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ENCONTRO I O SACRAMENTO DO BATISMO NA BÍBLIA E NA HISTÓRIA 1 - DADOS BÍBLICOS SOBRE A INICIAÇÃO CRISTÃ 1.1 O batismo de João Batista Jo 3,22.25-26; Mc 1,4; Lc 3,3,. Mt 3,6; Mc 1,5. Há uma relação muito grande entre o batismo de João com o de Jesus. O batismo fazia parte da pregação de João Batista. O batismo de João é batismo da água. 1.2 O batismo de Jesus Mc 1,9-11; Mt 3,13-17;Lc 3,21-22; Jo 1,29-34 (descrição indireta). Jesus é batizado por João. Este era o batismo dos pecadores. Jesus se coloca no meio dos pecadores. O Espírito é derramado sobre Jesus. É a manifestação que o Espírito está em Jesus. As palavras pronunciadas declaram quem é Jesus. O batismo de Jesus tem como imagem a própria cruz. Entrar nas águas do Jordão significa cruz – kénosis – esvaziamento. A missão de Jesus se realiza entre dois batismos: o do Jordão e o da cruz. O batismo de Jesus revela o seu mistério. 1.3 O testemunho dos sinóticos e do livro dos Atos. a) Batismo, pregação e fé Mt 28,18-20; Mc 16,15-16. O batismo é a aceitação do Kerigma (anúncio). É aceitação da Boa Nova. É deixar-se tomar pela Boa Nova. O batismo simboliza de maneira viva a aceitação do Evangelho. Pelo batismo/confirmação, Deus se insere na vida da pessoa. Ele toma conta da vida daquela pessoa. Cada eucaristia renova o ato de amor feito no batismo. b) A narração de Pentecostes At 2,37-41 – O dom do Espírito é realizado através da imposição das mãos. Gestos: imposição das mãos, banho batismal e profissão e fé. c) A imposição das mãos para o dom do Espírito At 8,14-17; At 19,5-6 1.4 A catequese paulina

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ENCONTRO IO SACRAMENTO DO BATISMO NA BÍBLIA E NA HISTÓRIA

1 - DADOS BÍBLICOS SOBRE A INICIAÇÃO CRISTÃ

1.1 O batismo de João BatistaJo 3,22.25-26; Mc 1,4; Lc 3,3,. Mt 3,6; Mc 1,5.Há uma relação muito grande entre o batismo de João com o de Jesus. O batismo fazia parte da

pregação de João Batista. O batismo de João é batismo da água.

1.2 O batismo de JesusMc 1,9-11; Mt 3,13-17;Lc 3,21-22; Jo 1,29-34 (descrição indireta).Jesus é batizado por João. Este era o batismo dos pecadores. Jesus se coloca no meio dos

pecadores. O Espírito é derramado sobre Jesus. É a manifestação que o Espírito está em Jesus. As palavras

pronunciadas declaram quem é Jesus. O batismo de Jesus tem como imagem a própria cruz. Entrar nas águas do Jordão significa cruz –

kénosis – esvaziamento.A missão de Jesus se realiza entre dois batismos: o do Jordão e o da cruz.O batismo de Jesus revela o seu mistério.

1.3 O testemunho dos sinóticos e do livro dos Atos.a) Batismo, pregação e fé

Mt 28,18-20; Mc 16,15-16. O batismo é a aceitação do Kerigma (anúncio). É aceitação da Boa Nova. É deixar-se tomar pela Boa

Nova. O batismo simboliza de maneira viva a aceitação do Evangelho. Pelo batismo/confirmação, Deus se insere na vida da pessoa. Ele toma conta da vida daquela

pessoa. Cada eucaristia renova o ato de amor feito no batismo.

b) A narração de PentecostesAt 2,37-41 – O dom do Espírito é realizado através da imposição das mãos.Gestos: imposição das mãos, banho batismal e profissão e fé.

c) A imposição das mãos para o dom do EspíritoAt 8,14-17; At 19,5-6

1.4 A catequese paulinaPaulo foi quem mais elaborou a doutrina do batismo. Ele fala sempre do batismo como

incorporação a Cristo. Cl 2,9-15; Gl 2,19-20; 6,12; 12,14-17

Rm 6,3-5 – Batizado em Jesus Cristo – batizados na morte de Cristo

Sepultados na morte de Cristo

EfeitoMergulhando nas águas a pessoa participa da morte e da ressurreição de Jesus. O sepultamento

tem o sentido de ser enxertado.

Assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos pela glória do Pai. Assim também nós possamos caminhar nesta vida.

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O batismo é o sacramento de incorporação no mistério pascal de Cristo. Morre junto com Cristo, para viver junto com Ele. É como se houvesse uma antecipação da morte, para haver uma ressurreição.

1.5 Textos relacionados com a ação do Espírito- O Espírito em Jesus – Lc 10,21-22- A promessa do Espírito por parte de Jesus – Jo 14,16-17; Jo 19,30; Jo 20,22- A unção que vem do Espírito – 1Jo 2,20-27- A unção, selo e as “arras” (penhor, garantia)- O Espírito, a água e o sangue – 1Jo 5,6-8; Jo 19,34- A regeneração e o nascimento dos filhos de Deus – Jo 3,1-5

1.6 A catequese petrina 1 Pd 1,3-4.11

ConcluindoO Novo Testamento chega a apresentar o batismo como um gesto de água único (Ef 4,5), realizado

pela Igreja em nome da Trindade. Desta forma os batizados eram associados à comunidade. O rito do batismo não é descrito com precisão no NT. Em Atos 8,38 encontramos Filipe e o eunuco

que descem à água. O versículo 37 (tradição ocidental) assinala uma profissão de fé cristológica: “Crês de todo o coração? Respondeu o eunuco: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus”.1

2. O SACRAMENTO DO BATISMO - DADOS HISTÓRICOS

2.1 Os quatro primeiros séculos

Didaqué – É o texto mais antigo fora da Bíblia (final do século I ou inicio do século II). O capitulo sete apresenta o batismo:

No que diz respeito ao batismo, depois de ter dito tudo o que precede, batizai em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo em água corrente. Se não tens água corrente, batiza em outra água; se não puderes em água fria, faze-o em água quente. Na falta de uma ou de outra, derrama três vezes água sobre a cabeça em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Mas antes do batismo, o que batiza e o que é batizado, e se outros puderem, observem um jejum; ao que é batizado deverás impor um jejum de um ou dois dias.

Menciona o batismo em nome das três pessoas, mas também em nome do Senhor; fornece precisões sobre a utilização da água, eventualmente apenas por efusão, e sobre o jejum aconselhado a todos os que podem fazê-lo.

Justino (meados do século II) – Acrescenta que o sentido do batismo é de uma iluminação.Aqueles que, com toda convicção, tem por verdadeiro o que ensinamos e expomos, primeiramente afirmam que assim poderão viver. Depois ensina-se-lhes a rezar e a pedir a Deus, no jejum, o perdão de suas faltas passadas e nós mesmos rezamos e jejuamos com eles. Em seguida os levamos para onde está a água e da mesma maneira como foi a nossa regeneração, também eles são regenerados; em nome de Deus, pai e mestre do universo, e de nosso salvador Jesus Cristo, eles são lavados na água...

Tertuliano (início do século III) – Neste século há um desenvolvimento ritual importante (exorcismos, unções com óleos, imposição das mãos), inspirado provavelmente na Escritura.Tertuliano é o primeiro a fornecer um tratado sobre o batismo. É necessária uma preparação para o batismo. O dia do batismo é o dia da Páscoa por excelência (presidido pelo bispo, ou padre, ou diácono ou

1 Este resumo foi apresentado por Pe. Domingos Ormonde, no Curso de Atualização em Liturgia, em São Paulo.

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ainda um homem leigo; água benzida na aurora; imersão com renuncia ao demônio; imersão acompanhada da profissão de fé; unção; imposição das mãos.

Hipólito de Roma – Tradição Apostólica – (Roma por volta do ano 215) – Oferece o primeiro ritual. “Começa por um catecumenato (nº 15-20) que pode durar três anos e se apresenta com uma provação, com numerosos exorcismos. Faz-se o batismo no fim de uma vigília (provavelmente pascal). Depois da renúncia a Satanás e de uma primeira unção feita pelo presbítero, com o óleo de exorcismo, os candidatos descem nus à piscina com um diácono, para uma tríplice profissão de fé, por perguntas e respostas, e, uma tríplice imersão na água. Seguem uma unção cristológica feita pelo presbítero com o óleo de ação de graças, o vestir-se de novo e a entrada na igreja. Ali o bispo lhes impõe as mãos, com uma oração para o dom do Espírito, depois lhes faz uma terceira unção, trinitária, e lhes dá o beijo da paz; seguem-se a oração universal e a oferta dos dons para a eucaristia.

Esse ritual, muito amplo, influenciará toda a tradição ocidental. Importa sublinhar seu sentido eclesial: tornados cristãos em sua entrada para o catecumenato, e escolhidos (eleitos) em sua fase final, os batizados se tornam fiéis ao receberem o sacramento da fé, e entram verdadeiramente na comunidade cristã; a celebração é realizada pelo bispo, rodeado de diáconos e de presbíteros, e é coroada pela eucaristia”2

Na Tradição, principalmente do Oriente, encontramos diversas modalidades de celebrar o batismo, que não vamos descrevê-las aqui (João Crisóstomo, Cirilo de Jerusalém. Ambrósio, etc.)

O batismo de crianças - É mencionado pela primeira vez por Tertuliano (começo sec. III). No decorrer do tempo houve muitas controvérsias em relação ao batismo de crianças.

Em síntese: “A partir da segunda metade do século IV, a massa da população mediterrânea torna-se cristã. Esse sucesso ocasiona mudanças de sociologia eclesial (...). Quanto à iniciação cristã, Oriente e Ocidente vão tomar dois caminhos diferentes. O primeiro privilegiará a unidade da iniciação, e concederá aos presbíteros o direito de conferi-la em sua totalidade. O Ocidente preservará para a confirmação um laço para com o bispo, o que levará progressivamente a dissociar batismo e crisma”.3

2.2 A alta Idade Média Ocidental“Passa-se de uma maioria de batismo de adultos a uma maioria de batismo de crianças. Nas cidades

episcopais, o batismo continua a ser conferido na Páscoa pelo bispo, que confirma e dá a eucaristia na mesma celebração; no campo o padre batiza cada vez mais crianças quando do seu nascimento, e as faz comungar o sangue consagrado; a crisma é, excepcionalmente em seu espírito adiada para a ocasião da passagem do bispo.

Os livros litúrgicos do século VIII acrescentam, depois de perguntas e respostas sobre a fé, uma fórmula batismal calcada em Mt 28,19, que se pode estimar que já fosse conhecida no Ocidente dois séculos mais cedo. A relação entre fé e o batismo se encontra modificada: doravante, não se é batizado professando a fé, e o jogo de perguntas e respostas pode aparecer agora com uma espécie de condição preliminar ao batismo, efetuado pelo ministro com ajuda de uma fórmula que o designa como sujeito da ação (‘Eu te batizo...’)...”4

2.3 A Idade Média ocidentalA partir do século XII o batismo é conferido logo depois do nascimento. Desta forma rompe-se com

o batismo pascal e com a primeira comunhão que é adiada para a idade da razão. Assim os três sacramentos da iniciação cristã se separam.

2 DE CLERCK. Batismo. In: LACOSTE. Jean-Yves. Dicionário Critico de Teologia. São Paulo, Paulinas - Loyola, 2004, p. 254.3 DE CLERCK. Batismo. In: LACOSTE. Jean-Yves. Dicionário Critico de Teologia. São Paulo, Paulinas - Loyola, 2004, p. 255-256.4 DE CLERCK. Batismo. In: LACOSTE. Jean-Yves. Dicionário Critico de Teologia. São Paulo, Paulinas - Loyola, 2004, p. 255-256.

