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3a PROMOTORIA DE JUSTIÇAPromotoria de Defesa do Meio Ambiente e Urbanismo

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO TITULAR DA V VARA DA

COMARCA DE CATALÃO - GOIÁS - COMPETÊNCIA EM RAZÃO DAMATÉRIA AMBIENTAL E FAZENDA PÚBLICA

£o>0<

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS, por seuPromotor de Justiça Titular da Terceira Promotoria de Justiçade Catalão. Promotoria de Defesa do Meio Ambiente eUrbanismo, In fine assinado, no uso de suas atribuiçõesconstitucionais e legais, vem, respeitosamente, diante de VossaExcelência, com espeque no incluso Inquérito Civil Público n"18/2013 com 02 volumes com 652 laudas e 01 volume em apensocom 46 laudas, e, fulcrado nos permissivos insculpidos naConstituição Federal, na Lei 7.347/85 e na Lei 8.625/93 propor apresente AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM PEDIDO LIMINARem face de MUNICÍPIO DE CATALÃO, pessoa jurídica dedireito público interno inscrita no CNPJ/MF sob n°01.505.643/0001-50, com sede na Av. Nassim Agel. n° 505,Centro, Catalão (GO), representado pelo Exmo. Senhor PrefeitoDr. Jardel Sebba e/ou pelo Exmo. Senhor Procurador-Geral doMunicípio Dr. Geordano Paraguassu Pereira,

pelos substratos fáticos e jurídicos, a seguir, alinhavados:



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I - DOS FATOS -

01. Desde o ano de 2011. tramita nesta Promotoria de Justiçaprocedimento que apura a situação de diversas represas situadas no perímetro urbanode Catalão, fruto do atendimento do Sr. Acrisio Caetano Ferreira (fls. 02/03), o qualprocurou o Ministério Público para demonstrar sua preocupação quanto àimplantação de vários loteamentos na cidade de Catalão, e, o impacto sobre as váriasrepresas. Após algumas diligências e análise de documentos, aos 28/05/2013, esteÓrgão de Execução instaurou o competente Inquérito Civil Público, conformePortaria n° 10/2013 de fls. 02-A/02-B. contendo como objeto:

- apuração da falta de drenagem urbana na cidade de Catalão esituação de segurança e estabilidade de diversas represaslocalizadas a montante da cidade, nos cursos hídricos doRibeirão Pirapitinga e Córrego Paquetá, agravadas pelaimplantação de novos loteamentos e diminuição da área depermeabilização das águas pluviais.

02. Na última década foram implantados dezenas de loteamentos nacidade de Catalão, com a criação de milhares de lotes (mais de 17.000) passíveis deocupação urbana. Os documentos de fls. 08/60 comprovam parte dos loteamentoscriados. Esta situação impacta, significativamente, o escoamento das águas pluviaisna cidade de Catalão, haja vista que com um maior número de construções tem-semenor número de área permeável. Sem planejamento, o risco de enchentes ealagamentos na cidade de Catalão, aumenta consideravelmente.

03. Diversas diligências foram realizadas durante o trâmite dopresente inquérito civil público. Entretanto, pouco se evoluiu quanto à necessidadede providências visando garantir a segurança das represas e elaboração de umplano municipal de drenagem urbana.

04. O Município de Catalão foi oficiado diversas vezes para adotaras providências devidas, atendendo apenas parcialmente ao solicitado. Conformeapurado no decorrer dos autos, após levantamento técnico da SEMMAC - SecretariaMunicipal de Meio Ambiente de Catalão de fls. 74/1 13 - Laudo Técnico Ambiental,informou-se a existência de 14 represas no perímetro urbano de Catalão, relacionadosos proprietários às fls. 158, conforme a seguinte tabela:

Represa Número

01

02

03

04

Nome da Estrutura

Monsenhor de Souza 01 - Município Catalão



Lagoa Paquetá - Município Catalão



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05 Clube do Povo - Município Catalão

06 Represa da Bica - Barragem do Haley Margon Vaz

07 Jardim Florença/Campo Belo - Barragem do Haley Margon Vaz

08 Loteamcnto Barka/Campo Belo - Barragem do Haley Margon Vaz

09 José Dário de Mesquita

10 Naim João Safatie

11 Represa do Acrisio Caetano Ferreira

12 Represa do Uilton José Filho - 01


14 Represa Chácara Paquetá - William André Safatle

05. Após diversas diligências, inclusive, notificações dosproprietários e responsáveis pelas represas (fls. 171/177), constatou-se:- que a represa relacionada com o n" 09 de José Dário de Mesquita, encontra-sedesativada há anos (fls. 178 e 256/259);- que o proprietário da represa relacionada com o n" 10, Sr. Naim João Safatle,firmou TAC - Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público nos autosdo ICP n° 006/2013 contemplando sua regularização (fls. 551/552);- que em relação à represa relacionada como n" 14, William André Safatle apresentouLaudo Técnico de fls. 198/200;- O Município de Catalão apresentou Relatório Técnico de fls. 394/462 - Nota-sepelo referido documento que os estudos completos ocorreram somente em relação àRepresa do Clube do Povo, relacionada com o n" 05, limitando-se às citaçõessuperficiais em relação às demais represas;- Avaliação do Dispositivo de Saída da Represa do Clube do Povo de fls. 478/510,fornecido pelo Eng.° Agrônomo Benedito Soares Adorno Filho, conforme tese demestrado defendida pelo citado engenheiro;- O Município de Catalão construiu cacimbas de contenção de água na área doIBAMA, atualmente ocupada pela SEMMAC, impedindo o transbordamento daLagoa Paquetá, relacionada sob n" 04. Tal medida tem evitado o alagamento dasresidências situadas na Rua Goiandira, Setor Universitário, embora, deve-se frisarque a lagoa continua assoreada com sedimentos e necessitando de medidas para suarevitalização;- várias represas (relacionadas sob n"s 11. 12 e 13) são antigas e foram construídaspela própria Prefeitura de Catalão na década de 1980, conforme informado às fls.181/183, situação que merece atenção redobrada. O proprietário da represarelacionada como n° 11, Acrisio Caetano Ferreira, informou às fls. 182, item e:"Que o atestado de segurança da represa foi negado por diversos engenheiros, aoargumento de que diversas obras de arte estão sendo realizadas no local, pelaPrefeitura e loteadores. cuja dimensão dos trabalhos são imensuráveis eimprevisíveis";- de fato, conforme imaizem do Gootile Earth de fls. 647 e relatório da Defesa Civil

