zona reflexa em portadores de sintomas … · então, a mtc tem como objetivo avaliar, diagnosticar...

24
MARCELA DE ASSIS MARCO ANTONIO TURCHETTO ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS DISPÉPTICOS GOIÂNIA 2004

Upload: lehanh

Post on 19-Jun-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS … · Então, a MTC tem como objetivo avaliar, diagnosticar e tratar de forma não invasiva os sinais ... 13 Fem 24 Gastrite leve e Esofagite

MARCELA DE ASSIS

MARCO ANTONIO TURCHETTO

ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS DISPÉPTICOS

GOIÂNIA

2004

Page 2: ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS … · Então, a MTC tem como objetivo avaliar, diagnosticar e tratar de forma não invasiva os sinais ... 13 Fem 24 Gastrite leve e Esofagite

MARCELA DE ASSIS

MARCO ANTONIO TURCHETTO

ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS DISPÉPTICOS

Trabalho apresentado para fins de avaliação parcial na disciplina Trabalho

de Conclusão de Curso II do Curso de Fisioterapia da Universidade

Católica de Goiás.

Orientadora: Profª Msª Valéria Rodrigues Costa de Oliveira

Profº Cláudio Lísias Monteiro da Cruz

GOIÂNIA 2004

Page 3: ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS … · Então, a MTC tem como objetivo avaliar, diagnosticar e tratar de forma não invasiva os sinais ... 13 Fem 24 Gastrite leve e Esofagite

ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS DISPÉPTICOS

___________________________________________ _____________

Valéria Rodrigues Costa de Oliveira Nota

___________________________________________ _____________

Cláudio Lísias Monteiro da Cruz Nota

___________________________________________ _____________

Kemil Rocha de Sousa Nota

Page 4: ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS … · Então, a MTC tem como objetivo avaliar, diagnosticar e tratar de forma não invasiva os sinais ... 13 Fem 24 Gastrite leve e Esofagite

INTRODUÇÃO

A massagem do tecido conjuntivo (MTC) é uma técnica manual específica de manipulação

aplicada ao tecido conjuntivo próximo a superfície do corpo que facilita tanto o diagnóstico como o

tratamento de doenças.(1)

Esta técnica foi desenvolvida por uma fisioterapeuta alemã, Elizabeth Dicke, em 1929, após

ter sofrido uma grave enfermidade circulatória em seu membro inferior direito. Através da

experiência obtida por sua enfermidade, Dicke foi desenvolvendo pouco a pouco a técnica. Em

1935, o professor Veil de Jena conseguiu confirmar a eficácia da técnica de Dicke e em 1938, os

professores Kohlroush e Telrich-Leube, após aplicação e investigação do método por um ano,

confirmaram sua efetividade.(1)

O princípio fisiológico da técnica tem origem na formação do corpo humano, o qual é

derivado de uma série de 33 discos (33 somitos mesodérmicos) e cada um deles termina originando

duas raízes nervosas da medula espinhal, uma de cada lado. Nos estágios mais avançados do

desenvolvimento, estes nervos continuam a governar a atividade de todas as estruturas derivadas de

um segmento discóide original. Alterações patológicas que afetam qualquer das estruturas derivadas

de um somito mesodérmico pode, eventualmente, dar origem a sintomas em qualquer das estruturas

do mesmo segmento.(2)

As bases fisiológicas da técnica também podem ser explicadas pelo mecanismo da dor

reflexa, onde estímulo doloroso procedente de uma víscera é conduzido ao Sistema Nervoso Central

(SNC) pelo neurônio aferente visceral e penetra na medula juntamente com o neurônio aferente

somático, que é responsável pela sensibilidade superficial daquele metâmero. Seja qual for a origem

do estímulo, pele ou víscera, o mesmo é “percebido” pelo cérebro como se tivesse nascido na área

cutânea do metâmero correspondente.(3)

Então, a MTC tem como objetivo avaliar, diagnosticar e tratar de forma não invasiva os sinais

e sintomas dos distúrbios circulatórios, doenças reumáticas, disfunções dos órgãos internos,

distúrbios do sistema nervoso autônomo e central, distúrbios respiratórios e do tecido conjuntivo.(2)

