€¦ · web view, das 8.450.755 matrículas nos cursos de graduação presenciais e à distância,...
TRANSCRIPT
EIXO 2: DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL
Dimensão 3: Responsabilidade Social da Instituição
No Estatuto da UFRGS, em seu Art. 2º, encontramos o seguinte
enunciado:
Art. 2º - A UFRGS, como Universidade Pública, é expressão da sociedade democrática e pluricultural, inspirada nos ideais de liberdade, de respeito pela diferença, e de solidariedade, constituindo-se em instância necessária de consciência crítica, na qual a coletividade possa repensar suas formas de vida e suas organizações sociais, econômicas e políticas1.
Alinhado a essas premissas, o INCLUIR – Núcleo de Inclusão e
Acessibilidade da UFRGS atua no sentido da articulação, fomento da política
de inclusão e acessibilidade, acompanhamento e apoio técnico à comunidade
universitária, desenvolvendo estratégias de inclusão, acessibilidade e
permanência do público alvo da Educação Especial, ou pessoas com alguma
condição de saúde que necessitem de atendimento especial, no ensino,
pesquisa, extensão e gestão administrativa. No âmbito das ações afirmativas,
uma das abordagens se dá no entendimento da diferença a partir da
implementação de práticas destinadas aos grupos historicamente excluídos
dos processos em sociedade, em especial do território da educação. Nesse
sentido, os dados do censo do IBGE de 2010 (gráfico a seguir) apontam 61,1%
da população declarada de pessoas com deficiência no Brasil sem instrução ou
ensino fundamental completo, número muito superior comparativamente à
população sem deficiência, dado este que impacta profundamente no seu
acesso à Universidade. Na tabela subsequente, apesar de se verificar um
aumento significativo no quantitativo de matrículas entre 2004 e 2014,
resultado da implementação de uma série de políticas de inclusão, o percentual
total de pessoas com deficiência no ensino superior era de menos de 1%,
conforme dados do INEP, número esse que já demonstrava o quanto era
preciso investir em ações de fomento ao ingresso e permanência desses
estudantes.
1
Gráfico – Distribuição percentual da população de 15 anos ou mais de idade, por existência de pelo menos uma das deficiências investigadas e nível de instrução - Brasil - 2010
2004 2014 Aumento Percentual
Matrículas totais no Brasil 4.223.344 7.828.013 +85,35%
Matrículas de pessoas com deficiência no
Brasil5.395 33.377 +518,66
Tabela – Representação percentual da evolução dos dados das matrículas das pessoas com deficiência, no ensino superior, período entre 2004 e 2014, comparativamente às matrículas totais. Fonte INEP
Em consulta recente aos dados do Censo da Educação Superior 2018 divulgados pelo INEP2, das 8.450.755 matrículas nos cursos de graduação
presenciais e à distância, 2.077.481 são da rede pública, sendo 16.585 de
pessoas com deficiência, o que representa 0,8% desse universo. De fato,
podemos observar um crescimento do percentual no espaço de 5 anos (2014 -
2019), entretanto ainda é um número que nos faz refletir. A partir da aprovação
no CONSUN (decisão 212/2017) de 25% das vagas reservadas à política de
Ações Afirmativas, para as pessoas com deficiência, foi instituída a Comissão de Verificação de Documentos, que atua no processo de ingresso dos
2 Disponível em http://www.ufrgs.br/pdi/PDI_2016a2026_UFRGS.pdf. Acessado em 29 de outubro de 2019.
candidatos através do Vestibular e SISU, homologando ou não sua condição
de deficiência, nas modalidades de vagas a eles destinadas. O INCLUIR é
membro da comissão, através da coordenação do setor.
O PDI 2016-2026 aponta na sessão Perfil do Corpo Discente,
referindo-se aos alunos e alunas público alvo das Ações Afirmativas:
Outro grande desafio é o acolhimento e permanência desses estudantes na Universidade. Para tanto, é fundamental a ampliação da política de financiamento da assistência estudantil por parte do Governo Federal, mas também, a atenção às especificidades desses segmentos no que se refere às suas necessidades didáticas, pedagógicas, sociais, culturais e de respeito à diversidade3 (grifo nosso).