e fls. 625/644. existem 04 represas no Bairro Monsenhor Souza e não apenas 03.acirVargas

0tor(W Justiça


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06. Corroborando a preocupação do Ministério Público externada napresente ação civil pública, destaca-se que no decorrer do presente 1CP.especificamente em setembro de 2013, a Represa do Haley. conhecida como"Represa da Bica", relacionada com o n° 06. teve que ser esvaziada devidoproblemas estruturais detectados pela SEMMAC, conforme documentos de lis.330/375. Como referida represa se encontra esvaziada há. praticamente 02 anos.não sendo construída pelo Poder Público Municipal uma nova represa em seu local,revela-se preocupante a situação das demais represas existentes a jusante, pois.inexistente importante corpo receptor que auxiliava na contenção da força daságuas durante o escoamento pluvial de boa parte da cidade de Catalão.

07. Paralelamente à existência das represas relacionadas linhas atrás,cuja aferição de seu estado estrutural e segurança revela-se de suma importância paraa segurança da população, a situação da cidade de Catalão é agravada pelainexistência de plano municipal de drenagem urbana (resposta do Município àsfls. 317), fazendo com que "a ordem urbanística local movimente-se no escuro notocante a esse assunto". As ações são isoladas e pontuais, quase sempre, fruto do"achismo e empirismo ", situação que a pretexto de melhorar uma situação podeestar prejudicando e agravando outra. Apesar de previsão legal (art. 9o, inciso VII,da Lei 2.212/2004 - Parcelamento do Solo de Catalão), conforme informado noofício de fls. 10, a questão da drenagem urbana é apreciada sob o ponto de vistaindividual, por ocasião da análise e aprovação dos projetos de parcelamento de solo,sem considerar uma diretriz definida de forma abrangente, sobre toda a cidade, face àinexistência de um planejamento global e completo sobre o tema. Enfim, o efeitosinérgico da drenagem urbana decorrente da implantação de vários loteamentos acabasendo ignorado.

08. Considerando que a Bacia do Ribeirão Pirapitinga é o receptorfinal do sistema de drenagem de água pluvial dentro do perímetro urbano de Catalão,revela-se de suma importância a existência de um plano municipal de drenagemurbana para o adequado escoamento das águas pluviais, em especial, na via públicaAv. Raulina Fonseca Paschoal situada na margem do aludido ribeirão. Nos últimosanos, moradores e comerciantes estabelecidos na citada avenida vem presenciandograndes enchentes no local, conforme noticiado às fls. 649/652.

09. Conforme Parecer Técnico elaborado por Professores daUFG/CAC - Campus Avançado de Catalão de fls. 114/129, são inúmeros osproblemas de drenagem que exigem a elaboração de um estudo completo que resultenum Plano de Drenagem Urbana de Catalão. Apesar das tratativas e tentativas paracriação de um Grupo de Trabalho para elaboração do Plano Municipal de DrenagemUrbana de Catalão (fls. 216/225), não houve avanço, provavelmente, dada acomplexidade do tema e necessidade de estudos técnicos completos que demandamrecursos. Dos documentos solicitados às fls. 322. apenas o plano altimétrico foi

.éfpçesentado pela SAE. conforme fls. 520/521.

^xe-s<>10. Ressalta-se que a existência de algumas represas constitui-se emator de preocupação da Defesa Civil (volume em apenso) tornando-se área de riscoe alagamento, conforme ocorre com o Complexo de Represas do Bairro Monsenhor

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Souza e a situação que existia na Rua Goiandira, Setor Universitário, causada pelotransbordamento da Lagoa (represa) Paquetá, situada no interior da área do IBAMA,atualmente, ocupada pela SEMMAC - Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Notocante a Lagoa Paquetá, frise-se que o Município de Catalão por meio da SEMMAC,executou obras no local eliminando a possibilidade de transbordamento da LagoaPaquetá.

11. Conforme ofício n" 194/2014, de 17/03/2014 (fls. 35/37 dovolume apenso), o Comando de Operações de Defesa Civil do Estado de Goiásmapeou 02 áreas cm Catalão com risco de alagamentos1 causado pela presençade represas, sendo:01 - moradia afetada com a construção de represa do Bairro Monsenhor Souza;02 - risco de alagamento decorrente da elevação da Lagoa Paquetá.

