· 2018-08-14 · ana rita silva almeida chiara – davi novaes ladeia fogaça – deise danielle...

Salvador Bahia 2018

2018 Dos organizadores

Coordenao EditorialDenise Aparecida Bunn

Reviso de Portugus e Normalizao da ABNTPatrcia Regina da Costa

Capa, Projeto Grfico e DiagramaoClaudio Jos Girardi

Catalogao na publicao por: Onlia Silva Guimares CRB-14/071

Ficha Catalogrfica

P966 Prospeco tecnolgica [Recurso eletrnico on-line] / organizadora Nbia Moura Ribeiro. Salvador (BA) : IFBA, 2018. 194 p. , grafs. , figs. , tabs. (PROFNIT, Prospeco tecnolgica; V.1)

Inclui referncias e ndice remissivo ISBN: 978-85-67562-24-7 Disponvel em: http://www.profnit.org.br/pt/livros-profnit/ http://fortec.org.br/documentos/materias/ http://www.editora.ifba.edu.br/

1. Prospeco tecnolgica. 2. Inteligncia competitiva. 3. Foresight. 4. Inovaes tecnolgicas. I. Ribeiro, Nbia Moura. II. Srie.

CDU: 659.2

http://www.profnit.org.br/pt/livros-profnit/http://fortec.org.br/documentos/materias/http://www.editora.ifba.edu.br/

Renato da Anunciao FilhoReitor

Luiz Gustavo da Cruz DuartePr-Reitor de Pesquisa, Ps-Graduao e Inovao

Claudio Reynaldo Barbosa de SouzaCoordenador Geral da Editora do IFBA

Ronaldo Bruno Ramalho LealAssistente de Coordenao da Editora do IFBA

Conselho EditorialAna Rita Silva Almeida Chiara Davi Novaes Ladeia Fogaa Deise Danielle Neves Dias Piau Fernando de Azevedo Alves Brito Jeferson Gabriel da Encarnao

Luiz Antonio Pimentel Cavalcanti Marijane de Oliveira Correia Mauricio Mitsuo Mono Selma Rozane Vieira

SuplentesCarlos Alex de Cantuaria Cypriano Jocelma Almeida Rios Jos Gomes Filho Juliana dos Santos Mller Leonardo Rangel dos Reis Manuel Alves de Sousa

Junior Romilson Lopes Sampaio Trcio Graciano Machado

Conselho Editorial do PROFINIT (C-ED)Titulares

Cristina M. Quintella (Presidente) (UFBA, Brasil) Elias Ramos de Souza (IFBA, Brasil) Glria Maria Marinho Silva Sampaio (IFCE e SETEC/MEC, Brasil) Irineu

Afonso Frey (UFSC, Brasil) Josealdo Tonholo (UFAL, Brasil) Manuel Mira Godinho (ISEG, Brasil) Maria da Graas Ferraz Bezerra (MPEG e MCTIC, Brasil)

Ricardo Carvalho Rodrigues (INPI, Brasil) Samira Abdallah Hanna (UFBA, Brasil) Wagna Piler Carvalho dos Santos (IFBA, Brasil)

SuplentesGrace Ferreira Ghesti (UnB, Brasil) Maria Hosana Conceio (UnB, Brasil)

Paulo Gustavo Barboni Dantas Nascimento (UnB, Brasil) Rita de Cssia PinheiroMachado (INPI, Brasil) Silvia Beatriz Uchoa (UFAL, Brasil)

Coordenao

Conselho Gestor (CG)Representante da Associao FORTEC junto CAPES (Presidente)

Josealdo Tonholo Ministrio da Educao (MEC)

A indicar Ministrio de Cincia Tecnologia Inovaes e Comunicaes (MCTIC)

Francisco Silveira dos Santos (Titular) e Antenor Cesar Vanderlei Correa (Suplente) Sede Acadmica do PROFNIT

Alejandro Frery (Titular) e Eliana Almeida (Suplente) Coordenadora Acadmica Nacional

Cristina M. Quintella Confederao Nacional da Indstria (CNI)

Marcelo Fabrcio Prim (Titular) e Rosangela M. C. F. de Oliveira (Suplente) Associao Nacional de Entidades Promotoras de

Empreendimentos Inovadores (ANPROTEC) Renato de Aquino Faria Nunes (Titular) e Francilene Procpio Garcia (Suplente)

Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) Clio Cabral de Sousa Jnior (Titular) e Carla Regina Nedel Rech (Suplente)

Comisso Acadmica Nacional (CAN)Coordenador Acadmico Nacional Presidente

Cristina M. Quintella

FORTEC Maria das Graas Ferraz Bezerra

Representantes do Corpo Docente Gesil Sampaio Amarante Segundo (titular) Irineu Afonso Frey (titular) Nbia

Moura Ribeiro (suplente) Flvia Lima do Carmo (suplente)

Coordenador da Comisso Acadmica Institucional (CAI) da Sede Josealdo Tonholo

Presidentes das Coordenaes Tcnicas Nacionais Disciplina Conceitos e Aplicaes de Propriedade Intelectual (PI): Wagna Piler Carvalho

dos Santos (titular) e Pierre Barnab (suplente) Disciplina Conceitos e Aplicaes de Transferncia de Tecnologia (TT): Tcia Vieira Carvalho (titular) e Grace Ferreira Ghesti

(suplente) Disciplina Prospeco Tecnolgica: Ricardo Carvalho Rodrigues (titular) e Nbia Moura Ribeiro (suplente) Disciplina Metodologia da Pesquisa Cientfico-Tecnolgica e Inovao: Glria Maria Marinho Silva (titular) e Maria Hosana Conceio (suplente) Disciplina Polticas Pblicas de Cincia, Tecnologia e Inovao e o Estado Brasileiro: Edilson Pedro (titular) e Gesil Sampaio Amarante Segundo (suplente) Disciplina Seminrio

de Projeto de Mestrado: Samira Abdallah Hanna (titular) e Paulo Gustavo Barboni Dantas Nascimento (suplente)

Representantes Discentes Camila Lisdalia Dantas Ferreira (titular) e

Fbio Araujo do Nascimento Teixeira (suplente)

Sumrio

Prefcio .......................................................................................... 13

Apresentao ................................................................................. 15

Mtodos de Prospeco Tecnolgica, Inteligncia Competitiva e Foresight: principais conceitos e tcnicas ....19

Introduo ................................................................................. 20Inteligncia Competitiva, Foresight e outros Temas Relacionados ............................................................................. 22

Inteligncia Competitiva ........................................................................ 22

Foresight ......................................................................................................26

Conceitos correlatos: Prospeco Tecnolgica, Forecasting, Prospectiva, Monitorao e Estudos de Futuro ................................. 29

Tcnicas de Inteligncia Competitiva e Foresight .................. 32Principais Tcnicas de Inteligncia Competitiva Tecnolgica, Foresight, Prospeco Tecnolgica, Prospectiva e Estudos de Futuro ........................................... 47Tcnicas para Busca de Informao ...................................... 48

Brainstorming e Brainwriting ...................................................................... 48

Conferncias e Workshops ........................................................................... 50

Entrevistas................................................................................................50

Genius Forecasting ....................................................................................... 51

Nominal Group Process .............................................................................. 52

Mapeamento de Arcabouo Legal e de Jurisprudncia Associada ... 53

Mapeamento de dados Empresariais .................................................... 54

Mapeamento Patentrio ......................................................................... 55

10 Sumrio

Srie Prospeco Tecnolgica

Painis de Especialistas .......................................................................... 55

Painis Sociais .......................................................................................... 56

Pesquisa Delphi ....................................................................................... 57

Questionrios e Pesquisas de Levantamento ou Surveys .................... 58

Reviso Bibliogrfica e Pesquisa Documental .................................... 59

Votao .....................................................................................................60

Tcnicas de Tratamento para Aplicao das Informaes .. 60Anlise Bibliomtrica .............................................................................. 60

Anlise da Indstria e Anlise de Competidores ................................ 61

Anlise da Maturidade Tecnolgica ...................................................... 62

Anlise das Partes Interessadas ............................................................. 65

Anlise de Foras Motrizes .................................................................... 66

Anlise de Impactos Cruzados .............................................................. 66

Anlise de Megatendncias ou de Tendncias ou Extrapolao de Tendncias ou Anlise de Srie Temporal ........................................... 67

Anlise de Mapeamento de Patentes .................................................... 69

Anlise Morfolgica ................................................................................ 69

Anlise Multicritrio ............................................................................... 70

Anlise SWOT (FFOA) .......................................................................... 71

rvore de Relevncia .............................................................................. 72

Benchmarking ............................................................................................. 73

Modelagem e Simulao ......................................................................... 74

Tcnicas para Representao dos Resultados ou para Reflexo sobre o Futuro ................................................. 76

Backcasting .................................................................................................76

Cenrios .................................................................................................... 76

Fico Cientfica ...................................................................................... 79

Jogos ou War Gaming .............................................................................. 80

Volume I

Sumrio 11

Mind Mapping ou Construo de Mapas Mentais ................................ 81

Mapas Tecnolgicos ou Technology Roadmapping ................................... 81

Role Play ou Acting (Atuao) ou Jogos de Atores ........................... 83

Tecnologias Crticas ................................................................................ 84

Wild Cards Weak Signal (WIWE) ou Mapeamento de Sinais Fracos e Curingas .................................................................................... 85

Glossrios e Informaes sobre as Tcnicas Citadas.......... 86Glossrio de outras Tcnicas, Abordagens e Enfoques Usados em Foresight e Inteligncia Competitiva .................................................... 86

Informaes sobre as Tcnicas para Busca de Informao .............. 93

Informaes sobre as Tcnicas de Tratamento para Aplicao das Informaes ............................................................................................. 95

Informaes sobre as Tcnicas para Representao dos Resultados ou para Reflexo do futuro.......................................................................... 97

Consideraes Finais ............................................................... 98Referncias ................................................................................ 99

