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UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS FACULDADE DE EDUCAÇAO E CIÊNCIAS HUMANAS LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS Lucimar Pereira da Silva Nascimento Luiz Carlos Fernandes Rita de Cássia da Silva Augusto Suely Dalcolmo Viviane Egert POSSIBILIDADES DO ENSINO DA VIDEOARTE COM AS NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO ENSINO MÉDIO.

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UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS

FACULDADE DE EDUCAÇAO E CIÊNCIAS HUMANAS

LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS

Lucimar Pereira da Silva Nascimento

Luiz Carlos Fernandes

Rita de Cássia da Silva Augusto

Suely Dalcolmo

Viviane Egert

POSSIBILIDADES DO ENSINO DA VIDEOARTE COM AS NOVAS

TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO ENSINO MÉDIO.

SANTOS - SP

2019

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UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS

FACULDADE DE EDUCAÇAO E CIÊNCIAS HUMANAS

LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS

Lucimar Pereira da Silva Nascimento

Luiz Carlos Fernandes

Rita de Cássia da Silva Augusto

Suely Dalcolmo

Viviane Egert

POSSIBILIDADES DO ENSINO DA VIDEOARTE COM AS NOVAS

TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO ENSINO MÉDIO.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Educação e Ciências Humanas – UNIMES, como parte dos requisitos para obtenção do título de Licenciado em Artes Visuais, sob a orientação do Prof. Rubens de Sousa.

SANTOS – SP

2019

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RESUMO

O presente trabalho buscou mostrar o que é videoarte, como artes visuais expressivas contemporâneas, usando as Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTIC), e mostrar, também, algumas possibilidades de produções didático-pedagógicas no ensino de Artes, especialmente no ensino médio. A pesquisa é de natureza aplicada ou da prática didática no ensino de Artes na escola. O objetivo é exploratório de exemplos com procedimento de pesquisa bibliográfica, tomando-se como ponto de partida a Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas – ANPAP e os periódicos acadêmicos de Artes Visuais no Brasil. O ensino da videoarte e suas NTIC são possibilidades para desenvolver competências e habilidades de expressão artística relacionada às seis dimensões do conhecimento, conforme a Base Nacional Comum Curricular (BNCC): criação, expressão, crítica, reflexão, estesia e fruição.

PALAVRAS-CHAVE: Videoarte. Novas Tecnologias de Informação e Comunicação. Artes Visuais na Escola.

ABSTRACT

The present work sought to show what is Videoarte, as contemporary expressive visual arts, using the new information and communication technologies (NICT), and also show some possibilities of didactic-pedagogical productions in the teaching of arts, especially in high school. The research is of an applied nature or didactic practice in the teaching of arts at school. The objective is exploratory examples with bibliographic research procedure, taking as starting point the National Association of Researchers in Plastic Arts - ANPAP and the Academic Journals of visual arts in Brazil. The teaching of video art and its NICT are possibilities to develop skills and abilities of artistic expression related to the six dimensions of knowledge, according to the National Common Curricular Base (NCCB): creation, expression, criticism, reflection, stesis and fruition.

KEY WORDS: Videoart. New Information and Communication Technologies. Visual Arts at School.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 01

CAPÍTULO I

1. VIDEOARTE COMO ARTES VISUAIS EXPRESSIVAS CONTEMPORÂNEAS .. 02

1.1. Conceituando NTIC e videoarte ........................................................................ 02

1.2 Hibridização do cinema, vídeo e videoclipe ..................................................... 04

CAPÍTULO II

2. POSSIBILIDADES DO ENSINO DA VIDEOARTE NO ENSINO MÉDIO ............. 06

CAPÍTULO III

3. PROJETO DE CURSO EM ARTES VISUAIS ...................................................... 08

3.1. Projeto de curso ................................................................................................ 08

CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................11

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 11

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A arte começa onde a imitação acaba.Oscar Wilde.

