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Cálculo e Instrumentos Financeiros Estes 10 textos são uma selecção dos melhores trabalhos de entre um conjunto de mais de 270 trabalhos que traduzem o primeiro momento de avaliação da disciplina Cálculo e Instrumentos Financeiros do curso de Economia da Faculdade de Economia do Porto. As instruções diziam que o tema do texto era livre, que o texto deveria ter menos de 400 palavras e conter quadros e figuras com dados retirados de bases de dados disponíveis on-line. Foram realizados em Outubro de 2013. 1

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Cálculo e Instrumentos Financeiros

Estes 10 textos são uma selecção dos melhores trabalhos de entre um conjunto de mais de 270 trabalhos que traduzem o primeiro momento de avaliação da disciplina Cálculo e Instrumentos Financeiros do curso de Economia da Faculdade de Economia do Porto.

As instruções diziam que o tema do texto era livre, que o texto deveria ter menos de 400 palavras e conter quadros e figuras com dados retirados de bases de dados disponíveis on-line.

Foram realizados em Outubro de 2013.

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Cálculo e Instrumentos Financeiros

O Impacto da Educação na Economia

Agenor Bonito de Andrade Ranhada Rolo

Introdução

A educação é globalmente considerada um motor do crescimento e desenvolvimento económico. Contudo, apenas ganhou relevância para a Economia desde 1960 com a introdução do conceito de capital humano que quantifica as habilitações de um indivíduo enquanto “ferramentas” produtivas. Denison e Schultz impulsionaram o estudo da relação entre educação e crescimento económico e concluíram que o investimento em educação traduz-se numa variação positiva do rendimento nacional e rendimento per capita. Focar-me-ei nos sectores do desenvolvimento e emprego para explicitar a relação Economia Educação.

Contraste Norte/Sul

Examinando a figura 1 observa-se um constraste que separa os países do hemisfério Norte dos do hemisfério Sul. Assim, a média de anos dedicada à educação é superior nos primeiros. A escolaridade é seguramente a variável mais importante do cálculo do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Logo a assimetria Norte/Sul está associada aos défices educacionais que os países do Sul apresentam o que ajuda a explicar também a disparidade nos valores de desenvolvimento económico.

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Cálculo e Instrumentos Financeiros

Educação e Emprego em Portugal

Tal como é evidenciado na fig.2, a empregabilidade aumenta com o nível de escolaridade e os valores portugueses situam-se na maioria acima da média comunitária. A empregabilidade para o nível superior é obviamente maior.

Portugal está entre os 3 países da OCDE com menor proporção de adultos que possuam qualificação de ensino superior (17% face à média da OCDE, 32%). Esta desigualdade educacional está na base das diferenças salariais dado que se a percentagem de adultos que concluíram o Ensino Superior é baixa então a economia irá valorizar aqueles que são mais instruídos pois constituem um recurso escasso na sociedade. Este fenómeno traduzir-se-á numa discrepância salarial elevada. De facto, em Portugal, um empregado com ensino superior ganhava em 2011, em média, 70% mais do que aqueles que apenas concluíram o secundário.

Conclusão

É possível estabelecer uma correlação positiva entre crescimento económico e educação. Com efeito, um elevado nível de educação fomenta uma variação positiva da produtividade e da empregabilidade. A qualidade da educação evidencia também uma relação directa com o desenvolvimento económico de um país e deverá ser uma dimensão a ter em conta na Despesa Pública de modo a promover a progressão social.

Bibliografia

Revista do Instituto de Ciências Sociais de Lisboa - http://analisesocial.ics.ul.pt/

Education at a glance – OCDE 2013 http://www.oecd.org/edu/Portugal_EAG2013%20Country%20Note.pdf

Figura 1 - http://databank.worldbank.org/data/views/reports/map.aspx

Figura 2 - http://www.epatv.pt/v2/dados/phocadownload/anolectivo20112012/estado_da_educacao_2011.pdf

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Cálculo e Instrumentos Financeiros

Economia Portuguesa: evolução recente1

Ana Catarina Bandeira Afonso

1. Introdução

Neste trabalho analisa-se a evolução recente da Economia Portuguesa, apresentando

as causas do pedido de ajuda financeira à Troika (Comissão Europeia, BCE e FMI),

tendo por base a argumentação de Afonso e Alves (2012), sustentada com dados de

fontes distintas.

2. Economia Portuguesa: comportamento recente

Após uma fase com taxas de crescimento positivas, mas decrescentes, do PIB real

praticamente até 2007, registaram-se taxas quase nulas ou negativas em 2008-2012; a

excepção foi 2010, com 1,9%, devido aos estímulos orçamentais de 2009-2010 (Figura

1 e Tabela 1). Segundo o Banco de Portugal (2013, pág. 9), será -1,6% em 2013.

Figura 1. Taxas de crescimento do PIB português a preços de 2006, entre 1996 e 2012

Fonte: Cálculos da própria a partir dos valores obtidos em Pordata (em 6 outubro), http://www.pordata.pt/Portugal/PIB+e+PIB+per+capita+a+precos+constantes+(base+2006)-933

y = -0,4009x + 4,9803R² = 0,6477

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1 Tem palavras a mais -> 566

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Cálculo e Instrumentos Financeiros

Tabela 1. PIB português a preços de 2006, valor e taxa de crescimento

Anos 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003PIB real 123609 128168 133816 140692 146423 152156 155161 156347 154922

g (%) 3,69 4,41 5,14 4,07 3,92 1,97 0,76 -0,91

Anos 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012PIB real 157340 158559 160855 164660 164646 159882 162978 160503 155077

g (%) 1,56 0,78 1,45 2,37 -0,01 -2,89 1,94 -1,52 -3,38Notas: g representa a taxa de crescimento em percentagem, calculada do seguinte modo

(cálculos da própria): ((PIB realt-PIB realt-1)/PIB realt)*100. Fonte: Pordata, http://www.pordata.pt/Portugal/PIB+e+PIB+per+capita+a+precos+constantes+(base+2006)-933

A evolução negativa reflecte a crise estrutural e a conjuntura desfavorável,

iniciada com a crise financeira internacional de 2008.

