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ZINCO Mestrado Integrado em Engenharia Metalúrgica e de Materiais Licenciatura em Engenharia de Minas e Geoambiente Grupo: António Esteves, [email protected] Bárbara Fernandes, [email protected] Diogo Moreira, [email protected] Jorge Reis, [email protected] José Oliveira, [email protected] Rúben Fernandes, [email protected] Supervisora: Aurora Futuro Monitora: Joana Duarte ANO LETIVO 2015/2016 1º Semestre

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ZINCO

Mestrado Integrado em Engenharia Metalúrgica e de Materiais

Licenciatura em Engenharia de Minas e Geoambiente

Grupo:

António Esteves, [email protected]

Bárbara Fernandes, [email protected]

Diogo Moreira, [email protected]

Jorge Reis, [email protected]

José Oliveira, [email protected]

Rúben Fernandes, [email protected]

Supervisora:

Aurora Futuro

Monitora:

Joana Duarte

ANO LETIVO 2015/2016 1º Semestre

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FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO - FEUP

Projeto FEUP – “O Despertar das Engenharias”

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Resumo

Com o presente trabalho, realizado no âmbito da unidade curricular

do Projeto FEUP, vamos dar a conhecer o zinco. Este tem uma longa

história que vai desde a sua extração até às variadas empregabilidades que,

o mesmo tem no nosso quotidiano.

Neste trabalho iremos abordar as várias minas espalhadas pelo

mundo das quais se pode extrair zinco. Existe várias minas de zinco

espalhadas pelo mundo, das quais podemos destacar, no continente

asiático, a China, na américa do sul, o Perú, e ainda as minas presentes em

Portugal, como são o caso das minas de Aljustrel e de Neves-Corvo.

Consequentemente, trataremos de falar sobre os vários modos de

como o zinco é extraído. São eles, o processo hidrometalúrgico de

eletrólise, oxidação-redução e por último, recuperação do zinco por

separação de fase de líquidos.

Por último, vamos abordar as ligas de zinco, a sua utilidade, e as suas

principais aplicações.

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Agradecimentos

Gostávamos de agradecer a determinados membros da comunidade

da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto pelo apoio que nos

prestaram ao longo desta Unidade Curricular.

Primeiramente, gostaríamos de agradecer à professora Aurora

Futuro, que nos supervisionou durante a realização de todo o trabalho

prestando todo o apoio necessário. Posteriormente, com igual importância

à Joana Duarte, que na qualidade de monitora nos orientou sempre que a

solicitamos para tal.

Por último, a todos os oradores presentes nas palestras da semana

“FEUP Orienta- te!” que, através dos seus discursos, nos integraram nesta

grande casa e nos ajudaram, nesta que vai ser, e já e, uma nova fase das

nossas vidas.

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Introdução

Pode-se considerar o zinco um elemento centenário pois as suas ligas

metálicas são usadas pelo Homem há já alguns séculos (peças de latão,

datadas de 1000-14000 a.C., foram encontradas na Palestina).

Na atualidade, a principal aplicação do zinco é na galvanização do aço

ou ferro para protegê-los da corrosão, isto é, este é utilizado como metal

de sacrifício. O ar seco não o afeta, mas quando exposto a ambientes

húmidos, este cria uma “pelicula” superficial de óxido que isola o zinco e o

protege da corrosão. Deste modo, o zinco serve como um “escudo” para

os materiais que reveste.

Os objetivos do trabalho são:

Identificar os processos mais benéficos/eficazes de extração de

zinco.

Saber quais são as minas existentes no mundo e em Portugal

onde ocorre extração do elemento zinco

Quais os fins das ligas de zinco e o modo como estas são

aplicadas no nosso dia-a-dia.

