xix simpÓsio brasileiro de recursos hidrÍcos influÊncia … · 2017. 6. 21. · xix simpósio...

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________________________________________________________________________________ XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 1 XIX SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIDRÍCOS INFLUÊNCIA DO REGIME HIDROLÓGICO SOBRE OS PARÂMETROS DE QUALIDADE DAS ÁGUAS NO RIO PALMEIRAS, TO. Elaine Franciely dos Santos Barros ¹; Carlos Henrique Maia 1 ; Lorena Acelina Soares 1 ; Eduardo Queija de Siqueira 1 ; Rúbia Cristina Diógenes Pinheiro 2 . RESUMO --- Foi realizado a caracterização da qualidade das águas durante a fase de construção das PCHs Boa Sorte, Riacho Preto e Lagoa Grande na bacia hidrográfica do rio Palmeiras, Estado do Tocantins, sendo gerado um banco de dados que permitiu acompanhar a evolução da qualidade das águas durante a construção das referidas PCHs. As amostragens para análises físico-químicas e bacteriológicas foram realizadas em dez pontos e as medições da descarga líquida em três seções. Esses levantamentos foram realizados trimestralmente para análise da qualidade da água e semestralmente para a medição da descarga líquida, no período de um ano. Os resultados foram analisados pela sazonalidade e comparados com os limites estabelecidos pela legislação do CONAMA n°357/2005, para corpos de água Classe 2. As variáveis, carbono orgânico, cloreto, condutividade elétrica, cor, fósforo total, nitrogênio amoniacal, oxigênio dissolvido, temperatura e turbidez apresentaram diferenças significativas entre os períodos de seca e chuva; apenas a turbidez, porém, apresentou correlação significativa com a descarga líquida. Essa constatação reflete as características hidrológicas da bacia hidrográfica do rio Palmeiras de normalização da descarga líquida provocada pelas ressurgências das águas subterrâneas. Dessa forma, não houve forte relação entre a descarga líquida e os parâmetros físico-químico-bacteriológicos das águas. ABSTRACT --- It was conducted the characterization of water quality during the construction of PCHs Boa Sorte, Riacho Preto e Lagoa Grande in hydrographical basin of Palmeiras river, State of Tocantins, which generated a database that allowed to monitor the water quality during the construction of these PCHs. The samples for physical-chemical and bacteriological analyses were performed in ten points and measurements of liquid discharge in three sections. These surveys were conducted quarterly to analyze the quality of water and twice annually for the measurement of liquid discharge, within one year. The results were analyzed by seasonality and compared with the limits established by CONAMA n°357/2005. The parameters, organic carbon, chloride, conductivity, color, total phosphorus, ammonia nitrogen, dissolved oxygen, temperature and turbidity showed significant differences between the periods of drought and rain, only the turbidity, however, showed significantly correlation with the liquid discharge. This finding reflects the hydrological characteristic of hydrographical basin of Palmeiras river for normalization of liquid discharge caused by the resurgence of groundwater. Thus, there was no strong relationship between the liquid discharge and the physical-chemical and bacteriological parameters of water. Palavras chaves: Descarga líquida, qualidade das águas, PCHs. ___________________ 1 Universidade Federal de Goiás, Escola de Engenharia Civil, Programa de Pesquisa e Pós-Graduação em Engenharia do Meio Ambiente, Pça. Universitária s/n., Bloco A, Sala 7, St. Universitário, Goiânia/Goiás, CEP: 74605-220. Fone: 62- 3209-6257. e-mail: {elainefranciely; chmaia; acelinasoares} @gmail.com; [email protected]. 1 Universidade Federal de Goiás, Escola de Engenharia Civil, Programa de Especialização em Planejamento e Gerenciamento de Recursos Hídricos, Pça. Universitária s/n., Bloco A, Sala 7, St. Universitário, Goiânia/Goiás, CEP: 74605-220. Fone: 62- 3209-6257. e-mail: [email protected]

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XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 1

XIX SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIDRÍCOS

INFLUÊNCIA DO REGIME HIDROLÓGICO SOBRE OS PARÂMETROS

DE QUALIDADE DAS ÁGUAS NO RIO PALMEIRAS, TO.

Elaine Franciely dos Santos Barros ¹; Carlos Henrique Maia1; Lorena Acelina Soares

1; Eduardo

Queija de Siqueira1; Rúbia Cristina Diógenes Pinheiro

2.

RESUMO --- Foi realizado a caracterização da qualidade das águas durante a fase de construção

das PCHs Boa Sorte, Riacho Preto e Lagoa Grande na bacia hidrográfica do rio Palmeiras, Estado

do Tocantins, sendo gerado um banco de dados que permitiu acompanhar a evolução da qualidade

das águas durante a construção das referidas PCHs. As amostragens para análises físico-químicas e

bacteriológicas foram realizadas em dez pontos e as medições da descarga líquida em três seções.

Esses levantamentos foram realizados trimestralmente para análise da qualidade da água e

semestralmente para a medição da descarga líquida, no período de um ano. Os resultados foram

analisados pela sazonalidade e comparados com os limites estabelecidos pela legislação do

CONAMA n°357/2005, para corpos de água Classe 2. As variáveis, carbono orgânico, cloreto,

condutividade elétrica, cor, fósforo total, nitrogênio amoniacal, oxigênio dissolvido, temperatura e

turbidez apresentaram diferenças significativas entre os períodos de seca e chuva; apenas a turbidez,

porém, apresentou correlação significativa com a descarga líquida. Essa constatação reflete as

características hidrológicas da bacia hidrográfica do rio Palmeiras de normalização da descarga

líquida provocada pelas ressurgências das águas subterrâneas. Dessa forma, não houve forte relação

entre a descarga líquida e os parâmetros físico-químico-bacteriológicos das águas.

