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Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo Fundação de Desenvolvimento Administrativo - FUNDAP
Curso de Especialização de Gestão Pública em Saúde
Yara Aparecida Amâncio de Oliveira
A educação à distância, com o método Moodle como
ferramenta, na capacitação e treinamento continuado de
agentes auditores da Secretaria de Estado da Saúde de São
Paulo
São Paulo 2009
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Yara Aparecida Amâncio de Oliveira
A educação à distância, com o método Moodle como
ferramenta, na capacitação e treinamento continuado de
agentes auditores da Secretaria de Estado da Saúde de São
Paulo
Trabalho de conclusão do
Curso de Especialização de Gestão Pública em Saúde
Apresentando à Fundação do Desenvolvimento Administrativo
FUNDAP
Orientadora: Dra. Luciana Reis Carpanez
São Paulo
2009
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DEDICATÓRIA
A Roberto Gomes Nogueira, por fazer parte de minha vida, por seu apoio e inspiração no amadurecimento dos meus conhecimentos e conceitos que me levaram à execução e à conclusão deste trabalho.
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Agradecimentos
Ao Dr. Benedicto Accácio Borges Neto - pela orientação e incentivo em minha vida profissional. Ao Dr. Vanderlei Soares Moya - pela orientação, amizade, carinho que partilhamos. Ao Dr Valdecir Carlos Tadei - pelo carinho que sempre me dedicou, com muita admiração. A Vera Lucia Romero Fiorim Marcelino – pelo carinho e força, e por estarmos sempre juntas nos momentos mais importantes. A Dra. Luciana Reis Carpanez – pelo seu incentivo e paciência em me orientar. Ao Dreyf de Assis Gonçalves – pela sua gentileza, solidariedade , e responsabilidade no trato com o interesse público. Ao Luiz Caetano – pela inestimável ajuda com o Moodle. Tânia Bekesz - pelo incentivo nesta jornada.
Às minhas filhas, Marilia e Marcella pela maravilhosa oportunidade de ser mãe,
razão de todo este esforço.
In memorian: à minha mãe ,Dona Felícia, e ao meu pai, Manoel, por terem me transmitido tanto amor.
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RESUMO
A saúde é uma grande preocupação individual, social, econômica e política. O
Sistema Único de Saúde do Brasil foi instituído e regulamentado nos anos
1990, trazendo consigo a descentralização dos serviços e ações de saúde,
acarretando a responsabilidade administrativa destas atividades a todos os
níveis governamentais. Nesta condição, é enfatizada a importância do papel
das controladorias, cristalizada no Sistema Nacional de Auditoria. Além disso,
novas tecnologias permitem aos usuários tomar melhor conhecimento de seus
direitos à saúde. A função das auditorias, coerente com suas atribuições
conceituais, também é a de, alem de fiscalizar gastos e custos, buscar manter
a qualidade dos serviços de saúde prestados. Na atualidade, um grande
desafio de grandes organizações, é conseguir manter boa comunicação interna
entre seus membros. Uma solução para este problema é a utilização de
recursos tecnológicos para construir um bom sistema de comunicação
eletrônica, surgindo assim, a proposta da utilização da Educação à Distância
(EAD), tendo como ferramenta o sistema Moodle, para que, num Ambiente
Virtual de Colaboração, destinado à Comunicação e Gestão de Conhecimento,
seja possível oferecer capacitação e treinamento contínuo aos agentes de
auditoria. Estas expertises permitem um controle transparente dos serviços de
saúde, aumentando a credibilidade da função pública, e elevando o próprio
conceito de cidadania. Neste trabalho, o objetivo é capacitar os agentes
envolvidos da Auditoria da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo,
utilizando como ferramenta a Educação à Distância pelo método Moodle. Para
isto, é proposto capacitar no método Moodle, oferecer treinamento específico
de auditoria e conhecimento de normas e regulamentos, além de manter
permanente atualização dos agentes de auditoria. A introdução do método
Moodle e a construção do Curso para agentes auditores serão feitas
progressivamente, com o cuidado de avaliações tanto do conhecimento
adquirido pelos alunos, como da atividade dos promotores da metodologia. O
Moodle é considerado uma excelente ferramenta da Educação à Distância, por
se tratar de método que envolve o conceito de construtivismo social, baseado
nas teorias de Piaget, que foi proposto por Dougiamas, da Universidade de
vi
Curlin, na Austrália, e hoje é utilizado em mais de 200 países, e traduzido para
mais de 78 línguas. É distribuído gratuitamente, e seu uso é estimulado pelos
grandes centros universitários. Com esta ferramenta é proposto um projeto
para instituir a Educação à Distância utilizando-se do Moodle, no âmbito da
Auditoria da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
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LISTA DE ABREVIAÇÕES
AVA – Ambiente Virtual de Aprendizado
cdr – extensão para arquivos CorelDraw
CD-ROM – Compact Disc Read-Only Memory
doc – extensão de nome de arquivos de editor de texto
DTR – Departamento Regional de Saúde
EAD – Educação à Distância
gif – formato para intercâmbio de gráficos
INAMPS – Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social
Moodle – Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment
pdf – portable document format
SGA – Sistema de Gerenciamento de Aprendizagem
SGC – Sistema de Gerenciamento de Cursos
SNA – Sistema Nacional de Auditoria
SUS – Sistema Único de Saúde
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 01
2. REFERENCIAL TEÓRICO 03
2.1. O SUS e a Auditoria. 03
2.2. Educação à distância. 07
2.3. A infra-estrutura e os recursos. 11
2.4. O Moodle 14
3. OBJETIVOS 18
3.1. Objetivo geral 18
3.2. Objetivos específicos 18
3. METODOLOGIA 19
4. RESULTADO – UMA PROPOSTA DE PROJETO 21
4.1. Proposta de projeto 21
4.2. Detalhamento do projeto 21
5. CONCLUSÃO 24
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 26
7. DOCUMENTAÇÃO CONSULTADA 29
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1. INTRODUÇÃO
A saúde é uma grande preocupação individual, social, econômica e política.
