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DANNILO LOPES VIANA EDIMAR JOSÉ LIMA SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO EM EMPRESAS DE LAVAGEM DE VEÍCULOS. C riad a p elo d ecreto n º 2 6 .2 98 , pu b licad a no D .O .U em 05/07/1960 E -m ail: fecea@ fecea.b r R o d o v ia d o C a fé, B R 37 6 , K m 0 3 - F on e/F ax 0xx 43 4 2 3 -7 2 7 7 - C E P 8680 0 -9 7 0 - A p u ca ran a - P R.

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DANNILO LOPES VIANA

EDIMAR JOSÉ LIMA

SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO EM EMPRESAS DE LAVAGEM DE

VEÍCULOS.

Apucarana - 2011

C riad a p e lo dec re to n º 26 .2 98 , pu b licad a n o D .O .U em 05 /0 7/1 9 60

E -m a il: fecea@ fecea .b rR o d o v ia d o C a fé , B R 37 6 , K m 0 3 - F o n e /F a x 0 x x 4 3 4 2 3 -7 2 7 7 - C E P 8 6 8 0 0 -9 7 0 - A p u c a r a n a - P R .

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DANNILO LOPES VIANA

EDIMAR JOSÉ LIMA

SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO EM EMPRESAS DE LAVAGEM DE

VEÍCULOS.

Trabalho apresentado como requisito final para conclusão do Curso de Administração, da Faculdade Estadual de Ciências Econômicas de Apucarana.

Orientador: Professor Mestre Leonardo F. Sartori

Apucarana - 2011

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DANNILO LOPES VIANA

EDIMAR JOSÉ LIMA

SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO EM EMPRESAS DE LAVAGEM DE

VEÍCULOS.

Trabalho apresentado como requisito final para conclusão do Curso de Administração, da Faculdade Estadual de Ciências Econômicas de Apucarana.

Orientador: Professor Mestre Leonardo F. Sartori

COMISSÃO EXAMINADORA

______________________________________ Professor Mestre Leonardo F. Sartori

FECEA

______________________________________ Professora Mestre Lindinalva R. S. S. Santana FECEA

Apucarana, ____ de____________ de 2011.

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DEDICATÓRIAA Deus, aos nossos pais e familiares e a todos nossos amigos...

Companheiros de todas as horas...

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AGRADECIMENTOS

Ao Professor Orientador Mestre Leonardo Favero Sartori, braço amigo de todas as

etapas deste trabalho.

As nossas famílias, pela confiança e motivação durante esse curso.

Aos amigos e colegas, pela força e pela vibração em relação a esta jornada.

Aos professores e colegas de Curso, pois juntos trilhamos uma etapa importante de

nossas vidas.

Ao Bruno, irmão do Dannilo, que nos apoiou nas várias etapas desse trabalho.

Ao Ademir, irmão do Edimar, que nos instruiu durante a formatação do trabalho.

Aos profissionais entrevistados, pela concessão de informações valiosas para a

realização deste estudo.

A todos que, com boa intenção, colaboraram para a realização e finalização deste

trabalho.

Aos que não impediram a finalização deste estudo.

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EPÍGRAFE“Quando a última árvore for cortada;

Quando o último rio for poluído;Quando o último peixe for pescado;

Ai sim eles verão que dinheiro não se come.”

Chefe Sioux (tribo indígena EUA)

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VIANA, Dannilo Lopes; LIMA, Edimar José. SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL E SUA APLICAÇÃO EM EMPRESAS DE LAVAGEM DE VEÍCULOS. 2011. Trabalho de conclusão de curso (Graduação do Curso de Administração) – FECEA.

RESUMO

Com o mercado cada vez mais competitivo, principalmente no setor de automóveis,

as empresas que prestam serviços para esse público devem estar numa constante

busca por inovação outros diferenciais competitivos. Concomitante com esse

crescimento deve-se salientar a preocupação com o as questões ambientais que

estão no auge das discussões das conferências internacionais. Sendo assim, este

trabalho propõe a união desses dois conceitos, fazendo com que essas empresas

trabalhem sempre buscando um desenvolvimento sustentável.

Palavras-chave: meio ambiente, sustentabilidade, gestão ambiental.

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VIANA, Dannilo Lopes; LIMA, Edimar José. ENVIRONMENTAL MANAGEMENT SYSTEMS AND ITS APPLICATION IN BUSINESS CAR WASH. 2011. Trabalho de

conclusão de curso (Graduação do Curso de Administração) – FECEA.

.

ABSTRACT

With the market increasingly competitive, especially in the auto industry, companies

that provide services to the public should be in a constant search for innovation other

competitive advantages. Concurrent with this growth should be noted the concern

about the environmental issues that are at the height of the discussions of

international conferences. Therefore, this paper proposes the union of these two

concepts, so that these companies work constantly seeking a sustainable

development.

Keywords: environment, sustainability, environmental management.

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SUMÁRIO1. INTRODUÇÃO......................................................................................................12. HISTÓRICO DA GESTÃO AMBIENTAL...............................................................23. A FUNÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A QUALIDADE AMBIENTAL.. .4

3.1. O DESAFIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.............................53.2. A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE CONSCIENTIZAÇÃO...............................................................................................63.3. O PAPEL DA QUALIDADE AMBIENTAL......................................................83.4. GESTÃO PELA QUALIDADE AMBIENTAL NAS ORGANIZAÇÕES............83.5. SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL – SGA..............................................83.6. FATORES QUE INFLUENCIAM NA APLICAÇÃO DO SGA.........................9

4. O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL SEGUNDO A NORMA ISO 14001......114.1. AS PREOCUPAÇÕES AMBIENTAIS NO BRASIL......................................114.2. ORIGEM E ABRANGÊNCIA DA NORMA ISO 14001.................................13

4.2.1. Política Ambiental..................................................................................164.2.2. Planejamento.........................................................................................174.2.3. Identificação dos aspectos ambientais...................................................174.2.4. Avaliação dos impactos ambientais.......................................................184.2.5. Requisitos legais e corporativos............................................................184.2.6. Objetivos e metas ambientais................................................................18

4.3. PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL....................................................194.3.1. Implementação e Operação...................................................................194.3.2. Estrutura e responsabilidade.................................................................194.3.3. Treinamento, consciência e competência..............................................204.3.4. Comunicação.........................................................................................204.3.5. Documentação do Sistema de Gestão Ambiental..................................214.3.6. Controle operacional..............................................................................214.3.7. Preparação e atendimento a emergências............................................214.3.8. Medição e avaliação..............................................................................224.3.9. Monitoramento e medição......................................................................224.3.10. Não conformidade e ações corretivas................................................224.3.11. Registros.............................................................................................22

4.4. A NORMA ISO 14001 NO BRASIL..............................................................225. RISCOS AMBIENTAIS.......................................................................................24

5.1. RESÍDUOS GERADOS PELA LAVAGEM DE VEÍCULOS.........................246. RELATÓRIO DE ESTÁGIO: LIMA & OSÓRIO LTDA.........................................26

6.1. INTRODUÇÃO............................................................................................26

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6.1.1. OBJETIVO.............................................................................................266.2. LEVANTAMENTO DE DADOS DA EMPRESA...........................................26

6.2.1. ADESÃO AO PROJETO........................................................................266.2.2. DADOS GERAIS....................................................................................266.2.3. ANÁLISE DA FICHA DE INFORMAÇÕES.............................................266.2.4. HISTÓRICO DA EMPRESA...................................................................30

6.3. ANÁLISE DAS RESPOSTAS......................................................................31ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA.......................................................................31

6.3.1. CAPITAL HUMANO...............................................................................326.3.2. FINANÇAS e CUSTOS..........................................................................336.3.3. VENDAS e MARKETING.......................................................................356.3.4. SERVIÇOS e MANUFATURA................................................................366.3.5. GESTÃO AMBIENTAL...........................................................................38

6.4. AVALIAÇÃO................................................................................................406.4.1. ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA.......................................................406.4.2. CAPITAL HUMANO...............................................................................416.4.3. FINANÇAS e CUSTOS..........................................................................416.4.4. VENDAS e MARKETING.......................................................................426.4.5. SERVIÇOS e MANUFATURA................................................................42

6.5. PROPOSTAS DE MELHORIAS..................................................................446.5.1. ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA.......................................................446.5.2. CAPITAL HUMANO...............................................................................446.5.3. FINANÇAS e CUSTOS..........................................................................456.5.4. VENDAS e MARKETING.......................................................................476.5.5. SERVIÇOS e MANUFATURA................................................................47

7. CONCLUSÃO.....................................................................................................708. ANEXOS.............................................................................................................71

ANEXO 01..............................................................................................................72Matrizes de Identificação e Avaliação de Impactos Ambientais.............................72ANEXO 02..............................................................................................................73Política Nacional de Recursos Hídricos.................................................................73ANEXO 03..............................................................................................................74DECRETO Nº 48.138-Governo do estado de São Paulo.......................................74ANEXO 04..............................................................................................................75Orientação Técnica IAP N° 006/2005 – DIRAM.....................................................75ANEXO 05..............................................................................................................76Tecnologia DAF – Flotação por Ar Dissolvido (Dissolved Air Flotation).................76

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ANEXO 06..............................................................................................................77Projeto Arquitetônico das Instalações depois da Implantação das Melhorias Propostas...............................................................................................................77ANEXO 07..............................................................................................................78Questionário Aplicado à Empresa..........................................................................78

9. REFERÊNCIAS..................................................................................................79

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1. INTRODUÇÃO

Recentes estudos e pesquisas apontam que o número de unidades de veículos

vendidos anualmente vem crescendo de forma considerável. Isso se deve ao fato da

chamada Classe C estar emergindo e aumentando seu poder de compra.

Com esse aumento da frota de veículos no país há um aumento proporcional no

número de empresas prestadoras de serviço, que visam atender essa demanda de

mercado.

Incluídos nessas empresas estão os lava-jatos, postos de combustível,

concessionárias de veículos, oficinas mecânicas e uma infinidade de segmentos.

Porém, nem sempre essas organizações trabalham de forma sustentável, pensando

na perenidade do planeta e de seus recursos naturais.

Termos como gestão ambiental, sustentabilidade e responsabilidade social são

desconhecidos pelos empresários, que geralmente montam suas empresas

pensando somente no lucro que elas podem gerar, deixando de lado questões

primordiais como qualidade de vida no trabalho e preocupação com o futuro da

humanidade.

O presente trabalho tem a finalidade de demonstrar os benefícios e vantagens

que um sistema de gestão ambiental pode trazer à uma organização desse

segmento, no caso uma empresa de lavagem de veículos, além da redução de

custos e melhoria da qualidade nos serviços efetuados.

No caso da implantação do sistema de gestão ambiental, a empresa estará

proporcionando melhorias aos seus colaboradores, clientes e ao meio ambiente, se

desenvolvendo de forma sustentável e competitiva.

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2. HISTÓRICO DA GESTÃO AMBIENTAL

Segundo Viana (1999) citado por Aliano (2004, p. 3) a revolução industrial,

impulsionou o início do desenvolvimento tecnológico e a expansão das zonas

urbanas, fazendo com que a população emigrasse do campo em busca de novas

oportunidades. Assim, surgiram as cidades industriais, no século XIX, que

inicialmente não tinham condições nenhuma de saúde e não havia uma

preocupação sobre o esgotamento dos recursos naturais.

Segundo Valle (2002) citado por Aliano (2004, p. 3):

, Foi apenas na segunda metade do século XX que um grupo de cientistas, reunidos no Clube de Roma, na década de 60, utilizando-se de modelos matemáticos, alertou sobre os riscos de um crescimento econômico contínuo baseado na exploração de recursos naturais esgotáveis, foi uma alerta que acabou por conscientizar a sociedade dos limites da exploração do planeta.

Motivados pela contaminação das águas e do ar nos países industrializados, na

década de 60 surgiram os primeiros movimentos ambientalistas, que criaram a

conscientização de que resíduos incorretamente dispostos podem penetrar na

cadeia alimentar e gerar mortes e deformações físicas em grande escala. Esta

década ficou conhecida como a década da conscientização (ALIANO, 2004).

Os anos 70 foram a década de regulamentação e do controle ambiental. Em

1972 realizou-se a primeira Conferência de Estocolmo (Suécia), sobre o Meio

Ambiente, onde se originou o Relatório de Limites do Crescimento que continha

dados estruturais e tendências do sistema econômico mundial e concluía que os

limites seriam alcançados em cem anos, caso se mantivessem os mesmos níveis de

aumento populacional, industrialização, produção de alimentos, poluição e consumo

de recursos (BARBIERI, 1997).

O efeito dessa Conferência foi a criação do Programa das Nações Unidas para o

Meio Ambiente (Pnuma), no qual a analogia entre ambiente e empresas, tornou-se

cada vez mais importante.

Uma grande contribuição do relatório de Crescimento foi também, mostrar aos

países participantes da conferência e demais sociedades que os recursos naturais

eram perecíveis. A partir daí, a questão ambiental é tema de vários encontros

realizados pela ONU (Organização das Nações Unidas) de onde surgiu a Agenda

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21, Protocolo de Quioto e outras resoluções mundiais.

A conferência de Estocolmo teve como outro resultado a concepção da

Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento. A década de 80

terminou com as preocupações de se conservar o meio ambiente, em 1987 com as

pressões sociais dos grupos ambientalistas, a comissão anunciou um relatório que

consagrou a expressão desenvolvimento sustentável, estabelecendo, com muita

clareza, o importante papel das empresas na gestão ambiental, que tiveram que

responder tanto as sanções legais (penalidades civil, administrativas e criminosas)

quanto sociais (protestos, redução na reputação e na imagem da empresa)

(ALIANO, 2004).

Para Lopes (2001) citada por Aliano (2004, p. 4):

Em 1988, a Constituição Brasileira, criou, pela primeira vez na história um capítulo inteiro sobre Política Ambiental, através do artigo n° 255. Mostrando, assim, as responsabilidades de cada um, e acabou por fundar também o IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis), uma agência governamental com responsabilidades na condução da política ambiental.

Com início na década de noventa as ações das organizações se tornaram mais

pró-ativas e passaram a ser usadas como estratégia competitiva, vinculando-se a

boa performance ambiental principalmente a melhoria na reputação das empresas.

Neste período destacam-se o lançamento das normas internacionais da série 14000,

utilizado como referência para a implantação de sistemas de gestão ambiental que

se difundiu rapidamente pelo Brasil, inicialmente entre as grandes empresas,

posteriormente entre os fornecedores destas empresas. Ocorre também neste

período no Brasil, em 1992, a segunda conferência da ONU para o Meio Ambiente

no Rio de Janeiro, cujo relatório final foi denominado Agenda 21 com formulações de

novas políticas de desenvolvimento sustentável (SOUZA, 2002).

Com isso, o tema ambiental ganha um novo caráter que se baseia na

responsabilidade solidária, que vai impondo um maior cuidado com a imagem da

empresa, deixando de ser um problema, para se tornar parte de uma solução. A

empresa passa a obter confiabilidade na sociedade, através da qualidade e da

competitividade de seus produtos e serviços (ALIANO, 2004).