Efectivamente, a adaptação à moeda única não foi positiva, tendo divergido em

termos reais face aos parceiros da União Europeia (UE) e da Zona Euro, entre 2003-

2012 (Figuras 2 e 3 e Tabelas 2 e 3). A taxa de crescimento média anual 2012-2003 foi

de 1,2% na UE, 1,0% na Zona Euro e 0,0% em Portugal (Tabela 2).

Figura 2. Convergência real – taxa de crescimento do PIB real na UE (28 países), na Zona Euro (17 países) e em Portugal,2003-2012

Fonte: Eurostat (em 6 de outubro), http://epp.eurostat.ec.europa.eu/tgm/refreshTableAction.do?tab=table&plugin=1&pcode=tec00115&language=en

Tabela 2. Convergência real – taxa de crescimento do PIB real na UE (28 países), na Zona Euro (17 países) e em Portugal, 2003-2012

Fonte: Eurostat (em 6 de outubro), http://epp.eurostat.ec.europa.eu/tgm/refreshTableAction.do?tab=table&plugin=1&pcode=tec00115&language=en

Anos 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2012-2003UE 1,5 2,6 2,2 3,4 3,2 0,4 -4,5 2,0 1,6 -0,4 1,2Euro area 0,7 2,2 1,7 3,2 3,0 0,4 -4,4 2,0 1,5 -0,6 1,0Portugal -0,9 1,6 0,8 1,4 2,4 0,0 -2,9 1,9 -1,3 -3,2 0,0

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Cálculo e Instrumentos Financeiros

A Figura 3 e a Tabela 3 ilustram a diminuição dos rácios entre o PIB real per

capita em Portugal e na UE e na Zona Euro.

Figura 3. Convergência real – PIB per capita a preços constantes de 2005: (i) Portugal versus UE (a 27 países) e (ii) Portugal versus Zona Euro

Fonte: OECD (em 6 de outubro), http://stats.oecd.org/Index.aspx?DatasetCode=SNA_TABLE1#

0,64

0,66

0,68

0,7

0,72

0,74

0,76

0,78

0,8

0,82

0,84

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Portugal/União Europeia (27) Portugal/Zona Euro

Tabela 3. Convergência real – PIB per capita a preços constantes de 2005 na UE (a 27 países), na Zona Euro (17 países) e em Portugal, 2003-2012

Fonte: OECD (em 6 de outubro), http://stats.oecd.org/Index.aspx?DatasetCode=SNA_TABLE1#

Anos 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012UE 25919 26458 26886 27671 28435 28402 27095 27562 27925 27759

Euro area 28552 28996 29314 30107 30827 30774 29320 29814 30153 29898

Portugal 21095 21300 21369 21607 22068 22037 21376 21780 21531 20918

Port./UE 0,8139 0,805 0,7948 0,7809 0,7761 0,7759 0,7889 0,7902 0,771 0,7536Port./Z.Euro 0,7388 0,7346 0,729 0,7177 0,7159 0,7161 0,7291 0,7305 0,7141 0,6996

A inadaptação ao cenário de União Económica e Monetária, sobretudo ao nível

de políticas de rendimentos e orçamental, foi agravada pelo alargamento da UE entre

2004-2007, com a adesão de países de Leste, e pela maior penetração de países de

“baixo rendimento” como a China.

A política de rendimentos deveria ter evitado o aumento dos custos unitários de

trabalho (CUT) acima dos parceiros da UE, porque a taxa de câmbio deixou de auxiliar

na competitividade e aumentou a concorrência de países de “baixo rendimento”.

Contudo, os CUT cresceram acima dos parceiros basicamente até 2007 (Tabela 4).

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Cálculo e Instrumentos Financeiros

Tabela 4. Taxa de crescimento dos custos unitários de trabalho na União Europeia (a 28 países), na Zona Euro (17 países) e em Portugal, 1995-2012

Fonte: OECD (em 6 de outubro), http://stats.oecd.org/Index.aspx?DatasetCode=STLABOUR#

Anos 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002UE .. 3,14 1,94 1,80 1,68 2,43 3,19 2,52Euro area 1,32 1,56 -1,52 -0,08 1,82 1,20 1,99 2,31Portugal 0,84 4,24 4,09 4,16 2,92 4,54 3,49 3,08

Anos 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010UE 2,31 0,91 1,78 1,07 1,65 3,54 4,55 -0,56Euro area 2,10 0,57 1,22 0,67 1,05 3,59 4,26 -0,73Portugal 3,53 0,81 3,67 0,64 0,80 3,05 2,43 -1,38

Anos 2011 2012 1997-95 2000-98 2003-01 2006-04 2009-07 2012-10UE 0,65 .. 1,7 2,0 2,7 1,2 3,2 0,0Euro area 0,83 1,56 0,5 1,0 2,1 0,8 3,0 0,6Portugal -0,91 -4,59 3,1 3,9 3,4 1,7 2,1 -2,3

A política orçamental em “períodos bons” deveria ter permitido margem para

“períodos maus”, mas foi pró-cíclica desde 1995: a descida da taxa de juro foi usada

para aumentar a despesa em expansão, obrigando a políticas restritivas em recessão.

Assim, desde 1995, o peso do fluxo défice público no PIB foi superior a 3% (Figura 4 e

Tabela 5), aumentando o stock divida bruta das administrações públicas (Figura 5 e

Tabela 6).