12. Em relação às moradias situadas na Ia quadra da Rua 604.margem direita da Represa do Bairro Monsenhor Souza, apesar de classificadocomo "baixo" grau de risco, a possibilidade de alagamento persiste até os dias atuais,e. pode atingir 11 moradias com 44 pessoas (35 adultos e 09 crianças). Além disso,conforme levantamento da Defesa Civil de fls. 625/644, as 04 Represas do BairroMonsenhor Souza também colocam em risco moradores da Rua Porto Nacional,sendo sugerido, ao final, "avaliação técnica do local por profissional habilitado naárea de engenharia para atestar a segurança estrutural".

13. Corroborando os problemas causados ao meio ambiente urbanodecorrente da falta de planejamento quanto à drenagem pluvial da cidade de Catalão,cumpre citar que tramita nesta 2a Vara da Comarca de Catalão os autos abaixorelacionados, que versam sobre alagamento de via pública na região central deCatalão:

Juízo de Direito da V Vara da Comarca de Catalão - GOProtocolo n" 201194889042

AÇÃO CIVIL PÚBLICAAutor: MINISTÉRIO PÚBLICORéu: MUNICÍPIO DF. CATALÃO

II - DA LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PUBLICO -

14. O Ministério Público atua como parte na presente ação por forçado mandamento constitucional previsto no artigo 129, III, da Constituição Federal.A legislação infraconstitucional também prevê a legitimidade do Ministério Público,

-{conforme Oartigo 14, § 1" da Lei 6.938/81, artigo 5o da Lei n" 7.347/85, artigo 25,

Alagamentos. Definição: Extrapolação da capacidade de escoamento de sistemas de drenagemurbana e conseqüente acúmulo de água em ruas, calçadas ou outras infraestruturas urbanas, emdecorrência de precipitações intensas.

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IV, "a" da Lei n" 8.625/93, promovendo, nesta oportunidade, a defesa do direito doscidadãos catalanos a um meio ambiente urbano ordenado e equilibrado.

15. No presente caso o Ministério Público atua na tutela do meioambiente urbano, haja vista que a coletividade se encontra exposta a risco e perigodecorrente da inexistência de um plano municipal de drenauem urbana, e, diante devárias represas existentes no perímetro urbano que necessitam de avaliação técnica,acompanhamento e medidas preventivas.

16. Portanto, sendo manifesta e inquestionável a legitimidade doMinistério Público para a defesa do meio ambiente urbano, despiciendo maiorescomentários sobre o assunto.

III - DO DIREITO -

17. O direito positivo pátrio tutela o meio ambiente cm todas as suasformas, inclusive, meio ambiente urbano, sendo que a Carta Magna prevê: comocompetência comum entre União, Estados c Municípios, a proteção do meioambiente: que a política de desenvolvimento urbano executada pelo Poder PúblicoMunicipal tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais dacidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. Nesse sentido transcrevemos aConstituição da República Federativa do Brasil:

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dosMunicípios:

VI - proteger o meio ambiente c combater a poluição em qualquer de suas formas;

IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condiçõeshabitacionais c de saneamento básico;

Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Públicomunicipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar opleno desenvolvimento das funções sociais da cidade c garantir o bem- estar de seushabitantes.

Art. 225, caput. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.bem como ao uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público c à Coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para aspresentes c futuras gerações"

18. Embora não tenha sido criado pelo Governo Federal o Cadastro<$0*acional de Municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande

, S&TmpactO, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos, o Estatuto das&r| Cidades - Lei n° 10.257/2001, além de prever oplanejamento do desenvolvimento



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da cidade e a ordenação do uso do solo como diretrizes gerais para o alcance de suasfunções sociais, expressamente, reconhece a importância da drenagem urbana como medidapreventiva a desastres:

Art. 2" A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento dasfunções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintesdiretrizes gerais:I - garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terraurbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte eaos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;

IV - planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial dapopulação e das atividades econômicas do Município e do território sob sua áreade influência, de modo a evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano eseus efeitos negativos sobre o meio ambiente;

VI - ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:

g) a poluição e a degradação ambiental;li) a exposição da população a riscos de desastres.

XII - proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, dopatrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico c arqueológico;

í&

Art. 42-A. Além do conteúdo previsto no art. 42, o plano diretor dos Municípiosincluídos no cadastro nacional de municípios com áreas suscetíveis à ocorrênciade deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicosou hidrológicos correlatos deverá conter:I - parâmetros de parcelamento, uso e ocupação do solo, de modo a promover adiversidade de usos e a contribuir para a geração de emprego e renda;II - mapeamento contendo as áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos degrande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicoscorrelatos;III - planejamento de ações de intervenção preventiva e rcalocação de população deáreas de risco de desastre;IV - medidas de drenagem urbana necessárias à prevenção e à mitigação deimpactos de desastres; eV - diretrizes para a regularização fundiária de assentamentos urbanos irregulares, sehouver, observadas a Lei no 11.977, de 7 de julho de 2009, c demais normas federaise estaduais pertinentes, e previsão de áreas para habitação de interesse social pormeio da demarcação de zonas especiais de interesse social e de outros instrumentosde política urbana, onde o uso habitacional for permitido.VI - identificação e diretrizes para a preservação e ocupação das áreas verdesmunicipais, quando for o caso, com vistas à redução da impermeabilização dascidades.(Incluído pela Lei n° 12.983, de 2014)

Inquestionável a relevância da drenagem urbana como parte do^#^rteamento básico das cidades. Nesse diapasão, a Lei Federal n" 11445/2007, ao

