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APRESENTAÇÃOSonhos... são os sonhos, ideais e valores que nos movem...

Começamos a sonhar em 2013, com o primeiro trabalho colaborativo que fizemos entre a Sala Verde da UFBA e a Escola Municipal de Primeiro Grau de São Francisco do Paraguaçu. Desde 2016 come-çamos a parceria com a Associação dos Remanescentes do Quilom-bo de São Francisco do Paraguaçu – Boqueirão e até ganhamos o prêmio Criativos da Escola, da Votorantim, em 2017! De lá pra cá foram dezenas de vídeos, de matérias para a nossa Web Rádio e 2 edições do Jornal Salinha Verde. Foram vindas nossas à comunida-de e idas dos jovens para a UFBA, para participar dos Encontros de Jovens Cientistas.

Mas quer saber, a UFBA é uma Universidade incrível, mas bom mes-mo é ficar aqui, em São Francisco do Paraguaçu e concordar com as palavras sinceras de Venícius (13 anos), um dos autores deste Livro:

...acho que se uma pessoa não conseguir ser feliz aqui, não vai conseguir ser feliz em lugar nenhum!

Esta Obra, Histórias de Cada Um(a), foi inspirada no belo trabalho da Pedagoga, Professora e Mestre em Educação (UFBA), Josefa Rosimere Lira da Silva, que surgiu da necessidade de abordar inter-disciplinarmente os conteúdos de História, Língua Portuguesa, Ética e Cidadania para alunos de uma turma do Ensino Fundamental I. Culminou na construção de um livro intitulado “Histórias de Cada Um”, produzido pelos alunos do 5º ano A na Escola Municipal Irmã Elisa Maria, Nova Brasília, bairro periférico de Salvador, Bahia.

A construção da história de cada um(a) é feita pelos sujeitos e suas relações e interações no espaço e no tempo. Escrever sobre si mes-mo não é fácil. Requer coragem. Sim, foram corajosos e corajosas os/as 47 jovens que apareceram naquele sábado, 02 de junho de 2018. Estávamos prontos/as, nós da UFBA, porque também tínha-mos feito esta Oficina conosco e já tínhamos tido a coragem de contar as nossas histórias. Descobrimos que os sonhos, os medos, as inseguranças, as pequenas e grandes alegrias e as pequenas e grandes tristezas e frustrações são praticamente as mesmas. Des-cobrimos como nossa família, amigos/as, lugar onde nascemos e onde vivemos são tão importantes para nós, não importa se na pe-quena comunidade de São Francisco do Paraguaçu ou em qualquer outro lugar do Planeta. Somos Gente, da mesma matéria e subs-tância. Mas não podemos ser ingênuos/as em ter bem claro que o

tecido social onde somos costurados importa, e como importa. E o chão em que está assentada essa comunidade quilombola, remanescente da escravi-zação, da exclusão e da falta de cidadania e oportunidades, sobretudo para os/as jovens é duro, é muito duro. Mas, infelizmente, é o mesmo chão duro das periferias das grandes cidades brasileiras... Ao mesmo tempo, esse chão é uma terra fértil de onde pode brotar e brota, grandes guerreiros e guerrei-ras, que se constrem e se reconstroem todos os dias, porque entendem que nossa grande arma é resistir, é lutar...

Vocês vão ler e ver, sim porque este é um Vídeo-Livro!, histórias incríveis, apaixonantes e emocionantes, pela sua singeleza, simplicidade e grande pro-fundidade. São 19 meninas e 28 meninos, de 4 a 21 anos e um jovem de 31 anos que se juntou à turma de autores para essa obra autobiográfica.

Eles e elas têm sonhos de ser Motorista, Faxineira, Militar, Marinheira, Joga-dor de futebol, Médico/a, Policial, Inventor, Médico/a Veterinário/a, Advoga-do/a, Dentista, Cabelereira, Pastora, Fisioterapeuta e até a minha profissão: Professora e Bióloga! Pasmem, a matéria preferida desses/as jovens é Ma-temática, lógico!

Eles e elas querem um futuro e cobram isso dos políticos:

Eu quero que a prefeitura mude tudo na escola, a merenda, fazer uma pintura, colocar porta, ar-condicionado, carteiras para os professores, que aumente a bolsa escola dos pobres e que eles consigam uma vida

melhor (Caio, 15 anos).

Um desejo que tenho em relação ao Brasil, é a mudança desses políti-cos que não olham para o povo pobre da periferia (Rafael, 15 anos).

É isso que nós também queremos meninos e meninas e que bom que vocês já entenderam a importância da nossa participação cidadã.

Termino essa apresentação com a fala que muito me representa:

Ainda estou em construção, mas sei que o que vivi até aqui foi mais legal do que ruim (Tiago, 18 anos).

REJÂNE MARIA LIRA-DA-SILVACoordenadora da Atividade Curricular em Comunidade e Sociedade –

ACCS BIO A82 “Programa Social de Educação, Vocação e Divulgação Científica

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A menina e os desejos

Eu sou Ana Clara da Silva Freire, tenho 8 anos, nasci em Salvador e vim morar em São Francisco do Paraguaçu. O nome de minha mãe é Aimili e meu pai é Késsio, não tenho irmãos. A minha escola é boa e se chama Escola Maria da Hora Sanches de Santana, sou terceiro ano da segunda série. Eu moro com a minha mãe e meu

padrasto Jean. É bom morar com eles dois, pois quando está chovendo a noite minha mãe me leva para fazer uma festa do pijama.

Eu tenho amigos da escola e o nome deles é Manu, Samara e Queilane. Gosto muito de comer lasanha, doce, mingau, minha mãe não deixa eu comer muito doce para não ficar doente. Eu gosto de brincar no rio.

A minha mãe disse que quer me colocar na faculdade, pois durmo e acordo com o livro debaixo do braço. Eu sou carinhosa e gosto de criança pequena. Eu tive um cachorro chamado Belinha que pariu e eu dei para minha avó, fiquei feliz pois ganhei um filhoti-nho, mas ele morreu e eu fiquei muito triste. Também tive um coelhinho chamado Prin-cesinha. Eu dei para o meu primo para ele cuidar, mas o coelhinho morreu e eu fiquei triste que todo animal que eu pego pra cuidar morre.

Minha avó tá vindo morar comigo no dia 10 de junho, eu tô muito feliz, pois minha avó sabe costurar, cozinhar, pintar parede, fazer desenhos, acarajé e eu falo com minha avó nos meus sonhos. A água limpa faz bem e a escura mal. O sonho de minha mãe é ficar rica jogando e depositando dinheiro.

Eu sonho em ir pra faculdade, queria morar no Iguape. Eu sempre quis ser uma sereia e sei desenhar tudo isso. O que me irrita é quando estou falando com alguém e a pessoa finge que não está ouvindo. Minha mãe diz que vou virar estilista, eu quero ser uma Médica igual a minha tia Enfermeira.

Autora: Ana Clara da Silva Freire, 8 anos

Orientadora: Fábia Silva de Oliveira Junqueira

Ana Cristina

Meu nome é Ana Cristina Pinheiro de Assis. Minha idade é 13 anos, nasci em São Fran-cisco do Paraguaçu no dia 01/01/2005. Meus pais são Luzimara Pinheiro de Assis e Cláudio Barbosa dos Santos de Assis. Tenho dois irmãos (Ana Cláudia e Luiz Carlos). Te-nho quatro cachorros e uma quati (Negona, Dódi, Lupita, Pequeno e Tita). Eu sou feliz, e

mesmo estando triste não tiro o sorriso do rosto. Gosto de jogar bola, é o meu esporte favorito, mas também gosto muito de pular corda. Minha melhor amiga é Laiane e gosto de aprontar com ela. Minha casa é simples, na Rua das Areias.

A coisa mais legal da minha vida foi mudar para São Francisco do Paraguaçu de volta, pois mo-rávamos perto de uma boca em Maragogipe. Quando eu nasci minha mãe estava bebendo no bar e do nada sentiu a dor de me ter e foi para a casa de minha vó. Quem fez o parto foi uma parteira daqui (não a conheci porque já morreu). Quando meu pai me pegou, quase caí no chão, mas minha vó me pegou.

Eu estudo na Escola Estadual de Primeiro Grau São Francisco do Paraguaçu, sou 7ª série. A coisa mais legal que aconteceu na escola foi que eu conheci um menino na 3ª série e estudamos juntos até hoje. André é como se fosse meu irmão. O que eu mais gosto de fazer é viajar e já conheci vários lugares, como Nazaré das Farinhas, Cachoeira, Santo Amaro e nas minhas férias, se eu passar de ano e me comportar, irei para São Paulo ver minha tia Vada.

O que mais me marcou na cidade foi no Dia das Mães desse ano. Teve um paredão na praça e saí com minha irmã e minhas amigas e voltamos para casa só 1h da manhã. Minha mãe estava dormindo e começou a reclamar quando eu e minha irmã chegamos, mas eu dormi logo e não lembro muito. Nesse dia meu pai queria se separar de minha mãe por causa de fofoca dos ou-tros (o povo daqui não gosta de ver ninguém feliz e isso é o que mais odeio na cidade). Minha mãe foi na casa da moça que fez a fofoca e ela contou a verdade. Meu pai acreditou nela e eu e minha irmã ajudamos ele a escolher um presente para ela. Ela vende salgados então demos um fogão novinho para ela. No final da história, a fofoca valeu a pena.

Uma coisa triste da minha vida foi quando um amigo da gente foi para Salvador. Alexandre era muito próximo a nós, mas às vezes vem visitar a gente. Outra coisa muito triste foi que minha prima Ivana morreu logo após ter nascido. Ela até chegou a mamar, mas não resistiu muito.

Meu sonho é ser fuzileira naval. Assisti pelo Youtube alguma coisa sobre isso e achei legal. Mi-nha mãe quer que eu seja veterinária para que eu fique perto dela. Uma coisa que me marcou foi quando vi na TV uma ventania em algum lugar que não lembro direito, mas que levou vários telhados e árvores, várias pessoas ficaram sem casa ou morreram e tenho muito medo de que aconteça aqui.

Autora: Ana Cristina Pinheiro de Assis, 13 anos

Orientadora: Bárbara Inês Arcanjo Xavier

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Kiko

Meu nome é Antonio Carlos Pereira dos Santos, mas todos me conhecem como Kiko,

tenho 12 anos e nasci dia 7 de outubro de 2006. Sou filho de Maria Genivalda e Zé

Preto, meus irmãos são Patricia, Nina, Jorge, Josenildes e Genilda, todos moram

comigo em São Francisco do Paraguaçu, menos a Patrícia que mora em Salvador.

Eu estudo na Escola Maria da Hora Sanches de Santana, na 4ª série e gosto de matemáti-

ca. Meu sonho é ser médico porque eu quero ter dinheiro. Quando não estou na escola, o

que mais gosto de fazer é jogar bola.

Uma coisa que nunca esqueci foi o dia que caí da bicicleta, meu calcanhar bateu no raio

da bicicleta e fiquei com uma cicatriz. Também teve o dia que eu estava na maré e cortei

o pé na ostra e tive que dar 5 pontos, também tenho uma cicatriz.

Com a minha família, eu gosto muito de bagunçar e comer juntos. Aqui em São Francisco

do Paraguaçu, eu gosto muito da paisagem, acho bonito. Mas eu não gosto daqui porque

as pessoas daqui ficam brigando muito.