Com o objetivo de oferecer um atendimento melhor e mais global, até como
resultado das Conferências Internacionais de Promoção da Saúde, o Sistema
Único de Saúde, no Brasil foi regulamentado pela Lei 8.080/90, que traz no seu
artigo terceiro os termos integrantes do conceito de Saúde, fruto de discussões
na 8ª Conferência Internacional, como consta nas Cartas de Promoção da
Saúde.
O SUS, definido como um sistema, tendo em vista a disposição das partes de
um todo coordenadas entre si, está organizado de forma a ser composto por
várias estruturas integradas, que funcionam cada uma como pré-requisito de
outras. Nestes termos, é enfatizado o papel exercido pelas atividades de
Controle, Avaliação e Auditoria do Sistema Nacional de Auditoria (SNA), como
um importante pilar na estrutura do SUS (O SUS, 2008).
O SUS trouxe uma inovação peculiar na política governamental do setor de
saúde no Brasil, que foi descentralização das ações e serviços de saúde, cujas
funções administrativas passaram para a responsabilidade dos governos
estaduais e municipais, com a efetiva participação da sociedade, através de
conselhos de saúde. Por ser um sistema público, tem seus recursos financeiros
provenientes da sociedade, o que obriga a uma maior responsabilidade na sua
utilização e na prestação das contas. Além disso, novas tecnologias em
informação têm facilitado aos usuários o conhecimento dos seus direitos à
saúde (O Sistema Público de Saúde Brasileiro, 2008).
A capacidade de incrementar as ações de saúde e o impacto causado por elas
exige cada vez mais a intervenção das atividades reguladoras do SNA. A
execução dessas atividades causa melhor planejamento das ações e da
prestação dos serviços, obrigando os gestores de saúde ao cumprimento dos
princípios constitucionais de eqüidade e universalidade.
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Este cenário mostra que as atividades de Controle, Avaliação e Auditoria
precisam funcionar coerentemente em seus conceitos, atribuições e
delimitações. E estas atribuições vão além da fiscalização e da regulação dos
recursos financeiros, pois objetivam também a qualidade da assistência à
saúde.
O grande desafio das organizações no mundo moderno é conseguir uma
comunicação interna horizontal, eficiente e rápida. Com o objetivo de
apresentar uma solução para este problema utilizando recursos tecnológicos e
um sistema de comunicação eletrônico, surgiu, assim, a proposta para uma
experimentação inovadora - utilizar o Sistema Moodle como um Ambiente
Virtual de Colaboração, destinado à Comunicação e Gestão do Conhecimento,
envolvendo todos os agentes-auditores e departamentos, entendendo que,
desta forma, todos os agentes-auditores passariam a conhecer, utilizando na
sua prática diária, o ambiente que serve de suporte para o conhecimento e
aprendizado de protocolos e tirar dúvidas.
Cada departamento regional de saúde ganharia um espaço virtual no Moodle
com o mesmo nome do departamento. Neste espaço todos do departamento
deveriam trabalhar com as informações dos projetos, arquivando documentos e
atas de reunião, e conversando através de fóruns e chats, de tal forma que o
próprio trabalho do dia-a-dia permitisse que as informações geradas ficassem
armazenadas no ambiente virtual e acessível a todos os colaboradores.
Isto tornaria mais fácil e ágil a criação de soluções para tomada de decisão,
com economia significativa de decisões em todas as etapas dos processos,
com a grande vantagem de organizar as informações, sempre atualizadas, em
um espaço único, dispensando o trabalho de realimentação dos sistemas. Além
disso, é uma solução de baixo custo, e que conseguiria fazer chegar com
eficácia a instrução ou informação necessária. É de baixo custo, pois não tem
despesas de viagem para treinamentos presenciais, e reduz tempo para formar
pessoas capacitadas, além de eliminar ou reduzir significativamente a
necessidade de uma sala e de instrutores.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. SUS e a Auditoria
A assistência à saúde até a criação do SUS, no âmbito federal, era prestada
pelo Ministério da Previdência e Assistência Social através do Instituto Nacional
de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS). O INAMPS possuía
postos próprios de atendimento médico para assistência ambulatorial, e
hospitais próprios, para executar as ações de saúde. Para complementar a sua
estrutura assistencial, o INAMPS contratava hospitais privados e promovia
convênios com sindicatos ou outras entidades que também atuavam na área
da saúde.
Havia, na antiga estrutura do INAMPS, o setor de Controle e Avaliação, que
revisava os prontuários médicos dos hospitais contratados, os boletins de
produção ambulatorial das clínicas contratadas e conveniadas, sempre
previamente ao pagamento. Esse setor também realizava a avaliação das
estruturas físicas de unidades que se propunham a serem prestadoras de
serviços de saúde para o INAMPS.
Não existia oficialmente a estrutura de Auditoria, embora algumas ações,
impropriamente ditas de Controle e Avaliação, fossem de Auditoria. O Sistema
Nacional de Auditoria (SNA) foi instituído pela Lei nº 8.689, de 27 de julho de
1993, que extinguiu o INAMPS e atribuiu competência para essa função ao
Ministério da Saúde, fundamentada na Constituição Federal pelas Leis nº 8.080
e nº 8.142. As atividades de Controle, Avaliação e Auditoria do SNA são
também desenvolvidas nas secretarias de saúde estaduais e municipais. No
Estado de São Paulo, elas são desenvolvidas na sede da Secretaria de Estado
da Saúde, e tem representação nas sedes dos 17 Departamentos Regionais de
Saúde - DRS (Carvalho, 2006).
Com a extinção do INAMPS, todos seus recursos humanos passaram para o
Ministério da Saúde. Com isso, houve também uma mudança da forma de
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pagamentos. Se antes o INAMPS pagava diretamente os prestadores de
serviços, agora o Ministério da Saúde passa a pagar por intermédio das
secretarias de saúde estaduais e municipais, isto baseado no conceito de
descentralização observado pelo SUS, como direção única em cada esfera de
governo.
A descentralização deu autonomia para estados e municípios, obrigando ao
governo federal utilizar-se dos mecanismos de regulação e fiscalização,
introduzidos pelo Controle, Avaliação e Auditoria no Ministério da Saúde e nas
Secretarias de Estado da Saúde das Secretarias Municipais de Saúde. Embora
estas entidades sejam os gestores, o maior executor das ações e serviços de
saúde é o município, baseado no princípio constitucional da descentralização
da saúde.