.Sèstabelecer as diretrizes nacionais para o saneamento básico c para a política federalde saneamento básico, expressamente previu:


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Art. 3o Para os efeitos desta Lei, considera-se:

I - saneamento básico: conjunto de serviços, infraestruturas e instalaçõesoperacionais de:

d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de atividades,infraestruturas c instalações operacionais de drenagem urbana de águaspluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões decheias, tratamento c disposição final das águas pluviais drenadas nas áreasurbanas;

20. A Lei Municipal n" 2.210/2004 - PDDUA - Plano Diretor deDesenvolvimento Urbano e Ambiental de Catalão - expressamente prevê ações notocante à drenagem urbana como prioridade municipal, conforme artigos abaixotranscritos:

Da Recuperação e Ampliação dos Sistemas Infraestruturais

Art. 63 - O Plano Diretor de Catalão propõe ações efetivas pararecuperação e ampliação dos sistemas de infraestrutura, indispensáveis àconquista da cidadania e à melhoria da qualidade de vida, e garantia dasgerações futuras propondo como prioritários os seguintes projetos:

IV. Drenagem: ampliação sistemática do sistema de drenagem urbana,visando evitar a poluição das águas dos ribeirões e córregos e os impagáveisprejuízos ao meio ambiente;

Do Esgotamento Pluvial

Art. 81 - Deverá o Executivo reformular o plano de diretrizes e metas para osistema de esgotamento pluvial do Município, tendo por base o estudo e aavaliação:

I- da formulação de um Plano de Ação e metas;

II- do sistema implantado e das modificações previstas no plano existente;

III- do problema de enchentes nos vales que compõem o território municipal,estabelecendo um plano gradativo de complementação do atual programa detratamento de fundos de vale dos cursos d'água no meio urbano;

IV- das conseqüências do processo de adensamento e expansão do espaço urbano,decorrente cias novas determinações da legislação de uso c ocupação do solo,considerando a inevitabilidade da expansão do sistema e a influência do aumento dosíndices de impermeabilização do solo;

V- das possibilidades de soluções menos onerosas de esgotamento pluvial nosloteamentos de interesse social;

VI- da poluição das águas correntes c dormentes cm função do escoamentosuperficial das águas pluviais sobre o solo;

Ivscir Vargasotor ds Justiça



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VII- da ação das águas pluviais sobre o solo, particularmente em função deprocessos erosivos decorrentes de urbanização.

Parágrafo Único - Em relação aos cursos d'água em áreas parceladas, deverá oExecutivo promover um programa de estudos sobre a situação daqueles queatravessam lotes c quadras de propriedade particular, envolvendo cadastro e análisedas situações existentes e formulação de um programa de ação corretiva ecompatibilizadora dos interesses público c privado.

21. A Lei Municipal n" 2.212/2004 —Lei do Parcelamento do SoloUrbano de Catalão - expressamente prevê a obrigatoriedade de apresentação deprojeto de esgotamento pluvial, conforme artigo 9o, VIII abaixo transcrito:

Dos Projetos de Lotcamento

Art. 9o - O interessado na aprovação de projeto de lotcamento em Catalão,desenvolvido com base nas diretrizes de que trata o Art. 8° desta Lei, deveráprotocolar requerimento neste sentido junto à Prefeitura, acompanhado daseguinte documentação:

I- cópia das diretrizes fornecidas pela Prefeitura, conforme Art. 8" desta Lei;II - cópia dos estudos de impacto ambiental c de vizinhança previamente aprovadospela Prefeitura;III - título de propriedade, certidão de ônus reais e certidão negativa de tributosmunicipais, relativos ao imóvel a ser loteado;IV - projeto urbanístico do loteamento, compreendendo desenhos e memorial;V - projeto de abastecimento de água, compreendendo desenhos e memorial:VI - projeto de esgotamento sanitário, compreendendo desenhos e memorial;VII- projeto de esgotamento pluvial, compreendendo desenhos e memorial;

22. Impende rcuistrar as seguintes considerações:- a necessidade de prevenção das ocupações nas áreas frágeis e

ambientalmentc protegidas e a necessidade de acompanhamento dos licenciamentosambientais e urbanísticos em tais áreas;

- que é dever do Município adotar medidas necessárias à reduçãodos riscos de desastre, inundações e deslizamento, conforme determinado pela Lei n"12.608/2012, que institui a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil;

- que a Resolução n" 34/2005 do Ministério das Cidades que contém asorientações quanto ao conteúdo mínimo do Plano Diretor, recomenda a demarcaçãodas áreas sujeitas a inundações e deslizamentos, bem como, as áreas que apresentamrisco à vida e à saúde;

- que a existência da área de risco faz surgir ao Poder Público verdadeirodever de agir no sentido de diagnosticar, planejar e atuar na prevenção de desastres edesestruturação de famílias e comunidades;

- que a drenagem urbana constitui parte do conceito desaneamento básico, conforme o disposto no art. 3". 1. "d" da Lei n" 11.445/2007;

- há urgência na atuação do Poder Público a fim de garantir a segurançada população ocupante destas áreas, bem como, a eliminação destas áreas de risco.

íont,MivcXÍr VargasPrimoto/de Justiça



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IV - DA NECESSIDADE DA MEDIDA LIMINAR -

23. A omissão do Município de Catalão contribui para o aumento doproblema, necessitando de enfrenlamento imediato, face à exigência de preservaçãode valores fundamentais para o homem, quais sejam, o meio ambiente urbanoordenado e equilibrado e as funções sociais da cidade.