-12,00

-10,00

-8,00

-6,00

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1995

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2000

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2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

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2012

Figura 4. Peso do Défice Público no PIB em Portugal, 1995-2012

Fonte: ver Tabela 5.

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Cálculo e Instrumentos Financeiros

Anos 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003Défice Público -4701,9 -4519,1 -3737,1 -4279,6 -3680,6 -4218,2 -6469,4 -4824,9 -5372,9

PIB 87841 93216 101146 110377 118661 127317 134471 140567 143472

Def. Púb./PIB -5,35 -4,85 -3,69 -3,88 -3,10 -3,31 -4,81 -3,43 -3,74

Anos 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012Défice Público -6033,2 -10010,2 -7443,0 -5439,1 -6358,3 -17146,3 -17027,6 -7379,5 -10669,5

PIB 149313 154269 160855 169319 171983 168529 172860 171065 165409

Def. Púb./PIB -4,04 -6,49 -4,63 -3,21 -3,70 -10,17 -9,85 -4,31 -6,45

Nota: valores do Défice Público e do PIB em milhões de euros.Fonte: Pordata (6 de outubro de 2013) (i) Défice Público: http://www.pordata .pt/Portuga l/Adminis tracoes+Publ icas+despesas ++recei ta s+e+defi ce+publ i co-809

(ii) PIB: http://www.pordata .pt/Portuga l/PIB+e+rendimentos-2412

Tabela 5. Evolução da política orçamental em Portugal

0,00

20,00

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1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

Figura 5. Peso da Dívida Bruta das Administrações Públicas no PIB em Portugal, 1995-2012

Fonte: ver Tabela 6.

Anos 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003Dívida Pública 51961,8 54258,5 54964,0 55489,0 58657,1 61568,7 68671,7 75456,2 79914,0

PIB 87841 93216 101146 110377 118661 127317 134471 140567 143472

Div. Púb./PIB 59,15 58,21 54,34 50,27 49,43 48,36 51,07 53,68 55,70

Anos 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012Dívida Pública 85794,2 96468,8 102440,5 115587,1 123302,0 141055,1 162473,3 185240,7 204843,6

PIB 149313 154269 160855 169319 171983 168529 172860 171065 165409

Div. Púb./PIB 57,46 62,53 63,68 68,27 71,69 83,70 93,99 108,29 123,84

Nota: valores da Dívida Bruta das Administrações Públicas (DBAP) e do PIB em milhões de euros.Fonte: cálculos da própria tendo por base Pordata (6 de outubro de 2013) (i) DBAP: http://www.pordata .pt/Portuga l/Adminis tra coes+Publ i ca s+divida+bruta-823

(ii) PIB: http://www.pordata .pt/Portuga l/PIB+e+rendimentos-2412

Tabela 6. Evolução da Dívida Bruta das Administrações Públicas

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Cálculo e Instrumentos Financeiros

A perda de competitividade deteriorou as contas externas: o saldo externo

corrente foi negativo após 1995 (Tabela 7). Consequentemente, após 1995, a dívida

externa líquida teve uma evolução explosiva (Figura 6).

Anos 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003Saldo externo Corrente -3034 -4106 -6225 -8381 -10561 -13620 -14252 -11966 -9596

PIB 87841 93216 101146 110377 118661 127317 134471 140567 143472

Saldo Externo Corrente/PIB (%) -3,5 -4,4 -6,2 -7,6 -8,9 -10,7 -10,6 -8,5 -6,7

Anos 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012Saldo externo Corrente -12342,7 -15912 -17256 -17208 -21670 -18186 -17892 -12258 -3187

PIB 149313 154269 160855 169319 171983 168529 172860 171065 165409

Saldo Externo Corrente/PIB (%) -8,3 -10,3 -10,7 -10,2 -12,6 -10,8 -10,4 -7,2 -1,9Fonte: INE (12 Outubro de 2013): http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=cn_quadros&boui=95375833

Tabela 7. Saldo Externo Corrente em Portugal, 1995-2012

-120

-100

-80

-60

-40

-20

0

1996

1997

1998

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2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

Figura 6. Dívida externa líquida em % PIB, em Portugal

Fonte: Banco de Portugal (12 outubro 2013):http://www.bportugal .pt/Mobi le/BPStat/Forms /Series Esta tisticas .aspx?IndID=1rHc1GSCIRo=&SerID=tDYG71Gu71Q=

A evolução desfavorável foi também sinalizada pela evolução de indicadores de

potencial de crescimento (Tabela 8):

1990-1994 2005-2009 2010-2013 PIB potencial 3,9 0,7 -0,8 Produtividade Total dos Factores 1,4 -0,1 0,7 Stock de capital 4,4 1,8 -0,4 Desemprego natural 5,4 9,3 13,9Nota: A taxa de desemprego natura l foi obti da via NAWRU (Non-Accel erating Wages Ra te of Unemployment) Fonte: Comis s ão Europeia /AMECO (8 de outubro 2013): http://ec.europa.eu/economy_fi nance/a meco)

Tabela 8. Indicadores de potencial de crescimento, em percentagemAnosTaxa de variação

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Cálculo e Instrumentos Financeiros

A crise financeira de 2008 e as restrições de quantidade e custo do crédito

precipitaram então a necessidade de corrigir os desequilíbrios macroeconómicos, no

quadro do recurso à assistência financeira à Troika.

3. Conclusão

Este trabalho mostrou que o pedido de ajuda financeira à Troika decorreu da evolução

negativa da Economia Portuguesa, na sequência da inadaptação ao contexto de moeda

única e de maior concorrência internacional. Essa ajuda foi precipitada pela crise

financeira internacional de 2008.

