xxviii jornada de biologia ciência e diversidade caminhos para a

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS XXVIII JORNADA DE BIOLOGIA CIÊNCIA E DIVERSIDADE CAMINHOS PARA A SUSTENTABILIDADE PROGRAMAÇÃO E RESUMOS 29 DE SETEMBRO A 03 DE OUTUBRO DE 2014 BELO HORIZONTE MINAS GERAIS

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

XXVIII JORNADA DE BIOLOGIA

CIÊNCIA E DIVERSIDADE

CAMINHOS PARA A SUSTENTABILIDADE

PROGRAMAÇÃO E RESUMOS

29 DE SETEMBRO A 03 DE OUTUBRO DE 2014

BELO HORIZONTE – MINAS GERAIS

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Grão-Chanceler: Dom Walmor Oliveira de Azevedo. Reitor: Professor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães. Vice-reitora: Professora Patrícia Bernardes. Diretor do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde: Raul de Barros Neto. Secretário de Comunicação: Professor Mozahir Salomão Bruck. Secretária de Cultura e Assuntos Comunitários: Professora Maria Beatriz Rocha Cardoso. Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Institucional: Professor Carlos Barreto Ribas. Chefe de Gabinete da Reitoria: Professor Paulo Roberto de Sousa. Pró-Reitor de Gestão Financeira: Professor Paulo Sérgio Gontijo do Carmo. Pró-Reitor de Logística e Infraestrutura: Professor Rômulo Albertini Rigueira. Pró-Reitor de Pós – graduação: Professor Sérgio de Morais Hanriot. Pró-Reitor de Extensão: Professor Wanderley Chieppe Felippe. Pró-reitora de Graduação: Professora Maria Inês Martins. Coordenador do Museu de Ciências Naturais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais: Professor Bonifácio José Teixeira. Coordenador do Programa de Pós-graduação em Zoologia dos Vertebrados: Professor José Enemir dos Santos.

COLEGIADO DO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Professor Miguel Ângelo Andrade (Coordenador). Professora Virgínia Simão Abuhid (Membro do Departamento de Ciências Biológicas). Professor José Arimatéia Figueiredo (Membro do Departamento de Ciências Biológicas). Professor Geraldo Tadeu Rezende Silveira (Membro de outro departamento).

COMISSÃO ORGANIZADORA Colegiado do Curso de Ciências Biológicas. Professora Simone Cristina Alves de Souza. Acadêmicos do Curso de Ciências Biológicas. Diretório Acadêmico de Ciências Biológicas. Programa de Educação Tutorial (PET Biologia) MEC/SESu.

AGRADECIMENTOS À Comissão Avaliadora dos Trabalhos Científicos e Acadêmicos.

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RESUMOS DA XXVIII JORNADA DE BIOLOGIA

REVISÃO TÉCNICA Equipe da Biblioteca da PUC Minas em Belo Horizonte – Padre Alberto Antoniazzi

REALIZAÇÃO Curso de Ciências Biológicas, D.A. BIO RenovAÇÃO, CISAL - Centro de Integração para a Sustentabilidade Ambiental, Sistêmica Empresa Jr. - Ciências Biológicas PUC Minas e PET Biologia PUC Minas

APOIO Museu de Ciências Naturais - PUC Minas Conselho Regional de Biologia 4ª Região

FICHA CATALOGRÁFICA

Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Jornada de Biologia (28. :

2014. : Belo Horizonte, MG)

P816j XXVIII Jornada de Biologia: ciência e diversidade: caminhos para a

sustentabilidade: programação e resumos / Coordenador Miguel Ângelo Andrade.

Belo Horizonte: PUC Minas, 2014.

38 p.

1. Desenvolvimento sustentável - Congressos. 2. Educação ambiental. 3.

Diversidade biológica. 4. Recursos naturais - Conservação. I. Andrade, Miguel

Ângelo. II. Título.

CDU: 574

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EDITORIAL

O “COBERTOR CURTO” E A SUSTENTABILIDADE

Prof. Ricardo Ferreira Ribeiro

A ideia de sustentabilidade pode ser atribuída, historicamente, ao conceito de

“produção máxima sustentável”, desenvolvido por estudiosos da pesca, visando

entender a influência dessa atividade em uma população natural. A questão é vista

como a necessidade de que o uso humano de uma dada população animal, ou

vegetal, só é viável, a longo prazo, se a entrada de indivíduos, através de nascimentos

ou imigração for superior à da saída, realizada por meio de morte ou emigração. A

esses processos ecológicos, a ação humana introduziu o manejo de populações e o

seu enriquecimento, visando otimizar sua exploração como recurso natural. Surge,

assim, a preocupação com a ideia de equilíbrio ambiental, ou equilíbrio ecológico, visto

como a situação de um dado ecossistema onde as espécies da fauna e a flora são

mais ou menos constantes, mantendo uma relação de dependência e ajuste complexo

entre elas, evidenciando uma perspectiva de continuidade tanto espécies e como do

seu ambiente.

As relações entre sociedades humanas e o seu meio seriam percebidas como as

principais causas de desequilíbrio ecológico provocadas pela caça e pesca

desordenadas, por desmatamentos e queimadas, associados à agropecuária e à

mineração, pelos mais diversos tipos de poluição e até pela urbanização e o constante

crescimento demográfico e econômico, provocados pela expansão do capitalismo em

diferentes áreas do planeta. Tais questões motivaram um grupo de líderes,

personalidades e cientistas, conhecido como Clube de Roma, a publicar, em 1972, um

relatório, intitulado “Limites do Crescimento”, evidenciando a possibilidade de

esgotamento de recursos naturais e a as dificuldades de um crescimento econômico

sem restrições. Nesse mesmo ano, a Organização das Nações Unidas promove, em

Estocolmo – Suécia, a Primeira Conferência Mundial sobre o Homem e o Meio

Ambiente, reunindo representantes de 113 países e mais 400 instituições

governamentais e não governamentais.

O conceito de sustentabilidade, no entanto, surgiria na década seguinte, partir dos

trabalhos de Lester Brown, fundador do Worldwatch Instituto, que definiu comunidade

sustentável como a que é capaz de satisfazer às próprias necessidades sem reduzir

as oportunidades das gerações futuras. Quando a ONU, no início da década de 1980,

retomou o debate das questões ambientais, indicando a primeira-ministra da Noruega,

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Gro Harlem Brundtland, para chefiar a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e

Desenvolvimento, essa definição foi empregada para a construção do conceito de

“desenvolvimento sustentável”, que seria aquele “que satisfaz as necessidades

presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas

próprias necessidades”, conforme consta do documento intitulado Nosso Futuro

Comum (Our Common Future), também conhecido como Relatório Brundtland,

publicado em 1987.

O conceito logo se popularizou e passou a ser amplamente utilizado por diferentes

setores sociais em todo o mundo, incorporando três dimensões: a sustentabilidade

econômica, social e ambiental. No entanto, o conceito não ficou imune a críticas, que

percebiam que a ideia de “desenvolvimento” estava profundamente vinculada à noção

de crescimento econômico, tão difundida pelo capitalismo, possuindo, dessa forma,

incompatibilidades históricas com as preocupações sociais, ligadas à distribuição da

riqueza, e às lutas ecológicas pela conservação ambiental. Surge, assim, a defesa da

ideia de “sociedade sustentável”, onde as duas últimas dimensões estariam melhor

contempladas do que naquele conceito.

A noção de sustentabilidade está hoje presente nos discursos de diferentes órgãos

públicos, em empresas de setores e portes distintos, nos mais variados segmentos

organizados da sociedade civil e nos partidos de uma multiplicidade de tendências

políticas, seja no Brasil ou no mundo; no entanto, trata-se de um conceito em disputa.

Quando se compara as definições de cada um deles, descobrem-se gigantescas

diferenças, em especial acerca da maior ou menor dosagem da importância das três

dimensões colocadas. Como combinar distribuição da riqueza sem crescimento

econômico? Como aumentar a produção de bens e serviços sem intensificar o uso de

recursos naturais? Como é possível usar tais recursos com menor impacto se eles

continuam sendo apropriados por uns poucos, que os empregam de uma forma

descontrolada, criando montanhas de desperdício e de destruição ambiental? Todas

as noites, vamos dormir brigando com esse “cobertor curto”, disputado pelos pés, a

cabeça e os lados, sobressaltados com pesadelos de que a cama pode cair ou alguma

parte de nós acordar congelada, mas sempre sonhando que, em meio a tanto

desequilíbrio, vamos conseguindo a tal da sustentabilidade.

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SUMÁRIO

Programação........................................................................................................

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Mini-cursos.............................................................................................................. 10

RESUMOS ENSINO

Projeto Praça Viva: Revitalização da Praça Carlos Marques, com a realização de atividades de Educação Ambiental pelos alunos da Escola Estadual Bernardo Monteiro, em Belo Horizonte...................................................................

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Identificação molecular de pescado utilizando a metodologia do DNA Barcoding e sua aplicação no ensino de genética...................................................................

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Whiteboard animation: a redescoberta da aula virtual como ferramenta versátil no ensino de evolução............................................................................................

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RESUMOS PESQUISA

Avaliação da atividade larvicida do óleo essencial da Citronela (Cymbopogon winterianus) nas larvas do mosquito transmissor da Dengue (Aedes aegypti)......

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Quatro Espécies Novas de Goniopteris C. Presl (Thelypteridaceae –Polypodiopsida) do Brasil.......................................................................................

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Fenologia de três espécies nativas existentes na Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte, Minas Gerais.................................................................................

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Detecção de espécies de pescado que compõem o Kani-kama: DNA Barcoding

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O uso de análise Genética do Peixe Surubim para identificação de fraude na sua comercialização...............................................................................................

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Identificação molecular dos peixes da Bacia do rio Mucuri utilizando a metodologia do DNA Barcoding..............................................................................

Influência da Usina Hidroelétrica de Três Marias sobre a diversidade genética e estrutura populacional de Lophiosilurus alexandri (Steindachner, 1876), uma espécie de peixe endêmica da Bacia do Rio São Francisco................................. Dinâmica da ovogênese da piaba verde Bryconops affinis (Günther, 1864) (Teleostei: Characiformes).....................................................................................

Análise temporal da abundancia do ictioplâncton na área a montante da usina de Salto do Paraopeba do rio Paraopeba, Congonhas - MG................................ Microbiota fúngica em três regiões corporais de Tropidurus torquatus (Wied, 1820) em uma área urbana de Minas Gerais........................................................

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Reprodução do piau-gordura Leporinus piau ( Fowler, 1941), (Pisces: Anostomidade) na represa de Três Marias, Minas Gerais.................................... Reprodução do piau-verdadeiro, Leporinus obtusidens (Valenciennes, 1836) (Pisces: Anostomidae) na represa de Três Marias, rio São Francisco, Minas Gerais.............................................................................................................. ....... Reprodução do pacu-CD Metynnis maculatus (Kner, 1858), (Pisces: Serrasalminae): uma espécie não nativa da bacia do rio São Francisco.............. Foliculogênese no peixe-cachorro Acestrorhynchus britskii Menezes, 1969 (Pisces: Acestrorhynchinae) da represa de Três Marias, rio São Francisco, Minas Gerais.......................................................................................................... Análise comparativa da atividade reprodutiva de Curimatella lepidura (Eigenmann & Eigenmann, 1889) (Pisces:Curimatidae) em três trechos da bacia do rio São Francisco...............................................................................................

Concentração de metais pesados e alterações histopatológicas no dourado Salminus franciscanus (Lima and Britski, 2007) (Pisces: Characiformes) em dois trechos do rio Paraopeba, Minas Gerais................................................................ Análise quantitativa da atividade reprodutiva do cangati Trachelyopterus galeatus (Linnaeus, 1766) (Pisces: Auchenipteridae) da bacia do rio Jequitinhonha, Minas Gerais...................................................................................................................... Análise quantitativa da atividade reprodutiva da Wertheimeria maculata Steindachner, 1877 (Pisces:Doradidae) no reservatório de Irapé, rio Jequitinhonha, Minas Gerais.................................................................................. Reprodução do saguiru Steindachnerina elegans (Steindachner, 1874) (Pisces: Curimatidae) em dois trechos do rio São Francisco a jusante da barragem Três Marias, Minas Gerais............................................................................................. Dinâmica reprodutiva de Schizodon knerii (Pisces: Anastomidae) em três trechos da bacia do rio São Francisco.................................................................... Reprodução de Triportheus guentheri (Garman, 1890) (Pisces: Triportheinae) na represa de Três Marias, rio São Francisco, Minas Gerais......................................

IFN-γ não esta associado na proteção no modelo experimental da encefalite de Saint Louis em camundongos................................................................................ Análise comportamental de Canis lupus em cativeiro: é possível a avaliação da hierarquia através de interações afiliativas?..........................................................

Protótipo de aplicativo para smartphones baseado no “Guia de Rastros e Outros Vestígios de Mamíferos do Pantanal” de Paulo André de Lima Borges e Walfrido Moraes Tomás........................................................................................................

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Vetores de Leishmaniose Tegumentar Americana (Diptera, Psychodidae, Phlebotominae) coletados em áreas indígenas do médio rio Purús, Amazonas, Brasil....................................................................................................................... Taxonomia polimórfica no estudo de moluscos Drepanotrema depositados no acervo da Coleção de Malacologia Médica (Fiocruz-CMM)...................................

RESUMOS EXTENSÃO

Construindo oficinas educacionais participativas com comunidades ribeirinhas: propostas de integração entre meio ambiente, cultura e tecnologia na região do Parauninha, Conceição do Mato Dentro – MG.......................................................

