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Decreto-lei nº..... Sumário: Regime jurídico que define as bebidas alcoólicas e suas categorias, e estabelece os princípios gerais e os requisitos técnicos referentes à sua produção e comercialização. Nota Justificativa O cenário atual no mercado nacional regista uma presença cada vez mais acentuada de produção de bebidas alcoólicas de origem diversa, que resultam quer de mistura de duas ou mais bebidas ou componentes alcoólicos, quer de bebidas alcoólicas produzidas com outros ingredientes e/ou de matéria-prima que não seja a cana-de- açúcar. Igualmente, tem crescido, nos últimos anos, a importação de origens diversas de bebidas alcoólicas de várias categorias. Decorrido algum tempo após a publicação e entrada em vigor do diploma sobre a produção e comercialização da aguardente de cana- de-açúcar e recentemente do diploma sobre disponibilização, venda e consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos, locais abertos ao público e locais de trabalho dos serviços e organismos da Administração Pública Central e Local e das entidades privadas, bem como ainda, a implementação de outras iniciativas e medidas referentes a coordenação e promoção de políticas estratégicas para a redução do consumo do álcool, torna-se imperioso uma abordagem mais sistemática sobre as bebidas alcoólicas, abarcando necessariamente, a regulamentação dos aspetos referentes a produção, importação, apresentação, rotulagem, de forma a estabelecer princípios e requisitos técnicos adequados, referentes à salubridade, genuinidade e qualidade do produto, em prol da proteção da saúde pública, do consumidor e do mercado.

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Page 1: €¦ · Web viewO sector das bebidas alcoólicas, apesar dos riscos que representa para a saúde pública e para a sociedade, tem uma importância particular para a economia nacional,

Decreto-lei nº.....

Sumário: Regime jurídico que define as bebidas alcoólicas e suas categorias, e estabelece os

princípios gerais e os requisitos técnicos referentes à sua produção e comercialização.

Nota Justificativa

O cenário atual no mercado nacional regista uma presença cada vez mais acentuada de produção

de bebidas alcoólicas de origem diversa, que resultam quer de mistura de duas ou mais bebidas ou

componentes alcoólicos, quer de bebidas alcoólicas produzidas com outros ingredientes e/ou de

matéria-prima que não seja a cana-de-açúcar. Igualmente, tem crescido, nos últimos anos, a

importação de origens diversas de bebidas alcoólicas de várias categorias.

Decorrido algum tempo após a publicação e entrada em vigor do diploma sobre a produção e

comercialização da aguardente de cana-de-açúcar e recentemente do diploma sobre

disponibilização, venda e consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos, locais abertos ao

público e locais de trabalho dos serviços e organismos da Administração Pública Central e Local e

das entidades privadas, bem como ainda, a implementação de outras iniciativas e medidas

referentes a coordenação e promoção de políticas estratégicas para a redução do consumo do

álcool, torna-se imperioso uma abordagem mais sistemática sobre as bebidas alcoólicas,

abarcando necessariamente, a regulamentação dos aspetos referentes a produção, importação,

apresentação, rotulagem, de forma a estabelecer princípios e requisitos técnicos adequados,

referentes à salubridade, genuinidade e qualidade do produto, em prol da proteção da saúde

pública, do consumidor e do mercado.

O sector das bebidas alcoólicas, apesar dos riscos que representa para a saúde pública e para a

sociedade, tem uma importância particular para a economia nacional, permitindo, por um lado, a

dinamização duma vasta gama de atividades comerciais ao nível familiar e empresarial, e por

outro lado, a dinamização de atividades industriais no país, abarcando as micro, pequenas e

médias empresas, contribuindo deste modo, para o emprego e melhoria de condições de vida de

várias famílias.

No interesse da saúde pública, bem como do consumidor e da económica nacional, o presente

diploma aplica-se a todas as bebidas alcoólicas colocadas no mercado nacional, quer tenham sido

produzidas no país, quer tenham sido importadas ou destinadas à exportação. O presente diploma

aplica-se igualmente à importação de álcool etílico e/ou de destilados de origem agrícola

destinados na produção de bebidas alcoólicas e à utilização das denominações de bebidas

alcoólicas na apresentação e rotulagem.

Page 2: €¦ · Web viewO sector das bebidas alcoólicas, apesar dos riscos que representa para a saúde pública e para a sociedade, tem uma importância particular para a economia nacional,

No processo de elaboração do diploma, foram ouvidas a Entidade Reguladora Independente da

Saúde (ERIS)), a Direção Nacional da Saúde (DNS), a Direção Geral da Agricultura e Silvicultura

e Pecuária, (DGASP), a Direção Geral das Alfandegas (DGA), a Direção Nacional da Indústria e

Comércio e Energia (DNICE), a Inspeção Geral de Atividades Económicas (IGAE), a Associação

Nacional dos Municípios de Cabo Verde (ANMCV), o Instituto de Gestão da Qualidade e da

Propriedade Intelectual (IGQPI), a Associação da Defesa do Consumidor (ADECO), as Câmaras

de Comércio de Sotavento (CCS) e de Barlavento (CCB).

Preâmbulo

O cenário atual no mercado nacional regista uma presença cada vez mais acentuada de produção

de bebidas alcoólicas de origem diversa, que resultam quer de mistura de duas ou mais bebidas ou

componentes alcoólicos, quer de bebidas alcoólicas produzidas com outros ingredientes e/ou de

matéria-prima que não seja a cana-de-açúcar. Igualmente, tem crescido nos últimos anos a

importação de origens diversas de bebidas alcoólicas de várias categorias. A ausência de

princípios e regras específicas de controlo na produção, na importação e na comercialização de

bebidas alcoólicas, poderá comprometer a sua segurança, genuinidade e qualidade e com todos os

riscos associados, quer para a saúde pública e quer para o mercado.

Por outro lado, o alcoolismo constituiu uma preocupação nacional, e cujo combate e proteção dos

consumidores, exigem a aplicação de medidas assertivas, não apenas ao nível da disponibilidade,

venda e consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos, mas também, abrangendo as atividades

de produção, importação e comercialização, de forma a garantir a inocuidade, a genuinidade e a

qualidade das bebidas alcoólicas colocadas no mercado nacional. Ademais, as medidas e regras a

implementar, devem igualmente contribuir para prevenir as práticas enganosas e assegurar a

transparência e a concorrência leal no mercado.

O sector das bebidas alcoólicas, apesar dos riscos que representa para a saúde pública e para a

sociedade, tem uma importância particular para a economia nacional, permitindo, por um lado, a

dinamização duma vasta gama de atividades comerciais ao nível familiar e empresarial, e, por

outro lado, a dinamização de atividades industriais no país, abarcando as micro, pequenas e

médias empresas, contribuindo deste modo, para o emprego e melhoria de condições de vida de

várias famílias.

Pelo exposto, decorrido algum tempo após a publicação e entrada em vigor do diploma sobre a

produção e comercialização da aguardente de cana-de-açúcar e recentemente do diploma sobre

disponibilização, venda e consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos, locais abertos ao

público e locais de trabalho dos serviços e organismos da Administração Pública central e local e

Page 3: €¦ · Web viewO sector das bebidas alcoólicas, apesar dos riscos que representa para a saúde pública e para a sociedade, tem uma importância particular para a economia nacional,

das entidades privadas, bem como ainda, a implementação de outras iniciativas e medidas

referentes a coordenação e promoção de políticas estratégicas para a redução do consumo do

álcool, torna-se imperioso uma abordagem mais sistemática sobre as bebidas alcoólicas,

abarcando necessariamente, a regulamentação dos aspetos referentes ao seu fabrico, preparação,

importação, apresentação e rotulagem, de forma a estabelecer os princípios e requisitos técnicos

adequados referentes à salubridade, genuinidade e qualidade do produto, em prol da proteção da

saúde pública, do consumidor e do mercado.

Ainda, no quadro da política da convergência técnica e normativa com a União Europeia, visando,

entre outros aspetos, a melhoria e a intensificação de trocas comerciais com os países da união

europeia e não só, um dos desafios patentes, prende-se com a melhoria, revisão e adequação da

legislação nacional do sector alimentar, de forma a tornar mais equivalente possível, os princípios

de controlo e os requisitos técnicos aplicáveis. Neste contexto, a regulamentação do sector das

bebidas alcoólicas, nos aspetos ligados à sua produção, importação e comercialização, constitui

uma das prioridades, contribuindo para assegurar o controlo efetivo em todas as fases da cadeia

das bebidas alcoólicas.

No interesse da saúde pública, bem como do consumidor e da económica nacional, o presente

diploma deve aplicar-se a todas as bebidas alcoólicas colocadas no mercado nacional, quer tenham

sido produzidas no país, quer tenham sido importadas ou destinadas à exportação.

É neste contexto que se pretende, com o presente diploma, estabelecer os princípios e os requisitos

técnicos que devem orientar e controlar o fabrico, a padronização, a apresentação, a rotulagem, a

importação e a exportação das bebidas alcoólicas, bem como das matérias-primas destinadas à

produção de bebidas alcoólicas, tendo em conta os princípios gerais e específicos que norteiam a

segurança sanitária, a qualidade e a genuinidade que estão sujeitos os géneros alimentícios, bem

como os princípios que salvaguardam a proteção e promoção da saúde pública e os direitos dos

consumidores e dos produtores. Ainda, com o presente diploma, pretende-se reforçar os

mecanismos de controlo nas fases que antecedem a produção, a importação e a comercialização,

com a introdução da obrigatoriedade da aprovação sanitária dos estabelecimentos de produção

enquanto pré-requisito para a obtenção da licença da atividade, e, ainda, a aprovação e o registo

prévio da bebida de produção nacional, e a autorização prévia na importação de determinadas

bebidas e do álcool etílico ou destilado de origem agrícola para a produção de bebidas alcoólicas.

No processo de elaboração do diploma, foram ouvidas a Entidade Reguladora Independente da

Saúde (ERIS)), a Direção Nacional da Saúde (DNS), a Direção Geral da Agricultura e Silvicultura

e Pecuária, (DGASP), a Direção Geral das Alfandegas (DGA), a Direção Nacional da Indústria e

Comércio e Energia (DNICE), a Inspeção Geral de Atividades Económicas (IGAE), a Associação

Page 4: €¦ · Web viewO sector das bebidas alcoólicas, apesar dos riscos que representa para a saúde pública e para a sociedade, tem uma importância particular para a economia nacional,

Nacional dos Municípios de Cabo Verde (ANMCV), o Instituto de Gestão da Qualidade e da

Propriedade Intelectual (IGQPI), a Associação da Defesa do Consumidor (ADECO), as Câmaras

de Comércio de Sotavento (CCS) e de Barlavento (CCB).

Assim,

No uso da faculdade conferida pela alínea a) do nº 2, do artigo 204 º da Constituição, o Governo

decreta o seguinte.

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 1º

Objeto

1. O presente diploma define as bebidas alcoólicas e suas categorias e, estabelece os princípios e

requisitos relativos à sua aprovação, registo, fabrico, padronização, embalagem ou

engarrafamento, apresentação, rotulagem e comercialização, bem como os requisitos da sua

segurança sanitária e qualidade.

2. O presente diploma estabelece ainda os princípios e requisitos relativos à aprovação sanitária,

licenciamento, inspeção e fiscalização dos estabelecimentos de bebidas alcoólicas, e ainda,

impõe a obrigatoriedade de aprovação, registo e análise das bebidas, bem como, de autorização

prévia de comercialização e importação para certas bebidas e matérias-primas.

Artigo 2º

Âmbito de aplicação

1. O presente diploma aplica-se a todas as bebidas alcoólicas colocadas no mercado nacional,

provenientes da produção nacional e/ou da importação e as destinadas à exportação.

2. O presente diploma aplica-se também ao álcool etílico e/ou destilados de origem agrícola

destinados à produção de bebidas alcoólicas, bem como a outras matérias-primas e/ou

ingredientes utilizados no fabrico e padronização de bebidas alcoólicas.

3. Sem prejuízo das medidas especificas reguladas no Decreto-lei nº11/2015, de 12 de fevereiro, o

presente diploma aplica-se também às bebidas alcoólicas produzidas a partir da cana-de-açúcar.

4. O presente diploma não se aplica a bebidas alcoólicas obtidas pelo processo de fermentação

alcoólica, designadamente vinhos e derivados e as cervejas.

Artigo 3º

Definições

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1. Para efeitos do presente diploma, considera-se:

a) Adição de água: Operação que consiste na adição de água potável destinada ao

consumo humano na preparação duma bebida alcoólica e desde que essa adição não

altere a natureza do produto, podendo esta água ter sido destilada, desmineralizada, ou

sujeita a um processo de permuta iónica ou amaciada;

b) Adição de álcool: operação que consiste em adicionar álcool etílico de origem agrícola

e/ou de destilados de origem agrícola a uma bebida alcoólica;

c) Aditivo: qualquer substância não consumida habitualmente como género alimentício

em si mesma e habitualmente não utilizada como ingrediente característico dos géneros

alimentícios, com ou sem valor nutritivo, e cuja adição intencional aos géneros

alimentícios, com um objetivo tecnológico na fase de fabrico, transformação,

preparação, tratamento, embalagem, transporte ou armazenagem, tenha por efeito, ou

possa legitimamente considerar-se como tendo por efeito, que ela própria ou os seus

derivados se tornem direta ou indiretamente um componente desses géneros

alimentícios;

d) Adulteração: alteração proposital da bebida, por meio de supressão, redução,

substituição, modificação total ou parcial da matéria-prima ou do ingrediente

componentes do produto ou, ainda, pelo emprego de processo ou de substância não

permitidos;

e) Álcool etílico de origem agrícola: álcool etílico é um líquido de origem agrícola que

cumpre os requisitos estabelecidos no Anexo III;

f) Alteração propositada: modificação dos caracteres sensoriais, físicos, químicos ou

biológicos da bebida, em decorrência de causas intencionais, por negligência, imperícia

ou imprudência, desde que a alteração se converta, por consequência, em vantagem

financeira à empresa ou traga prejuízo ao consumidor;

g) Apresentação: termos utilizado no rótulo e na embalagem, inclusive na publicidade e

na promoção de vendas e em imagens ou similares, e no recipiente, incluindo a garrafa e

o dispositivo de fecho;

h) Aromatização: operação que consiste em utilizar, na preparação de uma bebida, um ou

mais dos aromas devidamente autorizados constantes do Anexo IV;

i) Bebida alcoólica: uma bebida destinada ao consumo humano em estado líquido, sem

finalidade medicamentosa ou terapêutica, com características organoléticas específicas e

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com uma graduação alcoólica acima de 0,5% (meio por cento) em volume até 54 %

(cinquenta e quatro por cento) em volume, a vinte graus celsius, obtida:

i. quer diretamente por destilação de produtos fermentados naturalmente, com ou sem

adição de aromas, e/ou;

ii. por maceração ou processos similares de transformação de produtos vegetais em

