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Personalidade Jurídica
É a possibilidade de
ser detentor de direitos e
deveres em nome próprio.
Há entidades, com formas
associativas, que têm
personalidade jurídica, e
outras que não têm.
Porquê? A Personalidade
Jurídica é uma criação do
direito, e só a tem quem o
Direito diz que tem.
Artigo 5º do Código
das Sociedades Comerciais
Consórcio
Associação de uma ou
mais pessoas com o
mesmo objectivo. Outra
designação (corrente, não
jurídica): Unincorporated
Joint Venture (≠
Corporated, que na prática
é uma sociedade
comercial).
Um consórcio não tem
personalidade jurídica, é
sim composto por
sociedades que são entes
personalizados
autónomos.
Decreto-Lei n.º
231/81, de 28 de Julho
29.09.2009
Caso 1
O estabelecimento individual de
responsabilidade limitada distingue-se de uma
sociedade unipessoal por quotas porque:
a) Não tem personalidade jurídica
b) Não tem natureza empresarial
c) Não tem natureza comercial
d) Não tem finalidade lucrativa
Um E.I.R.L. não tem personalidade jurídica, ao
contrário da Sociedade Unipessoal por Quotas
(doravante S.U.Q.), porque juridicamente é um
património autónomo (daí chamar-se de
responsabilidade limitada).
Artigos 10 e 11 do decreto-lei nº.
248/86 de 25 de Agosto.
A diferença prática entre elas é a fiscal: os
rendimentos da E.I.R.L. são tributados a nível do IRS
do comerciante; os rendimentos de uma S.U.Q. estão
sujeitos à taxa de IRC de 25%.
Hoje em dia não se criam E.I.R.L., faz mais sentido
formar uma S.U.Q.
Caso 2
Só uma das estruturas comerciais a seguir
indicadas não constitui um ente personalizado
autónomo (não é sujeito de direito, não tem
personalidade jurídica):
e) Agrupamento complementar de empresas
(ACE)
f) Agrupamento europeu de interesse económico
(ACIE)
g) Cooperativa
h) Consórcio
Exemplos de figuras com personalidade jurídica
são as sociedades comerciais (do tipo anónima, por
quotas, …).
Caso 3
Um consórcio é:
a) Um tipo de sociedade
b) Uma espécie de associação em participação
c) Um contrato comercial
d) Um complexo imobiliário
Caso 4
O que distingue uma SGPS (Sociedade Gestora
de Participações Sociais) de uma sociedade
comercial que se encontre em relação de grupo
é/são:
a) Os respectivos órgãos sociais
b) A forma jurídica que têm de adoptar
Agrupamento
Complementar de
Empresas (ACE)
Um ACE é um
conjunto de empresas que
visam melhorar a sua
actividade comercial.
Artigo 1º da Lei n.º
4/73, de 4 de Junho e do
Decreto-Lei n.º 430/73, de
25 de Agosto
Agrupamento
europeu de interesse
económico (AEIE)
Figura de direito
comunitário,
supranacional, que tem
por objectivo facilitar a
cooperação entre
empresas e profissionais
liberais de diferentes
Estados membros. É um
ACE adaptado à União
Europeia.
Cooperativa
Não tem fins
lucrativos, o objectivo é
melhorar resultados
sociais.
Associação em
participação
A associação em
participação é um
conjunto de pessoas que
se associa a outra pessoa
(comerciantes) para
partilhar os seus lucros ou
lucros+prejuízos (uma
espécie de “sócio
invisível”). Também é um
contrato, não tem
personalidade jurídica.
c) O respectivo objecto social
d) O capital social
Uma SGPS não pode explorar complexos
imobiliários, organizar uma rede de transportes, …, ao
contrário da sociedade comercial em relação de
grupo. Ela só pode ter como objecto a gestão de
participações comerciais – ou tem acções ou tem
quotas, mas não pode exercer directamente uma
actividade comercial.
Artigo 481º do Código das Sociedades Comerciais; Decreto-Lei n.º
495/88, de 30 de Dezembro.
Só podem ser SGPS as sociedades anónimas ou as sociedades por quotas. O capital
social mínimo é idêntico ao destas (5.000€ numa por quotas, 50.000€ numa anónima).
Caso 1
Um agrupamento complementar de empresas (ACE):
a) Nunca pode ter lucros
b) Só pode prestar serviços às empresas suas agrupadas
c) Pode, a título secundário, prestar serviços a empresas não agrupadas
d) Pode, a título principal, exercer uma actividade empresarial própria
Lei nº 4/73 de 4 de Junho; Decreto-Lei 430/73, de 25 de Agosto
Caso 2
Uma sociedade que adopte a forma comercial:
a) Tem que ter objecto comercial
b) Não pode ter objecto civil
c) Pode ter objecto civil
d) É sempre comerciante
Objecto comercial ≠ Objecto civil
Sociedades comerciais ≠ Sociedades com forma comercial
Pode haver sociedades que, não sendo comerciais (têm objecto civil) se constituam sob
a forma de uma sociedade comercial.
Exemplo de uma sociedade com objecto civil: um trabalhador liberal
Sociedades civis simples/puras – aquelas que não se constituíram sob a forma
comercial.
Exemplo de uma sociedade civil pura: um grupo de pessoas, numa empresa, que exista
para jogar no Euromilhões.
Artigo 13, nº2, do código comercial
Caso 3
O governo está a preparar uma reforma global do sector empresarial das forças
armadas. O sector em causa é composto por um conjunto heterogéneo de
empresas, envolvendo empresas de armamento, munições, construção e
reparação naval, aeronáutica, alimentação, laboratórios farmacêuticos, etc. Um
dos objectivos da reforma é autonomizar as várias entidades empresariais,
permitindo-lhes que actuem no mercado fornecendo bens e serviços de acordo
com a sua estratégia individual, sem esquecer o regular abastecimento das forças
armadas e prossecução dos seus fins de natureza pública. Se fosse assessor do
Estado, que solução sugeriria para a organização jurídica das empresas em causa?
Justifique.
EPE, porque:
Se integra no sector empresarial do Estado
É constituída por capital público
Empresas Públicas
EP em sentido estrito:
São empresas públicas com capital exclusivamente público, maioritário ou
quando o Estado detém uma golden share. Quando o Estado tem poder para
destituir os órgãos de decisão, então trata-se de EP.
Podem estar, em certas alturas, abertas à entrada de capital privado - o Estado
vende parte da Participação (mas isso não faz um aumento de Capital); pode fazer-
se um aumento de Capital, em que o Estado não entra
Exemplos
TAP
EPE:
Em sectores como a Saúde ou a Cultura, o Estado cria EPE porque são
actividades não lucrativas e não há Privados interessados na exploração das
mesmas.
São pessoas colectivas de direito público, criadas pelo Estado em Decreto-Lei,
constituídas por capitais exclusivamente públicos; São tuteladas pelo Estado
(geralmente, o Ministério do sector em causa), que aprova contas, decisões, etc.
Exemplos
IPO, Centros Hospitalares, Forças Armadas
Empresas Participadas
O Estado tem capital, mas não tem uma posição dominante; Só pode
fiscalizar/controlar
Exemplos
Zon Multimédia, EPAL
Caso 4
Duas empresas de engenharia, aproveitando-se da complementaridade existente
entre as suas áreas de especialização, pretendem oferecer em conjunto os seus
serviços no mercado, designadamente concorrendo juntas à obra do TGV e do
novo aeroporto. Para esse efeito, as empresas pretendem encontrar uma forma
de formalizar esta sua associação. Que tipo de organização jurídica devem
adoptar? Justifique.