Plano de ação comunitário como instrumento de fortalecimento com comunidades tradicionais: o caso da Associação Comunitária do Parauninha...... Educação Ambiental: alimentação do mico-estrela (Callithrix penicillata) da RPPN do Minas Tênis Country Clube em Belo Horizonte, Minas Gerais...............

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PROGRAMAÇÃO

29 de Setembro de 2014

13h – Credenciamento 13h30 – Solenidade de abertura e apresentação musical: Rayane Boldrini

15h – Palestra Magna: “Astronomia e Astronáutica na educação científica e ambiental” Dr. Paulo Eduardo de Brito – UnB

16h30 – Mesa Redonda: “Resíduos sólidos e seu descarte” Dr. Hiram Sartori – PUC Minas Dr. Denise Maria Toledo de Paulo – Okktopus Consultoria Ambiental Dr. Cícero Antônio Antunes Catapreta

18h – Encerramento.

30 de Setembro de 2014

13h – Credenciamento

13h30 – Bioética: o uso de animais para testes e o caso do Instituto Royal Dra. Myriam Morato Duarte – FUNED

15h – Apresentação de Banner (Ensino, Pesquisa e Extensão) 16h30 – Palestra A realidade e a aplicação da biologia forense no Brasil Dra. Verônica Saraiva Fialho – UFV 18h – Apresentação musical. 01 de Outubro de 2014

13h – Credenciamento

13h30 – Palestra “Reprodução Humana” Dr. Paulo Franco Taitson – PUC Minas

15h – Apresentação Oral (Ensino, Pesquisa e Extensão)

16h30 – Palestra “Sanitarismo” Dra. Raquel Jacob Sampaio – PUC Minas

18h – Premiações Concursos de Fotografia e Ilustração Científica.

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02 de Outubro de 2014

13h – Credenciamento

13h30 – Palestra “Bioinformática” Dr. Jerônimo C. Ruiz – Fiocruz Minas (Centro de Pesquisas René Rachou)

15h – Palestra “Bioarquitetura” Dra. Natalia Lelis – PUC Minas

16h30 – Palestra “Uso de Geometria analítica e álgebra linear para análise de similaridades e extração de padrões em sequências protéicas” Dr. Bráulio Roberto Gonçalves Marinho Couto – UNIBH

18h – Apresentação Musical “Orquestra Escola Criarte”.

03 de Outubro de 2014

13h – Credenciamento

13h30 – “Sustentabilidade no Âmbito Empresarial” Dra. Fernanda Del Guerra – ELO 3 Integração Empresarial

15h – Universidade Sustentável Dr. Eugênio Batista Leite – PUC Minas

18h – Encerramento.

MINI-CURSOS

Introdução a Bioespeleologia - 20 horas/aula Ministrante: Rafael Fonseca Ferreira

Fungos na área médica - 20 horas/aula Ministrante: Fabiana Rocha

Gestão de Unidades de Conservação - 20 horas/aula Ministrante: Ivan Campos

Montagem e importância dos aquários – 10 horas/aula Ministrante: Alan Martins Silveira

Introdução ao manejo integrado de pragas urbanas – 20 horas/aula Ministrante: Isabel Sanches

Introdução ao programa de Estatística R - 16 horas/aula Ministrante: Carlos Felippe

Principais impactos sobre a ictiofauna e perspectivas futuras – 20 horas/aula Ministrante: Gustavo Ribeiro Rosa

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Recuperação de matas ciliares – 12 horas/aula Ministrante: Felipe Cabral

Curso teórico/prático de cultivos de orquídeas - 16 horas/aula Ministrante: Joshua Oliveira Barroso

Genética da Conservação – 20 horas/aula Ministrante: Junior Damasceno de Souza e Naiara Guimarães Sales

Técnica de rastreamento para coleta de dados em campo – AVIFAUNA - 18 horas/aula Ministrante – Cláudia Aparecida Pimenta

Introdução à Entomologia e montagem de caixa entomológica – 16 horas/aula Ministrante – Fábio Tulio Pacelhe de Souza Filho

Alergia alimentar - 16 horas/aula Ministrante – Luisa Lemos dos Santos

Animais Peçonhentos - 12 horas/aula Ministrante – Aristóteles Kawa e Isadora Martins Viana

Ilustração Científica - 20 horas/aula Ministrante – Fabiana Rafael

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RESUMOS ENSINO

Projeto Praça Viva: Revitalização da Praça Carlos Marques, com a realização de

atividades de Educação Ambiental pelos alunos da Escola Estadual Bernardo Monteiro, em Belo Horizonte

Bárbara Luiza TEIXEIRA¹; Izabela Santos MENDES¹; Laís Carvalho GOMES¹; Mayara

Persilva ARAÚJO¹, Geraldo Tadeu Rezende Silveira2 Email: [email protected]

¹Curso de graduação do curso de Ciências Biológicas da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, 2Docente do curso de Ciências Biológicas da Pontifícia

Universidade Católica de Minas Gerais. Educação ambiental é um processo pelo qual o indivíduo junto à sociedade cria valores, conhecimentos e habilidades relacionadas a fatores sociais e ambientais. Projetos são realizados com o objetivo de conscientizar a sociedade em relação à utilização dos recursos oferecidos pela natureza. As áreas verdes, como as praças, são de grande importância para o meio urbano, por permitirem a melhoria das condições microclimáticas, protegerem o solo da impermeabilização e controlarem a poluição atmosférica. Entretanto, essas áreas estão sendo constantemente desvalorizadas pela falta de manutenção por órgãos públicos e pela comunidade que vive entorno dela. Nesse contexto, foi desenvolvido o projeto “Praça Viva”, que teve como tema principal a importância dessas áreas para o meio urbano. O projeto foi aplicado aos alunos da Escola Estadual Bernardo Monteiro, juntamente à Praça Carlos Marques, ambas localizadas no bairro Calafate, em Belo Horizonte. A realização do projeto abrangeu a aplicação de atividades visando englobar três metodologias de Educação Ambiental: sensibilização, conscientização e mobilização. As atividades foram planejadas a fim de suprir cada um desses setores e também as necessidades que a escola e seus alunos demonstraram em algumas observações feitas anteriormente. Sendo assim, foram propostas as seguintes atividades: “Avaliação Inicial”, “Ouvir a Praça”, “Praça Viva Online”, “Montagem de Maquete de uma Praça Ideal”, “Dinâmica da Teia”, “Confecção de Lixeiras”, “Exposição dos Produtos Finais” e “Avaliação Final”. Essas atividades foram desenvolvidas durante o primeiro semestre de 2014. Esperou-se que com a aplicação delas, os alunos se conscientizassem sobre a importância das áreas verdes para a região urbana e da importância pontual da Praça Carlos Marques para a escola e para toda a comunidade moradora do bairro. Com as atividades “Avaliação inicial”, “Ouvir a praça” e “Praça Viva Online” foi percebido de imediato a falta de conhecimento prévio sobre as principais questões que seriam realizadas em favor da praça. Com isso, decidiu-se realizar atividades para resolução dos problemas existentes na escola para que a conscientização se disseminasse para a praça, posteriormente. Os resultados foram bastante satisfatórios, visto que a grande maioria dos alunos demonstrou ter entendido e absorvido muito bem o que lhes foi passado, percebido através do processamento dos resultados das atividades, principalmente com a “Avaliação Final”. Com a aplicação deste projeto, evidenciou-se a necessidade e a eficácia de se trabalhar a educação ambiental em todos os segmentos e níveis da educação de maneira que seja desenvolvida com uma prática educativa integrada, contínua e permanente. Palavras-chave: áreas verdes, meio ambiente, Educação Ambiental. _____________________________________________________________________

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Identificação molecular de pescado utilizando a metodologia do DNA Barcoding e sua aplicação no ensino de genética

Núbia Cristina Ferreira GUIMARÃES¹, Adriana Heloisa PEREIRA¹; Paloma Freitas

ARAUJO1 e Daniel Cardoso CARVALHO² E-mail: [email protected]

¹Curso de graduação em Ciências Biológicas da Pontifícia Universidade Católica de

Minas Gerais; ²Programa de Pós Graduação em Zoologia de Vertebrados da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

O aumento no comércio e consumo internacional de peixes e frutos do mar em diferentes níveis de ofertas e demanda, têm levado a fraudes econômicas, com casos de substituições de pescado de determinadas espécies. No setor comercial, a aplicação da taxonomia molecular para autenticação de alimentos é destinada principalmente a proteger os consumidores contra a fraude. Na comercialização do pescado nem sempre é possível a caracterização morfológica do produto, onde na maior parte se apresentam congelados ou processados. A identificação de pescado utilizando métodos moleculares tem se tornado uma ferramenta importante para detecção de substituições ou fraudes intencionais, frequentemente encontradas na forma de substituições por produtos de maior disponibilidade e menor valor comercial. Com o objetivo desenvolver conhecimentos e aplicações práticas na disciplina de genética no curso de Ciências Biológicas da PUC Minas, os alunos elaboraram projetos de genética forense utilizando a metodologia do DNA Barcoding para identificação de pescado comercializado em Belo Horizonte e Região Metropolitana. Essa metodologia utiliza o gene mitocondrial (COI) como identificador genético universal para todas as espécies animais, similar a um código de barras. Sessenta amostras de peixes foram coletadas em diversos mercados, hipermercados e analisadas com sucesso pelos alunos da graduação, entre o 1° semestre de 2013 ao 1° semestre de 2014. Posteriormente, a extração do DNA foi realizada pela técnica de “Salting Out” para a amplificação do gene COI utilizando a reação em cadeia da polimerase (PCR). O sequenciamento de DNA foi executado pelo método de Sanger utilizando as instruções do fabricante Life Biotecnologia®. O software MEGA e as ferramentas de busca on-line no banco de dados BOLD e GenBank foram utilizados para a identificação taxonômica das espécies de peixes utilizando as sequencias de DNA obtidas. A correlação entre nome comum e nome científico das espécies de peixes foi obtida pelo banco de dados FishBase. Foram detectadas substituições em espécies amplamente comercializadas no estado de Minas Gerais, como por exemplo: Merluza substituída por Escamudo-do-Alasca (Theragra chalcogramma), Surubim por Jaú (Zungaro zungaro), Bacalhau substituído por Escamudo (Pollachius sp). E ainda, quando analisado espécies de peixes ornamentais, duas espécies diferentes, Dario rerio e Devario malabaricus, foram comercializadas como o mesmo nome comum Paulistinha. A utilização do DNA Barcode em metodologias de ensino foi eficaz na transposição didática do conteúdo teórico por apresentar uma aplicação forense da genética de interesse social. Palavras-chave: Substituição, COI, Ensino, Pescado, Barcode. _____________________________________________________________________

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Whiteboard animation: a redescoberta da aula virtual como ferramenta versátil no ensino de evolução

Sarah GARCEZ BIONDO¹; Fabiana RAFAEL¹; Camila MACIEL¹

Email: [email protected]

¹Curso graduação em Ciências Biológicas da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

O recurso didático apresentado neste trabalho é uma aula virtual baseada no conceito de whiteboard animation. De forma sucinta, é um software que permite a elaboração e desenvolvimento de animações em um quadro branco interativo. O resultado final em vídeo é uma ferramenta dinâmica e atrativa, que o aluno pode utilizar quando precisar, mesmo sem a presença do educador. A aplicação deste programa informático se estende desde vídeo-aulas de autoria do professor - para a fixação do conteúdo lecionado - até trabalhos escolares, onde o próprio aluno pode produzir uma animação sobre um determinado assunto. No estudo em caso, foi feita uma aula virtual em ensino de Evolução a partir da definição do conteúdo sobre Especiação, explicado através da transposição didática de um artigo da Science, Brain Evolution Triggers Increased Diversification of Electric Fishes. O vídeo, criado a partir do software de whiteboard animation VideoSbribe foi desenvolvido pelos alunos de Ciências Biológicas da PUC Minas do sétimo período de 2013 em resposta ao pedido de Trabalho Integrado entre as disciplinas de Anatomia Funcional dos Vertebrados e Biologia Evolutiva. A importância deste método educativo vem da necessidade de transmitir conhecimento de uma forma versátil e cientificamente coerente. A vantagem principal deste instrumento está na sua acessibilidade através dos recursos audiovisuais predominantes da atualidade: pela internet, em bibliotecas virtuais e dispositivas eletrônicas, como computadores, celulares e tablets. Portanto, podemos concluir que a tecnologia whiteboard animation é uma ferramenta capaz de transpor as barreiras físicas da sala de aula. Palavras chave: aula virtual, transposição didática, dispositivos eletrônicos, ensino.

RESUMOS PESQUISA

Avaliação da atividade larvicida do óleo essencial da Citronela (Cymbopogon winterianus) nas larvas do mosquito transmissor da Dengue (Aedes aegypti)

Renata Santos MAJELA¹, Joyce Dimas ROSA¹, Simone Cristina Alves de SOUZA²,

Alzira Batista CECILIO³ E-mail: [email protected]

¹Curso de Graduação em Ciências Biológicas, PUC Minas; ²Orientadora da

disciplina de Anatomia vegetal, PUC Minas; ³Orientadora da disciplina de Biologia molecular, PUC Minas.