BibliografiaAfonso, O. e R. Alves (2012). “O estranho caso do ataque à Eurozona: de quem é a

culpa?” Revista Galega de Economía 21, 119-134.Banco de Portugal (2013). “Boletim Económico”, vol. 19(3), Outono. Disponível em (12

Outubro 2013): http://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=web&cd=6&ved=0CEgQFjAF&url=http%3A%2F%2Fwww.bportugal.pt%2Fpt-PT%2FEstudosEconomicos%2FPublicacoes%2FBoletimEconomico%2FPublicacoes%2FBOL_outono_2013.pdf&ei=fm1ZUqnTNZKw7AaV1ICgDQ&usg=AFQjCNHktu8e4rKwFNBTjCIsp0mQ8hVctw

Sites:Banco de Portugal: http://www.bportugal.pt/Mobile/BPStat/Forms/SeriesEstatisticas.aspx?IndID=1rHc1GSCIRo=&SerID=tDYG71Gu71Q

Comissão Europeia/AMECO:http://ec.europa.eu/economy_finance/ameco)

Eurostat: http://epp.eurostat.ec.europa.eu/tgm/refreshTableAction.do?tab=table&plugin=1&pcode=tec00115&language=en

INE:http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=cn_quadros&boui=95375833 OECD:http://stats.oecd.org/Index.aspx?DatasetCode=SNA_TABLE1# http://stats.oecd.org/Index.aspx? DatasetCode=STLABOUR#

Pordata:http://www.pordata.pt/Portugal/PIB+e+PIB+per+capita+a+precos+constantes+(base+2006)-933

http://www.pordata.pt/Portugal/Administracoes+Publicas+despesas++receitas+e+defice+publico-809

http://www.pordata.pt/Portugal/PIB+e+rendimentos-2412

http://www.pordata.pt/Portugal/Administracoes+Publicas+divida+bruta-823

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Moeda Única: solução ou problema?

Ana Mafalda Passos

Elisa Ferreira recebeu o Prémio Carreira da FEP no passado dia 10 e em entrevista à RTP questionou se “uma moeda única, com economias tão diferentes, pode funcionar?”, no contexto da crise em que se encontram inúmeros países da União Europeia. Perante esta questão será relevante analisar a situação da UE e seus estados-membros.

Neste universo coexistem duas realidades distintas: 17 países adotaram desde 2002 uma moeda única, o Euro, e outros 11 mantiveram as suas moedas nacionais.

Verificamos ainda que a situação económica e social é muito diversa nos vários estados-membros, estando alguns deles sujeitos a programas de assistência financeira por parte de instituições internacionais como o FMI e o BCE. Cruzando estes dois dados constatamos que dos 17 países da Zona Euro, 6 (Chipre, Espanha, Grécia, Irlanda, Itália e Portugal), ou seja 35% daqueles, se encontram nesta situação. Dos 11 países que não adotaram a moeda única, apenas 2, representando 18%, (Hungria e Roménia), tiveram necessidade de recorrer à ajuda externa, com a particularidade de o primeiro já ter cessado este programa de auxílio. (Fig. 1)

Países

União Eu

ropeia

Países

UE com as

sistên

cia ex

terna

0

5

10

15

20

25

30

TotalPaíses UE na Zona EuroPaíses UE fora da Zona Euro

Fig. 1 – Países do universo da UE nas diferentes situações.

Para uma análise simplificada do estado da economia de cada um dos países da UE e usando apenas a taxa de desemprego destes como referência, tentaremos verificar a situação existente naqueles dois blocos de países.

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Posto isto, dos elementos estatísticos recolhidos do Eurostat (Fig.2) resulta que a taxa de desemprego da Zona Euro (EA17 – 12%) é superior à taxa da União Europeia (UE28 – 10,9%), sendo as taxas mais elevadas as correspondentes a países da moeda única sujeitos a programas de assistência financeira: Grécia (EL – 27,9%), Espanha (ES – 26,2%), Chipre (CY – 16,9%). Por outro lado os dois países que não possuem a moeda única, mas sujeitos a programas de apoio, possuem taxas de desemprego muito inferiores mesmo à média europeia (Hungria/HU – 10,2%; Roménia/RO – 7,5%).

Fig. 2 – Taxa de desemprego em Agosto de 2013 na UE. (Eurostat)

Pela análise efetuada, podemos concluir que os países integrantes da Zona Euro apresentam maiores dificuldades na sua economia, espelhada pelas elevadas taxas de desemprego, verificando-se, por outro lado, que países fora desta união monetária, mesmo enfrentando programas de apoio externo, conseguem limitar mais facilmente os impactos negativos na mesma, fruto da sua maior autonomia, propiciada pela moeda própria.

Desta forma, a questão colocada pela Prof. Dra. Elisa Ferreira revela-se extremamente pertinente e a merecer uma análise aprofundada, pois esta moeda única parece ser um problema.

Bibliografia:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o_Europeia#Estados-membros

http://pt.wikipedia.org/wiki/Zona_Euro

http://epp.eurostat.ec.europa.eu/statistics_explained/index.php/Unemployment_statistics

http://www.jornaldenegocios.pt/images/2011_11/ondeestaofmi.swf

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Cálculo e Instrumentos Financeiros

As consequências da dívida pública levam Portugal à falência

Jessica Müller

A dívida pública portuguesa atingiu 130% do PIB nacional no primeiro semestre

de 2013 (fonte: Público). Consequência do aumento da dívida é a diminuição da

credibilidade por parte dos investidores que financiam Portugal. Posto isto, as taxas de

juro aumentam, levando Portugal à falência.