A avaliação para diagnosticar a presença da zona reflexa é realizada através da inspeção e

palpação do dorso do paciente. Na inspeção observa-se as alterações na tensão do tecido conjuntivo,

Page 5: ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS … · Então, a MTC tem como objetivo avaliar, diagnosticar e tratar de forma não invasiva os sinais ... 13 Fem 24 Gastrite leve e Esofagite

causadas pela redução ou alteração no conteúdo aquoso. O dorso é observado a fim de notar

alterações no contorno da superfície entre os 2 lados. Algumas zonas musculares podem ter o

aspecto edemaciado, enq uanto outras, deprimido, referindo a uma doença passada e doença atual,

respectivamente.(4)

Já na palpação se realiza o tracionamento irritativo, o qual ativa os reflexos dolorosos.

Reflexos estes que juntamente com a inspeção irão confirmar a existência de uma zona reflexa no

paciente. Por isto, a avaliação é de extrema importância, uma vez que demonstra a existência da

zona reflexa e sua localização, dando assim a possibilidade de fisioterapeutas diagnosticarem uma

doença que o paciente possa ter em determinado órgão de acordo com o mapa existente na

literatura.(2,5)

Enfim, este trabalho tem como objetivo comprovar a existência de uma zona reflexa em

portadores de sintomas dispépticos, delimitar a sua localização, comparando-a com a descrição da

literatura e confirmar os métodos de avaliação que identificam a presença da zona reflexa.

A dispepsia funcional ou idiopática é uma alteração digestiva, caracterizada por dor ou

desconforto localizados no abdome superior, sem evidências de alterações orgânicas ou

morfológicas que expliquem tais sintomas, tendo assim alta incidência na população, o que levou a

ser escolhida para avaliação do trabalho. (6)

Então, este trabalho se faz importante porque mesmo a fisioterapia tendo suas origens

vinculadas à prática da ma ssagem, ainda no século XIX, atualmente, no século XXI, são

encontrados poucos estudos nesta área, principalmente sobre a massagem do tecido conjuntivo, que

é um instrumento para o fisioterapeuta tratar doenças de órgãos internos de forma não invasiva.

Page 6: ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS … · Então, a MTC tem como objetivo avaliar, diagnosticar e tratar de forma não invasiva os sinais ... 13 Fem 24 Gastrite leve e Esofagite

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi constituído por um estudo observacional. A amostra populacional constou de

20 indivíduos de ambos os sexos, sendo 16 do sexo feminino e 4 do masculino, com idade entre 22

e 59 anos, que apresentam ou apresentaram queixas de sintomas dispépticos.

Foram excluídos da pesquisa os indivíduos que apresentaram as seguintes doenças: portadores

de neoplasias, cardiopatias, pneumopatias, feridas abertas ou outras lesões cutâneas, excesso de

pêlos nas costas, infecções bacterianas ou virais, quistos de ovário e gestantes antes do quarto mês.

Os participantes foram esclarecidos sobre o teor da pesquisa, e assinaram o termo de

compromisso. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Católica

de Goiás – UCG.

As avaliações dos sujeitos foram realizadas, por um dos pesquisadores e acompanhada pelo

outro, na Clínica Escola Vida da UCG de setembro a outubro de 2004, seguindo o protocolo

proposto por Linderman (7), 1975.

Os avaliados permaneceram na posição sentado na maca com os pés apoiados e com dorso

desnudo. Seguiu-se

I. Inspeção: atentando para: alteração de relevo no dorso; edema ou retração na

região em questão;

II. Palpação da região dorsal incluindo:

ð Deslocamento Plano : com 2º e 3º dedos da mão dominante, verificando a

mobilidade do tecido conjuntivo em todas as direções e sentidos;

ð Método de pregas cutâneas (deslocamento de pregas): foi realizado com o 1º dedo

no sentido perpendicular às fibras musculares, atentando para os locais onde não se formaram

pregas;

Page 7: ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS … · Então, a MTC tem como objetivo avaliar, diagnosticar e tratar de forma não invasiva os sinais ... 13 Fem 24 Gastrite leve e Esofagite

ð Manobra Irritativa : foi efetuada com o pinçamento do 1º e 2º dedos das mãos D e E,

agindo com uma pressão excessivamente intensa, uniforme e deslizante;

Para delimitação da área correspondente à zona reflexa, ou seja, na qual o indivíduo relatou

dor intensa durante a palpação com manobra irritativa, foi utilizado lápis dermatográfico e em

seguida foi feito o registro por meio de fotografia.

