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XIV SEMINARIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENSRECIFE
AGOSTO 1981
SOBRE SAPROLITOS DE BASALTO
TEMA : I
Eng. Clovis Ribeiro de Moraes LomeCESP - Companhia Energetics de Sdo PoiIo
147
SOBRE SAPROLITOS DE BASALTO
Clovis Ribeiro de Iloraes Leme (*)
1. INTRODUcAO
0 estudo dos materials naturals existentes em determinado
local, a de especial interesse na Engenharia de Barragens. Nas re
gi6es baselticas, notadamente na grande bacia sedimentar do Parana,
os materials intermediarios entre o solo e a rocha adquiriram impor
tancia economica ao ser demonstrada a possibilidade de sua utiliza
cao em macigos compactados - caso dos materials mais alterados - e
como camada de transicao, no caso dos materials seos.
A experiencia brasileira com os materials de transig o en
tre solo e rocha, tem sido registrada em trabalhos diversos, Como
os de Paes de Barros (72), Mello (73), Cruz et al (75),Mori et al
(78) e Sardinha et al (81). E notorie a preocupac o com os mate
riais de basalto mostrada pelos autores citados.
2. 0 HORIZONTE SAPROLITICO
Deere e Patton (71) propuseram uma classificag o que aqua
e adotada, embora outras correntes sejam mais propensas adoc o
de criterios e nomenclatures diversas. Os nomes de saprolito (jovem
e maduro), solo saprolitico, solo de alteradoo de rocha, solo resi
dual, rocha branda, rocha extremamente fraturada e alterada, tem si
do empregados (as vezes impropriamente) pars o material em questao.
Entretanto, como no ha uma nomenclature adotada, o que certamente
traria beneficios, e aqui entao adotada a descricAo dada por Mori
et al (78), pera'um horizonte tipico de solos basAlticos,baseada na
proposta por Deere e Patton (71):
"coluviao": horizonte superior, geralmente descrito como argila
porosa, vermelha.Frequentemente apresenta estrutura porosa quan
(*) Engenheiro da Divisao de Geotecnia, Departamento de Engenharia
vil da CESP.
Ci
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do indeformado;
"solo residual maduro": proveniente de alteradao " in, situ" da
rocha de origem , no apresenta resqufcios de estrutura de rocha.
Frequentemente ocorre fina camada de cascalhos sobrejacente ao
solo residual . Geralmente descrito como argila vermelha;
"saprolito": tambem chamado " solo de alterareo de rocha" ou "so
lo residual j ovem". . Apresenta visualmente um extremo f returamen
to, com blocos de basalto imbricados com paredes alteradas e o
xidadas . Os saprolitos em geral tem aspecto heterogeneo mas con
tinuo, com variacao em profundidade conforme seu estado de alte
racao . Deste , depende o tipo de material envolvente (arenoso ou
argiloso ) e grau de alterareo dos blocos de rocha (semi altera
do ou alterado). Os saprolitos sao passiveis de escavacao ma
nual.
Quando em estagio de semi-alteradao , no permite a
realizacao de ensaios usuais de solos , devido a impossibilidade
de moldagem de corpos de provaj
"rocha alterada": bastante fraturada, no apresenta frarao de
solo apreciayel. que englobe os blocos de rocha . Muitas vezes
escavevel mecanicamente com equipamentos pesados.
OS ENSAIOS CLASSIFICATtRIOS
Como bem lembram Sardinha et al ( 81) seria talvez con
veniente a utilizacao de uma Mecanica do Saprolito, para classifi
car, identificar e prever comportamentos deste material que, par no
ser solo nem rocha, no se enquadra totalmente no embito quer da Me
cenica dos Solos quer da Mecanica das Rochas , sem deixar de possuir
caracteristicas que o enquadrariam em um e outro campo de estudo.
A pr6pria palavra saprolito ja nos indica isso, pots sib
nifica, literalmente, rocha podre . Podre, mas no o suficiente pars
ser considerado o produto final da intemperizageo da rocha; su
ficientemente podre pars no ser encarado segundo as criterios de
Mecanica das Rochas , mas no padre o suficiente pare ser encaixado
na Mecanica dos Solos.
