disciplina · a qualidade de vida dos cidadãos, ... uma especialidade de perícia, ... o declara...

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CURSO CURSO CURSO CURSO GESTÃO EM AUDITORIA E PERÍCIA AMBIENTAL DISCIPLINA DISCIPLINA DISCIPLINA DISCIPLINA FUNDAMENTO E INSTRUMENTOS DE PERÍCIA AMBIENTAL PROFESSOR PROFESSOR PROFESSOR PROFESSOR MS. DJALMA GONÇALVES RAMIRES

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CURSOCURSOCURSOCURSO

GESTÃO EM AUDITORIA E PERÍCIA

AMBIENTAL

DISCIPLINADISCIPLINADISCIPLINADISCIPLINA

FUNDAMENTO E INSTRUMENTOS DE

PERÍCIA AMBIENTAL

PROFESSORPROFESSORPROFESSORPROFESSOR

MS. DJALMA GONÇALVES RAMIRES

FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E DE ADMINISTRAÇÃO DO VALE DO JURUENA

Pós-Graduação Lato Sensu em GESTÃO EM AUDITORIA E PERÍCIA AMBIENTAL Prof. MS. DJALMA GONÇALVES RAMIRES

Av. Gabriel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000 www.pos.ajes.edu.br – [email protected]

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático. De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.

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I. IntroduçãoI. IntroduçãoI. IntroduçãoI. Introdução

No estudo das perícias ambientais apresenta-se os principais conceitos e normas jurídicas que orientam esta prática se suma importância a preservação do meio ambiente, especialmente no campo da Ação Civil Pública, principal meio processual de defesa do meio ambiente, assim como principal fonte de demanda por perícias ambientais.

Os conflitos ambientais da crescente concentração populacional aliado a um modelo de desenvolvimento econômico que compromete o equilíbrio ecológico e, conseqüentemente, a qualidade de vida dos cidadãos, têm gerado demandas judiciais cada vez mais complexas envolvendo questões ambientais.

O esforço de se proteger o meio ambiente e solucionar esses conflitos, que na maioria das vezes resultam num alto custo ambiental e social, tem demandado a construção de teorias, princípios, métodos e instrumentos inovadores tanto na área do Direito quanto nas diversas áreas do conhecimento relacionadas com a questão ambiental.

Neste processo, inclui-se a PERÍCIA AMBIENTAL, uma especialidade de perícia, relativamente nova no Brasil, mas que tem evoluído nos últimos anos devido ao aprimoramento da legislação ambiental e a própria necessidade humana de proteção e conservação do meio ambiente.

Assim, trata-se de uma atividade profissional de relevante interesse social e de natureza complexa, a exigir uma prática multidisciplinar e a atuação de profissionais altamente qualificados para o trato das questões ambientais, além de estudos e pesquisas que fundamentem o desenvolvimento de seus aspectos jurídicos, teóricos, técnicos e metodológicos.

II. Perícia JudicialII. Perícia JudicialII. Perícia JudicialII. Perícia Judicial

Segundo Nunes (1994), perícia é um exame realizado por técnico, ou pessoa de comprovada aptidão e idoneidade profissional, para verificar e esclarecer um fato, ou estado ou a estimação da coisa que é objeto de litígio ou processo, que com um deles tenha relação ou independência, a fim de concretizar uma prova ou oferecer o elemento de que necessita a Justiça para poder julgar.

No crime, a perícia obedece às normas estabelecidas pelo Código de Processo Penal, devendo ser efetuada o mais breve possível, antes que desapareçam os vestígios. No cível, compreende a vistoria, a avaliação, o arbitramento, obedecendo às normas procedimentais do Código do Processo Civil (CPC).

III. PeritoIII. PeritoIII. PeritoIII. Perito

Na concepção jurídica, o perito é um auxiliar da Justiça que assessora o juiz na formação de seu convencimento quando as questões em pauta exigem conhecimentos técnicos ou científicos específicos para a elucidação dos fatos.

Segundo o IBAPE (1994), perito é um profissional legalmente habilitado, idôneo e especialista, convocado para realizar uma perícia.

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O profissional convocado para exercer a função de perito judicial, além de sua formação técnica específica, deve possuir uma noção básica de Direito Processual Civil, pois é no âmbito deste ramo da ciência jurídica que ele irá atuar, tendo, obrigatoriamente, que seguir os ritos previstos no Código do Processo Civil.

Além do perito, destaca-se ainda o assistente técnico, profissional legalmente habilitado, indicado e contratado pela parte para orienta-la, assistir os trabalhos periciais em todas as fases da perícia e, quando necessário, emitir seu parecer técnico.

