xi curso de especialização em geoprocessamento 2008
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César Roberto Reis Santos Pinto
Verificação da adequabilidade do uso de dados SRTM e IBGE para implantação
de uma faixa de dutos.
UFMG Instituto de Geociências
Departamento de Cartografia Av. Antônio Carlos, 6627 – Pampulha
Belo Horizonte [email protected]
XI Curso de Especialização em Geoprocessamento 2008
CÉSAR ROBERTO REIS SANTOS PINTO
VERIFICAÇÃO DA ADEQUABILIDADE DO USO DE DADOS SRTM E
IBGE PARA IMPLANTAÇÃO DE UMA FAIXA DE DUTOS.
Monografia apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de especialista em Geoprocessamento, Departamento de Cartografia, Instituto de Geociências, Universidade Federal de Minas Gerais.
Orientador: Dr. Maria Márcia Magela Machado
BELOHORIZONTE 2008
Pinto, César Roberto Reis Santos Verificação da adequabilidade do uso de dados SRTM e IBGE
para implantação de uma faixa de dutos/César Roberto Reis Santos Pinto – Belo Horizonte, 2008.
viii, 35f.: il. Monografia (Especialização) – Universidade Federal de Minas
Gerais. Instituto de Geociências. Departamento de Cartografia, 2008. Orientadora: Maria Márcia Magela Machado 1.Geoprocessamento 2. Projetos Dutoviários I. MDT
AGRADECIMENTOS
Para a realização deste trabalho contei com a ajuda de algumas pessoas que não posso esquecer. Charles muito obrigado pela boa vontade, paciência e pela disposição de sempre me ajudar. Professora Márcia obrigada pelo apoio e atenção nos momentos que mais precisei. Guilherme Franco valeu pelo incentivo e apoio nesta caminhada de grandes descobertas, pelos tempos profissionais que passamos juntos onde tive a oportunidade de aprender muito com você e continuo aprendendo valeu meu amigo.
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RESUMO
Este trabalho tem o objetivo de avaliar a adequabilidade do uso da informação
altimétrica dos dados SRTM (Shuttle Radar Topography Mission) e IBGE
(Geominas) através das técnicas de Geoprocessamento, os dados altimétricos
obtidos de fontes diferentes para uma mesma área. Através deste estudo foi possível
analisar o comportamento dos dados em três topografias distintas observando o uso
em áreas de relevo plano, pouco acidentado e acidentado, a escolha da localização das
áreas foram determinadas de acordo com o material da tecnologia LIDAR
disponibilizado, consequentemente buscou-se os dados SRTM (Shuttle Radar
Topography Mission) e IBGE (Geominas) do mesmo local. Com o uso dos softwares
Arc Gis e Autodesk Land os dados foram tratados e gerados vetores para construção
do MDT ( Modelo Digital Terreno) posteriormente foi calculado o volume de
terraplenagem gerado para a construção de uma pista para a implantação de uma
dutovia . Com os resultados obteve-se a possibilidades de atestar a confiabilidade do
uso do SRTM e IBGE (Geominas) para cálculo de volume de terraplenagem e com
isso estimar em qual fase de projeto de Engenharia a nível de estimativa de custo
observando os limites de precisão requeridos em cada fase ou níveis de confiança da
estimativa o resultado obtido poderá ser usado.