E sempre conveniente a lembranca que as centros que pio
neiramente estudaram as caracteristicas dos solos, situam-se geo
graficamente em locals onde o sub-solo se comp6e basicamente do so
los sedimentares , como Boston , Londres, Oslo. Desta forma , e nitu
150
ral que o primeiro pensamento da moderna Mecanica dos Solos se vol
tasse aos recalques exagerados de edificios altos, no colapso de
fundaroes, de escorregamentos ao longo de ferrovias suecas, em por
tos alemaes etc.
Tais fenomenos sao as condicionantes dos estudos que ini
ciaram a Mecanica dos Solos,a mola-mestra da pesquisa das caracte -
risticas dos solos, e e claro, o material utilizado para desenvolvi
mento dos ensaios indice e de outros ensaios rotineiramente emprega
dos em solos, foi o encontrado naqueles locais.
A execugao de ensaios-indice pressupoe o preparo anterior
da amostra, sendo este realizado segundo as diretrizes do MB-27.
Ora, um preparo que encerra um secamento, destorroamento e homoge
neizarao da amostra, s6 pode pretender refletir as propriedades de
um solo que no sejam significativamente afetadas por tal manipula
cao.
Nota-se mesmo que quando tal manipulareo afetou de modo
significativo o comportamento do solo, foi tornado o cuidado de deft
nir indice que refletisse o comportamento anomalo. E o caso do pare
metro "sensibilidade" de argila, criado para as "quick clays", que
apresentam marcante influencia da estrutura nos aspectos de resis
tencia. Realmente, qual seria o interessante pratico em se saber os
valores, por exemplo, dos limites de Atterberg dos argilo-minerais
constituintes de uma rocha?
Verifica-se, no entanto, ao se manusear saprolitos, que a
operarao de destorroamento leva a um material que seria o produto
da intemperizacao final de seu horizonte, conforme se verifica na
Figura 1. Nesta,as curvas indicadas ilustram o resultado de ensaios
granulometricos sobre uma mesma amostra de saprolito de basalto,pro
veniente de Nova Avanhandava, rio Tiete, SP, sem se proceder ao des
torroamento (faixa "a") e efetuando-se o destorroamento (faixa "b").
Como se percebe, ha uma grande diferenga entre as results
dos obtidos corn e sem a manipulacao da amostra. Corn certeza, mate
riais corn granulometria do tipo da faixa "a" seriam classificados -
como no plasticos, no entanto, se trabalhado, ate a faixa "b", es
to mesmo material fornece valores de limites de Atterberg que o
classificariam como argila de alta plasticidade.
151
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FIG. 1
PEDRLGULHQ
1 00
Fenomeno similar ocorre tambem no caso de ensaio de com
pactarao, segundo o MB-33 pois tambem emprega o MB-27 para o prepa
ro da amostra. No entanto, ao se executar ensaio de compactarao sem
tal preparo,mas apenas separando manualmente os fragmentos maiores,
acontece ainda uma evolucao granulometrica na amostra devido a acen
tuada quebra de grans durante o processo dinamico de compactacao.Es
to evolugao da granulometria, e aqui chamada de instabilidade granu
lometrica, o que parece refletir adequadamente o comportamento des
crito.
A Figura 2 abaixo, ilustra com muita proprietada este ins
tabilidade granulometrica durante a compactageo em laboratorio, con
forme observado na barragem de Salto Santiago (rio Iguaqu, PR).
ORAFICO DEGRANULOMETWIA
100 0
0 100
Q3 MATERIAL NATURAL VIRGEM
© APOS 3J PONTO DO PROCTOR
Q7 APOS 29 P ONTO DO PROCTOR
Ards Y PONTO DO PROCTOR
4
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( 10DIAMETRO DOS 61110 (0.1
0,01 0,1 I 10
DIAMETRO DOS ORAOS(..
I APIG ILA SILTS I . SILTE4 SILTED AFIN A AMED,AAGROSSA PEOREOULNO
IS. 2
100
I
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1
152
Outra questao que se abre, a relativa ao teor de umidade.