A espécie Aedes aegypti é o vetor mais importante na transmissão da Dengue, esse mosquito adulto vive em média 30 dias, e o ovo pode resistir até 450 dias em ambientes secos. Com o acúmulo de água da chuva ocorre a eclosão do ovo, podendo atingir a fase adulta cerca de 2 ou 3 dias depois. A transmissão ocorre pela picada da fêmea do mosquito, que necessita de sangue humano para a maturação dos ovos. A prevenção contra a dengue depende da redução populacional do vetor no

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ambiente domiciliar e peridomiciliar, locais onde ocorre a transmissão. A eliminação dos recipientes que acumulam água e a utilização de inseticidas organofosforados são métodos utilizados para o controle populacional do mosquito, porém, as populações estão se tornando resistentes aos inseticidas. Uma alternativa tem sido as plantas medicinais, por exemplo, a citronela que produzem os óleos essenciais através do metabolismo secundário, que apresentam forte ação inseticida, larvicida e repelente. No sentido de contribuir com o combate das larvas do Aedes aegypti, no presente estudo extraiu-se o óleo essencial de citronela (Cymbopogon winterianus) onde foi testado o seu potencial larvicida. O óleo extraído das folhas da citronela é rico em aldeído citronelal (40%) e tem pequenas quantidades de geraniol e ésteres. O processo de extração do óleo essencial foi realizado pela técnica de “arraste a vapor d’água” utilizando-se um aparelho de Clevenger. O rendimento da extração do óleo da citronela foi baixo, cerca de 20 ml de água misturada com o óleo essencial. Foram colocadas 10 larvas do mosquito em um tubo em seguida, foi adicionado o óleo essencial misturado com a água até completar 10 ml no tubo e o mesmo foi tampado com gaze amarrada com um barbante. A primeira contagem ocorreu 24hs depois da realização do procedimento, onde foi observado a morte de todas as larvas. Mesmo com um baixo percentual de óleo essencial extraído, podemos observar que as larvas do Aedes aegypti morreram em menos de 24 horas. Logo podemos concluir que o óleo essencial de Citronela apresenta uma atividade larvicida no controle das larvas do mosquito transmissor da Dengue. Palavras chave: Citronela, Óleo essencial, Aedes aegypti, Dengue. _____________________________________________________________________ Quatro Espécies Novas de Goniopteris C. Presl (Thelypteridaceae – Polypodiopsida)

do Brasil

Carolina Jesus LEROY1, Alexandre SALINO2 Email: [email protected]

1Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais; 2Departamento de Botânica da

Universidade Federal de Minas Gerais. Goniopteris C. Presl é um gênero exclusivamente Neotropical formado por 115 – 120 espécies, sendo que as regiões ou países com o maior número de espécies incluem a América Central, Grandes Antilhas, Brasil, Equador, Colômbia e Peru. Em todas as filogenias moleculares de Thelypteridaceae, Goniopterisé recuperado como um grupo monofilético e diferencia-se facilmente dos demais gêneros da família pelos tricomas variavelmente ramificados ou estrelados presentes em várias partes do esporófito. No Brasil ocorrem pelo menos 36 espécies, das quais 10 ocorrem na Amazônia Brasileira e 26 nos domínios da Mata Atlântica e do Cerrado. No domínio da Mata Atlântica destacam-se duas regiões com alto endemismo: a Bacia do Rio Doce em Minas Gerais e Espírito Santo e a região Sul da Bahia. Em todo o Brasil, a grande maioria das espécies habita o interior de florestas estacionais e ombrófilas, do nível do mar até ca. 1.200 metros de altitude, raramente acima desta cota. Como resultados parciais de uma revisão taxonômica das espécies ocorrentes no Brasil são reconhecidas quatro espécies novas. O estudo taxonômico foi feito com base no exame dos caracteres morfológicos de amostras coletadas pelos autores, observações de populações no ambiente natural e em espécimes de herbários nacionais e estrangeiros. As quarto espécies novas são endêmicas da Floresta Atlântica, sendo que uma é endêmica da Bacia do Rio Doce em Minas Gerais, uma endêmica da região sul da Bahia, uma foi encontrada apenas nas florestas do Norte do Espírito Santo e Sul da Bahia, e uma nas regiões montanhosas do Espírito Santo e Rio de Janeiro. Neste trabalho serão

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apresentadas as descrições, as ilustrações, os comentários comparando com as espécies mais semelhantes e dados da distribuição geográfica e dos ambientes de ocorrência das espécies, bem como fotos das mesmas no ambiente natural Palavras-chave: Samambaias, Floresta Atlântica, Sudeste do Brasil, Bahia. Apoio: CNPQ, CAPES, FAPEMIG. _____________________________________________________________________

Fenologia de três espécies nativas existentes na Fundação Zoo-Botânica de Belo

Horizonte, Minas Gerais

Tiago Vilas Boas da SILVA1, Maria Guadalupe Carvalho FERNANDES1 Email: [email protected]

¹Jardim Botânico da Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte.

A Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte (FZB-BH) é a terceira maior área verde da capital com 144 hectares, sendo que 60 hectares são representados por vegetação remanescente de Cerrado e Floresta Estacional Semidecidual. O Jardim Botânico da FZB-BH, através de suas pesquisas, cumpre um importante papel na conservação deste fragmento de vegetação nativa cercada por intensa pressão antrópica. Resultados de levantamentos florísticos e fitossociológicos demonstraram a necessidade de conhecer melhor os processos ecológicos da área, principalmente a distribuição e disponibilidade dos recursos ao longo das estações do ano. Neste sentido, a Fenologia é reconhecida como uma linha de pesquisa ecológica que estuda os fenômenos repetitivos dos vegetais associando-os às condições bióticas e abióticas. Por ser considerada uma ferramenta importante para o entendimento ecológico do ecossistema, torna-se fundamental na definição de projetos de conservação, manejo de sistemas naturais e políticas relacionadas. A proposta deste trabalho é conhecer e registrar os padrões fenológicos das espécies Ouratea castaneifolia (DC.) Engl., Vochysia tucanorum Mart. e Cordiera sessilis (Vell.) Kuntze. Os resultados desta pesquisa poderão fornecer informações básicas para o armazenamento de sementes e cultivo destas espécies, além de material para o desenvolvimento de atividades educativas e de divulgação da flora nativa. As espécies foram selecionadas segundo os seguintes critérios para uso na arborização urbana: rusticidade, porte, velocidade de crescimento, deciduidade foliar e utilidade à fauna. Vinte indivíduos de cada espécie foram identificados e marcados com fita plástica em diferentes habitats da mata. Quinzenalmente observam-se e anotam-se as fenofases de cada indivíduo. A documentação fotográfica está sendo feita para produzir um calendário fenológico ao final do trabalho. Mensalmente coletam-se os dados meteorológicos (segundo Instituto Nacional de Meteorologia – INMET) para a correlação das condições de temperatura e pluviosidade com as fenofases. Entre maio e julho, Ouratea castaneifolia e Vochysia tucanorum apresentaram fenofases reprodutivas e vegetativas ativas. Cordiera sessilis apresentou-se ativa somente vegetativamente, com apenas um indivíduo tendo fenofase reprodutiva observada. As temperaturas médias foram: máxima de 24,8°C e mínima de 15,4°C, com volume de chuva acumulado nos três meses de 81,7 mm. Espera-se, ao final desta pesquisa, contribuir para um melhor conhecimento do ciclo fenológico das espécies estudadas apresentando dados de importância para os aspectos ecológicos da reserva e para o cultivo e armazenamento de sementes das mesmas. Através do calendário fenológico espera-se contribuir para ações de divulgação e valorização da flora nativa.

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Palavras-chave: padrões fenológicos, Ouratea castaneifolia, Vochysia tucanorum, Cordiera sessilis. _____________________________________________________________________

Detecção de espécies de pescado que compõem o Kani-kama: DNA Barcoding

Maria Letícia de Albernaz BOTINHA¹, Mariana Valentina WARDIL¹, Marianna Silva BASTOS¹, Thaís Laura Soares VERÇOSA¹, Renan Henriques Lage DUARTE¹

Email: [email protected]

¹Curso de graduação dePontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

DNA Barcoding é uma técnica que sequencia segmentos de genes e compara os resultados com outras sequências disponíveis em bancos de dados. Para isso, utiliza-se o gene presente em vários metazoários, conhecido como Cytochrome oxidase subunit I. O uso de DNA Barcoding é útil para resolver dúvidas taxonômicas e altamente eficaz quando aplicado a peixes e frutos do mar, sendo recomendado pela US Food and Drug Administration como técnica de autentificação de produtos à base de peixe. Um dos alimentos processados à base de peixe mais consumidos no mundo é o Kani-kama, produto feito com Surimi, uma pasta feita com carne processada de peixes de baixo valor comercial, altamente utilizada em produtos que imitam frutos-do-mar. Algumas das espécies utilizadas são Polaca-do-alasca (Theragra chalcogramma), Merluza-de-três-aletas (Micromesistius australis), e, no Brasil, as espécies Maria-luisa (Paralonchurus brasiliensis) e Tilápia-do-nilo (Oreochromis niloticus). O presente estudo teve como objetivo utilizar a técnica de DNA Barcoding para identificar as espécies de peixes que compõem as amostras de Kani-kama coletadas pelo grupo e comparar os resultados obtidos com aqueles apresentados nas referências bibliográficas utilizadas. As cinco amostras coletadas tiveram o DNA extraído através de Salting Out e passaram por eletroforese; houve uma amplificação de DNA por PCR e uma nova eletroforese para confirmação da presença do DNA. Apenas uma amostra apresentou resultado positivo na técnica de eletroforese, sendo submetida ao sequenciamento. A amostra gerou uma sequência de 644 bp, que foi alinhada às sequências de Theragra chalcogramma (locus DQ385443), Micromesistius australis (locus HQ882700), Paralonchurus brasiliensis (locus JX124857) e Oreochromis niloticus (locus KC789552). Foi utilizado o software MEGA v. 6.06 para o alinhamento das sequências e construção da árvore filogenética das espécies. Dada a proximidade da sequência de interesse e a sequência de Micromesistius australis (locus HQ882700), foi utilizado o BLAST (Basic Local Alignment Search Tool) para encontrar uma sequência similar. A sequência de maior proximidade foi Micromesistius australis (locus EU074479), com similaridade de 99%. Através de DNA Barcoding foi possível identificar na amostra analisada a espécie Micromesistius australis, conhecida como Merluza-de-três-aletas, uma das espécies esperadas de acordo com a revisão literária.

Palavras-chave: DNA Barcoding, Kani-kama, identificação de espécies.

_____________________________________________________________________

O uso de análise Genética do Peixe Surubim para identificação de fraude na sua comercialização.

Joyce Dimas ROSA¹, Renata Santos MAJELA¹, Daniel Cardoso CARVALHO²

E-mail: [email protected]

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¹Curso de Graduação em Ciências Biológicas, PUC Minas.; ²Programa de Pós-Graduação em Zoologia de Vertebrados, PUC Minas.

A espécie de peixe conhecida popularmente como Surubim pertence ao gênero Pseudoplatystoma é um dos maiores peixes de água doce, alcançando até 3 metros de comprimento e possui grande importância comercial. A identificação de espécies por meio do Código de Barras do DNA (DNA Barcode, CBD) é uma ferramenta que tem sido utilizada nos últimos anos como apoio para estudos de taxonomia tradicional, especialmente na detecção de espécies. Cinco amostras de tecido de filés comercializados como Surubim foram coletadas em diferentes comércios em Belo Horizonte. O DNA foi extraído utilizando o método “DNA extraction by Salting out” para posterior amplificação do gene mitocondrial COI. Sequenciamento de DNA foi realizado pelo método de Sanger no Laboratório de Genética da Escola de Veterinária da UFMG. Os dados foram analisados no software MEGA. Os resultados da análise das sequências amostradas apresentam similaridade com quatro espécies encontradas no BLAST (Brachyplatystoma rousseauxii, Arius manillensis, Zungaro jahu, Brachyplatystoma rousseauxii). As sequências amostradas foram apresentadas através da árvore filogenética utilizando o método Neiglibor-Joining realizado no programa Mega. Ao analisar as amostras, percebemos que ocorreu uma fraude em quatro estabelecimentos comerciais da região metropolitana de Belo Horizonte. O surubim é um peixe de alto valor comercial e nos quatro estabelecimentos é vendido outra espécie ou gênero de peixe no qual compramos a preço de surubim. É necessário haver uma maior fiscalização no comércio de peixe, uma vez que seu consumo vem aumentando anualmente devido a campanhas que incentivam a população a consumir peixes, de modo que a mesma não seja lesada e enganada. Palavras chave: Surubim, Análise Filogenética, Software, DNA. _____________________________________________________________________ Identificação molecular dos peixes da Bacia do rio Mucuri utilizando a metodologia do

DNA Barcoding

Laís Carvalho GOMES1, 2, Paulo dos Santos POMPEU3, Naiara Guimarães SALES2, Daniel Cardoso de CARVALHO2

Email: [email protected]

¹Graduando do curso de Ciências Biológicas da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, 2 Programa de Pós-graduação em Zoologia de Vertebrados da PUC Minas,3 Universidade Federal de Lavras, Programa de Pós graduação em Ecologia

Aplicada, Laboratório de Ecologia de Peixes, Lavras, Minas Gerais. A região neotropical possui a maior diversidade de peixes de água doce, sendo considerada complexa devido aos diferentes biomas que a constituem e sua formação geomorfológica. Embora vários trabalhos tenham sido realizados nos últimos anos, o conhecimento sobre a ictiofauna neotropical ainda apresenta lacunas, dificultando ações conservacionistas. A bacia do rio Mucuri é parte do conjunto de bacias independentes que drenam a região leste do Brasil, e possui aproximadamente 61 espécies de peixes, das quais sete são consideradas exóticas e uma ameaçada de extinção (Brycon vermelha). A ictiofauna e a atividade pesqueira no rio Mucuri vêm sendo afetadas devido à modificações antrópicas intensas ocorridas na região. Além da pesca, considerada um dos fatores de impacto, a construção de represas, o desmatamento e o despejo de esgotos constituem as principais ameaças ás espécies de peixes desta bacia, fazendo-se necessário maior conhecimento da ictiofauna local visando a mitigação destes impactos e a conservação das populações de peixes. A

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metodologia denominada “DNA Barcoding" utiliza um fragmento de 650 pb do gene mitocondrial COI (Citocromo Oxidase I) para identificar espécies de forma rápida e precisa. Entretanto, é necessária a construção de um banco de dados referência, com dados morfológicos correlacionados aos dados genéticos (Barcodes). Neste contexto, o presente estudo teve como objetivo desenvolver o banco de dados referência de DNA Barcodes para as espécies de peixes do Rio Mucurí. Foram obtidas e analisadas 105 sequências do gene COI de 31 espécies pertencentes a 26 gêneros, 14 famílias e 4 ordens: Siluriformes (46%), Characiformes (35%), Perciformes (15%) e Cyprinodontiformes (4%). A distância K2P média encontrada entre espécies, gêneros e famílias foi de 0,29%, 7,83% e 18,43%, respectivamente. Com exceção de Brycon vermelha e Brycon ferox, todas as espécies apresentaram divergência interespecífica maior do que 2%. A identificação molecular das espécies de peixe do Rio Mucuri utilizando a metodologia do DNA Barcoding será utilizada na descrição de novas espécies e na identificação de espécies crípticas, contribuindo para melhor conhecimento acerca da biodiversidade desta bacia. Palavras-chave: Identificação molecular, COI, Ictiofauna. _____________________________________________________________________

Influência da Usina Hidroelétrica de Três Marias sobre a diversidade genética e estrutura populacional de Lophiosilurus alexandri (Steindachner, 1876), uma espécie

de peixe endêmica da Bacia do Rio São Francisco

Izabela Santos MENDES¹,²; José Cláudio Epaminondas dos SANTOS, Ronald Kennedy LUZ3; Daniel Cardoso de CARVALHO¹.