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LISTA DE FIGURAS Figura 1: Linhas de dutos Petrobrás da região Centro Oeste e São Paulo.......................... 12 Figura 2: Principais gasodutos Brasileiros e interligações de gasodutos da América do
Sul.......................................................................................................................................13
Figura 3: Implantação de dutovia........................................................................................14 Figura 4: Implantação de dutovia........................................................................................14 Figura 5: Localização das áreas de estudo, Minas Gerais – Brasil..................................... 19 Figura 6: Imagem SRTM.................................................................................................... 21 Figura 7: Área 01 curvas de nível a cada 20 metros obtida através da interpolação de dados
SRTM.................................................................................................................................. 22
Figura 8: Área 02 curvas de nível a cada 20 metros obtida através da interpolação de dados
SRTM...................................................................................................................................22
Figura 9: Área 03 curvas de nível a cada 20 metros obtida através da interpolação de dados SRTM...................................................................................................................................23 Figura 10: Área 01 curvas de nível a cada 50 metros obtida através das cartas
IBGE.................................................................................................................................... 24
Figura 11: Área 02 curvas de nível a cada 50 metros obtida através das cartas IBGE......24
Figura 12 – Área 03 curvas de nível a cada 50 metros obtida através das cartas IBGE....25
Figura 13 – Área 01 curvas de nível a cada 1 metros obtida através da tecnologia Lidar..25
Figura 14 – Área 02 curvas de nível a cada 1 metros obtida através da tecnologia Lidar..26
Figura 15 – Área 03 curvas de nível a cada 1 metros obtida através da tecnologia Lidar..26
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LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Limites de incerteza e nível de precisão.......................................................10 Tabela 2 – Localização SRTM.......................................................................................21 Tabela 3 – Comparativo SRTM x LIDAR.....................................................................27 Tabela 4 – Comparativo IBGE x LIDAR.......................................................................27
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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................9 2 OBJETIVO GERAL...................................................................................................11
2.1 Objetivos específicos............................................................................................11 3. PROJETOS DUTOVIÁRIOS...................................................................................12
3.1 MDT e MDE.........................................................................................................15 3.2 Dados SRTM........................................................................................................16
3.3 Cartas Topográficas.............................................................................................17 3.4 Dados LIDAR.......................................................................................................18 4. ESTUDO DE CASO...................................................................................................19
4.1 Descrição dos Dados.................................................................................................19
5. METODOLOGIA.......................................................................................................20 5.1 Fluxograma das etapas.........................................................................................20 5.2 Desenvolvimento das etapas de trabalho............................................................20
6. RESULTADOS e CONCLUSÕES............................................................................27 BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................29
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1 – Introdução
As alterações do meio ambiental provocadas por obras civis provenientes de processos
tecnológicos deverão ser consideradas de modo a não prejudicar a saúde e o bem estar da
população, a não criar reações adversas às atividades sociais e econômicas, a não ocasionar
danos a biota e a qualquer recurso natural e também, de modo a proteger devidamente os
acervos históricos, culturais e paisagísticos ( Manual de Implantação Básica – DNER).
As grandes obras de Engenharia interferem no biota gerando modificações no seu
condicionamento e funcionamento gerando uma resposta do meio ambiente sobre a obra,
que pode colocá-la em risco, maior ou menor, dependendo da capacidade de suporte do
meio aos impactos da obra, dos cuidados preventivos propostos na fase de projeto e
implementados durante a obra. Assim sendo, é importante a adequação da obra às
características do seu meio ambiente, que é convergente com a noção econômica e
proteção dos investimentos efetuados ( Manual de Implantação Básica – DNER).
Para realizar esta adequação é necessário selecionar informações sobre o meio ambiente
que estão realmente relacionados com o empreendimento.
Os parâmetros básicos mínimos a serem considerados são geologia, relevo/topografia,
solos, pluviosidade, cobertura vegetal e drenagem natural. Identificação e avaliação
preliminar do potencial de ocorrência de impactos para cada um dos traçados escolhidos
que, juntamente com os estudos ambientais, deverão sofrer uma avaliação técnico
econômica, permitindo selecionar as alternativas mais importantes. Em face da escala
física dos estudos de custos do empreendimento na etapa de escolha do traçado, esses tem
um valor essencialmente indicativo e auxiliar para a seleção das alternativas que passarão
para a etapa de anteprojeto ( Manual de Implantação Básica – DNER).
Com isso, nos estudos para implantação de dutovias busca-se cada vez mais a
sustentabilidade nos projetos de engenharia com estudos mais refinados no escritório
através de imagens, fotogrametria, estudos de declividades, áreas de preservação
permanente, hidrografia , com o conhecimento preciso e gestão das informações teremos
uma tomada de decisão na implantação antes do deslocamento do pessoal para o campo.
A terraplenagem é um dos pontos principais para a viabilidade do empreendimento sendo
que a representatividade chega de 25% a 30% em uma obra de grande porte , grandes
empresas adotam de quatro até sete níveis admissíveis de incerteza para o estudo da
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viabilização do empreendimento. Na tabela 4 temos os correspondentes limites de precisão
admissíveis e suas fases de projetos.
