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‘‘A pesquisa de hoje gerando tecnologias para o amanhã’’

CGMr

Embrapa Agroindústria Tropical

X Encontro de Iniciação Científica e

RESUMOS

I Encontro de Pós-Graduação da

G

HMK F

Q

T

VE

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Embrapa Agroindústria Tropical

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

X Encontro de Iniciação Científica

e I Encontro de Pós-graduação da

Embrapa Agroindústria Tropical

RESUMOS

27 a 29 de novembro de 2012

Embrapa Agroindústria Tropical

Fortaleza, CE

2012

Unidade responsável pelo conteúdo e edição

Embrapa Agroindústria Tropical

Rua Dra. Sara Mesquita 2270, Pici

CEP 60511-110 Fortaleza, CE

Fone: (85) 3391-7100

Fax: (85) 3391-7109

www.cnpat.embrapa.br

[email protected]

Comitê de Publicações da Embrapa Agroindústria Tropical

Presidente: Marlon Vagner Valentim Martins

Secretário-Executivo: Marcos Antonio Nakayama

Membros: José de Arimatéia Duarte de Freitas, Celli Rodrigues Muniz,

Renato Manzini Bonfim, Rita de Cassia Costa Cid, Rubens Sonsol Gondim,

Fábio Rodrigues de Miranda

Revisão de texto: Marcos Antonio Nakayama

Normalização bibliográfica: Rita de Cassia Costa Cid

Editoração eletrônica: Arilo Nobre de Oliveira

Capa: Raissa de Almeida Alves

1a edição (2012): versão eletrônica

Todos os direitos reservadosTodos os direitos reservadosTodos os direitos reservadosTodos os direitos reservados

A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação

dos direitos autorais (Lei no 9.610).

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIPDados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIPDados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIPDados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)))) Embrapa Agroindústria Tropical

Encontro de Iniciação Científica (10. : 2012 : Fortaleza, CE).

Resumos. . . / X Encontro de In ic iação C ient í f i ca ; I Encontro de

pós -graduação da Embrapa Agroindústria Tropical, Fortaleza, CE, 27 a 29

de novembro de 2012. Fortaleza : Embrapa Agroindústria Tropical, 2012.

166 p.; 15 cm x 21 cm.

1. Iniciação científica – Pesquisa - Congresso. I. Hawerroth, Fernando José. II.

Silva, Christiana de Fátima Bruce da. III. Melo, Dheyne Silva. IV. Oster, Andréia

Hanser. V. Gondim, Rubens Sonsol. VI. Moura, Carlos Farley Herbster. VII.

Bordallo, Patrícia do Nascimento. VII. Rosa, Morsyleide de Freitas. IX. Dionísio,

Ana Paula. X. Encontro de pós-graduação da Embrapa Agroindústria Tropical, 1.,

2012, Fortaleza. XI. Título.

CDD 630.72

© Embrapa 2012

Comissão Organizadora

Fernando José Hawerroth Engenheiro-agrônomo, D.Sc. em Agronomia, pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical, Fortaleza, CE, [email protected] Christiana de Fátima Bruce da Silva Engenheira-agrônoma, D.Sc. em Fitopatologia, pesquisadora da Embrapa Agroindústria Tropical, Fortaleza, CE, [email protected]

Dheyne Silva Melo Engenheiro-agrônomo, D.Sc. em Genética e Melhoramento de Plantas, pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical, Fortaleza, CE, [email protected] Andréia Hansen Oster Engenheira-agrônoma, D.Sc. em Fisiologia Pós-colheita, pesquisadora da Embrapa Agroindústria Tropical, Fortaleza, CE, [email protected] Rubens Sonsol Gondim Engenheiro-agrônomo, D.Sc. em Recursos Hídricos, pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical, Fortaleza, CE, [email protected] Carlos Farley Herbster Moura Engenheiro-agrônomo, D.Sc. em Fisiologia de Pós-colheita, pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical, Fortaleza, CE, [email protected] Patrícia do Nascimento Bordallo Engenheira-agrônoma, D.Sc. em Produção Vegetal, pesquisadora da Embrapa Agroindústria Tropical, Fortaleza, CE, [email protected] Morsyleide de Freitas Rosa Engenheira química, D.Sc. em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos, pesquisadora da Embrapa Agroindústria Tropical, Fortaleza, CE, [email protected] Ana Paula Dionísio Cientista dos alimentos, D.Sc. em Ciência dos Alimentos, pesquisadora da Embrapa Agroindústria Tropical, Fortaleza, CE, ana.dionisio@ embrapa.br

Apresentação

A Iniciação Científica e a Pós-Graduação são modalidades de formação técnico-científica com contribuição significativa nas atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação na Embrapa Agroindústria Tropical.

Diante da importância dessas atividades no desenvolvimento da pesquisa, foi realizado o X Encontro de Iniciação Científica e o I Encontro de Pós-Graduação da Embrapa Agroindústria Tropical, nos dias 27 a 29 de novembro de 2012. O evento foi destinado aos estudantes de graduação que desenvolvem atividades de iniciação científica, pós-graduandos, assistentes, analistas e pesquisadores da Embrapa Agroindústria Tropical. Foram apresentados 79 trabalhos durante o evento, contemplando as áreas de Gestão Ambiental e Análise de Impactos, Melhoramento, Biologia Molecular e Biologia Vegetal, Proteção de Plantas, Fisiologia e Tecnologia Pós-Colheita, Sistemas de Produção Vegetal, e Processos Agroindustriais.

É com muita satisfação que apresentamos os resumos do X Encontro de Iniciação Científica e I Encontro de Pós-Graduação da Embrapa Agroindústria Tropical, resultado do esforço dos estudantes, comunidade embrapiana, órgãos de fomento e colaboradores.

Vitor Hugo de Oliveira Chefe-Geral da Embrapa Agroindústria Tropical

Agradecimentos

À Chefia-Geral da Embrapa Agroindústria Tropical e às Chefias-Adjuntas de Pesquisa e Desenvolvimento, Administração e Transferência de Tecnologia, pelo reconhecimento da importância do evento e por apoiarem a sua realização.

Ao Núcleo de Tecnologia da Informação e ao Núcleo de Comunicação Organizacional da Embrapa Agroindústria Tropical, pelo constante apoio ao longo da organização deste evento.

Aos pesquisadores e analistas, pela fundamental contribuição na avaliação e revisão dos trabalhos elaborados pelos bolsistas de iniciação científica e pós-graduação.

Ao Comitê de Publicações e à equipe de editoração, pelas contribuições para a elaboração deste documento.

Ao CNPq, pela concessão da cota do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), que auxilia no desenvolvimento de pesquisas científicas e tecnológicas de interesse da agroindústria tropical, possibilitando a iniciação dos estudantes nas atividades de pesquisa.

A todos que, de uma forma ou de outra, contribuíram para a realização do evento e deste documento.

Sumário

Iniciação Científica

Características qualitativas dos frutos de variedades de minimelancia com e sem semente cultivadas em ambiente protegido .......................................................................................................... 13

Desenvolvimento inicial de mudas de cedro australiano em diferentes substratos ........................................................................ 15

Efeitos do amido de mandioca e cera de carnaúba sobre filmes à base de goma de cajueiro ................................................................ 17

Análise sensorial descritiva de suco funcional de frutas tropicais pasteurizado ..................................................................................... 19

Caracterização físico-química em abacaxi ‘Pérola’ tratado com água eletrolisada e ultravioleta pulsado .................................................... 20

Gelatina de resíduo de carne mecanicamente separada (CMS) de tilápia: avaliação do seu potencial para matriz biopolimérica para compósitos ........................................................................................ 22

Estudo químico do endófito Nodullisporium sp., isolado de Catharanthus roseus ........................................................................ 24

Controle do oídio do cajueiro ............................................................ 26

Caracterização morfofenológica de hastes foliares de Anthurium bonplandii (Bunting) .......................................................................... 28

Mudanças climáticas e o impacto sobre a necessidade hídrica bruta da cultura do meloeiro para a região do Jaguaribe-Apodi ............... 30

Estabilidade de paçoca elaborada a partir da torta de amêndoa de castanha-de-caju .............................................................................. 32

Obtenção de posturas de Aleurodicus cocois (Curtis, 1846) em casa-de-vegetação e ataque da praga em clones de cajueiro em campo 34

Caracterização de antocianinas por CLAE-DAD-EM em vinhos varietais Syrah, Tempranillo e Petit Verdot elaborados no vale do São Francisco ................................................................................... 36

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X Encontro de Iniciação Científica e I Encontro de Pós-graduação da Embrapa Agroindústria Tropical

Fortaleza/CE, 2012

Produção de cultivares de morangueiro em cultivos hidropônico e convencional na Serra da Ibiapaba, Ceará ...................................... 38

Viabilidade de ovos da mosca-branca Bemisia tabaci (Gennadius) biótipo B domeloeiro em laboratório ................................................. 40

Avaliação do efeito inseticida de óleos essenciais em imaturos da mosca-minadora do melão ............................................................... 41

Pré-tratamento ácido do yacon (Smallanthus sonchifolius) visando inibição do escurecimento enzimático para sua incorporação em bebidas funcionais ............................................................................ 43

Aumento da carga orgânica volumétrica de um reator UASB através de um sistema de operação automatizado....................................... 45

Atividade inibitória de óleos essenciais sobre microrganismos e seu potencial como componente de filme antimicrobiano ...................... 47

Desenvolvimento de plantas de meloeiro submetidas a diferentes níveis de adubação nitrogenada e de salinidade ............................. 49

Modificação química de goma arábica com trimetafosfato de sódio 51

Utilização de ultrassom de alta potência como pré-tratamento de fibras de dendê ................................................................................. 53

Embalagem de base celulósica com incorporação de óleos essenciais ......................................................................................... 55

Uso de aminoetoxivinilglicina (AVG) e ácido giberélico (GA3) na maturação, qualidade e queda pré-colheita de pedúnculos de cajueiro anão precoce ...................................................................... 57

Indução ao estiolamento in vitro de cinco variedades de antúrio..... 59

Inventário de emissões de gases do efeito estufa na produção de melão Cantaloupe ............................................................................. 61

Análise comparativa do inventário ambiental de dois processos de obtenção de nanocristais a partir do bagaço de cana-de-açúcar .... 63

Análise comparativa de inventários de nanocristais de celulose obtidos a partir de diferentes biomassas vegetais ........................... 65

Influência da nanocelulose e montmorilonita nas propriedades físicas de filmes de amido ................................................................ 67

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X Encontro de Iniciação Científica e I Encontro de Pós-graduação da Embrapa Agroindústria Tropical

Fortaleza/CE, 2012

Influência da temperatura de secagem no rendimento do óleo essencial das folhas de Piper aduncum (Pimenta longa). ............... 69

Impacto de mudanças climáticas na evapotranspiração de referência de Penman-Monteith do Submédio São Francisco .......................... 71

Compostos voláteis e perfil sensorial (CATA) de variedades de pimentas Capsicum chinense ........................................................... 73

Caracterização preliminar da gelatina obtida do resíduo da Sardinha-Bandeira (Opisthonema oglinum) ..................................................... 75

Compostos voláteis odoríferos da banana Prata-Anã ...................... 77

Avaliação da atividade antimicrobiana do óleo essencial de capim-limão ................................................................................................. 79

Antagonismo de leveduras killer na germinação de conídios de Alternaria alternata ‘in vitro’ .............................................................. 81

Monitoramento do estoque de carbono em pomar de bananeira (Musa paradisiaca L.) com diferentes níveis de resíduos de biomassa em cobertura .................................................................... 82

Monitoramento de doenças fúngicas nos sistemas convencional e semi-hidropônicos do morangueiro .................................................. 84

Avaliação sensorial e físico-química do abacaxi (Ananas comosus) cv. Pérola liofilizado em diferentes graus de maturação .................. 86

Desenvolvimento e avaliação de bebidas mistas de frutas tropicais com elevada atividade antioxidante total.......................................... 88

Estimativa da curva de retenção para caracterização do potencial matricial no solo ................................................................................ 90

Influência do tempo de hidrólise nas características da gelatina obtida de resíduo do processamento de Carne Mecanicamente Separada (CMS) de tilápia (Oreochromis niloticus) ......................... 92

Obtenção e caracterização de nanoestruturas de celulose de línter .......................................................................................................... 94

Avaliação de conformidade de conteúdo nominal pré-medido em polpas de frutas congeladas ............................................................. 96

Baixa concentração de ácido sulfúrico aplicado no pré-tratamento ácido das fibras de pseudocaule da bananeira ................................ 98

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X Encontro de Iniciação Científica e I Encontro de Pós-graduação da Embrapa Agroindústria Tropical

Fortaleza/CE, 2012

Composição química de óleos essenciais com propriedades microbianas .................................................................................... 100

Análise sensorial de pasta de pequi (Caryocar coriaceum) ........... 102

Propriedades funcionais e análises físico-químicas de polpa da açaí comercial congelada ....................................................................... 104

Desenvolvimento e caracterização de compósito condutor de Polipirrol/cardanol ........................................................................... 106

Influência de óleos essenciais e extratos vegetais de plantas bioativas, sobre o crescimento micelial de isolado de cajueiro de Lasiodiplodia theobromae............................................................... 108

Atratividade e preferência para oviposição de Bemisia tabaci biótipo-B em genótipos de melão ............................................................... 110

Qualidade pós-colheita de manga minimamente processada tratada com água eletrolisada ..................................................................... 111

Atividade antimicrobiana de diferentes óleos essenciais de plantas contra Staphylococcus aureus ....................................................... 113

Pós-graduação

Influência das condições de extração sobre o teor de polifenóis totais e taninos de extratos da casca de cajueiro .......................... 116

Caracterização de celulose bacteriana obtida a partir de resíduos agroindustriais ................................................................................ 118

Avaliação de efeito funcional in vivo de sucos de frutas tropicais em ratos saudáveis ............................................................................... 120

Crescimento e trocas gasosas em plantas de cajueiro-anão-precoce submetidas à salinidade em campo ............................................... 122

Estudo das propriedades mecânicas, de barreira ao vapor de água e opacidade de filmes poliméricos à base de amido, goma de cajueiro e montmorilonita ............................................................................. 124

Avaliação da hidrólise alcalina com NaOH para otimização da produção de metano a partir da fibra do mesocarpo do dendê ..... 126

Caracterização térmica e perfil de textura de gel do amido de manga Tommy Atkins ................................................................................. 128

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X Encontro de Iniciação Científica e I Encontro de Pós-graduação da Embrapa Agroindústria Tropical

Fortaleza/CE, 2012

Caracterização térmica e física de painéis elaborados com casca de coco-verde ...................................................................................... 130

Eficiência de absorção de N, P e K em porta-enxertos de cajueiro-anão-precoce .................................................................................. 132

Análise comparativa de metodologias de obtenção de polpas tratadas de fibras do dendê resultantes da prensagem de seu mesocarpo ...................................................................................... 134

Influência de nanocristais de celulose sobre propriedades mecânicas, ópticas e de barreira de filmes de gelatina obtida de resíduos de tilápia ........................................................................... 136

Pegada de carbono do melão amarelo .......................................... 138

Aproveitamento integral da fibra de cocoverde .............................. 139

Caracterização química e morfológica das fibras do pseudocaule da bananeira (Musa spp.) para reforço em novos materiais compósitos ........................................................................................................ 141

Produção de biomassa por linhagens do gênero Bacillus utilizando diferentes fontes de carbono .......................................................... 143

Produção de biomassa de bactérias do gênero Bacillus promotoras de crescimento para inoculação em mudas de bananeira ............. 145

Relações entre o desempenho de caracteres de importância agronômica em progênies de cajueiro ........................................... 147

Estudo da produção de carotenoides por linhagens do gênero Rhodotorula utilizando glicerol como fonte de carbono ................. 149

Desempenho de progênies de cajueiro em relação à formação de flores na panícula ........................................................................... 151

Avaliação de diferentes processos para a extração de amburosídio A de Amburana cearensis .................................................................. 153

Otimização do processo de produção de celulose por linhagem selvagem do gênero Trichoderma por meio de fermentação submersa ........................................................................................ 155

Avaliação do processo de esterilização UHT (Ultra Hight Temperature) na conservação de água de coco (Cocos nucifera L.) ........................................................................................................ 157

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X Encontro de Iniciação Científica e I Encontro de Pós-graduação da Embrapa Agroindústria Tropical

Fortaleza/CE, 2012

Otimização da produção biológica de hidrogênio a partir de glicerol residual oriundo de biodiesel .......................................................... 159

Extração da galactomanana das sementes de algaroba [Prosopis juliflora (SW) D.C] ........................................................................... 161

Desenvolvimento inicial de progênies de cajueiro-anão-precoce submetidas a diferentes regimes hídricos ...................................... 163

Avaliação do efeito da maceração enzimática na produção de suco pronto de banana cv. Prata ............................................................ 165

Iniciação Científica

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X Encontro de Iniciação Científica e I Encontro de Pós-graduação da Embrapa Agroindústria Tropical

Fortaleza/CE, 2012

Características qualitativas dos frutos de variedades de minimelancia com e sem semente cultivadas em ambiente

protegido

Emanuelle Mota Rezende1; Isac Gabriel Abrahão Bomfim1; Antônio Diego de Melo Bezerra1; Alexandre Campos Nunes1;

Breno Magalhães Freitas2; Fernando Antonio Souza de Aragão2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical.

A busca por variedades de melancia com frutos menores e de qualidade, visando atender exigências tanto de consumidores locais quanto do mercado externo, tem estimulado o cultivo em ambiente protegido. Portanto, o presente trabalho estudou características qualitativas dos frutos de variedades de minimelancia com e sem semente, cultivadas sob cultivo protegido. O experimento foi realizado em casa de vegetação, no período de julho a outubro de 2011, e os frutos, analisados no Laboratório de Melhoramento e Recursos Genéticos Vegetais, da Embrapa Agroindústria Tropical, em Fortaleza, CE. O delineamento experimental foi inteiramente ao acaso desbalanceado, com o número de repetições variando de 17 a 36 e parcela correspondendo a um fruto. Foram avaliadas cinco variedades de minimelancia: as comerciais Minipérola e Polimore (com sementes; diploide - 2n) e os híbridos experimentais HA-5106, HA-5158 e HA-5161 (sem sementes; triploide - 3n). As flores foram polinizadas manualmente, permitindo apenas um fruto por planta, os quais foram colhidos entre 30 e 35 dias após a polinização. As variáveis analisadas foram: massa (g), comprimento - C (mm), largura - L (mm), índice de formato (C/L), espessura da casca (mm), firmeza da polpa (N), sólidos solúveis (oBrix) e número de sementes por fruto. Para a massa dos frutos, os genótipos Minipérola, Polimore e HA-5106 foram estatisticamente superiores aos demais. Comportamento semelhante foi observado para largura e comprimento do fruto. Houve diferenças significativas entre os genótipos para índice de formato; contudo, todos apresentaram valores em torno 1,0. O híbrido HA-5106 se diferenciou dos demais genótipos com maior espessura da casca. O híbrido HA-5161 apresentou frutos com polpa menos firme, não diferindo apenas do HA-5106. Com exceção da Minipérola, os demais genótipos obtiveram frutos com níveis satisfatórios de sólidos solúveis para

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X Encontro de Iniciação Científica e I Encontro de Pós-graduação da Embrapa Agroindústria Tropical

Fortaleza/CE, 2012

exportação (>9,0 °Brix), com destaque para HA-5161 e HA-5106. Embora estatisticamente iguais ao HA-5158, os híbridos HA-5161 e HA-5106 apresentaram número de sementes por fruto acima do padrão aceitável para exportação (<9,0). Desse modo, conclui-se que os frutos de todos os genótipos foram arredondados, sendo maiores nas variedades diploides e com maior espessura de casca nos híbridos triploides. Adicionalmente, as observações deste estudo permitem sugerir as minimelancias Polimore (com semente) e HA-5158 (sem semente) como promissoras para cultivo em ambiente protegido.

Palavras-chave: Citrillus lantus, diploide, triploide, mercado externo.

Apoio: CNPq, CAPES, BNB, FUNCAP.

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X Encontro de Iniciação Científica e I Encontro de Pós-graduação da Embrapa Agroindústria Tropical

Fortaleza/CE, 2012

Desenvolvimento inicial de mudas de cedro australiano em diferentes substratos

Vinicíus Bitencourt Campos Calou¹*, Antônio Abelardo Herculano Gomes Filho1, Diva Correia2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical.*[email protected] O cedro australiano (Toona ciliata M. Roemer var. australis) pertence à família Meliaceae, sendo a quarta espécie exótica mais plantada no Brasil devido ao seu ciclo curto, alta produtividade, alto valor da madeira e adaptação ao clima e solo. Entretanto, são raras as pesquisas com essa espécie. Este estudo objetivou avaliar o desenvolvimento inicial de mudas de cedro australiano em diferentes substratos. No viveiro de mudas da Embrapa Agroindústria Tropical, em Fortaleza, CE, foram testados os substratos: S1 – Casca de arroz carbonizada + pó de casca (mesocarpo) de coco-verde + vermicomposto (5:3:2 v/v); S2 – Casca de arroz carbonizada + vermiculita fina + vermicomposto (5:3:2 v/v) e S3 – Casca de arroz carbonizada + folha de carnaubeira (Copernicia prunifera) triturada decomposta (bagana) + vermicomposto (5:3:2 v/v). Utilizaram-se tubetes com capacidade de 280 cm³. O experimento foi instalado em delineamento inteiramente casualizado, com 3 substratos e 4 repetições, cada repetição contendo 24 parcelas experimentais e duas sementes plantadas em cada parcela. O experimento foi conduzido em telado com 50% de redução da intensidade luminosa. A irrigação foi realizada diariamente, enquanto a adubação, mensalmente. O início da germinação das sementes ocorreu nos primeiros 10 dias após o plantio. Realizou-se o desbaste aos 60 dias após o plantio deixando apenas uma planta por tubete. As avaliações foram realizadas aos 150 dias após o plantio. Não foram observadas diferenças estatísticas entre os tratamentos para as variáveis altura, número de folhas, crescimento da maior raiz e agregação das raízes ao substrato. Para diâmetro do colo de plantas, as maiores médias foram alcançadas em S1 e S2, as quais não diferenciaram estatisticamente entre si. No substrato S2, foram observadas as maiores médias para peso das massas secas da parte aérea e das raízes e de facilidade da retirada da muda do tubete. Verifica-se que

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X Encontro de Iniciação Científica e I Encontro de Pós-graduação da Embrapa Agroindústria Tropical

Fortaleza/CE, 2012

os substratos S2 e S1 foram os que apresentaram os melhores resultados para formação de mudas de Cedro Australiano em tubetes.

Palavras-chave: produção de mudas, resíduos agroindustriais, Toona ciliata, tubete

Apoio: CNPq, BNB, ADECE, Embrapa.

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X Encontro de Iniciação Científica e I Encontro de Pós-graduação da Embrapa Agroindústria Tropical

Fortaleza/CE, 2012

Efeitos do amido de mandioca e cera de carnaúba sobre filmes à base de goma de cajueiro

Hálisson Lucas Ribeiro1*, Delane da Costa Rodrigues1, Carlos Alberto Caceres Coaquira2, Arcelina Pacheco Cunha1,

Henriette Monteiro Cordeiro de Azeredo2 1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] A goma de cajueiro (GC) é um polissacarídeo complexo obtido a partir do exsudato do tronco da planta. Mesmo tendo a capacidade de formar filmes, a baixa viscosidade das soluções de GC dificulta a formação dos filmes, o que pode ser melhorado por meio da mistura com outros polissacáridos, tais como amido. Além disso, a adição de ceras pode melhorar a barreira de umidade e a resistência dos filmes. O objetivo do estudo foi combinar GC com amido de mandioca (AM) e cera de carnaúba (CC) para estudar a influência dos componentes sobre as propriedades físicas da película de emulsão. Os filmes foram formados por “casting” utilizando glicerol como plastificante e diferentes proporções de GC (70-85%), AM (15-30%), CC (0-15%) de acordo com um planejamento experimental de mistura simplex-centroide. As proporções relativas de AM e GC não apresentaram efeitos significativos nas propriedades físicas dos filmes, o que indica que GC pode ser um substituto do amido potencial como material formador de filme. Por outro lado, todas as propriedades estudadas foram significativamente afetadas pela CC. A permeabilidade ao vapor de água (de mais de 5 g mm kPa-1 h-1.m-

2 em 0% de CC a 3,26 g mm kPa-1 h-1 m-2 em 15% de CC), assim como a solubilidade em água (de mais de 95% em 0% de CC a 80,19% em 15% de CC) indicando que a CC pode ser um componente de filme interessante em aplicações que requerem boa barreira de água e resistência. O alongamento da ruptura foi favorecido pela cera de carnaúba (aumento de cerca de 80% em 0% de CC a 136,35% em 15% de CC). Por outro lado, a cera de carnaúba apresentou efeito plastificante sobre os filmes, diminuindo a resistência à tração (pouco mais que 1,40 MPa em 0% de CC para 0,76 MPa em 15% de CC) e módulo de elasticidade (a partir de 50 MPa em 0% de CC até 24,10 MPa em 15% de CC). A opacidade do filme foi aumentada pela CC (a partir de menor que 20 A nm em 0% de CC a 240,16 A nm em 15% de CC), o que pode prejudicar a

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X Encontro de Iniciação Científica e I Encontro de Pós-graduação da Embrapa Agroindústria Tropical

Fortaleza/CE, 2012

aplicabilidade dos filmes de emulsão quando uma elevada transparência é necessária.

Palavras-chave: filmes comestíveis, biopolímeros, lipídios.

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X Encontro de Iniciação Científica e I Encontro de Pós-graduação da Embrapa Agroindústria Tropical

Fortaleza/CE, 2012

Análise sensorial descritiva de suco funcional de frutas tropicais pasteurizado

Renier Felinto Julião da Rocha1*, Ídila Maria da Silva Araújo2, Darline Targino Oliveira1, Janice Ribeiro Lima2, Nédio Jair

Wurlitzer2, Deborah dos Santos Garruti2 1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindustrial Tropical. *[email protected] As frutas tropicais e exóticas possuem constituintes nutritivos e propriedades funcionais. Suas características sensoriais como cor, odor, sabor e textura favorecem seu consumo in natura, porém existe atualmente uma preferência pelo consumo de bebidas práticas e saudáveis, como, por exemplo, sucos mistos prontos para beber (também chamados blends). Neste trabalho, avaliou-se o efeito da pasteurização no perfil sensorial de uma bebida mista de frutas com elevado apelo funcional, ou seja, frutas ricas em compostos bioativos como vitamina C, polifenóis, antocianinas, flavonides e carotenoides, com elevado potencial antioxidante. Uma formulação foi elaborada com as seguintes frutas tropicais: caju, acerola, abacaxi, cajá, camu-camu e açaí. A bebida foi processada pelo sistema hot-fill e envasada em garrafas de vidro de 200 mL. Uma parte da bebida formulada, mas não pasteurizada, foi armazenada sob congelamento a -18 oC para posterior análise. Foi empregada a metodologia da Análise Descritiva Quantitativa (ADQ), em que 12 julgadores foram selecionados quanto ao poder discriminativo, desenvolveram a ficha de avaliação e estabeleceram as amostras-referências. Foram definidos 10 descritores para compor o perfil sensorial das amostras, referentes à aparência (presença de sólidos e presença de óleo na superfície), aroma (ácido, adocicado, mix de frutas), sabor (gosto ácido, gosto doce e sabor de mix de frutas) e textura (consistência e sólidos na boca). Os dados foram submetidos à ANOVA e teste de Tukey. Não foram observadas diferenças significativas entre as amostras, para nenhum descritor, indicando que o tratamento térmico não alterou o perfil sensorial da bebida mista. Conclui-se que a pasteurização da bebida mista pode oferecer ao consumidor um produto funcional sensorialmente semelhante ao produto fresco.

Palavras-chave: Tratamento térmico, blends, ADQ.

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X Encontro de Iniciação Científica e I Encontro de Pós-graduação da Embrapa Agroindústria Tropical

Fortaleza/CE, 2012

Caracterização físico-química em abacaxi ‘Pérola’ tratado com água eletrolisada e ultravioleta pulsada

Francisco Oiram Filho1*, Thayane Rabelo Braga1, Luis Rodrigues da Silva2; Ebenézer de Oliveira Silva3, Márcia

Régia Souza da Silveira3 1Universidade Federal do Ceará; 2Universidade Federal Rural do Semi-Árido; 3Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected]

O Brasil é um grande produtor de abacaxi tendo várias cultivares em sua produção nacional; porém as podridões causadas por Chalara (Thielaviopsis) paradoxa (podridão-negra-do-fruto) e Fusarium moniliforme (mancha-negra-do-fruto) contribuem para o aumento das perdas de qualidade pós-colheita, tanto para o mercado interno como para o externo. Atualmente, duas tecnologias alternativas são consideradas potenciais no controle dessas duas doenças: a radiação ultravioleta pulsada (UVp), que induz a formação de rupturas nas moléculas de DNA desses fungos, impedindo a sua reprodução, resultando assim num efeito germicida; e a água eletrolisada, obtida pela passagem de uma corrente elétrica em uma solução KCl (0,1%), que permite a formação de cloro livre, apresentando assim efeito fungicida. O objetivo desse trabalho foi estudar os efeitos desses dois tratamentos na qualidade pós-colheita dos abacaxis ‘Pérola’ armazenados a 10 ± 2 °C, por 0, 7, 14 e 21 dias. No experimento UVp, 48 abacaxis ‘Pérola’, em estádio de maturação comercial (CEASA – CE), foram tratados, em três repetições, 0,0; 3,0; 6,0 e 9,0 J cm-2 de radiação. No outro experimento, 60 abacaxis ‘Pérola’, no mesmo estádio de maturação, foram tratados, em três repetições, com 0, 75, 150, 225 e 300 mg L-1 (ppm) de cloro livre. Depois de tratados, todos os abacaxis foram armazenados em câmara fria (10 ± 2 °C, 85% UR) por 0, 7, 14 e 21 dias. Ao final de cada período de armazenamento, amostras foram coletadas, processadas e submetidas às análises de sólidos solúveis (SS), acidez titulável (AT), açúcares totais, açúcares redutores e vitamina C. Os abacaxis tratados não apresentaram diferenças significativas (p>0,05) para as variáveis analisadas, exceto para vitamina C, nos dois tratamentos. No tratamento com UVp, a vitamina C aumentou, passando de 37,16 mg 100g-1, no controle (sem tratamento) para 42,05 mg 100g-1, nos abacaxis

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tratado com 9,0 J cm-2. No experimento com água eletrolisada, a vitamina C reduziu na medida em que a concentração de cloro livre aumentou. Conclui-se que ambos os tratamentos permitiram conservar a qualidade pós-colheita dos abacaxis, exceto para vitamina C, nos abacaxis tratados com água eletrolisada.