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INTRODUÇÃO

O uso das Novas Tecnologias da Informação e Comunicação - NTIC, tanto na

produção como na edição, é um meio motivador e moderno para se ensinar

videoarte na escola. A videoarte é uma possibilidade híbrida de expressão artística

para as aulas de Artes na educação básica, pois envolve, principalmente, fotografia,

vídeo, videoclipe e cinema.

A videoarte é uma forma de expressão artística que utiliza a tecnologia do

vídeo na linguagem das artes visuais, trazendo com isso, a inclusão digital ou das

novas tecnologias na vida social dos discentes favorecendo-os para o mundo do

trabalho.

Desenvolve a criatividade crítica e reflexiva com atitude intencional e

investigativa sobre a estética, os sentimentos, as percepções, as ideias, os desejos,

as representações e as produções artísticas.

Desenvolve, também, possibilidades de expressão, exteriorização e

manifestações subjetivas em sua totalidade: emoção, percepção, intuição e

cognição, com fruição, estesia (experiência sensível) e prazer em práticas artísticas

e culturais de grupos sociais.

Os objetivos educacionais estão de acordo com a Base Nacional Comum

Curricular (BNCC, 2017). A pesquisa tem como objetivo geral procurar desenvolver

competências (saber mobilizar recursos para resolver problemas) e habilidades (saber fazer) para se expressar artisticamente, de forma criativa através do uso das

Tecnologias de Informação e Comunicação (BNCC, 2017, p. 198) envolvidas na

videoarte. Buscamos, como objetivo específico, produzir videoarte relacionada ao

cinema e à linguagem audiovisual (vídeo e videoclipe), utilizar as NTIC relacionadas

às artes em suas linguagens com as dimensões do conhecimento: reflexão e crítica (BNCC, 2017, p. 194-195), seus processos de criação, seus saberes e fazeres

culturais com reflexão e suas experiências artísticas e estéticas com estesia,

expressão e fruição.

A presente pesquisa tem natureza aplicada ou prática didática em Artes na

educação básica. O objetivo é exploratório de exemplos com procedimento de

pesquisa bibliográfica, tomando-se como ponto de partida a Associação Nacional de

Pesquisadores em Artes Plásticas – ANPAP e os periódicos acadêmicos de Artes

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Visuais no Brasil. Os principais pesquisadores são o brasileiro Arlindo Machado e o

artista e pintor belga Philippe Dubois.

No capítulo I abordaremos a videoarte como artes visuais expressivas

contemporâneas, iniciando com conceitos fundamentais para compreender e

contextualizar a hibridização do cinema, do vídeo e do videoclipe na constituição da

videoarte.

No capítulo II exploraremos as possibilidades de se trabalhar, na disciplina de

Arte, a videoarte, no ensino médio, citando o exemplo do Professor Danilo Baraúna

vencedor do XVI Prêmio Arte na Escola Cidadã do Instituto Arte na Escola em 2015.

O projeto foi realizado na Escola de Aplicação da UFPA, Belém-PA com o título:

“Construções expressivas: a videoarte paraense transversalizada no ensino médio”

(BARAÚNA, 2015).

No último capitulo apresentamos um plano de curso para se trabalhar a

videoarte na disciplina de Arte na escola de ensino médio.

CAPÍTULO I

1. VIDEOARTE COMO ARTES VISUAIS EXPRESSIVAS CONTEMPORÂNEAS

1.1. Conceituando NTIC e videoarte

NTIC são tecnologias e métodos para informação e comunicação que surgem

na “Terceira Revolução Industrial (sociedade pós-industrial), informacional ou da

Telemática” desenvolvidas gradativamente desde meados de 1970 e anos 90. Se

caracterizam em agilizar a informação e comunicação por meio da digitalização e da

comunicação em redes (internet) com a captação, transmissão e distribuição das

informações (texto, imagem estática, vídeo e som) integradas. Com tudo isso surge

conceitos de: Sociedade da Informação ou sociedade em rede alicerçada no poder

da informação (CASTELLS, 2003 apud COUTINHO; LISBOA, 2011, p. 5),

Sociedade do Conhecimento (HARGREAVES, 2003 apud COUTINHO; LISBOA,

2011, p. 5) ou Sociedade da Aprendizagem (POZO, 2004 apud COUTINHO;

LISBOA, 2011, p. 5), conceitos não explorados neste trabalho, mas vale destacar

que “o acesso à informação não é garantia que disso resulte conhecimento e, muito

menos, aprendizagem” (COUTINHO; LISBOA, 2011, p. 8), pois o conhecimento se

adquire com informações relacionadas, analisadas criticamente, numa rede de

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significações e se interioriza no indivíduo. As informações devem levar a produzir

conhecimento e gerar uma cultura aprendente.