E-mail: [email protected] ¹Programa de Pós-Graduação em Zoologia de Vertebrados da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais; ² Curso de Ciências Biológicas da Pontifícia Universidade

Católica de Minas Gerais; 3Escola de Veterinária, Departamento de Zootecnia, Laboratório de Aquacultura, UFMG; Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e

Aquicultura de Três Marias – Codevasf. A grande demanda energética exigida pelo crescente avanço econômico do Brasil tem impulsionado a criação de usinas hidrelétricas. Essas usinas são a principal fonte de energia que abastece o país. Entretanto, os impactos ambientais causados por suas recorrentes implementações se sobrepõem sobre as vantagens desse tipo de geração energética. A construção de barragens acarreta uma série de problemas ambientais que podem atingir o âmbito social e econômico. Um dos principais problemas relatado é o impacto em algumas espécies de peixes, que pode estar relacionada à alteração do habitat e a fragmentação de populações. O pacamã, Lophiosilurus alexandri (Steindachner, 1876), é uma espécie de peixe piscívoro, de água doce e endêmica do Rio São Francisco. Pertence à família Pseudopimelodidae, que habita preferencialmente ambientes lênticos, é considerada sedentária e de importância econômica para a pesca esportiva e aquicultura. Entretanto, populações naturais entraram em declínio nas últimas décadas devido à degradação ambiental e sobrepesca, o que levou sua inclusão na lista de espécies ameaçadas da Bacia do Rio São Francisco. Nesse contexto, esse estudo teve por objetivo identificar padrões de variabilidade e estruturação genética para populações de pacamã na área de influência da barragem de Três Marias, construída no médio São Francisco, na década de 60. Foram analisadas sequências de DNA, com média de 570pb, provenientes da região hipervariável do mtDNA (D-loop) para 22 espécimes coletados à montante (n=12) e à jusante (n=10) da barragem. Estimativas de variabilidade genética conduzidas no software DNASP mostraram resultados distintos entre as populações à

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montante e à jusante. Os resultados mostraram uma maior diversidade haplotípica (Hd) e diversidade nucleotídica (Pi) na população à montante (Hd=0,98485, Pi=0,01258) se comparado à população abaixo da barragem (Hd=0.91111, Pi=0,00884). Análises de divergência genética (Fst) demonstraram baixa estruturação genética (Fst=-0,00085) entre as populações. A elevada variabilidade genética observada para a região D-loop do DNA mitocondrial e a baixa estruturação populacional indicam que as populações ainda retêm elevado potencial evolutivo e que a barragem não exerceu influência na estrutura populacional do pacamã. Os resultados obtidos irão auxiliar o manejo e conservação dessa espécie e o monitoramento de repovoamentos realizados por empresas do setor energético. Palavras-chave: ecologia molecular, Rio São Francisco, peixes, barramentos, impactos ambientais. _____________________________________________________________________

Dinâmica da ovogênese da piaba verde Bryconops affinis (Günther, 1864)

(Teleostei: Characiformes)

Beatriz Rodrigues MAIA.1,2; Marcella Lourenço dos SANTOS.2; Lourenço Almeida SAVASSI.2; Fábio Pereira ARANTES.2. José Enemir dos SANTOS.1,2

Email: [email protected]

1Programa de Educação Tutorial – PET Biologia PUC Minas 2Programa de Pós Graduação em Zoologia de Vertebrados da PUC Minas

A piaba-verde, um teleósteo neotropical, pertencente à ordem Characiformes e à família Iguanodectidae, apresenta fertilização externa e importância ecológica pela posição basal na cadeia alimentar. Coletou-se, bimestralmente, na bacia do rio São Francisco (18° 02’ S, 45° 11’W), 21 exemplares fêmeas de Bryconops affinis entre outubro/2013 a agosto/2014, utilizando-se redes de emalhar com tamanhos de malhas de 2 a 6 cm medidos entre nós opostos. Fragmentos de ovários foram fixados em líquido de Bouin por 8 horas e submetidos a técnicas histológicas de rotina. Para determinar o diâmetro celular (Ø) foram utilizados 100 ovócitos em cada fase de desenvolvimento, sendo as medidas realizadas com auxilio do programa Motic Images Plus 2.0. Também, nos ovócitos vitelogênicos mediram a espessura da zona pelúcida, altura das células foliculares e o diâmetro dos grânulos de vitelo e das vesículas corticais. Quatro fases do desenvolvimento ovocitário foram caracterizadas baseando-se em alterações do ooplasma, do núcleo e envoltório celular: ovócito perinucleolar inicial (Ø=100,23 ± 21,62 µm) apresentando ooplasma fortemente basófilo, núcleo central com vários nucléolos e células foliculares pavimentosas; ovócito perinucleolar avançado (Ø=227,83 ± 49,72 µm) possuindo ooplasma basófilo, finamente granular, núcleo vitelínico evidente, núcleo central com nucléolos aderidos ao envoltório nuclear e células foliculares pavimentosas; ovócito pré vitelogênico (Ø=320,11 ± 62,24 µm) apresentando vesículas corticais dispersas no ooplasma, núcleo central e os nucléos aderidos ao envoltório nuclear, zona pelúcida delgada e acidófila com aparelho micropilar evidente e com células foliculares cúbicas; ovócito vitelogênico (Ø= 606,57 ± 87,64 µm) com ooplasma repleto de glóbulos de vitelo acidófilos (Ø= 11,94 ± 1,93 µm), vesículas corticais periféricas (Ø= 10,82 ± 1,98 µm) núcleo central ou excêntrico (quando próximo do momento da desova), zona pelúcida delgada (10,98 ± 2,60 µm) e acidófila, células foliculares prismáticas (29,84 ± 7,18 µm de altura). Os dados deste estudo ampliam o conhecimento da biologia reprodutiva desta espécie, fornecendo informações sobre a dinâmica do desenvolvimento ovocitário e caracteres que podem ser aplicados na taxonomia deste grupo que é pouco estudado.

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Palavras chaves: Pisces , Iguanodectidae, Ovócito, Bryconops affinis. Apoio: FAPEMIG, FIP PUC Minas. _____________________________________________________________________ Análise temporal da abundancia do ictioplâncton na área a montante da usina de Salto

do Paraopeba do rio Paraopeba, Congonhas - MG E-mail: [email protected]

Guilherme Moreira SANTOS¹*; Ricardo Becker ARAUJO¹; Iago de Souza PENIDO¹;

Francinne Stefanne de OLIVEIRA¹; Ítalo Domingues SANTOS¹; Gilmar Bastos SANTOS¹.

Estudos relacionados a ovos e larvas de peixes são de grande importância ecológica para a conservação deste grupo. Entretanto, estudos de ictioplâncton no Brasil ainda apresentam certa precariedade, com poucos trabalhos sendo desenvolvidos. O presente trabalho teve como objetivo analisar a variação da abundancia de desova de peixes ao longo de ciclos nictemerais no período onde ocorre a desova de espécies migradoras. O estudo foi realizado no rio Paraopeba, entre novembro de 2013 a fevereiro 2014, cuja nascente está localizada no município de Cristiano Otoni e a foz no reservatório de Três Marias. Sua extensão é de 510 km e sua bacia de drenagem cobre 13 643 km² e 35 municípios. Foram selecionados 2 pontos a montante da usina de Salto do Paraopeba. As coletas foram realizadas no período diurno e noturno, sendo feito um ponto por dia. As amostragens diurnas ocorreram entre 06h00min e 09h00min e as noturnas no período de 18h00min às 21h00min. Foi utilizada uma rede cônica-cilíndrica de 500um, 1,45 m de extensão e 38 cm de diâmetro de abertura. Uma corda de 15 metros, com um fluxômetro foi presa à abertura da rede. A rede ficou submersa por 10 min em local de água corrente, sendo obtidas 3 amostras por ponto e turno, a cada campanha, totalizando 6 amostragens por ponto. O material coletado foi fixado em formalina 4% e armazenado em potes de 500ml. Foram capturados 336 ovos e 4 larvas no período amostrado. Apenas duas larvas foram coletadas no período noturno. Houve apenas 1 grande pico de desova, de 326 ovos, na campanha da segunda quinzena de dez/2013. Nas demais campanhas não foram encontrados valores de ovos e larvas acima de 10 indivíduos por amostra. Os resultados obtidos sugerem que a captura do ictioplâncton é mais eficaz nas coletas matutinas, que os picos significativos de desova ocorrem esporadicamente na época de reprodução e que a área amostrada provavelmente é utilizada como local de desova para os peixes.

Palavra chave: Ciclo nictemeral, ovos e larvas.

Microbiota fúngica em três regiões corporais de Tropidurus torquatus (Wied, 1820) em

uma área urbana de Minas Gerais

Amadeus Václav Bicalho Horta PORTELA¹’², Ítalo Moreira MARTINS¹’², Lucas Guilherme ALVES¹’², Ludmilla Ulhôa dos SANTOS¹’²,Hanna Thays Soares

RODRIGUES¹’², José Horácio REIS² Email: [email protected]

¹ Programa de Educação Tutorial – PET Biologia PUC Minas; ² Pontifícia Universidade

Católica de Minas Gerais.

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Doenças fúngicas têm sido descritas nas ordens da classe Reptilia, sendo Rhyncocephalia a única exceção. Seres humanos podem ser infectados por micro-organismos oriundos dos répteis através do contato direto ou indireto. O presente estudo tem como objetivo analisar a ocorrência de fungos associados à derme e à mucosa oral em Tropidurus torquatus, bem como verificar se há diferença de diversidade nas regiões corporais inspecionadas. O trabalho foi desenvolvido no campus da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerias. Foi utilizada a técnica de swab nas seguintes regiões: cavidade oral, ventre e cloaca, de três indivíduos de T. torquatus devidamente contidos pelo método de laço. Para isso, utilizou-se swabs estéreis com hastes flexíveis e com ponta de algodão hidrofílico, cada indivíduo foi marcado utilizando-se tinta solúvel em água. Os swabs foram inseridos em solução salina para transporte até o Laboratório de Microbiologia. Nesse, tais amostras foram semeadas na capela de fluxo laminar em placas de Petri contendo meios de cultura de Ágar Sabouraud Destrose Cloranfenicol para verificar a presença de fungos filamentosos e Ágar Micosel para fungos dermatófitos dos gêneros Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton para cada região corporal. Acompanhou-se o crescimento das colônias a cada três dias, em um período de 30 dias de incubação, à 25,2ºC. Foram contabilizados colônias e gêneros distinguíveis através do método de observação macroscópica. Nos indivíduos amostrados constatou-se a presença de fungos filamentosos e ausência de dermatófitos nas três regiões. Além disso, houve crescimento de colônias Leveduriformes em ambos meios de cultura. Quanto à diversidade observou-se cinco morfoespécies na região bucal, três no ventre e cinco na cloaca. A maior quantidade de fungos associados à cavidade oral pode ser explicada pelo comportamento apresentado pela espécie trabalhada conhecido como Tongue Flick. Tal comportamento é definido como a obtenção de informações químicas do meio externo, através do contato entre a língua e o substrato e o retorno da mesma até a cavidade oral, onde várias espécies fúngicas podem ser carregadas. Além disso, a dieta de T. torquatus composta por artrópodes que possivelmente carregam fungos em seu corpo é outro fator que contribui para a considerável associação fúngica na região. Estudos futuros são necessários para melhor caracterização da microbiota fúngica encontrada. Faz-se necessária também uma análise para determinar a relação ecológica existente entre T. torquatus e esses microrganismos. Palavras-chave: Swab, fungos, colônias, microrganismos, lagartos. _____________________________________________________________________ Reprodução do piau-gordura Leporinus piau ( Fowler, 1941), (Pisces: Anostomidade)

na represa de Três Marias, Minas Gerais

Aline Virtude do NASCIMENTO¹; Lucas de Esquivel Dias BRANDÃO¹; André Lincoln Barroso de MAGALHÃES¹; Kleber Biana SANTIAGO²; Nilo BAZZOLI¹