Porém, esta autonomia apresenta um caráter paradoxal na prática, dado que
os estados e municípios são subordinados a todas as normas do Ministério da
Saúde e às suas formas de fiscalização, regulação e pagamento. O SUS teve
sua implantação dificultada e muitas vezes até equivocada, pela amplitude de
sua abrangência em todo o território nacional, e pela necessidade
constitucional de uniformização das suas diretrizes e princípios. A tentativa de
corrigir distorções no âmbito do SUS, para contemplar necessidades
específicas na área da saúde, tem como resultado a extensa legislação editada
pelo Ministério da Saúde, além de várias referências na Constituição Federal, e
inúmeras Leis e Decretos relativos à saúde (Santos, 2000).
A Lei nº 8.689 de 27 de julho de 1993, em seu art. 6º, consolida o SNA pelo
seguinte texto: Fica instituído no âmbito do Ministério da Saúde, o Sistema Nacional
de Auditoria de que tratam o Inciso XIX do art. 16 e o § 4º do art. 33 da Lei nº 8.080,
de 19 de setembro de 1990.
Em 29 de setembro de 1995, o Decreto Federal nº 1.651 regulamenta o
Sistema Nacional de Auditoria, no âmbito do Sistema Único de Saúde, e em
seu 2º artigo especifica:
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“O SNA exercerá sobre as ações e serviços desenvolvidos no âmbito do SUS, as
atividades de:
1. Controle da execução para verificar a sua conformidade com os padrões
estabelecidos ou detectar situações que exijam maior aprofundamento;
2. Avaliação da estrutura, dos processos aplicados e dos resultados alcançados,
para aferir sua adequação aos critérios e parâmetros exigidos de eficiência,
eficácia e efetividade;
3. Auditoria da regularidade dos procedimentos praticados por pessoas naturais e
jurídicas, mediante exame analítico e pericial”.
E, em seu art. 5º, estabelece as competências governamentais:
“Observadas a Constituição Federal, as Constituições dos Estados Membros e as Leis
Orgânicas do Distrito Federal e dos municípios, compete ao SNA verificar, por
intermédio dos órgãos que o integram:
1. No plano federal:
a. A aplicação dos recursos transferidos aos Estados e municípios
mediante análise dos relatórios de gestão que tratam o art. 4º, inciso IV,
da Lei nº 8.142 de 28 de dezembro de 1990, e o art. 5º do Decreto nº
1.232, de 30 de agosto de 1994.
b. As ações e serviços de saúde de abrangência nacional, em
conformidade com a política nacional de saúde e os serviços de saúde
sob sua gestão.
c. Os sistemas estaduais de saúde.
d. As ações métodos e instrumentos implementados pelo órgão estadual
de Controle, Avaliação e Auditoria.
2. No plano estadual:
a. A aplicação dos recursos estaduais repassados aos municípios de
conformidade com a legislação específica de cada unidade federada.
b. As ações e serviços previstos no plano estadual de saúde.
c. Os serviços de saúde sob sua gestão sejam públicos ou privados,
contratados ou conveniados.
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d. Os sistemas municipais de saúde e os consórcios intermunicipais de
saúde.
e. As ações, métodos e instrumentos implementados pelos órgãos
municipais de Controle, Avaliação e Auditoria.
3. No plano municipal:
a. As ações e serviços estabelecidos no plano municipal de saúde;
b. Os serviços de saúde sob sua gestão sejam públicos ou privados,
contratados ou conveniados.
c. As ações e serviços desenvolvidos por consórcio intermunicipal ao qual
esteja o Município associado”.
Auditoria em saúde é definida como o exame sistemático e independente dos
fatos obtidos através da observação, medição, ensaio ou outras técnicas
apropriadas, de uma atividade, elemento ou sistema, para verificar a
adequação aos requisitos preconizados pelas leis e normas vigentes, e
determinar se as ações de saúde e seus resultados estão de acordo com as
disposições planejadas.
São finalidades da auditoria:
1. Aferir a preservação dos padrões estabelecidos e proceder ao
levantamento de dados que permitam ao SNA conhecer a qualidade,
a quantidade, os custos e os gastos da atenção à saúde.
2. Avaliar objetivamente os elementos componentes dos processos da
instituição, serviço ou sistema auditado, objetivando a melhoria dos
procedimentos, através da detecção de desvios dos padrões
estabelecidos.
3. Avaliar a qualidade, a propriedade e a efetividade dos serviços de
saúde prestados à população, visando a melhoria progressiva da
assistência à saúde.
4. Produzir informações para subsidiar o planejamento das ações que
contribuam para o aperfeiçoamento do SUS e para a satisfação do
usuário.
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A participação da auditoria é de suma importância para a saúde do cidadão,
pois o atendimento adequado e a educação para a medicina contribuem para o
desenvolvimento do país. É importante para distribuir adequadamente o
atendimento, de forma que todos possam ter acesso aos procedimentos
médicos primários, secundários e terciários, e propiciando um atendimento
homogêneo mesmo que numa estrutura com assimetria na distribuição dos
recursos. Nunca é demais enfatizar a importância da auditoria avaliando a
utilização dos recursos públicos e a qualidade do serviço prestado ao usuário.
A Auditoria também tem caráter educativo e orientador, pois propicia
diagnóstico para correção de distorções, e identifica inadequações das normas
e as fraudes.
Em virtude de mudanças ocorridas na economia, tecnologia, e na ciência, as
situações vivenciadas pelas organizações governamentais são cada vez mais
complexas Como conseqüência imediata, exige-se cada vez mais a
qualificação do profissional em auditoria, para atender de forma satisfatória às
exigências da sociedade.
2.2. Educação à distância Considera-se o início da EAD, quando, por volta de 1850, agricultores e
pecuaristas europeus aprendiam por correspondência como plantar ou qual a
melhor forma de cuidar do rebanho. Essa modalidade de ensino por
correspondência apareceu timidamente no Brasil no começo do século
passado (Nivalde, 2008).