Page 8: ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS … · Então, a MTC tem como objetivo avaliar, diagnosticar e tratar de forma não invasiva os sinais ... 13 Fem 24 Gastrite leve e Esofagite

RESULTADOS

Os indivíduos avaliados tinham idade média de 32,65 anos variando de 22 a 59 anos, com

desvio padrão de 12,24. 60% apresentaram gastrite leve, 25% gastrite nervosa, 20% esofagite, 10%

hérnia de hiato e 5% gastrite moderada, diagnosticados pela a avaliação clínica e endoscopia,

segundo relato dos mesmos.

O tempo do diagnóstico teve variação de 1 mês a 20 anos. E os tratamentos clínicos realizados

foram farmacologia e dieta.(vide Tabela 1)

Tabela 1: Dados pessoais dos pacientes e da doença

Paciente Sexo Idade Diagnóstico nosológico Tempo Diagnóstico

Tratamento Realizado

1 Fem 38 Gastrite Leve 1 ano Fármaco e dieta 2 Fem 29 Gastrite Nervosa 5 anos Remédio Natural 3 Masc 59 Gastrite leve 5 anos Medicamento manipulado e

dieta 4 Fem 22 Gastrite leve 1 mês Fármaco e dieta 5 Fem 23 Gastrite leve 10 meses Fármaco e dieta 6 Masc 30 Esofagite e Gastrite leve 2 anos Fármaco 7 Masc 22 Esofagite 3 anos Fármaco 8 Fem 39 Gastrite Nervosa 8 anos Fármaco e dieta 9 Fem 31 Gastrite Leve 1 ano Dieta

10 Fem 26 Gastrite leve e Hérnia de hiato

2 anos Fármaco e dieta

11 Fem 25 Gastrite Nervosa 3 anos Fármaco e dieta 12 Fem 34 Gastrite moderada 3 meses Fármaco 13 Fem 24 Gastrite leve e Esofagite 6 anos Fármaco e dieta 14 Fem 23 Gastrite Leve 2 anos Fármaco e dieta 15 Fem 22 Gastrite Leve 1 ano Fármaco 16 Fem 56 Gastrite Leve 20 anos Fármaco e dieta 17 Fem 22 Gastrite Nervosa 1 ano Fármaco e dieta 18 Fem 44 Gastrite leve 5 anos Fármaco e dieta 19 Masc 56 Esofagite e hérnia de

hiato 2 anos Fármaco

20 Fem 28 Gastrite leve 8 anos Fármaco e dieta

Page 9: ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS … · Então, a MTC tem como objetivo avaliar, diagnosticar e tratar de forma não invasiva os sinais ... 13 Fem 24 Gastrite leve e Esofagite

Em relação à inspeção, observou-se que as regiões que apresentaram maior incidência de

zona edemaciada são os trapézios fibras superiores esquerda (E) e direita (D), seguidos pela região

paravertebral de L4 a T7. Quanto às zonas deprimidas, observou-se que a região sacral e processos

espinhosos de L4 a T7 tiveram maior incidência, seguidos da região interescapular bilateral. (vide

Tabela 2)

Tabela 2: Inspeção das zonas edemaciadas e zonas deprimidas

Paciente Zona edemaciada Zona deprimida 1 Paravertebral bilateral de L4 a T7; trapézios fibras

superiores D e E Processos espinhosos de L4 a T7; região dos romboídes D e E

2 Trapézios fibras superiores D e E; ângulo inferior da escápula a T6; T3 ao trapézio fibras superiores D

Processos espinhosos de L1 a T8; paravertebral bilateral de L4 a S3; região interescapular

3 Trapézio fibras superiores D e E Região sacral à cervical nos processos espinhosos e paravertebrais

4 Paravertebral de L3 a T12; trapézios fibras superiores D e E

Região sacral a L3 nos processos espinhosos; região dos romboídes

5 Paravertebral bilateral de L3 a T7; trapézios fibras superiores D e E

Processos espinhosos S2 a T7; região de processos espinhosos e paravertebrais de S2 a L3; região interescapular.