Busca de Anterioridade ................................................. 109Introduo ...............................................................................110Busca de Anterioridade: o que ? Por que Realizar? Como se Relaciona com Prospeco Tecnolgica? ........... 111Busca de Anterioridade e Determinao Preliminar de Nvel de Maturidade Tecnolgica (TRL) a partir de Indicadores de Fcil Obteno.............................................113

Busca de Similar j Existente ...............................................................114

Busca de Publicaes Cientficas ........................................................115

Busca de Parcerias com Empresas ....................................................116

Busca de propriedade industrial .........................................................118

Busca de Anterioridade: bases de patentes ........................ 118

12 Sumrio


Como Realizar a Busca de Anterioridade? .......................... 121Exemplos de Fontes para Busca Patentria ........................ 125Revistas que Publicam Prospeco Tecnolgica ................ 133Consideraes Finais .............................................................136Referncias ..............................................................................136

Indstria de Baixo Carbono: captura e sequestro de carbono e o mundo das Empresas Startups ....................141

Introduo ...............................................................................142Captura e Sequestro de Carbono (CCS) e Carbono Capture, Use and Storage (CCUS) .......................................142Carbono Capture, Use and Storage (CCUS) no Mundo ... 149Captura e Sequestro de Carbono (CCS) no BRASIL ........ 153Startups ....................................................................................155Qual a Maturidade Tecnolgica (TRL) para Iniciar ou Finalizar uma Startup? ...........................................................163Patentes em Captura, Armazenamento e Sequestro de Dixido de Carbono Subterrneo ou Submarino .............. 165Captura e Sequestro de Carbono Carbono (CCS) e Startups e sua Articulao com as Empresas Transnacionais de Energia Focando em Baixo Carbono ..172Consideraes Finais .............................................................173Referncias ..............................................................................174

ndice Remissivo ........................................................... 183

Sobre os Autores ........................................................... 193

Prefcio

Hoje, comum ouvirmos frases como Vivemos na Era do Conhecimento, em que know how, acesso a informaes e outros ativos intangveis valem mais que cimento, tijolo, mquinas e fbricas. Apesar disso, por incrvel que parea, ainda so poucas as pessoas em nosso pas que sabem como acessar, analisar e tomar decises com base no uso sistemtico de informaes tecnolgicas. Para complicar a situao, entre os poucos que detm tais conhecimentos, so raros os que costumam compartilh-los.

Foi nesse cenrio que, em 2016, o Brasil foi agraciado com o lanamento do Programa de Ps-Graduao Profissional, em Propriedade Intelectual e Transferncia de Tecnologia para a Inovao (PROFNIT), que atua em Rede Nacional. Um programa de capacitao inovador em seu foco profissional, em sua estrutura em Rede Nacional e em seu contedo programtico mpar.

Certamente teria sido mais fcil criar um mestrado acadmico. Certamente teria sido mais fcil reunir docentes de algumas poucas instituies. Certamente teria sido mais fcil fugir de temas que poucos dominam. Ao contrariar o senso comum, o PROFNIT foi objeto de ceticismo e de crticas. Tinha tudo para no dar certo, mas o trabalho de uma equipe de visionrios, com imensa capacidade de realizao, transformou o impossvel em possvel e converteu o improvvel em realidade.

Hoje, com 28 Pontos Focais em 20 estados, 620 alunos e mais de 300 docentes, o PROFNIT um notvel caso de sucesso. E o que melhor: um caso de sucesso em algumas das reas mais estratgicas para qualquer nao: Conhecimento, Educao e Capacitao para Inovao.

14 Prefcio


Como parte dessa histria, presenciamos aqui o lanamento da Srie Prospeco Tecnolgica da Coleo PROFNIT, organizada pela professora Nbia Moura Ribeiro, responsvel por boa parte da construo e do aprimoramento da disciplina de Prospeco Tecnolgica no PROFNIT, ao lado dos coautores da presente obra.

Aos leitores da coleo e, em especial, aos leitores deste primeiro volume, fica o pedido para que apliquem os ensinamentos aqui contidos e para que faam parte da histria de transformao de nosso pas de modo que, efetivamente, nos tornemos jogadores e no meramente expectadores da Era do Conhecimento.

Henry SuzukiJunho de 2018.

APreSentAo

A Coleo PROFNIT, como o prprio Programa de Ps-Graduao Profissional, em Rede Nacional, em Propriedade Intelectual e Transferncia de Tecnologia para a Inovao (PROFNIT) do qual ela surge, resultado da vontade de vrios pesquisadores, intencionalmente focados em deixar um legado para o pas no campo do desenvolvimento tecnolgico. tambm um testemunho de que possvel criar uma rede com essa sintonia, uma rede que abraa o pas inteiro, com a dedicao e o esforo de muitos docentes, a paixo e o empenho de vrios mestrandos e com o apoio de diversos participantes, da academia, do setor empresarial ou do setor governamental.

Este livro o primeiro da Srie Prospeco Tecnolgica e no poderia iniciar de forma mais acertada do que com o captulo inicial Mtodos de Prospeco Tecnolgica, Inteligncia Competitiva e Foresight: principais conceitos e tcnicas, assinado pelas autoras Adelaide Maria de Souza Antunes, Viviane Masseran Antunes Parreiras, Cristina M. Quintela e Nbia Moura Ribeiro. O captulo, alm de apresentar um vasto nmero tcnicas relacionadas inteligncia competitiva e foresight, apresenta o conceito dessas tcnicas, contribuindo para diferenci-las e agrupando-as conforme seu uso. Assim, as tcnicas foram classificadas como as utilizadas na busca de informaes para tratamento de dados, aplicao de informaes, representao dos resultados ou para reflexo sobre o futuro. A construo do texto fruto de uma reviso bibliogrfica e documental sobre tcnicas de inteligncia competitiva e de prospeco

16 Apresentao


tecnolgica, contendo, adicionalmente, um glossrio com termos em portugus e em ingls.

O captulo intitulado Busca de Anterioridade, que tem como autores Cristina M. Quintella, Bethania de Araujo Almeida, Wagna Piler Carvalho dos Santos, Lilian Maria Tosta Simplicio Rodrigues e Samira Abdallah Hanna, traz uma abordagem ampla sobre o tema. No so apenas tratadas as razes e as motivaes para realizar a busca, como tambm so apresentados procedimentos e exemplos acerca de vrios tipos de buscas de anterioridade em bases de patentes. Ampliando as discusses para alm da busca de anterioridade, o texto discute as etapas necessrias para determinar preliminarmente maturidade de uma tecnologia (TRL). A fim de ilustrar o tema, so ilustradas as bases de dados de documentos de patentes, detalhando as bases de acesso gratuito: a base do European Patent Office (EPO), a da World Intellectual Property Organization (WIPO), a da United States Patent Office (USPTO) e a base do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Tambm so apresentados dados acerca da Derwent World Patent Index e de revistas especializadas no tema que podem ser utilizadas como fontes de informao cientfico-tecnolgica.

Tendo como autores Ana Paula Santana Musse, Cristina M. Quintella e Vitor M. Quintella, o captulo intitulado Indstria de Baixo Carbono: captura e sequestro de carbono e o mundo das empresas startups discute, no cenrio brasileiro e no cenrio mundial, tecnologias, programas e aes rumo economia de baixo carbono enfocando a captura e o sequestro de carbono (CCS) e ressaltando os benefcios de reduo do efeito estufa e de mitigao das mudanas climticas. O texto coloca em destaque o negcio de energia e a captura, o armazenamento geolgico e os usos de dixido de carbono (CCUS), por se

Volume I

Apresentao 17

tratar de um campo inovador; conceitua termos como: empresa startup, spin-off, scale-up e unicrnios. Aprofundando os temas correlacionados inovao, os autores elencam os principais gargalos enfrentados pelas empresas startups e destacam a importncia do apoio ao crescimento pelas aceleradoras e por outros ambientes de inovao. A fim de identificar empresas que sejam startups e que estejam atuando em captura, armazenamento e sequestro de dixido de carbono subterrneo ou submarino, no nvel de maturidade tecnolgica TRL4 a TRL7, o captulo traz um mapeamento patentrio desse campo tecnolgico, o que permitiu aos autores selecionar algumas startups das quais so apresentados dados de sua histria, das tecnologias produzidas e de seus mercados de atuao. Ainda em relao gesto da inovao, no texto indica-se em qual nvel de maturidade deve-se iniciar ou finalizar uma startup.

Assim, iniciando com um panorama dos mtodos e tcnicas utilizados em prospeco tecnolgica e inteligncia competitiva, que prepara o leitor para utilizar ferramentas adequadas s suas necessidades de informaes para tomada de deciso em termos de tecnologia, este livro prossegue, no segundo captulo, municiando o leitor com informaes sobre busca de anterioridade, um dos principais objetivos de uma anlise de dados de patentes e mtodo de prospeco que permite ao usurio decidir sobre a patenteabilidade, ou no, de uma inveno. Por fim, para introduzir o leitor num cenrio de aplicao de vrios dos conceitos que permeiam os captulos anteriores, o captulo sobre indstria de baixo carbono abre um leque de possibilidade de entendimento sobre a captura e o sequestro de carbono e sua relao com as empresas startups.

Esperamos que a seleo desses textos enriquea o arcabouo de conhecimento dos leitores e amplifique sua

18 Apresentao


compreenso sobre prospeco tecnolgica e suas inter-relaes com a gesto da inovao.

Boa leitura a todos!

Nbia Moura RibeiroJunho de 2018.

mtodoS de ProSPeco tecnolgicA, intelignciA comPetitivA e Foresight:

PrinciPAiS conceitoS e tcnicAS

Adelaide Maria de Souza Antunes

Viviane Masseran Antunes Parreiras

Cristina M. Quintela

Nbia Moura Ribeiro

Resumo: o foco deste captulo elucidar conceitos e apresentar as inmeras tcnicas relacionadas inteligncia competitiva e foresight. Trata-se, portanto, de uma reviso bibliogrfica e documental com conceitos e com dezenas de tcnicas de inteligncia competitiva, de foresight e de outros temas relacionados, como prospeco tecnolgica. O texto est sistematizado em tpicos, detalhando as tcnicas de busca de informaes, as tcnicas de tratamento de dados para aplicao de informaes e as tcnicas para representao dos resultados ou para reflexo sobre o futuro. Ademais, o texto contm um glossrio abarcando termos em portugus e em ingls.

Abstract: this chapter aims to review concepts and present techniques related to competitive intelligence and foresight. It is, therefore, a bibliographical and documentary revision with concepts and techniques related to competitive intelligence, foresight and other topics, such as technological forecast and foresight. The text reviews information search techniques, data processing techniques for applying information, and techniques for presenting the results or to build hypotheses about the future. Additionally, the text presents a glossary with terms in Portuguese and in English.

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Mtodos de Prospeco Tecnolgica, Inteligncia Competitiva e Foresight:

Introduo

Para se manter competitivas, as empresas procuram se diferenciar por meio da busca pela inovao e da tentativa de antecipar tendncias e sinais de mudanas, de forma que possam se posicionar frente dos concorrentes no mercado. Segundo Canongia e Antunes (2006), para manter a competitividade, as organizaes dependem crescentemente da inovao tecnolgica.

Com o acirramento da competitividade, o acompanhamento do ambiente externo tem se tornado cada vez mais importante (LEITO, 1996). A anlise do ambiente externo pode ser feita a partir da aplicao de mtodos de inteligncia competitiva e de technology foresight, ajudando as empresas a lidarem com a competitividade atual e se prepararem melhor para o futuro. Esses mtodos envolvem iniciativas como: i) identificao de tendncias tecnolgicas (ou no) que podem impactar a empresa; ii) desenvolvimento de uma viso de longo prazo; iii) elaborao e monitorao de cenrios; iv) mapeamento de concorrentes, potenciais parceiros e demais tipos de instituies por meio do monitoramento de atores e do mapeamento de redes de pesquisadores e de especialistas, entre outros. Assim, a empresa pode se antecipar s inovaes e s mudanas no mercado, que podem representar oportunidades ou ameaas, e se preparar para lidar com seus impactos para, em alguns casos, desenvolver e implementar inovaes antes dos competidores.

A inteligncia competitiva est relacionada ao monitoramento do ambiente externo e pode ter diferentes focos, principalmente o foco mercadolgico e o tecnolgico (de maior interesse para um centro de pesquisa e desenvolvimento). No mbito da dimenso ligada ao mercado, a inteligncia competitiva pode auxiliar e acompanhar aes de concorrentes, potenciais fuses, aquisies, investimentos e desinvestimentos, entre outros. Considerando o mbito da tecnologia, a inteligncia competitiva

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Volume I


pode ajudar a identificar potenciais parceiros ou concorrentes, novas tecnologias que estejam sendo desenvolvidas e que podem afetar os negcios da empresa. Ashton e Klavans (1997) afirmam que a inteligncia competitiva com foco em tecnologia envolve a prtica de coleta, a anlise e comunicao de informaes disponveis sobre desenvolvimentos em Cincia e Tecnologia (C&T) e as tendncias que existem fora da prpria empresa.

O foresight est relacionado viso de futuro, ou seja, pode ser representado pelos estudos de futuro que ajudam as empresas a se prepararem para as diversas possibilidades de cenrios, fornecendo informaes sobre tendncias que servem como insumos para que os tomadores de deciso definam as estratgias de longo prazo.

Alm disso, algumas tcnicas de foresight possibilitam vasta participao de especialistas, o que pode ampliar a rede de contatos, facilitando, por exemplo, a identificao de potenciais parceiros e possibilitando a contribuio de diferentes atores para a construo de uma viso de futuro. Segundo Georghiou (2008), o foresight envolve fontes de conhecimento e agentes de mudana considerados chave para o desenvolvimento de vises estratgicas e inteligncia antecipatria. Os atores-chave envolvidos so: firmas, governos, setores de negcios, organizaes voluntrias, movimentos sociais e especialistas tcnicos.

Porter (1992) afirma que a elaborao de estudos prospectivos pode facilitar o desenvolvimento do pensamento estratgico e a definio das estratgias da empresa, mas tambm proporciona outros benefcios, como:

Melhor compreenso do ambiente. Melhor forma de lidar com a incerteza. Criao das redes de troca de informaes dentro da

empresa e integrao entre as diversas reas.

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Viso global do ambiente e suas interligaes. Desenvolvimento da criatividade na empresa. Identificao de novas oportunidades de negcios.

O propsito aqui mostrar os principais conceitos de inteligncia competitiva e foresight, alm de suas principais tcnicas. Trata-se, portanto, de uma reviso bibliogrfica e documental relacionada aos conceitos e s tcnicas de inteligncia competitiva, ao foresight e a outros temas relacionados.

Inteligncia Competitiva, Foresight e outros Temas Relacionados

A fim de contribuir para uma melhor clareza sobre inteligncia competitiva e foresight, nesta seo so apresentados conceitos sobre esses processos prospectivos, alm de apresentar alguns conceitos correlatos.

Inteligncia Competitiva

A inteligncia competitiva um processo em que se avalia a evoluo da indstria e o comportamento dos concorrentes para auxiliar na manuteno ou no desenvolvimento de uma vantagem competitiva. E envolve o conhecimento do ambiente em que se insere a empresa, transformando dados em conhecimento estratgico e orientando os processos de tomada de deciso gerencial, tendo em vista a obteno de vantagens competitivas. A inteligncia competitiva um mtodo de prospeco de curto prazo, permitindo o acompanhamento de informaes pblicas sobre tendncias e atores e focando em aspectos atuais e potenciais em relao a pontos fortes e fracos e nas atividades

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Volume I


das organizaes que possuam produtos ou servios semelhantes dentro de um setor.

A inteligncia competitiva tecnolgica, uma das vertentes da inteligncia competitiva, envolve a prtica de coleta, a anlise e a comunicao de informaes disponveis sobre desenvolvimentos em Cincia e Tecnologia (C&T) e as tendncias que existem fora da prpria empresa. A inteligncia competitiva tecnolgica tem foco na identificao de tendncias tecnolgicas, nas oportunidades e ameaas e na sua relao com as estratgias de negcios dos concorrentes. Possui um horizonte de longo prazo, se comparada com outras formas de inteligncia competitiva, como vendas, produto e finanas, e pode ser til em ambientes suscetveis disrupo tecnolgica e em ambientes de negcios direcionados pela tecnologia, que so dependentes de desenvolvimentos atuais em C&T.

A inteligncia competitiva tecnolgica um foco importante para as empresas por que:

Tecnologia um determinante bsico do posicionamento competitivo da empresa.

Novas tecnologias podem ser adquiridas de diversas fontes globais.

A tecnologia tambm pode ser uma importante fonte de receitas para a empresa.

A tecnologia se torna obsoleta, s vezes rapidamente (dependendo do tipo de indstria).

A informao sobre tecnologia pode ser valiosa para avaliar a posio futura de negcio do competidor por ser uma oportunidade de estar frente de novas geraes de produtos e processos.

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A inteligncia competitiva tecnolgica pode ser utilizada para:

Prover descries tcnicas de tecnologias existentes ou emergentes, desenvolvimentos, eventos, tendncias ou capacidades.

Identificar ou antecipar mudanas significantes no progresso de uma rea ou break throughts tecnolgicos.

Identificar quando tecnologias substitutas ou concorrentes sero disponibilizadas.

Identificar oportunidades e ameaas do ambiente tecnolgico externo.

Avaliar o impacto de novas foras tecnolgicas influenciadoras do mercado nas direes do desenvolvimento tecnolgico (como regulaes ou mudanas nos hbitos do consumidor).

Reconhecer padres de atividades que podem ter consequncias para as relaes de mercado da empresa (como, joint ventures entre concorrentes, clientes ou fornecedores; desenvolvimentos de pesquisas com universidades; questes de patentes ou licenas).

Identificar capacidades emergentes (novas competncias tecnolgicas) ou foras e fraquezas em competidores, fornecedores ou clientes que podem afetar o posicionamento da empresa.

Comparar o desempenho e o custo de uma tecnologia referente a um produto ou processo com dados passados para identificar potenciais impactos futuros ou tendncias, dentre outros.

Um aspecto relevante para essa vertente da inteligncia competitiva o conceito de gate keepers que pode ser compreendido

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Volume I


como os ns mais importantes de redes sociais, esses ns so uma fonte importante para a inteligncia competitiva tecnolgica e podem ser internos ou externos empresa. Os internos so os ns das redes sociais internas informais, geralmente pesquisadores que conhecem bastante as novidades em suas reas de interesse e podem ajudar tanto na busca de informaes como na anlise.

Os gate keepers internos podem ajudar a:

Manter os tomadores de deciso atualizados sobre o estado da arte das tecnologias.

Prover entendimento da posio competitiva da organizao em relao s tecnologias.

Apontar futuras tecnologias para perfil competitivo. Participar do processo de elaborao de perfil

de competidores. Participar de processo de technology forecasting. Ajudar a avaliar o impacto de opes de tecnologias fu-

turas. Ajudar a elaborar concluses e recomendar estratgias. Treinar futuros gate keepers internos.

Quanto aos gate keepers externos, estes so pessoas da rede de contatos da empresa que representam fontes de informao para a inteligncia competitiva tecnolgica, como: consultores, editores, fornecedores, analistas, executivos aposentados, entre outros.

Ressalta-se que essa sntese acerca de inteligncia competitiva foi baseada nos seguintes autores: Prescott e Gibbons (1993), Ashton e Klavans (1997), Herring (1997), Coburn (1999), Tarapanoff (2001), Braga e Gomes e (2001), Parreiras e Antunes (2012), Miller (2002), Kerr et al. (2006), Ashton e Hohhof (2009).