ABSTRACT --- It was conducted the characterization of water quality during the construction of

PCHs Boa Sorte, Riacho Preto e Lagoa Grande in hydrographical basin of Palmeiras river, State of

Tocantins, which generated a database that allowed to monitor the water quality during the

construction of these PCHs. The samples for physical-chemical and bacteriological analyses were

performed in ten points and measurements of liquid discharge in three sections. These surveys were

conducted quarterly to analyze the quality of water and twice annually for the measurement of

liquid discharge, within one year. The results were analyzed by seasonality and compared with the

limits established by CONAMA n°357/2005. The parameters, organic carbon, chloride,

conductivity, color, total phosphorus, ammonia nitrogen, dissolved oxygen, temperature and

turbidity showed significant differences between the periods of drought and rain, only the turbidity,

however, showed significantly correlation with the liquid discharge. This finding reflects the

hydrological characteristic of hydrographical basin of Palmeiras river for normalization of liquid

discharge caused by the resurgence of groundwater. Thus, there was no strong relationship between

the liquid discharge and the physical-chemical and bacteriological parameters of water.

Palavras – chaves: Descarga líquida, qualidade das águas, PCHs.

___________________ 1 Universidade Federal de Goiás, Escola de Engenharia Civil, Programa de Pesquisa e Pós-Graduação em Engenharia do Meio Ambiente, Pça.

Universitária s/n., Bloco A, Sala 7, St. Universitário, Goiânia/Goiás, CEP: 74605-220. Fone: 62- 3209-6257. e-mail: {elainefranciely; chmaia; acelinasoares} @gmail.com; [email protected]. 1 Universidade Federal de Goiás, Escola de Engenharia Civil, Programa de Especialização em Planejamento e Gerenciamento de Recursos Hídricos, Pça. Universitária s/n., Bloco A, Sala 7, St. Universitário, Goiânia/Goiás, CEP: 74605-220. Fone: 62- 3209-6257. e-mail:

[email protected]

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XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 2

1. INTRODUÇÃO

A variação na qualidade das águas e a descarga líquida dependem do regime hidrológico do

rio, que é influenciado diretamente pela pluviosidade que ocorre na bacia hidrográfica. O

conhecimento da influência do deflúvio no comportamento da qualidade pode ser útil no âmbito dos

estudos ambientais, utilizando a qualidade das águas como importante meio de diagnóstico da

integridade ambiental do rio e do seu entorno (Fritzsons et al, 2003).

A inclusão dos aspectos quantitativos na análise dos recursos hídricos permite interpretar as

alterações presentes em cada parâmetro que se correlaciona com a disponibilidade, uma vez que

variações sazonais dos parâmetros qualitativos pode ser consequência tanto da efetiva alteração do

aporte de poluentes, como de variações de concentração decorrente de alteração na descarga líquida

(IGAM, 2001).

As ações humanas têm provocado grandes alterações na qualidade das águas, dentre essas,

ressalta a construção de usinas hidrelétricas (Tundisi et al., 1999 apud Peixoto, 2001). Segundo

Thiago Filho et al. (2003) as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) causam impactos inferiores

aos provocados por projetos de grande porte, permitindo que seja aproveitada o potencial

hidrelétrico do curso de água com menores danos ao meio ambiente. Porém, Nascimento e

Drummond (2003) afirmam que as construções de PCHs são discutíveis, pois a somatório dessas

podem gerar impactos de grandes magnitudes iguais ou maiores do que uma Usina Hidrelétrica

(UHE) de grande porte.

Desde o início década de noventa, o rio Palmeiras vem sendo objeto de estudos visando ao

aproveitamento do seu potencial hidrelétrico. Entretanto, somente em 2002 a ANEEL (Agência

Nacional de Energia Elétrica) aprovou a construção de PCHs em seu leito. Essas PCHs

denominadas Boa Sorte, Riacho Preto e Lagoa Grande, estão localizadas na área de influência

considerada Complexo Hidrelétrico Palmeiras (CTE, 2003).

Em decorrência da alteração do ambiente lótico para lêntico que se caracteriza como a

principal interferência no ambiente natural, pela implantação dos novos empreendimentos, o

presente estudo teve por objetivo compilar informações sobre a qualidade das águas no trecho onde

foram construídas as PCHs Boa Sorte, Riacho Preto e Lagoa Grande. Com isso, foi gerado um

banco de dados das variáveis limnológicas para acompanhar a evolução da qualidade do rio e sua

situação de acordo com as exigências da legislação pertinente (CONAMA 357/2005).

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2. ÁREA DE ESTUDO

A área de influência do Complexo Hidrelétrico Palmeiras está situada entre os paralelos

11º43' e 12º11' sul e os meridianos 46º10' e 46º50' oeste, apresentando uma área de drenagem de

1.823,31 km2. A região envolve parcelas do território dos municípios tocantinenses de Dianópolis,

Novo Jardim e Ponte Alta do Bom Jesus (CTE, 2002).