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Índice

Resumo……………………………………………………………………………………………………1

Agradecimentos………………………………………………………………………………………2

Introdução……………………………………………………………………………………………….3

Lista de imagens………………………………………………………………………………………5

1 Minas de Zinco……………………………………………..………………………………..6

1.1 Minas no Mundo……………………….....………………………………………6

1.2 Minerais………………………………………………………………………………..6

1.3 Minas de Portugal……....……………………………………………………….7

2 Extração de Zinco……………………………………………………………….……….…….8

2.1 Processos de enriquecimento e purificação do zinco…………….9

2.2 Oxidação – Redução……………………………………………………………13

2.3 Recuperação do Zinco por separação de fase de líquidos……13

3 Ligas de Zinco…………………………………………………………………….…………….14

3.1 O que são ligas…………………………………………………………………….14

3.2 Principais Caraterísticas das ligas de zinco……………..……………15

3.3 Tipos de ligas de Zinco…………………………………………………………16

3.4 Tipos de ZAMAK………………………………………………………………….16

3.5 Tipos de ZA……………………………………………………………………….…17

3.6 Galvanização………………………..……………………………………………..20

3.7 Aplicações………………………………………………..…………………………21

Conclusão……………………………………………………………………………………………..22

Bibliografia e Netgrafia……………………………………….…………………………………23

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Lista de imagens

Figura 1 – Interior das minas de Aljustrel…………………………………………7

Figura 2 – Interior das Minas de Neves-Corvo…………………………………8

Figura 3 – Composição típica do licor da lixiviação neutra………………11

Figura 4 – Telhado de Zinco……………………………………………………………15

Figura 5 – Propriedades Mecânicas do ZAMAK e ZA………………………18

Figura 6 – Propriedades Físicas do ZAMAK e ZA…………………………….18

Figura 7 – Especificação Química dos ZA………………………………………..19

Figura 8 – Especificação Química dos ZAMAK………………………………..19

Figura 9 – Processo de Galvanização……………………………………………..20

Figura 10 – Painéis Solares…………………………………………………………….21

Figura 11 – Indústria automóvel – Pneus……………………………………….21

Figura 12 – Materiais de revestimento………………………………………….21

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1 - Minas De Zinco

1.1 Minas no Mundo

Existe diversas minas de zinco espalhadas pelo mundo, os países que

produzem zinco, destacam-se, a China (3.5 milhões de toneladas), o Peru

(1.5 milhões toneladas) e a Austrália (1.45 milhões de toneladas). As minas

mais ricas neste mineral contém cerca de 10% de ferro e 40% a 50% de

zinco. A extração do zinco pode ser feita a céu aberto (pedreira) como num

jazigo mineral.

Em Portugal também existem, ou existiram no passado, algumas

minas onde o zinco foi explorado, nomeadamente na faixa Piritosa Ibérica.

Esta área está situada na zona sul da Península Ibérica, com cerca de 250

km de comprimento e 30 a 50 km de largura. Desenvolve-se desde Alcácer

do Sal até Sevilha, em Espanha. Esta zona é rica em extração de cobre,

zinco, chumbo e em metais preciosos tal como o ouro e a prata.

As minas mais ricas neste elemento contêm cerca de 40% a 50% de

zinco, e 10% de ferro. A extração do zinco, a partir do seu jazigo mineral,

tanto pode ser feita em minas a céu aberto (pedreira), como em minas

subterrâneas.

1.2 Minerais

Os minerais de onde se extrai o zinco e também os mais ricos neste

elemento são a Zincite (ZnO-80,3% de zinco), a esfalerite ou blenda (ZnFeS-

67% de zinco) e a Willemite (Zn2SiO4-59% de zinco). O zinco ainda pode

ser obtido a partir da reciclagem de material em desuso, este é chamado

como zinco "velho" que resulta da fundição de sucata. A reciclagem já

representa 20% da produção mundial.

O Zinco é, também, extraído de outros minerais como: Hemimorfita

(Zn4Si2O7, (OH)2.H2O – 54.2% zinco), Smithsonita (ZnCO3 – 52,0% zinco),

Hidrocincita( Zn5(OH)6(CO3)2 – 56,0% zinco), Franklinita ((Zn, Fe, Mn) (Fe,

Mn)O4 – 15,0% a 20,0% de zinco).