IV. Quesitos e Laudo PericialIV. Quesitos e Laudo PericialIV. Quesitos e Laudo PericialIV. Quesitos e Laudo Pericial

QUESITOS

Quesitos são perguntas ou questões formuladas ao perito e assistentes técnicos, concernentes aos fatos da causa, que constituem o objeto da perícia.

Na maioria das vezes, os quesitos são formulados pelos advogados das partes, sendo que o mais indicado seria que o fizessem sob a orientação de seus respectivos assistentes técnicos, se estes tiverem sido indicados, pois as argüições devem ser pertinentes à matéria em causa, envolvendo questões técnicas a serem elucidadas pelo perito e pelo assistente técnico da parte contrária.

LAUDO PERICIAL

Laudo é o resultado da perícia, expresso em conclusões escritas e fundamentadas, onde serão apontados os fatos, circunstâncias, princípios e parecer sobre a matéria submetida a exame do especialista, adotando-se respostas objetivas aos quesitos.

O resultado técnico subscrito pelo assistente técnico é chamado de parecer.

V. Prática Forense da PeríciaV. Prática Forense da PeríciaV. Prática Forense da PeríciaV. Prática Forense da Perícia

Os procedimentos relacionados à perícia envolvem atos do juiz, do advogado do autor e seu assistente técnico (se indicado), do advogado do réu e seu assistente técnico (se indicado) e do perito do Juizo, conforme abaixo:

Do Advogado:

Ajuíza ou contesta a ação, requer as provas (parcial e outras), indica assistente técnico e formula quesitos.

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Do Assistente Técnico:

Assessora a parte que o contratou na formulação de quesitação, mantém-se em contato com o perito e procura atende-lo quanto ao fornecimento de informações e documentos, acompanha os trabalhos periciais e comenta, criticando ou não, o laudo elaborado pelo perito.

Do Juiz:

Nomeia perito, elabora sentença e determina a realização de provas (documental, pessoal, pericial).

Do Perito:

Toma conhecimento da nomeação, do tipo da ação proposta e do nome das partes. Procedimento técnico: elabora o laudo pericial, comunica os assistentes técnicos do dia e hora da vistoria ao objeto da lide, vistoria local (descreve, fotografa, etc).

VI. Perícia AmbientalVI. Perícia AmbientalVI. Perícia AmbientalVI. Perícia Ambiental

A perícia ambiental é um meio de prova utilizado em processos judiciais, sujeito à mesma regulamentação prevista pelo Código do Processo Civil (CPC), com a mesma prática forense, mas que irá atender a demandas específicas advindas das questões ambientais, onde o principal objeto é o dano ambiental ocorrido, ou risco de sua ocorrência.

Dos meios processuais utilizados na apuração de responsabilidade pelos danos ambientais, o de nosso interesse neste estudo e que irá ser abordado a seguir é a Ação Civil Pública (Lei nº 7.347, de 24.07.1985).

Esta lei disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (vetado), possibilitando que essa agressão venha a se tornar um caso de Justiça e que possa ser também proposta pelas associações civis.

As finalidades da ação civil pública são o cumprimento da obrigação de fazer; o cumprimento da obrigação de não fazer e/ou a condenação em dinheiro.

VII. Direito AmbientalVII. Direito AmbientalVII. Direito AmbientalVII. Direito Ambiental

Relação da Legislação Principal Ambiental, de acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil (art. 225):

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AGRICULTURA

o Dispõe sobre a inspeção e fiscalização da produção e do comércio de fertilizantes,

corretivos, inoculantes, estimulantes ou biofertilizantes, destinados à agricultura;

o Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagem, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins;

o Dispõe sobre a política agrícola.

ÁGUA

o Regulariza o lançamento de resíduo industrial das usinas açucareiras nas águas pluviais;

o Institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro;

o Dispõe sobre a preservação dos depósitos naturais de águas subterrâneas do Estado de São Paulo;

o Estabelece medidas para proteção das florestas existentes nas nascentes dos rios;

o Institui a Política Nacional dos Recursos Hídricos (Lei das Águas);

o Regulamenta o Conselho Nacional de Recursos Hídricos;

o Dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Águas (ANA).

BIOSSEGURANÇA/BIODIVERSIDADE

o Estabelece normas para o uso das técnicas de engenharia genética e liberação no meio ambiente de organismos geneticamente modificados, autoriza o Poder Executivo a criar, no âmbito da Presidência da República a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança;

o Promulga a Convenção sobre Diversidade Biológica;

BIOTECNOLOGIA/ENGENHARIA GENÉTICA

o Promulga o Estatuto e o Protocolo do Centro Internacional de Engenharia Genética e Biotecnologia.

