ةيلاغتب لا ةغللبا - ددلجا ينملسلما صصق · senhor, nos envie de volta...

76
دد اسلمص ا قص- غة البلل تغالية(IslamReligion.com)

Upload: duongtuong

Post on 09-Nov-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • -

    (IslamReligion.com)

    http://www.islamreligion.com/pt/category/63/http://www.islamreligion.com/pt/category/63/

  • 2 | Histrias de Novos Muulmanos

    ndices Personalidades _____________________________________ 3

    Cat Stevens, ex-Pop star, Reino Unido ________________________ 3

    Jermaine Jackson, EUA __________________________________ 8

    Malcolm X, EUA ______________________________________ 15

    Sacerdotes e Figuras Religiosas ________________________ 25

    Abdullah ibn Salam, rabino, Medina ________________________ 25

    Idris Tawfiq, Padre Catlico, Reino Unido ____________________ 25

    Homens _________________________________________ 33

    Craig Robertson, Ex-Catlico, Canad _______________________ 33

    Bruce Paterson, ex-cristo, Reino Unido _____________________ 40

    Dr. Ali Selman Benoist, Ex-Catlico, Frana ___________________ 43

    Mulheres ________________________________________ 45

    Diane Charles Breslin, Ex-Catlica, EUA ______________________ 45

    Natassia M. Kelly, Ex-Crist, EUA __________________________ 52

    Angel, ex-crist, EUA __________________________________ 57

    Aminah Assilmi, ex-crist, EUA ____________________________ 60

    Akifah Baxter, Ex-Crist, EUA _____________________________ 70

  • 3 | Histrias de Novos Muulmanos

    Personalidades

    Cat Stevens, ex-Pop star, Reino Unido

    Tudo que eu tenho a dizer tudo que vocs j sabem, para confirmar o que vocs j sabem, a mensagem do Profeta [que Deus o exalte] como

    concedida por Deus a Religio da Verdade. Como seres humanos ns

    recebemos uma conscincia e um dever que nos coloca no topo da criao...

    importante entender a obrigao para nos livrarmos de todas as iluses e fazer

    de nossas vidas uma preparao para a prxima vida. Qualquer um que perde

    essa chance no ter outra, e no ser trazido de novo e de novo, porque dito

    no Glorioso Alcoro que quando um homem for prestar contas, ele dir,

    Senhor, nos envie de volta e nos d uma outra chance. O Senhor dir, Se eu

    o enviar de volta voc far o mesmo.

    Minha Educao Religiosa

    Eu fui educado no mundo moderno e luxuoso do show business. Eu nasci em

    um lar cristo, mas ns sabemos que toda criana nasce em sua natureza

    original so seus pais que a levam para essa ou aquela religio. Eu recebi

    esta religio (Cristianismo) e pensava dessa forma. Eu fui ensinado que Deus

    existe, mas no havia contato direto com Deus, de modo que ns tnhamos que

    fazer o contato com Ele atravs de Jesus ele era de fato a porta para Deus.

    Isso era mais ou menos aceito por mim, mas eu no engolia completamente.

    Eu vi algumas esttuas de Jesus; elas eram apenas pedras sem vida. E quando

    eles diziam que Deus trs, eu ficava ainda mais confuso mas no podia

    argumentar. Eu acreditava parcialmente nisso, porque eu tinha que respeitar a

    f dos meus pais.

  • 4 | Histrias de Novos Muulmanos

    Pop Star

    Gradualmente eu me alienei dessa educao religiosa. Eu comecei a fazer

    msica. Eu queria ser uma grande estrela. Todas aquelas coisas que eu via

    nos filmes e na mdia tomaram conta de mim e, talvez, eu tenha pensado que o

    objetivo de ganhar dinheiro fosse o meu Deus. Eu tinha um tio que tinha um

    bonito carro. Bem, eu disse, ele conseguiu. Ele tem muito dinheiro. As

    pessoas ao meu redor me influenciaram a pensar que isso era tudo; este mundo

    era seu Deus.

    Eu ento decidi que essa era a vida para mim; ganhar muito dinheiro, ter uma

    grande vida. Os meus exemplos eram os pop stars. Eu comecei a fazer

    canes, mas no fundo eu tinha um sentimento por humanidade, um

    sentimento de que se eu ficasse rico eu ajudaria os necessitados. ( dito no

    Alcoro que ns fazemos uma promessa, mas quando conseguimos algo ns

    nos apegamos e nos tornamos gananciosos).

    O que aconteceu foi que eu fiquei muito famoso. Eu ainda era um adolescente

    e meu nome e foto foram espalhados em toda a mdia. Eles me fizeram maior

    que a vida, e eu queria viver mais que a vida, e o nico caminho de fazer isso

    era me drogando (com bebidas e drogas).

    No Hospital

    Aps um ano de sucesso financeiro e vida alta, eu fiquei muito doente,

    contra tuberculose e tive que ser hospitalizado. Foi ento que eu comecei a

    pensar: o que aconteceu comigo? Eu era apenas um corpo, e meu objetivo na

    vida era meramente satisfazer este corpo? Eu percebi que esta calamidade foi

    uma bno que Deus me concedeu, uma chance de abrir os meus olhos

    Por que eu estou aqui? Por que eu estou na cama? - e comecei a procurar

    por algumas das respostas. Naquela poca havia um grande interesse no

    misticismo oriental. Eu comecei a ler, e a primeira coisa que me chamou a

    ateno foi a morte, e que a alma continua; no pra. Eu senti que estava no

    caminho para a bno e realizao. Eu comecei a meditar e at me tornei

    vegetariano. Eu acreditava no poder da paz e da flor, e essa era a tendncia

    geral. Mas o que eu acreditava em particular era que eu no era apenas um

    corpo. Essa conscincia veio a mim no hospital.

  • 5 | Histrias de Novos Muulmanos

    Um dia quando eu estava caminhando, eu fui pego pela chuva, e comecei a

    correr para um abrigo e ento eu percebi, Espere um minuto, o meu corpo

    est se molhando, o meu corpo est me dizendo que eu estou me molhando.

    Isso me fez pensar em um ditado que diz que o corpo como um jumento, e

    ele tem que ser treinado para onde ir. De outra forma, o jumento o levar

    onde ele quer ir.

    Ento eu percebi que tinha uma vontade, um dom concedido por Deus: seguir

    a vontade de Deus. Eu estava fascinado pela nova terminologia que estava

    aprendendo na religio oriental. Por essa poca, eu no agentava mais o

    Cristianismo. Eu comecei a fazer msica novamente, e dessa vez eu comecei

    a refletir meus prprios pensamentos. Eu lembro da letra de uma de minhas

    canes. assim: Eu queria saber, eu queria saber o que faz o Paraso, o que

    faz o Inferno. Eu Te conheo em minha cama ou alguma pequena clula

    enquanto outros chegam ao grande hotel?" e eu sabia que estava no Caminho.

    Eu tambm escrevi outra cano, The Way to Find God Out (O Caminho

    para Descobrir Deus)). Eu me tornei ainda mais famoso no mundo da

    msica. Eu realmente estava passando por tempos difceis porque eu estava

    ficando rico e famoso e, ao mesmo tempo, eu estava sinceramente buscando a

    Verdade. Ento eu cheguei a um estgio onde eu decidi que o Budismo era

    elevado e nobre, mas eu no estava pronto para deixar o mundo. Eu estava

    muito apegado ao mundo e no estava preparado para me tornar um monge e

    me isolar da sociedade.

    Eu tentei Zen e Ching, numerologia, cartas de tar e astrologia. Eu tentei

    procurar novamente na Bblia e no pude encontrar nada. Nesse momento eu

    no sabia nada sobre o Islam e, ento, o que eu considero um milagre

    aconteceu. Meu irmo tinha visitado uma mesquita em Jerusalm e ficou

    muito impressionado de, por um lado, ela estar cheia de vida (ao contrrio das

    igrejas e sinagogas que estavam vazias) e, por outro lado, prevalecer uma

    atmosfera de paz e tranqilidade.

    O Alcoro

    Quando ele veio a Londres, ele trouxe uma traduo do Alcoro, que me deu.

    Ele no se tornou muulmano, mas sentiu algo nesta religio, e pensou que eu

    pudesse encontrar algo nela tambm.

  • 6 | Histrias de Novos Muulmanos

    Quando eu recebi o livro, uma orientao que explicava tudo para mim

    quem eu era; qual era o propsito da vida; qual era a realidade e qual seria a

    realidade; e de onde eu vim eu percebi que esta era a religio verdadeira;

    religio no no sentido como o Ocidente entende, no o tipo para quando voc

    ficar velho. No Ocidente, quem quer que deseje abraar uma religio e fazer

    dela seu nico modo de vida considerado um fantico. Eu no era um

    fantico; eu inicialmente estava confuso entre o corpo e a alma. Ento eu

    percebi que o corpo e a alma no esto separados e voc no tem que ir para a

    montanha para ser religioso. Ns devemos seguir a vontade de Deus. Ento

    ns podemos nos elevar mais que os anjos. A primeira coisa que eu queria

    fazer era ser um muulmano.

    Eu percebi que tudo pertence a Deus, que o sono no O domina. Ele criou

    tudo. Nesse ponto eu comecei a perder o meu orgulho, porque at ento eu

    achava que a razo de eu estar aqui era por causa de minha prpria grandeza.

    Mas eu percebi que eu no criei a mim mesmo, e que todo o propsito do meu

    ser aqui era se submeter aos ensinamentos que foram aperfeioados pela

    religio que conhecemos como Islam. Nesse ponto eu comecei a descobrir a

    minha f. Eu senti que era um muulmano. Ao ler o Alcoro, eu percebia que

    todos os Profetas enviados por Deus trouxeram a mesma mensagem. Por que

    ento os judeus e cristos eram diferentes? Eu sei agora como os judeus no

    aceitaram Jesus como o Messias, e que eles mudaram a Palavra de Deus. At

    mesmo os cristos no compreenderam a Palavra de Deus e chamaram Jesus

    de filho de Deus. Tudo fazia muito sentido. Esta a beleza do Alcoro; ele

    pede a voc para refletir e usar a razo, e no para adorar o sol ou a lua, mas

    Aquele que criou tudo. O Alcoro pede ao homem que reflita sobre o sol e a

    lua e a criao de Deus em geral. Voc percebe o quanto o sol diferente da

    lua? Eles esto a distncias diferentes da terra, e ainda assim parecem do

    mesmo tamanho para ns; s vezes, parece que um se sobrepe ao outro.

    Quando muitos dos astronautas vo para o espao, eles vem o tamanho

    insignificante da terra e a vastido do espao. Eles se tornam muito religiosos,

    porque eles vem os Sinais de Deus.

    Quando eu prossegui na leitura do Alcoro, vi ele falava sobre orao,

    gentileza e caridade. Eu no era um muulmano ainda, mas eu sentia que a

    nica resposta para mim era o Alcoro, e que Deus o tinha enviado para mim,

    mas eu mantive isso em segredo. Mas o Alcoro tambm fala em nveis

  • 7 | Histrias de Novos Muulmanos

    diferentes. Eu comecei a compreend-lo em outro nvel, onde o Alcoro diz,

    Aqueles que crem no adotam os descrentes como amigos e os crentes so

    irmos. Neste ponto eu quis encontrar meus irmos muulmanos.

    Converso

    Ento eu decidi fazer uma viagem para Jerusalm (como meu irmo havia

    feito). Em Jerusalm eu fui mesquita e sentei. Um homem me perguntou o

    que eu queria. Eu disse a ele que eu era um muulmano. Ele perguntou qual

    era o meu nome. Eu disse a ele, Stevens. Ele estava confuso. Eu ento me

    juntei orao, embora no de forma bem-sucedida. De volta a Londres, eu

    encontrei uma irm chamada Nafisa. Eu disse a ela que queria abraar o Islam

    e ela me orientou a ir mesquita New Regent. Isso foi em 1977,

    aproximadamente um ano e meio depois de eu ter recebido o Alcoro. Eu

    percebi que eu tinha que me livrar do meu orgulho, de Satans, e me voltar

    para uma direo. Ento numa sexta-feira, aps o servio da orao

    congregacional, eu me dirigi ao Imame e declarei a minha f (a Shahadah).

    Voc tem diante de si algum que alcanou fama e fortuna. Mas a orientao

    foi algo que me fugia compreenso, no importa o quanto eu tentasse, at

    que me foi mostrado o Alcoro. Eu percebi que eu podia ter contato direto

    com Deus, ao contrrio de no Cristianismo ou qualquer outra religio. Como

    uma senhora hindu me disse, Voc no entende os hindus. Ns acreditamos

    em um Deus; ns usamos esses objetos (dolos) simplesmente para nos

    concentrarmos. O que ela estava dizendo que de modo a alcanar Deus,

    algum tem que criar associados, que so dolos para o propsito. Mas o

    Islam remove todas essas barreiras. A nica coisa que separa os crentes dos

    descrentes o salat (orao). Esse o processo de purificao.

    Por fim, eu queria dizer que tudo que eu fao para a satisfazer a Deus e eu

    oro a Deus que voc obtenha alguma inspirao a partir das minhas

    experincias. Alm disso, eu gostaria de enfatizar que eu no entrei em

    contato com qualquer muulmano antes de abraar o Islam. Eu li o Alcoro

    primeiro e percebi que nenhuma pessoa perfeita. O Islam perfeito, e se ns

    imitarmos a conduta do Profeta ns seremos bem-sucedidos. Que Deus ns d

    orientao para seguir o caminho da nao de Muhammad, que Deus o exalte.

    Amm!

  • 8 | Histrias de Novos Muulmanos

    Jermaine Jackson, EUA

    Quando e Como voc comeou sua jornada na direo do Islam?

    Foi em 1989 quando eu, junto com minha irm, fizemos um tour por alguns

    pases do Oriente Mdio. Durante nossa estada em Bahrein ns fomos

    recebidos calorosamente. L eu encontrei algumas crianas e bati um papo

    com elas. Eu coloquei certas perguntas para eles e elas me fizeram suas

    perguntas inocentes. Durante o curso dessa interao, elas me perguntaram

    sobre minha religio. Eu disse a elas, Eu sou cristo. Eu perguntei a elas

    qual era sua religio. Uma onda de serenidade tomou conta delas. Elas

    responderam em uma nica voz: Islam. Eu fiquei abalado interiormente por

    suas respostas entusiasmadas. Ento elas comearam a me falar sobre o Islam

    e estavam me dando muita informao, considerando suas idades. O tom de

    suas vozes revelava que elas tinham muito orgulho do Islam. Foi assim que eu

    comecei a caminhar na direo do Islam.

    Uma curta interao com um grupo de crianas no final das contas me levou a

    ter longas conversas sobre o Islam com eruditos muulmanos. Uma grande

    agitao tomou conta do meu pensamento. Eu fiz uma tentativa fracassada

    para me consolar de que nada tinha acontecido, mas eu no podia mais ocultar

    de mim mesmo que em meu corao eu tinha me convertido ao Islam. Eu fiz

    essa revelao primeiro para o amigo da minha famlia, Qunber Ali. O mesmo

    Qunber Ali conseguiu me levar a Riyadh, capital da Arbia Saudita. At

    aquele momento, eu no sabia muito sobre o Islam. Dali, na companhia de

    uma famlia saudita, eu prossegui para Meca para realizar a Umrah [Um tipo

    de peregrinao menor realizada em Meca]. L eu tornei pblico pela

    primeira vez que eu tinha me tornado muulmano.

    Quais foram os seus sentimentos aps proclamar que era muulmano?

    Ao abraar o Islam, eu senti como se tivesse nascido de novo. Eu encontrei no

    Islam as respostas que eu no consegui encontrar no Cristianismo.

  • 9 | Histrias de Novos Muulmanos

    Particularmente, s o Islam me forneceu resposta satisfatria para a questo

    relacionada ao nascimento de Cristo. Pela primeira vez eu estava convencido

    sobre a religio em si. Eu oro para que meus familiares possam apreciar esses

    fatos. A minha famlia seguidora daquele culto do Cristianismo que

    conhecido como Testemunha de Jeov. De acordo com seu credo, apenas

    144.000 homens finalmente se qualificaro para entrar no paraso. Como

    assim? Essa sempre foi uma crena desconcertante para mim. Eu fiquei

    surpreso em saber que a Bblia foi compilada por muitos homens,

    particularmente sobre um volume manuscrito pelo Rei James. Eu me

    pergunto como um homem compila um diretrio e depois o atribui a Deus,

    mas no cumpre totalmente suas instrues. Durante minha estada na Arbia

    Saudita eu tive a oportunidade de comprar um cassete do outrora cantor pop

    britnico e atual pregador muulmano, Yusuf Islam (ex-Cat Stevens). Eu

    tambm aprendi muito atravs dele.

    O que aconteceu quando voc voltou para os EUA aps abraar o Islam?

    Quando eu retornei aos EUA, a mdia americana orquestrou uma propaganda

    infame contra o Islam e os muulmanos. As fofocas sobre mim correram

    soltas e realmente perturbaram o meu sossego. Hollywood estava totalmente

    determinada a difamar os muulmanos. Eles estavam sendo retratados como

    terroristas. H muitas coisas sobre as quais h consenso entre o Cristianismo e

    o Islam, e o Alcoro apresenta Cristo como um Profeta virtuoso. Ento, eu me

    pergunto, como a Amrica crist faz alegaes infundadas contra os

    muulmanos?

    Isso me deixou triste. Eu tomei a deciso de que eu faria o melhor para

    dissipar a imagem errnea dos muulmanos, retratada pela mdia americana.

    Eu no tinha a menor idia de que a mdia americana no digeriria a notcia de

    minha aceitao do Islam e faria tamanho alvoroo. Era completamente

    contra todas as alegaes amplamente divulgadas sobre liberdade de expresso

    e liberdade de conscincia. A hipocrisia da sociedade americana ficou bem

    clara para mim. O Islam me desenredou muitas complicaes. De fato, eu

    passei a pensar em mim mesmo como um ser humano completo, no sentido

    literal da palavra. Aps me tornar muulmano, eu senti uma enorme mudana

    em mim. Eu descartei tudo que era proibido no Islam. Isso tornou as coisas

    difceis para a minha famlia tambm. Em resumo, a famlia Jackson veio

  • 10 | Histrias de Novos Muulmanos

    abaixo completamente. Surgiram cartas ameaadoras, que intensificaram

    ainda mais as preocupaes de minha famlia.

    Que tipo de ameaas?

    Bem, elas me diziam que eu tinha alimentado a animosidade da sociedade e

    cultura americanas, e que ao entrar no Islam eu tinha me privado do direito de

    conviver com os outros. NS faremos a vida se tornar insuportvel para voc

    na Amrica, e assim por diante. Mas eu confesso que minha famlia liberal.

    Ns temos tido considerao por todas as religies. Nosso pais nos ensinaram

    dessa forma. Portanto, eu posso dizer que a famlia Jackson desfruta de

    relaes amigveis com pessoas de quase todas as religies. como resultado

    daquele treinamento que eu tenho sido tolerado por eles at agora.

    Qual foi a reao de seu irmo Michael Jackson?

    No caminho de volta para a Amrica, eu trouxe vrios livros da Arbia

    Saudita. Michael Jackson me pediu alguns desses livros para estudar. Antes

    disso sua opinio era influenciada pela propaganda da mdia americana contra

    o Islam e os muulmanos. Ele no era hostil ao Islam, mas tambm no tinha

    uma disposio favorvel em relao aos muulmanos. Mas depois de ler

    esses livros, ele ficava quieto e no dizia nada contra os muulmanos. Eu

    acho que talvez o impacto do estudo do Islam o tenha feito desviar seus

    interesses de negcios na direo de negociantes muulmanos. Agora ele tem

    participao em p de igualdade com o prncipe bilionrio saudita Waleed bin

    Talal em sua empresa multinacional.

    Foi dito antes que Michael Jackson era contra os muulmanos, ento houve rumores de que ele tinha se tornado muulmano. Qual a verdadeira histria?

    Eu testemunho o fato de que, at onde eu saiba, Michael Jackson nunca disse

    nada depreciativo contra os muulmanos. Suas canes, tambm, do uma

    mensagem de amor pelos outros. Ns aprendemos de nossos pais a amar os

    outros. Apenas aqueles que tm interesse pessoal fazem alegaes contra ele.

    Se pde haver um horrvel alvoroo contra mim quando eu me tornei

    muulmano, por que no pode acontecer o mesmo com Michael Jackson?

    Mas, at agora, a mdia no o submeteu a crticas severas, embora ele seja

  • 11 | Histrias de Novos Muulmanos

    ameaado por estar de alguma forma mais prximo do Islam. Mas quem sabe

    o que poderia acontecer se Michael Jackson abraasse o Islam?

    Quais so as opinies dos seus outros familiares a seu respeito?

    Quando eu voltei para a Amrica meu irmo j tinha ouvido a notcia de

    minha converso ao Islam. Minha me uma mulher religiosa e civilizada.

    Quando eu cheguei em casa ela me fez apenas uma pergunta, voc tomou

    essa deciso de forma repentina ou o resultado de um questionamento longo

    e profundo? Eu decidi aps pensar muito a respeito, eu respondi. Permita-

    me dizer que ns somos conhecidos como uma famlia religiosa. O que quer

    que possuamos, devido s bnos de Deus. Ento por que no devemos ser

    gratos a Ele? por isso que participamos de forma ativa em instituies de

    caridade. Ns despachamos medicamentos para pases africanos pobres

    atravs de avio especial. Durante a guerra da Bsnia, nosso avio estava

    envolvido no suprimento de auxlio aos afetados. Somos sensveis a essas

    coisas porque testemunhamos a mais profunda pobreza. Costumvamos

    morar em uma casa que tinha uns poucos metros quadrados.

    Voc alguma vez discutiu sobre o Islam com sua irm Janet Jackson?

    Como outros membros de minha famlia, a minha converso repentina ao

    Islam foi uma grande surpresa para ela. No comeo, ela estava preocupada.

    Ela tinha em sua mente apenas que os muulmanos so poligmicos, que eles

    tm at quatro esposas. Quando eu expliquei essa permisso concedida pelo

    Islam com referncia ao estado atual da sociedade americana, ela ficou

    satisfeita. fato que a promiscuidade e a infidelidade so muito comuns na

    sociedade ocidental. Apesar do fato de serem casados, os homens ocidentais

    se envolvem em relaes extra-conjugais com diversas mulheres. Isso tem

    causado uma decadncia moral devastadora naquela sociedade. O Islam

    protege a estrutura social dessa destruio.