Autor: Antonio Carlos Pereira dos Santos, 12 anos

Orientadoras: Priscilla Teixeira Figueiredo e Sacha Figueiredo Bahia

Antônio MArcos

Meu nome é Antônio Marcos Sacramento Sanches, nasci em Salvador no dia 08

de junho de 2004, ano em que ocorreu o tsunami que destruiu parte do Sudeste

Asiático. Sou filho de Aldemir Soares Sanches e de Maria Conceição Sacramento,

tenho um irmão chamado Raune, e três irmãs, Maria Luiza, Débora e Tatiane. 

Moro na Rua Pontal, em São Francisco do Paraguaçu e crio vários animais: dois cachorros

(Doguí e Netto), um boi, 6 passarinhos e 2 cavalos.

Eu gosto de jogar bola e meu sonho é ser um jogador de futebol ou, talvez, um biólogo.

Também sonho em morar no Rio de Janeiro ou em São Paulo, porque quero uma vida

melhor do que a que tenho em São Francisco do Paraguaçu, não quero mais morar aqui,

é muito chato e, por isso, quero me tornar jogador e quero correr atrás do meu sonho.

Entrei no Colégio com 4 anos, agora estou no 8° ano, porque perdi de ano na quarta série.

Não gosto muito de ir para escola, não gosto de português, mas gosto de matemática.

O dia mais feliz da minha vida foi no meu aniversário, dia 08 de junho de 2017, quando

ganhei de minha mãe uma bicicleta e do meu pai, meu primeiro celular. Já um dia triste

foi quando minha vó morreu, chorei muito e fiquei com muita saudade.

Outro desejo meu é o de mudar a vida das pessoas que não podem comprar as coisas, que

não tem dinheiro para comprar comida e materiais e das pessoas que não possuem casa.

Autor: Antônio Marcos Sacramento Sanches, 14 anos

Orientadores: Gabriel Batista dos Santos e Paulo Davi Santana

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Bruno, o jogador de São Francisco do Paraguaçu

Moro na rua nova em São Francisco do Paraguaçu, com Fabiane minha mãe, minho vó Marilene, minha irmã Flaviane e meu tio Denilson.

Nasci em Feira de Santana. Faço aniversário dia 11 de janeiro. Jogar bola é a coisa que mais gosto de fazer, eu sou a atacante e faço muitos gols. Faço escolinha com seu Ruy

que gosta de treinar. E gosto de ficar jogando futebol no celular também. Gosto de assistir o programa Jogo Aberto e o Globo Esporte. Gosto de brincar de espião e tocar bomba. Eu gosto de comer de tudo.

Eu fiquei muito feliz quando meu tio veio lá de Salvador e me trouxe uma bola de futebol original.

Eu acho a escola muito chata porque tem muita atividade, e, eu não consigo fazer tudo. Eu abuso muito, porque os meninos me abusam também. Eu gosto muito de português porque a atividade é fácil.

Aqui em São Francisco do Paraguaçu, gosto de ir ao porto tomar banho e ir na praça jogar bola. Um acontecimento que me lembro daqui foi quando os ladrões vieram aqui e roubaram Seu Boneco e Zé Gordo.

Autor: Bruno Conceição Souza, 10 anos

Orientadoras: Melina do Divino Reis Santos e Beatriz Alves Cerqueira Sena

My Life

Eu sou Caio Carvalho de Jesus, tenho 15 anos, nasci dia 3 de maio de 2003. Eu moro em São Francisco do Paraguaçu com meu irmão Alan e minhas irmãs Maiana e Joice, já faz 15 anos e tenho orgulho de ser morador daqui.

Estudo na Escola Estadual do Primeiro Grau de São Francisco do Paraguaçu e gosto muito de estudar, porque eu busco um futuro melhor, já que sem estudar a gente não é nada. Eu quero um futuro diferente para o meu país, com mais educação, respeito às religiões diferentes e a quem você é, humildade, saúde e mudanças nas escolas. Eu quero que o governo olhe para os pobres que estão precisando de alimentos e muitas outras coisas.

No meu futuro eu quero ser professor de inglês ou advogado. Meu maior sonho é conhecer os Estados Unidos e aprender a falar inglês direito. Quando eu for professor, eu quero trabalhar aqui em São Francisco do Paraguaçu ou então em uma faculdade.

Minha maior felicidade é passar de ano direto. Eu gosto muito de estudar, mas aqui os profes-sores são muito impacientes e ignorantes. Eu quero que a prefeitura mude tudo na escola, a merenda, fazer uma pintura, colocar porta, ar-condicionado, carteiras para os professores, que aumente a bolsa escola dos pobres e que eles consigam uma vida melhor.

Autor: Caio Carvalho de Jesus, 15 anos

Orientadoras: Priscilla Teixeira Figueiredo e Sacha Figueiredo Bahia

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Importantes fatos da minha vida

Meu nome é Caio Vitor, tenho 12 anos, nasci 8 de outubro de 2005, no bairro de

São Rafael, em Salvador. Minha mãe se chama Manoela, meu pai é Cleiton, morá-

vamos na rua de São Marcos, em Salvador. Atualmente, moro em São Francisco

do Paraguaçu com minha mãe, meu padrasto Felipe e minha irmã que se chama

Cauany.

Meu maior sonho é ser um famoso jogador de futebol e também ser o melhor jogador de

Karatê do mundo.

Uma história triste aconteceu comigo quando eu tinha 7 anos. Em um certo dia fui brincar

no parque e enquanto eu brincava aconteceu um acidente porque eu estava empurrando

um ferro que entrou na minha barriga e quase perfurou o pulmão.

Um fato muito importante da minha vida aconteceu na escolinha de futebol. Lá aconteceu

um campeonato com os jogadores e a minha sala foi campeã, ganhamos um troféu. Tam-

bém faço Karatê, sou faixa amarela e vou participar de um campeonato de Karatê daqui

há alguns meses. Gosto muito de jogar bola e também de lutar Karatê.

Um acontecimento ruim que aconteceu na minha vida e influenciou a minha cidade foi a

morte do meu pai, despois que nasci. Ele era bastante conhecido porque era integrante

de uma banda de música. Sinto muita falta dele.

Autor: Caio Vitor Santana Suzart, 12 anos

Orientadora: Émilly Reis Santos

Histórias de vida

oi, meu nome é Camile Lima de Oliveira, nasci na maternidade de Cachoeira no dia 21 de fevereiro de 2003, mas fui criada em São Francisco do Paraguaçu, região do interior de Cachoeira. Eu tenho 15 anos e estou no 9º ano da Escola Estadual do Primeiro Grau de São Francisco do Paraguaçu.

Moro com minha avó Elvira há, mais ou menos, um mês. Sempre que chego da escola, almoço e ajudo ela nas tarefas de casa, como na lavagem dos pratos e até varrendo a casa. Meus pais moram em São Francisco, chamam-se Cristiano Silva de Oliveira e Cláudia Santos Lima e tam-bém tenho um irmão que mora com eles, chamado Cristiano. Gosto muito de ficar no whatsapp conversando com minhas amigas e se pudesse, comeria lasanha todo dia.

Uma coisa muito marcante em minha vida ocorreu quando eu fui colher cacau no quintal de uma senhora da comunidade com minhas amigas Natiele e Alice. As duas são bem danadas, mas eu sou mais quieta. Só que nesse dia, eu que fiquei para subir no pé de cacau. Porém, no pé do cacaueiro tinha um lastro de cama de ferro partido e eu não percebi quando subi no pé. Depois de pegar os cacaus para mim e minhas amigas, fui descer, mas, nesse momento, um dos pedaços de ferro entrou em minha perna. Como não foi muito fundo, tirei rápido e fui contar sobre o fato que tinha ocorrido, mas elas não acreditaram. Só começaram a confiar em mim quando minha perna começou a sangrar e, então, ficaram muito nervosas, sem saber o que fazer. A gente cor-reu pra casa de Alice para lavar o ferimento e colocar alguma pomada, mas ela falou que seria bom passar vinagre pra estancar a ferida. Alice foi mais esperta e jogou o vinagre antes que eu pudesse impedi-la e eu fiquei muito brava com ela. Eu nem fui ao posto com medo de levar ponto, mas foi uma situação bem perigosa.

Tem algumas festas aqui que são muito importantes, porque trazem pessoas de fora e deixam minha cidade bem vista e falada, como a do Natal. Um fato muito importante que está aconte-cendo é a greve dos caminhoneiros. Para eles, ela é necessária pra baixar o preço da gasolina para que possam transportar alimentos para vários estados e cidades do Brasil. A gente não é contra e nem a favor, pois não está nos afetando tanto quanto às pessoas de fora que depen-dem do transporte.

A professora da minha escola que mais gosto é a Pró Heida, porque ela explica o assunto de um jeito que a gente entende. Meu sonho é ser marinheira quando crescer, porque sou inspirada pelas histórias de vida de meu avô Fernando.

Autora: Camile Lima de Oliveira, 15 anos

Orientador: Bruno Rafael Conceição

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Minha história de princesa

Meu nome é Cauany Miranda Ferreira, eu tenho 4 anos e gosto de brincar de mãe e filha com as minhas bonecas e fazer comidinha com minhas melhores amigas Gabi e Juju. Elas moram perto da minha casa e elas têm cinco anos. Gosto de brincar de pega-pega ou polícia e ladrão. Eu gosto de ser o ladrão porque sair correndo é mais legal. Adoro

o carnaval porque tem muita música e eu brinco muito pulando e dançando, mas não gosto de careta, tenho muito medo e elas são muito feias, pena que acaba logo o carnaval. Minha música preferida é “Livre estou” e a música dos abraços quentinhos o Olaf do filme Frozen.

Eu morava em Salvador, mas agora moro em São Francisco do Paraguaçu com minha mãe, Ma-nuela, meu pai, Felipe e meu irmão Caio, ele gosta de Karatê. Gosto muito da minha tia Camila, a namorada do meu tio, que vem sempre me ver e brinca muito comigo. Eu tenho medo de sapo, barata e rato. Gosto de filhotinhos de cachorro e de coelho, eles são muito fofinhos.

Meu aniversário é no dia 1º de maio. Quando eu fiz 4 anos, a minha festa foi de Moana, teve bolo de morango, coxinha e refrigerante e eu vesti a roupa da Moana que é a saia e a blusa cur-ta, ganhei muitos presentes e todos os meus amiguinhos estavam lá. Foi muito legal e eu estou esperando que daqui a pouco vou fazer 5 anos e vou ter outra festa com muitos chocolates, presentes e brincadeiras!

Autora: Cauany Miranda Ferreira, 4 anos

Orientadora: Priscilla Teixeira Figueiredo

Minha história

Meu nome é Crislaine Costa Sanches, tenho 10 anos, nasci no dia 02 de abril de 2008, na cidade de São Felix. Moro em São Francisco do Paraguaçu com minha mãe, Cristiane, e meu pai, José Garcia, meu irmão, Edson e minha cachorra Sofia.

O dia mais triste de minha vida foi o dia que minha bisavó morreu e até hoje quando vou dormir penso nela. Um dia muito dificil em minha escola foi quando as outras meninas não quiseram brincar comigo, e ainda rasgaram meu caderno e pegaram meu estojo com as minhas canetas.