E.mail: [email protected]

¹Programa de Pós-Graduação em Zoologia de Vertebrados da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, ²Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de

Três Marias- CODEVASF. Leporinus piau é um peixe da ordem Characiformes, pertencente à família Anostomidae, na qual incluem-se cerca de 10 gêneros e 140 espécies restritas à América do Sul. O piau-gordura é importante na pesca comercial e esportiva. Este estudo tem como objetivo analisar a reprodução de L. piau na represa de Três Marias (18-20ºS, 44-46ºW), e para tal, foram coletados bimestralmente, 708 exemplares

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sendo 369 fêmeas e 339 machos, no período de maio a abril 2012/2013. Os peixes foram coletados com auxílio de redes de emalhar e de cada exemplar obtiveram-se comprimento total (CT), peso corporal (PC) e peso gonadal (PG). Os dados biométricos obtidos foram utilizados para calcular o índice gonadossomático (IGS). Para determinar microscopicamente os estádios de maturação gonadal, fragmentos de gônadas foram incluídos em líquido de Bouin por 8 a 12 horas e submetidos às técnicas histológicas de rotina: inclusão em parafina, microtomia com 5 µm de espessura e coloração com hematoxilina-eosina. Baseando-se em características macro, microscópica de gônadas e nas variações do IGS, determiaram-se quatro estádios de maturação gonadal para fêmeas e machos: 1= repouso, 2= maturação inicial, 3= maturação avançada/maduro e 4= desovado para fêmeas e espermiado para machos. Os valores médios de CT e PC de fêmeas foram maiores que os dos machos indicando dimorfismo sexual para a espécie. Peixes em atividade reprodutiva, estádios 2, 3 e 4, foram coletados durante todo o período de amostragem com maior frequência nos bimestres novembro/dezembro e janeiro/fevereiro quando o IGS apresentou-se mais alto, coincidindo com o período de maiores valores de temperatura da água, pluviosidade e fotoperíodo na região de Três Marias. Palavras-chave: desova, espermiação, índice gonadossomático, dimorfismo sexual. Apoio; CODEVASF, CNPq, FAPEMIG. _____________________________________________________________________ Reprodução do piau-verdadeiro, Leporinus obtusidens (Valenciennes, 1836) (Pisces:

Anostomidae) na represa de Três Marias, rio São Francisco, Minas Gerais

Lívio Giorgio Lenti de CAMPOS FILHO¹; Fábio Pereira ARANTES¹; Kleber Biana SANTIAGO² ; Nilo BAZZOLI¹

E.mail: [email protected] ,¹Programa de Pós-Graduação em Zoologia de Vertebrados da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerias.2 Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de

Três Marias, CODEVASF, MG.

A barragem de Três Marias, quando atinge a sua cota máxima, possui uma área de inundação de 1.050 km² e volume da ordem de 21 bilhões de m³. Ela foi construída visando a regularização do rio São Francisco, controle de cheias, obras de irrigação e produção de energia, dentre outros objetivos. O piau-verdadeiro, Leporinus obtusidens, ordem Characiformes, família Anostomidae, tem ampla distribuição na América do Sul ocorrendo nas bacias dos rios São Francisco, Paraná, e La Plata. Na bacia do rio São Francisco ocorrem três gêneros de Anostomidae: Leporellus, Leporinus e Schizodon. O piau-verdadeiro é de interesse comercial, podendo atingir 7,5 kg de peso corporal. Para analisar a reprodução de L. obtusidens na represa de Três Marias (18-20ºS, 44-46ºW) foram coletados 247 exemplares sendo 177 machos e 70 fêmeas, no período de maio a abril 2012/2013. Os peixes foram coletados com auxílio de redes de emalhar e de cada exemplar obtiveram-se comprimento total (CT), peso corporal (PC) e peso gonadal (PG). Os dados biométricos obtidos foram utilizados para calcular o índice gonadossomático (IGS). Para determinar microscopicamente os estádios de maturação gonadal, fragmentos de gônadas foram incluídos em liquido de Bouin por 8 a 12 horas e submetidos a técnicas histológicas de rotina. O CT de fêmeas variou de 19,0 a 59,0 cm e o de machos de 15,5 a 57,0 cm, indicando dimorfismo sexual para a espécie. Baseando-se em características macro e

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microscópicas dos ovários e testículos, estabeleceram-se os seguintes estádios de maturação gonadal: 1 = repouso, 2 = maturação/maduro 3 = desovado para fêmeas e espermiado para machos. Os maiores valores médios de IGS de fêmeas e machos foram registrados no bimestre janeiro/fevereiro, coincidindo o com o período de altos valores de temperatura, pluviosidade e fotoperíodo na região. Considerando que o piau-verdadeiro é espécie de desova total, reproduzindo-se somente em ambientes lóticos, a ocorrência na represa de exemplares no estádio 3 é indicativa que o piau-verdadeiro pode estar desovando e espermiando em tributários que desaguam na represa de Três Marias. Palavras-chave: maturação gonadal, desova, espermiação, índice gonadossomático. Apoio: CNPq, CODEVASF, FAPEMIG. _____________________________________________________________________

Reprodução do pacu-CD Metynnis maculatus (Kner, 1858), (Pisces: Serrasalminae): uma espécie não nativa da bacia do rio São Francisco

Luísa Amaral GODOY¹, André Lincoln Barroso de MAGALHÃES¹, Lucas MARCON¹,

Kleber Biana SANTIAGO², Nilo BAZZOLI¹ E.mail: [email protected]

¹Programa de Pós-Graduação em Zoologia de Vertebrados da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais; ²Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de

Três Marias, CODEVASF, MG. A introdução de espécies não nativas é a segunda causa do desaparecimento de espécies nativas no mundo, perdendo apenas para a destruição de habitats. Depois dos Estados Unidos, o Brasil é o país com maior número de peixes não nativos. Dentre esses o Metynnis maculatus, espécie de distribuição restrita nas regiões da Amazônia e do rio Paraguai e não nativa da bacia do rio São Francisco. São peixes herbívoros, chegam a medir 18 cm de comprimento total, possuem corpo arredondado em formato de disco. Para estudar o seu ciclo reprodutivo capturaram 288 exemplares (136 machos e 152 fêmeas) na represa de Três Marias (18-20ºS, 44-46ºW), bimestralmente, no período de maio a abril de 2012/2013. Os peixes foram capturados com redes de emalhar de tamanhos variados de malhas. De cada exemplar obtiveram comprimento total (CT), peso corporal (PC) e peso das gônadas (PG). Os dados biométricos obtidos foram utilizados para calcular o índice gonadossomático (IGS = PG x 100/PC). Para confirmar os estádios de maturação gonadal (EMG) determinados microscopicamente, fragmentos de gônadas foram fixados em líquido de Bouin por 18 a 24 horas e submetidos a técnicas histológicas de rotina: inclusão em parafina, microtomia com 3-5 µm de espessura e coloração com hematoxilina-eosina. As fêmeas apresentaram maiores valores médios de CT e PC em relação aos machos, indicando dimorfismo sexual. Baseando-se nas características macro e microscópicas de gônadas e nas variações do IGS estabeleceram-se três EMG para machos e fêmeas: 1- repouso, 2- maturação/maduro, 3- desovado para fêmeas e espermiado para machos. Peixes em atividade reprodutiva ocorreram durante todo o período de amostragem indicando que a espécie reproduz-se o ano inteiro e apresenta desova parcelada. O IGS de fêmeas e machos por bimestre apresentou valores mais altos em novembro/dezembro e janeiro/ fevereiro. Os resultados do presente trabalho mostram que a espécie está bem estabelecida na represa. Torna-se necessário a conscientização da população em relação à introdução de espécies não nativas que constitui crime ambiental bem como, recomenda-se a

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implementação da pesca seletiva do M. maculatus para evitar a sua proliferação na represa de Três Marias. Palavras-chave: maturação gonadal, desova, índice gonadossomático, crime ambiental. Apoio: FAPEMIG, CNPq, CODEVASF. _____________________________________________________________________

Foliculogênese no peixe-cachorro Acestrorhynchus britskii Menezes, 1969 (Pisces: Acestrorhynchinae) da represa de Três Marias, rio São Francisco, Minas Gerais

Arthur Palhares LEITE¹; Lucas MARCON¹; Kleber Biana SANTIAGO², Nilo BAZZOLI¹.

Email: [email protected]

¹Programa de Pós- Graduação em Zoologia de Vertebrados da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, ²Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e

Aquicultura de Três Marias, CODEVASF, MG.

O piau Leporinus steindachneri, pertence à ordem Characiformes, família Anostomidae, sendo espécie de interesse comercial na Bacia do Rio Jequitinhonha, Minas Gerais. Com o objetivo de estudar a foliculogênese do piau, 30 fêmeas com ovários nos diferentes estádios de maturação gonadal foram capturadas no Rio Jequitinhonha (15º 30’ e 18º 15’ S, 38º 30’ e 44º 00’ W), no período de outubro de 2012 a janeiro de 2013. Os peixes foram capturados com redes de emalhar com diferentes tamanhos de malhas. Fragmentos de ovários foram fixados em líquido de Bouin e submetidos às técnicas histológicas de rotina: inclusão em parafina, microtomia de 3 a 5 µm de espessura e coloração com hemtoxilina-eosina (HE) e técnicas histoquímicas clássicas para detecção de carboidratos: periodic-acid-Schiff (PAS) e Alcian-blue (AB) pH 2,5 e 0,5. A foliculogênese iniciou-se com a proliferação de ovogônias originando folículos: perinucleolar inicial com citoplasma basófilo, núcleo central, vesiculoso com nucléolos periféricos; perinucleolar avançado com citoplasma granular, basófilo, com núcleo vitelínico disperso em fragmentos no ooplasma, núcleo vesiculoso com nucléolos acolados ao envoltório nucleolar, células foliculares pavimentosas, zona pelúcida delgada; pré-vitelogênico com citoplasma contendo alvéolos corticais constituído de várias camadas de vesículas grandes, núcleo central, células foliculares pavimentosas, zona pelúcida delgada; e vitelogênicos com citoplasma repleto de glóbulos de vitelo acidófilos, células foliculares pavimentosas e zona pelúcida espessa. Em alguns fragmentos de ovários foram observados folículos atresicos caracterizados pela liquefação do vitelo, fragmentação da zona pelúcida, hipertrofia das células foliculares. Os glóbulos de vitelo, zona pelúcida e células foliculares apresentaram reação positiva à técnica do PAS, indicando a presença de glicoproteínas neutras. Nos alvéolos corticais foram detectados gliconconjugados ácidos carboxilados devido á reação positiva à técnica do AB pH 2,5. Pelo fato de não existirem estudos pormenorizados sobre reprodução de L. steindachneri, os resultados do presente trabalho fornecem subsídios básicos para a compreensão da biologia reprodutiva desta espécie endêmica na Bacia do Rio Jequitinhonha. Palavras-chave: zona pelúcida; alvéolos corticais, glóbulos de vitelo, células foliculares. Apoio: CNPq, FAPEMIG, CODEVASF.

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_____________________________________________________________________ Análise comparativa da atividade reprodutiva de Curimatella lepidura (Eigenmann & Eigenmann, 1889) (Pisces:Curimatidae) em três trechos da bacia do rio São Francisco

Bárbara Martins Guedes GALVÃO1, Fábio Pereira ARANTES1, Kleber Biana

SANTIAGO2, Nilo BAZZOLI1 E.mail: [email protected]

1Programa de Pós-Graduação em Zoologia de Vertebrados da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, 2 Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de

Três Marias, CODEVASF, MG. Curimatella lepidura, popularmente conhecida como manjuba e endêmica da bacia do rio São Francisco, pertence à família Curimatidae na qual se incluem peixes de pequeno porte. A espécie geralmente ocupa ambientes lênticos e possui importância ecológica nas comunidades de peixes neotropicais. Para analisar a reprodução de C. lepidura em três trechos da bacia do rio São Francisco: trecho 1 = represa de Três Marias (18-20ºS, 44-46ºW), trecho 2 = rio São Francisco logo a jusante da barragem de Três Marias (18º07'59"S, 45º14'01"W) e trecho 3 = rio São Francisco a jusante da confluência com o rio Abaeté (18º00'49"S, 45º10'51"W), foram coletados bimestralmente no período de maio/2012 a abril/2013, 624 exemplares, sendo 235 (138 fêmeas e 97 machos) no trecho 1, 221 (110 fêmeas e 111machos) no trecho 2, e 168 (71 fêmeas e 97 machos) no trecho 3. Os peixes foram coletados com redes de emalhar, e de cada exemplar obtiveram-se: comprimento total (CT), peso corporal (PC), peso gonadal (PG) e índice gonadossomático (IGS). Para as análises histológicas, fragmentos de gônadas foram fixados em líquido de Bouin por 12 horas e submetidos á técnicas histológicas de rotina. Baseando-se em características macro, microscópicas e nas variações do IGS, estabeleceram os seguintes estádios de maturação gonadal para fêmeas e machos: 1 = repouso, 2 = maturação/maduro e 3 = desovado/espermiado. Os valores médios de CT e PC nas fêmeas foram maiores que nos machos, indicando dimorfismo sexual para a espécie. Os valores mais elevados de IGS em fêmeas e machos foram registrados no trecho 1, seguido pelo trecho 3 e trecho 2. No período de outubro a março registraram-se peixes maduros e desovados/espermiados nos três trechos em estudo, indicando que o período reprodutivo da espécie é prolongado e a desova é do tipo parcelado. Nossos resultados também mostraram que C. lepidura obtém sucesso reprodutivo nos três trechos analisados, incluído o trecho 2 que conhecidamente não é favorável à atividade reprodutiva de várias espécies da bacia do rio São Francisco. Palavras-chave: peixe forrageiro, gônadas, reprodução, rio São Francisco. Apoio: CNPq, FAPEMIG, CODEVASF, FIP/PUC Minas. _____________________________________________________________________ Concentração de metais pesados e alterações histopatológicas no dourado Salminus franciscanus (Lima and Britski, 2007) (Pisces: Characiformes) em dois trechos do rio Paraopeba, Minas Gerais

Lourenço Almeida SAVASSI1; Fábio Pereira ARANTES1; Hélio Batista SANTOS2; Marcos Vinícius Teles GOMES3; Nilo BAZZOLI1

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Email: [email protected]

1Programa de Pós-Graduação em Zoologia de Vertebrados, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Brasil; 2Universidade Federal de São João Del Rey, Minas

Gerais, Brasil; 3Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Três Marias, CODEVASF, Minas Gerais, Brasil.

