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BOLETIM DO NÚCLEO DE POLÍTICA E GESTÃO TECNOLÓGICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ANO XII - Nº 42 ABRIL/MAIO/JUNHO DE 2005 INOVA GESTÃO & TECNOLOGIA E M F OCO Em Foco ......................1 a 3 Fórum de Líderes Empresariais inclui a inovação na pauta do setor privado, com publicação especializada e seminários. Seu foco: a inovação dentro da empresa Novas Idéias .....................4 Márcia Gomel expõe um modelo para avaliação do peso da capacitação tecnológica na exportação de softwares.. Estudos Concluídos .........5 O cenário do que se passa entre redes de inovação para o desenvolvimento de novas gerações de uma metodologia de gestão é avaliado por Rogério Calia. Painel PGT ..................6 a 8 As novidades no Seminário ALTEC 2005 e os cursos preparados pelo PROTAP para o segundo semestre. Agenda..............................9 Os principais eventos mundiais em gestão tecnológica Publicações ............10 e 11 O sistema de inovação do país traduzido em números pela FAPESP. A situação das pequenas empresas de base tecnológica e das empresas de biotecnologia no Brasil. Notícias ...........................12 Seade lança pesquisa sobre o perfil das empresas inovadoras em São Paulo. Taxa de inovação chega a 30%. N ESTA E DIÇÃO Um ponto focal no processo de inovação: a empresa O setor produtivo brasileiro, embora apontado na maior parte da literatura como o integrante do sistema nacional de inovação que menos iniciativas toma, será o berço, nos próximos meses, de um importante instrumento de análise e criação de sinergia para o debate sobre a inovação no país. Esta é a proposta do Fórum de Líderes Empresariais, instituição que reúne 1.138 empresários brasileiros e é encabeçado por Hermann Wever, presidente do Conselho Consultivo da Siemens Ltda.

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BOLETIM DO NÚCLEO DE POLÍTICA E GESTÃO TECNOLÓGICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULOANO XII - Nº 42 ABRIL/MAIO/JUNHO DE 2005

INOVAGESTÃO & TECNOLOGIA

EM FOCO

Em Foco......................1 a 3Fórum de Líderes Empresariaisinclui a inovação na pauta dosetor privado, com publicaçãoespecializada e seminários. Seufoco: a inovação dentro daempresa

Novas Idéias.....................4Márcia Gomel expõe um modelopara avaliação do peso dacapacitação tecnológica naexportação de softwares..

Estudos Concluídos.........5O cenário do que se passa entreredes de inovação para odesenvolvimento de novasgerações de uma metodologia degestão é avaliado por RogérioCalia.

Painel PGT ..................6 a 8As novidades no Seminário ALTEC2005 e os cursos preparados peloPROTAP para o segundosemestre.

Agenda..............................9Os principais eventos mundiaisem gestão tecnológica

Publicações............10 e 11O sistema de inovação do paístraduzido em números pelaFAPESP. A situação das pequenasempresas de base tecnológica edas empresas de biotecnologiano Brasil.

Notícias...........................12Seade lança pesquisa sobre operfil das empresas inovadorasem São Paulo. Taxa de inovaçãochega a 30%.

NESTA EDIÇÃO

Um ponto focal no processo de inovação: a empresaO setor produtivo brasileiro, emboraapontado na maior parte da literaturacomo o integrante do sistema nacionalde inovação que menos iniciativastoma, será o berço, nos próximosmeses, de um importante instrumentode análise e criação de sinergia para odebate sobre a inovação no país. Esta éa proposta do Fórum de LíderesEmpresariais, instituição que reúne1.138 empresários brasileiros e éencabeçado por Hermann Wever,presidente do Conselho Consultivo daSiemens Ltda.

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EM FOCO

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INOVA

Esta institu-ição, criada paraapresentar pautasalternativas às dasassociações em-presariais federaise estaduais, tradi-cionalmente maisdedicadas a ques-tões macroeconô-micas, está geran-do um documentovoltado à inovaçãotecnológica quepretende, nos pró-ximos meses, traçar um mosaicoda inovação junto às empresasbrasileiras, posicionar-se frente àspolíticas públicas e, ao mesmotempo, “despertar as empresas paraesse tema estrutural altamente rele-vante”, como afirma o diretorexecutivo do grupo, Abílio dosSantos.

A proposta do Fórum éreunir experiências e avaliaçõessobre o sistema nacional de ino-vação que apontem estratégias esoluções. Para isso, vale-se de 65artigos publicados nas duas últimasedições da revista LÍDERES, edi-tada pela instituição, tendo a últi-ma delas sido lançada em maio.Estes artigos seguem uma con-ceituação apresentada ao grupo noano passado pelo Prof. RobertoSbragia, coordenador científico doNúcleo de Política e GestãoTecnológica (PGT/USP), e pelaProfa. Eva Stal, pesquisadora asso-ciada deste Núcleo. Também serãoos integrantes do PGT que trabal-harão em conjunto com os líderesempresariais para a elaboração dodocumento final. Após apresentá-lo ao governo, o Fórum realizarápelo menos mais seis seminários,

nas cidades de São Paulo, Rio deJaneiro, Brasília, Belo Horizonte,Porto Alegre e Salvador, reunindoempresários para debater a questãoda inovação à luz desse documen-to.

A relevância dos empresá-rios que contribuíram com dadospara este documento recomendaatenção ao seu conteúdo. São arti-gos de líderes como Roberto Setú-bal (Itaú), Emílio Odebrecht, Mau-rício Botelho (Embraer), NorbertoFarina (Citrosuco Paulista), LuizVilar de Carvalho (VotorantimCimentos), Ernesto Heinzelmann(Embraco), Miguel Krigsner (OBoticário) e muitos outros inte-grantes do Fórum que compuseramum panorama da inovação em seussetores e do sistema nacional deinovação como um todo. “O livroserá um marco devido não só àimportância de seus participantes,mas também à transparência comque eles se referem ao tema da ino-vação”, afirma Abílio dos Santos.

