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XX Seminário das Escolas Populares - Sexualidade e abuso sexual na infância
Salvador, 30 de julho de 2011.
Profª Ms. Marlene Oliveira dos Santos – UFBA/FACED-FBEI-MIEIB
Dos direitos da criança às marcas deixadas pelo abuso sexual no
desenvolvimento infantil
XX Seminário das Escolas Populares - Sexualidade e abuso sexual na infância
Salvador, 30 de julho de 2011.
Profª Ms. Marlene Oliveira dos Santos – UFBA/FACED-FBEI-MIEIB
Objetivo:
Refletir sobre as marcas deixadas pelo abuso sexual no desenvolvimento infantil.
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Salvador, 30 de julho de 2011.
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Sociedade
Família
Escola
Criança
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Salvador, 30 de julho de 2011.
Profª Ms. Marlene Oliveira dos Santos – UFBA/FACED-FBEI-MIEIB
Os direitos das crianças: o que não faltam são Leis... Mas na prática?
Constituição Federativa do Brasil de 1988
Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança/1989
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA - Lei 8.069/90)
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Desenvolvimento infantil: o que dizem alguns teóricos
1. Piaget: desenvolveu diversos campos de estudos científicos: a psicologia do desenvolvimento, a teoria cognitiva e o que veio a ser chamado de epistemologia genética.
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A essência do trabalho de Piaget ensina que ao observarmos cuidadosamente a maneira com que o conhecimento se desenvolve nas crianças, podemos entender melhor a natureza do conhecimento humano.
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2. Wallon: sua pesquisa possui como foco o desenvolvimento infantil principalmente no âmbito escolar. Trata o ambiente escolar como ideal para compreendermos como pode se formar a personalidade da criança, também busca entender como a emoção influi no cotidiano do ser humano.
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Valoriza o corpo e as emoções da criança, fundamentando suas idéias em quatro elementos:
- Afetividade
- Movimento
- Inteligência e
- Formação do eu como pessoa
Afirma que é por meio das emoções que o ser interioriza seus desejos e vontades, formando um universo perceptível que deve ser estimulado pelas escolas e seus métodos de ensino.
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Estágios de desenvolvimento:
Piaget Wallon1. Estágio Sensório-motor: 0 a 2 anos 1. Impulsivo-emocional: 0 a 1anos
2. Estágio Pré-operatório: 2 a 6 anos 2. Sensório-motor e projetivo: 1 a3 anos
3. Estágio das Operações Concretas: 7 a 11 anos
3. Personalismo: 3 a 6 anos
5. Estágio das Operações Formais: 12 anos em diante
4. Categorial: 6 a 11 anos
5. Estágio da puberdade e adolescência: 11 anos em diante
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3. Vygotsky: buscou compreender o homem em processos constantes de interação social.
- Elaborou uma teoria de educação enquanto atividade sócio-histórica (preocupou-se com o entendimento das origens sociais e das bases culturais do desenvolvimento individual).
- Evidenciou a relação entre desenvolvimento e aprendizagem.
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1. Fase OralNessa fase, que compreende a faixa etária de 0 aos 18 meses, aproximadamente, a energia sexual se manifesta pela boca, ou seja, é através da boca que o bebê descobre o mundo e tem seus primeiros contatos afetivos. A alimentação o contato com o seio da mãe, o sugar, o chorar – as principais manifestações se dão via oral.
4. Freud
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2. Fase Anal
É a fase seguinte, compreendendo de 1 a 3 anos, marcada pelo controle dos esfíncteres, sendo que a maior zona de satisfação é a região do ânus. Esse estágio, de modo geral, representa o início da autonomia da criança. Ela descobre que pode controlar o cocô, e experimenta sensações de independência, controle, escolha e, principalmente, poder. As primeiras noções de higiene começam a ser desenvolvidas.
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3. Fase Fálica
É a etapa que acontece dos 3 aos 6 anos. A atenção da criança é voltada para os órgãos genitais. É nesta fase que os pequenos começam a descobrir as diferenças entre os sexos.
O menino descobre o pênis e suas funções e quer saber porque a menina não tem. A menina pensa que o pênis lhe foi cortado. Assim, as curiosidades sexuais surgem. A partir dos 4 anos, aproximadamente, dúvidas sobre a reprodução começam a aparecer: “de onde vêm os bebês”, “como eu nasci”, e assim por diante.