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(Aqui estamos numa época de grande preocupação com as crianças que morrem sem batismo. É uma época de grande mortalidade infantil e a teologia do batismo é dominada pela consideração do pecado original. Desenvolve-se a teoria do “limbo” (lugar intermediário) das crianças. Não batizadas não vão para o céu, mas também sendo inocentes não podem ser condenadas).

2.4 A reforma e a época modernaOs grandes reformadores não questionaram o batismo. Aconteceram criticas ao batismo de

crianças por razões bíblicas (o NT exige a fé para o batismo) e eclesiológicas (participam da Igreja os que já professaram a fé).

2.5 O século XXDois eventos importantes marcam este século: O movimento ecumênico e o Concílio Vaticano II. A constituição conciliar Sacrosanctum Concilium dedica os números 64 a 69 ao batismo. Aí pede a

restauração do catecumenato dos adultos por etapas (n. 64). Pede também a revisão do rito de batismo de crianças (n. 66). E no n. 69 prevê, para uma criança batizada em caso de emergência, a composição de um rito de acolhimento na comunidade e para pessoas batizadas em outras confissões, um rito de admissão na plena comunhão da Igreja.

O Consilium (grupo de bispos escolhidos para colocar a Sacrosanctum Concilium em prática) elaborou os rituais: de Batismo de Crianças (1969) e da Iniciação Cristão dos Adultos (1972).

O Movimento Ecumênico contribuiu para chegar a elaboração de um texto de convergência doutrinal para o batismo.

Ir. Veronice Fernandes, pddm e-mail: [email protected]

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ENCONTRO II

TEOLOGIA DO BATISMO

1. A SACRAMENTALIDADE DA LITURGIA

Durante muito tempo entendeu-se que a liturgia e os sacramentos eram aspectos distintos e separados. Os sacramentos eram estudados na dogmática e a liturgia no bloco da pastoral. À liturgia se atribuía o rito e as rubricas, aos sacramentos a teologia.

Na época patrística não se estabelecia o número dos sacramentos e nem se distinguia liturgia de sacramento. Sua concepção do culto era globalizante e totalizadora, mistérica e litúrgica ao mesmo tempo. Não se considerava o mistério de um lado como logus (Palavra) e do outro como símbolo. O mistério era ao mesmo tempo logus compreendido a partir de sua expressão simbólica e símbolo que tem sua explicação no logus. O mistério era celebrado para ser compreendido e vivido e compreendido e vivido para ser celebrado.

Na Escolástica5 houve a definição dos sacramentos, fixado o número 7 e também um aumento das rubricas e a separação entre celebração do sacramento e reflexão do seu sentido. Isso se agravava com a não participação do povo na liturgia.

O Concílio de Trento (realizado de 1545 a 1563) consagrou esta separação já consumada. Reforçou-se assim, uma visão jurídica da liturgia.

Portanto, anterior ao Concílio Vaticano II, ‘sacramento’ se referia aos sete sacramentos e havia uma insistência na execução exata dos gestos e palavras essenciais para ‘confeccionar’ o sacramento. Quando se falava em liturgia, tinha-se em mente unicamente a exterioridade da celebração, as ‘cerimônias. A ‘validade’ dependia da ‘precisão’ na execução.

O Concílio Vaticano II, centrando a reforma na renovação teológico-ritual e pastoral dos sacramentos e insistindo em sua natureza celebrativa, recuperou a unidade entre liturgia e sacramento, entre a ação simbólica e sua teologia.

Com base no Concílio Vaticano II, podemos dizer que todo sacramento é liturgia e toda liturgia é sacramental, à medida que é uma expressão simbólica que re-presenta e atualiza o mistério de Cristo.

1.1 A liturgia, momento da história da salvação“Liturgia. É uma palavra de origem grega (leitourgia); incorporada em nossa língua portuguesa. Provém da composição de: laós (= povo) e de érgon (= obra/serviço/ação). Traduzido literalmente, leitourgia significa “serviço feito para o povo”, ou, “serviço diretamente

prestado para o bem comum”. Liturgia são obras, serviços, ações em favor do povo, em favor das pessoas, em favor da

comunidade humana, em favor da vida humana.Quem realizou e continua a realizar as maiores ações em favor da comunidade humana. Quem

realizou e realiza as melhores liturgias? Deus em sua permanente ação salvífica em favor da humanidade. A Sacrosanctum Concilium começa tratar da natureza da liturgia, no artigo 5, lembrando em

grandes linhas a história da salvação: 1) o Antigo Testamento, que nos relata os prelúdios da história da salvação; 2) Jesus Cristo – ponto culminante da história salvífica – sobretudo por sua morte e ressurreição (mistério pascal): 3) a obra de Cristo levada a efeito, sobretudo na liturgia da Igreja; 4) liturgia – momento da história da salvação; 5) até que um dia o Senhor volte em sua glória para entregar o Reino ao Pai.

5 A escolástica é uma linha dentro da filosofia medieval, de acentos notadamente cristãos, surgida da necessidade de responder às exigências da fé, ensinada pela Igreja, considerada então como a guardiã dos valores espirituais e morais de toda a Cristandade. Do século IX até ao fim do século XVI, ou seja, até ao fim da Idade Média.

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Todo o Antigo Testamento é um grande canto e uma imensa narrativa das ações do Senhor em favor do povo eleito. A grande experiência religiosa do povo eleito foi precisamente a de ter pouco a pouco descoberto – foi lhe sendo revelado! – Deus como Aquele que, através de fatos, acontecimentos, pessoas, profetas, sábios etc., age na história em favor do seu povo e o salva.

Cristo Senhor, principalmente pelo mistério pascal de Sua sagrada Paixão, Ressurreição dos mortos e gloriosa Ascensão, completou a obra da Redenção humana e da perfeita glorificação de Deus, da qual foram prelúdio as maravilhas operadas no povo do Antigo Testamento. (SC 5)

Pelo mistério pascal, Cristo, ‘morrendo, destruiu a nossa morte e ressuscitando, recuperou a nossa vida’. Pois do lado de Cristo dormido na cruz nasceu o admirável sacramento de toda a Igreja” (a Igreja e a liturgia nasceram do lado aberto de Jesus).

Portanto, a obra de Cristo continua na Igreja e se coroa em sua liturgia . Pois, assim como Cristo foi enviado pelo Pai, também enviou os apóstolos não só para serem transmissores dos ensinamentos de Jesus, mas também para levarem a efeito o que anunciavam: a obra da salvação por meio do sacrifício e dos sacramentos, sobre os quais gira toda a liturgia (cf. SC 6)

De forma que “... Nunca, a Igreja deixou de reunir-se para celebrar o mistério pascal: lendo ‘tudo quanto a Ele se referia em todas as Escrituras (Lc 24,27), celebrando a Eucaristia, na qual ‘torna novamente presente e vitória e o triunfo de Sua morte e, ao mesmo tempo, dando graças ‘a Deus pelo dom inefável’ (2Cor 9,15) em Jesus Cristo, ‘para louvor de sua glória (Ef 1,12), pela força do Espírito Santo”. (SC 6)

Para levar a efeito obra tão importante Cristo está presente em Sua Igreja, sobretudo nas ações litúrgicas... No sacrifício da missa (na pessoa do ministro e sobretudo sob as espécies eucarísticas... Presente está pela sua força nos sacramentos... e pela Sua palavra... Está presente quando a Igreja ora e salmodia... (cf. SC 7)

Realmente, em tão grandiosa obra, pela qual Deus é perfeitamente glorificado e os homens são santificados, Cristo sempre associa a Si a Igreja, Sua Esposa diletíssima, que invoca seu Senhor e por Ele presta culto ao eterno Pai. (SC 7)

Com razão, pois, a liturgia é tida como o exercício do múnus sacerdotal de Jesus Cristo, no qual, mediante sinais sensíveis, é significada e, de modo peculiar a cada sinal, realizada a santificação do homem´; e é exercido o culto público integral pelo Corpo Místico de Cristo, Cabeça e membros. (SC 7)

“Não se trata de completar ou continuar a obra de Cristo, como se ela não tivesse sido perfeita. Deus fez através de Jesus tudo para a nossa salvação. Mas ele nos quer salvar como seres livres. Livremente nos colocamos contra Deus pelo pecado, livremente devemos aceitar a salvação que Deus operou para nós. Precisamente assim a salvação pode ter efeito, se nós nos voltarmos para Deus, se ouvimos sua palavra e a pomos em prática e se acolhemos o presente de uma nova vida, de uma nova história, do reino que Jesus veio anunciar. Esta acolhida e aceitação acontecem por uma vida em obediência a Deus, mas de modo especialmente consciente e interno na liturgia. É como também a constituição sobre a liturgia diz: “Para levar a efeito obra tão importante ( a obra da salvação) Cristo está sempre presente em sua igreja, sobretudo nas ações litúrgicas’(SC 7). Portanto, dizendo “sim” a Deus, sua vontade e sua obra, e sobretudo celebrando a liturgia este nosso sim vivido, é que se leva a efeito a salvação. Assim a liturgia cristã, ela mesma um fato histórico, se torna momento privilegiado da história da salvação” (Gregório Lutz. A liturgia, momento da história da salvação).

Resumimos com as palavras da Ione Buyst: “Fala-se em economia da salvação. Esta palavra que junta dois termos gregos – Oikos (casa) e nomos (regra) – sugere a organização, o planejamento, a administração de uma determinada casa. Ou seja, Deus, como um bom ‘ecônomo’, dirige sua ‘casa’, isto é, a vida, o mundo, os seres humanos, a história..., para o bem de todos. E ele o faz não de um dia para outro, mas pedagogicamente, em etapas, respeitando a maneira de ser dos humanos. (...) Deus está misteriosamente presente em nosso mundo e faz com que seu ‘desígnio’; seu ‘plano’ para com a humanidade aconteça. Isto corresponde ao ‘mistério’ (mysterion) de que fala a carta aos Efésios e a carta aos Colossenses. O ‘mistério’ se refere à revelação da própria pessoa de Deus, ao seu plano para com a

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humanidade, à comunhão de vida que oferece a todos os seres humanos, incluindo todas as realidades criadas”.6

Deus Pai

Jesus Cristo = sacramento fundamental

Igreja = sacramento universal da salvação

7 sacramentos

Sacramentais

Todas as criaturas

1. 2 Toda a liturgia e todas as ações litúrgicas tem caráter sacramentalA Sacrosanctum Concilium (1-8), explicitando a estrutura sacramental da história da salvação, fala

de toda a liturgia e não somente os sete sacramentos. A estrutura da Sacrosanctum Concilium, tem por trás esta visão: Eucaristia, outros sacramentos e sacramentais, o ofício divino, o ano litúrgico, a música sacra, a arte sacra e sagradas alfaias (vestes litúrgicas – são parte da liturgia como um todo).

Daí a expressão ‘sacramentalidade’ da liturgia, termo que não aparece como tal na SC, mas cujo sentido é evidente. O desafio: viver toda a liturgia como ação humana-divina, no seguimento de Jesus; unir céu e terra (evitar dois extremos; banalização/ divertimento e mistificação/magia).

1.3 O conceito de sacramentalidadeSacramentalidade significa que algo ou alguém, é um sacramento - sinal, manifestação, revelação

de outra realidade, pessoa ou ação.No caso da liturgia esta outra realidade é a pessoa, a presença, a ação de Deus e nossa cooperação

com ele (sinergia), que é salvífica, quer dizer, que salva e leva a efeito a salvação. Salvação que consiste em última análise, na comunhão de vida com Deus.