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Foresight

O foresight envolve um conjunto de abordagens ligadas a consideraes de longo prazo para tomada de deciso, como o engajamento de stakeholders na anlise e o dilogo para a elabo-rao de produtos formais que podem ser codificados e disse-minados. Est relacionado a algumas abordagens, entre as quais, podem ser destacadas estas:

Elaborao de polticas que adotam perspectivas de longo prazo na forma de planejamento estratgico.

Abordagens participativas que envolvem interaes entre stakeholders e especialistas para pensar o futuro, buscando aumentar a base de conhecimento, proporcionar comprometimento com a viso criada por todos e mobilizar os envolvidos.

Abordagens prospectivas que envolvem esforos tradicionais de previso, usando mtodos sistemticos para explorar dinmicas futuras.

importante ressaltar que o foresight no apenas uma previso e tampouco um estudo de futuro em que uma consultoria ou um acadmico especialista produz sua viso de futuro. Ele pode ser considerado um processo contnuo de comunicao e de aprendizado cuja meta no dar respostas fceis, mas ampliar o questionamento e a conscientizao sobre o futuro da organizao e seu ambiente.

Quanto ao technology foresight, um processo que busca analisar o futuro de longo prazo da C&T economia e sociedade, a fim de identificar reas estratgicas de pesquisa e tecnologias emergentes, possibilitando que se entenda as foras que moldam o futuro e que so consideradas na formulao de polticas, de planejamento e de tomada de deciso.

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Volume I


O conceito de technology foresight inclui os elementos a seguir:

Anlise tecnolgica que abrange a anlise de tecnologias para a competio e a posio da empresa.

Monitorao tecnolgica que est relacionada observao de tecnologias e resultados de pesquisas j existentes (estado da arte).

Prognstico tecnolgico que aborda a identificao de tendncias futuras para C&T.

Mapeamento do ambiente tecnolgico que est ligado identificao, observao e anlise de novas tecnologias fora das reas existentes da companhia.

H uma relao entre o planejamento estratgico e o foresight em que a estratgia tem metas e objetivos de longo prazo na empresa e, com isso, o foresight tem importncia no processo de planejamento estratgico, ajudando as empresas a olhar para o futuro, a fim de que possam entender as implicaes futuras de suas aes presentes. O foresight baseado em insights profundos sobre tendncias tecnolgicas, demogrficas, regulaes e estilos de vida. Os exerccios de foresight organizacionais so muito focados na gerao de futuros possveis para a organizao, embora utilizados em muitos contextos e por meio de vrias tcnicas.

Foresight e estudos futuros so utilizados, muitas vezes, como termos equivalentes. Os estudos de foresight so uma boa maneira de construir representaes de desafios existentes e futuros, e sua estratgia est relacionada a alcanar um futuro desejvel. A escola francesa conhecida como La Prospective um ramo do foresight, com ferramentas e tcnicas para compreender os futuros potenciais. O foresight pode aumentar a conscientizao e gerar debates entre especialistas ou ser utilizado como ferramenta para definir prioridades de futuro.

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O foresight tem alguns aspectos relevantes, citados a seguir:

Antecipao estruturada e projees de longo prazo de aspectos sociais e econmicos e desenvolvimentos tecnolgicos.

Mtodos participativos e interativos de estudos, anlises e debates exploratrios, envolvendo vrios stakeholders.

Criao de novas redes sociais.

Os produtos formais do foresight vo alm da apresentao de cenrios e da preparao de planos, considerando-se essencial a elaborao de uma viso estratgica, pela qual pode ser compartilhado um senso de compromisso por todos os envolvidos.

A viso compartilhada no uma utopia, deve ter uma explicao sobre as implicaes de decises e aes presentes:

Orientao de longo prazo. Uso de um conjunto de tcnicas e ferramentas formais. Multidisciplinaridade e envolvimento de vrios especia-

listas.

Em resumo, pode-se dizer que o foresight um processo em que so realizados estudos prospectivos, de forma a gerar vises de longo prazo, por meio do uso de diversas tcnicas, muitas vezes aplicadas em conjunto, de maneira complementar e que envolve vrios atores. Esse processo tem natureza bastante participativa e multidisciplinar. Outro aspecto que deve ser ressaltado que o foresight no busca adivinhar o futuro. Alm disso, o foresight tem grande importncia na gerao de vises de longo prazo que so subsdio para a tomada de deciso.

Essa sntese acerca de foresight foi baseada nos seguintes autores: Irvine e Martin (1984), Coates (1985), Reger (2001),

29

Volume I


Miles, Keenan e Kaivo-Oja (2002), Georghiou (2008), Costanzo e Mackay (2009), Bezold (2010).

Para destacar as principais diferenas entre inteligncia competitiva, inteligncia competitiva tecnolgica e foresight, possvel dizer que a inteligncia competitiva um mtodo de prospeco de curto prazo, utiliza informaes pblicas sobre tendncias e atores e foca em aspectos atuais e potenciais em relao a pontos fortes e fracos e nas atividades de organizaes que possuem produtos ou servios semelhantes dentro de um setor. J a inteligncia competitiva tecnolgica visa a um horizonte de longo prazo e tem como foco nas tendncias tecnolgicas, nas oportunidades e ameaas e na sua relao com as estratgias de negcios dos concorrentes. O foresight um conjunto de abordagens com horizonte de longo prazo para tomada de deciso, envolve stakeholders, fontes de conhecimento e agentes de mudana considerados chave para o desenvolvimento de vises estratgicas e a elaborao de produtos formais que podem ser codificados e disseminados. um processo contnuo de comunicao e de aprendizado, que amplia o questionamento e a conscientizao sobre o futuro da organizao e seu ambiente.

Conceitos Correlatos: Prospeco Tecnolgica, Forecasting, Prospectiva, Monitorao e Estudos de Futuro

Muitos termos so utilizados como sinnimos ou de forma complementar aos conceitos de inteligncia competitiva e de foresight.

A prospeco tecnolgica usa diferentes atividades e/ou mtodos de captao, tratamento e anlise de informaes para subsidiar os processos de tomada de deciso. Em alguns casos, o termo prospeco usado em referncia a estudos de prospeco de patentes, porm, em geral, um termo mais amplo, envolvendo

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vrias fontes de informaes e no apenas patentes. Ademais, o termo prospeco bastante utilizado abrangendo tambm os conceitos de inteligncia competitiva e foresight.

Existem algumas diferenas entre os termos forecasting e foresight: o primeiro utilizado para a identificao de futuros esperados ou provveis a partir da evoluo de informaes sobre o passado ou o presente, enquanto o ltimo se relaciona procura por futuros possveis, com o propsito de antecipar eventos, sem ter obrigatoriamente uma correlao com o presente.

Ainda quanto ao esclarecimento sobre termos, o forecasting est relacionado previso probabilstica de desenvolvimentos tecnolgicos, j o termo assessment est ligado antecipao de impactos de tecnologias futuras na sociedade, enquanto o technology foresight diz respeito identificao de prioridades em C&T em relao ao futuro desenvolvimento econmico e social, buscando reconhecer a demanda tecnolgica de futuros possveis, provveis ou desejados.

Outro termo bastante conhecido prospectiva ou prospectiva estratgica. Esse conceito vincula as atividades prospectivas ao planejamento estratgico. Nesse sentido, o termo La prospective refere-se aos estudos que envolvem a antecipao de aes direcionadas a futuros possveis e desejados. Existem diferenas entre os termos prospective (relacionado a antecipar aes), previso (relacionado a estimar o futuro com certo grau de confiana) e projeo (relacionado a projetar o futuro a partir de tendncias passadas). importante ver diferentemente, coletivamente, e usar tcnicas rigorosas e participativas de forma a evitar vieses. Em geral, o termo La prospective pode ser traduzido por estudos futuros ou foresight. No entanto, o termo La prospective abrange pr e proatividade, enquanto o termo foresight pode ser principalmente aplicado dimenso tecnolgica, com o propsito de ser um processo coletivo de

31

Volume I


antecipao de mudanas, eventualmente deixando de lado a proatividade. Os exerccios de futuro no buscam eliminar incertezas por meio de previses, mas sim, minimiz-las de forma a possibilitar a tomada de decises a partir da observao de futuros possveis ou desejveis.

Outro termo relacionado aos demais j abordados monitorao, que representa um processo contnuo de mapeamento e de acompanhamento do ambiente de atuao de uma organizao. A monitorao considerada um mtodo de coleta e de organizao da informao e pode envolver o acompanhamento de incertezas cientficas, tecnolgicas, econmicas e sociais. Assim, o termo monitorao, na verdade, representa a aplicao de tcnicas de inteligncia competitiva para acompanhamento de um determinado assunto, de atores etc.

A monitorao do ambiente externo um processo cont-nuo, que envolve o acompanhamento dos cenrios para identificar necessidades de alteraes diante dos movimentos observados. importante monitorar dois nveis: o ambiente mais remoto (para identificao de sinais e tendncias que afetem a empresa de forma direta ou indireta, possibilitando a construo de cenrios alternativos e a identificao de oportunidades e de ameaas); e o ambiente mais ligado aos negcios da empresa (analisar a rea de atuao, contemplando concorrentes, clientes, fornecedores, regulamentaes). O conceito de monitorao ambiental pode ser compreendido como um conjunto de tcnicas que abrangem variveis sociais, polticas, econmicas e tecnolgicas que precisam ser acompanhadas e pode ser aplicado monitorao de cenrios prospectivos. Em geral permite identificar eventos tcnicos, cientficos ou socioeconmicos relevantes; identificar potenciais ameaas e oportunidades para a instituio; e verificar a direo das tendncias para ver se esto convergindo, divergindo, ampliando, diminuindo ou interagindo. E pode ser: (a) Passivo, quando feito a partir da leitura de jornais, revistas e peridicos

32



relevantes. Refere-se a como se manter atualizado sobre um assunto; (b) Ativo, quando utiliza fontes especficas, que so monitoradas frequentemente, fazendo um esforo para ampliar o escopo para alm da rea normalmente coberta e um processo mais formal; e (c) Dirigido, que geralmente organizado dentro de um time e implica em uma abordagem mais organizada e seletiva para monitorar com base em um objetivo especfico.