Convidados a apresentar opaper que norteou os artigos,Sbragia e Stal diagnosticaram osprincipais problemas do sistemabrasileiro de inovação, situando-o

no contexto inter-nacional e tocan-do o ponto nevrál-gico para este pú-blico específico:“É preciso reco-nhecer a empresacomo ponto focaldo processo deinovação, e nãoapenas como maisum de seus parti-cipantes”. Os au-tores sustentamque a inovação,

efetivamente, ocorre nas empresas,com a transformação de conheci-mento em produtos e serviços.Apesar disso, não deixam dereconhecer a necessidade de umprocesso sistêmico eficiente para ainovação, que depende de cada ele-mento do sistema nacional e dacontribuição que podem prestar,formando recursos humanos quali-ficados (universidades), realizandopesquisa aplicada (institutos diver-sos), com medidas legais, incen-tivos, estipulação de diretrizes eproteção intelectual (governos).

A conexão entre estes ele-mentos todos foi avaliada pelosautores à luz de dados sobre a rea-lidade brasileira e de modeloscomo o do Triângulo de Sábato,pensado em 1968 por Jorge Sábato(relacionando em cada uma desuas pontas Governo, Universidadee Em-presas) e de sua evoluçãoteórica, a Hélice Tripla (figura 1).Este último modelo, ao fazer umadistribuição de pesos que coloca osetor produtivo numa posiçãofocal, demonstra que, além dasinterações múltiplas, cada um dostrês integrantes passa a desempe-nhar funções antes exclusivas dos

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INOVAEM FOCO

outros dois e considera a formaçãode redes entre as várias esferasinstitucionais formadas pelashélices. Portanto, neste modelo, asempresas se encontram no centrode uma sólida rede de interações(também integrada por governo,universidades e institutos depesquisa), determinando a veloci-dade e a direção do processo deinovação e mudança tecnológica,operando como agentes do desen-volvimento local/regional.

Iluminada por este embasa-mento, a avaliação da realidadeempresarial brasileira no tocante àinovação pode se tornar mais lúci-da, assim como a visão da lacunaexistente entre o setor produtivolocal e o mundial. Tome-se, porponto de partida, os dados de umestudo realizado pelo IEDI(Instituto de Estudos para oDesenvolvimento Industrial) arespeito do conteúdo tecnológicodos produtos brasileiros exporta-dos, citado no paper:26% das exportaçõesbrasileiras são de produtos deconteúdo tecnológico alto oumédio-alto, enquanto a médiamundial é de 44%;15% das exportaçõesbrasileiras são de produtoscom demanda altamente cres-cente no comércio mundial(sendo a média mundial de26%);32% são de produtos comdemanda em decadência(sendo a média mundial de18%).

Da mesma forma, pode-setomar a avaliação da importaçãotecnológica, que tem dado um saltoexpressivo e mostra que o esforço

inovador nacional tem se dado àscustas da criatividade estrangeira,o que evidentemente contribui paraa dependência tecnológicabrasileira. Ainda focando princi-palmente o setor produtivo, o textode Sbragia e Stal se pergunta osmotivos para que as empresasmultinacionais aceitem essa expor-tação de tecnologia para além desua matriz. E dá algumasrespostas, tais como usufruir definanciamentos subsidiados e deincentivos fiscais oferecidos pelopaís anfitrião, o que é o caso doBrasil pelo menos nas áreas deinformática, microeletrônica eautomação. Essa lógica focada noambiente empresarial, que assumea empresa como agente principalno processo de inovação, ajuda areduzir a distância entre universi-dade e o setor produtivo, um dosprincipais problemas do sistemanacional de inovação.

Quando visto pelo modeloda Hélice Tripla, até mesmo essefenômeno da exportação limitadade tecnologia demonstra não ape-nas a dependência tecnológica,mas também que pode trazeralguns efeitos benéficos aos sis-temas locais, se houver uma boamediação legal e governamental,tais como acordos de cooperaçãotecnológica, ampliação da mão-de-obra qualificada, fornecedorescapacitados, serviços de extensão econsultoria, escolas técnicas, dis-seminação de informações tec-nológicas etc. Dessa forma, a ino-vação tecnológica compõe umciclo do mercado para o mercado,fazendo com que projetos instala-dos circulem por todos os atores,num tipo de movimento coordena-do virtuoso que beneficia a todos

se houver organicidade estruturalno ambiente em que está.

Esta integração de elemen-tos é particularmente delicada noBrasil, onde se vê a maior parte dacapacidade humana e das con-dições materiais para a inovaçãosituadas fora das empresas. Ofluxo de conhecimentos partindoda universidade em direção àsempresas tem que levar em contaque a razão primordial para a pro-ximidade entre universidades eempresas é dada pela revoluçãotecnológica em curso e pela com-petitividade internacional, levandoos governos de muitos países atratar as relações Universidade-Empresa como parte fundamentalde suas políticas de C, T & I, o quenão é o caso do Brasil

Reconhecer esse ambienteinovador extremamente dinâmico efocado na empresa, assim comolidar com ele, é um desafio para opaís e é uma das propostas do do-cumento que está sendo preparadopelo Fórum de Líderes Empresa-riais com o apoio do PGT/USP. Naagenda da instituição consta umaplenária em São Paulo, no mês denovembro, para debater os resulta-dos de trabalhos reunidos para apublicação, que deverá acontecerem janeiro. Vale também a penaatentar para o próximo tema a serabraçado pelo Fórum de LíderesEmpresariais no biênio 2005/2006,assim que forem concluídos os tra-balhos sobre inovação: “A Inter-nacionalização da Empresa Bra-sileira”. Mais informações podemser obtidas no Fórum, cujo telefoneé (31) 3282-8144, ou pelo ende-reço na internet www.lideres.org.br .