Eu fiquei muito triste e chorei, minha mãe ainda me bateu, mas a mãe das outras meninas não bateram nelas. Um dia feliz em minha vida foi o dia que eu comemorei o meu aniversário e fiz uma festa do pijama em minha casa com minhas amigas que dormiram lá. Pulamos na cama, comemos brigadeiro, bolo, refrigerante e chocolate. Ganhei vários presentes: vestido, saias, blusas e tablet, que eu gostava e me divertia, até que ele quebrou.

Gosto de brincar de pular corda, de professora, mãe e filha. Tô ansiosa pelo nascimento dos filhotes da minha cachorrinha Sofia e quando crescer quero ser professora, porque eu gosto de ensinar.

Autora: Crislaine Costa Sanches, 10 anos

Orientadora: Émilly Reis Santos

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Daniela Brito

Eu sou Daniela Brito dos Reis, tenho 15 anos, nasci em 24/10/2002, em São Francisco

do Paraguaçu, Cachoeira – Bahia. Moro em São Franciso com minha mãe, que se

chama Marcela dos Santos Brito, meu pai, Paulo Henrique Barros dos Reis, minha

irmã Rafaela Brito dos Reis e meu irmão, Marcelo Henrique Brito dos Reis. O dia mais

triste de minha vida foi o dia em que minha avó morreu, em 14 de dezembro de 2015, ela

se chamava Marilene do Santos, eu gostava dela por que ela era brincalhona, me ensinou

a fazer azeite, licor, mariscar, farinha e oleo de côco.

Estudo em Santiago do Iguape e o dia mais marcante em minha escola foi o dia em que eu fui maquiada, bem arrumada e meus colegas ficaram espantados ao me ver. Alguns me elogiaram, alguns criticaram. Sofro bulling por ser de uma religião diferente, Testemunha de Jeová. Tenho os dois melhores amigos do mundo, que se preocupam muito comigo.

Meu amigo Raian é muito legal, brincalhão e divertido. Um dia, fazendo uma prova, ficamos com zero, porque ficavamos conversando muito alto. Já minha melhor amiga Lucinha é muito legal, fica me aconselhando, já brigamos, viajamos juntas para Madre de Deus, fomos para a praia e nos divertimos muito, e nessas férias vamos de novo. Gosto de música internacional e sertaneja, tomar sorvete, jogar cartas, brincar com meus amigos e gosto de criança. Quando

crescer, quero ser Fisioterapeuta.

Autora: Daniela Brito dos Reis, 15 anos

Orientador(a): Vinícius de Cássio Serafim Silva e Émilly Reis Santos

Minha Historinha

Sou Eduardo, me chamam de Dudu, tenho 6 anos e moro com minha mãe e meu padastro. Es-tudo no Maria da Hora. Gosto de montar cavalo, brincar de bola e também amarrar a corda na barriga e fingir que eu sou cavalo.

Uma vez eu caí no formigueiro com minha prima Julia, a formiga mordeu e ficou coçando mui-to, e aí minha vó colocou eu e minha prima dentro da água.

Esse ano na escola eu me bati com José Roque e a testa dele partiu. Ele foi pro hospital e eu fui pra casa. Lembro do dia que rasgaram o ursinho de Natali e a professora brigou foi com todo mundo.

Quando eu morava em Salvador, eu lembro que uma vez eu acordei com barulho de tiro, e as pessoas da rua entraram na minha casa. Aqui em São Francisco eu lembro do dia que o ladrão bateu na porta e minha mãe saiu correndo pra fechar tudo.

Quando eu crescer eu quero ser Veterinário, mas Veterinário só de cavalo.

Autor: Eduardo Costa Pinheiro, 6 anos

Orientador: Nestor Barbosa de Oliveira Júnior

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A história de Elisabete

Meu nome é Elisabete Freire e tenho 6 anos. O nome de minha mãe é Denise e de meu

pai é Virgílio. Eu moro em São Francisco do Paraguaçu. Verônica é irmã de mainha e

Buiú também, e eles são meus tios. Moisés é irmão de Buiú. Minha vó Celidalva que é

mãe de mainha. Eu tenho um irmão que é Rafael Freire de Brito e tem 8 anos. Também

tenho de irmão: Andrei, Álvaro, Camiles, Rodrigo, Pablo, Vinícius, Maique e Tamires. Eu gosto de

todo mundo lá de casa e da família de minha vó.

O nome da minha escola é Maria da Hora Sanches de Santana e estou no 1º ano. Na escola o que

mais gosto de fazer é dever que a Pró passa no quadro. Quando não tem aula a gente fica o dia

todo brincando. A gente brinca de esconde-esconde, pega-pega, cobra cega e bola.

Na escola uma coisa que eu lembro é que Dudu bateu no meu irmão Álvaro e ele não tinha feito

nada com ele. Aí Dudu saiu correndo e José Roque tropeçou e cortou a testa e teve que fazer 6

pontos. Eu fiquei triste com isso.

Quando eu crescer eu vou estudar, varrer a casa e catar siri porque eu gosto de fazer isso.

Aqui onde eu moro acontece assalto e mainha fica com medo e eu também fico.

Autor: Elisabete Freire Brito, 6 anos

Orientadora: Marglyn Anne Santana de Oliveira

Eric Cauã

Sou morador de São Francisco do Paraguaçu, mas nasci em Cachoeira, no dia 17 de Julho de 2004. Sou filho de Edileide dos Santos e Chico e tenho 2 irmãos mais velhos uma irmã de 21 e um irmão de 20 anos.

Eu fui criado aqui na cidade de São Francisco e gosto muito dela porque é uma cidade muito

boa pra mim. Aqui eu tenho meus amigos minha família e meus irmãos que me tratam muito

bem e também meu cunhado.

Eu de gosto jogar bola e brincar com meus amigos, gosto pescar peixe e camarão, pesco desde

os 8 anos de idade. O meu pai quem me ensinou a pescar, e hoje eu pesco com meu amigo Re-

bola, que também é muito bom na pesca.

Gosto de ir a escola pra brincar e gosto de estudar matemática e português, só não gosto porque

apanho de vez em quando dos mais velhos.

Meus pais são separados, e se separaram quando eu tinha 10 anos. O meu pai trabalha de aju-

dante de pedreiro e minha mãe é marisqueira, hoje meu pai tá trabalhando embarcado, e por

isso eu sinto falta dele, por que gosto de passear na rua com ele.

Eu fiquei muito feliz quando passei de ano e gosto muito de brincar com meus amigos e de

jogar bola, também gosto quando a UFBA tá aqui, porque eu faço atividades e faço vídeos em

que eu posso falar as coisas.

Eu tenho alguns passarinhos que eu mesmo cuido e vou pegar as coisas pra ele comer, eu tenho

um papa-capim, um canário e um curió.

Autor: Eric Cauã dos Santos Nascimento, 14 anos

Orientador: Caio Victor Machado Galiano

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Minha história

Olá, eu me chamo Eric Marinho Serra. Moro na Rua do Tanque com minha mãe, meu

pai... minha família toda mora aqui! Eu tenho 7 anos e nasci no dia 7 de junho de

2010. Gosto mais da minha mãe porque ela me dá brinquedos.

Eu gosto de andar de bicicleta, skate, brincar de bola no campo de Seu Rui, corrida... Brinco de um bocado de coisa!

Gosto muito de brincar com meu amigo que considero como primo, Phellipe. Ele me empresta os brinquedos dele. Eu brinco com ele de bicicleta e uma vez eu caí e machuquei o joelho.

Eu estudo na Escola Maria da Hora Sanches de Santana eu gosto da minha professora Mila. Ela é legal, faz provas, brincadeiras, um monte de coisa. Eu gosto de estudar, ficar brincando na hora do recreio com meus amigos. A parte ruim é que tem um menino que me bate na escola. O nome dele é Italo. ele me bate porque eu “pertubo” ele.

Um fato marcante que aconteceu na escola foi quando meu colega José se machucou. Ele foi beber agua correndo e se bateu com outro menino, caiu e bateu a cabeça no piso e teve até que levar 5 pontos na testa. E ainda ficou com um caroço enorme. Todo mundo ficou triste. O recreio acabou mais cedo por causa disso.

Eu tenho uma cachorra que se chama “Cholinha”. Ela não morde e já foi atropelada pelo carro do sabão e eu pensava que ela nem ia mais andar. Foi bem grave.

Eu tenho uma namorada que mora lá na Guaíba. Quero mandar um beijo pra ela.

Autor: Eric Marinho Serra, 7 anos

Orientadoras: Grasiele de Santana Fonseca e Sacha Figueiredo Bahia

Ezequiel

Meu nome é Ezequiel José dos Santos Silvano, estudo na Escola Municipal Maria

da Hora Sanches de Santana, tenho 10 anos, moro com minha mãe que se chama

Virginia dos Santos, meu pai Deco e meus dois irmãos Alan e Nega.

Eu gosto de comer feijão, macarrão com galinha cozida que minha mãe faz. Gosto muito de ir para rua.

O momento mais triste da minha vida foi no colégio, pois os colegas me chamaram de burro e isso doeu. Minha professora Geli me defendeu e minha mãe também foi lá no colegio. O que eu mais gosto de fazer na escola é escrever. Eu gosto de tomar banho de rio na maré vazia. Gosto de dançar forró.

A minha mãe trabalha e eu fico em casa. Só saio quando ela chega para ir a casa da minha tia Tatai. Gosto de olhar o céu de noite por causa da lua.

O meu melhor amigo é Geizinho, filho de Raimunda, gosto de brincar com ele na rua. O meu sonho é ser policial e usar a farda marrom. Quero ter cinco filhos e tem que nascer tudo menina.

Autor: Ezequiel José dos Santos Silvano, 10 anos

Orientador(a): Vinícius de Cássio Serafim Silva e Émilly Reis Santos

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A juventude vivida por Gleisiele

Meu nome é Gleisiele e tenho 13 anos e nasci no dia 16 de dezembro de 2004 em Mas-

sapê, na Bahia, e foi dentro de casa mesmo. Minha mãe me disse que quando ela foi

ver eu já estava em cima da cama (risos). Então, eu nasci sem a ajuda de parteira ou

médico. O nome de minha mãe é Maria Berenice e o de meu pai é Antonio. Eu tenho 6

irmãos que são Mulato, Nadson, Nadilson, Dunga, Jau, Lica e uma irmã chamada Marielle. Tive

2 irmãos e 1 irmã que morreram, mas eu não cheguei a conhecer. Eu gosto da minha família

porque são pessoas boas. Hoje eu moro em São Francisco do Paraguaçu.

Eu sou uma menina que não gosta muito de sair de casa e prefiro ficar em casa ajudando a

minha mãe ou descansando. Só gosto de sair quando está no período de festas.

Eu não gosto muito de ir para a escola pois o que eu gosto é de dançar e o meu sonho é ser

dançarina. Nesse ano de 2018 eu fui chamada para fazer parte da fanfarra da cidade de São

Francisco do Paraguaçu para dançar e fiquei muito feliz. As apresentações da fanfarra são feitas

em outras cidades e eu já viajei para Cachoeira e Muritiba para apresentar.

A primeira vez que fui para uma cidade distante foi no ano de 2017, para Salvador, para o

evento de Jovens Cientistas na UFBA, realizado pela professora Rejâne e isso foi muito bom.

Fui junto com alguns moradores daqui de São Francisco do Paraguaçu.

