workshop bio-Óleo - feis.unesp.br · reitoria/propp/sg; apresentação das discussões pro-posta...

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Workshop Bio-Óleo A indústria sucro-alcooleira tem experimentado mudanças significativas no que diz res- peito a eficiência energética e a busca por novos produtos. O momento é de reciclagem, com a utilização cada vez mai- or de resíduos e a conseqüen- te diminuição de rejeitos contaminantes. O bagaço que até então era considerado um resíduo a ser diretamente quei- mado nas caldeiras, é visto como portador energético, competindo com os combus- tíveis fósseis. De complemen- to de ração animal ou adubo orgânico, o bagaço torna-se matéria-prima para a indústria de alimentos e para a produ- ção de produtos químicos de alto valor agregado. A palha, em função de uma legislação ambiental mais rigorosa, dei- xa de ser queimada e passa a ser incorporada ao processo como portador energético adi- cional ao bagaço. A vinhaça, aspergida “in natura” nos ca- naviais, também pode encon- trar um outro destino neste pro- cesso de transformação. Entre as transformações energéticas de resíduos da cana-de-açúcar de maiores perspectivas de aplicação es- tão a combustão, a pirólise e a gaseificação das quais, jun- tamente com o processo de redução do volume de dejetos sólidos e líquidos, se recebe energia ou subprodutos utilizá- veis em outros processos in- dustriais. A combustão representa uma boa alternativa se coinci- direm os consumidores energéticos com o lugar de armazenamento e produção dos resíduos da biomassa, como é o caso da indústria sucro-alcooleira. Entretanto, este processo se torna pouco recomendável se há a neces- sidade de se transportar o por- tador energético a locais dis- tantes do lugar de armazenamento e processamento térmico, dada a baixa densidade energética, o que encarece extraordinari- amente o transporte. Neste caso, seria recomendável a gaseificação ou da pirólise da biomassa, que depois de trans- formada, poderia ser transpor- tada como gás, carvão, ou bio- óleo. Por outro lado, a pirólise e a gaseificação (degradação térmica bom baixa disponibili- dade de oxigênio) da biomassa permitem organizar muito mais eficientemente a produção da energia e seus portadores energéticos e subprodutos de alto valor agre- gado e, sobretudo, permite obter tecnologias mais limpas, com baixo impacto ambiental e com possibilidade de utiliza- ção durante todo o período do ano, inclusive na entressafra da cana-de-açúcar. Atualmente, a moderniza- ção da indústria sucro- alcooleira está focada em pro- jetos de co-geração a partir do uso do bagaço, com o aumen- to da eficiência das caldeiras e modernização das turbinas a vapor. Entretanto, a introdu- ção do conceito da indústria “sucro-química”, paralela à petroquímica convencional, são os próximos passos por onde deve transitar o desen- volvimento da indústria sucro- alcooleira em âmbito nacional e internacional. O bio-óleo é obtido através de degradação térmica (quei- ma) de resíduos orgânicos, tais como bagaço de cana-de- açúcar, cascas de café, e até mesmo da matéria orgânica presente nos esgotos domés- ticos e industriais. Esta biomassa é submetida a tem- peraturas acima de 500 graus centígrados, sendo gaseificada e, em seguida, condensada, dando origem ao bio-óleo. O bio-óleo pode ser utilizado como substituto do óleo combustível e do diesel, na indústria alimentícia e na composição de resinas fenólicas Nas aplicações de bio-óleo como flavorizantes de produ- tos defumados, como matéria- prima para a produção de re- sinas fenólicas a partir de substratos biodegradáveis, como matéria-prima de desin- fetantes, herbicidas, regulado- res de solo e também como aditivos para as emulsões com petróleo pesado, o valor agre- gado pode chegar a ser de 10 a 15 vezes maior que o custo de produção do produto. A tecnologia para a produ- ção do bio-óleo é atualmente objeto de pesquisa e desen- volvimento tecnológico e ain- da não se encontra em sua fase comercial. A criação de um grupo multidisciplinar e a construção de uma planta em escala de bancada no campus de Ilha Solteira colocaria o Grupo de Pesquisa em Fon- tes Renováveis e Aproveita- mento de Energia em uma posição de colaboração e de- senvolvimento de trabalhos em uma nova área de pesquisa, com técnicas avançadas e com um nível tecnológico que corresponde a vanguarda nes- ta linha de pesquisa. Além disso, permitiria aprofundar o relacionamento com institui- ções nacionais e internacio- nais e fomentar novas linhas de pesquisa nos programas de mestrado e doutorado da pró- pria UNESP. Os resultados desta pes- quisa servirão para subsidiar produtores da indústria sucro- alcooleira, de modo a diversifi- car sua produção e aproveitar, de maneira mais eficiente, a sua energia. Mesa Diretora do Workshop. realizado pelo Deptº de Eng. Elétrica REALIZADO 1º ENCONTRO DE DIRETORES TÉCNICOS ACADÊMICOS Aconteceu em nossa Unidade nos dias 17, 18 e 19 de março de 2004, o 1º ENCONTRO DE DIRETORES TÉCNICOS ACADÊMICOS DA UNESP - UNIVERSIDA- DE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FI- LHO”, encontro este que contou com vasta programa- ção, e dentre as quais podemos destacar: Palestra “Criatividade e Relacionamento como fatores de cresci- mento profissional” proferida pelo Prof. Antonio Suarez Abreu - FCL/Car; Visita a Usina Hidrelétrica de Ilha Sol- teira; Mesa redonda para discussão de temas de inte- resse comum dos Diretores/Diretorias; Elaboração de propostas e manifestações a serem encaminhadas à Reitoria/PROPP/SG; Apresentação das discussões pro- posta pelo grupo, indicação de nova comissão organizadora e local para realização do 2º encontro. A comissão organizadora deste primeiro encontro foi composta por: Getúlio Mendes dos Santos, (FE de Ilha Solteira), Ângela Regina Santos, (FCF de Araraquara), Nora Nei Madalena dos Santos, (FCL de Araraquara) e Neusa Maria Luiz Barcelos, (IQ de Araraquara). Ficou decidido que o 2º Encontro será realizado no Campus de Bauru, no período de 13 a 15 de abril de 2005, e a organização do mesmo ficará a cargo das Diretoras Acadêmicas, Célia Aparecida G. Gavaldão, (FC-Bauru), Maria Cássia B. Figueiredo, (FE-Bauru) e Maria Lúcia de Camargo (FAAC-Bauru). O encontro contou ainda com discussão sobre o “Re- gulamento de Orientação para a realização de Soleni- dades de Colação de Grau na UNESP”, com a presen- ça do Prof. Marcilio Reinaux - Presidente do Comitê Na- cional do Cerimonial Público, e Sr. José Afonso Carrijo (Assessor AREX - UNESP). Sessão de abertura e participantes do 1º Encontro