O rio Palmeiras integra a bacia hidrográfica do rio Tocantins, sendo um afluente do rio Palma

pela margem direita, o qual contribui para o rio Paranã que por sua vez é um afluente importante do

rio Tocantins. Nasce na Serra Geral do Tocantins nas proximidades da cota de 800m. O rio

Palmeiras tem sentido geral leste-oeste, infletindo depois para sul/sudeste até a sua foz, sendo seu

principal afluente é o ribeirão do Inferno pela margem esquerda (Geomam, 2002).

Nas proximidades da região em estudo, existem dados pluviométricos de quatro estações

Almas, Dianópolis, Porto Alegre e Ponte Alta do Bom Jesus. Na Figura 1, é apresentada a

precipitação média mensal nas estações quatro estações pluviométricas nos anos de 1987 a 2007.

De acordo com as informações dessas estações, no período de 1987 a 2007, os maiores valores de

precipitação ocorrem nos meses novembro a março, enquanto nos meses de junho a agosto

praticamente não são observadas chuvas. A precipitação média anual foi de aproximadamente 1500

mm, sendo os maiores índices registrados nesse período de 258 mm em fevereiro e 315 mm no mês

de dezembro (ANA, 2007).

Figura 1 - Precipitação média nas estações pluviométricas de Almas, Dianópolis, Porto Alegre e Ponte Alta do Bom

Jesus, nos anos de 1987 a 2007.

A bacia hidrográfica do rio Palmeiras na área de estudo é caracterizada por formações de

rochas sedimentares. Assim, de acordo com a Figura 2, nas nascentes predominam formações de

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arenito e no médio rio Palmeiras arcórseo e aglomerado de areia e argila. Essas formações

proporcionam a bacia hidrográfica uma alta taxa de infiltração e baixo escoamento superficial.

Figura 2 - Características geológicas da bacia hidrográfica do rio Palmeiras. Área de domínio das PCHs Boa Sorte,

Riacho Preto e Lagoa Grande.

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As águas pluviais percolam pelos arenitos incorporando as coleções subterrâneas, essas

saturam o aqüífero que começam contribuir com o escoamento natural do rio Palmeiras,

regularizando a descarga líquida durante as diferentes sazonalidades, esse processo é conhecido

como ressurgência das águas (Geomam, 2002).

3. METODOLOGIA

3.1 Períodos de estudo

As amostragens para análises físico-químico-bacteriológicas e as medições da descarga

líquida foram realizadas no período de setembro de 2006 a setembro de 2007, fase de construção

das PCHs Boa Sorte, Riacho Preto e Lagoa Grande. As campanhas ocorreram trimestralmente para

análise da qualidade da água, totalizando cinco coletas, e mensalmente para a medição de vazão na

área de influência das referidas PCHs. Compreenderam a períodos climatológicos distintos, sendo

duas amostragens de água realizadas no período chuvoso (dezembro/2006 e março/2007) e três

amostragens no período de seca (setembro/2006, junho e setembro/2007).

Na Figura 3 observa-se que no período de estudo (2006-2007) a descarga líquida teve

variações suaves em grande parte das três séries (Boa Sorte, Riacho Preto e Lagoa Grande). No

entanto, em alguns pontos evidenciaram-se picos na descarga líquida, o que possivelmente ocorreu

devido á saturação do aqüífero por uma precipitação intensa, próximo a data da medição e a

influência do afluente ribeirão do Inferno para a série da Lagoa Grande.

Figura 3 - Variação sazonal da descarga líquida no rio Palmeiras, período de 2006 a 2007.

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3.2 Pontos de amostragem

As amostragens para análises físico-químico-bacteriológicas foram realizadas em 10 pontos

no rio Palmeiras. As descargas líquidas foram medidas mensalmente em três pontos localizados a

montante do local onde serão construídas as barragens das PCHs Boa Sorte, Riacho Preto e Lagoa

Grande esses pontos coincidem com os pontos 03, 06 e 09 de amostragem de água (Tabela 1). Em

alguns meses a medição não foi realizada em virtude de problemas logísticos.

Tabela 1 - Descrição dos pontos de amostragem de água no rio Palmeiras.

Distância em

relação ao

P01 (km) Ponto Descrição Coordenadas UTM

0 P 01 Final do futuro lago da PCH Boa Sorte (interface lótico-lêntico) E 305591 N 8693283

7,7 P 02 Região Central (ponto mediano entre o futuro barramento e E 307480 N 8688200

a interface lêntico-lótico da PCH Boa Sorte)

12,2* P 03\Q1 Junto ao eixo da futura barragem – PCH Boa Sorte E 307218 N 8684966

12,6 P 04 Jusante da futura barragem da PCH Boa Sorte e Final do E 307596 N 8684976

futuro lago da PCH Riacho Preto

18 P 05 Região Central (ponto mediano entre o futuro barramento E 309000 N 8680800

e a interface lêntico-lótico da PCH Riacho Preto)

21* P 06\Q2 Junto ao eixo da futura barragem - PCH Riacho Preto E 308944 N 8678432

22 P 07 Jusante da futura barragem da PCH Riacho Preto e E 308944 N 8678062

Final do futuro lago da PCH Lagoa Grande

33,7 P 08 Região Central (ponto mediano entre o futuro barramento E 309750 N 8668110

e a interface lêntico-lótico da PCH Lagoa Grande)

47,4* P 09\Q3 Junto ao eixo da futura barragem – PCH Lagoa Grande E 302041 N 8655808

48,8 P 10 Jusante da futura barragem – PCH Lagoa Grande. E 302000 N 8655500 *: Seção de medição da descarga líquida (Q1, Q2 e Q3).

3.3 Parâmetros avaliados e metodologia de coleta

As variáveis (parâmetros físico-químico-bacteriológicos) selecionadas para a avaliação da

qualidade das águas do rio Palmeiras e as metodologias analíticas são apresentadas na Tabela 2. As

coletas foram efetuadas na camada superficial do curso d’água (até 20 cm de profundidade). Alguns

parâmetros (temperatura, condutividade, pH e oxigênio dissolvido) foram determinados em campo

com o auxílio de uma sonda multiparâmetros portátil da YSI (Yellow Springs Instruments - modelo

6820). Para os demais parâmetros, as amostras de água foram acondicionadas e preservadas de

acordo com o “Guia de coleta e preservação de amostras de água da CETESB e NBRs 9897 e

9898”. Os ensaios laboratoriais foram efetuados de acordo com as recomendações do Standard

Methods (21º edição).

A Figura 4 mostra a localização geográfica dos pontos de qualidade de água e das medições

da descarga líquida da bacia hidrográfica da área de estudo, com área de 3.703 km², 434m de

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perímetro, cota máxima de 926m e mínima de 375m a jusante do eixo onde será construída a

barragem da PCH Lagoa Grande.

Figura 4 - Localização da área, pontos de amostragem de água e de medição descarga líquida no rio Palmeiras.

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Tabela 2 - Parâmetros físico-químicos e bacteriológicos avaliados e limites de acordo com Resolução CONAMA

357/2005.

Parâmetros Unidade

LQ Métodos Analíticos CONAMA 357/05

Classe II

Carbono Orgânico Total mg/L 0,5 SMEWW 5310-B NR

Cloreto mg/L 1,0 SMEWW 4500-Cl B 250

Coliformes Termotolerantes N.M.P./100mL 5,0 SMEWW 9223 B 1.000,00

Cor Pt/Co 5,0 SMEWW 2120 C 75

Cromo mg/L 0,01 SMEWW 3120 b 0,05

DBO mg/L 2,0 SMEWW 5210 B – 5 5

Fósforo Total mg/L 0,01 SMEWW 4500- P – E 0,1

Nitrato mg/L 0,1 SMEWW 4500 - NO-3 10

Nitrito mg/L 0,02 SMEWW 4500 - NO-2 1

Nitrogênio Amoniacal mg/L 0,1 SMEWW C – Titrimetric Method Obs.1

Mercúrio mg/L 0,00005 SMEWW 3500 – Hg B 0,0002

Sólidos Sedimentáveis ml/L.h 0,3 SMEWW 2540 – F NR

Sólidos Totais mg/L 5,0 SMEWW 2540 – B NR

Sulfeto mg/L 0,05 SMEWW 4500 S-2 D NR NA: Não aplicável; NR: Não há recomendação.

Obs.1: 3,7mg/L N, p/ pH < 7,5; 2,0 mg/L N, p/ 7,5 < pH > 8,0; 1,0 mg/L N, p/ 8,0 < pH > 8,5; 0,5 mg/L N, p/ pH > 8,5.

Para a determinação da descarga líquida, foi utilizado o método convencional, também

conhecido como área x velocidade, sendo utilizado um molinete hidrométrico (modelo: SIAP 6841)

para cálculo da velocidade da corrente.

3.4 Análises dos dados

Os resultados encontrados foram comparados aos valores limites estabelecidos pela

resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005. Em razão de ainda não existir

enquadramento do rio Palmeiras, será considerado que suas águas devam atender aos critérios de

corpos hídricos Classe 2, que tem como finalidade o abastecimento doméstico, após tratamento

convencional; proteção das comunidades aquáticas e são destinadas à agricultura.

Os dados foram analisados, inicialmente, por meio da estatística básica (média, mediana,

máximo, mínimo, desvio padrão). A média, mediana, máximo, mínimo e desvio-padrão foram

utilizados como medidas de tendência central e dispersão dos dados. Os resultados foram analisados

pela sazonalidade: 03 campanhas realizadas no período de seca (set/06, jun/07 e set/07) e 02 no

período de chuva (dez/06 e mar/07). A diferença entre os períodos de amostragem (seca e chuva) de

cada parâmetro foi testada através do teste t.

Para todos os parâmetros analisados neste estudo, elaborou-se um gráfico que objetivou

ilustrar o comportamento dos mesmos em relação ao espaço (0,0 a 48,8 km) e as variações sazonais

(período de seca e chuva), nos dez pontos de amostragens. Foi inserido nesses gráficos o principal

afluente do rio Palmeiras, o ribeirão do Inferno. Calculou-se também a correlação de Pearson (r)

para avaliar a variação longitudinal desses parâmetros ao longo do rio.

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Através dos resultados de medições de descarga líquida estabeleceu, pela interpolação linear,

a descarga no dia das amostragens de qualidade de água. Essa análise ofereceu a possibilidade de

verificar a correlação entre a descarga líquida e cada parâmetro permitindo que os gráficos fossem

plotados.

Para os testes estatísticos básicos acima mencionados, utilizou-se o software Minitab Release

12.22, enquanto os gráficos foram obtidos com uso do Excel (Office – 2007).

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O resumo estatístico dos parâmetros físico-químico-bacteriológicos obtidos nos cinco

períodos de amostragens, no rio Palmeiras, é apresentado na Tabela 3, enquanto os gráficos da

variação espacial e temporal e dos resultados da correlação desses parâmetros com a descarga

líquida são apresentados nas Figuras 4 e 5.

Em todas as amostragens, algumas medições da descarga líquida e análises da qualidade não

foram realizadas em virtude de problemas logísticos. Já alguns parâmetros analisados como o

cromo, mercúrio, sulfeto, sólidos sedimentáveis e DBO, não foram avaliados no estudo devido seus

resultados apresentarem mais de 50% das observações abaixo do LD (limite de detecção do método

analítico).

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Tabela 3 - Estatísticas dos parâmetros físico-químico-bacteriológicos registradas no rio Palmeiras, setembro/2006 a

setembro/2007.

Parâmetros seca chuva /t/ Parâmetros seca chuva /t/

Média 1,15 9,93 Média 0,38 0,76

Mediana 1 4 Mediana 0,02 0,51

Amplitude 0,5 - 3,6 1,0 - 44,2 Amplitude 0,02 - 2,0 0,02 - 3,0

Desvio Padrão 0,69 13,78 Desvio Padrão 0,66 0,9

N° Amostras 30 20 N° Amostras 20 20

Média 14,53 4,1 Média 0,75 0,22

Mediana 10,5 1 Mediana 0,65 0,13

Amplitude 1,0 - 49 1,0 - 16 Amplitude 0,1 - 2,64 0,1 - 0,55

Desvio Padrão 13,47 4,42 Desvio Padrão 0,7 0,15

N° Amostras 30 20 N° Amostras 30 20

Média 22,55 39,65 Média 8,61 7,03

Mediana 21,5 29 Mediana 8,2 7,2

Amplitude 19 - 36 18 - 132 Amplitude 7,2 - 12 4,3 9,3

Desvio Padrão 4,38 31,35 Desvio Padrão 1,24 1,12

N° Amostras 20 20 N° Amostras 29 20

Média 365,7 19634,6 Média 7,92 7,6

Mediana 26 1200 Mediana 7,9 7,6

Amplitude 4,0 - 4600 9,0 - 110000 Amplitude 7,6 - 8,4 7,5 - 7,8

Desvio Padrão 944,43 35098,97 Desvio Padrão 0,19 0,11

N° Amostras 26 19 N° Amostras 20 20

Média 23,43 75,25 Média 64,2 90,7

Mediana 19,5 58,5 Mediana 55 42

Amplitude 6,0 - 66 17 - 211 Amplitude 7,8 - 170 5,0 - 840

Desvio Padrão 15,57 62,25 Desvio Padrão 40,94 180,42

N° Amostras 30 10 N° Amostras 30 20

Média 0,013 0,031 Média 25,1 26,9

Mediana 0,01 0,02 Mediana 25 27

Amplitude 0,01 - 0,04 0,073 - 0,11 Amplitude 23 - 27 26 - 28

Desvio Padrão 0,0065 0,025 Desvio Padrão 1,14 0,6

N° Amostras 30 20 N° Amostras 20 20

Média 0,124 0,16 Média 5,06 10,55

Mediana 0,1 0,1 Mediana 4,15 8,3

Amplitude 0,01 - 0,5 0,1 - 0,3 Amplitude 1,9 - 13 4,9 - 23

Desvio Padrão 0,15 0,075 Desvio Padrão 2,85 5,38

N° Amostras 30 20 N° Amostras 20 10

Turbidez(UNT)Nitrato(mg/L)

Condutividade(uS/cm)

1,12 3,02*

Carb. Org.(mg/L)

Cloreto(mg/L)

Colif.

Termotolerantes

(N.M.P./100mL)

Cor(Pt/Co)

Fósforo T.(mg/L) Temperatura(°C)

2,85**

3,94**

2,42*

2,40*

3,65**

3,09**

Nitrito(mg/L)

N- Amon.(mg/L)

OD(mg/L)

pH

Sólidos T.(mg/L)

6,56**

1,61

4,01**

4,63**

6,28

0,65

Obs.: Teste t para a hipótese de igualdade do período de seca e chuva:*p<0,05; **p< 0,01. Seca: set/06, jun/07 e set/07; Chuva:

dez/06 e mar/07.

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XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 11

Figura 4 - Gráficos da variação espacial e temporal dos parâmetros físico-químico-bacteriológicos do rio Palmeiras,

setembro/2006 a setembro/2007.

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________________________________________________________________________________

XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 12

y = -0,0024x2 + 0,2978x + 17,377R² = 0,1965

22,5

23

23,5

24

24,5

25

25,5

26

26,5

27

27,5

30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00

Te

mp

era

tura

°C

Vazão (m³/s)

y = -0,0001x2 + 0,0078x + 7,7718R² = 0,1264

7,4

7,5

7,6

7,7

7,8

7,9

8

8,1

8,2

8,3

30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00

pH

Vazão (m³/s)

y = 30,894e-0,004x

R² = 0,0714

15

20

25

30

35

40

30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00

Co

nd

uti

vid

ad

e E

létr

ica

(u

S/

cm)

Vazão (m³/s)

y = 9,6316e-0,004x

R² = 0,1703

4

5

6

7

8

9

10

11

30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00

Ox

igê

nio

Dis

solv

ido

(m

g/

L)

Vazão (m³/s)

y = 0,0069x2 - 0,7017x + 18,704R² = 0,2752

0

2

4

6

8

10

12

30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00

Ca

rbo

no

Org

ân

ico

(m

g/

L)

Vazão (m³/s)

y = 0,0329x2 - 4,1356x + 130,09R² = 0,3723

0

10

20

30

40

50

60

30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00

Clo

reto

(m

g/

L)