Autor: Gleisiele Pereira da Invenção, 13 anos

Orientadora: Marglyn Anne Santana de Oliveira

Guilherme

Olá, meu nome é Guilherme Santos Costa, eu nasci em sua 27 de dezembro de 2007, em Sal-vador, Bahia. Meu pai é Fábio de Santana Costa, minha mãe é Rosimeire Conceição Santos, e meus irmãos são Fhael e Mycael. Nós moramos na Praça São José, aqui em São Francisco

do Paraguaçu. Temos dois cachorros, chamados Nino e Totó e seis pássaros.

Comecei a estudar aos 2 anos e agora estou no 5° ano, com 10 anos. Não gosto muito de estudar,

mas gosto de todas as matérias, principalmente português, porque minha mãe é professora. A

única matéria que não gosto mesmo é matemática.

O dia mais feliz da minha vida foi quando ganhei minha bike de meus pais e o dia mais triste foi

quando os ladrões invadiram minha casa, na época em que ocorreu muitos assaltos em minha

cidade. Um desejo que eu tenho é o de construir casas para as pessoas  que não tem e outro é o

de me tornar jogador de futebol, pois é um esporte que eu gosto muito de praticar.

Autor: Guilherme Santos Costa, 10 anos

Orientadores: Gabriel Batista dos Santos e Paulo Davi Santana

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Conhecendo um pouco da minha história

Eu sou Iana e tenho 6 anos. Meus irmãos são Mayane, Keylane, Jaba, Ian e a menina que

morreu quando ela tinha 2 anos. Eu moro com a minha avó e na casa da minha vó mora

meu irmão Jaba, Guilo que é meu tio e Neto que também é meu tio.

O que eu mais gosto de fazer é trabalhar varrendo casa e lavando os pratos e é bom por-

que eu ajudo minha avó. Quando eu crescer quero ser trabalhadora. Quero limpar a cidade para

deixar tudo limpo. Quando acabo de fazer as coisas em casa eu vou para casa de Marquinhos

brincar com ele.

Eu estudo na creche e gosto de ir para escola, é bom estudar. No recreio eu brinco de pega-pega,

esconde-esconde e de boneca dentro do colégio com minhas primas Gabi, Julia e Bruna.

No dia do meu aniversário eu fico muito feliz, porque eu ganho muitos brinquedos. As coisas

que eu mais gosto de comer são feijão, arroz, pimenta, macarrão, suco de maracujá e manga e

também gosto de doce.

Autora: Iana dos Santos de Jesus, 6 anos

Orientadoras: Priscilla Teixeira Figueiredo e Marglyn Anne Santana de Oliveira

Minha história

Eu me chamo Jeniedes Pereira dos Santos, tenho 17 anos e nasci no dia 12 de abril de 2001 em São Francisco do Paraguaçu. Moro na Rua Shirley com minha mãe, Maria Jenivalda (co-nhecida como Xuxa), meu pai José Carlos (conhecido como Zé Preto), minhas irmãs Nina de

15 anos, Jenilda de 20 anos, Patrícia de 22 anos e meus irmãos Kiko de 12 anos e Jorge de 18 anos. Minha irmã Patrícia mora em Salvador e há mais de um ano e sinto saudades dela. Gosto da minha família.

Estudo na Escola Estadual de Primeiro Grau de São Francisco do Paraguaçu, estou na 7° série, gos-to de português, matemática, geografia, ciências... de tudo! Mas resenhar é o que eu gosto mais.

Gostaria de fazer faculdade e me mudar daqui, mas ainda não sei qual profissão e curso que quero fazer.

Minha mãe teve um atrito com minha tia há mais ou menos 1 ano. Certo dia teve uma festa em Cachoeira e eu fui com uma menina do Iguape e minha prima, filha da minha tia, que foi escondi-da dela. Nós curtimos a festa e fomos pra casa da tia do meu namorado que chamou a gente pra dormir por lá. Minha prima foi dormir na casa do meu tio porquê estava com medo da minha tia. Ela, ao descobrir foi na casa desse meu tio com um pedaço de madeira na mão e bateu nela. Até hoje ela não fala com minha mãe e minha prima não fala mais comigo.

Aqui onde eu moro não tem muito o que fazer de lazer, e só gosto daqui quando tem festa. No dia a dia é chato. Eu gosto de sair só pra ficar na casa do meu namorado e ir pra festas com ele.

A história com meu namorado é um pouco divertida. Ele só ia lá em casa quando mainha estava na igreja. Até que um dia ele estava voltando pra casa dele subindo a ladeira, e no caminho ele se bateu com minha mãe. Eu já tinha falado dele pra ela que ele queria me pedir em namoro mas só não sabia quando. Nesse dia, quando ele se encontrou com minha mãe, eles desceram juntos lá pra casa e ele me pediu em namoro. Já estamos há 1 ano juntos.

Um fato que me deixou muito alegre recentemente foi ontem, quando minha sogra me deu um celular porque eu estava sem!

Fico triste por não ter conhecido minha avó materna e paterna.

Em relação a comida eu não gosto de comer muito, eu gosto de comer pouco. Não gosto muito

de cachorro.

Autora: Jenildes Pereira dos Santos, 17 anos

Orientadora: Grasiele de Santana Fonseca

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João, pé de feijão

Meu nome é João Antônio Sanches da Silva, tenho 9 anos, nasci em 7 de maio de 2009.

Moro na Rua da Praça São José. Moro com minha mãe Sílvia, meu pai Jaudemir, minha

irmã Amanda, meu sobrinho Arthur, minha irmã Vitória e meu outro sobrinho Samuel.

Estudo na Escola Maria da Hora Sanches de Santana, no 4º ano. Estudo de tarde. Minha matéria preferida é matemática. Gosto muito da festa de encerramento do ano na escola. Gosto de jogar bola, brincar de bicicleta, brincar com meus amigos e de assistir Superman. Gosto de comer tudo que é bom. Não gosto de dormir cedo nem de quando fico de castigo porque apronto.

Daqui de São Francisco do Paraguaçu gosto do CRAES que a gente vai, brinca, luta karatê, capoei-ra, joga bola. Gosto também da praça porque brinco de bola.

Autor: João Antônio Sanches da Silva, 9 anos

Orientadoras: Beatriz Alves Cerqueira Sena e Sacha Figueiredo Bahia

A história da minha vida

Meu nome é João Carlos de Oliveira Correia, tenho 21 anos, nasci em 19/12/1997, na ci-dade de Cachoeira. Meus pais são: Gildete Oliveira e Raimundo. Moro na Rua da Bica, em São Francisco do Paraguaçu, com minha mulher Ana Beatriz e Ruan Miguel, meu filho de 3

meses. Gosto muito da minha mulher e do meu filho, mas temos passado algumas dificuldades, às vezes falta fralda e leite.

Sou brigão, amigo, enraivado, sou bom jogador e torço pro Vitória.

Sempre morei em São Francisco, na minha infância era muito abusado, tenho vários cortes por-que pulava as cercas dos vizinhos para roubar milho e melancia. Quando tinha 13 anos, fui pego e contaram a minha mãe, quando cheguei em casa ela trancou a porta e me bateu.

Na escola eu era muito bagunceiro, batia na porta, quebrava as cadeiras tudo isso junto com os meus amigos Eliseu, Tatu e Teteu. Lá eu não gostava das professoras, elas eram muito mandonas, e gostava da merenda. Parei de estudar com 15 anos.

Aqui onde moro eu gosto do Porto onde tem a ponte e tomamos banho de maré. Aqui muitas pessoas são de Candomblé, as vezes vou para festas e gosto da comida e da música.

O dia mais feliz da minha vida foi o dia em que meu filho nasceu 25/02/2018 e o mais triste foi em 2014 quando minha mãe morreu. Tenho muitas lembranças dela, da gente conversando e rindo, às vezes ela me batia. Sinto muita falta dela.

Agora eu “tô” trabalhando na mata, retirando piaçava para fazer vassoura, eu gosto do meu trabalho. Saio 4:00 da manhã e volto às 13:00h para catar a piaçava. Com o dinheiro do meu trabalho consegui comprar Pinduca, meu jegue, e agora não preciso mais carregar a piaçava nas costas, ele me ajuda a tirar o sustento do meu filho.

Pra me divertir eu gosto de jogar bola, tomar banho de maré, ouvir funk e pagode e ir para as festas. A próxima festa que vou é o São Pedro do Iguape.

Autor: João Carlos de Oliveira Correia, 21 anos

Orientador(as): Melina do Divino Reis Santos, Rian Dantas Nunes e Ananda Evelin Genonádio da Silva Menezes

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Essa sou Eu

Meu nome é Lizandra Gomes Soares, nasci no município de Cachoeira no dia 19 de agos-

to de 2008, sou filha de Branca e Renato e meus irmãos são Renata, Rair e Matheus.

Sou uma menina alegre, divertida, brincalhona e sapeca. Gosto de lutas, como Karatê e

Capoeira, gosto de brincar de comidinha, pega-pega, esconde-esconde e de comer ar-

roz, feijão, galinha e frutas. Minha verdura favorita é batatinha, mas também gosto de quiabo.

Entrei na escola com 7 anos e agora estou com 9 anos e já estou no 4° ano. Na escola, gosto de fazer dever, brincar com meus coleguinhas e mais ainda da merendar. Meu momento mais alegre foi quando o meu pai veio me ver, pois ele mora no Sítio do Conde, e eu sinto muita saudade dele. Ele trouxe para mim vários presentes e eu dei um abraço apertado nele. Outro dia alegre, foi quando meu irmão mais novo, Matheus, nasceu. Um dia triste foi quando meu outro irmão nasceu morto, isso me deixou muito triste.

Gosto muito de morar em São Francisco do Paraguaçu e as datas que mais gosto é o São João e o meu aniversário, porque brinco muito e solto bomba. Meu ponto favorito da minha cidade

é o Porto, meu sonho é ganhar um tablet ou um celular e quando eu crescer, quero ser Pastora.

Autora: Lizandra Gomes Soares, 9 anos

Orientador(a): Gabriel Batista dos Santos e Ananda Evelin Genonádio da Silva Menezes

Queimaduras e inventuras

oi, meu nome é Luis Felipe Silva Ferreira, tenho 12 anos, nasci em Salvador no dia 26 de fe-vereiro de 2006, mas moro em São Francisco do Paraguassu com meus avós Zilda e Milton, meu tio Nilton e meu primo Wallace. Estudo na Escola de Primeiro Grau de São Francisco

do Paraguaçu e estou no 7º ano. Ah, sou do signo de peixes e faixa vermelha no Karatê do PET (Programa do Governo Federal para Erradicação do Trabalho Infantil).

Gosto muito de brincar de badoque no mato, de carrinho e de jogar futebol com meu melhor amigo Marcelo. Em minha casa tem uma padaria, mas meus avós não nos deixam brincar lá para a gente não se queimar. Minha família é enorme, porque eu ainda tenho mais três irmãs: duas moram em Salvador com minha mãe e uma aqui em São Francisco com meu pai.

Uma das coisas que marcou a minha vida foi uma queimadura com ferro de passar roupa e, de-pois, com café quente. Meu tio deixou o ferro ligado em cima da cama e eu coloquei a mão para ver se estava frio, só que não estava e levei uma baita de uma queimadura. Depois disso, eu estava querendo beber café, mas na hora que fui colocar em meu copo, algumas gotas caíram em minha mão. Foram experiências ruins, porque doeram demais. Outro acontecimento foi quando meu primo Wallace e eu estávamos brincando na porta perto de uma areia e vimos uma cobra coral. Corremos muito rápido pra chamar nosso tio e ele matar a cobra.