CAMADA DE OZÔNIO

o Promulga as emendas ao Protocolo de Montreal sobre Substâncias que destroem a Camada de Ozônio.

CRIMES AMBIENTAIS

o Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente;

o Institui o direito de proteção de cultivares;

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o Dispõe sobre a especificação de sanções aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.

CULTURA

o Institui o Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac);

o Cria mecanismos de fomento à atividade audiovisual.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

o Dispõe sobre a educação ambiental e institui a Política Nacional de Educação Ambiental.

ESTAUTO DA CIDADE

o Estabelece diretrizes gerais da política urbana.

FAUNA

o Dispõe sobre maus tratos em animais;

o Dispõe sobre a proteção à fauna;

o Dispõe sobre a proteção e estímulo à pesca;

o Dispõe sobre o estabelecimento e funcionamento de jardins zoológicos;

o Proíbe a pesca de cetáceo nas águas jurisdicionais brasileira;

o Normaliza o funcionamento de criadouros de animais silvestres para fins econômicos;

o Regulamenta os criadouros comerciais de jacarés;

o Estabelece critérios para o acasalamento de espécies ameaçadas da fauna brasileira;

o Regulamenta a criação ou manutenção em cativeiro da fauna silvestre com a finalidade de subsidiar pesquisas científicas;

o Proíbe a permuta de animais silvestres entre zoológicos e criadouros científicos e comerciais que não estejam legalizados;

o Normalizar a comercialização de peles de crocodilianos brasileiros;

o Regulamenta a obtenção de registro de "criadouro conservacionista";

o Controla as transações comerciais das espécies Tartaruga da Amazônia e do Tracajá;

o Regulamenta criadouros de borboletas;

o Proíbe a criação do Jacaré do pantanal fora da Bacia do rio Paraguai;

o Regulamenta a obtenção de licença para coleta de material zoológico;

o Normalizar a comercialização de produtos e subprodutos das espécies de quelônios;

o Declara as espécies da fauna silvestre ameaçadas de extinção e as provavelmente ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo;

o Dos crimes ambientais.

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FLORESTAS E VEGETAÇÃO NATIVA

o Institui o novo Código Florestal; o Inclui no rol das áreas de preservação permanente as florestas situadas em

Regiões Metropolitanas;

o Declara o pau-brasil Árvore Nacional, institui o Dia do Pau-Brasil;

o Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros;

o Dispõe sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental; o Normaliza os procedimentos quanto às autorizações de derrubada e exploração

florestal envolvendo área de Mata Atlântica. o Dispõe sobre o corte, a exploração e a supressão de vegetação primária ou nos

estágios avançado e médio de regeneração de Mata Atlântica;

o Dispõe sobre o corte, a exploração e a supressão de vegetação secundária no estágio inicial de regeneração da Mata Atlântica, no Estado de São Paulo;

o Dos crimes ambientais (Lei nº 9.605). o Publica lista preliminar das espécies da vegetação do Estado de São Paulo

ameaçadas de extinção;

o Promulga o Acordo Internacional de Madeiras Tropicais.

MAR

o Institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro;

o Dispõe sobre o mar territorial, a zona econômica exclusiva e a plataforma continental brasileiros;

o Aprova o Plano Setorial para os Recursos do Mar.

PATRIMÔNIO ARTÍSTICO NACIONAL

o Organiza a proteção do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional; o Dos crimes ambientais.

PESCA

o Proteção à pesca;

o Institui o Programa Pescar e estabelece diretrizes para a sua execução;

o Dos crimes ambientais.

POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

o Dispõe sobre a Política do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação e dá outras providências.

POLUIÇÃO

o Dispõe sobre o controle da poluição do meio ambiente.

ONGs

o Dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, institui e disciplina o Termo de Parceria, e dá outras providências.

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QUEIMADAS

o Código Florestal;

o Dos crimes ambientais.

RESERVA LEGAL

o Código Florestal.

RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL (RPPN)

o Dispõe sobre o reconhecimento das Reservas Particulares do Patrimônio Natural, e dá outras providências.

SEGURANÇA NUCLEAR

o Promulga o Protocolo da Convenção de Segurança Nuclear.

SOLO

o Institui a Política Nacional de Saneamento e cria o Conselho Nacional de Saneamento;

o Dispõe sobre parcelamento do solo urbano ;

o Estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências.

TAXAS AMBIENTAIS

o Institui a Taxa de Serviços Administrativos - TSA, em favor da Superintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA, estabelece preços a serem cobrados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, cria a Taxa de Fiscalização Ambiental – TFA.