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INOVANOVAS IDÉIAS

A MÁRCIA GOMEL

s estratégias industriais paraempresas multinacionais têm passa-do por profundas mudanças. Ascausas estão relacionadas a novosfatores mercadológicos, desenvolvi-mento tecnológico e intensa compe-titividade. Cada vez mais é reco-nhecido que as empresas são con-frontadas com demandas crescentespor eficiência, qualidade e flexibili-dade. Sob estas condições, torna-secada vez mais complexo para asempresas distinguirem-se de seusconcorrentes.

Neste contexto, não se podeignorar o efeito multiplicador que aindústria de software tem e o grandeimpacto que provoca no dia-a-diadas pessoas. A tecnologia do soft-ware é essencial para todas as áreasdo conhecimento e para todos ossetores da atividade humana, osquais geram uma demanda pratica-mente ilimitada de soluções por pro-gramas em linguagem de computa-dor. Empresas privadas, governos eoutros setores da tecnologiarequerem software complexo parasua operação.

No Brasil, a capacidade técni-ca do setor gerou resultados reco-nhecidos internacionalmente. Porém,a capacidade técnica dos profissio-nais brasileiros e os incentivos dadosa essa indústria não foram sufi-cientes para permitir que o paísatingisse as metas de exportaçãopreestabelecidas. Mesmo sem atingi-las, a produção atual de softwarebrasileiro nunca foi tão significativa.Mas para que se consiga melhorar oposicionamento do país no mercadomundial é preciso que se tenha

condição de competitividade.Setores como o de software, espe-cialmente o de alto valor agregado,requerem participantes altamentecapacitados, ou seja, organizaçõesaptas a aplicarem suas capacidadestecnológicas.

Esta pesquisa concentra-se nopapel que a capacitação tecnológicaexerce sobre o desempenho exporta-dor dos produtos e serviços de soft-ware. Dentre os fatores condutoresda competitividade, a capacitaçãotecnológica tem importância signi-ficativa. Em empresas de softwareem particular, ela se torna a propul-sora de seu desenvolvimento emanutenção, e merece destacadaatenção.

Para este fim, foi elaboradoum constructo que caracteriza o con-ceito de capacitação tecnológica eque pretende auferir o nível decapacitação das empresas. A expec-tativa é que o nível de capacitaçãotecnológica contribua para a expan-são dos negócios internacionais, eque seja positivamente correlaciona-do a resultados de exportação.

A relação entre capacitaçãotecnológica e desempenho exporta-dor faz sentido lógico; porém hápoucos estudos empíricos comevidências que a sustentem. E aspesquisas existentes não são conclu-sivas.

O modelo conceitual rela-ciona a variável independente capa-citação tecnológica e a variáveldependente desempenho exportador,sob a suposta influência de barreirasao desenvolvimento da indústria. Aintenção é buscar um modelo quecaracterize adequadamente o con-

ceito de capacitação tecnológica e,ao mesmo tempo, clarifique oentendimento sobre desempenhoexportador, além de oferecer ferra-mentas que mensurem o nível dealcance dos resultados, de acordocom o padrão de desempenho espe-rado. A expectativa é que o nível decapacitação tecnológica organiza-cional contribua para a expansão dosnegócios internacionais e que, porsua vez, seja positivamente correla-cionado à obtenção de resultados deexportação.

A pesquisa pode serenquadrada como um estudo correla-cional, e contempla uma populaçãoformada por empresas que fazemparte da base de dados da SociedadeSOFTEX. Foram selecionadasempresas que exerceram atividadesde exportação de software no perío-do entre 2000 e 2004, e foram dis-tribuídas de acordo com os modelosde negócios nos quais atuam. Ametodologia quantitativa será uti-lizada na tabulação e análise dosdados, através da aplicação de testesde correlações, análise de discrimi-nante, além de técnicas não-paramétricas específicas. O nível deanálise é o organizacional, e o grupode análise é constituído por empre-sas distribuídas de acordo com osmodelos de negócios nos quaisatuam.

Márcia Gomel desenvolve tese dedoutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Administração — Áreade Concentração: Administração Geral– da Faculdade de Administração,Economia e Contabilidade(FEA), soborientação do Prof. Dr. RobertoSbragia.E-mail: [email protected]

O peso da capacitaçãotecnológica naexportação de softwares

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INOVAESTUDOS CONCLUÍDOS

PROGÉRIO CALIA

esquisas empíricas têm de-monstrado que inovações complexasrequerem conhecimentos especia-lizados dispersos em diferentes orga-nizações. Deste modo, a emergenteteoria de redes de inovação decorredo interesse de se compreendercomo a capacidade de inovação édesenvolvida por meio dos rela-cionamentos entre organizações.

Por outro lado, as metodolo-gias de gestão são responsáveis poruma significativa geração de riquezanas empresas. Será que a teoria deredes de inovação não se aplica tam-bém à criação de novas gerações demetodologias de gestão? Para teraplicabilidade prática, o modelo pro-posto pela pesquisa limitou-se a ape-nas uma metodologia de gestão: aTeoria das Restriçõespara o planejamento econtrole da produção.

O objetivo dapesquisa é propor ummodelo para instrumen-tar os especialistas emTeoria das Restrições adesenvolver: a) procedimentos maiseficientes de implementação; b) umanova geração de funcionalidadesmais aderente às funcionalidades deoutras metodologias de gestão; c)um novo software de Teoria dasRestrições para a programação daprodução, mais simples de imple-mentar e de usar.

Para construir o modelo derede de inovação em uma metodolo-gia de gestão, partiu-se de um mode-lo teórico neo-schumpeteriano desimulação computacional de redesde inovação desenvolvido compatrocínio da Comunidade Européiacom base em pesquisas empíricasnos setores de biotecnologia, teleco-municações, comércio eletrônico eenergia (PYKA, GILBERT eAHRWEILER, 2002).