Palavras-chave: qualidade, conservação pós-colheita, açúcares totais, açúcares redutores, vitamina C.

Apoio: CNPq, BNB, INCT-INFT

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Gelatina de resíduo de carne mecanicamente separada (CMS) de tilápia: avaliação do seu potencial para matriz

biopolimérica para compósitos

Rayanne Leitão Claudino1*, Yana Luck Nunes2; Edla Freire de Melo3; Maria Emanuella de Oliveira Martins1; Maria do

Livramento Linhares Rodrigues1 Bartolomeu Warlene Silva de Souza1, Edson Noriyuki Ito2, Men de Sá Moreira de Souza

Filho4

1Universidade Federal do Ceará; 2Universidade Federal do Rio Grande do Norte; 3Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia; 4Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] Os resíduos da agroindústria do pescado representam em média de 30% a 60% do total que é beneficiado e compõem-se especialmente de pele e cartilagem. Composto por biopolímeros a exemplo do colágeno, fonte para obtenção de gelatina, gera oportunidade de agregação de valor a esse resíduo. O presente trabalho teve como objetivo extrair e caracterizar a gelatina obtida do resíduo de (CMS) de tilápia (Oreochromis niloticus) visando avaliar o seu uso potencial com matriz polimérica. Para a extração da gelatina, o resíduo foi imerso em CH3OOH 0,2 N/45min, neutralizado e submetido à hidrólise com NaOH 0,2 N/45min, na proporção de 1:3, seguido de neutralização e hidrólise com H2SO4 0,2 N/45min, na proporção de 1:3. Para extração da gelatina, empregou-se banho-maria, a 65 °C/2h, filtração a vácuo, rota-evaporação, liofilização e moagem. Para sua caracterização, determinou-se o pH em uma solução de gelatina a 3% (p/v) a 55 °C, cor e transparência em espectrofotômetro, respectivamente a 450 nm e 620 nm, em uma solução de gelatina a 6,67% (p/v), a 60 °C. Força de gel foi medida em Texturômetro TA. XT Plus a 10 ºC, Aw em CX-AQUALAB e Cor CIELAB (L,a,b) em Colorímetro Ultrascan. Foi realizada também análise de calorimetria exploratória diferencial (DSC), microscopia eletrônica de varredura (MEV) e análise de aminoácidos. O rendimento da extração foi de 16,42% com base na massa inicial de resíduo de CMS e massa final de gelatina seca obtida. Os resultados indicaram características de pH de 5,45, Aw de 0,596, valores de cor (L,a,b) respectivamente de (98,12), (7,25), (8,78), cor

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(450 nm) de 0,471, transparência (620 nm) de 0,359, e força de gel de 139 g. Na calorimetria diferencial exploratória, observou-se um evento endotérmico relativo à perda de água. O MEV mostrou que a gelatina em pó apresenta estrutura formada por lamelas de aproximadamente 1,35 µm de espessura. Verificou-se a predominância de aminoácidos como aspargina (4,77%), histidina (11,43%), prolina (4,5%) e arginina (3,8%), com menores concentrações de aminoácidos, como serina, glicina, tirosina, lisina e outros. Conclui-se que foi possível extrair a gelatina de resíduo de CMS com bom rendimento, boas características químicas, boa luminosidade (L), força de gel intermediária, permitindo ainda observar que foi possível manter uma boa composição de aminoácidos na gelatina obtida, abrindo alternativas para seu uso em aplicações não alimentares, a exemplo do seu emprego como matriz polimérica na formulação de compósitos.

Palavras-chave: resíduo do pescado, agregação de valor, polímeros.

Apoio: Embrapa e CNPq.

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Estudo químico do endófito Nodullisporium sp., isolado de Catharanthus roseus

Akenaton Onassis Cardoso Viana Gomes1*, Kirley Marques Canuto2, Francisco das Chagas Oliveira Freire2, Tigressa Helena Soares Rodrigues2, Francisca Samara Assunção

Araújo2, Francisco José Teixeira Gonçalves3

1Universidade Federal do Ceará, Embrapa Agroindústria Tropical2, 3Universidade Federal Rural de Pernambuco. *[email protected]

Os defensivos agrícolas, também denominados agrotóxicos e pesticidas, são considerados um dos principais responsáveis pela redução das perdas agrícolas causadas por pragas e doenças. Em detrimento de seus benefícios, esses agentes são apontados como responsáveis por sérios danos ao meio ambiente e ao homem. Os impactos negativos são um propulsor para a busca de novos produtos químicos de baixa toxicidade, biodegradáveis e oriundos de fontes renováveis, principalmente plantas e fungos. Dentre os fungos, destacam-se os endófitos, microrganismos que vivem no interior das plantas colonizando os tecidos sadios (folhas, raízes e caules), de onde retiram nutrientes, sem causar nenhum dano aparente a seus hospedeiros. Essa relação simbiótica entre fungo e planta favorece o metabolismo, resultando em uma rica produção de metabólitos secundários, por isso os fungos endofíticos são apontados como uma fonte promissora de compostos químicos potencialmente úteis para medicina e agricultura. O presente trabalho tem como objetivo a prospecção de metabólitos fúngicos bioativos, a partir do endófito Nodullisporium sp. isolado de Catharanthus roseus, planta ornamental conhecida pela produção dos fármacos vincristina e vimblastina. A investigação química consistiu em um ensaio preliminar de otimização do cultivo do fungo, no qual foram testados três tipos de meio de cultura mantidos com/sem agitação, bem como no fracionamento cromatográfico do extrato acetato de etila (NOA). Os ensaios de otimização revelaram que o caldo de malte sob condições estáticas gerou os maiores rendimentos de extrato. O extrato NOA, obtido em condições ótimas, foi submetido à partição líquido-líquido e cromatografias em coluna (Sephadex LH-20) e Cromatografia Líquida de Alta Eficiência

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(CLAE), conduzindo ao isolamento de duas α-pironas: composto 1, que está sendo relatado pela primeira vez na literatura, e 2, denominado cladobotrina IV. As substâncias químicas isoladas tiveram suas estruturas elucidadas por métodos espectrométricos (Espectrometria na região do Infravermelho, Espectrometria de Massa e Ressonância Magnética Nuclear de 1H e 13C, incluindo técnicas uni e bidimensionais), além de comparação com dados da literatura.

Palavras-chave: fungo endofítico, metabólitos secundários, α-pironas.

Apoio: CNPq.

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Controle do oídio do cajueiro

Thiago Barbosa Honorato1*, Luis Gustavo Chaves da Silva2, Joilson Silva Lima1, José Emilson Cardoso2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical.*[email protected] O oídio do cajueiro (Oidium anacardii Noack) é considerado um dos principais patógenos do cajueiro há muitos anos no leste do continente africano. A preocupação dos produtores do Nordeste brasileiro tem aumentado, pois essa doença foi constatada uma das responsáveis por reduzir a produção de caju nos últimos anos. Nos países africanos, há um plano de controle do patógeno com aplicação de enxofre nos pomares, e essa medida tem obtido sucesso. Com o objetivo de testar a eficiência de controle de sete produtos contra o oídio do cajueiro, foi realizado um experimento em um pomar comercial na fazenda Planalto, Pio IX, PI. Os produtos testados foram: enxofre elementar em pó (20 g planta-1), tebuconazol (0,75 ml L-1), enxofre formulado (3 g L-1), triflumizol (0,5 g L-1), manipueira fresca (50%) e oxicloreto de cobre formulado (5 g L-1). O experimento foi instalado em uma área de cajueiro do clone CCP 76 de 8 anos de idade, sendo disposto em blocos ao acaso com quatro repetições de duas plantas cada repetição. As pulverizações foram executadas com pulverizador costal manual de 20 litros, exceto a aplicação do enxofre em pó que foi aplicado via polvilhadeira manual. Três aplicações foram realizadas em intervalos quinzenais, desde o início da floração. A avaliação da severidade foi realizada nas panículas pela atribuição de uma nota média/planta na escala de 0 a 4 em que, 0 – ausência de doença, 1 – até 10%, 2 – entre 10% a 25%, 3 – entre 25% e 50% e 4 – acima de 50%. As panículas tratadas com enxofre elementar apresentaram a menor severidade da doença, não ultrapassando os 10%, confirmando as informações de sucessos de programas africanos de controle usando esse produto. Os produtos tebuconazol, enxofre formulado e triflumizol também reduziram a doença, em menor proporção, não excedendo 25% de severidade. Os demais produtos (manipueira e oxicloreto de cobre) foram estatisticamente iguais à testemunha, sem aplicação. Esses resultados permitem viabilizar o

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controle do oídio do cajueiro orientando a incorporação no sistema produtivo do enxofre elementar.

Palavras chave: enxofre, tebuconazol, triflumizol, oxicloreto de cobre, manipueira.

Agradecimentos: CNPq, Embrapa, Grupo Cione.

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Caracterização morfofenológica de hastes foliares de Anthurium bonplandii (Bunting)

André Cardoso Albuquerque1*, Ana Cecília Ribeiro de Castro2,

Fernando Antônio Souza de Aragão2. ¹Universidade Federal do Ceará, 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] O Anthurium bonplandii é uma planta tropical nativa do Brasil, que devido à beleza, exuberância e alta durabilidade pós-colheita de sua folhagem, apresenta grande potencial ornamental. Apesar desses atributos, seu cultivo ainda é restrito e pouco se sabe sobre seu uso para folhagem de corte. O objetivo deste trabalho foi avaliar folhas de A. bonplandii em diferentes estágios de maturidade, quanto a sua longevidade após o corte, além de aspectos fenológicos da planta. O experimento foi conduzido no Laboratório de Recursos Genéticos, na Embrapa Agroindústria Tropical. Foram utilizadas hastes foliares totalmente expandidas de plantas com 3 anos de idade, cultivadas em substrato rico em matéria orgânica, mantidas em telado com 80% de sombreamento. Inicialmente, as plantas foram avaliadas, duas vezes por semana, durante 10 meses. Foram registrados dados relativos à emissão de cada folha (EF), emissão da inflorescência (EI), amadurecimento do gineceu (AG) e do androceu (AA). Em um segundo momento, folhas totalmente expandidas foram cortadas e classificadas como T1, T2 e T3, de acordo com a idade do corte. Foram observados, ainda a longevidade e o aspecto das hastes após o corte, que foram mantidas em água destilada, no período compreendido entre o corte e o descarte. Utilizou-se delineamento experimental inteiramente casualizado, com dez repetições. Foram mensurados os caracteres biométricos comprimento, largura e espessura do limbo; comprimento e diâmetro do pecíolo, além da massa fresca das hastes. Os dados foram submetidos à ANOVA, e as médias, comparadas com o teste de Tukey, a 5% de significância. Observou-se que as plantas apresentaram porte de médio a elevado, arranjo denso da raiz, catáfilos persistentes como fibras. As folhas eram eretas, de limbo elíptico, muito pouco ondulado, serosidade média e verde intenso, com textura coriácea. O pulvino apresentou-se na cor verde-claro e as inflorescências com a mesma altura ou mais altas que as folhas. A espádice mostrou-se entre cilíndrica e cônica. Os estigmas, quando receptivos, eram da mesma

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cor que as tépalas e as anteras amarelas. As flores, sem atributos estéticos, tinham gineceu maduro logo após a abertura da inflorescência ou até 2,5 dias depois, e o androceu com pólen entre 15 e 22,8 dias após a abertura da inflorescência. As folhas foram emitidas em intervalos variáveis, com a emissão de 12 folhas, em média, durante o período de avaliação. De modo geral, os sintomas de senescência das hastes foram por ordem de aparecimento: clorose na base e na região internerval do limbo, amarelecimento irregular do ápice do limbo, amarelecimento internerval, secamento e quebra do pecíolo, e encarquilhamento da folha. De modo geral, os primeiros sintomas de senescência surgiram 7 dias após o corte (DAC), revelando uma diferença significativa entre a longevidade da folha T1 (36,5 DAC) em relação às folhas T2 (11,5 DAC) e T3 (7 DAC). Não foi observada influência dos caracteres biométricos na longevidade das folhas. As folhas de Anthurium bonplandii recém-expandidas (T1) possuem o melhor potencial para uso como folhagem de corte.

Palavras-chave: antúrio, folhagem, floricultura.

Apoio: CNPq

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Mudanças climáticas e o impacto sobre a necessidade hídrica bruta da cultura do meloeiro para a região do

Jaguaribe-Apodi

Aryberg de Souza Duarte1*, Rubens Sonsol Gondim2, Anna Neiva Pinho Pacheco1, Aline de Holanda Nunes Maia3, Sílvio Roberto

Medeiros Evangelista4

1Universidade Estadual do Ceará, 2Embrapa Agroindústria Tropical 3Embrapa Meio Ambiente, 4Embrapa Informática Agropecuária. *[email protected] O presente trabalho objetiva a elaboração de cenários futuros da necessidade hídrica bruta da cultura do meloeiro, diante dos cenários de mudanças climáticas para a região do Jaguaribe-Apodi, localizada entre os estados do Ceará e Rio Grande do Norte. O trabalho se baseia em dados de projeções de mudanças climáticas, obtidos a partir do modelo regional Eta-CPTEC com contorno do modelo global HadCM3 submetido ao método de redução de escala. Os referidos dados foram submetidos ao método de correção de viés, por meio da correção do conjunto da climatologia de base do modelo, com a climatologia de base do Climate Research Unit (CRU) para a normal climatológica de 1961 a 1990. Os referidos dados foram espacializados em Sistema de Informações Geográficas (SIG), onde foram interpolados por meio do método geoestatístico krigagem ordinária linear, que condicionou uma suavização espacial nos dados de cada mês, representando médias mensais de um período futuro de 30 anos (2031-2060). Assim, foi possível uma análise espaço-temporal do impacto das mudanças climáticas sobre a necessidade hídrica bruta para cultura do meloeiro. Como resultado, observou-se que as mudanças climáticas afetaram a demanda projetada de água para irrigação, com incrementos projetados na evapotranspiração (variando de 28,4% a 33,4%). Apesar do aumento na precipitação pluvial (61,9% a 89,9%), verificou-se elevação da necessidade hídrica bruta com média anual projetada entre 37,5% e 78,2%, para o período de 2031 a 2060, conforme a época de plantio. Isso ocorre devido ao aumento de chuvas estarem restritos à quadra invernosa, de modo que as épocas de plantio da cultura continuarão secas, conforme os cenários analisados,

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Palavras-chave: geoprocessamento, eficiência no uso da água, Eta-CPTEC.

Apoio: CNPq, Embrapa, UECE.

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Estabilidade de paçoca elaborada a partir da torta de amêndoa de castanha-de-caju

Diva Silva Firmino 1*, Janice Ribeiro Lima2, Ana Carolina O. Nobre3,

Lana G. S. Garcia1, Ídila Maria da Silva Araújo2, Deborah dos Santos Garruti2, Laura Maria Bruno2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical, 3Universidade Estadual do Ceará. *[email protected]

A extração de óleo da amêndoa de castanha-de-caju (ACC) gera um resíduo de alto valor nutricional, denominado “torta” que pode ser aproveitado na elaboração de novos produtos. O Objetivo deste trabalho foi avaliar as características e a estabilidade durante armazenamento de um doce tipo paçoca elaborado a partir de torta de ACC, como forma de aproveitamento desse subproduto. A paçoca foi preparada a partir da moagem da torta (59,5%) juntamente com açúcar (25,0%), sal (0,5%), farinha de mandioca (5,0%) e gordura vegetal (10,0%), prensagem da massa resultante e corte em formato de cubos. O produto foi embalado em potes tampados de polipropileno (120 g) selados com lacre interno de alumínio e polietileno. O armazenamento foi realizado à temperatura ambiente (~28 °C) por 189 dias. Em intervalos de aproximadamente 35 dias, foram realizadas análises de umidade, atividade de água, cor (L*a*b*), microbiológicas (coliformes totais e fecais, contagem de bolores, leveduras e Salmonella) e aceitação sensorial (escala hedônica de nove pontos). A composição inicial da paçoca foi: 2,79 g 100g-1 de umidade; 2,75 g 100 g-1 de cinzas; 30,28 g 100 g-1 de gordura; 16,59 g 100 g-1 de proteína; 50,38 g 100 g-1 de carboidratos. Durante o armazenamento, observou-se aumento da umidade (de 2,79 para 3,24 g 100 g-1) e da atividade de água (de 0,425 para 0,458), que podem ser devidos a problemas na selagem das embalagens. No entanto, esses valores ainda são suficientemente baixos para garantir a estabilidade microbiológica do produto, o que foi comprovado pelas contagens de coliformes fecais inferiores a 10NMP g-1, ausência de Salmonella em 25 g e contagens de bolores e leveduras ao redor de 103 UFC g-1 durante todo o período. O produto apresentou um pequeno escurecimento durante o armazenamento, com valores de luminosidade (L*) variando de 74,5 para 67,4, não sendo observadas diferenças nas

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escalas de verde/vermelho (a*, média de 1,4) e azul/amarelo (b*, média de 21,8). As pequenas alterações sofridas na umidade e cor no ensaio de estabilidade não alteraram a aceitação sensorial da paçoca, que permaneceu com média de 7,6, correspondendo na escala hedônica à avaliação entre “gostei” e “gostei muito”. Conclui-se que a utilização da torta de ACC para elaboração de doce tipo paçoca é uma alternativa interessante para o aproveitamento do subproduto da extração do óleo, já que a paçoca apresenta boa estabilidade físico-química e microbiológica, além de boa aceitação sensorial.

Palavras-chave: processamento de amêndoa, subproduto, vida de prateleira.

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Obtenção de posturas de Aleurodicus cocois (Curtis, 1846) em casa de vegetação e ataque da praga em clones

de cajueiro em campo

Maria Neurilan Costa Silva1*, Antônio Lindemberg Martins Mesquita2, Vanessa Priscila Campos Tavares1

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] No Brasil, o cajueiro (Anacardium occidentale L.) é atacado por uma centena de insetos e ácaros que causam prejuízos tanto em campo quanto na indústria. Dentre os artrópodes que atacam o cajueiro, a mosca-branca Aleurodicus cocois (Curtis, 1846) (Hemiptera: Aleyrodidae) é uma das pragas que mais afetam a produtividade dessa cultura. Este trabalho teve como objetivos desenvolver uma metodologia para obtenção de posturas da mosca-branca em casa-de-vegetação e verificar o grau de infestação da praga em seis clones de cajueiro-anão-precoce em campo. Para a formação inicial da colônia da mosca-branca em casa de vegetação, foram coletados ramos infestados, os quais foram acondicionados em gaiolas teladas contendo mudas sadias da progênie CCP 76. Após o estabelecimento da colônia nas gaiolas, foram retirados aproximadamente 400 adultos que foram divididos em duas gaiolas teladas, uma contendo 10 mudas de pé-franco de progênie CCP 76 e em outra contendo o mesmo número de mudas clonadas do BRS 189. As gaiolas (50 cm X 50 cm X 50 cm) foram mantidas em condições ambientais em temperatura que variou de 25 °C a 35 °C; UR: 20% - 75%. Após três dias de acondicionamento dos adultos nas gaiolas, foram estabelecidos a porcentagem de folhas atacadas pela praga, o número de posturas por folha e o número de ovos por postura. Em campo, o ataque da mosca-branca foi monitorado nos clones PRO 555-1, BRS 265, BRS 226, AC 279-1, CAC 38 e CCP 09, cujo grau de infestação foi baseado no uso de notas que variaram de 1 a 5, quando se constatou a presença do inseto na planta. Cada nota atribuída à planta entrou no cálculo do grau de infestação (GI). Em casa de vegetação, as mudas do clone BRS 189 foram mais infestadas do que as de progênie CCP 76, com uma média de 54,91% de folhas com posturas, 1,22 posturas/folha e 47,55 ovos/postura. Em campo, em duas avaliações realizadas

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durante o ano de 2012, os clones BRS 226 e CCP 09 não foram infestados pela mosca-branca, e o clone PRO 555-1 foi o que apresentou o maior grau de infestação, com 16,5%. Diante dos resultados, conclui-se que A. cocois realiza posturas em mudas de cajueiro em condições ambientais controladas e que, em campo, pode apresentar preferência para oviposição em função do clone de cajueiro-anão-precoce utilizado.

Palavras-chave: Anacardium occidentale, Aleroydidae, mosca-branca, grau de infestação.

Apoio: CNPq, Embrapa.

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Caracterização de antocianinas por CLAE-DAD-EM em vinhos varietais Syrah, Tempranillo e Petit Verdot

elaborados no vale do São Francisco

Ticiane Vieira de Paula Souza1*; Giuliano E. Pereira2; Kirley Marques Canuto3, Edy Sousa de Brito3

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Semiárido; 3Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected]

Este trabalho buscou caracterizar e comparar quantitativa e qualitativamente os fenólicos presentes em vinhos tintos de duas safras das variedades Syrah, Petit Verdot e Tempranillo, e outras variedades de vinhos Syrah submetidas a tratamentos diferenciados, todos produzidos no Vale São Francisco (VSF). As condições peculiares para o cultivo de uva encontradas no VSF (clima semiárido, uso de irrigação, produção de duas a três safras anuais) levam ao desenvolvimento de vinhos com características diferenciadas das regiões tradicionalmente produtoras no Brasil e no mundo. Compostos fenólicos como as antocianinas e antocianidinas, que são responsáveis pela coloração dos vinhos tintos, possuem atividade antioxidante. Na preparação das amostras para análise por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência acoplada ao Detector de Arranjo de Diodos e Espectrometria de Massas (CLAE-DAD-EM), foi adotado o método de injeção direta, no qual as amostras foram filtradas em membrana de náilon 45 µm, e posteriormente transferidas para vials com capacidade de até 2 mL. As antocianinas foram identificadas por meio da m/z dos picos presentes nos cromatogramas gerados pelos detectores de massas e DAD observado a 520 nm (ultravioleta). A análise cromatográfica por CLAE-EM no modo positivo permitiu a caracterização de 22 antocianinas no total, sendo observadas 10 e 11 delas no vinho Syrah; 12 e 15 nos vinhos Petit Verdot; 11 e 10 delas nos vinhos Tempranillo da primeira e segunda safra, respectivamente, e 15 nas amostras de vinhos dos tratamentos do vinho Syrah. A malvidina-3-glicosideo (m/z 493) foi a antocianina majoritária nos três tipos de vinhos estudados. Os perfis cromatográficos dos vinhos foram semelhantes entre si independentemente da variedade de uva e da safra.

Palavras-chave: flavonoides, LC-MS, semiárido, Vitis vinífera.

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Apoio: Embrapa (Macroprograma 3), INCT-Frutos Tropicais/CNPq.

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Produção de cultivares de morangueiro em cultivos hidropônico e convencional na Serra da Ibiapaba, Ceará

Valsérgio Barros da Silva1*, Fábio Rodrigues de Miranda2, Christiana

de Fátima Bruce da Silva2, Antonio Lindemberg Martins Mesquita2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] O sistema de produção de morangos utilizado na região da Ibiapaba ainda necessita de aperfeiçoamentos para as condições locais, com relação à nutrição da cultura e à definição de cultivares mais produtivas e com frutos de melhor qualidade. O estudo objetivou avaliar a produção de quatro cultivares de morango sob cultivo hidropônico e convencional. O experimento foi realizado em uma propriedade do município de Ibiapina, CE e foi conduzido em faixas, no delineamento de blocos completos casualizados, com cinco repetições. Os tratamentos foram constituídos de três sistemas de cultivo: hidropônico em calhas, hidropônico em sacos (ambos com substrato de fibra de coco e sobre bancada) e convencional (no solo). Ainda, fizeram parte da constituição do tratamento quatro cultivares de morango (‘Oso Grande’, ‘Albion’, ‘Camarosa’ e ‘Festival’). Nas faixas foram dispostos os sistemas de cultivo, e, nas parcelas, as cultivares de morango. Cada parcela tinha dimensões de 1,0 m de largura e 1,2 m de comprimento. As densidades de plantio foram de 12 plantas por parcela no cultivo na calha e de 16 plantas por parcela nos cultivos em sacos e no solo. Nos cultivos hidropônicos, a solução nutritiva foi aplicada por gotejamento, com reutilização total da drenagem, por meio de um sistema coletor. No cultivo no solo, as plantas foram irrigadas inicialmente por aspersão e, após a instalação do mulch plástico, por gotejamento. As colheitas foram realizadas a cada 2 dias, iniciando-se 42 e 50 dias após o plantio nos sistemas hidropônico e convencional, respectivamente. As avaliações do número e do peso dos frutos foram realizadas durante 85 dias. Foram observadas diferenças significativas em relação à produção de frutos, tanto entre os sistemas de cultivo, quanto entre as cultivares. O cultivo hidropônico na calha apresentou maior número de frutos e maior produção por planta em relação ao cultivo hidropônico em sacos, que por sua vez foi superior ao cultivo no solo. As cultivares com melhor

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desempenho produtivo foram, em ordem decrescente: ‘Festival’, ‘Oso Grande’, ‘Camarosa’ e ‘Albion’. A maior produtividade (596 g por planta ou 31,4 t ha-1) foi obtida com a cultivar ‘Festival’ no sistema hidropônico na calha.

Palavras-chave: morangueiro (Fragaria x ananassa Duchesne), hidroponia, cultivares.

Apoio: CNPq, BNB

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Viabilidade de ovos da mosca-branca Bemisia tabaci (Gennadius) biótipo B do meloeiro em laboratório

Vanessa Priscila Campos Tavares1*, Raimundo Braga Sobrinho2, Maria do Socorro C. de Souza Mota2, Maria

Neurilan Costa Silva1 1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical.

*[email protected] O melão (Cucumis melo L.) é uma hortaliça da família das Cucurbitáceas de grande aceitação no mercado. A cultura dessa hortaliça está sujeita ao ataque de diversas pragas, sendo a mosca-branca (Bemisia tabaci biótipo B) (Hemiptera: Aleyrodidae) a que mais tem causado problemas. Assim, o presente trabalho tem por objetivo avaliar a viabilidade de ovos de B. tabaci em folhas de meloeiro sob condições de laboratório. A colônia inicial de B. tabaci, em laboratório, é oriunda de uma colônia proveniente de casa de vegetação. Os adultos da colônia foram mantidos em gaiolas teladas (60 cm x 60 cm x 60 cm) contendo mudas de meloeiro com 15 dias de idade. As mudas foram produzidas em vasos contendo areia, palha de arroz e húmus de minhoca. No laboratório, as gaiolas foram mantidas sob condições ambientais (Temperatura: 27,72±0,32°C - 31,39±0,61 °C, UR: 32,89±0,43% - 65±1,12% e fotofase de 12h), a oviposição foi permitida por 72 horas. Após esse período, observou-se a presença de postura nas folhas com o auxílio de uma lupa estereoscópica. Em seguida, foi marcada a segunda folha principal da planta para a contagem dos ovos na parte inferior das folhas. Após 7 dias, registrou-se o número de ninfas eclodidas. De acordo com os resultados obtidos, verificou-se que o número de ovos variou de 112 a 228. De 1.292 ovos obtidos em 8 folhas, obteve-se 96,36% de viabilidade. A amplitude de viabilidade nas 8 folhas individualizadas variou de um mínimo de 70,54% a um máximo de 98,96%. Conclui-se que é possível obter ovos viáveis em laboratório e obter ninfas com idades homogêneas, viabilizando pesquisas futuras sobre o ciclo biológico da mosca-branca.

Palavras-chave: Cucumis melo L., hemiptera, aleyrodidae

Apoio: CNPq, Embrapa.

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Avaliação do efeito inseticida de óleos essenciais em imaturos da mosca-minadora do melão

Juliana Braga Fileto1*, Tamara G. Carvalho1; Maria do Socorro C. de Souza Mota2, Nivia da Silva Dias2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical; *[email protected] O melão (Cucumis melo) é uma cultura que apresenta grande importância no agronegócio brasileiro, destacando-se como principais estados produtores o Ceará e o Rio Grande do Norte. A modificação do ambiente natural causada pela implantação do monocultivo levou ao surgimento de um complexo de pragas, das quais, algumas espécies têm limitado a produção de melão sendo uma delas a mosca-minadora (Liriomyza sp). Assim, o uso de óleos essenciais com propriedades inseticidas pode ser uma ferramenta importante para o controle desse inseto. Objetivou-se com este trabalho avaliar o efeito tóxico dos óleos essenciais de Cymbopogon citratus (capim-limão), Lippia alba (alecrim-do-campo), Piper aduncum (pimenta-longa), Ocimun selloi (alfavaquinha), Ocimun micranthum (alfavaca), sobre imaturos de Liriomyza sp. As mudas de melão foram cultivadas em casa de vegetação e infestadas por adultos da mosca-minadora em laboratório por 24 horas. Após esse período, as plantas permaneceram em laboratório para a observação do desenvolvimento larval e o aparecimento das minas. Os óleos essenciais foram aplicados por meio de mini-atomizadores nas concentrações 0,125%; 0,25%; 0,5%; 1% e 2%, e o grupo controle tratado com água destilada. O delineamento foi inteiramente casualizado com sete tratamentos e dez repetições. As análises foram feitas com o auxílio do programa estatístico ASSISTAT. A mortalidade larval e pupal provocada pelos óleos e avaliada após 15 dias das pulverizações não diferiu da registrada na testemunha, exceto para o óleo de P. aduncum. Na concentração 0,125%, obteve-se mortalidade larval de 36% e pupal de 18%. As concentrações 1% e 2%, dos óleos de todas as espécies botânicas, apresentaram fitotoxidade grave às plantas de melão. Os óleos essenciais de C. citratus, L. alba, O. micranthum e O. selloi não apresentam ação inseticida aos imaturos de Liriomyza sp., enquanto

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P. aduncum apresenta moderada toxicidade aos imaturos na concentração 0,125%.

Palavras-chave: Liriomyza sp; controle alternativo; ação inseticida.

Apoio: Embrapa Agroindústria Tropical.

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Pré-tratamento ácido do yacon (Smallanthus sonchifolius) visando inibição do escurecimento enzimático para sua

incorporação em bebidas funcionais

Talita de Souza Goes1*, Nara Menezes Vieira1; Nedio Jair Wurlitzer2, Adna Lucianne Girão Modesto2, Idila Maria da Silva Araújo2, Raimundo Wilane de Oliveira1 e Ana Paula Dionísio2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical.*[email protected]

O yacon (Smallanthus sonchifolius), raiz de origem andina pertencente à família Astraceae, tem sido alvo de estudos na área de “alimentos funcionais” devido ao alto conteúdo de prebióticos do tipo fruto-oligossacarídeos (FOS). Porém, a sua incorporação direta em produtos alimentícios torna-se inviável devido ao rápido escurecimento do suco e de seus tecidos durante o processamento e/ou armazenamento, ocasionado principalmente pela ação das polifenoloxidases. Visando à inativação enzimática para sua incorporação em bebidas funcionais, o objetivo deste trabalho é caracterizar as polifenoloxidases (PFO) do yacon, por meio do pH ótimo de atividade enzimática e pH de estabilidade assim como otimizar os parâmetros principais envolvidos no processo de inativação enzimática por meio do uso de ácido cítrico e ácido ascórbico. Para isso, as raízes do yacon foram adquiridas em comércio local em Fortaleza-CE, e o extrato aquoso (1:1, m/m) foi preparado utilizando-se a porção comestível da raiz. A caracterização da atividade enzimática ocorreu utilizando-se solução de catecol preparada em solução de tampão fosfato de sódio 0,1 M, em valores de pH variando de 2,8 a 10,2. Após conhecer a faixa de pH que ocasiona menor estabilidade enzimática, a metodologia de superfície de resposta foi utilizada para otimizar o tratamento ácido. Considerando-se o planejamento estatístico do tipo delineamento composto central rotacional (DCCR) 22, os valores da variável “tempo de permanência na solução ácida” variaram de 60 a 540 segundos, e da “concentração de ácido”, de 0,2% a 4,6%, totalizando 11 experimentos com 3 repetições no ponto central. As respostas do planejamento foram baseados no desenvolvimento da cor do extrato (sistema L, a, b) e a atividade da enzima, monitoradas durante 28 dias a -18 °C. Os resultados mostraram que a PFO do yacon apresentou atividade ótima entre pH 7,2 e 7,8, com

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estabilidade menor que 50% em faixa de pH inferior a 6,2 após 17 horas a 25 °C. Os resultados do planejamento estatístico, analisados por meio do programa Statistica 7.0, mostraram que tanto o uso do ácido crítico (2,4% por 8 minutos) como o de ácido ascórbico (4,5 por 2 minutos) são eficientes no processo de inibição do escurecimento enzimático do yacon em temperatura de congelamento por 28 dias. Dessa forma, os tratamentos propostos foram eficientes para tornar o produto viável para sua incorporação em produtos alimentícios, com manutenção de suas características funcionais e preservação das características da raíz.

Palavras-chave: fruto-oligossacarideos, metodologia de superfície de resposta, polifenoloxidases.

Apoio: CNPq.

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Aumento da carga orgânica volumétrica de um reator UASB através de um sistema de operação automatizado

Lina de Pádua Souza Guimarães1*, Michael Barbosa Viana1, Quezia Maia Viana1, Sandra Tédde Santaella1, Renato Carrhá

Leitão2 1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] O Laboratório de Tecnologia da Biomassa (LTB) da Embrapa Agroindústria Tropical vem utilizando um reator anaeróbio do tipo UASB (upflow anaerobic-sludge blanket) para produzir metano a partir de água residuária rica em ácidos orgânicos sob elevada carga orgânica volumétrica (COV). No entanto, nessa condição, esses ácidos orgânicos são consumidos em uma taxa relativamente lenta pelas Archaeas metanogenicas, o que faz o pH ser reduzido a valores que interferem negativamente no processo. Uma das formas de se aumentar a COV é aumentando a vazão afluente. Porém, sem um controle minucioso desse parâmetro, o reator pode sofrer um colapso ocasionado pela acidificação do meio. A proposta deste trabalho é utilizar um software especializado em processamento de dados e controle do processo (Guardian®) por meio da aquisição de dados on-line com o objetivo de aumentar a vazão e, consequentemente, a COV. O Guardian® foi programado para aumentar a rotação da bomba de alimentação proporcionalmente ao aumento do pH, provocando um aumento da COV. À medida que o pH reduz de valor, a rotação da bomba de alimentação diminui enquanto a bomba de recirculação aumenta sua rotação. Com isso, o efluente recirculado, ainda com elevado teor de alcalinidade, tampona o sistema, elevando o pH a valores adequados à digestão anaeróbia. Os resultados armazenados pelo Guardian® mostraram um aumento gradativo da vazão afluente, com valor médio de 7 L d-1 no início da operação, chegando a 10,5 L d-1. Com isso, o valor da COV aumentou de 6,9 para 18,8 kgDQO m-3 d-1, mostrando a eficiência do software no controle do reator. A vazão de recirculação diminuiu gradativamente de 141 L d-1 para 69 L d-1, mostrando a eficiência de tamponamento do sistema.

Palavras-chave: ácidos graxos voláteis, digestão anaeróbia, Guardian®.

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Apoio: CNPq, Embrapa, UFC.

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Atividade inibitória de óleos essenciais sobre microrganismos e seu potencial como componente de

filme antimicrobiano

Erika Patrícia Chagas Gomes1*, Bruna Santana Chagas1, Maria de Fatima Borges2, Maria do Socorro Rocha Bastos2,

Larissa da Silva Laurentino1

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected]

Óleos essenciais são misturas quimicamente complexas, constituídas em geral por terpenoides e fenilpropanoides, apresentando reconhecido potencial biológico. A utilização de embalagens incorporadas com agentes antimicrobianos aumenta a qualidade e a segurança dos alimentos, por meio da interação da embalagem com o alimento, o que pode ser uma alternativa ao uso de aditivos químicos e de elevados teores de sódio. Muitos desses óleos já têm sua eficiência comprovada na inibição do crescimento de vários microrganismos. O objetivo do trabalho foi avaliar a atividade antimicrobiana de óleos essenciais sobre o crescimento de microrganismos patogênicos e deterioradores para obtenção de embalagem ativa incorporada com óleos essenciais. Os óleos foram extraídos de folhas frescas de Cymbopogon citratus, Ocimum gratissimum por hidrodestilação e analisados pelo método de difusão, em ágar apropriado, sobre culturas de Escherichia coli (ATCC 10536), Listeria monocytogens (ATCC 33090), Staphylococcus aureus (ATCC 6538P), Salmonella Enteritidis (ATCC 10708), Saccharomyces cerevisiae (ATCC K2NCYC732), Aspergillus sp. e Penicillium sp. Alíquotas de 25 µL dos óleos, em diferentes concentrações, foram adicionadas em poços (5 mm) contidos nas placas inoculadas com suspensões padronizadas (108 cel.mL-1) dos diferentes microrganismos. Amicacina (250 mg mL-1) e Nistatina (100.000 UI.mL-1) foram utilizados como controle positivo para bactérias e fungos, respectivamente. Após incubação, procedeu-se a medição dos halos de inibição (mm) e duas concentrações (10% e 20% p/v) dos óleos que apresentaram maior potencial antimicrobiano foram selecionadas para elaboração dos filmes ativos à base de acetato de celulose. Os filmes foram avaliados frente a culturas com concentrações conhecidas (103 e 104 cel mL-1) dos microrganismos estudados, e as contagens foram

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realizadas em intervalos de 0 a 48 horas de incubação. Os óleos apresentaram maior potencial inibitório sobre bolores e leveduras do que para as bactérias. O óleo O. gratissimum foi o mais efetivo na inibição do crescimento das bactérias Gram-negativas. Já para as bactérias Gram-positivas o óleo C. citratus apresentou maior efeito inibitório. Os filmes incorporados com os óleos essenciais (10% e 20% p/v) demonstraram efeito antimicrobiano similar aos dos óleos puros, sendo mais efetivos sobre bolores e leveduras do que para as bactérias.

Palavras-chave: Cymbopogon citratus, Ocimum gratissimum, atividade antimicrobiana, embalagem ativa.

Apoio: CNPq.

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Desenvolvimento de plantas de meloeiro submetidas a diferentes níveis de adubação nitrogenada e de salinidade

Georjane de Melo Castro Gondim1*, Laíse Ferreira de Araújo1, Marlos Alves Bezerra2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected]

No Nordeste do Brasil, grande parte do cultivo do meloeiro (Cucumis melo) é realizada em regiões que apresentam problemas de salinidade na água de irrigação, fato que pode influenciar negativamente a qualidade e a produtividade dos frutos. Este trabalho teve como objetivo verificar a interação entre diferentes níveis de adubação com nitrogênio e de salinidade no desenvolvimento de plantas de melão do cultivar Gold Mine. O experimento foi realizado em casa de vegetação, na Embrapa Agroindústria Tropical, localizada em Fortaleza, CE, no período de maio a junho de 2012. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, em esquema fatorial 3 x 3, com quatro repetições, totalizando 36 plantas. As plantas foram cultivadas em vasos plásticos com 2 litros de solução nutritiva de Hoagland. Os tratamentos de nitrogênio consistiram de três níveis de nitrato (0%, 100% e 200% da concentração recomendada na solução de Hoagland) e os tratamentos salinos de três níveis de NaCl (0, 30 mM e 60 mM). As seguintes variáveis foram avaliadas: teor de clorofila, taxa fotossintética, taxa de transpiração, condutância estomática, área foliar e pesos da matéria seca de folhas, caules, raízes. A retirada do nitrato da solução nutritiva provocou uma redução nas trocas gasosas das plantas, enquanto a salinidade, em todos os níveis, não afetou essas variáveis. Por outro lado, a taxa de fotossíntese apresentou interação entre o nível de sal e o nível de nitrogênio aplicado, sendo o tratamento com maior taxa fotossintética o que recebeu a quantidade de nitrato recomendada (100%) e 30 mM de NaCl. Os teores de clorofila não foram afetados pelos tratamentos aplicados. Quanto à área foliar, as plantas que receberam maior quantidade de nitrogênio e menor quantidade de sal apresentaram maior valor. Em relação à matéria seca total (folhas, caules e raízes), as plantas que receberam menor quantidade de sal mostraram maiores valores dessas variáveis e os níveis de nitrogênio não provocaram mudanças nessa variável. A

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salinidade afetou negativamente, enquanto a adubação nitrogenada favoreceu o crescimento das plantas.

Palavras-chave: Cucumis melo, estresse salino, fotossíntese, crescimento.

Apoio: CNPq, INCTSal.

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Modificação química de goma arábica com trimetafosfato de sódio

Francisco Wanderson Moreira Ribeiro1*, Larissa da Silva Laurentino2, Luana Guabiraba Mendes2, Maria Socorro Rocha

Bastos3, Roselayne Ferro Furtado3

1Universidade Estadual do Ceará; 2Universidade Federal do Ceará; 3Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] Gomas são polissacarídeos obtidos em grande quantidade a partir de sementes e secreções de plantas. A goma arábica é uma substância não tóxica e insípida, sendo constituída por uma quantidade variada de polissacarídeos. Polissacarídeos naturais são frequentemente modificados com substâncias químicas, para alterar suas propriedades e conferir-lhes uma propriedade mais ampla. O trimetafosfato de sódio foi relatado na literatura como agente reticulante efetivo. Possui baixa toxicidade para seres humanos. O objetivo deste trabalho é avaliar o efeito de diferentes concentrações do agente reticulante, trimetafosfato de sódio, 1%, 3%, 6%, 9%, sobre as características de viscosidade, tamanho de partícula e intumescimento de goma arábica reticulada. Solução de goma arábica 20% foi homogeneizada utilizando um ultra-turrax (IKA, T25 digital), com rotação de 20.000 RPM por 1 minuto. A solução foi alcalinizada com hidróxido de sódio 2M até pH 12. Em seguida, adicionou-se, trimetafosfato de sódio, (Sigma-Aldrich), em diferentes concentrações 1%, 3%, 6%, 9% sob agitação por 3 horas aa 40 °C. Então a solução foi acidificada com HCl 2 M. Para obtenção do tamanho das partículas, foram preparadas soluções com 0,5% de goma arábica in natura e reticulada. Para se determinar a viscosidade utilizou-se um viscosímetro (shortt) e, para análise do tamanho da partícula, utilizou-se um zetasizer (Malvern, Reino Unido). As análises foram realizadas em triplicata e calculou-se o desvio padrão. Para uma concentração de 9% de trimetafosfato de sódio, a viscosidade foi de 30,94 mm2 s-1(±0,13), concentrações de 6% e 3% foram de 31,27 mm2 s-1(±0,33) e 88,24 mm2 s-1(±3,50), respectivamente. Para uma concentração de 1% de agente reticulante, a viscosidade foi bastante elevada, impossibilitando a adição da amostra no capilar do viscosímetro. Na análise do

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tamanho da partícula, verificou-se que houve um aumento significativo das partículas dispersas nas soluções com trimetafosfato de sódio quando comparado à goma in natura, evidenciando a reação de reticulação. O conteúdo de água no equilíbrio para as concentrações de 9%, 6%, 3% e 1% do agente reticulante foi de 56,2% (±3,64), 61,7% (±2,19), 70,2% (±1,10), 88,2% (±1,72), respectivamente. Os resultados indicam uma satisfatória reticulação de goma arábica na concentração de 6% e 9%. A concentração de 6% será avaliada para possíveis usos na indústria de alimentos e microencapsulamento.

Palavras-chave: reticulação, intumescimento, viscosidade.

Apoio: CNPq, UECE, Embrapa Agroindústria Tropical.

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Utilização de ultrassom de alta potência como pré-tratamento de fibras de dendê

José Aurélio Pinheiro1*, Nágila Freitas Souza2, Niédja Fittipaldi Vasconcelos1, Ana Iraidy S. Brígida2, Men de Sá Moreira

Souza Filho2, Morsyleide de Freitas Rosa2 1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará; 2Universidade Federal do Ceará; 3Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected]

Devido à busca por produtos ambientalmente corretos e biocompatíveis, a celulose tem apresentado uma demanda comercial crescente. Realizaram-se vários estudos voltados à extração de celulose e suas nanoestruturas a partir de materiais lignocelulósicos. Em paralelo, a fibra do dendê (Elaeis guineenses) é um resíduo agroindustrial lignocelulósico, sendo potencial fonte de lignina e celulose. Nesse cenário, o presente trabalho teve como objetivo utilizar o ultrassom de alta potência no pré-tratamento de fibras de dendê. As condições ótimas de tempo de exposição, razão sólido:líquido e potência ultrassônica foram investigadas. O parâmetro de seleção utilizado foi o ganho de solubilidade das fibras tratadas em NaOH frente às fibras brutas. As análises de microscopia eletrônica de varredura (MEV) das fibras tratadas com ultrassom foram realizadas em um microscópio eletrônico de varredura da ZEISS–DSM 940 A operando a 15 kV. O teste de colorimetria foi realizado em um colorímetro da HunterLab, modelo MiniScan EZ. No pré-tratamento com ultrassom, o aumento da potência promove um aumento energético no sistema, intensificando os efeitos, mas o ganho de solubilidade não foi proporcional ao aumento da potência. Para a fração de fibra <60 mesh, a potência de 250 W apresentou-se como ideal, com um ganho de 8% na solubilidade em NaOH. Já para a fração de fibra >60 mesh, a potência de 125 W promoveu um ganho de 10%. Quando se avaliou o efeito da razão sólido:líquido na fração <60 mesh, observou-se que o aumento de líquido reduziu drasticamente o ganho de solubilidade. Diferentemente da polpa obtida pra fração >60 mesh, que apresentou boa dispersão e estabilidade, a polpa obtida para a fração <60 mesh ainda apresentou muitas fibras inteiras. As imagens obtidas por MEV mostram que o pré-tratamento com ultrassom promoveu alteração morfológica na superfície da fibra

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causando sua desintegração em ambas as frações. Os resultados de colorimetria mostraram que o branqueamento das fibras pré-tratadas com ultrassom mostrou-se eficiente, aumentando a alvura das mesmas, atingindo uma média de 42,8%.

Palavras-chave: celulose, lignina, branqueamento.

Apoio: CNPq, Capes, Rede Agronano, Embrapa.

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Embalagem de base celulósica com incorporação de óleos essenciais

Larissa da Silva Laurentino1*, Sarah Maria Frota1, Luana Guabiraba Mendes1, Nigéria Pereira Gonçalves1, Maria do

Socorro Rocha Bastos2

1Universidade Federal do Ceará, 2Embrapa Agroindústria Tropical.*[email protected] As embalagens biodegradáveis têm sido amplamente exploradas como alternativas para substituição das embalagens convencionais. Os estudos em embalagens vêm sendo direcionados não somente para proteção, como também para interação com o produto. Em alimentos, as embalagens ativas atuam como barreira para agentes externos, contribuindo para uma melhor qualidade do produto, e prolongando a vida de prateleira. A incorporação de compostos antimicrobianos às matrizes confere uma função desejada na embalagem que constitui uma barreira a mais contribuindo para a conservação do alimento; no entanto, devem ser analisados os efeitos desses compostos e suas interações com o biopolímero. O objetivo deste trabalho foi estudar o efeito da incorporação dos óleos essenciais (OE) de alfavaca cravo, alecrim-pimenta e capim-limão na formulação dos filmes. Utilizou-se o indicador na propriedade mecânica de permeabilidade ao vapor de água (PVA) para avaliar o comportamento dos óleos essenciais na interação com o biopolímero. Para elaboração dos filmes, foi utilizado o acetato de celulose. Na solução filmogênica, foram incorporados em concentrações de 10% e 20 % (p/v) dos óleos essenciais de alfavaca cravo (Ocimum gratissumum), alecrim-pimenta (Lippia sidoides) e capim limão (Cymbopogom citratus), sendo a porcentagem de OE em relação ao peso do acetato de celulose. O tratamento controle consistiu em solução filmogênica sem a incorporação de OE. Os filmes foram elaborados pelo método “casting”. Acetato de celulose foi misturado com acetona (1:10) e deixado em repouso até a formação de uma solução filmogênica, a qual foi incorporada com cada OE, seguindo uma completa homogeneização. A solução filmogênica foi espalhada em placa de vidro e seca à temperatura ambiente (24 ± 1 ºC) até a volatilização total do solvente. Da mesma forma foi elaborado filme controle (sem a incorporação de OE). O PVA foi determinada, sempre em oito

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repetições, mediante o método gravimétrico (ASTM, 1995b), com 55% de umidade relativa à temperatura ambiente (24 ± 1 ºC). Os resultados da PVA mostraram que os filmes com maiores concentrações de OE foram menos permeáveis ao vapor de água, ou seja, quanto maior a concentração de moléculas hidrofóbicas presentes nos filmes, menor será sua PVA. A incorporação de óleo essencial influenciou na permeabilidade ao vapor de água, podendo ser um indicativo para a escolha do tipo de alimento que se quer conservar.

Palavras-chaves: acetato de celulose, filmes, casting.

Apoio: Embrapa e CNPq.

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Uso de aminoetoxivinilglicina (AVG) e ácido giberélico (GA3) na maturação, qualidade e queda pré-colheita de

pedúnculos de cajueiro anão precoce

Milena Maria Tomaz de Oliveira1, Fernando José Hawerroth2, Carlos Farley Herbster Moura2, Ebenezer de Oliveira Silva2, Frederico Silva Thé Pontes1, Fernando Antonio Souza de

Aragão2 1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] O caju apresenta capacidade limitada de conservação pós-colheita. A adoção de práticas culturais em pré-colheita, como o uso de fitorreguladores, pode maximizar a capacidade de conservação e a qualidade dos frutos. Contudo, as informações disponíveis sobre o uso de fitorreguladores na cultura do caju são limitadas, demandando pesquisas para avaliar seu potencial de utilização na cultura. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a maturação, qualidade e queda pré-colheita de cajueiros-anão-precoce em resposta à aplicação de aminoetoxivinilglicina (AVG) e ácido giberélico (GA3). O experimento foi conduzido no Campo Experimental de Pacajus, pertencente à Embrapa Agroindústria Tropical, no ano de 2011. Foram utilizados cajueiros ‘CCP 76’, com 10 anos de idade, efetuando-se a aplicação de diferentes tratamentos com fitorreguladores em cajus no estádio 1 (pedúnculo e castanha verdes). Utilizando o delineamento em blocos casualizados com 3 repetições, compostas por duas plantas cada, avaliaram-se os seguintes tratamentos: 1) testemunha, sem aplicação); 2) 40 mg L-1 de AVG; 3) 80 mg L-1 de AVG; 4) 120 mg L-1 de AVG; 5) 40 mg L-1 de GA3; 6) 80 mg L-1 de GA3; 7) 120 mg L-1 de GA3. Os fitorreguladores foram aplicados com pulverizador costal, utilizando espalhante adesivo Tween 80 (0,05% v/v). Quando atingido o ponto de colheita, os cajus foram colhidos, sendo avaliada a massa total do fruto, da castanha e do pedúnculo, comprimento e diâmetro do pedúnculo, firmeza de polpa e período de retenção dos frutos na planta. Aos 3, 5, 7 e 10 dias após a aplicação, foram

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efetuadas colheitas dos frutos não marcados e contabilizado o número de frutos caídos, obtendo-se a porcentagem de frutos caídos em pré-colheita. Os resultados foram submetidos à análise de variância, sendo efetuada a comparação de médias pelo teste Tukey a 5% de probabilidade nas variáveis que revelaram significância pelo teste F (p<0,05). A aplicação dos fitorreguladores AVG e GA3, indiferentemente da concentração utilizada, não repercutiu em alterações significativas quanto o teor de sólidos solúveis, açúcares totais, acidez titulável, a relação sólidos solúveis/ acidez titulável, massa da castanha, diâmetro basal e apical, comprimento do fruto, e firmeza de polpa de cajus ‘CCP 76’. A queda de frutos em pré-colheita acumulada até os 10 dias após a aplicação dos fitorreguladores foi superior a 30% em todos os tratamentos avaliados. A alta queda pré-colheita é característica do cajueiro, mas a alta ocorrência de oídio (Oidium anacardii Noack) no período de realização do experimento contribui com altos índices de queda de frutos em pré-colheita. Baseando-se nos resultados observados, a aplicação de AVG e GA3 não altera a qualidade, retenção de cajus na planta e a queda pré-colheita de cajueiros ‘CCP 76’.

Palavras-chave: fitorreguladores, Anacardium occidentale L., pós-colheita.

Agradecimentos: CNPq, Embrapa.

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Indução ao estiolamento in vitro de cinco variedades de antúrio

Priscila Bezerra dos Santos1*, Cândida Hermínia Campos de Magalhães Bertini1, Antonio Marcos Esmeraldo Bezerra1, Ana

Cristina Portugal Pinto de Carvalho2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] Na micropropagação comercial de antúrio, as mudas são produzidas via organogênese indireta, proporcionando taxas de multiplicação relativamente baixas e inconstantes, e podendo acarretar variação somaclonal nas mudas obtidas. Visando reduzir a formação de calos, a regeneração de gemas adventícias e a ocorrência de variação somaclonal, vem sendo utilizado o estiolamento in vitro, como forma alternativa de otimizar a obtenção de mudas micropropagadas. Sendo assim, o objetivo do trabalho foi desenvolver um protocolo de indução ao estiolamento in vitro para cinco variedades de antúrio (Anthurium andraeanum Linden): Jureia, Luau, Maré, Nuvem e Sublime. Os explantes utilizados foram segmentos caulinares desfolhados, contendo de 3 a 5 gemas, os quais foram inoculados, em tubos de ensaio contendo 10 mL de meio de cultura. A esses meios foram adicionados 20 g L-1 de sacarose e 1,7 g L-1 de ágar (Gelrite), sendo o pH ajustado para 5,8 antes da autoclavagem, realizada a 121 ºC, por 15 minutos. As culturas foram mantidas no escuro, a 25 oC, durante 60 dias. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, composto por quatro tratamentos (meio de cultura Pierik sem a adição de regulador de crescimento e suplementado de ácido indolbutírico (AIB), ácido naftalenoacético (ANA) e ácido indolacético (AIA), na concentração de 10 µM), com seis repetições constituídas por seis tubos de ensaio cada uma. Aos 60 dias após a inoculação, avaliou-se número de brotos/explante, número de nós/broto, comprimento de brotos, distância entre os nós e número total de nós/explante. Os dados coletados foram submetidos à análise de variância pelo teste F a 5% de probabilidade e as médias comparadas pelo teste de Tukey. Observou-se que as respostas obtidas para as características avaliadas foram genótipo dependentes. Quando se objetiva a maior produção de mudas, a principal variável a ser levada em consideração é o número total de

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nós obtido por explante. E, para essa característica, os maiores valores numéricos foram registrados no meio Pierik adicionado de AIA, para as variedades Luau (4,40), Sublime (3,15) e Nuvem (2,64), embora esse tratamento não tenha se diferenciado estatisticamente do meio sem a adição de auxinas. Para as variedades Jureia (3,52) e Maré (2,67), foram obtidos os melhores resultados nesse último tratamento.

Palavras-chave: Anthurium andraeanum, cultura de tecidos de plantas, floricultura.

Apoio: CNPq, Embrapa e BNB.

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Inventário de emissões de gases do efeito estufa na produção de melão Cantaloupe

Tayane de Lima Santos1; Viviane da Silva Barros2; Maria Cléa Brito

de Figueirêdo2

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected]

A agricultura responde por cerca de 14% das emissões globais de gases do efeito estufa (GEE). Somando-se às emissões provenientes da mudança de uso da terra para aplicação dessa atividade, esse percentual ultrapassa 30% das emissões totais. A crescente preocupação com as questões ambientais, principalmente com o efeito estufa, tornou importante a quantificação e controle das emissões desses gases no setor agrícola. Porém, ainda são poucas as informações existentes relacionadas às emissões de GEE por processos e produtos agrícolas das regiões tropicais. O Brasil está entre os 12 maiores produtores mundiais, e entre os quatro maiores exportadores de melão. Entre as variedades mais produzidas para exportação, está o melão do tipo Cantaloupe (Cucumis melo cantaloupensis Naud.). Esse é considerado um melão nobre por possuir bom sabor, alto brix e aroma acentuado. Objetivou-se neste trabalho quantificar as emissões dos GEE na etapa de produção de melão Cantaloupe. A quantificação dos gases foi realizada por meio de estimativas, adotando os fatores de emissão utilizados pelo Painel Intergorvenamental de Mudanças Climáticas e pelo Inventário Brasileiro de Gases do Efeito Estufa. Os resultados são expressos em termos de CO2-equivalente, considerando o potencial de aquecimento global dos GEE no período de 100 anos. Os dados referentes aos insumos utilizados na produção foram levantados em uma fazenda de grande produção, localizada em Mossoró, RN, pela aplicação de questionários, considerando 14 parcelas, no período produtivo 2011-2012. Considerou-se que a área plantada foi transformada de caatinga para área agrícola há menos de 20 anos. Os resultados indicaram que a produção de uma tonelada de Cantaloupe acarreta a liberação de 353 kg de CO2-equivalente e que os principais gases emitidos foram dióxido de carbono (CO2), óxido nitroso (N2O) e metano (CH4) com liberação de, respectivamente, 195 kg, 0,17 kg e 4,22 kg. Concluiu-se que as

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atividades da produção que mais contribuem para emissão desses GEE são a mudança de uso da terra e o uso de fertilizantes nitrogenados. A pegada de carbono encontrada é próxima a do melão amarelo, correspondente a 357 kg de CO2-equivalente por tonelada produzida.

Palavras-chave: GEE, Cucumis melo cantaloupensis Naud, mudanças climáticas.

Apoio: CNPq, Embrapa.

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Análise comparativa do inventário ambiental de dois processos de obtenção de nanocristais a partir do bagaço

de cana-de-açúcar

Amanda Ferreira Dias1; Ana Claudia Carneiro da Silva Braid1; Men De Sá Moreira de Souza Filho2; Maria Cléa Brito de

Figueirêdo2 1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] Nanocristais de celulose são domínios cristalinos isolados das fibras celulósicas que podem ser obtidas de diversas fontes naturais, entre elas, o bagaço da cana-de-açúcar. O objetivo deste trabalho é avaliar comparativamente o desempenho ambiental de dois processos de extração de nanocristais de celulose obtidos a partir de fibras do bagaço da cana-de-açúcar. Utilizou-se o método Recipe de avaliação do ciclo de vida na análise de desempenho desses processos de extração. Consumos e emissões relacionadas aos seguintes processos agroindustriais foram levantados: produção agrícola de cana-de-açúcar, de energia elétrica, de reagentes químicos e de extração de nanocristais de celulose. Os valores referentes a insumos e a emissões foram calculados considerando a extração de 1 g de nanocristais. Foram realizadas 5 medições do volume de água e dos seguintes parâmetros de efluentes líquidos liberados no processo de extração de nanocristais: demanda química de oxigênio (DQO), nitrato, nitrogênio total, fósforo total e fenóis totais. Os nanocristais de celulose foram extraídos a partir da realização de quatro etapas: moagem, lavagem, branqueamento e hidrólise/diálise. Os processos utilizados foram denominados de P1 e P2. Na etapa de lavagem de P1, utilizou-se NaOH 4% durante 120min em temperatura ambiente; no branqueamento, NaOH 5%, H2O2 24% durante 120min a 50 °C; na hidrólise, H2SO4 60% durante 45min a 45 °C. Já em P2, na lavagem não foi necessário o uso do NaOH e o tempo foi reduzido para 30min; foram necessários dois branqueamentos com NaOH 5%, H2O2 11% durante 90min a 55 °C; o tempo de hidrólise foi aumentado para 75min com manutenção da concentração de ácido sulfúrico e temperatura. Observou-se que P2 converteu 11% de fibra de cana em nanocristais, enquanto P1, 5%. P2 apresentou uma redução de 28% no consumo de energia elétrica (aumento de 42 kWh/g para 30

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kWh/g), 93% no volume de água utilizada (de 42 L/g para 30 L/g), mas um aumento significativo da carga poluente (ex: carga de fenol aumentou de 0,03 g/g para 3,33 g/g) quando comparado a P1. A maior carga poluente deveu-se a melhoria obtida no branqueamento das fibras. Diferenças em consumos e emissões nesses processos acarretaram redução no impacto potencial sobre as mudanças climática e toxicidade humana, mas um maior potencial de eutrofização. Para reduzir a carga poluente e o impacto sobre a eutrofização, sugere-se investir na remoção de outros materiais orgânicos como a lignina, além dos nanocristais.

Palavras-chave: avaliação do ciclo de vida, whiskers de celulose, fibras celulósicas.

Apoio: CNPq.

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Análise comparativa de inventários de nanocristais de celulose obtidos a partir de diferentes biomassas vegetais

Ana Claudia Carneiro da Silva Braid1*, Morsyleide de Freitas Rosa1, Maria Cléa de Brito Figueirêdo1

1Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] Nanocristais de celulose são domínios de alta resistência extraídos a partir de fibras lignocelulósicas usualmente utilizados como material de reforço em matrizes poliméricas. Este trabalho analisa comparativamente nanocristais obtidos a partir das fibras de algodão, da casca do coco-verde e do bagaço da cana-de-açúcar, considerando a produção de 1 g de nanocristais com escopo “do berço ao portão”. Avalia-se qual processo de extração de nanocristais leva ao maior consumo de água, energia e a maior emissão de nutrientes para a água. A obtenção de nanocristais ocorre com a realização das seguintes etapas em escala laboratorial: moagem, lavagem, clareamento, hidrólise ácida e diálise. Dependendo do tipo de fibra, algumas dessas etapas não são necessárias e diferentes quantidades de insumos são utilizadas. As três fibras requerem a moagem, hidrólise ácida e diálise, mas as etapas de lavagem e clareamento são necessárias à fibra de coco- verde e ao bagaço da cana-de-açúcar. A etapa de moagem, comum às três fibras, é necessária para o ajuste granulométrico. No processo PV (utiliza fibra da casca de coco-verde), a fibra é lavada com água por 2 horas à temperatura de 50 °C e com NaOH 2% por duas horas a 80 °C. Em seguida, no branqueamento são utilizados 1,5 g de clorito de sódio em 150 mL por uma hora a 60 °C, e logo após, a fibra é submetida a uma solução de HNO3 0,05 N por uma hora. Na etapa de hidrólise utiliza-se H2SO4 64% por duas horas à 45 °C. No processo PA (fibra do algodão), a hidrólise é realizada com H2SO4 60% por 75 minutos a 45°C. No processo PC (cana-de-açúcar), a lavagem é realizada com ultrassom de ponteira por 30 minutos em temperatura ambiente, o branqueamento com H2O2 11% e NaOH 5% a 50°C por 90 minutos, esta etapa é repetida. Na hidrólise utiliza-se H2SO4 60% a 45°C por 75 minutos. De forma geral, o processo PA apresenta melhor desempenho ambiental. O processo PA requer 89% e 96% menos energia e libera 92% e 96% menos nutrientes que os processos PV e PC, respectivamente. Entretanto, o processo PV acarreta menor consumo de água,

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reduzindo em 5% o consumo em relação ao processo PA e em 74%, em comparação ao PC. Observou-se ainda que a eficiência de conversão de celulose em nanocristais é baixa: 13%, 19% e 53% quando fibras do bagaço de cana, coco e algodão são utilizadas, respectivamente. Essa análise permitiu identificar necessidades de melhoria nos processos de obtenção de nanocristais ainda em escala de laboratório.

Palavras-chave: ciclo de vida, algodão, coco-verde, cana-de-açúcar.

Apoio: CNPq.

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Influência da nanocelulose e montmorilonita nas propriedades físicas de filmes de amido

Ana Vitória de Oliveira1*, Hálisson Lucas Ribeiro1, Mabel R. da Cruz1, Morsyleide de Freitas Rosa2, Henriette Monteiro

Cordeiro de Azeredo2 1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected]

Materiais derivados de biopolímeros têm sido largamente estudados para substituir aqueles derivados do petróleo utilizados comumente nas embalagens. Em contrapartida, biopolímeros geralmente apresentam fraco desempenho quando comparados aos polímeros convencionais. Diversos estudos indicam melhorias das propriedades físicas de biopolímeros pela adição de nanorreforços. O objetivo deste estudo foi avaliar as influências da nanocelulose de línter (LNC) e da montmorilonita (MMT) sobre as propriedades mecânicas e permeabilidade ao vapor d’água de filmes de amido. O amido foi gelatinizado e plasticizado com glicerol. LNC e MMT (sozinhos ou combinados) foram incorporados ao filme em uma dispersão de formação de filme nas seguintes concentrações (como Mx/Ly, sendo x e y concentrações de MMT e LNC, respectivamente, em % p/p baseada no amido seco): M0/L0, M5/L0, M10/0, M0/L5, M0/L10, M5/L5, M10/L10. As dispersões foram realizadas pela técnica de casting deixando-se secar a 24 °C por 16 horas. As nanopartículas foram igualmente eficazes no aumento da resistência à tração (de 3,25 MPa a cerca de 9 MPa com 10% de nanopartículas e módulo elástico (de 302,92 MPa a mais de 700 MPa com 10% de nanopartículas). O intervalo de elongação foi drasticamente reduzido (37,24%) por ambas nanopartículas, mas LNC apresentaram menor efeito (9,70% de elongação com 10% de LNC) que o MMT (1,72% de elongação a 10% de MMT). A permeabilidade ao vapor d’água (PVA) foi reduzida mais pelo MMT do que pelo LNC. Contrariamente ao comportamento esperado, filmes adicionados de ambas nanopartículas não apresentaram melhor performance que aqueles adicionados de cada uma das nanopartículas sozinhas, indicando uma possível interação antagônica entre eles, provavelmente devido à incompatibilidade ou competições pela matriz de amido.

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Palavras-chave: biopolímeros, nanorreforços, interação antagônica.

Apoio: Embrapa e CNPq.

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Influência da temperatura de secagem no rendimento do óleo essencial das folhas de Piper aduncum (Pimenta-

longa).

Anderson Ramos da Silva1*; Camila Góis de Mesquita2; Flávio Araújo Pimentel3; Rita de Cássia Alves Pereira3; Tigressa

Helena Soares Rodrigues3 1Universidade de Fortaleza; 2Universidade Estadual do Ceará; 3Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] Os óleos essenciais são misturas complexas de substâncias voláteis, lipofílicas, geralmente odoríferas e líquidas. São metabólitos secundários presentes em diferentes partes da planta. O processo de secagem das plantas aromáticas visa minimizar a sua deterioração e a perda de princípio ativo. Assim, a temperatura de secagem pode ser avaliada com o intuito de assegurar um rendimento ideal e composição química com preservação dos marcadores químicos de interesse. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da temperatura de secagem a 30 ºC, 40 ºC, 50 ºC e 60 ºC por 24 horas no rendimento do óleo essencial das folhas de Piper aduncum. O material vegetal foi coletado no horto de plantas medicinais da Embrapa Fortaleza, CE no período da manhã. Do material vegetal coletado, foi selecionado para estudo somente folhas frescas e saudáveis de Piper aduncum. A extração do óleo essencial das folhas foi realizada por hidrodestilação, utilizando um aparelho de clevenger modificado. Para o estudo, utilizou-se aproximadamente 100,0 g de material fresco que foi utilizado como testemunha e 100,0 g do material seco referente a cada temperatura de estudo, emergidas em 1.500 mL de água destilada, sendo o tempo de extração do óleo essencial realizada em 4 horas. Para a determinação da umidade, utilizou-se o aparelho dean stark. Obtiveram-se 5 g de folhas (frescas e seca) emergidas em 50 mL de ciclo-hexano que foram submetidas ao aquecimento por 3 horas. O rendimento de óleos essenciais das folhas de Piper aduncum submetidas a diferentes temperaturas de secagem estão representadas pela média das quatro repetições, seguidas dos seus respectivos desvios padrões: matéria-prima fresca 2,45±0,636; temperatura de secagem 30 ºC, 40 ºC, 50 ºC e 60 ºC foram 2,63 ±0,281, 2,84±0,328, 2,94±0,414 e 2,51±0,223, respectivamente. Contudo, de acordo com os dados obtidos em relação à matéria-

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prima fresca, houve um aumento no rendimento do óleo essencial das folhas de Piper aduncum de 7,34%, 15,9%, 20,0% e 2,44% nas temperaturas de 30 ºC, 40 ºC, 50 ºC e 60 ºC, respectivamente.

Palavras chave: Piper aduncum, metabólitos secundários e efeito de secagem.

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Impacto de mudanças climáticas na evapotranspiração de referência de Penman-Monteith do Submédio São

Francisco

Anna Neiva Pinho Pacheco1*, Rubens Sonsol Gondim2, Aryberg de Souza Duarte1, Aline de Holanda Nunes Maia3,

Sílvio Roberto Medeiros Evangelista4

1Universidade Estadual do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical; 3Embrapa Meio Ambiente, 4Embrapa Informática Agropecuária. *[email protected]

A evapotranspiração tem uma significativa importância no balanço hídrico das bacias hidrográficas e nas práticas agropecuárias. A sua mensuração é fundamental na elaboração de projetos de irrigação, devido à sua influência direta no ciclo hidrológico e na produtividade das culturas. Portanto, racionalizar o uso da água na agricultura, por meio da correta determinação da ET é imprescindível. O presente trabalho apresenta projeções de evapotranspiração de referência (ETo) de Penman-Monteith, para o período de 2031-2060, na região do Submédio São Francisco. A área está situada entre as coordenadas 36°48'0''W e 44°0'0''W de longitude oeste, 10°25'0''S e 12°36'0''S de latitude sul. Localizado nos estados de Pernambuco e Bahia, onde possui um clima semiárido, com uma variação de precipitação média anual entre 300 mm a 1.500 mm. A variação de altitude da bacia hidrográfica situa-se entre 173 m a 1.763 m. Adotou-se o método Penman-Monteith para estimar a ETo, a partir de projeções médias mensais de temperatura mínima e máxima do modelo climático regional Eta/CPTEC, geradas na resolução espacial de 0,44° x 0,44° lat/long. Antes da elaboração das projeções de evapotranspiração para a referida área, foi realizada a correção de viés das variáveis climáticas em comparação com a climatologia de base (1961-1990) dos dados oriundos do Climate Research Unit (CRU). As projeções de ETo foram espacializadas em um Sistema de Informação Geográfica (SIG), no qual se interpolou com o método geoestatístico krigagem ordinária linear para suavização espacial, para cada mês, representando médias de um período futuro de 30 anos para os cenários HIGH e LOW. Foi possível uma análise espacial e temporal do comportamento da ETo. A análise dos resultados indica uma elevação da ETo média anual para 1.934 mm (7,0%) e 1.920 mm (5,9%) em relação à climatologia

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de base 1.797 mm, respectivamente. Os resultados permitirão a elaboração de prognósticos dos impactos das mudanças climáticas na demanda hídrica para irrigação do meloeiro na área de estudo, além de delineamento de estratégias de adaptação.

Palavras-chave: eficiência no uso da água, Penman-Monteith, bacia hidrográfica.

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Compostos voláteis e perfil sensorial (CATA) de variedades de pimentas Capsicum chinense

Darline Targino Oliveira1*, Nayra de Oliveira Frederico Pinto1, Ídila Maria da Silva Araújo2, Eric de Castro Tobaruela1,

Deborah do Santos Garruti2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] Pimentas da espécie Capsicum chinense geralmente são caracterizadas pela elevada pungência. Com o objetivo de expandir o agronegócio da pimenta, a Embrapa tem procurado desenvolver variedades que, além de apresentar boa produtividade e pungência, tenham maior qualidade aromática, conferindo mais sabor às preparações culinárias. O objetivo deste estudo foi comparar a qualidade sensorial e o perfil de compostos voláteis de novas variedades de pimenta Capsicum (CNPH 4080 - Cumari-do-Pará e BRS Seriema), com uma variedade comercial (Biquinho). Voláteis foram isolados do headspace dos frutos in natura por SPME e identificados por cromatografia gasosa-espectrometria de massas. Conservas das pimentas, armazenadas em potes de vidro, foram avaliadas sensorialmente por 30 consumidores quanto aos descritores de aroma e sabor pelo método Check-All-That-Apply (CATA) e os dados de frequência submetidos à Análise de Correspondência. Os termos utilizados foram obtidos de trabalhos de olfatometria ainda não publicados. Para análise da aceitação do sabor, utilizando escala hedônica, as amostras foram servidas em queijo ricota. Os dados foram submetidos à ANOVA. A BRS Seriema apresentou rico perfil de voláteis, sendo seus compostos majoritários 3,3-dimetilciclohexanol (26%), humuleno (12%) e pentanoato de hexila (12%), caracterizados pelos aromas doce, pimenta e herbal, respectivamente. Cerca de 45% dos compostos minoritários da Seriema apresentaram também aroma doce ou floral. A CNPH 4080 apresentou menos compostos voláteis que a pimenta Biquinho, porém em maiores concentrações, principalmente para compostos com aroma de pimenta como isobutanoato de hexila, isovalerato de hexila e aqueles com notas herbais (isovalerato de citronelila e valerato de hexila). Compostos de aroma doce apresentavam-se em pequenas quantidades nessa nova variedade. As amostras não diferiram entre si quanto à aceitação do sabor

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(p>0,05); contudo, evidenciaram diferenças no aroma, confirmando as diferenças encontradas no perfil de voláteis. A BRS Seriema foi caracterizada pelo aroma doce, enquanto a CNPH 4080 foi mais associada ao aroma verde (herbal) e aroma de pimenta de cheiro. O aroma da pimenta Biquinho apresentou-se menos intenso, para a maioria dos descritores. As novas variedades desenvolvidas pela Embrapa demonstraram ser mais aromáticas que a variedade Capsicum comercial, com aroma e sabor diferentes entre si, porém todas as amostras agradaram igualmente aos consumidores.

Palavras-chave: análise sensorial, aroma, HS-SPME, cromatografia gasosa, check-all-that-apply.

Apoio: INCT Frutos Tropicais/CNPq.

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Caracterização preliminar da gelatina obtida do resíduo da sardinha-bandeira (Opisthonema oglinum)

Edla Freire de Melo1 *, Maria Emanuella de Oliveira Martins2,Rayanne Leitão Claudino2, Maria do Livramento

Linhares Rodrigues2, Bartolomeu Warlene Silva de Souza2, Men de Sá Moreira de Souza Filho3, Morsyleide de Freitas

Rosa3, Reynaldo Amorim Marinho2 1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia; 2Universidade Federal do Ceará; 3Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] No Brasil, a pesca marinha extrativa representou 68,3% da produção total nacional no ano de 2010, sendo a região Nordeste responsável pela maior parcela da produção nacional, com 36,5% do total capturado. Entre as espécies de peixes mais capturadas, a sardinha-verdadeira foi a que apresentou o maior volume de captura com 62.134 t em 2010. No período de 2008 a 2010 a produção da sardinha no Brasil proveniente da pesca marinha foi de 246.373 t. A sardinha-bandeira (Opisthonema oglinum) é uma das espécies mais capturadas no Ceará sendo comercializada in natura logo após o desembarque na própria praia, onde também é feito a limpeza do peixe (evisceração e descabeçamento). O resíduo é descartado na praia, o que gera acúmulo de lixo promovendo grande impacto ambiental. Esses resíduos apresentam em sua composição biopolímeros a exemplo do colágeno fonte para obtenção de gelatina, o que gera, portanto oportunidade de agregação de valor a esse resíduo. O objetivo do presente trabalho é a caracterização da gelatina obtida do resíduo da sardinha capturada na praia da Caponga em Cascavel, Ce, visando à redução do impacto ambiental gerado pelo acúmulo de detritos após a limpeza do peixe para a venda. Para a extração da gelatina, foram utilizadas as cabeças, que após serem processadas em liquidificador industrial, foram imersas em CH3OOH 0,2 N/1h30min, neutralizada e submetida à hidrólise com NaOH 0,2 N/60min, na proporção de 1:3, seguido de neutralização e hidrólise com H2SO4 0,2 N/60min, na proporção de 1:3. Para extração da gelatina, empregou-se um banho-maria, a 65 °C/2h, filtração a vácuo, liofilização e moagem. Para sua caracterização, foi determinado força de gel medida em Texturômetro TA. XT Plus a 10 ºC, Aw em CX-AQUALAB, Cor

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CIELAB (L,a,b) em colorímetro Ultrascan e umidade em balança de infravermelho. Os resultados indicaram características Aw de 0,395, valores de cor (L,a,b) respectivamente de (84,54), (-0,75), (1,71), força de gel de 390,6 g e umidade de 13,8%. Conclui-se que foi possível extrair a gelatina de resíduo de cabeças processadas com boas características químicas, boa luminosidade (L), força de gel alta, boa Aw, provendo uma boa barreira ao desenvolvimento microbiano, o que ainda é observado pelo baixo teor de umidade da gelatina obtida na forma de pó.

Palavras-chave: agregação de valor, resíduo da pesca.

Apoio: Embrapa, CNPq.

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Compostos voláteis odoríferos da banana Prata-Anã

Eric de Castro Tobaruela1*, Maria Flávia Azevedo da Penha1, Victor Costa Castro Alves1, Nayra de Oliveira Frederico Pinto1,

Ídila Maria da Silva Araújo2, Deborah dos Santos Garruti2

1Universidade Federal do Ceará;2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] A Prata-Anã tornou-se uma das cultivares de banana (Musa sp.) mais consumidas no Brasil, devido às boas características agronômicas e à tolerância dos seus frutos ao grande dano causado pelo frio, o que favorece uma estabilidade durante o transporte e armazenamento. Cor e sabor são os atributos mais importantes quando se avalia a qualidade de frutas tropicais. Como a banana não tem uma cor atraente, o seu sabor aumenta em importância. O objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil de voláteis dos frutos da Prata-Anã, identificando a contribuição individual dos compostos para o seu aroma e sabor característicos. Os componentes do headspace foram capturados por SPME (fibra do tipo DVB/CAR/PDMS, 60min, 25 °C, sob agitação) e identificados por GC-MS (DB-Wax, detector quadrupolo) e índices de retenção. Os compostos odoríferos foram avaliados pela técnica de OSME, sendo os aromas efluentes do cromatógrafo avaliados por três juízes em quatro repetições (n=12 avaliações), descrevendo a sua qualidade de aroma e registrando a intensidade percebida em uma escala de tempo-intensidade. Estímulos não percebidos foram marcados como zero. O butanoato de isoamila mostrou possuir o aroma mais intenso, com odor frutado, doce e característico de banana. Ésteres de acetato e hexanoato de isobutila, butanoato de pentila e pentanoato de 2-pentila também eram importantes para o aroma frutado. Os ésteres acetato, isobutanoato e isopentanoato de amila, juntamente com orto e para-xileno contribuíram fortemente para o aroma doce. Notas de odor verde foram relacionadas essencialmente com 2-heptanona, 5-hepten-2-ona e butanoato de 1,3-dimetila. Alguns compostos importantes não puderam ser identificados. Os juízes perceberam e descreveram outros compostos importantes, de alto poder odorífero, mas que não foram detectados pelos detectores instrumentais, o que indica a necessidade da realização de mais trabalhos relacionados à fase de

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extração de voláteis da banana, a fim de melhorar a detecção e identificação.

Palavras-chave: análise de aroma, HS-SPME/GC-MS, análise de componentes principais (ACP).

Apoio: CNPq, INCT Frutos Tropicais.

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Avaliação da atividade antimicrobiana do óleo essencial de capim-limão

Iana Maria Cristino Pereira1*, Valeria Chaves Vasconcelos Batista1, Terezinha Feitosa Machado2, Rita de Cássia Alves

Pereira2 1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected]

Em virtude da crescente demanda por produtos de origem natural para a conservação de alimentos, buscou-se avaliar a ação antimicrobiana do óleo essencial de capim-limão (Cymbopogon citratus) D.C. Stapf frente a microrganismos potencialmente patogênicos e deteriorantes relacionados a doenças de origem alimentar. A atividade antimicrobiana do óleo de C. citratus foi avaliada em termos de halos de inibição do crescimento microbiano, gerados por difusão dos componentes do óleo essencial em placas de ágar Mueller Hinton, contra espécies bacterianas Gram-positivas (S. aureus, L. monocytogenes e L. innocua) e Gram-negativas (E. coli, P. aeruginosa e S. choleraesuis). Halos com diâmetros iguais ou superiores a 7 mm foram considerados indicativos de sensibilidade bacteriana ao óleo. Todas as espécies bacterianas testadas foram susceptíveis à ação do óleo com diferenças significativas. Os diâmetros dos halos de inibição variaram de 10±0,0 mm a 33±2,8 mm, sendo maiores para as espécies Gram-positivas dentre as, S. aureus foi a espécie mais sensível, enquanto S. choleraesuis a menos sensível. A atividade antimicrobiana do óleo essencial foi também avaliada pelos valores da concentração inibitória mínima (CIM), determinada pelo método da microdiluição em caldo de cultura. Os resultados mostraram valores das CIM variando entre 0,34 mg mL-1 a 11 mg. mL-1, sendo as menores CIM registradas para as bactérias Gram-positivas (S. Aureus, L. monocytogenes e L. innocua), confirmando a maior eficácia do óleo para esse grupo. Os resultados obtidos neste estudo são compatíveis com relatos para outros óleos essenciais de plantas, indicando que o óleo da espécie C. citratus apresenta potencial como agente antimicrobiano para o controle de espécies bacterianas importantes na qualidade e segurança dos alimentos.

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Palavras-chave: Cymbopogon citratus, antibacteriano, segurança alimentar.

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Antagonismo de leveduras killer na germinação de conídios de Alternaria alternata in vitro

Luziana de Monticello Matos Viana1*, Francisco Marto Pinto Viana2, Vanessa Pieniz2, Jaqueline Rabelo de Lima3

1Universidade Federal do Ceará;2Embrapa Agroindústria Tropical; 3Universidade Estadual do Ceará. *[email protected] O Brasil é o segundo maior produtor e exportador mundial de mamão; contudo, doenças na pré e pós-colheita causam perdas que podem chegar a 30% do total produzido. Entre as doenças que acometem essa fruta, são comuns à antracnose e a mancha- chocolate, ambas causadas por C. gloeosporioides, e a mancha-de-alternária, causada por A. alternata. Os prejuízos provocados pelo uso excessivo de químicos nas lavouras tem aumentado as demandas por alternativas de controle menos impactante ao ambiente, como o controle biológico. Este trabalho objetivou avaliar o efeito in vitro de cinco leveduras killer de mamão isoladas sobre a germinação de conídios de A. alternata. Alíquotas de 100 µL com 1,0 x 10 8 UFC/mL das leveduras W. anomalus, cepas 419, 420, 422 e 440 e M guilliermondii, cepa 443, foram adicionadas a tubos de ensaio contendo 300 µL do meio caldo-batata. Posteriormente, em cada tubo, foram adicionadas alíquotas de 100 µL de uma suspensão contendo 1,0 x 105 esporos/mL de A. alternata. Como controle positivo, foi utilizado o fungicida TECTO® - 150 ppm, e água destilada esterilizada como controle negativo. As amostras foram incubadas 28 °C, por 5 dias e, diariamente, foi avaliado o percentual de conídios germinados, em câmara de Neubauer. Foram utilizadas duas repetições por tratamento. Após 5 dias de incubação, todas as leveduras foram capazes de reduzir a germinação em pelo menos 85%, enquanto o controle com o fungicida apresentava 100% de germinação. É possível que, apesar de o TECTO® ter bom efeito no crescimento do patógeno, seu efeito na germinação dos conídios de A. alternata é baixo ou nulo. As cepas avaliadas apresentam, nas condições testadas, efeito antagônico sobre a germinação dos esporos de A. alternata.

Palavra chave: controle biológico, fitopatógeno, pós-colheita.

Apoio: CNPq.

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Monitoramento do estoque de carbono em pomar de bananeira (Musa paradisiaca L.) com diferentes níveis de

resíduos de biomassa em cobertura

Maíra Saldanha Duarte1*, Tamyris de Aquino Gondim2, Lindbergue Araújo Crisóstomo3 , Rubens Sonsol Gondim3,

Maria Cléa Brito de Figuereido3, Carlos Alberto Kenji Taniguchi3

1Universidade Federal do Ceará; 2Instituto Federal de Educação Ciências e Tecnologia, 3Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected]

A biomassa vegetal e o solo podem potencialmente funcionar como sumidouros de carbono. Dessa forma, a agricultura pode exercer importante papel na mitigação do acúmulo de gases de efeito estufa na atmosfera em função das mudanças climáticas. O volume de CO2 na atmosfera pode ser reduzido pelo aumento da biomassa vegetal e sequestro no solo. O presente trabalho objetiva monitorar o estoque de carbono no solo e na planta em ambiente tropical, num pomar de bananeira sob diferentes níveis de incorporação dos resíduos de biomassa em cobertura, oriundos da biomassa de corte das plantas após a colheita. O experimento constou de 6 tratamentos com 6 repetições cada, em delineamento de blocos ao acaso. Os tratamentos foram classificados de acordo com os níveis de biomassa incorporada (0%, 25%, 50%, 75%, 100% do pseudocaule cortado na colheita) e Testemunha (T), onde após o corte, os pseudocaules são dispostos inteiros na superfície do solo entre as fileiras de plantas. Foram realizadas amostragens de solo aos 12, 24 e 37 meses após o plantio, sendo em junho/2010, junho/2011 e janeiro/2012, respectivamente. As amostras foram coletadas nas profundidades de 0 cm a 5 cm; 5 cm a 10 cm e 10 cm a 20 cm, com utilização de uma sonda de aço aplicada a uma distância de 30 cm do pseudocaule. Cada amostra foi composta de 16 subamostras, equivalentes aos 4 pontos cardeais ao redor de cada touceira, totalizando as 4 touceiras da parcela experimental. Ao final do experimento o material vegetal (rizoma, pseudocaule, folhagem, cachos) também foi coletado, pesado e levado para secagem em estufa e encaminhado para análises de carbono orgânico total (COT), método de titulação após oxirredução por via

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úmida (Walkley-Black) seguido de determinação do dicromato remanescente por titulação com solução de sulfato ferroso amoniacal. Foi determinado também o carbono orgânico total no solo. Observou-se que apesar da incorporação da biomassa, houve uma redução dos estoques, exceto em alguns tratamentos na camada de 10-20 cm, onde se conseguiu manter os níveis das condições iniciais (ano de 2010). Já nas profundidades de 0-5 cm e 5-10 cm, houve significativas perdas de estoque de carbono no solo. Verifica-se que o teor de carbono do material vegetal é característico da própria espécie e não do manejo do solo, uma vez que o carbono vegetal tem origem na assimilação do CO2 atmosférico pela fotossíntese. O estoque de carbono no solo no ano de 2012, adicionado ao sequestrado pela fitomassa das plantas é insuficiente para devolver o estoque de carbono do estado inicial (ano de 2010).

Palavras chave: mudanças climáticas, carbono, estoque.

Apoio: Embrapa, IFCE.

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Monitoramento de doenças fúngicas nos sistemas convencional e semi-hidropônicos do morangueiro

Laís Dieb Lima1*, Valsérgio Barros da Silva1, Suane de Oliveira Souza Brasil1, Fábio Rodrigues Miranda2, Christiana

de Fátima Bruce da Silva2 1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] O morangueiro é uma cultura altamente suscetível a doenças. A maioria das enfermidades que ocorrem são de etiologia fúngica, ocasionando grandes perdas, pois afetam o desenvolvimento e a produtividade das plantas. O objetivo deste trabalho foi identificar a ocorrência das principais doenças fúngicas do morangueiro, cultivado nos sistemas semi-hidropônico e convencional, na Serra da Ibiapaba, CE. O monitoramento foi realizado na propriedade da microempresa Morangos Ibiapaba Ltda., no município de Ibiapina, CE, em três sistemas de cultivo: a) semi-hidropônico com plantas cultivadas em calhas; b) semi-hidropônico com plantas cultivadas em sacos, ambos com substrato de fibra de coco e 3) sistema convencional com plantas cultivadas no solo. Em cada um dos sistemas, foram avaliadas a incidência de doenças em quatro variedades de morango: Albion, Camarosa, Festival e Oso Grande. Amostras de plantas sintomáticas foram coletadas durante o período de junho a agosto de 2012 e foram conduzidas ao laboratório de Fitopatologia da Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza, CE). Foi realizado um exame do material doente, com auxílio de microscópio estereoscópico e chaves de identificação de fungos. Ainda, realizaram-se isolamentos dos patógenos, da região de transição entre o tecido sadio e doente. As placas com meio BDA (batata-dextrose-ágar), com as culturas fúngicas isoladas, foram incubadas 28ºC, sob fotoperíodo de 12 horas, durante 8 dias, para posterior identificação dos fungos. A região da planta de maior incidência de patógenos fúngicos foi a folha (93,8%), seguida pelo caule (2,7%), flor (2%) e rizoma (1,3%). A variedade mais suscetível a doenças fúngicas foi a Festival, prevalecendo a mancha foliar de Pestalotiopsis (Pestalotiopsis sp.). As outras variedades mais suscetíveis, na sequência, foram a Albion, prevalecendo a mancha de Alternaria (Alternaria sp), Camarosa (mancha de Alternaria) e Oso Grande (manchas de Alternaria e Pestalotiopsis). O sistema de

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cultivo que apresentou maior incidência de doenças foi o semi-hidropônico em sacos (40,9%), seguido pelo sistema convencional (25%) e semi-hidropônico em calha (18,2%). A falta de variedades resistentes e as dificuldades enfrentadas no controle químico tornam as medidas preventivas, em especial o uso de mudas sadias e eliminação de fontes de inóculo, muito importantes para o manejo da cultura.

Palavras-chave: Fragaria x ananassa, hidroponia, cultivar.

Apoio: Banco do Nordeste do Brasil (BNB), CNPq.

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Avaliação sensorial e físico-química do abacaxi (Ananas comosus) cv. Pérola liofilizado em diferentes graus de

maturação

Maraila Sinara Lemos de Paiva1*, Fabiana Freitas Silva1, Diva Silva Firmino1, João Victor Rodrigues Pinto1, Adna Lucianne

Girão Modesto2, Nedio Jair Wurlitzer2 1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected]

A vida útil pós-colheita do abacaxi pode ser estendida com o emprego da liofilização, que é um dos processos de desidratação que melhor conserva as suas características sensoriais, fornecendo um produto saboroso e crocante. O presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito de diferentes estádios de maturação do abacaxi ‘Pérola’ na produção de abacaxi liofilizado, em termos de rendimento, características físico-químicas e aceitabilidade sensorial. Foram adquiridos no mercado frutos in natura, em três estádios de maturação (pouco maduro, maduro e muito maduro), os quais, após pesagem e descascamento, foram cortados em cubos, congelados por 24 horas em ultrafreezer, liofilizados em equipamento piloto Liotop, com capacidade para até 10 kg de produto, sob vácuo de 500 a 3000 µHg e temperatura inicial programada para -20 °C, aumentando até 30 °C ao final de 30 horas de processo e em seguida embalados em quantidades de aproximadamente 200 g em embalagens de polietileno de baixa densidade. Foi calculado o rendimento relacionando a pesagem dos cubos de abacaxi antes e após a liofilização. Foram realizadas análises de acidez titulável (AT), pH, sólidos solúveis (SS), atividade de água (Aw) e umidade. O produto liofilizado foi submetido à análise sensorial por comparação múltipla com aplicação escala hedônica. Os dados foram avaliados por análise de variância. O Abacaxi liofilizado maduro apresentou maior rendimento (8,7%), característica desejável para indústrias processadoras, e acidez titulável de 3,41 g 100 g-1, valor aceitável na avaliação sensorial do produto. Já o abacaxi pouco maduro apresentou acidez elevada (5,09 g 100 g-1), valor que afetou negativamente na aceitabilidade sensorial. Os valores para atividade de água do produto em estudo variaram entre 0,32 e 0,36, o que é desejável em produtos desidratados. Na análise sensorial, observou-se diferença

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significativa entre as amostras, obtendo-se para abacaxi maduro e muito maduro as maiores médias (6,87 e 6,90), respectivamente, diferindo-se do abacaxi pouco maduro (p<0.05), que apresentou média 6,00. Conclui-se que o estádio de maturação influenciou no rendimento, na acidez total e na aceitabilidade sensorial do produto liofilizado, sendo desejável para o processamento um abacaxi em estádio de maturação maduro ou muito maduro, não sendo recomendado o processamento de abacaxi pouco maduro por apresentar alta acidez.

Palavras-chave: liofilização, rendimento, acidez.

Apoio: Embrapa.

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Desenvolvimento e avaliação de bebidas mistas de frutas tropicais com elevada atividade antioxidante total

Márcia Valéria Lacerda Soares1*, Ana Carolina da Silva Pereira 1, Jéssica Silva do Carmo1, Ana Paula Dionísio2, Nédio

Jair Wurlitzer2, Maria do Socorro Rocha Bastos2, Isabella Montenegro Brasil1

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] Visto que às frutas são associadas a algumas propriedades funcionais, muitos estudos estão sendo realizados buscando-se identificar seu potencial antioxidante. A elaboração de bebidas e outros produtos com potencial antioxidante é uma realidade na Europa e Estados Unidos. Entretanto, no Brasil, as ofertas ainda são limitadas, justificando a realização de estudos focados na agregação de valor às frutas tropicais por meio do desenvolvimento de novos produtos com propriedades funcionais. Este trabalho teve como objetivo o desenvolvimento e avaliação in vitro do perfil funcional de bebidas mistas de 6 espécies de frutas tropicais: camu-camu, acerola, caju, cajá, açaí (tendo como base polpa de abacaxi). Foi aplicado o planejamento estatístico DCCR (Delineamento Composto Central Rotacional) com cinco pontos de concentração com variação de 0 a 20% de polpa, para avaliar e quantificar possíveis sinergismos e antagonismos entre as variáveis, a fim de se obter bebidas com maior apelo funcional. As variáveis analisadas foram: Atividade Antioxidante Total (AAT) pelo método ABTS, Polifenóis Extraíveis Totais (PET), ácido ascórbico e aceitação sensorial. As variáveis independentes foram as concentrações das polpas de frutas. Os resultados foram avaliados pelo programa Statistica 7.0, considerando p<0,05. Para PET, foram significativos os termos lineares de camu-camu, acerola e açaí, e o termo quadrático de acerola, a 5% de significância. Nenhuma interação foi verificada para essa variável. As polpas de açaí, acerola e camu-camu apresentaram um efeito positivo, sem ocorrência de efeitos negativos significativos. As polpas de acerola e camu-camu apresentaram efeito positivo para a atividade antioxidante; entretanto, quando combinadas, apresentaram um efeito negativo, indicando um possível antagonismo entre essas duas frutas. Para o teor de ácido ascórbico obtivemos efeito positivo para as polpas de

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acerola, camu-camu e caju, efeito negativo para a polpa de açaí e interações positivas entre as combinações de polpa de acerola e caju, e cajá com caju. Com relação à aceitação sensorial, a polpa de cajá apresentou efeito positivo e a polpa de camu-camu efeito negativo, apresentando ainda uma interação negativa entre as polpas de cajá e caju. A partir dos resultados obtidos, foi possível obter formulações com elevadas concentrações de compostos bioativos e atividade antioxidante total, aliadas a uma boa aceitabilidade do produto, sendo a formulação com maior atividade antioxidante total a que continha a maior concentração de polpa de acerola.

Palavras-chave: alimentos funcionais, blends, compostos bioativos.

Apoio: Capes, Embrapa Agroindústria Tropical.

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Estimativa da curva de retenção para caracterização do potencial matricial no solo

Marcos Chaves Gurgel1, Rubens Sonsol Gondim2, Jaedson Cláudio Anunciato Mota1

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] Os estudos de caracterização da retenção de água em um dado solo são de extrema importância nos métodos de inferência de umidade, possibilitando a compreensão da disponibilidade de água no solo para as plantas, em suas respectivas profundidades, de tal forma a possibilitar a determinação da capacidade de campo como também o ponto de murcha e intervalo entre eles. Por sua vez, a capacidade de campo se dá quando todos os microporos de um dado solo estão preenchidos por água. Já o ponto de murcha consiste no teor de umidade, no qual, a planta não consegue mais retirar água do solo. O presente trabalho pretende determinar as referidas características por meio do método da curva de retenção, a partir do potencial matricial do solo de uma parcela experimental, a fim de gerar dados pedológicos para subsidiar estudos futuros de técnicas para aumento da retenção hídrica em cultivos irrigados. Foram coletadas amostras de solos indeformadas na fazenda experimental da Embrapa Agroindústria Tropical em Pacajus. Realizou-se a extração de 9 amostras indeformadas nas respectivas profundidades de 15 cm, 45 cm e 75 cm, em três pontos distintos possibilitando melhor representação estatística. O material foi armazenado em recipiente adequado. Posteriormente as amostras foram levadas ao laboratório de física do solo da Universidade Federal do Ceará. Em laboratório, as amostras passaram por procedimento, que consistiu em etapas de saturação das amostras em dois terços da profundidade do cilindro, depois colocadas na mesa de tensão e na câmara de pressão de Richard. Esse procedimento foi realizado nas referidas pressões 60 cm, 100 cm de coluna de água, na placa porosa, e a 1/3 e 1 atm na câmara de pressão de Richard. Posteriormente fez-se a pesagem do material. Como resultados do referido trabalho, tem-se a capacidade do solo em reter umidade em termos do volume de água por volume de solo (cm3 cm-3 ou g g-1). Esse elementos variaram de 0,030 a 0,039; 0,037 a 0,057; e 0,052 a 0,058 para as profundidades de 15 cm; 45

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cm e 75 cm, respectivamente a uma pressão de 60 cm de coluna de água, e de 0,025 a 0,031 ; 0,030 a 0,042; e 0,044 a 0,048 para as profundidades de 15 cm; 45 cm e 75 cm a uma pressão de 100 cm de coluna de água. E, por fim, variaram de 0,015 a 0,018; 0,019 a 0,026; e 0,026 a 0,030 para as profundidades de 15 cm; 45 cm e 75 cm a uma pressão de 1/3 de atm.

Palavras-chave: eficiência na irrigação, retenção de água no solo, câmara de pressão de Richard.

Apoio: Embrapa Agroindústria Tropical, UFC.

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Influência do tempo de hidrólise nas características da gelatina obtida de resíduo do processamento de Carne

Mecanicamente Separada (CMS) de tilápia (Oreochromis niloticus)

Maria do Livramento Linhares Rodrigues 1*, Mabel Ribeiro da Cuz1; Edla Freire de Melo2, Rayanne Leitão Claudino 1, Men de Sá Moreira de Souza Filho2, Morsyleide de Freitas Rosa2, Henriette Monteiro C. de Azeredo2, Maria Mozarina Bezerra

Almeida1 1Universidade Federal do Ceará; 2Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará; 3Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] A indústria de beneficiamento de pescado gera uma grande quantidade de resíduos por desconhecimento de seu potencial como matéria-prima para obtenção de novos produtos. Uma alternativa de valorização desse resíduo, contribuindo adicionalmente para reduzir problemas ambientais, é a obtenção de gelatina obtida a partir da hidrólise parcial do colágeno ainda presente no resíduo de Carne Mecanicamente Separada (CMS) de pescado. A gelatina é um dos biopolímeros mais amplamente utilizado em função de suas propriedades funcionais e tecnológicas. Nesse contexto, no presente trabalho, objetivou-se fazer a extração da gelatina a partir dos resíduos de CMS de tilápia (Oreochromis niloticus), utilizando diferentes tempos de hidrólise, visando avaliar sua influência nas características da gelatina obtida. Para a extração da gelatina, o resíduo permaneceu em ácido acético 0,2 N/1h30min, à temperatura ambiente. Após neutralização (NaOH 0,2 N), prosseguiu-se com uma hidrólise alcalina (NaOH 0,2 N), seguida de uma hidrólise ácida (H2SO4 0,2 N), com diferentes tempos (60 min, 120 min, 180 min, 240 min, 300 min). Iniciou-se a extração, utilizando H2O destilada, à temperatura de 60 ºC a 65 °C. Procedeu-se à extração de gelatina por 2 horas, separou-se o sobrenadante, e filtrou-se a gelatina a vácuo adicionando, em seguida, carvão ativo a 2%,permanencendo por 24 hors. A gelatina foi então centrifugada, filtrada a vácuo, retaevaporada e liofilizada. Para a caracterização, determinou-se cor Hunter (L*,a*,b*), Espectroscopia no Infravermelho (FTIR), atividade de água (Aw), Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV),

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Calorimetria Diferencial Exploratória (DSC), Análise Termogravimétrica (TGA) e umidade e cinzas. Os rendimentos foram de 6,15%, 6,35%, 4,16%, 5,9%, 2,6%, para os tempos de hidrólise de 60 min, 120 min, 180 min, 240 min, 300 min, respectivamente. Os resultados iniciais mostraram maior força de gel para os tempos de 300 min no valor de 488 Bloom. Já para o teste de cor, a amostra com o tempo de hidrólise de 60min apresentou maior luminosidade (L* = 83,29). Para os tempos de 60 min e 120 min, houve maior rendimento de extração. Os valores de Aw (0,4-0,5) e umidade (9-12%) foram semelhantes para todos os tempos. Os tempos de hidrólise de 180 min, 240 min e 300min apresentaram os menores teores de cinzas, 15,7%, 15,95%, 17,5%, respectivamente. Concluiu-se que foi possível extrair gelatina de resíduos de tilápia, com alto valor de Bloom e boa luminosidade; entretanto, testes adicionais serão realizados para definição do melhor tempo.

Palavras-chave: biomassa, pescado, biopolímero

Apoio: Embrapa.

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Obtenção e caracterização de nanoestruturas de celulose de línter

Morgana Cardoso Girão Mota1*; Diego Magalhães do Nascimento2, Men de Sá Moreira de Souza Filho3, João Paulo

Soares Morais4, Morsyleide de Freitas Rosa3 1Instituto Federal de Educação Ciências e Tecnologia; 2Universidade Federal do Ceará; 3Embrapa Agroindústria Tropical; 4Embrapa Algodão. * [email protected]

Dentre as pesquisas voltadas para novos usos de materiais lignocelulósicos, destaca-se o aproveitamento de fibras vegetais para a obtenção de nanocelulose. A nanocelulose apresenta características mecânicas excepcionais, que a credenciam como um elemento de reforço ideal para materiais avançados denominados nanocompósitos. O objetivo do presente trabalho foi obter e caracterizar nanoestruturas de celulose de línter, resíduo do beneficiamento do algodão. O processo de obtenção das nanoestruturas se deu por hidrólise com solução de ácido sulfúrico concentrado (60%, m/m) a 45 °C por 60 min. O grau de cristalinidade foi avaliado por espectroscopia de difração de Raios-X. A estabilidade e o tamanho das nanoestruturas foram obtidos por medidas de Potencial zeta (ζ) e microscopia eletrônica de transmissão (MET). A estabilidade térmica das nanoestruturas foi avaliada por termogravimetria (TGA), sob taxa de aquecimento de 10 ºC min-1, de 25 ºC a 800 ºC, sob atmosfera inerte com fluxo de 50 mL min-1. Os resultados de difração de Raios X da nanoestrutura de celulose (90,45%) foram superiores ao da fibra (64,42%), indicando que a região amorfa da celulose presente na fibra foi removida durante o processo de obtenção das nanocelulose. O potencial ζ para a suspensão coloidal de nanocelulose foi de -45,3 ±1,4 mV, e esse valor negativo mostra que a suspensão apresenta uma boa estabilidade coloidal de caráter aniônico devido à presença de grupos éster sulfatos na celulose. A estabilidade térmica da nanocelulose foi menor do que a da fibra, devido à presença dos grupos aniônicos que catalisam as reações decomposição térmica, resultando em menores temperaturas de decomposição em relação à fibra bruta. O tamanho de partícula apresentou três populações com tamanhos médios de 9,2 nm (0,9% das partículas), 179,3 nm (88,6% das partículas) e 2236 nm (10,6% das partículas). Foi

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observado por MET que as nanoestruturas de celulose apresentam comprimento médio de 177 nm e diâmetro médio de 12 nm. Estes resultados estão próximos das medidas de tamanho de partícula, indicando que embora os resultados de tamanho de partícula apresentem um modelamento matemático, foi possível obter valores próximos dos observados pelo MET. Tais resultados evidenciam que foi possível obter nanoestruturas de celulose de um resíduo do beneficiamento do algodão com características semelhantes às obtidas pela literatura para outras fontes de celulose nativa.

Palavras-chave: nanocelulose, nanocompósito, materiais avançados.

Apoio: IFCE, Embrapa, Rede AgroNano

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Avaliação de conformidade de conteúdo nominal pré-medido em polpas de frutas congeladas

Morgana Lívia Castro do Nascimento1*, Raquel Falcão e Silva1, Johnnathan Lima Maia1, Marcia Valéria Lacerda

Soares1, Nédio Jair Wurlitzer2 1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] Produtos pré-medidos são aqueles medidos e embalados na ausência do consumidor, ou seja, previamente acondicionados e que se encontram em condições de comercialização, os quais representam cerca de 85% dos produtos que consumimos. A definição de tolerâncias para produtos pré-medidos e a metodologia de checagem do conteúdo declarado nas embalagens seguem a Portaria Inmetro n° 248 de 17/07/2008 e para produtos comercializados em unidade peso, a norma NIE-DIMEL 026, revisão 04, aprovada em julho de 2011. Essas normas visam impedir fraudes contra o consumidor, garantir a confiabilidade do peso do produto e permitir a justa concorrência entre os fabricantes. Este trabalho teve como objetivo avaliar a adequação de lotes de polpas de frutas congeladas, existentes no mercado, aos requisitos legais, com relação ao conteúdo líquido das embalagens. Foram pesadas unidades de sete lotes de polpa de frutas com conteúdo nominal de 500 g, de quatro marcas diferentes, comercializadas no mercado de Fortaleza. Foram determinados peso bruto, tara e peso líquido, e efetuados cálculos relacionados aos critérios de aceitação individual e da média, de acordo com a Norma NIE-DIMEL 026. Os resultados indicaram que quatro lotes apresentaram conteúdo médio acima do conteúdo nominal, e três lotes apresentaram conteúdo médio abaixo do conteúdo indicado nas embalagens. Conteúdo acima pode indicar prejuízos à empresa, e conteúdo abaixo, caracteriza fraude, podendo causar sanções legais (multas) à empresa no caso de fiscalização. Com relação ao critério de aceitação pela média, os sete lotes foram aprovados, enquanto, que pelo critério individual, três foram rejeitados. Portanto, de acordo com a legislação, dos sete lotes avaliados, apenas quatro lotes (57%) atenderam aos critérios para aprovação do lote, ou seja, apresentaram aceitação no critério individual e no critério pela média, estando de acordo com estabelecido na portaria. Já os outros três lotes foram reprovados,

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pois não obedeciam a um dos critérios, no caso o critério de aceitação individual. Assim, as empresas fabricantes seriam multadas no caso de fiscalização. Recomenda-se às empresas fabricantes dos lotes não aceitos que revisem os procedimentos e equipamentos de envase e pesagem, além de treinamento da equipe de trabalho, de forma a ter conformidade legal relacionada ao controle de qualidade de pesagem durante o envase de polpas de frutas.

Palavras-chave: controle de pesagem, critérios de aprovação, legislação.

Agradecimentos: Embrapa, UFC.

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Baixa concentração de ácido sulfúrico aplicado no pré-tratamento ácido das fibras de pseudocaule da bananeira

Niédja Fittipaldi Vasconcelos1*, Ana Iraidy S. Brígida2, Ana Ribeiro Cassales2, Morsyleide de Freitas Rosa2, Men de Sá M.

de Souza Filho2, Renato Carrhá Leitão2, Gustavo Saavedro Pinto2

1Instituto Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] Para extração da celulose e seus derivados a partir de materiais lignocelulósicos, busca-se desenvolver processos, por meio de rotas químicas, que promovam bom rendimento e provoquem um reduzido impacto ambiental. Dentre as várias etapas desse processo, a realização de um pré-tratamento ácido da fibra lignocelulósica vem sendo bastante usado em substituição aos processos tradicionais como a mercerização e o cozimento. O ácido sulfúrico é o reagente mais utilizado no pré-tratamento por hidrólise a baixas concentrações de ácidos, pois age como um catalisador na quebra da hemicelulose. Em paralelo, dentre os vários cultivos agrícolas no país, a bananicultura destaca-se por gerar bastantes resíduos sólidos lignocelulósicos após a colheita do fruto, na qual o pseudocaule é o rejeito mais expressivo. Portanto, este trabalho teve como objetivo desenvolver um processo de pré-tratamento da fibra do pseudocaule da bananeira que utilizasse baixa concentração de ácido sulfúrico e promovesse alto índice de remoção de hemicelulose. Para tanto, foi realizado um planejamento fatorial 23 com 3 pontos centrais e 6 axiais, na qual analisou-se o efeito da concentração de H2SO4, tempo de reação e a razão líquido:sólido na hidrólise das fibras do pseudocaule da bananeira. Quatro parâmetros do líquido resultante da hidrólise (hidrolisado) foram definidos como variáveis respostas: DQO (mgO2 L-1); concentração de açúcares totais (glicose + xilose + arabinose, g L-1), hidroximetilfurfural (mg L-1) e furfural (mg L-1). Os experimentos ocorreram em sistemas reacionais de temperatura (121 °C) e pressão (1 atm) controladas sem agitação. A condição ótima com que se obteve um hidrolisado com maior concentração de açúcares, maior teor de DQO e menor concentração de HMF e furfural foi H2SO4 a 1,75% (m v-1) e razão líquido:sólido de 12,5:1 por 120 minutos de reação. Com relação à fibra hidrolisada, foram realizadas

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análises de DSC e MEV por meio das quais se observou que o pré-tratamento foi capaz de remover parcialmente a hemicelulose e reduzir consideravelmente o teor de extrativos e cinzas presentes na fibra. Foi possível concluir que o pré-tratamento é aplicável e adequado a processos com o conceito de biorrefinaria, que contemplam a conversão integral da biomassa, incluindo o aproveitamento dos efluentes gerados durante o processo. No presente caso, o hidrolisado pode ser indicado para a produção de etanol, pois seus baixos teores de HMF e furfural não inibem a ação microbiana.

Palavras-chave: resíduo lignocelulósico, bananicultura, planejamento experimental, hidrólise.

Apoio: CNPq, Capes, Rede Agronano, Embrapa.

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Composição química de óleos essenciais com propriedades microbianas

Nigéria Pereira Gonçalves1*, Kirley Marques Canuto2, Tigressa Helena Soares Rodrigues2, Maria do Socorro Rocha Bastos2,

Maria de Fátima Borges2, Rita de Cássia Alves Pereira2 1Universidade Estadual do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] Os óleos essenciais são originados do metabolismo secundário de plantas (principalmente nas famílias Asteraceae, Piperaceae e Mirtaceae), nas quais desempenham funções específicas tais como na inibição da germinação e proteção contra predadores. Quimicamente, os óleos essenciais são misturas complexas de substâncias voláteis, lipofílicas, com baixo PM, sendo encontrados em diferentes partes da planta. Os constituintes de óleos são principalmente terpenos e fenilpropanoides com reconhecido potencial biológico, sendo por isso muito empregados nas indústrias farmacêutica e alimentícia. Na Embrapa Agroindústria Tropical (CNPAT), óleos essenciais de plantas aromáticas como Lippia sidoides, Cham, Cymbopogon citratus (D.C.) Stapf e Ocimum gratissimum L. têm sido estudados como ingredientes ativos de biofilmes para conservação de queijo-coalho, a fim de se garantir a qualidade e segurança desse produto. L. sidoides (alecrim-pimenta) é um arbusto nativo do Semiárido nordestino, usado como antisséptico bucal. C. citratus (capim-limão) é uma espécie originária da Índia, mas que hoje está distribuída por vários países tropicais. O. gratissimum (alfavaca-cravo) é uma planta condimentar oriunda do Oriente, porém cultivada no mundo inteiro. O objetivo desta pesquisa foi caracterizar quimicamente os óleos essenciais dessas três espécies que apresentaram atividade bactericida contra quatro tipos de bactérias (S. enteritidis, S. aureus, E. coli e L. monocitogens), em razão de que a composição química de óleos essenciais é fortemente dependente de vários fatores (clima, condições agronômicas, local e horário de coleta, etc.). Os óleos essenciais foram obtidos por hidrodestilação em aparelho do tipo Clevenger, utilizando-se folhas frescas colhidas de plantas cultivadas no Horto de Plantas Aromáticas (CNPAT, Fortaleza, CE). Em seguida, os óleos essenciais foram analisados por Cromatografia Gasosa (CG), em coluna capilar de

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polidimetissiloxano, acoplada à Espectrometria de Massas (EM) e Detecção por Ionização de Chama (DIC). A identificação dos compostos foi realizada por comparação dos espectros de massas e índices de retenção (obtidos por injeção de uma mistura de uma série homóloga de alcanos C7-C22) com dados da literatura. As análises de CG-EM e CG-DIC permitiram identificar 28 componentes nos óleos de L. sidoides, 17 em O. gratissimum, 16 em C. citratus, sendo o timol (75%), eugenol (62%) e o geranial (49%) os seus respectivos compostos majoritários.

Palavras-chave: plantas aromáticas, cromatografia gasosa, compostos voláteis.

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Análise sensorial de pasta de pequi (Caryocar coriaceum)

Raquele Lima Moreira1, Deborah dos Santos Garruti2, Maria Elisabeth Barros de Oliveira2, Ídila Maria da Silva Araújo2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical.*[email protected]

O pequi (Caryocar coriaceum) é um fruto típico da Chapada do Araripe, região sul do Estado do Ceará, com grande valor socioeconômico. Apresenta polpa macia, de odor e sabor característico, é rico em óleo e muito usado, entre outros fins, na culinária regional. Pretendendo agregar valor ao fruto, objetivou-se desenvolver uma pasta formulada à base de polpa de pequi para uso em torradas, bolachas, etc. e avaliar a sua estabilidade sensorial durante armazenamento. O processamento da pasta se iniciou com a seleção seguida da despolpa dos frutos, obtidos na Chapada do Araripe, em despolpadeira elétrica. À polpa obtida (98%) foram misturados, por 5 minutos, os ingredientes ácido lático (0,90%), para acidificação do produto até pH ≤4,5, NaCl (1%), sorbato (0,09%) e benzoato (0,04%) para evitar o desenvolvimento de microrganismos deterioradores. A pasta foi acondicionada em frascos de vidro, com capacidade para 200 mL, hermeticamente fechados, submetido a tratamento térmico (80 °C/20min) e armazenados à temperatura ambiente (25 ± 3 ºC) por 30 dias. As avaliações sensoriais foram realizadas por 25 provadores não-treinados, apreciadores de pequi, de ambos os sexos e idade superior a 18 anos, em cabines individuais climatizadas (24 °C), usando luz branca e computadores equipados com software FIZZ para coleta de dados. Cerca de 5 g da pasta de pequi foi servida em copos (50 mL) descartáveis, codificados com números aleatórios de três dígitos, acompanhada de torrada para auxiliar na degustação. Foi avaliada, durante o período de armazenamento, a aceitação global e dos atributos espalhabilidade, sabor, aroma e cor, usando escala hedônicas estruturadas de nove pontos que abrangeram de “desgostei muitíssimo” a “gostei muitíssimo”; intenção de compra, usando escala estruturada (1 – certamente não compraria a 5 – certamente compraria). As médias de aceitação mostram que a pasta de pequi foi aceita pelos consumidores em todos os atributos avaliados. As notas atribuídas para os atributos estudados estavam na faixa de aceitação, que engloba os termos hedônicos de 7 e 8, ao

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final do armazenamento e se situaram entre "gostei" e "gostei muito”. Em relação à intenção de compra, cerca de 80% dos potenciais consumidores teriam atitude positiva de compra da pasta. Em conclusão, os provadores não perceberam modificações na pasta de pequi em função do armazenamento, demostrando que o produto apresenta boa estabilidade sensorial, até a presente fase do estudo.