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

o Institui e dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC, e delega competência ao Ministro de Estado do Meio Ambiente para a prática do ato que menciona, e dá outras providências.

VIII. Ministério Público a Ação Civil PúblicaVIII. Ministério Público a Ação Civil PúblicaVIII. Ministério Público a Ação Civil PúblicaVIII. Ministério Público a Ação Civil Pública

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O Ministério Público (MP) é uma instituição de interesse público que, através de seus membros, os Promotores de Justiça, representa a sociedade, defendendo, perante o poder Judiciário os princípios e os valores maiores que a sustentam.

Para a preservação e proteção do meio ambiente, o Ministério Público recebeu a titularidade da Ação Civil Pública, genericamente designadas Ação Ambiental, sendo que a ação civil pública tornou-se o principal instrumento de defesa do meio ambiente.

IX. Considerações FinaisIX. Considerações FinaisIX. Considerações FinaisIX. Considerações Finais

É imprescindível que os profissionais com atuação em perícias ambientais tenham pleno conhecimento da Lei nº 7.347, correspondente a Ação Civil Pública, além de um conhecimento superficial (no mínimo) dos direitos ambientais.

A questão da ética profissional é de suma importância quando desta atividade, uma vez que a falta de honestidade com relação aos laudos ambientais poderá ocasionar numa decisão injusta e contraditória com a verdade dos fatos.

Com relação ao Art. 18. desta lei, os honorários periciais são depositados somente quando transitada um julgado a decisão condenatória, o que na maioria das vezes leva bastante tempo, e as despesas, que no caso das demandas ambientais, quase sempre envolvem consultorias, exames laboratoriais e levantamentos topográficos, não podem ser adiantados, estando então a cargo do perito. Esta restrição imposta pela lei desestimula a atuação profissional em perícias ambientais, resultando num mercado de trabalho pouco atrativo.

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PERÍCIA “Exame realizado por técnico, ou pessoa de comprovada aptidão e idoneidade profissional, para verificar e esclarecer um fato, ou estado ou a estimação da coisa que é objeto de litígio ou processo, que com um deles tenha relação ou dependência, a fim de concretizar uma prova ou oferecer o elemento que necessita a justiça para poder julgar” (Cunha e Guerra, 2000). dicionário “Aurélio”, perícia quer dizer habilidade, destreza, conhecimento, ciência, como também vistoria ou exame de caráter técnico e especializado” Laudo Pericial – “ É o resultado da perícia, expresso em conclusões escritas e fundamentadas, onde serão apontados os fatos, circunstâncias, princípios e parecer sobre a matéria submetida a exame do especialista, adotando-se respostas objetivas aos quesitos”(Bustamante, 1994). Perito – “Profissional legalmente habilitado, idôneo e especialista, convocado para realizar uma perícia (IBAPE, 1994). dicionário “Aurélio”, perito traduz as qualidades de experiente, experimentado, prático, versátil, sabedor, hábil, especialista. Parecer: Opinião ou juízo emitido por pessoa especializada em determinado assunto (Dic. Melhoramentos). Relatório: Descrição minuciosa (dic. Melhoramentos) Surgimento da Perícia – primeiramente pela medicina legal. Aumento do Conhecimento Científico – outros profissionais Atualmente – Esfera Federal e Estadual, seguindo o sistema judicial brasileiro. Esferas do nosso direito – Criminal, Administrativa e civil. SOLICITAÇÕES DE PERÍCIAS. ESFERA CRIMINAL (CPP) (Delegados de Polícia, Oficiais da PM em IPM, Ministério Público). CPP introduzido pela Lei Federal 3.689/10/41- com alteração pela Lei 8.862/94 ESFERA AMINISTRATIVA (Normalmente solicitada pela autoridade administrativa em sindicâncias ou processos administrativos). ESFERA CIVIL (CPC) Ministério Público (Inquéritos civis) – Juízes em fase processual). Defensor das partes. “Não existe crime, sem uma lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal” – Art. 5º- inciso XXXIX – CF e (Artigo 1.º do Código Penal Brasileiro – CPB). A Perícia é solicitada em função de alguma ocorrência prevista pela Lei Brasileira. Perito – Necessita conhecer a legislação relacionada ao caso periciado. “Perito ou assistente técnico, é imprescindível que se tenha conhecimento dos artigos do Código de Processo Civil (420 a 443; 19, 33, 130 e 138) – CPP – 158 e seguintes) e as alterações feitas pela Lei Federal 8.455/92” (Bustamante, 1994).