Tabela 1 – Limites de incerteza e nível de precisão
FASES DO PROJETO LIMITE DE INCERTEZA NÍVEL DE PRECISÃOCONCEITUAL 25% a 40% 25% a 40% de precisãoPRÉ VIABILIDADE 20% a 30% 15% a 30% de precisãoVIABILIDADE 15% a 25% 70% de certezaVIABILIDADE ECONÔMICA 12,5% a 20% 75% de certezaENGENHARIA BÁSICA 10% a 15% 80% de certezaENGENHARIA DETALHADA 5% a 10% 90% de certeza
Atualmente as empresas adotam estimativas de volume de terraplenagem através de
projetos semelhantes, visitas à campo e sobrevôos na área de implantação, porém estas
técnicas podem revelar grandes discrepâncias no resultado final do empreendimento.
O geoprocessamento oferece técnicas onde podem ser manipuladas diversas fontes de
dados de maneira a produzir resultados que podem ser utilizados nas diferentes fases de
estimativa de custo do empreendimento.
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2. Objetivo Geral
O objetivo deste estudo foi analisar a viabilidade da grade de elevação SRTM (Shuttle
Radar Topography Mission), cartas topográficas do IBGE e o levantamento obtido com a
tecnologia LIDAR, para cálculo de volume de terraplenagem avaliando a discrepância
entre os resultados, cotejando com os limites de precisão tolerados nas diferentes fases
dos projetos de implantação de minerodutos.
A tecnologia LIDAR foi usada de parâmetro para atestar a discrepância dos valores
obtidos, por ser tratar de dados segundo (TIMBÓ, 2006) de uma técnica para levantamento
e mapeamento de recursos da terra que permite a obtenção de altimetria precisa, de alta
resolução e em um curto espaço de tempo.
2.1 Objetivo Específico
• Montar quadro comparativo dos resultados obtidos entre o cálculo de volume de
terraplenagem baseado nas diferentes fontes indicando a variação encontrada nos
resultados e correlacionando com os limites de precisão admissíveis nas diferentes
fases de projeto.
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3- PROJETOS DUTOVIÁRIOS
Os dutos são tubulações especialmente desenvolvidas e construídas de acordo com normas
internacionais de segurança, para transportar minério, petróleo e seus derivados, álcool, gás
e produtos químicos diversos por distâncias especialmente longas, sendo então
denominados como minerodutos, oleodutos, gasodutos ou polidutos conforme podemos
observar na figura 1 e figura 2 abaixo.
Figura 1 – Linhas de dutos Petrobrás da região Centro Oeste e São Paulo.
Fonte: www.transpetro.com.br
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Figura 2 – Principais gasodutos Brasileiros e interligações de gasodutos da América
do Sul.
Fonte: www.transpetro.com.br
Os projetos dutoviários, especialmente os de longas distâncias, estão crescendo cada vez
mais na área da Engenharia, tanto pela sua viabilidade em manutenção como em operação.
O minério tem particularidades em comparação aos outros fluídos para ser transportado, o
duto deve ser implantado com declividade máxima de 15%, para que a polpa de minério
não sofra processo de decantação na tubulação e com isso impeça o escoamento.
Para a implantação do mineroduto deve ser construída uma pista com largura em
conformidade com o diâmetro da tubulação a ser implantado. Esta pista é executada de
modo que proporcione espaço suficiente para futuras instalações, sendo que será destinada
a movimentação de veículos, equipamentos de construção e montagem de porte,
construção de barracas e instalação de “containeres” ou abrigos de madeira/lona para
acampamento e canteiro do pessoal envolvido nos serviços e local de circulação de todos
os operários segundo a norma Petrobrás ( N-0464-H). Exemplos podem ser observados nas
figuras 3 e 4.
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Figura 3 – Implantação de dutovia.
Fonte: Apostila FBTS – Curso inspetor de dutos
Figura 4 – Implantação de dutovia.