Na fase empírica da pesquisa,foram realizadas duas pesquisas-ação que descreveram as implemen-tações de Teoria das Restrições nasManufaturas I e II da subsidiáriabrasileira de uma empresa multina-cional americana. Foi analisadocomo a duração da implementação édeterminada pelas técnicas de gestãodo conhecimento adotadas e pelaestrutura de relacionamento entre osagentes inter e intra organizacionaisenvolvidos.

As conclusões da pesquisaresultaram do confronto do modeloteórico europeu com as pesquisasempíricas de implementações deTeoria das Restrições.

Para aumentar a eficiência dométodo de implementação da Teoriadas Restrições, a pesquisa se funda-menta nos procedimentos que viabi-

lizaram que a implementação naManufatura II fosse três vezes maisrápida do que na Manufatura I,como pode ser visto na tabela 1.Deste modo, o modelo recomendaque seja criada uma rede de ino-vação com “usuários-laboratório”,ou seja, manufaturas usuárias, ondeseja desenvolvido o conhecimentotácito de um método de implemen-tação mais eficiente.

Para realizar uma inovaçãoem arquitetura, a pesquisa tambémse fundamenta na implementação naManufatura II, na qual os algoritmosda Teoria das Restrições foramimplementados de forma integradacom funcionalidades das propostasmetodológicas Produção Enxuta eSeis Sigma. O modelo recomendauma rede de inovação com pes-quisadores e profissionais de manu-

fatura que dominam o conhecimentodas metodologias de gestão maismodernas, para se criar um projetode novos algoritmos da Teoria dasRestrições que incorpore em suanova arquitetura as funcionalidadesdestas metodologias.

Por fim, para conduzir umainovação de ruptura (CHRIS-TENSEN, 2004) no software de pro-gramação da produção pela Teoriadas Restrições, o modelo recomendauma rede de inovação com especia-listas em tecnologia da informação ecom manufaturas usuárias. A funda-mentação empírica vem da cons-tatação de que os usuários finais dosoftware nas Manufaturas I e II con-seguem manter os resultados (ematendimentos de pedido no prazo enível de inventário) utilizando-se deuma pequena percentagem das fun-

cionalidades disponíveis no soft-ware. Este é um sinal típico depotencial de ruptura ao se simpli-ficar o software para que seja fácilimplementá-lo e utilizá-lo, com opropósito de diminuir as barreiras àimplantação da Teoria dasRestrições em uma ampla escala demanufaturas.

Título: Redes de Inovação em umaMetodologia de Gestão:Implementações de Teoria dasRestriçõesAutor: Rogério Cerávolo CaliaE-mail: [email protected]: Prof. Dr. Fábio MüllerGuerriniDissertação de mestrado apresentadaà Escola de Engenharia de São Carlosda Universidade de São Paulo, noâmbito do Programa de Pós-Graduação em Engenharia deProdução.

Redes de inovação paradesenvolver novas gerações deuma metodologia de gestão

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INOVAPAINEL PGT

ALTEC 2005 recebe mais de 700 artigos

POR TEMAFASE I FASE II

TOTAL % TOTAL %

Políticas públicas, organização industrial e desenvolvimento tecnológico 183 16% 124 17%

Ciência, Tecnologia e Sociedade 130 12% 69 10%

Política e Gestão da Pesquisa em Universidades e Institutos de Pesquisa Públicos

57 5% 29 4%

Indicadores de C&T e da Pesquisa 80 7% 33 5%

Empreendedorismo tecnológico 73 7% 52 7%

Competitividade sistêmica, industrial empresarial e o papel da capacitação tecnológica

153 14% 109 15%

Previsão e avaliação tecnológica 61 5% 40 6%

Arranjos interinstitucionais, colaboração e organização para a inovação 118 11% 76 11%

Administração de projetos tecnológicos 67 6% 61 9%

Gestão do conhecimento e da informação, qualidade e produtividade 188 17% 122 17%

Total 1110 100% 715 100%

POR PAISFASE I FASE II

TOTAL % TOTAL %

Argentina 46 4,14% 29 4,06%

Bolívia 2 0,18% 2 0,28%

Brasil 814 73,33% 507 70,91%

Canadá 1 0,09% 0 0,00%

Chile 4 0,36% 3 0,42%

Colômbia 43 3,87% 33 4,62%

Costa Rica 6 0,54% 4 0,56%

Cuba 26 2,34% 18 2,52%

Espanha 27 2,43% 21 2,94%

França 2 0,18% 1 0,14%

Guatemala 2 0,18% 1 0,14%

Na segunda fase de avaliação dos trabalhossubmetidos ao Seminário Altec'2005 (avaliação defull papers), foi recebido um número recorde de715 artigos. O seminário terá espaço para cercade 300 apresentações. O maior grupo isolado detrabalhos refere-se ao grupo temático de PolíticasPúblicas. Foram apresentados 124 trabalhos (17%do total de trabalhos), juntamente com o grupo deGestão do conhecimento e da informação,qualidade e produtividade, com 122 trabalhos(empatado em 17%). O grupo Competitividadesistêmica vem em seguida, com 109 trabalhosapresentados (15%). Veja nas tabelas seguintes obalanço dos trabalhos submetidos e aprogramação preliminar do evento.

