 a 03 de novembro de 2015, com salário mensal de R$ 2.200,00, anotando o início e final da jornada diária, no sistema de ponto eletrônico, não questionando valores referentes a horas extras já pagos pela empresa. No dia 31 de outubro de 2015, considerando a chegada de um feriado prolongado, aproveitou o motorista para tomar umas três cervejas e uma dose de vodca ice, com colegas que encontrou na região de Praia Grande, até porque, estava bastante calor. No retorno a São Vicente, envolveu-se em acidente, no qual houve perda total da van, totalizando um prejuízo de 42.000,00, tendo derrubado o muro de uma residência, cuja reconstrução ficou em 2.000,00. Os policiais observaram o estado de embriaguez, sendo aplicado o teste de bafômetro e constatado o nível de álcool no sangue. A empresa aplicou justa causa, por conta de infração à Lei Seca, realizando a paga de saldo salarial, vez que ausentes férias vencidas devidas. O antigo funcionário não se conformou com a medida punitiva e ajuizou reclamatória, pleiteando fosse declarada a nulidade da justa causa, pleiteando, em consequência a paga de verbas rescisórias, liberação de depósitos em conta vinculada acrescidos da indenização compensatória de 40% além do seguro desemprego, bem como indenização por dano moral, vez que todos passaram a acreditar que o ex-empregado era bêbado. Por ausente pagamento das verbas rescisórias, pretende a incidência do previsto aos artigos 467 e 477 da CLT. Acrescente-se que, ao apresentar o rol de pedidos, deixou o Reclamante de aduzir a pretensão

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PEÇA 1

Luís Mata prestou serviços como motorista na empresa Vai Já Ltda no período de 02 de agosto de 2013 a 03 de novembro de 2015, com salário mensal de R$ 2.200,00, anotando o início e final da jornada diária, no sistema de ponto eletrônico, não questionando valores referentes a horas extras já pagos pela empresa. No dia 31 de outubro de 2015, considerando a chegada de um feriado prolongado, aproveitou o motorista para tomar umas três cervejas e uma dose de vodca ice, com colegas que encontrou na região de Praia Grande, até porque, estava bastante calor. No retorno a São Vicente, envolveu-se em acidente, no qual houve perda total da van, totalizando um prejuízo de 42.000,00, tendo derrubado o muro de uma residência, cuja reconstrução ficou em 2.000,00. Os policiais observaram o estado de embriaguez, sendo aplicado o teste de bafômetro e constatado o nível de álcool no sangue. A empresa aplicou justa causa,  por conta de infração à Lei Seca, realizando a paga de saldo salarial, vez que ausentes férias vencidas devidas. O antigo funcionário não se conformou com a medida punitiva e ajuizou reclamatória, pleiteando fosse declarada a nulidade da justa causa, pleiteando, em consequência a paga de verbas rescisórias, liberação de depósitos em conta vinculada acrescidos da indenização compensatória de 40% além do seguro desemprego, bem como indenização por dano moral, vez que todos passaram a acreditar que o ex-empregado era bêbado. Por ausente pagamento das verbas rescisórias, pretende a incidência do previsto aos artigos 467 e 477 da CLT.

Acrescente-se que, ao apresentar o rol de pedidos, deixou o Reclamante de aduzir a pretensão quanto ao pagamento da indenização por dano moral. Também é aqui esclarecido que a Empregadora, ao rescindir o contrato por justa causa, valeu-se de informações prestadas por agente da Polícia Militar.

Como advogado do reclamante, elabore a contestação do Reclamado.