álcool etílico potável de origem agrícola e/ou destilados de origem agrícola e/ou

bebidas alcoólicas definidas e classificadas e pelo presente diploma, e/ou;

iii. quer diretamente por adição de aromas, de açúcares ou de outros produtos

edulcorantes enumerados no Anexo IV, e/ou de outros produtos agrícolas e/ou de

géneros alimentícios a álcool etílico de origem agrícola e/ou a destilados de origem

agrícola e/ou a bebidas alcoólicas definidas e classificadas pelo presente diploma;

iv. quer por mistura de uma bebida alcoólica com um ou vários produtos,

nomeadamente, outras bebidas alcoólicas, álcool etílico de origem agrícola,

destilados de origem agrícola e/ou outras bebidas alcoólicas, e;

v. quer por retificação do destilado alcoólico simples, pelo rebaixamento do teor

alcoólico do álcool etílico potável de origem agrícola ou pela padronização da

própria bebida alcoólica retificada;

j) Bebida alcoólica destilada: bebida alcoólica obtida por processo de fermento-

destilação, pelo rebaixamento do teor alcoólico de destilado alcoólico simples, pelo

rebaixamento do teor alcoólico do álcool etílico de origem agrícola ou pela

padronização da própria bebida alcoólica destilada, com ou sem adição de aromas;

k) Bebida alcoólica fermentada: bebida alcoólica obtida por processo de fermentação

alcoólica;

l) Bebidas alcoólicas por adição: bebida alcoólica obtida por adição de aromas, de

açúcares ou de outros produtos edulcorantes enumerados no Anexo IV, e/ou de outros

produtos agrícolas e/ou de géneros alimentícios a álcool etílico de origem agrícola e/ou

a destilados de origem agrícola e/ou a bebidas alcoólicas;

m) Bebida alcoólica por maceração: bebida alcoólica obtida por maceração ou processos

similares de transformação de produtos vegetais em álcool etílico potável de origem

agrícola, e/ou destilados de origem agrícola, e/ou bebidas alcoólicas;

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n) Bebida alcoólica por mistura: bebida alcoólica obtida por mistura de uma bebida

alcoólica com outras bebidas alcoólicas, e/ou com álcool etílico de origem agrícola,

e/ou destilados de origem agrícola, e/ou com outras bebidas não alcoólicas;

o) Bebida alcoólica retificada: bebida alcoólica obtida por processo de retificação do

destilado alcoólico, pelo rebaixamento do teor alcoólico do álcool etílico potável de

origem agrícola ou pela padronização da própria bebida alcoólica retificada;

p) Bebida não-alcoólica: bebida com graduação alcoólica até meio por cento em volume

de álcool etílico potável, a vinte graus celsius, podendo ser bebida não fermentada não-

alcoólica ou bebida fermentada não-alcoólica;

q) Coloração: operação que consiste em utilizar, no fabrico, preparação e padronização de

uma bebida alcoólica, um ou vários corantes para utilização nos géneros alimentícios;

r) Composição: a especificação qualitativa e quantitativa da matéria-prima e dos

ingredientes empregados na fabricação ou preparação da bebida;

s) Conteúdo efetivo: quantidade (massa ou volume) de produto que o pré-embalado

contém realmente;

t) Designação: termos utilizados na rotulagem, apresentação e embalagem, nas guias de

transporte, nos documentos comerciais, nomeadamente nas faturas e notas de entrega, e

na publicidade;

u) Destilado de origem agrícola: produto com graduação alcoólica superior a cinquenta e

quatro e inferior a noventa e cinco por cento em volume, a vinte graus Celsius,

destinado à elaboração de bebida alcoólica e obtido pela destilação simples ou por

destilo-retificação parcial seletiva de mosto ou subproduto proveniente unicamente de

matéria-prima de origem agrícola de natureza açucarada ou amilácea, resultante da

fermentação alcoólica.

v) Edulcoração: operação que consiste em utilizar edulcorantes na preparação de bebidas

alcoólicas, visando ajustar o sabor final do produto;

w) Embalagem: invólucros protetores, de papel ou de qualquer outro tipo, cartões e caixas

utilizados no transporte e/ou venda de um ou mais recipientes;

x) Erro por defeito num pré-embalado: diferença ara menos entre o conteúdo efetivo e a

quantidade ou capacidade nominal;

y) Estabelecimento de bebida: o espaço delimitado que compreende o local e a área que

o circunda, onde se efetiva conjunto de operações e processos, que tem como finalidade

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a obtenção de bebida, assim como o armazenamento e transporte desta e suas matérias-

primas;

z) Falsificação: reprodução enganosa da bebida por meio de imitação da forma, caracteres

e rotulagem que constituem processos especiais de privilégio ou exclusividade de

outrem, ou, ainda, pelo emprego de denominação em desacordo com a classificação e a

padronização da bebida;

aa) Fiscalização: ação direta das entidades públicas de fiscalização para verificação do

cumprimento da lei;

bb) Fraude: engano ao consumidor por meio de adulteração ou falsificação da bebida;

cc) Infração: toda ação ou omissão que importe em inobservância ou em desobediência ao

disposto nas normas regulamentares, destinados a preservar a integridade e a qualidade

dos produtos e bebidas;

dd) Ingrediente: toda substância, incluídos os aditivos, empregada na fabricação ou

preparação de bebidas e que esteja presente no produto final, em sua forma original ou

modificada;

ee) Inspeção: atividade de verificação do cumprimento dos requisitos em todas as fases de

produção, comercialização, importação, exportação e demais atividades abrangidas

neste diploma, sobre os aspetos tecnológicos, higio-sanitários e de qualidade;

ff) Local de produção: lugar ou região onde ocorreu a fase do processo de produção do

produto acabado que conferiu a uma bebida alcoólica o seu carácter e as suas qualidades

definitivas essenciais;

gg) Lotação: operação que consiste na mistura de duas ou mais bebidas alcoólicas

pertencentes à mesma categoria, apenas distinguíveis por pequenas variantes de

composição devido a métodos de preparação, de alambiques utilizados, período de

maturação ou envelhecimento e/ou zona geográfica de produção;

hh) Lote: quantidade de um produto obtida em um ciclo de fabricação, identificada por

número, letra ou combinação dos dois, cuja característica principal é a homogeneidade;

ii) Matéria-prima: todo produto ou substância de origem vegetal, animal ou mineral que,

para ser utilizado na composição da bebida, necessita de tratamento e transformação,

em conjunto ou separadamente;

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jj) Maturação ou envelhecimento: operação que consiste em deixar que se desenvolvam

naturalmente, em recipientes adequados, certas reações que conferem a uma bebida

alcoólica qualidades organoléticas que esta não possuía anteriormente;

kk) Mel de cana: produto obtido exclusivamente pela transformação da calda de cana-de-

açúcar por métodos tradicionais;

ll) Mistura: operação que consiste na mistura de duas ou mais bebidas diferentes para

criar uma nova bebida;

mm) Pré-embalado: unidade de venda final destinada a ser apresentada como tal ao

consumidor final e as coletividades constituída por um género alimentício e pela

embalagem a ser acondicionado, antes de ser apresentado para venda, quer a

embalagem o cubra na totalidade ou parcialmente, mas de tal modo que o conteúdo não

possa ser alterado sem que a embalagem seja aberta ou alterada;

nn) Preparação aromatizante: produto, que não seja uma substância aromatizante, obtido

a partir de géneros alimentícios, por processos físicos, enzimáticos ou microbiológicos

adequados a partir de materiais crus ou transformados para consumo humano e/ou de

materiais de origem vegetal, animal ou microbiológica, que não sejam géneros

alimentícios, por processos físicos, enzimáticos ou microbiológicos adequado;

oo) Produção: atividade realizada envolvendo uma sequência de etapas, processos e

operações, durante as fases de fabrico, padronização, embalagem ou engarrafamento e

rotulagem, com o objetivo de obter bebidas alcoólicas para a comercialização.

pp) Preparação de bebidas: conjunto de operações realizadas na fase de padronização ou

mistura de bebidas, para obter uma nova bebida, ou para ajustar a cor e/ou o gosto, ou

ainda conferir à bebida características específicas.

qq) Produto tradicional: os géneros alimentícios reconhecidos como alimentos com

características tradicionais ou obtidos por método de produção tradicional, desde que

tenham utilização no mercado nacional comprovada por um período que permita a

transmissão entre gerações, de pelo menos 30 anos;

rr) Quantidade nominal: massa ou volume marco num produto pré-embalado e nele

supostamente contido;

ss) Rotulagem: todas as designações e outras referências, sinais, ilustrações ou marcas que

distingam uma bebida e que constem do mesmo recipiente, incluindo o seu dispositivo

de selagem ou a etiqueta ligada ao recipiente e a cobertura do gargalo da garrafa;

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tt) Teor de substâncias voláteis: quantidade de substâncias voláteis, além do álcool etílico

e do metanol, presentes numa bebida alcoólica obtida exclusivamente por destilação,

unicamente em resultado da destilação ou redestilação das matérias-primas utilizadas, e

uu) Título alcoométrico volúmico: razão entre o volume de álcool puro contido em

determinado produto à temperatura de 20º Celsius e o volume total do produto à mesma

temperatura.

CAPÍTULO II

PRODUCÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE BEBIDAS ALCOOLICAS

SECÇÃO I

REQUISITOS APLICADOS NO FABRICO, PADRONIZAÇÃO, ENGARRAFAMENTO

OU EMBALAGEM E COMERCALIZAÇÃO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS

Artigo 4º

Requisitos da matéria-prima

1. No fabrico e padronização de bebidas alcoólicas somente podem ser utilizadas como matéria-

prima e ingredientes os produtos definidos em cada categoria de bebidas alcoólicas constantes

do Anexo I e as enumeradas no Anexo II e IV do presente diploma.

2. É proibido a utilização de produtos ou matérias-primas para a produção de bebidas alcoólicas

que não constam das categorias de bebidas alcoólicas definidas no Anexo I e nem do Anexo II

do presente diploma.

3. O álcool etílico utilizado na produção de bebidas alcoólicas e de todos os seus componentes

só pode ser de origem agrícola, atendendo à definição constante da alínea e) do artigo 3º e as

especificações apresentadas no Anexo III do presente diploma.

4. O álcool etílico utilizado para diluir ou dissolver corantes, aromas ou quaisquer outros

aditivos autorizados, utilizados na elaboração de bebidas alcoólicas só pode ser álcool etílico

de origem agrícola.

5. As bebidas alcoólicas não podem conter álcool de origem sintética, nem qualquer outro álcool

de origem não agrícola.

Artigo 5º

Requisitos gerais aplicáveis às bebidas alcoólicas

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1. Para efeito deste diploma, a graduação das bebidas alcoólicas deve ser expressa em

percentagem de volume de álcool etílico, à temperatura de vinte graus Celsius.

2. A água destinada à preparação de bebidas deverá atender ao padrão oficial de potabilidade.

3. Os açúcares adicionados a bebidas devem ser expressos em sacarose ou açúcar.

4. Os coeficientes de congêneres, componentes voláteis não-álcool, substâncias voláteis não-

álcool ou componentes secundários não-álcool dos destilados, bebidas destiladas e

retificadas serão definidos pela soma de acidez volátil (expressa em ácido acético),

aldeídos (expresso em acetaldeído), ésteres (expresso em acetato de etilo), álcoois

superiores (expressos pelo seu somatório) e furfural, todos expressos em miligramas por

cem mililitros de álcool anidro.

5. Os destilados de origem agrícola destinados à fabricação de bebidas alcoólicas só podem

ser obtidos de um ou vários produtos agrícolas enumerados no Anexo II, devendo

conservar o aroma e o sabor da (s) matéria-prima (s) utilizada (s) e, sempre que se faça

referência à matéria-prima utilizada, o destilado deve ser obtido exclusivamente a partir

dessa matéria-prima.

6. Na preparação de bebidas alcoólicas em função das categorias a obter, são autorizadas as

operações de:

a) edulcoração visando arredondar o sabor;

b) mistura para criar uma nova bebida;

c) adição de álcool etílico de origem agrícola e/ou o destilado de origem agrícola à uma

bebida alcoólica;

d) aromatização de forma a obter uma bebida com aromas especiais, aplicado um ou mais

aromas autorizados para bebidas definidas no Anexo IV;

e) coloração na preparação de uma bebida alcoólica com um ou vários corantes definidos

no Anexo IV;

f) adição de água desde que essa não altere a natureza do produto e seja destilada,

desmineralizada, sujeita a um processo de permuta iónica ou amaciada, e

g) maturação ou envelhecimento, conferindo a uma bebida alcoólica qualidades

organoléticas que esta não possuía anteriormente.

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7. As operações das alíneas c) e d) não se aplicam as categorias de bebidas alcoólicas

enumeradas na Secção I do Anexo I do presente diploma.

8. As bebidas alcoólicas devem ser armazenadas e acondicionadas e/ou embaladas e/ou

engarrafadas para a venda ao consumidor final ou para comercialização a granel ou a

grandes coletividades em recipientes apropriados que permitem conservar as

características próprias do produto.

Artigo 6º

Requisitos da segurança sanitária e da qualidade de bebidas alcoólicas

1. Para além dos requisitos e parâmetros da segurança sanitária e da qualidade definidos por cada

categoria de bebidas constante do Anexo I do presente diploma, as bebidas alcoólicas devem

ainda atender aos seguintes requisitos de segurança, identidade e qualidade:

a) Possuir características sensoriais próprias de sua natureza ou composição;

b) Apresentar qualidade e quantidade dos componentes próprios de sua natureza ou

composição;

c) Estar com ausência de componentes estranhos, de alterações e de deteriorações;

d) Ter limites aceitáveis de substâncias e de microrganismos nocivos à saúde, previstos no

presente diploma e em legislação específica, e

e) Conter um teor de cobre máximo de 5mg por litro, nos casos em que algum equipamento

de cobre for utilizado na produção dessa bebida.

2. Só podem ser consideradas envelhecidas as bebidas alcoólicas que passam pelo processo de

maturação e envelhecimento por um período não inferior a 6 meses e na condição do processo

de maturação e envelhecimento ter sido realizado sob controlo oficial de uma das Entidades

Competentes citadas no artigo 13º do presente diploma ou por um serviço oficial ao qual este

controlo foi delegado.

3. O controlo referido no número anterior deve ser solicitado a autoridade competente em

formulário próprio.

4. A bebida alcoólica que não cumpre o disposto neste artigo é considerada imprópria para o

consumo e impedida a sua comercialização.

Artigo 7º

Métodos de análise

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1. Para a verificação dos parâmetros de qualidade e teores dos componentes químicos nas bebidas

alcoólicas, são utilizados os métodos de amostragem e de análises definidos em normas e

regulamentos nacionais sobre métodos de amostragem e análise laboratorial de referência para

bebidas alcoólicas;

2. Na ausência do estipulado no ponto anterior, são aplicados métodos de amostragem e de

análises indicados pela entidade reguladora independente ligada à segurança sanitária de

alimentos;

3. Na ausência dos métodos estipulados nos números anteriores, podem ser aplicados métodos de

amostragem e de análises de referência internacionalmente indicados pelo Codex Alimentarius

ou pela Organização Internacional da Normalização (ISO).

4. Para as medidas sancionatórias no âmbito do controlo oficial só podem ser utilizados resultados

laboratoriais obtidos de métodos de análises acreditados e acima indicados.

Artigo 8º

Classificação das bebidas alcoólicas

1. Para o presente diploma, ficam definidas as seguintes classes de bebidas alcoólicas:

Bebidas alcoólicas fermentadas;

a) Bebidas alcoólicas destiladas;

b) Bebidas alcoólicas destiladas e retificadas, e

c) Bebidas alcoólicas por maceração, mistura e/ou adição.

2. As classes de bebidas alcoólicas são categorizadas conforme o Anexo I do presente diploma.

SECÇÃO II

REQUISITOS APLICÁVEIS AOS ESTABELECIMENTOS DE BEBIDAS

ALCÓOLICAS

Artigo 9º

Classificação dos estabelecimentos

1. Sem prejuízo de outras classificações previstas em diplomas sobre a atividade industrial e

comercial, para o presente diploma, os estabelecimentos de bebidas alcoólicas, de acordo com

suas atividades, isoladas ou em conjunto, classificam-se em estabelecimentos de:

a) Fabrico, quando transforma em bebidas alcoólicas as matérias-primas ou produtos

primários, artesanais, semi - industrializados ou industrializados de origem agrícola;

Page 14: €¦ · Web viewO sector das bebidas alcoólicas, apesar dos riscos que representa para a saúde pública e para a sociedade, tem uma importância particular para a economia nacional,

b) Padronização, quando prepara um tipo de bebida padrão utilizando bebidas de mesma

categoria, podendo ser adicionado outros produtos autorizados no presente diploma,

através das operações de preparação de bebidas previstas no número 6 do artigo 5º,

incluindo a operação de maturação e envelhecimento;

c) Engarrafamento ou enchimento, quando a atividade principal é o engarrafamento de

bebidas alcoólicas em recipientes destinados ao consumidor final, e

d) Comercialização, quando a atividade principal e a importação, a exportação ou a venda de

bebidas alcoólicas a grosso e/ou a retalho.

2. Cumpridas as exigências legais em termos de aprovação do produto, higiene, segurança

sanitária, rotulagem, mediante prévia comunicação à Autoridade Competente, o produtor pode

produzir, engarrafar bebida alcoólica em estabelecimentos de terceiros devidamente

licenciados, por meio de contratação de serviço, cabendo-lhe todas as responsabilidades pelo

produto previstas neste diploma e nos demais diplomas aplicáveis, ficando desobrigado de

fazer constar do rótulo o nome e endereço do prestador de serviço, desde que garantida a

rastreabilidade da bebida, por meio de identificação clara, na embalagem, do número de

licença.

Artigo 10º

Requisitos aplicáveis aos estabelecimentos de bebidas alcoólicas

1. Os estabelecimentos de bebidas alcoólicas, de acordo com suas atividades desenvolvidas,

devem dispor de infraestrutura básica adequada para o fabrico, manipulação, preparação,

padronização, enchimento ou engarrafamento, rotulagem e comercialização de bebida.

2. Os estabelecimentos de bebidas alcoólicas devem adotar programas permanentes de boas

práticas de higiene e fabrico em conformidade com os requisitos de higiene e segurança

sanitária dos estabelecimentos e produtos previstos na legislação do sector alimentar;

3. Os equipamentos, materiais e utensílios empregues no fabrico, padronização, preparação,

manipulação, transformação, embalagem e transporte de bebidas alcoólicas devem ser

próprios para a finalidade a que se destinam, e devem observar as exigências de higiene e

segurança sanitária previstas na legislação aplicável.

4. Os espaços físicos onde são realizadas as operações e processos destinados a obtenção de

bebidas alcoólicas, nomeadamente, no fabrico, na preparação, na manipulação, na

transformação, na padronização, no enchimento ou engarrafamento, no acondicionamento e

na rotulagem, devem ser adequados para a finalidade a que se destinam e devem respeitar as

Page 15: €¦ · Web viewO sector das bebidas alcoólicas, apesar dos riscos que representa para a saúde pública e para a sociedade, tem uma importância particular para a economia nacional,

disposições gerais e especificas aplicáveis aos estabelecimentos do sector alimentar previstos

na legislação em vigor.

5. Os estabelecimentos de bebidas alcoólicas independentemente da inspeção e fiscalização das

Autoridades Competentes, devem adotar um sistema de autocontrolo baseado nos princípios

de HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Point ), cobrindo todas as fases de

produção, desde o controlo da matéria-prima e ingredientes até aos produtos finais, devendo

prestar informações sobre este sistema às Autoridades Competentes, sempre que solicitado.

6. Os estabelecimentos de produção de bebidas alcoólicas podem realizar o controlo por meio de

outras entidades e/ou laboratórios contratados para este fim, sem prejuízo de suas

responsabilidades pela

7. Para efeito de controlo, todos os estabelecimentos de fabrico, padronização e embalagem ou

engarrafamento de bebidas alcoólicas ficam obrigados a apresentar aos serviços da indústria,

no momento do licenciamento da atividade ou da renovação da licença anual, a declaração de

produção anual até 31 de dezembro, na qual conste a quantidade de produto a produzir e os

stocks existentes das produções anteriores.

Artigo 11º

Licenciamento dos estabelecimentos

1. Os estabelecimentos de bebidas alcoólicas classificadas no presente diploma estão sujeitos aos

sistemas de vistoria prévia e licenciamento da atividade, nos termos previstos em diplomas

próprios sobre estas matérias.

2. Para além dos requisitos exigidos no número anterior, os estabelecimentos de fabrico,

padronização e embalagem ou engarrafamento, estão sujeitos ao sistema de aprovação

sanitária, enquanto pré-requisito para o licenciamento da atividade, e ainda complementarmente

obrigados a:

a) aprovação e registo da bebida alcoólica, sendo condições prévias, cumpridas as regras

definidas nos números anteriores, para o fabrico, padronização e/ou embalagem ou

engarrafamento, devendo para o efeito, apresentar à Autoridade Competente, as fichas

técnicas detalhadas da matéria-prima, de ingredientes e da bebida, bem como documentos

técnicos relativos à comprovação da segurança sanitária e qualidade das matérias-primas e

ingredientes, mediante o certificado sanitário e/ou da qualidade e/ou boletins analíticos de

um laboratório acreditado, e

Page 16: €¦ · Web viewO sector das bebidas alcoólicas, apesar dos riscos que representa para a saúde pública e para a sociedade, tem uma importância particular para a economia nacional,

b) apresentar, para efeito de autorização prévia de comercialização das bebidas com teor

alcoólico igual ou superior a 15% do volume, o boletim analítico e as características

especificas da bebida, enquanto comprovativo da segurança sanitária e da qualidade do

produto, por forma a precaver eventuais riscos à saúde do consumidor.

3. Os requisitos constantes nos números anteriores podem ser simplificados para os

estabelecimentos de produção considerados microempresas do tipo familiar inscritos no

Regime Especial das Micros e Pequenas Empresas, nos termos estabelecidos em diploma

próprio.

4. O registo do produto permite cadastrar e controlar a bebida, conforme, categoria, marca

comercial e processos de produção, incluindo os processos tradicionais.

5. As Autoridades Competentes do sector da indústria e da regulação independente da segurança

sanitária de alimentos podem, no âmbito das suas atribuições e competências, recusar a

aprovação, o registo e o licenciamento ou cancelar o registo e o licenciamento já concedidos de

quaisquer dos produtos e estabelecimentos abrangidos por este diploma, caso detetarem não

conformidade grave nos boletins analíticos que indiciam a insegurança do produto, com risco

evidente para a saúde pública, ou ainda, irregularidade grave referente à rotulagem, embalagem

ou quaisquer outras características que possam induzir o consumidor a erro, quanto à categoria,

genuinidade ou natureza do produto.

SECÇÃO III

IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE MATÉRIAS-PRIMAS E BEBIDAS ALCOÓLICAS

Artigo 12º

Importação e exportação de matérias-primas e bebidas alcoólicas

1. As atividades de importação e exportação de matérias-primas, ingredientes e bebidas

alcoólicas, devem cumprir os princípios e requisitos previstos na legislação que regula as

matérias sobre o comércio externo, a atividades comerciais e indústrias e, sobre a higiene e

segurança sanitária dos géneros alimentícios.

2. As bebidas alcoólicas importadas, assim como, toda a matéria-prima importada para a

produção de bebidas alcoólicas, nomeadamente, o álcool etílico de origem agrícola, o

destilado de origem agrícola e os ingredientes, devem cumprir os requisitos constantes dos

anexos do presente diploma, bem como os previstos em demais diplomas aplicáveis.

3. A importação de bebidas alcoólicas com graduação alcoólica igual ou superior a 15% do

volume, bem como do álcool e destilado de origem agrícola enquanto matéria-prima

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destinada à produção de bebidas alcoólicas, está sujeita a autorização prévia da Autoridade

Competente responsáveis pelo sector do comércio e indústria, mediante o parecer da entidade

independente responsável pela segurança sanitária de alimentos, e devendo para o efeito,

serem apresentados pelo importador os documentos que compravam a segurança e qualidade

indicados no número anterior.

4. A importação e a exportação de bebidas alcoólicas e matérias-primas e ingredientes estão

sujeitas ao controlo das Autoridades Competentes, nos termos do Capítulo III, bem como nos

demais diplomas aplicáveis.

CAPÍTULO III

ACTIVIDADES DO CONTROLO OFICIAL

Artigo 13º

Autoridades Competentes do controlo oficial

Sem prejuízo das competências legalmente atribuídas, são competentes para o exercício do

controlo oficial de bebidas alcoólicas e de estabelecimentos de bebidas alcoólicas, os

departamentos governamentais responsáveis pelo sector da indústria, comércio e agricultura, bem

como a entidade reguladora independente do sector alimentar, a autoridade de inspeção geral das

atividades económicas, as câmaras municipais e as delegacias de saúde.

Artigo 14º

Atividades administrativas e de fiscalização

Para o presente diploma, as atividades administrativas e de fiscalização relacionadas com o

controlo das bebidas alcoólicas e dos estabelecimentos de bebidas alcoólicas são essencialmente: o

controlo da matéria-prima; a vistoria do estabelecimento; a aprovação e registo da bebida; a

aprovação sanitária do estabelecimento; o licenciamento da atividade; a autorização prévia da

comercialização ou da importação das bebidas alcoólicas e da matéria-prima; o cadastro de

bebidas e de estabelecimentos de bebidas alcoólicas; a inspeção; a fiscalização; a análise do

produto; a suspensão da atividade.

Artigo 15º

Controlo da matéria-prima

1. Competem aos serviços dos departamentos governamentais que tutelam as áreas da indústria,

comércio e agricultura e, a entidade reguladora independente do sector alimentar, no âmbito

das suas atribuições e competências, efetuarem o controlo da matéria-prima destinada à

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produção de bebidas alcoólicas nos aspetos referentes à segurança sanitária e qualidade, nos

termos do presente diploma e nos demais diplomas aplicáveis.

Compete a autoridade de inspeção geral das atividades económicas efetuar o controlo

quantitativo e da transição da matéria-prima destinada à produção de bebidas alcoólicas, em

conformidade com os requisitos estabelecidos no presente diploma e nos demais diplomas

aplicáveis, sem prejuízo das competências atribuídas a outras entidades.

Artigo 16º

Vistoria de estabelecimentos de bebidas alcoólicas

Compete ao serviço do departamento governamental que tutela as áreas da indústria e comércio,

realizar, em coordenação e participação com as demais entidades competentes, a vistoria de

estabelecimentos de bebidas alcoólicas, nos termos do presente diploma e nos demais diplomas

aplicáveis.

Artigo 17º

Aprovação sanitária do estabelecimento

Compete a entidade reguladora independente do sector alimentar, a aprovação ou licenciamento

sanitário dos estabelecimentos de fabrico, padronização e embalagem ou engarrafamento de

bebidas alcoólicas, enquanto pré-requisito para o licenciamento da atividade, nos termos das suas

atribuições e competências e, legislação aplicável.

Artigo 18º

Aprovação e registo da bebida

Compete ao serviço do departamento governamental responsável pelo sector da indústria e

comercio, nos termos do presente diploma e nos demais diplomas aplicáveis, a aprovação e o

registo da bebida alcoólica preveniente da produção nacional, mediante parecer da entidade

reguladora independente do sector alimentar.

Artigo 19º

Licenciamento da atividade e autorização prévia de comercialização ou da importação

Compete ao serviço do departamento governamental que tutela a indústria e comércio, nos termos

das suas atribuições e competências:

a) Proceder ao licenciamento dos estabelecimentos de bebidas alcoólicas, nos termos do

presente diploma e demais diplomas aplicáveis;

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b) Autorizar previamente, nos termos do presente diploma e nos demais diplomas aplicáveis:

i) A importação de bebidas alcoólicas abrangidas pelo presente diploma com teor

alcoólico igual e superior a 15% volume, bem como do álcool de origem agrícola e/ou

destilado de origem agrícola destinados à produção de bebidas alcoólicas, e

ii) A comercialização de bebidas alcoólicas provenientes da produção nacional com teor

alcoólico igual e superior a 15% volume;

Artigo 20º

Cadastro de bebidas e de estabelecimentos de bebidas alcoólicas

1. As entidades mencionadas nos artigos 18º e 19º, no âmbito das suas atribuições e

competências, são obrigadas a constituírem os cadastros das bebidas e dos estabelecimentos

de bebidas alcoólicas para fins de controlo oficial, comercial e industrial.

2. O cadastro mencionado no número anterior deve ser permanentemente atualizado com a

indicação de todos os produtos que o estabelecimento produz, mediante comunicação deste,

conforme modelos a definir e a publicar.

Artigo 21º

Inspeção, fiscalização e análise do produto

1. Compete a entidade reguladora independente do sector alimentar, a autoridade de inspeção das

atividades económicas, a delegacia de saúde, em função das atribuições e competências

próprias, efetuar as atividades de inspeção, fiscalização e análise do produto quando necessário.

2. No âmbito das atividades de inspeção e fiscalização, os estabelecimentos de bebidas alcoólicas,

sempre que solicitados pelas entidades de inspeção e de fiscalização, são obrigados a prestarem

informações e/ou apresentarem documentos no prazo fixado.

3. As atividades de inspeção e de fiscalização cobrem todas as fases de produção, importação,

exportação e comercialização de bebidas alcoólicas, incluindo, de entre outros, as ferramentas

de autocontrolo, a matéria-prima, o produto, as instalações, as áreas industriais, os processos,

os depósitos, os equipamentos e utensílios, os rótulos, as embalagens, a documentação, a

higiene do pessoal.

4. Nas atividades de inspeção e fiscalização podem ser colhidas amostras necessárias à análise do

produto, nos termos previstos no presente diploma ou noutra legislação aplicável.

Artigo 22º

Suspensão da atividade

Page 20: €¦ · Web viewO sector das bebidas alcoólicas, apesar dos riscos que representa para a saúde pública e para a sociedade, tem uma importância particular para a economia nacional,

1. As atividades de fabrico, padronização, embalagem ou engarrafamento e comercialização de

bebidas alcoólicas podem ser suspensas pelas Autoridades Competentes de inspeção,

licenciamento e fiscalização, sempre que houver provas de infração ao presente diploma e

demais legislação aplicável, suscetíveis de causar danos à saúde pública, ao ambiente ou à

economia.

2. Superadas as causas que ditaram a suspensão da atividade nos termos do número anterior, o

estabelecimento pode requer o levantamento da mesma, nos termos da legislação aplicável.

CAPÍTULO IV

APRESENTAÇÃO E ROTULAGEM DAS BEBIDAS ALCÓOLICAS

Artigo 23º

Apresentação e rotulagem

1. As bebidas alcoólicas só podem ser expostas à venda ao consumidor final se apresentadas pré-

embaladas e devidamente rotuladas.

2. Sem prejuízo dos demais requisitos estabelecidos na legislação sobre a rotulagem dos géneros

alimentícios, a apresentação das bebidas alcoólicas comercializadas a granel ou destinadas a

grandes coletividades, deve conter na sua embalagem exterior, informação mínima sobre o

produto, nomeadamente, a denominação de venda, a identificação do produtor e o número do

lote.

Artigo 24º

Denominação de venda

1. Sem prejuízo da legislação sobre a rotulagem dos géneros alimentícios, a denominação de

venda das bebidas alcoólicas deve ainda obedecer os seguintes requisitos:

a) As bebidas alcoólicas que satisfaçam as especificações aplicáveis aos produtos definidos

nas categorias constantes do Anexo I devem ostentar na apresentação e rotulagem as

denominações de venda definidas no referido anexo;

b) As bebidas alcoólicas que correspondam à definição estabelecida na alínea i) do artigo 3º,

mas que não satisfaçam os requisitos para a inclusão nas categorias constantes do Anexo I,

devem ostentar na apresentação e rotulagem a denominação de venda “bebida alcoólica”,

e, essa denominação de venda não pode ser substituída nem alterada, sem prejuízo da

alínea c) do presente artigo;

Page 21: €¦ · Web viewO sector das bebidas alcoólicas, apesar dos riscos que representa para a saúde pública e para a sociedade, tem uma importância particular para a economia nacional,

c) As denominações de venda podem ser complementadas ou substituídas pela indicação

geográfica, em conformidade com artigo 28º, ou complementadas de acordo com a

legislação nacional aplicável para a indicação geográfica, desde que tal não induza em erro

o consumidor;

d) As bebidas alcoólicas que não correspondam a nenhuma das definições enumeradas nas

categorias do Anexo I não podem ser apresentadas ou rotuladas associando termos ou

expressões tais como “género”, “tipo”, “estilo”, “processo”, “aroma” ou quaisquer outros

termos análogos a qualquer das denominações de venda previstas no presente diploma e/ou

indicações geográficas legalmente definidas;

e) A denominação de venda de uma bebida alcoólica não pode ser substituída por nenhuma

marca registada, marca comercial ou denominação de fantasia, e

f) A bebida alcoólica adicionada de corante e aromatizante, nos casos legalmente

autorizados, observa na rotulagem a indicação destes aditivos, conforme legislação

específica sobre a rotulagem.

Artigo 25º

Apresentação e rotulagem das misturas

1. Sem prejuízo da legislação sobre a rotulagem dos géneros alimentícios, a apresentação e

rotulagem das bebidas alcoólicas obtidas por mistura devem ainda respeitar os seguintes

requisitos:

a) Caso uma bebida alcoólica constante das categorias enumeradas na Secção I do Anexo I,

seja objeto de adição de álcool tal como definida na alínea b) do artigo 3º, essa bebida deve

ostentar a denominação de venda “bebida alcoólica”, e não pode ostentar, seja sob que

forma for, uma denominação reservada nas categorias da citada Secção;

b) Caso uma bebida alcoólica enumerada nas categorias do Anexo I seja misturada com uma

ou várias outras bebidas alcoólicas e/ou um ou vários destilados de origem agrícola, esta

deve ostentar a denominação de venda “bebida alcoólica”, devendo ser claramente visível

em posição destacada no rótulo e não pode ser substituída nem alterada;

c) A alínea b) do presente artigo não se aplica à apresentação ou rotulagem de uma mistura

referida nesse número se corresponder a uma das definições estabelecidas nas categorias

do Anexo I;

d) A apresentação ou rotulagem das bebidas alcoólicas resultantes das misturas referidas na

alínea b) do presente artigo, só podem figurar um ou vários termos, se esses termos não

Page 22: €¦ · Web viewO sector das bebidas alcoólicas, apesar dos riscos que representa para a saúde pública e para a sociedade, tem uma importância particular para a economia nacional,

fizerem parte da denominação de venda, mas constarem apenas do mesmo campo visual da

lista de todos os ingredientes alcoólicos contidos na mistura e forem precedidos pelos

termos “bebida alcoólica de mistura”;

e) Os termos “bebida alcoólica de mistura” referidos na alínea anterior devem constar do

rótulo em caracteres do mesmo tipo e cor que os utilizados para a denominação de venda,

sendo que o tamanho desses caracteres não pode ser superior a metade do tamanho dos

caracteres utilizados para a denominação de venda, e

f) Na rotulagem e apresentação das misturas referidas na alínea b) do presente artigo e a que

se aplica a obrigação de enumerar os ingredientes alcoólicos nos termos da alínea d) do

presente artigo, a proporção de cada ingrediente alcoólico é expressa em percentagem por

ordem decrescente das quantidades utilizadas e essa proporção é igual à percentagem

volúmica de álcool puro que representa no teor volúmico total de álcool puro da mistura.

Artigo 26º

Regras específicas relativas à apresentação e rotulagem das bebidas alcoólicas

1. Caso a apresentação ou rotulagem de uma bebida alcoólica indique a matéria-prima utilizada na

produção do álcool etílico de origem agrícola, cada álcool agrícola utilizado deve ser

mencionado por ordem decrescente das quantidades utilizadas.

2. A apresentação ou rotulagem de uma bebida alcoólica só pode ser completada pelos termos,

“lotação” quando a bebida alcoólica tiver sido objeto de lotação tal como definida na alínea gg)

do artigo 3º.

3. Sem prejuízo de legislação específica em vigor sobre a produção e comercialização de bebidas

alcoólicas, na apresentação ou rotulagem de uma bebida alcoólica só pode ser especificado o

período de maturação ou a idade se se referirem ao mais recente dos constituintes alcoólicos e

na condição de a bebida alcoólica ter sido envelhecida sob controlo oficial, conforme previsto

no número 2 do artigo 6º.

4. Para as bebidas alcoólicas com teor de álcool de 10% ou mais em volume estão dispensadas da

indicação da data de durabilidade mínima.

Artigo 27º

Regras específicas relativas ao volume de pré-embalados

Sem prejuízo de outras normas legais em vigor, a bebida alcoólica pré-embalada para

comercialização ao consumidor final deve obedecer as seguintes regras específicas referentes ao

volume ou capacidades nominais unitárias:

Page 23: €¦ · Web viewO sector das bebidas alcoólicas, apesar dos riscos que representa para a saúde pública e para a sociedade, tem uma importância particular para a economia nacional,

a) As quantidades nominais de bebidas alcoólicas pré-embaladas só podem ser de 350 ml; 500

ml; 700 ml; 1000 ml, 1500 ml, 1750 ml e 2000 ml, sem prejuízo das embalagens destinadas

a lojas francas e fornecimento de navios ou aeronaves;

b) As quantidades destinadas a coletividades podem ser em capacidades igual ou superior a

2000 ml e inferior ou igual a 10000 ml;

c) O conteúdo efetivo do produto pré-embalado destinado a venda ao consumidor final não

deve ser inferior, em média, a quantidade nominal nele marcado;

d) O produto pré-embalado pode ter um erro, por defeito, superior ou dobro do erro admissível,

e

e) O erro admissível para recipientes de capacidade superior a 350ml é de +/- 5ml+2,5%.

Artigo 28º

Denominação de origem ou indicação geográfica

1. A denominação de origem ou indicação geográfica identifica a bebida alcoólica como sendo

originária do território nacional, de uma região ou lugar desse território, sempre que

determinada a qualidade, reputação ou outra característica sejam essencialmente imputáveis à

sua origem geográfica.

2. A indicação do local de origem ou proveniência, através da denominação de origem ou

indicação geográfica deve ser “categoria de bebida de (acrescido do nome especifico da

localidade, zona, concelho ou ilha) reconhecida e registada conforme o Código de Propriedade

Industrial Caboverdiano.

3. O pedido do registo da denominação de origem ou indicação geográfica é submetido aos órgãos

e serviços do estado com competência para o efeito, conforme a legislação aplicável.

Artigo 29º

Proibição de cápsulas ou folhas fabricadas à base de chumbo

As bebidas alcoólicas não podem ser conservadas para venda nem colocadas no mercado em

recipientes com dispositivos de fecho cobertos por cápsulas ou folhas fabricadas à base de

chumbo.

Artigo 30º

Língua utilizada na apresentação e rotulagem das bebidas alcoólicas

Page 24: €¦ · Web viewO sector das bebidas alcoólicas, apesar dos riscos que representa para a saúde pública e para a sociedade, tem uma importância particular para a economia nacional,

1. Sem prejuízo para o disposto na legislação sobre a rotulagem de géneros alimentícios, as

especificações de apresentação e rotulagem previstas no presente diploma são indicadas na

língua oficial nacional, de modo a que o consumidor final possa facilmente entender cada

elemento de informação, a menos que a informação lhe seja assegurada pela tradução fiel,

enquanto contrarrótulo, em caso de bebidas importadas com rotulagem numa língua

estrangeira.

2. No caso de bebidas alcoólicas destinadas à exportação, a rotulagem pode ser repetida num

idioma que não seja a língua oficial de Cabo Verde.

Artigo 31º

Comité de aprovação e parecer

Sempre que justificado, pode ser criado comité temporário para estabelecer derrogações, pareceres

ou propostas devidamente fundamentadas, sobre matérias técnicas e processual não devidamente

reguladas no presente diploma, que permitem a tomada de decisão, bem como a resposta de

pedidos e de iniciativas ligadas à produção, comercialização, importação e exportação de bebidas

alcoólicas e/ou matérias-primas.

CAPÍTULO V

REGIME SANCIONATÓRIO

Artigo 32º

Contraordenações

1. Sem prejuízo de outras sanções aplicáveis, nomeadamente em matéria civil, criminal ou

disciplinar, constituem contraordenações, puníveis com coima de 10.000$00 a 500.000$00 ou

80.000$00 a 1.000.000$00, consoante o infrator seja pessoa singular ou coletiva:

a) A produção e/ou a comercialização de bebidas alcoólicas fora de limites dos parâmetros

físico-químicos constantes de cada categoria de bebidas apresentadas no Anexo I;

b) A produção de bebidas alcoólicas com substâncias que contrariam o estipulado no artigo 4º

sobre os requisitos de matérias-primas;

c) Produção e/ou comercialização de bebidas alcoólicas que violam os requisitos gerais e

específicos sobre a segurança e qualidade, previstos no presente diploma;

d) A importação e a colocação no mercado de bebidas alcoólicas e/ou matéria-prima

destinada à produção de bebidas alcoólicas, que não cumprem com os requisitos da

segurança e qualidade previstas no presente diploma; e

Page 25: €¦ · Web viewO sector das bebidas alcoólicas, apesar dos riscos que representa para a saúde pública e para a sociedade, tem uma importância particular para a economia nacional,

e) A produção de bebidas alcoólicas por quem não seja detentor da licença industrial ou cuja

bebida não se encontra devidamente registada e autorizada, ou cuja licença encontra-se

suspensa e/ou caducada.

2. Constituem ainda contraordenações, puníveis com coima de 3.000$00 a 200.000$00 ou de

50.0000$00 a 1.000.000$00, consoante o agente seja pessoa singular ou coletiva:

a) O incumprimento dos requisitos aplicáveis aos estabelecimentos de produção de bebidas

alcoólicas;

b) A comercialização, sem a autorização prévia da autoridade competente, da bebida

alcoólica produzida a nível nacional, conforme previsto no presente diploma;

c) A importação, sem a devida autorização do serviço competente, de bebidas alcoólicas e

matérias-primas sujeitas à autorização prévia de importação;

d) A exposição para venda ao consumidor final de bebidas alcoólicas não pré-embaladas e

com deficiências na rotulagem obrigatória, ou ainda sem informação mínima presente na

embalagem para os produtos comercializados a granel ou destinados a grandes

coletividades;

e) A exposição para venda de bebidas alcoólicas que não cumprem os requisitos de

apresentação, denominação de venda, rotulagem e volume dos pré-embalados, previstos

neste diploma;

f) A produção e/ou comercialização de bebidas alcoólicas que não cumprem os requisitos

previstos no presente diploma sobre a maturação e envelhecimento;

g) A conservação e/ou colocação à venda de bebidas alcoólicas armazenadas, embaladas ou

engarrafadas em recipientes, incluindo a cápsula, não apropriados;

h) O incumprimento dos requisitos sobre a denominação de origem ou indicação geográfica, e

i) A colocação para venda de bebidas alcoólicas rotuladas com uma das categorias de bebidas

previstas no Anexo I do presente diploma, mas que na realidade e pelas características, não

o são.

3. A falsificação, a alteração propositada e a adulteração de bebidas alcoólicas, bem como a

fraude são puníveis com coima de 80.000$00 a 1.000.000$00 ou de 150.000$00 a

3.000.000$00 consoante o agente seja pessoa singular ou coletiva.

4. A tentativa e negligência são puníveis.

Artigo 33º

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Sanções acessórias

1. Consoante a gravidade das contraordenações, podem ser aplicadas, cumulativamente com a

coima, as seguintes sanções acessórias:

a) Apreensão dos produtos utilizado na prática das contraordenações;

b) Retirada dos produtos do mercado;

c) Encerramento das unidades ou estabelecimentos de produção e/ou de comercialização;

d) Cancelamento e suspensão de licenças;

e) Interdição do exercício da atividade, e

f) Perda do direito a incentivos à atividade, previstos em legislação do sector industrial.

2. As sanções acessórias previstas nas alíneas c), d), e e) do numero anterior têm a duração

máxima de 3 a 12 meses contados a partir do trânsito em julgado da decisão condenatória.

Artigo 34º

Admoestação

Quando a reduzida gravidade da infração e da culpa do agente o justifiquem, pode a autoridade

competente para a aplicação da coima limitar-se a proferir uma admoestação escrita.