É importante considerar não somente o sinal (a parte externa e sensível da liturgia, mas também a realidade interna, espiritual que se exprime, o mistério.

Por exemplo: A comunidade reunida: O Corpo de Cristo; mergulhar na água: morrer e ressuscitar; ficar de pé: estar pronto e disposto, etc.

Os sinais sensíveis realizam aquilo que significam. A liturgia divina se torna visível e concreta em muitos sinais.

Aprofundando e explicitando

a) Origem dos sacramentos e de toda a liturgia (= toda a realidade sacramental):

6 Sacramentalidade da liturgia na Sacrosanctum Concilium (SC), Constituição Conciliar sobre a Sagrada Liturgia. A sagrada liturgia, 40 anos depois. Estudos CNBB, 87, p. 91.

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Não se trata de uma origem em sentido jurídico, como se Jesus tivesse mandado, dado ordem de celebrar os sacramentos e outras celebrações. Antes, trata-se de uma origem em sentido ontológico, a saber: A realidade sacramental que Jesus mesmo era, passou para a Igreja, que é a presença salvífica do Filho de Deus no mundo; e nela se desdobra esta ação salvífica de Deus sobretudo nos sete sacramentos e nas outras celebrações litúrgicas.

b) A estrutura do sinal sacramental:Nos sete sacramentos o sinal sacramental é constituído por uma parte mais material, que é uma

ação ou uma coisa, e uma parte, que é palavra ou frase explicativa (palavra e gesto) [a teologia escolástica falava em “matéria e forma”].

Por exemplo, no batismo: parte material = lavar com água ou mergulhar; parte explicativa = “Eu te batizo...”

Obs: Não pertence à estrutura do sinal sacramental (pois fica fora dela), mas faz parte da estrutura global de toda a celebração litúrgica a liturgia da palavra como parte que precede a liturgia sacramental: na 1ª parte se celebra a escuta da palavra de Deus e a resposta de fé dos que querem celebrar o sacramento ou outro rito; na 2ª parte está fé se exprime e se celebra em sinais sacramentais, no batismo pelo banho e com as palavras “eu te batizo...”. (No rito sacramental se realiza para nós aquilo que nos foi revelado na liturgia da palavra).

c) A eficácia dos sacramentos e toda a liturgia:Na liturgia leva-se a efeito a obra salvífica da salvação do mundo. Isso acontece concretamente pelo

“fazer memória”, i.é: Quando nós nos lembramos de Deus ou fazemos memória dele, ele se lembra de nós; mas isto é salvação.7

1.4 Sinais sensíveis significativos e eficazes no encontro do ressuscitado com o seu povo8

A respeito dos sinais com os quais se realiza a liturgia, SC 7 afirma três coisas: são sinais sensíveis, significativos e eficazes. Podemos identificá-las na liturgia como um todo e em cada ação ritual.

a) São sinais sensíveis, ou seja, atingem nossa sensibilidade a partir da corporeidade. São coisas que podemos ver ou ouvir, apalpar, cheirar, degustar...: pão e vinho, água, óleo, incenso, velas acesas..., espaço para celebrar, altar, estante da Palavra..., mãos nos tocando, ungindo, pessoas reunidas, se cumprimentando, abraçando, cantando, atuando em conjunto...

- Daí a necessidade de se cuidar da maneira de celebrar, de cultivar a forma das ações litúrgicas (Cf. SC 47). A mudança na forma implica mudança no significado (para melhor ou para pior).

- Daí também a exigência da verdade destes sinais: pão de verdade, comunhão do pão consagrado naquela missa e não do pão de missa anterior, guardado no sacrário (SC 55), vinho para todos (SC 55), água em abundância para o batismo... A música como parte integrante e necessária, intimamente ligada à ação litúrgica (SC 112-121). Da arte sacra, das vestes litúrgicas e dos objetos pertencentes ao culto divino se pede que sejam “dignos, decentes e belos, sinais e símbolos das coisas do alto” (SC 122).

b) Os sacramentos são ações simbólico-sacramentais. ‘simbólica’ enquanto realidade humana; sacramental enquanto significam as coisas divinas invisíveis (Cf. SC 33). ‘Simbólico-sacramental’ enquanto realidade humano-divina, na qual o divino e o humano estão aliados, entrelaçados, inseparáveis. As ações litúrgicas são sinais sensíveis que remetem à realidade invisível, ao mistério de nossa fé, ao mistério pascal de Jesus Cristo. São ‘sacramentos da fé’; não somente a supõe, mas também a alimentam, fortalecem e exprimem (SC 59). Para que possam ser reconhecidos como tais, requerem conhecimento das coisas da fé, aprofundados através de mais abundante leitura das sagradas Escrituras, a restauração da homilia que

7 Cf. LUTZ. Gregório. A sacramentalidade da liturgia. Curso de Atualização em Liturgia, em São Paulo.8 BUYST. Ione. Sacramentalidade da liturgia na Sacrosanctum Concilium (SC), Constituição Conciliar sobre a Sagrada Liturgia. A sagrada liturgia, 40 anos depois. Estudos CNBB, 87, p. 94-97.

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anuncia o mistério de Cristo, catequese litúrgica... (SC 24; 35; 51-52). De fato, os sinais devem alimentar a fé dos fiéis e despertar suas mentes para Deus (SC 33). É necessário que os participantes “acompanhem com a mente as palavras (...) participem com conhecimento de causa, ativa e frutuosamente” (SC 11). Os sinais sensíveis foram escolhidos por Cristo e pela Igreja para significar.

c) Esses sinais sensíveis, escolhidos para significar as coisas da fé, são eficazes, i. é. realizam o que significam . “Assim, pelo batismo os homens [e mulheres] são inseridos no mistério pascal de Cristo; com ele, mortos com ele sepultados, com ele ressuscitados (...). Da mesma forma, toda vez que comem a ceia do Senhor, anunciam-lhe a morte até que venha...” (SC 6)

A eficácia dos sinais sensíveis na liturgia vem do fato de se tratar de ações do Cristo com seu Espírito, presente, não somente no pão e no vinho eucarísticos, mas igualmente no ministro que preside, na palavra anunciada (é ele que fala), no batismo (é ele que batiza), na assembleia reunida que ora e canta... (SC 7). Podemos lembrar aqui as palavras de Ambrósio: “Eu te encontro nos teus mistérios” e de Leão Magno: “O que era visível em nosso Redentor passou para os mistérios”, ou seja, é nas ações litúrgicas que vemos, ouvimos, percebemos o Cristo Crucificado/Ressuscitado vindo ao nosso encontro, atuando, salvando, curando, transformando nossas vidas, instaurando o Reino de Deus.

A eficácia é obra de Deus, mas não se impõe. Por isso, não basta celebrar. Espera-se que aquilo que foi vivido sacramentalmente, ritualmente, na celebração, tenha continuidade na vida diária, no testemunho no meio do mundo: “saciados pelos sacramentos pascais, vivam unidos no amor (...), sejam fiéis na vida a quanto receberam pela fé, (...) e sejam estimulados para a caridade imperiosa de Cristo” (SC 10). Mais: devemos sempre “trazer em nosso corpo os sofrimentos da morte de Jesus para que a sua vida se manifeste em nossa carne mortal” (SC 12). Ou seja, Celebração litúrgica, vida espiritual e comportamento ético não são coisas estanques.

Dois perigos a serem evitados: a desvalorização do sinal sensível (no batismo, p. ex. umas gotinhas de água) e a supervalorização do sinal sensível (ruptura entre o sinal sensível e a realidade significada)

1.5 Densidade sacramental9

Nem todos os ‘sinais sensíveis’ têm o mesmo peso. “A eucaristia é expressão sacramental máxima de nossa fé. Talvez possamos falar, então, de ‘densidade’ sacramental. O mistério está presente e atuante em todas as celebrações litúrgicas; mas é na celebração eucarística que encontramos a expressão sacramental mais densa do mistério pascal. Por isso, a eucaristia é o sacramento por excelência. Em seguida vem a celebração dos outros sacramentos e sacramentais, a celebração da Palavra de Deus, a liturgia das horas, as exéquias, as celebrações especiais, (as expressões da piedade popular, relacionadas com a liturgia ... (SC 12-13).

Também no interior de cada celebração litúrgica podemos distinguir uma densidade sacramental diferenciada. Há ações sacramentais centrais; por exemplo, na eucaristia: a oração eucarística, a fração do pão e a comunhão; o batismo: a oração sobre a água e o banho na água (ou o derramamento da água) com as palavras que acompanham. Porém, estas ações centrais vêm acompanhadas de outros elementos indispensáveis que fazem parte da celebração sacramental; a assembléia litúrgica com seus ministérios, a proclamação e interpretação da Palavra, o tempo e o espaço litúrgicos... Num grau de menor densidade podemos considerar ainda a música, gestos e atitudes do corpo como fazer o sinal da cruz, beijar o altar, queimar incenso, acender vela, aspergir com água, abraçar... , as vestes e os objetos litúrgicos, a arte floral... Participam da sacramentalidade da liturgia como um todo”.

1.6 Da natureza e da cultura à expressão do mistério: várias camadas de sentido

9 BUYST, Ione. Façam isto...; sacramentalidade da liturgia. In: BUYST, Ione & SILVA, José Ariovaldo. O mistério celebrado: memória a compromisso I. Siquem Ediciones/Paulinas, Valencia (Espanha)/São Paulo, 2004. (Col. Livros Básicos de Teologia,9), cap. 7, pp. 111-113..

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“Os sinais sensíveis da liturgia vem da natureza ou da cultura. Por exemplo, pão e vinho para a eucaristia: são ‘fruto da terra e do trabalho de homens e mulheres’. Simbolizam a energias do cosmos e a complexa realidade humana da agricultura, do comércio, da economia.... Na ação litúrgica, tudo isso é assumido na história da salvação, associado ao gesto de doação total de Jesus na última ceia, sintetizando toda a sua vida... ‘vão tornar-se para nós pão e vinho da salvação’, como se diz na preparação das oferendas na missa.

O mesmo se pode dizer de todos os outros sinais sensíveis na liturgia. Para que a comunidade celebrante possa reconhecer estes sinais sensíveis como sendo símbolo de sua própria realidade, precisam fazer parte de sua cultura ou serem associadas a ela por um processo de evangelização/inculturação (SC 37-40, adaptação à mentalidade e às tradições dos povos). Trata-se de um diálogo: os sinais sensíveis que vem da tradição cristã vão sendo expressos em linguagem simbólica local e os símbolos da cultura local podem aos poucos ir-se relacionando com o mistério celebrado na liturgia cristã. Pão e vinho, comer e beber, banhar, ungir, impor as mãos, queimar incenso... necessitam uma cara da cultura local (rural, afro, indígena, urbana, jovem, da rua) para que sejam possíveis a expressão e identificação simbólicas, para que seja possível a participação no mistério expresso na liturgia.

Além de assumirem as realidades da natureza e da cultura na história da salvação, as ações simbólicas-sacramentais apontam para uma realidade ainda não plenamente presente: o reino de Deus. São sinais proféticos do mundo que-há-de-vir, são sacramentos do reino inaugurado por Cristo. Engajam o nosso compromisso para que a realidade significada tome corpo na história. A reunião das pessoas respeitando a sua diversidade, o abraço da paz, a partilha do pão e do vinho a todos os participantes sem distinção de raça, classe, sexo..., a palavra partilhada... apontam para um mundo sem fome, sem desigualdade social, racial, sexual; uma sociedade onde todos tem voz e vez; um mundo reconciliado, sem ódio, sem cobiça, sem violência... Portanto, a ação litúrgica não se fixa na realidade tal qual existe; abre uma janela para o futuro; aponte para a utopia; nos faz sonhar.