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1.3 Minas em Portugal

Integradas na anteriormente referida Faixa Piritosa Ibérica, existem

em Portugal duas minas onde o zinco continua a ser explorado: a Mina de

Neves-Corvo e a Mina de Aljustrel.

Mina de Neves-Corvo é uma exploração subterrânea localizada

acerca de 20 km a sul Castro Verde, no distrito de Beja (baixo Alentejo). A

sua exploração subterrânea iniciou-se em 1988 apenas para o cobre, sendo

posterior o aproveitamento do zinco. Atualmente desta mina são extraídos

cerca de 2,2 milhões de toneladas de cobre e 1,1 milhões de toneladas de

zinco por ano de sulfuretos complexos polimetálicos:

Calcopirite – CuFeS2 – Minério de cobre

Blenda – ZnS – Minério de zinco

Galena – Pbs – Minério de chumbo

Este minério, que tem um teor de aproximadamente 2,5% em cobre

e de 4% em zinco é sujeito a uma série de etapas de enriquecimento

(denominadas de concentração), até se obter um produto (um

concentrado) com 24% Cu e

46% Zn. A produção média

de concentrados de cobre é

de 355 mil toneladas por

ano, que corresponde a

cerca de 88 mil toneladas de

cobre. Sendo, a produção

média de concentrados de

zinco de 67 mil toneladas, o

correspondente a 40 mil

toneladas de zinco.

Interior das Minas de Neves-Corvo

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As Minas de Aljustrel, porque se situam na mesma unidade

estratigráfica anteriormente referida, tem uma geologia muito semelhante

à de Neves. Consequentemente, deste jazigo mineral são explorados os

mesmos minerais, sendo a sua produção anual cerca de 80 mil toneladas

de zinco.

2 - Extração de Zinco

A Exploração de Minas com a Preparação de Minérios integra uma

das indústrias primárias, a chamada Indústria Extrativa, criadora de riqueza

de qualquer comunidade através da incorporação de novos bens ao

património coletivo, extraídos diretamente da crusta. Só em 2014 foram

extraídos da crusta terrestre cerca de 13,3 milhões de toneladas de zinco.

Se em alguns casos os produtos extraídos da exploração mineira têm

utilidade imediata pelo homem, independentemente de qualquer

tratamento como é o exemplo de algumas argilas para cerâmica, na

generalidade dos casos é necessário proceder a uma transformação prévia,

que valorize a matéria-prima natural a ponto de poder ser entregue ao

mercado ou à indústria transformadora corrente.

Existem diversos métodos de beneficiação do zinco, quer métodos

físicos, quer métodos químicos (hidrometalúrgicos). Estes são usados

Interior das minas de Aljustrel

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dependendo da sua rentabilidade. Mais de metade da indústria de

extração do zinco usa processos eletrolíticos. No entanto, existem

métodos com uma muito baixa quantidade de zinco obtido. Como por

exemplo a separação de zinco e de cádmio por extração de solvente, de

10000:1, Cd:Zn.

2.1 Processos de enriquecimento e purificação do Zinco

Na crusta os minérios de zinco aparecem principalmente em forma

de sulfuretos, sendo a blenda (ZnS) o mineral mais abundante. Por isso,

esta, quando aquecida na presença de ar, é facilmente reduzida, por

carvão vegetal, transformando-se em Zinco metálico.

Uma vez que há uma grande quantidade de material mineral a ser

produzido, há vários tipos de equipamentos e formas de “queimar” o

minério com a finalidade de se obter zinco. Este processo consiste em

expor o sulfureto de zinco a uma mistura de gases que, em temperaturas

elevadas num forno, o transforma num sulfato ou num óxido.

A transformação inicial dos produtos diretamente arrancados da

crusta, embora multifacetada, pode basicamente dividir-se em dois

grandes tipos de tratamentos:

Fragmentação e Classificação - que têm como objetivo reduzir o

tamanho das partículas, que são arrancadas da mina, de forma a adequa-

las ao tipo de equipamento onde será processado o enriquecimento.

