[ elaborado por rosário laureano ] análise matemática ii · para entender o significado...
TRANSCRIPT
Para entender o significado geométrico da derivada parcial (de 1ª ordem) de f
em ordem a x no ponto (a,b), atenda aos diferentes elementos presentes na
figura abaixo (tentando perceber a relação entre eles):
Seja f uma função real de duas variáveis reais x e y. Representamos a imagem
de (x,y) por z, ou seja, z=f(x,y).
reta r (a,b,0)
(0,b,0)
(a+h,b,0)
h
Rosário Laureano Thanks to Howard Anton
Considere a interseção (não marcada na figura) da reta tangente t com o plano xOy.
Note que a reta tangente t interseta o plano xOy num ponto que também pertence à
reta r que passa nos pontos (0,b,0), (a,b,0) e (a+h,b,0). Temos ainda:
= derivada parcial de 1ª ordem de
f em ordem a x no ponto (a,b)
é o declive da reta t tangente à curva C
no ponto P(a,b,f(a,b)).
Com base na seguinte definição de derivada parcial de 1ª ordem na variável x,
e na figura do slide anterior, entendemos qual o significado geométrico da
derivada parcial (de 1ª ordem) de f em ordem a x no ponto (a,b):
é a tangente do ângulo α que a reta tangente t faz com o
plano xOy. Este ângulo α também é o ângulo que a reta t
faz com a reta r. Rosário Laureano
Para entender o significado geométrico da derivada parcial (de 1ª ordem) de f
em ordem a y no ponto (a,b), atenda aos diferentes elementos presentes na
figura abaixo (tentando perceber a relação entre eles):
ponto P(a,b,f(a,b))
b
plano de equação x=a
(paralelo ao plano yOz)
superfície S do gráfico de f,
definida pela equação z=f(x,y)
curva c sobre o plano x=a,
definida pela equação z=f(x,b)
reta
reta R
(a,b,0)
(a,b+k,0)
k
(a,0,0)
reta T tangente à
curva c no ponto P
Rosário Laureano Thanks to Howard Anton
Considere a interseção (não marcada na figura) da reta tangente T com o plano xOy.
Note que a reta tangente T interseta o plano xOy num ponto que também pertence à
reta R que passa nos pontos (a,0,0), (a,b,0) e (a,b+k,0). Temos ainda:
= derivada parcial de 1ª ordem
de f em ordem a y no ponto (a,b)
é o declive da reta T tangente à curva c
no ponto P(a,b,f(a,b)).
Com base na seguinte definição de derivada parcial de 1ª ordem na variável y,
e na figura do slide anterior, entendemos qual o significado geométrico da
derivada parcial (de 1ª ordem) de f em ordem a y no ponto (a,b):
é a tangente do ângulo β que a reta tangente T faz com o
plano xOy. Este ângulo β também é o ângulo que a reta T
faz com a reta R. Rosário Laureano
A reta tangente t tem por vetor diretor
,
pois trata-se do vetor tangente à curva C no ponto (a,b,f(a,b)).
A curva C é parametrizada por
ou ainda, . Logo o vetor tangente em cada ponto, dado
pela derivada em cada uma das (três funções) componentes, é
.
Em particular, no ponto (a,b,f(a,b)) o vetor tangente é
.
Rosário Laureano
A reta tangente T tem por vetor diretor
,
pois trata-se do vetor tangente à curva c no ponto (a,b,f(a,b)).
A curva c é parametrizada por
ou ainda, . Logo o vetor tangente em cada ponto, dado
pela derivada em cada uma das (três funções) componentes, é
.
Em particular, no ponto (a,b,f(a,b)) o vetor tangente é
.
Rosário Laureano
A função f diz-se diferenciável no ponto (a,b) interior ao seu domínio se:
1) existe com valor finito a derivada parcial em ordem a x no ponto (a,b)
2) existe com valor finito a derivada parcial em ordem a y no ponto (a,b)
3) é nulo o limite em que a expressão de
é obtida da expressão
.,
ou seja,
.
Apenas quando 1), 2) e 3) se verificam, existe o plano tangente (único) ao gráfico
de f no ponto (a,b,f(a,b)). Esse plano contém as retas tangentes t e T.
Rosário Laureano
A equação desse plano tangente ao gráfico de f no ponto (a,b,f(a,b)) é:
nisto que tem por vetor diretor
e passa no ponto (a,b,f(a,b)).
Este vetor é normal (ortogonal ou perpendicular) ao plano tangente, e é
obtido como o produto externo dos vetores diretores das retas tangentes t e T,
= x .
Conforme é conhecido da álgebra, podemos auxiliar-nos do esquema presente
na regra de Sarus (para cálculo de determinantes de ordem 3) para calcular o
produto externo de dois vetores.
Rosário Laureano
EXEMPLO: A figura apresenta o plano tangente ao gráfico de f(x,y)=3-x^2-y^2
no ponto (0,0,3), o vértice do paraboloide circular.
Temos
e ,
logo, caso exista plano tangente,
ele será horizontal visto que o seu
vetor normal é
= (0,0,-1).
Como também é verificada a
condição 3) da diferenciabilidade
(verifique!), concluímos que existe
diferenciabilidade de f no ponto (0,0)
e plano tangente ao gráfico de f no ponto (0,0,3).
A equação desse plano é z=3.
NOTA: Dado que a função f é polinomial, ela é diferenciável em qualquer ponto.
Rosário Laureano Thanks to Waldecir Bianchini
A existência de plano tangente ao gráfico de f num dado ponto (a,b) interior ao seu
domínio evidencia a possibilidade de ampliar esse gráfico em torno do ponto
(a,b,f(a,b)) e visualizar uma superfície cada vez mais plana. Como se, a certo
momento, deixássemos de ver uma superfície com curvatura e passássemos a ver
um plano (na verdade, o plano tangente).
zoom
zoom
zoom
zoom
zoom
zoom
zoom zoom
i) ii)
iii) iv)
Rosário Laureano
Considere a função
e o seu gráfico (figura).
Esta função não é diferenciável no
ponto (0,0), embora existam as
derivadas parciais de f no ponto (0,0),
(verifique!)
Obtido o limite em 3)
verificamos que é diferente de 0 (através
dos limites relativos segundo retas k=mh).
Logo, não existe um plano tangente ao gráfico de f no ponto (0,0,0)=(0,0,f(0,0)). Rosário Laureano Thanks to Waldecir Bianchini
Caso existisse plano tangente no ponto (0,0,0), ele
seria horizontal visto que ambas as derivadas parciais
no ponto (0,0) são nulas. Como também f(0,0)=0, a
equação desse plano tangente seria z=0.
Na verdade, falhando 3), sabemos que o plano z=0
não existe como plano tangente. As figuras seguintes
mostram como isso é evidente por sucessivos zooms
locais em torno do ponto (0,0,0) da superfície do
gráfico (onde se representou também o plano z=0).
i)
iii) ii)
Rosário Laureano Thanks to Waldecir Bianchini