Assim em cada ação simbólico-sacramental podemos detectar e vivenciar várias ‘camadas’:- Enraizamento cósmico e cultural (a vida cotidiana, tradições religiosas): vento, fogo, ar, terra;

banhar, comer e beber, passar óleo..., com seu sentido comum (funcional), simbólico religioso.- Atualidade litúrgica: expressão da ação transformadora de Cristo Ressuscitado que atua com o

Espírito Santo, no ‘hoje’ da celebração litúrgica, possibilitando nossa participação em seu mistério.- Antecipação do Reino: sonho humano-divino: paraíso, nova Jerusalém...; utopia.10

1.7 Os desafios

Não é possível expressar a fé na liturgia sem levar a sério os ‘sinais sensíveis’, sem levar a sério a ritualidade, sem uma consciência simbólica, sem aprender a vivenciar as ações litúrgicas com nosso ser por inteiro, de forma holística (corpo/mente/coração/espírito). A cada celebração, estamos expressando nossa fé ritualmente, sacramentalmente, por sinais sensíveis que realizam o que significam, em mistério; a cada celebração, unidos cada vez mais estreitamente a Cristo, como povo de Deus, assumimos o compromisso de viver nossa vida toda pascalmente, evangelicamente, lucidamente, num mundo que prega a guerra, o consumismo, o egocentrismo e o etnocentrismo...

2. O SACRAMENTO DO BATISMO - INTRODUÇÃO

A iniciação cristã é um processo global através do qual uma pessoa se torna cristã. Um caminho estendido no tempo, caracterizado pela escuta da Palavra, pela celebração e pelo testemunho dos discípulos do Senhor, através do qual o iniciado faz um aprendizado global da vida cristã e se compromete a viver com filho de Deus. Com o batismo, a crisma e a eucaristia participa intensamente do Mistério Pascal de Cristo, vivido na comunidade Igreja.10 BUYST, Ione. Façam isto...; sacramentalidade da liturgia. In: BUYST, Ione & SILVA, José Ariovaldo. O mistério celebrado: memória a compromisso I. Siquem Ediciones/Paulinas, Valencia (Espanha)/São Paulo, 2004. (Col. Livros Básicos de Teologia,9), cap. 7, pp. 113.

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A iniciação é um conjunto de ritos e ensinamentos orais, destinados a realizar uma transformação radical do estatuto religioso e social da pessoa que vai ser iniciada.

Do ponto de vista filosófico a iniciação equivale a uma mutação ontológica existencial. No final das provas o neófito gosa de uma existência totalmente diferente da que possuía antes: transformou-se em outro (Mircea Eliade).

Toda iniciação é um processo para gerar uma nova criatura. O termo iniciação não é um termo bíblico. Tal terminologia entrou na reflexão teológica a partir do

século II. Orígenes e Tertuliano usam essa expressão. A partir do século IV o termo ganha força.Hoje o termo está plenamente inserido na linguagem cristã, mais especificamente, na linguagem

litúrgica, para significar o processo completo dos sacramentos pelos quais a pessoa passa da situação de não-cristã para cristã.

2.1 O batismo – um sacramento de iniciação cristã

O verbo baptizein - significa mergulhar, batizar. O NT emprega a palavra para designar o batismo cristão. Daí os substantivos baptismos (ação de mergulhar, que irá se tornar mais freqüente para designar o batismo a partir do s. III.

O batismo é assim definido pelo Catecismo da Igreja Católica: “O santo Batismo é o fundamento de toda a vida cristã, o pórtico da vida no Espírito e a porta que abre o acesso aos demais sacramentos. Pelo batismo somos libertados do pecado e regenerados como filhos de Deus, tornamo-nos membros de Cristo, e somos incorporados à Igreja e feitos participantes de sua missão: O Batismo é o sacramento da regeneração pela água na palavra” (nº 1213).

“Ele é denominado Batismo com base no rito central pelo qual é realizado: batizar (“baptizein” em grego) significa “mergulhar”. “imergir”; o “mergulho” na água simboliza o sepultamento do catecúmeno na morte de Cristo, da qual com Ele ressuscita como “nova criatura” (2 Cor 5,17; Gl 6,15).

Este sacramento é também chamado “o banho da regeneração e da renovação no Espírito Santo” (Tt 3,5), pois ele significa e realiza este nascimento a partir da água e do Espírito, sem o qual “ninguém pode entrar no Reino de Deus” (Jo 3,5).

‘Este banho é chamado iluminação, porque aqueles que recebem este ensinamento [catequético] tem o espírito iluminado...’. Depois de receber no Batismo o Verbo, ‘a luz verdadeira que ilumina todo homem’ (Jo 1,9), o batizado, ‘após ter sido iluminado’ (Hb 10,32), se converte em ‘filho da luz’ (1 Ts 5,5), e em ‘luz’ ele mesmo (Ef 5,8). (Catecismo da Igreja Católica, nº 1214-1216).

Ir. Veronice Fernandes, pddme-mail: [email protected]

ENCONTRO III

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O RITUAL DO BATISMO DE CRIANÇAS1. INTRODUÇÃO

O Ritual foi publicado em latim, em 1969. Em 1973 foi publicada a segunda edição típica com algumas modificações e acréscimos.

É mérito do Concílio Vaticano II, a elaboração de um ritual para batismo de Crianças. Embora o costume de batizar crianças seja antigo na igreja, parece que não houve um ritual propriamente para crianças, pois o rito que se usava para o batismo de crianças retomava simplesmente o rito para o batismo de adultos com pouquíssimas adaptações.

O ritual pós-conciliar teve que criar alguns elementos, como por exemplo, o exorcismo e adaptar às crianças os já existentes para adultos.

Foram separados também os sacramentos da confirmação e da eucaristia, adiando-os.Valorizou-se a ligação entre Palavra e sacramentos, de modo que se previu para cada batismo uma

liturgia da Palavra.

Outros elementos que o ritual valoriza e prevê:- a catequese dos pais; - a dimensão comunitária do batismo, exigindo que seja realizado na comunidade paroquial

(Introdução 10); - no começo da celebração estão previstos ritos de acolhida e recepção que expressam a alegria em

acolher novos membros (RBC 36-40);- Recomenda-se reunir um maior número de crianças para uma celebração em comum para evitar

que o sacramento seja individual (Introdução geral 27);- Ressalta o sentido do batismo de crianças em suas admoestações, conselhos e orações, apontando

para a responsabilidade dos pais (RBC 38-39; 50; 64; 69; 73);- Possibilidade de celebrar o batismo na eucaristia dominical (RBC 9; 169-172);- Caso não aconteça na celebração eucarística há a possibilidade de preparar uma liturgia da Palavra

especial, com base em um lecionário já bem rico (RBC 43-47; 173-203);- Possibilidade de levar as crianças para um lugar a parte, durante a liturgia da Palavra (Introdução

14);- O rito de acolhida, recepção e diálogo com os pais, cuja responsabilidade é enfatizada pelo sinal-

da-cruz que são convidados a fazer sobre a testa da criança (RBC 40);- Uma homilia e a oração dos fiéis pelos batizados (RBC 48-53);- A invocação aos santos (RBC 54-55);- Oração de exorcismo de conteúdo positivo – a oração procura evidenciar o ingresso da criança no

reino da luz e a sua transformação em templo da glória divina, morada do Espírito Santo (RBC 56);- A unção pré-batismal (RBC 57) e a bênção da água (RBC 58-63), a renúncia a satanás e a profissão

de fé (RBC 64-68), o batismo propriamente dito (RBC 69), a unção pós-batismal (RBC 710, a entrega da veste branca e da vela acesa (RBC 72-73) [este último é mais uma oportunidade para recordar aos pais e padrinhos as suas responsabilidades], e o rito do ‘Efatta’ (RBC 74).

- A oração do Pai Nosso, que é introduzida por uma introdução do presidente, fazendo uma alusão à confirmação e à eucaristia que as crianças receberão futuramente (RBC 76-77);

- A benção dada às mães (RBC 78-79).Está previsto também um rito do batismo a ser usado por catequista.11

2. O RITUAL DO BATISMO DE CRIANÇAS ADAPTADO PARA O BRASIL

11 NOCENT. A. Batismo. In: VVAA. Dicionário de Liturgia. São Paulo, Paulinas/Paulistas, 1992, p. 117-119.A numeração utilizada acima é o Ritual Romano.

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A Sagrada Congregação para o Culto Divino delega às Conferências Episcopais a liberdade de adaptar o Ritual Romano às necessidades de sua região (Introdução Geral 30).

Então, após um longo trabalho de elaboração a Conferência dos Bispos do Brasil, no dia 4 de abril de 1999, promulgou o Ritual do batismo de crianças, adaptado para o Brasil.

Conforme afirma D. Geraldo Lyrio Rocha na apresentação neste trabalho, foram levados em conta os seguintes aspectos:

- especial atenção aos elementos teológicos (dimensão trinitária, cristológica, pneumatológica, pascal, eclesiológica e antropológica) nos diversos textos, particularmente nas orações;

- maior valorização da perspectiva celebrativa, através de gestos, símbolos, expressões da devoção popular e maior atenção à recuperação da autenticidade e veracidade dos sinais;

- maior participação da comunidade e manifestação de compromisso por parte dos pais e padrinhos;

- apresentação de ritos e fórmulas alternativas a serem usados, com sensibilidade pastoral de que preside, levando em conta a realidade da assembléia;

- adaptação à índole do povo brasileiro, mantendo-se, no entanto, dento do rito romano.

Estrutura do Ritual

ApresentaçãoA Iniciação cristã: Observações preliminares geraisBatismo de crianças: Observações preliminares

Capitulo I Rito para o batismo de várias crianças Rito para o batismo de várias crianças em etapas

Capitulo II Rito para o batismo de uma criança Rito para o batismo de uma criança em etapas

Capítulo III Rito para o batismo de grande número de crianças

Capítulo IV Rito para o batismo de crianças – a ser usado por Minitro(a) Extraordinário(a) Rito para o batismo de crianças – a ser usado por Minitro(a) Extraordinário(a) – em etapas

Capitulo V Rito para o batismo de crianças em perigo de morte

Capitulo VI Rito para receber na Igreja uma criança já batizada

Capitulo VII

Textos bíblicos a serem usados na celebração do batismo de crianças

Leituras do Antigo TestamentoLeituras do Novo TestamentoSalmos responsoriaisAclamação ao Evangelho

ApêndiceI. Oração dos fiéisII. Oração sobre a água

A. Quando a água deve ser abençoadaB. Quando se usa a água abençoada na

Vigília PascalIII. Promessas do batismo

A. RenúnciaB. Profissão de fé

IV. Bênção

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Inserimos aqui o artigo do Pe. Domingos Ormonde, publicado na Revista de Liturgia, em janeiro/fevereiro 2000, sobre os elementos novos, presentes no ritual do batismo, adaptado para o Brasil.

3. OS VÁRIOS ELEMENTOS NOVOS (Presentes no Ritual do Batismo)

A mudança mais evidente do novo Ritual de Batismo de Crianças está na linguagem verbal. As exortações e orações foram reescritas, ganharam maior expressividade. Mas há outras mudanças. Alguns ritos e costumes tradicionais foram acentuados; outros ganharam sugestões práticas para a melhor realização ou adaptação. Foram introduzidos ritos opcionais e gestos significativos da cultura. Também foi destacada a participação da comunidade na celebração e na vida de fé da criança.

A seguir, uma lista completa dos vários elementos novos do Ritual; nossa referência é o "Rito para batismo de várias crianças".