Fonte: www.transpetro.com.br
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3.1 MDT E MDE
O relevo pode ser representado de diversas formas, e segundo Timbó (2006) o
conhecimento do relevo é um aspecto do terreno de fundamental importância para estudos
e análises em diversas áreas que lidam com questões relacionadas à organização,
planejamento e gestão do espaço geográfico. Tradicionalmente o relevo da superfície
terrestre tem sido representado através de curvas de níveis e pontos cotados em cartas,
mapas e plantas topográficas, além de outras formas menos freqüentes como cores
hipsométricas, hachuras, sombreamentos, perfis topográficos, etc. Estas formas de
representação, apesar do seu reconhecido valor e da sua utilização desde remotas datas,
não permitem fazer análises numéricas, simulações e modelagens eficientes, que forneçam
respostas rápidas, precisas e adequadas para fazer face às crescentes demandas provocadas
pelo advento das novas tecnologias computacionais. Surgiram então novos métodos para
lidar com as questões que abordam a representação e análise eficiente da variação da
altitude. Dentre elas destaca-se o Modelo Digital de Terreno (MDT) também conhecido
como Modelagem Digital de Elevações (MDE). O termo terreno geralmente implica em
outros atributos da paisagem, além da altitude.
Um MDT pode ser definido como a representação matemática da distribuição contínua do
relevo dentro de um espaço de referência, armazenada em formato digital adequado para
utilização em computadores. O MDT por se constituir numa poderosa ferramenta de
informação relacionada ao espaço geográfico que permite a modelagem, análise e exibição
de fenômenos relacionados aos aspectos físicos do terreno ou superfícies similares, tem
sido a forma mais utilizada para representação das características físicas de uma superfície
em aplicações de SIG. O emprego de um modelo de superfície em rede, triangular ou
retangular, não está restrito apenas à representação da superfície física do terreno, qualquer
fenômeno espacial que tenha uma distribuição contínua em uma porção da superfície
terrestre poderá ser modelado por este tipo de algoritmo.
A modelagem numérica do terreno permite o cálculo de declividade, volume, cortes
transversais, linha de visada etc. O uso destas funções é fundamental em aplicações de
Engenharia , especialmente na elaboração de mapas, mapas de declividade, de insolação e
de linhas de drenagem, visualização 3D (com imagens e temas), cálculo de volume e
análises de perfis.
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3.2 Dados SRTM
O projeto SRTM contou com a colaboração de três países, Estados Unidos, Alemanha e
Itália, que utilizaram o ônibus espacial Endeavour para lançar o sensor Spaceborne
Imaging Radar-C/X-Band Synthetic Aperture Radar (SIR-C/X-SAR). A missão foi
realizada entre 11 a 22 de fevereiro de 2000, e foram percorridas 16 órbitas por dia,
totalizando 176 órbitas. O objetivo da missão foi obter pares estereoscópicos para a
geração de modelos digitais de elevação.
As medidas tridimensionais das antenas para as bandas C e X foram geradas através de um
mastro acoplado a nave com extensão de 60 metros de comprimento, além de dispositivos
de controle e navegação.
Foram gerados Modelos Digitais de Elevação, com precisão de 30 metros para os Estados
Unidos (1 arco segundo) e de 90 metros (3 arcos segundos) para o resto o mundo.
(PINHEIRO, 2006).
De acordo com VALERIANO (2004) é valido lembrar que existem algumas características
inerentes aos dados gerados pelo SRTM: os dados brutos podem conter vãos, picos
extremamente altos ou extremamente baixos; corpos d`águas e linhas costeiras podem
apresentar mal definidas.
A vantagem de utilizar os dados SRTM é que grande parte do território brasileiro foi
mapeado em escalas bem pequenas, utilizando o sistema RADARSAT-1. Neste aspecto, os
modelos gerados a partir do SRTM são a melhor informação gratuita já disponibilizada.
Segundo HIGA et al. (2006), os dados do SRTM podem chegar a escalas de até 1:30.000,
entretanto SILVA & CANDEIAS (2006) indicam como escala máxima de trabalho é
1:100000, levando em consideração as diferentes metodologias que foram adotadas.
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3.3 Cartas Topográficas
Chamamos de Mapeamento Sistemático Brasileiro ou Sistema Cartográfico Nacional o
esquema de mapas topográficos nas escalas padronizadas de 1:25.000, 1:50.000,
1:100.000, 1:250.000, 1:500.000 e 1:1.000.000, obtidos pelo método aerofotogramétrico,
segundo uma articulação sistemática padrão formando uma grande série cartográfica.