Podemos ver através do gráfico 1 que a dívida pública, em percentagem do

PIB, tem aumentado desde 1975. Nesse mesmo ano atingiu o valor mais baixo desde

1850, à volta dos 13% do PIB. Nos anos 1995 e 2005 a dívida pública voltou a atingir a

média de 60%, tendo subido, de seguida, para mais de 90% em 2010.

Figura 1- Dívida pública portuguesa (%do PIB)

A balança comercial de Portugal é constantemente deficitária. As importações

excedem regularmente o valor das exportações e os custos do estado são superiores

aos rendimentos do estado. Consequentemente, Portugal está cada vez mais

dependente do financiamento externo.

Se a perceção de risco sobre a dívida portuguesa fosse menor, os custos de

financiamento dessa mesma dívida seriam mais reduzidos, significando um valor

menor de despesa do estado para esses mesmos juros. Porém, sendo a credibilidade

de Portugal tão baixa, os receios dos investidores aumentam. Logo, o custo do

financiamento de Portugal cresce excessivamente.

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Cálculo e Instrumentos Financeiros

Países Agosto 2012 Agosto 2013Bélgica 2.54 2.65

Alemanha 1.34 1.73Grécia 24.34 10.01

Espanha 6.58 4.50França 2.12 2.36

Itália 5.82 4.42Chipre 7.00 6.00Malta 4.04 3.23

Países Baixos 1.76 2.20Áustria 1.97 2.22

Portugal 9.89 6.60Quadro 1: Taxa de Juro (em %) da dívida pública a 10 anos

A taxa de juro da dívida pública de Portugal foi de 9,89% em 2012 e 6,6% em

2013.

Tendo sido os valores tão altos, a amortização do crédito por meios próprios

tornou-se impossível para Portugal.

Concluindo, é necessário que as taxas de juro baixem consistentemente para

que Portugal possa suportar a dívida. Para aumentar a credibilidade, Portugal tem que

diminuir as despesas do estado e aumentar a receita. Isto é conseguido através de

reformas estruturais a nível jurídico, social, económico, da educação e da

administração interna. É também imperativo gerar excedentes na balança comercial

com o aumento sustentado das exportações. Se isto não acontecer, certamente

Portugal irá à falência.

Bibliografia

http://www.publico.pt/economia/noticia/divida-publica-supera-130-do-pib-no-primeiro-

semestre-de-2013-1603704

Gráfico 1: Mata e Valério, Banco de Portugal, AMECO, Santos Pereira "Como

retomar o sucesso" (2011)

Quadro 1: http://www.ecb.europa.eu/stats/money/long/html/index.en.html

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Será que a adesão á Zona Euro foi uma boa decisão?

João Pedro Silva

Introdução

Neste trabalho vou analisar a evolução do nosso país desde a adesão á Zona Euro até aos dias correntes e procurar encontrar a resposta para o titulo deste trabalho.

Análise das consequências da entrada na UEM

A entrada de Portugal na Zona Euro em 1999 foi suportada num conjunto de benefícios, nomeadamente, a anulação do risco cambial e redução das taxas de juro dos financiamentos, a eliminacao das barreiras da moeda nas transações dentro da zona Euro, e o reforço da integração económica entre estes paises.

A facilidade de obter empréstimos a taxas de juro baixas tornou-se algo tão atractivo que levou a um continuo aumento da divida pública (Fig.1) até ao ponto de se ter tornado maior que o nosso PIB e a um aumento significativo dos respectivos encargos.

Fig. 1 – Stock de divida pública portuguesa

Como consequência, estas taxas sofreram um grande aumento o que fez com que os encargos de dívida pública aumentassem esponencialmente (Fig.2), tornando-o elemento limitador ao investimento público futuro.

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Cálculo e Instrumentos Financeiros

Fig. 2 – Encargos anuais com a divida pública

Mais grave ainda, o capital disponibilizado através da dívida pública, foi essencialmente aplicado em despesas correntes (Fig.3) em vez de despesas de capital (Fig.4) potenciadoras de crescimento económico sustentável.

Fig. 3 – Despesa pública total

Fig. 4 – Despesas de capital

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Cálculo e Instrumentos Financeiros

Em simultâneo, os particulares foram motivados a aumentar o seu endividamento (Fig.5) quer para aquisições imobiliárias (habitação própria) quer para despesas correntes (viagens,viaturas, etc.)

Fig. 5 – Crédito a particulares para aquisição de imóveis

O benefício de barreira monetária não foi muito diferenciadora, tendo em conta as inovações verificadas no sistema bancário, reduzindo os custos com a sua intermediação.

A facilidade de comparação monetária conduziu a uma pressão para o aumento dos salários dos Portugueses, apesar de não terem sido acompanhados do mesmo aumento na produtividade. Como consequência, houve uma perda de competitividade das empresas nacionais levando a um aumento na taxa de desemprego portuguesa (Fig.6).

Fig. 6 – Evolução da taxa de desemprego

Esta situação contribuiu para o desvio no esforço de convergência com as economias europeias que era o grande objectivo da integração monetária.

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Cálculo e Instrumentos Financeiros

Conclusão

Hoje em dia, ao olharmos para os beneficos que supostamente teríamos, verificamos que nenhum foi cumprido a longo prazo. Isto, combinado com a falta de autonomia de politica monetária que actualmente possuímos, acaba por ser uma das causas para a crise estrutural existente em Portugal.

Sendo assim, podemos concluir que não deveríamos ter entrado na zona Euro.