Ritos de acolhida- de preferência realizados à porta da igreja ou em outro lugar apropriado (n.33);- diálogo espontâneo sobre o nome, o pedido do batismo e o compromisso de educar a criança na fé (n.35);- depois de apresentada a criança, aclamação cantada ou palmas da comunidade (n.36);- quem preside toma nos braços cada criança (n.37);- também a comunidade é convidada a manifestar seu compromisso (n.42);- sinal-da-cruz feito por alguns da comunidade (n.44);- o círio pascal na procissão de entrada na igreja (n.45).

Liturgia da Palavra- preparação da escuta da Palavra de forma cantada e/ou entrada da bíblia (n.47);- orientações detalhadas sobre a escolha das leituras bíblicas (n.48 e 49); além de proclamar a Palavra, recontá-Ia, parafraseá-la ou dramatizá-la (n. 48);- preces mais simples, nada moralizantes (n.52, 390, 391);- quem preside, pais e padrinhos impõem as mãos sobre a cabeça das crianças, fazem uma oração em si-lêncio, seguida da oração de libertação do mal (n.55);- abundância do óleo na unção dos catecúmenos (n.56 e 57); renovação constante do óleo; oração sobre o óleo dos catecúmenos com possível bênção (n.58);- visibilidade do óleo através da quantidade e apresentação do recipiente (n.56 e 58);- uma suposição: os pais poderiam ajudar a espalhar o óleo no peíto da criança para garantir a abundância (cf. n. 56, 57 e 60);- com a unção pré-batismal é concluída a primeira etapa do batismo, se ele for celebrado em duas etapas (n. 98-101).

Liturgia sacramental- incentivo para que haja pia batismal fixa ou fonte batismal de onde possa jorrar ou correr água; ou água trazida com cantos e danças (n.64); - aclamações na oração sobre a água (n.65, 392-396);- toque na água ou imersão do círio pascal no momento da invocação do Espírito Santo durante a oração sobre a água batismal (n.65);- a assembleia em silêncio ouve e, no final, confirma as promessas batismais de pais e padrinhos (cf. n.69-7I);- expressões equivalentes para a palavra "renunciar" (n.68);- sugestão de gestos para a profissão de fé: "levantar a mão ou pousá-la sobre o peito ou estendê-la em direção ao círio pascal" (n.70);- insistência na abundância da água "de modo que o batismo apareça como verdadeira passagem pela água ou banho" (n.73);

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- três formas diferentes de realizar o rito central do batismo, priorizando a imersão: "1) mergulhando a criança parcial ou totalmente na água; 2) derramando água sobre a cabeça da criança e deixando-a escorrer sobre todo o corpo; 3) derramando água somente sobre a cabeça" (n.73 e 74);- protagonismo da mãe (ou do pai) no rito da água (n.75); - esquecido, mas pode ser anotado: aclamação da assembleia a cada batismo (cf. n.77);- manifestação da alegria da assembleia com uma salva de palmas (cf. n.77);- beijo ou outro gesto de afeição da família no neobatizado (n.77); - rito da aspersão da assembleia (n.78);- unção pós-batismal na cabeça (não necessariamente na fronte) (n.80); - referência ao revestir a criança com a veste batismal após o rito da água (n.81 );- "roupa branca ou de outra cor segundo a sensibilidade e os costumes locais" (n.8I);- protagonismo do pai no acendimento da vela no círio pascal (n.84); - dois ritos complementares opcionais: a entrega do sal (com a ajuda da mãe) e o "éfeta" (n. 86 e 87);- entrega de um distintivo da comunidade como sinal de pertença (n.88).

Ritos finais- recitação do pai-nosso, ao redor ou diante do altar, com as velas acesas, fazendo referência ao prosseguimento da iniciação cristã da criança (n.89 e 90);- pais e padrinhos abençoam as crianças (n.93);- gesto de devoção a Maria, que pode ser feito também em outra ocasião (n.94 a 96);- encerramento com o abraço da paz (n.97).

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ENCONTRO IV

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A CELEBRAÇÃO DO BATISMO DE CRIANÇAS

1. ESTRUTURA DA CELEBRAÇÃO DO BATISMO

Chegada Saudação

I. RITOS DE ACOLHIDA Apresentação das crianças e pedido do batismo Sinal-da-cruz Procissão de entrada

Proclamação da PalavraHomilia

II. LITURGIA DA PALAVRA Oração dos fiéis e invocação dos santosOração (de libertação)Unção pré-batismal

Procissão para o batistério Oração sobre a água

Promessas do batismoIII. LITURGIA SACRAMENTAL BATISMO

Unção pós-batismal Ritos complementares Veste batismal

Rito da luz

Ritos complementares opcionai Entrega do sal Éfeta

Oração do Senhor (Pai-nosso)IV. RITOS FINAIS Bênção

Despedida

O QUE SE REQUER PARA CELEBRAÇÃO DO BATISMO A água deve ser natural e limpa. A fonte do batistério ou o recipiente que contém a água apresentem-se limpos e belos Um lugar apropriado para a liturgia da Palavra O batistério, onde esteja a fonte ou lugar apropriado exclusivamente para o rito do batismo. O Cirio Pascal – as velas Os ritos dentro da celebração podem ser realizados em diversos pontos da Igreja Os óleos – catecúmenos e crisma Celebração do batismo em comum e no mesmo dia para todas as crianças As crianças sejam batizadas em celebração comunitária, quando possível, no domingo, dia em as

comunidades cristãs se reúnem para fazer memória do Mistério Pascal de Jesus

2. OS RITOS DO BATISMO DE CRIANÇAS - SENTIDO

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RITOS - ACOLHIDA PALAVRA SACRAMENTAIS FINAIS

à porta da igreja diante do ambão diante da água diante do altar (pia batismal) (Quem recebe é a mãe igreja)

2.1 RITOS DE ACOLHIDA

Chegada: A reunião começa, quando possível, à porta da igreja ou em outro lugar apropriado. À acolhida seja feita por quem preside e pela equipe de celebração.O fato de começar fora da igreja expressa melhor a entrada da criança na comunidade da Igreja.Pessoas da comunidade participam para expressar melhor o sentido comunitário e eclesial do batismo.

Canto inicial e Saudação: Acolhe; introduz no mistério celebrado; exprime o mistério da igreja reunida; reconhecimento da presença de Cristo na Assembléia.

Apresentação das crianças e pedido do batismo: Quem preside inicia um diálogo com os pais, padrinhos e a comunidade sobre o nome que escolheram para a criança, o desejo de batizá-las e suas disposições de educá-la na fé.O nome da pessoa representa que ela é “única” (marca de sua identificação) para Deus e para a humanidade. Representa também o chamado único que Deus faz para aquela pessoa e o diálogo pessoal que ele vai realizar com ela para sempre.

Sinal-da-cruz: No limiar da celebração, assinala a marca de Cristo naquele que vai pertencer-lhe e significa a graça da redenção que Cristo nos proporcionou por sua cruz. Nosso batismo nasceu da cruz de Jesus.

Procissão de entrada: Se o rito da acolhida tiver sido feito à porta da Igreja ou outro local, faça-se uma procissão de entrada com o Círio Pascal, acompanhada de um canto.

2.2 LITURGIA DA PALAVRA A Palavra de Deus ressoa na liturgia sobretudo para anunciar o cumprimento do Kairós, o tempo da graça e da salvação.O anuncio da Palavra de Deus ilumina com a verdade revelada os candidatos e a assembléia, e suscita a resposta da fé, inseparável do Batismo. Com efeito, o batismo é de maneira especial, o sacramento da fé, uma vez que é a entrada sacramental na vida de fé.

Não havendo procissão de entrada, pode-se preparar a escuta da Palavra através de um refrão ou de um canto apropriado. Pode-se também fazer a entrada solene do Livro de acordo com os costumes locais.

Leituras: Se for a celebração do batismo fora da missa, escolha-se as leituras próprias indicadas no ritual. Na celebração do batismo durante a missa, para a escolha das leituras, sigam-se as orientações referentes ao tempo litúrgico.

(por causa da plenitude da iniciação cristã)

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Homilia: Quem preside faz breve homilia, aprofundando o mistério do batismo a partir da palavra proclamada. Recomenda-se no fim da homilia um momento de silencio, seguido, se for oportuno, de um canto apropriado.

Oração dos fiéis e invocação dos santos: A oração dos fiéis e a invocação dos santos se fazem neste momento, se não for cantada a ladainha durante a procissão até o batistério.Ladainha em grego “oração”, “invocação” – A Igreja, por meio da assembléia, pede aos santos que testemunhem e roguem por nós.

Oração (exorcismo): O exorcismo não é uma simples oração a Deus, mas um ato pelo qual a Igreja, pela força do nome de Deus, submete os espíritos do mal e arranca as crianças do poder das trevas.

Unção pré-batismal: O batizando é ungido com o óleo dos catecúmenos (abençoado pelo bispo na missa dos santos óleos ou crisma na quinta feira santa). No batismo, o óleo quer significar a força para a luta contra o mal. O cristão deve ser um homem de flexibilidade interior para aceitar as novas orientações do espírito e converter-se.Quem preside toma nas mãos o óleo dos catecúmenos e unge o peito de cada criança. Pode ser acompanhado por um canto.

A unção é aplicada no centro do sistema cárdio-respiratório, que representa e é, em cada um, o permanente movimento de inspiração e expiração, fonte de energia e calor.

A força de Cristo vem para penetrar na vida inteira da criança com o óleo em seu corpo.É uma libertação do mal.

2.3 LITURGIA SACRAMENTAL

Procissão para o batistério: Se o batistério estiver localizado em outro espaço, faz-se uma procissão cantando a ladainha. Caso não houver procissão, canta-se a ladainha na oração dos fiéis.

Oração sobre a água: Convém que em todas as igrejas e capelas, onde se fazem habitualmente batismos, haja uma pia batismal fixa de onde possa jorrar ou correr água. Não havendo, pode-se trazer a água acompanhada com cantos e danças.A água batismal é então consagrada por uma oração de epiclese. A Igreja pede a Deus que por seu Filho, o poder do Espírito Santo desça sobre esta água, para que os que forem batizados nela nasçam da água e do espírito. Quando se usa a água que já foi abençoada na Vigília Pascal, segue-se a formula própria do ritual.

Na oração de bênção recordam-se alguns sinais do batismo que aparecem na história do antigo povo de Deus e na vida de Jesus. Em seguida, prossegue pedindo o novo nascimento, pela água e pelo Espírito, para uma vida nova. O ministro, nesse momento, toca a água e faz a invocação do Espírito Santo.

Promessas do batismo: A renúncia e a profissão de fé são partes de um só rito.

Neste momento pais e padrinhos renunciam ao pecado e proclamam a fé em Jesus Cristo. O sentido da renúncia é dizer “não” à raiz do mal que age em nós e no mundo.(colocar a mão no coração, durante as respostas da renúncia, significa a sinceridade do coração).

Na profissão de fé, pais e padrinhos dizem sim a Cristo, ao seu projeto de vida e salvação.

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BATISMO: é o rito essencial do sacramento. O batismo propriamente dito, que significa e realiza a morte ao pecado e a entrada na vida da Santíssima Trindade por meio da configuração ao Mistério Pascal de Cristo. O batismo é realizado de maneira mais significativa pela tríplice imersão na água batismal. Desta forma fica mais clara a participação na morte e na ressurreição de Cristo. Mas desde a antiguidade o batismo pode também ser conferido pelo derramamento da água.

É a Igreja toda em torno das águas gerando novos filhos.

2.3.1 Ritos complementares

Unção pós-batismal: A unção com o santo crisma, óleo perfumado consagrado pelo bispo, significa o dom do Espírito Santo ao novo batizado. Este tornou-se um cristão, isto é, “ungido” do Espírito Santo, incorporado ao Cristo, que é ungido sacerdote, profeta e rei. Na liturgia romana, esta primeira unção anuncia outra, a do santo Crisma, que será feita pelo bispo: o sacramento da confirmação, que, por assim dizer, “confirma” e encerra a unção batismal.

Veste batismal: A veste branca simboliza que o batizado vestiu-se de Cristo, ressuscitou com Cristo. As crianças serão revestidas com a roupa branca ou de outra cor segundo a sensibilidade e os costumes locais. Ou faça-se apenas uma alusão a veste que já estão usando.

Rito da luz: Quem preside apresenta o Círio Pascal. O pai, na sua ausência, o padrinho acende a vela no Círio Pascal.A vela acesa no Círio Pascal, significa que Cristo iluminou o neófito. Em Cristo, os batizados são a luz do mundo. O novo batizado é agora filho de Deus no filho único. O símbolo da luz desde os começos da Igreja está relacionado ao batismo. Os novos batizados eram chamados de “iluminados”, e ao batismo “iluminação”.

2.3.2 Ritos complementares opcionais

Entrega do sal: Quem preside diz a frase: Vocês são o sal da terra disse Jesus. E a mãe coloca um pouco de sal na boca da criança

Éfeta: Quem preside toca os ouvidos e a boca da criança e diz a oração.

2.4 RITOS FINAIS

Oração do Senhor (Pai-nosso): Se o espaço permitir, todos se aproximam do altar, levando acesa a vela do neófito e cantando um canto batismal.Quem preside dirigi-se aos pais, padrinhos e a assembléia motivando para a oração.O novo batizado (mesmo criança) participa da oração dos filhos e filhas de Deus. Sua vida está unida à vida do Filho único, Jesus Cristo. Sua iniciação em Cristo terá de continuar até que venha a receber o alimento da vida nova, o Corpo de o Sangue de Cristo, na mesa do altar.

Bênção: Quem preside abençoa a mãe com seu filho, em seguida o pai e também todos os presentes.Essa bênção é uma expressão confiança e de agradecimento, é sinal de missão e do futuro que está pela frente.Na oração de bênção há uma preocupação com o cuidado pela vida e o compromisso pela paz.

Ato de devoção a Maria: O ritual não usa mais o termo consagração e sim de devoção a Maria.A verdadeira consagração a Deus e a Cristo é o próprio batismo. Maria é o modelo de vida consagrada a Deus.

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Despedida: Quem preside despede a todos com palavras espontâneas, convidando a darem-se o abraço de paz. É bom terminar a celebração com um canto pascal.

Ir. Veronice Fernandes, pddme-mail: [email protected]

A CELEBRAÇÃO DO BATISMO DE CRIANÇAS – ESTRUTURA E ORIENTAÇÕES PRÁTICAS

Introdução

O batismo é um acontecimento festivo. Nos cursos e encontros de liturgia nas comunidades eclesiais, quando se pergunta: que acontecimentos povo costuma celebrar, o batismo, normalmente,

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aparece entre os acontecimentos lembrados. O povo vive o batizado de uma criança como um acontecimento muito significativo. Há casos em que famílias, antes mesmo do batismo, já planejaram a festinha e, se por algum motivo, vêem adiado o batizado, logo reclamam: "mas já programamos a festa, os familiares e amigos já foram convidados. Eles vêm de longe..." Quer dizer, para as pessoas simples das camadas populares, é difícil entender os motivos que adiam a festa da vida que congrega e solidariza a todos.

O batismo é uma ação singular realizada em comunidade. Ela requer expressão adequada, significativa, orante e simbólica, a fim de que os diferentes aspectos da vida e do mistério da fé, que a comunidade deseja celebrar, sejam vivenciados, ou melhor, festejados. A prática impessoal do se “administrar o sacramento” não responde mais à sensibilidade do povo. O novo Ritual de Batismo de Crianças sublinha “a perspectiva celebrativa, através da participação ativa, gestos, símbolos, expressões da devoção popular e maior atenção à recuperação da autenticidade dos sinais”(cf Apresentação).

O subsidio pastoral, quer apresentar algumas pistas que ajudem na compreensão do novo ritual e que auxiliem na preparação e celebração do sacramento do Batismo de Crianças. Mais do inventar coisas novas, face à diversidade de culturas e expressões de fé das comunidades cristãs de nosso país, urge a celebrar com um novo espírito que revele um novo sentido, que, aos poucos, gere e solidifique uma prática celebrativa mais de acordo com o estilo do povo brasileiro. Isto supõe que o sacramento do Batismo:

esteja mais integrado no conjunto da vida, das ações pastorais e das celebrações sacramentais das comunidades, paróquias e dioceses;

seja preparado, celebrado e avaliado por uma equipe atenta aos costumes e tradições do povo e às alternativas que o ritual oferece;

receba um cuidado pastoral especial de quem exerce o ministério da presidência; seja celebrado de forma que, a riqueza dos textos, orações, leituras, gestos, símbolos,

fórmulas, comentários, hinos e orientações do novo Ritual, se revele e seja colocada a serviço da ação celebrativa do mistério da vida e das diferentes situações e expressões culturais.

O novo Ritual do Batismo de Crianças, se bem assimilado, poderá se constituir num momento significativo para as comunidades eclesiais e para a vivência do dom da vida nova em Cristo e no Espírito. Todavia, continuar com critérios e práticas “do mais fácil ou do mais rápido”, arrisca-se, colocar “vinho novo em odres velhos” (Mt 9,17; Mc 2,22). Algumas pistas, a partir do “Rito para o Batismo de várias Crianças”, que poderão auxiliar as equipes de Batismo, na sua preparação e celebração.

1. ACOLHIDA

1.1 - Chegada As famílias vão chegando e se reunindo, à porta da igreja, num salão ou num outro local

adequado ... a equipe de batismo acolhe com alegria e simplicidade as famílias e as conduz ao local para elas preparado (33). Seria muito bom que ministro que presidir a celebração acolhesse e cumprimentasse os pais, padrinhos e demais familiares das crianças. O que importa é que todos se sintam acolhidos e valorizados neste momento celebrativo.

Um canto ou um pequeno refrão (mantra) pode ajudar para se criar um clima de acolhida festiva, de oração e de comunhão entre os presentes.

A Saudação: O animador(a) ou quem preside com palavras espontâneas ou com as que estão previstas no ritual, expressa a alegria pela reunião, acolhe a todos e convida ao canto.

1.2 - A apresentação das crianças (O nome e o pedido do Batismo).O novo rito do batismo de crianças enfatiza que se leve em conta a realidade de vida da

comunidade e se tenha uma relação e linguagem mais espontâneas e familiares (35).O diálogo entre ministros, equipe de celebração do batismo com os pais, padrinhos e comunidade

presente, pode realizar-se de modo formal ou informal. O formal aqui não significa distante, alheio e burocrático, como também informal não quer dizer vulgar ou de qualquer jeito. Um animador poderá dirigir-se aos pais por meio das palavras dos comentários previstos no ritual ou através de palavras que brotem de sua espontaneidade, de modo familiar e digno.

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1.3- As crianças podem ser apresentadas (NOME) das seguintes formas: Os pais apresentam seus filhos à comunidade, dizendo o nome. Pode haver um canto no final

da apresentação (36): Onde for oportuno e o número das crianças o permitir, quem preside pode receber em seus

braços os batizandos e apresentá-los à comunidade, os pais proclamam o nome e a assembléia aclama cada vez, cantando ou repetindo um refrão (37).

Reveste-se de sentido especial os pais proclamarem o nome de seu (seu) filho(a). Onde há possibilidade, seria significativo que o pai ou a mãe contassem a história, o porquê da escolha do nome do(e) filho(s).

1.4 - Para a formalização do pedido do BatismoUm momento singular de participação ativa é o pedido e a manifestação das disposições de

vivência do batismo: os pais e padrinhos manifestam, em palavras espontâneas, o que os levam a pedir o batismo( 38), motivados pelo convite de quem preside. Este acolhe as respostas ligando-as ao sentido do batismo e da celebração(39). Em seguida, revelam-se as disposições: os pais de assumir e educar seus filhos na vivência da fé (40); os padrinhos colaborarem na missão dos pais (41) e as pessoas presentes serem, de fato, uma comunidade de fé e de amor para as crianças batizadas (42).

Abrir espaços para que os pais e padrinhos revelem o nome, as motivações e as disposições de como desejam viver o batismo, é ir ao encontro e valorizar a religiosidade e a experiência de vida das pessoas. Há comunidades que realizam estes ritos no período da preparação ou numa celebração de apresentação e acolhida das famílias e dos batizandos (cf nn. 98s).

1.5 - O Sinal da CruzO Sinal da Cruz, traçado na fronte do(e) batizando(a), é o ponto alto da acolhida das crianças na

comunidade cristã (43). Se o número de crianças for pequeno, quem preside, após pronunciar as palavras: “nosso sinal é a cruz de Cristo. Por isso vamos marcara estas crianças com o sinal do Cristo Salvador” assinala a fronte de cada criança dizendo o "nome ..., nós a (as) acolhemos na comunidade cristã,” seguido pelos pais, padrinhos e familiares. O gesto pode ser realizado em silêncio ou acompanhado do canto de um refrão. Outra vezes, sobretudo quando são muitas as crianças, quem preside pronuncia as palavras da assinalação e passa a marcar a fronte com o sinal da cruz, e convida pais, padrinhos a fazerem o mesmo e a equipe de canto entoa um hino adequado ao momento(44).

O (a) animador(a) pode sugerir que os pais façam o mesmo gesto, em casa sobre os seus filhos, em recordação do batismo, por exemplo, à noite quando os colocam para dormir.

1.6 - Procissão de entrada e oraçãoO Novo Rito do Batismo sugere que ritos de acolhida podem ser encerrados com a procissão de

entrada e a oração (quando realizados fora da celebração eucarística). A procissão de entrada tem particular sentido se o Batismo iniciou à porta da igreja ou em outro local fora da igreja. São dois elementos facultativos.

O(a) animador(a) convida pais e padrinhos e a comunidade a se deslocarem, cantando e levando o Círio Pascal e a Bíblia, até o lugar onde será proclamada a Palavra de Deus(45).

- Havendo condições, antes da oração, o animador (a) pode convidar a assembléia para um instante de oração silenciosa. Se o Batismo se realiza dentro da celebração eucarística, quem preside, reza, agora a oração própria do dia.

2. LITURGIA DA PALAVRA

2.1- Acolhida e proclamação da Palavra de DeusNa Liturgia da Palavra, as atenções de todos se voltam para a Mesa da Palavra de Deus,

previamente, preparada e da qual são proclamados, de modo claro, calmo e comunicativo, os textos bíblicos. Alguns gestos poderão dar destaque especial à liturgia da Palavra e auxiliar na sua acolhida, compreensão e vivência.

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a acolhida do Livro da Palavra (o lecionário ou a Bíblia): Se não houve procissão de entrada e sendo oportuno, alguns pais e padrinhos ou outras pessoas da assembléia, podem levar em procissão O Livro da Palavra de Deus até a Mesa da Palavra, acompanhada de velas, flores, incenso e do canto da assembléia: “é como a chuva que lava”, “chegou a hora da alegria”, “escuta Israel” etc ... De acordo com os costumes locais, o Livro da Palavra pode ser introduzido por meio expressões corporais (cf 47).

Clima de escuta - a escuta e a acolhida da Palavra de Deus podem ser favorecidos pelo canto de uma simples aclamação ou um refrão antes da proclamação, por exemplo: “Fala Senhor, fala da vida”; ou “Bendita, bendita, bendita é a Palavra do Senhor”....