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3. A FUNÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A QUALIDADE AMBIENTAL

A política ambiental é composta por um conjunto de objetivos, diretrizes e

instrumentos de ação, no qual o Poder Público utiliza para produzir efeitos

desejáveis sobre o meio ambiente, diante dos problemas ambientais que afetam o

mesmo e a humanidade (ALIANO, 2004).

É o comprometimento ambiental que define o empenho de uma organização com

a gestão ambiental através da alta administração com responsabilidade para

implementação organizacional, na conduta do desenvolvimento de um SGA de

acordo com suas atividades, produtos e serviços, no qual a organização deve ter

conhecimento de objetivos e metas (ALIANO, 2004).

Se uma empresa determina implantar uma política ambiental, ela deve rever

suas normas de atuação, com o envolvimento de todos, dos dirigentes e dos

funcionários, estabelecendo objetivos ambientais estratégicos (ALIANO, 2004).

Segundo Cima (1991), citado por Aliano (2004, p. 7):

A Constituição Federal de 1988 propiciou a descentralização da formulação de políticas públicas. Estados e Municípios assumiram uma posição mais ativa nas questões ambientais regionais e locais, consagrando a ação popular, enfatizando o papel do cidadão, a inclusão da função de promover a proteção do meio ambiente entre as incumbências institucionais do Ministério Público; a defesa do meio ambiente como um dos princípios gerais da ordem econômica; e a preservação ambiental como condicionante do direito a propriedade.

Dentro de uma organização a política ambiental deve ser de conhecimento de

todos, no qual a empresa deve estabelecer seu planejamento ambiental

comprometendo-se a:

1. Manter um sistema de gestão ambiental que assegure que suas atividades

atendam à legislação vigente e aos padrões estabelecidos pela empresa, que

deverá pautar-se pelas melhores práticas de proteção ambiental disponíveis.

2. Estabelecer e manter um diálogo permanente com seus empregados e a

comunidade, visando ao aperfeiçoamento de ações ambientais conjuntas.

3. Treinar e educar seus colaboradores para que eles sempre ajam de maneira

ambientalmente correta.

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4. Exigir que seus fornecedores também tenham qualidade ambiental em seus

produtos e componentes.

5. Desenvolver pesquisas e aderir novas tecnologias que reduzam os impactos

ambientais.

6. Assegurar de que seus resíduos são transportados corretamente e em

segurança até o destino estabelecido, de acordo com as boas práticas

ambientais (Aliano, 2004).

3.1. O DESAFIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Para Cima (1991) citada por Aliano (2004, p. 10):

O desenvolvimento econômico, visto como um processo de utilização cada vez mais intensivo de capital, de redução do uso de mão-de-obra, e de utilização estendida dos recursos naturais, visando o crescimento econômico infinito e a total inconsciência com as repercussões ambientais e degradação ecológica, um sistema fechado, sem limites a nível input (energia e matéria-prima) ou do output (poluição). Este modelo de crescimento econômico gerou enormes desequilíbrios sociais, econômicos e ambientais passou a sofrer um intenso processo de revisão, o que produzir, como produzir, como produzir, para quem produzir, tornaram-se questões chaves.

Aspectos como pobreza, exclusão social, e o desemprego devem ser abordados

como problemas planetários, tanto quanto a chuva ácida, o efeito estufa, a

destruição da camada de ozônio, estas questões estão nas novas concepções de

sustentabilidade (ALIANO, 2004).

Para Barbieri (1997), citado por Aliano (2004, p. 11):

O desenvolvimento não se mantém se a base de recursos ambientais se deteriora, o meio ambiente não pode ser protegido se o crescimento não leva em conta as conseqüências da destruição ambiental. Esses problemas não podem ser tratados separadamente por instituições e políticas fragmentadas. Eles fazem parte de um complexo de causa e efeito.

Para se ter o desenvolvimento sustentável deve estar pactuado por diversos

segmentos, Estado, Empresas e Sociedade onde aspectos prioritários devem ser

estendidos como metas; satisfação das necessidades básicas da população;

solidariedade para as gerações futuras; preservação dos recursos naturais,

efetivação de programas educativos (ALIANO, 2004).

As ONGs Organizações não-governamentais são os principais colaboradores ao

lado do Estado, elas vem adquirindo espaços no contexto mundial em relação a

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temática sócio-ambiental, com atuações cada vez mais abrangentes, influenciando

ações governamentais em várias esferas (ALIANO, 2004).

O desenvolvimento sustentável se refere ao ideal de harmonizar o

desenvolvimento econômico com a proteção ambiental, atendendo as necessidades

do presente sem comprometer o fato das gerações futuras também atenderem as

suas.

3.2. A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE CONSCIENTIZAÇÃO

A educação ambiental é considerada como um instrumento da política ambiental,

que tem como objetivo ensinar o desenvolvimento sustentável às pessoas. Exigindo

assim, um sistema de comunicação eficiente que possa atingir todos os níveis

hierárquicos, sensibilizando toda a sociedade (ALIANO, 2004).

Em um dos fóruns relacionados com a temática meio ambiente e seu

desenvolvimento, foi aprovada a Carta de Belgrado, que contém metas, diretrizes e

objetivos para estruturar um programa de educação com uma proposta

socioambiental, com intuito de desenvolver uma população mundialmente

consciente e preocupada com o meio ambiente, na busca para a solução dos

problemas atuais e para a prevenção de novos problemas (ALIANO, 2004).

A educação ambiental se fundamenta em dois princípios básicos:

1. Em uma nova ética que orienta os valores e comportamentos para os

objetivos de sustentabilidade ecológica e equidade social.

2. Uma nova concepção do mundo como sistemas complexos, e a

reconstituição do conhecimento e do diálogo dos saberes (ALIANO,

2004).

Um PEA (programa de educação ambiental) dentro de uma organização deve

abranger todos os seus colaboradores na apresentação de sugestões e propostas,

permitindo a reavaliação dos resultados alcançados, através de campanhas de

incentivos, seminários, palestras etc., deixando a solução dos problemas ambientais

fazerem parte da responsabilidade de todos, que devem estar informados dos

efeitos causados pela empresa sobre o meio ambiente pelos materiais que

processam e pelos produtos que geram, e também conhecer os princípios de

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reciclagem, separação e segregação de resíduos (ALIANO, 2004).

A conscientização ambiental tem importância fundamental dentro de uma

organização, na qual a educação ambiental aplicada neste meio acelera esse

processo entre indivíduos, tanto internos como externos à empresa, visando a

possibilidade de se chegar mais rápido à almejada certificação (ALIANO, 2004).

Além da indução moral, têm sido criados também alguns mecanismos de cunho

fiscal e econômico capazes de induzir as organizações e os indivíduos a alterarem

seu comportamento e sua postura face ao meio ambiente. Entre esses mecanismos

cabe destacar alguns:

1. A taxação ou imposição de multas que se aplica o princípio “quem

polui paga”, isto é, o poluidor será cobrado pelas emissões que gera

ou pelos acidentes ambientais que venha a provocar. É um

mecanismo coercitivo, universal, eficaz quanto aos efeitos

imediatos, mas por si só não alcança a desejável conscientização

ambiental.

2. A conscientização de benefícios e a isenção de taxas podem

favorecer produtos e atividades considerados “naturais” ou, em um

sentido mais amplo “limpo”, por não utilizarem determinados

agentes considerados nocivos.

3. Sistemas do tipo “calção com reembolso” também contribuem para

reduzir a ação de alguns agentes poluentes (embalagens, pilhas,

lâmpadas) sobre o meio ambiente. Com a aplicação desse sistema,

um crédito será liberado contra a entrega do item que não foi

descartado impropriamente.

4. Através de um sistema de permissões de emissões, já denominado

“bolsa de emissões”. Uma indústria que supera as exigências legais

na emissão de um determinado poluente pode negociar esse

“crédito ambiental” com outra indústria que lance o mesmo poluente

em excesso, mantendo o equilíbrio dentro do que estabelece a

legislação (ALIANO, 2004).

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3.3. O PAPEL DA QUALIDADE AMBIENTAL

A qualidade ambiental e a total, são ferramentas inseparáveis e desejadas pelas

empresas que buscam manterem-se competitivas e defender sua posição em um

mercado cada vez mais globalizado e exigente (ALIANO, 2004).

Empresas que tem grandes objetivos como obter financiamentos internacionais,

ser fornecedoras de grupos internacionais e almejam ser líderes no segmento, tem

fazer da qualidade ambiental parte de sua imagem, utilizando-se de ferramentas

como: treinamento, plano de ação, controle da documentação, organização e

limpeza, inspeções e análise periódica da situação, para que possa controlar os

impactos gerados por suas operações sobre o meio ambiente externo, eliminado

riscos de lançamento de resíduos sobre áreas vizinhas, o despejo de efluentes

contaminados, a propagação de resíduos etc. (ALIANO, 2004).

Para Aliano (2004, p. 19)

Essa integração requer o levantamento do ciclo de vida do produto, identificando toda sua trajetória, desde as matérias-primas e insumos utilizados em sua fabricação, aos resíduos que gera até seu descarte final, para que se possa assegurar, de forma global, sua qualidade do ponto de vista ambiental.

3.4. GESTÃO PELA QUALIDADE AMBIENTAL NAS ORGANIZAÇÕES

Segundo Moreira (2001), citado por Aliano (2004, p. 21)

Uma empresa existe para atender a uma demanda da sociedade, mediante o fornecimento de produtos e serviços, a sobrevivência da empresa depende em grande parte da sua competência em atender os requisitos dessa demanda com o máximo de eficiência do uso de seus recursos.

A consciência ecológica vem atingindo, além dos ambientalistas, os

consumidores, devido principalmente a propagação da educação ambiental estão se

preocupando cada vez mais com a qualidade de vida (ALIANO, 2004).

Uma boa gestão ambiental pode fortalecer a competitividade das organizações,

já que os custos de produção reduzem, conseqüentemente o preço de venda deve

cair também (ALIANO, 2004).

3.5. SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL – SGA

A Gestão Ambiental é a forma como uma organização administra as relações

entre suas atividades e o meio ambiente, observados as expectativas das partes

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interessadas, ou seja, é parte da gestão pela qualidade total (ALIANO, 2004).

A ISO 14000 é uma certificação que vai garantir que a empresa está trabalhando

ambientalmente correta sem degradar o meio ambiente, atendendo as necessidades

de seus clientes e também da comunidade vizinha (ALIANO, 2004).

Segundo consta na Revista Meio Ambiente Industrial (JUN/03), citada por Aliano

(2004, p. 25)

No Brasil as normas foram desenvolvidas pela ABNT, recebendo a denominação NBR ISO 14000, a Brasil Celulose foi a primeira empresa a certificar-se em 1996, em junho de 2003 o número de certificações ultrapassaram a marca de 1000 certificações.

3.6. FATORES QUE INFLUENCIAM NA APLICAÇÃO DO SGA

Para Júnior (1998) citado por Aliano (2004, p. 25) no Brasil existe uma

preocupação crescente com a questão ambiental a legislação está se tornando cada

vez mais rigorosa e complexa, os acionistas não querem comprometer resultados

em função de problemas ambientais. Mais cedo (voluntariamente) ou mais tarde

(obrigatoriamente) as empresas terão que ampliar seu sistema de gestão de modo a

tratar também a questão ambiental.

Com a aplicação do sistema de gestão ambiental, a organização terá uma série

de benefícios através da redução do consumo de matérias-primas, reciclagem,

venda e diminuição de resíduos e efluentes, redução de multas e penalidades por

poluição, a participação no mercado devido à inovação e menos concorrência

(ALIANO, 2004).

A seguir, os elementos presentes na motivação para o desenvolvimento de um

sistema de gestão ambiental:

1. Exigência por parte de um cliente significativo

2. Exigência por parte de matriz

3. A concorrência está adotando SGA

4. Apelo de marketing para ampliar mercados

5. Perspectiva de ganhos para imagem institucional

6. Pressões da comunidade

7. Percepção de possibilidade de redução de desperdícios e custos de

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controles ambientais

8. Interesse em financiamentos incentivados

9. Garantia do cumprimento das leis ambientais

10. Percepção de tendências mundiais

11. Para que um sistema de gestão ambiental esteja em conformidade com as

normas ISO 14000, é necessária a existência de um módulo de

planejamento, execução e operação dos programas, verificação dos

resultados alcançados, ações corretivas necessárias e análise crítica pela

alta administração. O SGA é operacionalizado por meio de programas de

gestão ambiental, que são instrumentos gerenciais dinâmicos e

sistemáticos, com metas ambientais e objetivos a serem alcançados em

intervalos de tempo definidos, atividades competentes a alta

administração (ALIANO, 2004).

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4. O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL SEGUNDO A NORMA ISO 14001

4.1. AS PREOCUPAÇÕES AMBIENTAIS NO BRASIL

O país como nação não legitimou, no tempo, o respeito com a natureza. Cento e

cinqüenta anos depois culminam por rejeitar, firmemente, a adoção de padrões

internacionais para a proteção ambiental na primeira Conferência das Nações

Unidas sobre Meio Ambiente realizada em 1972, em Estocolmo, na Suécia

(ALIANO, 2004).

A preocupação do Brasil com a utilização de seus recursos naturais aumentou

na década de 80, tendo instituído a Política Nacional de Meio Ambiente (Lei

6938/81), que, dentre seus vários itens, contempla o estabelecimento de padrões de

qualidade ambiental; o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou

potencialmente poluidoras; os incentivos à produção e instalação de equipamentos e

à criação ou absorção de tecnologias voltadas para a melhoria da qualidade

ambiental; o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente (SISNAMA); e

as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas

necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental (ALIANO, 2004).

A Constituição Federal de 1988 propiciou condições para a descentralização da

formulação de políticas, dando espaço para que estados e municípios assumissem

uma posição mais ativa nas questões ambientais regionais e locais. Facilitando

assim, a integração entre as diversas influências governamentais e os agentes

econômicos, uma vez que a formulação de políticas e programas mais adaptados a

cada estado (ALIANO, 2004).

No entanto, ainda o Brasil mantinha o descaso com as questões ambientais, e

por causa disso passou a sofrer pressões internacionais. E então, foi criado em 1989

o IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (ALIANO, 2004).

As empresas passaram a dar mais atenção ao setor ambiental, com a

promulgação da Lei dos Crimes Ambientais (Lei no 9.605, de 12 de Fevereiro de

1998). Esta lei criou pesadas multas sobre as empresas inadimplentes com a

legislação ambiental. Esse fato vem acarretando um crescimento interessante na

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instalação de SGAs pelas empresas brasileiras (ALIANO, 2004).

Na visão de Donaire (1999) citado por Aliano (2004, p. 37):

A falta de recursos e a gestão política atrasada são os agravantes para as dificuldades na instalação do conceito de desenvolvimento sustentável na América Latina. A estagnação econômica causada pela dívida pública acarreta a degradação das condições sociais dos mais pobres e a proteção ambiental está na contramão da miséria. No Brasil, o problema não ocorre apenas da falta de recursos para educação, saneamento e controle social do setor produtivo, mas também do equipamento governamental precário no setor ambiental. Entretanto, muitas empresas vêm liderando ações ambientais de ponta, pois precisam penetrar mercados concorrentes, exigentes da certificação ambiental, como a da ISO 14001.