Consórcio: o objectivo das empresas é comum, mas cada uma delas mantém o exercício
da sua actividade própria.
ACE vs. Sociedades:
Semelhanças:
Exercício em comum de uma actividade
Diferenças:
Finalidade
Melhoria das condições de exercício ou de resultado dos agrupados (ACE) – Interna
Lucro (Sociedades) – Externa
ACE, Sociedades e Consórcio vs. Associação em participação:
Semelhanças:
Finalidade comum
Diferenças:
Num ACE, em Sociedades ou num Consórcio há o exercício de uma actividade por
todas as partes
Numa associação em participação, o associante exerce uma actividade, o
associado associa-se mas só fornece recursos financeiros/participa das perdas, não
exerce a mesma actividade.
6.10.2009
Caso 1
No que concerne à responsabilidade dos sócios
por dívidas sociais, distinga e caracterize o
regime aplicável às sociedades em nome
colectivo, às sociedades por quotas e às
Sociedades Anónimas.
Estes três tipos de sociedade distinguem-se no
que toca ao compromisso do sócio, como indivíduo,
para com os credores da sociedade.
As Sociedades em Nome Colectivo, como o nome
indica, são sociedades personalistas, há um grande
grau de subjectivação. No extremo oposto, as
sociedades Anónimas são sociedades capitalistas,
onde o que interessa à sociedade e aos credores é o
Capital que os sócios fornecem. Como meio-termo,
existem as Sociedades por Quotas, que são sociedades
capitalistas com cunhos personalistas.
As características destes três tipos de sociedades
podem sistematizar-se na tabela da página seguinte.
Responsabilidade
Externa
Dívidas da sociedade
em relação aos credores
da sociedade
Responsabilidade
Interna
Cada um dos sócios
está obrigado à entrada de
um montante de capital
Responsabilidade
Solidária
O sócio responde lado
a lado com os outros
sócios; estão todos ao
mesmo nível
Responsabilidade
Subsidiária
O sócio responde
depois da sociedade
Sociedade em Nome Colectivo Sociedade por Quotas Sociedade Anónima
Firma
Art. 177.ºA firma da SNC deve
conter o nome ou a firma de pelo menos um dos sócios, com o aditamento «Companhia» ou qualquer outro que indique a existência de mais sócios
Art. 200.ºA firma deve ser formada
pelo nome ou firma de todos, algum ou alguns dos sócios ou por uma denominação particular, ou por ambos os elementos, mas sempre com a palavra «Limitada»
Art. 275.ºA firma deverá ser
formada pelo nome ou firma de um ou alguns dos sócios ou por uma denominação particular, ou pela reunião de ambos os elementos, mas sempre com a expressão «Sociedade Anónima»
Responsabilidade
Art. 175.º, 1.O sócio responde:
individualmente pela sua entrada; pelas obrigações sociais subsidiariamente em relação à sociedade; solidariamente com os outros sócios
Art. 197.º, 1, 2 e 3O Capital está dividido por
Quotas e os sócios são solidariamente responsáveis por todas as entradas convencionadas no contrato. Apenas são obrigados a outras prestações quando a lei ou o contrato o estabeleçam. Só o património social responde para com os credores pelas dívidas da sociedade (salvo excepções previstas no Art. 198.º).
Art. 271.ºO capital é dividido em
acções e cada sócio limita a sua responsabilidade ao valor das acções que subscreveu.
Capital Social (CS) Não existe CS mínimo necessário.
Art. 201.ºMínimo de 5.000€
Art. 276.ºMínimo de 50.000€
Entradas Art. 176.ºCapital ou Indústria
Art. 202.ºNão são admitidas
contribuições de Indústria
Art. 277.ºNão são admitidas
contribuições de Indústria
Direito à InformaçãoArt. 181º, 1.Todo o sócio tem direito à
informação
Art. 214.º, 1. e 2.Os sócios têm direito à
informação, salvo condições expressas no contrato (2.)
Art. 288.ºQualquer accionista com
CS>=1% pode consultar (com motivo justificado) parte da informação da empresa (1. a), b), c), d), e) )
Direito de Voto
Art. 190º, 1.Cada sócio tem 1 voto,
salvo alterações expressas no contrato (sem que haja possibilidade de abolição do mesmo)
Art. 250.ºA cada cêntimo do valor
nominal da quota corresponde um voto
Art 384.º, 1A cada acção corresponde
um votoExcepções: Alíneas 2 e 3Secção V.Acções privilegiadas sem
voto
Exoneração Art. 3º, 5. – Um sócio pode exonerar-se da sociedade se esta mudar a sede de país e ele não votar a favor
Art. 105º - Um sócio pode exonerar-se da sociedade em caso de fusão que ele tenha votado contra
Art. 137.º - Um sócio pode exonerar-se da sociedade se ela for transformada e ele tiver
votado contraArt. 185.º e 186ºExiste direito de
exoneração (185º) e de exclusão (186º)
Secção VI.Existem alguns direitos,
mas não tantos como na S.N.C.
Não há direitos de exoneração nem de exclusão
Transmissão de Participações
Art. 182.ºApenas com o
consentimento de todos os sócios
Art. 228.ºA cessão de quotas não
produz efeitos para com a sociedade enquanto não for consentida, excepto se acontecer entre cônjuges, ascendentes e descendentes ou entre sócios
Art. 328.ºO contrato de sociedade
não pode excluir a transmissibilidade de acções nem limitá-la além do que a lei permitir
Caso 2
João e Pedro pretendem constituir uma sociedade por quotas para explorar um
restaurante. João pretende contribuir com as instalações do restaurante, que é
um prédio na baixa lisboeta, e Pedro pretende contribuir com algum dinheiro e
com o seu trabalho de cozinheiro.
a) Poderá o trabalho de Pedro constituir uma entrada para a sociedade?
Artigo 202º/1 - Não são admitidas contribuições de indústria.
O trabalho pode entrar como prestação acessória, de acordo com o disposto no artigo
209.º. Assim, o Pedro poderia entrar com dinheiro e comprometer-se a efectuar uma
prestação acessória, que seria o seu trabalho como cozinheiro (isto é, o contrato estipulava
que tal acontecesse).
As prestações acessórias podem ser pecuniárias ou não pecuniárias (em espécie).
Podem não ser incluídas no Capital Social da empresa, ao contrário do que acontece com as
prestações suplementares, que devem ser sempre contabilizadas – trata-se de conceitos
diferentes.
As entradas em dinheiro podem ser feitas através de notas, moedas ou cheques. As
entradas em espécie contemplam bens com valor patrimonial, mas que não seja líquido.
Exemplos possíveis são máquinas, terrenos, imóveis, ou acções de outras sociedades.
Um requisito fundamental para as entradas em espécie é o de que o valor dos bens seja
mensurável e (bem) avaliado por uma entidade que garanta o valor declarado. A entidade
pode ser um revisor oficial de contas (ROC), tal como se encontra expresso no artigo 28.º,
que deve ser designado por acordo dos sócios (excepto, claro, por aqueles que estão a fazer
a entrada em espécie).
b) A contribuição de João do prédio estará sujeita a algum formalismo especial?