LEGISLAÇÃO PERTINENTE – DIREITO MATERIAL APLICÁVEL AO CASO

LEI 11.705/2008 – “LEI SECA”

Art. 1o  Esta Lei altera dispositivos da Lei n o 9.503, de 23 de setembro de 1997 , que institui o Código de Trânsito Brasileiro, com a finalidade de estabelecer alcoolemia 0 (zero) e de impor penalidades mais severas para o condutor que dirigir sob a influência do álcool, e da Lei n o 9.294, de 15 de julho de 1996 , que dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda de produtos fumígeros, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos agrícolas, nos termos do § 4 o

do art. 220 da Constituição Federal, para obrigar os estabelecimentos comerciais em que se vendem ou oferecem bebidas alcoólicas a estampar, no recinto, aviso de que constitui crime dirigir sob a influência de álcool. 

Lei 9.503/97. “Art. 165.  Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência: 

Infração - gravíssima; 

Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses;

 Medida Administrativa - retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado e recolhimento do documento de habilitação.

Lei 9.503/97. “Art. 276.  Qualquer concentração de álcool por litro de sangue sujeita o condutor às penalidades previstas no art. 165 deste Código.

 Parágrafo único.  Órgão do Poder Executivo federal disciplinará as margens de tolerância para casos específicos.” (NR) 

CLT – “JUSTA CAUSA” E “FÉRIAS PROPORCIONAIS”

Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:

(...)

f) embriaguez habitual ou em serviço; (...)

Art. 146 - Na cessação do contrato de trabalho, qualquer que seja a sua causa, será devida ao empregado a remuneração simples ou em dobro, conforme o caso, correspondente ao período de férias cujo direito tenha adquirido.

Parágrafo único - Na cessação do contrato de trabalho, após 12 (doze) meses de serviço, o empregado, desde que não haja sido demitido por justa causa, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias, de acordo com o art. 130, na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de serviço ou fração superior a 14 (quatorze) dias

Art. 147 - O empregado que for despedido sem justa causa, ou cujo contrato de trabalho se extinguir em prazo predeterminado, antes de completar

12 (doze) meses de serviço, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias, de conformidade com o disposto no artigo anterior.

LEI 4.090/62 –“ LEI DO 13º SALÁRIO”

Art. 1º - No mês de dezembro de cada ano, a todo empregado será paga, pelo empregador, uma gratificação salarial, independentemente da remuneração a que fizer jus.

        § 1º - A gratificação corresponderá a 1/12 avos da remuneração devida em dezembro, por mês de serviço, do ano correspondente.

        § 2º - A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho será havida como mês integral para os efeitos do parágrafo anterior.

        § 3º - A gratificação será proporcional:      (Incluído pela Lei nº 9.011, de 1995)

        I - na extinção dos contratos a prazo, entre estes incluídos os de safra, ainda que a relação de emprego haja findado antes de dezembro; e          (Incluído pela Lei nº 9.011, de 1995)

       II - na cessação da relação de emprego resultante da aposentadoria do trabalhador, ainda que verificada antes de dezembro.        (Incluído pela Lei nº 9.011, de 1995)

        Art. 2º - As faltas legais e justificadas ao serviço não serão deduzidas para os fins previstos no § 1º do art. 1º desta Lei.

        Art. 3º - Ocorrendo rescisão, sem justa causa, do contrato de trabalho, o empregado receberá a gratificação devida nos termos dos parágrafos 1º e 2º do art. 1º desta Lei, calculada sobre a remuneração do mês da rescisão.

        Art. 4º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL – “13º SALÁRIO, FÉRIAS, TERÇO DE FÉRIAS E AVISO PRÉVIO”

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

 VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;

XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;

ADCT DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL – MULTA DDE 40% DO FGTS

Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição:

I - fica limitada a proteção nele referida ao aumento, para quatro vezes, da porcentagem prevista no art. 6º, "caput" e § 1º, da Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966;

Lei 5.107/66 foi revogada pela Lei 7.839/89, que foi revogada pela Lei 8036/90

LEI 8036/90 – MULTA DE 40% DO FGTS

Art. 18. Ocorrendo rescisão do contrato de trabalho, por parte do empregador, ficará este obrigado a depositar na conta vinculada do trabalhador no FGTS os valores relativos aos depósitos referentes ao mês da rescisão e ao imediatamente anterior, que ainda não houver sido recolhido, sem prejuízo das cominações legais. (Redação dada pela Lei nº 9.491, de 1997)

 § 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa, depositará este, na conta vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta por cento do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros. (Redação dada pela Lei nº 9.491, de 1997)

LEI 12.506/11 – LEI DO AVISO PRÉVIO PROPORCIONAL AO TEMPO DE SERVIÇO

Art. 1o  O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei n o 5.452, de 1 o de maio de 1943 , será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa. 