Os mapas sistemáticos até a escala de 1:25.000, são considerados um pré-requisito para o
desenvolvimento do país, e é uma tarefa considerada, por consenso geral, como obrigação
de Governo provê-los e mantê-los atualizados para uso da comunidade em geral. No Brasil
os principais órgãos executores de mapeamento sistemático são o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística – IBGE e a Diretoria do Serviço Geográfico do Exercito – DSG.
Com as cartas topográficas temos a possibilidade de obter cálculos de volume de terra
necessários em projetos de engenharia civil como barragens, mineração, etc. Para
determinação dos volumes de material escavado é necessário dispor do modelo do terreno
natural e do projeto de escavação normalmente ao longo de várias linhas uniformemente
espaçadas chamadas seções (perfis transversais).
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3.4 Dados LIDAR
O uso da tecnologia do mapeamento a laser conhecida pela sigla Lidar (Light Detection
and Ranging) é bastante recente no Brasil, e diversas aplicações encontram-se, no
momento, em estudo. O perfilamento a laser é uma tecnologia recente desenvolvida para a
obtenção de um Modelo Digital de Terreno (MDT) de maneira direta, aliado a técnicas de
discretização, substituindo o uso de restituições fotogramétricas ou levantamentos
topográficos tradicionais. A sua aplicação, inicialmente prevista para obtenção de MDT,
hoje está bem diversificada uma vez que novos usos dos resultados do Perfilador a Laser
foram encontrados para telecomunicações, engenharia florestal e outras áreas.
O Perfilador a Laser constitui-se em um aparelho instalado em um avião ou helicóptero,
sendo os dados obtidos pelos ecos de um feixe de laser emitido em intervalos regulares,
armazenados inicialmente em um computador local e depois repassados para o computador
do escritório, onde serão analisados e processados. Como o equipamento permite obter o
primeiro e o último pulso do laser refletido (eco), pode-se determinar facilmente a altura da
camada vegetal.
O Sistema de Perfilamento a Laser (ALS - Airborne Laser Scanning) ou Sistema
Aerotransportado de Laser para Mapeamento do Terreno (ALTM - Airborne LASER
Terrain Mapper) é um sistema que adquire dados digitais de superfície do terreno com
precisão equivalente ao GPS, mas de forma mais eficaz, pois o sensor principal do sistema
está localizado em uma aeronave cujo deslocamento é extremamente rápido sobre uma
área de interesse.
As curvas de nível foram adquiridas através da tecnologia LIDAR (“Ligth Detection and
Ranging”) empregando equipamento de mapeamento ALTM (“Airbone Laser Terrain
Mapper”) de terceira Geração, modelo 3100, instalado em aeronave homologada, para
aerolevantamento (perfilamento) a laser, para geração de modelo digital de terreno,
resultando curvas de nível a cada metro.
Com os recptores GPS geodésicos de dupla freqüência das bases ligadas simultaneamente
em pelo menos duas bases, gravando pontos a cada segundo, foram executados os vôos
com aeronave equipada com o equipamento laser aerotransportado.
O laser emitiu pontos aleatórios sobre o terreno, com eqüidistância entre os pontos melhor
que 1,0 metro para detalhar todas as feições do solo, vegetação e edificações. Desta forma,
foram detalhadas as erosões, taludes rodovias, ferrovias, encostas e matas.
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4– ESTUDO DE CASO
Para realização deste estudo foi considerado três áreas no estado de Minas Gerais
abrangendo pelos municípios de Conceição do Mato Dentro e Itabira (Figura 5).
Figura 5 – Localização das áreas de estudo, Minas Gerais – Brasil.
As áreas escolhidas para o estudo devido a topografia foram interessantes para o estudo por
ser tratar de um relevo plano, pouco acidentado e acidentado.
4.1 Descrição dos dados
• Modelo Digital de Elevação (SE-23-Z-D) em níveis de cinza com resolução
espacial de 90 metros da região de Minas gerais através do site da EMBRAPA..
• Curvas de nível a cada 1 metro obtidas através da Tecnologia LIDAR para
obtenção de um MDT para cálculo de volume de Terraplenagem.
• Cartas cartográficas do IBGE do Projeto Geominas em formato digital, na escala 1: 100.000, correspondentes as cartas SZE-23-Z-DI (Conceição do Mato Dentro) e
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SZE-23-Z-DV (Coronel Fabriciano) cedidas pelo Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais.