Vazão (m³/s)

y = 0,0008x2 - 0,0892x + 2,825R² = 0,1613

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1

30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00

N-A

mo

nia

cal

(mg

/L

)

Vazão (m³/s)

y = -0,0021x2 + 0,2407x - 5,6554R² = 0,0916

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00

Nit

rito

(m

g/

L)

Vazão (m³/s)

y = 2E-05x2,0984

R² = 0,2002

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00

Nit

rato

(m

g/

L)

Vazão (m³/s)

y = -1E-05x2 + 0,0015x - 0,0292R² = 0,1035

0

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

0,07

0,08

30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00

sfo

ro T

ota

l (m

g/

L)

Vazão (m³/s)

y = -0,0836x2 + 10,286x - 240,23R² = 0,1293

0

50

100

150

200

250

30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00

Co

r (P

t/C

o)

Vazão (m³/s)

y = 0,2365x - 5,0358R² = 0,8422

0

2

4

6

8

10

12

14

16

30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00

Tu

rbid

ez

(mg

/L

)

Vazão (m³/s)

y = 0,2103x2 - 23,884x + 687,3R² = 0,2911

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00

lid

os

To

tais

(m

g/

L)

Vazão (m³/s)

y = -61,19x2 + 6537,3x - 149677R² = 0,1191

-20000

0

20000

40000

60000

80000

100000

120000

30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00

C.T

erm

o(N

.M.P

./1

00

mL

)

Vazão (m³/s)

Figura 5 - Gráficos da variação dos parâmetros físico-químico-bacteriologicos em função da vazão no rio Palmeiras,

setembro/2006 a setembro/2007.

Conforme a Figura 4 e Tabela 3, a temperatura da água variou entre 23 e 28 °C, sendo os

menores valores registrados nos meses de junho/07 e os maiores valores registrados em

dezembro/06 e março/07. Como esperado, esses valores foram compatíveis com o clima regional

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XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 13

(verão chuvoso e inverno seco) sendo constatada uma diferença altamente significativa entre os

períodos de seca e chuva (t = 6,56; p < 0,01).

As temperaturas médias desse estudo (seca = 25,1 °C e chuva = 26,95 °C; Tabela 3)

aproxima-se ás obtida por Schmidt e Araújo (2003) no rio Lajeado, afluente do Tocantins, e por

Oliveira et al. (2002) no rio Tocantins a jusante da usina hidrelétrica Serra da Mesa.

Pode-se observar, também, que não houve correlação entre temperatura da vazão (r2 = 0,19;

Figura 5), ao contrário do resultado obtido por Bárbara (2006) no rio Araguari/AP, que observou

que quanto maior a descarga líquida, menor seria o valor desse parâmetro.

Vários fatores podem influenciar na variação da temperatura em águas superficiais. Além

sazonalidade, a hora de amostragem, a altitude, a extensão da vegetação ripária e à contribuição

relativa da entrada de água subterrânea (Fritzsons, 2005).

Os valores de pH variaram de 7,45 (dez/06) a 8,35 (set/07) não havendo evidência estatística

significativa de diferença entre os períodos de seca e chuva (t = 6,28; Figura 4 e Tabela 3). Contudo

menores valores foram observados no período de chuva. Todos esses valores estão em

conformidade com os limites recomendado pela resolução CONAMA n°. 357/2005 (6,0 a 9,0).

Verificou-se também, uma fraca correlação dos resultados de pH com a descarga líquida

(r²=0,13; Figura 5), fato que pode estar relacionado a hidrogeologia local.

Nota-se uma tendência a acidificação da água quando no aumento das vazões durante a

cheia, fato relacionado ao aumento dos processos de decomposição da matéria orgânica carreada

para o corpo hídrico (Bárbara, 2006). Valores menores de pH no período de chuva também foram

observado em alguns estudos dos sistemas hídricos do município de Nova Xavantina (MT), bacia

do rio Tocantins, como no córrego Bacaba (Bleich, 2002), córrego Estilac (Mingote, 2004) e

ribeirão Salgadinho (Zillmer et al, 2007).

A condutividade elétrica no rio Palmeiras oscilou entre 18 e 132 µS/cm (Figura 4, Tabela 3).

A Resolução CONAMA 357/05 não recomenda padrão para condutividade, mas o valor de 30

μS/cm é citado para águas doces (Haase, 2002 apud Pádua, 1994). Sendo assim, altos valores

amostrados foram de 127 μS/cm (P 04) e 132 μS/cm (P 06), ambos coletados em dezembro/2006,

ou seja, época de cheia.

Houve diferenças significativas entre os períodos de seca e chuva de condutividade elétrica

(t = 2,42; p< 0,05), porém não houve correlação desse parâmetro com a descarga líquida (r2 = 0,07;

Figura 5). Maiores concentrações desse parâmetro em período de chuva são justificáveis pela

intensificação do carreamento de íons para o corpo hídrico, não ocorrendo diluição ocasionada pelo

aumento da descarga líquida, uma vez que essa é pouco variável. Resultados diferentes ao obtido

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XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 14

são descritos em estudos realizados no rio Cuiabá (APOITIA, 2000) e no ribeirão Salgadinho

(Zillmer et al, 2007).

Os valores de oxigênio oscilaram consideravelmente no rio Palmeiras, variando entre 4,3

mg.L-1

(mar/07) e 12 mg.L-1

(set/07), sendo constatado diferença altamente significativa no padrão

de sazonalidade com as menores concentrações obtidas no período de chuva (t = 4,63, p < 0,01).