No caso particular do imóvel como entrada em espécie, e continuando as condições já
acima referidas, o artigo 7.º diz-nos que mais do que o contrato de sociedade com as
assinaturas de todos os sócios – confirmadas por advogado, notário ou solicitador -, este
está sujeito a escritura pública. Assim sendo, o contrato deve ser feito com notário (não
basta um advogado), presencialmente, o que claro implica mais custos e mais tempo.
c) Indique quais os passos necessários para constituir uma sociedade.
1º Passo) Dar um nome à Sociedade
Para tal, os futuros sócios devem preencher um CAF (Certificado de Admissibilidade de
Firma) com um nome desejado, para saber se é possível ser esse (se já houver uma empresa
com esse nome, não é possível). Este CAF, que tem uma validade de 3 meses, envia-se ao
RNPC (Registo Nacional de Pessoas Colectivas). Ao indicar a firma, indica-se também o título
social, já que este tem de estar expresso. Deve indicar-se também o objecto, que tem de
estar de acordo com a firma. Pode pedir-se a certificação para três firmas, para o caso da
desejada não ser possível.
No prazo de uma a duas semanas, o RNPC admite (ou não) a firma e, depois, os sócios
têm três meses para constituir a sociedade. Expirado esse prazo, a autorização tem de ser
renovada.
2º Passo) Elaborar um plano de Estatutos
Os estatutos são regras que regulam o funcionamento interno da sociedade. No artigo
9.º estão descritas as obrigações para todos os tipos de sociedade. As obrigações adicionais
para as SNC encontram-se no artigo 176.º, as da SQ no artigo 199.º e as da SA no artigo
272.º.
Menções facultativas: está na disponibilidade dos sócios adaptarem certas regras para a
sua sociedade. Pode limitar-se, ou não, a sua “liberdade”.
Menções Facultativas
Que dão flexibilidade à sociedade
Distribuição de Lucros
Art. 297.ºUma vez por ano os sócios podem
receber lucros; no entanto, se os estatutos previrem uma regularidade diferente (por exemplo, duas vezes por ano), passa a ser essa a regra
Aumento do CS por deliberação do Conselho de
Administração
Art. 456.ºPermite-se que o CA aumente o CS
(por entradas em dinheiro) sem a deliberação de AE
Que retiram flexibilidade à sociedade Mudança de Sede
Art. 12.ºA sede pode ser alterada por
intenção do CACom a Menção Facultativa: não se
pode alterar a sede sem que a AG assim o delibere
Este passo deve demorar, no máximo, uma semana.
3º Passo) Entradas em dinheiro/espécie
As entradas em dinheiro podem ser feitas através de cheque, moedas ou notas. As
entradas em espécie devem ser acompanhadas do relatório de um ROC independente, com
data de no máximo noventa dias antes da celebração do contrato.
Devem ser cumpridos os mínimos de CS nas SQ e SA. Diferimentos:
Art. 202.º/2 para SQ. 50% das entradas em dinheiro podem ser diferidas, mas só a
partir do CS mínimo;
Art. 277.º/2 para SA. 70% do valor nominal das acções pode ser diferido, mas não pode
ser diferido o pagamento do prémio de emissão (quando previsto).
4º Passo) Reconhecimento com as assinaturas da celebração do contrato e entradas em
espécie (que, como foi visto, podem obrigar a escritura pública).
5º Passo) Registo da Sociedade
A partir deste passo, passa a haver sociedade – é quando se dá a sua efectivação.
Comunica-se às autoridades fiscais e de Segurança Social essa constituição, que está
sujeita a imposto de Selo no valor de 0,4% do CS.
6º Passo) Comunicação às autoridades Laborais
Obrigatória, uma vez que a partir da constituição da sociedade passa a haver mais
empregadores.
No caso do regime “Empresa na Hora” alguns destes passos são eliminados – a firma,
por exemplo, não pode ser escolhida livremente, mas sim entre algumas propostas
apresentadas; o projecto de estatutos também é, obviamente, mais limitado, porque não
pode ser personalizado (os sócios escolhem entre os modelos propostos).
Caso 3
Ana, Bernardo e Carlos, jovens praticantes de desportos náuticos, pretendem
promover a constituição de uma sociedade anónima destinada à oferta de bens e
serviços relacionados com aqueles desportos. No projecto que delinearam, em
face dos escassos recursos financeiros de que dispõem, pretendem associar a si
algumas pessoas dispostas a financiá-los. Alguns destes financiadores fizeram
depender a sua associação da participação de Ana, Bernardo e Carlos na gestão
das actividades da sociedade.
a) Diga quais os requisitos mínimos que Ana, Bernardo e Carlos deverão reunir para
constituir a sociedade e quais os passos necessários à sua constituição.
Devem reunir 50.000€ para o capital social. Pode diferir-se 70% das entradas. Artigos
276.º, 3 e 277.º, 2.
Se numa oferta de subscrição pública ficarem acções por subscrever, a sociedade pode
constituir-se ou não, dependendo do montante já subscrito. Se superar 75% do CS, então
pode constituir-se – artigo 280.º, 3. Realiza-se uma assembleia constitutiva com todos os
sócios para 1) aprovar a constituição da sociedade e 2) nomear os membros dos órgãos da
administração no primeiro mandato. Esta assembleia equivale, nas sociedades por quotas,
ao momento da celebração do contrato. Finda a assembleia constitutiva, faz-se o contrato
da sociedade (onde apenas têm que estar presentes os promotores e os sócios com
entradas em espécie) – artigo 283.º, 1.
Contrato parassocial
É um contrato
particular entre os sócios,
que não fica registado no
contrato da sociedade. O
artigo 17.º é o que
permite a celebração
deste pacto parassocial.
O pacto parassocial
serve para regular o que
acontece em caso de
bloqueio (50% dos
accionistas decide uma
coisa, a outra metade
decide o contrário).
Sociedades de Capital
de Risco
São entidades que
fazem investimentos
exclusivamente
financeiros, quando os
sócios não têm capacidade
de financiamento dos seus
projectos ou é um negócio
considerado de risco
b) Como poderão os promotores garantir aos
investidores o cumprimento da condição
por estes exigida para se associarem ao
projecto?
A forma de eles participarem é sendo membros
do conselho de administração.
Sociedade por quotas: Art. 257.º, nº 2 - direito à
gerência
SA: Artigo 391.º - nas sociedades anónimas não
pode haver uma categoria de acções que permita aos
sócios nomear os administradores.
Eles asseguram que fazem parte se forem
nomeados no primeiro mandato para administradores
da sociedade (duração máxima do mandato: art.
391.º, 3,). Para assegurar que, nos anos seguintes, são
reeleitos: não se pode definir no contrato, mas pode
celebrar-se um contrato parassocial (um contrato em
paralelo, entre todos os sócios, que não tem efeito
para a constituição da sociedade, mas sim para o seu
funcionamento). Assim, o que eles fariam era
constituir um pacto dizendo que a Ana, o Bernardo e o
Carlos seriam reeleitos para os órgãos de
administração no fim de cada mandato.
Nas sociedades de capital de risco há um sócio
financeiro, que entra no início com o capital, mas que
não gere nem se interessa pelas actividades da
sociedade (desde que se maximize o lucro). O
objectivo é sair, mais tarde, vendendo a sua
participação e efectuando lucro. Não há prazo para a
saída deste sócio.
Caso 4
Os suprimentos:
a) Só podem ser prestados nas sociedades anónimas
b) Constituem financiamentos de quaisquer credores da sociedade
c) São financiamentos de sócios com carácter de permanência
d) São todos e quaisquer empréstimos de sócios à sociedade
A afirmação a) é falsa. Um contrato de suprimento é uma modalidade de prestações
acessórias, que se aplica tanto às sociedades por quotas como às anónimas.
A afirmação b) é falsa. Artigo 243º/1: quem empresta à sociedade é o sócio, não é um
qualquer credor; é um empréstimo com carácter de permanência (geralmente, um contrato
superior a um ano).
A afirmação d) também é falsa. Não são todos e quaisquer empréstimos: têm de ter um
carácter de permanência (superior a um ano). Por outro lado, pode não ser um empréstimo:
prevê-se também o reembolso de um crédito (p.e. distribuição de lucros) ou uma dívida da
sociedade que reverte a favor do sócio.
O suprimento pode ser restituído no prazo e nas condições determinadas aquando da
constituição do mesmo.
Aula de 13.10.2009
Caso 1
António pretende constituir uma sociedade por quotas e quer obter uma resposta
para as seguintes questões:
a) Os sócios podem ser responsabilizados por dívidas da sociedade? Se sim, em que
condições? E se fosse uma sociedade anónima?
Conforme o disposto no artigo 197.º, 3, numa sociedade por quotas a responsabilidade
é limitada ao património social da empresa. No entanto, é possível que um ou mais sócios
respondam pelas dívidas da empresa até determinado montante (a responsabilidade não
deixa de ser limitada). Esta situação deve ser prevista no contrato, de acordo com o artigo
198.º. Numa sociedade anónima, cada sócio limita a sua responsabilidade ao número de
acções que subscreveu (art. 271.º).
c) Os sócios podem ser obrigados a prestar suprimentos à sociedade?
Os sócios apenas são obrigados a outras prestações quando a lei ou o contrato assim o
estabeleçam – artigo 197.º, 2. Se o contrato estabelecer prestações acessórias, elas devem
respeitar os artigos 209.º e o capítulo IV, contrato de suprimento (artigos 243.º e 244.º). Ou
seja: os sócios apenas são obrigados a prestar suprimentos se tal estiver definido nos
estatutos da sociedade. Outra situação: se em assembleia geral a sociedade deliberar
suprimentos e um dos sócios votar contra, ele só é obrigado a fazê-lo se houver qualquer
cláusula nos estatutos – caso contrário, aplica-se o disposto no artigo 86.º, 2.
Se não houver nem estatutos nem deliberação da assembleia geral, o sócio pode mas
não é obrigado a prestar suprimentos (244.º, 3).
No incumprimento da realização de suprimentos, a qualidade de sócio não é afectada
(o sócio não pode ser excluído), desde que o contrário não esteja previsto nos estatutos:
artigos 209.º, 4 e 287.º, 4.
d) As contas da sociedade têm de ser objecto de revisão legal por um revisor oficial
de contas?
Não, excepto:
1) Artigo 262.º, 2: as sociedades que não tiverem conselho fiscal devem
designar um ROC para proceder à revisão legal se forem ultrapassados dois dos três
limites: total do balanço – 1.500.000€; total das vendas líquidas – 3.000.000€; número
de trabalhadores empregados em média durante o exercício – 50.
2) SGPS que se constituam sob a forma de uma SQ são obrigadas a ter sempre
um ROC (porque o património da SGPS é constituído por participações sociais e tem de
haver alguém que investigue o valor real dessas participações). Decreto-lei das SGPS:
495/88, de 30 de Dezembro.
Artigo 263.º, 2: é desnecessária outra forma de apreciação ou deliberação quando
todos os sócios sejam gerentes e todos eles assinem, sem reservas, o relatório de gestão, as
contas e a proposta sobre a aplicação de lucros e tratamentos de perdas.
Pelo contrário, artigo 278.º: nas sociedades anónimas deve haver sempre um órgão de
administração e um de fiscalização.
e) Quais os procedimentos a observar para alteração dos estatutos?
Alteração de estatutos: sempre que a alteração afecte uma menção obrigatória – art.
9.º (geral), art. 199 (SQ), art. 272.º (SA); se for facultativa – art. 456.º.
Outras questões: aprovação das contas anuais, distribuição de lucros, nomeação de
órgãos de gestão, … – não há alteração de cláusulas de estatutos.
Procedimentos para alteração de estatutos
Artigo 85.º: alteração (geral) de estatutos
Para as sociedades por quotas, aplica-se o artigo 265.º: Quem tem competência para
alterar os estatutos são os sócios (ou seja, a assembleia geral). A AG deve ser convocada de
acordo com o artigo 248.º, 3 (SQ) – qualquer gerente pode convocar uma AG. A
antecedência mínima é de 15 dias, e os sócios são convocados via correio registado. Uma
das menções obrigatórias dos estatutos é a identificação dos sócios e o valor da sua
participação na sociedade – assim sendo, não pode haver transmissão de participação sem
que a sociedade saiba, como acontece nas SA.
Existe quórum deliberativo e constitutivo: art. 265.º, 1, diz que a as deliberações de
alteração do contrato só podem ser tomadas por maioria de três quartos dos votos
correspondentes ao CS ou por número ainda mais elevado de votos exigido pelo contrato da
sociedade. Esse mínimo corresponde ao quórum.
Convocação da AE em SA
Art.º 377. Convocatória com antecedência de 1 mês, feita por anúncio no site do
Ministério das Finanças (não se pode convocar directamente os sócios porque não se sabe
quem são).
1ª convocatória:
Quórum: constitutivo – 1/3 do CS (art. 383.º, 2); deliberativo: 2/3 dos votos – 2/3 dos
votos referem-se ao 1/3 do CS (art.º 386.º, 2).
2ª convocatória:
Não há quórum constitutivo (383.º/3). Deliberativo: 2/3 dos votos (de quem estiver
representado). Em 2ª convocatória, diminui-se excepcionalmente a maioria de 2/3 dos
votos para ½ dos votos, desde que esteja presente ½ do CS (Art. 386.º/4).
Excepções à competência da AG para alterar estatutos (Artigo 246.º/1/h – SQ; Art.
273.º/2 – SA) - Competência do órgão de administração:
Para alterar a sede (dentro do território nacional), é competente o órgão
administrativo (não é necessária AE) de acordo com o art.º 12.
Art. 410.º há quórum constitutivo e deliberativo (maioria dos administradores têm
de estar presentes, e entre eles também deve haver uma maioria dos votos).
Aumento de capital: altera-se uma menção obrigatória do contrato. Se houver
entradas em espécie imóveis, não basta uma deliberação da AG, é necessária escritura
pública.
A acta da AG e do órgão administrativo deve ser inscrita no registo num prazo de 2
meses a partir da data de deliberação – para haver publicidade a terceiros.
Caso 2
Uma sociedade anónima, recentemente constituída para desenvolver projectos
relacionados com energias renováveis, pretende reforçar os fundos à sua
disposição por forma a permitir-lhe efectuar um ambicioso projecto de
investimentos nas áreas atrás mencionadas.
a) Identifique as soluções à disposição da empresa para essa finalidade, quais os
procedimentos a observar e quais os órgãos competentes para a sua adopção.