24. Logo, faz-se necessária a concessão do mandado liminar,espécie do gênero tutela de urgência. A doutrina pátria expressamente admite apossibilidade de concessão de liminar inaudita altera pars, mesmo diante da FazendaPública. Nesse sentido citamos as lições abaixo:

- Rodolfo Camargo Mancuso em comentários aos dispositivos da Lei 7.347/85que se referem à tutela de urgência, cm sua obra Ação Civil Pública, EditoraRevista dos Tribunais:

- página 109:

Conjugando-se os arts. 4o e 12 da Lei n." 7.347/85. tem-se que essa tutela deurgência há de ser obtida através de liminar que. tanto pode ser pleiteada na açãocautelar (factível antes ou no curso da ação civil pública) ou no bojo da própriaação civil pública, normalmente em tópico destacado da petição inicial. Muitasvezes, mais prática será esta segunda alternativa, já que se obtém a segurançaexigida pela situação de emergência, (negrito nosso).

- Hugo Nigro Mazzilli em sua obra A defesa dos interesses difusos em juízo,Editora Saraiva, 24" Edição, 2011:

- página 530:

Vamos às diferenças específicas entre esses institutos:a) A liminar é uma decisão dada no início da lide (//; liminis, ou seja, no

limiar), que tanto pode ter como finalidade assegurar uma providênciaacautelatória, como antecipar provisoriamente alguns dos efeitos práticos dasentença. É cabível em diversos tipos de ação (como mandados de segurança,ações civis públicas, ações possessórias, ações caiitelares). Assim, tanto pode ternatureza cautelar (v.g., se o juiz determina o afastamento temporário de um conjungeda morada do casal, antes ou na pendência da ação de separação), como naturezasatisfativa (v.g., se o juiz assegurar initio litis a reintegração de posse do autor, cmação possessória). A liminar pode ser dada inaudita altera />«/7<?;(negrito nosso).

- páginas 532/533:

2. O mandado liminar

Não apenas nos processos de natureza cautelar, mas em qualquer ação civilpública ou coletiva, ou mandado de segurança coletivo, em tese será possível aconcessão de mandado liminar. Assim, graças ao sistema peculiar do processo

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coletivo, não é mister ajuizamento de ação cautelar para pedir-sc uma liminar; emqualquer ação de índole coletiva, pode o juiz conceder liminar, se lhe for requerida.Desde que presentes os pressupostos gerais de cautela, o juiz poderá concedermandado liminar, com ou sem justificação précia nas ações civis públicas. Tanto adecisão que defira como a que negue a liminar estará sujeita a agravo.(negritonosso).

E quais são os pressupostos gerais de cautela? São o fuinus bani iuris e opericulum in mora. O primeiro pressuposto consiste na plausibilidade do direitoinvocado como fundamento do pedido; o segundo, na dificuldade ou atéimpossibilidade de reparação do dano, diante da demora normal para obter asolução definitiva do processo.

Nas ações civis públicas ou coletivas, admite-se a concessão de medidaliminar initio litis tanto nas ações principais, como nas cautelares (nas açõespropriamente cautelares, que são as preparatórias ou incidentes, ou naschamadas cautelares satisfativas).(negrito nosso).

Em ação civil pública ou coletiva, a liminar pode consistir na autorização ouvedação da prática de ato, ou na concessão de qualquer providência de cautela, comou sem imposição de multa liminar diária.

- páginas 534 e 537:

3. A proibição de concessão de liminar

Como muito bem anotaram Nelson e Rosa Nery, "pelo princípioconstitucional do direito de ação (CF 5o XXXV), o jurisdicionado terá direito deobter do Poder Judiciário tutela jurisdicional adequada. Caso seja necessária aconcessão de liminar, como a tutela adequada, o juiz deverá concedê-la. haja ou nãoprevisão da lei para a concessão de liminares. A vedação da lei para a concessão deliminares somente poderá ser aplicada pelo juiz se não ofender o princípioconstitucional do direito de ação, (grifo nosso).

Todas as restrições impostas à concessão de liminares em mandados desegurança, ações civis públicas ou ações cautelares devem ser entendidas, pois. cumgranus salis, isto é, desde que não levem ao perccimento do direito. "Nesses casosexcepcionais, c apenas eles, o direito constitucional a uma jurisdição eficazsuplantará as limitações estabelecidas em lei ordinária", é o que aduziu a propósito,com sabedoria, Alhos Gusmão Carneiro.

- Marcelo Abelha Rodrigues, em sua obra Processo Civil Ambiental, 3a edição, SãoPaulo, Editora Revista dos Tribunais, ano 2011

-página 126/127:Se, por um lado, todo o tempo do mundo não seria idôneo ou capaz de

proporcionar a certeza absoluta, por outro, hasta um mínimo de tempo para queuma crise jurídica ainda maior do que a já existente se estabeleça. E que a vidadas pessoas noa é paralisada quando levam uma crise jurídica para ser debeladapelo Poder Judiciário. E é justamento porque a atividade jurisdicional se exercee se desenvolve durante um dado lapso temporal que, a cada minuto que passa,mais longe e fora da realidade que motivou a busca da solução jurisdicional ficaa tutela debeladora da crise, (negrito e grifo nosso).

