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Bionews BOLETIM DO SETOR DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS N º 139 14/06/2016 UFPR aspec . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . “F ilho, toma esse chá que vai curar a sua tosse”. Quem nunca ouviu essa frase? Ou até mesmo viu os seus avós cultivando plantas, que segundo eles, tinham alguma finalidade medicinal? Pensando nisso, a Professora Élide Pereira dos Santos, do Departamento de Botânica, propôs para estudantes do terceiro período de Biomedicina uma pesquisa para investigar o que os nossos ancestrais sabem sobre o assunto. Neste trabalho, que fez parte da disciplina de Métodos de Identificação de Plantas Medicinais, cada aluno teve que conversar com uma pessoa que utiliza plantas como medicamento. Depois, pesquisar artigos relacionados ao assunto e comparar os benefícios apontados pelo entrevistado com a comprovação científica. Estudantes de Biomedicina analisam o conhecimento popular sobre plantas medicinais A professora Élide (á direita) com os alunos da disciplina de Métodos de Identificação de Plantas Medicinais. A maioria recorreu a parentes mais velhos, o que não foi o caso de Gabriela Banzato, que se surpreendeu com o conhecimento de sua entrevistada. “Ela é a faxineira do meu prédio. Eu estava passando e a escutei recomendando um chá para uma moça. Acabei entrando na conversa e aprendi mais do que esperava”. A surpresa também apareceu na aplicação de algumas plantas. O estudante Guilherme Rossato entrevistou duas senhoras que utilizam beterraba ( Beta vulgaris) com mel para combater a tosse. ”Eu nunca imaginei que a beterraba teria esse uso”. Já o aluno Gabriel Pereira conta que ficou um pouco cético quando sua avó disse que as folhas conhecidas como Guiné ( Petiveria tetrandra) eram boas para a memória. “Só que depois eu encontrei trabalhos que falam sobre o seu efeito no sistema nervoso central e o benefício que ele pode trazer para a memória é surpreendente”, conta ele. Dessa forma, os alunos conseguem perceber que o conhecimento não acontece apenas dentro da Universidade, mas que ele vai além das salas de aula, laboratórios e literatura. “Acho que esse trabalho tem como maior finalidade quebrar um pequeno paradigma. Se você parar pra pensar, existem muitas pessoas que ainda usam medicamentos naturais. Por serem mais velhas, é importante estimular este conhecimento para que ele não se perca com tempo”, relata Élide. Os alunos trouxeram exemplares das plantas pesquisadas, colhidas em sua maioria na própria horta dos entrevistados. Quando isso não foi possível, os estudantes recorreram a lojas especializadas, como no caso das folhas secas empacotadas à esquerda. Fotos - ASPEC.

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BionewsBOLETIM DO SETOR DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS N º 139

14/06/2016

UFPR

aspec

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

“Filho, toma esse chá que vai curar a sua tosse”. Quem nunca ouviu essa frase? Ou

até mesmo viu os seus avós cultivando plantas, que segundo eles, tinham alguma finalidade medicinal? Pensando nisso, a Professora Élide Pereira dos Santos, do Departamento de Botânica, propôs para estudantes do terceiro período de Biomedicina uma pesquisa para investigar o que os nossos ancestrais sabem sobre o assunto.

Neste trabalho, que fez parte da disciplina de Métodos de Identificação de Plantas Medicinais, cada aluno teve que conversar com uma pessoa que utiliza plantas como medicamento. Depois, pesquisar artigos relacionados ao assunto e comparar os benefícios apontados pelo entrevistado com a comprovação científica.

Estudantes de Biomedicina analisam o conhecimento popular sobre plantas medicinais

A professora Élide (á direita) com os alunos da disciplina de Métodos de Identificação de Plantas Medicinais.

A maioria recorreu a parentes mais velhos, o que não foi o caso de Gabriela Banzato, que se surpreendeu com o conhecimento de sua entrevistada. “Ela é a faxineira do meu prédio. Eu estava passando e a escutei recomendando um chá para uma moça. Acabei entrando na conversa e aprendi mais do que esperava”.

A surpresa também apareceu na aplicação de algumas plantas. O estudante Guilherme Rossato entrevistou duas senhoras que utilizam beterraba (Beta vulgaris) com mel para combater a tosse. ”Eu nunca imaginei que a beterraba teria esse uso”. Já o aluno Gabriel Pereira conta que ficou um pouco cético quando sua avó disse que as folhas conhecidas como Guiné (Petiveria tetrandra) eram boas para a memória. “Só que depois eu encontrei trabalhos que falam sobre o seu efeito no sistema nervoso central e o benefício que ele pode trazer para a memória é surpreendente”, conta ele.

