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Patologia Médica III Cardiologia Ficha #5 CARDIOPATIAS CONGÉNITAS Bibliogra fia 2010 ESC Guidelines on Grown Up Congenital Heart Disease Ra-id Abdulla, Heart Diseases in Children: A Pediatrician’s Guide 2011 CASO 1 Um homem com uma alteração subtil à auscultação cardíaca Um homem de 49 anos, previamente saudável, recorreu à sua consulta de medicina geral de familiar há cerca de um mês por queixas de cansaço para médios a grandes esforços desde há 6 meses. Na altura solicitou alguns exames complementares de diagnóstico e marcou consulta ao doente para um mês depois. Quinze dias depois, o mesmo doente vem ao seu período de consulta aberta após ter tido alta do serviço de urgência do hospital da sua área de residência, onde tinha ido por um episódio de palpitações intensas, irregulares, que cedeu espontaneamente ao fim de 5 horas. Não teve outros sintomas acompanhantes e não foram tomadas medidas terapêuticas específicas na urgência. Na carta de alta é salientada a presença de um desdobramento fixo do segundo tom cardíaco e foi-lhe recomendado consultar o seu médico de família. Não há antecedentes de doença cardiovascular na família. Como terapêutica habitual toma losartan 50 mg/hidroclorotiazida 12,5 mg id. Nega diabetes, dislipidémia ou tabagismo. Questões 1. Quais são as hipóteses de diagnóstico mais prováveis? 2. Que outros achados poderemos encontrar no exame físico? 3. Descreva o ECG do doente, realizado antes da alta do SU. 4. Que outros exames complementares de diagnóstico podem ajudar a melhor caracterizar a situação clínica? 5. O que poderia observar na telerradiografia do tórax deste doente?

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Patologia Médica III Cardiologia

Ficha #5 CARDIOPATIAS CONGÉNITAS

Bibliografia 2010 ESC Guidelines on Grown Up Congenital Heart DiseaseRa-id Abdulla, Heart Diseases in Children: A Pediatrician’s Guide 2011

CASO 1

Um homem com uma alteração subtil à auscultação cardíaca

Um homem de 49 anos, previamente saudável, recorreu à sua consulta de medicina geral de familiar há cerca de um mês por queixas de cansaço para médios a grandes esforços desde há 6 meses. Na altura solicitou alguns exames complementares de diagnóstico e marcou consulta ao doente para um mês depois.

Quinze dias depois, o mesmo doente vem ao seu período de consulta aberta após ter tido alta do serviço de urgência do hospital da sua área de residência, onde tinha ido por um episódio de palpitações intensas, irregulares, que cedeu espontaneamente ao fim de 5 horas. Não teve outros sintomas acompanhantes e não foram tomadas medidas terapêuticas específicas na urgência. Na carta de alta é salientada a presença de um desdobramento fixo do segundo tom cardíaco e foi-lhe recomendado consultar o seu médico de família.

Não há antecedentes de doença cardiovascular na família. Como terapêutica habitual toma losartan 50 mg/hidroclorotiazida 12,5 mg id. Nega diabetes, dislipidémia ou tabagismo.

Questões

1. Quais são as hipóteses de diagnóstico mais prováveis?

2. Que outros achados poderemos encontrar no exame físico?

3. Descreva o ECG do doente, realizado antes da alta do SU.

4. Que outros exames complementares de diagnóstico podem ajudar a melhor caracterizar a situação clínica?

5. O que poderia observar na telerradiografia do tórax deste doente?

6. Abaixo encontra-se o resultados do ecocardiograma transesofágico, realizado no serviço de cardiologia, que diagnosticou uma comunicação interauricular. Qual é o sentido do fluxo

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sanguíneo (esquerda-direita ou direita-esquerda)? De forma este sentido se relaciona com a fisiopatologia da doença?

7. Quais são os tipos de CIAs que conhece?

8. Que tratamentos estão disponíveis para esta situação?

9. Quando é que este doentes ultrapassam a solução cirúrgica/cardiologia de intervenção?

CASO 2

É essencial o exame físico completo numa hipertensão arterial “essencial”...

Encontra-se a observar pela primeira vez um homem de 42 anos no âmbito de uma consulta de hipertensão arterial no seu centro de saúde. O doente refere apenas fadiga ligeira e cefaleias ocasionais, epistáxis ocasionais, negando dispneia de esforço, dor torácica ou síncope.

Refere ter hipertensão arterial há muitos anos, para a qual toma bisoprolol 5 mg id e ramipril 5 mg id; a pressão arterial tem estado mal controlada, pelo que recorreu à consulta para tentar melhorar o seu controlo. Nega dislipidémia ou diabetes. Fuma meio maço de cigarros por dia.

No exame físico destacava-se uma pressão arterial de 154/78 mmHg no braço direito e um sopro sistólico grau II/VI nas áreas aórtica e pulmonar.

Questões

1. O exame físico que foi realizado é manifestamente insuficiente no contexto de um estudo de uma hipertensão arterial. Que outros sinais deveriam ter sido obrigatoriamente pesquisados?

2. O doente tinha uma diminuição da amplitude e um atraso de ambos os pulsos femorais e um pressão arterial nos membros inferiores de 110/60 mmHg. Qual é a hipótese diagnóstica mais provável? Que outros sinais poderiam ter sido encontrados ao exame físico?

3. Que achados esperava encontrar no electrocardiograma? E na telerradiografia de tórax?

4. Que exames complementares de diagnóstico deveria solicitar para confirmar a sua hipótese diagnóstica? Que exames permitem avaliar a totalidade da extensão da aorta?

5. A zona estenótica na coartação da aorta dá-se habitualmente na zona de inserção do canal arterial. Todavia, em até 85% dos casos encontra-se associada a outra patologia valvular, que tem de ser pesquisada. De que patologia estamos a falar?

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6. Comente a seguinte afirmação: “a coartação da aorta é uma arteriopatia generalizada”.

7. Quais os tratamentos disponíveis?

8. Como tratava neste doente a hipertensão arterial residual após a solução cirúrgica/cardiologia de intervenção.