Somente em março/2007 no P09 e P10 os valores de oxigênio dissolvido (4,9 e 4,3, respectivamente)

infringiram o limite mínimo de 5,0 mg/L estabelecido para águas de classe 2 pela Resolução 357/2005

do CONAMA (Tabela 3 e Figura 4). Não foi observado correlação desse parâmetro com a descarga

líquida (r2 = 0,17; Figura 5).

Os menores valores obtidos no período de chuva devem-se provavelmente ao incremento de

matéria orgânica ao corpo hídrico. Esses resultados também foram constatados por Schmidt e Araújo

(2003) no rio Lajeado /TO e por Peixoto (2001) no rio Tocantins, porém estudos realizados por

Bleich (2002) no córrego Bacaba em Nova Xavantina/TO, Iocca (2000) no córrego Sangradouro em

Cáceres/MT e Smith e Petrere Jr. (2000) no rio Pirapora em São Paulo apresentaram maiores

valores de oxigênio no período chuvoso.

No rio Palmeiras os resultados de carbono orgânico total (COT) foram baixos, exceto em

dezembro/2006 (máxima = 44,2 mg/L, Tabela 3 e Figura 4), não apresentando correlação

significativa com a descarga líquida (r²=0,2752; Figura 5). No período de chuva as concentrações

de COT foram mais elevadas que na seca (média chuva=9,93 mg/L; média seca=1,15 mg/L; t =

2,85, p< 0,01), podendo ser resultado do incremento da matéria orgânica carreada das margens.

Em geral, os teores de nitrogênio amoniacal, nitrito e nitrato foram satisfatórios em relação à

legislação, sendo evidenciados maiores concentrações no período de seca, porém apenas os

resultados nitrogênio amoniacal apresentaram diferença altamente significativa entre os períodos de

seca e chuva (t = 4,01; p<0,01; Tabela 3). Nos meses de março/07 e junho/07 no P03 foram

observados valores de nitrito acima da legislação (1,0 mg/L, Figura 4). No entanto, mais de 50%

das medidas obtidas de nitrito e nitrato no rio Palmeiras foi menor que o limite de detecção do

método (LD:< 0,02 e 0,1 mg/L, respectivamente). No que se refere à descarga líquida esses

nutrientes não apresentaram correlação (Figura 5).

Os valores de nitrogênio amoniacal variaram de 0,1 até 2,64 mg/L, apresentando no P02

(junho/07) e P01, P02 e P10 (setembro/07) valores acima do limite permitido pela legislação (2,0

mg/L N, p/ 7,5 < pH > 8,0; 1,0 mg/L N, p/ 8,0 < pH > 8,5, Figura 4). Conforme Trussel (1972),

altas concentrações do íon amônio podem ter grandes implicações ecológicas como, por exemplo,

influenciando fortemente a dinâmica do oxigênio dissolvido do meio.

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XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 15

As concentrações de fósforo total variaram entre 0,01 a 0,11 mg/L, apresentando fraca

correlação com a descarga líquida (r²=0,104; Figura 5) e forte sazonalidade, com concentrações

significativamente maiores nos períodos de cheia (t = 3,09, p<0,01; Tabela 3 e Figura 4). Valores

mais elevados desse parâmetro, nesse mesmo período, também foram observados no rio Araguaia

(0,019 – 0,189 mg/L; Pinheiro, 2004).

Somente em março/2007 no P03 a concentração de fósforo foi maior que o limite máximo

estipulado pela Resolução n° 357 (CONAMA, 2005), para águas da classe 2 (0,1 mg/L, ambientes

lóticos). Constatou-se também um razoável aumento nas concentrações de fósforo no P08,

influenciado pela entrada de nutrientes provenientes do ribeirão do Inferno.

Valores desses nutrientes, nos rios, podem ser decorrentes da influência de fontes de poluição

orgânica (despejo de matéria orgânica – lixo, restos de alimentos, etc) ou de fontes naturais

(decomposição de matéria orgânica). Somente com o monitoramento continuo destas variáveis é

possível afirmar se valores fora dos padrões são recorrentes ou oriundos de um evento que ocorreu

pontualmente.

Os valores de cloreto oscilaram entre 1,0 mg/L (set/06, dez/06 e mar/07) a 49 mg/L (set/07),

não ultrapassando o limite estabelecido pela Resolução 357/2005 do CONAMA, que é de até

250mg/L (Tabela 3 e Figura 4). Observou-se uma fraca correlação do cloreto com a descarga

líquida (r²=0,37; Figura 5). No entanto, nos pontos a jusante da confluência com ribeirão do Inferno

foram registrados menores valores de cloreto, podendo estar relacionado com o efeito de diluição

ocasionado por este contribuinte, tanto na seca quanto na chuva.

Houve uma diferença sazonal significativa na concentração de cloreto (t = 3,94; p<0,01), com

maiores concentrações observada no período de seca. Verificou-se também no mesmo período uma

maior dispersão dos valores (dp=13,47).

As variações dos valores de cor são apresentadas na Figura 4. Pode-se perceber que houve

extrapolação do valor limite estabelecido pela resolução CONAMA 357/2005, que é de 75

PtCo.mg.L-1

, somente no mês de março/2007. Obteve-se uma diferença altamente significativa

entre os períodos de chuva e seca (t=3,65; p<0,01; Tabela 3). Provavelmente os maiores valores

registrados no período de chuva deve-se a alteração da cor pelo carreamento de material ao corpo

hídrico.