Gosto muito das festas daqui da cidade, principalmente aquelas de São João, Natal e Carnaval. Só que o clima tá um pouco complicado agora com essa greve dos caminhoneiros, porque atrapalha o transporte de muitas cidades. Aqui em nossa cidade ainda não afetou, porque não dependemos tanto da gasolina para viver.

Na minha escola, minha matéria favorita é matemática e quando eu crescer, quero ir estudar em Salvador para me tornar um grande inventor. A oficina de drone do professor Jorge que me fez querer ser inventor e já estou esperando pela próxima.

Autor: Luis Felipe Silva Ferreira, 12 anos

Orientador(a): Bruno Rafael Conceição e Laís Peixoto Machado

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Minha história

Meu Nome é Luis Guilherme, tenho 6 anos, moro perto da Sede do Quilombo. Eu gosto de

brincar de Bola, desenhar baleia e assitir desenho. Moro com meu pai, minha mãe e meus

irmãos, é divertido morar colm eles.

Estudo na Maria da Hora, e a coisa mais coisada foi quando Eduardo bateu a cabeça em José Roque. Na escola eu também pertubo os meninos.

Eu fico triste por que sou pequeno e não posso pescar com meu pai e meu tio Da Mata, ai fico em casa bagunçando e fico de castigo.

Eu acho que sou uma criança legal.

Autor: Luis Gulherme Reis dos Santos, 6 anos

Orientador: Nestor Barbosa de Oliveira Júnior

Como é minha família e alegria

Eu sou Manuela de Santana Leitão, tenho 9 anos, nasci em São Francisco do Paraguaçu. Sou filha de Roberta e Manoel, tenho 5 irmãos, três moram em Iguape e uma menina que mora em Cachoeira. Eu estudo terceira série do quarto ano na Escola Maria da Hora Sanches de

Santana .

Eu gosto da minha mãe porque minha mãe é o meu coração da paz e demais. Eu gosto de meu pai, adoro e sinto falta. Eu gosto do meus irmãos Érick, Pepeu, Tatu e Nê de Fafá. Eu estudo e mi-nhas amigas são Verônica, Mariane, Ana Clara e Sandriele. Adoro morango, tenho medo de gente estranha, pois elas têm maldade.

Eu tive um cachorro que se chamava princesa e ele morreu atropelado, eu chorei muito e meu coração partiu por dentro. Gosto de tomar banho de mar, bolo de chocolate, estudar , minha professora é muito boa.

Agradeço a todos pela presença, eu gosto de receber atenção e eu quero um dia ser alguém na vida. Se eu não for alguém na vida, não irei a nenhum lugar. Na vida, eu quero ser médica e tam-bém ser faxineira. Obrigada pela atenção.

Autora: Manuela de Santana Leitão, 6 anos

Orientadora: Fábia Silva de Oliveira Junqueira

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Minha história de vida

Meu nome é Marcelo Henrique Brito dos Reis, tenho 13 anos, nasci em São Francisco do

Paraguaçu, no dia 17 de março de 2005. Moro com a minha mãe que se chama Marce-

la, meu Pai Paulo e minhas irmãs Rafaela e Daniela. Gosto de empinar pipa, jogar bola,

brincar de pega-pega, chuta lata e gangorra.

Meu sonho é ser Médico Veterinário porque gosto de animais, tenho um passarinho, um burro chamado Negão, quatro cachorras chamadas Galega, Lesse, Cequine e Vemelha.

Uma história um pouco engraçada e triste que aconteceu na minha vida foi no dia que mainha saiu para viajar e deixou meu pai tomando conta de mim. Ele esqueceu que eu estava em casa e foi dormir. Puxei a televisão da tomada e ela caiu em cima de mim. Fiquei vermelho e só conse-guir sair quando mainha chegou de viagem para me salvar.

Outro fato engraçado e doloroso que aconteceu na minha escola no dia que Mainha foi chamada pelo diretor da escola porque eu tinha brigado com outro menino. Depois da conversa, mainha me puxou pela orelha até chegar no meio da sala e me deu um bucado de murro nas costas. Nun-ca mais briguei com ninguém na escola.

O dia mais triste da minha vida foi quando minha vó morreu. Ela era muito especial para mim, íamos para o mangue e para roça junto. Sinto muita falta dela.

Autor: Marcelo Henrique Brito dos Reis, 13 anos

Orientadora: Émilly Reis Santos

Ousadia e Alegria

Meu nome é Marcos Antônio, tenho 31 anos e nasci em Salvador no dia 15 de dezembro de 1986. Morava na Av. San Martins e há 5 meses estou morando em São Francisco do Paraguaçu. O que eu mais gosto daqui é o clima, é um lugar tranquilo, gosto das pessoas

e da praia.

Minha maior felicidade foi o nascimento do meu filho, em 28 de janeiro de 2015 lá em Salvador. O nome dele é Thales Kaleb, ele continua morando em Salvador com a mãe, mas eu quero me estabilizar aqui e trazer ele para morar comigo. Meu menino é muito sorridente, alegre e trouxe essa felicidade para todos da família. Sinto muita saudade dele, mas é difícil visitar ele porque estou começando no trabalho aqui e por isso não posso faltar.

Tive que me mudar para São Francisco do Paraguaçu por causa da padaria. Um colega meu de Salvador comentou que ia abrir uma padaria aqui e me chamou para trabalhar aqui. Hoje eu sou padeiro, acordo todos os dias as 6 da manhã para fazer meu trabalho e gosto de trabalhar aqui.

O futuro que eu quero é um país melhor para a gente, pois eu não estou sozinho no mundo. Tinha que mudar a política para o país ser melhor. Primeiramente muda o governo para mudar a edu-cação, saúde e tudo. Eles precisam inverter o lado, passar por tudo que os pobres passam para ver se eles iam querer isso para a vida deles, porque para falar bem de algo a gente precisa viver para dizer se é bom ou ruim.

Autor: Marcos Antonio Souza Brito, 31 anos

Orientadoras: Priscilla Teixeira Figueiredo e Sacha Figueiredo Bahia

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A história de Marquinhos

Meu nome é Marquinhos. Tenho 5 anos. Eu moro na Rua Custódia em São Francisco do Pa-

raguaçu. Eu moro com Tatá e Hermínio, meus pais. Não tenho irmãos.

Eu estudo na Escola Maria da Hora Sanches de Santana. Na escola eu faço prova e presto atenção na aula. No recreio é a hora que os meninos correm e eu brinco de pega-pega, pique alto e polícia e ladrão. A Pró conta a história do lobo vestindo a roupa. Minha mãe ou meu pai que vão me buscar na escola. Em casa eu brinco de carro e bala.

Quando eu crescer quero ser motorista de ônibus porque eu viajo para Salvador e Cachoeira e gosto de viajar de ônibus e gosto de ônibus.

Aqui em São Francisco do Paraguaçu tem assalto e os bandidos vêm de carro e rouba tudo. De dia todo mundo fecha as portas porque a polícia vai atrás do ladrão e é perigoso.

Autor: Marcos Santos de Jesus, 5 anos

Orientadora: Marglyn Anne Santana de Oliveira

Maria Luiza

Eu me chamo Maria Luiza Sacramento Sanches nascida em São Francisco do Paraguaçu no dia 01/05/2002. O parto foi complicado porque nasci com o cordão umbilical no pescoço, eu e minha mãe podíamos morrer. O parto foi feito por Mãe Nicinha que também era irmã

da minha Bisa Preta, que Deus hoje em dia a ponha em um bom lugar.

Minha infância não foi muito legal porque eu passei a maior parte dela em prédio, na cidade de Salvador. Não podia sair porque a minha mãe trabalhava e minha avó também. O mais engraçado da minha infância era ter que comer cebola, tomate e pimentão atrás do marido de minha avó. Hoje em dia minha mãe não vai mais visitar minha avó, mas ainda me lembro desse tempo. Outra coisa engraçada era quando eu e minha prima saíamos de dentro de casa para comer areia, eu botava minha prima nas costas e íamos brincar.

Depois que nós crescemos parece que a vida muda e as pessoas mudam as suas maneiras de ser. Hoje em dia, minha prima de 16 anos já teve o seu primeiro filho, ele tem 3 meses de vida eu penso como se o filho dela também fosse meu.

Eu moro com minha mãe e mais três irmãos, um não mora com a gente.

Eu sofria muito bullying na escola quando eu tinha 12 anos e sofro até hoje. Na semana passada, o professor me viu balançando na cadeira, mas meus colegas também estavam fazendo isso, só que ele só falou comigo sobre “parar de mexer na cadeira porque eu ia quebrar e machucar a minha colega que estava atrás de mim”. No outro dia, ele me chamou para falar com a diretora mas ele não contou o que ele falou de verdade e eu não disse nada sobre isso.

Festas acontecem. Eu amo o Natal e o Carnaval que é o mês que eu mais gosto na minha vida, acho super-mega-legal.

Tristeza só foi a morte de meu primo, porque mataram ele e ninguém sabe quem foi. Mas graças a Deus eu não estava no momento que aconteceu em São Francisco.

Autora: Maria Luiza Sacramento Sanches, 16 anos

Orientadora: Carolina Monique de Oliveira Dantas

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Mariele

Meu nome é Mariele, eu tenho 16 anos. O nome da munha mãe é Maria e o nome do meu

pai é Nairton e moramos em São Francisco do Paraguaçu.

Estudo na Escola Estadual de Primeiro Grau São Francisco do Paraguaçu e as matérias que eu mais gosto de estudar são português e inglês.

O que eu mais gosto de fazer é o dever da escola e dançar na fanfarra com as minhas amigas. Somos muito boas nisso.

Para ajudar em casa eu faço faxina, dou uma parte do dinheiro para minha mãe para ajudar em casa e a outra parte eu uso para comprar roupa e me sentir bonita.

A minha mãe não pode pegar nem em sabão e nem em água sanitária porque ela tem uma micose nas mãos, por isso eu faço as coisas dentro de casa, eu lavo roupa, lavo prato, lavo banheiro e também faço comida, e também para ajudar ela.

O que mais me deixa feliz hoje é saber que eu tenho a minha mãe na minha vida e ela está ali para me ajudar em tudo, é saber que eu tenho os meus pais e amor.

Autora: Mariele Pereira da Invenção, 16 anos

Orientadora: Ana Maria da Paixão Barreto

As aventuras de Mona

Sou Monaliza Costa Pinheiro e tenho 11 anos. Moro na Rua das Flores, em São Francisco do Paraguaçu, com minha mãe Sara, minha irmã Cássia, meu irmão Eduardo e meu padrasto Raonir. Nasci em São Félix, no dia 29 de abril. O que eu mais gosto é de ficar no celular, fico

teclando no Face com gente daqui mesmo. Gosto de comer lasanha, feijão branco que mainha faz, macarrão de forno, moqueca de arraia, de caranguejo e de aratu. Tem vez que eu gosto de brincar de boneca, esconde-esconde, futebol. Treino futebol dia de terça e quinta no CREAS. Gosto de jogar capoeira e lutar Karatê no CREAS também. A gente vai pra lá todos os dias. Gosto da minha irmã e gostei quando ela nasceu. Ela tem 4 anos. Quando eu tinha 8 anos minha avó faleceu. Eu gostava muito de brincar com ela. Fiquei triste. Poucos dias depois meu eu avô morreu. Ele tinha cortado a perna porque ele bebia muito.