O Instituto Monitor, em 1934, iniciou suas atividades, sendo considerada a
instituição mais antiga em funcionamento no país a oferecer educação não
presencial. Sete anos depois, o Instituto Universal Brasileiro começou a
funcionar. Nenhuma das duas empresas divulga o número de diplomas de
conclusão emitidos até hoje. Ambos tinham método semelhante, e que era
dedicado à iniciação profissional por correspondência em áreas técnicas, sem
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exigência de escolaridade anterior, sendo o Instituto Universal mais forte em
cursos supletivos, e o Instituto Monitor nos cursos técnicos.
A EAD é definida de várias formas, mas há um consenso de que é a
modalidade na qual as atividades de ensino e aprendizagem sejam
desenvolvidas sem que alunos e professores estejam presentes no mesmo
lugar e à mesma hora.
A EAD utiliza os mais diversos meios de comunicação, isolados ou combinados
como material impresso distribuído pelo correio, transmissão de rádio ou TV,
fitas de áudio ou de vídeo, redes de computadores, sistemas de
teleconferência ou videoconferência e até por telefone. A evolução e
popularização dos computadores, e a presença mais abrangente da internet
tornou-a o meio de ensino de preferência, e tem sido utilizada de forma
crescente nas instituições, criando ambientes virtuais de aprendizagem, como
um método colaborativo no aprender.
Em 2004 foram catalogados 215 cursos reconhecidos pelo Ministério da
Educação, ministrados por 116 Instituições espalhadas pelo país. Cada
Instituição tem uma metodologia e um esquema de trabalho próprio, e por isso
cabe a ela fornecer informações sobre o seu funcionamento. Com a
multiplicidade de novos espaços eletrônicos de interação, e a explosão da
EAD, há uma tendência para que esses espaços eletrônicos sejam cada vez
mais utilizados na aprendizagem, tanto como suporte para distribuição de
materiais didáticos, quanto como complemento aos espaços presenciais.
A utilização de um Sistema de EAD apresenta vantagens tais como acesso a
um número maior de pessoas, integração de diversos recursos educativos,
respeito ao ritmo do aluno, meio de atualização permanente e redução dos
custos da educação (Kurc, 2008; Niskier, 1999), além de incluir pessoas que se
depararam com barreiras intransponíveis no sistema educacional convencional,
seja pela impossibilidade de deslocar, seja por uma grande distância
geográfica, ou então pela limitação de tempo ou por causa de poucos recursos
financeiros. E não podemos esquecer que através de cursos à distância
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poderemos também, retornar para a comunidade, uma grande parcela do
conhecimento por nós adquirido (Niskier, 1999; Kurc, 2008).
O professor prepara o material didático de forma que os alunos recebam
mensagens que correspondam às competências que deverão adquirir. A EAD
caracteriza-se pela auto-instrução e pela conversação didática dirigida de
forma bidirecional, fazendo com que o perfil, o nível e as necessidades dos
cursos conduzam à elaboração do material didático. Esta metodologia de
ensino deve ter um discurso persuasivo, com estímulos para realização de
operações intelectuais complexas, além de possibilitar a integração de
conhecimentos anteriores com a experiência pessoal do aluno, e de identificar
as formas possíveis de aplicação destes conhecimentos em seu meio (Kurc,
2008; Niskier, 1999).
A tele-educação é o ambiente para a criação, participação e administração de
cursos pela Internet, e é o resultado do desenvolvimento participativo a partir
das dificuldades de usuários, que apresenta qualidades como a facilidade de
uso por pessoas não especializadas em computação, visando o treinamento
em atividades. Isto possibilita ações para o aprendizado de conceitos em
qualquer área de conhecimento, com o subsídio de informações disponíveis na
internet, tais como material de apoio, leituras, perguntas freqüentes,
discussões, contacto com outras experiências, e muitas outras formas de
orientação (Kurc, 2008; Niskier, 1999).
A internet permite a existência simultânea de vários vetores de comunicação
(todos para todos, todos para um, um para todos), a conexão em rede (várias
pessoas ao mesmo tempo) e o fluxo de documentos (arquivos de diversos
formatos: doc, pdf, gif, cdr, fotos, vídeos, gráficos). Ao mesmo tempo, usa-se
softwares de trabalho colaborativo que permitem organizar e controlar os
fluxos. Desta forma, as possibilidades de interação entre os participantes são
bastante diversificadas e ampliadas (Almeida, 2003).
A metodologia utilizada deve permitir e provocar a comunicação ativa entre
todos os participantes do ambiente virtual, fazendo com que toda a informação
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necessária ao desenvolvimento e aquisição do conhecimento seja acessível a
todos. Além disso, é indispensável que esse ambiente virtual permita a
realização de questionamentos coordenados pelos tutores ou professores, e
que gere discussões permitindo a comunicação a qualquer hora entre alunos e
professores (Kurc, 2008; Niskier, 1999; Nivalde, 2008).
No ambiente virtual de aprendizagem (AVA), os alunos participam do
aprendizado do modo mais ativo, pois é decisiva a atuação pessoal na
obtenção das informações dos outros participantes, para recuperar material de
apoio na rede, para estudar um assunto, para discuti-lo com os colegas, para
tirar dúvidas com os professores, para fazer trabalho em conjunto, ou mesmo
expor o próprio conhecimento (Almeida, 2003).
O método deve buscar reduzir a distância interpessoal, promovendo a
interação entre professor-aprendiz e aluno-aluno, garantindo a aprendizagem e
a transferência de mensagens. A Internet é um espaço de troca e produção
coletiva de conhecimento e informação que propicia esta enorme interação
entre os professores e alunos. Essa interação se dá através de um local WWW
na internet, disponível para todos os indivíduos envolvidos no curso. Nesse
local devem também estar disponíveis as ferramentas necessárias para o
aprendiz se comunicar com os professores e com os outros alunos, questionar
e discutir temas relacionados ao curso, enviar sua produção ao professor,
acessar biblioteca virtual, além de outras informações importantes para o
curso. O e-mail, chats e fóruns de discussões são outras ferramentas
importantes que devem estar disponibilizadas a fim de promover discussões
entre todos os indivíduos do curso (Kurc, 2008; Niskier, 1999; Nivalde, 2008).