São consideradas NTIC: o computador pessoal, câmera de foto e vídeo, a

gravação de CDs e DVDs, o suporte de armazenamento de dados (Hard Disk HD,

Pen Drive, cartão de memória etc.), o telefone celular, a TV por assinatura, o correio

eletrônico, Internet, as WIKI para interação colaborativa , softwares de tratamento

de textos, imagens e sons, as tecnologias de acesso remoto etc.

Vídeo é uma palavra de origem etimológica latina que, segundo o Dicionário

Houaiss (2009), significa ver, olhar, compreender. Em termos tecnológicos significa

o resultado do processamento de sinais eletrônicos, analógicos ou digitais, para

capturar, armazenar (cartão, DVD etc.) e transmitir ou apresentar (TV, PC, internet,

cinema etc.) uma sucessão de imagens estáticas ou em movimentos (fotos,

desenhos, texto, gráficos, etc.) que, ilusoriamente, percebemos como movimento. O

vídeo é composto por imagens transmitidas por uma tela ou tubo para nossa visão,

representando algo, significando ou simbolizando abstratamente uma ideia ou algo

codificado sócio culturalmente.

A tecnologia do cinematógrafo (filmadora, copiadora e projetora) deu origem

ao cinema em 1895 com os irmãos Lumière (MORIN, 2014) e, posteriormente, veio

a tecnologia do tubo de televisão (Orticon, derivado do iconoscópio) na década de

30 (PINTO, s.d.).

Videoclipe, segundo Houaiss (2009), é um “curta-metragem em filme ou

vídeo que ilustra uma música e/ou apresenta o trabalho de um artista”. As unidades

integradas geradoras de sentido que formam o videoclipe são: música, letra e

imagem. Clipe, etimologicamente, significa “seção de material filmado” (HOUAISS,

2009).

Os aspectos (características) de como estes elementos são construídos incluem a montagem, o ritmo, os efeitos especiais (visuais e sonoros), a iconografia, os grafismos, e os movimentos de câmera, entre outros.Os vídeos musicais da indústria cultural contemporânea desenvolveram, principalmente a partir dos anos 80 do século XX, uma estética e uma linguagem próprias, chamadas de Estética Videoclipe. Essa forma é, geralmente, caracterizada por uma montagem fragmentada e acelerada, com planos (imagens) curtos, justapostos e misturados, narrativa não linear, multiplicidade visual, riqueza de referências culturais e forte carga emocional nas imagens apresentadas (VIDEOCLIPE, 2018).

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A tecnologia do vídeo portátil e com filmagem instantânea (sem revelação de

filme), em meados dos anos 60, possibilitou uma ilimitada expressão da arte com

imagens em movimento e sons ou videoarte. Um dos pioneiros da videoarte foi o

sul-coreano Nam June Paik com sua obra TV distorcida (1963), onde manipulou e

distorceu eletromagneticamente as imagens de 13 aparelhos de televisão. Os

artistas brincavam com a linguagem cinematográfica, criticavam filmes comerciais,

vídeos e a televisão (FARTHING, 2011, p.524).

Em uma dimensão histórica e econômica o vídeo surge entre o cinema e a

imagem infográfica; em sua dimensão técnica, surge entre a imagem eletrônica e a

analógica e, em sua dimensão estética, “entre a ficção e o real, entre o filme e a

televisão, entre a arte e a comunicação etc” (DUBOIS, 2004, p. 69). Para Dubois, a

essência representativa do vídeo é a videoarte (ficção, modo plástico) e o

documentário (realidade bruta ou não). Quando falamos em vídeo temos a

ambivalência de uma técnica (dispositivo, ferramenta) ou de uma linguagem

(imagem em movimento), de um processo (modo de produção, edição técnica) ou de

uma obra (fruição, edição com manipulação artística), de um meio de comunicação

(informação) ou de uma expressão artística (DUBOIS, 2004, p. 73).

A arte mídia, ou a arte e sua mediação técnica, em especial o processo de

comunicação mediada pelo computador, desafia o artista a se opor ao determinismo

tecnológico, recusando o projeto industrial incutido nas máquinas e aparelhos,

evitando que sua obra resulte na alienação e produção da sociedade da tecnologia e

da informação tecnológica, sociedade da informação em oposição à construção de

uma sociedade do conhecimento e da aprendizagem. Arte mídia pode ser uma

produção industrial para o consumismo de massa ou uma procura pela ética e pela

estética tecnológica politizando as novas tecnologias, refletindo criticamente o

marketing do consumo (MACHADO, 2010, p. 30). Por trás dessa produção industrial

existe um discurso materializando ideologias como a do consumismo e outras

(FOUCAULT, 2009). O discurso se incorpora sócio culturalmente e o autor de uma

obra de arte é, em potencial, um organizador de signos comunicativos que o

compõem.

1.2 Hibridização do cinema, vídeo e videoclipe

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O cinema nasceu mudo e após 30 anos incluiu o som sincronizado, já a

televisão e o vídeo já surgiram com som (MACHADO, 1980). Segundo Arlindo

Machado (1980) a televisão passa por três fases: a do improviso e programação ao

vivo, a da inserção do vídeo pré-produzido com equipamento de videotape da

Ampex e, em meados dos anos 70, a manipulação gráfica nas imagens dos

videotapes possibilitadas pelas tecnologias de informática. Com isso evolui-se para

o vídeo experimental ou videoarte, “foi no videoclipe que a arte no vídeo encontrou

sua poética” (MACHADO, 1980).

Dos anos 60 até 80 a videoarte foi explorada tecnicamente e esteticamente,

com isso aconteceram transformações na linguagem cinematográfica em sua

narrativa e seu discurso clássico. Nos anos 80 as linguagens do vídeo e a do

cinema se relacionam intensamente e trazem revigoramento novas perspectivas

para o cinema. Portanto, o cinema pós-vídeo introduziu características técnicas e

estéticas da videoarte. Segundo Grusin e Bolter (2000 apud FARO, 2010, p.08), no

livro Remediation, “nenhum meio supera o outro, mas incorpora os procedimentos

do anterior”.

O cinema moderno enfatiza mais a função tempo em relação ao espaço que

era enfatizado no cinema clássico. A noção espacial do plano e da ação dos

personagens se realizava no espaço da cena ou cenário que foi perdendo a ênfase

para o tempo no cinema, onde a montagem e a criação de imagens mixadas,

oriundas do vídeo e da videoarte, foram as principais mudanças. O cinema

experimental incorpora vídeo, videoclipe, videoarte e outras artes resultando em

propostas estéticas e narrativas inovadoras, pois segundo Youngblood, em seu livro

Expanded Cinema (1970 apud RUSH, 2006, p. 01), “toda arte é experimental ou não

é arte”.

A videoarte é um meio de expressão riquíssimo para se utilizar no ensino de

arte na escola, pois concordando com Bill Viola (s.d. apud RUSH, 2006, p. 101 e

103) quando afirma que “o vídeo é um meio de expressão intensamente pessoal,

possuidor de uma ampla escala de possibilidades de expressão”, além de ser um

meio potencialmente crítico das propagandas e meios de comunicação de massa

convencionais como a televisão.

CAPÍTULO II

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2. POSSIBILIDADES DA VIDEOARTE NO ENSINO MÉDIO

Vamos ilustrar com uma experiência de sucesso que traz possibilidades da

videoarte, na disciplina de Arte, no ensino médio. O Professor Danilo Baraúna foi

vencedor do XVI Prêmio Arte na Escola Cidadã do Instituto Arte na Escola em 2015,

com o projeto “Construções expressivas: a videoarte paraense transversalizada no

ensino médio” (BARAÚNA, 2015) realizado na Faculdade de Artes Visuais em 2013,

com intervenção metodológica na primeira série do ensino médio da Escola de

Aplicação da Universidade Federal do Pará, Belém-PA.

Em sua pesquisa de iniciação científica, Danilo montou um acervo de quase

300 videoartes paraenses, em especial entre as décadas de 1980 a 2000, para

posterior utilização em sala de aula. Os artistas pioneiros na produção de videoarte

no estado do Pará foram: Jorane Castro e Orlando Maneschy (década de 80 a 90) e

Victor De La Rocque e Melissa Barbery (década de 2000), com questões sobre

violência, relações de poder, intimidade, Amazônia etc.

Essa linguagem audiovisual tinha como objetivo produzir um trabalho

interdisciplinar, desconstruir a ideia de arte contemporânea fazendo os alunos

analisarem e compreenderem esse acervo. A construção e a distribuição do trabalho

foram realizadas no formato digital DVD-ROM como meio da mensagem da

videoarte produzida, incluindo artistas e vídeos selecionados, material educativo

para análise crítica e informações específicas para o professor.

O trabalho interdisciplinar envolvia o conceito de arte mídia definido por

Arlindo Machado (2010, p. 7) como “formas de expressão que se apropriam de

recursos tecnológicos das mídias e da indústria do entretenimento [...] diálogo,

colaboração e intervenção crítica nos meios de comunicação de massa”, ou seja, a

videoarte é utilizada como meio de criticar a massificação do conhecimento. O aluno

é levado a uma nova experiência individual e social, explorando, de forma

experimental, as NTIC, através de computadores e celulares, editando vídeos e

produzindo DVD.

Trabalhou-se em três eixos relacionados à abordagem triangular de Ana Mae

Barbosa (2007): contextualização histórica da videoarte (diálogos contemporâneos

de produções locais, nacionais e internacionais de várias épocas), leitura da

videoarte com apreciação crítica e estética (exibição e análise em grupo de vídeos

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selecionados) e produção ou fazer artístico (criação de um mini roteiro de um vídeo

experimental dialogando com os conceitos estudados).

O projeto do Professor Danilo causou mudanças de paradigmas sobre a

utilização da linguagem audiovisual e suas tecnologias como meio expressivo que

constrói um discurso crítico sobre problemas contemporâneos. Desenvolveu um

método inovador de ensino-aprendizagem dialogando com os Parâmetros

Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e a competência geral “cultura digital”

da Base Nacional Comum Curricular,

5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva (BNCC, 2017, p. 9).

Importantes justificativas reforçam a importância da cultura digital nas

escolas,

[...] a cultura digital tem promovido mudanças sociais significativas nas sociedades contemporâneas. Em decorrência do avanço e da multiplicação das tecnologias de informação e comunicação e do crescente acesso a elas pela maior disponibilidade de computadores, telefones celulares, tablets e afins, os estudantes estão dinamicamente inseridos nessa cultura, não somente como consumidores. Os jovens têm se engajado cada vez mais como protagonistas da cultura digital, envolvendo-se diretamente em novas formas de interação multimidiática e multimodal e de atuação social em rede, que se realizam de modo cada vez mais ágil [...] é imprescindível que a escola compreenda e incorpore mais as novas linguagens e seus modos de funcionamento, desvendando possibilidades de comunicação (e também de manipulação), e que eduque para usos mais democráticos das tecnologias e para uma participação mais consciente na cultura digital (BNCC, 2017, p. 9).

Outra experiência de sucesso e de novas possibilidades, da videoarte, na

disciplina de Arte, no ensino médio, foi o projeto da Professora Maria Moscibroski

com sua produção didático-pedagógica apresentada ao Programa de

Desenvolvimento Educacional, da Universidade Federal do Paraná (PDE-UFPR). O

projeto se intitula “Ensino de arte: explorando a linguagem tecnológica” e se destina

a alunos do segundo ano do ensino médio (MOSCIBROSKI, 2008). A unidade

didática se intitula “Arte tecnológica”, buscando a inserção das tecnologias nas aulas

de arte como instrumento ou recurso didático e, principalmente, como nova forma de

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comunicação e de linguagem. O projeto propõe apresentação de conceitos e

atividades que se relacionam com os saberes de arte e as inovações tecnológicas.