As empresas passaram a caracterizar-se, não só por seu desempenho produtivo

e econômico, mas também por sua performance em relação ao meio ambiente. De

acordo com Donaire (1999), a excelência ambiental é necessária, mas não

suficiente, para o sucesso da empresa; quando não se tem pode comprometer

irreversivelmente a empresa; quando alcançada e bem explorada, converte-se em

oportunidade de novos ganhos e crescimento empresariais (ALIANO, 2004).

Para obter-se a excelência ambiental pela empresa, segue dez passos

essenciais:

1. Desenvolver e publicar uma política ambiental;

2. Estabelecer metas e avaliar os ganhos desta política;

3. Definir com clareza as responsabilidades ambientais de cada um dentro

da empresa;

4. Divulgar interna e externamente sua política, objetivos, metas e

responsabilidades;

5. Conseguir recursos adequados para dar consecução à sua política;

6. Educar e treinar os colaboradores, além de informar os consumidores e a

comunidade;

7. Fazer auditorias e relatórios periódicos, para acompanhar a situação

ambiental.

8. Acompanhar a evolução da discussão sobre a questão ambiental;

9. Contribuir para os programas ambientais da comunidade e investir em

pessoas e desenvolvimento aplicados à área ambiental;

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Conciliar os diferentes interesses existentes entre os stakeholders (ALIANO, 2004).

As organizações que pretendem dar atenção ao seu envolvimento com a

questão ambiental devem incorporar em seu planejamento estratégico e operacional

um programa de gestão ambiental, como o da ISO 14001, compatibilizando os

objetivos ambientais com os demais objetivos da empresa (ALIANO, 2004).

4.2. ORIGEM E ABRANGÊNCIA DA NORMA ISO 14001

International Organization for Standardization (ISO) é uma organização não

governamental, com o status de maior desenvolvedor e editor de padrões

internacionais, com sede em Genebra, na Suíça, que coordena o sistema. (ISO –

2011)

Atualmente a ISO está presente em 162 países, com um membro em cada um.

Mesmo não sendo uma instituição governamental, em muitos desses países, o

governo ou faz parte ou é quem gerencia, mas também existem os que são

exclusivamente do setor privado. Portanto, a ISO procura fazer uma espécie de

ponte entre o mundo dos negócios e a sociedade, procurando soluções que

atendam as necessidades de ambos os lados. (ISO – 2011)

Em qualquer país que esteja, independente do idioma, a ISO sempre terá este

nome, pois seus fundadores queriam uniformizá-la, sendo esta derivada do grego

isos, que significa “igual”. (ISO – 2011)

Segundo Valle (1996) citado por Aliano (2004, p. 40) a ISO em março de 1993,

estabeleceu um novo Comitê Técnico, TC 207, para elaborar normas internacionais

que assegurassem uma abordagem sistêmica à gestão ambiental e possibilitassem

a certificação das empresas e dos produtos que as cumprissem.

Esta nova série recebeu o nome de ISO 14000 e se aplica tanto às atividades

industriais como também às extrativas, agroindustriais e de serviços. Esta ISO por

sua vez, é mais abrangente que a ISO 9000, pois além de prever a certificação das

instalações das empresas e suas linhas de produção, no sentido de cumprirem os

requisitos de qualidade da produção, a ISO 14000 também possibilita a certificação

dos próprios produtos que satisfaçam os padrões de qualidade ambiental (ALIANO,

2004).

A instalação do ISO/TC 207 foi uma decorrência das deliberações da ECO-92.

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No segundo semestre de 1994, foi criado, no Brasil, no campo de ação da ABNT, o

GANA – Grupo de Apoio à Normatização Ambiental –, resultante de esforços de

empresas, entidades representativas de importantes segmentos econômicos e

técnicos do país, refletindo a preocupação dos segmentos produtivos em avaliar o

impacto das normas ambientais internacionais nas organizações brasileiras. Este

grupo teve como objetivo acompanhar e analisar os trabalhos desenvolvidos pelo TC

207 (ALIANO, 2004).

A ISO 14000 surgiu devido à emergência de um grande número de certificados,

rótulos ambientais ou selos verdes (ALIANO, 2004).

Com o mercado globalizado, a ISO 14000 tem também como objetivo

homogeneizar a linguagem das normas ambientais regionais, nacionais e

internacionais, acelerando as transações (ALIANO, 2004).

A série de normas ISO 14000, de uma forma simplificada, pode ser vista em dois

grandes blocos: um direcionado para a organização e outro para o processo

(ALIANO, 2004).

Normas que tratam da organização: são as 14001 e 14004 (sistemas de gestão

ambiental), as 14010 e seguintes (auditoria ambiental) e a norma 14031 (avaliação

do desempenho ambiental) (ALIANO, 2004).

E as normas que tratam dos produtos: são as normas 14020 e seguintes

(rotulagem ambiental), as 14040 e seguintes (análise do ciclo de vida) e a Guia ISO

64 (aspectos ambientais nos produtos) (ALIANO, 2004).

A ISO 14001 é uma norma de adesão voluntária que contém os requisitos para a

implantação do Sistema de Gestão Ambiental em uma empresa, podendo ser

aplicada a qualquer atividade econômica, fabril ou prestadora de serviços, sem

depender de seu porte (ALIANO, 2004).

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De acordo com Maimon (1999), citada por Aliano (2004, p. 43), a ISO 14001

define que o SGA como:

À parte do Sistema de Gestão Global que inclui a estrutura organizacional, o planejamento de atividades, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para o desenvolvimento, implantação, alcance, revisão e manutenção da política ambiental”. Essa norma tem em sua finalidade, fornecer às organizações os requisitos básicos de um sistema de gestão ambiental eficaz, para fins de certificação, registro e/ou autodeclaração [NBR ISO 14001:96]. Pode acontecer que duas empresas com atividades semelhantes alcancem desempenhos ambientais diferentes, estando ambas, em conformidade com a ISO 14001, porque a norma não estabelece “requisitos absolutos de desempenho ambiental.

Segundo a NBR ISO 14001:96 e Valle (1996), citados por Aliano (2004, p. 43)

existem alguns requisitos mínimos para que uma empresa se certifique pela

ISO14001 e são eles: ter um SGA implementado; demonstrar comprometimento,

expresso em sua política, com a legislação ambiental; estabelecer e manter

regulamentos internos visando à melhoria contínua do sistema.

Em uma organização o grau de aplicação da norma dependerá de fatores como

a política ambiental da organização, a natureza de suas atividades e as condições

em que ela opera, além da empresa definir em quais atividades o seu SGA é

aplicável. A implementação da ISO 14001 ocorre em cinco etapas sucessivas e

contínuas, são elas:

1. Compromisso com uma Política Ambiental: nessa fase, a organização,

através da alta direção, define uma política ambiental e assegura o seu

comprometimento com ela;

2. Planejamento: a organização formula um plano que satisfaça às políticas

definidas, considerando na definição de seus objetivos ambientais os

aspectos relacionados aos impactos significativos de suas atividades, e

também garante os recursos físicos e financeiros para a sua execução;

3. Implementação e operação: a empresa fornece os recursos e mecanismos

de apoio e define funções, responsabilidades e autoridades;

4. Verificação e ação corretiva: a organização inspeciona periodicamente o

seu desempenho ambiental;

5. Análise crítica e melhoria: a organização, através da alta administração e

das pessoas qualificadas, em intervalos de tempos pré-determinados,

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realiza uma análise crítica e implementa melhorias em seu SGA, para

alcançar o desempenho ambiental desejado (ALIANO, 2004).

Agora, no processo de implementação do SGA, é importante a avaliação

ambiental inicial da empresa. A norma ISO 14001 recomenda que esta avaliação

cubra quatro áreas fundamentais:

1. Requisitos legais e regulamentares;

2. Identificação dos aspectos ambientais significativos;

3. Exame de todas as práticas e procedimentos de gestão ambiental

existentes;

4. Avaliação das informações provenientes de investigações de incidentes

anteriores (ALIANO, 2004).

Depois de seguido o comprometimento com as questões ambientais e realizada

a avaliação inicial é que se colocam em prática os outros requisitos especificados

pela norma, cuja descrição resumida é apresentada a seguir (ALIANO, 2004).

4.2.1. Política Ambiental

De acordo com a NBR ISO 14001:96 [P. 4], a política ambiental significa uma

“declaração da organização, expondo suas intenções e princípios em relação ao seu

desempenho ambiental global, que provê uma estrutura para ação e definição de

seus objetivos e metas ambientais”.

De acordo com Maimon (1999) citada por Aliano (2004, p. 46) para a política

ambiental obter e manter sucesso, ela deve ter a liderança e comprometimento da

alta administração, o princípio da melhoria contínua da performance ambiental da

empresa deverá estar presente em sua política ambiental.

Após a política ambiental estar definida e documentada, deve ser disponibilizada

e comunicada a todos os stakeholders (ALIANO, 2004).

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4.2.2. Planejamento

O planejamento tem por objetivo possibilitar uma visão global do sistema,

antever dificuldades e aproveitar potencialidades. A visão do todo da a chance de

minimizar os custos e as tensões organizacionais, obtendo um maior aproveitamento

e eficácia do processo (ALIANO, 2004).

De acordo com a NBR ISO 14004:96 [p. 9], citada por Aliano (2004, p. 47)

Uma política ambiental estabelece um senso geral de orientação e fixa os princípios de ação para uma organização. Determina o objetivo fundamental no tocante ao nível de responsabilidade e desempenho ambientais requeridos da organização, com referência ao qual todas as ações subseqüentes serão julgadas.

4.2.3. Identificação dos aspectos ambientais

Um aspecto ambiental significativo é aquele que tem ou pode ter um impacto

ambiental significativo (ALIANO, 2004).

“Para a determinação dos aspectos ambientais, leva-se em consideração todas

as atividades e tarefas do processo produtivo, avaliando-se seus respectivos

impactos ambientais” (ALIANO, 2004, pág. 48).

Segundo Maimon (1999) citada por Aliano (2004, p. 48) os aspectos ambientais

devem incluir todas as entradas e saídas do processo produtivo e, portanto, de cada

atividade ou tarefa do processo, identificando-se, posteriormente, os aspectos

ambientais relevantes correspondentes, tais como:

1. Emissão atmosférica;

2. Efluentes líquidos;

3. Resíduos sólidos;

4. Contaminação do solo;

5. Impacto nas comunidades;

6. Uso de matérias-primas e de recursos naturais;

7. Outras emissões ambientais locais.

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4.2.4. Avaliação dos impactos ambientais

Consta na NBR ISO 14001:96, citada por Aliano (2004 p. 49), “por impacto

ambiental entende-se qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica,

que resulte, no todo ou em parte, das atividades, produtos ou serviços de uma

organização”.

Após ter encontrado todos os aspectos ambientais decorrentes das atividades

produtivas, devem-se escolher os mais significativos. Esta escolha leva em

consideração os impactos, riscos, severidade e freqüência. A avaliação dos

impactos ambientais deve atentar para:

1. A análise de alterações (positivas ou negativas) que as atividades,

produtos e serviços da empresa causam no meio ambiente;

2. A localização da empresa; e

3. A sazonalidade de ocorrência dos impactos (ALIANO, 2004).

4.2.5. Requisitos legais e corporativos

A norma NBR ISO 14004 recomenda que a empresa estabeleça e mantenha

procedimentos para identificar, acessar e compreender, não só os requisitos legais,

bem como aqueles subscritos pela própria empresa e diretamente aplicáveis aos

aspectos ambientais de suas atividades, produtos ou serviços. Deve, ainda,

considerar quaisquer alterações legislativas ou da regulamentação, que por um

acaso venham a surgir, no futuro. Complementarmente, devem levar em conta os

requisitos específicos que podem influir na política ambiental da empresa, como, por

exemplo, a legislação ambiental dos países para os quais a empresa está

exportando ou pretende exportar (ALIANO, 2004).

4.2.6. Objetivos e metas ambientais

Na NBR ISO 14001:96 citada por Aliano (2004, p. 50) objetivo são os propósitos

ambientais global, decorrentes da política ambiental, que uma organização se

propõe a atingir, devendo ser quantificado, se possível. Já meta ambiental é o

requisito de desempenho detalhado, quantificado sempre que cumprida, aplicável à

organização ou partes dela, resultante dos objetivos ambientais e que necessita ser

estabelecida e atendida para que os próprios objetivos ambientais sejam atingidos.

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A NBR ISO 14004 recomenda que sejam estabelecidos objetivos para atender a

política ambiental da organização. Assim, a empresa, deve levar em consideração

as constatações pertinentes feitas por ocasião da análise ambiental atualizada da

organização, especialmente os aspectos ambientais identificados e impactos

associados. As metas ambientais para atingir esses objetivos podem então ser

estabelecidas dentro de prazos definidos (ALIANO, 2004).

4.3. PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL

A NBR ISO 14001 (p. 4), citada por Aliano (2004, p. 52), define o Sistema de

Gestão Ambiental como

À parte do sistema de gestão global que inclui estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental.

Já o Programa de Gestão Ambiental (PGA), descreve como as metas da

organização serão alcançadas, incluindo cronograma e pessoal responsável pela

instalação (ALIANO, 2004).

O programa detalha o que se deve fazer, por que, onde, por quem, como e

quando fazer. O programa atenta também para os custos, o tempo disponível de

cada pessoa para o projeto de implementação, além dos materiais, instrumentos,

equipamentos e eventuais serviços de terceiros a serem utilizados. Ele deve ser

expresso em um cronograma físico-financeiro para que possa ser acompanhado

adequadamente (ALIANO, 2004).

4.3.1. Implementação e Operação

Esta etapa envolve muitas vezes, mudanças culturais na empresa, o que sempre

é um aspecto sensível do processo. Nesta parte, a organização deverá capacitar-se

e desenvolver os mecanismos de apoio necessários para a efetiva execução da sua

política ambiental e o cumprimento dos seus objetivos e metas ambientais (ALIANO,

2004).

4.3.2. Estrutura e responsabilidade

A ISO 14001 exige que a empresa:

1. Defina, documente e comunique, com clareza, os papéis, as

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responsabilidades e as autoridades no processo de implementação do

SGA;

2. Nomeie o coordenador do SGA, incumbindo de definir papéis,

responsabilidades e autoridades para assegurar o cumprimento dos

requisitos da norma e relatar a performance do SGA para alta direção da

empresa;

3. Disponibilize os recursos (humanos, físicos e financeiros) necessários

para a implementação da política ambiental e o atingimento das metas e

objetivos.

4.3.3. Treinamento, consciência e competência

A NBR ISO 14004 citada por Aliano (2004, p. 55) afirma que educação e

treinamento são de extrema importância para assegurar que os empregados tenham

conhecimentos dos requisitos legais, normas internas, políticas e objetivos da

organização. O nível e o detalhamento do treinamento podem variar de acordo com

as tarefas dos treinandos.

É preciso ainda conscientizar todos os funcionários:

1. Da importância de manter conformidade com a política, os procedimentos

e os requisitos do SGA;

2. Do significado dos impactos ambientais, de suas atividades;

3. Dos benefícios ambientais da implementação de uma melhor

performance;

4. Do papel e responsabilidade de atuação de cada um em casos de

emergência;

5. Da conseqüência proveniente de falha nas operações e procedimentos.

O treinamento deve continuar mesmo depois da certificação (ALIANO, 2004).

4.3.4. Comunicação

Na comunicação o estabelecimento de processos para informar internamente e,

externamente, sobre as atividades ambientais da organização, deve envolver:

1. O comprometimento da administração com o meio ambiente;

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2. As preocupações e questões ligadas aos aspectos ambientais das

atividades, produtos ou serviços da organização;

3. A divulgação do conhecimento sobre políticas, objetivos, metas e

programas ambientais da organização;

4. A informação das partes interessadas, internas e externas, sobre o

SGA e o desempenho da organização, conforme apropriado

(ALIANO, 2004).

4.3.5. Documentação do Sistema de Gestão Ambiental

É recomendado pela norma NBR ISO 14004 citada por Aliano (2004, p. 57) que:

Os processos e procedimentos operacionais do SGA sejam definidos e documentados e, se necessário, atualizados. Os vários tipos de documentos devem estar claramente definidos. A existência de uma documentação contribui para conscientizar os empregados sobre o que é necessário para atingir os objetivos ambientais da organização, além de permitir a avaliação ambiental, tanto do sistema quanto do desempenho.

As organizações têm como obrigação fixar procedimentos claros para controlar

todos os documentos exigidos pela ISO 14001. E estes, devem ser facilmente

encontrados e periodicamente revistos, analisados e atualizados (ALIANO, 2004).

4.3.6. Controle operacional

De acordo com Maimon (1999), citada por Aliano (2004, p. 58), os objetivos da

atividade de controle operacional são:

Encontrar operações e atividades associadas com aspectos ambientais identificados como significativos, ao atendimento da política, objetivos e metas ambientais da empresa;

Estabelecer e manter procedimentos documentados para cobrir situações onde sua falta poderia levar a desvios da política ambiental e dos respectivos objetivos e metas;

Criar critérios operacionais de procedimentos relacionados a aspectos ambientais significativos e identificáveis nos bens e serviços de terceiros, comunicando os procedimentos relevantes aos fornecedores e contratantes;

Controlar visando prevenir a poluição, monitorar e reduzir emissões, investir em melhorias, usar controle apropriado e novas pesquisas.

4.3.7. Preparação e atendimento a emergências

É recomendável que sejam estabelecidos planos e procedimentos de

emergência, para assegurar que haverá um atendimento apropriado em caso de

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incidentes ou acidentes. E é importante que estes planos sejam testados

periodicamente (ALIANO, 2004).

4.3.8. Medição e avaliação

Por sua vez a medição e a avaliação, têm como objetivo principal assegurar que

a organização está funcionando de acordo com o PGA definido (ALIANO, 2004).

4.3.9. Monitoramento e medição

O monitoramento serve para reforçar a ação preventiva, diminuindo o número de

ações corretivas (ALIANO, 2004).

Os problemas devem ser encontrados e corrigidos diretamente na fonte geradora

e não no final do processo produtivo, após a ocorrência do dano ou degradação

ambiental, o esforço de recuperação ou reparo é mais grave e, muitas vezes,

irreversível (ALIANO, 2004).

4.3.10. Não conformidade e ações corretivas

No que diz a NBR ISO 8402:94 citada por Aliano (2004, p. 61) a ação corretiva é

implementada, com o intuito de eliminar as causas de uma possível não

conformidade, impacto ou outra situação indesejável, a fim de prevenir sua

repetição. A ação preventiva, por sua vez, busca eliminar as causas de uma possível

não conformidade, impacto ou outra situação indesejável, evitando sua ocorrência.

4.3.11. Registros

Segundo a NBR ISO 14004:96 citada por Aliano (2004, p. 61), os registros

ambientais constituem a evidência da operação contínua do SGA. São os elementos

que demonstram a existência de conformidade com as exigências da norma. E

segundo a ISO 14001, estes registros incluem ‘registros de treinamento e registros

de auditorias e análises críticas’. Eles devem ser mantidos e armazenados em locais

protegidos, de modo legível e identificável.

4.4. A NORMA ISO 14001 NO BRASIL

A maior eficiência nos processos e a redução de custos e riscos vêm provar que

a questão ambiental é um marco de competitividade, atingido principalmente em

função da necessidade de a empresa ter, uma atuação cada vez mais voltada para o

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social e o coletivo. Internacionalmente a ISO 14001 tem uma alta aceitação. O Brasil

está perto de construir uma massa crítica de certificados, que vai desencadear um

processo de crescimento do ‘valor ambiental’ do produto brasileiro, seja no mercado

interno ou no externo (ALIANO, 2004).

O processo de certificação no Brasil ainda é muito tímido, não tendo

praticamente apoio governamental. Com raras exceções, o processo de certificação

ambiental é sempre impulsionado por uma visão estratégica internacional da própria

empresa, preocupada em sobreviver no mercado. O grande desafio constitui-se na

certificação das médias e pequenas empresas nacionais, que necessitam de apoio

governamental para adquirir rapidamente a competência necessária à certificação

de seus processos (ALIANO, 2004).

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5. RISCOS AMBIENTAIS

Uma empresa moderna, consciente no seu papel na sociedade e zelosa de sua

imagem, tem a gestão dos riscos ambientais como um tema que deve ser encarado

com toda atenção através de um sistema de gestão ambiental (ALIANO, 2004).

Além de multas, a legislação ambiental também pode interditar empresas que

não andam conforme a lei.

Os riscos ambientais podem ser classificados em quatro tipos:

1. Riscos internos, relacionados com a saúde e a segurança dos

funcionários.

2. Riscos externos, relacionados com a contaminação de comunidades

vizinhas e outras áreas, resultando muitas vezes em multas ou interdições

pelos órgãos públicos e pressões das ONGs.

3. Riscos de contaminação dos próprios produtos, trazendo sérios problemas

de marketing e vendas, em certos casos, até processos movidos em

defesa dos consumidores.

4. Riscos relacionados com a imagem institucional, agravados quando se

trata de empresa que sua atividade econômica baseia-se na exportação

para países onde os temas ecológicos são tratados de forma mais

rigorosa, algumas vezes até exagerada (ALIANO, 2004).

Para uma empresa adquirir uma imagem positiva junto à sociedade, é

interessante ela adicionar políticas de portas abertas à comunidade, campanhas de

coleta seletiva e reciclagem, apoio aos moradores vizinhos para melhoria de suas

condições de vida (ALIANO, 2004).

5.1. RESÍDUOS GERADOS PELA LAVAGEM DE VEÍCULOS

Teixeira (2003) citado por Morelli (2005, p. 31), afirma que os efluentes gerados

durante os processos de lavagem de veículos, são constituídos em sua grande parte

de sabão, água e enxágüe de cera. Enfatiza que sem a operação de enxágüe da

parte inferior e do motor do veículo a concentração de desengraxantes, solventes, e

metais pesados são irrelevantes. Portanto, quando existe o enxágüe dessas partes,

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a concentração desses poluentes aumenta consideravelmente. Ao coletar inúmeras

amostras de águas residuárias em estabelecimentos desse segmento, constatou-se

que os constituintes inorgânicos mais comuns eram NTK, cloretos sólidos

dissolvidos totais e sólidos suspensos totais. Destes, somente os cloretos e os

sólidos dissolvidos totais extrapolaram os graus máximos tolerados na norma local.

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6. RELATÓRIO DE ESTÁGIO: LIMA & OSÓRIO LTDA.

6.1. INTRODUÇÃO

6.1.1. OBJETIVO

Evidenciar o resultado do trabalho realizado na empresa Lima e Osório Ltda., a

partir das visitas dos estagiários ligados ao projeto de estágio necessário para a

conclusão do curso de Administração da FECEA – Faculdade Estadual de Ciências

Econômicas de Apucarana, tendo por base o Anexo C.07-Questões do Check-list de

Identificação Estratégica do PEIEX.

6.2. LEVANTAMENTO DE DADOS DA EMPRESA

6.2.1. ADESÃO AO PROJETO

A empresa Lima e Osório Ltda. Inscreveu-se no projeto de estágio da FECEA na

data de dois de agosto de dois mil e onze e entregou a documentação necessária,

devidamente preenchida na mesma data e os principais itens a destacar estão

postos a seguir:

6.2.2. DADOS GERAIS

Nome da empresa: Lima e Osório Ltda.

Endereço: Av. Minas Gerais, 999 – Apucarana-PR

Telefone: (43) 9934-5783 / (43) 9914-8237 / (43) 9905-9630

Titulares da Empresa: Edimar José Lima e Leandro Hélio Osório

Número de funcionários: 5

Ramo de atividade: Lavagem, polimento e lubrificação de veículos automotores

Principais serviços comercializados: Lavagem, polimento.

6.2.3. ANÁLISE DA FICHA DE INFORMAÇÕES

Fundamentado nos dados disponibilizados pela empresa na Ficha de

Informações, podemos descrever que a empresa possui as seguintes peculiares

específicas:

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Quanto à estrutura societária, a sociedade usa o nome empresarial: Lima e

Osório Ltda. E usa como nome de fantasia B.A Centro de Estética Automotiva.

A sociedade tem sede e foro na cidade de Apucarana-PR, Avenida Minas

Gerais n° 999, Jardim Apucarana, CEP 86.804-000.

A sociedade tem como objetivos sociais: Serviços de Lavagem, Lubrificação e

Polimento de Veículos Automotores. Comércio Varejista de Produtos de Limpeza

para Veículos Automotores

O Capital Social é de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), divididos em 40.000

(quarenta mil) quotas no valor de R$ 1,00 (um real) cada, pertencendo cinqüenta por

cento para cada sócio.

O Capital Social foi integralizado pelos sócios, na proporção de suas

participações, em moeda corrente no país neste ato.

A responsabilidade dos sócios é, na forma da lei, limitada ao valor de suas cotas

ficando, no entanto, todos responsáveis pela integralização do Capital Social.

A sociedade é administrada pelo sócio administrador, que faz uso da firma em

conjunto ou isoladamente, sendo-lhe, entretanto, vedado o uso da firma em avais,

fianças, cartas de crédito, abonos, endossos ou quaisquer outros atos de favor que

não se relacionem com os negócios ou operações comerciais da sociedade. Os

sócios podem de comum acordo, designar administrador não sócio, por prazo

indeterminado e em ato separado.

Somente o sócio administrador faz jus a uma retirada mensal, a título de Pró-

Labore, que é estabelecida na reunião anual que aprovar as contas dos

administradores, cuja vigência perdura até o mês antecedente à reunião anual mais

próxima.

Ficam os sócios administradores dispensados de prestar caução em garantia de

seus atos de administração.

A sociedade pode abrir filiais, agências, depósitos ou escritórios em qualquer

parte do território nacional, atribuindo-lhes o capital nominal que julgar útil ou

necessário ao fim colimado, parcela esta que destacará de seu próprio capital, para

efeitos fiscais.

O exercício social coincide com o ano civil. O balanço anual dos negócios é

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realizado no dia 31 de dezembro de cada ano e os lucros advindos são distribuídos

aos sócios, na proporcionalidade de suas participações no Capital Social.

Os eventuais prejuízos apurados no exercício têm seus valores compensados

com reservas e/ou lucros acumulados, devendo os sócios repor à sociedade, no

prazo de 60 (sessenta) dias, os prejuízos que restarem após as devidas

compensações.

A sociedade tem prazo de duração indeterminado e suas atividades iniciaram-se

em 18 de junho de 2010, podendo extinguir-se por decisão dos sócios, em qualquer

época ou na ocorrência de fatos expressamente mencionados no Código Civil

Brasileiro.

Em caso de retirada de algum dos sócios por morte, falência ou incapacidade, a

continuidade da sociedade, bem como a apuração ou pagamento de haveres,

tomando-se por base sua participação no capital e no Patrimônio líquido da

sociedade.

As quotas da sociedade são indivisíveis e não podem ser cedidas ou transferidas

sem o expresso consentimento dos outros sócios, cabendo, em igualdade de preços

e condições, o direito de preferência ao sócio que queira adquiri-las. No caso de

algum quotista pretender ceder as que possuem deverá apresentar, aos outros

sócios, proposta formal e detalhada das condições ofertadas, devendo a outra parte

manifestar-se dentro do prazo de 15 (quinze) dias, findos os quais ficará o alienante

livre para realizar a venda nas condições previamente ofertadas.

A reunião anual dos sócios é realizada sempre no ultimo sábado do mês de

março de cada ano, às 09h00min, para tomar as contas dos administradores e

deliberar sobre balanço patrimonial e o de resultado econômico, dispensada a

convocação formal.

Os sócios e administradores declaram não estarem impedidos, por lei especial, e

nem condenados ou encontrar-se sob efeitos da condenação, a pena que vede

ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou crime falimentar, de

prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular,

contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência,

contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade.

Quaisquer omissões do contrato e das normas impostas pelo Código Civil sobre

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a matéria pertinente às sociedades limitadas serão supridas pelo mesmo diploma

legal referente às Sociedades Simples.

Foi eleito o foro da comarca de Apucarana/PR para dirimir questões oriundas do

contrato social, dispensando qualquer outro, por mais especial que seja.

Quanto aos investimentos realizados na empresa, verifica-se que esses, exceto

os inerentes a integralização do capital social, foram retirados dos rendimentos da

empresa no exercício de suas atividades comerciais. Não foram muitos

investimentos, apenas algumas melhorias nos equipamentos que estavam

degradados e aquisição de alguns maquinários novos para a limpeza interna e

polimentos.

A empresa oferece sete tipos de serviços:

Lavagem simples ou completa: consiste na lavagem externa e limpeza interna do

veículo. No caso da lavagem completa lava-se ainda o motor e a parte inferior do

veículo (assoalho).

Lavagem americana: a tapeçaria do automóvel (bancos e carpetes) é

desmontada e lavada, assim como a parte interna e o motor do mesmo.

Enceramento: é efetuada a lavagem simples ou completa do veículo, conforme o

pedido do cliente, em seguida este é enviado para o setor de polimento para que

seja feita a aplicação manual da cera que protege e realça a pintura.

Polimento: é efetuada a lavagem simples ou completa do veículo, conforme o

pedido do cliente, em seguida este é enviado para o setor de polimento para que

seja feito o polimento a máquina, que elimina pequenos riscos e realça o brilho da

pintura.

Espelhamento: o procedimento é semelhante ao do polimento, no entanto, nesse

caso é utilizado um número maior de produtos, o que causa um brilho mais intenso e

duradouro.

Hidratação dos bancos de couro: os bancos de couro são lavados manualmente,

um a um, em seguida é aplicado um produto que realça o couro dos bancos e os

protege contra os raios do sol.

Higienização do ar condicionado: é feita a substituição do filtro de cabine e a

limpeza do local onde o mesmo fica alojado, em seguida é aplicado o produto

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higienizador no alojamento do filtro, nos dutos de ar e na parte interna do veículo,

esse procedimento evita a proliferação de fungos e bactérias que se hospedam no

sistema de ar condicionado provocando odores.