Bibliografia:

Dados: PORDATA

http://wps.fep.up.pt/wps/wp423.pdf

http://www4.fe.uc.pt/jasa/estudos/pmf_t3.pdf

http://pascal.iseg.utl.pt/~aafonso/eif/pdf/eif2001-2_3.pdf

http://pt.wikipedia.org/wiki/Zona_Euro

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Sistemas de saúde – algumas considerações

Jorge Saldanha

Um sistema de saúde capaz de dar resposta adequada às necessidades da população, com

uma boa relação custo-efectividade, representa um desafio para qualquer país. Trata-se de

uma área em que a inovação tecnológica e farmacológica, a construção e manutenção de

infra-estruturas e a gestão de vários grupos de profissionais qualificados se assumem como um

amplo espectro de necessidades dificilmente compatíveis com recursos por definição escassos.

Em Portugal, estamos habituados a ouvir opiniões relativas à má qualidade do Serviço Nacional

de Saúde, à insatisfação que gera e ao enorme gasto que comporta. Será que são

fundamentadas?

Independentemente da entidade pagadora ser o Estado, os particulares ou ambos, existem

objectivos essenciais que um sistema de saúde persegue, sendo a preservação da vida o mais

importante.

Assim, vamos analisar sucintamente três parâmetros: a taxa de mortalidade infantil, a taxa de

mortalidade materna no parto e a despesa em saúde per capita; e, para termos de

comparação, fará sentido escolher os Estados Unidos e o agregado da União Europeia pelo

seu grau de desenvolvimento económico e tecnológico.

Taxa de mortalidade infantil

Apesar de, em 2003, Portugal apresentar uma taxa já muito baixa, de pouco mais de 4‰, em

2012 baixou para os 3‰, tendo a média da União Europeia atingido em 2012 os 4‰ que

Portugal já tinha alcançado em 2004. Com 6‰, os Estados Unidos revelam uma taxa de

mortalidade infantil que é o dobro da verificada em Portugal. Assim, é inquestionável o melhor

desempenho do SNS português neste item.

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Cálculo e Instrumentos Financeiros

Fig. 1 – Taxa de mortalidade infantil, mortes por 1000 nascimentos (fonte: Banco Mundial)

Taxa de mortalidade materna no parto

Com dados de 2005 e 2010, verifica-se que em Portugal se obtêm os melhores resultados com

8/100000, sendo que a UE com 9/100000 mantém à distância os Estados Unidos com 18 e

21/100000, respectivamente.

Fig. 2 – Taxa de mortalidade materna, mortes por 1000 nascimentos (fonte: Banco Mundial)

Despesas de saúde per capita

Os Estados Unidos apresentam a maior despesa de saúde per capita do mundo, quase quatro

vezes superior à de Portugal (Fonte: Banco Mundial). A variação positiva desta despesa entre

2003 e 2011 nos EUA é superior à totalidade da despesa per capita em Portugal em 2011 :

$2619 vs.$2311 (Fonte: Banco Mundial, cálculo do autor).

A média da União Europeia constitui cerca de uma vez e meia a despesa em saúde per capita

de Portugal.

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Cálculo e Instrumentos Financeiros

Fig. 3 – Despesa em saude, per capita, USD (fonte: Banco Mundial)

Conclusão.

Retomando à questão do custo-efectividade dos sistemas de saúde, não é forçoso que a uma

dotação orçamental superior corresponda um melhor serviço de saúde; há diversas variáveis

de análise que deverão ser contempladas. A Organização Mundial de Saúde levou a cabo no

ano 2000 um trabalho de análise aprofundada e de seriação pela performance dos serviços de

saúde de 191 países, tendo classificado Portugal em 12º.Os Estados Unidos ficaram-se pelo 37º

lugar.

Em consequência, pode-se considerar que o SNS português apresenta um custo-efectividade

particularmente positivo.

Bibliografia

The World Health Report 2000 – Health Systems: Improving Performance -

http://www.who.int/whr/2000/en/whr00_en.pdf

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Cálculo e Instrumentos Financeiros

O custo do lucro

José Pedro Soares Maio

Introdução

Ao longo dos tempos, o objetivo da Humanidade tem sido criar condições

propícias ao seu bem-estar e desenvolvimento. Aliás, a economia, na Grécia Antiga,

tinha como base a vida e subsistência, tendo este conceito evoluído, tratando-se,

segundo Frank e Bernanke, do “estudo da forma como as pessoas fazem escolhas em

condições de escassez e as consequências dessas escolhas para a sociedade”.

Porém, as escolhas da sociedade têm tido um impacte negativo na

Humanidade, sendo que a procura de lucro é, muitas vezes, privilegiada face ao

benefício de todos.

Assim, neste trabalho, irei abordar o custo do lucro, ou seja, casos em que

interesses económicos se sobrepõem ao bem-estar comum.

Economia e guerras

As guerras nem sempre são geradas pelas razões apontadas pelos Estados

invasores. Na verdade, a causa normalmente subjacente a tais conflitos reside em

fatores económicos.

Fig. 1 – Despesas militares (fonte: Banco Mundial)

Primeiramente, é de referir que, por detrás das guerras, encontra-se um enorme

poderio bélico que, após o conflito, é necessário reconstruir, preferencialmente por

empresas nacionais. Tomando como exemplo a intervenção dos Estados Unidos na

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Cálculo e Instrumentos Financeiros

Guerra do Iraque, verifica-se que os gastos militares aumentaram a partir do início do

conflito (Fig. 1).

Além disso, o petróleo é um fator determinante para o despoletar de conflitos

internacionais, pois um ataque militar pode originar uma oscilação dos preços do

produto em causa.

Prova disso é a Fig. 2 que ilustra a variação dos preços do petróleo, antes e após

o bombardeamento do Iraque, aquando da Guerra do Golfo Pérsico.

Fig. 2 – Preço do petróleo (fonte: Energy Information Administration)

Como se verifica, após uma intervenção militar, o preço do petróleo desce

drasticamente, o que denota a presença de interesses económicos implícitos em tais

ações.