OBSERVAÇÃO: FASE I: Propostas de TrabalhosSubmetidas - FASE II: Trabalhos Completos Submetidos

Inglaterra 8 0,72% 6 0,84%

México 55 4,95% 42 5,87%

Nicarágua 1 0,09% 1 0,14%

Noruega 1 0,09% 1 0,14%

Peru 13 1,17% 8 1,12%

Portugal 5 0,45% 4 0,56%

Suécia 1 0,09% 1 0,14%

Uruguai 4 0,36% 3 0,42%

USA 1 0,09% 1 0,14%

Venezuela 39 3,51% 28 3,92%

Não Identificados 9 0,81% 1 0,14%

Total 1110 100% 715 100%Obs.: considerada a nacionalidade do autor principal

POR TIPO DE ARTIGO

FASE I FASE II

TOTAL % TOTAL %

Trabalhoacadêmico 891 80% 568 79%

Experiênciaempresarial 132 12% 90 13%

Pôster 87 8% 57 8%

Total 1110 100% 715 100%

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INOVAPAINEL PGT

10h30 - 13h00

SESSÕESTÉCNICAS

SESSÃO ESPECIAL

SESSÕESTÉCNICAS

SESSÃO ESPECIAL SESSÕES TÉCNICAS

10 salas x 5 tra-balhos por sala= 50 trabalhos

CINDOC /Espanha

10 salas = 50trabalhos SECTI/BA 10 salas = 50 trabalhos

13h00 - 14h30 ALMOÇO

14h30 - 16h30

SESSÕESTÉCNICAS

SESSÃOTEMÁTICA

SESSÕESTÉCNICAS

SESSÃO ESPECIAL 2

SESSÕESTÉCNICAS

SESSÃO ESPECIAL

10 salas = 40trabalhos

Ciência, Tecno-logia e Socieda-de (OEI/Espa-nha) 4 trabal-

hos

10 salas = 40trabalhos INNRED 10 salas = 40

trabalhosSEBRAE

NACIONAL

16h30 - 17h00 INTERVALO PARA CAFÉ

17h00 - 18h30

SESSÕESTÉCNICAS

SESSÃO ESPECIAL

SESSÕESTÉCNICAS

SESSÃO ESPECIAL 2 PLENÁRIA DE ENCERRAMENTO

10 salas = 30trabalhos

Ciência,Tecnologia e

Sociedade (OEI/ Espanha)

(3 trabalhos)

10 salas = 30trabalhos INNRED

Tema: Inovação eDesenvolvimento RegionalCoordenador: Rafael Lucchesi,Secretário de C&T da BahiaPalestrantes: Howard Rush(University of Brighton,Inglaterra)Debatedores: João CarlosFerraz - CEPAL e Guilherme AryPlonski – Anprotec

18h30 em diante ASSEMBLÉIA ALTEC JANTAR DECONFRATERNIZAÇÃO

PROGRAMAÇÃO PRELIMINAR - ALTEC 2005

25/10/2005 (Terça-Feira)

14h00 - 18h00 CREDENCIAMENTO

18h00 - 18h30 SESSÃO SOLENE DE ABERTURA

18h30 - 20h00

Conferência MagnaTema: Cooperación para la Innovación en Ibero-América

Coordenador: Roberto Sbragia (FEA/USP)Palestrante: Jesús Sebastián (Cindoc/Espanha)

20h00 - 22h00 Coquetel de Boas-Vindas

26/10/2005 (Quarta-Feira) 27/10/2005 (Quinta-Feira) 28/10/2005 (Sexta-Feira)

8h30 - 10h00

SESSÃO PLENÁRIA 1 SESSÃO PLENÁRIA 2 SESSÃO PLENÁRIA 3

Tema: Aglomeração e InovaçãoTecnológica: perspectivas metodológicas

Tema: Integração Regional dosSistemas de InovaçãoTecnológica

Tema: Rede de EmpresasInovadoras

Palestrantes: Zoltan J. Acs(University of Baltimore, USA),Henry Etzkowitz (State Universityof New York, USA) / FabioStefano Erber (IE/UFRJ, Brasil)

Palestrantes: Elie Brugarolas(Réseau Universitaire ToulouseMidi-Pyrénées, França), CarlosGalián (Centro Tecnológico deMissiones, Argentina), CarlosAmérico Pacheco (Unicamp,Brasil)

Palestrantes: Susana Costa eSilva Lorga (UniversidadeCatólica Portuguesa - Portugal),Alberto Grando (SDA/Bocconi,Itália), Ruy de Quadros Carvalho(Unicamp, Brasil)

10h00 - 10h30 INTERVALO PARA CAFÉ

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1) Programa de Treinamento paraCapacitar gestores da Cooperação

Empresa-Universidade & Institutos dePesquisa - PROTEU

As próximas edições do PROTEU (VII e VIII)ocorrem em um momento especial do cenáriobrasileiro da Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I),marcado pelo interesse crescente de parcerias.Apresentar um quadro de referência sobre estecontexto em que a cooperação empresa-universidade-instituto de pesquisa se viabiliza no Brasil é um dospropósitos do PROTEU , que será realizado peloPGT/FIA, nos períodos de 13 a 17 de junho e 03 a 07de outubro de 2005.

Poderão participar profissionais vinculados aempresas, associações empresariais, universidades,institutos de pesquisa, sistemas locais de inovação,entre outros. O PROTEU é uma iniciativa pioneira e tema Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) comoparceira desde sua primeira edição.

2) Curso Básico de Capacitação emPolítica e Gestão Tecnológica

Uma parceria entre a FINEP e a FIA/FEA/USP,este curso abre espaço para difundir conceitos eabordagens básicas acerca da política e gestão dainovação tecnológica. Ele é voltado às necessidadesde profissionais das diferentes áreas do conhecimentotécnico-científico, em início de carreira na áreagerencial, em organizações públicas e privadas.

Sendo um curso de curta duração (32 horas), oprograma constitui uma oportunidade de sensibilizaçãosobre os aspectos conceituais relativos à Política eGestão da Inovação Tecnológica, levandoconhecimentos e informações básicas que estimulemos participantes a buscar um maior aprofundamentopor meio de iniciativas individuais ou em programasfuturos de maior extensão e intensidade.

Suas duas edições serão realizadas nosperíodos de: 28 de junho a 01 de julho, em São Paulo -SP e 24-25 de outubro de 2005 em Salvador - Bahia.