Soluções Procedimentos Órgãos
Competentes
Rubrica Artigos do CSC
Emissão de
Obrigações
Passivo Art. 348.º: apenas
estão reguladas
para SA, apesar de
também serem
possíveis para SQ
Aumento de
Capital Social
Alteração de
CS, seja aumento
ou diminuição,
implica alteração
de estatutos – é
uma deliberação
especial da AG.
Exige-se uma
maioria qualificada,
de 2/3 estando
presentes 1/3 dos
sócios ou, em 2ª
reunião, maioria
simples se
estiverem
presentes metade
dos sócios (SA). SQ
¾ dos sócios
Assembleia
Geral – mas nas SA,
de forma
excepcional e se
estiver previsto nos
estatutos, pode ser
o Conselho de
Administração
Capital Próprio Art. 456.º
Cap. V.
Deliberações dos
Accionistas
Empréstimo
Bancário
Através de
terceiros
Conselho de
Administração (SA)
ou Gerência (SQ) é
o órgão
competente para
efectuar
empréstimos
bancários (órgão
de administração)
– a não ser que
esteja previsto nos
estatutos que seja
a AG a responsável
Passivo
Suprimentos Passivo (não
Corrente)
Art. 244.º (e
209.º)
Art. 287.º???
Prestações
Suplementares
Capital
Próprio
Art. 210.º e
seguintes:
dependem de
cláusulas
estatutárias e de
deliberação da
AG.
Art. 211.º: o
órgão competente
é a AG
Art. 287
COMPLETAR DIFERENTES OPÇÕES
Suprimentos
o Empréstimos com carácter de permanência efectuados pelos sócios
o Art.º 244: 1) Órgão competente é a AG 2) os sócios só efectuam os
suprimentos se estiverem de acordo se não houver cláusula estatutária
3) se não houver cláusula estatutária é por vontade dos sócios
CONFIRMAR NOS ARTIGOS
o Maioria simples
Prestações suplementares
o Prazo de reembolso bastante alargado; Art. 213.º: só podem ser
reembolsadas quando o CP não seja inferior a CS+Reserva Legal. É uma
das diferenças em relação aos suprimentos.
Reserva Legal: Artigos 218.º (SQ); 295.º e 296.º (SA)
Reservas Livres: Aquelas que os sócios criam, quando deliberam a
aplicação dos lucros no final de cada exercício
Prémios de Emissão: Quando VN<VE; Art. 296.º - segue o mesmo
regime da reserva legal
o Efectuadas pelos sócios
o “São quase Capital Social”
o Artigo 9º tudo o que seja aumento ou redução é por alteração dos
estatutos.
o Art. 210.º e seguintes – sociedades por quotas. Também são admitidas
nas SA, mas não com este nome. São prestações acessórias (cujo artigo,
287.º, já existe para SA), mas sujeitas ao regime de prestações
suplementares
O capital social é uma condição para os credores da sociedade nela investirem, uma
garantia (mas não é a única). Durante a vida da sociedade, pode haver alterações ao seu
valor – aumentos ou reduções de capital.
Prémios de emissão, ver art.295.º
Se os CP da sociedade estiverem em muito má situação (p.e. 1000€) e o CS (p.e. 5000€)
for a garantia para os credores da sociedade, a sociedade está na situação do art. 35.º: o
órgão de administração é obrigado a convocar uma AG para que os sócios deliberem a
resolução da sociedade. Pode decorrer daí: a dissolução da sociedade; entradas (em
dinheiro ou em espécie) para aumento do CS; redução do CS (desde que dentro dos limites
legais). Se os gerentes não cumprirem esta regra, estão sujeitos à aplicação de uma multa,
de acordo com o artigo 523.º. Se os sócios em AE não tomarem nenhuma decisão, não há
sanções/consequências para os sócios (no máximo, um credor poderia pedir a insolvência
da sociedade)
Um suprimento pode passar de Passivo para CP se se transformar numa prestação
suplementar COMPLETAR art. 213.º
Obrigações convertíveis em acções (uma das modalidades de obrigações) – art. 360.º
Art 355
Caso 3
O direito de preferência dos accionistas num aumento de capital social por
entradas de dinheiro:
a) Pode ser convencionado
b) Existe independentemente do acordo
c) É incompatível com a natureza jurídica da sociedade
d) Só se aplica quando estiver previsto nos estatutos.
Direito de preferência dos accionistas – Sociedades Anónimas!
Artigos que convencionam o direito de preferência dos sócios: 458.º (SA); 266.º/4 (SQ).
A existência do direito legal pode ser incompatível em casos em que não se justifica a
sua aplicação – por exemplo, em casos de fusão. Em fusões, aumentando-se o Capital Social
não existe o direito de preferência dos sócios (porque esse aumento decorre da própria
fusão, já que ambas as empresas têm CS).
Art. 460.º/2 diz que o direito de preferência pode ser suprimido, em AG, mas deve
corresponder ao interesse justificável da sociedade.
O sócio pode vender as suas acções a um outro sócio, cedendo o seu direito de
preferência. Perde peso relativo, mas ganha contrapartida monetária.
Aula de 10.11.2009
Caso 4
Aprecie a validade das seguintes normas inseridas nos estatutos de uma
sociedade por quotas:
a) “A transmissão de quotas, a título gratuito ou oneroso, entre vivos ou por
sucessão, está sempre sujeita a consentimento da sociedade”
A norma é válida.
Art. 229.º/3 - Cláusulas contratuais: O contrato de sociedade pode exigir o
consentimento desta para todas ou algumas das cessões referidas no artigo 228.º/2, parte
final.
Art. 229.º/2 - Cláusulas contratuais: O contrato de sociedade também pode dispensar o
consentimento dos sócios.
Se não houver cláusulas contratuais, aplica-se o disposto nos artigos 225.º-228.º.
Entre vivos - Art. 228.º: A cessão de quotas não produz efeitos para com a sociedade
enquanto não for consentida, excepto se acontecer entre cônjuges, ascendentes e
descendentes ou entre sócios.
Por sucessão – Art. 225.º: O contrato de sociedade pode estabelecer que, falecendo
um sócio, a respectiva quota não se transmitirá aos sucessores do falecido, bem como pode
condicionar a transmissão a certos requisitos, mas sempre com observância do disposto nos
números seguintes.
f) “Os sócios têm direito à distribuição de, pelo menos, 25% dos lucros do exercício
que sejam distribuíveis”
Art. 217.º/1: Salvo diferente cláusula contratual ou deliberação tomada por maioria de
¾ dos votos correspondentes ao CS em AE para o efeito convocada, não pode deixar de ser
distribuído aos sócios metade do lucro do exercício que (…) seja distribuível. Assim, a
cláusula é válida.
O art. 294.º diz respeito às SA, pelo que não justifica esta resposta.
Lucro de Balanço/de Exercício – lucro que uma sociedade gera pelas receitas depois de
retirados todos os custos em que ela incorre aos ganhos que teve (lucro bruto).
Lucro Distribuível – a parte do lucro de balanço que sobra depois de a sociedade
cumprir com as regras legais: artigos 32.º e 32.º (parte geral)
Art. 32.º Limite da distribuição de bens aos sócios:
RL >= Capital + Reservas (lei ou contrato)
Art. 33.º Lucros e reservas não distribuíveis
33.º/1 I – Prejuízos transitados
33.º/1 II – Reservas legais ou contratuais (5% do RL todos os anos até que se atinja
20% do CS):
o Art. 295.º (SA mas que se aplica às sociedades de quotas por remissão do art.