Tambm, relacionada a esse tipo de tcnica, existe a anlise macroambiental (STEEPV social, technological, economic, environmental, political and human values), que representa uma abordagem estruturada de brainstorming para a identificao de aspectos sociais, tecnolgicos, econmicos, ambientais, polticos e de valores, sendo um sistema para classificao de tendncias relevantes e desenvolvimentos potenciais.

Todos esses termos tm sido utilizados fazendo-se referncia, de alguma forma, aos conceitos de prospeco, monitorao, estudos de futuro, foresight, forecast e inteligncia competitiva. Alguns termos so complementares, outros so usados com sentidos similares.

A discusso acerca dos conceitos correlatos inteligncia competitiva e foresight baseou-se nos seguintes autores: Ansoff (1975), Porter A. (1991), Porter, M. (1991), Stoffels (1994), Leito (1996), Gavigan e Cahill (1997), Johnston (2000), Godet (2000), Miles, Keenan e Kaivo-Oja (2002), Bahruth (2004), Gilad (2004), Marcial e Grumbach (2006), Georghiou (2008), Ashton e Hohhof (2009); e no Relatrio UNIDO (2005).

Tcnicas de Inteligncia Competitiva e Foresight

Os conceitos de inteligncia competitiva e foresight podem ser analisados segundo o horizonte de tempo de aplicao e o uso das informaes a serem preparadas, em que:

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Volume I


A inteligncia competitiva est focada na dimenso presente, envolvendo o acompanhamento de aes atuais, que podem ser utilizadas para tomada de deciso em situaes do presente, mas tambm como insumo para a prpria realizao de estudos de futuro.

O foresight est focado na dimenso futuro, ligado a questes de mdio e longo prazo para a realizao de estudos prospectivos.

O Quadro 1 apresenta as principais variveis a serem consideradas para a escolha das tcnicas para a realizao de prospectivos, de inteligncia competitiva e de foresight.

Quadro 1: Variveis para escolha das tcnicas de estudos prospectivosClassificao

geral das variveis

Variveis utilizadas na escolha das

tcnicasDescritivo

Escopo

Horizonte temporalHorizonte contemplado no estudo (10, 20, 30 anos etc.)

Amplitude geogrficaAmplitude geogrfica do estudo

(regio, pas, bloco etc.)

Nvel de detalhe Detalhamento em nvel micro,

meso ou macro

Participantes

Quantidade de participantes, perfil (especialistas ou

profissionais com conhecimento amplo), multidisciplinaridade

Durao do estudo Prazo para realizao do estudo

PeriodicidadeFrequncia com a qual se pretende repetir o estudo

Natureza do estudoNvel governamental ou

empresarialObjetivo Motivao e propsito do estudo

rea de conhecimento Tema do estudo em questo

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Classificao geral das variveis


tcnicasDescritivo

Condies e recursos

Processo de decisoOperacional, estratgico ou

visionrio

Recursos disponveisFinanceiros (custos dos estudos x oramento disponvel), humanos, tempo e informaes disponveis

OrganizaoEquipe, tcnicas necessrias,

gesto do projeto

Fluxos de comunicaoGesto do projeto e formas de

participao

Clientes/pblico-alvo do estudo

reas que solicitam o estudo, identificao de suas necessidades: de informao,

nvel de agregao necessrio das informaes e formatao do

estudo

Conhecimento prvioO que j se tem de conhecimento sobre o tema a ser estudado e o

que falta

Condies de estrutura

Demandantes e patrocinadores, contexto e cultura

socioeconmica, objetivos, resultados e recursos

Tcnicas

Combinao de mtodos

Necessidade/possibilidade, ou no, de combinao de mtodos

Dados quantitativos/qualitativos

Identificao dos dados necessrios para verificar se h algo indisponvel e os tipos de

fontes a serem utilizadasTipos de informaes

necessriasInformaes primrias,

secundrias, internas, externas etc.Competncia metodolgica

Conhecimento sobre as tcnicas a serem aplicadas

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Volume I


Classificao geral das variveis


tcnicasDescritivo

Resultados desejados

Representao das concluses

Produtos gerados pelo estudo, formas de apropriao, formato e forma de representao dos

resultados

DisseminaoForma de disseminao dos

resultados do estudo

ImplementaoComo as reas solicitantes pretendem implementar os

resultados do estudo.

Resultados desejadosResultados esperados para o

estudo pelos clientes do trabalhoFonte: Elaborado pelos autores deste captulo com base em Porter et al. (2004), Relatrio UNIDO (2005), Carvalho (2007) e Georghiou (2008)

Conforme apresentado no Quadro 1, existem diversas variveis a serem consideradas na definio do escopo dos trabalhos prospectivos, de inteligncia e foresight, e na seleo das tcnicas a serem utilizadas. Algumas delas podem ser mais apropriadas para determinadas reas de conhecimento. Analisando-se as tcnicas de inteligncia competitiva e as tcnicas de foresight, observa-se que, em sua grande maioria, as tcnicas so complementares, podendo ser aplicadas em conjunto de diferentes formas e classificadas tambm de diferentes formas. No Quadro 2 possvel observar a relao das principais formas de classificao das tcnicas de foresight e de inteligncia competitiva.

Quadro 2: Formas de classificao das tcnicas de foresight e de inteligncia competitivaClassificaes Descritivo

QualitativasAbrangem interpretaes com base na subjetividade ou

criatividade

QuantitativasAbrangem mensurao de variveis e aplicao de

anlises estatsticas

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Classificaes Descritivo

SemiquantitativasUtilizam mtodos matemticos para quantificar variveis subjetivas, julgamentos e pontos de vista de especialistas

ExploratriasExaminam o futuro com base no que se tem no

presente

NormativasPropem um cenrio que pode ser alcanado ou evitado

com base no que se deseja para o futuro

EvolucionriasAnalisam o desenvolvimento contnuo ao longo do

tempo a partir de um ponto de incio

RevolucionriasBuscam projetar ou pular de forma ampla e descontnua

em diferentes futuros, sem conexo com o estado anteriorCriatividade So mtodos baseados na inventividade ou inspiraoExpertise So mtodos baseados na habilidade ou conhecimento

InteraoSo mtodos que envolvem interao entre os

indivduos

EvidnciasSo mtodos que buscam explicar ou prever fenmenos

com base em documentao confivelBaseadas na suposio

Abordam vises e prioridades baseadas em conhecimento pblico

Baseadas em especialistas

Abrangem a busca de opinies e evidncias de opinies de especialistas

Identificao de questes

Identificam questes chave

Priorizao Geram priorizaes Antecipao do

futuroSo estudos ligados a predies e extrapolaes

GerenciamentoSo estudos relacionados a julgamentos, questes de

gerenciamento, etc.

CriaoSo estudos ligados elaborao de polticas,

imaginao, etc.

Baseadas em inferncia

Partem da ideia central de que o futuro tende a reproduzir em certo grau os fenmenos passados, sem

grandes rupturasGerao de trajetrias

Consideram que o futuro se projeta por meio de cenrios

Construo por consenso

Consideram que o futuro se projeta por meio de consenso, a partir de vises subjetivas de especialistas

ou outros grupos de indivduos

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Volume I


Classificaes DescritivoColeta de dados So mtodos para coleta de dadosAnlise de dados So mtodos de anlise de dadosOrganizao de

dadosSo mtodos para organizao de dados

Representao de resultados

So mtodos para representar os resultados

Conceitos para interpretao de

informaes

Possibilitam interpretar informaes que podem gerar insights sobre o futuro

Monitoramento e sistemas de inteligncia

Envolvem monitorao de informaes e sistemas

Anlise de tendncias

Envolvem previses a partir de projees de padres passados

Opinio de especialistas

So estudos baseados em informao qualitativa, com base em lgica subjetiva e vises de pessoas que com

expertise nos temas em discussoConstruo de

cenriosOrdenam percepes sobre futuros alternativos a partir

de combinaes de condicionantes e variveisMtodos

computacionais/ Ferramentas

analticas

Incorporam eventos em modelos de anlise possibilitando tratamento das informaes em grande quantidade, sejam estas qualitativas ou quantitativas

Hard So estudos quantitativos, empricos ou numricos

SoftSo estudos qualitativos, baseados em julgamentos ou

refletindo conhecimentos tcitosParticipativas Envolvem stakeholders e outros atores

De gestoConsideram que regras e condies so necessrias para

aumentar a probabilidade de progresso em situaes complexas e com diversificao de atores

Orientao para negcios

So esforos analticos orientados a explorao de compromissos possveis e busca de solues de

interesse dos stakeholdersFonte: Elaborado pelos autores deste captulo com base em Kupfer e Tigre (2004), Relatrio UNIDO (2005) e Georghiou (2008)

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Alm das diversas formas de classificao para as tcnicas apresentadas no Quadro 2, prope-se mais um tipo de classificao. Desse modo, as diversas tcnicas podem ainda ser classificadas com base na necessidade ou na possibilidade de uso de mais de uma tcnica de forma conjunta e complementar:

Tcnicas Primrias tcnicas consideradas bsicas para a gerao de informaes, podendo ser aplicadas por si s ou em conjunto com outras para gerar informaes para essas outras tcnicas, como reviso bibliogrfica, brainstorming, brainwriting, painel de especialistas, questionrios, entrevistas, workshops, anlise de patentes e artigos, anlise de tendncias, entre outras.

Tcnicas Secundrias ou dependentes tcnicas que necessitam de alguma outra tcnica ou procedimento para coleta de dados, como: roadmaps, cenrios, identificao de tecnologias crticas, entre outras.