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PERÍCIA CRIMINAL Quem pode requisitar a Perícia Juízes, Promotores, Autoridades Policiais em Inquéritos criminais, Civil ou Militar. Defensor das Partes. Inciso VII do artigo 6º -CPP (Cabe a autoridade policial... determinar, se for o caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias). Art. 159- “o exame será requisitado pela autoridade ao diretor da repartição, juntando-se ao processo o laudo assinado pelos peritos.” Artigo 47-CPP - (Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimentos e documentos complementares ou novos elementos de convicção, deverá requisitá-los, diretamente, de quaisquer autoridades ou funcionários que devam ou possam fornecê-los.). Artigo 423 do CPP - (As justificações e perícias requeridas pelas partes serão determinadas somente pelo presidente do tribunal, com intimação dos interessados, ou pelo juiz a quem couber o preparo do processo até julgamento). Quando Não há Peritos Oficiais A autoridade faz a nomeação – (termo de compromisso). Perito Ad hoc. Lei 9.099/95 – elimina o IP e cria o TCO – perícias diretamente ao judiciário. Art. 112 CPP – incompatibilidades e impedimentos e nulidade. “O juiz, o órgão do Ministério Público, os serventuários ou funcionários de justiça e os peritos, ou intérpretes abster-se-ão de servir no processo, quando houver incompatibilidade ou impedimento legal, que declararão nos autos. Se não se der a abstenção, a incompatibilidade ou impedimento poderá ser argüido pelas partes, seguindo-se o processo estabelecido para a exceção de suspeição.” Art 147(CPP) – “O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas, responderá pelos prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado por dois anos, a funcionar em outras perícias e incorrerá nas sanções que a lei penal estabelecer” Art. 275 (CPP). O perito, ainda que não oficial, estará sujeito à disciplina judiciária. Artigo 564 (CPP), inciso III, alínea “b”, que “a nulidade ocorrerá nos seguintes casos: ... por falta das fórmulas ou dos termos seguintes: ... o exame do corpo de delito nos crimes que deixem vestígios,...”. Prazo- dia-hora e Escusa da Perícia. artigo 160-CPP - (O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 (dez) dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.). 161 CPP - (O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora). (escolha por caso). Art 146 (CPP) “ O perito tem o dever de cumprir o ofício, no prazo que lhe assina a lei, empregando toda a sua diligência; pode, todavia, escusar-se do encargo, alegando motivo legítimo”.

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§ único – redação pela Lei 8.455/92 – “ A escusa será apresentada no prazo de cinco dias, contados da intimação ou do impedimento superveniente ao compromisso, sob pena de se reputar renunciando o direito a alegá-la”. Nível Superior - artigo 159 § 1º (CPP) - “não havendo peritos oficiais, o exame será realizado por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior, escolhidas, de preferência, entre as que tiverem habilitação técnica relacionada à natureza do exame).” § 2º “Os peritos comprovarão sua especialidade, na matéria que irão opinar, mediante certidão do órgão profissional em que estiverem inscritos”. Legislação dos Conselhos Regionais e Artigo 145, § 1º (CPC), com a redação dada pela Lei 7.270/84 diz que “os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário, ...”, aplicando-se por analogia no caso do processo criminal. Federais. 02 PERITOS O artigo 159 do CPP alterado pela Lei 8862/94 – diz: “Os exames de corpo de delito e as outras perícias serão feitos por dois peritos oficiais”. Súmula 361 (STF): No processo penal, é nulo o exame realizado por um só perito, considerando-se impedido o que tiver funcionado, anteriormente, na diligência de apreensão). Art. 180 (CPP). Se houver divergência entre os peritos, serão consignados no auto do exame, as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame por outros peritos. (normalmente para peritos nomeados). Art. 33-CPC- “ Cada parte pagará a remuneração do assistente técnico que houver indicado; a do perito será paga pela parte que houver requerido o exame, ou pelo autor, quando requerido por ambas as partes, ou determinado de ofício pelo juiz”. Art. 33-CPC - § Único – O juiz poderá determinar que a parte responsável pelo pagamento dos honorários do perito deposite em juízo o valor correspondente a essa remuneração. O numerário, recolhido em depósito bancário à ordem do juízo e com correção monetária, será entregue ao perito após a apresentação do laudo, facultada a sua liberação parcial, quando necessária. Remuneração – (IBAPE) – 0,5 SM/h. (Salário Mensal/hora) A não ser que haja acordo, normalmente a parte perdedora pagará todas as despesas.