A proclamação da Palavra de Deus pode ser feita por um dos pais ou padrinhos, devidamente, preparados ou por um membro da equipe de celebração.

Após a sua proclamação, de acordo com a sensibilidade da assembléia, a Palavra poderá ser recontada, parafraseada ou dramatizada (48)

Quem preside faz uma breve homilia, suscitando a participação dos pais e padrinhos, bem como das demais pessoas presentes, através de perguntas ou de testemunhos (50).

Onde há condições (ambientes mais simples e familiares), o Livro da Palavra de Deus pode passar de mão em mão, ser venerado, tocado e beijado pelos pais e padrinhos.

Depois da homilia, recomenda-se um momento de silêncio, para que todos façam uma oração silenciosa. Se for oportuno, segue-se um canto apropriado.

2.2- A Oração dos fiéis e a invocação dos santosA seqüência harmônica da celebração ou de determinado momento da celebração é importante.

Por isso, antes de dar início às preces dos fiéis e à invocação dos santos, o(a) animador(a) convida as mães e madrinhas prepararem as crianças para unção pré-batismal, deixando-as vestidas, de tal forma que facilite a unção no peito.

A fim de que a oração dos fiéis e a invocação dos(es) santos(as) brote do coração das pessoas, reunidas em assembléia, quem preside poderá incentivá-las à participação orante e ativa, por meio de perguntas ou à luz da realidade dos presentes, escolher um dos formulários propostos pelo Ritual (nn 52. 390-391 ).

Na invocação dos santos, a Igreja, povo de Deus, peregrina nesta terra, une-se à Igreja dos santos do céu (cf Ap 5,8). Quem preside convida os fiéis presentes para lembrarem e invocarem outros(as) santos{as), tais como os padroeiros(as) das comunidades, das crianças a serem batizadas e de devoção das famílias. Um pequeno instante de silêncio, ajudará aos pais e padrinhos e lembrarem e proclamarem nome dos(es) santos(as) de sua devoção.

2.3 - Oração e Unção pré-batismal Na oração de libertação que conclui a liturgia da Palavra, quem preside motiva os pais,

padrinhos e todos os presentes, para a imposição das mãos sobre a cabeça das crianças e oração silenciosa. Para o povo esse momento é muito significativo. Ele expressa súplica e proteção. O gesto e a oração silenciosa podem ser ajudado pela atitude de fechar os olhos etc.

Quem preside reza, em voz alta, com calma e expressa a oração de libertação. E assembléia confirma as súplicas com um convicto amém. Este, eventualmente, pode ser cantado.

O óleo dos catecúmenos, de ordinário, é abençoado na Missa do Crisma (na 5ª feira santa). Todavia, nem sempre é suficiente e, devido às condições climáticas, com facilidade se deteriora sugere-se. O ministro proclama a bênção de forma expressiva e a assembléia participa com a resposta: Bendito seja Deus para sempre!(56)

O ministro se dirige às crianças, e diz: “O Cristo Salvador dê sua força. Que ela penetre em suas vidas como este óleo em seus peitos”, derrama e unge o peito de cada criança com o óleo dos catecúmenos. Os pais e padrinhos, com muito carinho, ajudam na unção. Não há necessidade de se enxugar com algodão 0 óleo derramado no peito da criança. Ele pode ser espelhado com carinho no peito da criança pela mãe ou madrinha.

No Batismo de “grande numero de crianças”', quem preside pode omitir a unção pré-batismal. Neste caso, convida pais, padrinhos e comunidade à imposição conjunta das mãos sobre todas crianças, dizendo após uns instantes de oração silenciosa: “O Cristo Salvador lhes dê sua força...” (cf 193) .

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3. LITURGIA SACRAMENTAL

3.1- Oração sobre a águaNa Liturgia Sacramental os olhares de todos se concentram na fonte batismal. É dela que brota a

nova vida Se houver condições, faz-se uma procissão até a fonte batismal (batistério). Durante a

procissão cante-se a ladainha de todos os santos ou um salmo apropriado (por exemplo Sl 22(23). Não havendo procissão, omite-se o canto da ladainha, pois já foi realizada na oração dos fiéis (cf 52-54) (61 ).

Convém que, em todas as igrejas paroquiais e também nas capelas, com a devida permissão do Bispo, haja uma pia batismal ou uma fonte batismal de onde possa jorrar ou correr água (195). Nas comunidades onde não existe uma pia batismal, usa-se uma bacia especial e ornamentada, colocada em lugar bem visível. Junto da pia batismal coloque-se o Círio Pascal.

Se houver condições, pode-se trazer a água em procissão num recipiente digno, acompanhada com canto e danças, apresentá-la a comunidade e a quem preside para que profira a oração sobre ela.

O ritual do Batismo de Crianças apresenta diferentes fórmulas de orações sobre a água, subdividas em orações para a água não abençoada (no. 66, 392-394) e sobre a água já abençoada e(cf no. 67, 395-396). A escolha de uma ou de outra fórmula, além do bem espiritual dos fiéis, deve levar em conta o tempo litúrgico, as condições e o estilo da assembléia.

Em cada celebração do batismo, como na vigília pascal, a água batismal é consagrada. Quem preside desperta nos pais, padrinhos e demais fiéis a ação de graças a Deus. Voltando-se com ternura para a água e diante da assembléia, proclama de modo orante a oração sobre a água. A assembléia confirma a oração através de aclamações, cantadas ou recitadas.

3.2- As promessas do Batismo O Ritual apresenta 4 (quatro) fórmulas de “promessas do Batismo” (nn. 68, 397-399). Quem

preside dirige perguntas claras e concretas aos pais e padrinhos. A palavra “renunciar”, em conformidade com a cultura local, pode ser substituída por expressões equivalentes, como: “não querer”, “abandonar” etc. (68).

Na celebração do batismo de crianças, quem faz a renúncia ao mal e a profissão de fé são os pais e padrinhos. Quem preside e a comunidade presente ouvem com atenção, acolhem e, no final, manifestam sua aprovação pelo canto apropriado ou recitação das palavras propostas no ritual, de um amém e, conforme as circunstâncias, por uma salva de palmas (71 ).

Os pais e padrinhos podem ser convidados a fazer um gesto que signifique a sinceridade de sua renúncia ao mal, como colocar a mão no peito, ou um outro gesto próprio de sua cultura.

Na renúncia, especialmente, no tempo da preparação, os próprios pais e padrinhos poderiam ser convidados a mencionar os pecados mais freqüentes da sociedade e da comunidade cristã que desejam renunciar.

Na proclamação da fé (profissão de fé), os pais e padrinhos, igualmente podem ser convidados a manifestarem sua adesão de fé acompanhada de um gesto, como: dar um passo em direção ao Círio Pascal, elevar a mão direita etc. (70).

Outra forma seria, os pais e padrinhos manifestarem seu sim a Jesus Cristo e a alegria pelo dom da fé recebido de Deus, juntos, cantar ou recitar o Creio da Igreja.

Eventualmente, na celebração do batismo de uma criança (ou de uns poucos) os pais e padrinhos podem ser convidados a colocar sua mão sobre a Bíblia.

3.3- BatismoO Batismo pode ser realizado das seguintes maneiras: 1)- mergulhando a criança parcial ou

totalmente na água; 2)- derramando água sobre a cabeça da criança, deixando-a escorrer sobre todo o corpo; 3) - derramando água somente sobre a cabeça (73). Dependendo das condições do clima, dos costumes do povo, a equipe de celebração do batismo, escolhe uma das maneiras. O critério que orienta a escolha, deveria ser aquilo que mais expresse a riqueza do sacramento do batismo. No tempo da preparação, a equipe poderia consultar e orientar os pais sobre a maneira de realizar o batismo de seu

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filho(s). Onde já se realiza o batismo por “imersão” ou “derramando água sobre a cabeça, deixando-a escorre pelo corpo da criança”, as pessoas passam a compreender melhor a grandeza do significado do sacramento do batismo.

- Se o batismo for realizar segundo a 1ª ou a 2ª maneira, é conveniente possibilitar às mães e madrinhas preparem as crianças para o banho batismal. Todavia, sempre respeitando as conveniências e a sensibilidade das pessoas. Enquanto se preparam as crianças, a assembléia poderia cantar um canto adequado.

Convém que a água seja abundante de modo que o batismo apareça como uma verdadeira passagem pela água ou banho.

Cada uma das famílias se aproxima da pia batismal, orientada e auxiliada por uma pessoa da equipe de celebração do batismo.

No batismo por “imersão” ou “derramando água sobre a cabeça, deixando-a escorrer sobre todo o corpo”, a família recebe com carinho o filho recém-nascido da água, do novo nascimento e o envolve numa toalha e, depois, o reveste com a veste batismal. Onde há condições de clima seria muito significativo se as crianças fosse batizadas nuazinhas ou só de fralda.

Se o batismo for por “infusão” (derramando água sobre a cabeça da criança), convém que a mãe segure a criança, ou conforme os costumes locais, a madrinha segurará a criança. A mãe ou a madrinha retirará a criança da fonte, se o batismo for por imersão (mergulhando a criança na água).

Na celebração do Batismo de uma criança ou de algumas, a assembléia ouça as palavras da fórmula batismal de cada batizado e manifesta sua alegria respondendo o “amém” ou com uma salva de palmas.

Os pais, padrinhos e demais familiares acolhem a criança recém-batizada com um beijo ou outros gestos de afeição.

Na celebração de grande número de crianças e vários ministros batizando ao mesmo tempo, a assembléia pode entoar aclamações e cantos, intercalando momentos de música e de silêncio (76). O canto e as aclamações favorecem gestos naturais e movimento tranqüilos, afinados com o ritmo das pessoas.

Concluído o batismo de todas as crianças, pode-se aspergir a assembléia. Enquanto isso, canta-se um hino ou um salmo apropriado (78).

Na preparação dos pais e padrinhos para a celebração, é importante orientá-los para que utilizem a água benta como recordação do batismo e dos compromissos batismais assumidos.

4. RITOS COMPLEMENTARES

4.1- Unção pós-batismal Após o batismo com água, as criança são ungidas com o crisma, um óleo perfumado também

chamado de óleo da ação de graças. Quem preside unge o alto da cabeça da criança, o cocuruto. A assembléia aclama com o “amém”.

Se o número de batizados for muito grande, a unção com o crisma pode ser omitida. 4.2- Veste batismal A veste batismal é sinal da vida nova alcançada em Cristo e no Espírito Santo. É também sinal

da vitória da vida futura. Esse rito tornar-se-ia mais significativo se a criança fosse revestida da veste batismal logo após ao batismo na água. Nesse caso, seguiria o rito da unção e da luz.

As comunidades que quiserem valorizar a cor branca da veste poderão orientar as famílias para que tragam a criança para o batismo com roupa de cor, para depois, então, serem revestidas com a veste especial. De acordo com a sensibilidade cultural, a veste batismal pode ganhar o sentido de “roupa festiva” ou “roupa nova”. Se as crianças já estiverem com “roupa festiva”, pode-se, simplesmente, fazer uma alusão à “veste nova” que estão usando (81).

O que se deve evitar é a prática de se colocar sobre as crianças um simples lencinho ou uma toalha branca, em lugar de uma veste verdadeira.

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O rito da veste batismal, pode ser completado, onde existe esta prática, pela entrega de outro sinal de pertença à comunidade.

4.3- Rito da luz O Rito da luz significa que, pelo batismo, Cristo iluminou o novo batizado. Em Cristo, os

batizados são também “Luz do mundo”. O pai ou o padrinho, face às palavras de quem preside: “recebam a luz de Cristo”, acende a vela no círio pascal.