218.º)
o Art. 218.º/2 – Excepção
33.º/2 – Despesas de constituição (como sejam os honorários do advogado que
ajudou os sócios aquando da fundação da sociedade)
Para o LD entregue aos sócios ser superior a 50% não é necessária maioria reforçada
(basta uma maioria simples, porque se estão a favorecer os sócios).
Capital Próprio
Capital Social
Acções próprias
o Acções que a empresa compra dela própria
o Limite máximo: 10% do Capital (art. 317.º/2)
o Obrigam à constituição de uma reserva especial do mesmo montante (art.
324.º/1/b)
o Razões que justificam a compra de acções próprias: Boa aplicação financeira se
as acções estiverem subavaliadas; Provocar ou reagir contra acções na Bolsa; Forma de
remunerar e incentivar o pessoal através de distribuição de acções próprias; Forma de
remuneração de accionistas (devido à tributação mais-valias vs dividendos)
Reservas legais
o Art. 295.º para SA e SQ
o Constituídas principalmente por retenção de lucros visando o aumento dos
meios de acção das empresas
o Obrigatórias por lei.
o As sociedades por quotas e anónimas deverão reservar 5% dos lucros obtidos
em cada exercício à constituição de reserva legal até que esta atinja 20% do Capital.
o Prémios de emissão estão sujeitos ao regime de reserva legal – art. 295.º/2
Reservas Estatutárias
o Constituídas por decisão da Assembleia Geral (ou estipuladas no contrato da
sociedade)
o Têm como objectivo reter fundos na empresa para reforço da situação
financeira
Prestações Suplementares (SQ) e Acessórias (SA)
o Entradas de dinheiro exigidas aos sócios para reforço do Capital da Sociedade
o Podem ser restituídas aos sócios se eles os deliberarem e desde que o Capital
Próprio não fique inferior a Capital Social + Reserva Legal (art. 213.º/1)
o Não podem ser remuneradas
o Não confundir com Suprimentos: Empréstimos de Sócios (Passivo) e com
possibilidade de vencerem juros.
Resultados Transitados
Resultado Líquido, LD
o De acordo com os artigos 297.º e 294.º, do LD pelo menos metade cabe aos
sócios, mas atenção:
Aos estatutos
Aos limites legais (CP CS + RL+ RE)
Às deliberações da AG (por maioria qualificada)
Caso 5
Aprecie a validade das seguintes normas inseridas nos estatutos de uma
sociedade anónima
a) “A transmissão de acções, a título gratuito ou oneroso, entre vivos ou por
sucessão, é proibida”
Art. 328.º/1: O contrato de sociedade não pode excluir a transmissibilidade de acções
nem limitá-la além do que a lei permitir.
Art. 328.º/2: tudo o que caiba fora das hipóteses previstas nestes artigos não pode ser
estipulado no contrato da sociedade
Assim, esta norma não seria válida.
328.º/1 Sociedades de Capitais Puras (sociedades anónimas)
229.º/1 Sociedades de Capitais com cunhos personalistas (nas sociedades de quotas já
seria possível excluir a transmissão de acções)
g) “Os accionistas não gozam de direito de preferência na subscrição dos aumentos
de capital a realizar”
Art. 458.º: Direito de preferência. É um artigo imperativo, não é optativo.
Art. 460.º: Limitação ou supressão do direito de preferência
Nos aumentos de CS em dinheiro, a norma não é válida (uma vez que a lei, art. 458.º, o
estabelece). Nos aumentos em espécie, não existe um artigo a estipular o direito de
preferência – logo, a cláusula seria possível mas não faria sentido, porque estava a proibir
algo que não é obrigatório.
Art. 456.º: “o contrato de sociedade pode” ou seja, se o contrato não previr essa opção,
ela não é obrigatória. Este artigo é optativo, por isso é necessária uma cláusula estatutária
que repita a lei. Tal não acontece com o artigo 458.º.
Caso 6
A transmissão das acções da sociedade “ABC – Centro de Explicações, S.A.”, está
limitada pela seguinte cláusula estatutária: “As acções da sociedade apenas
podem ser transmitidas para professores licenciados de nacionalidade
portuguesa”.
Juan, professor de espanhol, não licenciado, que pretende adquirir acções da
sociedade, entende que a citada cláusula é nula por ser discriminatória. Quid
iuris?
Art. 328.º: O contrato de sociedade não pode excluir a transmissibilidade de acções
nem limitá-la além do que a lei permitir.
Art.º 328.º/2/c: Subordinar a transmissão (…) à existência de determinados requisitos,
subjectivos ou objectivos, que estejam de acordo com o interesse social.
Ser licenciado é um requisito subjectivo que tem interesse social, por isso está de
acordo com a lei.
No que diz respeito a ser Português, Juan poderia argumentar estar a ser discriminado
em relação aos licenciados que são Portugueses (estaria a ser violado o direito à Igualdade).
Ressalva: este princípio da igualdade aplica-se à relação entre o Estado e os Particulares,
não às relações entre particulares. Não há violação a este princípio se estivermos a analisar
relações pessoais: por exemplo, no contrato de arrendamento o arrendatário estipular que
só quer raparigas porque são mais arrumadas e organizadas. Não é ilegal fazer-se isso, o
direito à igualdade não é violado.
Juan só poderia conseguir a anulação da cláusula se conseguisse provar que não havia
interesse social para a firma em não contratar estrangeiros.
Firma de denominação – dedica-se à prestação de serviços de explicações
Requisitos Subjectivos ≠ Requisitos Objectivos
Subjectivos – dizem respeito ao accionista, à pessoa que detém as acções
Objectivos – dizem respeito às próprias acções (ao bem que está a ser transaccionado)
Juan não cumpre os requisitos – nomeadamente, não ser licenciado.
Caso 7
João, titular de uma quota da sociedade “Bom Ar – Montagem e Comercialização
de Ar Condicionados, Lda.”, pretende ceder a sua quota na sociedade ao seu primo
Pedro”. Imagine que os estatutos da sociedade contêm a seguinte cláusula: “A
cessão de quotas é proibida”.
Poderá João ceder a sua quota?
Art.º 229/1 – a transmissão de quotas poderá ser proibida, mas não durante mais do
que 10 anos.
O João só poderá ceder a sua quota (ou simplesmente sair da sociedade) se já fizer
parte da sociedade há mais de 10 anos.
24.11.2009
Caso 8
A gerência da sociedade “XPTO, Lda.” pretende vender o prédio onde está
instalada a sua sede.
Poderá fazê-lo?
Art. 259.º (Competência da Gerência): Os gerentes devem praticar os actos que forem
necessários ou convenientes para a realização do objecto social, com respeito pelas
deliberações dos sócios.
Art. 246.º/2/c (Competência dos Sócios): Se o contrato social não dispuser
diversamente, compete também aos sócios deliberar sobre: c) a alienação (…) de bens
imóveis
Oneração – p.e. hipoteca
Se fosse o caso de SA: artigos 405.º e 406.º/e
Caso 9
Manuel, titular de 20% das acções representativas do capital social da sociedade
“Olá, SA”, está indignado porque os estatutos desta sociedade não o permitem
votar com os votos correspondentes a 10% do Capital da sociedade. Será lícita
esta limitação?