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Page 1: Workshop Bio-Óleo - feis.unesp.br · Reitoria/PROPP/SG; Apresentação das discussões pro-posta pelo grupo, indicação de nova comissão organizadora e local para realização

Workshop Bio-Óleo

A indústria sucro-alcooleiratem experimentado mudançassignificativas no que diz res-peito a eficiência energética ea busca por novos produtos.O momento é de reciclagem,com a utilização cada vez mai-or de resíduos e a conseqüen-te diminuição de rejeitoscontaminantes. O bagaço queaté então era considerado umresíduo a ser diretamente quei-mado nas caldeiras, é vistocomo portador energético,competindo com os combus-tíveis fósseis. De complemen-to de ração animal ou aduboorgânico, o bagaço torna-sematéria-prima para a indústriade alimentos e para a produ-ção de produtos químicos dealto valor agregado. A palha,em função de uma legislaçãoambiental mais rigorosa, dei-xa de ser queimada e passa aser incorporada ao processocomo portador energético adi-cional ao bagaço. A vinhaça,aspergida “in natura” nos ca-naviais, também pode encon-trar um outro destino neste pro-cesso de transformação.

Entre as transformaçõesenergéticas de resíduos dacana-de-açúcar de maioresperspectivas de aplicação es-tão a combustão, a pirólise ea gaseificação das quais, jun-tamente com o processo deredução do volume de dejetossólidos e líquidos, se recebeenergia ou subprodutos utilizá-veis em outros processos in-dustriais.

A combustão representauma boa alternativa se coinci-direm os consumidoresenergéticos com o lugar dearmazenamento e produção

dos resíduos da biomassa,como é o caso da indústriasucro-alcooleira. Entretanto,este processo se torna poucorecomendável se há a neces-sidade de se transportar o por-tador energético a locais dis-tantes do lugar dearmazenamento eprocessamento térmico, dadaa baixa densidade energética,o que encarece extraordinari-amente o transporte. Nestecaso, seria recomendável agaseificação ou da pirólise dabiomassa, que depois de trans-formada, poderia ser transpor-tada como gás, carvão, ou bio-óleo.

Por outro lado, a pirólise ea gaseificação (degradaçãotérmica bom baixa disponibili-dade de oxigênio) dabiomassa permitem organizarmuito mais eficientemente aprodução da energia e seusportadores energéticos esubprodutos de alto valor agre-gado e, sobretudo, permiteobter tecnologias mais limpas,com baixo impacto ambientale com possibilidade de utiliza-ção durante todo o período doano, inclusive na entressafrada cana-de-açúcar.