Havendo possibilidades, quem preside, auxiliado por alguém da equipe de celebração, entrega aos pais a vela acesa, dizendo: "receba a luz de Cristo" ou uma outra palavra de forma espontânea.

Quem preside, a exemplo da vigília pascal, pode elevar o Círio Pascal e cantar: “Eis a luz de Cristo”!, enquanto todos respondem: “Demos graças a Deus”! ou uma outra aclamação correspondente (83).

Na celebração com grande número de crianças, enquanto se entrega a vela acesa, a assembléia poderia entoar um hino à luz, ou um mantra, como: “Ó luz do Senhor, que vem sobre a terra, inunda meu ser, permanece em nós” ou “Deixa a luz do céu entrar”.

Pais e padrinhos e, se possível os outros familiares, unem suas mãos na vela acesa, junto do recém-batizado, enquanto quem preside diz: “queridas crianças...”(84).

Aos pais recomenda-se que guardem a vela batismal para que a criança a possa usar em outros momentos significativos de sua vida, como a 1ª Comunhão eucarística, na Crisma e mesmo no Matrimônio.

5. RITOS FINAIS

5.1- Procissão ao altar e o Pai-nosso. Se o espaço permitir, faz-se uma procissão ao altar, levando-se acesas as velas das crianças

batizadas e cantando um cântico batismal. Procissão ao altar que significa a comunhão de todos em Cristo (simbolizado pelo altar) e o direito que as crianças batizadas têm de participar da eucaristia.

A procissão ao altar significa também que os pais e padrinhos devem acompanhar as crianças no processo de sua iniciação e formação cristã, pelo testemunho de vida, convivência familiar e pela educação, conduzindo-as à maturidade cristã, isto é, até à unção da crisma e à participação na ceia do Senhor.

O ideal seria que o Pai-nosso fosse rezado por todos, circundando o altar, ou até tocando o altar ou os pais erguem bem alto as crianças, apresentando-as ao Pai. Em Cristo, todos são irmãos e irmãs, filho do mesmo Pai.

5.2- Bênção Para o povo em geral, a bênção é sempre um momento muito significativo. No encerramento

da celebração do batismo, ela é expressão de confiança e de agradecimento. É sinal de missão e do amanhã que está por vir.

Na celebração com grande número de crianças, a bênção pode ser dada de forma geral, sobre os batizados, pais, padrinhos e assembléia, utilizando-se uma das fórmulas sugeridas no ritual (nn. 92, 401-404);

Nas celebrações, com um pequeno número de crianças ou de uma criança, a bênção poderia ser mais personalizada. Primeiro, a mãe tendo em seu colo a criança recém-batizada, depois o pai e, por fim, o padrinho e a madrinha. A bênção pode ser acompanhada de gestos próprios da cultura local.

No momento da bênção, além de agradecer e pedir a Deus que abençoe a família das crianças, é sumamente significativo para o povo, lembrar momentos felizes, situações difíceis, ausência de algum familiar por motivos de doença, etc.

Onde parecer oportuno, os pais e padrinhos podem ser convidados a abençoar seus filhos e afilhados que foram batizados, por meio de palavras e gestos próprios de sua tradição.

5.3- Ato de devoção a Nossa Senhora Onde for costume, no final da celebração, pode realizar-se um ato de devoção a Maria,

confiando à sua proteção a vida e a fé das crianças. Tal ato de devoção pode ser feito, e com maior efeito,

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em outra ocasião, num domingo do mês de maio, numa festa de Maria ou num santuário dedicado a Mãe de Deus.

Numa paróquia, por exemplo, o ato de devoção a Maria, é perfeitamente possível ser realizado, no tempo ou num horário da festa paroquial.

Existem comunidades que fazem este ato de devoção no mês de outubro, no sábado ou domingo, próximo ao Dia da Criança.

Quando se promove este ato de devoção, se requer acentuar que o batismo é verdadeira consagração a Deus e a Jesus Cristo. Maria deve aparecer como modelo de pessoa de fé, consagrada ao serviço de Deus.

No ato de devoção, é importante respeitar o costume e o estilo da religiosidade popular, deixando, por exemplo, que os pais levem a criança batizada até junto de Nossa Senhora. Pode-se sugerir a oração proposta no ritual de batismo (94).

5.4- Despedida Quem preside despede a assembléia com palavras espontâneas, convidando todos a se

saudarem com um abraço de paz e, conforme a tradição, os pais e padrinhos expressarem sua aceitação de “compadres”. Famílias e equipe de celebração se confraternizam.

Onde for possível, será conveniente prosseguir a celebração com uma confraternização ao redor de comes e bebes, trazidos e partilhados pelas famílias.

Frei Faustino PaludoBIBLIOGRAFIA CONSULTADA- Ritual do Batismo de Crianças, Ave Maria, São Paulo. 1999.- CNBB. Batismo de Crianças. doc. 19. Paulinas. São Paulo 1984.- CNBB. Descobrindo novos caminhos, PASTORAL DO BATISMO DE CRIANÇAS. 2 parte. Paulus. São Paulo.- ORMONDE. D.. Os Ministérios. em: REVISTA DE LITURGIA 144 (1997). pp. 30-31.- IDEM. Para uma preparação batismal mais litúrgicas. em: REVISTA DE LITURGIA 125 (1994).pp. 4-10.- TRUDEL. J.. O Rito da Acolhida, em: REVISTA DE LTTURGIA 144 (1999) pp. 28-29.

ENCONTRO V

ASPECTOS PRÁTICOS DA PREPARAÇÃO PARA O BATISMO NA DIOCESE DE MONTENEGRO

1. ESTRUTURA DA PROPOSTA: 2014: em todas as paróquias da diocese, encontros de formação e preparação de Catequistas

para o Sacramento do Batismo e suas decorrências; 2015: ano da implantação deste modelo de pastoral. A meta é que a partir de janeiro 2015, em

toda a Diocese, a preparação acontece na casa da família do batizando; 2015: em todas as paróquias da diocese, encontros de formação e preparação de Catequistas

para o Sacramento da Eucaristia e suas decorrências; 2016: ano da implantação deste modelo de Catequese da Eucaristia em toda a Diocese. 2016: em todas as paróquias da diocese, encontros de formação e preparação de Catequistas

para o Sacramento do Confirmação e suas decorrências;

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2017: ano da implantação deste modelo de Catequese de Confirmação em toda a Diocese.

2. MODELO / ROTEIRO DE PREPARAÇÃO PARA O BATISMO

- A família que deseja batizar seu (sua) filho (a) vem pedir a preparação para os pais e padrinhos, fazendo a inscrição na secretaria paroquial.

- Na inscrição é preenchida uma ficha contendo os dados da família e padrinhos, estes devem ser católicos e ter o Sacramento da Crisma. Registra-se também se a família possui aparelho de DVD, caso não o tenha, deve providenciar para o dia da preparação.

- A ficha com os dados é entregue para um responsável da Pastoral do Batismo que se encarrega de repassá-la para a equipe do setor onde a família mora (a pastoral divide a paróquia em setores ou comunidades, cada qual com uma equipe organizada). Esta equipe faz o contato com a família para marcar o melhor dia e hora para a preparação, observando que fique adequado para todos.

- No dia e hora marcados, a equipe chega na casa e, através de uma apresentação rápida, nos identificamos como integrantes da Pastoral do Batismo (uma conversa informal).

- Entregam-se as fichas de cantos e perguntas a todos os participantes, e inicia-se o encontro com o Sinal da Cruz. Um breve agradecimento pela acolhida da família que nos recebe em sua casa, e com um canto e uma oração apropriada se prossegue o encontro.

- Em seguida, o grupo todo (Equipe da Pastoral do Batismo e a família) se apresenta formalmente dizendo o nome, onde nasceu, onde mora e trabalha, em qual comunidade participa, se participa de alguma Pastoral. Este é um momento muito importante, porque todos participam bem, falam muitas coisas importantes de sua vida, o que nos ajuda a trabalhar bem porque a gente acaba conhecendo um pouco da história de cada um, é um momento muito rico. Existe já um grupo que leva o violão para a animação dos cantos, o que enriquece mais ainda o encontro.

- Depois faz-se as perguntas da ficha relacionadas ao Batismo, estas pré-elaboradas pela equipe da Pastoral e também no Subsídio para a Pastoral do Batismo do Pe. Leomar Antônio Brustolin, da Diocese de Caxias do Sul.Perguntas: a) Por que você acha importante batizar seu filho?b) No seu modo de ver, o que é Batismo?c) Pais: como vocês escolheram os padrinhos de sua criança?d) Padrinhos: qual a função dos padrinhos no Batismo?

- Proclama-se uma passagem da Bíblia, geralmente, Jo 3, 1-7, em seguida se reflete um pouco sobre a mesma e então se assiste o vídeo: Batismo Fonte de Vida Nova, também do Pe. Leomar Brustolin,

- Após, canta-se: “Prometi no meu Santo Batismo” ou “Eu te peço desta água que tu tens”. Em seguida, se faz a partilha sobre o Filme, o que mais chamou atenção dos participantes. A equipe reforça alguns aspectos, tais como:Batismo é mergulho; A inserção na comunidade; A graça de Deus; Os efeitos do Batismo; Os símbolos e rito; Os óleos – Unção; O Círio Pascal; A vela que o padrinho acende no Círio Pascal; A veste branca e outros; A importância do testemunho dos pais e padrinhos.

- Orienta-se sobre as coisas práticas: inscrição para o Batismo com alguns dias de antecedência, os documentos necessários, idade dos padrinhos, religião, sacramentos, fotos e filmagens.

Page 29:  · Web viewLeituras: Se for a celebração do batismo fora da missa, escolha-se as leituras próprias indicadas no ritual. Na celebração do batismo durante a missa, para a escolha

- Pode-se também aproveitar a oportunidade para falar sobre o verdadeiro sentido do Dízimo, taxa do cemitério e esclarecer outras dúvidas e perguntas que surgirem.

- Encerra-se com um canto, uma oração e benção.

- Lê-se e assina-se a ata pré-elaborada pela equipe paroquial, se agradece a acolhida e faz-se a despedida. Este trabalho tem em média a duração de uma hora e trinta minutos.

ORAÇÃO - PLANO DE PASTORAL

Ó Deus de amor, vos louvamos pelo dom da fé. Jesus Cristo, vosso Filho, ao revelar vosso plano de amor e salvação para toda a humanidade, convidou-nos a crer em Vós, dando pleno sentido à nossa existência. Vosso Santo Espírito habita no coração de todos os que creem e nos une a Vós pelo vínculo do amor.

Vos louvamos pela Igreja, lugar do anúncio do Evangelho. Nela fomos batizados, tornando-nos vossos discípulos missionários. Vos louvamos pelas pessoas que foram nossas catequistas e marcaram nossa iniciação cristã.

Hoje vos pedimos, ó Pai, que a Igreja continue a ser a Casa da Iniciação à Vida Cristã. Que o Plano de Pastoral de nossa Diocese seja um instrumento útil para a Igreja de Montenegro cumprir sua missão de evangelizar. Que nossa comunidade empenhe-se na conversão pastoral, disposta a abandonar estruturas que não evangelizam mais, e se torne uma Igreja em estado permanente de missão.

Sabemos que vosso Espírito Santo é a alma da Igreja. Que Ele nos inspire, fortaleça e encoraje para que assumamos juntos o Plano de Pastoral, e façamos dele o foco de toda nossa ação evangelizadora.

São João Batista, que apontou vosso Filho, o Cordeiro de Deus, ajude-nos a ser para o mundo uma Igreja que aponta para Cristo, afim de que n’Ele todos tenham a vida plena. Amém!

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