Concentração – que tem como objetivo o enriquecimento do lote

inicial em várias substâncias minerais de maior valor económico, através

da rejeição das inúteis, também chamadas gangas. Nesta categoria

englobam-se os chamados minérios metálicos de onde se extraem os

diversos metais, como por exemplo o Zinco.

Após o zinco ser retirado da crusta (a partir de jazidas subterrâneas

ou a céu aberto), este minério é levado para uma instalação (denominada

de Lavaria) onde é sujeito a operações de cominuição (britagem e

moagem) e crivagem com o objetivo de reduzir a sua granulometria para

que o processo de obtenção de zinco seja mais rápido e eficaz.

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A partir do momento em que o minério está britado, é possível

prosseguir com processos físicos para a obtenção de zinco. Contudo,

poderá ser necessário separar os materiais em diferentes granulometrias

repetitivamente até estarem no tamanho desejado para seguir para a

flutuação.

Flutuação é um processo que envolve a agregação de bolhas de ar e

partículas minerais num meio aquoso e consequentemente levitação até à

superfície das partículas agregadas. A seletividade do processo resulta da

maior ou menor facilidade com que a adesão e agregação ocorrem,

determinadas pelo grau de molhabilidade da superfície das partículas.

Quando a superfície duma dada espécie mineral apresenta pequena

afinidade para a água, diz-se que é hidrofóbica e nesse caso a adesão a uma

bolha de ar pode realizar-se. Quando a superfície de um mineral apresenta

grande afinidade para a água, ela é denominada hidrófila e nesse caso não

irá aderir às bolhas de ar. Tirando partido desta propriedade o processo

baseia-se numa simples operação física de flutuação-submersão, pois se a

combinação da densidade da partícula com a bolha de ar resultar em

densidade inferior à do líquido, a partícula ascenderá para a superfície

onde será colhida pela espuma, caso contrário irá afundar-se. As partículas

que flutuam e as partículas submersas abandonam a célula de flutuação de

dois modos diferentes: as que flutuam são descarregadas com a espuma

pelo topo da célula, enquanto as que se afundam são descarregadas pelo

fundo.

No caso do minério de zinco, a blenda é um mineral hidrofóbico, por

isso será facilmente flutuado, sendo por isso removido pelas espumas,

enquanto os restantes minerais não desejáveis, as gangas, se afundam e

são removidas pelo fundo da célula. Os minerais pobres em zinco (ganga)

são eficazmente removidos, uma vez que ficam separados dos restantes.

Depois de conseguido um concentrado, o minério de zinco que tinha

inicialmente um teor médio de 4% apresenta um teor de 46% de zinco,

estando apto para as etapas seguintes que serão essencialmente processos

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químicos, como por exemplo a lixiviação. Mas porque os minerais

sulfuretados não são solúveis em soluções diluídas esta operação é

precedida de uma outra, a ustulação (calcinação).

A ustulação do minério são operações pirometalúrgicas (temperaturas

na ordem dos 1073K a 1273K), nas quais os sulfuretos (na presença de

oxigénio), são transformados em óxidos ou sulfatos. Por exemplo, a

ustulação da blenda consiste numa reação química que promove a reação

entre o enxofre (S) presente no minério e o oxigénio (O), levando à

formação de óxido de zinco (ZnO) e à libertação de dióxido de enxofre.

Reação química que ocorre:

2 ZnS + 3O2 (g) 2ZnO + 2SO2

Posteriormente, concebe-se a lixiviação, ou seja, a reação química

entre o óxido de zinco formado na calcinação e um ácido (ph≃4), para que

se forme um sulfato de zinco e um licor que contém outros elementos

químicos em concentrações variadas como se pode observar na tabela

abaixo.

Reação química que ocorre:

ZnO (s) + H2SO4 (l) ZnSO4(aq) + H2O(l)

Acontece muitas vezes, que durante a lixiviação do zinco outros

elementos podem também ser solubilizados, por isso um licor de lixiviação

Composição típica do licor da lixiviação neutra

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que contém outros elementos químicos em concentrações variadas como

se pode observar na tabela abaixo.