Artigo 35º

Instruções de processos e aplicação das sanções

1. A instrução dos processos de contraordenações é da responsabilidade da entidade de inspeção

controlo, inspeção de fiscalização que levantar o auto de notícia.

2. Em caso de incompetência de instrução do processo de contraordenação, a entidade que

levantar o auto nos termos do número anterior, remete à entidade competente para o efeito.

3. A aplicação das coimas e sanções acessórias compete ao diretor do órgão ou serviço e/ou o

representante máximo da entidade de controlo, inspeção e da fiscalização que instrui o

processo.

4. Da emissão do auto de notícia é dado ao conhecimento às outras autoridades de controlo,

inspeção e de fiscalização no tempo oportuno.

Artigo 36º

Destino do produto das coimas

O produto das coimas aplicadas é afetado da seguinte forma:

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a) 60% para o cofre do Estado;

b) 30% para a entidade que instrui o processo e aplica a coima, e

c) 10% para a entidade que levanta o auto de notícia.

CAPÍTULO IV

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Artigo 37º

Regime subsidiário

1. Para todas as matérias sobre as contraordenações não especialmente reguladas no presente

diploma é aplicável o Regime jurídico Geral das Contraordenações aprovado pelo Decreto

legislativo nº 9/95, de 27 de outubro.

2. Aplicam-se ainda, supletivamente, o Decreto-Lei 24/2009, o Decreto-Lei nº 25/2009, ambos

de 20 de julho, o decreto-regulamentar nº 3/2011 de 24 de janeiro, o Decreto-legislativo nº

13/2010, de 8 de novembro e o Decreto-Lei nº 3/2008 de 21 de janeiro, respetivamente sobre

as normas de rotulagem dos géneros alimentícios, as normas gerais de higiene a que estão

sujeitos os géneros alimentícios, a classificação das atividades industriais, sobre política

industrial e sobre a classificação das atividades económicas de Cabo Verde.

3. Para todas as matérias técnicas não especialmente reguladas no presente diploma são tidas em

contas as normas internacionalmente aceites em matéria de higiene e segurança sanitária

alimentar, nomeadamente as constantes do Codex Alimentarius.

4. Para os produtos importados, nos aspetos não especialmente regulados no presente diploma,

podem ser tidas em conta, no âmbito do controlo e fiscalização, parâmetros de segurança,

higiene e qualidade previstos na legislação do país produtor ou exportador do produto, desde

que esses parâmetros respeitam nas normas do Codex Alimentarius.

5. Os produtos exportados, sem prejuízos do respeito pelas regras do presente diploma, devem

adequar-se às exigências do país importador.

6. Para as regras gerais e especificas referentes ao pessoal, a responsabilidade dos operadores

dos estabelecimentos de bebidas alcoólicas, aplicam-se as disposições previstas na legislação

alimentar em vigor.

Artigo 38º

Normas transitórias

Page 28: €¦ · Web viewO sector das bebidas alcoólicas, apesar dos riscos que representa para a saúde pública e para a sociedade, tem uma importância particular para a economia nacional,

As bebidas alcoólicas produzidas, importadas e as destinadas à exportação, antes da entrada em

vigor do presente diploma, podem ser comercializadas até ao limite do seu estoque, desde que não

ponham em causa a saúde e segurança do consumidor.

Artigo 39º

Entrada em vigor

O presente diploma entra em vigor no prazo de 180 dias após a data da sua publicação.

Aprovado em Conselho de Ministro em……de….

ANEXO I

CATEGORIAS DAS BEBIDAS ALCÓOLICAS

SECÇÃO I

BEBIDAS ALCOÓLICAS DESTILADAS

Artigo 40º

Requisitos específicos das bebidas alcoólicas destiladas

Sem prejuízo dos requisitos específicos estabelecidos para cada uma das categorias de bebidas

alcoólicas destiladas enumeradas na presente Secção, estas:

a) Devem ser produzidas apenas por destilação, exclusivamente a partir das matérias-primas

previstas em cada categoria de bebidas em questão;

b) Não podem ser objeto de adição de álcool, diluído ou não, tal como definido na alínea d)

do artigo 3º;

c) Não podem conter substâncias aromatizantes adicionadas;

d) Só podem conter caramelo adicionado como meio para adaptar a cor, e

e) Só podem ser edulcoradas para arredondar o sabor final do produto, de acordo com o

processo de edulcoração, produtos e níveis máximos constantes para cada categoria de

bebidas.

Artigo 41º

Categorias de bebidas alcoólicas destiladas

1. Grogue, grogu, ou grog:

a) Denominação típica e exclusiva dada a aguardente de cana-de-açúcar produzida em Cabo

Verde, com graduação alcoólica de 38º a 54º GL, a temperatura de 20ºC, obtida da

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destilação do mosto fermentado naturalmente de cana-de-açúcar, que contém

características sensoriais peculiares;

b) A fermentação do mosto da cana-de-açúcar deve ser por processo exclusivamente natural,

sendo expressamente proibida adição de qualquer elemento ou produto estranho, com o

objetivo de acelerar a fermentação ou aumentar o rendimento do mosto fermentado;

c) As leveduras utilizadas na fermentação do mosto devem ser as próprias do mosto;

d) A destilação deve ser feita em alambique de cobre, ou então de cobre e aço inoxidável,

desde que o condensador deste seja constituído em aço inoxidável;

e) O teor máximo admissível de cobre no grogue, grogu ou grogue é de 5mg por litro de

aguardente;

f) O teor máximo admissível de metanol no grogue, grogu ou grogue é de 20 mg por 100 ml

de álcool a 100% ou anidro, e

g) O grogue, grogu, ou grog deve ainda respeitar as demais regras estipuladas na legislação

própria em vigor.

2. Aguardente bagaceira ou bagaço de uva:

a) Bebida alcoólica produzida exclusivamente a partir de bagaço de uvas fermentadas e

destiladas, quer diretamente por vapor de água quer após adição de água, em que cada

destilação é efetuada a menos de 86 % volume, e a primeira destilação é efetuada na

presença do próprio bagaço, podendo ser adicionada ao bagaço de uva uma quantidade

máxima de borras de 25 kg por 100 kg de bagaço de uva utilizado, e a quantidade de álcool

proveniente das borras não pode exceder 35% da quantidade total de álcool no produto

acabado, e ainda, o teor de substâncias voláteis deve ser igual ou superior a 140 mg por

100 ml de álcool a 100% volume e o teor máximo de metanol deve ser de 1000mg por 100

ml de álcool a 100 % volume;

b) O título alcoométrico volúmico mínimo da aguardente bagaceira ou bagaço de uva é de

37,5%;

c) Não pode haver adição de álcool, diluído ou não;

d) A aguardente bagaceira ou o bagaço de uva não pode ser aromatizada(o), o que não exclui

métodos de produção tradicionais;

e) A aguardente bagaceira ou bagaço de uva só pode conter caramelo como meio para adaptar

a cor, e

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f) A aguardente bagaceira ou o bagaço de uva pode ser edulcorado(a) para arredondar o sabor

final, contudo o produto final não deve conter mais de 20 gramas de produtos edulcorantes

por litro, expressos em açúcar invertido.

3. Aguardente vínica:

a) Bebida alcoólica obtida exclusivamente por destilação a menos de 86 % volume de vinho,

de vinho aguardentado destinado à destilação ou por destilação de um destilado de vinho a

menos de 86 % volume, com o teor de substâncias voláteis igual ou superior a 125 mg por

100 ml de álcool a 100 % volume, e, com o teor máximo de metanol é de 200 mg por 100

de álcool a 100 % volume;

b) O título alcoométrico volúmico mínimo da aguardente vínica é de 37,5 %;

c) Não pode haver adição de álcool, diluído ou não;

d) A aguardente vínica não pode ser aromatizada, o que não exclui métodos de produção

tradicionais;

e) A aguardente vínica só pode conter caramelo adicionado como meio para adaptar a cor;

f) A aguardente vínica pode ser edulcorada para arredondar o sabor final, mas o produto final

não deve conter mais de 20 gramas de produtos edulcorantes por litro, expressos em açúcar

invertido;

g) Quando a aguardente vínica for envelhecida, pode continuar a ser colocada no mercado

como “aguardente vínica” desde que tenha sido amadurecida por um período igual ou

superior ao período de maturação conforme estipulado na alínea jj) do artigo 3º do presente

diploma, e

h) A aguardente vínica denominada de “Cognac” é produzida apenas na região francesa

demarcada de Cognac.

4. Aguardente de frutos:

a) Uma bebida alcoólica produzida exclusivamente por fermentação alcoólica e destilação,

com ou sem caroços, de um fruto fresco e carnudo, ou de um mosto de tal fruto, de bagas

ou de legumes, em que cada destilação é efetuada a menos de 86 % volume, de modo a que

o destilado apresente um aroma e um sabor proveniente da matéria-prima destilada, e ainda

com o teor de substâncias voláteis igual ou superior a 200 mg por 100 ml de álcool a 100

% volume, e, quando se trate de aguardentes de fruto com caroço, o teor de ácido

cianídrico não deve ser superior a 7 mg por 100 ml de álcool a 100 % volume;

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b) O teor máximo de metanol da aguardente de frutos não deve ser superior a 1350 ml por

100 ml de álcool a 100% volume ou superior;

c) O título alcoométrico volúmico mínimo da aguardente de frutos deve ser de 37,5%;

d) A aguardente de frutos:

i) não pode conter corantes;

ii) não pode haver adição de álcool, diluído ou não;

iii) não pode ser aromatizada, e

iv) pode ser edulcorada para arredondar o sabor final, mas o produto final não pode

conter mais de 18 gramas de produtos edulcorantes por litro, expressos em açúcar;

e) A denominação de venda legal da aguardente de frutos deve ser «aguardente de»

complementada pelo nome do fruto, da baga ou do legume que lhe dê origem;

f) Sempre que duas ou mais espécies de frutos, bagas ou legumes sejam destiladas

conjuntamente, o produto deve ser colocado no mercado sob a denominação legal de

“aguardente de frutos” para bebidas alcoólicas produzidas a partir da destilação de frutos

ou bagas, ou ambos, ou; “aguardente de legumes” para bebidas alcoólicas produzidas

exclusivamente a partir da destilação de legumes, ou “aguardente de frutos e legumes”

para bebidas alcoólicas produzidas a partir da destilação de uma combinação de frutos,

bagas e legumes, e

g) A denominação legal citada na alínea anterior pode ser complementada com o nome de

cada fruto, baga ou legume, por ordem decrescente das quantidades utilizadas.

5. Rum, rhum ou ron:

a) Bebida alcoólica produzida exclusivamente por fermentação alcoólica e destilação, quer

de melaços ou xaropes provenientes da produção do açúcar de cana, quer do próprio

sumo da cana-de-açúcar, destilada a menos de 96 % volume, de modo a que o destilado

apresente de forma percetível as características organoléticas específicas do rum, ou;

produzida exclusivamente por fermentação alcoólica e destilação do sumo de cana-de-

açúcar que apresente as características aromáticas específicas do rum e possua um teor de

substâncias voláteis igual ou superior a 225 mg por 100 ml de álcool a 100 % do volume;

b) O título alcoométrico volúmico mínimo do rum, rhum ou ron é de 37,5 %;

c) O rum, rhum ou ron não pode ser objeto de adição de álcool, diluído ou não, e nem pode

ser aromatizado;

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d) O rum, rhum ou ron só pode conter caramelo adicionado como meio para adaptar a cor, e

e) O rum, rhum ou ron pode ser edulcorado para arredondar o sabor final, e o produto final

não deve conter mais de 20 gramas de produtos edulcorantes por litro, expressos em

açúcar invertido.

6. Whisky ou Whiskey

a) Entende-se por whisky ou whiskey uma bebida alcoólica produzida exclusivamente

efetuando todas as operações de produção seguintes:

i) destilação de um mosto de cereais maltados, com ou sem grãos inteiros de outros

cereais, que foi sacarificado pela diástase do malte que contém, com ou sem outros

enzimas naturais, e, ainda fermentado pela ação de levedura;

ii) foi objeto de uma ou mais destilações, cada uma das destilações efetuada a menos de

94,8 % volume, de modo a que o destilado apresente um aroma e um sabor

provenientes das matérias-primas utilizadas, e

iii) maturação do destilado final durante pelo menos três anos em tonéis de madeira com

uma capacidade igual ou inferior a 700 litros;

b) O destilado final, a que só podem ser adicionados água e caramelo simples (para conferir

a cor), deve conservar a cor, o aroma e o sabor resultantes do processo de produção

referido nas subalíneas anteriores i), ii) e iii);

c) O título alcoométrico volúmico mínimo do whisky ou whiskey é de 40 %;

d) O whisky ou whiskey não pode ser objeto de adição de álcool, diluído ou não, e

e) O whisky ou whiskey não pode ser edulcorado, nem mesmo para arredondar o sabor, nem

aromatizado, nem conter quaisquer aditivos além do caramelo simples utilizado para

ajustar a cor.

7. Brandy ou Weinbrand:

a) Bebida alcoólica obtida a partir de aguardentes vínicas, adicionadas ou não de um

destilado de vinho destilado a menos de 94,8 % volume, desde que o teor alcoólico do

destilado seja igual ou inferior a 50 % do teor alcoólico do produto acabado, envelhecida

em recipientes de madeira de carvalho durante pelo menos um ano ou, se a capacidade

dos tonéis de carvalho for inferior a 1000 litros, durante pelo menos seis meses, com um

teor de substâncias voláteis igual ou superior a 125 mg por 100 ml de álcool a 100%

volume, proveniente exclusivamente da destilação ou redestilação das matérias-primas

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utilizadas, e com um teor máximo de metanol de 200 mg por 100 ml de álcool a 100%

volume;

b) O título alcoométrico volúmico mínimo do brandy ou Weinbrand é de 36%;

c) O brandy ou Weinbrand não pode ser objeto de adição de álcool diluído ou não;

d) O brandy ou Weinbrand não pode ser aromatizado, o que não exclui métodos de

produção tradicionais;

e) O brandy ou Weinbrand só pode conter caramelo adicionado como meio para adaptar a

cor, e

f) O brandy ou Weinbrand pode ser edulcorado para arredondar o sabor final.

8. Aguardente de mel:

Bebida alcoólica obtida exclusivamente por fermentação e destilação de mosto de mel, destilada a

menos de 86 % volume, de modo a que o destilado apresente as características organoléticas das

matérias-primas utilizadas e com o título alcoométrico volúmico mínimo da aguardente de mel é

de 35 %;

a) A aguardente de mel não pode ser objeto de adição de álcool diluído ou não;

b) A aguardente de mel não pode ser aromatizada;

c) A aguardente de mel só pode conter caramelo adicionado como meio para adaptar a cor, e

d) A aguardente de mel só pode ser edulcorada com mel.

9. Aguardente de borras ou Hefebrand:

a) Bebida alcoólica obtida exclusivamente por destilação a menos de 86 % volume de borras

de vinho ou de borras de frutos fermentados e com o título alcoométrico volúmico mínimo

de borras é de 38 %;

b) Aguardente borras ou Hefebrand não pode ser objeto de adição de álcool diluído ou não;

c) Aguardente de borras ou Hefebrand ode não pode ser aromatizado;

d) Aguardente de borras ou Hefebrand só pode conter caramelo adicionado como meio para

adaptar a cor, e

e) A denominação de venda do Hefebrand ou aguardente de borras é completada com o nome

da matéria-prima utilizada.

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10. Aguardente de bagaço de frutos:

a) Bebida alcoólica obtida exclusivamente por fermentação e destilação a menos de 86 %

volume de bagaço de frutos, exceto bagaço de uva, com o teor mínimo de substâncias

voláteis de 200 mg por 100 ml de álcool a 100 % volume, cujo teor máximo de metanol é

de 1500 mg por 100 ml de álcool a 100 % volume e o teor máximo de ácido cianídrico é de

7 mg por 100 ml de álcool a 100 % volume, quando se trate de aguardente de bagaço de

frutos com caroço, em que é autorizada a redestilação a 86 % volume;

b) O título alcoométrico volúmico mínimo da aguardente de bagaço de frutos é de 37,5 %;

c) A aguardente de bagaço de frutos não pode ser objeto de adição de álcool, diluído ou não;

d) A aguardente de bagaço de frutos não pode ser aromatizada;

e) A aguardente de bagaço de frutos só pode conter caramelo adicionado como meio para

adaptar a cor, e

f) A denominação de venda deve ser «aguardente de bagaço de» seguida do nome do fruto.

Se forem utilizados bagaços de vários frutos diferentes, a denominação de venda será

“aguardente de bagaço de frutos”.

11. Aguardente de uva seca ou raisin brandy

a) Bebida espirituosa obtida exclusivamente por destilação do produto da fermentação

alcoólica do extrato de uvas secas das castas “negro de Corinto” ou “moscatel de

Alexandria”, destilado a menos de 94,5% volume, de modo a que o destilado apresente um

aroma e um sabor provenientes da matéria-prima utilizada;

b) O título alcoométrico volúmico mínimo da aguardente de uva seca ou raisin brandy é de

37,5%;

c) A aguardente de uva seca ou raisin brandy não pode ser objeto de adição de álcool, diluído

ou não;

d) A aguardente de uva seca ou raisin brandy não pode ser aromatizada, e

e) A aguardente de uva seca ou raisin brandy só pode conter caramelo adicionado como meio

para adaptar a cor.

12. Aguardente de sidra ou perada:

a) Bebidas alcoólicas obtidas exclusivamente por destilação a menos de 86 % volume de

sidra ou de perada, estreme ou em mistura, de modo a que o destilado apresente um aroma

e um sabor provenientes dos frutos, com teor de substâncias voláteis é igual ou superior a

Page 35: €¦ · Web viewO sector das bebidas alcoólicas, apesar dos riscos que representa para a saúde pública e para a sociedade, tem uma importância particular para a economia nacional,

200 mg por 100 ml de álcool a 100 % volume e em que o teor máximo de metanol é de

1000 mg por 100 ml de álcool a 100 % volume;

b) O título alcoométrico volúmico mínimo da aguardente de sidra, da aguardente de perada e

da aguardente de sidra e de perada é de 37,5 %;

c) Não pode ser objeto de adição de álcool, diluído ou não;

d) A aguardente de sidra, a aguardente de perada e a aguardente de sidra e de perada não

podem ser aromatizadas, e

e) A aguardente de sidra, a aguardente de perada e a aguardente de sidra e de perada só

podem conter caramelo adicionado como meio para adaptar a cor.

13. Aguardente de topinambos ou topinabur:

a) Bebida alcoólica produzida exclusivamente por fermentação e destilação de topinambos

(Helianthus tuberosus L.) a menos de 86 % volume;

b) O título alcoométrico volúmico mínimo do topinambur ou aguardente de topinambos é de

38 %;

c) Não pode haver adição de álcool, diluído ou não;

d) O topinambur ou aguardente de topinambos não pode ser aromatizado;

e) O topinambur ou aguardente de topinambos só pode conter caramelo adicionado como

meio para adaptar a cor, e

f) O topinambur ou aguardente de topinambos pode ser edulcorado para arredondar o sabor

final, mas o produto final não pode conter mais de 20 gramas de produtos edulcorantes por

litro, expressos em açúcar invertido.

14. Aguardente de cereais:

a) Bebida espirituosa produzida exclusivamente por destilação de um mosto fermentado de

grãos inteiros de cereais que apresente as características organoléticas provenientes das

matérias-primas utilizadas;

b) Com exceção do «Korn», o título alcoométrico volúmico mínimo das aguardentes de

cereais é de 35 %;

c) Não pode haver adição de álcool, diluído ou não;

d) As aguardentes de cereais não podem ser aromatizadas;

Page 36: €¦ · Web viewO sector das bebidas alcoólicas, apesar dos riscos que representa para a saúde pública e para a sociedade, tem uma importância particular para a economia nacional,

e) As aguardentes de cereais só podem conter caramelo adicionado como meio para adaptar a

cor;

f) As aguardentes de cereais podem ser edulcoradas para arredondar o sabor final, mas o

produto final não deve conter mais de 10 gramas de produtos edulcorantes por litro,

expressos em açúcar invertido;

g) Para poder ostentar a denominação legal de «brande de cereais», a aguardente de cereais

deve ser produzida por destilação a menos de 95 % volume de um mosto fermentado de

grãos inteiros de cereais que apresente as características organoléticas provenientes das

matérias-primas utilizadas, e

h) Na denominação legal «aguardente de cereais» ou «brande de cereais», o termo «cereais»

pode ser substituído pelo nome do cereal utilizado exclusivamente na produção da bebida

espirituosa.

15. Aguardente de cerveja:

a) Bebida espirituosa produzida exclusivamente por destilação direta, a pressão normal, de

cerveja fresca com um título alcoométrico volúmico inferior a 86 % volume de modo a que

o destilado obtido apresente as características organoléticas provenientes da cerveja;

b) O título alcoométrico volúmico mínimo da aguardente de cerveja deve ser de 38 %;

c) Não pode haver adição de álcool, diluído ou não;

d) A aguardente de cerveja não pode ser aromatizada;

e) A aguardente de cerveja só pode conter caramelo adicionado como meio para adaptar a

cor, e

f) A aguardente de cerveja pode ser edulcorada para arredondar o sabor final, mas o produto

final não deve conter mais de 20 gramas de produtos edulcorantes por litro, expressos em

açúcar invertido.

16. Bebida alcoólica de calda de cana e xarope de açúcar:

a) Bebida alcoólica produzida exclusivamente por fermentação alcoólica e destilação do

mosto misto de caldo de cana-de-açúcar e xarope de açúcar, em que cada destilação é

efetuada a menos de 86 % volume, de modo que o destilado apresente um sabor

característico da cana-de-açúcar;

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b) A combinação entre a calda de cana-de-açúcar e o xarope de açúcar não deve ser nunca

superior a 49% do xarope no mosto, e a percentagem dos açúcares totais no mosto deve ser

entre 14 a 16%;

c) O açúcar utilizado na preparação do xarope deve ser apenas proveniente da cana sacarina,

ficando expressamente proibido o uso de açúcar de outras matérias-primas;

d) Para além da calda de cana, açúcar e água, apenas podem ser adicionados ao mosto,

leveduras naturais da cana ou industrializadas próprias para o processo de fermentação

alcoólica;

e) É proibida a adição de qualquer elemento ou produto estranho com objetivo de acelerar a

fermentação ou aumentar o rendimento;

f) O teor máximo de metanol da bebida alcoólica de calda de cana e xarope de açúcar não

deve ser superior a 20 mg por 100 ml do álcool a 100% ou anidro;

g) O teor máximo de cobre deve ser no máximo de 5 mg por litro;

h) O título alcoométrico volúmico da bebida alcoólica de calda de cana e xarope deve ser

mínimo de 37,5% e máximo de 54%;

i) A bebida alcoólica de calda de cana e xarope de açúcar:

i) não pode conter corantes;

ii) não pode haver adição de álcool, diluído ou não;

iii) pode ser aromatizada ou macerada apenas com plantas aromáticas tradicionalmente

utilizadas nas bebidas alcoólicas em Cabo Verde;

iv) pode ser edulcorada para arredondar o sabor final, mas o produto final não pode conter

mais de 18 gramas de produtos edulcorantes por litro, expressos em sacarose;

j) A denominação de venda legal da Bebida alcoólica de calda de cana e xarope de açúcar

deve ser “aguardente de calda de cana e xarope de açúcar” ou “bebida alcoólica de calda

de cana e xarope de açúcar ”;

k) Na produção da bebida alcoólica de calda de cana e xarope de açúcar, o produtor deve

demostrar que seu produto cumpre os requisitos técnico-legais durante a elaboração,

devendo dispor de um registo atualizado de cada produção, constituído dos seguintes

documentos:

i) Faturas ou documentos que comprovam a aquisição de matérias-primas;

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ii) Documentos que comprovam as entradas das matérias-primas;

iii) Documentos que comprovam os movimentos do produto final e do processo de

fabrico, e

iv) Inventários de matérias-primas e do produto final, incluindo do processo de

envelhecimento, quando existe.

SECÇÃO II

BEBIDAS ALCOÓLICAS DESTILADAS E RETIFICADAS

Artigo 42º

Requisitos específicos das bebidas alcoólicas destiladas e retificadas

Sem prejuízo dos requisitos específicos estabelecidos para cada uma das categorias de bebidas

destiladas e retificadas enumeradas na presente secção, estas bebidas devem ainda:

a) Ser obtidas a partir de qualquer matéria-prima agrícola constante do Anexo II;

b) Ser objeto de adição de álcool tal como definido na alínea b) do artigo 3º;

c) Conter substâncias aromatizantes, tal como definidas no Anexo IV, relativo aos aromas e a

determinados ingredientes alimentares com propriedades aromatizantes utilizados nos e

sobre os géneros de alimentícios e preparações aromatizantes;

d) Conter uma coloração tal como definida na alínea q) do artigo 3º, e

e) Ser edulcoradas para corresponder a características particulares do produto, tal como

definida na alínea v) do artigo 3º.

Artigo 43º

Categorias de bebidas alcoólicas destiladas e retificadas

1. Vodka:

a) Bebida alcoólica produzida a partir de álcool etílico de origem agrícola obtida após

fermentação, pela ação de levedura, a partir de batatas e/ou cereais, ou outras matérias-

primas agrícolas, destilada e/ou retificada de modo a atenuar seletivamente as características

organoléticas inerentes às matérias-primas utilizadas e aos subprodutos formados durante a

fermentação, podendo a este processo seguir-se uma redestilação e/ou um tratamento com

adjuvantes adequados, nomeadamente com carvão ativado, para conferir ao produto

características organoléticas especiais, sendo que os valores máximos dos elementos

residuais devem corresponder aos fixados no Anexo III para o álcool etílico de origem

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agrícola, exceto no tocante ao teor de metanol, que não pode exceder 10 mg por 100 ml de

álcool a 100 % volume, e com o título alcoométrico volúmico mínimo do vodka é de 37,5

%;

b) Os únicos aromatizantes que podem ser adicionados são as substâncias aromatizantes ou

preparações aromatizantes presentes em destilados obtidos a partir das matérias-primas

fermentadas acima citadas;

c) Além dos aromatizantes citado na alínea anterior, podem ser conferidas ao produto,

características organoléticas especiais distintas do aroma predominante, e

d) A designação, a apresentação ou a rotulagem do vodka não produzido exclusivamente a

partir da (s) matéria (s) – prima (s) referida (s) na subalínea i) da alínea a) devem conter a

indicação “produzido a partir de”, completada com o nome da (s) matéria (s)-prima (s)

utilizada (s) na produção do álcool etílico de origem agrícola, inscrito em caracteres visíveis

e não dissimulada.

2. Vodka aromatizado:

a) Vodca à qual foi conferido um aroma predominante distinto do da matéria-prima utilizada

para produzir vodca;

b) O título alcoométrico volúmico mínimo da vodca aromatizada é de 37,5 %;

c) A vodca aromatizada pode ser edulcorada, lotada, aromatizada, maturada ou com adição

de corantes;

d) O produto final não pode conter mais de 100 gramas de produtos edulcorantes por litro,

expressos em açúcar invertido, e

e) A denominação legal de vodca aromatizada pode também ser o nome de qualquer aroma

predominante combinado com o termo “vodca”, e o termo “vodca” pode ser substituído

por “vodka”.

3. Gin:

a) Bebida espirituosa aromatizada com zimbro, produzida por aromatização de álcool etílico

de origem agrícola com bagas de zimbro (Juniperus communis L.);

b) O título alcoométrico volúmico mínimo do gin é de 37,5 %;

c) Na preparação do gin só podem ser utilizadas substâncias aromatizantes ou preparações

aromatizantes, ou ambas, a fim de garantir a predominância do sabor do zimbro, e

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d) Se não forem adicionados ao produto mais de 0,1 gramas de produtos edulcorantes por

litro no produto final, expressos em açúcar invertido, o termo “gin” pode ser acompanhado

do termo “dry”.

4. Gin destilado:

a) Bebida alcoólica zimbrada, obtida exclusivamente por redestilação de álcool etílico de

origem agrícola de qualidade apropriada, dotado das características organoléticas

adequadas, com um título alcoométrico inicial não inferior a 96 % volume, preparada em

alambiques tradicionalmente utilizados para o gin, com bagas de zimbro (Juniperus

communis L.) e outros produtos vegetais naturais, desde que seja garantida a

predominância do sabor do zimbro, ou da mistura do produto dessa destilação com álcool

etílico de origem agrícola com a mesma composição, pureza e título alcoométrico e, para

aromatizar o gin destilado, podem ser igualmente utilizadas substâncias aromatizantes

naturais e/ou idênticas às naturais e/ou preparados aromatizantes;

b) O título alcoométrico volúmico mínimo do gin destilado é de 37,5 %;

c) O gin produzido unicamente por adição de essências ou aromas ao álcool etílico de origem

agrícola não pode ser considerado gin destilado, e

d) Se não forem adicionados ao produto ou nele incorporados edulcorantes cujo teor de

açúcares represente mais de 0,1 gramas de produtos edulcorantes por litro no produto final,

expressos em açúcar invertido, o termo “gin” pode ser acompanhado do termo “dry”.

5. London gin:

a) Tipo de gin destilado obtido exclusivamente a partir de álcool etílico de origem agrícola,

com um teor máximo de metanol de 5 mg por 100 ml de álcool a 100 % volume, cujo

aroma é conferido exclusivamente por redestilação de álcool etílico em alambiques

tradicionais, na presença de todos os materiais vegetais naturais utilizados, em que o

destilado obtido contenha pelo menos 70 % volume de álcool, e que qualquer outro álcool

etílico de origem agrícola adicionado esteja em conformidade com as características

enumeradas no Anexo III, mas com um teor máximo de metanol de 5 mg por 100 ml de

álcool a 100 % volume, a que não tenham sido adicionados edulcorantes com um teor de

açucares superior a 0,1 gramas por litro no produto final, nem corantes, a que ainda não

tenham sido adicionados quaisquer outros ingredientes, com exceção de água;

b) O título alcoométrico volúmico mínimo do London gin é de 37,5 %, e

c) A expressão “London gin” pode ser completada pelo termo “dry”.

Page 41: €¦ · Web viewO sector das bebidas alcoólicas, apesar dos riscos que representa para a saúde pública e para a sociedade, tem uma importância particular para a economia nacional,

6. Bebida espirituosa zimbrada ou Genebra:

a) Bebida alcoólica obtida por aromatização de álcool etílico de origem agrícola e/ou de

aguardente de cereais e/ou de destilado de cereais com bagas de zimbro (Juniperus

communis L. e/ou Juniperus oxicedrus L.);

b) O título alcoométrico volúmico mínimo das bebidas espirituosas zimbradas é de 30 %;

c) Podem ser adicionadas outras substâncias aromatizantes, e/ou preparações aromatizantes,

tal como definidas no Anexo IV e/ou plantas aromáticas ou partes de plantas aromáticas,

devendo, no entanto, ser percetíveis as características organoléticas do zimbro, ainda que

por vezes atenuadas, e

d) As bebidas alcoólicas zimbradas podem ostentar as denominações de venda Wacholder ou

Genebra.

7. Akvavit ou aquavit

a) Bebida alcoólica aromatizada com alcaravia e/ou sementes de endro, produzida com álcool

etílico de origem agrícola, aromatizada com um destilado de ervas ou especiarias;

b) O título alcoométrico volúmico mínimo do akvavit ou aquavit é de 37,5 %;

c) Podem ser utilizadas adicionadas outras substâncias aromatizantes naturais e/ou

preparações aromatizantes, tal como definidas no Anexo IV, mas em aroma dessas bebidas

é devido, em grande parte, aos destilados de sementes de alcaravia (Carum carvi L.) e/ou

de sementes de endro (Anethum graveolens L.), sendo proibida a utilização de óleos

essenciais;

d) As substâncias amargas não podem alterar substancialmente o sabor, e

e) O extrato seco não deve exceder 1,5 gramas por cada 100 ml da bebida.

SECÇÃO III

BEBIDAS ALCOÓLICAS OBTIDAS POR MACERAÇÃO, MISTURA OU ADIÇÃO

Artigo 44º

Requisitos específicos das bebidas alcoólicas obtidas por maceração, mistura e/ou

adição

Sem prejuízo dos requisitos específicos estabelecidos para cada uma das categorias de bebidas

alcoólicas obtidas por maceração, mistura ou adição, enumeradas na presente secção, estas bebidas

devem ainda:

Page 42: €¦ · Web viewO sector das bebidas alcoólicas, apesar dos riscos que representa para a saúde pública e para a sociedade, tem uma importância particular para a economia nacional,

a) Ser obtidas a partir de qualquer matéria-prima agrícola e produtos constantes do Anexo II;

b) Ser objeto de adição de álcool tal como definido na alínea b) do artigo 3º;

c) Conter substâncias e/ou preparados aromatizantes, tal como definidas no Anexo IV,

relativo aos aromas e a determinados ingredientes alimentares com propriedades

aromatizantes utilizados nos géneros alimentícios e preparações aromatizantes;

d) Conter uma coloração tal como definida na alínea q) do artigo 3º;

e) Ser edulcoradas para corresponder a características particulares do produto, tal como

definida na alínea v) do artigo 3º;

f) Ter limites aceitáveis de substâncias e de microrganismos nocivos à saúde, previstos no

presente diploma e em legislação específica, e

g) Ser produzidas ou preparadas respeitando as boas práticas de produção e de higiene

definidas na legislação alimentar e/ou em regulamentação especifica, quando disponível;

Artigo 45º

Categorias de bebidas alcoólicas obtidas por maceração, mistura e/ou adição

1. Aguardente de (seguida do nome do fruto) obtida por maceração e destilação:

a) Bebida alcoólica obtida maceração dos frutos, das bagas ou dos frutos de casca rija,

parcialmente fermentados ou não fermentados, eventualmente com a adição de um

máximo de 20 litros de álcool etílico de origem agrícola, de aguardente e/ou de um

destilado derivado do mesmo fruto, baga ou fruto de casca rija por 100 kg de frutos, bagas

ou frutos de casca rija fermentados, seguida de destilação e cada destilação deve ser

efetuada a menos de 86 % volume,

b) O título alcoométrico volúmico mínimo de uma aguardente de (complementada pelo nome

do fruto, das bagas ou dos frutos de casca rija) obtida por maceração e destilação é de 37,5

%;

c) A aguardente de (complementada pelo nome do fruto, das bagas ou dos frutos de casca

rija) obtida por maceração e destilação não pode ser aromatizada;

d) A aguardente de (complementada pelo nome do fruto, baga ou fruto de casca rija) obtida

por maceração e destilação não pode conter corantes;

e) Não obstante o disposto na alínea anterior, o caramelo pode ser utilizado para ajustar a cor

da aguardente (complementada pelo nome do fruto, das bagas ou dos frutos de casca rija)

Page 43: €¦ · Web viewO sector das bebidas alcoólicas, apesar dos riscos que representa para a saúde pública e para a sociedade, tem uma importância particular para a economia nacional,

obtida por maceração e destilação, que tenha envelhecido durante, pelo menos, um ano em

contacto com a madeira;

f) A aguardente de (complementada pelo nome do fruto, das bagas ou dos frutos de casca

rija) obtida por maceração e destilação pode ser edulcorada para arredondar o sabor final,

mas o produto final não pode conter mais de 18 gramas de produtos edulcorantes por litro,

expressos em açúcar invertido, e

g) Para a apresentação e rotulagem da aguardente de (complementada pelo nome do fruto, das

bagas ou dos frutos de casca rija) obtida por maceração e destilação, os termos “obtida por

maceração e destilação” devem constar da apresentação ou rotulagem em carateres de tipo,

tamanho e cor idênticos aos utilizados para os termos “aguardente de (complementada pelo

nome do fruto, das bagas ou dos frutos de casca rija) ” e no mesmo campo visual do que

estes e, tratando-se de garrafas, no rótulo frontal.

2. Pastis:

a) Bebida alcoólica anisada que contém também extratos naturais provenientes do pau de

alcaçuz (Glycyrrhiza spp.), o que implica a presença de substâncias corantes conhecidas

por «benzalacetofenonas» (calconas), bem como de ácido glicirrízico, cujos teores mínimo

e máximo devem ser de 0,05 e 0,5 gramas por litro, respetivamente;

b) O título alcoométrico volúmico mínimo do pastis é de 40 %;

c) Na elaboração do pastis só podem ser utilizados substâncias e preparados aromatizantes

naturais, tal como definidos no Anexo IV, e

d) O pastis apresenta um teor de açúcares inferior a 100 gramas por litro, expresso em açúcar

invertido, e teores mínimo e máximo de anetol de 1,5 e 2 gramas por litro, respetivamente.

3. Licor:

a) Genericamente entende-se por licor uma bebida alcoólica com um teor mínimo de açúcar,

expresso em açúcar invertido, de 100 gramas por litro (com exceção de licores de cereja ou

ginja cujo álcool etílico consista exclusivamente em aguardente de cereja ou ginja e com

70 gramas por litro do açúcar invertido e de licores aromatizados apenas com genciana ou

plantas similares ou absinto com 80 gramas por litro açúcar invertido), obtida por

aromatização de álcool etílico de origem agrícola, ou de um destilado de origem agrícola,

ou de uma ou mais bebidas alcoólicas, ou de uma mistura dessas bebidas, edulcorada, à

qual são adicionados produtos de origem agrícola ou géneros alimentícios tais como, a

nata, o leite ou outros produtos lácteos, frutos, vinho ou vinho aromatizado;

Page 44: €¦ · Web viewO sector das bebidas alcoólicas, apesar dos riscos que representa para a saúde pública e para a sociedade, tem uma importância particular para a economia nacional,

b) O título alcoométrico volúmico mínimo dos licores é de 15 %;

c) Na produção do licor podem ser utilizadas substâncias aromatizantes e preparações

aromatizantes, conforme especificado nas alíneas d) e e) seguintes;

d) Os licores só podem ser aromatizados com géneros alimentícios sápidos, preparações

aromatizantes e substâncias aromatizantes naturais os licores de certas frutas, como o

ananás (ananas), os citrinos (citrinos (Citrus spp. L.), o espinheiro-marítimo (Hippophae

rhamnoides), a amoreira (Morus alba, Morus rubra), a ginja (Prunus cerasus), a cereja

(Prunus avium), a groselha-negra (Ribes nigrum L.), a amora-do-ártico (Rubus arcticus L.),

a amora-amarela (Rubus chamaemorus L.), a framboesa (Rubus idaeus L.), a airela

(Vaccinium oxycoccus L.), o mirtilo ou arando (Vaccinium myrtillus L.), o airela-vermelha

(Vaccinium vitis-idaea L.), e certos licores de plantas, designadamente, de genepi

(Artemisia genepi), genciana (Gentiana L.), hortelã (Mentha L.) e de anis (Pimpinella

anisum L.);

e) Na produção de licores podem ser utilizados as aromas e substâncias aromatizantes

definidas no Anexo IV para complementar o aroma natural do produto, quando necessário;

f) Na produção de licores, incluindo os do tipo tradicional de Cabo Verde, devem ser

respeitadas as boas práticas de produção e de higiene definidas em regulamento próprio e

nos demais diplomas aplicáveis ao sector alimentar;

g) A aguardente e outras bebidas alcoólicas utilizadas na produção de licores devem respeitar

os requisitos de segurança e qualidade previstos no presente diploma ou noutros diplomas

aplicáveis;

h) Sem prejuízo do disposto na legislação sobre a rotulagem, a denominação legal «licor»

pode ser complementada pelo nome de um aroma ou género alimentício que confira o

aroma predominante da bebida, desde que o aroma seja conferido à bebida através de

géneros alimentícios, preparações aromatizantes e substâncias aromatizantes naturais,

derivados da matéria-prima referida no nome do aroma ou do género alimentício,

complementados por substâncias aromatizantes, apenas quando tal for necessário para

reforçar o aroma dessas matérias-primas, e

i) Os licores que se caracterizem, em especial, por ter um sabor acre, amargo, picante,

acidulado, ácido ou cítrico, independentemente do grau de edulcoração, podem ser

rotulados como “secos”.

4. Licor tradicional de Cabo Verde:

Page 45: €¦ · Web viewO sector das bebidas alcoólicas, apesar dos riscos que representa para a saúde pública e para a sociedade, tem uma importância particular para a economia nacional,

a) Tipo de licor produzido de forma tradicional em Cabo Verde, através do processo de

maceração de frutas, ervas aromáticas e outras matérias-primas vegetal ou animal (leite)

em aguardente nacional produzida a partir da cana-de-açúcar, para a extração de princípios

aromáticos, num período máxima até 30 dias, e posterior mistura do macerado obtido com

o xarope de açúcar e aguardente até a padronização considerada necessária;

b) O título alcoométrico volúmico mínimo dos licores tradições de Cabo Verde é de 15 %;

c) As proporções dos ingredientes para o processo de maceração devem ser entre 125 a 250

gramas de ervas aromáticas por litro de aguardente, de 500 a 800 gramas de frutas por litro

de aguardente e de cerca de 1 litro de leite por litro de aguardente;

d) A mistura do macerado e do xarope de açúcar deve ser em proporção entre 25 a 50% do

macerado;

e) O teor máximo admissível de cobre no licor tradicional de Cabo Verde é de 5mg por litro

de aguardente;

f) O teor máximo admissível de metanol no licor tradicional de Cabo Verde é de 20 mg por

100 ml de álcool anidro;

g) A aguardente utilizada na produção de licores tradicionais de Cabo Verde deve respeitar os

requisitos da segurança e qualidade previstos no presente diploma ou noutros diplomas

aplicáveis;

j) Os licores tradicionais de Cabo Verde não podem ser aromatizados, devendo conter apenas

os aromas específicas da matéria-prima macerada para a obtenção do produto, e

k) Sem prejuízo do disposto na legislação sobre a rotulagem, a denominação de venda para

os licores tradicionais de Cabo Verde deve ser “licor de (matéria-prima macerada),

acrescida de “Tradicional de Cabo Verde”;

5. Creme de (complementado pelo nome do fruto ou da matéria-prima utilizada)

a) Creme de (complementado pelo nome de um fruto ou de outra matéria-prima utilizada), é

um licor com um teor mínimo de produtos edulcorantes de 250 gramas por litro, expresso

em açúcar invertido;

b) O título alcoométrico volúmico mínimo do creme de (complementado pelo nome do fruto

ou da matéria-prima utilizada) é de 15 %;

c) Aplicam-se a esta bebida alcoólica as regras relativas às substâncias e preparações

aromatizantes para licores, estabelecidas no anexo IV;

Page 46: €¦ · Web viewO sector das bebidas alcoólicas, apesar dos riscos que representa para a saúde pública e para a sociedade, tem uma importância particular para a economia nacional,

d) Não se podem utilizar produtos lácteos como matéria-prima;

e) O fruto ou a matéria-prima utilizada na denominação legal deve ser o fruto ou a matéria-

prima que confere ao licor o seu sabor predominante, e

f) A denominação legal pode ser complementada pelo termo “licor”;

6. Sloe gin:

a) Licor produzido por maceração de abrunhos-bravos em gin, com eventual adição de sumo

desses frutos;

b) O título alcoométrico volúmico mínimo do sloe gin é de 25 %;

c) Na produção do sloe gin só podem ser utilizadas substâncias aromatizantes e preparações

aromatizantes naturais, e

d) A denominação legal pode ser complementada pelo termo “licor”.

7. Sambuca

a) Licor incolor aromatizado com anis que contém destilados de anis verde (Pimpinella

anisum L.), de anis estrelado (Illicium verum L.) ou de outras ervas aromáticas, com o teor

mínimo de produtos edulcorantes é de 350 gramas por litro, expresso em açúcar invertido,

e com o teor de anetol natural mínimo é de 1 grama por litro e o máximo é de 2 gramas por

litro;

b) O título alcoométrico volúmico mínimo do sambuca é de 38 %;

c) Aplicam-se ao sambuca as regras relativas às substâncias e preparações aromatizantes,

estabelecidas no Anexo IV;

d) A sambuca não pode conter corantes, e

e) A denominação legal pode ser complementada pelo termo “licor”.

8. Maraschino, Marrasquino ou Maraskino

a) Licor incolor cuja aromatização é produzida principalmente por um destilado de marascas

ou por maceração de cerejas ou partes de cereja em álcool etílico de origem agrícola ou em

destilados de marascas, com um teor mínimo de produtos edulcorantes de 250 gramas por

litro, expresso em açúcar invertido;

b) O título alcoométrico volúmico mínimo do maraschino, marrasquino ou maraskino é de

24%;

Page 47: €¦ · Web viewO sector das bebidas alcoólicas, apesar dos riscos que representa para a saúde pública e para a sociedade, tem uma importância particular para a economia nacional,

c) Aplicam-se ao maraschino, marrasquino ou maraskino as regras relativas às substâncias e

preparações aromatizantes para licores, estabelecidas na categoria 3;

d) O maraschino, marrasquino ou maraskino não pode conter corantes, e

e) A denominação legal pode ser complementada pelo termo “licor”.

9. Licor de ovos

a) Bebida alcoólica, aromatizada ou não, obtida a partir de álcool etílico de origem agrícola,

de um destilado e/ou de uma aguardente, cujos ingredientes característicos são a gema de

ovo de qualidade, a clara de ovo e o açúcar ou mel, com o teor mínimo de açúcar ou mel é

de 150 gramas por litro, expresso em açúcar invertido e como o teor mínimo de gema de

ovo de 70 gramas por litro de produto acabado;

b) O título alcoométrico volúmico mínimo do licor de ovos é de 15 %, e

c) Na elaboração do licor de ovos só podem ser utilizados substâncias e preparados

aromatizantes naturais, tal como definidos no Anexo IV.

10. Licor à base de ovos ou advocaat, avocat ou advokat:

a) Licor, aromatizado ou não, produzido a partir de álcool etílico de origem agrícola,

destilado de origem agrícola ou de aguardente, ou uma combinação de ambos, e cujos

ingredientes são a gema de ovo de qualidade, a clara de ovo e o açúcar ou mel, ou ambos,

com o teor mínimo de açúcar ou mel de 150 gramas por litro, expresso em açúcar invertido

e com o teor mínimo de gema de ovo pura de 140 gramas por litro de produto acabado;

b) Para o tipo de licor que sejam utilizados ovos que não provenham de galinhas da espécie

Gallus gallus, tal deve ser indicado no rótulo;

c) O título alcoométrico volúmico mínimo do licor à base de ovos ou advocaat ou avocat ou

advokat é de 14 %;

d) Na produção do licor à base de ovos ou advocaat ou avocat ou advokat só podem ser

utilizados géneros alimentícios sápidos, substâncias aromatizantes e preparações

aromatizantes, e

e) Podem ser utilizados produtos lácteos na produção do licor de ovos ou advocaat ou avocat

ou advokat.

11. Ponche ou pontche:

Bebida alcoólica tradicional de Cabo Verde da categoria de licor, obtida de forma tradicional,

através de mistura da aguardente de cana-de-açúcar e mel de cana-de-açúcar, em proporções

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adequadas, de modo a conferir ao produto características típicas e específicas do ponche ou

pontche;

a) O título alcoométrico volúmico mínimo de ponche ou ponche é de 15 %;

b) O teor máximo admissível de cobre no ponche ou pontche é de 5mg por litro de

aguardente;

c) O teor máximo admissível de metanol no ponche ou pontche é de 20 mg por litro 100 ml

de álcool anidro;

d) O ponche ou pontche pode ser aromatizado com plantas aromáticas de Cabo Verde

utilizadas na aromatização da aguardente;

e) A aguardente utilizada na produção do ponche ou pontche deve respeitar os requisitos de

segurança e qualidade previstos neste diploma e noutros diplomas aplicáveis;

f) Os requisitos técnicos específicos de produção de ponche ou pontche são fixados por

regulamentação específica;

l) Na produção de ponche ou pontche devem ser respeitadas as boas práticas de produção e

de higiene fixadas na regulamentação específica e nos demais diplomas aplicáveis ao

sector alimentar;

g) Sem prejuízo do disposto na legislação sobre a rotulagem, a denominação legal “ponche ou

pontche”, pode ser complementada com o termo “cana”, e

h) Na rotulagem do ponche ou pontche, a denominação de origem indicando a ilha ou

localidade, pode constar na denominação de venda “ponche ou pontche de (acrescido da

ilha ou local de produção) ” ou “ponche ou pontche de cana de (acrescido da ilha ou local

de produção) ”.

12. Ponche ou pontche de (nome de frutas ou outra matéria prima de origem vegetal ou

animal):

a) Bebida alcoólica composta da categoria de licor, obtida através de mistura de aguardente

de produção nacional com extrato de frutas ou de outras substâncias de origem vegetal ou

animal, obtida pelo processo de extração simples, como a decocção ou infusão, ou pela

cozedura da fruta ou outra substância de origem vegetal ou animal em açúcar ou xarope de

açúcar, seguida de filtração ou não para a separação da parte solida, podendo ser

adicionada substâncias ou essências vegetais aromatizantes, de entre os quais, canela,

cravinho, baunilha, noz- moscada;

Page 49: €¦ · Web viewO sector das bebidas alcoólicas, apesar dos riscos que representa para a saúde pública e para a sociedade, tem uma importância particular para a economia nacional,

b) O título alcoométrico volúmico mínimo de ponche ou ponche (nome de frutas ou outra

matéria prima de origem vegetal ou animal) é de 15 %;

c) O teor máximo admissível de cobre no ponche ou pontche (nome de frutas ou outra

matéria prima de origem vegetal ou animal) é de 5mg por litro de aguardente;

d) O teor máximo admissível de metanol no ponche ou pontche (nome de frutas ou outra

matéria prima de origem vegetal ou animal) é de 20 mg por 100 ml de álcool anidro;

e) A aguardente utilizada na produção ponche ou pontche de (nome da fruta ou outra matéria

prima de origem vegetal ou animal), deve respeitar os requisitos de segurança e qualidade

previstos neste diploma ou noutros diplomas aplicáveis;

f) O ponche ou pontche de (nome da fruta ou outra matéria prima de origem vegetal ou

animal) deve conter obrigatoriamente o produto ou os produtos da sua origem (frutas ou

outra matéria prima de origem vegetal ou animal) em substância, e é proibida a sua

substituição por aditivo aromatizante sintético;

g) Na preparação do ponche ou pontche de (nome da fruta ou outra matéria prima de origem

vegetal ou animal) só podem ser utilizadas substâncias e/ou preparados aromatizantes

naturais característicos da fruta ou da substância de origem vegetal ou animal, com a qual é

produzida o produto, ou ainda, os previstos no Anexo IV;

h) Os ingredientes utilizados na produção do ponche de (nome da fruta ou outra matéria

prima de origem vegetal ou animal), devem ser declarados na apresentação e rotulagem,

por ordem crescente da quantidade utilizada;

i) Na produção de ponche ou pontche de (nome da fruta ou outra matéria prima de origem

vegetal ou animal) é proibido o uso de preparados ou substâncias ou essências de origem

não natural, e

j) Sem prejuízo do disposto na legislação sobre a rotulagem, a denominação legal “ponche ou

pontche”, deve ser obrigatoriamente complementada pelo nome da fruta ou da matéria-

prima de origem vegetal ou animal que confira a parte não alcoólica predominante da

bebida e, ainda, acrescido no rótulo o termo “licor”.

13. Punch au rhum:

a) Tipo de licor cujo teor alcoólico provém exclusivamente do rum;

b) O título alcoométrico volúmico mínimo do punch au rhum é de 15 %;

Page 50: €¦ · Web viewO sector das bebidas alcoólicas, apesar dos riscos que representa para a saúde pública e para a sociedade, tem uma importância particular para a economia nacional,

c) Aplicam-se ao punch au rhum as regras relativas às substâncias e preparados aromatizantes

para licores, estabelecidas na categoria 3 acima, e

d) A denominação de venda pode ser completada pelo termo “licor”.

ANEXO II

MATÉRIAS-PRIMAS PARA A PRODUÇÃO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS NÃO

CONSTANTES DAS CATEGORIAS DE PRODUTOS DO ANEXO I

Artigo 46º

Matérias-primas autorizadas na produção de bebidas alcoólicas

1. O quadro nº1 abaixo define as matérias-primas autorizadas para a produção de bebidas

alcoólicas destiladas, destiladas e retificadas e por maceração, mistura ou adição, quando a

matéria-prima não é referenciada taxativamente nas categorias de bebidas alcoólicas

apresentadas no Anexo I.

Quadro nº1

Origem Designação de produtos

Animal Leite e lacticínios;

Ovos de aves;

Mel natural (abelha);

Outras matérias-primas de origem animal deviamente autorizadas

conforme o artigo 35º sobre o comité de aprovação e parecer.

Vegetal Plantas, raízes e tubérculos alimentares;

Frutas, cascas de citrino e de melões;

Café, chá e especiarias;

Cereais, malte, amidos e féculas;

Sementes e frutos diversos;

Açúcar de beterraba ou de cana, no estado sólido;

Outros açúcares, xaropes, sucedâneos do mel, mesmo misturados com

mel natural;

Melaços simples ou caramelizados;

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Melaços mesmo descorados;

Açúcar, xaropes e melaços aromatizados ou adicionados de corantes

(incluindo o açúcar baunilhado ou vanilina);

Preparados de frutas e de outras plantas ou partes de plantas;

Mosto de uvas;

Vinhos de uvas frescas;

Mostos de uvas frescas;

Sidra, perada, hidromel e outras bebidas fermentadas;

Álcool etílico, desnaturado ou não, de qualquer teor alcoólico obtido a

partir de produtos agrícolas;

Outras bebidas espirituosas ou alcoólicas, preparados alcoólicos

compostos (designados por extratos concentrados) para o fabrico de

bebidas;

Outras matérias-primas de origem vegetal deviamente autorizadas

conforme o Artigo 31º sobre o “Comité de aprovação e parecer”.

2. O quadro nº2, sem prejuízo do quado nº1, define as matérias-primas básicas utilizadas na

produção de licor, ponche ou ponche e/ou ponche ou pontche de ( ....) nacionais.

Quadro nº2:

Parte Alcoólica Aguardente nacional;

Parte não alcoólica Frutas, como limão, laranja, banana, coco, azedinha, papaia, maça,

maracujá, marmelo, goiaba, gengibre, bissap, calabaceira, tamarindo,

manga, entre outros frutos comestíveis,

Ervas ou plantas aromáticas adequadas, nomeadamente, hortelã,

cidreira, erva-doce, folha de gengibre, entre outras ervas comestíveis)

Outros produtos vegetal, como café, amendoim ou mancara, canela;

Leite;

Açúcar;

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Água potável;

Aditivos, aromas e substâncias aromatizantes autorizados conforme o

Anexo IV quando aplicável;

Preparação aromatizante, tal como definido no artigo 3º;

Entre outras substâncias de origem vegetal ou animal adequados,

devidamente autorizados conforme o Artigo 31º sobre o “Comité de

aprovação e parecer”.

ANEXO III

CARACTERÍSTICAS DO ÁLCOOL DE ORIGEM AGRÍCOLA

Artigo 47º

Especificações e parâmetros do álcool de origem agrícola

O álcool de origem agrícola deve obedecer as especificações constantes do quadro nº3:

Quadro nº3

Designação Parâmetros/caraterísticas Valor

Características

organoléticas

Nenhum sabor detetável além do da matéria-prima

Título alcoométrico

volúmico mínimo

96,0 % Volume;

Valores máximos de

elementos residuais

Acidez total, expressa em gramas de ácido

acético por hectolitro de álcool a 100 % volume

1,5

Ésteres, expressos em gramas de acetato de etilo

por hectolitro de álcool a 100 % volume

1,3

Aldeídos, expressos em gramas de acetaldeído

por hectolitro de álcool a 100 % volume

0,5

Álcoois superiores, expressos em gramas de 0,5

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metil-2 propanol-1 por hectolitro de álcool a 100

% volume

Metanol, expresso em gramas por hectolitro de

álcool a 100 % volume

30

Extrato seco, expresso em gramas por hectolitro

de álcool a 100 % volume

1,5

Bases azotadas voláteis, expressas em gramas de

azoto por hectolitro de álcool a 100 % volume

0,1

Furfural Não detetável

ANEXO IV

ADITIVOS, EDULCORANTES E AROMAS

Artigo 48º

Aditivos e edulcorantes autorizados

Sem prejuízo dos aditivos, corantes e edulcorantes previstos no Codex Alimentarius (GENERAL

STANDARD FOR FOOD ADDITIVES CODEX STAN 192-1995, e na sua revisão atual), podem

ainda ser utilizados como edulcorantes os seguintes produtos:

a) Açúcar semibranco, açúcar branco, açúcar branco extra, dextrose, frutose, xarope de

glucose, açúcar líquido, açúcar líquido invertido e xarope de açúcar invertido;

b) Mosto de uva concentrado e retificado, mosto de uva concentrado, mosto de uva fresca;

c) Açúcar caramelizado, obtido exclusivamente por aquecimento controlado da sacarose, sem

adição de bases ácidos minerais ou qualquer outro aditivo químico;

d) Mel para consumo humano;

e) Xarope de alfarroba;

f) Quaisquer outras substâncias glucídicas naturais com efeito análogo ao dos produtos acima

referidos, em proporção definidas em normas do Codex Alimentarius.

Artigo 49º

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Aromas e substâncias aromatizantes autorizados

Sem prejuízo de substâncias provenientes de aromas ou ingredientes alimentares com

propriedades aromatizantes previstos no Codex Alimentarius, o quadro nº4 indica os teores

máximos de certas substâncias provenientes de aromas e de outros ingredientes alimentares com

propriedades aromatizantes presentes nas bebidas alcoólicas prontas a consumir e nas quais foram

utilizados aromas.

Quadro nº4:

Substâncias Teor máximo nas

Bebidas alcoólicas,

mg/kg

Exceções e/ou restrições especiais

Ácido agárico (1) 100

Beta azarona (1) 1

Cumarina (1) 10

Ácido cianídrico

(1)

35

Hipericina (1) 10

Pulegona (1) 100 Apenas nas bebidas aromatizadas com hortelã-

pimenta ou hortelã

Mentofurano 200 Apenas em Bebidas alcoólicas que contenham

hortelã ou hortelã-pimenta

Quassina (1) 1,5

Tuiona alfa e beta 10 Bebidas alcoólicas, à exceção das produzidas a

partir da espécie Artemisia

35 Bebidas alcoólicas produzidas a partir da

Page 55: €¦ · Web viewO sector das bebidas alcoólicas, apesar dos riscos que representa para a saúde pública e para a sociedade, tem uma importância particular para a economia nacional,

espécie Artemisia

Cloridrato de

quinino

250

Sulfato de quinino 250

Beta-azarona 1

Teucrina A 5 Bebida alcoólica com sabor amargo ou “bitter”

5 Licores com sabor amargo

2 Outras bebidas alcoólicas

(1) Não pode ser adicionada como tal aos géneros alimentícios ou aos aromas. Pode estar presente no género alimentício quer naturalmente quer na sequência de uma adição de aromas preparados a partir de matérias de base naturais.