Inicia-se relacionando arte e tecnologia e suas definições ou conceitos. Em

seguida, questiona-se o que é arte tecnológica com exemplos de artistas brasileiros.

Softwares de edição em arte digital: Paint, Photoshop, Corel Draw e o Gimp, são

citados como tecnologias para a arte. A vídeo poesia ou poesia visual digital e seus

precursores nacionais que exploraram as possibilidades: Arnaldo Antunes, Augusto

de Campos, Andre Vallias e Giselle Beiguelman. E, finalmente, a videoarte e seus

precursores nacionais:.Regina Silveira, Marcelo Tas e Eder Santos.

Os estudos e projetos didáticos na área de videoarte ainda são escassos e

incipientes no Brasil, necessitando mais apoios e investimentos nessa linguagem

para o ensino de arte.

3. PROJETO DE CURSO EM ARTES VISUAIS

3.1. Projeto de Curso

CURSO: A videoarte como expressão criativa.

NÍVEL DE ENSINO: primeiro ano do Ensino Médio

CARGA HORÁRIA: 06 horas/aulas

JUSTIFICATIVA: A videoarte é uma forma de linguagem de comunicação e

expressão artística que utiliza a tecnologia do vídeo na área das artes visuais,

trazendo com isso, a inclusão digital ou das novas tecnologias na vida social dos

discentes favorecendo-os para o mundo do trabalho. Desenvolve a criatividade

crítica e reflexiva com atitude intencional e investigativa sobre a estética, os

sentimentos, as percepções, as ideias, os desejos, as representações e as

produções artísticas. Desenvolve, também, possibilidades de expressão,

exteriorização e manifestações subjetivas em sua totalidade: emoção, percepção,

intuição e cognição, com fruição, estesia (experiência sensível) e prazer em práticas

artísticas e culturais de grupos sociais.

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OBJETIVOS GERAIS

O projeto tem como objetivos gerais procurar desenvolver competências (saber mobilizar recursos para resolver problemas) e habilidades (saber fazer) para

se expressar artisticamente, de forma criativa através do uso das Tecnologias de

Informação e Comunicação envolvidas na videoarte.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Buscamos como objetivos específicos, produzir videoarte relacionada ao

cinema e à linguagem audiovisual (vídeo e videoclipe), utilizar as NTIC relacionadas

às artes em suas linguagens com as dimensões do conhecimento: reflexão e crítica (BNCC, 2017, p. 194-195), seus processos de criação, seus saberes e fazeres

culturais com reflexão e suas experiências artísticas e estéticas com estesia,

expressão e fruição.

Ao final do curso de seis aulas o aluno deverá ser capaz de: explorar,

conhecer, fruir e analisar criticamente produções de videoarte local e nacional,

reconhecendo a videoarte como um fenômeno cultural, histórico, social, sensível e

dialogar com as diversidades. Compreender as relações entre as linguagens da Arte

e a videoarte e as NTIC comparando com as linguagens do cinema, do audiovisual

(videoclipe) e da videopoesia. E ainda, de acordo com o BNCC,

“Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação,

ressignificando espaços da escola e de fora dela no âmbito da Arte [...]

Mobilizar recursos tecnológicos como formas de registro, pesquisa e criação

artística [...] Estabelecer relações entre arte, mídia, mercado e consumo,

compreendendo, de forma crítica e problematizadora, modos de produção e

de circulação da arte na sociedade [...] Desenvolver a autonomia, a crítica, a

autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes” (BNCC, 2017, p. 198).

METODOLOGIA

Materiais necessários: celulares, tripé para celular, notebook para o professor, sala

de informática com computadores para os alunos, softwares de edição de vídeo

pago ou gratuito, respectivamente, Adobe Premiere Pro, Windows Live Movie Maker.