Quando a blenda é muito rica em ferro, por vezes durante a

ustulação pode formar-se ferrite de zinco, que é mais difícil de lixiviar. Por

isso após uma primeira etapa de lixiviação o sulfato de zinco segue para

um processo de agitação e seguidamente é lixiviado novamente, a pH

inferior a 4, uma vez que a ferrite de zinco exige condições de lixiviação

mais drásticas.

Com esta reação, obtém-se sulfato de zinco a partir da reação entre

ferrite de zinco com ácido sulfúrico.

ZnO.Fe2O3(s)+ 4H2SO4(aq) Fe2(SO4)3(aq) + ZnSO4(aq) + 4H2O(l)

Nos tanques de agitação, ocorre a precipitação do ferro (que deve ser

retirado antes da electro recuperação), na forma de jarosite ou geothite, e

a cementação de outros elementos (como cádmio, cobre, chumbo, níquel,

entre outros metais), que serão filtrados para se remover estas impurezas.

Após a remoção da goethite, é feita uma segunda purificação - para

retirar os produtos cementados- utilizando-se pó de zinco metálico. A

diferença de potencial eletroquímico entre o zinco e os restantes

elementos é o impulsionador da reação para a remoção dos produtos

cementados (cobre, chumbo, níquel, etc.).

Depois de purificado, tendo, assim, zinco num estado de pureza mais

elevado, a solução produzida nas diferentes lixiviações segue para cubas

de eletrólise, onde será precipitado.

A eletrólise consiste numa transformação química resultante da

passagem duma corrente elétrica através de um eletrólito. Uma corrente

contínua passando por uma célula eletrolítica constituída por ânodos de

chumbo e prata, e cátodos de alumínio, e um eletrólito, que é o licor de

lixiviação irá formar zinco puro, que é depositado no cátodo. O zinco

formado é retirado dos cátodos no intervalo de ]24, 72[ horas.

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2.2 Oxidação – Redução

O processo de oxidação-redução do zinco passa pela reação deste

elemento com o monóxido de carbono:

ZnO(s) +CO(g) Zn(g) + CO2(g)

A eficiência deste processo de extração de zinco, nestas condições, é

de cerca de 99.95%, havendo uma perda de zinco muito baixa.

Outra técnica de extração de zinco por oxidação é através do

aquecimento do zinco (zinc fuming) com um agente redutor a

temperaturas elevadas que provocam a vaporização do metal e a sua

posterior oxidação, no estado gasoso, criando, assim, um fumo.

2.3 Recuperação do zinco por separação de fase de líquidos

Os minérios ricos em zinco são fundidos num forno com chumbo,

formando uma grande quantidade de gás que contém cerca de 6% de

zinco. (Unit Process of Metallurgy)

Este gás passa pelo condensador que contém chumbo, processando-

se a absorção de zinco da fase gasosa. Em condições normais, o gás contém

5.9% de zinco à temperatura de 1000ºC e o chumbo que entra no

condensador à temperatura de 450ºC e abandona-o a 560ºC, estando

saturado com zinco. Durante a condensação, o chumbo dissolve 0.25% de

zinco, o qual posteriormente precipita do chumbo, à temperatura de

470ºC. O zinco líquido é separado através de uma bomba e o chumbo volta

ao sistema. [22]

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3 - Ligas de Zinco

3.1 O que são ligas

As ligas metálicas são materiais constituídos por dois ou mais

elementos combinados de tal forma, que estes não podem ser facilmente

separados por meios físicos. Mais de 90% dos metais utilizados estão na

forma de ligas. Elas representam uma enorme família de materiais usados

na engenharia que proporcionam uma vasta gama de produtos com

propriedades úteis.

Cada liga é distinta dos seus componentes, e as propriedades de cada

liga são distintas. De facto, o efeito na formação de uma liga é proporcionar

uma substância metálica com propriedades físicas, mecânicas e/ou

químicas e características que são diferentes das dos seus componentes.

Além disso, estas propriedades são influenciadas pela forma na qual a liga

é formada e tratada. Na maioria dos casos, as ligas são quimicamente mais

estáveis do que os elementos que as constituem, de modo a que estas

sejam mais resistentes em ações específicas tais como a corrosão,

desgaste, fadiga e temperatura.