6 Paravertebral bilateral de T12 a T7; trapézio fibras superiores D

Região sacral; processos espinhosos de T12 a T7; região interescapular; trapézio fibras superiores E

7 Paravertebral bilateral do sacro a T6; trapézio fibras superiores D

Processos espinhosos do sacro a T6; região interescapular; trapézio fibras superiores D

8 Trapézio fibras superiores E Região sacral até T11; região interescapular; trapézio fibras superiores D

9 Paravertebral bilateral do sacro a T7; região do romboíde D; trapézios fibras superiores D e E

Processos espinhosos do sacro a T7

10 Paravertebral bilateral do sacro a T7; região do romboíde E

Processos espinhosos da região sacral a T7; área de romboíde D

11 Região sacral a T11; paravertebral bilateral de T11 a T6; trapézios fibras superiores D e E

Processos espinhosos de T11 a C7

12 Trapézios fibras superiores D e E Processos espinhosos do sacro à T7; T9 à região interescapular

13 Paravertebral bilateral de T12 a T5; região interescapular; trapézio fibras superiores E

Região sacral até T12 nos processos espinhosos

14 Paravertebral bilateral do sacro até T5; trapézio fibras superiores D

Processos espinhosos do sacro à T10; região de rombóides; trapézio fibras superiores E

15 Trapézio fibras superiores E Região sacral até L3; processos espinhosos do sacro até T8; região interescapular; trapézio fibras superiores D

16 Paravertebral E de T7 a T9; trapézio fibras superiores E

Região sacral até T7 nos processos espinhosos

17 Lateral D de T12 a T4; trapézio E Região de L2 a L4; lateral E de T12 a T4; processos espinhosos de T5 a T3

18 Paravertebral E de T7 a T3; trapézio fibras superiores E

Região sacral a T12 nos processos espinhosos

19 Paravertebral E T12 a T8; paravertebral D T8 a T4; paravertebral bilateral T4 a C7

Paravertebral e processos espinhosos de sacro a T12; processos espinhosos de sacro a T7 e T4 a C7

20 Paravertebral E de sacro a T8; trapézio fibras superiores E

Região sacral a T8; paravertebral D T8 a T10; processos espinhosos de T4 a T2

OBS: A inspeção foi analisada de caudal para cefálica, não atentando para as laterais das zonas.

Page 10: ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS … · Então, a MTC tem como objetivo avaliar, diagnosticar e tratar de forma não invasiva os sinais ... 13 Fem 24 Gastrite leve e Esofagite

Quanto ao deslocamento plano, durante a palpação foram identificadas as regiões que

apresentaram aderências nos planos horizontal e vertical (vide Tabela 3). Observou-se que a maior

incidência de dificuldade do deslocamento no plano horizontal foi nos trapézios fibras superiores D

e E. Já no deslocamento do plano vertical ocorreram muitas variações e a área que apresentou maior

incidência de aderências foi de T10 a T5.

Em relação ao deslocamento de pregas cutâneas não foram identificadas áreas coincidentes

nos sujeitos avaliados, variando muito a localização do início da formação da prega cutânea,

embora seu término, na maioria dos casos, tenha se localizado em T3 ou na região do trapézio fibras

superiores. (vide Tabela 3)

Page 11: ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS … · Então, a MTC tem como objetivo avaliar, diagnosticar e tratar de forma não invasiva os sinais ... 13 Fem 24 Gastrite leve e Esofagite

Tabela 3: Resultado da palpação do dorso dos indivíduos realizando deslocamentos

Paciente Deslocamento plano Deslocamento de pregas cutâneas 1 Borda medial inferior das escápulas D e E não deslocam

no plano vertical, trapézios fibras superiores D e E não deslocam no plano horizontal

Não forma prega nos processos espinhosos de L4 a C7 e no trapézio fibras superiores E

2 Trapézio fibras superiores D não desloca no plano horizontal e vertical e trapézio fibras superiores E não desloca no plano horizontal

Lado D iniciam em T12 até T3. Lado E iniciam em L1 até T3

3 De L4 a T7 paravertebral bilateral não deslocam no plano horizontal. De T3 até trapézio não desloca em nenhum plano

Lado D iniciam em T8 até T5 e reiniciam no trapézio fibras superiores. Lado E iniciam em sacro até T9 e reiniciam no trapézio fibras superiores E