    De acordo com os ensinamentos islmicos, se um homem emocionalmente

    atrado por uma mulher, ele deve dar a essa relao um formato legal e

    honrado ou ento se contentar com apenas uma esposa. Por outro lado, o

    Islam determinou muitas condies para o segundo casamento, de modo que

    eu no acho que um muulmano comum possa atender a essas condies do

  • 12 | Histrias de Novos Muulmanos

    ponto de vista financeiro. Em torno de 1% dos muulmanos no mundo

    islmico tm mais de uma esposa. Na minha opinio, as mulheres na

    sociedade islmica so como uma flor bem protegida que est segura dos

    olhares penetrantes dos observadores. Enquanto a sociedade ocidental est

    destituda de viso para apreciar essa sabedoria e filosofia.

    Quais so os seus sentimentos espontneos quando voc olha para uma sociedade muulmana?

    Para o interesse maior da humanidade, a sociedade islmica oferece o lugar

    mais seguro nesse planeta. Veja o exemplo das mulheres. As mulheres

    americanas se vestem de uma maneira que tenta os homens ao assdio. Mas

    isso impensvel em uma sociedade islmica. Alm disso, pecados e vcios

    correntes tm desfigurado a estrutura moral da sociedade ocidental. Eu

    acredito que se existe algum lugar onde a humanidade ainda visvel, no

    pode ser nenhum outro que uma sociedade islmica. Chegar um tempo em

    que o mundo ser obrigado a aceitar essa realidade.

    Qual a sua opinio sobre a mdia americana?

    A mdia americana est sofrendo de contradies. Veja o exemplo de

    Hollywood. O status de um artista medido tendo em vista o modelo de seu

    carro, o padro do restaurante que ele visita, etc. a mdia que leva algum

    do p aos cus. Eles no consideram o artista como um ser humano. Mas eu

    encontrei muitos artistas no Oriente Mdio. Eles no tm arrogncia.

    Veja a CNN e o quanto eles exageram sobre algumas notcias, a ponto de

    parecer que nada mais aconteceu. As notcias do incndio nas florestas da

    Flrida receberam uma ampla cobertura, dando a impresso de que o mundo

    todo estava em chamas. De fato, uma pequena rea foi afetada por aquele

    incndio.

    Eu estava na frica quando uma exploso ocorreu em Oklahoma City. A

    mdia, sem qualquer prova, comeou a mencionar o envolvimento de

    muulmanos naquela exploso. Depois descobriu-se que o sabotador era um

    CRISTO!!! Ns podemos chamar essa atitude da mdia americana de

    ignorncia deliberada.

  • 13 | Histrias de Novos Muulmanos

    Voc consegue manter um elo entre sua personalidade islmica e a cultura de sua famlia?

    Por que no? Esse elo pode ser mantido para o empreendimento de boas

    coisas.

    Aps se tornar muulmano voc encontrou Muhammad Ali?

    Muhammad Ali amigo de nossa famlia. Eu o encontrei diversas vezes, aps

    abraar o Islam. Ele tem fornecido orientao muito til sobre o Islam.

    Voc visitou a mesquita Shah Faisal em Los Angeles?

    Sim, claro! uma bela mesquita. Eu estou interessado em construir uma

    mesquita semelhante na rea de Falise porque no existem mesquitas nessa

    rea e a comunidade muulmana no tem recursos suficientes para comprar

    uma terra para uma mesquita naquela rea abastada. Se Deus quiser, eu o

    farei.

    Quem ignorante dos servios da Arbia Saudita para a causa gloriosa do Islam?

    Sem dvida ela tem financiado livremente os projetos para mesquitas. Mas

    essa mdia americana no poupa nem mesmo a Arbia Saudita; ela propaga

    notcias muito estranhas sobre esse pas. Quando eu visitei a Arbia Saudita

    pela primeira vez eu tinha a impresso de que s encontraria habitaes de

    barro e uma rede de comunicaes muito pobre. Mas quando eu cheguei l,

    para minha grande surpresa, eu encontrei o pas mais belo do mundo

    culturalmente falando.

    Quem tem influenciado voc, no que diz respeito ao Islam?

    Muitas pessoas tem me impressionado. Mas o fato que me volto primeiro

    para o Alcoro Sagrado e no corro o risco de ser desviado do caminho.

    Entretanto, existem muitos eruditos islmicos de quem se pode ter orgulho.

    Se Deus quiser, eu planejo ir Arbia Saudita com minha famlia para fazer

    Umrah.

  • 14 | Histrias de Novos Muulmanos

    Sua esposa e filhos so muulmanos tambm?

    Eu tenho sete filhos e duas filhas que, como eu, so totalmente voltados para o

    Islam. A minha esposa continua estudando o Islam. Ela insiste em ir Arbia

    Saudita. Eu confio que, InshAllah [se Deus quiser], ela em breve entrar no

    Islam. Que Deus Todo-Poderoso nos d coragem e perseverana para

    permanecer em sua verdadeira religio, o Islam. (Amin)

  • 15 | Histrias de Novos Muulmanos

    Malcolm X, EUA Sou e sempre serei um muulmano. Minha religio o Islam.

    -Malcolm X

    Infncia

    Malcom X nasceu Malcom Little em 19 de maio de 1925 em Omaha,

    Nebraska. Sua me, Louis Norton Little, era uma dona-de-casa ocupada com

    os oito filhos da famlia. Seu pai, Earl Little, era um ministro batista sincero e

    partidrio vido do lder nacionalista negro Marcus Garvey. O ativismo de

    Earl nos direitos civis desencadeou ameaas de morte da organizao

    supremacista branca Legio Negra, forando a famlia a se mudar duas vezes

    antes do quarto aniversrio de Malcom. Independentemente dos esforos de

    Little para escapar da Legio, em 1929 sua casa em Lansing, Michigan, foi

    totalmente queimada, e dois anos depois o corpo mutilado de Earl foi

    encontrado nos trilhos do bonde da cidade, quando Malcom tinha apenas seis

    anos. Louise teve um colapso nervoso vrios anos depois da morte de seu

    marido, e foi internada em uma instituio para doentes mentais. Seus filhos

    foram divididos entre vrios lares adotivos e orfanatos.

    Malcom era um aluno esperto e focado e graduou-se no ensino fundamental

    como o primeiro de sua classe. Entretanto, quando um professor favorito

    disse a Malcom que seu sonho de tornar-se advogado no era um objetivo

    realista para um negro, Malcom perdeu interesse na escola e a abandonou com

    a idade de quinze anos. Aprendendo nas ruas, Malcom familiarizou-se com

    criminosos, ladres, traficantes de drogas e cafetes. Condenado por roubo

    aos vinte anos permaneceu na priso at a idade de vinte e sete anos. Durante

    sua priso ele tentou instruir-se. Alm disso, durante seu perodo na priso,

    conheceu e uniu-se Nao do Islam, estudando em detalhes os ensinamentos

    de Elijah Muhammad. Foi libertado, um homem mudado, em 1952.

  • 16 | Histrias de Novos Muulmanos

    A Nao do Islam

    Ao ser libertado Malcom foi para Detroit e uniu-se s atividades dirias da

    seita, recebendo instrues do prprio Elijah Muhammad. O

    comprometimento pessoal de Malcom ajudou a construir a organizao a nvel

    nacional, enquanto fez dele uma figura internacional. Foi entrevistado em

    programas de televiso e revistas de destaque, e deu palestras em todo o pas

    em vrias universidades e outros fruns. Seu poder estava em suas palavras,

    que descreviam vividamente o sofrimento dos negros e incriminava os brancos

    de forma veemente. Quando uma pessoa branca referiu-se ao fato de que

    algumas universidades do sul tinham matriculado calouros negros sem

    precisar de baionetas, Malcom reagiu com escrnio:

    Quando eu no respondi, o anfitrio do programa mordeu a isca: Ahhh! De

    fato, Sr. Malcom X voc no pode negar que isso um avano para sua

    raa!

    Aproveitei a brecha, ento. No posso dar as costas sem ouvir sobre algum

    avano nos direitos civis! Os brancos parecem pensar que os negros devem

    gritar 'aleluia'! Por quatrocentos anos o branco manteve sua longa faca no

    pescoo do negro e agora o branco comea a afastar a faca, talvez alguns

    centmetros! O negro deve ser grato? Por que, se o branco empurrou a faca e

    a cicatriz vai permanecer?!

    Embora as palavras de Malcom alfinetassem as injustias contra negros na

    Amrica, as opinies igualmente racistas da Nao do Islam o impediam de

    aceitar que alguns brancos fossem sinceros ou capazes de ajudar na situao.

    Por doze anos ele pregou que o homem branco era o demnio e que o

    Honorvel Elijah Muhammad era mensageiro de Deus. Infelizmente, muitas

    imagens de Malcom hoje focam nesse perodo de sua vida, embora a

    transformao pela qual ele passou tenha transmitido uma mensagem

    completamente diferente e mais importante para o povo americano.

    A Mudana para o Verdadeiro Islam

    Em 12 de maro de 1964, impelido pela inveja dentro da Nao do Islam e por

    revelaes de imoralidade sexual por parte de Elijah Muhammad, Malcom

    deixou a Nao do Islam com a inteno de comear sua prpria organizao:

  • 17 | Histrias de Novos Muulmanos

    Sinto-me como um homem que de alguma forma esteve dormindo e sob o

    controle de outra pessoa. Sinto que o que estou pensando e dizendo agora

    por mim mesmo. Antes, era por e pela orientao de outro, agora penso com

    minha prpria mente.

    Malcom estava com trinta e oito anos quando deixou a Nao do Islam de

    Elijah Muhammad. Refletindo sobre o que ocorreu antes de sua sada, ele

    disse:

    Em uma ou outra faculdade ou universidade, geralmente em encontros

    informais aps eu ter feito minha palestra, por volta de uma dzia de pessoas

    brancas de boa complexo vinha falar comigo, se identificando como

    muulmanos rabes, do Oriente Mdio ou do norte da frica que estavam

    visitando, estudando ou morando nos Estados Unidos. Eles me diziam que a

    despeito de minhas declaraes acusando os brancos, sentiam que eu era

    sincero em me considerar um muulmano e que sentiam que se eu fosse

    exposto ao que chamavam de Islam verdadeiro, eu o entenderia e o abraaria.

    Automaticamente, como seguidor de Elijah, eu me refreava toda vez que isso

    era dito. Mas na privacidade de meus pensamentos, depois de vrias

    experincias como essa, me questionei: se algum sincero ao professar uma

    religio, por que se recusaria a ampliar seu conhecimento daquela religio?

    Aqueles muulmanos ortodoxos que encontrei, um aps outro, me

    incentivaram a encontrar e conversar com um Dr. Mahmoud Youssef

    Shawarbi. . . . Ento um dia Dr. Shawarbi e eu fomos apresentados por um

    jornalista. Ele foi cordial. Disse que tinha me acompanhado pela imprensa;

    eu disse que tinham me falado dele, e conversamos por quinze ou vinte

    minutos. Ambos tnhamos que sair para compromissos, quando ele me disse

    algo cuja lgica nunca sairia de minha cabea. Ele disse que nenhum homem

    acredita de forma perfeita at que deseje para seu irmo o que deseja para si

    prprio (um dito do Profeta Muhammad, que Deus o louve).