A interatividade é uma função absolutamente crítica do processo de
aprendizagem e um fator importante a ser considerado, pois se trata não só da
interatividade entre tutor-aluno, aluno e material didático de apoio, alunos entre
si ou alunos e instituição de ensino, mas sim da cultura grupal no que se refere
às dificuldades individuais de cada um. A interação constante reforça
significativamente a aquisição de conhecimentos, na medida em que o
aprendiz é também estimulado pelas interações sociais.
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2.3. A infra-estrutura e os recursos
Como recurso principal, deve-se considerar a infra-estrutura, que permitirá a
utilização dos recursos de informática disponíveis. Deve oferecer acesso a uma
rede de comunicação para a integração entre os computadores e capacidade
de transferência rápida de dados. Devem estar à disposição computadores
atualizados e em número suficiente, para que sejam utilizados como ambiente
de estudo.
O Material didático é a base da aprendizagem e deve ser, por princípio,
necessariamente auto-explicativo, permitindo a auto-aprendizagem. Deve ser
motivador, incentivando e estimulando ao estudo, além de variado para ser
adequado aos vários estilos de aprendizagem. Deve ter como características a
interatividade, permitindo ao aprendiz um papel ativo, proporcionando-lhe uma
construção do seu aprendizado em nível de sensibilização diferenciada e da
praticidade, possibilitando encontrar as informações para entender qualquer
ponto que porventura não tenha sido compreendido. Deve permitir a
autonomia, para que o aprendiz navegue livremente pelo material proposto,
implicando numa estruturação própria do seu conhecimento, e a consistência
sendo coerente com o plano proposto para o curso e para com as metas
propostas.
Há vários tipos de mídias e recursos como parte do material didático, que
devem ser utilizados de acordo com o contexto de cada curso, desde que suas
necessidades estejam respeitadas. O uso de vários recursos e mídias deve
levar em conta que as atividades necessitam estar contextualizadas, de tal
maneira que o aprendiz tenha uma visão geral do conteúdo a ser adquirido.
Outras mídias utilizadas podem ser do tipo:
• Texto impresso, livros, revistas, e o texto virtual trazem a informação de
maneira clara, interessante, seqüencial e no formato adequado ao meio
de divulgação.
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• Ilustração, que enfatiza, exemplifica e reduz a quantidade de texto.
• Animação, que dinamiza, simula, exemplifica, motiva e reduz o texto.
• Áudio‚ que capta a atenção contextualiza e reforça a integração.
• Vídeo‚ que permite uma melhor observação da realidade, aumenta a
compreensão, motiva o estudo e reduz o texto.
• Mídia específica, como o CD-ROM, que permite uma interatividade,
tem acesso aleatório, integra e é criativo.
• Hipermídia‚ que instiga a pesquisa permitindo o acesso aleatório a
outros sites e outras mídias.
Os recursos metodológicos, segundo Sangrá (2000) podem ser classificados
em seis grupos (Carvalho, 2006; Carvalho, 2008).
1. Aplicações de aprendizagem (estudo de casos, jogos e simulações).
2. Grupos de discussão (chats, fóruns).
3. Perguntas abertas (questionários).
4. Perguntas fechadas ( provas com múltipla escolha).
5. Apresentação de informação ( leituras e gráficos).
6. Síntese (glossários, resumos).
As vantagens do uso da informatização podem se identificadas na flexibilidade
quanto ao estudo, economia de tempo e dinheiro, sendo uma metodologia na
qual pode se adequar o próprio período de ocupação (manhã, tarde, noite ou
madrugada) e o tempo disponível a ser utilizado. Outras importantes vantagens
são a possibilidade de atualizações constantes, um enfoque particular do
assunto de interesse, contato constante entre professor e aluno perante as
informações disponibilizadas na rede de computadores, o uso da internet com
facilidade de acesso às informações, sendo uma maneira de complementar o
que já se sabe, e por um lado e por outro, fornecer mais informações para os
métodos presenciais, com disponibilidade de estudar em qualquer lugar sem a
necessidade do deslocamento do aluno, permitindo integrar pessoas que não
poderiam estar presentes no caso de um curso ministrado em uma sala de
aula, com ausência parcial de pressão por cumprimento de prazos, além de
arquivar no computador e não em papel, evitando acúmulo de volume, e
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oportunidade de aprender por si mesmo com maior curiosidade em esclarecer
suas dúvidas, por ser um método novo que estimula o interesse até mesmo
para que o método dê certo (Guerra, 2003).
A EAD vem ocupando seu lugar na disseminação do conhecimento humano, e
tem enorme potencial na área da saúde, devido ao grande volume de
informações e que a cada dia aumenta geometricamente, exigindo do
profissional um aprendizado constante.
Outro grande problema para desenvolvimento das atividades em saúde é a
falta de protocolos padronizados compatíveis com as políticas governamentais
propostas, e que sejam de fácil entendimento para que ocorra a inserção de
dados confiáveis. Por outro lado, algumas políticas de saúde pública não estão
sintonizadas às necessidades populacionais nem aos programas de
especialização, necessitando, portanto, da criação de cursos de treinamentos
objetivos e que garantam o pleno entendimento dos assuntos abordados pelos
protocolos.
No entanto, para atingir este objetivo, é fundamental a formação e capacitação
do pessoal que compõe os quadros técnicos, e que estará envolvido nesta
tarefa. A formação e capacitação devem propiciar valorização e compreensão
dos gestores, baseados na cultura e em informações qualificadas e
permanentemente oferecida aos participantes.
As necessidades geradas pelo Sistema Único de Saúde colocam novos
desafios no que se refere à aprendizagem sobre si mesma e o conhecimento
aprofundado do seu universo de atuação, com estudos e discussões sobre
novos instrumentos, metodologias, linguagens e formas mais adequadas de
avaliação, acompanhamento e controle. É preciso modernizar a educação para
acompanhar as enormes transformações na área da saúde, principalmente e
em especial no serviço de auditoria.
É importante destacar que a EAD pode ser realizada nos vários níveis e
setores da Secretaria Estadual de Saúde. Esta oferta constitui uma importante
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estratégia para o aprendizado mais rápido e econômico, especialmente para
atingir as regiões mais distantes.