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3.2 Principais caraterísticas das ligas de zinco

➢ Alta resistência e dureza;

➢ Excelente condutividade elétrica

➢ Alta condutividade térmica;

➢ Custo de matéria-prima reduzido;

➢ Precisão dimensional elevada e estável;

➢ Capaz de acabamentos de alta qualidade;

➢ Excelente resistência à corrosão;

➢ Reciclagem completa;

Telhado de Zinco

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3.3 Tipos de ligas de Zinco

Existem duas famílias de ligas de zinco para fundição, são elas ligas

ZAMAK e ainda as ligas ZA.

As ligas de zinco do tipo ZAMAK contêm Zinco, alumínio, magnésio e

cobre, ao contrário das ligas ZA que já só apresentam na sua constituição

zinco e alumínio.

ZAMAK:

Contêm cerca de 4% de alumínio e apresentam uma excelente

moldagem e resistência. A maioria das fundições de zinco são feitas a partir

destas mesmas ligas.

ZA:

Ao contrário das ligas ZAMAK, apresentam uma quantidade mais

elevada de alumínio na sua composição o que lhes atribui uma resistência

superior.

● 3.4 Tipos de ZAMAK

Dentre todas as ligas de metais não ferrosos, o ZAMAK é uma das que

possuem maior utilização, devido às suas propriedades físicas, mecânicas

e à fácil capacidade de revestimento por eletrodeposição.

O seu baixo ponto de fusão (aproximadamente 400°C) permite uma

maior durabilidade do molde, permitindo uma maior produção de peças

em série fundidas.

ZAMAK 2: Da família dos ZAMAK é o que apresenta maior durabilidade e

resistência.

ZAMAK 3: É uma liga de zinco mais amplamente utilizados na América do

Norte e é geralmente a primeira escolha quando se pretende usar zinco

para moldagem sob pressão.

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ZAMAK 5: É a liga de zinco mais utilizada na Europa.

ZAMAK 7: É uma modificação a partir do ZAMAK 3. É uma liga com elevado

grau de pureza e com um teor de magnésio mais reduzido. Isso resulta em

uma maior fluidez na fundição, ductilidade e acabamento da superfície.

● 3.5 Tipos de ZA

ZA 8: Contém mais alumínio que as ligas de ZAMAK. É a única liga de ZA

que pode estar quente.

ZA 27: Contém mais alumínio que as ligas de ZAMAK. O 27 corresponde à

percentagem de alumínio que este mesmo contém.

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Propriedades Mecânicas do ZAMAK e ZA

Propriedades Físicas do ZAMAK e ZA

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Especificação Química dos ZA

Especificação Química dos ZAMAK

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3.6 Galvanização

Como já referido na introdução deste mesmo relatório, o zinco é muito

utilizado em processos de galvanização.

Mas o que a galvanização?

A galvanização é todo processo de galvanoplastia em que metais são

revestidos por outros mais nobres, geralmente para proteger da corrosão

ou para fins estéticos/decorativos, assim, caso ocorra danificação, será

sempre mais fácil trocar o material revestidor do que o revestido.

A Galvanização a quente é um processo de aplicação de revestimentos

de zinco a componentes de aço ou ferro fundido através de imersão do

componente em banho de zinco fundido. [3]

Processo de Galvanização

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3.7 Aplicações

O zinco apresenta o variado leque de aplicações. De entre elas

podemos nomear algumas que achamos mais importantes: [9]

➢ Fundição

➢ Em ligas (como latão)

➢ Materiais de revestimento (como por exemplo a galvanização

do ferro)

➢ Tintas, vidro e tinta de impressão

➢ Pneumáticos

➢ Telhados

➢ Fachadas

➢ Cunhagem

➢ Painéis Solares

➢ Etc…

Painéis Solares

Indústria automóvel - Pneus Materiais de revestimento

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Conclusão

Após a realização deste trabalho conseguimos cumprir os nossos

objetivos propostos inicialmente.