Eu não gosto de ler na escola porque os colegas ficam rindo quando a gente erra. Mas em casa eu gosto. O que eu não gosto da escola é que tem gente que fica rindo da gente, me batendo, me abusando. Lá todo mundo faz o que quer de errado e quando eu faço alguma coisa o professor briga e diz que vai falar com meu pai. Gosto quando não tem que ir pra escola e gosto da hora do recreio porque a gente fica brincando. Gostei muito da atividade do blog da turma que a profes-sora Rita mandou a gente fazer. A gente se divertiu e aprendeu. Gostei muito da minha festa de aniversário de agora, 29 de abril. Mas eu gosto de receber presentes, porque o povo acha que eu faço festa pra ganhar presente.

Daqui de São Francisco do Paraguaçu eu gostei da festa do dia das mães que teve no Porto. Co-locaram um paredão e minha mãe se divertiu muito. Gostei da festa de Natal. Teve muita coisa boa. A festa foi no palco. Eu não gosto do povo que fica brigando na rua e nas festas. Uma vez eu levantei de noite pra beber água e vi uma coisa brilhante passando. Muita gente também viu. Passou no jornal que foi um meteorito.

Autora: Monalisa Costa Pinheiro, 11 anos

Orientadoras: Beatriz Alves Cerqueira Sena e Melina do Divino Reis Santos

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NADSON

Moro em São Francisco do Paraguaçu na Rua do Porto, com meu pai Nairton e minha mãe

Maria. E mais 3 irmãos. Sou o caçula. Já tenho duas sobrinhas, uma mora em Iguape e

outra em Alagoinhas. Meu pai é caçador e costumo caçar com ele. Comecei a caçar aos 12

anos. Tenho facilidade em conhecer pessoas, me considero tímido, gosto de trabalhar: caço e

pesco. Meu defeito é não gostar de estudar.

Eu gosto de jogar bola, passear com meus amigos, ir para festas me divertir, ficar acessando na internet, paquerando, ir na praia do Porto aqui de São Francisco e ouvir música, gosto da música de Mc Kekel. Sou torcedor do Vitória e ele tá muito mal.

Não gosto de gente briguenta e gente que tira onda.

Uma coisa marcante na minha vida foi a morte da minha vó, Dona Dendê. Quando era pequeno eu tinha cinco anos, minha vó ajudava minha mãe a cuidar de mim, eu fiquei muito triste e minha família também.

Minha infância foi muito feliz porque eu brincava muito com meus amigos de esconde-esconde. Um momento feliz é meu aniversário, porque vejo muitas pessoas e comemoro.

Eu não gosto da escola, porque era pra gente já nascer sabendo de tudo. Gosto da resenha com meus amigos no recreio.

Autor: Nadson Pereira da Invensão, 17 anos

Orientador(as): Melina do Divino Reis Santos, Rian Dantas Nunes e Ananda Evelin Genonádio da

Silva Menezes

Eu, minha família e história

Meu nome é Natália do Carmo Pereira, tenho 13 anos, nasci dia 26 de outubro de 2004, em Santo Amaro, na Bahia. Eu moro em São Francisco do Paraguaçu, município de Cahoeira. Sou filha de Erivaldo e Joselice, meu pai e minha mãe se separaram e nesse dia eu fiquei

muito triste com a separação deles, sentei na varanda e fiquei pensando o porque isso aconte-ceu. Depois que eles não estavam mais juntos eu tive que me mudar para a cidade de Cachoeira, era muito ruim, eu não saia e não tinha amigos. Resolvi voltar para morar com meu pai, e na casa que eu moro tem seis pessoas que eu amo muito. Tenho uma irmã chamada Nataly, ela é legal comigo, não “perua” as coisas que eu faço, mas ela mora com minha mãe e não quis vim embora porque faz curso de enfermagem. Ela me visita no final de semana.

Minha mãe mora distante, mas trabalha na Escola Maria da Hora Sanches de Santana na merenda da escola e eu sempre vou ver ela lá. Eu estudo na Escola Estadual de Primeiro Grau de São Fran-cisco do Paraguaçu. Quando é feriado da escola eu não gosto, porque eu queria que não tivesse para ver meus amigos da escola. Gosto muito da escola, pois abuso com as meninas, participo da fanfarra, das danças e etc. O nome de minhas amigas são: Ana Cristina, Laiane, Marly, Maiana, Érica e Kailane.

Para me divertir eu tomo banho de mar, jogo bola sábado e domingo e apronto com as meninas. No Ano Novo eu fiquei triste, sempre passava com minha mãe e esse ano não passei. Mas, me diverti com meus amigos, dancei, escutei som e brindei com champanhe.

Um fato triste que aconteceu na minha vida foi a morte de Dona Tonha, era uma mãe pra mim, eu senti tanto, gostava muito dela, eu tinha um amor grande por ela. Outro fato, foi quando eu tinha 11 anos e minha mãe alisou meu cabelo, ele era black e eu gostava, mas minha mãe inventou essa moda de alisar, eu coloquei trança. Só que no carnaval o meu cabelo encheu de farinha e deu trabalho para sair que tive que cortar.

Meu sonho é ser dançarina e crescer na vida. Eu sou feliz e humilde, muito obrigada a quem vai ler esse texto.

Autora: Natália do Carmo Pereira, 13 anos

Orientadora: Fábia Silva de Oliveira Junqueira

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Um relato da vida de Natiele

Eu sou Natiele Vitória e tenho 14 anos. Nasci no dia 7 de Fevereiro de 2004 na minha pró-

pria casa. O parto foi normal e foi feito por uma parteira chamada Nicinha da Silva Soares

que já morreu. Moro com minha mãe Vera Lúcia e com meu pai Wellington Silva e tenho 4

irmãos sendo que eu sou a caçula. Tenho uma convivência maravilhosa com minha família

e as pessoas são generosas. Vivo em São Francisco do Paraguaçu, município de Cachoeira (BA),

onde acontece várias festas neste local e nós, cidadãos da comunidade, gostamos, aproveita-

mos e nos divertimos bastante.

Na minha casa ajudo os meus pais a fazerem as tarefas do dia a dia e tenho os meus horários em que faço os meus deveres da escola e acesso à internet. Sempre gosto de estar fazendo coisas novas e não ficar repetindo as mesmas brincadeiras. Algo que foi importante para mim foi o ca-samento de uma das minhas irmãs em que eu fui florista. Entrar na igreja nesse momento foi um nervosismo, mas ao mesmo tempo algo muito especial pois eu estava ali presente. A chegada de meus 3 sobrinhos também foi algo muito especial.

Eu estudo na Escola Estadual de Primeiro Grau São Francisco do Paraguaçu e estou no 9º ano. Na minha escola eu me dou bem com todos e independente do que acontece, gosto do ambiente e é um lugar em que estamos buscando nossos objetivos para ser uma pessoa de bem na sociedade e aprendendo a começar a vida.

Eu tenho o sonho de viajar para conhecer os lugares do mundo. Hoje eu penso em fazer alguma faculdade em que eu possa conhecer áreas diferentes dentro das ciências exatas. Desejo muito achar um bom trabalho no futuro para ajudar minha família e às pessoas que precisam.

No local onde eu moro tem um convento que é um patrimônio histórico e artístico e é bem co-nhecido por pessoas de variados lugares. Nesse lugar cada pessoa tem a sua cultura, suas mani-festações, crenças e suas diversidades.

Um fato importante do Brasil foi a greve dos caminhoneiros que aconteceu em Maio de 2018 e trouxe consequências pouco esperadas pelos nossos governantes e essas paralisações reduzem o ritmo da economia. Para a sociedade, os prejuízos foram grandes e acabou abrangendo os mer-cados e os transportes públicos. Para nós de São Francisco do Paraguaçu, no lugar onde moramos a greve não prejudicou tanto quanto nas cidades grandes, mas eu aprendi com ela que devemos

votar nas pessoas certas e dar valor ao que temos.

Autora: Natiele Vitória Batista Pereira, 14 anos

Orientadora: Marglyn Anne Santana de Oliveira

Oi, meu nome é Pablo!

O meu nome é Pablo Aimar Freire Brito, tenho onze anos, sou filho de Virgílio Freire Brito – que todo mundo chama de Cheiro Mole – e de Denise Moises Freire, tenho seis irmão e um sobrinho pequeno chamado Davi. Eu sou daqui de São Francisco do Paraguaçu e gos-

to muito daqui porque é bem tranquilo. Os meus pais são a coisa mais importante para mim porque eles gostam de mim e me criam. Gosto de ficar com eles e também de ir trabalhar com meu pai.

Eu gosto de fazer um bocado de coisa, mas o que eu gosto mesmo é: assistir desenho (Dragon Ball Z e Liga da Justiça); assistir filme de heróis (Thor, Batman e Robin); brincar com meus amigos de pega-pega, esconde-esconde, polícia e ladrão, galinha gorda, futebol e brincar de Goku; lutar Karatê e treinar dia de quinta e sexta-feira; de ir trabalhar com meu pai de manhã cedo para ir plantar e colher um bocado de coisa (aipim, cria-menino, cajá, cebola, pimentão e melancia); também gosto de responder o dever de casa e ir para a escola estudar ciência porque é a matéria que eu mais gosto, mas não tive aula de ciência até agora.

A única coisa que eu não gosto é que quase todo dia três meninos me batem no colégio. O nome deles são: Edson, Eduardo e Guilherme. Eles me dão tapa, murro e jogam pedra – a minha sorte é que eu saio da frente delas e elas não pegam em mim. Eu falo para a professora: “Pró, os meninos estão me batendo”, mas ela só coloca eles de castigo e depois eles fazem tudo de novo. É, acho que é só isso que não gosto...

O momento mais feliz da minha vida foi quando eu comprei um caderno que eu sempre quis. É um bonito, da capa roxa, que tem um homem fazendo um golpe de Karatê. Eu juntei o dinheiro que ganhava levando água para minha mãe e para a minha irmã, aí comprei ele. Tem pouco tem-po. Só usei a primeira folha toda e da de trás só uma parte.

Quando eu crescer eu quero estudar em Salvador e ser Dentista. Aí volto para cá e ajudo meus pais, meus irmãos e meu sobrinho Davi. Eu só quero que quando eu voltar tenha a academia para eu treinar Karatê e musculação e quero que tenha também uma biblioteca boa e grande para eu ler os livros.

Autor: Pablo Aimar Freire Brito, 11 anos

Orientador(a): Rian Dantas Nunes e Ana Maria da Paixão Barreto

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O importante é ser feliz

Eu sou Pedro Henrique Costa da Conceição, tenho 10 anos estudo na Escola Maria da Hora.

Nasci em Salvador, no bairro das Pedrinhas. Com 5 anos, mudei pra Santo Amaro e moro

em São Francisco do Paraguaçu desde os 6 anos de idade. Vim morar com meus pais na

casa de minha avó por parte de pai, mas meus pais se separaram tem 1 ano. Eu acho normal a

convivência com eles, vejo meu pai todo dia, e minha mãe também. Moro com meu pai na casa

de minha avó, mas moro com minha mãe também. Na verdade, a minha casa é com minha mãe,

mas gosto de dormir lá em meu pai, com minha avó Lene, e meu tio Marinho.