4 De T10 a T8 não desloca no plano vertical; trapézios fibras superiores D e E não deslocam no plano horizontal

Lado D e E iniciam em T8 até trapézios fibras superiores E e D

5 De T6 a T10 não desloca no plano vertical: em região de T2 e trapézio fibras superiores D não deslocam na horizontal

Lado D e E iniciam em T10 e param em T3 e rombóides, respectivamente

6 De sacro a T7 e trapézio fibras superiores E não deslocam no plano horizontal; região interescapular não desloca no plano vertical

Lado D e E iniciam em T8 até trapézios fibras superiores

7 De L4 a T6 e trapézios fibras superiores D e E não deslocam no plano horizontal

Lado D e E iniciam em T12 até trapézios fibras superiores

8 De sacro a T11 e trapézios fibras superiores D e E não deslocam no plano horizontal; região interescapular não desloca no plano vertical

Lado D e E iniciam em T11, diminui na região interescapular e forma até trapézios fibras superiores

9 De T7 até rombóides não desloca no plano horizontal, como os trapézios fibras superiores D e E

Lado D iniciam em T10 até trapézio fibras superiores. Lado E iniciam em T7 até trapézio fibras superiores

10 De T10 a T7 do lado E e trapézio fibras superiores E não deslocam no plano horizontal

Lado D iniciam em T8 até trapézio fibras superiores. Lado E iniciam em T6 até trapézio fibras superiores

11 De sacro a T6 e de T3 até trapézio fibras superiores D não deslocam no plano vertical; trapézios fibras superiores D e E não deslocam no plano horizontal

Lado D e E iniciam em T8 e param em trapézio fibras superiores e borda medial superior da escápula, respectivamente

12 De sacro a T7, de T3 a T4 interescapular e trapézio fibras superiores D não deslocam no plano vertical; trapézio fibras superiores E não desloca no plano horizontal

Lado D iniciam em T10 até fossa supraescapular e reiniciam em T3 até trapézio fibras superiores. Lado E iniciam em T8 até ângulo inferior da escápula e reiniciam em T3

13 Da fossa supraescapular ao ângulo superior da escápula D e trapézio fibras superiores D não deslocam na horizontal

Lado D iniciam em T9 até trapézio fibras superiores. Lado E iniciam em T8 até T5 e reinicia em T3

14 No ângulo superior da escápula D não desloca no plano vertical; trapézio fibras superiores D não desloca na horizontal

Lado D iniciam em L2 até T3. Lado E iniciam em T10 até T4

15 Na região lateral E de T10 a T5 e rombóide E não deslocam no plano vertical; trapézios fibras superiores D e E não deslocam no plano horizontal

Lado D iniciam em T10 até trapézio fibras superiores. Lado E iniciam em T9 até trapézio fibras superiores

16 Região de T7 para baixo, paravertebral E de T7 a T9, região de rombóide E e trapézio fibras superiores D não deslocam no plano vertical

Lado D iniciam em T7 até T3. Lado E iniciam em T9 até T5 e reiniciam em trapézio fibras superiores

17 Paravertebral D de T12 a T4, paravertebral E de T6 a T9, rombóide E e trapézio fibras superiores E não deslocam na vertical; região de L2 a L4 não deslocam na horizontal

Lado D iniciam em T9 até trapézio fibras superiores. Lado E iniciam em T8 até T3

18 Trapézio fibras superiores E não desloca na horizontal; paravertebral E de T11 a T3 não desloca no plano vertical

Lado D iniciam em T7 até T5 e reiniciam em trapézio fibras superiores. Lado E iniciam em T6 até T3

19 Paravertebral bilateral T3 a T5 e trapézio fibras superiores D não deslocam na horizontal; paravertebral E de T12 a T8, trapézio E não deslocam no plano vertical

Lado D iniciam em sacro até T5 e reinicia em T3. Lado E iniciam em sacro até T9

20 Paravertebral D T10 a T8 e trapézio fibras superiores E não deslocam na horizontal; processos espinhosos de sacro a T8 e paravertebral E T5 a T10 não deslocam no plano vertical

Lado D iniciam em T9 até T4 e reinicia T3. Lado E iniciam em T8 até trapézio fibras superiores

Page 12: ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS … · Então, a MTC tem como objetivo avaliar, diagnosticar e tratar de forma não invasiva os sinais ... 13 Fem 24 Gastrite leve e Esofagite

Os pontos dolorosos identificados na palpação (manobra irritativa) foram delimitados

observando-se a região vertebral correspondente.