A seguir, sero apresentados alguns quadros que agrupam as tcnicas conforme essa classificao. Foram pesquisadas 94 tcnicas ou abordagens de inteligncia competitiva, foresight e outros conceitos afins e analisadas sob a perspectiva de autores reconhecidos e de documentos/relatrios relacionados ao tema em questo. Embora alguns tenham focado em outros conceitos, como forecasting, prospectiva e anlise estratgica, as tcnicas abordadas podem ser consideradas como tcnicas de inteligncia competitiva e foresight.

O Quadro 3 apresenta as tcnicas usadas para a gerao de informaes, aplicadas isoladamente ou em conjunto com outras em estudos de inteligncia competitiva e foresight.

39

Volume I


Quadro 3: Tcnicas para busca de informaes em inteligncia competitiva tecnolgica e foresight

TcnicasInteligncia Competitiva

Foresight

Outras tcnicas (forecasting, prospectiva,

anlise estratgica, entre outras)

Brainstorming

Relatrio UNIDO (2005);

Georghiou (2008)

Porter, A. (1991); Leito (1996)

Conferncias/

WorkshopsCoburn (1999)

Georghiou (2008)

Porter, A. (1991)

Entrevistas Georghiou

(2008)

Genius Forecasting


Georghiou (2008)

Mapeamento de arcabouo

legal e de jurisprudncia

associada

Quintella (2011c); Quintella (2013a); Quintella (2013b)

Mapeamento de dados

empresariais

Reis e Giacomini Filho (2008)

Mapeamento patentrio

Coburn (1999); Miller (2002);

Ashton e Hohhof (2009)

Georghiou (2008)

Porter, A. (1991)

Nominal Group Process

Porter, A. (1991)

Opinio de especialistas

Porter, A. (1991)

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Foresight

Outras tcnicas (forecasting, prospectiva,

anlise estratgica, entre outras)

Painis de especialistas


Georghiou (2008)

Painis sociais Georghiou

(2008)

Pesquisa Delphi


Georghiou (2008)

Porter, A. (1991); Leito (1996)

Questionrios/ pesquisas de levantamento

Georghiou

(2008)Porter, A. (1991)

Reviso bibliogrfica

Georghiou

(2008)

Votao Georghiou

(2008)

Fonte: Elaborado pelos autores deste captulo com base em Porter, A. (1991), Roussel, Saad e Bohlin (1992), Leito (1996), Coburn (1999), Coates, Faroque e Klavans (2001), Miller (2002), Relatrio UNIDO (2005), Marcial e Grumbach (2006), Georghiou (2008) e Ashton e Hohhof (2009)

O Quadro 4 apresenta as tcnicas usadas para tratamento de dados em estudos de inteligncia competitiva e foresight.

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Volume I


Quadro 4: Tcnicas para tratamento de dados em inteligncia competitiva tecnolgica e foresight.


Foresight

Outras tcnicas (forecasting,

prospectiva, anlise estratgica, dentre

outras)Anlise

bibliomtricaAshton e

Hohhof (2009)Georghiou

(2008)Coates, Faroque e

Klavans (2001)

CientometriaAshton e

Hohhof (2009)

Coates, Faroque e Klavans (2001)

Anlise da indstria

Ashton e Hohhof (2009);

Miller (2002)

Anlise de competidores

Ashton e Hohhof (2009);

Miller (2002) Porter, M. (1991)

Anlise da maturidade tecnolgica

Coburn (1999) Roussel, Saad e Bohlin (1992)

Technology Readiness

Levels


Anlise das partes

interessadas


Georghiou (2008)

Anlise de foras motrizes


Marcial e Grumbach

(2006)

Anlise de impactos cruzados


Georghiou (2008)

Porter, A. (1991); Marcial e Grumbach

(2006)

Anlise de megatendncias

Georghiou

(2008)

Anlise de tendncias


Porter, A. (1991)

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Foresight



outras)Anlise de srie

temporal

Georghiou (2008)

Anlise de patentes

Coburn (1999); Miller (2002);


Georghiou (2008)

Porter, A. (1991)

Anlise morfolgica


Georghiou (2008)


(2006)

Anlise multicritrio

Georghiou

(2008)


(2006)

Anlise SWOTMiller (2002);



Georghiou (2008)

rvore de relevncia

Georghiou

(2008)

BenchmarkingAshton e


(2008)

Mapeamento de patentes


Modelagem e simulao


Georghiou (2008)

Porter, A. (1991); Leito (1996)


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Volume I


O Quadro 5 apresenta as tcnicas usadas para representao dos resultados ou para reflexo sobre o futuro em estudos de inteligncia competitiva e foresight.

Quadro 5: Tcnicas para representao dos resultados ou para reflexo sobre o futuro em inteligncia competitiva tecnolgica e foresight


Foresight



outras)

BackcastingAshton e


(2008)

CenriosAshton e

Hohhof (2009)


Georghiou (2008)

Porter, A. (1991); Leito (1996);

Coates, Faroque e Klavans (2001);

Marcial e Grumbach (2006)

Fico cientfica Georghiou

(2008)

Jogos Georghiou

(2008)

War Gaming Mapas

tecnolgicos/ Technology

roadmapping



Georghiou (2008)

Coates, Faroque e Klavans (2001)

Mindmapping Role play/Acting

(Atuao)

Georghiou (2008)

Tecnologias crticas


Georghiou (2008)

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Foresight



outras)Weak Signal/Wild Cards

(Sinais Fracos)


Georghiou (2008)

Estudos de futuro


ForecastingAshton e

Hohhof (2009)

Monitorao Porter, A. (1991)Fonte: Elaborado pelos autores deste captulo com base em Porter, A. (1991), Roussel, Saad e Bohlin (1992), Leito (1996), Coburn (1999), Coates, Faroque e Klavans (2001), Miller (2002), Relatrio UNIDO (2005), Marcial e Grumbach (2006), Georghiou (2008) e Ashton e Hohhof (2009)

O Quadro 6 mostra outras tcnicas, abordagens e enfoques usados em estudos de inteligncia competitiva e foresight que so encontrados na literatura, mas que no foram sumarizados neste texto.

Quadro 6: Outras tcnicas, abordagens e enfoques usados em estudos de inteligncia competitiva e foresight, no sumarizados neste texto


Foresight

Outras (forecasting, prospectiva, anlise estratgica, dentre

outras)

Anlise da curva de experincia


Anlise da posio predominante

Roussel, Saad e Bohlin

(1992)Anlise de risco e custo-benefcio

Porter, A. (1991)

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Volume I



Foresight


outras)

Anlise de simulaoAshton e Hohhof (2009)

Anlise do mercado de produto


Anlise macro ambiental (STEEPV)


Anlise metagameAshton e Hohhof (2009)

Cenrios quantitativos Georghiou

(2008)

Checklists Porter, A. (1991)Competncias essenciais Miller (2002) Contato individual com especialistas

Porter, A. (1991)

Environmental scanning Relatrio UNIDO (2005)

Extrapolao de tendncias

Relatrio UNIDO (2005)

Leito (1996)

Fracionamento Porter, A. (1991)

Impacto competitivo Roussel, Saad e Bohlin

(1992)

Issue Surveys Relatrio UNIDO (2005)

Mtodo AHP (Analytic Hierarchy

Process)

Relatrio UNIDO (2005)

Marcial e Grumbach (2006)

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Foresight


outras)Mtodo dos

Exmenes (Mtodos dos Concursos)

Marcial e Grumbach

(2006)

Mtodo Electre (Eli-mination et Choix-TraduisantlaRealit)

Marcial e Grumbach

(2006)

Mtodo Mac Beth (Measuring Attractiveness by Categorical

Based Evaluation Technique)

Marcial e Grumbach

(2006)

Mtodo Pattern (Planning Assistance Through Technical

Evaluation of Relevance Numbers)

Marcial e Grumbach

(2006)

Modelo Bayesiano Relatrio UNIDO (2005)

POSTURE (Policy Specification Technique

Using Realistic Environments)

Porter, A. (1991)

Reverso Porter, A. (1991)Varredura do

ambiente externo

Georghiou (2008)


47

Volume I


Observa-se que, entre os autores considerados neste estudo para a elaborao dos quadros, Georghiou (2008) e Ashton e Hohhof (2009) foram os que apresentaram maior quantidade de tcnicas listadas, e, entre elas, as mais citadas so: Cenrios 6 citaes; Anlise de patentes 5 citaes; Delphi 4 citaes; Brainstorming 4 citaes; Roadmaps 4 citaes.

Principais Tcnicas de Inteligncia Competitiva Tecnolgica, Foresight, Prospeco Tecnolgica, Prospectiva e Estudos de Futuro

Neste tpico, so apresentadas as principais tcnicas identificadas na reviso bibliogrfica, seguidas de suas definies e os autores utilizados como referncias. Vale ressaltar que algumas tcnicas foram comuns a mais de um autor, outras no. O objetivo no foi esgotar todas as tcnicas existentes e tampouco os autores que escrevem sobre o assunto, mas sim, listar as principais e mais comuns tcnicas encontradas na reviso bibliogrfica, buscando agrup-las por afinidade, de forma a construir um panorama delas e apresentar suas descries.

Como forma de organizao, as tcnicas so apresentadas divididas da seguinte forma:

Tcnicas para busca de informao. Tcnicas de tratamento das informaes. Tcnicas para representao dos resultados e tcnicas

para reflexo sobre o futuro. Outras tcnicas.

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Tcnicas para Busca de Informao

Nessa categoria foram listadas as tcnicas que possibilitam buscar informaes a partir de fontes primrias ou secundrias.

Brainstorming e Brainwriting

Nesta tcnica, os participantes so convidados a discutir sobre um tema, com nfase na gerao de ideias, sem crticas. uma tcnica utilizada em sesses de trabalho em grupo (presencial ou on-line) e na qual a inteno estimular a imaginao e a criatividade, possibilitando a gerao e a caracterizao rpida de um conjunto de ideias e buscando quebrar as inibies, sem permitir crticas s ideias dadas pelos participantes. Primeiro h um momento de livre pensamento para articular e capturar ideias, sem comentrios crticos. Depois h um momento de discusso das ideias, que envolve agrupar e priorizar temas.