Palavras-chave: aceitabilidade; vida de prateleira; valores hedônicos; intenção de compra.

Apoio: Embrapa Agroindústria Tropical.

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Propriedades funcionais e análises físico-químicas da polpa de açaí comercial congelada

Raquel Falcão e Silva1*, Morgana Lívia Castro do Nascimento1, Johnnathan Lima Maia1, Márcia Valéria Lacerda

Soares1, Talita de Souza Goes1, Jéssica Silva do Carmo1, Nédio Jair Wurlitzer2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] O açaí (Euterpe oleracea Mart.) está sendo largamente usado como matéria-prima para produção de polpa e sucos, e tem sido relacionado a efeitos positivos para a saúde devido a sua alta capacidade antioxidante, valor nutritivo e conteúdo em compostos fenólicos. Embora se saiba que o processamento pode alterar a composição de compostos bioativos em alguns alimentos, o consumidor espera uma qualidade similar nesses produtos processados. O padrão de identidade e qualidade da polpa de açaí é definido na Instrução Normativa 01/2000, do Ministério da Agricultura, descrevendo padrões de análise relacionados à diluição da polpa em água, durante o processo e embalagem, e classificando a polpa de açaí como fino (também chamado de popular), com 8% a 11%, médio (11% a 14%) ou especial, com mais de 14% de sólidos totais. O objetivo deste estudo foi avaliar a qualidade funcional e físico-química da polpa de açaí comercial congelada e comparar com a literatura e padrões legais. Um total de 27 amostras foram adquiridas em mercados locais e foram realizadas análises de vitamina C, conteúdo fenólicos totais, atividade antioxidante pelo método ABTS, pH, acidez e umidade. O resultado para a atividade antioxidante apresentou variação de 8,9 a 29,2 (µM Trolox por grama de polpa), para conteúdo de fenólicos totais de 91,7 a 287,0 (mg de ácido gálico por 100 g de polpa) e para vitamina C de 87,9 a 113,5 (mg de ácido ascórbico por 100 g polpa). Embora esses resultados evidenciem uma grande variação na concentração de componentes funcionais, todas as amostras, quando comparadas com a literatura, ainda são fontes e têm altos níveis de componentes funcionais. Quanto às análises físico-químicas, 41% das amostras não atingiram um conteúdo mínimo de sólidos totais, comparado com Instrução Normativa 01/2000, do Ministério da Agricultura, indicando o uso de grande quantidade de água no processo, e 1%

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das amostras apresentou acidez acima do limite. Portanto, a polpa de açaí comercial congelada apresenta a quantidade desejada de compostos funcionais e algumas marcas devem reduzir a quantidade de água em sua formulação para manter a funcionalidade esperada e a confiança do consumidor nesses produtos.

Palavras-chave: umidade, qualidade, composição funcional.

Apoio: Universidade Federal do Ceará, Embrapa Agroindústria Tropical.

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Desenvolvimento e caracterização de compósito condutor de Polipirrol/cardanol

Rubênia Silveira Monte1*, Dalila Lima Alexandre1, Maria do Socorro Rocha Bastos2, Roselayne Ferro Furtado2, Carlucio

Roberto Alves1 1Universidade Estadual do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] Os polímeros condutores possuem propriedades como condução elétrica, elasticidade, plasticidade e resistência às deformações, tornando-os preferidos em inúmeras aplicações. O polipirrol (PPy) é um polímero condutor, preferencialmente, obtido por meio de oxidação eletroquímica de seu monômero, o pirrol. Os compósitos são obtidos a partir da combinação de polímero isolante ou copolímero com polímero condutor, resultando em novos materiais, com características desejáveis, tais como: filmes altamente flexíveis e com excelentes propriedades mecânicas, térmicas e ópticas. O cardanol (CD) é um subproduto atóxico ao ambiente obtido a partir do beneficiamento da castanha-de-caju. Esse resíduo poderia ser utilizado como matéria-prima para o desenvolvimento de novos materiais, como por exemplo, compósitos. No presente trabalho, estudou-se o processo de formação do compósito de polipirrol/cardanol, sintetizado por meio da eletrooxidação de pirrol (Py) em presença de acetonitrila com perclorato de lítio (LiClO4), utilizando técnica eletroquímica. A caracterização dos filmes, para condutividade e morfologia, foi feita com voltametria cíclica e microscopia eletrônica de varredura, respectivamente. Foi utilizado um sistema eletroquímico composto de eletrodo de trabalho de disco de ouro, um auxiliar de platina, e um de referência de Ag/AgCl. As medidas eletroquímicas foram obtidas usando-se um potenciostato/galvanostato (Autolab). O processo de formação dos polímeros seguiu com a avaliação da influência das concentrações de monômero e cardanol, sendo observados os crescimentos de PPy e do compósito PPy/CD, tendo sido observado para o segundo caso a incorporação do cardanol ao filme. O PPy apresentou uma rede polimérica tridimensional com morfologia granular. Para o crescimento do compósito de PPy/CD, a morfologia do filme mudou quando comparado com PPy, que passa a apresentar cadeias mais ordenadas. O compósito de PPy/CD possui razoável capacidade em

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armazenar cargas com propriedade redox bem definida. O PPy e o PPy/CD apresentam grande estabilidade, com pequena variação da corrente capacitiva para 1x104 varreduras de potenciais. O compósito foi satisfatoriamente obtido por via eletroquímica, sendo esta uma alternativa para o aproveitamento do cardanol, que pode ser aplicado no desenvolvimento de novas plataformas para a produção de biossensores.

Palavras-chave: polímeros condutores, subproduto da castanha-de-caju, eletrooxidação.

Apoio: CNPq, Funcap, Finep, Capes e Embrapa.

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Influência de óleos essenciais e extratos vegetais de plantas bioativas, sobre o crescimento micelial de isolado

de cajueiro de Lasiodiplodia theobromae

Suane de Oliveira Souza Brasil1, Raiza Alpoim Neves1, Laís Dieb Lima1, José Glauber Moreira Melo1, Flávio Araujo

Pimentel2, Christiana de Fátima Bruce da Silva2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] O fungo Lasiodiplodia theobromae é um importante patógeno do cajueiro, ocasionando principalmente a doença chamada resinose. O controle da doença é basicamente realizado utilizando clones resistentes. Entretanto, a utilização de outros métodos de controle, como o alternativo, é primordial no manejo sustentável da doença. O estudo objetivou avaliar o efeito de óleos essenciais e extratos vegetais sobre o crescimento micelial do fungo. No laboratório, os extratos vegetais e óleos essenciais foram avaliados quanto à capacidade de inibir o desenvolvimento do isolado LT14 de L. theobromae de cajueiro. Foram testados os seguintes extratos/óleos de plantas: manjericão (Ocimum basilicum L.), alfavaca-de-galinha (Ocimum micrantum Willd), erva-de-gato [Hyptis mutabilis (L. Rich.) Briq.], erva-cidreira [Lippia alba (Mill.) N. E. Brown], erva-doce (Foeniculum vulgare Mill), cravo-de-defunto (Tagetes minuta L.), nim [Azadiracta indica A. Juss (extrato etanólico e hexânico)] e capim- limão [Cymbopogon citratus (DC) Stapf.]. Utilizaram-se três concentrações dos preparados (30 µL, 50 µL e 100 µL/100 mL) adicionadas em Erlenmeyers contendo 100 mL do meio de cultura V8 (200mL/L de suco de vegetais V8®, suplementado com 2 g de CaCO3), onde foram depositados discos de culturas fúngicas do isolado, com 7 dias de crescimento em BDA (batata-dextrose-ágar). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado em esquema fatorial (9 óleos/extratos x 3 concentrações) com três repetições (uma repetição = um Erlenmeyer). As testemunhas consistiram em Erlenmeyers com discos do isolado testado, contendo somente o meio V8 e o fungicida Derosal (Carbendazim-2mL L-¹). Posteriormente, os Erlenmeyers foram incubados à temperatura de 28°C e sob alternância luminosa, durante 8 dias. Após esse período, realizou-se a secagem da manta úmida de micélio, por um período de 24 horas, em temperatura ambiente e,

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posteriormente, foi quantificado o peso seco do micélio. Os extratos/óleos mais promissores foram os das espécies F. vulgare, L. alba, C. citratus e O. micrantum, todos na concentração de 50 µL/100 mL. Os óleos essenciais apresentaram-se promissores, entretanto devem ser testados em campo para validação da efetividade.

Palavras-chave: Anacardium occidentale, resinose, manejo alternativo.

Apoio: Banco do Nordeste do Brasil (BNB).

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Atratividade e preferência para oviposição de Bemisia tabaci biótipo-B em genótipos de melão

Tamara Gomes Carvalho1, Juliana Braga Fileto1, Winnie Cezario Fernandes1, Nivia da Silva Dias2

1Universidade Federal do Ceará; 2 Embrapa Agroindústria Tropical; *[email protected]; A mosca-branca Bemisia tabaci biótipo-B (Hemiptera: Aleyrodidae) é um dos insetos mais prejudiciais à cultura do melão, devido, principalmente, à intensa sucção de seiva elaborada e à transmissão do vírus do amarelão-do-meloeiro. O uso de cultivares resistentes a esse inseto é um método promissor, alternativa para o uso indiscriminado de inseticidas. Assim, objetivou-se avaliar a atratividade e a preferência para oviposição da mosca-branca em dois genótipos de melão. Foi testada a atratividade dos adultos e a preferência para oviposição da mosca-branca em testes com chance de escolha, em casa de vegetação infestada com o inseto em questão. Os experimentos foram conduzidos com plantas em fase vegetativa. Foram infestadas 10 mudas (repetições) de cada variedade, 21 dias após a semeadura. A contagem do número de adultos em cada planta foi realizada 24, 48 e 72 horas após o início da infestação, utilizando-se um espelho direcionado para a parte abaxial das folhas. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado composto de dois tratamentos e dez repetições. Realizou-se análise de variância, sendo as médias transformadas em √ (x + 0,5) e comparadas pelo teste de Tukey (P <0,05) utilizando o programa estatístico ASSISTAT. Observaram-se diferenças entres os genótipos apenas nas avaliações de 72 horas. As médias por planta para o número de adultos no genótipo teste e no genótipo comercial Gold myne foram 6,19 e 3,56. Para o número de ovos, constataram-se diferenças significativas, sendo 14,31 e 11,05 as médias para os genótipos teste e comercial, respectivamente. O genótipo teste possui maior atratividade, após 72 horas, e maior preferência para oviposição.

Palavras-chave: mosca-branca, meloeiro, resistência de plantas.

Apoio: Embrapa.

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Qualidade pós-colheita de manga minimamente processada tratada com água eletrolisada

Thayane Rabelo Braga1*, Helder Horácio de Lucena2, Ebenézer de Oliveira Silva3, Milena Maria Tomaz de Oliveira1,

Márcia Régia Souza da Silveira3, Francisco Oiram Filho1 1Universidade Federal do Ceará; 2Universidade Federal do Semi-Árido; 3Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected]

O aumento no consumo de frutas minimamente processadas é atribuído aos benefícios que proporcionam à saúde. Entretanto, relatos de doenças, associadas aos microrganismos, têm despertado o interesse dos consumidores. O hipoclorito de sódio (NaClO) é um dos métodos clássicos de controle, que tem o cloro como princípio ativo. Contudo, o hipoclorito pode levar à formação de subprodutos indesejáveis, como os trihalometanos (CHCl3), que se suspeita serem carcinogênicos. Em pH alcalino, o cloro pode ainda produzir cloraminas (NH2Cl), que é carcinogênica. Por esta razão, existe uma demanda por estratégias alternativas no controle desses microrganismos, dentre elas, a água eletrolisada. Mangas ‘Tommy Atkins’, colhidas em Ipanguaçu, RN, resfriadas a 5±1 °C por 24 horas e, posteriormente, minimamente processadas, foram tratadas com soluções de água eletrolisada contendo 0 mg L-1, 75 mg L-1, 150 mg L-1, 225 mg L-1 e 300 mg L-1 de cloro livre. Amostras, contendo 200 g foram avaliadas logo após os tratamentos e depois armazenadas (5±1 °C), por 6 e 12 dias. Nesses dias (0, 6 e 12), as amostras foram avaliadas quanto ao pH, sólidos solúveis (SS), acidez titulável (AT), vitamina C e carotenoides totais. Os SS decresceram de 17,8 °Brix para 14,7 °Brix à medida que a concentração de cloro ativo aumentou, enquanto a AT reduziu com o tempo, passando de 1,54% para 0,57%. Os carotenoides e a vitamina C variaram de forma aleatória em relação aos tratamentos e aos tempos de armazenamento refrigerado, possivelmente devido ao efeito da baixa temperatura no controle do metabolismo da manga minimamente processada. A análise dos dados permitiu concluir que as mangas tratadas com água eletrolisada, contendo 75 mg L-1 ou 225 mg L-1 de cloro livre, apresentaram melhor qualidade, com maior SS e menor AT, responsáveis pela maior relação SS/AT, que é um dos principais parâmetros qualitativos de sabor.

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Palavras-chave: Mangifera indica L., sanitizantes, inocuidade.

Apoio: CNPq, BNB, INCT-INFT. .

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Atividade antimicrobiana de diferentes óleos essenciais de plantas contra Staphylococcus aureus

Valéria Chaves Vasconcelos Batista1, Iana Maria Cristino Pereira1, Terezinha Feitosa Machado2, Rita de Cássia Alves

Pereira2 1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] Staphylococcus aureus é considerado um dos principais patógenos de origem alimentar, devido à sua capacidade de produzir uma ampla variedade de enterotoxinas termoestáveis. Agentes antimicrobianos, incluindo os conservantes de alimentos, têm sido utilizados para inibir o crescimento de bactérias de origem alimentar e estender a vida de prateleira de alimentos processados. Entre esses agentes, estão os óleos essenciais de plantas, conhecidos por retardar ou inibir o crescimento de bactérias, fungos, vírus e insetos. O objetivo deste trabalho foi avaliar, in vitro, a atividade antimicrobiana de diferentes óleos essenciais (OE) de plantas contra Staphylococcus aureus. Os OE foram obtidos a partir de folhas frescas de Cymbopogon citratus, Lippia Alba, Ocimum basilicum, Ocimum micranthum e Ocimum selloi, provenientes do Campo Experimental da Embrapa Agroindústria Tropical, localizado no Município de Paraipaba, Ceará. A atividade antimicrobiana dos óleos essenciais foi determinada utilizando o método de difusão em ágar, e a concentração inibitória mínima (CIM) foi determinada pelo método da microdiluição em caldo de cultura. Os resultados mostraram que todos os OE avalidados apresentam atividade antimicrobiana frente à espécie S. aureus e que o efeito antimicrobiano variou entre os OE. Os diâmetros dos halos de inibição do crescimento microbiano, gerados por difusão dos componentes dos OE em placas de ágar, variaram de 11±1,4 mm a 33±2,8 mm, sendo o maior halo produzido pelo óleo de C. citratus, seguido por L. alba, O. basilicum. O. micranthum e O. selloi. O potencial antimicrobiano dos OE foi também determinado pelas CIM, cujos valores variaram de 0,29 mg ml-1 a 1,56 mg ml-1, sendo a menor e a maior CIM do óleo de L. alba e O. basilicum, respectivamente. Devido à variação das propriedades de difusão e solubilidade dos diferentes óleos, os resultados obtidos pelo método de difusão em ágar não são diretamente comparáveis com os

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obtidos pelo método de microdiluição em caldo. No entanto, neste estudo, os óleos que apresentaram halos de inibição grandes tiveram valores de CIM baixos, indicando que apresentam notável atividade frente à S. aureus, mostrando o potencial desses óleos como antimicrobiano natural.

Palavras-chave: bactéria patogênica, intoxicação, ação antibacteriana.

Pós-graduação

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Influência das condições de extração sobre o teor de polifenóis totais e taninos de extratos da casca de

cajueiro

Adriana Dutra Sousa1*, Edy Sousa de Brito2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected]

Estudos com extratos fenólicos têm crescido ultimamente por causa do aumento da demanda mundial por esses compostos e suas crescentes aplicações em diversos setores. Entre os componentes polifenólicos estão os taninos, substâncias singulares entre os metabólitos secundários de vegetais. Tais compostos têm sido muito utilizados no curtimento de couro, como substitutos de fenol na produção de adesivos para madeira, como antioxidantes em bebidas e em aplicações médicas. As principais fontes de taninos são cascas de árvores. De acordo com alguns estudos, o caule de cajueiro possui grande potencial para ser utilizado como fonte de taninos. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência de algumas variáveis críticas sobre a extração de polifenóis totais e taninos da casca de cajueiro, a fim de otimizar o processo de extração. Neste estudo, foram utilizadas cascas do caule de cajueiro CCP 76, fornecidas pelo Campo Experimental de Pacajus da Embrapa Agroindústria Tropical. As extrações foram realizadas a quente, sob agitação constante, com controle de temperatura e utilizando água como solvente, de acordo com o planejamento experimental. Foi realizado um delineamento experimental composto central rotacional (23), com 4 pontos centrais, tendo como variáveis independentes: tempo (t, avaliado de 30 a 180 minutos), temperatura (T, de 30 °C a 100 °C), razão líquido/sólido (razão L/S, 5:1 a 30:1), e variáveis dependentes: teor de polifenóis totais (% casca), determinado pelo método Folin-Ciocalteu, e teor de taninos condensados (% casca), obtido pelo método da vanilina. O software Statistica (Statsoft versão 7.0) foi usado para tratar os dados, e os cálculos foram feitos ao nível de confiança de 95%. De acordo com os resultados, os efeitos razão L/S, temperatura, e sua interação são significativos, tanto para polifenóis como para taninos. Já a variável tempo só foi significativa para a extração de taninos. Com base nos gráficos de superfície de

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resposta, pôde-se verificar que a elevação da temperatura e da razão L/S resulta em um aumento no teor de ambos os compostos,, e o tempo de contato na faixa de 80 a 140 minutos favorece a extração dos taninos condensados. Comportamento semelhante foi observado na extração de taninos da casca de pinheiro. Finalmente, avaliando a relação das variáveis (T, t e razão L/S), a melhor condição encontrada para obter maiores teores de polifenóis e taninos foi: temperatura de 100 °C, por 100 min e razão L/S 30.

Palavras-chave: Anacardium occidentale L., otimização, superfície de resposta.

Apoio: CNPq, Funcap, Embrapa e UFC.

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Caracterização de celulose bacteriana obtida a partir de resíduos agroindustriais

Eden Batista Duarte1*, Danielly Bandeira Silveira1, Érika Patrícia Chagas Gomes1, Elígenes Sampaio do Nascimento1,

Helder Levi Silva Lima1, Maria de Fátima Borges2 1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] Os biopolímeros de origem microbiana têm sido amplamente estudados devido à alta regularidade estrutural e a algumas vantagens de sua obtenção, tais como: produção independente de condições climáticas, possibilidade de utilização de matérias-primas regionais e necessidade de espaço relativamente pequeno para produção. A celulose produzida pela linhagem de Gluconacetobacter hansenii, por exemplo, encontra-se entre os biopolímeros de maior interesse. Tradicionalmente, celulose bacteriana (CB) é produzida a partir de meios de cultura caros, contendo glicose como fonte de carbono e outras fontes de nutrientes, resultando em custos de produção muito elevados, o que limita o uso desse material para aplicações diversas. O uso de fontes mais baratas de carbono e nutrientes é uma estratégia interessante para superar essa limitação. Nesse contexto, alguns resíduos industriais ou subprodutos, como cana-de-açúcar, água de coco e sucos de frutas diversas já foram utilizados com sucesso para a produção de CB. O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial de outros resíduos da agroindústria, como suco de caju, resíduo líquido de sisal, soro de leite e xarope da algaroba, como meios alternativos para a obtenção da CB. Nessa perspectiva, a produção de CB nos resíduos investigados neste trabalho foi comparada com a produção em meio sintético contendo sacarose. Após a produção de CB, um protocolo de purificação e secagem, para fins de caracterização foram realizados. Até o momento, foram avaliadas algumas propriedades físico-químicas dos meios como acidez, pH e Brix. Os biopolímeros obtidos foram caracterizados mediante as técnicas de difração de raios X (DRX), espectroscopia de transformada de Fourier por raios infravermelhos (FTIR) e análise termogravimétrica (ATG). A análise dos difratogramas apresentou os dois picos principais de difração em 2θ=15° e 22,5° que são normalmente atribuídos à estrutura cristalina elementar da celulose. O espectro de infravermelho

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apresentou estiramentos próprios da celulose como a banda ao redor de 400 cm-1 a 700 cm-1, característica de torção angular dos grupos OH. A ATG indicou amostra com elevada umidade e degradação típica da celulose iniciando a 350 °C e sendo finalizada em torno de 600 °C. As análises indicaram que os biopolímeros apresentam características típicas de CB.

Palavras-chave: biopolímero, suco de caju, resíduo líquido de sisal.

Apoio: UFC, Funcap, CNPq, Capes, Rede Agronano, Embrapa.

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Avaliação de efeito funcional in vivo de sucos de frutas tropicais em ratos saudáveis

Ana Carolina da Silva Pereira1*, Ana Mara de Oliveira e Silva2, Jorge Mancini-Filho2, Ana Paula Dionísio3, Nédio Jair

Wurlitzer3, Isabella Montenegro Brasil1 1Universidade Federal do Ceará; 2Universidade de São Paulo; 3Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] Ensaios com animais podem fornecer informações sobre a eficácia antioxidante global de alimentos que, naturalmente, contêm diferentes compostos antioxidantes . Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito funcional de formulações de suco misto de frutas tropicais, com elevados teores de componentes bioativos e atividade antioxidante total, em ratos saudáveis. Foram avaliadas duas formulações de suco misto de frutas tropicais, FA (suco tropical misto de acerola, abacaxi, açaí, caju, cajá e camu-camu) e FB (suco tropical misto de acerola, abacaxi, açaí e cajá). Ratos Wistar machos foram distribuídos em 7 grupos: controle, e seis grupos de animais tratados com a reconstituição em água das formulações liofilizadas (FA e FB) em concentrações diferentes: 100 mg/kg, 200 mg/kg ou 400 mg/kg por via oral durante 30 dias. Foram avaliados índices nutricionais de consumo de ração e ganho de peso; análises bioquímicas deglicose, triglicerídeos, colesterol total, HDL (High Density Lipoprotein), Alanina Aminotransferase (ALT) e Aspartato Aminotransferase (AST); peroxidação lipídica do soro e tecidos (fígado, rins, coração e cérebro) pelo método TBARS (substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico) e atividade das enzimas antioxidantes, Catalase (CAT), Superóxido Dismutase (SOD) e Glutationa Peroxidase (GPx), nos eritrócitos e tecidos. Os resultados indicaram que os grupos tratados com formulações de sucos mistos não apresentaram diferença em relação aos índices nutricionais e parâmetros bioquímicos, incluindo a atividade das enzimas ALT e AST, indicando que as formulações não ocasionaram danos hepáticos aos animais. A FB 400 aumentou a concentração de HDL-c (colesterol bom) em relação ao grupo controle (p<0,05). Os grupos FA 100, FA 400, FB 200 e FB 400, promoveram uma redução da peroxidação lipídica no soro, e os grupos FA 100 e FA 200 reduziram os níveis de peroxidação lipídica no fígado, diferindo do grupo controle, indicando efeito antioxidante in vivo. Foi observado

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um aumento na atividade das enzimas CAT e GPx no coração pelo grupo FA 400, diferindo do grupo controle. O grupo FB 400 promoveu uma diminuição na atividade da enzima GPx nos eritrócitos e o grupo FA 200 reduziu a atividade das enzimas CAT e SOD no fígado, diferindo do grupo controle. As formulações de suco misto de frutas tropicais apresentaram efeitos benéficos, como o aumento na concentração de HDL-c (formulação B) e diminuição de marcadores de estresse oxidativo no soro e tecidos de animais saudáveis (formulação A e B).

Palavras-chave: alimentos funcionais, ensaios biológicos, biodisponibilidade.

Apoio: Capes, Embrapa Agroindústria Tropical.

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Crescimento e trocas gasosas em plantas de cajueiro-anão-precoce submetidas à salinidade em campo

Laíse Ferreira de Araújo1*, Reivany Eduardo Morais Lima1, Ênio Marques de Castro Silveira1, Amanda Soraya Freitas

Calvet1, Marlos Alves Bezerra2 1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical.*[email protected] O cajueiro (Anacardium occidentale L.), espécie amplamente cultivada em áreas sujeitas à salinização no Semiárido do Nordeste brasileiro, representa uma importante fonte de emprego e renda para a população dessa região. Objetivou-se com este trabalho avaliar as trocas gasosas de plantas de cajueiro-anão-precoce do clone ‘CCP 06’, cultivadas no campo Experimental de Pacajus, da Embrapa Agroindústria Tropical, Ceará, Brasil. Durante os 8 primeiros meses após o plantio no campo (Neossolo Quartzarênico Distrófico Podzólico), as mudas de cajueiro-anão-precoce ‘CCP 06’, clone muito utilizado como porta-enxerto, foram irrigadas com água de poço (0,4±0,2 dS m-1). Após esse período, iniciou-se a aplicação dos tratamentos, que consistiu da irrigação, via microaspersores, das soluções salinas com condutividades elétricas (CEa) de 0,4 dS m-1; 1,5 dS m-1; 3,0 dS m-1; 4,5 dS m-1 e 6,0 dS m-1. Os tratamentos foram dispostos em blocos ao acaso, com quatro repetições de quatro plantas cada repetição. As variáveis de crescimento e desenvolvimento (altura e diâmetro do caule da planta) e de trocas gasosas (fotossíntese, transpiração e condutância estomática) foram mensuradas 60 dias após o início da aplicação dos tratamentos. As medições de trocas gasosas foram realizadas com o auxílio de um analisador de gás no infravermelho IRGA (LCPro, ADC, Hoddesdon, UK), entre 9h e 12h, nas folhas mais desenvolvidas. As análises estatísticas foram realizadas no aplicativo computacional GENES. Não houve diferença significativa entre as variáveis estudadas para o clone ‘CCP 06’. As médias das variáveis de trocas gasosas (fotossíntese, transpiração e condutância estomática) equivaleram a 14,86 µmol m-2 s-1, 5,75 mmol m-2 s-1 e 0,41 mol m-2 s-1, respectivamente. Em relação aos dados de crescimento, as médias de altura e diâmetro da planta ficaram em torno de 96,8 cm e 25,7 mm, respectivamente. A partir dos resultados obtidos, conclui-se que, nas condições estudadas, o aumento da salinidade não afetou

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as variáveis de crescimento e de trocas gasosas das plantas de cajueiro-anão-precoce do clone ‘CCP 06’.

Palavras-chave: Anacardium occidentale L., fotossíntese, condutividade elétrica, irrigação.

Apoio: UFC, Funcap, CNPq e INCTSal.

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Estudo das propriedades mecânicas, de barreira ao vapor de água e opacidade de filmes poliméricos à base de

amido, goma de cajueiro e montmorilonita

Alaídes Maria Borba Pinto1*, Talita Macedo dos Santos1, Henriette Monteiro Cordeiro de Azeredo2

1Universidade Federal do Ceará; 2 Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] A substituição dos plásticos convencionais por materiais biodegradáveis vem mobilizando cientistas e ambientalistas há algum tempo. Nesse contexto, o interesse na utilização de produtos de fontes renováveis na produção de materiais plásticos com caráter biodegradável tem se intensificado. Entre os biopolímeros, o amido tem lugar de destaque, por sua alta disponibilidade, baixo preço e razoável desempenho. No Brasil, uma das fontes mais utilizadas para extração de amido é a mandioca. A goma de cajueiro é um heteropolissacarídeo complexo exsudado de árvores de cajueiro (Anacardium occidentale), cujo monômero predominante é a galactose, e que tem sido sugerida como substituta da goma arábica pela semelhança nas estruturas e propriedades físico-químicas de ambas. A preparação de nanocompósitos poliméricos permite em muitos casos encontrar um compromisso entre baixo custo, devido à utilização de menor quantidade de carga em comparação aos compósitos convencionais, e um elevado nível de desempenho em termos mecânicos, térmicos e de barreira sem comprometer a processabilidade. A montmorilonita (MMT) é um excelente material de reforço que tem sido incorporado a filmes biodegradáveis. O objetivo deste trabalho foi elaborar e avaliar as propriedades mecânicas, de barreira ao vapor de água e opacidade em filmes biodegradáveis a partir de misturas entre amido e goma de cajueiro (1:1, m:m) adicionadas de diferentes concentrações de montmorilonita (0% a 15% - MMT) e tempos de ultrassom (0 min a 5min), segundo um delineamento composto central, utilizando-se glicerol foi utilizado como plastificante (30%, base seca) e polissorbato (1%) como surfactante. Os filmes foram formados por casting (deposição). O incremento de MMT e os tempos de ultrassom utilizados durante o processo de preparação dos filmes interferiram nas propriedades óticas, de barreira e mecânicas dos filmes poliméricos desenvolvidos. A permeabilidade ao vapor de

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água foi significativamente (p<0,05) reduzida pela MMT. A resistência à tração e o módulo elástico apresentaram valores máximos em uma faixa intermediária de concentração de MMT. A elongação diminuiu com o acréscimo de MMT, tornando os filmes mais frágeis. Com o aumento do ultrassom, a resistência à tração e o módulo tenderam a aumentar. O acréscimo de MMT aumentou sua opacidade.

Palavras-chave: filmes biodegradáveis, nanocompósitos poliméricos, goma de cajueiro, nanoargilas.

Apoio: Embrapa, CNPq, Capes.

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Avaliação da hidrólise alcalina com NaOH para otimização da produção de metano a partir da fibra do mesocarpo do

dendê

Adriana Guimarães Costa1, Gleycielle Cavalcante Pinheiro1, Francisca Gleyciara Cavalcante Pinheiro2, Alexsandro Viana

Freitas1, Ana Cassales Ribeiro3, Renato Carrhá Leitão3 1Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Ceará; 2Universidade Federal do Ceará; 3 Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] O fruto do dendê é constituído por uma polpa carnuda externa (mesocarpo) que envolve uma castanha, dentro da qual há uma semente. Segundo Venturieri (2011), a área de plantio de dendê no Brasil passou de 28.160 ha em 1985 para 117.689 ha em 2011. Considerando-se que são produzidos de 25 a 28 t/ha.ano de cachos e que são geradas 12 t de fibra do mesocarpo do dendê para cada 100 t de cachos processados (FURLAN, 2006), pode-se estimar que o Brasil produziu no ano de 2011 cerca de 374,25 x 103 t de fibra do mesocarpo do dendê, a qual é constituída basicamente por 18,2% de celulose, 18,4% de hemicelulose e 38% de lignina. Este trabalho teve como objetivos avaliar diferentes tipos de pré-tratamentos a serem aplicados à fibra do mesocarpo do dendê visando à digestão anaeróbia e por fim determinar a biodegradabilidade anaeróbia e o potencial de produção de metano desse resíduo com e sem pré-tratamento. A hidrólise se deu sob as condições: tempo: 26-74 min; Temperatura: 136-184 oC; concentração de hidróxido de sódio [NaOH] (1,75-3,25 M). Após análise estatística (Statistic 7.0), observou-se que a hidrólise alcalina atingiu a máxima eficiência de remoção de lignina de 80%, sob as condições: 50 min, 184 oC e 1,75 M [NaOH]. A hidrólise que apresentou maior eficiência de remoção de lignina foi testada em termos de biodegradabilidade e de potencial de produção de metano (PPM), sendo atingida 99% de biodegradabilidade e 293,74 mlCH4

/g hidrolisado seco de PPM. Para avaliação da influência do pré-tratamento sob o PPM foi também avaliada a fibra bruta, a qual obteve 13% de biodegradabilidade e 65 mLCH4

/g fibra seca de PPM. A partir dos resultados, pôde-se concluir que a hidrólise com NaOH aferiu um aumento de 47% sob o PPM em relação a fibra bruta.

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Palavras-chave: hidrolisado, ácida, alcalina.

Apoio: CNPq, Embrapa Agroindústria Tropical, IFCE.

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Caracterização térmica e perfil de textura de gel do amido de manga Tommy Atkins

Edna M.S. Cordeiro1*, Gabriela I. Figueiredo2, Priscila A. Nobre2, Jessica S. de Almeida3, Men de Sá Moreira de Souza

Filho4, Morsyleide de Freitas Rosa4, Lílian C. Alexandre4; Edson Noriyuki Ito1, Carlos A. Cáceres5

1Universidade Federal do Rio Grande do Norte; 2Universidade Federal do Ceará; 3Universidade Estadual do Ceará; 4Embrapa Agroindústria Tropical; 5Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira.*[email protected] O amido é um polissacarídeo constituído por cadeias de amilose e amilopectina. Pode-se dizer que a funcionalidade do amido é devido à proporção dessas macromoléculas que influenciam nas propriedades do amido, como a gelatinização e a retrogradação. O objetivo deste estudo foi avaliar as propriedades do amido extraído das amêndoas do caroço de manga (AM) por meio de análise térmica e do perfil de textura de gel. A amostra na forma de suspensão foi preparada na proporção de 1:4 (amido:água) e, após, foi realizada analise térmica por meio da Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC - Q20, TA Instruments), utilizando uma taxa de aquecimento de 10 ºC min-1 e foram determinadas as temperaturas de início (T0), pico (TP), final (TF) e a entalpia (∆H) de gelatinização. Para analisar a retrogradação, a mesma amostra, anteriormente utilizada, foi armazenada a 4 °C por 18 dias e submetida a uma segunda análise de DSC sob as mesmas condições anteriores. A força de gel foi avaliada em Texturômetro TA.XT Plus a 25 °C. Para tal foram preparadas suspensões dos amidos a 5%, 7% e 10% de sólidos totais e foram gelatinizadas a partir do aquecimento a 80 ºC por 10 min sob agitação e armazenada em temperatura ambiente. A análise de DSC mostrou temperaturas T0=72,7 ºC, TP=77,96 ºC, TF=86,76 ºC e ∆H=5,9 J g-1 de gelatinização relacionadas ao processo de fusão das duplas hélices da amilopectina e, consequentemente, perda de cristalinidade. O amido retrogradado apresentou menores temperaturas (T0=40,51; TP=50,93 e TF=67,55 ºC) e ∆H=3,07 J g-1, pois, durante o fenômeno de retrogradação, se formam cristais pequenos e imperfeitos que se fundem em menor temperatura. A força do gel do amido foi de 126,1 g f próxima do valor do amido proveniente do arroz de média amilose (151,4 g f) e

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acima do valor determinado para amido de milho normal (38,8 g f), todos a 10% de sólidos totais. Foram analisados géis de amido AM em diferentes concentrações de 5%, 7% e 10% e observado um aumento crescente da força de 18,9 g f; 97,5 g f e 126,1 g f, respectivamente. Assim, quanto maior o teor de amido, maior a força de gel e a retrogradação. O estudo das propriedades térmicas e força de gel do amido proveniente do caroço da manga permitiram mostrar que essa matéria-prima apresenta potencial para utilização industrial e desenvolvimento de novos produtos em diferentes áreas de aplicação.

Palavras-chave: força gel, gelatinização, retrogradação.

Apoio: Embrapa, Capes, Rede Agronano

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Caracterização térmica e física de painéis elaborados com casca de coco-verde

Celso P. Araujo Junior1, Morsyleide de Freitas Rosa2, Adriano Lincoln Albuquerque Mattos2, Mén De Sá Moreira De Souza

Filho2, Carlos Cáceres2 1Universidade Federal do Ceará; 2 Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] O consumo crescente da água de coco gera uma grande quantidade de resíduo de difícil gerenciamento. O aproveitamento dessa biomassa reduz o acúmulo de resíduos, agrega valor à cadeia produtiva, gera renda e aumenta a vida útil dos aterros sanitários. Uma possibilidade é utilizar a casca de coco-verde na manufatura de painéis como alternativa aos painéis elaborados com madeira. Uma das vantagens do uso da casca de coco é seu alto teor de lignina, que, sob condições adequadas de pressão e temperatura, pode funcionar como um ligante natural dispensando o uso de resinas sintéticas para aglutinar as fibras. Em geral, essas resinas são formuladas com formaldeído, substância derivada do petróleo e potencialmente causadora de câncer. A partir desses painéis, é possível fabricar móveis, divisórias, pisos e revestimentos sem a necessidade de efetuar o corte de espécies florestais. O presente trabalho teve como objetivo realizar uma análise térmica da matéria-prima e testes de inchamento e absorção de água de painéis elaborados com fibra e pó da casca do coco-verde. Painéis de 5 mm de espessura foram confeccionados em uma termoprensa hidráulica, utilizando 20 toneladas de pressão por um tempo de 2min. Foram utilizadas as seguintes temperaturas de prensagem: 190 °C, 205 °C, 220 ºC, 230 °C e 240 °C. A análise térmica foi realizada em Calorímetro diferencial de Varredura, DSC Q20 da TA Instruments. Para as análises de inchamento de espessura e absorção de água, foi aplicada a norma da ABNT NBR 14810-3:2006. Os resultados de DSC mostraram que a lignina apresenta um evento endotérmico muito largo, se estendendo desde 40 °C a 160 °C, e um pico em torno de 100 °C, que é relacionado com o ponto de fusão da lignina. Esse tipo de comportamento mostra que a fusão da lignina acontece em uma faixa bastante ampla, não estando restrita a uma única temperatura. Conforme os resultados, verificou-se que o aumento da temperatura de prensagem reduz os

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valores de inchamento em espessura e absorção de água dos painéis. Os painéis obtidos a 240 °C, 2 min de prensagem e 5 mm de espessura foram considerados os mais promissores, com inchamento de 6% e 13% para 2 e 24 horas de imersão em água destilada, respectivamente. A absorção de água foi de 14% e 22%. Esses valores foram superiores àqueles obtidos com painéis comerciais, tipo MDF, representando uma alternativa real de agregação valor resíduos da agroindústria do coco-verde.

Palavras-chave: fibras vegetais; resíduos; chapas aglomeradas.

Agradecimentos: Embrapa Agroindústria Tropical

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Eficiência de absorção de N, P e K em porta-enxertos de cajueiro-anão-precoce

Luiz Francinélio Cavalcante Júnior1*; Carlos Alberto Kenji Taniguchi2; Ismail Soares1; Luiz Augusto Lopes Serrano2; Dheyne Silva Melo2; Francisco das Chagas Vidal Neto2

1Universidade Federal do Ceará, 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] Para muitas espécies, estudos demonstram que os genótipos diferem entre si em vários aspectos relacionados à absorção, transporte e redistribuição de nutrientes, resultando, assim, em variação na concentração, no acúmulo e na exportação desses elementos pelos órgãos das plantas. Objetivou-se com este trabalho avaliar a eficiência de absorção de N, P e K em porta-enxertos de cajueiro-anão-precoce. O experimento foi conduzido em telado localizado no Campo Experimental de Pacajus da Embrapa Agroindústria Tropical. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso com 12 clones de cajueiro-anão-precoce (CCP 06, CCP 09, CCP 76, Embrapa 50, Embrapa 51, BRS 189, BRS 226, BRS 253, BRS 265, BRS 274, BRS 275 e CCP 1001) e quatro repetições, totalizando 48 unidades experimentais. As castanhas foram semeadas em tubetes com capacidade para 288 cm3

e preenchidos com substrato constituído por casca de arroz carbonizada, bagana de carnaúba triturada e solo, na proporção de 2:1:1, respectivamente (v:v:v). Os porta-enxertos foram mantidos por 61 dias. Ao final desse período, foram coletadas 10 plantas por unidade experimental para obtenção de produção de matéria seca e para a determinação de N, P e K na parte aérea e nas raízes. A eficiência de absorção (EA), calculada considerando a quantidade total do nutriente na planta e a matéria seca das raízes, foi submetida à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Os clones de cajueiro-anão-precoce foram diferentes quanto à eficiência de absorção de N, P e K. Os clones BRS 274 e BRS 275 apresentaram eficiência de absorção de N de 81 e 148 mg g-1, respectivamente. Para o P, o clone BRS 274 apresentou menor EA que o CCP 06, CCP 76, Embrapa 50, BRS 265 e o CCP 1001 e, para K, menor que o CCP 06, Embrapa 50 e BRS 265.

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Palavras-chave: eficiência nutricional, raízes, Anacardium occidentale L.

Apoio: Embrapa.

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Análise comparativa de metodologias de obtenção de polpas tratadas de fibras do dendê resultantes da

prensagem de seu mesocarpo

Nágila Freitas Souza1*, José Aurélio Pinheiro2, Ana Iraidy S. Brígida3, Ana Carolina de Oliveira Nobre, Lílian Chain

Alexandre3, Morsyleide de Freitas Rosa3, Men de Sá Moreira Souza Filho3

1Universidade Federal do Ceará; 2Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará; 3Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] Os resíduos fibrosos das oleaginosas gerados durante o processo de extração do biodiesel causam impacto ao meio ambiente. Com o objetivo de amenizar tais danos, o presente trabalho analisou a aplicabilidade das fibras da prensagem do mesocarpo do dendê (Elaeis guineensis), comparando duas metodologias relacionadas ao pré-tratamento das fibras branqueadas. Foram realizadas as seguintes análises das fibras branqueadas: número Kappa, colorimetria, microscopia eletrônica de varredura (MEV) e as caracterizações químicas das fibras brutas. Inicialmente, para as duas metodologias, as fibras foram moídas em moinho de facas (Tecnal-TE 058) e selecionadas com auxílio de uma peneira granulométrica de 35 mesh. Na metodologia 1, as fibras foram submetidas a uma lavagem com água a 50 °C, por 2 horas, na razão de 1:5 (g mL-1) e secas até peso constante em estufa elétrica. Após secagem, foram tratadas com solução alcalina de NaOH 2% (m v-1) por 120 minutos a 80 oC na razão de 1:5 (g mL-1) para remover parcialmente lignina e hemiceluloses. Foram utilizados 5 g de fibra com 100 mL de H2O2 20 % (v v-1) e 30 mL de NaOH 4% (m v-1) por 90 minutos a 55 0C, objetivando remover a lignina residual que ainda persistia nas fibras. Na metodologia 2, depois de moídas, as fibras foram submetidas a um tratamento com etanol 50% e água na proporção de 1:10 (g mL-1) durante 1 hora em autoclave com as seguinte condições: 1 atm e 120 0C. Em seguida, as fibras foram lavadas com água e secas até peso constante em estufa elétrica. Após secagem, o material foi submetido ao mesmo branqueamento utilizando: 5 g de fibra com 100 mL de H2O2 20 % (v v-1) e 30 mL de NaOH 4% (m v-1), por 90 minutos a 55 0C. Comparando as metodologias de tratamento das fibras investigadas, pôde-se

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observar maior eficiência no tratamento realizado com a metodologia 1, promovendo uma fibra mais branca, de superfície mais exposta, e com valores de alvura maiores do que os obtidos com a metodologia 2. As fibras que apresentaram melhor branqueamento serão utilizadas como reforço em materiais poliméricos com o intuito de melhorar suas propriedades mecânicas e biodegradabilidade.

Palavras-chave: fibras de dendê, branqueamento, lignina.

Agradecimentos: CNPq, Capes, Rede Agronano, Embrapa

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Influência de nanocristais de celulose sobre propriedades mecânicas, ópticas e de barreira de filmes de gelatina

obtida de resíduos de tilápia

Talita Macedo dos Santos1*, Alaídes Maria Borba Pinto1, Morsyleide de Freitas Rosa2, Men de Sá Moreira de Souza

Filho2, Henriette Monteiro Cordeiro de Azeredo2 1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected]

A gelatina vem sendo estudada para utilização em filmes comestíveis devido à abundância de sua matéria-prima, baixo custo de produção e disponibilidade global, além de excelente propriedade de formar filmes. Filmes de gelatina apresentam boa propriedade de barreira ao oxigênio, mas uma barreira relativamente pobre ao vapor de água. Devido a diversas razões, tais como proibições religiosas e preocupações sobre a disseminação da encefalopatia espongiforme bovina as alternativas para fontes não convencionais de gelatina estão em crescente demanda. Por ser uma alternativa potencial, gelatinas de peixes vêm sendo bastante estudadas, destacando-se a tilápia como fonte potencial desse material pela grande quantidade de resíduos ricos em colágeno oriundos da produção de filé em escala industrial. O objetivo do presente trabalho foi o de desenvolver filmes biodegradáveis a partir de gelatina de tilápia adicionada de nanocristais de celulose e plastificados com glicerol, avaliando suas propriedades mecânicas, de barreira ao vapor de água e sua opacidade. A gelatina foi obtida a partir dos resíduos da filetagem de tilápia e os nanocristais de celulose (NC) foram extraídos de línter por meio de hidrólise ácida de 90min. A formulação do filme foi feita com 9% de gelatina de peixe, 25% de glicerol (com base na massa seca de gelatina), variando a quantidade de nanocelulose e o uso de ultrassom na preparação do filme, a partir das seguintes combinações: 0%, 5%, 10% ou 15% de NC, sem ou com ultrassom (10 minutos). Os filmes foram obtidos por deposição (casting) e foram avaliadas: a permeabilidade a vapor de água (PVA), as propriedades mecânicas (resistência a tração, elongação na ruptura e módulo elástico) e a opacidade. A redução de PVA foi significativa (p <0,05) com o aumento de NC a 15% sem ultrassom e na concentração de 10% com ultrassom, indicando que os NC são efetivos para melhorar a barreira ao vapor de água, e que

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o uso de ultrassom melhora sua eficiência. Com o aumento da concentração de NC, a resistência a tração e o módulo elástico dos filmes melhoraram significativamente (a partir de 5%), enquanto a elongação não variou significativamente. O uso de ultrassom aumentou o módulo elástico dos filmes, não apresentando influência na resistência a tração e na elongação. A opacidade não variou com os tratamentos, o que indica que os nanocristais de celulose e o ultrassom não afetaram a transparência dos filmes.

Palavras-chave: nanocelulose, pescado, embalagens, nanocompósitos.

Apoio: Embrapa, CNPq, Capes.

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Pegada de carbono do melão amarelo

Viviane da Silva Barros1, Tayane Lima Santos1, Carolien Kroeze3, José Potting4, Imke de Boer5, Maria Cléa Brito de

Figueirêdo1 1Embrapa Agroindústria Tropical; 2Wageningen University. *[email protected]

O Brasil é o segundo maior exportador mundial de melão, sendo a região do Baixo Jaguaribe e Açu (RN e CE) responsável por 99% das exportações. Este trabalho tem como objetivo calcular a pegada de carbono do melão amarelo, considerando incertezas e cenários de produção. Utilizou-se a avaliação de ciclo de vida, restrita a categoria mudança climática, na quantificação da pegada de carbono. O sistema de produto abrange a produção de sementes, de mudas, de frutos do melão, empacotamento dos frutos, produção e transporte de insumos utilizados nesses processos, transporte de melão para a Europa, e descarte de resíduos sólidos. As quantidades de insumos foram levantadas junto às fazendas de melão situadas na região do Baixo Jaguaribe, Açu. Os gases de efeito estufa foram estimados utilizando fatores de emissão utilizados nos inventários do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, 2006) e no Inventário Brasileiro de Gases de Efeito Estufa (MCT, 2010). A pegada de carbono encontrada na situação de referência para o melão amarelo varia de 632 a 787 kg CO2-eq por tonelada de melão exportado. A produção de melão responde por 36% dessa pegada, com emissões relacionadas principalmente ao gás carbônico, resultante da mudança no uso da terra, e ao óxido nitroso, emitido após a fertilização do solo. Essa pegada poderia ser reduzida em 24% caso a produção ocorresse em área ocupada com agricultura a mais de 20 anos e em 6%, caso doses menores de nitrogênio sejam aplicadas na produção de melão.

Palavras-chave: mudanças climáticas, gases de efeito estufa, avaliação de ciclo de vida.

Apoio: CNPq, Capes.

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Aproveitamento integral da fibra de coco-verde

Diego Magalhães do Nascimento1*, Maria Cléa Brito Figueirêdo2, Men de Sá Moreira de Souza Filho2, Morsyleide

de Freitas Rosa2 1Universidade Federal do Ceará; 2 Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] O consumo da água de coco in natura tem como subproduto a sua casca, que corresponde a 85% do peso bruto do fruto e representa 70% do lixo gerado nas praias. Diante desse quadro, o uso desse resíduo como fonte para elaboração de produtos inovadores apresenta uma real oportunidade para o setor produtivo e comercial do coco-verde, inserindo em sua cadeia de produção, produtos de alto valor agregado e reduzindo os impactos ambientais negativos provocados pelas cascas do coco. O objetivo deste trabalho consistiu na obtenção de nanowhiskers de celulose (NWC) e lignina acetosolv (LA) a partir de fibras da casca do coco-verde (FCCV). A deslignificação foi realizada sob refluxo com ácido acético e HCl como catalisador, sendo a lignina recuperada pela diluição do licor negro ao final do processo. A fibra foi submetida a reações de oxidação com peróxido de hidrogênio em meio alcalino para eliminação da lignina restante e purificação da celulose. Os NWC foram isolados via hidrólise com H2SO4 30% (v/v) durante 6 horas a 60 ºC. A análise estrutural foi realizada por Espectroscopia de Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR) e Difração de Raios X (DRX). A estabilidade térmica em diferentes etapas do processo foi investigada por análise termogravimétrica (TGA). A estabilidade e o tamanho dos NWC foram obtidos por medidas de Potencial zeta (ζ) e espalhamento de luz (DLS), respectivamente. Os resultados obtidos pelo FTIR mostraram a ausência de bandas típicas da lignina na fibra após os tratamentos químicos e confirmaram a recuperação da lignina removida (LA). O índice de cristalinidade e a estabilidade térmica das fibras tratadas quimicamente apresentaram aumentos significativos após cada etapa quando comparados com a fibra in natura. O resultado da DRX revela que a cristalinidade dos NWC apresenta valor superior ao da celulose purificada, indicando que a região amorfa da celulose foi removida com sucesso. Contudo, a estabilidade térmica dos NWC foi inferior ao da fibra, devido à incorporação de grupos éster

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sulfato na sua superfície durante a etapa de hidrólise. Em decorrência dessa modificação, os NWC obtidos apresentaram um potencial ζ de -32 mV, considerado suficiente para a obtenção de uma suspensão coloidal estável. O tamanho médio dos NCC quantificados por espalhamento de luz dinâmico apresentou duas populações em tamanhos médios de 44 nm e 180 nm. Entretanto, devido ao modelo matemático adotado na determinação do tamanho, esses valores podem estar superestimados.

Palavras-chave: casca do coco-verde, resíduo, celulose, lignina.

Apoio: CNPq.

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Caracterização química e morfológica das fibras do pseudocaule da bananeira (Musa spp.) para reforço em

novos materiais compósitos

André Luís Sousa Pereira1, Judith Pessoa de Andrade Feitosa1, Men de Sá Moreira de Souza2, Morsyleide de Freitas

Rosa2 1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected]

O crescimento populacional vem demandando um aumento expressivo da produção agrícola, com consequente geração de resíduos. Dentre as oportunidades para agregação de valor a esses resíduos, destaca-se a elaboração de novos materiais, incluindo os compósitos. O Brasil apresenta várias fontes lignocelulósicas que se enquadram nesse campo, principalmente aquelas obtidas após a colheita de lavouras de commodities como cana-de-açúcar, algodão e banana. Nesse contexto, o aproveitamento dos resíduos da bananicultura surge como alternativa atraente, tanto do ponto de vista agronômico quanto ambiental. Fibras de origem vegetal são renováveis e biodegradáveis, mas apresentam particularidades inerentes a cada tipo de fibra que influenciam na compatibilidade com matrizes poliméricas e, consequentemente, no desempenho do compósito resultante. Nesse particular, o conhecimento das características da fibra é essencial para que o processo de elaboração do novo material seja o mais eficiente possível. Neste trabalho, o pseudocaule da bananeira foi dividido em quatro diferentes frações para análise de sua composição química e morfológica (Microscopia Eletrônica de Varredura, MEV): parte externa (E, 41,32% em massa), consistindo de lâminas esverdeadas e abertas; parte central (C, 27,17% em massa), cujas lâminas são amareladas e abertas; parte interna (I, 20,63% em massa), composta por lâminas brancas, frágeis e concêntricas; e núcleo (N, 10,88% em massa), que se trata de uma peça inteiriça fibrosa, frágil e de cor branca. As frações mais internas do pseudocaule (I e N) exibiram os maiores conteúdos de umidade (E=7,67%; C=8,47%; I=12,27%; N=11,6%) e cinzas (E=12,47%; C=12,85%; I=14,42%; N=14,77%), bem como de extrativos (E= 24,61%; C=33,93% < I=48,63%; N=55,29%), possivelmente em razão da função de transporte de nutrientes exercida por essas frações do pseudocaule.

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O grupo EC apresentou os maiores valores de lignina (E=8,4%; C=6,46%; I=2,75%; N=4,77%) e alfacelulose (E=22,86%; C=18,26%; I=7,85%; N=4,56%), características químicas associadas às funções de rigidez e resistência na planta. As análises microscópicas permitiram observar que o grupo EC é composto por fibras compactadas em grandes feixes e, apesar do grupo IN também possuir tal configuração, suas fibras se apresentaram mais estreitas, semelhantes a tubos ou canais, que corroboram com a possível função de transporte de nutrientes, já relatada. Em razão de o grupo EC apresentar os maiores conteúdos de celulose, em geral associada à função estrutural, as frações E e C são as mais indicadas para a incorporação em materiais compósitos, objetivando o reforço de matrizes poliméricas.

Palavras-chave: alfacelulose, extrativos, resíduos.

Apoio: CNPq, Capes, Funcap.

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Produção de biomassa por linhagens do gênero Bacillus utilizando diferentes fontes de carbono

Bruno de Oliveira Klainer1*, Marcus Rebouças1, Natália Moura de Vasconcelos2, Gustavo Adolfo Saavedra Pinto2

1Universidade Federal do Ceará.2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected]

O desenvolvimento de um processo biotecnológico requer o cultivo de células microbianas em meio de cultivo economicamente competitivo. Nas indústrias, deseja-se baratear o processo de cultivo de linhagens de interesse biotecnológico, pelo uso de fontes alternativas de carbono e nitrogênio. O objetivo da presente investigação foi avaliar o crescimento de três linhagens bacterianas em meio NYD, com substituição da dextrose presente na composição desse meio, por componentes de baixo custo comercial (açúcar cristal comercial, melaço de cana e melaço de soja). As linhagens empregadas no estudo foram isoladas de material vegetal, identificadas como ENF24 (Bacillus pumillus), E2 (Bacillus sp.) e RAB9 (Bacillus sp.). Os experimentos foram conduzidos em Erlenmeyers de 250 mL, com 100 mL de meio reacional, empregando inóculo proveniente de um cultivo de 24 horas em meio com açúcar cristal. O inóculo representou 1% (v v-1) do meio de fermentação. As fermentações ocorreram a 30 oC sob agitação de 150 rpm. Nos testes, a dextrose no meio padrão NYD (composição em g L-1: extrato de carne – 3 ; extrato de levedura – 5 ; peptona – 5 ; dextrose – 10 ; água destilada – q.s.p.) foi substituída, na mesma concentração, por sacarose presente no açúcar cristal comercial e nos melaços de cana e de soja. As curvas de crescimento dos microrganismos avaliados foram realizadas nos tempos de incubação de 4, 8, 24, 32, 48 e 72 horas, para os meios com açúcar cristal comercial e, de 4, 8, 16, 20, 24 e 28 horas para os meios contendo melaços de cana e de soja. A biomassa produzida foi quantificada espectrofotometricamente a 600 nm com o auxílio de curva-padrão de peso seco. Os meios de cultivo, em que houve a substituição da dextrose por sacarose (meios com açúcar cristal comercial e melaços de cana de soja), promoveram maior crescimento dos microrganismos estudados. A linhagem RAB9, cultivada em meio com melaço de cana durante 20 horas, apresentou produção de biomassa superior a 3 g L-1, não

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ultrapassando 0,94 g L-1 em meio NYD a um intervalo de 24 horas de fermentação. Para ENF24, a maior produção de biomassa (5,28 g L-1) foi verificada em cultivo de 72 horas no teste com açúcar cristal, em contrapartida, a máxima produção em meio NYD foi 4,56 g L-1 em 48 horas de incubação. A linhagem E2 exibiu maior produção de biomassa em meio contendo melaço de soja (1,24 g L-

1) em 28 horas de fermentação, superior ao maior valor registrado no teste com meio NYD (0,62 g L-1).

Palavras-chave: açúcar cristal, melaço de cana e melaço de soja.

Apoio: Funcap.

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Produção de biomassa de bactérias do gênero Bacillus promotoras de crescimento para inoculação em mudas de

bananeira

Cívita Teixeira de Sousa1*, Natália Moura de Vasconcelos2, Gustavo Adolfo Saavedra Pinto2

1Universidade Federal do Ceará.2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] As bactérias promotoras de crescimento em plantas (BPCP) representam uma parcela funcional ativa da biota do solo. Elas estão presentes na rizosfera, no rizoplano e no interior de plantas hospedeiras. O uso biotecnológico dessas bactérias tem se intensificado nos últimos anos. O gênero Bacillus vem sendo continuamente citado em estudos relacionados à promoção de crescimento em espécies vegetais. Algumas espécies podem ser aplicadas no tratamento de sementes, órgãos de propagação vegetativa e mudas. Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a produção de biomassa de bactérias do gênero Bacillus, isoladas de plantas, com potencial uso na agricultura, particularmente na promoção de crescimento de mudas de bananeira. As linhagens de Bacillus empregadas no estudo foram isoladas de material vegetal e pertencentes ao grupo das bactérias epifíticas e endofíticas, identificadas como RAB9 (Bacillus sp.), C210 (Bacillus cereus), E2-ni (Bacillus sp) e ENF24 (Bacillus pumilus). Inicialmente, foram determinadas as curvas de crescimento dos microrganismos para estabelecer a fase exponencial. Esses testes preliminares ocorreram em shaker orbital a 30 ºC sob agitação de 150 rpm durante diferentes tempos de incubação (4, 8, 24, 32, 48 e 72 horas). A etapa subsequente do estudo consistiu em testes de fermentação em biorreator de bancada, inoculados com a linhagem RAB9, selecionada na etapa anterior. Os testes em biorreator ocorreram em regime de batelada simples, volume operacional de 2 L com meio NYD, nos quais foram avaliados, por planejamento experimental, os efeitos da adição de diferenças concentrações de peptona (5 g L-1, 10 g L-1, 25 g L-1e 50 g L-1), a adição de K2HPO4, e MgSO4.7H2O (concentrações de 0,5 g L-1e 1 g L-1) e ainda vazões de ar de 2 vvm e 4 vvm (injeção no meio de fermentação) na produção de biomassa. Amostras foram retiradas a cada 2 horas para a quantificação da biomassa produzida espectrofotometricamente a

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600 nm, com o auxílio de curva-padrão de peso seco e do teor de grupos redutores totais, determinados pelo método espectrofotométrico do ácido 3,5-dinitrosalicílico - DNS). Os testes em biorreator demonstraram que a modificação do meio NYD com adição de peptona, na concentração de 50 g L-1, e o meio NYD com peptona (50 g L-1) associada aos elementos secundários K2HPO4, (1,0 g L-1) e MgSO4.7H2O (1,0 g L-1) foram importantes no aumento da biomassa, registrando-se, respectivamente 1,32 g L-1 e 1,66 g L-1

de biomassa produzida.