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PERÍCIA CRIMINAL AMBIENTAL 02 FASES Antes e Depois da Lei Federal 9.605/98 – (Lei de Crimes Ambientais) – Diversas Infrações administrativas, ou que constavam como contravenções penais, passam a ser crimes. (ex: soltar balões, transportar madeira irregular, utilizar motosserra sem autorização etc...) Lei 9.605/98 O crime ambiental pode ser contra a administração ambiental, a flora, a fauna, o ordenamento urbano, o patrimônio cultural, por ações poluentes e outros casos específicos. Lei de Crimes Ambientais (9.605/98) – Diversos artigos prevendo a necessidade da Perícia. Artigo 17 – “A verificação da reparação a que se refere o parágrafo 2.º do artigo 78 do Código Penal será feita mediante laudo de reparação do dano ambiental e, as condições a serem impostas pelo juiz, deverão relacionar-se com a proteção do meio ambiente”. Artigo 19 – “A perícia de constatação do dano, sempre que possível, fixará o montante do prejuízo causado para efeitos de prestação de fiança e cálculo de multa”. Parágrafo Único – “A perícia produzida no inquérito civil ou no juízo cível poderá ser aproveitada no inquérito criminal, instaurando-se o contraditório”. Artigo 20 – “A sentença penal condenatória, sempre que possível, fixará o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido ou pelo meio ambiente. Art. 27 – Lei 9.605/98 – “Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação imediata da pena restritiva de direito ou multa, prevista no artigo 76 da Lei n.º 9.099/95, somente poderá ser formulada, desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, salvo em caso de comprovada impossibilidade”. Art. 28 inciso. I – “... A declaração de extinção de punibilidade... dependerá de laudo de constatação de reparação do dano ambiental, ressalvada a impossibilidade...”. Inciso II – prorrogação do prazo de suspensão do processo, com a não reparação (laudo de constatação) Inciso IV – (novo laudo) Inciso V – esgotamento do prazo (necessário laudo que comprove todas providências de reparação pelo autor) Solicitação – (fase de inquéritos policiais). Baseado na perícia a autoridade policial indicia ou não o infrator (vários problemas se não se executar a perícia. Ex: carvão, carne de animal etc...). Maiores Ocorrências – Infrações encaminhadas pelas Polícias Ambientais. (madeira, pescado, caça, carvão etc...).

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PERÍCIA CRIMINAL AMBIENTAL NA ESFERA ADMINISTRATIVA Decreto 3.179/99 – (um marco). Antes– Resoluções e Portarias – (Questionamentos jurídicos de que essas peças jurídicas não podiam prever valores de multas). Art 41 – “Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora”... Multas de até R$ 50 milhões. Art. 41 - § 2º - "As multas e demais penalidades de que trata este artigo serão aplicadas após laudo técnico elaborado pelo órgão ambiental competente, identificando a dimensão do dano decorrente da infração". Perícia – Nesta esfera, auxilia a autoridade administrativa a formar um juízo técnico da ocorrência e decidir mais justamente sobre a matéria julgada). (até porque a autoridade que procedeu o auto pode também errar). (caso Aquidauana).

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PERÍCIA AMBIENTAL CIVIL Maiores ocorrências – Ministério Público em casos de poluição. Tem sido usada a perícia para a confecção de Termos de Ajustamento de Conduta-TAC. Juízes – Principalmente para avaliação de danos ambientais. Após a Lei 9.605/98 – (juízes para avaliação de recuperação de danos ambientais) – Prevê extinção da punibilidade. (perito advogado do infrator). Sem Perícia dificilmente haverá punição, quer administrativa, criminal ou civil. A Perícia serve para que pessoas que recuperem os danos não sejam punidas igualmente às que não o fazem. Através das medidas mitigadoras sugeridas nas perícias, têm sido recuperados diversos danos, sem aberturas de inquéritos civis, em acordos com o Ministério Público. Enfim, a Perícia é a arma das autoridades para a tomada de decisões em infrações ambientais. É necessário que as Universidades preparem seus estudantes para este amplo campo, até por questão de qualidade de vida. QUESTÕES IMPORTANTES Cite as esferas legais da Perícia e os códigos que as regem. Cite os procedimentos a serem seguidos pelo perito para a recusa da realização da perícia. Cite os procedimentos jurídicos errados que podem levar à anulação da perícia. O que é feito quando há divergência entre os peritos. Cite os procedimentos dos assistente técnico. Por que a Lei de Crimes ambientais tornou fundamental a existência da perícia?

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PERÍCIA AMBIENTAL Código Florestal Federal (Lei nº 4.771/65) Condiciona o exercício do direito da propriedade ao cumprimento de sua função social e ambiental (preservação da vegetação nativa) Qualifica as florestas e demais formas de vegetação nativa como bens de interesse comum a todos os habitantes do país, impondo uma série de limitações à exploração de tais recursos. Estabelece uma área mínima imune ao corte raso – reserva legal. Define as Áreas de Preservação Permanente – APPs Define regras para exploração econômica de florestas nativas e plantadas. Áreas de Preservação Permanente Vegetação nativa deve ser mantida para “preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. Ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água APPs sem vegetação devem ser recuperadas Corte da vegetação só em casos de utilidade pública ou interesse social RESERVA LEGAL - percentual de vegetação original que deve ser mantido na propriedade. - varia de acordo com a região do país (Amazônia – 80%, Cerrado – 35%, demais regiões – 20%) - só pode manejo sustentado Código Florestal Estadual Mais restritivo que o Código Florestal Federal Não permite corte raso – só nos estágios iniciais de regeneração (capoeira). (O Código Florestal Federal permite corte raso até o limite da reserva legal). Queimadas só para controle fitossanitário. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC – Lei Federal nº 9.865/00 Precisam de plano de manejo – integrado ao Plano Diretor Prever zonas de amortecimento (zoneamento no PD) SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO UC de Proteção Integral - Estação Ecológica - Reserva Biológica - Parque Nacional, Estadual e Municipal - Monumento Natural - Refúgio de Vida Silvestre UC de uso sustentável - Área de Proteção Ambiental (APA) - Área de Relevante Interesse Ecológico - Floresta Nacional -- Reserva Extrativista

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-- Reserva de Fauna -- Reserva de Desenvolvimento Sustentável -- Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) SISTEMA ESTADUAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO - Unidades de Proteção Integral - Parque Estadual - Reserva Biológica - Estação Ecológica - Refúgio de Vida Silvestre - Unidades de Manejo Sustentado - Área de Proteção Ambiental (APA) - Horto Florestal

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PERÍCIA EM DESMATAMENTO Desmatamento – retirada da cobertura vegetal natural de uma região pelo homem, para geração de pasto, agricultura e outras formas de uso do solo. Um dos maiores responsáveis pelo impacto ambiental negativo no planeta. Consequências – erosão, assoreamento de corpos d’água, desertificação, desequilíbrio do ciclo hidrológico, alteração de climas locais, perdas de espécies diretas ou indiretas, contribuição com incremento do efeito estufa. Fases do desmatamento – Projeto (órgão ambiental) – menos de 1000 ha – projeto simples de licenciamento. Acima – Necessidade de EIA/RIMA.

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PERÍCIA EM DESMATAMENTO LEGISLAÇÃO Resolução Conama 001/86 – XVII- Projetos agropecuários maiores de 1.000 ha ou menores, neste caso, quando se tratar de áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental, inclusive nas áreas de proteção ambiental. Necessidade - LP – LI e LO. Área da propriedade que pode ser desmatada – Lei Federal 4771/65 – Art. 16 - § 1º. Nas propriedades rurais, compreendidas na alínea a) (regiões Leste Meridional, Sul e Centro-Oeste...) deste artigo, com área entre 20 (vinte) a 50 (cinqüenta) hectares, computar-se-ão, para efeito de fixação do limite percentual além da cobertura florestal de qualquer natureza, os maciços de porte arbóreo, sejam frutíferos, ornamentais ou industriais. § 2º. A reserva legal, assim entendida a área de, no mínimo, 20% (vinte por cento) de cada propriedade, onde não é permitido o corte raso, deverá ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no Registro de Imóveis competente, sendo vedada à alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, ou de desmembramento da área. § 3º. Aplica-se às áreas de cerrado a reserva legal de 20% (vinte por cento) para todos os efeitos legais. Lei 4771/65 Art. 44. Na região Norte e na parte Norte da região Centro-Oeste, a exploração a corte raso só é permitida desde que permaneça com cobertura arbórea de, no mínimo, 50% de cada propriedade. § 1º. A reserva legal, assim entendida, a área de, no mínimo, 50% de cada propriedade, onde não é permitido o corte raso, será averbada à margem da inscrição da matrícula do imóvel no registro de imóveis competente, sendo vedada à alteração de sua destinação, nos casos de transmissão a qualquer título ou de desmembramento da área. § 2º. Nas propriedades onde a cobertura arbórea se constitui de fitofisionomias florestais, não será admitido o corte raso em pelo menos 80% dessas tipologias florestais. Lei de crimes ambientais – 9605/98 – Art. 38 - Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção: Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Parágrafo único - Se o crime for culposo, a pena será reduzida a metade. Art. 39 - Cortar árvores em floresta considerada de preservação permanente, sem permissão da autoridade competente: Pena - detenção de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Art. 40 - Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas de que trata o art. 27 do Decreto n. 99274, de 6 de junho de 1990, independentemente de sua localização: Pena - reclusão, de um a cinco anos.