    O Efeito da Peregrinao

    Malcom prossegue sobre o Hajj:

  • 18 | Histrias de Novos Muulmanos

    A peregrinao Meca, conhecida como Hajj, uma obrigao religiosa que

    todo muulmano ortodoxo cumpre, se tiver capacidade, pelo menos uma vez

    em sua vida.

    O Alcoro Sagrado diz:

    ...A peregrinao Casa um dever para com Deus, por parte de todos os

    seres humanos, que esto em condies de empreend-la;... (Alcoro 3:97)

    Deus disse: E proclama a peregrinao s pessoas; elas viro a ti a p, e

    montando toda espcie de camelos, de todo longnquo lugar. (Alcoro

    22:27)

    Todos os milhares no aeroporto, prontos para partir para Jed, estavam

    vestidos da mesma forma. Voc podia ser um rei ou um campons, e ningum

    saberia. Algumas personalidades poderosas, que foram discretamente

    mostradas a mim, vestiam o mesmo que eu. Vestidos dessa forma, todos

    comeamos a chamar intermitentemente Labbayka! (Allahumma) Labbayka!

    (Aqui estou, Senhor!). Reunidos no avio estavam pessoas brancas, negras,

    pardas, vermelhas e amarelas, olhos azuis e cabelos loiros, e minha carapinha

    vermelha todos juntos, irmos! Todos honrando o mesmo Deus e, por sua

    vez, todos se honrando mutuamente...

    Foi quando pela primeira vez comecei a reavaliar o homem branco. Foi

    quando pela primeira vez comecei a perceber que o homem branco, como

    usado comumente, significa complexo fsica apenas secundariamente;

    primariamente descreve atitudes e aes. Na Amrica, homem branco

    significava atitudes e aes especficas em relao ao homem negro, e em

    relao aos outros homens no-brancos. Mas no mundo muulmano, eu tinha

    visto que homens com complexo branca eram mais genuinamente fraternais

    do que qualquer outro j tinha sido. Aquela manh foi o comeo de uma

    mudana radical em toda minha perspectiva sobre os homens brancos.

    Havia dezenas de milhares de peregrinos, de todo o mundo. Eram de todas as

    cores, de loiros de olhos azuis a africanos de cor negra. Mas estavam todos

    participando no mesmo ritual, exibindo um esprito de unidade e fraternidade

    que minhas experincias na Amrica me levaram a acreditar que jamais

    poderia existir entre os brancos e os no-brancos... A Amrica precisa

  • 19 | Histrias de Novos Muulmanos

    compreender o Islam, porque essa a religio que apaga da sociedade o

    problema da raa. Atravs de minhas viagens no mundo muulmano,

    encontrei, conversei e at comi com pessoas que na Amrica seriam

    consideradas brancas - mas a atitude branca foi removida de suas mentes pela

    religio do Islam. Eu jamais tinha visto fraternidade sincera e verdadeira

    praticada por todas as cores juntas, independentemente de sua cor.

    A Nova Viso de Malcom da Amrica

    Malcom continua:

    Cada hora aqui na Terra Sagrada me permite ter mais discernimentos

    espirituais sobre o que est acontecendo na Amrica entre os negros e

    brancos. O negro americano no pode nunca ser culpado por suas

    animosidades raciais est apenas reagindo a quatrocentos anos de racismo

    consciente dos brancos americanos. Mas como o racismo leva a Amrica

    para o caminho do suicdio, eu creio, das experincias que tenho tido com

    eles, que os brancos da gerao mais jovem, nas faculdades e universidades,

    vero a desgraa que se aproxima e muitos deles se voltaro para o caminho

    espiritual da verdade o nico caminho para evitar o desastre para o qual o

    racismo inevitavelmente levar a Amrica.

    Acredito que Deus neste momento est dando suposta sociedade branca

    crist do mundo sua ltima oportunidade de se arrepender e expiar os crimes

    de explorao e escravizao dos povos no-brancos do mundo. exatamente

    como quando Deus deu ao Fara uma chance de se arrepender. Mas o Fara

    persistiu em sua recusa de dar justia queles que oprimiu. E ns sabemos que

    Deus finalmente destruiu o Fara.

    Nunca esquecerei o jantar com o Dr. Azzam. Quanto mais conversvamos,

    mais seu vasto reservatrio de conhecimento e sua variedade pareciam

    ilimitados. Ele falou da linhagem racial dos descendentes de Muhammad, que

    Deus o louve, o Profeta, e mostrou como eram brancos e negros. Tambm

    destacou como a cor, e os problemas de cor que existem no mundo

    muulmano, existem apenas onde, e na medida em que, aquela rea do mundo

    muulmano foi influenciada pelo Ocidente. Ele disse que ao encontrar

    quaisquer diferenas com base na atitude em relao cor, isso refletia

    diretamente o grau de influncia ocidental.

  • 20 | Histrias de Novos Muulmanos

    A Unicidade do Homem sob Um Deus

    Foi durante sua peregrinao que ele comeou a escrever algumas cartas para

    seus assistentes leais na recm-formada mesquita no Harlem. Ele pediu que

    sua carta fosse copiada e distribuda imprensa:

    Nunca testemunhei tamanha hospitalidade sincera e o esprito dominante de

    fraternidade verdadeira como praticados por pessoas de todas as cores e raas

    aqui nessa antiga Terra Sagrada, a Casa de Abrao, Muhammad e todos os

    outros Profetas das Escrituras Sagradas. Na ltima semana fiquei

    completamente sem palavras e fascinado pela bondade que vi ser exibida

    minha volta por pessoas de todas as cores...

    Voc pode estar chocado com essas palavras vindo de mim. Mas nessa

    peregrinao o que tenho visto, e experimentado, forou-me a reorganizar

    muito dos padres de pensamento mantidos anteriormente, e a deixar de lado

    algumas das minhas concluses prvias. No foi muito difcil para mim.

    Apesar de minhas firmes convices, sempre fui um homem que tenta

    enfrentar os fatos, e aceitar a realidade da vida na medida em que revelada

    por experincia e conhecimento novos. Sempre mantive a mente aberta, o que

    necessrio para a flexibilidade que deve andar de mos dadas com toda

    forma inteligente de busca pela verdade.

    Durante os ltimos onze dias aqui no mundo muulmano, comi no mesmo

    prato, bebi do mesmo copo, e dormi na mesma cama (ou no mesmo tapete)

    enquanto orava para o mesmo Deus - com companheiros muulmanos, cujos

    olhos eram os mais azuis dos azuis, cujos cabelos eram os mais loiros dos

    loiros, cuja pele era a mais branca das brancas. E nas palavras, aes e atos

    dos muulmanos brancos, senti a mesma sinceridade que senti entre os

    muulmanos africanos negros da Nigria, Sudo e Gana.

    ramos todos verdadeiramente os mesmos (irmos) porque sua crena em

    um Deus tinha removido o branco de suas mentes, o branco de seu

    comportamento e o branco de suas atitudes.

    Pude ver disso que, talvez se os americanos brancos pudessem aceitar a

    Unicidade de Deus, ento, talvez, tambm pudessem aceitar na realidade a

  • 21 | Histrias de Novos Muulmanos

    Unicidade do Homem e parar de avaliar, obstruir e prejudicar outros em

    termos de suas "diferenas" na cor.

    Com o racismo infestando a Amrica como um cncer incurvel, o suposto

    corao americano branco cristo devia ser mais receptivo a uma soluo

    comprovada para esse problema destrutivo. Talvez esteja em tempo de salvar

    a Amrica de um desastre iminente a mesma destruio que ocorreu

    Alemanha pelo racismo que eventualmente destruiu os prprios alemes.

    Perguntaram-me o que mais me impressionou sobre o Hajj. . . Eu disse, A

    fraternidade! Os povos de todas as raas, cores, de todo o mundo se reunindo

    como um s! Isso me provou o poder do Deus nico. . . . Todos comem como

    um e dormem como um. Tudo na atmosfera da peregrinao acentua a

    Unicidade do Homem sob Um nico Deus.

    Malcom retornou da peregrinao como El-Hajj Malik al-Shabazz. Estava

    incendiado com novo discernimento espiritual. Para ele, a batalha tinha

    evoludo da luta de um nacionalista pelos direitos civis para a luta pelos

    direitos humanos de um internacionalista e humanitrio.

    Depois da Peregrinao

    Reprteres e outros brancos estavam ansiosos para aprender sobre as recm-

    formadas opinies de El-Hajj Malik sobre eles. Mal podiam acreditar que o

    homem que tinha pregado contra eles por tantos anos podia repentinamente ter

    se modificado e cham-los de irmos. Para essas pessoas El-Hajj Malik tinha

    isso a dizer:

    Vocs me perguntam Voc no disse que agora aceita os brancos como

    irmos? Bem, minha resposta que no mundo muulmano eu vi, senti e

    escrevi para casa como meu pensamento tinha se ampliado! Enquanto

    escrevia, compartilhava amor fraternal verdadeiro com muitos muulmanos de

    complexo branca que nunca se importaram com a raa ou complexo de

    outro muulmano.

    Minha peregrinao ampliou meu escopo. Ela me abenoou com um novo

    discernimento. Em duas semanas na Terra Sagrada eu vi o que nunca tinha

    visto em trinta e nove anos aqui na Amrica. Vi todas as raas, todas as cores,

  • 22 | Histrias de Novos Muulmanos

    - de loiros de olhos azuis a africanos negros em verdadeira irmandade! Em

    unidade! Vivendo como um! Adorando como um! Sem segregacionistas

    nem liberais; eles no saberiam interpretar o significado dessas palavras.

    No passado, sim, fiz acusaes generalizadas a todas as pessoas brancas.

    Nunca serei culpado disso novamente uma vez que agora sei que algumas

    pessoas brancas so verdadeiramente sinceras, que algumas so

    verdadeiramente capazes de serem irms de um homem negro. O Islam

    verdadeiro me mostrou que fazer uma acusao coletiva contra todas as

    pessoas brancas to errado quanto os brancos fazerem acusaes coletivas

    contra os negros.

    Para os negros que constantemente olharam para ele como um lder, El-Hajj

    Malik pregou uma nova mensagem, totalmente oposta que ele tinha pregado

    como ministro na Nao do Islam:

    O verdadeiro Islam ensinou-me que so necessrios todos os ingredientes, ou

    caractersticas, religiosos, polticos, econmicos, psicolgicos e raciais, para

    completar a Famlia e a Sociedade Humanas.

    Eu disse s minhas audincias nas ruas do Harlem que somente quando a

    humanidade se submeter a Um Deus que criou a todos - somente ento a

    humanidade se aproximar da "paz" da qual muito se ouve falar... mas em cuja

    direo pouca ao tem sido vista.

    Muito Perigoso para Durar

    A nova mensagem universalista de El-Hajj Malik era o pior pesadelo da

    instituio americana. Ela no apelava somente para as massas negras, mas

    para intelectuais de todas as raas e cores. Agora ele era consistentemente

    demonizado pela imprensa como um defensor da violncia e um militante,

    embora na verdade ele e o Dr. Martin Luther King estivessem se aproximando

    em termos de ponto de vista:

    O objetivo sempre foi o mesmo, com abordagens to diferentes quanto a

    minha e a marcha no-violenta do Dr. Martin Luther King, que dramatiza a

    brutalidade e o mal do homem branco contra negros indefesos. E no clima

    racial desse pas hoje, um mistrio qual dos extremos na abordagem dos

  • 23 | Histrias de Novos Muulmanos

    problemas do homem negro encontrar a nvel pessoal uma catstrofe fatal

    primeiro o no-violento Dr. King, ou o suposto violento eu.