Todos os avaliados referiram dor na região paravertebral esquerda entre T3 e L4. (vide

Tabela 4 e fotos 1 a 20)

Para análise do ponto de maior incidência de dor foi realizado estudo gráfico, constando que

100% dos indivíduos apresentaram dor na região de T9. (vide Gráfico 1)

Tabela 4: Zona reflexa do estômago nos indivíduos avaliados, tendo como referência o nível

vertebral da região paravertebral esquerda.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Média C6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,00% C7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,00% T1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,00% T2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,00% T3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 5,00% T4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 5,00% T5 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 1 0 1 0 0 25,00% T6 1 0 1 0 0 1 0 0 1 0 1 1 1 1 0 1 0 1 0 1 55,00% T7 1 0 1 0 0 1 0 0 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 0 1 60,00% T8 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 85,00% T9 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 100,00%

T10 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 0 1 0 1 1 1 1 1 1 80,00% T11 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 1 0 1 1 1 1 1 1 75,00% T12 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 1 0 1 1 1 1 1 1 70,00% L1 0 1 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 1 0 1 0 1 1 45,00% L2 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 1 1 25,00% L3 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 15,00% L4 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 10,00%

Page 13: ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS … · Então, a MTC tem como objetivo avaliar, diagnosticar e tratar de forma não invasiva os sinais ... 13 Fem 24 Gastrite leve e Esofagite

Fotos Indivíduo 1 Indivíduo 2

Indivíduo 3 Indivíduo 4

Indivíduo 5 Indivíduo 6

Page 14: ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS … · Então, a MTC tem como objetivo avaliar, diagnosticar e tratar de forma não invasiva os sinais ... 13 Fem 24 Gastrite leve e Esofagite

Indivíduo 7 Indivíduo 8

Indivíduo 9 Indivíduo 10

Indivíduo 11 Indivíduo 12

Page 15: ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS … · Então, a MTC tem como objetivo avaliar, diagnosticar e tratar de forma não invasiva os sinais ... 13 Fem 24 Gastrite leve e Esofagite

Indivíduo 13 Indivíduo 14

Indivíduo 15 Indivíduo 16

Indivíduo 17 Indivíduo 18

Page 16: ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS … · Então, a MTC tem como objetivo avaliar, diagnosticar e tratar de forma não invasiva os sinais ... 13 Fem 24 Gastrite leve e Esofagite

Indivíduo 19 Indivíduo 20

Gráfico 1: Incidência da zona reflexa nos indivíduos avaliados

Pontos máximos de dor

25,00%

55,00%60,00%

85,00%

100,00%

80,00%75,00%

70,00%

45,00%

25,00%

15,00%10,00%

0,00%

20,00%

40,00%

60,00%

80,00%

100,00%

120,00%

T5 T6 T7 T8 T9 T10 T11 T12 L1 L2 L3 L4

Nível vertebral

Po

rcen

tag

em d

e p

acie

nte

s q

ue

apre

sen

tara

m

do

r

% dos Pontos Máx. de Dor

Page 17: ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS … · Então, a MTC tem como objetivo avaliar, diagnosticar e tratar de forma não invasiva os sinais ... 13 Fem 24 Gastrite leve e Esofagite

DISCUSSÃO

Segundo Cruz (5), 2001, existem diferentes graus de comprometimento manifestos através da

zona reflexa. Isto ocorre conforme a idade do paciente, a gravidade de lesão, o tempo de disfunção e

os fatores desencadeantes da mesma. Assim, neste trabalho independentemente da idade, tipo de

sintoma dispéptico, gravidade de disfunção e o tempo, os indivíduos apresentaram dor à manobra

irritativa na zona reflexa correspondente ao estômago, no entanto todos apresentaram variações

quanto ao tamanho da área no dorso à esquerda.