Palavras-chave: bactérias epifíticas e endofíticas, peptona, elementos secundários.

Apoio: Capes.

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Relações entre o desempenho de caracteres de importância agronômica em progênies de cajueiro

Egnesio Holanda Vale1*, José Jaime Vasconcelos Cavalcanti2,

Maraisa Crestani Hawerroth1, Tomil Ricardo Maia de Sousa1, Francisco das Chagas Vidal Neto1, Dheyne Silva Melo1

1Embrapa Agroindústria Tropical; 2Embrapa Algodão. *[email protected]

Os programas de melhoramento genético do cajueiro têm a responsabilidade de disponibilizar, constantemente à comunidade produtora, genótipos superiores, com elevado potencial produtivo e adaptados aos ambientes de cultivo. O entendimento da dinâmica dos principais caracteres de interesse agronômico é de grande importância para a definição de estratégias, que venham a auxiliar na obtenção de ganhos genéticos. Logo, objetivou-se estimar as correlações entre caracteres de importância agronômica em progênies de híbridos F1 de cajueiro cultivados nas safras 2010 e 2011. O experimento foi instalado em março de 2007 no Campo Experimental de Pacajus – Embrapa Agroindústria Tropical, seguindo o delineamento em blocos ao acaso, com quatro repetições constituídas por parcelas com quatro plantas, distribuídas em espaçamento de 6,0 m entre plantas e 8,0 m entre linhas. Foram avaliadas sete progênies de híbridos F1 de cajueiro (irmãos inteiros), obtidas a partir dos cruzamentos entre CCP 76 x Anacardium microcarpum, CCP 76 x BRS 226, CCP 76 x H276-1, CCP 76 x Embrapa 51, CCP 76 x BRS Bahia 12, BRS 226 x Embrapa 51, e entre CCP 76 x H222-4. Considerando o desempenho médio evidenciado pelo conjunto de progênies avaliadas ao longo das safras 2010 e 2011, foram estimados os coeficientes de correlação fenotípica (rP), genética (rG) e de ambiente (rE) entre os caracteres diâmetro de copa (m), altura de planta (m), produtividade de castanhas (kg ha-1), número total de castanhas por planta (unidade planta-1), massa média da castanha (g), e resistência à antracnose (notas de 0 a 4). As correlações mais expressivas foram observadas entre a produtividade de castanha em relação à altura da planta (rP=0,70; rG=0,29), ao diâmetro da copa (rP= 0,47; rG=0,65), ao número de castanhas por planta (rP=0,48; rG=0,69), e em relação à massa média da castanha (rP=0,46; rG=0,59). O maior volume de planta tendeu a ser acompanhado pela maior produtividade de

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castanhas. Além disso, verificou-se que a maior produtividade de castanhas por hectare foi acompanhada pelo maior número e massa de castanha. Os caracteres massa média e número total de castanhas por planta não evidenciaram relações significativas (rP=-0,08; rG=-0,04), sugerindo que é possível realizar a seleção objetivando o maior número de frutos por panícula sem provocar redução significativa na massa média da castanha. Foi observada considerável influência do ambiente na manifestação dos caracteres, evidenciada pelas correlações de ambiente significativas, positivas e negativas.

Palavras-chave: Anacardium occidentale L., melhoramento genético, correlações.

Apoio: CNPq e EMBRAPA.

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Estudo da produção de carotenoides por linhagens do gênero Rhodotorula utilizando glicerol como fonte de

carbono

Leise Soares Castelo Branco1*, Kally Alves de Sousa1, Diana Cristina Silva de Azevedo1, Gustavo Adolfo Saavedra Pinto2

1Universidade Federal do Ceará; 2 Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected]

A bioconversão do glicerol bruto agrega mais valor à produtividade da indústria de biodiesel. Leveduras do gênero Rhodotorula sintetizam carotenoides, como β-caroteno, toruleno e torularrodina a partir de glicerol. O objetivo do presente estudo foi avaliar o potencial de linhagens do gênero Rhodotorula na produção de carotenoides, utilizando glicerol como fonte de carbono. Foram testadas as leveduras: R. glutinis, R. minuta, R. aurantiaca e R. lactosa. Visando selecionar a linhagem com melhor desempenho na produção de carotenoides, testes preliminares foram realizados em frascos de 250 mL, com 100 mL de meio reacional, inoculados com 0,1 g L-1 da levedura em base seca. As fermentações ocorreram a 30 ºC em agitador orbital a 150 rpm durante 240 horas. A etapa subsequente do estudo consistiu em testes de fermentação utilizando glicerol, como fonte de carbono, inoculados com a linhagem R. aurantiaca, selecionada na etapa anterior. Esses testes foram conduzidos em frascos de 2 L, contendo 500 mL de meio de fermentação, incubados a 30 ºC e agitação de 150 rpm por 240 horas. Amostras foram retiradas a cada 24 horas para determinação de biomassa produzida (quantificada espectrofotometricamente a 600 nm com o auxílio de curva-padrão de peso seco previamente estabelecido), cor instrumental desenvolvida (análise colorimétrica na escala padrão de cromaticidade, parâmetro a* e b*) e consumo de glicerol (Cromatografia Líquida de Alta Eficiência - HPLC). Os testes iniciais indicaram o melhor desempenho de R. aurantica na produção de pigmentos carotenoides avermelhados, parâmetro a*(+9,45±0,47), e amarelados, parâmetro b*(+6,27 ± 0,31). Os testes posteriores com essa levedura demonstraram, ao final de 240 horas de fermentação, a produção de 3,44±0,11 g L-1 de biomassa, o consumo total do glicerol disponível no meio de fermentação (20 g L-

1) e mudança no perfil de cromaticidade, pela diminuição do parâmetro a*(+7,90±0,22) e aumento do parâmetro b*(+7,63±0,37).

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Demonstrou-se a aplicabilidade do glicerol como fonte de carbono para o gênero Rhodotorula; entretanto, de um modo geral, observou-se que o aumento de escala dos meios de fermentação (100 mL para 500 mL) desencadeou modificação no perfil de cromaticidade de R. aurantiaca. Possivelmente, essa mudança pode ser atribuída ao aumento no volume de meio de cultivo e às alterações nas taxas de transferência de oxigênio para o meio de fermentação.

Palavras-chave: biomassa, fermentação, levedura.

Apoio: Funcap.

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Desempenho de progênies de cajueiro em relação à formação de flores na panícula

Maraisa Crestani Hawerroth1*, Patricia do Nascimento Bordallo1, Egnesio Holanda Vale1, Luis Cláudio Pessoa

Oliveira2, Francisco das Chagas Vidal Neto1, Dheyne Silva Melo1

1Embrapa Agroindústria Tropical; 2Universidade Federal do Ceará. *[email protected]

O cajueiro se caracteriza por ser uma planta andromonoica, apresentando flores masculinas e hermafroditas distribuídas nas panículas em quantidades e proporções variáveis. A proporção de flores hermafroditas em relação ao total de flores na panícula é bastante reduzida e varia com o ambiente, genótipo e entre panículas de uma mesma planta. Sua avaliação é importante para o entendimento da dinâmica reprodutiva da cultura. Nesse sentido, este trabalho objetivou verificar o comportamento de progênies de irmãos completos F1 de cajueiro quanto à formação de flores nas panículas, na safra agrícola de 2012. O experimento foi conduzido no Campo Experimental de Pacajus da Embrapa Agroindústria Tropical, em delineamento em blocos ao acaso, com quatro repetições constituídas por parcelas com quatro plantas, e espaçamento de 6,0 m entre plantas e 8,0 m entre linhas. Foram avaliadas duas progênies F1 de cajueiro formadas a partir de cruzamentos artificiais entre os clones de cajueiro CCP 76 e Embrapa 51, e entre CCP 76 e BRS Bahia 12. Em cada planta da parcela, foram avaliadas dez panículas tomadas ao acaso, nas quais foram mensurados o número total e o número de flores hermafroditas. Os dados foram submetidos à análise de variância e estimadas as correlações entre as variáveis avaliadas. As progênies não diferiram quanto à formação de flores totais e hermafroditas na panícula. O fato do CCP 76 ser um genitor em comum pode ter influenciado nesse comportamento. Em média, as panículas apresentaram 158,42 flores, das quais 8,57 eram hermafroditas, correspondendo ao percentual de 5,62% de flores hermafroditas em relação ao total de flores. Foi observada forte variação, considerando o desempenho individual de cada planta com base nas dez panículas avaliadas. Verificou-se coeficientes de variação médios de 35,15 para o número total de flores na panícula, 97,46

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para o número de flores hermafroditas, e de 99,00 para a porcentagem de flores hermafroditas. Não foi constatada relação significativa entre o número total de flores na panícula com o número e porcentagem de flores hermafroditas (r=0,04; r=-0,28). A proporção de flores hermafroditas parece não estar associada ao potencial de formação de flores na panícula. A associação dessas informações com os dados de frutificação efetiva constitui a próxima etapa da pesquisa, a fim de gerar subsídios para a definição de estratégias que auxiliem na obtenção de ganhos genéticos em relação à produção de frutos.

Palavras-chave: Anacardium occidentale L., flores, hermafroditas, correlação.

Apoio: CNPq, Funcap e Embrapa.

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Avaliação de diferentes processos para a extração de amburosídio A de Amburana cearensis

Marcelo Victor Lima1*, Kirley Marques Canuto2, Edy Sousa de Brito2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected]

O cumaru (Amburana cearensis A. C. Smith) ou imburana-de-cheiro, é uma árvore de importância econômica, típica do sertão nordestino, onde é amplamente empregada em carpintaria, perfumaria e para fins farmacêuticos. A casca do seu caule é indicada para o tratamento de afecções respiratórias, sendo largamente utilizada na medicina popular no preparo de uma formulação caseira, chamada de “lambedor”, e também na produção industrial do fitoterápico, “xarope de cumaru”. A eficácia do uso popular de Amburana cearensis é comprovada por estudos farmacológicos a partir do extrato hidro alcoólico da casca do caule e de alguns de seus constituintes químicos, os quais demonstraram atividades analgésicas, bronco dilatador e anti-inflamatória. Quimicamente, a casca do caule é basicamente constituída de cumarina, responsável pelo seu odor peculiar, dos flavonoides isocampferidio, campferol e afrormosina, pelos glicosídeos fenólicos amburosídios A e B, dos ácidos fenólicos, ácido vanílico e ácido protocatecuico, além de quantidades consideráveis de sacarose. Estudos recentes revelaram que a cumarina, o isocampferidio e o amburosídio A possuem efeitos anti-inflamatório, antioxidante e bronco dilatador, sendo indicados como princípios ativos da planta. O objetivo deste trabalho constitui na otimização das condições de extração do amburosídio A da casca do caule de cumaru. Três processos foram utilizados para extração do amburosídio: maceração dinâmica a quente, ultrassom e soxhlet, sendo este último utilizado como referência. A extração ocorreu com utilização de quatro solventes: água; etanol; água + etanol (4:1) e água + etanol (1:1). Foram adicionados 5 g de pó da casca do caule de cumaru a 100 mL de cada solvente antes da extração por maceração dinâmica, que durou 2 horas a 90°C em rotaevaporador, centrifugado por 15 min a 1370 g e filtrado. Uma alíquota de 4 mL foi concentrada em speed vac, ressuspendida em 1 mL de MeOH, retirada alíquota de 100 µL e diluído em 1 mL de MeOH e injetado em HPLC. A mesma massa de pó da casca de

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caule de cumaru foi utilizada para extração em ultrassom durante 2 minutos no mesmo volume de solvente. Em seguida, o processo foi o mesmo utilizado para a maceração dinâmica. A extração por soxhlet foi realizada com etanol durante 6 horas, sendo utilizada a mesma massa de cumaru dos outros processos. Os melhores resultados foram a extração com etanol e água + etanol (1:1) em maceração dinâmica, obtendo rendimento de amburosídio A de 163,58% e 183,98%, respectivamente em relação à extração em Soxhlet. Porém, a extração em ultrassom foi de 134,26% de concentração de amburosídio A, em relação à extração em Soxhlet. Levando em consideração que a amostra foi submetida à extração em ultrassom durante 2 minutos, pode-se considerar um resultado satisfatório. A extração utilizando água + etanol (4:1) em maceração dinâmica apresentou rendimento de 117,71% e 154,4%, respectivamente e em ultrassom de 39,78% e 62,09%, respectivamente. Com exceção da extração utilizando água + etanol (4:1), o processo de extração em ultrassom apresentou resultado bem significativo se comparado aos resultados obtidos em maceração dinâmica, pois o tempo gasto para extrair em ultrassom é aproximadamente 166% menor que o tempo utilizado para extração por maceração dinâmica.

Palavras-chave: cumaru, compostos fenólicos, ultrassom.

Apoio: Embrapa, CNPq.

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Otimização do processo de produção de celulase por linhagem selvagem do gênero Trichoderma por meio de

fermentação submersa

Mariza Vieira da Fonseca Saboia Amorim1*; Caroline Gondim Souza2; Genilton da Silva Faheina Júnior2, Gustavo Adolfo

Saavedra Pinto3 1 Universidade Estadual do Ceará; 2Universidade Federal do Ceará; 3Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] O emprego de enzimas celulolíticas no processamento de biomassa vegetal constitui ainda uma técnica onerosa. Com a finalidade de viabilizar esse processo, investigações sobre o tema são pertinentes. Este trabalho teve o objetivo otimizar a produção de celulase em processo fermentativo submerso, utilizando uma linhagem selvagem do gênero Trichoderma, isolada de bioma amazônico. Os experimentos foram realizados em fermentador de bancada New Bunswich 3000, com capacidade nominal de 14 L, contendo 10 L de meio reacional e 1% (m v-1) de celulose micro-cristalina como indutor e utilizando uma suspensão de esporos numa concentração de 105 esporos mL-1 como inóculo. Os experimentos foram conduzidos sob agitação de 250 rpm, aeração 0,1 vvm durante 96 horas. Foram avaliados os seguintes parâmetros cinéticos durante a fermentação: tipo de impelidores (pá marinha e Rushton), fonte secundária de carbono (sacarose e lactose), controle de pH (3,0, 4,0 e 5,0) e temperatura de processo (27,0 ºC e 30,0 ºC). Analisou-se a produção de celulases totais em papel de filtro (FPase) a cada 12 horas de fermentação. Observou-se que a maior produção de FPase ocorreu no teste conduzido com impelidores do tipo Rushton, utilizando lactose como fonte secundária de carbono, pH inicial 5,0 com controle a 3,0 e temperatura de processo a 30,0 ºC. Nesse teste de fermentação, a atividade de FPase atingiu 1,04 UI mL-1. A produção de celulase apresentou aumento de 570% com relação ao processo, utilizando pá marinha como impelidor, fonte secundária de carbono a sacarose, sem controle de pH e temperatura a 30 ºC. Esses resultados sinalizam a importância da otimização de parâmetros cinéticos envolvidos em processos fermentativos.

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Palavras-chave: enzimas celulolíticas, Trichoderma, Processo fermentativo, Fermentação submersa.

Apoio: Funcap, CNPq.

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Avaliação do processo de esterilização UHT (Ultra Hight Temperature) na conservação de água de coco (Cocos

nucifera L.)

Natália Rocha Sucupira1*, Nedio Jair Wurlitzer2, Paulo Henrique Machado de Sousa1, Johnnathan Maia4, Raquel

Falcão1 1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] Água de coco é bastante susceptível a alterações enzimáticas e mudanças de cor, mas pode ter a vida útil prolongada com tratamento térmico combinado com aditivos químicos que inibem a ação enzimática e garantem a estabilidade microbiológica após a abertura do fruto. Este trabalho teve como objetivo avaliar o processo UHT de esterilização da água associada à adição de ácido ascórbico (AA) e metabissulfito de sódio (SO2), por meio da visualização de mudança de cor, provavelmente decorrente de ação enzimática. A execução da pesquisa consistiu em submeter o produto a 138 ºC durante 3 segundos, utilizando o controle (sem adição de conservante), água de coco com AA e com SO2, estocados à temperatura ambiente (±25 ºC), sendo ainda realizada análise das enzimas polifenoloxidase (PPO) e peroxidase (POD) de acordo com metodologia de Campos et al. (1996). A adição de conservantes associada a temperaturas mais elevadas retardou o aparecimento da coloração rosada. Observou-se, também, o aparecimento de cor amarelada nas amostras tratadas com AA após 22 dias. Notou-se que as amostras tratadas com SO2 sofreram uma leve alteração na cor avaliada (rosa) em 3 meses estocados à ambiente, enquanto a água de coco adicionada de AA tornou-se amarelada. A água de coco in natura apresentou valores mais elevados de atividade enzimática quando comparada às amostras tratadas termicamente. A água de coco, submetida ao processo UHT e com uso de aditivos, revelou baixas atividades enzimáticas para PPO e POD. A esterilização associada ao uso de aditivos retardou o aparecimento da cor rosada e inibiu a atividade enzimática da água de coco, concluindo que apenas o uso do processo UHT não foi suficiente para retardar a ação enzimática, sendo necessário o uso de aditivos. Sugere-se a investigação de novos binômios tempo x temperatura.

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Palavras-chave: tratamento térmico, enzimas, cor rosa.

Apoio: Funcap, Capes e Embrapa Agroindústria Tropical.

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Otimização da produção biológica de hidrogênio a partir de glicerol residual oriundo de biodiesel

Quezia Maia Viana1*; Michael Viana Barbosa1; Lina de Pádua Souza Guimarães1; Renato Carrhá Leitão2; Sandra Tédde

Santaella1

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected]

Um reator anaeróbio de leito expandido (EGSB) vem sendo operado, utilizando como substrato glicerol, um resíduo resultante da produção de biodiesel. O objetivo desta pesquisa é a produção de gás hidrogênio (H2), um gás que produz energia limpa, ao mesmo tempo em que agrega valor ao glicerol residual. O consórcio microbiano utilizado no reator passou por um pré-tratamento a fim de beneficiar o grupo de bactérias produtoras de hidrogênio e inibir a atividade das consumidoras desse gás. Ao longo da operação, é feito o controle de pH (mantido na faixa 5,0-5,5) e carga orgânica volumétrica (COV) de 20 kgDQO.(m3 d)-1. No entanto, a produção de H2 permanece baixa. Devido a isso, simultaneamente, estão sendo realizados testes de potencial de produção de hidrogênio (PPH) para selecionar o melhor inóculo e pré-tratamento aplicado à biomassa. Três tipos de pré-tratamento (térmico, adição de clorofórmio e ácido) vêm sendo aplicados a quatro diferentes tipos de lodos: lodo de estação de tratamento da Cagece, líquido ruminoso de caprinos, lodo de uma estação de tratamento de uma indústria alimentícia e uma mistura de todos os lodos. Os resultados preliminares mostraram que as melhores produções de H2 foram encontradas nos lodos tratados com clorofórmio e com ácido (127,1mL H2 d-1 com 51% da composição total do biogás; e 169,4mL H2 d-1 com 69% da composição total do biogás, respectivamente). A partir desses resultados, pode-se concluir que o melhor tratamento aplicado ao inóculo deve ser o ácido, já que nos resultados preliminares, o tratamento térmico, este foi o que teve menor produção de H2 (5,6ml H2 d-1; 4% da composição total do biogás), comprovando a baixa eficiência do pré-tratamento aplicado ao lodo inoculado no reator EGSB para produção de H2. O próximo passo da pesquisa será a aplicação do pré-tratamento ácido a um novo inóculo para otimização da produção de H2 no reator.

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Palavras-chave: EGSB, PPH, inoculo, pré-tratamento.

Apoio: Funcap, Capes, Finep.

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Extração da galactomanana das sementes de algaroba [Prosopis juliflora (SW) D.C]

Rafael Morais do Nascimento1*; Fabio Lima Cavalcante1; Mabel Ribeiro da Cruz1; Men de Sá Moreira de Souza Filho2;

Henriette Monteiro Cordeiro de Azeredo2; Morsyleide de Freitas Rosa2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] Galactomanana é um polissacarídeo de reserva encontrado nas sementes de algumas leguminosas. É formado por uma cadeia linear de manose com ramificações de galactose, utilizada como agente espessante de sistemas aquosos, por produzir soluções com elevada viscosidade quando dissolvida em água. Suas principais fontes comerciais são as gomas guar e alfarroba. Nesse contexto surge a Prosopis [Prosopis juliflora (SW) D.C], comumente encontrada no Nordeste brasileiro e conhecida como algaroba. A algaroba tem se mostrado uma fonte promissora de galactomanana com a possiblidade de se tornar uma fonte alternativa de renda aos moradores do Semiárido. Neste trabalho, foram elaborados dois processos de extração da galactomanana da Prosopis juliflora. As vagens foram imersas em água por 24 horas. Em seguida, triturou-se o material em liquidificador industrial para obtenção das cápsulas com as sementes. Desse processo, obteve-se uma fração líquida e uma fibrosa. A fração fibrosa foi colocada em estufa a 55 °C durante 24 horas. Após secagem as fibras foram separadas das cápsulas e estas foram tratadas segundo dois processos. No processo 1, o material foi moído e imerso em água destilada, razão de 1:6, e mantido sob aquecimento a 50 °C durante 1 hora. Em seguida, o material passou por filtração, obtendo-se uma solução viscosa, que foi centrifugada durante 15 minutos a 13 000 RPM a 20 °C. Essa solução foi concentrada, utilizando-se rota-evaporação e em seguida precipitou-se a galactomanana pela adição de álcool etílico a 92,8° INPM, na proporção de 1:2, respectivamente. No processo 2, as cápsulas foram imersas em água destilada, razão1:4, e mantidas sob aquecimento a 80 °C durante 2 horas e em seguida, permaneceram entumecendo por 24 horas à temperatura ambiente. As capsulas foram maceradas e filtradas, obtendo-se uma solução viscosa que foi concentrada por rota-evaporação. A galactomana foi

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precipitada pela adição de álcool etílico a 92,8° INPM, na proporção de 2:1, respectivamente. Foram obtidas 364,99 g de cápsulas e 305,54 g de fibra por kg de vagem. Obteve-se 28,6 g de galactomana no processo 1 e 19,9 g de galactomana no processo 2, ambos a partir de 100 g de cápsulas . O processo 1 se mostrou mais promissor devido à redução de etapas e rendimento superior ao processo 2 e será adotado para o prosseguimento do projeto, que visa à utilização da algaroba como fonte de galactomanana para aplicação em biocompósitos.

Palavras-chave: biomassa, polissacarídeos, goma.

Apoio: Embrapa, Capes.

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Desenvolvimento inicial de progênies de cajueiro-anão-precoce submetidas a diferentes regimes hídricos

Reivany Eduardo Morais Lima1*, Amanda Soraya Freitas Calvert1, Fábio Costa Farias2, Marlos Alves Bezerra3

1Universidade Federal do Ceará; 2Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará; 3Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected] A baixa produtividade dos pomares de cajueiro no Brasil é fruto de vários fatores, entre eles a insuficiente utilização de materiais genéticos de boa qualidade. No desenvolvimento de genótipos superiores de cajueiro, um dos fatores que deve ser priorizado é a tolerância desses materiais ao deficit hídrico, com ênfase para o uso de porta-enxerto. O objetivo deste trabalho foi avaliar o desenvolvimento inicial de progênies de cajueiro-anão-precoce submetidas a diferentes regimes hídricos. O experimento foi conduzido em ambiente semicontrolado, na Embrapa Agroindústria Tropical, Fortaleza, CE, no período de março a agosto de 2011. As sementes, coletadas em jardins clonais de BRS 189, BRS 265, CCP 06, CCP 76 e HB 58, foram semeadas em recipientes plásticos (500 mL) com solo arenoso e submetidas a três regimes hídricos: 100%, 85% e 70% do máximo de água disponível no substrato (ADS), constituindo os tratamentos. As umidades foram monitoradas e o volume de água ajustado diariamente durante todo o experimento de forma que o percentual de perda de cada tratamento não excedesse 15%. O experimento foi delineado em um sistema inteiramente casualizado, em esquema fatorial 5x3, com as progênies representando o primeiro fator e as ADS o outro, contendo cinco repetições com quatro sementes para cada repetição. Os dados das variáveis de emergência (percentagem e tempo médio de germinação) e de incremento de carbono (crescimento e carboidratos solúveis), após analise de variância, foram submetidas ao teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Observou-se que o regime de ADS influenciou o tempo médio de germinação, com o melhor regime sendo o de 100% de ADS. A progênie do CCP 06 destacou-se das demais quanto à variável de percentagem de emergência. Para as variáveis de incorporação de carbono, a redução da umidade do solo não influenciou significativamente o número de folhas das plantas. Com relação às progênies, houve

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destaque negativo para a advinda do BRS 189, que apresentou menor porte e menor área foliar que as demais progênies. A variável de carboidratos solúveis nas folhas foi à única variável que apresentou interação entre os fatores, embora, para quase todas as progênies, os maiores teores tenham ocorrido no regime de 100% de ADS. Assim, a redução do teor de água do solo prejudicou o desempenho inicial das plântulas sem, entretanto, haver muita diferença varietal entre os genótipos para os níveis de redução de água no solo testados, não havendo destaque para alguma delas.

Palavras-chave: estresse hídrico, emergência, crescimento, progênies de cajueiro.

Apoio: CNPq, UFC, Embrapa

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Avaliação do efeito da maceração enzimática na produção de suco pronto de banana cv. Prata

Renata Débora Pinto Rodrigues1*; Gustavo Adolfo Saavedra Pinto2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical. *[email protected]

A banana é a segunda fruta mais produzida no Brasil. A boa aceitação da banana deve-se aos seus aspectos sensoriais e nutricionais, sendo composta de carboidratos, minerais, como o potássio, cálcio, fósforo, ferro e vitaminas A, B1, B2 e C. A ausência de suco e de sementes duras na polpa, além de sua disponibilidade durante todo o ano, também contribuem para a sua aceitação. Atualmente, existe uma maior preocupação por parte do consumidor em adquirir produtos processados com características sensoriais próximas aos alimentos in natura, o que tem motivado o consumo dos derivados de frutas tropicais. O processamento apresenta-se como alternativa para o aproveitamento dos frutos excedentes ou fora dos padrões exigidos pelo mercado, reduzindo as perdas pós-colheita e representando uma forma de aumentar a vida de prateleira e agregar valor ao produto. Entre os diversos derivados, destaca-se o néctar de frutas, produto de qualidade que também pode ser empregado como matéria-prima para outros produtos processados. O mercado brasileiro de sucos e néctares prontos para beber está em expansão, acompanhando a tendência mundial de consumo de bebidas saudáveis e convenientes. Neste trabalho, avaliou-se o impacto da adição de enzimas comerciais sobre as características do purê de banana prata, visando reduzir sua consistência e, assim possibilitando a industrialização de um suco pronto para consumo. O processo de maceração da banana foi iniciado com a diluição da polpa em água destilada na proporção de (1:1) (37,5:37,5) e (2:1) (50:25). Em seguida, a mistura foi colocada em Erlenmeyers de 250 mL, onde recebeu as preparações enzimáticas. Após a adição da preparação enzimática, as amostras foram levadas para incubação em shaker orbital (150 rpm a 30 °C) durante 0, 2, 4 e 6 horas, sendo comparadas com os respectivos controles (sem adição de enzima). Foram testadas as seguintes preparações enzimáticas comerciais: Pectinex XXL e AMG, variando as concentrações entre 1000 ppm e 5000 ppm. A eficiência da

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maceração enzimática da polpa de banana foi avaliada em função da análise de consistência e do teor de açúcares redutores totais. Observaram-se redução no teor dos polissacarídeos da polpa e diminuição da sua consistência com o tratamento enzimático. Com relação à consistência, ocorreu sinerese em todas as amostras controle. A concentração de açúcares redutores após 2 horas de maceração foi de 43,99 mg g-1. A enzima mais eficiente na maceração da polpa de banana foi Pectinex XXL, na concentração de 1000 ppm, razão polpa:água (1:1), após 2 horas de incubação. Foi realizado Teste de Tukey ao nível de 5% de significância. As amostras maceradas diferiram estatisticamente das não maceradas, entretanto, não houve diferença significativa em relação ao tempo de maceração.

Palavras-chave: Musa spp.; sucos prontos, enzimas comerciais.

Apoio: Capes.

Apoio

Realização

Ministério daAgricultura, Pecuária

e Abastecimento