Quanto aos tipos de equipamentos existentes, os mesmos serão descritos no

quadro abaixo:

EQUIPAMENTOS QUANTIDADE STATUS

Elevador 1 INOPERANTE

Bomba d’água 1 FUNCIONANDO

Compressor de Ar 1 FUNCIONANDO

Aspirador 1 FUNCIONANDO

6.2.4. HISTÓRICO DA EMPRESA

A empresa Lima e Osório Ltda. Iniciou suas atividades no ano de 2010 no

município de Apucarana-PR prestando serviços de lavagens e polimentos de

veículos automotores.

A idéia de iniciar esse empreendimento surgiu a partir de uma conversa entre

dois amigos, que já atuavam no setor automotivo, e verificavam que apesar de haver

muitas empresas atuantes nesse tipo de atividade, poucas ofereciam serviços de

qualidade.

No início, apenas um dos sócios trabalhava na empresa, fazendo lavagens e

polimentos, o outro sócio trabalhava no novo negócio apenas aos sábados. Porém,

isso ocorreu somente por dois meses, após isso não foi mais possível, devido ao

aumento considerável no número de clientes, que encontraram ali a qualidade

buscada.

Agora a empresa inscreveu-se no projeto com o intuito de receber propostas por

parte dos estagiários, que possam contribuir com a melhora do desempenho dos

processos, ou até mesmo reformulá-los. Dando maior ênfase nos quesitos Gestão

Ambiental e Sustentabilidade.

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6.3. ANÁLISE DAS RESPOSTAS

Os dados colhidos foram feitos com a presença do Sócio Administrador Sr.

Leandro Hélio Osório, o qual respondeu sobre as áreas de administração

estratégica, vendas e marketing e finanças. Acompanhou-nos também na entrevista,

o Sr. Sérgio Robson Alves (chefe de operações), o qual assessorou-nos nas áreas

de capital humano e operações. Descrevemos a seguir, o resultado sintético da

entrevista.

ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA

A empresa apresenta um grupo de cinco funcionários, sendo três na produção e

dois na administração. Verifica-se que na empresa não existe um Planejamento

Estratégico, porém, a mesma possui uma missão definida, assim como existem

metas e objetivos estabelecidos. No entanto, essas informações não são divulgadas

a todos os funcionários da organização. A empresa não utiliza parâmetros para

nortear seus investimentos nem de curto, nem de longo prazo. Para a seleção de

terceirização de serviços, a empresa adota critérios como pesquisa de preço e

indicações confiáveis sobre a qualidade do serviço da empresa a ser contratada. A

empresa Lima e Osório Ltda. Está informatizada apenas no setor administrativo,

para controle das contas a pagar e a receber e do fluxo de caixa. O patrimônio da

organização não está segurado, portanto alguns cuidados são tomados, como

alarme e câmeras de segurança ao redor do estabelecimento. Constantemente são

buscadas inovações tecnológicas para a melhoria dos serviços prestados. Essas

inovações são testadas e caso sejam aprovadas é feita a análise dos investimentos

necessários para a aquisição das ferramentas e materiais necessários para a

implantação da nova técnica.

O estabelecimento possui alvará de licença junto à Prefeitura Municipal de

Apucarana, devidamente atualizado. Não foi desenvolvido um organograma geral da

empresa e as funções são parcialmente descritas, devido ao pequeno número de

funcionários, alguns tem que realizar mais de uma função. As normas são passadas

aos funcionários no dia a dia, porém não há um documento que especifique os

direitos e os deveres de cada um. Nos primeiros dias de trabalho, o funcionário é

acompanhado por outra pessoa que irá instruí-lo para que ele desenvolva os

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procedimentos de lavagem e limpeza conforme os critérios estabelecidos pela

empresa, no intuito de manter um padrão de qualidade no serviço.

No quesito Indicadores de Desempenho, foi verificada uma situação

preocupante, a empresa deixa de lado alguns conceitos importantíssimos para a

Administração Estratégica de uma organização, como participação de mercado, taxa

de produto x funcionário, monitoramento empresarial, não estabelece índice de

satisfação do cliente e nem utiliza a relação desempenho x benefícios.

6.3.1. CAPITAL HUMANO

A empresa Lima e Osório Ltda. não pratica a política de participação nos lucros,

apenas possui uma política salarial, na qual os salários são pagos até o quinto dia

útil de cada mês, conforme o previsto na Consolidação das Leis do Trabalho.

Alguns incentivos como, plano de carreira, 14° salário, vale refeição, convênio

médico, seguro de vida, entre outros, não se tornam viáveis para a empresa

conceder a seus funcionários, devido ao fato de se tratar de uma empresa pequena

e não possuir um poder aquisitivo elevado. Entretanto, os incentivos que estão ao

alcance da empresa são concedidos, são eles: vale transporte e adiantamentos, vale

compras e prêmio assiduidade.

Todos os funcionários da empresa trabalham com carteira assinada conforme a

CLT.

Não existe um processo de seleção para a contratação de novos funcionários,

porém os currículos são analisados, os candidatos são entrevistados e

recomendações são buscadas.

A Lima e Osório Ltda. encontra-se em situação legal em todos os aspectos

jurídicos e trabalhistas.

A organização identifica as necessidades de treinamento dos funcionários,

porém não existe um programa de educação e treinamento dos funcionários. Sendo

assim, não há também formas de avaliação do aprendizado nem formas de auxiliar a

educação.

É identificado um percentual de absenteísmo, geralmente advindo de problemas

familiares dos funcionários. A empresa é bem flexível e compreensiva com os seus

funcionários, por esse fato não ocorre rotatividade, prova disso é que os funcionários

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começaram seu trabalho praticamente concomitante com as atividades da empresa

e lá estão até hoje.

Não há investimentos em educação e treinamento dos funcionários em relação

ao faturamento nem a avaliação de desempenho dos colaboradores. Não se pode

dizer que são realizadas pesquisas a respeito da satisfação dos funcionários, pelo

fato da empresa e do número de funcionários serem pequenos, porém a direção

está sempre aberta a sugestões e críticas dos funcionários.

6.3.2. FINANÇAS e CUSTOS

Durante as pesquisas na empresa, constatou-se que a mesma executa o

controle de contas a pagar e receber, mesmo sem possuir um sistema de

informações complexo. Da mesma forma, faz orçamento de investimentos e

despesas que não fazem parte do cotidiano da empresa. Para as despesas

operacionais, já existem fornecedores específicos.

A instituição possui uma situação creditícia regular e tem consciência que isso

não pode ser diferente, vem conseguindo se manter dessa forma, pelo fato de já

possuir uma sustentação econômica principal.

Até o momento não há parcerias junto a instituições financeiras, porém, em

breve a empresa irá necessitar desse tipo de transações para poder fazer

recebimentos por cartão de crédito e pleitear um empréstimo junto ao BNDES, já

que até o momento não foi obtido nenhum incentivo por parte do governo.

Atualmente, a empresa possui aproximadamente doze mil reais de capital de

giro, tendo oitenta por cento disponíveis em caixa e vinte por cento emprestados aos

seus funcionários, que pagam prestações mensais sem juros.

O fluxo de caixa é executado através de planilhas do Excel, onde são

descriminadas especificadamente as entradas e as saídas de dinheiro do caixa.

Os fornecedores são pagos, geralmente, no início do mês seguinte, dando

aproximadamente quinze dias de prazo. Já os recebimentos são feitos,

principalmente quando são valores maiores, com trinta dias de prazo.

A empresa não executa balancete mensal, somente o anual que é feito pelo

escritório de contabilidade.

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A maioria dos terceirizados são pagos logo após a conclusão do serviço, exceto

o escritório de contabilidade, que é pago mensalmente.

Não há na empresa um sistema específico de negociação, estas são feitas de

maneira informal entre um dos sócios e o cliente, onde são acertados fatores como o

preço e o horário da entrega do veículo.

Não foi realizada, até o momento, a análise para avaliação do seguro do

negócio.

A organização não tem conhecimento da rentabilidade das outras empresas do

setor que atua, porém, tem clareza de sua própria rentabilidade.

Anualmente é realizada a avaliação do patrimônio ativo e passivo.

Através de planilhas são executados os orçamentos e o controle de contas.

Na maioria das vezes, os veículos são entregues ao cliente no mesmo dia em

que são deixados. Somente quando são serviços que demandam um tempo maior,

como é o caso das lavagens americanas, o veículo fica na empresa durante

aproximadamente três dias, podendo variar devido às condições climáticas.

Quanto ao prazo de recebimento do cliente, os serviços em veículos de clientes

chamados passantes são recebidos a vista, e dos proprietários de revendas de

veículos e dos donos de frotas são recebidos com trinta dias de prazo.

Não são utilizados programas nem planilhas pré-elaboradas na estrutura de

formação do custo do serviço, portanto, não tem controle e nem conhece a

ociosidade dos custos.

O único cálculo realizado no quesito custos é o do custo fixo e custo variável.

Não há índice de sucatas no setor de atuação da empresa.

A empresa não adota horas extras, devido à falta de infra-estrutura e falta de

iluminação para trabalhar após anoitecer.

Existe um pequeno índice de retrabalho, em torno de um ou dois por cento.

Todos os veículos são inspecionados por outro funcionário antes de ser feita a

entrega ao cliente.

Não existe estoque na organização, por isso, não há a possibilidade de

devolução de matéria-prima.

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Não é efetuado o cálculo do faturamento por funcionário, já que todos os

veículos passam por todos os funcionários da empresa.

Existe o acompanhamento dos preços dos serviços no mercado.

6.3.3. VENDAS e MARKETING

No que se refere às vendas, constata-se que a empresa acompanha os preços

de seus concorrentes no mercado.

A partir da definição de seus concorrentes diretos, a empresa avalia as

tendências para o setor que atua como forma de prospectar novos clientes e

mercados, porém, sem utilizar dados de pesquisa.

Pelo fato de conhecer o mercado em que está inserida, a organização consegue

utilizar todo o seu potencial de mercado, porém ainda está deixando a desejar por

não saber quanto representa seu share de mercado e não possuir cadastro de

clientes, apesar de ter a equipe de vendas estruturada pelos sócios, que

periodicamente visitam potenciais clientes.

Como a equipe de vendas é formada exclusivamente pelos sócios, não foi

realizado nenhum treinamento específico voltado para vendas.

Não foi relatada a participação em feiras e rodadas de negócios.

A empresa possui política de preços e de prazos para a negociação com os

clientes, porém não faz promoção, os preços são pré-estabelecidos.

É feita a divulgação da empresa através de adesivos, internet e painel de Led

localizado no centro da cidade. Não há política de novos lançamentos.

O relacionamento com os clientes é feito por e-mail ou por telefone, para saber a

opinião sobre o serviço prestado.

Todos os funcionários recebem salário e mais comissões, conforme o seu

desempenho.

A empresa não possui estrutura de vendas, é situada dentro de uma revenda de

veículos semi-novos.

Como material promocional, a empresa produz adesivos e bonés para distribuir

aos clientes.

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Não possui seguro de transporte nem adota política de garantia, já que é uma

prestadora de serviços de lavagem e ser realizada a conferência dos veículos antes

da entrega.

A empresa não executa negociação, já tem os preços pré-estabelecidos. Não

privilegia como principal estratégia mercadológica a massificação, e sim a qualidade

dos serviços.

A organização não participa de redes de cooperação.

Não foram identificados indicadores de margem de contribuição, rentabilidade

nem estatísticas de vendas.

A empresa apresenta lucro, segundo os indicadores.

A sazonalidade é definida, principalmente, pelas condições climáticas. A chuva e

o mal tempo fazem com que os clientes deixem de lavar os carros, por esse motivo,

sempre é acompanhada a previsão do tempo pela internet.

Outro fator que aumenta o volume de lavagens e polimentos são os feirões

realizados pelos bancos, onde a maioria das revendas se reúne em um só local para

vender seus carros.

6.3.4. SERVIÇOS e MANUFATURA

Os setores de serviços e manufatura podem ser divididos em quatro

departamentos:

1. Posto de Lavagem: Onde são feitas as lavagens, que podem ser

consideradas como o principal serviço da empresa, já que praticamente

todos os veículos que entram na empresa, mesmo que para realização de

outros serviços, primeiro passam pelo setor de lavagem. Neste

departamento também é realizada a limpeza interna dos veículos.

2. Oficina: Nesse local é realizada a desmontagem e posteriormente a

montagem dos veículos, para a realização de lavagem americana. Além

disso, é onde é realizada a Higienização do sistema de ar condicionado.

3. Polimento e Conservação: É o departamento responsável pelos serviços

de enceramento, polimento, espelhamento e hidratação de bancos em

couro.

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4. Administração: Cuida de toda a parte burocrática da empresa, como

contas a pagar, contas a receber, finanças, compra de materiais, etc.

Não foram constatadas documentação e codificação dos serviços. Também não

dispõe de ficha técnica dos serviços

As pessoas que fazem parte da área comercial estão diretamente envolvidas no

desenvolvimento dos serviços, através da manufatura dos serviços e da conferência

dos serviços prontos.

O tempo médio para o desenvolvimento do serviço varia conforme a

complexidade do mesmo, podendo ser de quarenta minutos em uma lavagem

simples até três dias em uma lavagem americana.

A empresa não aplica cálculos de custo objetivado em seus serviços.

Parte do ferramental utilizado no desenvolvimento dos processos dos serviços

prestados pertence à própria empresa, a outra parte pertence ao locador do espaço

que a organização trabalha. A B.A Estética Automotiva é responsável pela

manutenção desse ferramental.

Não foram criadas marcas e patentes por parte da empresa.

A avaliação para a escolha da matéria-prima se dá no quesito de conformidade

dos fornecedores para com os preceitos ambientais, tendo como base a legislação

vigente.

A empresa percebe as inovações e considera esse fator como de suma

importância para o seu negócio, tendo consciência que é um diferencial competitivo

para o seu e para qualquer ramo de negócio. Porém, ainda não possui uma

estratégia tecnológica, por isso, tem que seguir seus concorrentes ao invés de

lançar serviços na frente.

A estratégia tecnológica não é vista, pela organização, como parte de sua

estratégia competitiva. Por esse fato, a empresa deixa a desejar em vários quesitos:

Não tem interesse em conhecer empresas de fomento para

projetos de inovação

Não conhece a legislação existente para a inovação

Não tem competência interna para desenvolver serviços

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inovadores

Não possui área de pesquisa e desenvolvimento

Nunca pleiteou financiamento por entidade de fomento

Nunca utilizou, nem conhece incentivo fiscal para inovação

Não acompanha pesquisas acadêmicas no seu ramo de negócio

Existe certo acompanhamento das tendências no Brasil e no exterior, porém não

muito aprofundado.

A manutenção do ferramental, quando necessária é terceirizada. Não há

codificação do ferramental. As ferramentas estão dispostas de forma a serem

facilmente localizadas.

Os critérios para a seleção de fornecedores não estão baseados somente no

preço da matéria-prima, mas também no atendimento, buscando na maioria das

vezes, receber o produto no ato da compra, e na especificação dos produtos,

visando usar sempre o que agrida menos o meio ambiente.

6.3.5. GESTÃO AMBIENTAL

Um dos principais objetivos do grupo ao iniciar o estágio na Lima e Osorio Ltda.,

era dar ênfase no quesito gestão ambiental, que é um tema que está sendo muito

discutido na atualidade e é de extrema importância para a perenidade da empresa

no mercado.

Durante os estudos a campo, foi constatado que a empresa não adota a

minimização de resíduos sólidos, líquidos e gasosos. Isso porque um controle rígido

de emissão de efluentes poderia causar a redução da produtividade na empresa.

Entretanto, apesar de não procurar minimizar os resíduos, a empresa adota

acondicionamento adequado desses resíduos perigosos e disposição final

adequada. Os resíduos escoam pelos dutos do Box do lavador diretamente para

caixas de decantação, onde são posteriormente recolhidos por uma empresa que

possui toda a infra-estrutura especializada e licenciada para prestar esse tipo de

serviço.

Quanto ao lixo gerado pela empresa, que não são provindos das atividades de

lavagem, este é separado e os recicláveis são enviados a cooperativa de catadores

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da cidade, para que sejam destinados à reciclagem. O lixo não reciclável é

destinado ao serviço de coleta de lixo municipal.

Foi constatado também que a empresa se preocupa em substituir produtos e

materiais que possam prejudicar trabalhadores e meio ambiente, inclusive, a

empresa só utiliza produtos de fornecedores comprovadamente licenciados pelo

IAP.

A empresa Lima e Osorio possui licenciamento junto à vigilância sanitária, corpo

de bombeiros e IAP, tornando-se apta a exercer suas atividades de acordo com a

gestão ambiental vigente.

Busca-se, até por questões financeiras, a redução do custo de energia elétrica.

Porém, ainda se gasta muito devido às luzes que precisam ficar acesas

praticamente o dia todo nos setores de polimento e limpeza interna.

A empresa surgiu sem um planejamento adequado e somente com os dois

sócios, que não utilizavam equipamentos de proteção coletiva. Conforme a

organização foi crescendo, foram contratados novos funcionários, porém, a cultura

de não usar EPC se manteve e até hoje a empresa não distribui esses

equipamentos aos funcionários.

As condições de higiene e limpeza das instalações são adequadas.

Há condições adequadas na situação do ambiente de trabalho. Os boxes são

abertos e bem arejados, fazendo com que a temperatura seja ambiente e tenha uma

boa luminosidade.

Existem na empresa dois sanitários (masculino e feminino) disponíveis para uso

dos funcionários e dos clientes. Ambos os sanitários se apresentam em perfeitas

condições de uso e higiene.

As máquinas e equipamentos são revisados para manter um bom funcionamento

e aparência.

O ambiente de trabalho, as pessoas e as instalações, na maioria das vezes,

encontram-se limpos e bem aparentados.

Não existe na empresa política de segurança de higiene e segurança do

trabalho. Também não se utiliza registro de acidentes de trabalhos anuais. Contudo,

ainda não há medidas preventivas para evitar acidentes de trabalho.

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Não existe climatização artificial da empresa, pois como colocado acima, os

boxes são abertos e há ventilação natural.

A empresa não possui um programa interno de conservação de energia.

Também não há um plano para implantação de uma CICE.

A redução do consumo de energia faz parte da política da empresa, até mesmo

por questões financeiras. Porém, não há trabalhos voltados para a eficiência

energética, nem funcionários da empresa que atuam na área de energia.

As condições das instalações elétricas são adequadas ao uso e normas de

segurança.

Existe a preocupação em apagar as luzes em períodos não produtivos.

Grande parte dos ambientes possui iluminação natural. Porém, necessitam de

melhorias.

6.4. AVALIAÇÃO

Referindo-se ao diagnóstico, os resultados estão dispostos a seguir:

6.4.1. ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA

Resultados positivos:

a) Possui missão

b) Busca inovação

c) Possui alvará

d) Possui projeto de informatização

e) Está estabelecendo objetivos e metas

Necessidade de melhorias:

a) Deve elaborar um planejamento estratégico

b) Deve utilizar parâmetros para nortear os investimentos

c) Deve elaborar o organograma geral da empresa

d) Necessidade de conhecer sua participação de mercado

e) Necessidade de calcular a taxa de serviço x funcionário

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f) Estabelecer o índice de satisfação do cliente

6.4.2. CAPITAL HUMANO

Resultados positivos:

a) Política salarial

b) Adoção de incentivos

c) Funcionários registrados

d) Encontra-se em situação legal (FGTS, INSS, contrato social)

e) Identificação das necessidades de treinamento

Necessidade de melhorias:

a) Incentivos (convênios)

b) Incentivos ao trabalho em grupo

c) Política de treinamento

d) Absenteísmo

e) Avaliação de desempenho dos funcionários

6.4.3. FINANÇAS e CUSTOS

Resultados positivos:

a) Controle de contas a pagar/receber

b) Orçamento de investimento e despesas

c) Situação creditícia regular

d) Sustentação econômica principal

e) Possui capital de giro

f) Executa fluxo de caixa

g) Possui liquidez

Necessidade de melhorias:

a) Trabalhar com instituições financeiras

b) Execução de balancete – demonstrativo mensal

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c) Política de pagamento do terceirizado

d) Sistema de negociação

e) Utilização de programa ou planilha de custos

f) Índices de retrabalho

6.4.4. VENDAS e MARKETING

Resultados positivos:

a) Acompanha preços concorrentes no mercado

b) Avalia tendências

c) Prospecta novos clientes

d) Define os concorrentes

e) Conhece o mercado que atua

f) Faz propaganda

g) Possui relacionamento com clientes

h) Paga comissões

i) Produz material promocional

j) Apresenta lucro

k) Conhece a sazonalidade

Necessidade de melhorias:

a) Cadastro de clientes

b) Indicadores de margem de rentabilidade

c) Estatísticas de vendas

d) Negociação

e) Estrutura de vendas

6.4.5. SERVIÇOS e MANUFATURA

Resultados positivos:

a) Interação área comercial / produto

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b) É proprietário do ferramental

c) Avalia a escolha da matéria-prima

d) Percepção da inovação

e) Acompanhamento das tecnologias de mercado

f) Facilidade na localização do ferramental

g) Critério na seleção de fornecedores

h) Layout conveniente

i) Flexibilidade na manufatura

j) Acondicionamento adequado de resíduos perigosos

k) Coleta seletiva de lixo

l) Controle de resíduos gerados

m)Licença de funcionamento (IAP, Bombeiros e Vigilância Sanitária)

n) Condições adequadas de higiene nos sanitários e demais

instalações

o) Boa aparência do ambiente

p) Situação ambiental adequada (iluminação, temperatura e

umidade)

q) Busca redução do consumo de energia

r) Instalações elétricas adequadas

s) Ambientes com iluminação natural

Necessidade de melhorias:

a) Codificação dos serviços

b) Cálculo dos índices de retrabalho

c) Estatísticas de qualidade

d) Padronização dos tempos/processos/operações/qualidade

e) Utilização de Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)

f) Política de segurança e higiene (CIPA)

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g) Consumo de água

h) Consumo de energia

6.5. PROPOSTAS DE MELHORIAS

Com base na avaliação das respostas feita anteriormente, verificou-se a

possibilidade de desenvolver melhorias nas seguintes áreas e atividades:

6.5.1. ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA

São propostas para esta área:

1. A direção da empresa deve desenvolver um planejamento

estratégico, baseado em análises de mercado, que demonstrem

quem são seus clientes potenciais, seu público-alvo, seus

concorrentes e principalmente qual é o seu share de mercado.

Com isso a empresa poderá controlar melhor suas finanças, tendo

facilidade e estrutura propicia ao crescimento.

2. Deve ser estabelecido um sistema para detectar o índice de

satisfação do cliente. Isso pode ser realizado de forma simples,

através de telefonemas ou e-mails aos clientes, após a realização

do serviço. Nesse e-mail ou telefonema, o cliente responde um

questionário rápido e objetivo, pertinente a possíveis melhorias

nos serviços.

6.5.2. CAPITAL HUMANO

São propostas para essa área:

1. Criação de convênios com farmácias, o que não traz custos

adicionais a empresa, tendo em vista que tudo que o colaborador

comprar na farmácia será descontado de seu salário. Garante um

bom suporte ao colaborador, que pode ser surpreendido por uma

doença ou mal estar, sem ter dinheiro no ato para comprar o

medicamento.

2. Estruturação de uma política de treinamentos. Promover

treinamentos aos colaboradores periodicamente, sem a

necessidade de ser exclusivamente voltada a função específica

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do indivíduo, o interessante é um programa que incentive os

profissionais a obterem novos conhecimentos. Esse tipo de

política agrega muito valor ao atendimento ao cliente da empresa.

6.5.3. FINANÇAS e CUSTOS

São propostas para essa área:

1. Com o crescimento da empresa, está se tornando muito difícil a

falta do apoio de uma instituição financeira. A diretoria deve fazer

pesquisas e escolher a instituição que traga maiores benefícios e

possuam os melhores planos empresariais.

2. Quanto às outras dificuldades detectadas nessa área, a maioria

delas poderia ser resolvida com a implantação de um sistema de

informações. A empresa pode usar um sistema simples, que pode

até mesmo ser baixado da internet gratuitamente (ver figura 01 a

03).

Figura 1

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Figura 2

Figura 3

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6.5.4. VENDAS e MARKETING

São propostas para essa área:

1. As principais dificuldades dessa área, seriam resolvidos com a

implantação do sistema proposto anteriormente, são eles:

cadastro de clientes (ver figura 01) e estatísticas de vendas (ver

figuras 02 e 03).

6.5.5. SERVIÇOS e MANUFATURA

Nessa área encontra-se o principal foco desse estágio. Nesse setor são

realizados todos os serviços da empresa, gerando resíduos sólidos e líquidos que

podem poluir o meio ambiente.

São propostas para essa área:

1. Todos os problemas advindos desse setor podem ser resolvidos

com o desenvolvimento de um sistema de qualidade, que tenha

por base as normas e conceitos da norma ISO-14001:2004.

Fatores que influenciam a necessidade de aplicação do SGA.

Um sistema de gestão de qualidade (SGQ) voltado às questões ambientais é

chamado de Sistema de Gestão Ambiental.

A implantação de um Sistema de Gestão Ambiental representa uma alteração

comportamental e gerencial de todos os níveis hierárquicos da organização. Para se

alcançar sucesso em sua implementação, é indispensável que haja consenso de

todos quanto à sua acuidade. (SOLIS E LAZARIN, 2007)

A política ambiental de uma organização pode ser tanto aproveitada como

estratégia como também como ferramenta de difusão, e deve ser divulgada dentro

da organização e estar também disponível ao público externo. (SOLIS E LAZARIN,

2007)

As questões que levam a conclusão da necessidade de um Sistema de Gestão

Ambiental na Lima e Osório Ltda. vão além dos procedimentos obrigatórios de

atendimento à legislação ambiental. A empresa deseja fixar políticas ambientais e

conscientização, pleiteando mais qualidade para atender a nova classe social muito

exigente, sem deixar de lado as questões de sustentabilidade do planeta, conforme

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disposto em sua missão. (SOLIS E LAZARIN, 2007)

No caso da empresa em questão, não há a intenção de atingir a certificação ISO-

14001:2004, porém, todo o Sistema de Gestão Ambiental proposto será baseado

nas normas especificadas por ela.

Para tanto, a empresa será coligida a introduzir preocupações ambientais na sua

gestão.

Antes de tudo, a organização deve se atentar a três fatores essenciais para

avaliar um Sistema de Gestão Ambiental:

a) Obter o coeficiente atual de conscientização ambiental da

organização;

b) Ponderar os desígnios e metas traçados pela organização a curto,

médio e longo prazo;

c) Considerar dados estatísticos obtidos pelos ganhos impetrados

com a implementação do SGA.

A prática de um SGA na organização pode ser encarada pelos colaboradores

como princípio de uma nova forma de gestão, o que pode gerar uma oportunidade

para a empresa inserir o sistema em suas atividades, internas ou externas,

proporcionando uma atitude adepta ao meio ambiente. (SOLIS E LAZARIN, 2007)

O desígnio de um projeto de SGA mira atender os desejos dos consumidores, e

não incide necessariamente por razão da demanda, mas sim pelo surgimento de

novas necessidades, ainda que não cunhadas pelo consumidor.

Um SGA bem disseminado, além de gerar maior competitividade, pode majorar a

produtividade e a qualidade ambiental, e os apontadores deste sucesso podem ser

examinados através da maior satisfação dos consumidores.

Os principais fatores que incentivam a prática de um sistema de gestão

ambiental são:

a) A diminuição de custos e minimização de porvindouros desgastes

ambientais;

b) Exigência da legislação ambiental;

c) Instituições financeiras oferecem vantagens a empresas

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ambientalmente corretas;

d) Organizações não governamentais estão mais vigilantes, inibindo

a fundação de novos empreendimentos;

e) Os consumidores e fornecedores estão cada vez mais

incontestáveis por produtos e serviços ambientalmente corretos;

Etapas para implantação do SGA

A contenção de um procedimento de gestão ambiental dentro de uma

empresa se tem início através de avaliação ambiental inicial, que pode ser realizada

pelos recursos humanos internos ou ainda com a contratação de serviços de

terceiros efetivado por consultores autônomos ou firmas de consultoria ambiental.

(SOLIS E LAZARIN, 2007)

A avaliação inicial tem como finalidade identificar aspectos ambientais anexos às

atividades dos serviços, considerando e planejando as possíveis metas a serem

içadas no transcorrer do processo.

Os principais métodos utilizados para a realização da avaliação inicial em uma

empresa são:

a) Emprego de questionários direcionados a cada departamento da

empresa;

b) Efetivação de entrevistas, se registrando as informações

coletadas;

c) Tabelas de averiguação, com o intuito dos colaboradores

indicarem possíveis problemas;

d) Avaliações da qualidade de emissão de poluentes na atmosfera,

ou dejetos em águas ou aterros;

e) Diagnóstico de acontecimentos ambientais, se a empresa tiver

cometido infrações ou multas;

f) Utilização de matrizes de identificação dos aspectos e impactos

ambientais (ver anexo 01);

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Programa de Gestão Ambiental

O termo gestão ambiental é bastante abrangente e é empregado para promulgar

atos ambientais em determinados ambientes geográficos, já a gestão ambiental

empresarial está fundamentalmente volvida para organizações. (SOLIS E LAZARIN,

2007)

O programa de gestão ambiental busca o melhoramento da qualidade ambiental

dos serviços e produtos que conglomeram o meio ambiente, aperfeiçoando as

técnicas propendendo um trivial acordo com a política ambiental constituída pelas

organizações. (SOLIS E LAZARIN, 2007)

Os preceitos de gestão ambiental, como a NBR ISO 14001, abrangem domínios

e ações controladas por parte das organizações, visando maior rentabilidade e

lucratividade através da redução e proscrição dos fortuitos desperdícios, com

técnicas ambientais mais apropriadas permitindo um reposicionamento dos seus

negócios diante de um mercado mais atualizado e competitivo.

Ao adotar uma política ambiental, a organização primeiramente deve avaliar e

eleger as áreas enfocadas tendo embasamento na legislação das normas

ambientais vigorantes no que diz respeito a problemas e riscos ambientais.

A seguir, apresenta-se um modelo de Sistema de Gestão Ambiental:

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Figura 4 – Modelo de Sistema de Gestão Ambiental – Fonte: Lindataua - 2010

Constantemente os fatores climáticos têm demonstrado a importância da

preservação do meio ambiente. Entretanto, na maioria das vezes, fatores

econômicos tornam os projetos de preservação ambiental inviáveis para as

empresas, o que inibe o aumento da mentalidade propensa à proteção ambiental.

O SGA é um fluxograma administrativo com ampla eficácia e abrangência para

determinar uma conduta eco-eficiente pelas empresas, aspirando associar a gestão

ambiental na sua cultura e assim, incorporá-las em suas técnicas administrativas.

(SOLIS E LAZARIN, 2007)

Um fator formidável para alavancar o SGA será proporcionar alguns benefícios,

que induza a empresa a dar seqüência ao seu projeto. Saber coligar os desafios de

um novo projeto com as conveniências que ele irá proporcionar é edificar um futuro

de maneira que se precipitem as transformações, instituindo assim uma proficuidade

competitiva.

A empresa que busca competitividade precisa conhecer seus clientes

desenvolvendo uma metodologia ordenada com trocas de informações para

direcionamento e aperfeiçoamento dos negócios da organização. Com isso, o SGA

proporciona satisfação para os clientes, garantindo sua perenidade no mercado.

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Com uma conscientização ambiental, é possível intuir um progresso da

motivação e sensibilização dos colaboradores para a execução dos desígnios com a

preservação do meio constituídos pela organização, possibilitando uma qualidade de

vida melhor tanto na sua região, quanto no seu trabalho. (SOLIS E LAZARIN)

Considerando as vantagens mencionadas acima, podemos classificá-las como:

COMPETITIVIDADE: melhoria da imagem propiciando um

possível eco marketing; progresso de produtividade; captação de

novos mercados e a não perda de clientes;

MINIMIZAÇÃO DE CUSTOS: abolição de desperdício; diminuição

de custo; racionalização na alocação de recursos humanos,

físicos e financeiros;

MELHORIA ORGANIZACIONAL: sistematização da gestão

ambiental; inclusão da qualidade ambiental na gestão dos

negócios; conscientização ambiental dos colaboradores,

qualidade de vida no trabalho;

REDUÇÃO DE RISCOS: segurança legal; minimização de

imprevistos, passivos ambientais e riscos de produtos;

assimilação de vulnerabilidades.

Principais propostas de melhoria na Gestão Ambiental

Durante o período de visitas à empresa Lima e Osório Ltda., constatou-se que o

principal problema a ser resolvido pelo SGA é o que se refere ao consumo de água.

Os veículos atendidos pela empresa são lavados com água potável, fornecida pela

Companhia de Saneamento do Paraná – SANEPAR, e o consumo médio são 200

litros por carro lavado, atingindo 7000 litros por dia, chegando a uma conta que se

aproxima a R$700,00 por mês. Para a resolução desse problema serão propostos

sistemas de captação de água da chuva e sistemas de reuso da água, que serão

ilustrados no próximo tópico.

Em seguida vem o problema com o consumo de energia elétrica, que pode ser

amenizado com a conscientização de todos que pertencem à organização.

Serão apresentadas também, propostas para a melhoria das instalações da

empresa, pois foi constatado que a aparência deixa a desejar, além de ser sugerida

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a implantação de um sistema de coleta seletiva de lixo.

Captação de água da chuva

Os sistemas de aproveitamento de água pluvial foram usados por séculos por

povos de todos os continentes, podemos citar entre eles, os Romanos, Hebreus,

Astecas, Maias e os Incas. Porém, com a colonização dessas regiões esse artifício

de captação de água foi sendo olvidado. No nordeste brasileiro a carência de água

nos açudes, lagoas e nos rios, que são corriqueiros naquela região, e a salinidade

das águas subterrâneas são fatores que induzem parte da população nordestina a

aproveitar a água da chuva para prover as necessidades de uso doméstico e das

atividades na lavoura. (UFCG - 2008)

Segundo estudos realizados pela SABESP em 2004, 30 a 50% da água potável

é utilizada em atividades que não demandam essa qualidade e poderiam ser

supridas por águas de qualidade inferior. Atualmente, os sistemas de captação de

água de chuva são utilizados em países como: Estados Unidos, Alemanha e Japão.

(UFCG - 2008)

A seguir, a explanação do sistema de captação de água da chuva:

O telhado é a área de captação, que intercepta a água de chuva desviando-a

para calhas, a projeção horizontal do telhado fará parte do cálculo da área

proveitosa de captação, também são levadas em consideração a sua inclinação e as

paredes que desviam a água para aquela área.

A água captada pelo telhado é conduzida à cisterna através das calhas, que

precisam ser dimensionadas conforme a quantia de água que decorrerá do telhado e

a sua inclinação até o adutor vertical, a declividade ínfima para as calhas deve ser

de 0,5%, de acordo com a norma regulamentadora NBR 10844/89. (UFCG - 2008)

Já são encontradas no mercado, calhas com um design inovador que

harmonizam com as fachadas e não afetem o visual do imóvel.

Um filtro pode ser colocado para reter galhos e impurezas mais grosseiras, esse

filtro é chamado de filtro grosseiro e é colocado antes da água chegar à cisterna.

Com as primeiras chuvas, o telhado é lavado e as impurezas finas precisam ser

filtradas e descartadas. Para essa filtragem e descarte é utilizado um dispositivo que

manda a água das primeiras chuvas para um depósito menor, que quando está

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repleto faz com que a água passe para a cisterna. (UFCG - 2008)

A correta determinação do volume dessa cisterna é de suma importância, e está

diretamente relacionada com a área do telhado, com a demanda, com a existência

ou não de outras fontes supridoras de água de qualidade fidedigna e com a

freqüência de chuvas na região. Pode ser edificado um tanque cilíndrico de eixo

perpendicular, de paredes de blocos ou tijolos, armados exteriormente com cinta de

malha de ferro, amparados em uma laje de concreto com ferragem dupla, para que

não haja rachaduras, a cobertura deve ser com laje pré-moldada. Deverão ser

usados produtos modernos a base de argamassa e polímeros, para uma perfeita

impermeabilização da parte interna do tanque, pelo fato deste ficar acima do nível do

chão. Existem também reservatórios de fibra de vidro, de inclinação vertical e pintura

interna de cor preta. (UFCG - 2008)

Segue abaixo modelos de captação de águas pluviais, dispositivo de

escoamento de água das primeiras chuvas e o dimensionamento do sistema:

Figura 5 - Dispositivo de desvio de água das primeiras chuvas

Fonte: Calibrando a Alma - 2010

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Figura 6 – Sistema de Captação de Água da Chuva

Fonte: Izaqua - 2011

Figura 7 – Dimensionamento de Sistema de Captação de Água de Chuva – Fonte: Acquasave - 2011

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Sistemas de Reuso da água:

A legislação sobre o reuso da água no Brasil:

Para o “II Encontro das Águas” em 1999, Medeiros Leitão escreveu um artigo

que relatava sobre o reuso da água no Brasil. (MORELLI, 2005)

Segundo ele, o reuso da água em nosso país é utilizado para irrigações de

hortaliças e outros fins agrícolas, porém, sem qualquer tipo de planejamento,

controle ou metodologia. O que muitas vezes faz com que o usuário cometa, por

falta de conscientização e instrução, inadimplências que podem causar danos a

saúde pública além de impactos ambientais negativos, pelo fato de utilizar água

poluída para irrigar hortaliças e outros vegetais. Já se referindo à indústrias, o reuso

começou a se difundir, porém por algumas empresas isoladas,geralmente do setor

privado. (MORELLI, 2005)

Um dos objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos, entre vários outros

(ver anexo 02), é a necessidade de “assegurar à atual e às futuras gerações a

necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos

respectivos usos.” Isto é garantido pela Lei N° 9.433 de 8 de janeiro de 1997, em

seu capítulo II, Artigo 20, Inciso 1. (MORELLI, 2005)

O governo federal brasileiro já iniciou procedimentos para o estabelecimento de

fundamentos políticos, legais e institucionais para o reuso. É inadmissível

atualmente, que uma política que integre o fator recursos hídricos não contemple o

reuso da água. Espera-se o apoio de vários ministérios para que a política de reuso

seja difundida de forma eficaz no Brasil.

A Secretaria de Recursos Hídricos está apostando no apoio do Ministério da

Agricultura, do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério da Saúde. Segundo

Hespanhol, também deveriam estar envolvidos no processo os ministérios da

Fazenda, Orçamento e Gestão, além das companhias de água e saneamento

estaduais. (MORELLI, 2005)

Sendo assim, o reuso precisa estar presente na pauta dos mecanismos gestores

dos recursos hídricos, fazendo parte do planejamento da bacia hidrográfica.

(MORELLI, 2005)

Um projeto proposto pela Secretaria de Recursos Hídricos investiga as técnicas

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de reuso da água no Brasil, considerando sua aceitação pela sociedade, os

acrescimentos econômicos acarretados por essa prática, a sua analogia com os

efeitos ocasionados ao meio ambiente e a saúde de seus usuários, além de avaliar

sua fundamentação legal a fim de propor o estabelecimento das diretrizes para a

coordenação das atividades de reuso de água no país. (MORELLI, 2005)

Através do Decreto 48.138, publicado em 2003 (ver anexo 03), o governo do

Estado de São Paulo determinou que em todos os órgãos de administração direta,

autarquias, fundações instituídas ou mantidas pelo poder público e nas empresas

controladas direta ou indiretamente por ele, deveria haver a racionalização e a

redução do consumo de água. Em um de seus artigos institui que lavagens de áreas

externas poderão ser efetuadas somente com o reuso de água. (MORELLI, 2005)

No Estado do Paraná, o IAP, através da Orientação Técnica N° 006/2005 –

DIRAM (ver anexo 04) dispensa as empresas de lavagens de veículos leves e pick-

ups, que é o caso da Lima e Osório Ltda., da liberação prévia de funcionamento,

devendo as prefeituras fornecer alvará a esses estabelecimentos, caso estejam em

conformidade com as exigências do IAP.

Tecnologia de reuso da água para lavagem de veículos

Há vários tipos de tratamento da água para reuso. O tipo de tratamento irá variar

de acordo com a destinação final da água tratada, os níveis de qualidade exigidos

para cada aplicação e principalmente pelas características da água a ser tratada.

(MORELLI, 2005)

Qualquer que seja o processo para tratamento de água residuária escolhido pela

empresa, será de suma importância que seja fundamentado na caracterização do

efluente a ser tratado, no conhecimento de tecnologias de tratamento existentes e

nas indigências e requisitos de qualidade da aplicação do reuso sugerido. Isso irá

garantir o sucesso do empreendimento. (MORELLI, 2005)

Processos e Operações Unitárias

Nos últimos anos, houve um grande progresso nas estações biológicas de

tratamento de efluentes. Com essa evolução ocorreram várias melhorias, como

maior eficiência no tratamento, redução do espaço físico necessário para implantar o

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processo e maior diversificação de métodos e processos de tratamento. (MORELLI, 2005)

Segundo Metcalf e Eddy, operações unitárias de tratamento são os

procedimentos de tratamento nos quais a aplicação de forças físicas prepondera e

os processos unitários são aqueles que os contaminantes da água são removidos

através da intervenção de reações químicas ou biológicas. Os tratamentos

contemporâneos associam os dois métodos, a fim de atingir vários níveis de

tratamento, conhecidos como tratamento preliminar, primário, secundário ou

terciário. (MORELLI, 2005)

Processo de Ozonização:

O ozônio tem um forte poder desinfetante de ação não seletiva, assim como é

um poderoso oxidante, no entanto, tem uma fraca ligação entre os átomos de

oxigênio de sua molécula, o que faz com que ele se decomponha rapidamente em

função do calor. (MORELLI, 2005)

Essa instabilidade faz com que ele tenha fatores positivos e negativos no

tratamento de águas residuárias. O fator positivo é que com a quebra das moléculas

é acrescentado oxigênio dissolvido na água. Como fatores negativos têm a inibição

de estocagem, tendo que haver a geração no ponto de aplicação e a não

persistência na água de forma residual. (MORELLI, 2005)

O ozônio também é um poderoso germicida, devido a sua função oxidante,

chega a destruir 100% dos vírus, bactérias e outros patógenos presentes no esgoto,

dependendo do coeficiente de tratamento, dosagem e tempo de contato. (MORELLI,

2005)

Indica-se o uso de ozônio em sistemas de reuso que requerem um alto nível de

desinfecção, incluindo a eliminação de vírus cloro resistente e cistos e onde se

almeja controlar a constituição de circunspetos organoclorados. (MORELLI, 2005)

Processo de Adsorção em Carvão Ativado:

Utiliza-se o carvão ativado no tratamento avançado de esgotos, para a remoção

de substâncias orgânicas chamadas de refratárias, pelo fato de não serem

removidas no tratamento anterior. Essas substâncias são adsorvidas na superfície

dos poros dos fragmentos de carvão, até que sua capacidade de adsorção se

estafe, sendo cogente a sua regeneração ou reativação. Para isso é necessário o

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aquecimento do carvão para a volatilização do material orgânico adsorvido, livrando

e regenerando os poros do carvão. (MORELLI, 2005)

Indica-se a adsorção por carvão ativado onde o tratamento deve ser de alto grau.

Pode ser usados em sistemas de qualquer tamanho, para tratar toda ou parte da

vazão. Este método tem sido usado em diversas fases do tratamento, como após o

tratamento biológico para remoção de matéria orgânica, ou após o tratamento físico

químico por coagulação, floculação, sedimentação e filtração que remove o material

que poderia obstruir seus poros. (MORELLI, 2005)

Processo de Troca Iônica:

Neste processo a água é submetida a resinas catiônicas e aniônicas, o que

resulta na remoção de praticamente todos os íons presentes na água. Assim se dá o

efeito de desmineralização da água, também conhecida por deionização. (MORELLI,

2005)

A desmineralização da água se dá através de sua passagem por colunas de

resinas catiônicas na forma H+ e aniônicas na forma OH-, separadamente, ou em

uma só coluna que contenha esses dois tipos de resina, esse tipo de coluna é

chamado de leito misto. As resinas catiônicas são mais resistentes que a resina

aniônica, tanto física quanto quimicamente, por isso no caso de passar a água em

colunas de resinas separadas, deve-se passar primeiramente nas aniônicas, de

forma que estas sirvam para proteger as aniônicas, filtrando substâncias danosas.

(MORELLI, 2005)

O processo de troca iônica consiste somente no controle e regeneração da

resina. (MORELLI, 2005)

Este processo acarreta um alto nível de abscisão do nitrogênio amoniacal,

sendo, portanto, recomendada em aplicações de reuso onde se almejam baixas

concentrações desses contaminantes e de sólidos dissipados totalmente.