3) Curso de Gestão de Projetos para as SECT's/ FAPs

O Curso de Gestão de Projetos para asSECT's/FAPs no âmbito do Conselho Nacional deSecretários Estaduais para Assuntos de C&T, cujopresidente Raphael Lucchesi está dando total apoio,visa o aperfeiçoamento de indivíduos com nívelsuperior, vinculados às áreas técnicas internas dasFAPs (pessoas responsáveis por desenvolvimento deprojetos de modernização das FAPs, tecnologia deinformação, equipes de avaliação de projetos etc).

A metodologia do curso propicia aos alunos odomínio de conceitos que lhes assegurem odesenvolvimento de competências interpessoais,gerenciais e técnicas, empregando instrumentosdidáticos que viabilizam a experimentação, a vivênciagerencial e a visão sistêmica das áreas específicas queabrangem a prática da gestão de projetos.

Serão oferecidas duas edições do curso, nosperíodos de 12 a 16 de setembro e 21 a 25 denovembro de 2005.

4) Programa de Formação de Docentesem Política e Gestão Tecnológica -

PROTAP Multiplicador.Atendendo basicamente interesses regionais,

em articulação com os principais agentes e instituiçõesde C&T, o objetivo do programa é formar pessoalcapacitado em difundir, mediante atividades docentes,conceitos, métodos e instrumentos de política e gestãoda inovação tecnológica para as comunidadesacadêmica, empresarial e governamental locais.

O público-alvo deste programa são professoresda área de Administração, Economia e de Engenhariade uma maneira geral, com ênfase em estudos sobreCiência, Tecnologia, Inovação e Sociedade, estudantesde mestrado e doutorado nestas áreas, gestorespúblicos, gestores da área privada (empresários egerentes de incubadoras, consultores e profissionaisda área), prestadores de serviços das áreas deserviços tecnológicos e interação universidade -empresa.

Prevê-se sua realização no período de 15-17 deagosto próximo, na Universidade Federal do RioGrande do Norte/ UFRN - Natal (RN).

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INOVAPAINEL PGT

PROTAP 2005 oferece quatroatividades no segundo semestre

Veja o conteúdo dos cursos programados peloPrograma de Treinamento em Administração dePesquisas Científicas e Tecnológicas - PROTAP

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INOVAAGENDA

EEvveennttooss mmuunnddiiaaiiss eemm GGeessttããoo TTeeccnnoollóóggiiccaaDDaattaa ee llooccaall EEvveennttoo

26 a 30 de setembro de 2005

Tenerife, Espanha

II Congreso Iberoamericano de Filosofía de la Ciencia y la Tecnología.* Informações: http://www.ibercanarias.org/

VIII ENGEMA – Encontro Nacional Sobre Gestão Empresarial eMeio-Ambiente* Informações: http://www.fia.com.br/engema/

6 a 8 de julho de 2005

Lodz, Polônia

8th International Conference on Technology Policy andInnovation* Informações: www.icul.uni.lodz.pl/conference

11 a 12 de agosto de 2005São Paulo, BrasilPrazo: 15 de julho de 2005:inscrição de trabalhos aceitos

VIII SemeAd – Seminários em Administração FEA-USP* Informações: www.ead.fea.usp.br/semead

22 a 26 de maio de 2006Beijing, ChinaPrazos: 15/01/2006: Submissãode resumos; 15/03/2005:submissão de trabalhos aceitoscompletos

15th International Conference on Management of Technmology– IAMOT 2005 – Tema: East Meets West – Challenges andOpportunities in the Era of Globalization* Informações: http://www.iamot.org

9 a 11 de novembro de 2005Rio de Janeiro, BrasilPrazos: 10/072005: submissãode trabalhos completos;10/08/2005: informe sobreaprovação dos trabalhoscompletos

PICMET 2005 – Portland International Conference onManagement of Engineering & Technology* Informações: http://www.picmet.org/conferences ou pelo [email protected]

31 de julho a 04 de agosto de 2005

Portland, Estados Unidos

XXIX Encontro da ANPAD - Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração* Informações: www.anpad.org.br

17 a 21 de setembro de 2005

Brasília, Brasil

XXII IASP World Conference on Science & Technology Parks, 2005* Informações: www.iaspbeijing2005.com

19 a 21 de setembro de 2005

Beijing, China

25 a 28 de outubro de 2005Salvador, BrasilPrazos - 31/07/2005:notificação de aceitação dostrabalhos completos;31/08/2005: data limite parainscrição dos autores;30/09/2005: data limite parainscrição dos demaisparticipantes.

ALTEC 2005 - XI Seminário da Altec - Asociación Latino-Iberoamericana de Gestión Tecnológica* Informações: http://www.fia.com.br/pgtusp/altec

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INOVAPUBLICAÇÕES

Odesafio hercúleo deidentificar o sistemade Ciência, Tecnolo-

gia e Inovação do estado de SãoPaulo, assim como sua inserção nosdados globais do país, foi enfrentadopela Fundação de Amparo àPesquisa do Estado de São Paulo(FAPESP). O resultado deste esforçoda instituição foi lançado em maio etraz à luz dados de extrema im-portância a quem estuda a questão,além de algumas boas novidades.Trata-se da publicação Indicadoresde Ciência, Tecnologia e Inovaçãoem São Paulo - 2004.

Uma novidade que ganhadestaque, apontada pelos própriosorganizadores da publicação, é umainversão, acontecida no períodoentre 1998 e 2002 na tendência dedecréscimo dos dispêndios públicoscom execução e fomento das ativi-dades de P&D observada em anosanteriores, tanto no estado de SãoPaulo como no Brasil. Verifica-se,no detalhamento deste cenário, queem São Paulo a participação dos dis-pêndios em P&D chegam a 1,07%do PIB, sendo maior que o índicenacional, que chegou a apenas 1%(dados de 2000). A avaliação emseparado desse dado, para dispên-dios públicos e privados, verificaque, do total aplicado em P&D noestado, no ano de 2000, cerca de54% corresponderam ao dispêndiorealizado pelo setor empresarial,contra 46% do setor público, numpadrão de distribuição "contrastantecom o padrão nacional", segundo apublicação.