• Ortofotocartas da região da área de estudo, escala 1: 30.000
5 – METODOLOGIA
5.1 Fluxograma das etapas
DADOS SRTM DADOS IBGE DADOS LIDAR
CURVAS DE NÍVEL A CADA 20m CURVAS DE NÍVEL A CADA 50m CURVAS DE NÍVEL A CADA 1m
MDE MDT MDT
VOLUME VOLUME VOLUME
COMPARAÇÃODOS RESULTADOS
COMPARAÇÃODOS RESULTADOS
• Gerar MDT do produto SRTM para cálculo do volume de terraplenagem e
identificar as diferenças encontradas em comparação com os dados LIDAR.
• Gerar MDT cartas topográficas do IBGE para cálculo do volume de terraplenagem
e identificar as diferenças encontradas em comparação com os dados LIDAR.
Os softwares utilizados no desenvolvimento deste trabalho foram:
• ArcView 9.2 e extensão Spatial Analyst: Utilizado para gerar curvas de nível a
cada 20 metros.
• Autodesk Land 2006: Utilizado para gerar malha triangular, alinhamento e perfil
para calcular volume de terraplenagem.
5.2 Desenvolvimento das etapas de trabalho
Na elaboração do trabalho foi necessário a cena do SRTM (SE-23-Z-D) localizada no fuso
23 e delimitada pelas coordenadas conforme tabela 2 abaixo:
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Tabela 2 – Localização SRTM
X Y
657895,271 7898501,818
656927,894 7787970,977
813899,269 7785750,731
815597,49 7896540,994
Após a aquisição da imagem SRTM ver figura 6, foi necessário trabalhá-la no Arc View
usando a ferramenta 3D Analisty e através de interpolação obteve-se curvas de nível a cada
20 metros.
Figura 6 – Imagem SRTM
Fonte: http://seamless.usgs.gov
Foi interessante o uso das três áreas com as topografias apresentadas devido a
caracterização do relevo plano (Figura 7), pouco acidentado (Figura 8) e acidentado
(Figura 9).Diante dos dados usados para realização do trabalho podemos verificar as
variações conforme os perfis apresentados em anexo.
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Figura 7 – Área 01 curvas de nível a cada 20 metros obtida através da interpolação
de dados SRTM
Figura 8 – Área 02 curvas de nível a cada 20 metros obtida através da interpolação
de dados SRTM
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Figura 9 – Área 03 curvas de nível a cada 20 metros obtida através da interpolação
de dados SRTM
Com o resultado obtido do ArcGis importou as curvas de nível para o software Autodesk
Land gerou-se o MDT das curvas de nível sendo possível calcular o volume de
terraplenagem da área de estudo, adimitiu-se uma pista de 15 metros de largura com talude
de corte na proporção 1:1,5 com altura de 8 metros e banqueta com 4 metros de largura e
uma rampa máxima de 15% no sentido ascendente e descendente com a terraplenagem
compreendida em corte.
Os dados das cartas IBGE (Geominas) estavam disponibilizados em formato digital com as
devida correções na escala de 1:100000 foram importados para o Autodesk Land gerou-se
o MDT das curvas de nível a cada 50 metros sendo possível calcular o volume de
terraplenagem da área de estudo.
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Figura 10 – Área 01 curvas de nível a cada 50 metros obtida através das cartas
IBGE
Figura 11 – Área 02 curvas de nível a cada 50 metros obtida através das cartas
IBGE
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Figura 12 – Área 03 curvas de nível a cada 50 metros obtida através das cartas
IBGE
Os dados tecnologia Lidar estavam processados em arquivos distintos de pontos de solo e
vegetação, com os pontos de solo geraram-se as curvas de nível, no Autodesk Land criou-
se o MDT das curvas de nível sendo possível calcular o volume de terraplenagem da área
de estudo.
Figura 13 – Área 01 curvas de nível a cada 1 metros obtida através da tecnologia
Lidar
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Figura 14 – Área 02 curvas de nível a cada 1 metros obtida através da tecnologia
Lidar
Figura 15 – Área 03 curvas de nível a cada 1 metros obtida através da tecnologia
Lidar
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6 – RESULTADOS e CONCLUSÕES
Com os resultados obtidos do cálculo das três áreas podemos verificar a variância do
volume de terraplenagem conforme Tabela 3 e Tabela 4 em comparação com os dados da
tecnologia Lidar e verificar em qual fase de projeto pode ser usado o resultado.