(MORELLI, 2005)

Separação por Membranas:

Inspirado na observação de tecidos de animais e vegetais esse processo é

relativamente novo na área de purificação de água. (MORELLI, 2005)

Uma força, aqui chamada força motriz, faz com que os efluentes cheguem até a

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membrana, que serve de barreira seletiva, onde só passará o solvente (água) e o

soluto (substância dissolvida na água) será rejeitado. (MORELLI, 2005)

As peculiaridades dos despudores a serem removidos e a eficiência de excisão

necessária, irão designar o tipo de membrana a ser utilizada e o procedimento de

aplicação. (MORELLI, 2005)

Problemas na implantação de sistema de reciclagem de efluentes de lavagem de

veículos:

“Segundo Teixeira (2003), os principais problemas a serem enfrentados no

desenvolvimento de tecnologias para a reciclagem de água de lavagem de veículos

são:

a) Área ocupada: sua concepção deve ser compacta, pois,

provavelmente, será instalada num local onde já funciona um

equipamento de lavagem, sem previsão de espaço para inclusão

do equipamento;

b) Geração de odores: deve contemplar a necessidade de controle

de odores gerados pela proliferação de microorganismos nas

águas armazenadas para reciclagem;

c) Geração de lodo: a maioria dos sistemas de tratamento de

efluentes gera resíduos e estes devem ter seu volume minimizado

e disposição final adequada;

d) Custo de implantação: deve ser o menor possível, de forma que

possa ser competitivo com o custo da água, recuperando-se o

investimento em curto prazo;

e) Operação e manutenção: a simplicidade, nesse aspecto, é um

fator limitante na escolha da tecnologia. Sistemas mais complexos

tornam-se inviáveis tanto economicamente quanto

operacionalmente aos proprietários de postos de combustíveis ou

lava - rápidos;

f) Concentração de sólidos dissolvidos: à medida que a água

recircula pelo sistema de lavagem, alguns poluentes podem se

concentrar, por não serem totalmente removidos no tratamento;

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g) Necessidade de diluição: como há aumento na concentração de

certos poluentes, a diluição torna-se necessária para manter a

qualidade necessária da água a ser reciclada.” ( MORELLI, 2005

– PÁG. 40;41)

Tecnologias existentes no Brasil para tratamento da água de lavagem de

veículos:

Com o crescente número da frota de veículos que circulam pelas estradas do

Brasil, o mercado de serviços no setor automotivo tem se difundido. O setor de

lavagem de veículos, por fazer parte desse mercado emergente, tem ganhado

atenção especial, já que além de estar ligado a fatores econômicos, também está

diretamente relacionado a fatores ambientais.

Várias empresas estão investindo no desenvolvimento de tecnologias capazes

de fazer com que as empresas de lavagem consigam se desenvolver de forma

sustentável, ou seja, sem promover impactos danosos ao meio ambiente.

Na seqüência, serão apresentadas algumas das diversas tecnologias existentes

no Brasil para o tratamento que possibilita a reutilização da água de lavagem de

veículos:

ETAR – Aquaflot – Estação de Tratamento de Água para Reuso

Desenvolvida em uma parceria da Aquaflot com a Ecompany, empresa do grupo

Teixeira Pinto, o sistema é baseado na flotação por ar comprimido (ver anexo 05)

para separar os contaminantes existentes na água, atendendo assim a legislação do

CONAMA e tornando o processo de lavagem ecologicamente correto. Além de

reduzir a poluição ao meio ambiente, pode-se atingir uma economia de até 90% no

consumo de água. (AQUAFLOT, 2007)

“O sistema de recirculação oferecido pela empresa Aquaflot, em experiências

práticas realizadas pela empresa, apresentou um número de ciclos entre 10 e 20

vezes, conforme a eficiência do sistema. Normalmente recomendam descartar a

água de lavagem uma vez por semana. Existe ainda uma perda de 20% no processo

de lavagem, devido à evaporação, infiltração no solo e perda na lataria do veículo,

que sai molhado do local da lavagem. Esta perda é compensada pela reposição de

água nova através de um sistema simples de bóia na caixa d’água que mantém o

nível constante no reservatório principal.” (MORELLI, 2005 – PÁG. 43; 44)

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Um dos fatores positivos nesse processo é a diminuição do consumo de xampus

e sabões, que pode chegar a 50%, devido a resquícios que permanecem na água

tratada. (MORELLI, 2005)

“O tempo de retorno do investimento acontece entre 3 e 10 meses, conforme o preço do metro cúbico de água potável fornecida pela companhia de saneamento onde está instalado o sistema. Outro fator que influencia no cálculo do tempo de retorno é o custo do tratamento da água para reuso, que pode variar de R$0,80 até R$3,00/m³, dependendo das características do efluente.” (MORELLI, 2005 – PÁG. 44)

O custo do equipamento varia entre R$25000,00 até R$55000,00, conforme a

capacidade de tratamento.

Figura 8 – Estação de Tratamento de Água para Reuso – ETAR 6000 Aquaflot – Fonte: Grupo Tecnoserv - 2011

Arquipélago:

Outro sistema interessante de tratamento de água de lavagem de veículos é o

que foi desenvolvido pela empresa Arquipélago. Com o emprego de metodologias

para separação de sedimentos, óleos e graxas, especialmente projetados, é

garantida uma eficiência de ordem 95%. (MORELLI, 2005)

“Para o tratamento final, é empregado um processo de degradação biológica,

que garante a remoção em 90% da demanda química de oxigênio (DQO) e

demanda bioquímica de oxigênio (DBO) residuais.” (MORELLI, 2005 – PÁG. 49)

Com a reutilização das águas após serem tratadas, o usuário pode chegar a

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reduzir 80% do seu consumo de água. (MORELLI, 2005)

Karcher – HDR777

A Karcher, empresa alemã que atua no Brasil há 36 anos, desenvolveu uma

estação recicladora de água. O tratamento consiste na captação da água utilizada

na lavagem, que vai para o primeiro reservatório da estação, onde é submetida a

reagentes e jogada para a filtragem. Após o processo de filtragem, a água, já limpa,

é armazenada em um segundo reservatório, onde fica disponível para o reuso.

O equipamento tem capacidade para tratar aproximadamente 800 litros de água

por hora.

Figura 9 – Karcher HDR777 – Sistema de Reciclagem de Água de Lavagem – Fonte: Karcher - 2011

Algumas melhorias foram feitas na empresa durante o período de visitas, entre

elas vale a pena salientar a substituição da bomba de alta pressão utilizada para

lavagem dos veículos. Um modelo muito antigo estava sendo usado, pelo fato do

equipamento ter sido desenvolvido antes das legislações vigentes estava em

desacordo com as novas orientações e consumia água excessivamente, além do

motor elétrico consumir energia elétrica demasiadamente. Com o equipamento novo,

notou-se uma economia de 20% no consumo de água.

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Figura 40 – Equipamento novo (à esq.) que substituiu o antigo (à dir.)

Uma oportunidade de inovação para a empresa seria a execução de lavagens a

seco, que são ecologicamente corretas, porém, devido à “terra vermelha” de nossa

região a opção se torna inviável, já que os serviços dificilmente teriam a qualidade

desejada.

Melhorias nas instalações da empresa:

Durante as visitas à empresa Lima e Osório Ltda. foi detectado que são

necessárias algumas melhorias na infra-estrutura da empresa. Essas melhorias irão

atribuir maior comodidade aos clientes, que se sentirão mais confortáveis e seguros

em deixar seu automóvel no local, e também para os trabalhadores que ali atuam, já

que os métodos e processos seriam mais bem organizados, evitando o retrabalho.

Um ponto a ser colocado é o local para estocagem dos produtos utilizados na

lavagem, que ficam dispostos no chão, conforme mostra a figura 11.

Figura 11 – Produtos alocados no chão

A melhor opção para resolver esse problema, seria a confecção de prateleiras de

madeira, para não corroer com o efeito dos materiais, exclusivas aos produtos, que

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deverão ser contabilizados no sistema de informações proposto outrora.

Outra falha foi encontrada, dessa vez no pátio onde os carros prontos são

colocados para aguardar o proprietário. O pátio é coberto por pedras britadas, o que

ocasiona muita poeira, sujando os carros limpos. (ver figura 12)

Figura 12 – Pátio coberto com pedras britadas

A solução para esse impasse seria pavimentar o pátio com concreto ou

pavimentação asfáltica.

Outra modificação que é sugerida propõe a confecção de prateleira para alocar

as partes da tapeçaria dos carros desmontados para a realização de lavagem

americana, partes estas, que ficam amontoadas em média três dias, até que o carro

seque e seja montado. (ver figura 13)

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Figura 53 – Partes de veículo que foi lavado e está secando.

Quando há vários carros a serem limpos, sempre um carro tem que ficar fora do

Box de limpeza, expondo o colaborador ao sol. A construção de um novo Box, além

de resolver esse problema, possibilitaria a lavagem da parte de baixo dos veículos,

no caso do novo Box possuir uma rampa, tendo em vista que o elevador não

funciona.

Existem algumas entradas de água da chuva pelo telhado, se fazendo

necessária a troca das telhas do barracão de polimentos. É proposta a substituição

das telhas antigas por telhas ecológicas, pois elas são recicladas e trazem inúmeros

benefícios ao usuário, como:

Anti-mofo

Anti-fungos

Não trincam

Não quebram

Impermeáveis

100% recicláveis

Não propagam chamas

São flexíveis e não deformam

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Alta resistência (150 kg/m²)

Semi-acústicas, não propagam som

Podem ser cortadas em todos os sentidos

A fixação pode ser com pregos ou parafusos

Funcionam como isolantes térmicos - retém 87% da temperatura

externa - economizam 26% de energia elétrica, não havendo

necessidade de se utilizar ventiladores na época de calor.

As placas recicladas podem ser empregadas para diversos fins e substituem

com muitas vantagens Madeirit, pois, as placas ecológicas são muito resistentes,

podendo ser reutilizadas inúmeras vezes. (ECOTERMICA – 2011)

Além dessas melhorias, há a necessidade de pintura em toda a extensão das

instalações da empresa, que se encontra degradada pela ação do sol e das chuvas.

Coleta Seletiva de Lixo:

Uma melhoria interessante e necessária para a empresa Lima e Osório Ltda. é a

implantação de um sistema de coleta seletiva de lixo. A empresa separa o lixo

reciclável, porém não há nenhuma política de coleta seletiva.

Para a implantação da coleta seletiva, é crucial a análise dos resíduos ao invés

de adotar um padrão convencional. ( SOLIS E LAZARIN – 2007)

“A implantação de coleta seletiva em uma empresa é rigorosamente trabalhosa, uma vez que exige dedicação e empenho de grande parte dos colaboradores. Esse processo compreende três etapas fundamentais, como: Planejamento, Implantação e Manutenção do plano, sendo que todas as etapas exigem muitos detalhes.” (SOLIS E LAZARIN – 2007 – PÁG. 41)

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Abaixo, a figura 14 representa um modelo de coleta seletiva:

Figura 14 – Fonte: Catando Artes – 2011

As figuras 15, 16 e 17 representam o layout da empresa após a implantação de

algumas das propostas de melhoria sugeridas, que são a construção de um novo

Box para lavagem e pavimentação do pátio.

Figura 15 – layout com o novo Box e piso pavimentado.

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Figura 16 – layout com o barracão aumentado e piso pavimentado.

Figura 17 – layout com novo Box e piso pavimentado.

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7. CONCLUSÃO

Durante o desenvolvimento desse trabalho buscou-se a fundamentação de

vários aspectos que englobam o termo meio ambiente e as suas formas de

aplicação em empresas de lavagem de veículos.

As questões voltadas a esse tema, juntamente com o tema responsabilidade

social, têm se tornado cada vez mais cruciais e indispensáveis ao planejamento

estratégico de empresas de qualquer segmento, o que propicia uma mudança na

atitude em busca de um desenvolvimento sustentável.

Qualquer Sistema de Gestão Ambiental só alcança a credibilidade necessária se

for embasado em valores éticos e transparentes, para atuar em comum acordo com

o desenvolvimento econômico e social.

Durante as pesquisas de campo e no referencial teórico, se podem constatar

mudanças que estão ocorrendo no mercado nacional e internacional. Clientes cada

vez mais exigentes, stakeholders mais bem informados e a legislação mais ríspida

colaboram para o rápido progresso nas políticas ambientais. As empresas vêem

nessa temática uma grande oportunidade de desenvolver um diferencial competitivo.

O trabalho foi uma oportunidade ímpar de aprimorar nossos conhecimentos

sobre a temática abordada, e nos fez entender que a preocupação com os fatores

ambientais deve ser compartilhada por todos os seres humanos, que atualmente

fazem parte de um cenário mundial de degradação do meio ambiente, e corre sério

risco de prejudicar suas gerações futuras.

Neste sentido, devemos destacar a importância da disseminação dessa

preocupação com o meio ambiente em empresas de lavagem de veículos, que

consomem água, na maioria das vezes potável, demasiadamente, fazendo com que

elas se sintam compromissadas com a sociedade na qual estão inseridas.

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8. ANEXOS

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ANEXO 01

Matrizes de Identificação e Avaliação de Impactos Ambientais

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ANEXO 02

Política Nacional de Recursos Hídricos

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ANEXO 03

DECRETO Nº 48.138-Governo do estado de São Paulo

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ANEXO 04

Orientação Técnica IAP N° 006/2005 – DIRAM

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ANEXO 05

Tecnologia DAF – Flotação por Ar Dissolvido (Dissolved Air Flotation)

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ANEXO 06

Projeto Arquitetônico das Instalações depois da Implantação das Melhorias Propostas.

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ANEXO 07

Questionário Aplicado à Empresa.

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9. REFERÊNCIAS

BARBIERI, J. C. Desenvolvimento e meio ambiente: as estratégias de mudanças da agenda 21. 4ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.

SOUZA, R. S. Evolução e Condicionantes da Gestão Ambiental nas Empresas. RAE Revista de Administração de Empresas, edição especial 30 v. 8, n. 6, nov./dez. 2002.

ALIANO, G. M. Gestão Ambiental: Uma abordagem educacional. Apucarana, PR: Trabalho apresentado como requisito final para conclusão do Curso de Administração de Empresas, 2004.

MORELLI, E. B. Reuso de água na lavagem de veículos. São Paulo, SP: Dissertação apresentada para obtenção do título de mestre em Engenharia, 2005.

ABNT. NBR ISO 14001. Sistemas de Gestão Ambiental. 2000.

SOLIS, D. R. A Gestão Ambiental focada no Programa 5S e Coleta Seletiva. Apucarana, PR: Trabalho apresentado como requisito para conclusão do curso de Administração de empresas, 2007.

IAP – Instituto Ambiental do Paraná – disponível em: http://www.iap.pr.gov.br/ - acesso em 18/10/2011.

Subchefia para Assuntos Jurídicos da Presidência da República – disponível em: http://www.planalto.gov.br – acesso em 19/10/2011.

BRANCHINE, F. A Sobrevivência e a Expansão de uma Empresa Pré-Taylorista na era do Apagão Florestal. Taquara, RS: Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração, 2005.