A fragao fina do saprolito "in natura" possui teor de umidade mais
elevado que a sua fragao grossa. Ao se verificar uma transformacao
granulometrica devida a aplicagao de energia exterior, acontece uma
migragao interna de agua, tendendo a tornar mais homogeneo o teor
de umidade do saprolito. E alcangada a homogeneizacao de umidades
ao se atingir a estabilidade granulometrica apps sucessivas quebras
dos grans, sendo possivel o equilibrio entre os teores de umidade -
das fragoes fina e grossa em qualquer estagio intermedierio da evo
lugao da granulometria.
Assim, a questao aberta a forma de se encarar um teor de
umidade determinado nos moldes usuais, no caso de saprolito.
4. ENSAIOS ESPECIAIS
Sob tal rotulo, e aqui abordado o comportamento dos sapro
litos - "in natura" e compactados - face a ensaios de permeabilida
de, adensamento edometrico e triaxiais. Marcantes diferengas axis
tem entre os solos sedimentares e os saprolitos quanto as diversas
possiveis causas de influencia nos resultados de ensaios. Sem a pre
tenseo de exaurir o assunto,seo a seguir discutidos os aspectos que
parecem ser os mais condicionantes em termos de influencia nos re
sultados.
4.1. Permeabilidade
Para os aspectos da determinagao do coeficiente de permea
bilidade em permeametros, anel de adensamento e "in situ" (po
gos de grande dimenseo), existem diversas influencias que no
foram ate o momento devidamente quantificadas. No entanto,qua
litativamente.pode-se afirmar que as seguintes fatores afetam
o comportamento dos saprolitos "in natura":
- moldagem de corpos de prova: apresenta influencia dire
to na possivel obturaceo de fissuras no decorrer das ope
ragoes de desgaste do topo e base da amostra. Em analogia
a esta ocorrencia, verifica-se deposigeo de material argi
loso nas irregularidades das paredes de pogos de grandes
dimensoes (0 = 1,20 m) escavados manualmente. Em furos
de sondagem, pode ocorrer a obturageo de fissuras devido
ao amassamento provocado pela ferramenta de corte;
153
- descompressao da amostra : provoca teoricamente um efei
to mais marcante nos horizontes menos intemperizados ( sa
prolitos jovens ), pots existindo fissuras permeeveis es
tas tereo coeficientes de permeabilidade proporcionais ao
cubo de sua abertura.
E apresentada aqua uma comparacao entre determinacoes de
coeficiente de permeabilidade , Para um mesmo horizonte de sa
prolito de Nova Avanhandava, segundo diversos metodos emprega
dos:
- permeametro ( am.indef .) ............. 10-3 cm/s
- anel de adensamento (am.indef.) ..... 2,6x10-5 cm/s
(p'= 1,6 kg/cm2)
- pogo de 0 1,20 m .................... 7 x 10-3 cm/s
- sondagem (0 = 4") ................... entre 10-3 e 10-4
cm/s
- saprolito compactado em laborat6rio . 3 x 10-7 cm/s.
4.2. Compressibilidade
Quanto aos ensaios de adensamento oedometrico, parece ha
ver uma forte influencia do atrito lateral. Ao ser reportada
a origem deste ensaio , a mess uma vez verificado que seu en
foque inicial foi para solos sedimentares moles , com consis -
tencia de , por exemplo , manteiga. Este efeito de atrito late
ral, aparece ao se comparar os resultados de ensaios triaxiais
drenados para a determinacao de Ko a ensaios de adensamento e
dometrico, como ilustra o grefico ex log p', abaixo, para sa
prolitos da barragem de Taquaruqu , compactados em laborat6rio
com GC = 93% e h = hot - 2%, sendo tais parametros determina-
dos conforme rotinasTnormalmente empregadas.