Houve uma nítida tendência de elevação da cor da água em direção a foz nos meses

setembro/2006 (r²=0,79), junho/2007 (r²=0,75) e setembro/2007 (r²=0,80).

Em relação à vazão, não houve uma correlação significativa com a cor (r2 = 0,13; Figura 5).

Este resultado contradiz os relatados por Fritzsons et al (2003) que, analisando a qualidade da água

do rio Capivari com o deflúvio, concluíram que a cor tende a se elevar, quando a vazão aumenta.

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XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 16

As medidas de turbidez variaram entre 1,9 UNT (jun/07) e 23 UNT (dez/06) (Tabela 3 e

Figura 4). Em nenhum ponto o valor esteve acima do permitido pela legislação (100 UNT), porém

valores maiores foram obtidos no período de chuva (t = 3,02; p<0,05). Esses resultados contradizem

ao observado por Mingote (2004), no córrego Estilac/MT, que apresentou maiores valores de

turbidez no período de seca elucidado pelo grande acumulo de matéria orgânica em decomposição

proveniente da vegetação.

Pôde-se observar um aumento da turbidez em direção a foz nos meses de junho/2007

(r²=0,72) e dezembro/2007 (r²=0,75). Não houve amostragens nos meses de set/06 e mar/07 devido

problemas logísticos.

Outra constatação que pode ser feita ao se analisar a Figura 5 é que a vazão interfere

consideravelmente na variação da turbidez da água do rio Palmeiras: quanto maior a descarga

hídrica, maior são os valores desse parâmetro (r²=0,84). Resultado semelhante foi apresentado por

Zillmer et al 2007 no ribeirão Salgadinho/MT.

Os valores de sólidos totais variaram consideravelmente entre 5,0 a 840 mg/L (mar/07). Não

apresentaram padrão de sazonalidade (t=0,65; Tabela 3 e Figura 4) e de correlação com a descarga

líquida (r²= 0,29; Figura 5), sendo que os maiores valores no período de chuva podem ser

provenientes do carreamento de sólidos ao rio, e maiores valores no período de seca, devido

possível intervenção antrópica.

Durante todo o período de monitoramento, as densidades de coliformes termotolerantes

variaram entre ausente (set/06, set/07) e 110000 NMP/100ml (dez/06). Os maiores valores de

densidade de coliformes foram obtidos durante o período chuvoso, especialmente em

dezembro/2006 (t=2,40, p<0,05; média chuva: 19.635NMP/100mL; média seca: 365,7

NMP/100mL;Tabela 3 e Figura 4). Os valores de densidade acima do limite preconizado pela

Resolução CONAMA n° 357/2005 foram observados nos meses de dezembro/06 e março/07 (1000

NMP/100ml). Não houve correlação dessa variável com a descarga líquida (r²= 0,11; Figura 5).

As altas densidades registradas nas campanhas de chuva, dez/2006 (Figura 4), indicam aporte

direto ou a partir do escoamento superficial de matéria orgânica (fezes de animais) ao meio

aquático, uma vez que os coliformes termotolerantes são restritos ao trato intestinal de animais

homeotérmicos.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES

Em geral o rio Palmeiras apresentou resultado satisfatório quando comparado aos valores

preconizados pela resolução CONAMA n°357/2005, obtendo apenas alguns resultados pontuais

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XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 17

discordantes (oxigênio dissolvido, nitrogênio amoniacal, fósforo total, cor e coliformes

termotolerantes).

É importante destacar a influência da sazonalidade hidrológica no comportamento de diversas

variáveis avaliadas no estudo, tais como carbono orgânico, cloreto, condutividade elétrica, cor,

fósforo total, nitrogênio amoniacal, oxigênio dissolvido, temperatura e turbidez. No entanto, apenas

a turbidez apresentou correlação significativa com a descarga líquida. Esse fato é compreendido

pela característica hidrogeológica regional que ocasiona a normalização da descarga líquida através

da ressurgência das águas subterrâneas. Por esse motivo, o rio Palmeiras apresentou resultados

diferentes ao obtido em diversos estudos que demonstraram alterações da qualidade da água tanto

pela influência da sazonalidade quanto pela variação da descarga líquida em outras bacias.

Vale ressaltar também que a normalização da descarga líquida confere ao rio Palmeiras um

grande potencial para geração de energia elétrica.

Foi diagnosticada a existência de um padrão longitudinal no rio Palmeiras para os parâmetros

cor e turbidez, e alterações nos parâmetros fósforo e cloreto devido à confluência do ribeirão do

Inferno. Já os parâmetros que não foram analisados no estudo (cromo, mercúrio, sulfeto, sólidos

sedimentáveis e DBO) apresentaram mais de 50% dos valores abaixo do LD e em conformidade

com a resolução CONAMA n°357/2005.

Em alguns parâmetros a influência da matéria orgânica possivelmente explicou suas

variações, desse modo sugere-se em futuro estudos a comparação da qualidade das águas com o uso

e ocupação do solo.

A principal contribuição desses dois anos de amostragens consistiu na caracterização e na

criação de um banco de dados de variáveis físico-químico-bacteriológicos do rio Palmeiras, antes da

passagem do ambiente lótico para lêntico. Salienta-se a importância da continuidade desse estudo

após a formação do reservatório visto que um ambiente bem caracterizado é indispensável para o

seu manejo e conservação.

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XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 18

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