    El-Hajj Malik sabia bem que era um alvo de muitos grupos. Apesar disso,

    nunca teve medo de dizer o que tinha que dizer quando tinha que diz-lo.

    Como um tipo de epitfio no fim de sua autobiografia, ele diz:

    Sei que as sociedades com freqncia mataram as pessoas que ajudaram a

    mudar essas sociedades. Se eu puder morrer tendo trazido alguma luz, tendo

    exposto alguma verdade significativa que ajudar a destruir o cncer racista

    que maligno no corpo da Amrica - ento, todo o crdito devido a Deus.

    Somente os erros foram meus.

    O Legado de Malcom X

    Embora El-Hajj Malik soubesse que era um alvo para assassinato, ele aceitou

    esse fato sem requisitar proteo policial. Em 21 de fevereiro de 1965,

    enquanto se preparava para dar uma palestra em um hotel de Nova Iorque, foi

    baleado por trs homens negros. Faltavam trs meses para completar quarenta

    anos. Embora esteja claro que a Nao do Islam teve algo a ver com o

    assassinato, muitas pessoas acreditam que houve mais de uma organizao

    envolvida. O FBI, conhecido por sua tendncia antimovimento negro, foi

    sugerido como cmplice. Podemos nunca saber ao certo quem estava por trs

    do assassinato de El-Hajj Malik ou do assassinato de outros lderes nacionais

    no incio dos anos 60.

    A vida de Malcom X afetou os americanos de muitas formas importantes. O

    interesse dos afro-americanos em suas razes islmicas floresceu desde a

    morte de El-Hajj Malik. Alex Haley, que escreveu a autobiografia de

    Malcom, escreveu depois o pico Razes, sobre a experincia de uma famlia

    muulmana com a escravido. Mais e mais afro-americanos esto se tornando

    muulmanos, adotando nomes islmicos ou explorando a cultura africana. O

    interesse em Malcom X aumentou repentinamente em tempos recentes devido

    ao filme de Spike Lee, X. El-Hajj Malik uma fonte de orgulho para os

    afro-americanos, muulmanos, e americanos em geral. Sua mensagem

    simples e clara:

  • 24 | Histrias de Novos Muulmanos

    No sou racista sob qualquer aspecto. No acredito em qualquer forma de

    racismo. No acredito em qualquer forma de discriminao ou segregao.

    Acredito no Islam. Sou um muulmano.

  • 25 | Histrias de Novos Muulmanos

    Sacerdotes e Figuras Religiosas

    Abdullah ibn Salam, rabino, Medina

    Al-Husayin ibn Salam era um rabino judeu em Yathrib [Medina] que era amplamente respeitado e honrado pelo povo da cidade, mesmo por

    aqueles que no eram judeus. Era conhecido por sua piedade e bondade, sua

    conduta elevada e sua veracidade.

    Al-Husayn viveu uma vida pacfica e gentil, mas era srio, com propsitos e

    organizado na forma como passava seu tempo. Por um perodo fixo a cada dia

    ele fazia sua adorao, ensinava e pregava no templo.

    Ento passava algum tempo em seu pomar, cuidando, podando e polinizando

    as tamareiras. Depois disso, para aumentar o entendimento e conhecimento de

    sua religio, ele se devotava ao estudo do Tor.

    Nesse estudo dito que ele era particularmente afetado por alguns versos do

    Tor, que lidavam com a vinda de um Profeta que completaria a mensagem

    dos Profetas anteriores. Al-Husayn assumiu ento um interesse imediato

    quando ouviu relatos do aparecimento de um Profeta em Meca.

    O que se segue sua histria, em suas prprias palavras:

    Quando ouvi do aparecimento do Mensageiro de Deus (que a paz esteja sobre

    ele), comecei a fazer perguntas sobre seu nome, sua genealogia, suas

    caractersticas, poca e lugar e comecei a comparar essa informao com o

    que estava contido em nossos livros.

    http://www.islamreligion.com/pt/category/66/

  • 26 | Histrias de Novos Muulmanos

    Dessas perguntas fiquei convencido sobre a autenticidade de sua misso

    proftica e afirmei a verdade de sua misso. Entretanto, ocultei minhas

    concluses dos judeus. Segurei minha lngua.

    Ento chegou o dia quando o Profeta, que a paz esteja sobre ele, deixou Meca

    e partiu para Yathrib. Quando ele alcanou Yathrib e parou em Quba, um

    homem chegou correndo na cidade, convocando as pessoas e anunciando a

    chegada do Profeta.

    Naquele momento eu estava no topo de uma tamareira fazendo um trabalho.

    Minha tia, Khalidah bint Al-Harith, estava sentada sob a rvore. Ao ouvir a

    notcia, gritei: Allahu Akbar! Allahu Akbar! (Deus Maior! Deus Maior!)

    Quando minha tia me ouviu, me censurou: Que Deus o frustre... Por Deus, se

    voc tivesse ouvido que Moiss vinha em sua direo no teria sido mais

    entusiasmado.

    Tia, ele realmente, por Deus, o irmo de Moiss e segue sua religio. Foi

    enviado com a mesma misso de Moiss. Ela ficou em silncio por um

    instante e depois disse: Ele o Profeta sobre o qual voc nos falou que seria

    enviado para confirmar a verdade pregada pelos Profetas anteriores e

    completar a mensagem de seu Senhor?

    Sim, respondi.

    Sem demora ou hesitao fui me encontrar com o Profeta. Vi multides em

    sua porta. Andei no meio da multido at chegar perto dele.

    As primeiras palavras que ouvi dele foram: povo! Espalhe a paz

    Compartilhe a comida Ore durante a noite enquanto as pessoas

    (normalmente) dormem e entraro no Paraso em paz.

    Olhei para ele bem de perto. O inspecionei e me convencido de que seu rosto

    no era o de um impostor. Cheguei mais perto e fiz a declarao de f de que

    no h nenhuma divindade exceto Deus e que Muhammad o Mensageiro de

    Deus.

  • 27 | Histrias de Novos Muulmanos

    O Profeta se virou para mim e perguntou: Qual o seu nome? Al-Husayn

    ibn Salam, respondi. Agora Abdullah ibn Salam, ele disse (me dando um

    novo nome). Sim, concordei. Ser Abdullah ibn Salam. Por Aquele que o

    enviou com a Verdade, no desejo ter outro nome depois desse dia.

    Voltei para casa e introduzi o Islam minha esposa, meus filhos e o resto de

    minha famlia. Todos aceitaram o Islam, inclusive minha tia Khalidah que era

    ento uma senhora idosa. Entretanto, avisei-lhes para ocultar nossa aceitao

    do Islam dos judeus at que eu desse permisso. Eles concordaram.

    Subsequentemente voltei ao Profeta (que a paz esteja sobre ele) e disse:

    Mensageiro de Deus! Os judeus so um povo (inclinado) difamao e

    falsidade. Quero que convide seus homens mais proeminentes para encontr-

    lo. Durante o encontro, devo ser mantido oculto deles em um dos quartos.

    Pergunte a eles sobre minha condio entre eles antes de descobrirem minha

    aceitao do Islam. Ento os convide ao Islam. Se souberem que me tornei um

    muulmano, eles me denunciaro e acusaro das piores coisas e me

    difamaro.

    O Profeta me manteve em um dos quartos e convidou as personalidades

    judaicas proeminentes para visit-lo. Ele introduziu o Islam a eles e os

    convocou a terem f em Deus.

    Comearam a disputar e argumentar com ele sobre a Verdade. Quando ele

    percebeu que no estavam inclinados a aceitar o Islam, ele lhes perguntou:

    Qual a condio de Al-Husayn ibn Salam entre vocs?

    Ele nosso sayyid (lder) e filho de nosso sayyid. nosso rabino e nosso

    alim (erudito), o filho de nosso rabino e alim.

    Se soubessem que ele aceitou o Islam, aceitariam o Islam tambm?

    perguntou o Profeta.

    Que Deus no permita! Ele no aceitaria o Islam. Que Deus o proteja de

    aceitar o Islam, disseram, horrorizados.

  • 28 | Histrias de Novos Muulmanos

    Nesse momento apareci na frente deles e anunciei: assemblia de judeus!

    Sejam conscientes de Deus e aceitem o que Muhammad trouxe. Por Deus,

    certamente sabem que ele o Mensageiro de Deus e podem encontrar

    profecias sobre ele e a meno de seu nome e caractersticas em seu Tor. De

    minha parte declaro que ele o Mensageiro de Deus. Tenham f nele e

    acreditem que ele verdadeiro. Eu o conheo.

    Voc um mentiroso, gritaram. Por Deus, voc mau e ignorante, o filho

    de uma pessoa m e ignorante. E continuaram a lanar todo tido de abuso

    sobre mim.

    Aqui termina sua prpria narrativa.

    Abdullah ibn Salam abordou o Islam com uma alma sedenta de

    conhecimento. Era devotado de forma apaixonada ao Alcoro e passou muito

    tempo recitando e estudando seus versculos belos e sublimes. Era

    profundamente ligado ao nobre Profeta e estava constantemente em sua

    companhia.

    Passava muito de seu tempo na masjid (mesquita), engajado em adorao,

    aprendizado e ensino. Era conhecido por sua forma doce, comovente e efetiva

    de ensinar em crculos de estudo dos Sahabah (companheiros) que se reuniam

    regularmente na mesquita do Profeta.

    Abdullah ibn Salam era conhecido entre os Sahabah como um homem das

    pessoas do Paraso. Isso por causa de sua determinao em relao ao

    conselho do Profeta de se apegar com perseverana ao suporte mais

    confivel que a crena e a submisso total a Deus.

  • 29 | Histrias de Novos Muulmanos

    Idris Tawfiq, Padre Catlico, Reino Unido

    Constatars que os piores inimigos dos crentes, entre os humanos, so os judeus e os idlatras. Constatars que aqueles que esto mais

    prximos do afeto dos fiis so os que dizem: Somos cristos!, porque

    possuem sacerdotes e no ensoberbecem de coisa alguma. E, ao escutarem o

    que foi revelado ao Mensageiro, tu vs lgrimas a lhes brotarem nos olhos;

    reconhecem naquilo a verdade, dizendo: Senhor nosso, cremos! Inscreve-

    nos entre os testemunhadores!

    (Surata Al-Maida 82-83)

    Foi o que aconteceu com o ex-padre catlico britnico Idris Tawfiq na

    recitao do livro sagrado do Islam, o Alcoro, para seus alunos em uma

    escola na Gr-Bretanha. E esse foi um dos passos importantes em sua jornada

    de converso ao Islam.

    Durante uma palestra recente que deu no British Council no Cairo, Tawfiq

    deixou claro que no tem arrependimentos em relao ao seu passado e em

    relao ao que os cristos fazem e sua vida no Vaticano por cinco anos.

    Gostei de ser um padre que ajudou as pessoas por alguns anos. Entretanto, no

    fundo no estava feliz e sentia que havia algo que no estava certo.

    Felizmente, e a vontade de Deus, alguns eventos e coincidncias em minha

    vida me levaram ao Islam, disse ele a um auditrio lotado no British Council.

    Uma segunda coincidncia importante para Tawfiq foi sua deciso de deixar

    seu trabalho no Vaticano, um passo seguido por uma viagem ao Egito.