Tabela 3 – Comparativo SRTM x LIDAR
VOLUMES m3 ÁREA DE ESTUDO
SRTM LIDAR DIFERENÇA (%)
ÁREA 1 75981,96 106492,16 -29,13 ÁREA 2 298834,82 518294,78 -42,00 ÁREA 3 104060,08 102848,21 +1,17
Tabela 4 – Comparativo IBGE x LIDAR
VOLUMES m3 ÁREA DE ESTUDO
IBGE LIDAR DIFERENÇA (%)
ÁREA 1 0,00 106492,16 -------- ÁREA 2 820095,04 518294,78 -58,22 ÁREA 3 54885,60 102848,21 +53,36
FASES DO PROJETO LIMITE DE INCERTEZA NÍVEL DE PRECISÃOCONCEITUAL 25% a 40% 25% a 40% de precisão
Os resultados apresentados admitindo como a questão fundamental o volume de
terraplenagem podemos observar que na área 1 onde o relevo é considerado plano houve
grande diferença em relação aos dados do IBGE onde o perfil não apresentou em nenhum
momento variante em declividade, onde não tivemos corte no terreno.
Na área 2 com relevo pouco acidentado nota-se que os valores são bem discrepantes em
comparação ao dado LIDAR usado como referência para comparar as diferenças dos
resultados obtidos.
Na área 3 a diferença entre os volumes de terraplenagem foi considerável por se tratar de
uma área de terreno acidentado, observou-se diferença no comportamento do perfil.
Com os resultados obtidos quanto a qualidade altimétrica do modelo digital de elevação da
SRTM em comparação com os dados IBGE (Geominas) conclui-se que o uso deste MDE
é uma alternativa para estimar volume de terraplenagem, pois o MDE original da SRTM
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apresenta qualidade geométrica na escala 1:100000 permitindo a geração de curvas de
nível de 20 em 20 metros.
Devemos observar que o estudo foi efetuado em uma parte de Minas Gerais entretanto o
Modelo Digital de Elevação pode apresentar escalas distintas dependendo da condição do
relevo da área de interesse.
Conclui-se que os resultados obtidos através dos dados SRTM nas três áreas com seus
respectivos relevos é compatível para ser usados na fase de projeto conceitual de acordo
com a tabela 1- Limites de incerteza e nível de precisão.
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BIBLIOGRAFIA
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p. 4-12.
HIGA, L.T. et al. Avaliação da precisão vertical do modelo SRTM para a bacia do
rio Paraguai, no Estado de Mato Grosso do Sul. In: SIMPÓSIO DE
GEOTECNOLOGIAS NO PANTANAL, 1, 2006, Campo Grande. Anais do 1°
Simpósio de Geotecnologias no Pantanal. Campo Grande: Embrapa Informática
Agropecuária, INPE, 2006. p. 834-840.
PINHEIRO, E. P. Comparação entre dados altimétricos shuttle radar mission, cartas
topográficas e gps: numa área com relevo escarpado. Revista Brasileira de
Cartografia, São Paulo, v.58/01, p. 1-9, 2006. 1 CD-ROM.
SILVA, F. F.; CANDEIAS, A. L. B. Dados SRTM: Como Utilizá-los? Um exemplo na
Ilha de Itamaracá. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CADASTRO TÉCNICO
MULTIFINALITÁRIO, 2006, Florianópolis. Florianópolis: Departamento de
Engenharia Cartográfica, 2006. p. 1-8. 1 CD-ROM.
VALERIANO, M. M. Modelo digital de elevação com dados SRTM disponíveis para
a América do Sul. São José dos Campos: INPE, 2004. 72p.
VALERIANO, M. M. Modelo digital de variáveis morfométricas com dados SRTM
para o território nacional: o projeto TOPODATA. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE
SENSORIAMENTO REMOTO, 2005. Anais XII Simpósio Brasileiro de
Sensoriamento Remoto. Goiânia: INPE, 2005. p. 3595-36