2.4. O Moodle
O Moodle foi proposto por Martin Dougiamas em 1999, na Universidade de
Curlin, na Austrália (Guerra, 2008). Dougiamas era um administrador da
Internet, que desiludido com as aplicações que existiam na época, procurou
promover um software imbuído nas teorias construtivistas de Jean Piaget, mais
precisamente num construtivismo social, onde o conhecimento e a
aprendizagem decorrem de um ambiente colaborativo, no qual qualquer um
pode ser o professor, e ao mesmo tempo o aluno (Dougiamas e Taylor, 2002;
Dougiamas e Taylor, 2003). Versões recentes estão traduzidas em mais de 78
línguas, em 203 países (Comunidade Moodle, 2008).
Muitas instituições de ensino básico e superior, e centros de formação estão
adaptando esta plataforma aos próprios conteúdos, com sucesso, não apenas
para cursos totalmente virtuais, mas também como apoio aos cursos
presenciais. A plataforma também vem sendo utilizada para outros tipos de
atividades que envolvem formação de grupos de estudo, treinamento de
professores e até desenvolvimento de projetos. Outros sectores, não ligados à
educação, também o utilizam, como por exemplo, empresas privadas,
organizações não governamentais (ONGs) e grupos independentes que
necessitam interagir colaborativamente na iInternet. Também é muito usado na
EAD. É interessante notar sua semelhança com o sistema Orkut, porém com a
fundamental diferença de ser focalizado na educação e na interação entre
professores e estudantes (Wikipédia, 2008).
A palavra Moodle teve origem no acrónimo do inglês Modular Object-Oriented
Dynamic Learning Environment (numa tradução livre – Ambiente Modular de
Aprendizado Dinâmico Objeto-Orientado), que é informativo especialmente
para programadores e investigadores educativos (Dougiamas e Taylor, 2003;
Guerra, 2008; Wikipedia, 2008). Em linguagem coloquial, o verbo to moodle
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descreve o processo de navegar de forma despretensiosa por algo, enquanto
fazem-se outras coisas ao mesmo tempo, o que leva a uma maneira agradável
de mexer nas coisas, o que frequentemente conduz a uma comprensão mais
profunda e à criatividade. Como tal aplica-se tanto à maneira em que o Moodle
foi desenvolvido, e à maneira com que o estudante ou professor podem
abordar a aprendizagem ou o ensino.
A distribuição e utilização do Moodle são gratuitas, e todos os seus
componentes podem ser obtidos na internet (Comunidade Moodle, 2008),
necessitando apenas de um computador servidor com programas abertos e
gratuitos. Na ausência de um servidor disponível, há a possibilidade de se
contratar um serviço de alojamento por aluguel. A instalação da aplicação é
simples e intuitiva (Comunidade Moodle, 2008; Dougiamas e Taylor, 2002;
Dougiamas e Taylor, 2003). É um programa de fonte aberta, o que significa que
se pode instalar em computadores, usar, modificar e mesmo distribuí-lo sem
ônus. Para conhecer melhor este método, é possível experimentar os cursos
de demonstração na internet através do seu endereço eletrônico, que abrange
uma comunidade atual de cerca de 600.000 membros, e é o local no qual se
obtém conhecimento sobre o programa, novidades e suporte. É possível
também que o usuário ofereça contribuições para o desenvolvimento do
método (Comunidade Moodle, 2008; Wikipédia, 2008).
O projeto e desenvolvimento do Moodle são orientados por uma particular
filosofia de aprendizagem, uma maneira de pensar que pode ser
simplificadamente chamada de construcionismo social. É um sistema para
gerenciamento de cursos (SGC) via Internet, algumas vezes também chamado
de Sistemas de Gerenciamento de Aprendizagem (SGA) ou Ambiente Virtual
de Aprendizagem (AVA), baseado em um programa para computador,
destinado a auxiliar o educador a criar cursos de qualidade. Uma vantagem
importante sobre outras plataformas de AVA é o forte embasamento na
pedagogia construcionista de Seymour Papert (Papert, 2008), um psicólogo do
Laboratório de Inteligência Artificial do Instituto de Tecnologia de
Massachusetts. Papert adaptou os princípios do construtivismo cognitivo de
Piaget, e construiu um conjunto de premissas a ser usado aplicando a
16
tecnologia de computadores, como auxiliar no processo de construção do
conhecimento.
A pedagogia social construcionista sustenta que os indivíduos constroem
ativamente novos conhecimentos na medida em que interagem com no
ambiente. Segundo esta forma de pensar, tudo que o que é lido, visto, ouvido,
sentido ou tocado é confrontado com o conhecimento anterior e, se já não
preexiste no mundo mental, pode vir a formar novo conhecimento que, então,
o indivíduo passa a possuir. E o conhecimento pode ser enriquecido se usado
de maneira interativa. Considera-se que o indivíduo não é um banco de
memória, que passivamente absorve informação, nem se acredita que o
conhecimento possa ser transmitido apenas pela leitura de um texto, ou
assistindo à preleção de um professor em sala de aula (Raskin, 2002).
A aprendizagem é particularmente eficaz quando se está construindo alguma
coisa para que outros experimentem. Essa alguma coisa pode ser desde uma
frase, até informações mais complexas como uma pintura, uma casa ou
programa para computador. Por exemplo, o indivíduo mesmo lendo um texto
diversas vezes, mesmo assim, poderá esquecê-lo rapidamente. Mas, ao tentar
explicar este mesmo texto para outra pessoa com suas próprias palavras, ou
produzir uma apresentação que o explique, isto o levará a um melhor
entendimento do texto, que se integrará aos seus conhecimentos já existentes.
Este, provavelmente, é o motivo pelo qual as pessoas fazem anotações
durante palestras ou aulas, mesmo que elas nunca venham a ler estas
anotações.
Os conceitos até aqui apresentados são estendidos a um grupo de pessoas
construindo coisas umas para as outras, criando de maneira colaborativa uma
pequena cultura de coisas compartilhadas com significados compartilhados. Se
alguém está imerso em uma cultura como esta, esse alguém está
continuamente aprendendo como ser uma parte dessa cultura (Raskin, 2002).