Eu gosto de lutar Karatê, faço isso dia de quarta e sexta, de manhã, porque eu estudo de tarde. Gosto de jogar bola, lutar Judô e Tae-kwon-do, brincar de vôlei e brincar na praça. O nome do meu melhor amigo é Caio. Gosto de comer camarão, tomar café, merendar biscoito com suco, gos-to de jogar Sinuca em Danilo, e os policiais nem me pegam lá, gosto muito de fazer atividade com a Ufba também. Uma das coisas pra o bem que me marcou foi quando eu tinha 7 anos, fui na casa de meu padrinho, Jailson, na Rua Nova, e tomei banho de piscina. Ele é rico, tem dois mercados em Santo Amaro e vem aqui de vez em quando.

Uma coisa ruim que eu lembro na minha vida foi quando roubaram minha mãe duas vezes no mercadinho, e meu pai uma vez, ele de carro, atrás de mercadoria, e levaram tudo dele. Já me roubaram no Porto duas vezes, roubaram dois celulares meus, o último nesses dias, um LG k10. Foi muito ruim. Eles puxaram a arma, colocaram meu primo que tava comigo na parede e man-daram eu subir de mão pra cima. Agora tá bom aqui porque tem policial.

Eu tenho uma jega que marcha de lado, o nome dela é Dona Caetana e um pitbull chamado PVP. Eu sempre quis ir pra Salvador com a Ufba, mas quando levaram os meninos, não pude ir pois fui acompanhar minha mãe num exame. Quando eu crescer, quero ser professor de Karatê, porque não me importa o dinheiro, o importante é minha vida, é ser feliz.

Autor: Pedro Henrique Costa da Conceição, 10 anos

Orientador: Vinicius de Cassio Serafim Silva

Minha história

Olá! Eu me chamo Phellipe Batista Santos e essa é a minha história. Tenho 6 anos e moro no São Francisco do Paraguaçu na Rua do Tanque com minha tia Laisa, Mirele, meu pai Arielson e minha avó e meu avô. Minha mãe mora em Salvador e eu amo a minha família.

O que eu mais gosto de fazer é brincar com meu amigo (que considero como primo) Eric, de bola, bicicleta, skate... Uma vez cai embolando de skate no “pinicão” e me sujei todo.

Eu gosto da minha escola e também da minha professora Linete e Mila. Elas são legais e fazem muitas brincadeiras.

O fato marcante que aconteceu na minha vida foi quando eu fui visitar a minha mãe em Salvador e foi muito legal! Já cheguei pulando direto na piscina quando eu cheguei na casa da minha mãe. Eu gostei muito!

Outra coisa que me marcou foi uma viagem para Salvador com meu primo Eric.

Onde eu moro foram criadas duas padarias novas. Tem pão de cenoura, bolo...um bocado de coisa.

No futuro quero ser Médico porque acho que é legal.

Autor: Phellipe Batista Santos, 6 anos

Orientadoras: Grasiele de Santana Fonseca e Sacha Figueiredo Bahia

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Queilane

Eu me chamo Queilani. Tenho 10 anos de idade, mas não sei a data do meu aniversário.

Minha mãe se chama Maria da Paixão, mas ela não fica comigo porque ela fica doente

as vezes. Meu pai se chama Raimundo, mora em outra cidade e trabalha no mercado. Eu

moro com a minha avó Maria, tenho 5 irmãos: Mariana, Iana, Ian, Jaba, Ivana. Só o Ian que

mora com o pai dele, todos os outros moramos juntos. Sou a irmã mais nova.

Eu tenho muitos melhores amigos como a Samara, Natalie, Rauana, Ana Clara, Marquinhos, Hillary, Tauan, Israel, Ana, Nega e Monalisa.

Minhas brincadeiras preferidas são pega-pega, esconde-esconde e pega-pega ferrinho no alto. Minhas comidas preferidas são pizza de queijo, bolo de chocolate e macarrão. A música que mais gosto é “Alô Dono do Bar”.

Estou no terceiro ano na Escola Maria da Hora Sanches de Santana e minha professora se chama Cristina. Ainda não leio e escrevo bem. Mas gosto de Matemática, principalmente de fazer contas de menos.

Eu acordo, tomo café com pão e queijo. Depois lavo os pratos, varro a casa, tomo banho, saio na rua para brincar e a tarde vou para a escola.

Eu gosto de ir na Igreja Universal e da história de Jesus.

O evento mais marcante da minha vida foi o aniversário da minha avó porque teve festa com comidas gostosas e foi muito feliz.

Eu só viajei uma vez na minha vida que foi para Saubara.

Eu não gosto de quando tem roubo no quilombo, no mercado, e de quando me xingam de alguma coisa ruim. Mas gosto muito do samba que acontece às vezes porque eu adoro dançar.

Autora: Queilane dos Santos de Jesus, 10 anos

Orientadora: Carolina Monique de Oliveira Dantas

Rafael

Eu sou o Rafael Freire de Brito. Eu descobri hoje que meu aniversário é dia 24 de julho, eu tenho 8 anos! Sou filho do Virgílio, que tem 44 anos e vende manga. Minha mãe é a Denise, que tem 32 anos e cata siri para vender. E tenho 14 irmãos, mas uma parte eu não conheço

porque mora em Coqueiros. Meus irmãos que moram comigo são Andrey, Elisa, Pablo, Tamires, Mike e Vinícius. Meu sobrinho David, filho de Tamires, tem 3 anos e mora comigo também. Eu tenho um cachorro, mas ele não tem nome.

Eu estudo na Escola Maria da Hora Sanches de Santana e estou no terceiro ano. Minha professora se chama Cristina. Meus melhores amigos são Micael, Jackson e Michel. Eu estudo das 13h as 16h30. Na escola eu faço dever e brinco. Na hora da merenda, eu como macarrão e as vezes min-gau. Minha história preferida é a da “Chapeuzinho Vermelho” por causa da música. Eu não tenho computador na minha casa, mas já brinquei no tablet do meu irmão.

Minha comida preferida é morango, mas eu nunca comi, só vi um homem vendendo na rua. Gosto muito de fato de boi que minha mãe faz.

Quando eu acordo, eu como pão puro com café e ajudo minha mãe lavando pratos, varrendo a casa... Também ajudo com o siri, eu pego a faca e tiro a casca para separar a carne dele. Brinco com meu sobrinho, o Davi, de cavalo; almoço e vou para escola andando sozinho.

Eu gosto de andar de cavalo com o Micael, de brincar de “cavalinho de pau” e de “polícia e ladrão”. Quando eu crescer eu quero ser policial! Meu super-herói preferido é o que tem a capa vermelha (Super Homem).

Eu tenho aula de Karatê de quarta e sexta feira. Sou faixa branca e a mudança de faixa vai ser na cidade de Salvador. O meu professor se chama Gerson e mora em Cachoeira.

Um acontecimento que eu não gostei foi quando o ladrão roubou dinheiro no mercadinho. Tam-bém aconteceu uma coisa que me marcou foi meu tio que a polícia matou com três tiros. Ele foi enterrado ontem, isso aconteceu em Maragogipe.

Um acontecimento que eu gosto no quilombo é quando tem o samba. Os adultos e as crianças podem ir e é muito legal.

Autor: Rafael Freire de Brito, 8 anos

Orientadora: Carolina Monique de Oliveira Dantas

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Rafael Luiz

Meu nome é Rafael Luiz Pereira Sanches, tenho 14 anos, nasci no dia 22 de junho de 2003,

em Salvador, Bahia. Moro atualmente com meu pai, pois minha mãe faleceu quando eu es-

tava com apenas 9 meses.  Tenho um irmão que se chama Luiz Henrique Pereira Sanches,

estudo perto de casa, estou fazendo o 9° ano é faço curso no Centro de Ensino Cedaspy. Já tive

um cachorro chamado Bob, mas ele faleceu.

Moro na San Martins, Rua Paulo Maia. Em 21 de junho de 2014 ganhei um carro de controle re-moto “irado”, quando eu levei para escola meu amigo quebrou, eu acho que foi ele não tinha um e ficou com inveja. Tenho alguns amigos chamados Jackson, Guilherme e Matheus.

Um dia triste na minha vida foi a morte de minha avó e de meu primo. Outro dia triste foi quando briguei com meu primo e deu um murro nele.

Gosto de jogar bola, sou tricolor de aço, gosto muito de ir para o Estádio ver o jogo do Bahia. Quando eu me formar, quero estudar para me entrar na Polícia Federal.

Um desejo que tenho em relação ao Brasil, é a mudança desses políticos que não olham para o povo pobre da periferia.

Autor: Rafael Luiz Pereira Sanches, 14 anos

Orientadores: Gabriel Batista dos Santos e Paulo Davi Santana

A história de Ruan

Moro na rua nova em São Francisco do Paraguaçu, com minha mãe Renilda, meu pai An-tônio e meus irmãos Meeno, Mendson, Antonio Carlos, Adriane, Leia Oamira, Dedbora e Lídia. Nasci em Cachoeira e faço aniversário dia 5 de junho.

Faço treino de bola, gosto muito de jogar! Sou zagueiro. Também gosto de um bucado de coi-sas, gosto de estudar, porque é bom. Gosto de assistir desenho, o meu preferido é Tom & Jerry. Gosto de brincar de espião, pega-pega, tocar bomba pique-alto e esconde-esconde. Gosto de comer arroz, feijão, frango, carne de boi, churrasco, lasanha, gosto de tudo.

Eu fiquei muito fliz quando ganhei um tablet do meu tio, mas a bateria pifou e eu fiquei muito triste.

Gosto da escola porque eu gosto muito de ler. Não gosto quando os meninos ficam xingando minha mãe. Gosto de artes, matemática, ciências, gosto de todas as matérias.

Aqui em São Francisco do Paraguaçu gosto de ir ao Porto e jogar bola. Um fato marcante que me lembro é que por esses dias o depósito ficou puro de gasolina, que acabou por causa da greve do caminhoneiros. Aumentou o preço do arroz e do feijão também.

Autor: Ruan da Cruz Garcia, 9 anos

Orientadoras: Beatriz Alves Cerqueira Sena e Melina do Divino Reis Santos

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Essa é minha história

Meu nome é Samara Garcia de Carvalho, eu nasci em Cachoeira, no dia 30 de julho de

2009. Um fato curioso é que na sala de parto, no momento do meu nascimento um

homem desconhecido entrou na sala gritando e o médico precisou tirar ele e trancar a

porta. Sou filha de Marília e Paulo, tenho dois irmãos, Samuel, de 2 anos, e Anderson

de 19 anos. Moro com meus pais e com meu irmão Samuel e ajudo minha mãe nas tarefas de

casa e a cuidar do meu irmão, dou banho e tomo conta dele.

Eu estudo na Escola Maria da Hora Sanches de Santana, lá eu gosto de fazer as atividades, prin-cipalmente matemática, e de brincar no Recreio. O que eu não gosto na escola são de alguns meninos que me batem. Minhas melhores amigas são: Lizandra, Ana Clara e Brenda.

Um momento ruim da minha vida foi quando dois colegas da escola se bateram e um deles “que-brou” a cabeça, saiu muito sangue! Eu chorei muito. Um momento feliz foi a festinha de Carnaval que aconteceu em 2018, eu joguei muito confete e dancei com as alunas da UFBA.

