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  • PROJETO CIDADE ESCOLA CANDANGA:

    EDUCAO INTEGRAL

    MARO - 2014

  • Colaboradores na Elaborao do ProjetoAna Jos Marques, Andreza Costa Barbosa, Antnio Vitor Gomes Leito, Cristhian Spindola Ferreira, Edileuza Fernandes da Silva, Edna Rodrigues Barroso, Erisevelton Silva Lima, Jeovany Machado dos Anjos, Juarez Sampaio, Leila Maria de Jesus Oliveira, Mrcia Castilho de Sales, Mauro Gleisson Evangelista, Rosana Csar de Arruda Fernandes.

    Capa e DiagramaoEduardo Silva Ferreira

  • No mnimo, as crianas brasileiras, que logram frequentar escolas, esto abandonadas em metade do dia. E este abandono o bastante para desfazer o que, por acaso, tenha feito a escola na sua sesso matinal ou vespertina.

    (ANSIO TEIXEIRA)

  • SUMRIO

    1 - INTRODUO ................................................................

    2 - OBJETIVOS DO PROJETO CIDADE ESCOLA CANDANGA:

    EDUCAO INTEGRAL ........................................................

    3 - POR QUE AMPLIAR OS TEMPOS E ESPAOS PARA

    AS APRENDIZAGENS NA CIDADE ESCOLA CANDANGA:

    EDUCAO INTEGRAL? .......................................................

    4 - ORGANIZAO DO TRABALHO PEDAGGICO NA

    EDUCAO INTEGRAL ........................................................

    4.1 - O Trabalho na Escola: na Escola todos trabalham ................

    4.2 - Turmas da Alvorada e Turmas da Sobretarde ........................

    4.3 - Organizao dos tempos e espaos na Educao Infantil

    4.4 - Organizao dos tempos e espaos no Ensino Fundamental

    4.5 - Organizao dos tempos e espaos no Ensino Mdio .......

    4.6 - Horrios de Refeies no Projeto Cidade Escola Candanga:

    Educao Integral .......................................................................

    4.7 - Organizao dos tempos e espaos no CENEBRAZ ............

    4.8 - Escolas Inclusivas ..............................................................

    4.9 - O Centro Interescolar de Lnguas de Brazlndia CILB e

    sua integrao ao Projeto Cidade Escola Candanga: Educao

    Integral .......................................................................................

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  • 4.9 - A Educao Fsica na perspectiva da Educao Integral e

    o Centro de Iniciao Desportiva - CID .....................................

    5 - AVALIAO PARA AS APRENDIZAGENS NA EDUCAO

    INTEGRAL ...........................................................................

    6 - COORDENAO PEDAGGICA: ESPAO-TEMPO DE

    CONSTRUO COLETIVA DO PROJETO POLTICO-PEDAGGICO

    DE EDUCAO INTEGRAL ....................................................

    7 - CONSIDERAES FINAIS ................................................

    REFERNCIAS .....................................................................

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  • 9PROJETO CIDADE ESCOLA CANDANGA:EDUCAO INTEGRAL

    1. INTRODUO

    O Governo do Distrito Federal, por meio da Secretaria de Estado de Educao - SEEDF, reafirma seu compromisso com a sociedade brasiliense e, mais especificamente, concretiza importante gesto para com a comunidade da Regio Administrativa de Brazlndia-DF ao implementar o Projeto Cidade Escola Candanga: Educao Integral, no ano de 2014. A perspectiva a construo de um projeto de sociedade que consolide e difunda os princpios e as aes da Educao Integral centradas em uma educao pblica de qualidade referendada nos Sujeitos Sociais. Para isso, ratifica o entendimento de que a cidade pode constituir-se espao educador que possibilita o encontro dos sujeitos histricos e que faz da escola arena de aprendizado poltico e pedaggico (ARAJO, 2012, p. 231), no dilogo entre escolas e outras polticas pblicas, criando espaos, tempos e oportunidades educacionais.

    A Cidade de Brazlndia - DF antiga, existia antes mesmo de a Capital vir para o Planalto Central. Hoje, sua populao representa 8% dos habitantes do Distrito Federal e possui forte vocao para exploraes agrcolas e pecurias, especialmente olericultura e fruticultura, com destaque para a cultura do morango. Localiza-se a 45 km do centro administrativo de Braslia. Embora tenha bancos, comrcio, lazer e turismo, seus habitantes deram-lhe o nome de cidade-dormitrio, em razo de que, durante o dia, um nmero significativo de moradores se desloca para trabalhar fora da regio administrativa em que habitam e s retornam, no perodo da noite. Muitos dos profissionais vinculados SEEDF e que residem na Cidade de Brazlndia fazem dela seu local de trabalho e isto elemento importante para a escolha da Cidade para a primeira etapa de implantao da Educao Integral, na perspectiva de Cidade Educadora.

    A presente poltica pblica considera as informaes levantadas por meio de diagnsticos cujos indicadores sociais apontam para as

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    PROJETO CIDADE ESCOLA CANDANGA:EDUCAO INTEGRAL

    reais necessidades desta RA e das escolas vinculadas Coordenao Regional de Ensino e ratificam a possibilidade de criao da Cidade Educadora1. Nela se entende que a formao dos indivduos no se restringe ao espao fsico escolar; uma proposta que integra a vida comunitria no que diz respeito administrao local, mas tambm ao envolvimento e articulao de todas as instituies e associaes pblicas e privadas que tornam a educao pblica, de fato, um direito subjetivo, conforme a Constituio Federal de 1988.

    A Proposta Pedaggica da Rede Pblica de Ensino do Distrito Federal Professor Carlos Mota vai ao encontro dos ideais de Darcy Ribeiro e Ansio Teixeira. Entende-se por Educao Integral aquela que no se limita ao aspecto quantitativo do aumento do tempo de permanncia do estudante na escola, mas, sobretudo, proporciona qualitativamente tempos e espaos maiores e melhores para que se cumpra a funo social desta Secretaria: garantir educao pblica de qualidade social para todos os cidados.

    Diante desse desafio promissor, preciso construir coletivamente uma escola pblica, democrtica e de qualidade, cuja expresso cultural esteja identificada com o espao em que est inserida e com o povo candango que construiu e constri esta Cidade. A Proposta rene

    em um sonho comum, as esperanas de cada trabalhador da educao, da comunidade que investe na escola a responsabilidade de formao das novas geraes e das crianas e jovens que cotidianamente comparecem s salas de aula, na esperana de aprender e construir significados coletivamente (BRASLIA, GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL,

    Cadernos da Escola Candanga, 1995, p. 9).

    A premissa basilar desta poltica pblica se alicera na educao pblica de qualidade social mediada pela gesto democrtica e articulada proposta curricular integrada, conforme Currculo em

    1 - O termo Cidade Educadora faz parte de algo mais amplo, envolvendo 37 pases do mundo, 11 deles da Amrica Latina, e um total de 450 cidades. Todos ligados Associao Internacional das Cidades Educadoras (AICE).

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    Movimento da Educao Bsica da SEEDF (2014).

    Essa Escola em constituio denomina-se Cidade Escola Candanga: Educao Integral e visa formar o ser humano em sua integralidade e para sua emancipao, ampliando espaos, tempos e oportunidades educacionais, respeitando suas mltiplas dimenses de maneira a atender suas necessidades educativas durante o processo formativo, construdo a partir da interao entre a escola e a comunidade.

    Ao resgatar a Escola Candanga, a SEEDF explicita seu compromisso com a memria da utopia pioneira e mestia que esteve presente na origem da cidade e, ainda hoje, coloca-se como signo para a construo da vida cultural da comunidade brasiliense (CADERNOS DA ESCOLA CANDANGA, 1995, p. 7). Essa Escola localizada no Planalto Central com o Bioma Cerrado sugere tambm a resistncia do povo que habita a regio. Resistncia como expresso da ousadia e coragem em construir novas realidades.

    A partir dos pressupostos da Educao Integral, em 2014, a SEEDF implanta a primeira etapa do Projeto Cidade Escola Candanga: Educao Integral em 21 escolas da Regio Administrativa de Brazlndia, em toda a Educao Bsica, sendo 17 escolas em rea urbana e 04 em rea rural. A implantao ser gradativa por meio do movimento que parte de cidades mais distantes para o centro, com expectativa de universalizao da Educao Integral em todo o sistema pblico de ensino do DF em at oito anos.

    A ampliao do tempo de cinco para, no mnimo, sete horas dirias de permanncia do estudante na escola com a vivncia de atividades formativas diversificadas alicerada no somente no tempo maior, mas tambm na insero dos estudantes noutros espaos e com novas oportunidades educacionais.

    Ao valorizar o ser humano multidimensional e os direitos coletivos, a Educao Integral prope uma ruptura com a organizao

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    tradicional de tempo-espao e fortalece a responsabilizao com a Educao para a Diversidade, Cidadania e Educao em e para os Direitos Humanos e Educao para a Sustentabilidade. Colabora para a formao de um ser menos consumista, mais tico, solidrio com o prximo e integrado com a natureza que o circunda.

    Nesse sentido, faamos todos, governo, sociedade, cidados do Distrito Federal um gesto de amor educao do e para o povo candango, construtor de prdios-monumentos, histrias, mas, sobretudo de sonhos, de esperana por um mundo mais justo e solidrio em que todos tenham oportunidades de viver, aprender e exercer sua cidadania.

    2 - OBJETIVOS DO PROJETO CIDADE ESCOLA CANDANGA: EDUCAO INTEGRAL

    Geral

    Promover Educao Integral que compreenda a ampliao dos tempos, espaos e oportunidades educacionais por meio da realizao do trabalho pedaggico que favorea as aprendizagens, com vistas formao integral do educando.

    Especficos

    Promover a melhoria da qualidade do ensino com vistas Educao Integral do estudante, seu pleno desenvolvimento como pessoa, o exerccio da cidadania e formao para o trabalho, com a participao das famlias, instituies e sociedade.

    Investir no protagonismo de crianas, adolescentes, jovens e adultos para que se tornem autnomos e emancipados.

    Ressignificar os espaos-tempos de formao continuada dos profissionais da educao da SEEDF, com vistas implementao da Educao Integral.

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    Promover e ampliar tempos e oportunidades educacionais, sociais, culturais, esportivas e de lazer com aprendizagens significativas e emancipatrias.

    Articular aes com diferentes rgos governamentais que oportunizem o acesso a lazer, cultura, esporte, artes, entre outras.

    Promover e intensificar a integrao entre Escola e Comunidade na perspectiva da gesto democrtica e da criao do sentido da Cidade Educadora.

    Reorientar os projetos poltico-pedaggicos das escolas na perspectiva da Educao Integral e sem que percam de vista os eixos contidos no Currculo em Movimento da SEEDF.

    3 - POR QUE AMPLIAR OS TEMPOS E OS ESPAOS PARA AS APRENDIZAGENS NA CIDADE ESCOLA CANDANGA: EDUCAO INTEGRAL?

    O Distrito Federal possui desde sua transferncia para o Planalto Central tendncia para a formao integral do cidado que nele habita. Os atos inerentes ao projetar, planejar e realizar com vistas ao futuro, sem negligenciar o presente, revelaram o carter ousado e responsvel deste Territrio e dos Candangos que aqui realizaram o sonho de construo da nova Capital. Sonho que se sustenta sobre a possibilidade de avanar sem destruir seu patrimnio material e imaterial. O compromisso do Governo do Distrito Federal com a populao local refora as vozes, antes silenciadas, por educao pblica referendada na qualidade social. Sendo assim, e apoiada nos pressupostos legais que direcionam para a atual poltica pblica educacional, a SEEDF ancorou-se nos artigos 34 e 87 da Lei n. 9.394/96, no art. 1, do Decreto Presidencial n 7.083/2010, no Plano Nacional de Educao, no art. 221 da Lei Orgnica do Distrito Federal que sinalizam, orientam e reforam a necessidade de que a Educao Integral e em tempo integral se concretize de maneira gradativa nessa Cidade.

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    PROJETO CIDADE ESCOLA CANDANGA:EDUCAO INTEGRAL

    Quando falamos de Educao Integral, partimos do prprio Estatuto da Criana e do Adolescente - ECA, institudo pela Lei 8.069, de julho de 1990, e inspirado pela Constituio Federal de 1988, que regulamenta os direitos desses brasileiros, sem distino de raa, classe social ou qualquer forma de discriminao. Passam a ser considerados sujeitos de direitos em sua peculiar condio de pessoas em desenvolvimento, com prioridade absoluta na formulao de polticas pblicas do pas que possibilitem o exerccio igualitrio da cidadania.

    No campo pedaggico, a SEEDF buscou inspirao nos projetos de Ansio Teixeira que idealizou, entre outros, a criao do Centro Educacional Carneiro Ribeiro (CECCR) em 1950, na Bahia. No se trata de transposio de projetos ou de polticas pblicas. O que se pretendeu foi, sobretudo, aprofundar e contextualizar os temas defendidos por John Dewey que, ao garantir vivncias e experincias democrticas para os educandos, realizaria o sonho da educao integral e democrtica, elementos apontados por Ansio Teixeira no Rio de Janeiro, dcadas antes do citado exemplo (CASTRO; LOPES, 2011).

    Outras justificativas que reforam a observncia ao pensamento de Ansio Teixeira para a educao de Braslia foram alm do projeto Cidade Educadora de Belo Horizonte, ideias visionrias e bastante pertinentes quanto a:

    a) fazer escolas nas proximidades das reas residenciais, para que as crianas no precisassem andar muito para alcan-las e para que os pais no ficassem preocupados com o trnsito de veculos (pois no teria trfego de veculos entre o caminho da residncia e da escola), obedecendo a uma distribuio equitativa e equidistante; b) promover a convivncia das mais variadas classes sociais numa mesma escola, seja o filho de um ministro ou de um operrio que trabalhava na construo de uma superquadra, tendo como objetivo a formao de cidados preparados para um mundo sem diferenas sociais; c) oferecer escolas para todas as crianas

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    e adolescentes; d) introduzir a Educao Integral, com vistas formao completa da criana e do adolescente; e) promover a sociabilidade de jovens da mesma idade, porm provindos das diferentes classes sociais, por meio da juno num Centro de todos os cursos de grau mdio, como atividades na biblioteca, na piscina, nas quadras de esporte,

    grmios, refeitrio (KUBISTSCHEK, 2000, p.141).

    Tais anseios se materializam na atual Proposta quando so defendidos e garantidos os seguintes princpios:

    Da Integralidade: Deve ser entendido a partir da formao integral dos estudantes, buscando dar ateno a todas as dimenses humanas, com equilbrio dos aspectos cognitivos, afetivos, psicomotores e sociais. Assim, prope-se que cada Escola de Educao Integral, ao elaborar seu Projeto Poltico-Pedaggico, repense a formao dos estudantes de forma plena, crtica e cidad, reorganizando os tempos escolares e inserindo, por meio de prticas fundamentadas pela Pedagogia Histrico-Crtica, espaos e tempos de aprendizagens, com vistas a garantir o princpio da integralidade defendido no Currculo em Movimento da Educao Bsica (2014).

    Da Intersetorialidade: Diz respeito articulao das instituies governamentais e no governamentais no sentido de apoiarem e fortalecerem a implementao do Projeto de Educao Integral sem medir esforos e para que se cumpra o preceito constitucional que determina ser a educao um dever de todos. Sob esse princpio, as instituies governamentais e no governamentais devem unir-se em torno do Projeto de uma Educao verdadeiramente Integral para a Cidade de Brazlndia. Parcerias, educadores sociais voluntrios, educadores populares, comunitrios, voluntrios, so atores na implementao da Educao Integral.

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    Da Transversalidade: A ampliao do tempo de permanncia do aluno na escola deve garantir uma Educao Integral que pressupe a aceitao de muitas formas de ensinar e aprender, considerando os diversos conhecimentos que os estudantes trazem de fora da escola. A transversalidade s faz sentido dentro de uma concepo interdisciplinar de conhecimento, vinculando a aprendizagem aos interesses e aos problemas reais dos estudantes e da comunidade. No Currculo da Educao Bsica da SEDF, a transversalidade se dar a partir da Educao para a Diversidade, Educao para a Sustentabilidade e Cidadania e Educao em e para os Direitos Humanos. No Distrito Federal e na Cidade de Brazlndia, h uma intensa produo de conhecimentos e experincias que tambm devem transversalizar o currculo das escolas de Educao Integral.

    Da Gesto Democrtica: As escolas que buscam a qualidade da educao pblica devem investir no dilogo com a comunidade. Na Educao Integral necessria a transformao da escola num espao comunitrio, legitimando-se os saberes comunitrios como sendo do mundo e da vida. Assim, o Projeto Poltico-Pedaggico implica pensar a escola como um polo de induo de intensas trocas culturais e de afirmao de identidades sociais dos diferentes grupos presentes, com abertura para receber e incorporar saberes prprios da comunidade, resgatando tradies e culturas populares. A Lei 4.751/2012 Gesto Democrtica do Sistema de Ensino Pblico do DF focaliza a importncia da participao da comunidade nos rumos da Escola. Para isso, so criados colegiados como Conselhos Escolares, Conselhos de Classe, Assembleias, Associaes, Grmios Escolares, compostos por sujeitos sociais, representantes dos diferentes segmentos da comunidade escolar e responsveis pela instituio da democracia na

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    escola. As caractersticas culturais, histricas e geogrficas de Brazlndia favorecem a participao da comunidade em torno de um projeto de educao cidad e integral.

    Da Territorialidade: Significa desenvolver a educao para alm dos muros escolares, entendendo a cidade como um rico laboratrio de aprendizagem. Afinal, a educao no se restringe ao ambiente escolar e pode ser realizada em outros espaos que agreguem valores e novas experincias para enriquecimento curricular. Assim como previsto na Proposta Pedaggica Prof. Carlos Mota, o territrio no se limita ao espao geogrfico, mas a abrangncia dos efeitos sociais e polticos em que o indivduo esteja inserido; da a urgente ampliao de prticas, setores, lugares para que acontea a superao das dificuldades impostas pelo Capital Cultural, como salienta Bourdieu (1998).

    Do Trabalho em Rede: A implantao do Projeto de Educao Integral requer apoios e articulaes para se tornar um processo de ao comunitria. E por isso importante pensar na formao de uma rede em que todos se sintam partcipes no processo de discusso, planejamento e execuo da ao. O trabalho em rede pode favorecer no apenas o desenvolvimento das pessoas, mas tambm o da comunidade. Ao permitir que as informaes e solues de problemas possam ser compartilhadas por todos favorece a construo de uma cultura de participao, de cooperao e de responsabilidade. Na Escola de Educao Integral todos devem trabalhar em conjunto, trocando experincias e informaes, com o objetivo de criar oportunidades de aprendizagem para todas as crianas, adolescentes, jovens e adultos. O estudante no s da professora ou da escola, e sim da rede, da Cidade, existindo uma corresponsabilidade pela educao e pela formao do educando. Nesse ambiente favorvel ao dilogo, o professor no est sozinho, faz parte da equipe

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    da escola e da rede de ensino, da rede comunitria. Para tecer essa rede, a SEEDF promover encontros sistemticos para compartilhamento de experincias, avaliao do Projeto e replanejamento de aes.

    Contudo, no sero os prdios pblicos ou privados que garantiro, de fato, a realizao deste Projeto. fundamental que se explicitem os papis dos setores, dos profissionais, voluntrios e idealizadores deste trabalho, sendo eles:

    Equipe Central da SEEDF, propositora do Projeto de Educao Integral e responsvel pela criao das condies objetivas necessrias a sua implantao, como: reformas e ampliaes dos prdios escolares; aquisio de tendas para criao de espaos multifuncionais; alimentao escolar adequada; disponibilizao de recursos para contratao de profissionais especializados. Compete, ainda, estabelecer parcerias com outras secretarias de governo com vistas realizao de aes intersetoriais que favoream a implementao deste Projeto; mobilizar as lideranas locais e comunitrias da cidade de Brazlndia; subsidiar a Coordenao Regional de Ensino terica e metodologicamente em relao ao Projeto; realizar seminrios para sensibilizao, estudo e planejamento; investir na formao continuada dos profissionais da educao e demais atores por meio de cursos e ou oficinas; acompanhar e avaliar a implementao do Projeto.

    Equipe Meso da SEEDF (Coordenao Regional de Ensino) Compete Coordenao Regional de Ensino/Gerncia de Educao Bsica orientar, acompanhar e avaliar este Projeto junto s unidades escolares. CRE/GREB caber, tambm, estabelecer dilogos com a comunidade de Brazlndia com o objetivo de divulgar o Projeto e estabelecer parcerias com artistas, artesos, educadores, populares, comunitrios,

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    instituies governamentais e da sociedade civil. Subsidiar a SEEDF com dados e informaes necessrias elaborao e execuo do Projeto, bem como ao mapeamento de espaos dentro e fora da Cidade, potencializadores do ideal da Educao Integral.

    Equipe Gestora - responsvel no mbito da escola pela implantao do Projeto que envolve coordenar, operacionalizar e avaliar o Projeto Poltico-Pedaggico da escola com vistas ao alcance dos objetivos da Educao Integral apresentados neste Projeto.

    Profissionais da Educao - So responsveis pelo desenvolvimento do Currculo de Educao Bsica, articulando-o s atividades complementares, sob a orientao dos coordenadores pedaggicos da escola e equipes pedaggicas.

    Coordenadores Pedaggicos locais - Cabe a este profissional organizar o espao/tempo de coordenao pedaggica com planejamentos, estudos, formao e avaliao do projeto da Educao Integral. Deve ser um agente promotor de aes de reflexo sobre as concepes e prticas pedaggicas. Na coordenao pedaggica, devem ser priorizadas aes que apoiem o trabalho pedaggico do professor e dos outros atores presentes na Educao Integral, a formao continuada, o planejamento e o desenvolvimento do Projeto Poltico-Pedaggico, sempre visando aprendizagem de todos os estudantes.

    Comunidade Escolar - A relao entre escola e comunidade deve ser marcada pelo dilogo, socializao de experincias, construo de saberes e tambm pela possibilidade de juntas constiturem-se em uma comunidade de aprendizagem, de modo que a interao entre escola e comunidade auxilie na superao de desafios que se apresentaro na

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    implementao da Educao Integral.

    Outros profissionais Os educadores sociais voluntrios assumem o papel de auxiliar o trabalho pedaggico desenvolvido pelo professor, planejando e avaliando o processo em conjunto com a comunidade escolar e sob a orientao do Coordenador Pedaggico. Os educadores sociais voluntrios assumem o papel de protagonistas no acrscimo da jornada escolar, desenvolvendo aes e atividades diretamente com os estudantes, acompanhando e supervisionando os estudantes nos horrios das refeies, nas atividades livres ou dirigidas a serem realizadas em parques, ptios, quadras e outros espaos/ambientes previstos no planejamento docente, bem como em passeios, excurses e estudos do meio.

    Estudante Sujeito plural, nico e coletivo, individualizado e contextualizado pelas redes sociais. Como protagonista do Projeto, deve participar da elaborao do Projeto Poltico-Pedaggico da escola. A Educao Integral deve possibilitar a ele autoavaliar-se constantemente, compreender-se como copartcipe e corresponsvel por suas aprendizagens para que se posicione diante do que estudar e aprender. Contudo, tal xito s ser pleno se for estimulado de maneira encorajadora.

    4 - ORGANIZAO DO TRABALHO PEDAGGICO NA EDUCAO INTEGRAL

    Neste tpico, so discutidas concepes e prticas para subsidiar a organizao do trabalho pedaggico mediante a implantao do Projeto Cidade Escola Candanga: Educao Integral.

    4.1 O Trabalho da Escola: na escola todos trabalham

    A escola e o mundo do trabalho no estiveram separados porque assim surgiram; na verdade, distanciaram ambos porque no

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    PROJETO CIDADE ESCOLA CANDANGA:EDUCAO INTEGRAL

    suportavam a ideia de que as coisas pudessem ser compreendidas sem que fossem dilaceradas, separadas (LIMA, 2012). preciso que todos compreendam que o que se faz na escola trabalho, o que se produz na escola fruto de trabalho e o que a instituio produz um imenso e inalienvel patrimnio que se materializa por meio do trabalho pedaggico e educativo. Para Villas Boas (2001), a expresso trabalho pedaggico comporta dois significados. O primeiro refere-se ao trabalho realizado pela escola como um todo e, em sentido restrito, resulta da interao do professor com seus alunos, em sala de aula, convencional e em outros espaos. Nesse cenrio, todos trabalham; logo, coerente que todos sejam igualmente reconhecidos e valorizados.

    O trabalho pedaggico e sua organizao nas escolas de Educao Integral utilizaro diferentes espaos e tempos para as aprendizagens, no apenas os circunscritos sala de aula convencional. A aula, espao-tempo privilegiado de formao humana, acadmica e profissional (SILVA, 2011), pode ocorrer em praas, clubes, cinemas, comrcio local, teatro, em horrios organizados conforme os objetivos de aprendizagens elaborados pelos profissionais que desenvolvero as atividades junto aos estudantes. Diante do que assevera Silva (2011) e de sua sustentada assertiva, neste Projeto o termo aula fica compreendido e ampliado pela expresso Trabalho Pedaggico. Nessa dimenso, o Trabalho Pedaggico compreendido como espao de relaes e interaes do docente com o estudante, do estudante com seus pares, do estudante com os demais atores e profissionais que componham o dia a dia da escola. Afinal, tal teia de interaes e aprendizagens fundamental para o desenvolvimento do que foi planejado na e pela Escola, bem como o que reverbera no planejamento docente.

    Um tempo de Escola organizado de forma convencional e meramente duplicado em horas desnecessrio e ineficaz. A ampliao progressiva do tempo dirio de permanncia na Escola, previsto no artigo 34 da LDB, s faz sentido especialmente na

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    sociedade brasileira, dadas as peculiaridades culturais se trouxer uma reorganizao inteligente desse tempo. No se trata de imaginar uma Escola sem horrios ou regras, mas de recri-los em funo de um projeto curricular mais ambicioso do ponto de vista das oportunidades formativas, que ali os indivduos possam encontrar (CAVALIERE, 2006).

    O aumento do tempo de estudo deve vir acompanhado da ampliao do acesso dos estudantes aos espaos mltiplos para apropriao da cidade e de seus saberes, para que no se engessem as opes num projeto educativo regulado por oportunidades limitadas (GUAR, 2006). Assim, considerando que tempo, espao e oportunidades so elos para a realizao da Educao Integral, este Projeto prope:

    a) Jornada de tempo integral de, no mnimo, sete horas por meio de um Currculo Integrado.

    b) Educao escolar pautada na Pedagogia Histrico-Crtica, integrando-se realidade dos estudantes, tratando-os como protagonistas de sua formao.

    c) Ressignificao dos espaos escolares complementares sala de aula convencional: espaos internos como biblioteca, laboratrios de cincias e de informtica, ptios, parques, refeitrios, salas de aula, entre outros.

    d) Ressignificao dos espaos complementares externos escola, como centros olmpicos, praas, quadras poliesportivas, ginsios, Centro Interescolar de Lnguas, biblioteca comunitria, centros comunitrios, comrcio local, teatros, cinemas, oficinas de artesanato e feiras.

    e) As atividades sociais, culturais, artsticas, ldicas do Projeto sero desenvolvidas por educadores sociais voluntrios, educadores populares comunitrios, estagirios, voluntrios, oficineiros, entre outros atores

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    que integraro a comunidade escolar, atuando na formao dos estudantes, em consonncia com o Projeto Poltico-Pedaggico de cada instituio. Os professores, do ponto de vista curricular, tambm devem ministrar esses contedos/componentes curriculares.

    4.2 Turmas Alvorada e Turmas Sobretarde

    A Turma Alvorada diz respeito ao ingresso dos estudantes nas atividades realizadas desde o incio da manh e que se estendem a parte do vespertino, acrescentando, no mnimo, duas horas dirias jornada escolar. A Turma Sobretarde diz respeito ao ingresso dos escolares para realizao de atividades que so iniciadas na manh e que se estendem at o final da tarde com igual acrscimo de horas. As atividades desenvolvidas nos dois perodos devem ser articuladas visando estruturao de uma Educao Integral ofertada de forma integrada.

    As atividades complementares a que se refere este Projeto no so componentes curriculares obrigatrios contidos no Currculo em Movimento da SEEDF (2014). Assim, a carga horria delas no computada como mnimos para cada etapa e ou modalidade; portanto, no tm objetivo de promoo ou reteno daqueles por elas atendidos. Essas atividades devem ser consideradas como parte da formao diversificada que constitui o Currculo da Educao Bsica.

    4.3 Organizao dos tempos e espaos na Educao Infantil

    As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educao Infantil (2010) afirmam que as propostas pedaggicas devero considerar que a criana, centro do planejamento curricular, sujeito histrico e de direitos. Estas, por sua vez, se materializam nas interaes, relaes e prticas cotidianas as quais as crianas vivenciam e controem sua identidade pessoal e coletiva, brincando, imaginando, fantasiando, desejando, aprendendo, observando, experimentando, narrando,

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    PROJETO CIDADE ESCOLA CANDANGA:EDUCAO INTEGRAL

    * Das 7h30 s 12h30 - As cinco horas iniciais so de responsabilidade do docente em atendimento sua turma.

    ** Das 12h30 s 14h30 - As duas ltimas horas devem ser planejadas, organizadas e dinamizadas pelo docente referncia, em parceria com os coordenadores pedaggicos e demais profissionais da educao, com vistas aos propsitos deste Projeto.

    Turma Alvorada Rotina

    07h30 Acolhida/Caf da manh

    08h Trabalho pedaggico com professor regente

    10h 2 refeio Colao

    10h30 Parque/recreio/outros com professor regente

    11h Trabalho pedaggico com professor regente

    12h30 3 refeio Almoo

    13h Momento de Higienizao (dentes e mos)

    13h15Momentos de Convivncia (descanso e atividades ldicas livres e dirigidas) com professor de referncia

    questionando e construindo sentidos sobre a natureza e a sociedade, ou seja, produzindo cultura. Na Cidade Escola Candanga: Educao Integral, a instituio educacional acaba concentrando grande parte dessas vivncias da infncia de nossas crianas.

    A seguir, orientaes prticas para a organizao dos tempos e espaos nas unidades escolares do Projeto Cidade Escola Candanga: Educao Integral que atendem a Educao Infantil.

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    PROJETO CIDADE ESCOLA CANDANGA:EDUCAO INTEGRAL

    Turma Sobretarde Rotina

    10h30 Acolhida

    10h45Momentos de Convivncia (descanso e atividades ldicas livres e dirigidas) com professor de referncia

    12h 1 refeio - Almoo

    12h30 Momento de Higienizao (mos e dentes)

    12h45 Trabalho pedaggico com professor regente

    15h 2 refeio Lanche

    15h30 Trabalho Pedaggico com o professor regente

    16h30 Parque/recreio/outros com professor regente

    17h 3 refeio Jantar ou lanche

    * Das 10h30 s 12h30 - As duas primeiras horas devem ser planejadas, organizadas e dinamizadas pelo docente referncia, em parceria com os coordenadores pedaggicos e demais profissionais da educao, com vistas aos propsitos deste Projeto.

    ** Das 12h30 s 17h30 - As cinco horas finais so de responsabilidade do docente em atendimento sua turma.

    Momento de Convivncia

    Esse momento se refere ao trabalho coletivo nas duas horas em que as crianas se encontram juntas. Por sua natureza grupal, carece de superviso administrativa e de orientao pedaggica. Todos os adultos da escola podem e devem ser envolvidos nesse momento, em funo da segurana, das interaes e da riqueza pedaggica que esse encontro pode proporcionar. Para tanto, descrevemos algumas atividades que podem ser desenvolvidas:

    Acolhida inicial na entrada/ptio da escola ou outra forma a ser pensada pelo coletivo escolar.

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    PROJETO CIDADE ESCOLA CANDANGA:EDUCAO INTEGRAL

    Banho (a depender da organizao temporal, da infraestrutura e da necessidade da criana).

    Higienizao bucal e das mos.

    Refeies.

    Sono ou repouso, coletivo ou individual.

    Trabalho diversificado: contar histrias e ou atividades afins na biblioteca; brincadeiras livres e dirigidas na brinquedoteca e em outros ambientes; atividades ldicas e de movimento no ptio; momento supervisionado no parque infantil; outras iniciativas que a instituio se proponha a realizar.

    Sobre a organizao dos tempos

    Em uma organizao complexa como a escola, especialmente aquela que adota a jornada de tempo integral, preciso uma orientao entre o tempo, espao e materiais, fundada no contexto pedaggico. A rotina estrutura e norteia o cotidiano e organiza o dia a dia dos profissionais da educao e da criana. fonte de segurana e de previso, diminuindo a ansiedade e potencializando o aproveitamento dos tempos, materiais e ambientes (PROENA, 2004).

    importante salientar que a organizao das rotinas pedaggicas no deve estar subordinada a uma sequenciao hierarquizada que espelhe apenas a lgica e a organizao do adulto, mas que adapte e respeite os diferentes ritmos das crianas, assim como o ritmo nico da instituio.

    Por vezes, as crianas querem ou propem outros elementos que transgridem as formalidades da rotina, das jornadas integrais ou parciais, dos momentos institudos pelos profissionais, seja no sono, alimentao, higiene, hora da atividade, brincadeiras, entre outros. A partir da observao, possvel detectar como as crianas vivem o cotidiano da instituio. Esses sinais das crianas ajudam a apontar possibilidades que no se limitam s rotinas mecanizadas e fornecem

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    subsdios para trazer tona a surpresa, o inusitado, a novidade, ou seja, o vis flexvel inerente s rotinas pedaggicas.

    A rotina que d liberdade e permite o inesperado, respeitando a criana e seus ritmos, no pode levar ao espontanesmo. fundamental a intencionalidade pedaggica, pois o profissional, mediador das situaes de aprendizagens, que auxilia e acompanha o desenvolvimento infantil.

    As atividades como sono ou repouso, refeies, banho, ou seja, as prticas sociais, devem fazer parte das rotinas integradas s Linguagens Oral e Escrita, Digital, Matemtica, Corporal, Artstica, ao Cuidado Consigo e com o Outro e s Interaes com a Natureza e a Sociedade, por meio de atividades planejadas.

    Sobre a organizao dos espaos

    A organizao dos espaos reflete as concepes tericas e metodolgicas e socialmente construda. Os espaos fsicos devem acolher e propiciar as condies e exigncias pedaggicas prprias para essa etapa. Para Julio (2002), tambm devem cumprir as seguintes funes:

    Favorecer o desenvolvimento infantil e suas competncias.

    Promover a identidade pessoal.

    Promover o crescimento, o estmulo dos sentidos, os movimentos corporais.

    Promover o contato social e a privacidade.

    Promover a confiana e a autoconfiana.

    A sala de atividades o espao nuclear do trabalho pedaggico intencionalmente planejado e desenvolvido pelo professor nas cinco horas de aula em cada turma de Educao Infantil (Maternal II, 1 e 2 perodos). Esse trabalho baseado no Currculo em Movimento da

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    Educao Bsica Educao Infantil, sendo acompanhado diretamente pelo coordenador pedaggico. Entretanto, ainda que seja o espao nuclear e uma referncia espacial para as crianas, esse ambiente no pode ser o nico utilizado e explorado nas aes pedaggicas.

    importante ressaltar que, na perspectiva de Educao Integral, o docente, como responsvel pelo planejamento das atividades dirias, deve buscar a utilizao dos mais variados espaos escolares disponveis: sala de atividades, brinquedoteca, biblioteca, parque infantil, ptio, laboratrios, ambientes externos, entre outros, evitando que os estudantes fiquem durante todo o dia nas salas de atividades, realizando tarefas repetitivas e sustentadas apenas em impressos. Todos os espaos da escola devem ser transformados em ambientes pedaggicos, o que ocorre a partir das relaes variadas que se estabelecem neles.

    Ao professor cabe ainda a responsabilidade pelas crianas durante todo o perodo em que estiverem no ambiente escolar. Todavia, em alguns momentos, como os de refeio, higienizao e atividades coletivas, essa responsabilidade tambm dever ser compreendida como coletiva, sendo, portanto, compartilhada com demais profissionais da escola. Assim, os coordenadores pedaggicos, gestores, auxiliares de cozinha e manuteno, entre outros, tambm devero acompanhar as crianas de modo a garantir suas aprendizagens e convivncia de forma segura.

    4.4 Organizao dos tempos e espaos no Ensino Fundamental

    No Ensino Fundamental, importa oferecer ao estudante uma amplitude maior de oportunidades educacionais, seja nas artes, cultura, esportes ou na vivncia de experincias cientficas ou no. Para isso, cada momento de formao do estudante com seus professores e com seus pares ser oportuno para o compartilhamento das aprendizagens e das experincias e, consequentemente, de educao integral.

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    Turma Alvorada Rotina

    07h30 Acolhida - 1 refeio Lanche

    das 07h45 s 10h Trabalho pedaggico com professor

    das 10h s 10h15 2 refeio Colao

    das 10h15 s 10h30 Intervalo

    das 10h30 s 12h Trabalho pedaggico com professor

    das 12h s 12h30 3 refeio Almoo

    das 12h30 s 13h Momento de Higienizao; Descanso

    das 13h s 14h30Oficinas Interdisciplinares Atividades Curriculares Complementares com educadores sociais voluntrios e outros

    - Das 07h30 s 12h - Horrio destinado ao Trabalho Pedaggico ou atividades dirias realizadas sob a responsabilidade do corpo docente em sala de aula e ou em espaos complementares como bibliotecas, laboratrios de informtica, etc. Nesse perodo, o estudante dever receber a 1 refeio no incio das atividades e a 2, no perodo mediano do turno. Nesse perodo de tempo, ser disponibilizado um momento de quinze minutos para o intervalo. Tambm deve garantir-se espao para aulas de Educao Fsica Projeto Educao com Movimento, desenvolvido em no mnimo trs encontros semanais de 50 minutos cada.

    - Das 12h s 13h - Horrio destinado ao almoo, higienizao e descanso do estudante. Este o perodo de alternncia dos

    Nesse sentido, a organizao dos tempos e espaos escolares no Ensino Fundamental Anos Iniciais deve orientar-se pela rotina a seguir:

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    profissionais responsveis, iniciado com o professor e finalizado com o Educador Social Voluntrio. Devero ser envolvidos nesse momento os coordenadores pedaggicos e demais profissionais da escola, para garantir continuidade das atividades.

    - Das 13h s 14h30 - Horrio destinado realizao das Atividades Complementares, desenvolvidas por Educadores Sociais Voluntrios ou Estagirios, seja na prpria escola ou em espaos externos, sob a superviso e acompanhamento de profissionais da escola.

    Turma Sobretarde Rotina

    11hAcolhida - Oficinas Interdisciplinares Atividades Complementares Curriculares com educadores sociais voluntrios e outros

    das 12h30 s 13h 1 refeio Almoo

    das 13h s 13h30 Momento de Higienizao; Descanso

    das 13h30 s 15h30 Trabalho pedaggico com o professor

    das 15h30 s 15h45 2 refeio Colao

    das 15h45 s 16h Intervalo

    das 16h s 17h45 Trabalho Pedaggico com o professor

    das 17h45 s 18h 3 refeio Lanche

    - Das 11h s 12h30 - Horrio destinado realizao das Atividades Complementares, desenvolvidas por educadores sociais voluntrios ou estagirios, na prpria escola ou em espaos externos sob a superviso e acompanhamento de profissionais da escola.

    - Das 12h30 s 13h30 - Horrio destinado ao almoo, higienizao e descanso do estudante. Este o perodo de mudana dos profissionais responsveis, pois o momento se iniciou com o educador social voluntrio e ser finalizado com o professor, devendo

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    PROJETO CIDADE ESCOLA CANDANGA:EDUCAO INTEGRAL

    ser envolvidos os coordenadores pedaggicos e demais profissionais da escola, para garantir continuidade nas atividades.

    - Das 13h30 s 18h - Horrio destinado s atividades pedaggicas dirias realizadas com o professor em sala e ou espaos como bibliotecas, laboratrios de informtica, etc. Nesse momento, o aluno dever receber a 2 refeio no perodo mediano do turno, sendo a 3 servida no final do mesmo perodo. Nessa organizao, so disponibilizados quinze minutos de intervalo.

    - Assim como ocorreu com os estudantes da Turma Alvorada, so reservados espaos e tempos para aulas de Educao Fsica Projeto Educao com Movimento.

    Organizao de tempo-espao para os Anos Finais do Ensino Fundamental

    Turma Alvorada Rotina

    das 7h30 s 12h30 Trabalho Pedaggico com o professor

    das 12h30 s 13h30 Almoo; Higienizao; Descanso

    das 13h30 s 14h30Atividades Permanentes: artsticas, culturais, esportivas e de integrao social com educadores sociais voluntrios

    - Das 07h30 s 12h30 - Horrio destinado ao trabalho pedaggico ou atividades dirias com o professor em sala e ou espaos como bibliotecas, laboratrios de informtica, etc. Sero seis aulas dirias, preferencialmente aulas duplas em sala de aula e ou espaos como bibliotecas, laboratrios de informtica, laboratrios de cincias e aqueles ambientes externos indicados a partir do planejamento e em consonncia com o Projeto Poltico-Pedaggico da escola.

    - Das 12h30 s 13h30 - Horrio destinado ao almoo, higienizao e descanso do estudante, sendo este o perodo de alternncia dos responsveis, pois o momento foi iniciado com o professor e ser

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    finalizado com o educador social voluntrio. Devero ser envolvidos nesse processo os coordenadores pedaggicos e demais profissionais da escola, para garantir a continuidade das atividades.

    Observao - Enquanto os estudantes da Turma Alvorada estiverem almoando, os da Turma Sobretarde estaro finalizando as atividades referentes ao Trabalho Pedaggico com seus respectivos professores. Quando os estudantes da Turma Alvorada forem para a higienizao, os estudantes da Turma Sobretarde estaro iniciando as atividades referentes ao Trabalho Pedaggico com os docentes.

    - Das 13h30 s 14h30 - Horrio destinado realizao das atividades complementares, desenvolvidas por educadores sociais voluntrios ou estagirios, na prpria escola ou em espaos externos. Nesse perodo, sero reservadas duas horas-aula semanais para a realizao de atividades complementares de Educao Fsica com professor especfico, conforme proposta da SEEDF.

    Turma Sobretarde Rotina

    das 11h s 12hAtividades Permanentes: artsticas, culturais, esportivas e de integrao social

    das 12h s 13h Almoo; Higienizao; Descanso

    das 13h s 18h Trabalho Pedaggico

    - Das 11h s 12h - Horrio destinado realizao das atividades complementares, desenvolvidas por educadores sociais voluntrios ou estagirios, na prpria escola ou espaos externos. Neste perodo, sero reservadas duas horas-aula semanais para realizao de atividades complementares de Educao Fsica com professor especfico, conforme proposta da SEEDF.

    - Das 12h s 13h - Horrio destinado ao almoo, higienizao e descanso do estudante, sendo este o perodo de mudana dos responsveis, pois o momento foi iniciado com o monitor voluntrio e

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    ser finalizado com o professor. Devero ser envolvidos nesse processo os coordenadores pedaggicos e demais profissionais da escola a fim de garantir a continuidades das atividades.

    - Das 13h s 18h - Horrio destinado s atividades dirias ou trabalho pedaggico com os professores, com seis aulas dirias (preferencialmente aulas duplas) em sala de aula e ou espaos, como bibliotecas, laboratrios de informtica e outros ou ambientes externos escola desde que planejados conforme os propsitos do Projeto Poltico-Pedaggico de cada instituio.

    4.5 Organizao dos tempos e espaos para o Ensino Mdio

    A escola em regime de Educao Integral na etapa do Ensino Mdio dever ofertar atividades complementares definidas com a comunidade escolar cujo parmetro ser a necessidade dos estudantes, considerando inclusive a periodicidade (bimestral, trimestral ou semestral). Toda e qualquer atividade deve constar expressamente no Projeto Poltico-Pedaggico da Instituio. Devido a inmeros casos de alunos dos 2 e 3 anos, trabalhadores ou estagirios no perodo contrrio s aulas, sua participao nas atividades complementares ser por adeso. A adeso deve ser manifestada pelo estudante, se maior de idade, ou pelo responsvel, se menor de idade, at o 30 dia aps o incio das atividades da Educao Integral. Caso o estudante perca esse prazo, ele s poder participar das atividades complementares no semestre seguinte, desde que respeitada sua posio na lista de intenes, que ficar aberta at o final do 2 bimestre letivo.

    Turma Alvorada Rotina

    das 7h30 s 12h30 Trabalho Pedaggico com o professor

    das 12h30 s 13h30 Almoo; Higienizao; Descanso

    das 13h30 s 14h30Atividades complementares: artsticas, culturais, esportivas e de integrao social com educadores sociais voluntrios

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    Turma Sobretarde Rotina

    das 11h s 12hAtividades complementares: artsticas, culturais, esportivas e de integrao social com educadores sociais voluntrios e outros

    das 12h s 13h Almoo; Higienizao; Descanso

    das 13h s 18h Trabalho Pedaggico com o professor

    - Das 11h s 12h - Horrio destinado realizao das atividades complementares desenvolvidas por educadores sociais voluntrios ou estagirios, na prpria escola ou em espaos externos sob a superviso de algum profissional da educao.

    - Das 12h s 13h - Horrio destinado ao almoo, higienizao

    - Das 7h30 s 12h30 - Horrio destinado ao trabalho pedaggico ou s atividades dirias realizadas sob a responsabilidade do professor, com seis aulas dirias (preferencialmente duplas) em sala de aula e ou espaos como bibliotecas, laboratrios de informtica, laboratrios de cincias e outros que fizerem parte do Projeto Poltico-Pedaggico da escola.

    - Das 12h30 s 13h30 - Horrio destinado a almoo, higienizao e descanso dos estudantes, sendo este o perodo de alternncia dos responsveis, pois o momento foi iniciado com o professor e ser finalizado com o educador social voluntrio. Devero ser envolvidos nesse processo os coordenadores pedaggicos e demais profissionais da escola, para garantir a continuidade das atividades.

    - Das 13h30 s 14h30 - Horrio destinado realizao das atividades complementares, desenvolvidas por educadores sociais voluntrios ou estagirios, na prpria escola ou em espaos externos sob a superviso de algum profissional da educao.

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    e descanso do estudante, sendo este o perodo de alternncia dos responsveis, pois o momento foi iniciado com o professor e ser finalizado com o educador social voluntrio. Devero ser envolvidos nesse processo os coordenadores pedaggicos e demais profissionais da escola, a fim de garantir a continuidade das atividades.

    - Das 13h s 18h - Horrio destinado ao trabalho pedaggico ou s atividades dirias realizadas sob a responsabilidade do corpo docente, com seis aulas dirias (preferencialmente duplas) em sala de aula e ou espaos como bibliotecas, laboratrios de informtica, laboratrios de cincias, e outros que fizerem parte do Projeto Poltico-Pedaggico da escola.

    4.6 Horrios das Refeies no Projeto Cidade Escola Candanga: Educao Integral

    O horrio das refeies deve ser organizado como momento de formao de hbitos alimentares saudveis, de higiene, boas atitudes e socializao/interao. O ambiente para a oferta das refeies deve ser de preferncia em refeitrio e, caso a escola no o tenha, deve ser providenciado um ambiente tranquilo, organizado, limpo e agradvel. Esses aspectos contribuem para que os estudantes tenham boa aceitao em relao alimentao (KUREK; BUTZKE, 2006). O almoo, ou refeio principal, o momento em que se deve incentivar o estudante alimentao, enfatizando os valores nutricionais dos alimentos, destacando o valor da ingesto de hortalias e frutas. Este tambm o momento de propiciar aos estudantes uma relao amistosa com os colegas. Os escolares devem ser acompanhados e orientados quanto ao valor e importncia da higienizao bucal.

    4.7 Organizao de tempos e espaos no CENEBRAZ

    Esta uma proposta destinada ao horrio de atividades, tanto para as Turmas Alvorada quanto para as Turmas Sobretarde, e objetiva o desenvolvimento de trabalho com metodologia diversificada para atender os estudantes com necessidades educacionais especiais.

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    PROJETO CIDADE ESCOLA CANDANGA:EDUCAO INTEGRAL

    As turmas sero compostas por estudantes deficientes intelectuais, deficientes mltiplos, e TGD na faixa etria de 04 a 50 anos, com acompanhamento de educadores sociais voluntrios, sob a coordenao e orientao dos professores do CENEBRAZ.

    Os educadores sociais voluntrios atendero os estudantes com deficincia e TGD na Escola Integral, durante as atividades de AVDS (Atividades de Vida Diria e Socializao), orientando quanto escovao de dentes, no acompanhamento nas rotinas de sono e descanso, acompanhamento e ajuda nas refeies para aqueles que necessitam de apoio, organizao do material pedaggico, entre outras.

    Programa de Educao Profissional e Colocao no Trabalho, com a implantao de Oficinas de Cozinha, Lavanderia, Lavajato e Horta/Jardinagem

    Com a implantao da Educao de Tempo Integral no CENEBRAZ, os contedos do Programa de Educao Profissional sero ampliados e desenvolvidos por professores regentes das oficinas e coordenados e acompanhados pelo professor do SOT (Servio de Orientao ao Trabalho), coordenador da escola integral e coordenador do programa de educao profissional.

    Os estudantes com deficincia intelectual ou mltipla, sem graves comprometimentos, a partir dos 14 anos de idade podero fazer parte das oficinas pedaggicas pr-profissionalizantes, com vistas insero no mundo do trabalho.

    As oficinas pr-profissionalizantes do CENEBRAZ destinam-se ao desenvolvimento de contedos pedaggicos que priorizem as aprendizagens:

    - Bsicas - Tm como objetivo desenvolver o aprender a pensar, utilizando como ferramenta a comunicao e o raciocnio lgico. Sero trabalhadas temticas, como segurana, higiene e sade no trabalho, documentos essenciais do trabalhador, noes sobre

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    PROJETO CIDADE ESCOLA CANDANGA:EDUCAO INTEGRAL

    legislao trabalhista, direitos humanos, meio ambiente, tempo e espao, entre outros. Essas temticas sero desenvolvidas por meio de atividades tericas e prticas, sob a responsabilidade do professor do SOT (Servio de Orientao para o Trabalho).

    - Especficas So atividades relativas ao trabalho e ao desenvolvimento de aprendizagens para saber fazer e saber ser. Implicam conhecimento tcnico e desenvolvimento de conhecimentos especficos para o trabalho. As atividades prticas que favorecero o desenvolvimento dessas aprendizagens sero realizadas sob a orientao do professor regente das oficinas pr-profissionalizantes.

    - De Gesto - Referem-se capacidade de gesto do processo de trabalho e do tempo, as relaes com os pares de trabalho e com a chefia. Temas a serem trabalhados para desenvolver as aprendizagens necessrias ao trabalho: procedimento para busca de emprego, relaes interpessoais no trabalho, mercado de trabalho, entre outros. Essas aprendizagens sero desenvolvidas por meio de atividades tericas e prticas, sob a responsabilidade do professor do SOT (Servio de Orientao para o Trabalho).

    O trabalho baseado nessas aprendizagens contribui para o desenvolvimento da autonomia e da formao de competncia profissional dos estudantes.

    Programa de Educao Profissional das Oficinas Pr-profissionalizantes - CENEBRAZ

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    PROJETO CIDADE ESCOLA CANDANGA:EDUCAO INTEGRAL

    Turma Alvorada Rotina

    das 07h30 s 08h 1 refeio - Caf da Manh

    das 08h s 10hAtividades pedaggicas ou Oficinas Pr-profissionalizantes

    das 10h s 10h20 Lanche

    das 10h20 s 10h40 Intervalo

    das 10h40 s 11h40Atividades pedaggicas ou Oficinas Pr-profissionalizantes

    das 11h40 s 12h30 2 refeio Almoo

    das 12h30 s 13h20 AVDS, Atividades de descanso e relaxamento

    das 13h20 s 14h10 Atendimentos Multidisciplinares

    das 14h10 s 14h30 3 refeio Lanche

    - Das 7h30 s 8h Caf da manh. O estudante dever ser acompanhado pelo professor regente e o tcnico em gesto educacional-especialidade monitor e os educadores sociais voluntrios.

    - Das 8h s 10h - Atividades de responsabilidade do docente, tendo como espao a sala de aula de cada turma. Nesse perodo, sero desenvolvidos contedos pedaggicos para a primeira fase do Programa de Educao Profissional ou atividades pedaggicas do currculo funcional para os estudantes com maiores comprometimentos.

    - Das 10h s 10h20 - Lanche. Os estudantes devero ser acompanhados pelo professor regente, tcnico em gesto educacional-especialidade monitor, educadores sociais voluntrios e demais profissionais da escola.

    - Das 10h20 s 10h40 Recreio. Nesse momento os estudantes devero ser acompanhados pelos professores regentes e tcnicos em gesto educacional-especialidade monitor.

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    PROJETO CIDADE ESCOLA CANDANGA:EDUCAO INTEGRAL

    - Das 10h40 s 11h40 - Atividades de responsabilidade do docente, tendo como espao a sala de aula de cada turma. Nesse perodo, sero desenvolvidos contedos pedaggicos para a primeira fase do Programa de Educao Profissional ou atividades pedaggicas do currculo funcional para os estudantes com maiores comprometimentos.

    - Das 11h40 s 12h30 - Horrio do almoo. Deve ser acompanhado pelos professores regentes das oficinas e das turmas que compem a programao da Educao Integral. Este um momento para o desenvolvimento de contedos pedaggicos significativos para a vida social.

    - Das 12h30 s 13h20 Atividades de descanso e relaxamento. Os estudantes sero acompanhados pelos educadores sociais voluntrios e professores das atividades coletivas.

    - Das 13h20 s 14h10 Atendimentos multidisciplinares. Os estudantes sero acompanhados pelos educadores sociais voluntrios e professores das atividades coletivas.

    - Das 14h10 s 14h30 Lanche. Os estudantes devero ser acompanhados pelo professor regente, tcnico em gesto educacional-especialidade monitor, educadores sociais voluntrios e demais profissionais da escola.

    Turma Sobretarde Rotina

    das 11h s 11h40 1 refeio Almoo

    das 11h40 s 12h10 AVDS, Atividades de descanso e relaxamento

    das 12h10 s 13h Atendimentos Multidisciplinares

    das 13h s 15h30Atividades pedaggicas ou Oficinas Pr-profissionalizantes

    das 15h30 s 15h50 2 refeio: Lanche

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    PROJETO CIDADE ESCOLA CANDANGA:EDUCAO INTEGRAL

    Turma Sobretarde Rotina

    das 15h50 s 16h10AVDS - Atividades de descanso e relaxamento

    das 16h10 s 16h20 Recreio

    das 16h20 s 17h40Atividades pedaggicas ou Oficinas Pr-profissionalizantes

    das 17h40 s 18h 3 refeio lanche

    - Das 11h s 11h40 - Horrio do almoo. Os estudantes sero acompanhados pelos professores regentes das oficinas e das turmas que compem a programao da Educao Integral. EsTe um momento para o desenvolvimento de contedos pedaggicos significativos para a vida social.

    - Das 11h40 s 12h10 - Atividades de descanso e relaxamento. Os estudantes sero acompanhados pelos educadores sociais voluntrios e professores das atividades coletivas.

    - Das 12h10 s 13h - Atendimentos multidisciplinares. Os estudantes sero acompanhados pelos educadores sociais voluntrios e professores das atividades coletivas.

    - Das 13h s 15h30 - Atividades de responsabilidade do docente, tendo como espao a sala de aula de cada turma. Nesse perodo, sero desenvolvidos contedos pedaggicos para a primeira fase do Programa de Educao Profissional ou atividades pedaggicas do currculo funcional para os estudantes com maiores comprometimentos.

    - Das 15h30 s 15h50 - Lanche. Os estudantes sero acompanhados pelo professor regente, tcnico em gesto educacional-especialidade monitor, educadores sociais voluntrios e demais profissionais da escola.

    - Das 15h50 s 16h10 - Atividades de descanso e relaxamento. Os estudantes sero acompanhados pelos educadores sociais voluntrios e professores das atividades coletivas.

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    PROJETO CIDADE ESCOLA CANDANGA:EDUCAO INTEGRAL

    - Das 16h10 s 16h20 - Recreio. Nesse momento os estudantes sero acompanhados pelos professores regentes e tcnicos em gesto educacional-especialidade monitor.

    - Das 16h20 s 17h40 - Atividades de responsabilidade do docente, tendo como espao a sala de aula de cada turma. Nesse perodo, sero desenvolvidos contedos pedaggicos para a primeira fase do Programa de Educao Profissional ou atividades pedaggicas do currculo funcional para os estudantes com maiores comprometimentos.

    - Das 17h40 s 18h - Lanche e organizao para a sada dos estudantes, sob a superviso dos professores regentes.

    4.8 Escolas Inclusivas

    Os estudantes com DMU (Deficincia Mltipla) e DI (Deficincia Intelectual) tero contedos do Currculo em Movimento da Educao Bsica (adaptado ou funcional), ministrados pelo professor regente durante as cinco horas. Aps esse horrio, os estudantes sero acompanhados diariamente por outro professor regente, com auxlio de monitor e/ou educador social voluntrio, dando seguimento programao do 2 perodo. Os horrios das atividades complementares podero ser reduzidos conforme a rotina diria de alimentao, descanso/relaxamento e higienizao pertinentes, com carga horria a ser definida conforme as especificidades de cada estudante.

    Os estudantes com TGD (Transtorno Global do Desenvolvimento) tero contedos do Currculo em Movimento da Educao Bsica (adaptado ou funcional), conforme cada caso, ministrados pelo professor regente durante as cinco horas. Aps esse horrio, sero acompanhados por outro professor regente, seguindo a rotina proposta para o 2 perodo. A alimentao e a higienizao devero ser acompanhadas pelo segundo professor regente, auxiliado por monitor, quando necessrio. As atividades complementares que a unidade escolar ofertar sero selecionadas conforme as especificidades do estudante e acompanhadas pelo professor regente, devendo ocorrer diariamente as vivncias coletivas nas demais turmas inclusivas.

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    PROJETO CIDADE ESCOLA CANDANGA:EDUCAO INTEGRAL

    Turmas de Integrao Inversa

    Os estudantes com DMU (Deficincia Mltipla), DI (Deficincia Intelectual) e DF (Deficincia Fsica) tero atividades acadmicas do Currculo em Movimento da Educao Bsica, ministradas pelo professor regente durante as cinco horas. Aps esse horrio, os estudantes sero acompanhados por educadores sociais voluntrios e monitores, podendo ser reduzido o horrio das atividades complementares, conforme a rotina diria de alimentao, descanso/relaxamento e higienizao pertinente, com carga horria a ser definida conforme as especificidades de cada estudante.

    Os estudantes com TGD tero atividades acadmicas do Currculo em Movimento da Educao Bsica, ministradas pelo professor regente durante as cinco horas. Aps esse horrio, assumir outro professor regente. A alimentao e a higienizao devero ser acompanhadas pelo segundo professor regente, assim como as demais atividades complementares que a unidade escolar ofertar.

    EJA Interventivo

    Os estudantes tero contedos do Currculo em Movimento da Educao Bsica, ministrados pelo professor regente durante as cinco horas-aula. Aps esse horrio, sero acompanhados pelo professor do SOT (Servio de Orientao para o Trabalho), que trabalhar contedos para o desenvolvimento das aprendizagens bsicas, aprendizagens especficas (atividades de oficinas) e aprendizagens de gesto. Esse professor acompanhar os estudantes diariamente, durante o perodo do almoo, para a formao de hbitos e comportamentos sociais.

    Classe Comum Inclusiva

    Essas classes devem seguir a rotina programada da Educao Integral, com ressalvas nos atendimentos aos estudantes com maiores comprometimentos, que devero ser avaliados pela EEAA (Equipe Especializada de Apoio Aprendizagem) ou profissionais da rea mdica que indicaro a carga horria complementar ideal, diante de suas especificidades e deficincias, cumprindo os 200 (duzentos) dias letivos previstos.

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    Observaes

    - Os estudantes com deficincia, TGD e altas habilidades/superdotao frequentaro as salas de recursos durante o horrio de atividades complementares na Educao Integral e no podero ausentar-se das aulas do Currculo em Movimento da Educao Bsica, cumprindo a mesma carga horria e dias letivos dos demais estudantes.

    - As refeies sero ofertadas para todos os estudantes no mesmo espao fsico. Aqueles que necessitarem de auxlio na alimentao e na higienizao o tero de monitores, educadores sociais voluntrios, professores regentes (da Classe Especial, Integrao Inversa e SOT) ou demais profissionais disponibilizados pela direo da unidade escolar.

    - Os estudantes com deficincia e TGD que necessitarem de descanso/relaxamento, aps as atividades acadmicas, faro uso da sala de descanso, com tempo determinado, acompanhados por profissionais indicados pela direo da unidade escolar.

    - Os estudantes com deficincia e TGD podero ser dispensados das atividades complementares dirias (total ou parcial), mediante comprovao de assiduidade em atendimentos clnicos ou multidisciplinares fora do espao escolar.

    - Nos casos pontuais de estudantes com deficincia e TGD que no puderem permanecer em tempo integral na escola, poder ocorrer a dispensa total das atividades complementares dirias, conforme recomendao mdica ou solicitao da famlia.

    - Os estudantes com surdez ou surdocegueira devero ser acompanhados no perodo da Educao Integral por educador social voluntrio, com proficincia em Libras para atuar como intrprete ou guia-intrprete.

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    4.9 O Centro Interescolar de Lnguas de Brazlndia integrado ao Projeto Cidade Escola Candanga: Educao Integral

    O Centro Interescolar de Lnguas de Brazlndia ser importante apoiador e partcipe do Projeto Cidade Escola Candanga: Educao Integral. Respeitando suas peculiaridades e considerando a expertise dos profissionais do CILB, apresentam-se quadros de aes e articulaes que sero inseridos na perspectiva do projeto em questo. Importante salientar que no se limitam a estas, as inmeras possibilidades e iniciativas que as escolas de Brazlndia em dilogo e parceria com o Centro Interescolar de Lnguas podem envidar no presente momento e por meio da maturidade institucional que esse trabalho alcanar. A seguir, a proposta de atendimento:

    Pblico2 e 3 feiras

    3 e 5 feiras6 feira (horrio duplo)

    Observaes

    Turmas Sobretarde

    das 10h10 s 11h30

    das 10h10 s 11h30

    das 7h30 s 10h30

    Ao trmino da atividade no CILB, o estudante ser encaminhado escola de

    origem para almoo e demais atividades

    CFC Turmas

    Sobretarde

    das 11h30 s 12h30

    Cursos opcionais formao

    complementar

    -Cursos exclusivos aos

    estudantes matriculados no CILB

    CFC Turmas Alvorada

    das 13h s 14h

    Cursos opcionais formao

    complementar

    -Cursos exclusivos aos

    estudantes matriculados no CILB

    Turmas Alvorada

    das 14h s 15h20

    das 14h s 15h20

    das 14h s 16h40

    O estudante que optar por esse horrio no poder participar de atividades

    previstas para incio s 13h30, na escola de origem (Educao

    Integral)

    - O quadro acima apresenta os horrios para os estudantes da Educao Integral que esto ingressando como alunos iniciantes nos cursos do CILB, no ano de 2014, no Projeto Cidade Escola Candanga: Educao Integral. Os horrios de cursos no indicados no quadro

    2 e 4

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    esto destinados a estudantes anteriormente matriculados nos diferentes nveis: Bsico, Intermedirio e Avanado, que continuaro frequentando o CILB nos horrios fora do perodo de suas atividades de Educao Integral.

    - Nos dias de aula no CILB, o estudante da Educao Integral ser dispensado das atividades desenvolvidas na escola de origem, no perodo das 11h s 12h. Nos demais dias, realizar atividades propostas pela escola.

    - O mesmo transporte que levar o estudante da Turma Sobretarde para a escola de origem, conduzir o estudante da Turma Alvorada de sua escola de origem ao CILB.

    O Centro Interescolar de Lnguas desenvolver atividades em seu laboratrio de informtica para ensino e aprendizagem de lngua estrangeira com a participao dos educadores sociais voluntrios do prprio CILB. Para isso, dever manter superviso dessas aulas por intermdio de profissional efetivo lotado no CILB. O laboratrio de informtica poder ser usado nos horrios destinados a atividades complementares da Educao Integral.

    Os estudantes dos anos iniciais do Ensino Fundamental podero contar ainda com o Projeto Sala de Vivncia para Aprendizagem de Lnguas, ao pedaggica coordenada pelo CILB, que tem o objetivo de sensibilizar os estudantes dessa etapa para o aprendizado de Lnguas Estrangeiras Modernas (LEM), sem o carter formal do ensino de LEM. O projeto ser executado pelos educadores sociais voluntrios nas Escolas Classe de Educao Integral que demonstrarem interesse em participar da atividade.

    O educador social voluntrio nesse Projeto dever ser estudante do CILB dos nveis Intermedirio ou Avanado, ou aluno egresso. Desenvolver as atividades na Sala de Vivncia sob a superviso de professores e coordenadores do CILB. Esse educador social voluntrio ser indicado por uma equipe dessa unidade de ensino e participar

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    de cursos especficos de preparao para as atividades do Projeto, ministrados por professores no horrio destinado aos Cursos de Formao Complementares - CFC.

    4.10 A Educao Fsica na perspectiva da Educao Integral e o Centro de Iniciao Desportiva - CID

    A Educao Fsica introduz e integra o estudante diversidade da cultura corporal, contribuindo para a formao integral do ser. Nessa perspectiva, o professor de Educao Fsica dever, ao ministrar suas aulas, articular o processo de aprendizagem do jogo, da dana, do esporte, das lutas entre outras manifestaes corporais a temas sociais contemporneos, tais como: Corpo e Esttica, Espetacularizao e Megaeventos Esportivos, Ludicidade, Lazer, Mundo do Trabalho, Sade e Sexualidade, Mdias, Diversidade, Tecnologia e Sustentabilidade Ambiental. Ns os denominamos de elementos articuladores para o desenvolvimento do Currculo, que do concretude e relevncia aos contedos da Cultura Corporal na Educao Integral. Esses grandes temas devem ser abordados em sua dimenso histrico-social e estar presentes, portanto, em todo o conhecimento a ser desenvolvido.

    Para tanto, as atividades pedaggicas desenvolvidas no ambiente escolar da Educao Integral devero superar a lgica reducionista que valoriza a performance e o rendimento esportivo e privilegiar o desenvolvimento da totalidade humana (dimenses cognitiva, socioafetiva, esttica, corporal e cultural).

    As inmeras manifestaes da cultura corporal apresentam diversas possibilidades tanto na dimenso da Educao Fsica como componente curricular, quanto nas atividades complementares curriculares apresentadas no Projeto Cidade Escola Candanga: Educao Integral, que devem estar articuladas e integradas entre si e no Projeto Poltico-Pedaggico da Escola.

    A interveno pedaggica no mbito da Educao Fsica e do Esporte Escolar, tendo como contedos os elementos da cultura

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    corporal, envolver os estudantes em metodologias que privilegiem a apropriao crtica desses contedos, visando garantir a formao de sujeitos coletivos, autodeterminados e criativos.

    A interveno na Educao Fsica como componente curricular dever ser realizada por professores de Educao Fsica, sendo que nas atividades complementares haver a presena dos educadores sociais voluntrios (estudantes de Educao Fsica e Agentes Sociais da comunidade).

    Para a escolha das atividades complementares curriculares afetas cultura corporal (dana, jogos e brincadeiras, esporte, ginstica, lutas, entre outras), o professor contar com a participao da comunidade escolar, obedecendo a caractersticas e demandas locais e ao Projeto Poltico-Pedaggico das escolas onde esto inseridos.

    A Educao Fsica como componente curricular no poder ser substituda pelas atividades complementares - projetos de cultura corporal -, ainda que estas sejam manifestaes da Educao Fsica, como o esporte.

    As atividades complementares curriculares (projetos de cultura corporal) no precisam necessariamente ser ofertadas dentro da mesma unidade escolar.

    Cada polo do Centro de Iniciao Desportiva - CID atender os diversos estudantes das Escolas da CRE-Brazlndia. O CID caracteriza-se como espao-tempo de vivncia de uma nica manifestao da cultura corporal (futebol, capoeira, voleibol, etc.) de forma aprofundada. As estratgias de adeso e participao dos estudantes sero definidas pela Coordenao de Educao Integral, em conjunto com a Coordenao de Educao Fsica e Desporto Escolar e CRE.

    As aulas do CID sero organizadas durante 90 minutos para que os estudantes tenham mais tempo para as prticas corporais.

    Aos Estudantes da Sobretarde sero ofertadas vagas do CID no turno matutino, nos seguintes horrios:

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    Turma Sobretarde estudantes que realizam o trabalho

    pedaggico no turno vespertino na escola de origem

    CID

    das 07h30 s 9hManifestaes da cultura corporal (basquetebol, voleibol e futsal)

    das 09h s 10h30Manifestaes da cultura corporal (voleibol, basquetebol e futsal)

    Turma Alvorada estudantes que realizam o trabalho

    pedaggico no turno matutino na escola de origem

    CID

    das 15h s 16h30Manifestaes da cultura corporal (basquetebol, voleibol e futsal)

    das 16h30 s 18hManifestaes da cultura corporal (basquetebol, voleibol e futsal)

    Aos estudantes da Turma Alvorada sero oferecidas vagas do CID no turno vespertino, nos seguintes horrios:

    A presena do professor de Educao Fsica nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental deve ocorrer articulada ao Projeto Educao com Movimento, ou seja, o professor planejar, coordenar, bem como promover a avaliao conjuntamente com o professor regente.

    O Projeto Educao com Movimento preconiza um atendimento de, no mnimo, dois encontros semanais com 50 minutos cada um, onde o professor de Educao Fsica atua conjuntamente com o professor regente da turma de anos iniciais.

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    5 - AVALIAO PARA AS APRENDIZAGENS NA EDUCAO INTEGRAL

    A avaliao com vistas ao Projeto Cidade Escola Candanga: Educao Integral seguir os princpios, instrumentos, procedimentos e registros orientados pelas Diretrizes de Avaliao Educacional, aprovado e apresentado rede pblica, no ano letivo de 2014. Alerta-se para que, em razo de maior tempo com os estudantes, a avaliao informal, que se traduz por juzos de valores, seja praticada de maneira encorajadora. Salienta-se que nos casos de elaborao dos registros de avaliao, como descrito nas Diretrizes de Avaliao, o docente responsvel oua outros profissionais que atendem os estudantes, bem como o prprio Conselho de Classe e as famlias dos educandos para proceder aos registros.

    Reitera-se que as atividades propostas em face da ampliao dos tempos nas etapas e modalidades no se organizem com o propsito de promover ou reter os estudantes. So vivncias e oportunidades para ampliao das aprendizagens em todas as dimenses humanas e, portanto, dizem respeito formao integral desses sujeitos.

    6 - COORDENAO PEDAGGICA: ESPAO-TEMPO DE CONSTRUO COLETIVA DO PROJETO POLTICO-PEDAGGICO DE EDUCAO INTEGRAL

    Todas as unidades escolares devero reelaborar seus projetos poltico-pedaggicos adequando-os ao Projeto Cidade Escola Candanga: Educao Integral. Para isso, a SEEDF elaborou a Orientao Pedaggica do Projeto Poltico-Pedaggico e da Coordenao Pedaggica como subsdio s equipes gestoras e pedaggicas das escolas. No documento, sugerimos que preciso recuperar os objetivos e finalidades da coordenao pedaggica como espao de formao continuada dos profissionais da educao; espao de discusso, elaborao, acompanhamento e avaliao do Projeto Poltico-Pedaggico; espao de autorreflexo como parte da autoavaliao dos sujeitos e da escola na perspectiva de uma Avaliao Institucional

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    Formativa (LIMA, 2012). Espao de pensar e repensar a organizao do trabalho pedaggico da escola como um todo e da sala de aula, num processo de ao-reflexo-ao sem prejuzo da tica, do bom senso e do sentido primeiro inerente funo social da escola.

    Ao mesmo tempo, pensar, elaborar e desenvolver um projeto de Educao Integral requer conceber o Projeto Poltico-Pedaggico como instrumento de construo da autonomia da escola. A perspectiva de projeto pedaggico assumida a de instrumento emancipador, que tenha como um de seus princpios a formao continuada dos professores, que ocorre no espao-tempo da coordenao pedaggica. Segundo Veiga, o Projeto Poltico-Pedaggico no deve limitar-se aos contedos curriculares, mas se estender discusso da escola como um todo e suas relaes com a sociedade (1996, p. 20). Portanto, deve ser visto como eixo norteador do trabalho da escola e da coordenao pedaggica espao de formao continuada do professor, procurando mostrar a indissociabilidade entre ambos (SILVA, 2007, p. 136).

    desafiante propor a organizao da coordenao pedaggica vinculada ao processo de construo do Projeto Poltico-Pedaggico e de formao continuada dos profissionais da educao. Esses trs elementos formam uma trade que deve ser repensada e ressignificada com base nos princpios da Educao Integral, apresentados neste Documento.

    O Projeto Poltico-Pedaggico da escola o instrumento pelo qual a escola, organizada coletivamente, pensa, concretiza e avalia um trabalho que atenda as necessidades de aprendizagem e desenvolvimento integral dos estudantes com a participao da comunidade na escola. tambm instrumento que sinaliza novas trilhas e novos caminhos em busca de outras paragens, de novas possibilidades, para que o professor invista em sua formao nos espaos da prpria escola, dinamizando-os e ressignificando-os por meio da coordenao pedaggica. Refora-se, assim, a relao

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    dialtica entre o projeto da escola e a coordenao pedaggica (idem).

    ainda Silva que nos alerta para o fato de que a elaborao do Projeto Poltico-Pedaggico requer uma reflexo profunda sobre as finalidades da escola, sobre o reconhecimento de sua historicidade e sobre um processo de autoavaliao que possibilite construir uma nova organizao do trabalho escolar (2007, p. 139). Potencializar o espao da coordenao pedaggica viabiliza o alcance dos objetivos apresentados no Projeto Poltico-Pedaggico de Educao Integral que cada escola elaborar, favorecendo a constituio de processos inovadores de ensinar, aprender, pesquisar e avaliar. Ao mesmo tempo, recupera o sentido essencialmente coletivo do trabalho docente, realizado em contextos em que vrios sujeitos se fazem presentes, influenciam histrias de vida e so influenciados por elas, pelos valores, concepes, saberes e fazeres uns dos outros.

    Nesse sentido, a elaborao de um Plano de Ao para a coordenao pedaggica como parte constitutiva do Projeto Poltico-Pedaggico da escola essencial para resgatar esse espao como articulador desse projeto.

    7 - CONSIDERAES FINAIS

    A SEEDF envida esforos, pessoal tcnico especializado e demais insumos que se fizerem necessrios para que esta poltica pblica seja implementada e se torne uma Poltica de Estado. A tendncia desta rede em aumentar qualitativamente os tempos e espaos para as aprendizagens ganhou nos anos de 1995 a 1998, por meio da Escola Candanga, especial adendo que se traduziu em ampliao do tempo-espao da Coordenao Pedaggica no interior das escolas. Revitalizar esse importante momento para que a escola, como um todo, pense, avalie, analise e reflita sobre seu Projeto Poltico-Pedaggico pode fazer a diferena quando se prope implantar a Educao Integral.

    O Projeto Cidade Escola Candanga: Educao Integral ousa ao apontar caminhos para a escola pblica inclusiva, de fato e de

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    direito. Oferecer aos filhos e filhas dos trabalhadores oportunidades educacionais de boa qualidade , ao mesmo tempo, um dever e um compromisso solidrio com a gerao presente e aquela que vir. Os braos dessa poltica pblica e sua capilaridade possuem eixos, estruturas e corpos nem sempre materiais ou fsicos. A formao continuada dos profissionais da educao, a gesto democrtica da escola e do sistema, a centralidade e protagonismo dos estudantes e o compromisso de todos com as aprendizagens representam os elementos imateriais necessrios para o sucesso do Projeto.

    Este Projeto ser implementado gradativamente em todo o Distrito Federal e ser exitoso quanto maior for a adeso, apoio e compreenso das pessoas que, direta e indiretamente, educam na sociedade do conhecimento. Modificar os tempos de ensinar ou aumentar-lhes a durao s faz algum sentido se eles se tornarem tempos para aprender. O protagonismo do estudante no pode ser conduzido com o discurso ou sob alguma prtica punitiva; ao contrrio, encoraj-los e apoi-los pode ser a melhor estratgia para desenvolver-lhes a autonomia. Nessa perspectiva, a escola e a cidade precisam unir-se e tornar-se uma s.

    Quanto aos educadores ou profissionais da educao, preciso que voltemos para eles o olhar, a ateno e o respeito porque, sem considerar o brilho ou excelncia do texto escrito, em qualquer nvel de planejamento, depende em grande parte da aceitao, apoio e ressignificao que eles daro ao que foi inicialmente pensado. Ampliar apenas o tempo e no torn-lo melhor e mais produtivo do ponto de vista pedaggico pode levar-nos exausto e ao desnimo em relao ao trabalho que aqui se prope. A fim de que evitemos isso, a SEEDF conclama todos para que abracem a compreenso terica e prtica do que seja uma Cidade Escola. Tal compreenso revela e traz para o centro de tudo que se almejou e foi sonhado por Ansio Teixeira, Darcy Ribeiro, Paulo Freire quando emprestaram suas vidas para a educao pblica dos trabalhadores e, respectivamente, de seus filhos. A Escola agora a Cidade e toda ela se volta para a educao, acolhimento e fortalecimento da cultura, da cincia e da cidadania de todos.

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    REFERNCIAS

    ARAJO. A. C. de. Gesto, avaliao e qualidade da educao: polticas pblicas reveladas na prtica escolar. Braslia: Lber Livro; Faculdade de Educao/Universidade de Braslia, 2012.

    BOURDIEU, P.; CHAMPAGNE, P. Os excludos do interior. In: NOGUEIRA, M. A.; CATANI, A. (Orgs.) Escritos de Educao. Petrpolis, RJ: Vozes, 1998.

    CASTRO, A. de; LOPES, R. E. A Escola de Tempo Integral: desafios e possibilidades. Ensaio: aval. pol. pbl. Educ., Rio de Janeiro, v. 19, n. 71, p. 259-282, abr./jun. 2011.

    CAVALIERE, A. M. Em busca do tempo de aprender. Cadernos Cenpec / Centro de Estudos e Pesquisas em Educao, Cultura e Ao Comunitria: Educao Integral. So Paulo: CENPEC, n. 2, 2006.

    GUAR, I. M. F. R.. imprescindvel educar integralmente. Cadernos Cenpec / Centro de Estudos e Pesquisas em Educao, Cultura e Ao Comunitria: Educao Integral. So Paulo: CENPEC, n. 2, 2006.

    JULIO, F. O espao fsico como prtica poltico-pedaggica. In: BRASIL, Ministrio da Educao. Diretrizes Bsicas de Infraestrutura para funcionamento das instituies de Educao Infantil. Documento Preliminar. Braslia: MEC, 2002.

    KUBITSCHEK, J. Por que constru Braslia. Braslia: Senado Federal, 2000.

    KUREK, M.; BUTZKE, C. M. F. Alimentao escolar saudvel para educandos da educao infantil e ensino fundamental. Revista de divulgao tcnico-cientfica do ICPG, v. 3, n. 9, p. 139-144, jul/dez. 2006.

    LIMA, E. S. L. O Diretor e as avaliaes praticadas na escola. Kiron editora: Braslia DF, 2012.

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    PROENA, M. A. de R. A rotina como ncora do cotidiano na Educao Infantil. Revista Ptio Educao Infantil, Porto Alegre, n. 4, p.13-15, 04 abr. 2004.

    SILVA, E. F. da. A coordenao pedaggica como espao de organizao do trabalho escolar: o que temos e o que queremos. In: VEIGA, I.P.A. (org.). Quem sabe faz a hora de construir o Projeto Poltico-Pedaggico. Campinas, SP: Papirus, 2007.

    SILVA, E. F. da. A aula no contexto histrico. In: VEIGA, I.P.A. Aula: gnese, dimenses, princpios e prticas. Campinas: Papirus, 2011, 2 edio.

    VEIGA, I. P. A. Projeto Poltico-Pedaggico da escola: uma construo coletiva possvel. Campinas, SP: Papirus, 1996.

    VILLAS BOAS, B. M. de F. Bases pedaggicas do trabalho escolar. In: Curso de Pedagogia para Professores em Exerccio no Incio de Escolarizao. Braslia: FE/UnB, Md. I, v.1, 2001d.

    Documentos citados

    BRASIL. Constituio: Repblica Federativa do Brasil. Braslia: Senado Federal, Centro Grfico, 1988.

    ______. Estatuto da Criana e do Adolescente. Lei Federal 8069 de 13/07/1990.

    ______. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional 9394/96. Braslia, DF, 1996.

    ______. Decreto n 7.083, de 27 de janeiro de 2010. Dispe sobre o programa mais educao. Dirio Oficial da Unio, Braslia, 27 jan. 2010a.

    ______. Projeto de Lei n 8.035/2010. Aprova o Plano Nacional de Educao para o decnio 2011-2020. Braslia: 2010. Disponvel em:

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    projeto_pne_2011_2020.pdf?sequence=1>. Acesso em: 24 nov. 2013.

    ______. Ministrio da Educao. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao Infantil. Secretaria de Educao Bsica. Braslia: MEC, SEB, 2010.

    ______. Lei n 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educao nacional. Dirio Oficial da Unio. Braslia, 23 dez. 1996. Disponvel em: .

    DISTRITO FEDERAL. FEDF/DP. Cadernos da Escola Candanga: Fundamentos Poltico-Pedaggicos. Braslia, 1995.

    ______. Lei Orgnica do Distrito Federal, de 08 de junho de 1993. Constitui a Lei Fundamental do Distrito Federal, com o objetivo de organizar o exerccio do poder, fortalecer as instituies democrticas e os direitos da pessoa humana. Dirio Oficial do Distrito Federal Suplemento. Braslia, 09 de jun. 1993.

    ______. Lei 4.751de 7 de fevereiro de 2012. Dispe sobre o Sistema de Ensino e a Gesto Democrtica do Sistema de Ensino Pblico do Distrito Federal.

    SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAO DO DISTRITO FEDERAL. Currculo em Movimento da Educao Bsica. Braslia, 2014.

    ______. Diretrizes de Avaliao Educacional. Braslia, 2014, no prelo.

    ______. Orientao Pedaggica: Projeto Poltico-Pedaggico e Coordenao Pedaggica. Braslia, 2014, no prelo.