De acordo com C ruz (5), 2001; Bertassoni (4), 1990; Domenico e Wood (2), 1998; o relevo do

tecido conjuntivo estará deprimido referindo sintomas recentes e/ou edemaciado sugerindo sintomas

antigos, causados pela redução ou alteração do conteúdo aquoso. Para determinar uma zona reflexa

é necessário obter-se a união de quatro componentes: (1) alteração no relevo da pele, ausência de

(2) deslocamento do tecido e de (3) formação de prega cutânea e (4) presença de dor localizada

durante a realização da manobra irritativa.

Entretanto, na inspeção de 20 indivíduos avaliados todos apresentaram zonas edemaciadas

ou deprimidas no dorso, mas não houve a exata correlação entre as mesmas. E as áreas que

apresentaram edema e depressão do tecido não foram coincidentes às áreas que não tiveram o

deslocamento plano, que não formaram pregas e que apresentaram dor.

Já na palpação verificou-se o deslocamento do tecido em todos os planos e a formação da

prega cutânea, de acordo com a descrição de vários autores.(1, 2, 4, 5, 7)

Segundo, Kohkhrausch (8), 1976, num tecido conjuntivo em condições normais a camada

superficial se desloca em qualquer direção. Os resultados da pesquisa demonstraram que todos os

avaliados tiveram em maior ou menor quantidade alterações do tecido conjuntivo, uma vez que em

algumas áreas do dorso não ocorreram deslocamentos dos planos horizontal e/ou vertical e não

formaram pregas cutâneas. Também não foi possível identificar áreas semelhantes em relação ao

tamanho em todos os indivíduos, assim como também não foram coincidentes os locais em que não

ocorreram os deslocamentos planos e os que não formaram pregas cutâneas. Cada indivíduo

apresentou áreas distintas de formação de pregas cutâneas e de deslocamento do tecido.

Page 18: ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS … · Então, a MTC tem como objetivo avaliar, diagnosticar e tratar de forma não invasiva os sinais ... 13 Fem 24 Gastrite leve e Esofagite

De acordo com Agur e Moore (9), 2000 e Cruz (5), 2001 a zona reflexa do estômago refere-se

à área da pele inervada pelas raízes de nervos dorsais de T7-T9 no lado esquerdo do dorso. Nos

indivíduos avaliados a zona reflexa do estômago foi no lado esquerdo do dorso, mas com diferenças

de localização, ou seja, com os segmentos dorsais correspondentes variando de T3 a L4. Entretanto,

todos apresentaram dor em nível de T9 e a maioria variou de T8 a T10, comprovando que Dicke

relatou sobre os pontos máximos de dor.

Segundo, Moore e Agur (9), 2000, a dor originária de uma víscera varia de obtusa a muito

forte, mas é mal localizada. Fato este foi confirmado nos 20 indivíduos avaliados uma vez que a dor

fora mal localizada, por isto não ocorreram zonas reflexas idênticas.

Page 19: ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS … · Então, a MTC tem como objetivo avaliar, diagnosticar e tratar de forma não invasiva os sinais ... 13 Fem 24 Gastrite leve e Esofagite

CONCLUSÃO

Concluiu-se que mesmo sendo a amostra populacional pequena, 20 indivíduos, a pesquisa

confirma a presença da zona reflexa no lado esquerdo do dorso em indivíduos com sintomas

dispépticos. O ponto coincidente de dor em 100% dos avaliados foi em nível vertebral de T9.

Porém, a delimitação da zona reflexa específica apresentou uma área anatômica bastante variável,

independente da idade, sexo ou da doença no estômago.

Assim, este trabalho sugere a realização de trabalhos futuros para o tratamento dos sintomas

dos distúrbios através da massagem do tecido conjuntivo, uma vez que, só foi pesquisada a

avaliação que precede o tratamento, como também, relacionar as doenças específicas (gastrite,

esofagite, hérnia de hiato) com as áreas específicas da zona reflexa.