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Diante disso tudo. pode-se dizer que o sistema jurídico não poderia ficarinfenso à avassaladora realidade temporal que, se em sede de tutela individualcausa um mal terrível aos litigantes, gera rombo ainda maior quando se estádiante de uma tutela do meio ambiente, por razões de ordem qualitativa equantitativa: a primeira por causa da natureza pública da situação tutelanda,bem como pelas peculiaridades que personificam o equilíbrio ecológico(essencialidade, instabilidade, ubiqüidade etc); e a segunda em função donúmero de lesões perpetradas, dada a titularidade difusa do bem ambiental. Defato, o sistema jurídico não ficou infenso a tal situação, e para isso criou (pondo-a à disposição dos litigantes) a tutela jurisdicional de urgência, cuja funçãobásica é neutralizar os efeitos deletérios do tempo no processo, enfim, corrigindoou prevenindo determinadas situações nas quais o próprio processo ou o direitopor ele tutelado estejam, ameaçados de ser engolidos pela ferrugem temporal.(negrito nosso).

Portanto, a tutela de urgência, visivelmente imunizadora dos efeitosdeletérios que o tempo causa ao processo (instrumento) ou ao seu conteúdo(direito material), constitui um arcabouço de técnicas processuais que devem serprontas e rápidas, sob pena de se tornarem inúteis. Essas formas de tutela sãorealizadas por intermédio das medidas cautelares e das antecipações de tutela demérito. O signo comum a ambas é, sempre, a urgência, c o seu traço diferenciador éo objeto que será precipuamente protegido dos desgastes provocados pelo fenômenotemporal, (negrito nosso).

25. Desta maneira, não havendo dúvida quanto à possibilidade legalda expedição de mandado inilio litis. cumpre, num segundo passo, mostrar aocorrência dos seus pressupostos específicos: a aparência do bom direito e o perigona demora do provimento final.

26. No desenrolar desta vestibular, mostrou-se a possibilidadejurídica de um provimento final de procedência do pedido sob o aspecto da defesa domeio ambiente urbano, principalmente, considerando o disposto na Constituição daRepública Federativa do Brasil, Lei 10.257/2001 (Estatuto das Cidades), Lei11.445/2007 (Saneamento Básico), Lei n" 12.608/2012 (Lei da Política Nacionalde Proteção e Defesa Civil), Lei Municipal n" 2.210/2004 (Plano Diretor deCatalão) e Lei Municipal n" 2.212/2004 (Parcelamento do Solo de Catalão). Logo,não há necessidade de maiores digressões diante da manifesta evidência do fumusboni iuris.

27. Igualmente no campo da probabilidade, não mais dapossibilidade jurídica, mas da incidência de dano ou agravamento dos já existentessobre o bem juridicamente protegido, de se dizer manifesto o periculum in mora. Ofato das represas existirem há anos, portanto, obras antigas, associado àinexistência de um planejamento de drenagem urbana no Município não afasta opericulum in mora, pelo contrário, potencializa a situação danosa decorrente daocupação de enorme áreas para parcelamento do solo, sem os devidos estudosquanto ã drenagem urbana decorrente da impermeabilização do local. O perigo nademora do provimento final poderá demonstrar-se incapaz de fazer cessareventual situação de risco e dano, diga-se, de natureza irreparável em seratando de rompimento de uma represa ou alagamento de determinada área.

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Ressalta-se, Excelência, a possibilidade do efeito dominó de uma represa rompidasobre as demais situadas a jusante, principalmente, considerando o próximoperíodo chuvoso a iniciar-se em outubro de 2015.

28. Aqui, então, indispensável o mandado liminar (medida de caráterprotetivo, cautelar ou antecipatória, com comando de obrigação de fazer ou não fazerexecutáveis lato sensu), a cominação de multa (medida de pressão psicológica para ocumprimento daquele, forma de execução indireta ou imprópria), independentementede justificação prévia, ante os contundentes elementos de convicção de planoapresentados, sabendo-se, no mais, que "evidenciados o fumus boni iuris e opericulum in_ mora deve o juiz conceder liminar na ação civil pública. ". Nessesentido citamos recentes decisões do STJ e do TJGO. conforme abaixo:

EMENTA: ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVILPÚBLICA. RECUPERAÇÃO AMBIENTAL. OBRIGAÇÃO DE FAZER.LIMINAR CONCEDIDA, EXCEPCIONALMENTE, SEM OITIVA PRÉVIA DAPESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. REQUISITOS LEGAIS.INEXISTÊNCIA DE OFENSA À LEI N. 8.437/1992. 1. A revogação da liminar éinviável em Recurso Especial, uma vez que a verificação do risco de dano ambientalque justificou a tutela de urgência, ou mesmo de dúvida que a impõe pelo princípioda precaução, demanda reexame dos elementos fático-probatórios. Assim, impossívelanalisar a presença dos requisitos do fumus boni iuris e do periculum in mora, ante oóbice da Súmula 7/STJ. 2. Quanto à vedação de concessão de medidas liminaresde caráter satisfativo, esta Corte já manifestou-se no sentido de que a Lei n.8.437/1992 deve ser interpretada restritivamente, sendo tais medidas cabíveisquando há o fumus boni iuris e o periculum in mora, com o intuito deresguardar bem maior, tal como se dá no presente caso. Precedentes: AgRg noREsp 661.677/MG, Rei. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, DJ 13/12/2004;REsp 831.015/MT, Rei. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, DJ01/06/2006; REsp 664.224/RJ, Rei. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI,PRIMEIRA TURMA, DJ 01/03/2007; AgRg no Ag 427.600/PA, Rei. Ministro LUIZFUX, PRIMEIRA TURMA, DJ 07/10/2002; REsp 1.053.299/RS, Rei. MinistraDENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, DJe 27/11/2009.3. Ademais, a jurisprudência do STJ tem mitigado, em hipóteses excepcionais, aregra que exige a oitiva prévia da pessoa jurídica de direito público nos casosem que presentes os requisitos legais para a concessão de medida liminar emação civil núbliea (art. 2" da Lei 8.437/92). Precedentes: REsp 1.018.614/PR, Rei.Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, DJe 06/08/2008; AgRg no REsp1.372.950/PB, Rei. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe19/06/2013; AgRg no Ag 1.314.453/RS, Rei. Ministro HERMAN BENJAMIN,SEGUNDA TURMA, DJe 13/10/2010. Agravo regimental improvido. (STJ, 2"Turma, Rei. Ministro Humberto Martins, AgRg no AREsp 431420/MG,AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL2013/0378235-3, Data do Julgamento 06/02/2014, Data da Publicação/Fonte DJe17/02/2014) (negrito nosso);