Um acontecimento marcante na minha cidade foi quando muitos ladrões vieram pra cá e aconte-ceram muitos assaltos, em 2016... Eu fiquei desesperada! Outro momento que me chamou aten-ção foi quando vi, na TV, que estava chovendo muito em Salvador. Fiquei triste porque as ruas estavam alagadas e árvores caíram. Por fim, quando eu crescer, quero ter um celular e ser uma cabeleireira.

Autora: Samara Garcia de Carvalho, 9 anos

Orientador(a): Gabriel Batista dos Santos e Ananda Evelin Genonádio da Silva Menezes

A minha história começa assim...

Meu nome é Tiago Fernandes da Silva, tenho 18 anos, nasci em 10 de fevereiro de 2000, moro em Santiago do Iguape, e nasci em Cachoeira, Bahia. Moro com minha mãe, Alaili Fernades da Silva (Liu), minha irmã, Taise Fernandes da Silva e minha sobrinha, Isis Fernandes da Silva.

Eu sou nervosinho, segundo minha namorada, um pouco ignorante, mas também sou carinhoso, educado, bondoso, alegre, sou de fazer amizade facilmente. Estudo no Colegio Estadual Eraldo Tinoco, 1º ano do ensino médio.

Na infância, jogava gude com colegas, gostava muito de empinar pipa. A partir dos meu 8 anos de idade, meu pai nos deixou, separou de minha mãe, ficou morando 3 anos em Santiago, na casa de seus pais, indo embora depois pra Cachoeira. Gostava muito de jogar no notebook, gostava de desenhar também. Gosto muito de passear, conhecer lugares novos, outras cidades, lugares turís-ticos, interessantes. Eu cresci ajudando meu pai, a fazer entrega com caminhão,

Nessas entregas que eu fazia com meu pai, eu vi uma menina que se chama Maria Luiza. Desde que a vi na rua pela primeira vez, me encantei com ela. Pedi pra sair com ela, mas ela me dispen-sou 3 vezes, até ela aceitar, no dai 29 de abril de 2017, e no dia 21 de maio eu pedi pra mãe dela me liberar para que eu pudesse namorar a filha dela e ela liberou. Daí então, fizemos um ano de namoro agora dia 21 e estou muito feliz e agradeço muito a Deus pela pessoa que Ele botou na minha vida.

Tenho um amigo, que chamo de irmão, mas ele não mora perto, o nome dele é Jonathan, mora em Sapeaçu, conheço ele desde os 11 anos, conheci em Salvador. Nos conhecemos através de um joguinho, um jogo de playstation que eu tinha e ele me pedia emprestado, dai surgiu uma amizade que dura até hoje.

Aconteceu um coisa bem ruim, que me marcou muito: o falecimento da minh avó, há cerca de 1 ano meio a trás. Me senti muito triste, pois era muito apegado a ela, todo dia eu estava na casa dela, mínimo umas 3 vezes por dia. Uma coisa que me marcou foi quando um conhecido meu to-mou um tiro na perna ao meu lado, no Iguape, há cerca de 4 anos. Ver ele naquele estado, estando bem próximo a mim, me chocou bastante. Hoje ele está bem, trabalha em Salvador, e só vem em Santiago em época de festa.

Uma das coisas boas que aconteceram em minha vida foi encontrar uma pessoa que eu gosto, minha namorada, aprender a dirigir e a pilotar, só falta tirar minha carteira, e pela confiança que minha família tem em mim quando estou pilotando ou dirigindo com eles. Uma vez, no Iguape, numa época de Semana Santa, deu uma trovoada e caiu um raio no meio da rua que abriu um buraco enorme, e eu nunca tinha visto isso pessoalmente, só pela TV.

Hoje graças à Deus eu vivo uma vida em paz, tranquila, com muitas amizades, alegre, com uma boa relação com minha família. Eu penso em fazer Ciências da Computação, Engenharia Mecânica, ou então, ser Caminhoneiro, que eu acho muito massa, pois dá pra conhecer muitos lugares. Ainda estou em construção, mas sei que o que vivi até aqui foi mais legal do que ruim.

Autor: Tiago Fernandes da Silva, 18 anos

Orientador(a): Vinícius de Cássio Serafim Silva e Émilly Reis Santos

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Um Resumo de Minha Vida

M eu nome é Vagner de Jesus Santos, mas todo mundo me chama de Marreta porque eu sou forte. Eu tenho 16 anos, nasci no dia primeiro de outubro de 2001, tenho três irmãos e moro com a minha avó dona Maria Brisa e o meu pai Ronilson. Gosto muito de São Francisco do Paraguaçu porque aqui é tranquilo, porque nasci aqui e conheço tudo e porque meus

amigos de infância também moram aqui. Gosto das festas, principalmente o Carnaval, São João, São Pedro e as festas de fim de ano, Eu estudo na Escola Estadual de Primeiro Grau São Francisco do Paraguaçu e estou a oitava série. De todas as disciplinas, a que mais gosto é matemática porque eu tenho facilidade para aprender. Depois de concluir os estudos eu pretendo entrar o Exército Brasileiro e seguir carreira subindo de patente. Meu primo me influenciou nessa decisão depois que ele me convidou para uma visita no quartel em Salvador e eu gostei muito.

Eu tenho algumas qualidades como fazer amizades facilmente por causa do meu jeito de ser, porque eu sou simples, alegre e gosto de resenhar com todo mundo. Eu também sou companheiro e defendo meus colegas e amigos principalmente nos momentos ruins, como brigas ou coisas do tipo. Alguns defeitos que eu tenho é que as vezes eu não falo com as pessoas quando passo na rua, sou orgulhoso, não corro atrás de ninguém, não estou levando os estudos a sério ultimamente e a maioria das vezes sou sincero demais.

Eu gosto muito de ouvir música – não tenho nenhuma música nem cantos que mais gosto, eu ouço de tudo e não tenho nenhum preferido –, danço e pretendo criar um grupo de dança com meus amigos para colocar no Instagram, Facebook e YouTube, gosto de montar a cavalo – principalmen-te na cavalgada -, de ir para a roça, ir de moto para as cidades vizinhas para bater um rolê, jogar bola no campo e na quadra, de ir para a cachoeira, jogar capoeira dia de segunda, quarta e sexta e mais um bocado de coisas. Eu não gosto muito de falsas promessas, falsidade e falta de palavra. No colégio mesmo eu não gosto também porque é chato, os professores não se dão com alguns alunos, a merenda é muito ruim e falta livro, principalmente o de matemática. Da escola só gosto de encontrar meus amigos para ficar resenhando e de ficar com algumas meninas.

O momento mais feliz de minha vida é quando eu acordo e peço bença a minha avó e ela está lá para responder. Outro marcante foi quando eu grupo de dança da escola ganhou um concurso em Cachoeira e ficamos no primeiro lugar. Um fato ruim que me marcou foi quando minha tia preferida morreu em 2015, porque era a melhor tia que eu tinha e sinto muita falta dela. Outro momento foi quando meu pai se separou de minha mãe. Eu ia para a casa de minha mãe e ficava com saudade do meu pai, quando eu estava na casa do meu pai eu tinha saudade de minha mãe. Uma coisa que eu não vou esquecer que aconteceu e chamou a atenção do mundo foi quando o avião da Chapecoense caiu quando ia disputar a final do campeonato e quase todo mundo morreu. Logo um time bom que saiu da série D e foi subindo até a série A e que tinha tudo pela frente.

Autor: Vagner de Jesus Santos, 16 anos

Orientador(as): Rian Dantas Nunes, Melina do Divino Reis Santos e Ananda Evelin Genonádio

da Silva Menezes

Venícios

Eu sou filho de Dona Denise e de Xeiro-mole, eu moro com meus cinco irmãos: Vitor, Elisa-bete, Pablo, Rodrigo e Camila e com meu sobrinho Davi Luís. O que eu mais gosto na minha família é a alegria dela.

Estudo na Escola Maria da Hora Sanches de Santana e estou no 4º ano (terceira série). Minha professora é a Pró Rita e a matéria que eu mais gosto de estudar na escola é matemática. Além de fazer dever, o que eu mais gosto de fazer na escola é jogar dama e brincar. O meu melhor dia na escola foi quando deu na merenda mingau de milho, pois é a segunda comida que eu gosto mais, porque a primeira é feijão arroz e fato.

Meus melhores amigos são meus irmãos, minha mãe e meu pai.

O dia mais feliz da minha vida foi quando eu estava trabalhando na rua de baixo e uma moça me deu um tambor de presente, era do filho dela e ele hoje toca no Olodum. 

O dia mais feliz da minha vida foi no dia das mães porque eu pude dar um presente a minha, eu peguei cajá e manga e fui vender e, com o dinheiro que eu consegui eu passei na quitanda e com-prei um brinco pra ela, ela ficou muito feliz e eu tive muito orgulho.

Lá em casa as pessoas estão muito tristes com a morte do meu tio, ele é moto táxi e a policia matou ele enquanto ele estava trabalhando, era o irmão favorito do meu pai, e todo mundo lá em casa chorou muito.

Meu sonho é trabalhar pra conseguir comprar um celular digital e uma bicicleta.

Eu já conheci algumas cidades como Maragojipe, Iguape, Santo Amaro e Cachoeira, mas eu acho a minha cidade, São Francisco do Paraguaçu muito bonita, o que eu mais gosto de fazer aqui é tomar banho de maré. É um lugar muito calmo, cheio de paz e feliz, acho que se uma pessoa não conseguir ser feliz aqui, não vai conseguir ser feliz em lugar nenhum!

Autor: Venícios Freire Brito, 13 anos

Orientadora: Ana Maria da Paixão Barreto

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O médico dos dentes

Oi, meu nome é Wallace Batista Eloy, tenho 6 anos, nasci no dia 01 de fevereiro de 2012

em São Francisco do Paraguassu, e moro aqui com meus avós Zilda e Milton, meu tio

Nilton e meu primo Luís. Estudo na Escola Municipal Maria da Hora Sanches de Santana

e estou no 1º ano.

Gosto muito de brincar com os gatos da minha casa e com meus amigos Jami, Fael e Gabi. Nós brincamos na pracinha, jogamos futebol e também pedalamos pela cidade, é tudo muito divertido. Eu também pratico Karatê, ainda estou na faixa branca, mas já quero fazer o exame pra faixa amarela.

Um momento que marcou minha vida e foi bem animado ocorreu quando minha avó Zilda ia co-lher cana no quintal pra vender e viu uma cobra branca. Ela correu assustada e eu ri da situação, porque não sentia essse medo todo. Outro bem divertido foi quando um galo correu atrás de mim pra querer me bicar. Mas claro, eu que provoquei quando arremessei uma pedra nessa criatura, que estava quieta no canto dela...

Na minha escola, uma professora bem legal é a Pró Niete. Ela brinca muito com com a gente na quadra e é uma aula mais leve. Só que quando todos começam a traquinar, ela nos dá beliscões e “puxa a orelha” para conseguir terminar a aula.

Quando eu crescer, quero ser um Médico dos Dentes para ajudar as pessoas e arrancar aqueles que estiverem podres.

Autor: Wallace Batista Eloy, 6 anos

Orientador(a): Bruno Rafael Conceição e Laís Peixoto Machado

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