Page 20: ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS … · Então, a MTC tem como objetivo avaliar, diagnosticar e tratar de forma não invasiva os sinais ... 13 Fem 24 Gastrite leve e Esofagite

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo comprovar a existência da zona reflexa em portadores de

sintomas dispépticos e delimitar sua localização comparando-a com a literatura. A amostra

populacional constou de 20 indivíduos que foram avaliados através da metodologia proposta por

Linderman (7), 1975, que consta de inspeção e palpação do dorso (deslocamento plano, método de

pregas cutâneas e manobra irritativa). Foi delimitado a área com lápis dermatográfico e o registro

foi feito por meio de fotografia.

Todos os avaliados apresentaram dor à manobra irritativa no lado esquerdo (E) do dorso,

confirmando a existência da zona reflexa em portadores de sintomas dispépticos. Porém, todos

tiveram variação no tamanho da zona reflexa e 100% dos indivíduos apresentaram dor na região

vertebral E em nível de T9.

Palavras chaves: Zona reflexa, Distúrbios dispépticos, Massagem do tecido conjuntivo.

ABSTRACT

This project has the intention to prove the existence of the reflex zone in carriers of dyspeptic

symptoms, and to delimit its localization comparing it with the literature. The population sample

consisted of 20 individuals that were evaluated through the methodology proposed by Linderman (7), 1975, which consists of inspection and palpation of the dorsum (flat displacement, method of

cutaneous folds, and irritative maneuver). The area was delimited with a dermatographic pencil, and

the record was made through photograph.

Page 21: ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS … · Então, a MTC tem como objetivo avaliar, diagnosticar e tratar de forma não invasiva os sinais ... 13 Fem 24 Gastrite leve e Esofagite

All individuals presented pain to the irritative maneuver in the left side (E) of the dorsum,

thus, having confirmed the existence of the reflex zone in carriers of dyspeptic symptoms.

However, all had variation in the size of the reflex zone, and 100% of the individuals presented pain

in the vertebral region E in T9 level.

Keywords: Reflex zone, Dyspeptic disturbance, Massage of the conjunctive tissue.

Page 22: ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS … · Então, a MTC tem como objetivo avaliar, diagnosticar e tratar de forma não invasiva os sinais ... 13 Fem 24 Gastrite leve e Esofagite
Page 23: ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS … · Então, a MTC tem como objetivo avaliar, diagnosticar e tratar de forma não invasiva os sinais ... 13 Fem 24 Gastrite leve e Esofagite

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1- PEREIRA, Ana Flavia; CARVALHO, Antônia Francisca Borges. A massagem do tecido

conjuntivo no tratamento de lombalgia e lombociatalgia . 1998.Disponível em:

www.ucdb.br/tccgeral Acesso em: 28 nov/2003.

2- DOMENICO, Giovanni de; WOOD, Elizabeth C. Técnicas de Massagem de Beard ; São

Paulo, SP; Ed: Manole; 4ª edição, 1998.

3- PORTO, Celmo Celeno. Semiologia Médica. Quarta Edição. Ed Guanabara

Koogan.2001.

4- BERTASSONI, Luiz Neto; Massagem Reflexa do Tecido Conjuntivo: método especial

de massagem. Revista Fisioterapia em Movimento. Curitiba. 1990.

5- CRUZ, Cláudio Monteiro. Massagem terapêutica. Apostila II ECIF. Goiânia, 2001.

Texto datilografado.

6- BARTUTI, Roberto C; PRADO, Joaquim P. Moraes-Filho. Dispepsia Funcional.Revista

Brasileira de medicina. Ed. Dez 2001 V58 N12. Disponível em: www.cibersaude.com.br .Acesso

em 01 ago/2004.

7- TEIRICH-LEUBE, Hede; LINDERMAM; HEIPERTZ, W. Tratado de Rehabilitación.

3a Edição. Ed. Barcelona. 1975.

8- TEIRICH-LEUBE, Hede; KOHLRAUSCH, Wolfgang; GUNTHER, Herrmann.

Ginástica Médica em Ginecologia e Obstetrícia. São Paulo. Ed. Manole. 1976.

Page 24: ZONA REFLEXA EM PORTADORES DE SINTOMAS … · Então, a MTC tem como objetivo avaliar, diagnosticar e tratar de forma não invasiva os sinais ... 13 Fem 24 Gastrite leve e Esofagite

9- MOORE, Keith L.; AGUR, Anne M. R. Fundamentos de anatomia clínica. Ed

Guanabara Koogan.2001.