EMENTA: ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CONCESSÃO DELIMINAR SEM OITIVA DO PODER PÚBLICO. ART. 2o DA LEI 8.437/1992.

k «& AUSÊNCIA DE NULIDADE. 1. O STJ, em casos excepcionais, tem mitigado aW^-C? regra esboçada no art. 2" da Lei 8437/1992, aceitando a concessão da

Antecipação de Tutela sem a oitiva do poder público quando presentes osrequisitos legais para conceder medida liminar em Ação Civil Pública. 2. No


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caso dos autos, não ficou comprovado qualquer prejuízo ao agravante advindo dofato de não ter sido ouvido previamente quando da concessão da medida liminar. 3.Agravo Regimental não provido. (STJ, 2a Turma, Rei. Ministro HermanBenjamin, AgRg no Ag 1314453/RS, AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVODE INSTRUMENTO 2010/0098005-0, Data do Julgamento 21/09/2010, Data daPublicação/Fonte DJe 13/10/2010);

EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO.

AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS. CONCESSÃODE LIMINAR PARA RECUPERAÇÃO E REPARAÇÃO DE TRECHO DERODOVIA ESTADUAL. FUMUS BONI IURIS E PERICULUM IN MORA.

PRESENÇA. DECISÃO MANTIDA. FATOS E/OU ARGUMENTOS NOVOS.AUSÊNCIA. 1. E dever do Poder Público c da sociedade a defesa de um meioambiente ecologicamente equilibrado para a presente e as futuras gerações, sendoesse um direito transindividual garantido pela Constituição Federal, cabendo aoMinistério Público a sua proteção. 2. Impõe-se o desprovimento do agravo internointerposto contra decisão do Relator, quando as teses da parte agravante, jáanalisadas ao longo do processamento recursal, não tem amparo jurídico parapromover a reconsideração ou reforma do dccisum vituperado, devendo ser mantidoo ato decisório fustigado. 3. AGRAVO REGIMENTAL CONHECIDO EDESPROVIDO. (TJGO, 3* Câmara Cível, Rei. Des. Gerson Santana Cintra,AGRAVO DE INSTRUMENTO 46955-44.2015.8.09.0000, julgado em 19/05/2015,DJe 1793 de 27/05/2015);

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DANOAMBIENTAL. PEDIDO LIMINAR. PRESENÇA DOS REQUISITOSNECESSÁRIOS. DECISÃO SINGULAR REFORMADA. 1 - Não obstante odeferimento do pleito liminar estar adstrito ao prudente arbítrio do julgador, adecisão pode c deve ser reformada quando as provas jungidas aos autosdemonstrarem a presença do fumus boni iuris e do periculum in mora. 2 - Nahipótese, restam evidentes os requisitos à concessão da liminar pretendida peloagravante, uma vez configurada a possibilidade de dano irreparável ao meioambiente e à comunidade em geral. 3 - Liminar concedida, suspendendo-se asatividades da empresa agravada, até que sejam corrigidas as irregularidadesconstatadas, de acordo com as normas ambientais pertinentes, sob pena de fixação demulta diária para o caso de descumprimento da ordem. 4 - AGRAVO DEINSTRUMENTO CONHECIDO E PROVIDO. ((TJGO, AGRAVO DEINSTRUMENTO 292731-30.2008.8.09.0000, Rei. DES. WALTER CARLOSLEMES, 3A CÂMARA CÍVEL, julgado cm 28/04/2015, DJe 1778 de 06/05/2015)(negrito e grifo nosso).

29. Por fim, ressalta-se que ao réu foi oportunizada uma soluçãoextrajudicial para o problema durante todo o trâmite do Inquérito Civil Público,instaurado desde 28 de maio de 2013, portanto, há mais de 02 anos, com reuniões ediscussões sobre a questão, conforme documentos inclusos.