Dessa forma, os alunos conseguem perceber que o conhecimento não acontece apenas dentro da Universidade, mas que ele vai além das salas de aula, laboratórios e literatura. “Acho que esse trabalho tem como maior finalidade quebrar um pequeno paradigma. Se você parar pra pensar, existem muitas pessoas que ainda usam medicamentos naturais. Por serem mais velhas, é importante estimular este conhecimento para que ele não se perca com tempo”, relata Élide.

Os alunos trouxeram exemplares das plantas pesquisadas, colhidas em sua maioria na própria horta dos entrevistados.

Quando isso não foi possível, os estudantes recorreram a lojas especializadas, como no caso das folhas secas empacotadas à esquerda. Fotos - ASPEC.

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BIONEWS é um boletim eletrônico de publicação semanal do Setor de Ciências Biológicas da UFPR.DIREÇÃO DO SETOR - PROF. DR. LUIZ CLÁUDIO FERNANDESVICE-DIREÇÃO DO SETOR - PROF. DR. FERNANDO MARINHO MEZZADRIPRODUÇÃO - ASSESSORIA A PROJETOS EDUCACIONAIS E DE COMUNICAÇÃO – ASPECEnvie sugestões e notícias para a ASPEC por suas formas de contato:

REDAÇÃO, EDIÇÃO E REVISÃO, - JOÃO CUBAS, JESSICA LUZAPOIO ADMINISTRATIVO - EVALDO AMARALPROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO - LUANA JULIÃO WELDTCONSULTORIA - FRANCINE ROCHA

[email protected] (41) 3361-1549 http://www.bio.ufpr.br/portal/aspec/ https://www.facebook.com/aspecbio/

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Mãos que falam: Conheça equipamento que transforma

linguagem de sinais em sons e palavrasUma palestra, no próximo dia 21, mostrará à

comunidade uma ideia que alia tecnologia e inclusão social para melhorar a capacidade de comunicação entre pessoas com deficiência auditiva e da fala: o Projeto Giulia – mãos que falam. O evento contará com a participação do criador do projeto, Professor Manuel Augusto Pinto Cardoso, da Universidade Estadual do Amazonas.

O Giulia, desenvolvido pela empresa MAP Technology, consiste num software de computador que se pode baixar no telefone celular e numa pulseira-sensor, usada na altura do cotovelo, que registra gestos criados por uma pessoa e os trazduz em sons da nossa língua em tempo real. O nome do projeto é uma homenagem à filha da Professora Lygia Vitória Galli Terasawa, do Departamento de Genética da UFPR, que lutou bravamente contra uma doença, mas não conseguiu vencê-la. Assim, Cardoso pensou em uma criação que pudesse ajudar pessoas que enfrentam dificuldade na comunicação por serem surdas ou mudas.

Sensores, softwares e inteligência artificial

Os sensores captam sinais dos músculos e funcionam como roldanas. Quando a

pessoa faz o movimento dos dedos e dos braços, ele capta os sinais e os envia via Bluetooth para o celular. No celular foram desenvolvidos logaritmos matemáticos que enviam as mensagens para a rede. Por ter inteligência artificial, a rede reconhece os movimentos e os associa com frases, letras, libras ou qualquer gesto que a pessoa dê comando.

O aplicativo Giulia, ao identificar o sinal de Libras, sintetiza em voz o texto em português equivalente ao sinal identificado. Por outro lado, o que o ouvinte falar para o surdo é apresentado em texto ou por um desenho animado com os sinais em Libras equivalentes ao que foi falado pelo ouvinte.

Atualmente, o projeto foi dividido em contextos, pela prioridade das necessidades dos surdos em se comunicar no ambiente dos ouvintes, tais como: hospital, delegacia, escola,

trabalho, shopping, restaurante e outros. Para tanto, já foram ensinados mais de 150 gestos de Libras referentes a estes contextos para o algoritmo da rede neural artificial do Giulia. Essas inclusões são constantes, conforme as orientações de prioridades que são passadas pelos surdos para os desenvolvedores, pois a adesão a essa tecnologia exige a participação direta deles na sua elaboração.

Serviço:Palestra: Tecnologias assistivas como fonte de inovações que agregam valor à qualidade de vida - Projeto Giulia, mãos que falamData: 21/06/2016 às 14hLocal: Anfiteatro 10, Setor de Ciências BiológicasEntrada livre.

Sensores de movimentos usados na indústria de jogos eletrônicos e um software baixado no telefone celular compõem o equipamento desenvolvido por Cardoso. Foto - Portal A Crítica.

O Brasil possui mais de 9,5 milhões de portadores de deficiência auditiva. Uma das maiores dificuldades destas pessoas é a falta de comunicação com aqueles que não sabem Libras. Foto - Map Technology

Saiba mais!Confira no link https://www.youtube.com/watch?v=bssrPI1i8OU um vídeo que explica o mecanismo do Projeto Giulia, e a aplicação do equipamento.