A expansão populacional das ultimas décadas, promoveu aumento das atividades industriais, especialmente daquelas relacionadas com a mineração e a exploração do solo, constituindo fontes poluidoras dos recursos hídricos, afetando diretamente a fauna aquática. Metais pesados são persistentes, de difícil degradação, acumulando-se nos tecidos de peixes e outros organismos aquáticos. O dourado, Salminus franciscanus, é endêmico da bacia do rio São Francisco, piscívoro, migrador e de interesse na pesca comercial e esportiva. Neste contexto, foram realizadas analises quali-quantitativas de cobre (Cu), chumbo (Pb), cádmio (Cd), zinco (Zn), cromo (Cr), mercúrio (Hg) e ferro (Fe), no fígado, baço e músculo do dourado, além de análises microscópicas para identificar alterações histopatológicas no fígado e baço. Foram capturados no período de novembro de 2010 a janeiro de 2012, 48 exemplares de S. franciscanus, sendo 24 machos e 24 fêmeas, em dois trechos do rio Paraopeba: trecho 1 = a jusante da usina termelétrica de Igarapé e trecho 2 = a jusante da usina hidrelétrica de Retiro Baixo. Os resultados mostraram a presença de Cu, Pb, Cd, Zn, Cr, Hg e Fe, em todos os exemplares analisados (peixes de 43 a 100 cm). Registraram-se valores maiores que os permitidos pela ANVISA para Cr e Hg, na musculatura com 87% e 20%, respectivamente e Cu, Zn e Cr, no baço e no fígado, com mais de 70%. Analises estatísticas entre o comprimento total e peso corporal dos peixes, mostraram correlação moderada a forte, para Cd, Pb, Hg e Zn no tecido muscular indicando relação de bioacumulação ao longo do desenvolvimento do peixe. Comparando as concentrações médias dos metais pesados analisados entre os trechos, os resultados indicam uma disponibilidade maior de cromo (p<0,05) no trecho 1, devido à maior média de concentração no músculo, baço e fígado dos peixes analisados. Observaram-se áreas com esteatose e macrófagos pigmentados no fígado e fibrose e macrófagos pigmentados no baço. O diâmetro dos folículos vitelogênicos e a frequência de folículos atresicos foi estatisticamente maior no trecho 1 em relação ao trecho 2, indicando que o trecho 1 além da contaminação por metais pesados, não oferece condições apropriadas para o sucesso reprodutivo do dourado. Palavras-chave: Poluição aquática; bioacumulação, impacto ambiental; atresia folicular. Apoio: CAPES, CODEVASF, FAPEMIG, CNPq. _____________________________________________________________________

Análise quantitativa da atividade reprodutiva do cangati Trachelyopterus galeatus (Linnaeus, 1766) (Pisces: Auchenipteridae) da bacia do rio Jequitinhonha, Minas

Gerais

Daniel Moreira Roriz LEMES1; Francisco Ricardo de ANDRADE-NETO2; Nilo BAZZOLI1

Email: [email protected]

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1 Programa de Pós-Graduação em Zoologia de Vertebrados, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Brasil. 2Companhia Elétrica de Minas Gerais S.A., CEMIG.

A Bacia hidrográfica do rio Jequitinhonha encontra-se entre os paralelos 15º 30’ e 18º 15’ Sul, 38º 30’ e 44º 00’ Oeste, na porção nordeste do estado de Minas Gerais e ao sul da Bahia. A Usina de Irapé se localiza na porção do alto Jequitinhonha entre os municípios de Grão Mogol e Berilo. O Cangati Trachelyopterus galeatus tem ampla distribuição na América do Sul, compreendendo um grupo de bagres endêmicos da região neotropical, além de apresentar dimorfismo sexual e realizar inseminação interna. Para analisar quantitativamente a reprodução de T. galeatus no rio Jequitinhonha, a jusante da barragem de Irapé (16°44'26.38"S e 42°34'19.87" W), no período de maio de 2012 a abril de 2013, capturaram-se bimestralmente, 626 exemplares sendo 323 fêmeas e 303 machos. De todos os exemplares foram determinados macroscopicamente os estádios de maturação gonadal. Após dissecação, obtiveram-se os seguintes dados biométricos: comprimento total (CT) e pesos de gônadas (PG), fígado (PF), estômago (PE) e gordura celômica (PGC). Os dados biométricos obtidos foram utilizados para determinar os índices: gonadossomático (IGS), hepatossomático (IHS), repleção estomacal (IRE), gordura celômica (IGC) e fator de condição (K). Estabelecerem-se os seguintes estádios de maturação gonadal para machos e fêmeas: 1= repouso, 2= maturação inicial, 3= maturação avançada/maduro e 4= desovado para fêmeas e espermiado para machos. Os maiores valores de IGS de machos e fêmeas foram registrados no estádio 3. O IHS de fêmeas apresentou-se mais elevado nos estádios 3 e 4, podendo indicar a síntese de vitelogenina nesse período. O IRE, IGC e K de fêmeas também apresentaram-se mais altos nos estádios 3 e 4 indicando que a atividade reprodutiva não interferem na alimentação e no acumulo de reservas graxas. Nos bimestres novembro/dezembro e janeiro/fevereiro fêmeas e machos apresentaram maiores valores de IGS coincidindo com o período de maiores valores de temperatura, pluviometria e fotoperíodo na região. Os resultados do presente estudo fornecem subsídios para a manutenção dos estoques do cangatí na bacia do rio Jequitinhonha. Palavras-chave: índice gonadossomático, índice hepatossomático, índice de repleção estomacal, índice de gordura celômica, fator de condição. Apoio: CNPq, FAPEMIG, CEMIG. _____________________________________________________________________

Análise quantitativa da atividade reprodutiva da Wertheimeria maculata Steindachner, 1877 (Pisces:Doradidae) no reservatório de Irapé, rio Jequitinhonha, Minas Gerais

Leandro Barbosa BERUTTO¹; Tiago Figueiredo ABDO¹; Paulo Brant PERROTI¹;

Francisco Ricardo de ANDRADE-NETO²; Lucas MARCON¹ Nilo BAZZOLI¹ E.mail: [email protected]

¹Programa de Pós-graduação em Zoologia de Vertebrados da PUC Minas;

²Companhia Elétrica de Minas Gerais S.A., CEMIG. O rio Jequitinhonha nasce no município do Serro, Minas Gerais. Possui uma área total de 69.997 Km², desaguando no Oceano Atlântico. A população localizada na região da bacia do rio do Jequitinhonha é considerada uma das mais pobres no estado de Minas Gerais, sendo dependente da pesca como fonte de alimento. A Usina Hidrelétrica de Irapé (16º44'26"S, 42º34'19"W) está localizada no alto do rio Jequitinhonha e seu reservatório compreende 137 Km². Wertheimeria maculata, pertencente à família Doradidae e ordem dos Siluriformes, é um peixe endêmico da bacia do rio

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Jequitinhonha conhecido popularmente como roncador podendo alcançar comprimento de até 30 cm. Para analisar quantitativamente a biologia reprodutiva do roncador no reservatório de Irapé, foram coletados 166 fêmeas e 191 machos no período de maio/2012 a abril/2013, utilizando-se redes de emalhar de tamanhos variados de malhas. De todos os exemplares foram determinados macroscopicamente os estádios de maturação gonadal. Após dissecação, obtiveram-se os seguintes dados biométricos: comprimento total (CT) e pesos de gônadas (PG), fígado (PF), estômago (PE) e gordura celômica (PGC). Os dados biométricos obtidos foram utilizados para determinar os índices: gonadossomático (IGS), hepatossomático (IHS), repleção estomacal (IRE), gordura celômica (IGC) e fator de condição (K). Estabelecerem-se os seguintes estádios de maturação gonadal para machos e fêmeas: 1= repouso, 2=maturação/maduro e 3= desovado para fêmeas e espermiado para machos. Em ambos os sexos o IGS foi maior no estádio 2. Observaram-se redução nos valores médios do IHS do estádio 1 para estádios 2 e 3, indicando transferência de substâncias hepáticas, vitelogenina, para os ovários durante a maturação gonadal. No estádio 2 de fêmeas, observaram-se valores mais baixos de IGC, indicando consumo de reservas graxas durante a maturação gonadal. Após a desova e espermiação observou-se maiores valores de K, indicando a recuperação da condição de saúde dos peixes após a atividade reprodutiva. Palavras-chave: índice gonadossomático, índice hepatossomático, índice de repleção estomacal, índice de gordura celômica, fator de condição. Apoio: CNPq, FAPEMIG, CEMIG. _____________________________________________________________________

Reprodução do saguiru Steindachnerina elegans (Steindachner, 1874) (Pisces: Curimatidae) em dois trechos do rio São Francisco a jusante da barragem Três Marias,

Minas Gerais

Rafael Elias Santos MIRANDA¹; Kleber Biana SANTIAGO ²; Nilo BAZZOLI¹ Email: [email protected]

1Programa de Pós-Graduação em Zoologia de Vertebrados da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais; 2Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de

Três Marias, CODEVASF, MG. O saguiru Steindachnerina elegans pertence à ordem Characiformes, família Curimatidae com ampla distribuição na América do Sul. É espécie de pequeno porte servindo de alimento a diversas espécies piscívoras, constituindo importante elo na manutenção da cadeia alimentar. O objetivo desse trabalho foi analisar a dinâmica reprodutiva do saguiru em dois trechos do rio São Francisco: trecho 1 = rio São Francisco (RSF) logo a jusante da barragem de Três Marias (18º07'59"S, 45º14'01"W) e trecho 2 = RSF a jusante do rio Abaeté (18º00'49"S, 45º10'51"W). Foram coletados bimestralmente, no período de maio a abril de 2012/2013, 213 exemplares, sendo 109 (38 machos, 71 fêmeas) no trecho 1 e 104 (27 machos, 77 fêmeas) no trecho 2. Os peixes foram coletados com redes de emalhar, e de cada exemplar obtiveram os seguintes dados biométricos: comprimento total (CT), peso corporal (PC) e peso gonadal (PG). Os dados biométricos obtidos foram utilizados para calcular o índice gonadossomático. Para as análises histológicas, fragmentos de gônadas de cada exemplar foram fixados em líquido de Bouin por 8-12 horas e submetidos às técnicas histológicas de rotina. Baseando-se nas características macro, microscópicas de gônadas e nas variações do IGS, estabeleceram os seguintes estádios de maturação gonadal para fêmeas e machos: 1 = repouso, 2 = maturação/Maduro e 3 = desovado

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para fêmeas e espermiado para machos. Os maiores exemplares em CT e PC ocorreram no trecho 2. Nos dois trechos observou-se dimorfismo sexual, onde as fêmeas apresentaram CT e PC maiores em relação aos machos. Os maiores valores médios de IGS para fêmeas e machos também ocorreram no trecho 2. Peixes em atividade reprodutiva, estádios 2 e 3, ocorreram nos dois trechos de estudo com maior frequência no trecho 2. Os resultados do presente trabalho mostram que S. elegans encontra melhores condições para crescimento somático e reprodução no rio São Francisco a jusante do rio Abaeté, no trecho 2. Palavras-chave: testículos, ovários, desova, reprodução. Apoio: CODEVASF, CNPq, FAPEMIG. _____________________________________________________________________

Dinâmica reprodutiva de Schizodon knerii (Pisces: Anastomidae) em três trechos da bacia do rio São Francisco

Lucas de Esquivel Dias BRANDÃO1, Aline Virtude do NASCIMENTO1, André Lincoln

Barroso de MAGALHÃES1, Lucas MARCON1, Kleber Biana SANTIAGO2, Nilo BAZZOLI1

E.mail: [email protected] 1Programa de Pós-Graduação em Zoologia de Vertebrados da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, 2 Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de