A seleção apenas dos gastosdo setor empresarial elucida bem opeso que o estado de São Paulo temno contexto nacional, como pode ser

visto na tabela1.Os dados referentes ao esta-

do de São Paulo refletem bem essainversão de tendência de decréscimode investimentos. Verifica-se que osgastos públicos anuais no estadoentre 1998 e 2002 ficaram sempreacima R$ 2,3 bilhões, dos quais 60%provenientes do próprio governoestadual e 40% do governo federal.Porém, embora os dispêndios dosgovernos federal e estadual tenhammostrado movimentos compatíveiscom os observados em suas receitas,

para o governo federal estes dispên-dios mostraram mais vigor: emborapercentualmente menores na com-paração com os gastos estaduais,aumentaram 2,2% ao ano em valoresreais no período, enquanto que osvalores do governo estadual apresen-taram elevação real média de 1,2%ao ano.

Alguns dados trazidos pelapublicação podem ser de grandevalor no traçado de políticas públi-cas e empresariais. O padrão docomércio segundo as categorias de

produto, por exemplo, apresentounovas tendências no levantamento.O perfil da especialização das expor-tações de São Paulo rumou emdireção aos bens de menor densi-dade tecnológica, enquanto as ven-das externas de produtos de elevadoconteúdo tecnológico dos outrosestados brasileiros tiveram grandeelevação. Porém, nota-se que o per-centual de produtos exportados comalta tecnologia é, percentualmente,bem maior em São Paulo do que noresto do país.

O lançamento desta publi-cação, assim como sua disponibi-lização gratuita pela internet(www.fapesp.br/indicadores) é umainiciativa que coroa o trabalho doSistema de Informações sobreIndicadores de Ciência, Tecnologia eInovação, voltado à coleta e siste-matização de dados de fontesprimárias e documentais nos níveisnacional e internacional. Reunidasno chamado FAPESP. INDICA, esteconjunto de indicadores também estádisponível no site da Fundação.

TABELA 1: Indicadores selecionados de P&D para o setor empresarial – Estado de São Paulo e Brasil, 2000

Indicador São Paulo Brasil SP/Brasil (%)

Total de empresas do universo da pesquisa 26.597 72.005 36,9

Empresas inovadoras 8.644 22.698 38,2

Empresas com atividades de P&D 3.373 7.412 45,5Total de receita líquida de vendas(em R$ mil)

277.049.824 582.406.146 47,6

Dispêndios em P&D (em R$ mil) 2.121.359 3.741.572 56,7

Intensidade do esforço em P&D (%)* 0,8 0,6 -* Dispêndios em P&D sobre a receita líquida de vendas

Fonte: PINTEC 2000/IBGE (Tabulação Especial). In Indicadores de CT&I em São Paulo – 2004, FAPESP)

A Inovação brasileira vista de São Paulo: boasnovidades encontram problemas antigos

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INOVAPUBLICAÇÕES

Aidéia de que o Brasilajuda menos que osdemais países as

empresas brasileiras de base tec-nológica sofreu um duro golpe como livro Criação de Empresas deBase Tecnológica (Editora Unicor-pore), uma coletânea de artigosorganizada por Silvio Aparecido dosSantos e Neila C. Viana da Cunha.Claro que velhos problemas comoum apoio governamental pequeno einconstante e um setor produtivopouco criativo e pressionado pelamacroeconomia estão no livro. Masao mesmo tempo ele rompe algunsparadigmas da baixa auto-estimabrasileira no tocante a esta área.

Tome-se por exemplo o capí-tulo 4, em que os autores comparamas barreiras e as facilidades para acriação de empresas de base tec-

nológica no Brasil e no exterior. Ésurpreendente, no texto, a cons-tatação de que as variações de difi-culdades analisadas no ensaio(financeira, gestão de empresas, co-mercialização e produção) parecemter intensidade semelhante às de ou-tros países. Da mesma forma, os au-tores também constataram não haverindícios de uma suposta inferiori-dade dos instrumentos nacionais deapoio a essas empresas na compara-ção com os oferecidos na Europa.

Outra questão polêmica que olivro ajuda a desmistificar é a parti-cipação do governo na formação deempresas de base tecnológica. Logoem seu primeiro capítulo, os autoresvão direto ao ponto: “As evidênciasmais fortes apontam no sentido deque os melhores resultados são obti-dos quando o dirigismo governa-

mental é mínimo”. E como se nãobastasse toda essa polêmica, o artigotambém constata que, embora apre-ciadas pela mídia e por governantes,as pequenas empresas de base tec-nológica contribuem menos do quedo que o senso comum deixa trans-parecer para alterar o nível de desen-volvimento econômico de umaregião ou de um país.

Mais informações na EditoraUnicorpore (www.unicorpore.com.br).

Embora com algum atra-so, a publicação dolivro Biotecnologia e

Recursos Genéticos (FINEP/Unicamp) é muito bem-vinda pelaamplitude das informações que traza respeito do tema. Trata-se de umacoletânea de artigos resultantes deestudos contratados para subsidiar aelaboração do programa Biotec-nologia e Recursos Genéticos, doMinistério da Ciência e Tecnologia,lançado em 2002. Dividido em dozecapítulos, o livro traça o estado daarte da biotecnologia no Brasil.Foram acrescentados aos textosalguns estudos novos, como umaforma de atualiza-los sobre temas

que passaram por transformaçõesnos últimos anos, tais como trans-gênicos, biodiversidade e direitos depropriedade intelectual.

A publicação considera que abiotecnologia evolui em forma de“blocos lógicos”, ou seja, de formainterdisciplinar e considerandodinâmicas próprias de cada sistemanacional ou regional, de forma dis-tante da concepção descoberta-ino-vação-adoção. Isso posto, enfrentaalgumas perguntas que todo o paísse faz, como por exemplo, se oBrasil conseguirá dar saltos que lhepermitam desenvolver pesquisas nonível dos paises centrais, con-siderando até mesmo a possibilidade

de que isso jamais venha a aconte-cer, caso o Brasil não adote medidasurgentes como marcos regulatórios elegislação adequada.