A fase de preparao do brainstorming envolve responder s seguintes questes:

Qual o objetivo da sesso de brainstorming e qual o tpico a ser trabalhado?

Quantas e quais pessoas devem ser envolvidas? Quando e onde a sesso ocorrer?

As regras do brainstorming so:

Sem crticas ou julgamentos. Liberdade para os participantes se expressarem durante

a sesso. A quantidade de ideias o que interessa. Todas as ideias devem ser registradas.

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Volume I


Os resultados so avaliados aps um perodo de tempo.

Os benefcios do brainstorming so:

Solues podem ser encontradas mais rapidamente e de forma mais econmica.

Os resultados e meios de soluo de problemas podem ser novos e inesperados.

Uma percepo mais ampla do problema pode ser obtida. A atmosfera dentro do grupo mais aberta. O grupo compartilha a responsabilidade sobre a

questo discutida.

O brainstorming pode ser utilizado como ponto de partida para gerar discusses para outras tcnicas, como painis de especialistas.

Uma variao do brainstorming o brainwriting que se d por meio da leitura e da escrita, ao invs da expresso oral. Os participantes escrevem suas ideias em papel e passam para outro participante, o que pode ocorrer em algumas rodadas. Com esse mtodo, obtm-se algumas vantagens, como:

Trabalhar em igualdade independente dos nveis de hierarquia dentro do grupo de participantes.

Consolidar e agregar as sugestes de todos os participantes.

Evitar tempos ociosos entre as discusses. Estimular ideias antes do brainstorming.

Essa sntese sobre brainstorming e brainwriting foi baseada nos seguintes autores: Porter A. (1991), Ashton e Klavans (1997),

50



Miles, Keenan e Kaivo-Oja (2002), Georghiou (2008); e no Relatrio UNIDO (2005).

Conferncias e Workshops

So eventos ou reunies em que so realizadas apresentaes, discusses ou debates sobre assuntos especficos. Favorecem a formao de network para obteno e troca de informaes sobre produtos, tecnologias ou temas especficos. Esse tipo de mtodo tem valor principalmente devido aos contatos que so feitos. Vale ressaltar que essa tcnica normalmente requer que os participantes estejam presentes no mesmo ambiente, porm, atualmente, com as novas tecnologias digitais, tambm possvel a participao de algumas pessoas por meio da Web. Podem ser usadas para gerar insumos para outras tcnicas, como cenrios e roadmaps (PORTER, A., 1991; ASHTON; KLAVANS, 1997; COBURN, 1999; GEORGHIOU, 2008).

Entrevistas

As entrevistas so procedimentos de coleta de dados. Frequentemente so descritas como conversas estruturadas e so uma ferramenta fundamental para a pesquisa social. A realizao de uma entrevista requer habilidades do entrevistador e pode, caso seja presencial, envolver custos para sua realizao. Entretanto, ainda assim, uma boa forma de obter informaes, principalmente quando se deseja compreender opinies. Tambm exige certa capacidade de integrao e de interpretao das informaes obtidas.

Algumas prticas bsicas a serem seguidas na realizao de entrevistas:

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Volume I


Identificar os tipos de informao necessrios, depois definir os especialistas a serem entrevistados.

Definir o nmero de entrevistas e o tempo disponvel para as entrevistas a partir da disponibilidade de tempo e recursos financeiros para o trabalho.

As entrevistas devem ser conduzidas pessoalmente ou por telefone. O tempo e o local das entrevistas devem ser acordados previamente com o entrevistado.

A depender da experincia do entrevistador, o roteiro de entrevista pode ser mais ou menos estruturado. importante que o entrevistador pergunte a seu modo, mas deixe o entrevistador responder como quiser. A tcnica de entrevistas pode ser utilizada em estudos de inteligncia competitiva e foresight com o propsito de obter informaes sobre um determinado assunto e para obter a opinio de especialistas sobre um tema especfico.

Essa sntese sobre entrevistas foi baseada nos seguintes autores: Millet e Honton (1991), Ashton e Klavans (1997), Georghiou (2008).

Genius Forecasting

A tcnica genius forecasting objetiva a gerao de uma viso (ou vrias) do futuro por meio de insights de indivduos respeitados. Esse mtodo envolve uma atividade realizada por indivduos respeitados com expertise e criatividade em propores relativamente similares e requer a preparao de previses baseadas em insights de um especialista brilhante, cientista ou autoridade de uma rea especfica. Essa tcnica baseia-se no fato de que, em geral, alguns indivduos tm insights particulares e formas provocativas de abordar tpicos, estimulando pensamentos e assegurando que perspectivas importantes sejam

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levadas em considerao (ASHTON; KLAVANS, 1997; MILES; KEENAN; KAIVO-OJA, 2002; RELATRIO UNIDO, 2005; GEORGHIOU, 2008; ASHTON; HOHHOF 2009).

Nominal Group Process

A tcnica Nominal Group Process um tipo de dinmica de grupo e pode ser usada para definir dimenses de uma deciso e identificar opes e questes para a realizao de outras pesquisas, por exemplo, a pesquisa Delphi. utilizada para superar aspectos no produtivos de reunies no estruturadas, face a face, e estimular o pensamento criativo de um grupo de especialistas.

Diferente do brainstorming, essa tcnica incorpora uma avaliao aps a gerao de ideias. Ao final, gera-se no apenas uma lista, mas tambm uma ordem do que o grupo considera mais importante. Essa tcnica possibilita a gerao e a priorizao de ideias relacionadas a um problema estabelecido para um grupo de indivduos.

Os procedimentos para essa tcnica seguem esta ordem:

1. elaborado e enviado para o grupo um briefing um comunicado, sobre o tpico e o mtodo. O nmero de pessoas deve ser entre 8 e 12, e elas devem ser selecionadas cuidadosamente, devem receber convite com o objetivo, local, tempo da sesso em grupo. definido quem sero os moderadores para a sesso em grupo.

2. As ideias so geradas silenciosamente e anotadas em papel pelos participantes.

3. Cada participante compartilha suas ideias.4. Inicia-se uma rodada de discusso, cujo objetivo a

reviso e consolidao de ideias para ter uma opinio do

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grupo sobre o que foi gerado e se as ideias que podem ser consolidadas para reduzir a redundncia.

5. Aps a discusso, feita uma votao privada das ideias apresentadas, utilizando, por exemplo, votos em papel, mas a votao pode ser feita de diversas formas.

6. feita a tabulao dos resultados e estes so apresentados ao grupo.

Essa sntese sobre Nominal Group Process foi baseada nos seguintes autores: Porter, A. (1991) e Ashton e Klavans (1997).

Mapeamento de Arcabouo Legal e de Jurisprudncia Associada

Para que a tecnologia seja utilizada e tenha segurana jurdica, essencial conhecer os aspectos legais associados, como:

leis pertinentes; decretos; instrues normativas; permisses de produo ou uso da tecnologia; localizao geogrfica da tecnologia, sua produo

e comercializao e suas respectivas permisses pelo estado;

jurisprudncias; acidentes ocorridos.

A pesquisa, que um tipo de pesquisa documental para mapeamento de arcabouo legal e de jurisprudncia associada, pode ter diversos focos. A base a ser consultada e o escopo da pesquisa tm que estar de acordo, de modo que os objetivos

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sejam alcanados, sejam eles, por exemplo, o uso de alimentos transgnicos ou os controles para produo de gs de xisto. Assim, possvel evitar acidentes ou amenizar mudanas climticas pelo uso de tecnologias que retirem o dixido de carbono da atmosfera (PORTAL JUSTIA, 2017; QUINTELLA 2013a; QUINTELLA, 2013b; QUINTELLA 2011c).

Mapeamento de dados Empresariais

Essa pesquisa um tipo de pesquisa documental que visa o mapeamento de Dados empresariais, e pode compreender:

demonstrativos financeiros de empresas; histricos de cotaes/negcios; balano social de empresas; releases e homepages de empresas, portflios; informaes peridicas e eventuais de empresas; documentos de companhias abertas; produtos e processos no mercado; dados de importao e exportao.

A depender do objetivo, bastante comum que o mapeamento de dados empresariais seja um mapeamento complementar quando se buscam as tecnologias. Nele podem ser vistos, por exemplo, aquisies de aes de empresas da cadeia produtiva nos seus diversos estgios, compras e vendas de empresas, vises de futuro das empresas, entre outros. A confiabilidade da informao extremamente varivel e deve sempre ser levada em conta de acordo com seus usos potenciais (REIS; GIACOMINI FILHO, 2008; BOVESPA, 2017; CVM, 2017; ALICE web, 2017).

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Mapeamento Patentrio

O mapeamento patentrio realizado em bases de dados diversas e consta essencialmente destas etapas:

definio das melhores bases de dados a serem consultadas a depender do objetivo do mapeamento;

definio de escopo da busca patentria, desta forma garantindo a qualidade da metodologia utilizada;

realizao do download dos documentos selecionados pelo escopo;

remoo das duplicidades, redundncias e documentos esprios;

preparo das planilhas para anlises estatsticas e anlises qualitativas.

O ponto crucial a amplitude da busca e sua relao com o foco e interesse e os objetivos pretendidos (PORTER, A.,1991; ASHTON; KLAVANS, 1997; COBURN, 1999; MILLER, 2002; MILES; KEENAN; KAIVO-OJA, 2002; GEORGHIOU, 2008; ASHTON; HOHHOF, 2009; QUINTELLA 2011a; QUINTELLA, 2011b; GONALVES, 2014; SILVA, 2016).

Painis de Especialistas

Os painis de especialistas so um mtodo que rene grupos de pessoas dedicadas a analisar e combinar seus conhecimentos a respeito de uma determinada rea de interesse. Eles podem ter abrangncia local, regional, nacional e internacional. So geralmente organizados para trazer uma expertise legitimada, mas podem tentar incluir perspectivas visionrias, imaginativas e criativas. Procedimentos como os de brainstorming e discusses focadas so comuns nos painis.