    Costumava pensar no Egito como um pas das pirmides, camelos, areia e

    tamareiras. Na verdade peguei um vo charter para Hurghada.

  • 30 | Histrias de Novos Muulmanos

    Chocado ao descobrir que era semelhante a algumas praias europias, peguei o

    primeiro nibus para o Cairo e passei a semana mais maravilhosa de minha

    vida.

    Essa foi minha primeira introduo aos muulmanos e ao Islam. Notei que os

    egpcios so um povo gentil e doce, mas tambm muito forte.

    Como todos os bretes, meu conhecimento sobre os muulmanos naquela

    poca no passava do que ouvia na TV sobre suicidas e combatentes, dando a

    impresso de que o Islam uma religio de problemas. Entretanto, ao chegar

    ao Cairo descobri o quanto essa religio bela. Pessoas muito simples

    vendendo coisas na rua abandonavam seu negcio e direcionavam seus rostos

    para Allah e oravam no momento que ouviam a chamada para orao vinda da

    mesquita. Tm uma f forte na presena e vontade de Allah. Oram, jejuam,

    ajudam os necessitados e sonham em viajar para Meca com a esperana de

    viver no paraso na vida futura, disse.

    No meu retorno assumi meu antigo emprego de ensinar religio. A nica

    disciplina compulsria na educao britnica Estudos Religiosos. Ensinava

    sobre Cristianismo, Islam, Judasmo, Budismo e outras. Ento todos os dias eu

    tinha que ler sobre essas religies para ser capaz de dar minhas aulas aos

    estudantes, muitos dos quais eram refugiados muulmanos rabes. Em outras

    palavras, ensinar o Islam me ensinou muitas coisas.

    Ao contrrio de muitos adolescentes problemticos, esses estudantes davam

    um bom exemplo do que um muulmano pode ser. Eram educados e gentis.

    Ento se desenvolveu uma amizade entre ns e eles perguntaram se podiam

    usar minha sala de aula para oraes durante o ms de jejum do Ramad.

    Felizmente, minha sala era a nica com um tapete. E assim me acostumei a

    sentar nos fundos, observando-os orar por um ms. Procurei encoraj-los a

    jejuar durante o Ramad jejuando com eles, mesmo no sendo ainda um

    muulmano.

    Uma vez, enquanto recitava uma traduo do Alcoro sagrado na aula,

    cheguei ao seguinte versculo:

  • 31 | Histrias de Novos Muulmanos

    E, ao escutarem o que foi revelado ao Mensageiro, tu vs lgrimas a lhes

    brotarem nos olhos; reconhecem naquilo a verdade.

    Para minha surpresa, senti lgrimas em meus olhos e tentei, com dificuldade,

    esconder de meus alunos.

    Evento abalador

    A virada em sua vida, entretanto, veio com as consequncias dos ataques

    terroristas nos EUA em 11 de setembro de 2001.

    No dia seguinte estava no metr e notei o quanto as pessoas estavam

    aterrorizadas. Eu tambm estava com medo da repetio de tais atos na Gr-

    Bretanha. Na poca os ocidentais comearam a temer essa religio, que

    culpavam pelo terrorismo.

    Entretanto, minha experincia anterior com os muulmanos me levou para

    uma direo diferente. Comecei a pensar: Por que o Islam? Por que culpamos

    o Islam como uma religio pela ao de terroristas que por acaso so

    muulmanos, quando ningum acusou o Cristianismo de terrorismo quando

    alguns cristos agiram da mesma forma?

    Um dia fui para a maior mesquita em Londres, para ouvir mais sobre essa

    religio. Ao chegar Mesquita Central de Londres, l estava Yusuf Islam, o

    ex-cantor pop, sentado em um crculo falando com algumas pessoas sobre o

    Islam. Pouco depois, me peguei perguntando a ele: O que se faz para se

    tornar um muulmano?

    Ele respondeu que um muulmano deve acreditar em um Deus, orar cinco

    vezes ao dia e jejuar durante o Ramad. Eu o interrompi dizendo que

    acreditava em tudo isso e tinha at jejuado durante o Ramad. Ento ele

    perguntou: O que est esperando? O que o detm? Eu disse: No, eu no

    pretendo me converter.

    Naquele momento foi feito o chamado para a orao e todos se prepararam e

    se alinharam para orar.

  • 32 | Histrias de Novos Muulmanos

    Sentei no fundo, e chorei e chorei. Ento disse a mim mesmo: A quem est

    tentando enganar?'

    Depois que terminaram suas oraes, fui at Yusuf Islam e pedi a ele que me

    ensinasse as palavras atravs das quais eu anunciaria minha converso.

    Depois de explicar seus significados para mim em ingls, recitei depois dele

    em rabe que no h deus exceto Allah e que Muhammad o Mensageiro de

    Allah, relata Tawfiq, segurando suas lgrimas.

    Jardins do Islam

    Dessa forma sua vida tomou um curso diferente. Vivendo no Egito, Tawfiq

    escreveu um livro sobre os princpios do Islam.

    Ao explicar por que ele escreveu seu livro Jardins de Deleite: uma Introduo

    Simples ao Islam, Tawfiq ressaltou que todos dizem que o Islam no uma

    religio de terrorismo e dio, mas ningum tenta explicar o que .

    Ento decidi escrever esse livro para dar aos no-muulmanos uma idia

    sobre os princpios bsicos do Islam. Tentei dizer s pessoas como o Islam

    belo e que o Islam tem os tesouros mais extraordinrios, dos quais o mais

    importante o amor que os muulmanos sentem uns pelos outros. O Profeta

    diz At um sorriso para seu irmo uma caridade.

    Tawfiq disse Gazeta que est trabalhando em um livro sobre o Profeta

    Muhammad [que a misericrdia e bnos de Deus estejam sobre ele] que ele

    considera que ser diferente dos muitos livros j escritos sobre ele.

    Ele acha que o caminho melhor e mais rpido de informar o mundo com a

    imagem verdadeira do Islam dar um bom exemplo na vida real.

  • 33 | Histrias de Novos Muulmanos

    Homens

    Craig Robertson, Ex-Catlico, Canad

    Meu nome Abdullah Al-Kanadi. Nasci em Vancouver, Canad. Minha famlia, que era catlica romana, educou-me como um

    catlico romano at eu ter 12 anos de idade. Sou muulmano por

    aproximadamente seis anos, e gostaria de compartilhar a histria de minha

    jornada ao Islam com vocs.

    Suponho que em qualquer histria seja melhor comear do comeo. Durante

    minha infncia freqentei a escola religiosa catlica e aprendi sobre a f

    catlica, junto com outros assuntos. Religio sempre foi minha melhor

    matria; eu me destaquei academicamente nos ensinamentos da Igreja. Fui

    pressionado a prestar servio como coroinha por meus pais desde muito

    pequeno, algo que agradava muito aos meus avs; mas quanto mais eu

    aprendia sobre minha religio, mais a questionava! Tenho essa lembrana de

    minha infncia, quando perguntei minha me na missa: A nossa religio a

    certa? A resposta de minha me ainda ressoa em meus ouvidos at hoje:

    Craig, elas so todas iguais, todas so boas! Bem, para mim isso no

    parecia certo. Qual o sentido em aprender minha religio se eram todas

    igualmente boas?!

    Quando eu tinha doze anos, minha av materna foi diagnosticada com cncer

    de clon e morreu poucos meses depois, aps uma batalha dolorosa com a

    doena. Eu s me dei conta do quanto sua morte me afetou um pouco mais

    tarde. Com a idade de doze anos decidi que seria ateu para punir Deus (se

    voc puder sequer imaginar tal coisa!) Era um menininho zangado; estava

    http://www.islamreligion.com/pt/category/64/

  • 34 | Histrias de Novos Muulmanos

    zangado com o mundo, comigo mesmo e o pior de tudo, com Deus. Tropecei

    durante meus primeiros anos de adolescente tentando fazer de tudo que podia

    para impressionar meus novos amigos do segundo grau na escola pblica.

    Rapidamente percebi que tinha muito a aprender, porque protegido em uma

    escola religiosa voc no aprende o que deveria em uma escola pblica.

    Pressionei em particular todos os meus amigos para que me ensinassem sobre

    todas as coisas que no aprendi, e logo adquiri o hbito de xingar e debochar

    de pessoas mais fracas que eu. Embora tentasse ao mximo me adaptar,

    nunca consegui, de fato. Era intimidado; as meninas debochavam de mim e

    assim por diante. Para uma criana da minha idade, isso era devastador. Eu

    me fechei, naquilo que chamava de carapaa emocional.

    Minha adolescncia foi cheia de misria e solido. Meus pobres pais tentavam

    falar comigo, mas eu era beligerante com eles e muito desrespeitoso. Conclu

    o segundo grau no vero de 1996 e senti que as coisas mudariam para melhor,

    j que acreditava que no poderiam ficar piores! Fui aceito em uma escola

    tcnica local e decidi que devia prosseguir com minha educao e talvez fazer

    um bom dinheiro, para poder ser feliz. Aceitei um emprego em um

    restaurante fast-food perto de minha casa para ajudar a pagar a escola.

    Poucas semanas antes de comear as aulas, fui convidado para morar com

    alguns amigos do trabalho. Para mim, essa era a resposta para meus

    problemas! Esqueceria minha famlia e estaria com meus amigos o tempo

    todo. Uma noite eu disse a meus pais que estava me mudando. Eles disseram

    que eu no podia, que no estava pronto para isso e que no permitiriam! Eu

    tinha 17 anos e era muito obstinado; xinguei meus pais e disse a eles todo tipo

    de coisas ruins, das quais continuo a me arrepender at hoje. Senti-me

    encorajado por minha nova liberdade, senti-me liberto, e podia seguir meus

    desejos do jeito que quisesse. Fui morar com meus amigos e no falei com

    meus pais por um longo tempo depois disso.

    Estava trabalhando e indo escola quando meus colegas de quarto me

    introduziram marijuana. Fiquei apaixonado depois do primeiro puff!

    Fumava um pouco depois de ir para casa, vindo do trabalho, para relaxar e

    desanuviar. Logo comecei a fumar mais e mais, at que durante um final de

    semana eu tinha fumado tanto que era segunda de manh antes que me desse

    conta, e hora de ir para escola. Pensei, bem, tirarei um dia de folga na escola e

    irei no dia seguinte, porque no daro falta de mim. Nunca voltei escola

  • 35 | Histrias de Novos Muulmanos

    depois disso. Finalmente percebi o quanto isso era bom. Com toda a comida

    de fast-food que se pode roubar e todas as drogas que se pode fumar, quem

    precisa de escola?

    Estava vivendo uma tima vida, ou assim pensava eu; tornei-me o bad boy

    residente no trabalho e conseqentemente as garotas comearam a prestar

    ateno em mim como no tinham feito no segundo grau. Tentei drogas mais

    pesadas mas, alhamdulillah, fui salvo das realmente terrveis. O estranho

    que quando no estava alto ou bbado eu estava miservel. Sentia-me intil e

    completamente sem valor. Estava roubando do trabalho e de amigos para

    ajudar a manter o nevoeiro qumico. Fiquei paranico em relao s pessoas

    a minha volta e imaginei que policiais me perseguiam em todas as esquinas.

    Estava beira de um colapso e precisava de uma soluo. Ento, pensei que a

    religio poderia me ajudar.