Sim, art. 384.º/2b) + art. 384.º/3 - Mais uma expressão da sociedade capitalista (os
direitos variam não com o sócio, mas com a categoria de acções)
Exemplo da EDP
Categoria A: Vota com, no máximo, 5% do CS (independentemente da percentagem de
capital que detiver) – acções diminuídas (do direito de voto)
Categoria B: acções ordinárias [no caso, pertencem ao ESTADO]; quando as acções de
categoria B deixam de pertencer a entes públicos e passam a pertencer a privados, perdem
o direito especial – é uma verdadeira golden share!
Caso 10
A sociedade “PBI, SA” pretende fundir-se com a sociedade “Milenar, SA”
Parte geral: artigos 97.º e seguintes
Art. 97.º/4 - há 2 modalidades de fusões:
Fusão – absorção (incorporação) a)
Fusão - por constituição de nova sociedade b)
Operação contrária à fusão: Cisão
Artigos 118.º e seguintes
Art. 118.º/1
Cisão – simples
Cisão – dissolução
Cisão – fusão
- parte da cisão simples – destaco parte da sociedade, que servirá para a fusão
- parte da cisão dissolução – dissolve-se a sociedade, para dar origem a uma fusão
posterior
A. Indique os passos necessários para que o PBI incorpore o património da
Milenar.
PROJECTO DE FUSÃO
Competência: Órgão de Administração (das sociedades que planeiam fundir-se – só há
um projecto) – gerência (SQ), CA (SA)
Art. 98.º: elementos necessários para o projecto de fusão
Art. 98.º/2: Pode utilizar-se o balanço do último exercício desde que ele não tenha mais
de 6 meses na data do projecto de fusão
Ex. contas aprovadas no dia 31/12/N – se a fusão for a 30/6/N+1 o balanço é válido;
se for a 1/7/N+1 tem de se elaborar um balanço novo
2.Fiscalização (Art. 99.º):
Órgão de Fisc e/ou ROC (intervém em complemento ou em substituição
Existe para avaliar a relação de troca (que serve para defender os sócios)
Pode ser dispensada se todos os sócios prescindirem dela (porque confiam nos
órgãos de administração)
Nas SA em geral há sempre OF (desde que não seja dispensado)
Nas SQ em geral não há OF (não é obrigatório) – só é nos SQ que não estejam
dos seguintes casos: SGPS; 262.º/2; estatutos
3.Registo
Art. 100.º/1 – conta-se 1 mês para direito de oposição de credores e convocatória da
AG
4.Direito de Oposição
Art. 101.º-A
5. Convocação da AG
A convocatória faz-se geralmente na mesma altura que o registo
6. Reúne-se a AG (Passou 1 mês e nenhum credor se opôs ou opôs-se e resolveu-se a
situação)
Uma assembleia geral por cada sociedade
Exige-se a maioria necessária à alteração de estatutos - art. 103.º/1
Se for uma fusão por absorção, alteram-se os estatutos
Se for uma fusão por constituição de nova sociedade, criam-se novos estatutos
SQ: ¾ do CS: 265/1
SA: 2/3 votos: 386/3 + 383/2
7. Registo de fusão
Artigos 111.º, 112.º
FUSÃO
Competência: Assembleia-geral
B. Qual a maioria necessária para aprovar, em AG, esta fusão?
Depende se é SQ ou SA (ver acima)
C. Haveria alguma especialidade se a PBI fosse detentora de 100% do capital
da Milenar?
Incorporação de sociedades detidas a 100%: Art. 116.º
Este artigo foi alterado pelo DL 185/2009 de Agosto – deixou de ser 100%, passou a ser
90% ou +
Relação de troca não existe, não faz sentido! Os sócios são os mesmos.
Também já não há fiscalização do projecto de fusão
Pode ser dispensada a AG se todos os sócios estiverem de acordo e isso estiver
no projecto de fusão
Caso 11
A sociedade “Belmiro Investimentos, SGPS, SA” pretende constituir uma SA da
qual seja a única titular das suas acções.
A. Poderá fazê-lo?
Art. 488.º (Domínio total inicial) – é possível!
Trata-se de uma modalidade de sociedades coligadas (que estão reguladas nos artigos
481.º e seguintes)
Podem ser (art. 482.º):
Rel de simples participação (483.º)
Rel de Participações recíprocas (485.º)
Rel de domínio (486.º)
Entende-se que há uma rel de domínio quando uma participa na outra em + de
50% do CS, em mais de 50% dos votos ou tem o poder do OA ou do OF
Rel de grupo (paritário, subordinação ou domínio total)
o Paritário: duas sociedades que se coligam e cuja gestão é feita por uma
terceira sociedade, independente (492)
o Subordinação: duas sociedades que se coligam e uma delas gere o grupo
(493)
Art. 481: SA/SQ/SCA
No caso da Belmiro Investimentos SGPS, é uma relação de grupo em domínio total –
artigos 488.º a 491.º; o 491.º é uma norma de remissão, por isso também se aplicam os
artigos 501.º a 504.º; como é uma SA, aplicam-se os artigos 271.º a 464.º; Parte geral,
artigos 1.º a 174.º. Se houver um conflito de artigos, aplica-se o regime específico.
B. Poderá a Belmiro Investimentos dar ordens ao Conselho de Administração
da nova sociedade?
Enquanto sociedade dominante, pode dar instruções vinculantes: artigo 503.º/1 (Direito
de dar instruções).
C. Poderá a Belmiro Investimentos vir, algum dia, a responder por dívidas da
nova sociedade?
Pode, nos termos do 501.º
D. Imagine que a mesma Belmiro Investimentos comprou 93% da sociedade
“Comunicações, SA”. Poderá, de alguma forma, a Belmiro Investimentos comprar
os restantes 7% da Comunicações mesmo sabendo que os titulares dessas acções
não estão interessados em vender?
Artigo 490.º permite isso
Requisitos:
Comunicação à sociedade cujo capital comprou (“eu comprei mais do que 90%
do teu capital”)
Avisar accionistas minoritários (mas não estou dependente da sua aceitação)
Direito de propriedade privada – o sócio minoritário tinha acções e fica sem elas, há
uma aparente contradição! Em 2002 o tribunal de contas decidiu que não é inconstitucional
porque, na primeira parte do artigo, diz-se que o sócio minoritário é obrigado a vender, mas
nas alíneas 5 e 6 prevê-se o direito contrário (o minoritário pode obrigar o maioritário a
comprar). Assim, o direito não é violado.
Segunda justificação para o facto do 490.º ser lícito: com 93% do CS, o poder sobre a
sociedade é igual a ter 100% (a diferença nota-se apenas a nível teórico e jurídico). Os
artigos que se aplicam à sociedade são diferentes se se tratar de uma empresa detida a
100%!