Seleção de videoartes inspiradoras com destaque para a videoarte “Invierno”

(ARGENTINA, 2016) e, para aprofundamento na arte do videoclipe, a tese de

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doutorado de Thiago Soares (2009) que é rica em exemplos inspiradores para a

videoarte.

Desenvolvimento:

No desenvolvimento deste projeto teremos seis etapas:

1ª etapa: introdução de conceitos e definições sobre videoarte e expressão criativa.

2ª etapa: vídeos ilustrando os conceitos estudados na etapa anterior com leitura da

videoarte e sua apreciação crítica e estética.

3ª etapa: exibição de videoartes nacionais e internacionais com contextualização

histórica e geográfica para a turma.

4ª etapa: análise, em grupos, das videoartes selecionadas da etapa anterior.

5ª etapa: criação de um mini roteiro e produção artística, em grupo, de um videorte

experimental dialogando com os conceitos estudados.

6ª etapa: exibição das produções dos grupos para toda a turma. Realizar,

democraticamente, análises, comentários, críticas construtivas e dicas.

AVALIAÇÃO

É importante o acompanhamento pelo professor analisando e avaliando

individualmente cada aluno e aluna ao longo do processo de ensino-aprendizagem,

verificando se desenvolveu competências e habilidades nas produções de

videoarte, através de registros e ações que favoreçam a compreensão dos

processos artísticos nas dimensões do conhecimento: criação, reflexão, crítica, estesia, expressão e fruição (BNCC, 2017, p. 194-195). Ao final do projeto, formar

uma grande roda, onde cada um exponha e auto avalie seus trabalhos relacionando

a quais dimensões do conhecimento atingiram. Questões para auxiliar a auto

avaliação: 1) Sua ideia inicial se relacionou com o objetivo do curso? 2) Como cada

ferramenta contribuiu para a concretização de suas ideias? 3) Como o vídeo resultou

em arte? 4) Como as imagens são utilizadas na mídia nos dias de hoje?

BIBLIOGRAFIA DO PROJETO

ARGENTINA, Buenos Aires. Invierno: videoarte/vídeo musical experimental. Videoclip finalista en el Festival Internacional de Cortometrajes FIC-ESMI, en

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Noviembre de 2016. (3m06s). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=RebaUo0arVs>. Acesso em: 24 mar. 2019.

BARAÚNA, Danilo Nazareno Azevedo. Construções expressivas: a videoarte paraense transversalizada no ensino médio. Escola de Aplicação UFPA, Belém-PA, 2015. Instituto Arte na Escola, XVI Prêmio Arte na Escola Cidadã, Ensino Médio, Projetos Vencedores, 2015. Disponível em: < http://artenaescola.org.br/premio/projeto.php?id=76140&id_projeto=76145>. Acesso em 21 abr. 2019.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC): Educação é a Base. Brasília, MEC/CONSED/UNDIME, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/bncc-20dez-site.pdf>. Acesso em 21 mar. 2019.

MACHADO, Arlindo. Arte e mídia. 3 ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2010.

MOSCIBROSKI, Maria Valéria. Produção didático-pedagógica, unidade didática: arte tecnológica. 2008. 21 f. Monografia (Promoção da Carreira do Magistério) – Secretaria de Estado da Educação, Programa de Desenvolvimento Educacional, Universidade Federal do Paraná, Curitiba-PR, 2008. Disponível em: < http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1658-6.pdf>. Acesso em: 25 abr. 2019.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ensino da videoarte e suas TICs desenvolveram competências e

habilidades de expressão artística relacionadas às seis dimensões do

conhecimento, conforme a Base Nacional Comum Curricular (BNCC): criação,

expressão, crítica, reflexão, estesia e fruição. Atende, também, a várias

expectativas de aprendizagens e às competências específicas de arte para o ensino

fundamental e, em especial, para o ensino médio. Os estudos e projetos didáticos

na área de videoarte ainda são escassos e incipientes no Brasil, necessitando mais

pesquisas.

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