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4. Fase de Latência
Período que ocorre a partir dos 7 anos até os 11, aproximadamente. A libido é transferida dos órgãos genitais para o que chamamos de atividades socialmente aceitas. Desse modo, a criança passa a gastar energias em atividades artísticas, escolares, sociais, esportes e seus interesses se deslocam para a aquisição de novos conhecimentos e habilidades.
Os vínculos de amizade mostram-se mais fortes e a formação de grupos de identificação (os famosos Clube do Bolinha e Clube da Luluzinha) contribuem para a experimentação da identidade pessoal, sexual e social. A convivência em grupo favorece o desenvolvimento da opinião, dos gostos, das regras sociais e da construção da personalidade, além de contribuir para a solidificação de sentimentos de auto-estima e segurança.
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5. Fase Genital
Tem início juntamente com a puberdade e é marcada pela retomada dos impulsos sexuais.
É caracterizada também pelas mudanças físicas, psicológicas e novas descobertas. O adolescente perde a identidade infantil e começa a construir e desenvolver, pouco a pouco, a identidade adulta.
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A criança:
- se desenvolve interagindo com o meio social.
- Constrói sua identidade e personalidade na relação com o outro.
- Aprende por meio da interação com os objetos de conhecimento.
- Produz cultura e conhecimento a partir de sua realidade.
- Compreende e ressignifica a realidade vivida por meio das brincadeiras.
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Algumas marcas deixadas pelo abuso sexual no desenvolvimento da
criança
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Marcas deixadas a curto prazo:
- Físicas: pesadelos e problemas com o sono, mudanças de hábitos alimentares, perda do controle de esfíncteres.
- Comportamentais: consumo de drogas e álcool, fugas, condutas suicidas ou de auto-flagelo, hiperatividade, diminuição do rendimento acadêmico.
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Marcas deixadas a curto prazo:
- Emocionais: medo generalizado, agressividade, culpa e vergonha, isolamento, ansiedade, depressão, baixa auto-estima, rejeição ao próprio corpo (sente-se sujo), perda de confiança em outras pessoas.
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Marcas deixadas a curto prazo:
- Sexuais: conhecimento sexual precoce e impróprio para a sua idade, masturbação compulsiva, exibicionismo, problemas de identidade sexual.
- Sociais: déficit em habilidades sociais, retração social, comportamentos anti-sociais.
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A longo prazo:
Existem consequências da vivência que permanecem, ou inclusive podem piorar com o tempo, até chegar a configurar patologias definidas. Por exemplo:
- Físicas: dores crônicas gerais, hipocondria ou transtornos psicossomáticos, alterações do sono e pesadelos constantes, problemas gastrointestinais, desordem alimentar.
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A longo prazo:
- Comportamentais: tentativa de suicídio, consumo de drogas e álcool, transtorno de identidade.
- Emocionais: depressão, ansiedade, baixa auto-estima, dificuldade para expressar sentimentos.
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A longo prazo:
- Sexuais: fobias sexuais, disfunções sexuais, falta de satisfação ou incapacidade para o orgasmo, alterações da motivação sexual, maior probabilidade de sofrer estupros e de entrar para a prostituição, dificuldade de estabelecer relações sexuais.
- Sociais: problemas de relação interpessoal, isolamento, dificuldades de vínculo afetivo com os filhos.
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Poema
Mais Respeito, eu sou criança
Pedro Bandeira
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DELGADO, Evaldo Inácio. Pilares do interacionismo: Piaget, Vygotsky, Wallon e Ferreiro. São Paulo: Érica, 2003.
ARCARI,Caroline. Educação sexual para crianças de 0 a 10 anos: guia do professor. CORES – Centro de Orientação em Educação e Saúde: Rio Verde/Góias, s/d.
FREITAS, Maria Teresa de Assunção. Vygotsky e Bakhtin. São Paulo: Ática-EDUFJF, 2003.
GALVÃO, Izabel. Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.
LA TAILLE, Yves de; OLIVEIRA, Marta Kohl De; DANTAS, Heloysa. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992.
OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 1993. 111p. (Pensamento e Ação no Magistério)
WADSWORTH, Barry J.. Inteligência e afetividade da criança na teoria de Piaget. São Paulo: Pioneira, 1997.
http://br.guiainfantil.com/pedofia-e-abuso-sexual/365-as-consequencias-do-abuso-sexual-infantil.html
Referências consultadas: