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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE
MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL
ANÁLISE DA ROTATIVIDADE DOS POSTOS FORMAIS DE TRABALHO NA
AGROPECUÁRIA, POR ESCOLARIDADE, NA AMAZÔNIA SUL-
OCIDENTAL
Wesley Gomes de Brito
Projeto de dissertação em Desenvolvimento Regional apresentado à Disciplina MDR-100 – Metodologia Científica, sob orientação do Prof. Dr. Raimundo Cláudio.
Rio Branco - Acre
2012
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SUMÁRIO
1. Introdução..................................................................................................................32. Empregabilidade e Permanência no Emprego...........................................................63. Metodologia.............................................................................................................104. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS.......................................................................14
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ANÁLISE DA ROTATIVIDADE DOS POSTOS FORMAIS DE TRABALHO NA
AGROPECUÁRIA, POR ESCOLARIDADE, NA AMAZÔNIA SUL-
OCIDENTAL
Wesley Gomes de Brito
1. Introdução
O sistema econômico brasileiro possui, entre muitas outras, uma das
características que, na prática, evidenciaram ao longo da história os resultados mais
eficazes no sentido produtivo e de oportunidade, esta característica é o sistema de oferta
e demanda. O mercado inclui tudo aquilo que é capaz de oferecer algo (oferta), e todos
aqueles que buscam alguma coisa (demanda), numa espécie de lei de mercado onde os
níveis de negócios são capazes de determinar as quantidades e os preços de uma
determinada mercadoria, neste sentido, a mercadoria negociada é a força de trabalho.
Por força de trabalho entende-se a capacidade possuída pelo conjunto de
indivíduos que participam no decurso do processo econômico, detentores das
capacidades físicas e mentais já existentes no corpo humano ou adquiridas através da
experiência e da formação de base acumulada de geração em geração, e que o homem
põe em movimento ao produzir valores de uso (Gomes, 2008). E os movimentos desta
força de trabalho no mercado são objeto de estudo da economia do trabalho.
A rotatividade no mercado de trabalho, como também a flexibilização, são
alguns dos principais objetos de estudo da economia do trabalho e fonte de diversos
estudos publicados no mundo inteiro, por serem fatores que influenciam diretamente a
produtividade, tendo por resultado uma maior dinâmica na economia. Segundo Almeida
(2004) um mercado de trabalho mais flexível proporciona uma maior rapidez nas
mudanças da demanda e na realocação dos trabalhadores, mas o subproduto desta
flexibilidade é a insegurança do trabalhador que pode ser demitido a qualquer momento
e a inibição dos investimentos do capital humano em relação as firmas e dos
trabalhadores no sentido de treinamento específico, prejudicando ambas as partes.
Almeida (2004) mostra que, segundo a teoria do capital humano, tudo o que o
trabalhador adquire, seja por meio de conhecimento ou por meio de habilidades
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técnicas, são fatores que influenciam diretamente a produtividade. Já a produtividade é
fator determinante para moldar o nível salarial deste trabalhador. Logo, tudo que foi
adquirido por meio de conhecimentos e por meio de habilidades técnicas gerais ou
específicas aprendidas na própria firma, ou antes dela, são capazes de explicar os
salários recebidos.
No Brasil, a volatilidade dos postos de trabalho, como indicam Corseuil e Servo
(2006) são considerados muito elevados e por isso o mercado de trabalho brasileiro
recebe a classificação dos estudiosos do WorldBank (2002) de alta “hiperatividade”.
Nisto, as taxas de rotatividade e recolocação dos trabalhadores estão entre as maiores
dos países cujo mercado de trabalho foi analisado. Esta “hiperatividade” na rotatividade
também estão ligadas a perdas de bem estar, pelos custos nas empresas e as perdas
salariais.
Segundo Vicente, Batistela e Francisco (2005), ao se fazer uma avaliação no
mercado de trabalho na agropecuária, é de grande importância manter o foco no quadro
que envolve a empregabilidade no Brasil, lembrando que além das variáveis que
envolvem a política e a economia, influenciam juntamente no quadro de ocupação dos
trabalhadores rurais, os fatores sazonais, por meio das adversidades como uma chuva
excessiva que faz com que se perca a safra agrícola, como também mudanças
tecnológicas nos processos de produção. Em processos de produção, tem tomado uma
grande relevância a progressiva mecanização das colheitas, excluindo parcela
significativa de trabalhadores como salientam Vicente, Baptistella e Veiga (1997).
Nisto, o problema que permeia este trabalho é quais são as características dos
postos de trabalho que têm as maiores taxas de rotatividade na agropecuária, e
principalmente, como a educação afeta estas taxas no Estado do Acre.
E é de grande importância analisar o mercado de trabalho na agropecuária
acreana entre 2001 a 2010, expondo indicadores de rotatividade no emprego e dos
diferentes níveis educacionais do trabalhador rural, podendo ser utilizado como norte
para políticas públicas para o crescimento do emprego nas áreas rurais, normalmente
sendo de pouca importância pelos poderes públicos mas de grande relevância pois o
Brasil é um dos grandes exportadores de produtos primários do mundo.
Os autores Monte e Penido (2008), no trabalho Determinantes Da Duração
Esperada Do Emprego Urbano E Rural No Nordeste Brasileiro, utilizando os
microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), em uma de suas
conclusões afirmam que a variável educação apresentou relação direta com o tempo de
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permanência na ocupação. Já Ramos e Carneiro (2002), com o artigo Os Determinantes
da Rotativade do Trabalho No Brasil: Instituições X Ciclos Econômicos, utilizando os
dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) e o CAGED (Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados), concluíram que trabalhadores de baixa escolaridade,
permanecem por mais tempo na fila de espera para que se consiga uma vaga no
mercado de trabalho. Filho e Silva (2011) no trabalho Evolução Do Emprego Formal
Na Agropecuária Do Nordeste Brasileiro – 1999-2009, utilizando também os dados da
RAIS e CAGED, concluíram que ainda existe uma quantidade significativa de ocupados
na faixa etária de 30 a 49 anos e com escolaridade de até o 5º ano do ensino
fundamental incompleto. Por ser uma área relativamente nova, ainda existem poucos
estudos que façam uma relação direta de rotatividade e educação dos trabalhadores no
meio rural.
Objetivo desde trabalho é analisar o desempenho dos postos de trabalho criados
e destruídos na agropecuária do Estado do Acre, entre os anos de 2005 e 2009, por nível
de educação e no setor formal da economia. Especificadamente, averiguar se os postos
de trabalho ocupados por trabalhadores com baixo nível educacional tem mais
propensão à criação/destruição do que aqueles ocupados por trabalhadores com alto
nível educacional e analisar as taxas de admissão e demissão e sua relação com as taxas
de criação e destruição.
A hipótese deste trabalho é a de que trabalhadores com níveis educacionais
diferentes permanecem da mesma maneira em seus postos de trabalho no setor
agropecuário no Estado do Acre.
A economia do trabalho voltada ao meio rural é um assunto que não é dado a
devida importância no Estado do Acre e este trabalho tenta mostrar como os diversos
níveis educacionais influenciam na empregabilidade no meio rural, fato este que se
torna relevante uma vez que não existem estudos dessa natureza no Acre, tornando-se
um instrumento norteador para governo e prefeituras, para que invistam em educação
para o melhoramento do capital intelectual do trabalhador rural.
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2. Empregabilidade e Permanência no Emprego
Os determinantes da estabilidade do trabalhador no emprego devem ser
analisados como fatores indissociáveis as boas condições dos postos de trabalho e
principalmente a eficiência produtiva. Pode-se dizer também que o período de
permanência do trabalhador em um determinado posto é fator de extrema importância
para mensurar a eficiência do mercado de trabalho em virtude dos custos gerados pelo
aumento da rotatividade para os agentes econômicos, ofertante e demandante de mão-
de-obra. Dessa forma, pouco tempo de permanência no trabalho, ou uma maior
flexibilização, pode acarretar perdas para o mercado no médio e longo prazo, podendo
também ocasionar uma redução do investimento em capital humano (Monte e Penido,
2008).
Porém, a flexibilidade não pode ser considerado o vilão do mercado de trabalho,
pois pode ser de fundamental importância quando, por exemplo, uma mudança no
cenário econômico influencia a oferta ou a demanda por trabalho e desencadeia
desequilíbrios nesse mercado e a flexibilidade alocativa, conhecida como uma ação de
mobilidade dos trabalhadores entre os segmentos, funciona como instrumento de ajuste,
realocando os trabalhadores onde é mais necessário. Isso nos mostra que um mercado de
trabalho flexível é capaz de responder de uma forma mais rápida as mudanças da
demanda e, por isso, a rotatividade de trabalhadores pode ser uma importante
ferramenta de ajuste ao equilíbrio do mercado de trabalho agropecuário.
A rotatividade dos trabalhadores segundo Ibsen e Westergaard-Nielsen (2010), é
um fator essencial para o bom funcionamento da economia, pois, em um mercado de
trabalho flexível, os recursos humanos podem ser utilizados onde mais são demandados.
No que se refere à análise econométrica, a literatura sobre os estudos acerca da
permanência no emprego já incorpora alguns estudos que recorrem à análise de duração.
No entanto, a maior parte dos trabalhos desenvolvidos concentra-se na estimação da
duração do desemprego (Chuang, 1999) (Bivar, 1993). Especificamente, em relação ao
tempo de duração do emprego, ainda são escassos os artigos produzidos em nível
internacional e, principalmente, nacional. No contexto internacional, podem-se destacar
os trabalhos de Farber (1999), que enfoca a importância do capital humano adquirido
para a permanência do trabalhador em uma ocupação, bem como, os custos gerados pela
rotatividade do trabalho, e o de Halima (2005) que analisa a relação endógena no
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contrato de trabalho firmado entre empregado e empregador, indicando que a duração
no emprego é maior quanto maior forem os salários recebidos pelo trabalhador.
No Brasil, podem-se identificar três linhas de pesquisa: a primeira é aquela que
busca mensurar a rotatividade, dos quais se destacam os trabalhos de Corseuil, Ribeiro e
Santos (2003) que, por meio dos dados da Relação Anual de Informações Sociais
(Rais), calcularam as medidas de realocação do trabalhador e do emprego, e de Menezes
Filho e Fernandes (2003) que, com os mesmos dados, estimaram os custos de mudança
de trabalho no País.
A segunda linha está relacionada à crença de que a alta rotatividade observada
no mercado de trabalho brasileiro deve-se aos reduzidos custos de demissão no País,
quando comparados a outros países da América Latina, bem como ao arranjo de alguns
programas que criam incentivos perversos à rotatividade da mão-de-obra. Nessa linha,
destacam-se os trabalhos de Barros, Corseuil e Foguel (2000), que enfocam as políticas
passivas de proteção social, mostrando que sua aplicabilidade pode estar influindo na
rotatividade da força de trabalho, com conseqüências negativas sobre a duração das
relações de trabalho; e o de Gonzaga (2003) que analisa os efeitos de mudanças
ocorridas na Constituição de 1988 e nas Leis do Trabalho em setembro de 2001. O autor
verificou um aumento na duração média do emprego dos trabalhadores formais afetados
pelas mudanças em relação àqueles que não foram afetados.
A terceira e última linha de pesquisa se preocupa em investigar os determinantes
da rotatividade do emprego, no qual se destacam dois trabalhos: o de Chahad, Orellano
e Pichetti (2001), que estudam os determinantes da saída e das demissões por meio de
um modelo probit bivariado, e o de Menezes, Pichetti e Fenandes (2002), que
analisaram a duração nas relações de emprego em São Paulo durante o período de 1988
a 1999. Similarmente ao estudo de Menezes, Pichetti e Fernandes (2002), este artigo
procurará analisar a duração das relações de emprego. Será utilizada, contudo, outra
base de dados (PNAD) e contemplará um número maior de estados – especificamente
os da região Nordeste.
O mercado de trabalho funciona de forma plena, através da sua capacidade de
ajustamento na criação de novos postos de trabalho, postos mais eficientes do que
aqueles que são destruídos. Os processos de ajustamento caracterizam-se, assim, pela
criação e destruição de emprego, fenômenos que, frequentemente, ocorrem em
simultâneo dentro da mesma firma (Centeno et al. 2007).
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A habilidade das firmas em se adaptarem, no nível e na estrutura de emprego
diante da realidade econômica no qual estão expostos, dessa forma, demonstram sua
capacidade fundamental para a competitividade. Sendo assim, a habilidade do
trabalhador em moldar-se diante do desenvolvimento e transformação do mercado de
trabalho, estabelece condição crucial para o seu sucesso. A eficiência no funcionamento
do mercado de trabalho é o resultado da junção, de forma adequada, das vontades dos
trabalhadores e das empresas (Centeno et al. 2007).
O comportamento dos indivíduos e das firmas no mercado de trabalho é um
importante objeto de estudo, principalmente por sua influência no crescimento da
produção e a alocação do fator trabalho, logo, quanto mais o setor formal se solidifica,
mais fortes são as consequências sobre o bem estar da população.
O mercado de trabalho está em constante mudança, com oportunidades de
trabalho sendo criadas e destruídas a todo o momento por empresas semelhantes em
termos de setor, tamanho, Estado onde a atividade é exercida e etc. Este tipo de situação
pode revelar uma grande heterogeneidade destes estabelecimentos na economia da
região norte.
O estudo de Almeida (2004) nos mostra que a literatura sobre o mercado de
trabalho está divido em dois grandes ramos, as informações baseadas em dados
domiciliares e os dados baseados nas firmas e a junção destes dois ramos podem
fornecer informações que ajudam a entender as características de altos ou baixos graus
de rotatividade entre firma e trabalho e suas implicações. Primeiramente as pesquisas
domiciliares nos mostram dados acerca de idade, sexo, nível de salário entre outros,
contudo são informações incompletas, pois quem cria e destrói postos de trabalho são as
firmas.
Nesta dinâmica de criação e destruição dos postos de trabalho pela ótica das
firmas, as informações provenientes desta dinâmica geram indicadores que demonstram
a rotatividade do mercado de trabalho, ou seja, altas taxas de criação ou destruição de
postos de trabalho podem indicar um grau de heterogeneidade das firmas de forma que
empregos estejam sendo gerados ou empregos estão deixando de existir.
No estudo de Davis e Haltiwanger (1992), que é a base internacional para este
assunto como também desta pesquisa, dedicou-se a análise sobre flexibilização,
realocação, criação e destruição de emprego/postos de trabalho, nisto os autores usaram
dados da Longitudinal Research Database (LRD) para inferir quais os fatores
determinantes na criação e destruição de empregos na indústria dos EUA.
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Esses autores tentaram traçar o perfil e as razões para uma maior ou menor
incidência da rotatividade, aqui medida como criação e destruição de postos de trabalho.
Para exemplificar, a taxa de destruição de postos de trabalho devido a mortes de
empresas nos Estados Unidos é de 23% entre os anos de 1973 a 1988, e taxa de criação
decorrente do nascimento de empresas é de 16%, para o mesmo período (Almeida
2004).
Em Almeida (2004) os resultados mostraram que existem disparidades entre as
taxas de criação e destruição de postos de trabalho nos setores e o fator de maior
influencia é o tamanho de empresa. Estes resultados demonstram que há diversas
políticas públicas, ou ausência delas, que se baseiam apenas nas grandes empresas o que
acaba não refletindo a realidade, contudo o principal resultado demonstrou que uma
maior flexibilidade do mercado de trabalho é de grande importância para a eficiência da
economia, principalmente para diminuição do desemprego.
Na mesma linha de pesquisa deste trabalho, estudos similares foram realizados
por Davis, Haltiwanger e Schuh (1996) e Anderson e Meyer (1994) para os Estados
Unidos. Konings (1995) e Blanchflower e Burgess (1996), estes pesquisaram os efeitos
de criação e destruição de empregos para o Reino Unido, Dolado e Gómez (1995),
Díaz-Moreno e Galdón-Sánchez (2000) e Ruano (2000) pesquisaram sobre a criação e
destruição de empregos, tendo como foco as indústrias espanholas e por último porém
não menos importante, Albaek e Sorensen (1998) a mesma pesquisa espanhola, contudo
aplicada as industrias dinamarquesas.
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3. Metodologia
A definição de criação de postos de trabalho segundo Davis et al. (1992) no
tempo t, é dado como a soma de todos os postos de trabalhos que foram criados entre o
período t-1 e t:
(01)
Como também, definiram o tamanho da empresa i no período t, x it, como a média
aritmética entre seus estoques de empregados nos períodos t-1 e t:
(02)
Tendo visto estes dois conceitos, os autores demonstraram como encontrar os
acréscimos, em valores percentuais, do estoque de empregados, admitindo-se uma nova
medida, que nada mais é a taxa de criação de empregos. Essa nova medida reuni as
variações do emprego das empresas pertencentes a um determinado conjunto de
empresas S no período t, JCst . Intuitivamente, determina-se a taxa de criação de
empregos assim:
(03)
onde I(Δnit > 0) assume o valor 1 se o critério (Δnit > 0) for verdadeiro, do contrário 0.
Da mesma forma, a taxa de destruição de empregos é dada por:
(04)
Segundo as equações de criação e destruição, é possível agora construir a taxa de
variação líquida e a taxa de realocação. No que a taxa de variação líquida, NEG st , é
dada como a diferença entre as taxas de criação e de destruição, a taxa de realocação
em, GJRst, é dada como a soma das mesmas:
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(05)
(06)
Desta forma, usando os conceitos acima definidos, serão obtidas estimativas
para a criação, destruição e realocação de postos de trabalho para o emprego na região
norte.
Não obstante, Davis et al. (1996) abordam a relevante ligação entre destruição
de postos de trabalho e o desemprego nos ciclos econômicos. Onde, a destruição de
postos de trabalho aumenta vertiginosamente em períodos onde o ciclo econômico cai e
decresce em fases onde o ciclo econômico cresce.
O interessante é a existência de uma correlação positiva entre criação e
desemprego, o que reflete o caráter não cíclico da criação de postos de trabalho. O pico
do desemprego acompanha o pico de destruição de postos de trabalho (Almeida, 2004).
A pesquisa de Davis et al. (1996) nos mostra que as altas taxas de destruição de
empregos na maioria dos setores do sistema econômico demonstram a importância de
um mercado de trabalho dinâmico que é capaz de moldar-se às mudanças de região e
habilidades necessárias para os empregos criados.
Desta forma, Almeida (2004) afirma que:
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A dinâmica do emprego depende tanto da criação quanto da destruição de postos de trabalho. Choques na demanda agregada têm efeito imediato sobre a destruição de postos de trabalho, e somente tem efeito na criação através do aumento do estoque de trabalhadores que procuram emprego. O autor parte do pressuposto que um posto de trabalho é criado apenas quando o empregador encontra um trabalhador com habilidades necessárias para este posto.
Então, primeiramente, a destruição de postos de trabalho faz com que a oferta de
trabalhadores aumente e estes ficam disponíveis para procurarem emprego, então se
admite, num segundo momento, que as firmas encontrem o trabalhador disponível com
as qualificações necessárias para a ocupação do novo posto de trabalho.
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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS
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