Três Marias, CODEVASF, MG. Schizodon knerii (Steindachner, 1875) pertence à ordem Characiformes, e é conhecido popularmente na região de Três Marias por piau-branco. É um peixe de interesse comercial nativo na bacia do rio São Francisco, possuindo hábito alimentar herbívoro. O objetivo desse trabalho foi analisar a dinâmica reprodutiva do piau–branco em três trechos da bacia do rio São Francisco: trecho 1 = represa de Três Marias (TRM) (18-20ºS, 44-46ºW), trecho 2 = rio São Francisco (RSF) logo a jusante da barragem de TRM (18º07'59"S, 45º14'01"W), e trecho 3 = RSF a jusante da confluência com o rio Abaeté (18º00'49"S, 45º10'51"W). Foram coletados bimestralmente, no período de maio a abril de 2012/2013, 388 exemplares, sendo 213 (109 machos, 104 fêmeas) no trecho 1, 114 (62 machos, 52 fêmeas) no trecho 2, e 61 (35 machos, 26 fêmeas) no trecho 3. Os peixes foram coletados com redes de emalhar, e de cada exemplar obtiveram os seguintes dados biométricos: comprimento total (CT), peso corporal (PC) e peso gonadal (PG), além do índice gonadossomático (IGS) (PG X 100/PC). Para as análises histológicas, fragmentos de gônadas de cada exemplar foram fixados em líquido de Bouin por 8-12 horas e submetidos às técnicas histológicas de rotina. Baseando-se nas características macro, microscópicas e nas variações do IGS, estabeleceram os seguintes estádios de maturação gonadal para fêmeas e machos: 1 = repouso, 2 = maturação/Maduro e 3 = desovado para fêmeas e espermiado para machos. Os maiores exemplares em CT e PC ocorreram no trecho 1, seguido pelo trecho 3 e trecho 2 para ambos os sexos. Em todos os trechos observou-se dimorfismo sexual, onde as fêmeas apresentaram CT e PC maiores em relação aos machos. Os maiores valores de IGS para fêmeas ocorreram no trecho 3, seguido do trecho 1. Para machos, os maiores valores de IGS ocorreram no trecho 3, seguido do trecho 1 e 2. No trecho 2 não foram capturados fêmeas desovadas e machos espermiados. As maiores frequências de peixes maduros e desovados/espermiados ocorreram nos bimestres de novembro/dezembro e janeiro/fevereiro, coincidindo com a época de maiores valores de temperatura, fotoperíodo e pluviometria na região. Os resultados do presente trabalho mostraram que no trecho 2 não ocorre sucesso

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reprodutivo de S. knerii e enfatizam a necessidade de conservação da bacia do RSF, especialmente do trecho 3, para o sucesso reprodutivo do piau-branco. Palavras-chave: testículos, ovários, desova, reprodução. Apoio: CODEVASF, CNPq, FAPEMIG. _____________________________________________________________________

Reprodução de Triportheus guentheri (Garman, 1890) (Pisces: Triportheinae) na represa de Três Marias, rio São Francisco, Minas Gerais

Gustavo Gonçalves dos Santos PALHARES¹; Fabio Pereira ARANTES¹, Kleber Biana

SANTIAGO²; Nilo BAZZOLI¹ E.mail: [email protected]

¹Programa de Pós-Graduação em Zoologia de Vertebrados PUC Minas; ² Centro

Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Três Marias, CODEVASF, MG.

A piaba-facão Triportheus guentheri, endêmica da bacia do rio São Francisco, pertence à ordem Characiformes, ocorrendo em lagoas marginais, tributários, na própria calha do rio e também em lagos de hidrelétricas, como as represas de Três Marias e Sobradinho. A piaba-facão é espécie forrageira de pequeno porte, constituindo importante elo na manutenção da cadeia alimentar. Para analisar a reprodução de T guentheri foram coletadas na represa de Três Marias (18-20ºS, 44-46ºW) 432 exemplares, sendo 250 fêmeas e 182 machos. Os peixes foram capturados com auxílio de redes de emalhar de tamanhos variados de malhas e de cada exemplar obtiveram-se: comprimento total (CT), peso corporal (PC) e peso das gônadas (PG). Os dados biométricos obtidos foram utilizados para calcular o índice gonadossomático (IGS). Para confirmar os estádios de maturação gonadal (EMG) determinados macroscopicamente, fragmentos de gônadas foram fixados em líquido de Bouin por 18 a 24 h e submetidos às técnicas histológicas de rotina, como: inclusão em parafina, microtomia com 3-5 µm de espessura e coloração com hematoxilina-eosina. O CT dos peixes variou de 3,8 cm e 17,5 cm, o PC de 7,17 g e 102,8 g e o PG de 0,01 g e 5,8 g. Estabeleceram-se três EMG para machos e fêmeas: 1= repouso, 2= maturação/maduro e 3= desovado para fêmeas e espermiado para machos. O IGS acompanhou a maturação gonadal, aumentando gradativamente do estádio 1 para o 2 e diminuindo no estádio 3. Fêmeas nos estádios 2 e 3 somente não ocorreram no bimestre julho/agosto. O longo período de desova e as características histológicas de ovários desovados apresentando folículos pós-ovulatórios ao lado de folículos em todos os estádios de desenvolvimento indicaram que T. guentheri apresenta desova parcelada. Palavras-chave: ovários, testículos, desova, índice gonadossomático, peixe forrageiro. Apoio: CNPq, FAPEMIG, CODEVASF, FIP/PUC Minas. _____________________________________________________________________ IFN-γ não esta associado na proteção no modelo experimental da encefalite de Saint

Louis em camundongos Juliana Lemos DEL SARTO1; Rafael Elisas Marques Pereira SILVA1; Rebeca de Paiva

Froes ROCHA1, Mauro Martins TEIXEIRA1.

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Email: [email protected] 1Laboratório de Imunofarmacologia, Departamento de Bioquímica, Instituto de Ciências

Biológicas, UFMG. O vírus da encefalite de Saint Louis (SLEV) pertence ao gênero Flavivirus juntamente com outros arbovírus clinicamente importantes como vírus da Dengue, Febre Amarela e West Nile. Infecções por SLEV podem causar doenças graves, caracterizada por encefalite, com mortalidade podendo chegar a 30% e possibilidade de sequelas nos sobreviventes. Não há tratamento ao vacina específicas disponíveis para a doença. SLEV está presente nas Américas, incluindo o Brasil, o que pede por um entendimento melhor do vírus e da doença. Apresentamos um novo modelo de infecção por SLEV em camundongos C57BL/6, juntamente com dados preliminares com camundongos interferon-γ-deficientes(IFNγ-/-). Após a inoculação intracranial com a nossa linhagem de SLEV, observamos que camundongos IFNγ-/- foram resistentes a infecção quando comparado a infecção de camundongos selvagens (WT), apresentando uma redução da taxa de mortalidade de 30%. Importantemente, a carga viral recuperado de cérebros de WT e IFNγ-/- foram similares, o que indica que IFNγ-/- não é importante no controle da replicação de SLEV no cérebro. Analise hematológica indicaram um aumento de leucócitos circulantes no dia 5 após a infecção (p.i.) comparado com camundongos WT. Ensaio da atividade de MPO e NAG, para mensurar indiretamente o influxo de leucócitos no tecido inflamado, indicou que o número de neutrófilos e células mononucleares recrutados para o cérebro infectados foram similares entre os camundongos WT e IFNγ-/- . Níveis de CXCL1, CCL5 e IL-1β no cérebro, mensurado por ELISA, decaíram em camundongos IFNγ-/- no dia 5 p.i., o que sugere que cérebros de IFNγ-/- estão menos inflamados quando comparados com cérebros de camundongos WT. Concluímos que a produção de IFNγ não esta associada a proteção após infecção experimental com SLEV em camundongos. Criamos a hipótese de que o aumento na resistência de camundongos IFNγ-/- em infecção por SLEV poderia estar relacionada a diminuição da inflamação no cérebro, levando em consideração que a deficiência em IFNγ não altera a replicação de SLEV. Outros experimentos serão realizados para determinar a fonte de IFNγ e o papel de outros IFNs como IFNα e IFNβ em infecções experimentais com SLEV. Palavras-chave: Flavivírus, Interferon, SLEV. Apoio: CNPq, FAPEMIG, INCT Dengue. _____________________________________________________________________

Análise comportamental de Canis lupus em cativeiro: é possível a avaliação da hierarquia através de interações afiliativas?

Nathiely Nogueira do NASCIMENTO¹; Angélica da Silva VASCONCELLOS²

Email: [email protected]

¹ Graduanda do curso de Ciências Biológicas da PUC Minas. ² Professora do Programa de Pós-graduação em Zoologia dos Vertebrados da PUC

Minas.

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Lobos, assim como outras espécies do gênero Canis são bastante sociáveis entre si e apresentam comportamentos de brincadeira, principalmente quando filhotes. Brincadeiras entre lobos adultos ocorrem em menor frequência e podem estar relacionadas à dominância. Análises de hierarquia em grupos de animais normalmente são feitas através do registro e análise de interações agonísticas entre os membros do grupo. Em lobos juvenis já se observou a correlação entre a proporção de vitórias em disputas agonísticas e a exibição de comportamentos dominantes em contexto de brincadeira. O presente trabalho teve como objetivo verificar se é possível avaliar a hierarquia de um grupo de lobos adultos em cativeiro, através da observação e análise de suas interações afiliativas. Para tanto, utilizaram-se 333 vídeos, com duração de 10 minutos cada, totalizando 55 horas e meia de filmagens, feitas como parte de um trabalho de pós-doutorado (O contato de lobos - Canis lupus e lobos guarás - Chrysocyon brachyurus com seres humanos: uma avaliação hormonal e comportamental). Foram observados nove lobos da espécie Canis lupus (lobo cinzento), alojados no Wolf Science Center, em Ernstbrunn, na Áustria, filmados no período de fevereiro a abril de 2010. A amostragem foi feita através do método animal focal, registro ad lib (registro somente de comportamentos afiliativos). Durante a codificação dos vídeos, sempre que se observava uma interação, era feito registro do comportamento que ambos apresentavam e de quem era o lobo dominante e quem era o submisso. A partir dos comportamentos observados, foi feito um etograma, que gerou uma matriz para análise da hierarquia. O nível de hierarquia foi calculado através do método de David’s Score. A hierarquia avaliada através das interações afiliativas mostrou correlação com a avaliada através das interações agonísticas. Esse dado indica que, em lobos adultos, interações afiliativas estão relacionadas a interações sociais fora do contexto de brincadeira, ou seja, os indivíduos que ganham as disputas em contexto social agonístico são os mesmos que ganham as disputas quando em contexto de brincadeira. Esse dado aponta para o desenvolvimento precoce de um sistema abrangente de estabelecimento e manutenção de hierarquia, que se mantém com o desenvolvimento dos animais. Palavras-chave: Canis lupus. Interações afiliativas. Comportamento animal. Hierarquia. _____________________________________________________________________

Protótipo de aplicativo para smartphones baseado no “Guia de Rastros e Outros Vestígios de Mamíferos do Pantanal” de Paulo André de Lima Borges e Walfrido

Moraes Tomás Rafaela Sangiorgi GUIMARÃES1; Daniel Lopes GONTIJO1, Izabela Santos MENDES1;

Juliana Lemos DEL SARTO1; Laís Carvalho GOMES1; Mayara Persilva ARAÚJO1; Sônia Aparecida TALAMONI2.

Email: [email protected]

¹Graduando do curso de Ciências Biológicas da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, 2 Programa de Pós-graduação em Zoologia de Vertebrados da PUC

Minas. O Pantanal foi considerado pela UNESCO como Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera. É uma das terras inundáveis mais ricas do mundo em abundância e número de espécies de fauna e flora. Por sua localização geográfica, o Pantanal recebe influencias dos biomas vizinhos, compartilhando espécies principalmente com o Cerrado. Das 650 espécies de mamíferos brasileiros, 132 são encontradas no Pantanal. As oportunidades para observar sua rica mastofauna são propiciadas pela topografia plana e aberta, típica da região. Os mamíferos, devido à

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sua diversidade de tamanhos e hábitos alimentares, desempenham papéis importantes em uma série de processos nos ecossistemas florestais. São considerados bons indicadores biológicos, como os predadores de topo, os quais dependem de toda a estrutura de presas e seus ambientes em bom estado de conservação. Por possuírem hábitos crípticos e muitos necessitarem de grande área de vida, há uma dificuldade na visualização em campo. Assim, para que sejam feitos levantamentos rápidos da mastofauna, é necessária a busca por evidências indiretas da presença de espécies, como fezes, pegadas e arranhões. Nesse contexto, foi desenvolvido um protótipo de aplicativo para smartphones denominado Mammal Track, a partir do livro “Guia de Rastros e Outros Vestígios de Mamíferos do Pantanal” de Paulo André Lima Borges e Walfrido Moraes Tomás. Este protótipo teve como objetivo facilitar o reconhecimento das pegadas de algumas espécies de mamíferos do Pantanal, modernizar a busca de rastros encontrados em trabalhos de campo, e informar aos usuários sobre as espécies ameaçadas de extinção, de acordo com a ICMBio. Para identificar os rastros, o usuário necessita de conhecimento prévio, já que as pegadas foram organizadas de acordo com a ordem taxonômica que o animal pertence. O aplicativo apresenta-se como ferramenta de grande importância para despertar a curiosidade e o interesse das pessoas pelos mamíferos e, consequentemente, garantir a conservação desses, visto que o Pantanal já sofre impactos ambientais visíveis, como mudanças no pulso de enchentes e remoção da vegetação arbórea. Estes impactos podem ameaçar a fauna silvestre, e assim, pesquisadores e conservacionistas se preocupam em identificar organismos indicadores do estado de conservação deste bioma. Palavras-chave: aplicativo, smartphones, mastofauna, mammal track, Pantanal. _____________________________________________________________________

Vetores de Leishmaniose Tegumentar Americana (Diptera, Psychodidae, Phlebotominae) coletados em áreas indígenas do médio rio Purús, Amazonas, Brasil

Gabriela Melo GOULART1; Paloma Helena Fernandes SHIMABUKURO2

Email: [email protected]

¹Graduanda do curso de Ciências Biológicas da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais; 2Centro de Pesquisas René Rachou – FIOCRUZ/MG

Para contribuir com o conhecimento da epidemiologia da leishmaniose tegumentar americana (LTA) no contexto das atividades produtivas entre indígenas, propõe-se estudar a fauna de flebotomíneos coletada em área de transmissão na calha do rio Purús, estado do Amazonas, Brasil. Entre o povo Paumari, a ocorrência da LTA está intimamente associada às atividades de coleta de castanha do Brasil (Bertholletia excelsa), e às etapas de abertura (broca e derrubada) dos roçados para agricultura, momentos em que as pessoas entram em contato direto com os transmissores da doença no ambiente de floresta. As atividades produtivas do povo Suruwahá incluem agricultura, pesca, coleta e fabricação de utensílios, sendo a agricultura e a caça as principais atividades deste povo. A caça entre indígenas é do tipo “senta-espera” realizada nos barreiros e chupadores: locais às margens de igarapés que os animais usam para ingerir água e nutrientes presentes no solo. O objetivo deste estudo é conhecer a fauna de flebotomíneos coletada em associação com as diferentes atividades produtivas de duas populações indígenas do Médio rio Purús. O estudo será realizado entre o povo Paumari da Terra Indígena Paumari do Lago Marahã

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inserida no município de Lábrea e os Suruwahá da Terra Indígena Suruwahá, no município de Tapauá, ambas localizadas ao sul do estado do Amazonas. Esses municípios registram casos de LTA todos os anos, e acumulam 138 casos notificados entre 2007 e 2010. Os flebotomíneos serão capturados durante a coleta da castanha, abertura de roçados e nos barreiros de caça em duas comunidades indígenas distintas. Os insetos coletados serão identificados ao nível de espécie. Entre os resultados esperados estão possíveis novos registros de espécies de flebotomíneos, descrição de novas espécies e a primeira investigação entomológica de flebotomíneos no sul do estado do Amazonas com associação de vetores às atividades produtivas de populações indígenas.

Palavras-chave: Amazônia, flebotomíneos, leishmaniose, tegumentar e sistemática.

Apoio: CNPq/Universal 14/2012 - Faixa A.

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Taxonomia polimórfica no estudo de moluscos Drepanotrema depositados no acervo da Coleção de Malacologia Médica (Fiocruz-CMM)

Cristiane LAFETÁ FURTADO DE MENDONÇA1,2/+, Stephane GONÇALVES DE ARAUJO

CASTRO1,2, Omar DOS SANTOS CARVALHO2, Roberta LIMA CALDEIRA2. +Email: [email protected]

1Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil; 2Centro de

Pesquisas René Rachou-Fiocruz, Belo Horizonte, MG, Brasil.

Entre os moluscos gastrópodes, os gêneros Biomphalaria e Drepanotrema possuem espécies hospedeiras de trematódeos de interesse médico/veterinário. Esses moluscos são amplamente distribuídos e podem coabitar o mesmo ambiente. A taxonomia morfológica e molecular de Biomphalaria no Brasil está bem estabelecida, entretanto algumas espécies podem ser confundidas com espécies de Drepanotrema. Para este grupo, são poucos os estudos taxonômicos existentes, sendo relevante implementar esforços para a busca de ferramentas auxiliares capazes de diferenciar as espécies de Drepanotrema. Assim, o objetivo deste trabalho é implementar estudos de taxonomia polimórfica nos moluscos do gênero Drepanotrema depositados no acervo da Fiocruz-CMM, abrangendo os seguintes aspectos: 1) Identificação morfológica; 2) Identificação molecular a partir da técnica de reação em cadeia da polimerase associada ao polimorfismo de tamanho de fragmento de restrição (PCR-RFLP). Para isso, exemplares de Drepanotrema depositados na CMM estão sendo identificados pela morfologia (comparação dos caracteres morfológicos da concha e do aparelho reprodutor) e através da PCR-RFLP de duas regiões: 1) espaçadora transcrita interna (ITS) do gene do RNA ribossomal do DNA nuclear e 2) parte do gene do citocromo oxidase c subunidade I (COI) do DNA mitocondrial. Como não existem sequencias nucleotídicas dessas espécies serão utilizadas diferentes endonucleases para clivar os amplicons. Até o momento, nove exemplares de Drepanotrema foram analisados. A amplificação da região ITS gerou um fragmento de aproximadamente 500 PB que foi clivado com dez endonuclases: Hae III, Hha I, Dsa I, Xba I, Sau3a I, Alu I, Dde I, Cla I, Taq I, Nhe I. No entanto, nenhuma delas apresentou perfis espécie especifico. Enquanto a amplificação de parte do gene COI gerou um fragmento de aproximadamente 600 PB e foi clivado com onze endonucleases: Alu I, Sau3a I, Taq I, Hae III, Dsa I, Ssp I, Nde I, Rsa I, Hpa I, Dra I, Mbo II, Ava II. Dessas, a Rsa I apresentou perfil que agrupou espécies em 4 grupos. Três grupos foram identificados morfologicamente como D. anatinum, D. lucidum e D.cimex. Um grupo não teve o perfil ainda definido. Portanto, até o momento, foi definido o perfil espécie especifico de três

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espécies de Drepanotrema. È importante enfatizar que no Brasil são encontradas sete espécies deste gênero: D. anatium (Orbigny, 1835), D. heloicum (Orbigny,1835), D. kermatoides (Orbigny, 1835), D. lucidum (Pfeiffer, 1839), D. cimex (Moricand, 1839), D. depressissimum (Moricand, 1839) e D. pileatum Paraense, 1971. Palavras-chave: Taxonomia polimórfica, Drepanotrema, Coleção.

RESUMOS EXTENSÃO

Construindo oficinas educacionais participativas com comunidades ribeirinhas: propostas de integração entre meio ambiente, cultura e tecnologia na região do

Parauninha, Conceição do Mato Dentro – MG

Luiza HOEHNE¹, André Rocha FRANCO², Miguel Ângelo ANDRADE² Email: [email protected]

¹Programa de Pós-Graduação em Análise e Modelagem de Sistemas Ambientais do Instituto de Geociências da UFMG; ²Departamento de Ciências Biológicas da PUC

Minas. O projeto estruturante da Rede Socioambiental e Cultural do Parauninha, realizado em Conceição do Mato Dentro, Minas Gerais, envolve, dentro de suas propostas integradoras, oficinas educacionais participativas aplicadas a partir de três segmentos distintos e complementares do exercício da educação – meio ambiente, cultura e tecnologia. A perspectiva, nesse sentido, está correlacionada com as normas de socialização de conteúdo e informações com a intenção de aproximar as pessoas de conceitos e práticas educacionais, atingindo o maior número de comunitários possível e os seus saberes tradicionais locais associados. Além disto, tais propostas buscam apresentar os participantes para assumirem uma participação ativa no processo de elaboração e execução das oficinas educacionais e de autoria nos produtos derivados desse processo de capacitação. Dentre as oficinas realizadas, destacam-se: o exercício de Biomonitoramento Participativo, no âmbito socioambiental, com ênfase na importância e na qualidade da água em nível regional por meio da identificação e contagem de insetos aquáticos bioindicadores; a aplicação de oficinas de literatura de cordel e de xilogravura, levando em conta os conhecimentos histórico-culturais locais; e o desenvolvimento de técnicas de educação digital-tecnológica, utilizando-se ferramentas de informática em prol da construção de instrumentos que possam gerar benefícios para o público envolvido. Tais atividades ocorrem com as comunidades da região da bacia hidrográfica do rio Parauninha e são ministradas quinzenalmente com a participação de moradores locais, colaboradores externos, alunos e professores de escolas locais. Os resultados obtidos são os seguintes: formação de agentes locais responsáveis pelo monitoramento da qualidade da água; confecção de cordéis temáticos referentes à cultural local, ilustrados em xilogravura; e capacitação de 50 moradores locais para integração na rede virtual (internet) e demais habilidades em informática básica e de 5 monitores da região para prosseguirem com as atividades previstas após o encerramento deste projeto, almejando a sustentabilidade das ações realizadas. Dessa forma, espera-se que este processo de educação e capacitação que ora se iniciou perpetue num contexto regional com as comunidades do Parauninha, traduzindo seus resultados na formação de cidadãos mais críticos e participantes ativos no que concerne ao meio onde estão inseridos e fomentando a transposição e o intercâmbio entre os conhecimentos tradicionais, científicos e tecnológicos com o

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público envolvido, motivando-os e mobilizando-os, assim, a integrar a construção coletiva dessa rede que, aqui, se propõe. Palavras-chave: oficinas participativas; rede social; educação integradora; meio ambiente, cultura e tecnologia. _____________________________________________________________________

Plano de ação comunitário como instrumento de fortalecimento com comunidades tradicionais: o caso da Associação Comunitária do Parauninha

Miguel Ângelo ANDRADE¹, André Rocha FRANCO¹, Luiza HOEHNE²

Email: [email protected] ¹Departamento de Ciências Biológicas da PUC Minas; ²Programa de Pós-Graduação

em Análise e Modelagem de Sistemas Ambientais do Instituto de Geociências da UFMG.

Os Planos de Ação Comunitários são ordenamentos propositados a fomentar a organização de atores que buscam propósitos comuns e a planificar os diferentes interesses e potencialidades locais de uma organização. Como instrumento de mobilização social, tem-se neste método um diferencial quando se pretende arranjar os interesses e cooperar responsabilidades, monitorando todo o processo de construção e de revisão contínua, conforme a sua implementação. Na comunidade do Parauninha, em Conceição do Mato Dentro, Minas Gerais, o Plano de Ação Comunitário (PAC), inserido dentro da projeto da Rede Socioambiental e Cultural do Parauninha, fora estruturado com base no PPP – Planejamento, Processo e Produto e na metodologia SWOT, preconizando elencar, articular e agregar propostas de ações que possam atuar como possíveis soluções para aspectos multitemáticos abordados e recomendados pelos próprios moradores a partir da realidade local. Tem-se como resultados a estruturação de uma matriz conceitual em que propuseram-se temas de intervenção prioritários com seus devidos responsáveis, possíveis parceiros e estratégias de monitoramento, almejando a eficácia de planejamento e a checagem a partir de reuniões da Associação Comunitária do Parauninha – ASPA. Nesse contexto metodológico, os atores e os responsáveis pelas ações prioritárias definidas pelos membros da ASPA (estradas, sede comunitária, posto médico e odontológico, projetos de desenvolvimento socioambientais locais) realizam periodicamente o monitoramento e a verificação das forças, fraquezas, oportunidades e ameaças encontradas. A partir destas temáticas, atividades foram planejadas, monitoradas e efetivadas pela própria comunidade, representada pela ASPA, em conjunto com colaboradores externos e parceiros da organização. O PAC vislumbra, mesmo ao término das ações deste projeto, se tornar um espelho perpétuo da mobilização comunitária e de entusiasmo local por meio do estabelecimento contínuo de atividades auto-rentáveis e que proporcionem um desenvolvimento socioeconômico e ambiental sustentável para a região, podendo culminar, como um produto, em uma melhoria na qualidade de vida de todos os moradores ribeirinhos do Parauninha, representados pela associação local. Ambiciona-se com esta iniciativa comunitária que os propósitos educativos e de melhoria contínua e eficaz da qualidade da vida perpetuem na comunidade, gerando, assim, autonomia, fortalecimento comunitário, união, avaliação contínua do processo mobilizatório local e contribuições para a continuidade com possíveis projetos de temática semelhante, como este, aqui, proposto. Palavras-chave: planejamento comunitário; ação comunitária; mobilização social; Parauninha.

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_____________________________________________________________________ Educação Ambiental: alimentação do mico-estrela (Callithrix penicillata) da RPPN do

Minas Tênis Country Clube em Belo Horizonte, Minas Gerais

Juliana Lemos DEL SARTO1, Daniel Lopes GONTIJO1, Rafaela Sangiorgi GUIMARÃES1, Lívio Giorgio Lenti de CAMPOS FILHO1, Geraldo Tadeu Rezende

SILVEIRA¹. Email: [email protected]

1Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

O Minas Tênis Country Clube, além de ser uma RPPN, foi a primeira área em Minas Gerais a receber o título de Área de Soltura de Animais Silvestres, pelo IBAMA. É uma mata nativa que refugia diversas espécies vegetais e animais, dentre eles o Mico-Estrela (Callithrix penicillata). Esta é uma espécie de primata nativa da região Centro-Oeste do Brasil, que ocorre frequentemente na caatinga e no cerrado e se alimenta de goma e resinas das árvores, frutos e insetos. Devido à degradação de seu habitat natural, tal espécie adaptou-se a viver, alimentar e reproduzir em grandes cidades como Belo Horizonte. A frequente disponibilidade de comida oferecida pelos sócios e funcionários do clube atrai cada vez mais esses micos, levando a uma alteração de seus comportamentos de caça e dieta natural, além de acarretar em sérios prejuízos a saúde desses animais como cáries, obesidade, deficiência de nutrientes e gripes. O projeto de Educação Ambiental se faz necessária pelo fato de auxiliar na conservação do ambiente legalmente preservado e representa um bom caminho para buscar a harmonia na relação homem-natureza. Inicialmente aplicamos um questionário para fazer um levantamento do conhecimento da ecologia do animal, e o relacionamento dos sócios e funcionários do clube com os Mico-Estrela da área. Observamos falta de informação por parte das pessoas, além do contato errado da população para com esses. Realizamos então, atividades educacionais incluindo a montagem de maquetes e desenhos, a criação de uma página no Facebook e banners para crianças e adultos sócios do clube. Para os funcionários, foram realizadas atividades e palestras de conscientização. Através de um questionário final foi possível observar significativa melhora no conhecimento da ecologia de Callithrix penicillata. A falta de informação da população pode prejudicar animais silvestres que residem nas áreas urbanas. Trabalhos como este são extremamente necessários em outras áreas da cidade de Minas Gerais, e não apenas com os Micos-Estrela. Palavras-chave: Mico Estrela, Minas Tênis Country Clube, Conscientização. _____________________________________________________________________