Economia e ambiente

Por vezes, a persecução cega de lucro leva a graves consequências. Uma delas é

a situação ambiental insustentável com que nos deparamos atualmente. Segundo o

Relatório do Desenvolvimento Humano 2013, a Humanidade já ultrapassou três

fronteiras planetárias.

Porém, certos países continuam a ignorar estes factos e nada fazem para os

reverter. Um desses casos é o dos EUA que, apesar da taxa elevada de emissões de CO 2

e grande pegada ecológica, é dos que menos utiliza fontes de energia renováveis,

como se comprova seguidamente.

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Cálculo e Instrumentos Financeiros

Fig. 3 – Pegada Ecológica per capita (wikipedia)

Fig. 4 – Emissões de CO2 per capita (wikipedia)

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Cálculo e Instrumentos Financeiros

Fig. 5 – Recursos Renováveis (OCDE)

Conclusão

Após a elaboração deste trabalho, conclui-se - analisando a relação entre

economia e temas como guerras e ambiente – que a obsessão de gerar lucro pode

levar a situações insustentáveis, como guerras que geram milhares de mortos a um

planeta “doente” e com chefes de estado a recusar diminuir a atividade industrial em

prol do ambiente.

Portanto, cabe a todos integrar as consequências das ações e não apenas

analisá-las formalmente.

Bibliografia

http://money.cnn.com/2013/09/03/investing/war-syria-stocks-oil/index.html http://www.oecd.org/statistics/ http://www.oecd-ilibrary.org/environment/co2-emissions-from-fuel-combustion_2075826x-table1 http://www.unesp.br/proex/informativo/edicao31mai2003/materias/artigoguerra.htm http://databank.worldbank.org/data/views/variableSelection/selectvariables.aspx?source=world-development-indicators#

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Cálculo e Instrumentos Financeiros

O irrevogável preço das palavras

Regina Torres Capela

Com uma situação financeira negra, o pedido de demissão irrevogável de Paulo Portas, então ministro dos Negócios Estrangeiros, veio subir a voz do burburinho da queda do governo, que levaria por terra todos os resultados (bons ou maus) das políticas adotadas nestes últimos três anos. Resultado disso: os dias seguintes ficaram manchados pelas taxas de juro, quedas do PSI-20, risco de rutura da zona euro e de incumprimento do acordo com a Troika causados por uma iminente crise política.

A divulgação desta intenção atingiu rapidamente as cotações da Bolsa de Lisboa que no dia 2 de Julho marcam o valor mínimo do corrente ano (5 236, 49 milhões de €), uma queda de 2,2 mil milhões de euros em capitalizações – EDP, BES e Jerónimo Martins foram as principais lesadas com perdas conjuntas a rondar os 981 milhões de euros.

Fig. 1 – Evolução do PSI20 em 2013 (fonte:Negócios)

As taxas de juro também dispararam devido ao receio da queda do Governo que fez aumentar o risco de incumprimento do pagamento da dívida pública. Dia 2 de Julho estas registaram um aumento quer nos títulos a 5 como a 10 anos (5,43% e 6,59%), tendência que se prolongou até ao dia 12 em atingiram 7,324% e 7,412%, numa clara demonstração da apreensão dos mercados e investidores que se traduziu na diminuição da procura de títulos da dívida.

Em Julho, fruto da instabilidade a Sentix calculou que o risco de Portugal sair da zona euro atingiu o seu máximo 5,38% - EBI individual -, com um risco de contágio a outras economias (CRI) de 43,55%, nomeadamente à Grécia e ao Chipre. Nesse mês cerca de 23,75% (EBI) dos investidores que participaram no inquérito acreditavam que pelo menos um país acabaria por sair da zona euro, mais 4% face ao mês anterior.

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Cálculo e Instrumentos Financeiros

Fig. 2 - EBI – Euro Break-up Index (azul) e CRI – Contagion Risk Index (vermelho) (fonte: Sentix)

Ao proferir aquelas palavras Paulo Portas colocou em causa a sua “consciência”, o seu conhecimento da língua portuguesa, a sobrevivência da economia portuguesa e os esforços titânicos do povo português, custando-lhe milhões de euros e evidenciando a rapidez com que as decisões políticas se repercutem na economia.

Será que, como líderes nacionais, não deveriam ter aprendido que todas as ações têm consequências e que até as palavras acarretam custos?

Bibliografia

http://www.jornaldenegocios.pt/cotacoes.html

http://www.dinheirovivo.pt/Mercados/Artigo/CIECO195232.html

http://www.publico.pt/economia/noticia/taxas-de-juro-da-divida-portuguesa-ultrapassam-os-75-1600088

http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=24&did=113113

http://www.sentix.de/index.php/sentix-Euro-Break-up-Index-News/der-dritte-im-bunde-portugal-rueckt-in-den-fokus.html

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Cálculo e Instrumentos Financeiros

Sustentabilidade e futuro do atual Sistema Nacional de Segurança Social

Rita Magalhães Moreira Coelho

Introdução

Muito se tem escrito e estudado acerca da sustentabilidade do Sistema Nacional de Segurança Social. O atual défice da Segurança Social e, bem assim, a pressão exercida nos vários orçamentos de estado advêm do já continuado e previsível desequilíbrio demográfico e dos ambientes macroeconómicos desfavoráveis. O presente trabalho, além de uma reflexão, pretende também sensibilizar para um dos graves problemas da atualidade.

Desequilíbrio demográfico

Já em 2004, um estudo efetuado pelo Eurostat faz referência a um novo cenário demográfico. O aumento da esperança média de vida, a redução de natalidade e o fenómeno de emigração originam, por um lado, uma menor contribuição para o sistema e, por outro, um maior número de pensionistas, provocando cada vez mais um aumento do défice do Sistema Nacional de Segurança Social, fenómenos estes que se agravaram até aos dias de hoje.