154
PRESSOES (ka/ce)
017
0,6
0, 5
ko DRENADO
A.H. TAQUARUCUP0c0 PEE-1 ( A. H -1)
0,1 1,0
FIG. 3
ADENSAMENTOOEDOMEYRICO(ANEL FLUTUANTE)
10,0
Na analise dos resultados de ensaios de adensamento oedo
metrico em saprolitos compactados em laboratorio , nota-se in
tensa influencia do preparo da amostra nos resultados, fruto
da intemperizagao forrada a que a amostra a submetida. Desta
forma, resultados que rotulam o saprolito como material de
compressibilidade exagerada , sao encontrados . Como exemplo -
seo a seguir indicados resultados de valores medios do indice
de compressed ILc1 para materiais abaixo provenientes de Nova
Avanhandava (NA) e Taquarugu (TA) (TA - rio Paranapanema- SP/
PR):
a.) coluviao argilo3o compactado
em laboratorio ............. 0,29 (NA) ... 0,20 (TA)
b.) saprolito compactado em labo
rat6rio .................... 0,57 (NA) ... 0,58 (TA)
c.) saprolito "in natura" ...... 0,55 (NA) ... 0,48 (TA)
Como observam Sardinha et al (81), a saprolito compactado
em aterros de Salto Santiago apresenta- se como material menos
compressivel que o coluvio compactado, nas medigoes dos ins
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trumentos all instalados para o acompanhamento da obra.Em ob
servacoes visuais de pogo aberto no aterro da subestacao de
Nova Avanhandava, no saprolito compactado, a nitida e unenime
impressao dos tecnicos que o inspecionaram, foi que se trata
de material bastante rigido, pouco compressivel. Entretanto -
estas observacoes, quer qualitativas quer quantitativas, no
se traduzem em termos de resultados de ensaios de laboratorio,
conforme se depreende dos valores obtidos, aqui citados.
A correta interpretacao dos fatores que levam a comporta-
mento discrepante entre campo e laboratorio, a caso aberto.Se
ria a influencia do desconfinamento da amostra suficiente pa
ra produzir tais discrepancias?
4.3. Resistencia ao Cisalhamento
Je a execucao de ensaios pars a discriminacao dos parame
tros de resistencia de saprolitos, parece ser condicionada a
penas es dimensoes do corpo de prova, face a dimensao da -
maior particula.
Parece existir uma tendencia, revelada em ensaios de de
senvolvimento de pressao neutra, dos materiais saproliticos -
compactados em laboratorio apresentarem baixos valores de
presses neutras, como mostram os graficos de variacao do pa
rametro B de Skempton com a pressao principal maior,mostrados
a seguir para saprolitos compactados em laboratorio, para di
versas condicoes de moldagem (segundo metodos usuais) e va
rios teores de umidade. Esta propriedade je havia sido citada
por Mori et al (78).
Este comportamento e devido, provavelmente, a dissipacao
de pressao neutra em "macro-poros" formados na estrutura do
saprolito (Mello, 78). Uma comprovacao pretica deste fenomeno,
foi observada em Salto Santiago (Sardinha et al, 81), onde se
verificou com leituras de campo que o desenvolvimento de pres
s6es neutras e menor para os aterros compactados de saproli -
tos que para os de coluvio e solo residual maduro.
156
0
0
I 2 3 4 5 6 7 8 9 I0(rkp/cm)
LEGENDA:------- ENSAIO PH ( h=hot-2%)
AI P 6 )( 0 2ENS O N k: , ( h=hot- %)ENSAIO PH- ( h=h f)-- o
- - - - PENSAIO N l k = 0,6 )( h= hot )
ENSAIO PH ( h= hot+ 1% )
---- ENSAIO PN (k=0 ,6)(h=hot+I%)
I^
I,
,0 01
/•
/ GC =97 0
FIG. 4
5. IMPLICAQOES NO PROJETO E CONSTRUcAO
Sao diversas as Eases de um projeto de barragem de terra,
relacionadas diretamente a presenga de saprolitos disponiveis, quer
como material de aterro quer como fundarao.
Os espaldares de uma barragem de terra e enrocamento, uma
vez analisadas as implicag6es de compressibilidade e resistencia,po
dem ser apoiados cm camada natural de saprolito. Ora, ao serem re
portadas as curvas granulometricas da Figure 1 e evidente a posigao
de desconfianra de um projetista que no esteja familiarizado ao
material. Assim,seria este levado a promover um adequado transicio-
namento em divers-as camadas entre o saprolito e o enrocamento, o
que nem sempre a necessario. Uma simples.camade de rochas fines e,
na maioria dos casos, o suficiente para se promover a adequada dis
tribuirao,na fundarao.das tensoes devidas ao enrocamento, no ocor
rendo problemas de arrasto de material (Mello, 80).Evidentemente, e
xistem restrig6es a tal colocarao para casos de saprolitos provenien
tes de rochas com elevado teor de minerals expansivos (como a non -
tronita), passiveis de repida intemperizagAo (questao de horas), co
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mo os • encontrados na fundaceo da barragem de Tres Irmaos ( rio Tiete
- SP), onde por questao de seguranga houve a opcao por transicoes
mais convervativas.
Assim como material de transigao natural, o saprolito jo
vem (ou stria rocha se intensamente fraturada, com pelicula de mate-
rial de alteracao nas fissures?) pods ser utilizado quer em obras
provisorias quer em obras defipitivas (Pass de Barros - 72). Tel pro
cedimento levy a uma economia (que pods ser consideravel), no consu-
me de materiais processados, evitando eventualmente o emprege de
britadores e centrais de peneiramento com maiores capacidades.
Quanto aos aspectos de compressibilidade e resistencia, as
caracteristicas do saprolito compactado possibilitam, apes as devi-
dos estudos, um zoneamento que leve a um balango de volumes que per
mita um aproveitamento otimizado e rational dos emprestimos, ao se
rem consideradas as questoes de producao e compactabilidade x preci-
pitacao pluviometrica, comparadas as exigencias de projeto. Como se
)ercebe, a utilizacao de saprolitos compactados leva a uma menor a
rea necesseria aos emprestimos, dada sua exploracao em maiores pro
fundidades.
Quanto a compactacao, os saprolitos apresentam na pratica,
uma menor tendencia a provocar o aparecimento de borrachudos. Mori
et al (78) explicam tal comportamento face a distencia existente en
tre os teores de umidade otima e do limite de plasticidade. Assim,
ao se elevar a umidade do saprolito, este no atinge to rapidamente
seu estado plastico, evitando desta forma o fenomeno de rupturas de-
vidas ao excesso de presseo neutra face as tensoes instaladas no so
lo, por forma dos equipamentos de transporte a/ou compactacao.
6. CONTROLE DE COMPACTAcAO
Os metodos tradicionais de controle de compactacao sofrem,
devido a sua metodologia executiva , as influencias aqui relatadas,no
item 3.
A caracterfstica de instabilidade granulometrica a manipu-
lacao, a fenomeno que leva,talvez,ao emprego de tecnica diferente da
usual.Entende-se que parametros de controle de compactacao podem ser
relativos a quaisquer metodos desde que seja verificado:
- repetitividade de resultados para amostras semelhantes, sub
metidas a mesma rotina de ensaio por diferentes operadores;
158
- sensibilidade numerica a valores obtidos de amostras em dife
renter estados de compacidade;
- facilidade e rapidez de execucao dos ensaios.
De uma forma qualitativa, um aterro compactado de saproli
to de basalto e bastante rigido, exigindo mesmo emprego de picareta
para sua perfuracao manual conforme a observado no aterro da subes-
tacao do Nova Avanhandava. 0 aspecto do um pogo aberto em aterro do
saprolito compactado em camadas soltas de 20 cm com 4 passadas de
rolo liso vibratorio de peso estetico 10 t, e excelente, coma cita-
do no item 4.2.
Realmente, os pontos acima podem ser conseguidos em um
controle de compactarao. Sardinha et al (81) no relato da utiliza -
g5o de saprolitos em Salto Santiago, esclarecem que para a obtencao
do peso espec;fico seco meximo foi realizada uma media ponderada de
densidades maximas para as fragoes A> 2", 2"4 B4 3/8" e C< 3/8". No
entanto ressaltam ser relativamente complexo e trabalhoso o metodo,
pela necesseria partilha da amostra e pela intensa fragmentacao ve
rificada na frarao grauda.
No foi ainda desenvolvido metodo que satisfara os requi-
sitos de campo e escritorio para um controle e registro do estado -
do material empregado, no caso de saprolitos. Esforros tem sido em
preendidos no caso, sendo esperado que solucao adequada seja encon-
trada em curto espago de tempo.