Atualmente, a moderniza-ção da indústria sucro-alcooleira está focada em pro-jetos de co-geração a partir douso do bagaço, com o aumen-to da eficiência das caldeirase modernização das turbinasa vapor. Entretanto, a introdu-ção do conceito da indústria“sucro-química”, paralela àpetroquímica convencional,são os próximos passos poronde deve transitar o desen-volvimento da indústria sucro-

alcooleira em âmbito nacionale internacional.

O bio-óleo é obtido atravésde degradação térmica (quei-ma) de resíduos orgânicos,tais como bagaço de cana-de-açúcar, cascas de café, e atémesmo da matéria orgânicapresente nos esgotos domés-ticos e industriais. Estabiomassa é submetida a tem-peraturas acima de 500 grauscentígrados, sendogaseificada e, em seguida,condensada, dando origem aobio-óleo. O bio-óleo pode serutilizado como substituto doóleo combustível e do diesel,na indústria alimentícia e nacomposição de resinasfenólicas

Nas aplicações de bio-óleocomo flavorizantes de produ-tos defumados, como matéria-prima para a produção de re-sinas fenólicas a partir desubstratos biodegradáveis,como matéria-prima de desin-fetantes, herbicidas, regulado-res de solo e também comoaditivos para as emulsões competróleo pesado, o valor agre-gado pode chegar a ser de 10a 15 vezes maior que o custode produção do produto.

A tecnologia para a produ-ção do bio-óleo é atualmenteobjeto de pesquisa e desen-volvimento tecnológico e ain-da não se encontra em suafase comercial. A criação deum grupo multidisciplinar e aconstrução de uma planta emescala de bancada no campusde Ilha Solteira colocaria oGrupo de Pesquisa em Fon-tes Renováveis e Aproveita-mento de Energia em umaposição de colaboração e de-senvolvimento de trabalhos emuma nova área de pesquisa,com técnicas avançadas ecom um nível tecnológico quecorresponde a vanguarda nes-ta linha de pesquisa. Alémdisso, permitiria aprofundar orelacionamento com institui-ções nacionais e internacio-nais e fomentar novas linhasde pesquisa nos programas demestrado e doutorado da pró-pria UNESP.

Os resultados desta pes-quisa servirão para subsidiarprodutores da indústria sucro-alcooleira, de modo a diversifi-car sua produção e aproveitar,de maneira mais eficiente, asua energia.

Mesa Diretora do Workshop. realizado pelo Deptº de Eng. Elétrica

REALIZADO 1º ENCONTRO DEDIRETORES TÉCNICOS ACADÊMICOS

Aconteceu em nossa Unidade nos dias 17, 18 e 19de março de 2004, o 1º ENCONTRO DE DIRETORESTÉCNICOS ACADÊMICOS DA UNESP - UNIVERSIDA-DE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FI-LHO”, encontro este que contou com vasta programa-ção, e dentre as quais podemos destacar: Palestra“Criatividade e Relacionamento como fatores de cresci-mento profissional” proferida pelo Prof. Antonio SuarezAbreu - FCL/Car; Visita a Usina Hidrelétrica de Ilha Sol-teira; Mesa redonda para discussão de temas de inte-resse comum dos Diretores/Diretorias; Elaboração depropostas e manifestações a serem encaminhadas àReitoria/PROPP/SG; Apresentação das discussões pro-posta pelo grupo, indicação de nova comissãoorganizadora e local para realização do 2º encontro.

A comissão organizadora deste primeiro encontro foicomposta por: Getúlio Mendes dos Santos, (FE de IlhaSolteira), Ângela Regina Santos, (FCF de Araraquara),Nora Nei Madalena dos Santos, (FCL de Araraquara) eNeusa Maria Luiz Barcelos, (IQ de Araraquara). Ficoudecidido que o 2º Encontro será realizado no Campusde Bauru, no período de 13 a 15 de abril de 2005, e aorganização do mesmo ficará a cargo das DiretorasAcadêmicas, Célia Aparecida G. Gavaldão, (FC-Bauru),Maria Cássia B. Figueiredo, (FE-Bauru) e Maria Lúciade Camargo (FAAC-Bauru).

O encontro contou ainda com discussão sobre o “Re-gulamento de Orientação para a realização de Soleni-dades de Colação de Grau na UNESP”, com a presen-ça do Prof. Marcilio Reinaux - Presidente do Comitê Na-cional do Cerimonial Público, e Sr. José Afonso Carrijo(Assessor AREX - UNESP).

Sessão de abertura eparticipantes do 1º

Encontro