A investigação sobre a motivação das pessoas em uma discussão é o objeto
de observação. Comportamento separado se dá quando alguém tenta manter-
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se atento ao objetivo, oferecendo apenas importância aos fatos, e por fim,
tende a defender apenas suas próprias idéias, usando a lógica para descobrir
falhas nas idéias de seus oponentes. O comportamento ligado é aquele em que
a pessoa aceita subjetividade, tentando prestar atenção e fazer perguntas num
esforço de entender o ponto de vista dos outros. Um comportamento adequado
é aquele em que a pessoa é sensível a ambos os comportamentos descritos e
é capaz de escolher qual deles é apropriado a cada situação (Raskin, 2002;
Chee, 1997).
Em geral, um comportamento saudável em uma comunidade de estudo é um
estimulante poderoso para a aprendizagem, não somente aproximando as
pessoas desta comunidade, mas promovendo uma reflexão e reexame
contínuos e profundos de seus próprios conceitos pré-existentes.
Para usar o Moodle é necessário um administrador geral. Os vários cursos são
da responsabilidade de tutores ou professores, que disponibilizam os
conteúdos pedagógicos, definem como os alunos têm acesso a estes
conteúdos, providenciam temas para as discussões e organizam os testes de
avaliação.
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3. OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL
Capacitar os agentes envolvidos na Auditoria da Secretaria Estadual de Saúde
no Estado de São Paulo, utilizando como ferramenta a Educação a Distância
(EAD) pelo método Moodle.
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Introduzir e capacitar todos os agentes da Auditoria da Secretaria
Estadual de Saúde de São Paulo no Método Moodle.
2. Oferecer treinamento específico aos agentes da Auditoria da Secretaria
Estadual de Saúde de São Paulo para o sistema de EAD.
3. Capacitar os agentes envolvidos nas atividades de Auditoria de acordo
com as Normas e Regulamentos referentes à Auditoria.
4. Oferecer permanentemente informações atualizadas aos agentes da
Auditoria da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo.
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3. METODOLOGIA
1. Definir no âmbito da Auditoria da Secretaria Estadual de Saúde de São
Paulo:
a. Agente coordenador com o fim de organizar e preparar o
ambiente da Auditoria para:
i. O uso do sistema de EAD.
ii. Introdução do método Moodle.
b. Agentes médicos auditores no papel professores:
i. Preparar a ementa do Curso de Auditoria para auditores
médicos e enfermeiros.
ii. Preparar o material didático que estará disponível aos
agentes em treinamento.
iii. Definir os métodos de avaliação do curso.
2. Propor convênio com organização de EAD do Ministério da Saúde,
através do DATASUS, para o uso do ambiente virtual UniverSUS
(Ambiente Virtual UniverSus, 2008), para a utilização do método
Moodle.
3. Escolha dos agentes da Auditoria da Secretaria Estadual de Saúde de
São Paulo:
a. Para a fase inicial de introdução ao EAD e ao Moodle:
i. Agentes não médicos como coordenadores em cada um
dos 17 Departamentos Regionais de Saúde do Estado de
São Paulo.
ii. Médicos treinados em Auditoria para colaborar na
preparação dos temas do Moodle.
b. Fase de capacitação em Auditoria:
i. Convocar os agentes não médicos dos Distritos Regionais
para coordenação local.
ii. Convocar os agentes de enfermagem de cada Distrito para
o treinamento inicial.
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iii. Convocar os agentes médicos de cada Distrito para o
treinamento inicial.
c. Avaliação da capacitação dos agentes convocados para o Curso.
4. Avaliação dos resultados do Curso à distância.
a. Avaliar a coordenação do curso.
b. Avaliar a preparação e a pedagogia do curso.
c. Avaliar os meios à disposição para a introdução do Curso;
i. Quanto à disponibilidade.
ii. Quanto à adesão pelos envolvidos na organização e
preparação do Curso.
iii. Quanto à colaboração efetiva recebida pelos órgãos
governamentais de apoio.
5. Apresentação do resultado final.
6. Decisão da continuidade desta modalidade de treinamento junto aos
gestores da Auditoria da Secretaria de Estado da Saúde do Estado de
São Paulo.
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4. RESULTADO – UMA PROPOSTA DE PROJETO
4.1. Proposta de projeto
Proposta de projeto para instituir a Educação à Distância no âmbito da
Auditoria da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, utilizando-se do
método Moodle. É divido em 4 fases.
4.2. Detalhamento do projeto
a. Fase 1
1. Indicação oficial do Coordenador do Curso para Auditores da Secretaria
de Estado da Saúde de São Paulo.
2. Indicação dos professores médicos agentes da Auditoria da Secretaria
de Estado da Saúde de São Paulo.
3. Treinamento destes agentes em EAD e Moodle.
4. Levantamento dos recursos em disponibilidade e de infra-estrutura:
a. Na auditoria em São Paulo.
b. Nos Departamentos Regionais de Saúde.
b. Fase 2
1. Proposta de convênio com o sistema UniverSus (Ambiente Virtual
UniverSus, 2008), do DATASUS, para a utilização do método Moodle
no âmbito da Auditoria da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
2. Preparação da Ementa do Curso para Auditores pelos professores
indicados.
3. Preparação dos métodos de avaliação:
a. Dos alunos em treinamento.
b. Do coordenador.
c. Dos professores.
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d. Do Sistema de Educação à distância, no âmbito da Secretaria de
Estado da Saúde de São Paulo.
e. Da colaboração dos órgãos governamentais não estaduais
envolvidos.
4. Efetivar o convite aos professores capacitados em Auditoria, para
colaborar no Curso de Auditoria com apresentação de temas e
participação em discussões com os alunos.
5. Preparação do projeto pedagógico para o Moodle, pelos professores.
a. Treinamento inicial com coordenadores regionais, em cada
Departamento Regional escolhido pelo coordenador do Curso de
Auditoria. A escolha destes Departamentos será em função
i. Da disponibilidade dos recursos.
ii. Do envolvimento dos agentes burocráticos, que sejam
consistentes com uma avaliação prévia
1. De colaboração.
2. De capacidade de trabalho em informática e internet.
b. Distribuição do material pedagógico.