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Os painis so processos centrais nos exerccios de foresight, podem ter vrias formas e tamanhos, envolvendo atividade participativa e, podendo, em muitos casos, ter seus resultados publicados em relatrios.

Os painis permitem uma interao entre os participantes e possibilitam a discusso de temas especficos a fim de gerar concluses e recomendaes, a partir da obteno de percepes de especialistas. Os especialistas devem ter conhecimento mnimo necessrio para dizer como o tema em estudo vai se comportar no futuro prximo, por isso, importante fazer uma boa seleo dos participantes de um painel.

As principais funes dos painis de especialistas em exerccios de foresight so:

coleta de informao e conhecimento relevantes; sntese das informaes coletadas; estimulao de novos insights e vises criativas e proviso

de uma viso de alternativas de futuro, bem como criao de novas networks;

difuso do processo de foresight e seus resultados; influncia em termos e aes de continuidade do

trabalho de foresight.

Painis Sociais

Essa tcnica envolve a participao de um grupo de cidados (membros de um departamento de estado e/ou residentes de uma rea geogrfica) dedicado a prover discusses sobre questes relevantes, frequentemente no mbito de um governo nacional ou regional. O painel social mais do que uma pesquisa de opinio convencional, j que seus membros so incentivados a aprofundar

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seu entendimento sobre as questes em discusso. As atividades realizadas envolvem: preenchimento de questionrios, discusso especfica de assuntos que afetam a comunidade, contribuio para o planejamento comunitrio (GEORGHIOU, 2008).

Pesquisa Delphi

A pesquisa Delphi um tipo de pesquisa de levantamento, foi empregada pela primeira vez em empresas, em 1948, pela Rand Corporation, para estimar os efeitos provveis de um macio ataque atmico aos EUA e seu nome foi uma homenagem ao Orculo de Delfos. uma tcnica de trabalho em grupo que busca a convergncia de opinies e que assegura anonimato, interao e feedback controlado, composta de uma srie de questionrios aplicados em rodadas. Envolve a votao repetida pelos mesmos indivduos, dando feedback de respostas annimas de rodadas anteriores, com a ideia de que isso permitir melhores julgamentos, e realizada em duas ou trs rodadas. Geralmente, empregada para elicitar vises sobre se e quando desenvolvimentos particulares podem ocorrer, mas a tcnica pode ser utilizada para qualquer tipo de opinio ou de informao, por exemplo, impacto de tecnologias.

A pesquisa Delphi frequentemente usada com foco em vises dominantes que emergem, porm pode ser orientada para delinear diferentes pontos de vista. Pode ser feita on-line, e seus resultados so usados para preparar recomendaes, planos de ao, roadmaps, dentre outros.

Em resumo, a pesquisa Delphi tem trs caractersticas bsicas:

O anonimato entre os participantes. Realizao de duas ou mais rodadas de respostas.

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Utilizao de estatstica para definir a resposta do grupo.

Essa sntese sobre pesquisa Delphi foi baseada nos seguintes autores: Porter, A. (1991), Wright e Giovinazzo (2000), Miles, Keenan e Kaivo-Oja (2002), Georghiou (2008); e no Relatrio UNIDO (2005).

Questionrios e Pesquisas de Levantamento ou Surveys

As pesquisas de levantamento constituem uma tcnica comum para obter opinio de especialistas quando no possvel fazer reunies presenciais, entretanto podem ser aplicadas a qualquer pblico, de acordo com o objetivo do estudo. So utilizadas para obter informaes sobre um determinado assunto. Podem ser realizadas via e-mail, correio ou telefone, e envolver perguntas fechadas e quantitativa, ou abertas e qualitativas. Os questionrios so os meios mais utilizados para obter essas informaes e podem ser estruturados ou no, dependendo do objetivo.

Alguns aspectos relevantes para a aplicao de questionrios em estudos prospectivos:

Determinar o tipo de informao necessria e porque ela necessria, antes de estruturar as questes, deixando o objetivo explcito na estrutura.

Realizar um pr-teste com o questionrio, analisado sua adequao ao objetivo do estudo, clareza, linguagem, extenso, formato etc.

Deixar o questionrio to curto quando for possvel e com formato amigvel.

Selecionar os participantes cuidadosamente para assegurar a participao, e conhecer sua rea de formao.

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Usar o questionrio como meio de obter opinio de especialistas, mas no como ferramenta de projees por si s.

importante estruturar o questionrio, e, quando possvel, elaborar algumas questes abertas deixando para os respondentes a oportunidade de expressar suas vises com mais liberdade.

Os questionrios podem ser utilizados, por exemplo, em estudos de foresight para obter a opinio de especialistas sobre um determinado assunto. Um exemplo de pesquisa de levantamento a pesquisa Delphi que se utiliza de questionrios para obter a opinio e consenso dos especialistas e sociedade em geral sobre um determinado assunto.

Essa sntese sobre pesquisa de levantamento e questionrios foi baseada nos seguintes autores: Porter, A. (1991), Millet e Honton (1991), Miles, Keenan e Kaivo-Oja (2002), Georghiou (2008); e no Relatrio UNIDO (2005).

Reviso Bibliogrfica e Pesquisa Documental

A reviso bibliogrfica ou reviso de literatura consiste na busca de informaes sobre um determinado tema com base na pesquisa em diferentes fontes, principalmente livros e artigos cientficos. Em geral, quando a pesquisa envolve relatrios, jornais e outros dados documentais, ela denominada pesquisa documental. muito utilizada no incio de estudos acadmicos, mas tambm pode ser usada no comeo de estudos de inteligncia competitiva e foresight, com o propsito de montar um panorama preliminar sobre o tema (ASHTON; KLAVANS, 1997; GEORGHIOU, 2008).

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Votao

A pesquisa por meio de votao mais um tipo de pesquisa de levantamento e busca obter as vises sobre um tpico particular entre um conjunto de participantes. Pode ser usada para aferir prioridades para anlises futuras em um workshop, como tambm pode ser utilizada para obter a opinio de pessoas sobre um determinado assunto. Caso a votao seja realizada a distncia, podem ser utilizados questionrios para obter a viso das pessoas e a consolidao quantitativa mostrar o resultado da votao (GEORGHIOU, 2008).

Tcnicas de Tratamento para Aplicao das Informaes

Nesta categoria foram listadas as tcnicas que possibilitam reunir, consolidar e analisar as informaes obtidas.

Anlise Bibliomtrica

A anlise bibliomtrica possibilita examinar o nmero de artigos publicados sobre determinado tema e vrios outros dados bibliogrficos. Essa tcnica incorpora anlises mltiplas de artigos publicados para identificar o perfil de esforos em uma determinada tecnologia emergente, com o objetivo de apontar tendncias em publicaes, citaes ou padres de atividades de projetos.

A anlise bibliomtrica contribui, por exemplo, para:

Identificao de atores (competidores e/ou potenciais parceiros).

Anlise da maturidade da tecnologia.

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Identificao de padres de desenvolvimento. Identificao de tecnologias emergentes. Localizao de competncias.

No tratamento das informaes podem ser aplicadas as ferramentas de datamining e textmining. O datamining o processo de identificar novas correlaes, padres ou tendncias a partir de grandes quantidades de dados. O textming a aplicao de tcnicas de tratamento automtico de linguagem natural que possibilitam a classificao automtica e representao grfica dos dados bibliogrficos.

A anlise bibliomtrica pode gerar insumos importantes para os estudos de inteligncia competitiva e de foresight, mostrando tendncias e atores relevantes (COATES; FAROQUE; KLAVANS, 2001; MILES; KEENAN; KAIVO-OJA, 2002; GEORGHIOU, 2008; ASHTON; HOHHOF, 2009).

Anlise da Indstria e Anlise de Competidores

A anlise da indstria est relacionada s cinco foras de Porter: competidores, fornecedores, compradores, substitutos e entrantes. Esse um instrumento importante para a anlise setorial, relacionada ao tema da competitividade, envolvendo a avaliao das cinco foras, que permite posicionar a empresa dentro daquele segmento especfico da indstria, analisando cada uma das foras citadas. A anlise da indstria pode ser til nos processos de inteligncia competitiva com o propsito de identificar e monitorar os principais atores do ambiente de atuao de uma determinada instituio (PORTER, M., 1991; LEITO, 1996; MILLER, 2002; ASHTON; HOHHOF, 2009).

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Anlise da Maturidade Tecnolgica

A anlise de maturidade tecnolgica ajuda no entendi-mento das possibilidades de avanos da tecnologia, ou seja, no seu ciclo de vida. As fases da maturidade tecnolgica so: em-brionria, crescimento, madura e envelhecimento (ps-madura). As informaes sobre a maturidade de uma tecnologia auxiliam na definio de:

Incerteza/risco. Recompensa. Atividade competitiva. Probabilidade de sucesso. Expectativas gerenciais. Controle. Estratgias de pesquisa e desenvolvimento (P&D)

apropriadas. Estratgias de investimento. Marketing.

A maturidade tecnolgica pode ser plotada contra a posio competitiva, proporcionando uma representao grfica de oportunidades e ameaas potenciais.

Dentro do conceito de anlise de maturidade, existe a tcnica de Nveis de Maturidade Tecnolgica (em ingls, Technology Readiness Levels, TRL), uma forma de anlise de prontido tecnolgica, proposta pela ISO 16290 (ISO, 2013) e aplicada pela NASA, EMBRAPII, EMBRAER e dentre outras instituies. Em geral, varia dos nveis 1 a 9 (TRL1 a TRL9) e tem essencialmente trs faixas:

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TRL1 a TRL3: informaes sobre a tecnologia so encontradas em resumos em eventos, artigos cientficos etc.; est em fase de bancada.

TRL4 a T

· 2018-08-14 · ana rita silva almeida chiara – davi novaes ladeia fogaça – deise danielle...

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