Os estudos originais podemser vistos no endereço www.mct.gov.br/biotec/temas/estudos_htm.biotec .

Empresas do país têmcondições semelhantesàs do exterior

A biotecnologiaexposta

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INOVA é uma publicação trimestral do Núcleo dePolítica e Gestão Tecnológica da Universidade deSão Paulo, instituição acadêmica, voltada para apesquisa e formação nessa área do conhecimento.

O boletim tem por objetivo discutir, analisar, interpretar einformar sobre os principais acontecimentos do setor, com opropósito fundamental de alcançar a máxima integração entreos diversos profissionais que atuam na área. Esta publicaçãotem o apoio do Fundo de Cultura e Extensão da Pró-Reitoriade Cultura e Extensão Universitária da USP, do Depto. deEngenharia de Produção da Escola Politécnica e do Depto.de Administração da FEA-USP. INOVA é distribuído gratuitamente.

Conselho EditorialAfonso Fleury, Eduardo Vasconcellos,

Guilherme Ary Plonski, HélioNogueira da Cruz, Henrique

Rozenfeld, Jacques Marcovitch, JulioCesar R. Pereira e Milton Campanario

Editores:Roberto Sbragia e Ivete Rodrigues

Jornalista responsável:Fábio Sanchez (MTb 18.152)

Direção de arte: Robson Regato

PGT/USPAv. Prof. LucianoGualberto, 908,

prédio 1, piso superiorCEP: 05508-900

Cidade Universitária São Paulo - SP - BrasilTel.: (011) 3091-5969

Fone/fax: (011) 3031-6946

[email protected]

www.fia.com.br/pgtusp

INOVANOTÍCIAS

O ranking da inovação no Estado de São Paulo

Chega a mais de 30% ataxa de inovação emalgumas empresas

paulistas. Este é o resultado de umestudo feito pela Fundação Seadejunto a 41 mil empresas industriaisno Estado de São Paulo por meio daPesquisa de Atividade EconômicaPaulista (PAEP) realizada entre 2002e 2003.

Segundo o estudo, os setoresque apresentaram as melhores per-formances quanto aos resultados dainovação foram os de indústrias demaior intensidade tecnológica. Noprimeiro grupo destacam-se asindústrias de material de escritório eequipamentos de informática (taxade 32%); fabricação de equipamen-tos médicos, ópticos e de relógios;instrumentos de precisão e deautomação industrial (20%); materi-ais eletrônicos e aparelhos e equipa-mentos de comunicações (20%); eprodutos químicos (14%).

No segundo grupo de indús-trias em termos de taxa de inovaçãoencontram-se os setores de máquinase equipamentos (11%); máquinas,aparelhos e material elétrico (9%); eoutros equipamentos de transporte(7%) – este influenciado pelodesempenho da aeronáutica.

No grupo intermediário, querepresenta o comportamento médiodo conjunto da indústria (em tornode 3% a 4%), posicionam-se os seg-mentos de metalurgia; produtos têx-teis; fabricação e montagem deveículos automotores, reboques e

carrocerias; fabricação de borracha;e fabricação e refino de petróleo eálcool.

Posicionam-se abaixo docomportamento médio da indústria,com uma taxa de inovação entre 1%e 2%, os segmentos de preparação econfecção de artefatos de couro;celulose e papel; produtos metálicos;fabricação de alimentos e bebidas;edição, impressão; reprodução degravação; outras indústrias; e fabri-cação de produtos minerais não-metálicos.

A indústria extrativa e a deconfecção de vestuários e acessóriosforam responsáveis pelos dois pioresdesempenhos da taxa de inovação,respectivamente, 1% e 0,5%.

A Paep 2001 também realizouuma pesquisa pioneira de inovaçãona área de serviços. Forampesquisadas quase 21 mil empresasdos mais diversos segmentos destesetor, com 20 ou mais pessoas ocu-padas no Estado de São Paulo. Desteuniverso, 923 responderam ter intro-duzido novos produtos e/ou proces-sos, perfazendo um resultado totalda taxa de inovação de 5%.

Destacaram-se, com desem-penho inovador nitidamente superiorem relação ao conjunto do setor, ossegmentos intensivos em informaçãoe conhecimento: atividades de infor-mática (30%) e telecomunicações(15%). Outro grupo a apresentar umresultado dinâmico quanto a taxa deinovação refere-se aos serviços desaúde (7%); limpeza urbana e esgoto

(7%); atividades imobiliárias (6%) ecorreio (6%).

Um conjunto de segmentosobteve performance semelhantequanto a taxa de inovação (em tornode 5%): serviços técnicos às empre-sas; educação não-formal; energia,gás e água; e atividades de lazer ecultura.

A variável de porte dasempresas parece constituir um fatordeterminante no processo de lança-mentos de novos produtos, indepen-dentemente do setor abordado.Quanto maior o porte da empresa,mais elevada será a possibilidade deintrodução de novidades para o mer-cado nacional. Ou seja, as grandesempresas, apresentam maior propen-são a inovar do que as menores.

Na indústria paulista, empre-sas com 500 e mais pessoas ocu-padas apresentam a taxa de inovaçãode 20%, ao passo que na indústria daconstrução civil esse índice é de10%. Nos serviços e no comércio, oporte também aparece comocondição crítica para o desenvolvi-mento da inovação tecnológica. Ataxa de inovação daquelas empresascom 100 e mais pessoas ocupadasnos serviços (7%) e no comércio(4%), por exemplo, é superior à deempresas com 20 a 49 pessoas, tantonaquele setor (4%) como neste (2%).

Mais informações sobre esteestudo podem ser obtidas noendereço www.seade.gov.br/produ-tos/paep/index.html .