Podemos perceber que as minas de Neves-Corvo e Aljustrel são as

únicas fontes naturais, neste momento em atividade, de zinco no país,

sendo a de Neves-corvo a maior produtora. A nível mundial ainda podemos

referir algumas minas localizadas na China, no Perú e na Austrália.

De entre todos os processos abordados no relatório para a extração

de zinco, podemos realçar o de Oxidação-Redução. A eficiência deste

processo de extração deste elemento é de cerca de 99.95%, havendo uma

perda de zinco muito baixa. Sendo assim podemos afirmar que este

processo é a mais eficaz dada a baixa perda do elemento no processo

envolvente.

Por último, as ligas de zinco têm várias aplicações no nosso

quotidiano, uma vez que apresentam alta resistência e dureza, boa

condutividade, excelente resistência à corrosão, entre outras caraterísticas

vantajosas e graças a isso o zinco é utilizado em telhados, fachadas,

cunhagem, fundição, painéis solares, etc…

Em suma, o elemento zinco é um metal quase indispensável na vida

do ser Humano, pois de um modo indireto contacta connosco

constantemente.

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Bibliografia e Netgrafia

[1] http://www.galvaza.pt/pt/galvanizacao/processo-galvanizacao/ (accessed in 22nd

september, 2015)

[2] http://adaoreinaldo.blogspot.pt/2010/04/importancia-e-aplicacoes-do-zinco-zn-no.html

(Accessed in 29th september, 2015)

[3] http://www.galvaza.pt/pt/servicos/galvanizacao/ (accessed in in 22nd september, 2015)

[4] http://www.hannovermesse.de/product/aluminum-and-zamak-die-casting-

parts/548056/N785574 (accessed in in 22nd september, 2015)

[5] http://www.eurometaux.org/metalstoday/metalsfaqs/whatarealloys.aspx (accessed in

6th october, 2015)

[6]http://www.bbc.co.uk/schools/gcsebitesize/science/ocr_gateway_pre_2011/rocks_meta

ls/4_metals_alloys2.shtml (accessed in 29th september, 2015)

[7] http://www.eurometaux.org/MetalsToday/MetalsDescription.aspx (accessed in 6th

october, 2015)

[8] http://www.zinc.org/diecasting/ (accessed in in 22nd september, 2015)

[9] http://www.dynacast.com/zinc-die-casting (accessed in 29th september, 2015)

[10] http://www.eazall.com/zinc-die-casting-alloys (accessed in 29th september, 2015)

[11] http://www.dynacast.com/zinc-die-casting (accessed in29th september, 2015)

[12]http://www.zwm.com.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=130&Itemi

d=213&lang=pt (accessed in 6th october, 2015)

[13] http://www.eazall.com/zinc-die-casting-alloys (accessed in 13th October, 2015)

[14]http://www.hannovermesse.de/product/aluminum-and-zamak-die-

castingparts/548056/N785574 (accessed in 13th October, 2015)

[15]http://adaoreinaldo.blogspot.pt/2010/04/importancia-e-aplicacoes-do-zinco-zn-

no.html (accessed in 13th October, 2015)

[16] http://www.galvaza.pt/pt/servicos/galvanizacao/ (accessed in in 22nd september, 2015)

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FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO - FEUP

Projeto FEUP – “O Despertar das Engenharias”

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[17] http://www.scribd.com/doc/225139469/Artigo-zinco-pdf#scribd (accessed in 20th

October, 2015)

[18] http://www.galvaza.pt/pt/galvanizacao/processo-galvanizacao/ (accessed in 20th

October, 2015)

[19] “Physical geology” - Carlson, Diane H., McGeary, David, Plummer, Charles C. – 2003

[20] “Zinc and zinc alloys: alloys for foundry purposes” – European Committee for

Standardization – 1997

[21] “inc and zinc alloys: alloys for foundry purposes” – European Committee for

Standardization – 1997

[22] “Advances in Extractive Metallurgy : proceedings of a symposium organized by the

Institution of Mining and Metallurgy...” – Symposium Organized by the Institution of Mining

and Metallurgy, London, 1967 – 1968