7. CONCLUSOES
A instabilioade granulometrica dos saprolitos de basaltos
e responsevel por seu peculiar comportamento nos diversos estagios
de evolucao granulometrica, deixando margem a muitas duvidas quanto
interpretacao de ensaios normalmente executados em solos.
As implicag6es em projeto, quer na parametrizarao, quer -
na decisao quanto ao zoneamento a ser empregado, alem dos aspectos
relativos a transig6es, e de suma importancia, podendo assumir rele
vante papel na economia Obra, alem de facilitar a logistica para
a construCeo de obra de porte.
Sendo o material passivel de ser escavado mecanicamente -
com equipamentos usuais , seu emprego a sem divida, do interesse tan
to do Empreiteiro, coma do Projetista e da Empresa Concessionaria.
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8. AGRADECIMENTOS
Sinceros agradecimentos sao externados a CESP - Companhia
Energetica de Sao Paulo, pela permisseo dada a divulgacao dos dados
aqui contidos e pelas facilidades oferecidas a elaboracao do presen
to trabalho. Em particular, profunda gratideo a devida aos compa
nheiros Roberto de Oliveira Celeri, Euclides Gabriel Correa Junior,
Ronaldo Costa Torres Junior, Iramir Barba Pacheco, Luiz Morita, Car
los Pimenta, Claudio Sorregotte, Marcos Luis Vasconcellos e Mario
Gramani Guedes, da Divisao de Geotecnia da CESP, pelos comenterios,
cr"ticas e discussoes a respeito de saprolitos e pelos incentivos
publicacao do presente texto.
A Srta. Nilda Maria da Silva, pela paciente datilografia
e traducao de meus garranchos, ao Sr. Gilberto Junqueira pelo capri
cho dos desenhos.
9. BIBLIOGRAFIA
- CESP - Companhia Energetica de Sao Paulo - Relatorios do Laborat6
rio Central de Engenharia Civil.
- CRUZ, P.T. et al (75) - "Usina Capivara - Utilizacao de Solos de
Alteracao de Basalto na Construcao de Barragens de Terra" - Anais
do X SNGB, Curitiba.
Deere, D.U. e Patton, F.D. (71) - "Slope Stability in Residual
Soils" - State of the Ar Report.Proceedings, IV Panamerican
Conference on SMFE, Puerto Rico.
- Mori, R.T. et al (78) - "Saprolitos de Basalto - Um Estudo de seu
Comportamento Geote-cnico em Macigos Compactados". Anais do 64
CBMSEF, Rio de Janeiro.
de Mello, V.F.B. (73) - Panel Discussion on Question 42. 11th
ICOLD, Madrid.
- de Mello, V.F.B. (78) - Comunicacoes Pessoais.
de Mello, V.F.B. (80) - Parecer CNA-210580 a CESP - Companhia Ener
getica de Sao Paulo.
Paes de Barros,F (72) - "Propriedades Tecnol6gicas do Material GM
e sua utilizacao na Barragem de Capivara"-Anais do 49 SPGA,Seo -
Paulo.
Sardinha,A.E. et al (81) - "Utilizacao de Saprolitos de Basalto em
Aterros Compactados na Usina Hidroeletrica de Salto Santiago",Ele-
trosul - 34 CBGE, Itapema, SC
Terzaghi,K (36)-Presidential Adress,lst ICSMFE,Cambridge,
Massachussets.
160
RESUMO
0 emprego nas obras de grande porte de materiais saproli-
ticos, e .fator de economia e racionalizacao da construcao. Entretan
to, os resultados de ensaios geotecnicos sobre tais materiais, tra
zem duvidas quanto ao real comportamento do material quando utiliza
do em aterros, como transicao e mesmo como fundacao. Sao revistos -
os problemas normalmente encontrados na execucao e interpretacao -
dos ensaios geotecnicos e sua implicacao em projeto e construcao.
A instabilidade granulometrica dos saprolitos de basalto
e a grande responsevel por seu peculiar comportamento no correr dos
varios estegios de evolucao granulometrica. Interpretacoes nao u
suais dos resultados de pesquisas de laboratorio, sao necessarias a
melhor compreenseo de seu comportamento como material de construcao.
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