    Lembrei-me de ter visto um filme sobre bruxaria e pensei que seria perfeito

    para mim. Comprei alguns livros sobre Wicca e Adorao Natureza,

    descobri que encorajavam o uso de drogas naturais e assim, continuei. As

    pessoas me perguntavam se acreditava em Deus e eu tinha as conversas mais

    estranhas quando estava sob a influncia, mas lembro-me distintamente de

    dizer que no, de fato no acreditava em Deus, acreditava em muitos deuses

    to imperfeitos quanto eu.

    Durante tudo isso, um amigo ficou do meu lado. Era um cristo renascido e

    estava sempre pregando para mim, apesar de eu debochar de sua f em todas

    as oportunidades. Era o nico amigo que eu tinha na poca que no me

    julgava e, ento, quando ele me convidou para ir a um acampamento jovem no

    final de semana eu decidi ir. Eu no tinha expectativas. Pensei que riria muito

    debochando de todos os fanticos da Bblia. Durante a segunda noite eles

    fizeram um enorme servio religioso em um auditrio. Tocaram todos os

    tipos de msica que louvavam Deus. Eu observava enquanto jovens e velhos,

    e homens e mulheres gritavam por perdo e derramavam lgrimas por

    qualquer coisa. Estava realmente comovido e fiz uma orao silenciosa

    durante as frases Deus, sei que tenho sido uma pessoa horrvel, por favor, me

    ajude, me perdoe e me deixe comear de novo. Senti uma onda de emoo se

    apoderar de mim e lgrimas rolando em minhas bochechas. Decidi naquele

    momento abraar Jesus Cristo como meu Senhor e Salvador pessoal. Levantei

    minhas mos para o ar e comecei a danar (sim, danar!) Todos os cristos ao

  • 36 | Histrias de Novos Muulmanos

    meu redor comearam a me fitar em um silncio atordoado; o cara que

    debochava deles e dizia o quanto eles eram estpidos por acreditarem em

    Deus, estava danando e louvando Deus!

    Retornei para minha casa festiva e evitei todas as drogas, intoxicantes e

    garotas. Imediatamente disse aos meus amigos como precisavam ser cristos

    para que pudessem ser salvos. Estava chocado por terem me rejeitado, porque

    sempre prestavam ateno em mim antes. Acabei me mudando de volta para a

    casa dos meus pais depois de uma longa ausncia, e costumava atorment-los

    persistentemente com as razes pelas quais deviam se tornar cristos. Sendo

    catlicos eles sentiam que j eram cristos, mas eu sentia que no eram,

    porque adoravam santos. Decidi me mudar de novo, mas dessa vez em termos

    melhores, e meu av me deu um emprego porque queria me ajudar com minha

    recuperao.

    Comecei a participar em uma casa da juventude crist que basicamente era

    uma casa onde os adolescentes podiam ir, para se afastar das presses

    familiares e discutir o Cristianismo. Era mais velho que a maioria dos garotos

    e tornei-me um daqueles que mais falavam e tentavam fazer os meninos se

    sentirem bem vindos. Apesar disso eu me sentia uma fraude, porque comecei

    a beber e namorar de novo. Dizia aos meninos sobre o amor de Jesus por eles,

    e durante as noites bebia. Durante tudo isso, meu amigo cristo tentava

    aconselhar-me e manter-me na trilha certa.

    Lembro-me at hoje de meu primeiro encontro com um muulmano. Um dos

    rapazes trouxe seu amigo para a casa da juventude. Era um garoto

    muulmano cujo nome eu esqueci. O que me lembro do garoto dizendo

    trouxe meu amigo fulano, ele muulmano e quero ajud-lo se tornar

    cristo. Estava absolutamente assombrado com este garoto de 14 anos, ele

    era calmo e amigvel! Acreditem ou no, ele se defendeu E ao Islam contra

    uma dzia de cristos que lanavam abusos contra ele e o Islam! Enquanto

    manusevamos nossas Bblias em vo e ficvamos cada vez mais zangados,

    ele simplesmente sentava l, sorrindo de forma quieta e nos dizendo sobre

    adorar outros alm de Deus e como, sim, h amor no Islam. Era como uma

    gazela cercada por uma dzia de hienas, e ainda assim, o tempo todo, se

    manteve calmo, amigvel e respeitoso. Isso confundiu minha mente!

  • 37 | Histrias de Novos Muulmanos

    O garoto muulmano deixou uma cpia do Alcoro na prateleira, a esqueceu

    ou a deixou de propsito, no sei, mas comecei a l-la. Logo fiquei enfurecido

    com esse livro quando vi que fazia mais sentido do que a Bblia. O joguei no

    sof e andei sobre ele, fervendo de raiva, e ainda assim, depois de l-lo, tinha

    uma pequena dvida no meu mago. Fiz o que pude para esquecer sobre o

    garoto muulmano e simplesmente passar meu tempo com meus amigos na

    casa da juventude. O grupo de jovens costumava ir a vrias igrejas nos finais

    de semana para eventos de orao e as noites de sbado eram passadas em

    grandes igrejas ao invs de no bar. Lembro-me de estar em um evento

    chamado A Fonte e de sentir-me to prximo de Deus que queria me

    humilhar e mostrar ao meu Criador meu amor por Ele. Fiz o que me pareceu

    natural e me prostrei. Prostrei-me como os muulmanos fazem em suas

    oraes dirias, embora no soubesse o que estava fazendo. Tudo que sabia

    que me sentia realmente bem...parecia o certo, mais do que qualquer outra

    coisa que j tinha feito. Senti-me muito religioso e espiritual e continuei em

    meu caminho mas, como de costume, comecei a sentir as coisas saindo de

    controle.

    O Pastor sempre nos ensinou que devamos submeter nossa vontade a de Deus

    e eu no queria nada alm disso; mas no sabia como! Sempre supliquei Por

    favor, Deus, faa da Sua Vontade a minha, faa-me seguir Sua Vontade e

    assim por diante, mas nada acontecia. Sentia que lentamente me afastava da

    igreja na medida em que minha f declinava. Foi nessa poca que meu melhor

    amigo, o cristo que tinha me ajudado a vir para Cristo, junto com outro

    amigo meu muito chegado, estupraram a namorada com quem eu estava h

    dois anos. Eu estava no outro quarto bbado demais para saber o que estava

    acontecendo e incapaz de impedir qualquer coisa. Algumas semanas depois

    foi revelado que o homem que dirigia a cada da juventude tinha molestado um

    dos garotos com quem eu tinha amizade.

    Meu mundo estava despedaado! Tinha sido trado por tantos dos meus

    amigos, pessoas que supostamente eram prximas de Deus e trabalhavam pelo

    Paraso. No tinha nada para dar, estava vazio de novo. Andei em crculos

    como antes, cego e sem direo, apenas trabalhando, dormindo e indo a

    festas. Minha namorada e eu terminamos em seguida. Minha culpa, dio e

    tristeza envolveram todo o meu ser. Como o Criador podia permitir que tal

    coisa acontecesse comigo? Quo egosta era eu!

  • 38 | Histrias de Novos Muulmanos

    Um pouco depois meu gerente no trabalho me disse que um muulmano

    viria trabalhar conosco, que era realmente religioso e devamos tentar ser

    decentes quando estivssemos sua volta. No minuto em que esse

    muulmano chegou, ele comeou a fazer dawah. No perdeu tempo nos

    dizendo tudo sobre o Islam e todos disseram a ele que no queriam ouvir nada

    sobre o Islam, exceto eu! Minha alma chorava e minha teimosia no podia

    silenciar os lamentos. Comeamos a trabalhar juntos e a discutir nossas

    respectivas crenas. Eu tinha desistido completamente do Cristianismo, mas

    quando me faziam perguntas minha f ressurgia e me sentia um cruzado

    defendendo a F do muulmano mau.

    O que importava que esse muulmano em particular no era mau como

    haviam me dito. De fato, era melhor do que eu. No xingava, nunca se

    zangava e era sempre calmo, gentil e respeitoso. Estava verdadeiramente

    impressionado e decidi que ele daria um excelente cristo. Continuamos

    fazendo perguntas sobre nossas religies, mas depois de um tempo me senti

    cada vez mais na defensiva. Em um determinado ponto, fiquei muito

    zangado...aqui estava eu tentando convenc-lo da verdade do Cristianismo, e

    sentia que ele estava com a verdade! Comecei a me sentir cada vez mais

    confuso, e no sabia o que fazer. Tudo que sabia foi que tinha que aumentar

    minha f, ento entrei no carro e corri para A Fonte. Estava convencido que

    se pudesse orar l novamente, teria de volta aquele sentimento e a f

    fortalecida, e ento poderia converter o muulmano. Cheguei l, depois de

    correr ao longo de todo o caminho, e a encontrei fechada! No havia ningum

    a vista e procurei freneticamente por outro evento semelhante para que

    pudesse me recarregar, mas no encontrei nada. Desanimado, voltei para

    casa.

    Comecei a perceber que estava sendo empurrado em uma determinada direo

    e ento supliquei ao meu Criador para submeter minha vontade Dele. Senti

    que minha splica estava sendo atendida; fui para casa, deitei na cama e

    naquele momento percebi que precisava orar como nunca antes. Sentei na

    cama e clamei, Jesus, Deus, Buda, quem quer que Voc seja, por favor, por

    favor, me oriente, preciso de Voc! J fiz muito mal em minha vida e preciso

    de Sua ajuda. Se o Cristianismo for o caminho correto ento me fortalea e

    se for o Islam, ento traga-o para mim! Parei de orar e as lgrimas secaram e

    no fundo de minha alma me senti calmo. Sabia qual era a resposta. Fui para o

    trabalho no dia seguinte e disse ao irmo muulmano como eu digo ol a

    voc? Ele perguntou o que eu queria dizer e eu disse, Eu queria me tornar

  • 39 | Histrias de Novos Muulmanos

    muulmano. Ele me olhou e disse Allahu Akbar! Nos abraamos por um

    bom minuto, mais ou menos, agradeci a ele por tudo e comecei minha jornada

    no Islam.

    Quando olho para todos os eventos que aconteceram em minha vida, percebo

    que tudo estava sendo preparado para que eu me tornasse um muulmano.

    Deus teve muita misericrdia comigo. Em tudo que aconteceu em minha vida,

    havia algo a aprender. Aprendi a beleza da proibio islmica aos

    intoxicantes, a proibio do sexo ilcito, e a necessidade do Hijab. Finalmente

    estou em uma trilha equilibrada, no estou mais seguindo em uma nica

    direo; vivo uma vida moderada e fao o melhor para ser um muulmano

    decente.

    Sempre existem desafios como estou certo que muitos de vocs tiveram. Mas

    atravs desses desafios, atravs dessas dores emocionais, ficamos mais fortes;

    aprendemos e, espero, nos voltamos para Deus. Aqueles de ns que aceitaram

    o Islam em algum ponto da vida, so verdadeiramente abenoados e

    afortunados. Foi-nos dada uma chance, uma chance para a maior

    misericrdia! Misericrdia que no merecemos, mas que ainda assim Deus

    estar disposto a conceder no Dia da Ressurreio. Reconciliei-me com

    minha famlia e estou pensando em comear a minha prpria famlia, se Deus

    quiser. O Islam de fato um estilo de vida, e mesmo se recebemos um

    tratamento inadequado de nossos companheiros muulmanos ou no-

    muulmanos, devemos sempre lembrar de sermos pacientes e nos voltarmos

    somente para Deus.