Parágrafo único.  Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias. 

Art. 2o  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 

CONSTITUIÇÃO FEDERAL – DIREITO À IMAGEM

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

CÓDIGO CIVIL – ATO ILÍCITO E INDENIZAÇÃO

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

CLT – APLICABILIDADE SUBSIDIÁRIA DO CÓDIGO CIVIL

Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público.

Parágrafo único - O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho, naquilo em que não for incompatível com os princípios fundamentais deste.

JURISPRUDÊNCIA

TIPO:  RECURSO ORDINÁRIO

DATA DE JULGAMENTO: 03/12/2015

RELATOR(A): MARCOS NEVES FAVA

REVISOR(A): MANOEL ARIANO

ACÓRDÃO Nº:  20151057006

PROCESSO Nº: 00021004420135020016 A28        ANO: 2015          TURMA: 14ª

DATA DE PUBLICAÇÃO: 16/12/2015

PARTES:

RECORRENTE(S):       Mauro Miranda Alves

RECORRIDO(S):       SABESP CIA SANEAM BASIC EST SAO PAULO

EMENTA:

RESCISÃO CONTRATUAL SEM JUSTA CAUSA. EMPREGADO ETÍLICO. DOENÇA GRAVE, CRÔNICA E ESTIGMATIZANTE. PRESUNÇÃO DE DISCRIMINAÇÃO. PROVA PATRONAL CONTRA A PRESUNÇÃO JURIS TANTUM. INEXISTÊNCIA. NULIDADE DO DESPEDIMENTO. REINTEGRAÇÃO. A dispensa sem justa causa de trabalhador

acometido por doença grave ou estigmatizante presume-se discriminatória, conforme assentado pela jurisprudência estabilizada. Tal presunção, juris tantum, permite prova contra si, cujo ônus incumbe, obviamente, ao empregador que praticou o ato. A dispensa aleatória e resultante de um hoje inexistente poder potestativo não pode sustentar-se sem justificativa, no atual patamar civilizatório. A Constituição, embora não regulamentada por dolosa omissão do Parlamento, já assegura proteção contra despedida arbitrária em geral (artigo 7.º, I). Se não são colhidas, nos autos, provas em favor das alegações patronais para justificar a rescisão, o reconhecimento de sua nulidade é medida de justiça. Recurso a que se dá provimento.

TIPO:  RECURSO ORDINÁRIO

DATA DE JULGAMENTO: 20/10/2015

RELATOR(A): MARIA DA CONCEIÇÃO BATISTA

REVISOR(A): JOMAR LUZ DE VASSIMON FREITAS

ACÓRDÃO Nº:  20150921424

PROCESSO Nº: 00028806920145020041 A28        ANO: 2015          TURMA: 5ª

DATA DE PUBLICAÇÃO: 22/10/2015

PARTES:

RECORRENTE(S):       Jonatas Gonçalves da Silva Oliveira

RECORRIDO(S):       Tecno Serviços Gerais e Portaria LTDA       SAINT-GOBAIN DISTRIBUIÇÃO BRASIL LTDA

EMENTA:

CONFIGURAÇÃO DA JUSTA CAUSA OBREIRA POR ATO ÚNICO. GRAVIDADE DA FALTA QUE JUSTIFICA A RESCISÃO SEM O PAGAMENTO DOS CONSECTÁRIOS: Indubitavelmente certos comportamentos faltosos, dada a sua gravidade,com evidente potencial de prejudicialidade reflexa, inclusive a terceiros, prescindem de conduta reiterada do trabalhador e se configura como falta grave por um único ato, como no caso dos autos,que o autor,mesmo trabalhando como controlador de portaria(,cujas funções exigem vigília, atenção permanente, para se alcançar o objetivo da sua contratação) foi flagrado dormindo em evidente estado de embriaguez

TIPO:  RECURSO ORDINÁRIO

DATA DE JULGAMENTO: 15/09/2015

RELATOR(A): RICARDO VERTA LUDUVICE

REVISOR(A): ODETTE SILVEIRA MORAES

ACÓRDÃO Nº:  20150809110

PROCESSO Nº: 00008279220145020081 A28        ANO: 2015          TURMA: 11ª

DATA DE PUBLICAÇÃO: 22/09/2015

PARTES:

RECORRENTE(S):       José Antonio da Silva

RECORRIDO(S):       Estacas Franki LTDA

EMENTA:

"RESCISÃO CONTRATUAL POR JUSTA CAUSA DIANTE DA EMBRIAGUEZ DO EMPREGADO: Deve-se atentar (até mesmo a teor do que se convencionou chamar de senso comum) para o fato de que a comprovação do estado de embriaguez do empregado não está atrelado à realização de teste de dosagem alcoólica, eis que pode ser constatado por qualquer pessoa com razoável senso de observação. Também é irrelevante que a embriaguez não tenha provocado prejuízos à integridade física de terceiros, sendo suficiente a potencialidade do risco. Recurso ordinário do reclamante improvido."

TIPO:  RECURSO ORDINÁRIO

DATA DE JULGAMENTO: 07/08/2014

RELATOR(A): MARCOS NEVES FAVA

REVISOR(A): FRANCISCO FERREIRA JORGE NETO

ACÓRDÃO Nº:  20140669277

PROCESSO Nº: 00016448520135020019 A28        ANO: 2014          TURMA: 14ª

DATA DE PUBLICAÇÃO: 19/08/2014

PARTES:

RECORRENTE(S):       Vagner Ribeiro de Souza

RECORRIDO(S):       Maria Pasetti de Souza

EMENTA:

Justa causa. Embriaguez no trabalho. Eventos isolados. Caracterização. A embriaguez habitual é figura distinta da situação de entorpecimento do trabalhador no horário de trabalho. Enquanto aquela configura doença, que deve ser tratada, se necessário com afastamento previdenciário, esta, como ato isolado, reflete irresponsabilidade e quebra dos deveres contratuais.

Desnecessária a reincidência, autorizada a justa causa à primeira ocorrência. Recurso a que se nega provimento, neste particular.

TIPO:  RECURSO ORDINÁRIO

DATA DE JULGAMENTO: 29/10/2013

RELATOR(A): MARIA JOSÉ BIGHETTI ORDOÑO REBELLO

REVISOR(A): SERGIO ROBERTO RODRIGUES

ACÓRDÃO Nº:  20131192137

PROCESSO Nº: 00006606920125020332 A28        ANO: 2013          TURMA: 11ª

DATA DE PUBLICAÇÃO: 06/11/2013

PARTES:

RECORRENTE(S):       MUNICIPIO DE ITAPECERICA DA SERRA

RECORRIDO(S):       MARCELO GOMES DAS SANTOS

EMENTA:

EMBRIAGUEZ HABITUAL. REINTEGRAÇÃO. Há tempos a jurisprudência abandonou o disposto nos termos do artigo 482, "f" da CLT como razão para rescisão motivada de contrato , posto que a embriaguez habitual é considerada uma doença. Diante do estigma social que acompanha o alcoólatra, é natural a sua resistência inicial, e há que se conceder um período razoável de tempo para que ocorra a conscientização da necessidade de tratamento, o que não advém em uma simples consulta. O empregado serviu à Prefeitura por catorze anos. O problema era recorrente e de conhecimento da reclamada há um bom tempo. Não foram adotadas medidas disciplinares com caráter gradual, como advertências, suspensões. A prova documental acerca do oferecimento de tratamento médico é frágil e não demonstra, satisfatoriamente, a recusa reiterada do reclamante em se submeter ao tratamento oferecido, sem prejuízo ao seu emprego, além de nada provar sobre encaminhamento ao INSS. Não pode se esquecer o empregador, e mormente quando este é o próprio Município, sua função social. Não é correto descartar o empregado como se fosse um incômodo problema, devolvê-lo à sociedade sem condições de sustento próprio e cada vez mais afundado no vício, adotando, na verdade, como providência e de imediato a pena máxima da demissão motivada. Cabe ainda considerar que de fato o reclamante não é portador de garantia provisória do emprego, mas como constado pela perícia, sendo portador de "alcoolismo crônico" o contrato não pode ser extinto enquanto o empregado estiver doente, razão pela qual também correta a determinação de reintegração do empregado determinada pelo Juízo a quo para que seja submetido a efetivo tratamento.

WWW.TRT2.JUS.BR

ESTRUTURA DA CONTESTAÇÃO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA __a VARA DO TRABALHO DE ______________

Processo ________________

(nome do Reclamado), Reclamado já qualificado nos presentes autos, por seu advogado ao final assinado, nos autos do processo em epígrafe que lhe move (nome do Reclamante), vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência para, com base no artigo 847 da CLT, ofertar CONTESTAÇÃO, como a seguir elucidado:

I- PRELIMINARES . Antes da análise do mérito, necessário suscitar as questões preliminares a seguir expostas:

Da inépcia da petição inicial (art. 337, IV, CPC c/c art. 330, I, do CPC c/c art. 485, I, do CPC) ausência de pedido

II- DO MÉRITO. Mesmo que ultrapassada a matéria preliminar suscitada, no mérito improcedência merece a reclamatória proposta. Demonstremos:

II.1- DO CONTRATO DE TRABALHO. Informações básicas sobre o contrato de trabalho do Reclamante (data de admissão, função, salário, data de demissão e motivação da rescisão contratual).

II.2 – DA JUSTA CAUSA (fundamentar dos pontos de vista fático e jurídico a justa causa aplicada).

II.3 – DAS VERBAS RESCISÓRIAS. Fundamentar o não pagamento da multa de 40% do FGTS, das férias proporcionais, do 13º salário proporcional, da não entrega das guias TRCT pelo Código 01(para saque dos depósitos do FGTS) e das guias “Comunicação de Dispensa” para habilitação no benefício do seguro desemprego e da não concessão de aviso prévio.

III.4- DA MULTA DO ARTIGO 477, §8º, DA CLT. Informar e comprovar a consignação em pagamento realizada (juntando documentos comprobatórios da propositura da ação de consignação em pagamento), e fundamentar o não enquadramento na hipótese do parágrafo 8º do artigo 477 da CLT.

III.5- DA MULTA DO ARTIGO 467 DA CLT. Fundamentar o não enquadramento do caso em tela na hipótese do artigo 467 da CLT.

III.6- DOS DANOS MORAIS. Fundamentar a inexistência de prática de ato ilícito que fosse capaz de gerar dever de indenização por danos (não enquadramento aos termos do artigo 927 do Código Civil), além de negar a ocorrência dos danos morais alegados pelo Reclamante. Com base no princípio da eventualidade, requerer que, na hipótese de condenação, que o valor da indenização seja arbitrado com a devida equidade.

IV- REQUERIMENTOS FINAIS

- Requerimento de extinção do processo sem a resolução do mérito em razão da inépcia da peça inicial (conforme preliminar).

- Requerer que, em sendo ultrapassada a matéria preliminar, que a ação seja julgada totalmente improcedente.

- Requerer a produção de provas.

Termos em que,Pede e espera deferimento.Local/Data

Nome do Advogado – OAB/SP no. ____________