V-DOS PEDIDOS -

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30. Ante o exposto, o MINISTÉRIO PUBLICO requer:

1) com fundamento no artigo 12 da Lei 7347/85, em sede de liminar, sejadeterminado ao requerido MUNICÍPIO DE CATALÃO inaudita alteraparte:

1.1) a realização, no prazo de 30 dias, de vistoria técnica sobre as condiçõesestruturais (estabilidade c segurança) das 09 represas situadas no perímetrourbano de Catalão, relacionadas abaixo, com emissão de laudo técnico para cadauma:

RepresaNúmero

Nome da Estrutura

01 Monsenhor de Souza 01 - Município Catalão




05 Jardim Florença/Campo Belo

06 Loteamcnto Barka/Campo Belo

07 Represa do Acrisio Caetano Ferreira



1.2) a execução, no prazo de 30 dias, caso tecnicamente indicado na vistoriaefetuada conforme item 1.1, das medidas necessárias à adequação das 04 represasrelacionadas acima (01. 02, 03 e 04) de responsabilidade do Município, quanto àsegurança e estabilidade:

1.3) que exija dos proprietários/responsáveis pelas represas relacionadas acima comnúmeros 05, 06, 07, 08 e 09, caso tecnicamente indicado na vistoria efetuadaconforme item 1.1. a execução, no prazo de 30 dias, das medidas necessárias àadequação das represas quanto à segurança e estabilidade;

1.3.1) em caso de inércia dos proprietários/responsáveis pelas represas, sejarealizado, no prazo de 30 dias, a obra de eliminação das represas medianteseu esvaziamento controlado e adequado de forma a evitar danos, bem como,seja exigido dos proprietários a recuperação ambiental da área:

1.4) a execução, no prazo de 90 dias, de obras de engenharia que visem eliminar orisco de alagamento das residências situadas próximas das represas do BairroMonsenbor Souza, sendo na Ia quadra da Rua 604, e, na Rua Porto Nacional;

) que exija, por meio da SEMMAC - Secretaria Municipal de Meio Ambiente deatalão, nos processos de licenciamento ambiental de parcelamento do solo

urbano (lotcamento ou desmembramento), com fulcro no art. 9o, inciso VII, da Lei15



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2.212/2004 - Lei do Parcelamento do Solo, como documento a ser apresentadopelo lotcador/emprccndedor: Estudo de Impacto da Implantação doParcelamento do Solo sobre a Drenagem Urbana da Cidade considerandotoda a região atingida e não apenas o empreendimento de forma individual;

1.6) sob pena de não o fazendo, incorrer cm multa na importância de RS 1.000,00(mil reais) por dia de descumprimento á ordem deste Juízo, nos termos do art.461, § 4", do CPC, sendo esta devida após 05 dias da intimação para tal mister;

2) a citação do MUNICÍPIO DE CATALÃO na pessoa de seu representante legal,conforme preconizado na legislação vigente, observando-se a faculdade previstano artigo 172, § 2° do CPC, para, querendo, contestar no prazo legal, a presenteação civil pública, sob pena de revelia e confissão;

3) ao final da presente ação, convertidas em definitivo as medidas liminaresprevistas nos itens 1.1, 1.2. 1.3 a 1.3.1. 1.4 c 1.5, sejam os pedidos julgadosprocedentes em todos os seus aspectos para condenar o réu MUNICÍPIO DECATALÃO:

3.1.1) a construção no prazo máximo de 180 dias, de nova represa no lugar ondeexistia a denominada "Represa da Bica", com urbanização da área ao seu entornoe proteção das APP - Áreas de Preservação Permanente e mata do Setor SantaCruz:

3.1.2) a fiscalizar de forma permanente, sistemática e efetiva, por meio daSEMMAC - Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Catalão, todas asrepresas existentes no perímetro urbano de Catalão, exigindo dos respectivosproprietários as medidas de conservação necessárias à segurança c estabilidadedas mesmas, e, a regularização ambiental do empreendimento;

3.1.3) a contratação, no prazo assinalado por este r. Juízo, de empresaespecializada para elaboração do PLANO MUNICIPAL DE DRENAGEMURBANA DE CATALÃO, a ser executado/concluído no prazo de 01 ano contadode sua contratação:

3.1.4) a implantar as medidas de engenharia civil previstas no Plano Municipal deDrenagem Urbana de Catalão, elaborado nos termos do item 3.1.3 acima, quevisem eliminar risco de alagamentos ou inundações, no prazo assinalado por ester. Juízo;

3.1.5) a elaborar, no prazo assinalado por este r. Juízo, o Plano Municipal deRedução de Risco (PMRR), segundo metodologia baseada nas orientações doMinistério das Cidades, apresentando:- mapeamento das áreas de risco do Município;- o cronograma da implementação das medidas preventivas e corretivas;

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4) Contendo os objetos cia presente ação um facere, portanto, obrigação de naturezainfungível, seja na sentença de mérito aplicado as astreintes previstas no artigo11 da Lei 7347/85, como forma de obrigar o requerido a cumprir a obrigação.

VI - DAS PROVAS -

31. Protesta provar o alegado por todos os meios probantes emdireito admitidos, em especial, inspeção judicial, prova pericial, juntada dedocumentos, depoimento pessoal, bem como, a oitiva de testemunhas, cujo rol seráoportunamente ofertado.

32. Tratando-se de causa versando sobre a tutela do meio ambiente

urbano, por exigência legal c efeito fiscal, confere-se à mesma o valor de RS100.000,00 (cem mil reais).

33. A presente vem instruída pelos documentos do ProcedimentoExtrajudicial de Inquérito Civil Público n" 18/2013, com 03 volumes, sendo 02volumes principais com 653 laudas e 01 volume em apenso com 46 laudas.

Termos em que,Pede Deferimento.

Catalão (GO), 15 dcü

"Promotor de JustiçaPromotoria de Defesa do Meio Ambiente

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· ... no uso de suas atribuições constitucionais e legais, vem, ... de catalão, fruto do...

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