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Cálculo e Instrumentos Financeiros

Ambientes macroeconómicos

A influência macroeconómica refletida no não crescimento da produtividade e, por consequência, do PIB, origina economias recessivas com elevadas taxas de desemprego e forte incentivo à emigração, com efeito direto no balanço exploratório do Sistema Nacional de Segurança Social. Restringindo, por um lado, a contribuição dos trabalhadores e exigindo, por outro, um maior esforço de cobertura social.

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Cálculo e Instrumentos Financeiros

Evolução do desiquilibrio

Entre 2011 e 2060 é de esperar um aumento de 965.000 pensionistas e uma queda de 365.000 contribuintes.

Por outro lado, se em 1960 o estado social custava 5% do PIB, o valor subiu para 30 % em 2010, sendo também assinalável o facto de em 1999 custar 67% dos nossos impostos, subindo para 75% em 2000 e passando em 2010 para 88%. Hoje, a quase totalidade dos nossos impostos destinam-se a pagar o estado social.

Conclusão

Qual o papel dos Plano Poupança Reforma (PPR) no nosso futuro?

O forte contributo para a resolução do problema terá que ser, sem dúvida, “nosso” – dos jovens. Para já, com a contribuição essencial para a atual Segurança Social – da qual, dir-se-á, não temos a certeza se algum dia iremos usufruir – caberá a todos os estudantes em geral, aos economistas em particular, desenvolver uma fórmula sustentada e justa para um Sistema de Segurança e Proteção Social, direito consagrado na Declaração Universal dos Direitos do Homem e no nosso país, na Constituição da República Portuguesa.

Bilbiografia :

http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_main

http://epp.eurostat.ec.europa.eu/

http://www.bportugal.pt/pt-PT/BdP%20Publicaes%20de%20Investigao/OP200702.pdf

http://expresso.sapo.pt/ferreira-leite-recusa-corte-de-10-eu-nao-sei-se-terei-10-de-reforma=f835103#ixzz2hR0lV3Et

http://www.pordata.pt/Portugal/Taxa+bruta+de+natalidade-527

http://www.pordata.pt/Portugal/Esperanca+de+vida+a+nascenca+total+e+por+sexo-418

http://www.pordata.pt/Portugal/Contribuicoes+no+total+das+receitas+da+Seguranca+Social+(percentagem)-765

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Porquê evidenciar o Brasil se a China é melhor?

Rui Pedro Fernandes Rocha

Introdução

Pretenderei confrontar duas economias em crescimento comparando-as em vários fatores que ajudam a explicar a sua diferente evolução.

A economia chinesa tem apresentado um elevado crescimento superando outras economias como o caso do Brasil, o investimento na produção e a poupança são dois dos fatores que melhor explicam o seu crescimento. Tendo um PIBppc baixo em relação aos países desenvolvidos não impede que apresente uma elevada taxa de crescimento e atualmente seja a segunda maior economia mundial apenas superada pelos EUA(PPC).

Fig. 1 – Taxa de crescimento do PIB (%/ano, fonte, Banco Mundial)

Podemos constatar que a China teve um crescimento médio de 10,46% PIB na última década, apresentando em 2007 crescimento 14,2%PIB. O Brasil apresenta uma taxa de crescimento positiva mas inferior à China, apresentando uma média de 3,6%. Em 2012 a diferença de crescimento entre estes países foi significativa na casa dos 7%(China 7.8%;Brasil0.9%). A economia Chinesa apresenta um nível de crescimento muito superior à Brasileira.

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Fig. 2 – Fromação Bruta de Capital (Fonte: Banco Mundial)

Factores que explicam diferença de crescimento:

A formação bruta de capital refere ao aumento da capacidade produtiva futura de uma economia através de investimentos em activos duradouros, isto é, bens que podem ser utilizados de forma contínua nos processos produtivos sem serem consumidos completamente durante a produção. Este investimento visa o aumento da capacidade produtiva do país.

A China apresenta um nível superior de investimento na actividade produtiva em relação Brasil. Este factor ajuda a explicar o facto da economia chinesa crescer a um ritmo superior à brasileira, uma vez que o investimento é uma forma de desenvolver a actividade produtiva de um país e assim aumentar a sua produção bruta. No ano 2012 a China apresentou uma taxa de investimento de 48.1% do PIB na actividade produtiva face aos 17.6% do PIB do Brasil.

Fig. 3 – Poupança Bruta (fonte: Banco Munidal)

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Cálculo e Instrumentos Financeiros

A poupança bruta de um país ajuda a reflectir o estado de desenvolvimento de um país. A poupança bruta chinesa está acima do dobro da poupança bruta brasileira. Os elevados níveis de poupança são necessários para o financiamento dos investimentos que são realizados de modo a promover o crescimento da economia de um país.

Deste modo pode-se verificar que quanto maior é a poupança bruta maior é a possibilidade de a taxa de crescimento ser positiva ou crescer. Comparando com a China, Portugal apresenta uma poupança muito inferior. O Brasil também apresenta uma poupança bruta baixa em relação à chinesa, sendo que em 2012 a sua poupança bruta foi inferior à portuguesa.

Conclusão:

A economia chinesa apresenta uma enorme diferença de crescimento em relação aos outros países, esta evolução positiva deve-se sobretudo ao investimento e desenvolvimento da actividade produtiva. A liberalização do mercado e a permissão da entrada de empresas multinacionais no seu território são um factor fundamental nesta evolução, mas o investimento tem enorme importância para este crescimento( Investimento infra-estruturas, capital humano, , tecnologia…). No entanto para estes investimentos é necessário que ocorra um aumento dos níveis da poupança necessário para o financiamento dos investimentos.

Bibliografia

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