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Art. 48 - Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas de vegetação: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Art. 49 - Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Art. 50 - Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas, protetora de mangues, objeto especial de preservação: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Decreto Federal 3179/99 – Art. 25. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção: Multa de R$1.500,00 (mil e quinhentos reais) a R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais), por hectare ou fração. Art. 33. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas ou demais formas de vegetação: Multa de R$ 300,00 (trezentos reais), por hectare ou fração. Art. 34. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia: Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais), por árvore. Art. 39. Desmatar, a corte raso, área de reserva legal: Multa de R$ 1.000,00 (mil reais), por hectare ou fração. Lei Estadual 90/80 – Art. 14 – A utilização do solo, para qualquer fim, será permitida, se não prejudicar a saúde ou de forma a causar erosão ou poluição dos corpos d’água superficiais ou subterrâneos”. Art 15 – “ Toda pessoa física ou jurídica que, no Estado de MS, explorar o solo para qualquer fim, terá que adotar práticas conservacionistas...” § 2º - “É obrigado em toda atividade de preparo do solo que antecede ao início ou reinício das atividades agrícolas, o enleiramento permanente, sempre cortando o sentido das águas”. § 4º - nas atividades que impliquem em desmatamento, é obrigatório o cultivo em nível”. Lei Estadual 90/80 – Art. 14 – A utilização do solo, para qualquer fim, será permitida, se não prejudicar a saúde ou de forma a causar erosão ou poluição dos corpos d’água superficiais ou subterrâneos”. Art 15 – “ Toda pessoa física ou jurídica que, no Estado de MS, explorar o solo para qualquer fim, terá que adotar práticas conservacionistas...” § 2º - “É obrigado em toda atividade de preparo do solo que antecede ao início ou reinício das atividades agrícolas, o enleiramento permanente, sempre cortando o sentido das águas”. § 4º - nas atividades que impliquem em desmatamento, é obrigatório o cultivo em nível”. Observação na perícia Medida da área – conferência com a licença. Verificação se atingiu APP (reserva legal). Verificação de conservação do solo. Limpeza de pasto – não pode haver material lenhoso.

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Verificação nas leiras – árvores imunes de corte – Portaria 83/93-N de 26/09/91 – IBAMA. Art. 3º - A exploração da Aroeira Legítima ou Aroeira do Sertão (Astronium urundeuva), das Braunas ou Baraúnas (Melanoxylon brauna e Schinopsis brasiliensis) e do Gonçalo Alves (Astronium fraxinifolium) nos estágios de vegetação denominados de cerradão e cerrado só poderão ser efetivados através de Planos de Manejo Sustentado previamente aprovados pelo IBAMA.

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LAUDO SOLICITAÇÃO – Ministério Público, Delegados de Polícia, Oficiais da Polícia Militar Ambiental e outros. OBJETIVOS – Descritos no Ofício – Normalmente especifica-se apenas para fazer levantamentos da degradação ambiental. Surgem muitos, por alegação de limpeza de pasto e não desmatamento. Se houver quesitos – Abrir um item quesitos e antes da conclusão, outro item – Da Resposta aos Quesitos. Item I – Preâmbulo – Data por extenso – local da vistoria. (município, estado etc...). II – Histórico – O que originou o laudo – devido a solicitação de quem (se tiver ofício enumerar), identificar a empresa e o proprietário. III – Do Objetivo do Exame Pericial – O que o solicitante quer que se examine. IV – Do Auxílio à Perícia – Identificação da pessoa que auxiliou na vistoria. V – Da Data e Hora da Perícia – Momento da vistoria.

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MODELO DE LAUDO PERICIAL LAUDO TÉCNICO I - PREÂMBULO III – DO OBJETIVO IV – DA DOCUMENTAÇÃO CONSTANTE DOS AUTOS V – DO AUXÍLIO À PERÍCIA VI – DA DATA DA VISTORIA VII - DO MATERIAL UTILIZADO VIII – DA LEGISLAÇAO EM VIGOR IX – DO MÉTODO UTILIZADO IX – DO MÉTODO UTILIZADO XI - DA DOCUMENTAÇÃO APRESENTADA DA PROPRIEDADE. XI - DA DOCUMENTAÇÃO APRESENTADA DA PROPRIEDADE Veriificar confrontações e croquis com medidas oficiais XII - DA CONSTATAÇÃO XIII - DISCUSSÃO DAS IMAGENS XIV - OUTROS ELEMENTOS XV – GLOSSÁRIO XVI – DA CONCLUSÃO XVII – DO ENCERRAMENTO XVIII – PROFISSIONAIS HABILITADOS XIX - REFERÊNCIAS