Aula de 9.12.2009
Limitações à concorrência:
Práticas individuais – DL 370/93
Coligações
o 4º Lei da Defesa da Concorrência (Lei 18/2003)
o 101.º Tratado da União Europeia
Abuso de posição dominante
o 6.º LDC
o 102.º TUE
Abuso de dependência económica – 7.º LDC
Concentrações de empresas
o 8º-12º LDC
Se QM
>30%
Se VN
Conj >150M
Individ>2M
o Regulamento CE 139/2004
Se VN:
Conj >5M
Indiv >250M
Auxílios de Estado
o 13º LDC
o 107.º TUE
Exemplo: zona franca da Madeira
Caso 12
Um hipermercado nos arredores de Lisboa, tendo feito uma encomenda excessiva
de chocolates e vendo aproximar-se a data limite para o respectivo consumo,
resolve promover a venda desses chocolates por metade do respectivo preço de
custo:
a) Tal prática não é admissível
b) Tal acto é lícito
c) A alienação em causa está sujeita a autorização prévia da DG da Concorrência
d) A venda tem de ser previamente comunicada à Autoridade da Concorrência
Práticas individuais da Concorrência
DL nº370/93 de 29 de Outubro, Venda com prejuízo, art.º3/4/a
Caso 13
Em Março de 2000, a SIC, a PT Multimédia e a TV Cabo celebraram um acordo de
parceria, por um prazo de 10 anos, renovável, que atribui à SIC um direito de
preferência no fornecimento de canais temáticos, produzidos em português e
para Portugal, para o pacote básico da TV Cabo. O mesmo contrato prevê a
atribuição ao grupo PT Multimédia da comercialização exclusiva dos casais de
acesso não condicionados produzidos pela SIC. A Autoridade da Concorrência
condenou estas empresas por terem celebrado entre si um contrato que contém
cláusulas restritivas da concorrência.
Comente esta condenação.
Acordo de parceria entre 3 empresas.
A condenação faz todo o sentido, uma vez que a lei nº18/2003 de 11 de Junho declara
como prática proibida, no art.º4/1, “os acordos entre empresas (…) que tenham como (…)
efeito impedir, falsear ou restringir de forma sensível a concorrência no todo ou em parte
do mercado nacional”.
Caso 14
As administrações de duas empresas produtoras de refrigerantes celebraram um
acordo em que estabelecem as bases de um entendimento comum que, entre
outros aspectos, lhes permitirá: (a) distribuir os respectivos produtos
preferencialmente em determinadas zonas do país; (b) controlar os preços de
venda dos refrigerantes gaseificados e (c) estabelecer um preço mínimo comum
para a aquisição de vasilhame.
Pronuncie-se sobre o acordo em causa e sobre as cláusulas enunciadas,
nomeadamente sobre a respectiva legalidade e validade.
Coligação sob a forma de acordo de empresas
A cláusula a) é inválida, porque vai de encontro ao art. 4º/1/d, que impede a repartição
de mercados ou fontes de abastecimento.
As cláusulas b) e c) também são inválidas, de acordo com o disposto no art. 4º/1/a.
… Coima – art. 43.º/a
Caso 15
A legalidade de uma operação de concentração de duas empresas que se dedicam
à exportação de material de calçado é:
a) Apreciada à luz da lei portuguesa que regula a concorrência
b) Apreciada à luz da legislação comunitária que regula a concorrência
c) Apreciada por ambas
d) Totalmente livre de restrições
Ou uma ou outra!!!
Concentrações de empresas
o 8º-12º LDC (AdConc)
Se QM
>30%
Se VN
Conj >150M
Individ>2M
o Regulamento CE 139/2004
Se VN:
Conj >5M
Indiv >250M
Caso 16
Estão sujeitas a notificação prévia:
a) Todas as operações de concentração de empresas
b) Apenas as operações de concentração que envolvam fusões
c) Apenas as operações de concentração que criem ou reforcem uma posição
dominante em certo mercado
d) Todas as operações que criem ou reforcem uma posição dominante em certo
mercado ou cujas empresas envolvidas apresentem certo volume de negócios.
Art. 9º/1
Caso 17
A ANA – Aeroportos de Portugal, S.A., é uma sociedade anónima de capitais
exclusivamente públicos que tem como objecto social a exploração, em regime de
concessão, do serviço público aeroportuário de apoio à aviação civil em Portugal,
podendo ainda acessoriamente explorar actividades e realizar operações
comerciais e financeiras com aquela relacionadas ou que sejam susceptíveis de
facilitar ou favorecer a sua realização. A ANA propõe-se adquirir o controlo
exclusivo da sociedade Portway – Handling de Portugal, SA, que tem como objecto
social a prestação de serviços na actividade de assistência em escala ao
transporte aéreo nos aeroportos nacionais (“handling”) de Lisboa, Porto e Faro.
O negócio em questão está sujeito a algum condicionalismo?
Concentração de empresas – aquisição de controlo. Art. 8.º/1/b e 8.º/3/a
Art. 9º/1/a: o negócio tem de ser previamente autorizado pela Autoridade da
Concorrência
Processo 13/2006 (ver site da AdC)
O facto de a ANA reforçar a sua posição accionista na Portway (adquirindo a quota de
40% da Fraport na empresa) não causa alterações a nível de mercado. A Portway continua a
dividir o mercado com a Groundforce.
Caso 18
Como é do conhecimento geral, o mercado português de produtos energéticos,
onde actua a empresa Galp Energia, detida em parte relevante, directa e
indirectamente, pelo Estado português, está a sofrer grandes mudanças. Entre as
alterações em curso estão a venda pela Galp Energia à EDP dos seus activos na
área do gás natural e a liberalização dos preços de alguns combustíveis.
A. A venda pela Galp Energia à EDP dos seus activos na área do gás natural
está sujeita a apreciação pela Autoridade da Concorrência?
Tipo de restrição à concorrência: concentração de empresas – aquisição de controlo.
Artº 8.º/1/b -> 8.º/3/b
Não temos informação suficiente para saber se, de acordo com o artigo 9.º, a empresa
tem de comunicar à AdC a operação e aguardar aprovação.
Uma empresa que tenha de notificar a AdC e não o faça: artº 43.º/3/a)
B. Que medidas poderão as autoridades adoptar se, em resultado da
liberalização dos preços dos combustíveis, houver suspeitas de que as empresas
distribuidoras de produtos petrolíferos estão a conjugar os respectivos
comportamentos quanto à fixação dos respectivos preços?
Coligações: artº 4.º
Neste caso específico, trata-se de coligações com o objectivo de práticas concertadas.
Distinguem-se dos acordos de empresa porque com práticas concertadas não tem de haver
contrato/acordo formal/reunião para as empresas se entenderem.
Caso não cumpram
24.º - 27.º
28.º - 1 (arquivar); 2 (condenação); 3 (sanções+coimas) 43 46 46; 4 ??
Caso 19
Como é do conhecimento geral, a TAP tem há algum tempo uma parceria com a
Portugália, que se pretendia que evoluísse no sentido da fusão entre as duas
empresas. Por outro lado, tendo em consideração a importância do mercado
brasileiro para o conjunto das suas operações, a TAP decidiu participar
directamente e numa posição de relevo no processo de recuperação da Varig. Não
podendo adquirir uma participação maioritária no seu capital por força da lei
brasileira, a TAP propôs-se, no entanto, assumir a responsabilidade da sua gestão.
Os negócios acima mencionados, se se concretizarem, estão sujeitos a apreciação
pela Autoridade da Concorrência? Se tivesse a responsabilidade de os apreciar,
como seria a sua decisão?
1) TAP --------> Portugália (fusão) Processo 32/2006, Comunicado 10/2007
a. Concentração de empresas na modalidade entre empresas independentes
b. 12.º
i. 2 (parâmetros)
ii. 3 e 4 (decisão)
2) TAP --------> Varig (responsabilidade na gestão)
a. Concentração de empresas (art. 8º/1/b, art. 8º/3/c)
5ª feira antes do exame, 15h30, aula de duvidas de direito