    Se eu disse algo incorreto veio de mim, e se algo que disse correto, vem de

    Deus. Todos os louvores so para Deus, e que Deus conceda Sua misericrdia

    e bnos sobre seu nobre Profeta Muhammad, Amm.

    Que Deus aumente nossa f e a faa de acordo com o que O agrada e nos

    conceda Seu Paraso, Amm!

  • 40 | Histrias de Novos Muulmanos

    Bruce Paterson, ex-cristo, Reino Unido

    Eu gostaria de aproveitar a oportunidade para compartilhar com vocs minha jornada ao Islam, e sinto que compartilhando essa experincia

    posso ajud-los em sua jornada pela vida. Todos ns nascemos em culturas,

    pases e religies diferentes no que parece ser quase sempre um mundo

    confuso e problemtico. De fato, quando examinamos o mundo nossa volta,

    podemos ver facilmente em que estado problemtico ele est. Guerra, pobreza

    e crimes. Preciso dizer mais? Ainda assim, quando olhamos para a nossa

    prpria formao e educao, como podemos estar certos de que todas as

    coisas que nos foram ditas so, de fato, a verdade?

    Infelizmente, a maioria das pessoas no mundo decide tentar se esconder e

    escapar dos problemas do mundo do que lidar com a verdade. Lidar com a

    verdade geralmente o caminho mais difcil a seguir. A pergunta : voc est

    disposto a suportar a verdade? forte o suficiente? Ou vai escapar e se

    esconder como o resto?

    Eu comecei a minha busca pela verdade h alguns anos. Eu queria encontrar a

    verdade sobre a realidade de nossa existncia. Certamente, entender a vida de

    forma correta a chave para resolver todos os problemas mundiais que

    enfrentamos hoje. Eu nasci em uma famlia crist e aqui que minha jornada

    comea. Comecei a ler a Bblia e a fazer perguntas e rapidamente fiquei

    insatisfeito. O padre me disse: Voc tem que ter f. Na leitura da Bblia

    encontrei contradies e coisas que estavam claramente erradas. Deus Se

    contradiz? Deus mente? Claro que no!

    Sa do Cristianismo, achando que as escrituras dos judeus e cristos estavam

    corrompidas e que no havia meio de distinguir o verdadeiro do falso.

    Comecei a me informar sobre as religies e filosofias orientais, em particular o

    Budismo. Passei muito tempo meditando em templos budistas e conversando

    com monges budistas. Na verdade, a meditao me dava uma sensao boa.

    O problema que no respondia a nenhuma das minhas perguntas sobre a

  • 41 | Histrias de Novos Muulmanos

    realidade da existncia. Ao invs disso, as evitava cuidadosamente de forma

    que parecia estpido at falar sobre o assunto.

    Viajei para muitas partes do mundo durante minha busca pela verdade. Eu me

    interessei por religies tribais e pensamentos espiritualistas. Descobri que

    muito do que essas religies diziam continha verdade, mas eu nunca aceitava

    toda a religio como a verdade. Exatamente o mesmo ponto de onde parti

    com o Cristianismo!

    Comecei a pensar que havia verdade em tudo e que no importava o que se

    acreditava ou seguia. Com certeza essa uma forma de escapismo. Faz

    sentido? Uma verdade para uma pessoa e outra verdade para outra pessoa? S

    pode haver uma verdade!

    Eu fiquei confuso, ca no cho e supliquei: Deus, por favor, estou to

    confuso. Por favor, me guie para a verdade. Foi quando descobri o Islam.

    claro que eu sempre soube algo sobre o Islam, mas apenas o que

    ingenuamente ouvimos no Ocidente. Eu, entretanto, fiquei surpreso com o

    que encontrei. Quanto mais eu lia o Alcoro e fazia perguntas sobre o que o

    Islam ensinava, mais verdades recebia. A diferena surpreendente entre o

    Islam e todas as outras religies que o Islam a nica religio que faz uma

    distino estrita entre o criador e a criao. No Islam ns adoramos o

    Criador. Simples. Voc descobrir, entretanto, que em todas as outras

    religies existe alguma forma de adorao envolvendo a criao. Por

    exemplo, adorar homens como encarnaes de Deus ou pedras, soa familiar.

    Certamente, se voc for adorar algo, deve adorar o que criou tudo. Aquele que

    deu sua vida a voc e aquele que a tirar novamente. De fato, no Islam, o

    nico pecado que Deus no perdoar a adorao da criao.

    Entretanto, a verdade do Islam pode ser encontrada no Alcoro. O Alcoro

    como um manual para a vida. Nele voc encontrar respostas para todas as

    perguntas. Para mim, tudo que eu havia aprendido sobre todas as diferentes

    religies, tudo que eu sabia ser verdade, se encaixou como peas de um

    quebra-cabeas. Eu tinha todas as peas o tempo todo, mas no sabia como

    reuni-las.

  • 42 | Histrias de Novos Muulmanos

    Eu, ento, gostaria de pedir a voc que considere o Islam agora. O verdadeiro

    Islam como descrito no Alcoro. No o Islam sobre o qual aprendemos no

    Ocidente. Voc, pelo menos, pode encurtar sua jornada na busca da verdade

    sobre a vida. Em qualquer caso, eu oro pelo seu sucesso.

  • 43 | Histrias de Novos Muulmanos

    Dr. Ali Selman Benoist, Ex-Catlico, Frana

    Como mdico e descendente de uma famlia catlica francesa, a escolha de minha profisso me deu uma cultura cientfica slida que me

    preparou muito pouco para uma vida mstica. No que no acreditasse em

    Deus, mas os dogmas e ritos do Cristianismo em geral e do Catolicismo em

    particular nunca me permitiram sentir Sua presena. Assim, meu sentimento

    unitrio por Deus proibiu minha aceitao do dogma da Trindade e,

    consequentemente, da divindade de Jesus Cristo.

    Sem conhecer o Islam ainda, j estava acreditando na primeira parte do

    Kalima, La ilah illa Allah (No existe divindade exceto Allah) e nesses

    versculos do Alcoro:

    Dize: Ele Deus, o nico! Deus! O Absoluto! Jamais gerou ou foi gerado! E

    ningum comparvel a Ele! (Alcoro 112:1-4)

    Ento, foi antes de tudo por razes metafsicas que aderi ao Islam. Outras

    razes, tambm, me levaram a isso. Por exemplo, minha recusa em aceitar os

    sacerdotes catlicos, que, mais ou menos, reivindicam possui em nome de

    Deus o poder de perdoar os pecados dos homens. Alm disso, nunca pude

    admitir o rito catlico da Comunho, atravs da hstia (ou po sagrado),

    representando o corpo de Jesus Cristo, um ritual que me parece pertencer s

    prticas [totmicas] de povos primitivos, onde o corpo do ancestral totem, o

    tabu dos viventes, tinha que ser consumido depois de sua morte, para melhor

    assimilar sua personalidade. Outro ponto que me afastou do Cristianismo foi

    o absoluto silncio que se mantm em relao limpeza do corpo,

    particularmente antes das oraes, que sempre me pareceu uma ofensa contra

    Deus. Porque se Ele nos deu uma alma, tambm nos deu um corpo, que no

    temos o direito de negligenciar. O mesmo silncio pode ser observado, e

    dessa vez misturado com hostilidade, em relao vida fisiolgica do ser

    humano, enquanto que nesse ponto o Islam me pareceu ser a nica religio de

    acordo com a natureza humana.

  • 44 | Histrias de Novos Muulmanos

    O elemento essencial e definitivo de minha converso ao Islam foi o Alcoro.

    Comecei a estud-lo, antes de minha converso, com o esprito crtico de um

    intelectual ocidental, e devo muito ao trabalho magnfico do Sr. Malek

    Bennabi, intitulado Le Phenomene Coranique (O Fenmeno Cornico, em

    traduo livre), que me convenceu de ser divinamente revelado. Existem

    certos versculos desse livro, o Alcoro, revelados h mais de treze sculos,

    que ensinam exatamente as mesmas noes que os pesquisadores cientficos

    modernos. Isso definitivamente me convenceu, e me converti para a segunda

    parte da Kalima, Muhammad Rasul Allah (Muhammad o Mensageiro de

    Allah).

    Essa foi minha razo para me apresentar em 20 de fevereiro de 1953 na

    mesquita em Paris, onde declarei minha f no Islam, fui registrado como

    muulmano pelo Mufti da Mesquita de Paris e recebi o nome de Ali Selman.

    Estou muito feliz com minha nova f e proclamo mais uma vez:

    Testemunho que no existe deus a no ser Allah, e que Muhammad servo e

    Mensageiro de Allah.

  • 45 | Histrias de Novos Muulmanos

    Mulheres

    Diane Charles Breslin, Ex-Catlica, EUA

    Quando me perguntam como eu me tornei muulmana eu sempre respondo que eu sempre me senti uma crente no NICO, mas eu s percebi o

    que isso significava quando eu li sobre uma religio chamada Islam e um livro

    chamado Alcoro.

    Mas deixem-me primeiro comear com uma breve sinopse de meu histrico

    predominantemente catlico irlands tradicional.

    Eu Era de Fato Catlica

    O meu pai deixou o seminrio aps trs anos de treino como um missionrio.

    Ele era o mais velho de treze filhos, todos nascidos e criados na rea de

    Boston. Duas de suas irms se tornaram freiras, como sua tia materna. O

    irmo mais novo do meu pai tambm estava no seminrio, e o abandonou

    aps nove anos, pouco antes de fazer seus votos finais. A minha av acordava

    na alvorada para se vestir e ir at igreja local para a missa da manh,

    enquanto o resto da casa dormia. Eu lembro dela como uma mulher muito

    severa, gentil, justa, forte e profunda algo nada usual naquela poca. Eu

    tenho certeza que ela nunca ouviu falar do Islam, e que Deus a julgue de

    acordo com as crenas que ela mantinha em seu corao. Muitos que nunca

    ouviram falar do Islam oram para o nico por instinto, embora tenham

    herdado rtulos de vrias denominaes de seus ancestrais.

    Eu estava inscrita em um jardim de infncia catlico aos 4 anos e passei os 12

    anos seguintes de minha vida cercada por fortes doses de doutrinao

    http://www.islamreligion.com/pt/category/65/

  • 46 | Histrias de Novos Muulmanos

    trinitria. As cruzes estavam em todo lugar, o dia todo nas prprias freiras,

    nas paredes da sala de aula, na igreja que freqentvamos quase diariamente, e

    em quase todo cmodo da minha casa. Sem mencionar as esttuas e figuras

    sagradas em todo lugar que voc olhasse havia Jesus ainda beb e sua me,

    Maria algumas vezes felizes, outras vezes tristes, mas sempre classicamente

    brancos e com feies anglo-americanas. Uma variedade de figuras de anjos e

    santos estavam presentes, dependendo do feriado que se aproximava.

    Eu tenho memrias vvidas de pegar lilases e lrios-do-vale de nosso jardim

    para fazer buqus que eu colocava no vaso na base da nossa maior esttua da

    Virgem Maria, no corredor prximo ao meu quarto. Ali eu me ajoelhava e

    orava, desfrutando do agradvel aroma de flores frescas e serenamente

    contemplando o quo adorvel era o longo cabelo castanho de Maria. Eu

    posso afirmar sem sombra de dvidas que eu nunca orei PARA ELA ou senti

    que ela ti