6. Reunião presencial para:
a. Conhecimento pessoal mútuo.
b. Avaliar do envolvimento, capacidade de colaboração e conhecimento
básico de informática.
c. Formação de ambiente propício à camaradagem e colaboração.
7. Apresentação do andamento do projeto à chefia da Auditoria da
Secretaria de Estado da Saúde do Estado de São Paulo:
a. Para conhecimento e avaliação preliminar.
b. Para considerar a continuidade deste Curso.
c. Para a apresentação do relatório do coordenador sobre o andamento
do Projeto.
c. Fase 3
1. Convocação para o curso da Auditoria:
a. Dos agentes enfermeiros.
b. Dos agentes médicos.
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2. Escolha do formato do curso Moodle:
a. Formato semanal, com data de início e fim.
b. Formato em tópicos, no qual cada assunto a ser discutido representa
um tópico, sem limite de tempo pré-definido.
c. Misto semanal e em tópicos.
d. Fase 4
1. Avaliação dos alunos.
2. Avaliação do coordenador e professores.
3. Avaliação do curso.
4. Relatório final apresentado pelo coordenador.
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5. CONCLUSÃO
Devido ao aumento progressivo da quantidade de dados, informações e
conhecimentos que o profissional de auditoria deve possuir para exercer
adequadamente a sua profissão, os sistemas de informação tornam-se uma
ferramenta de grande importância para as atividades relacionadas a esta
profissão.
Os setores de auditoria dos 17 Departamentos Regionais de Saúde hoje
realizam treinamentos presenciais, se deslocando até a cidade de São Paulo. A
implantação de um sistema EAD para realização de cursos para satisfazer às
necessidades específicas, restrições operacionais e financeiras, sem afastar o
indivíduo de suas rotinas de trabalho, tem o potencial de gerar grandes
benefícios. O principal resultado esperado é a melhoria de todo o processo de
trabalho dentro do setor de auditoria, qualificando e potencializando as
expertises.
A colaboração do Ministério da Saúde do Brasil, através do DATASUS, para a
utilização do Moodle, é muito importante, e vai de encontro com a finalidade
deste órgão governamental, e que está exposta no seu local na internet
(Ambiente Virtual UniverSus, 2008):
“O ambiente virtual UniverSus volta-se para o desenvolvimento e manutenção
de iniciativas de capacitação a distância no âmbito do SUS, contribuindo
gratuitamente para a formação dos profissionais da saúde. Neste ambiente
virtual, cursos desenvolvidos pelo DATASUS e por outras áreas do Ministério
da Saúde e Secretarias são disponibilizados e realizados. Além disto, o site
UniverSus propicia o compartilhamento de idéias e trabalhos através de seus
ambientes”.
Com o objetivo de oferecer ensinamentos, treinamentos e esclarecimentos de
forma contínua e aprimorada, para todas as ações de auditoria na gestão do
Plano de Saúde de São Paulo, a proposta de utilizar a EAD aplicando o método
do Moodle deve ser considerada.
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A aplicação destas ferramentas irá contribuir para melhorar a gestão de
qualidade dos setores da auditoria, proporcionando agilidade e segurança no
acesso da informação e automatizando processos, menos suscetíveis às
variáveis resultantes da intervenção humana possibilitando redução de custos.
Isto deverá resulta no aumento da qualidade dos serviços prestados a
população.
26
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Acesso em: 19 Nov 2008. Almeida MEB. Educação a distância na internet: abordagens e contribuições
dos ambientes digitais de aprendizagem. Educ. Pesqui. vol.29 nº.2 São
Paulo July/Dec. 2003. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-
97022003000200010&script=sci_arttext>. Acesso em: 18 Nov 2008.
Carvalho GI, Santos L. Sistema Único de Saúde: Comentários à Lei Orgânica
da Saúde (Lei 8.080/90 e Lei 8.142/90). São Paulo: Unicamp, 2006. 272 p. Carvalho MAP, Struchiner M. Um Ambiente Construtivista de Aprendizagem
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Chee, Y. S. (1997). Toward social constructivism: Changing the culture of
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Wikipédia, a enciclopédia livre. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Moodle>. Acesso em: 14 Out 2008.
28
7. DOCUMENTAÇÃO CONSULTADA
1. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 19011: diretrizes para auditorias de sistema de gestão da qualidade e/ou ambiental. Rio de Janeiro: ABNT, nov. 2002.
2. BRASIL. Decreto n.º 1.651, de 28 de setembro de 1995. Regulamenta o
Sistema Nacional de Auditoria no âmbito do Sistema Único de Saúde.
3. BRASIL. Lei n.º 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as
condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.
4. BRASIL. Lei n.º 8.689, de 27 de julho de 1993. Dispõe sobre a extinção do
Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social – INAMPS, e dá outras providências. Brasília, 1993.
5. BRASIL. Ministério da Saúde. Norma Operacional Básica do Sistema Único
de Saúde / NOB-SUS - 01/1996. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 06 nov. 1996.
6. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Manual de Normas de
Auditoria. Brasília, 1998. 7. Normas para apresentação de monografia. Fundação Getulio Vargas, Escola
de Administração de Empresas de São Paulo, Biblioteca Karl A. Boedecker. 5.ed. São Paulo: FGV-SP, 2007. 97 p.
8. SANTA CATARINA. Decreto n. 3.266, de 21 de outubro de 1998. Institui o
Sistema Estadual de Controle, Avaliação e Auditoria no âmbito do Sistema Único de Saúde. Diário Oficial do Estado de Santa Catarina, 1998. Florianópolis, 1998.
9. SANTA CATARINA. Decreto n. 5.831 de 23 de outubro de 2002. Institui o
Sistema Estadual de Controle, Avaliação e Auditoria no âmbito do Sistema Único de Saúde. Diário Oficial do Estado de Santa Catarina, 2002. Florianópolis, 2002.
10. SANTA CATARINA. Decreto nº 688 de 2 de outubro de 2007. Institui o
componente estadual de auditoria, no âmbito do Sistema Único de Saúde. Diário Oficial do Estado de Santa Catarina, 2007. Florianópolis, 2007.