Neste sentido, há um grande investimento do Incluir em um dos eixos
que norteiam o fazer institucional, que é a Formação Continuada. Durante o
período de 2019, foram propostas e realizadas várias capacitações, em
parceria com a EDUFRGS – Escola de Desenvolvimento de Servidores da
UFRGS, CIPAS - Centro Interdisciplinar de Pesquisa e Atenção à Saúde,
Coletivo de Pessoas com Deficiência Adriana Thoma – UFRGS, FADERGS,
Projeto Rumo Norte, parceiros institucionais, dos âmbitos municipal e estadual
ou de movimentos sociais, que gentilmente compartilharam seus
conhecimentos com servidores, discentes e público externo. Esta sequência de
formações (de julho a dezembro) constituíram-se no programa de
capacitações, e até o mês de outubro de 2019 abordaram temas variados
como conceitos básicos de acessibilidade, inclusão e pessoa com deficiência,
deficiência física, deficiência visual, deficiência auditiva e surdez, transtorno do
espectro do autismo, superdotação e altas habilidades e deficiência intelectual,
todas sob o eixo Diversidade e Inclusão na Universidade. Ampliou-se assim
a oferta dessas ações em relação a 2018, e atuou-se no alinhamento em
relação aos Objetivos Acadêmicos e Pedagógicos do PDI 2016-2026/ De ampliação, quando indicam 5. Ampliar a oferta de ações de formação
continuada e dos Objetivos Organizacionais/De Pessoas 2. Aperfeiçoar a
política de qualificação e capacitação permanentes dos servidores,
contemplando a formação em todos os níveis. Em 2020, a partir das parcerias
estabelecidas e de outras que buscaremos, o programa se repetirá. Projeta-se
3 Disponível em http://www.ufrgs.br/pdi/PDI_2016a2026_UFRGS.pdf. Acessado em 29 de outubro de 2019.
pensar uma ação que abranja as escolas de educação básica da rede pública,
em especial o Ensino Médio, onde faremos as mesmas reflexões sobre
inclusão e acessibilidade, ampliando assim nossas ações no sentido de
antecipar o aprendizado em relação às diferenças e o direito das pessoas com
deficiência à educação, em qualquer nível.
Destaca-se nosso trabalho também em consonância com o Plano de Gestão 2016-2020 principalmente quanto aos objetivos de Impacto Social, que envolvem aspectos de interação com a sociedade, como inovação social, consolidação da política de ações afirmativas, aperfeiçoamento da
política de assuntos estudantis, investimento na saúde e na segurança e a valorização da cultura e do pensamento como formas de desenvolvimento da justiça social. Em 2019 entregou-se à sociedade um
projeto que teve início em 2018 que é o Leituras Obrigatórias e Acessíveis.
Trata-se da adaptação das leituras obrigatórias do vestibular para os formatos
de audiolivros e arquivos de texto, esses últimos acessíveis aos softwares
leitores de tela, para pessoas com deficiência visual. Dessa forma, mesmo
antes do ingresso, os candidatos com deficiência visual conseguem vivenciar,
ao menos em parte, o conceito de equidade, já que em relação à literatura
indicada ao concurso, estão em igualdade de condições com os demais
candidatos. Como retorno, até o momento, tivemos pedidos de acesso aos
materiais vindos inclusive de fora do estado, como Rio de Janeiro, São Paulo,
Acre e Santa Catarina, não só de candidatos ao vestibular, mas também de
escolas, pois o acesso à literatura acessível e gratuita ainda é restrito. Assim,
mais uma vez corrobora-se com as proposições do PDI 2016-2026, que por
meio das atividades de extensão, a UFRGS pretende ampliar a inclusão social dos diferentes segmentos da sociedade, estimulando o respeito à diversidade e às diferentes manifestações culturais, artísticas, esportivas e tecnológicas. O projeto foi apresentado no Salão de Extensão da UFRGS
2019 e obteve destaque na sessão Cultura das tertúlias. A opção de acesso às
Leituras Obrigatórias e Acessíveis está disponível permanentemente no site
do Incluir, com renovação de 04 obras a cada ano.
Realizou-se em 2019 uma ação prevista no planejamento do setor, que
denominamos de Reuniões Ampliadas. São encontros para avaliação dos
processos inclusivos, com as COMGRADs dos cursos onde se encontram
matriculados discentes com deficiência, para que se tenha um feedback sobre
como esses processos estão acontecendo nas Unidades. A partir de 2018,
quando oi instituído o Formulário de Serviços e Recursos de Acessibilidade, instrumento de prospecção de demandas vinculadas aos
recursos de acessibilidade, organizado em eixos: aspectos pedagógicos, de
mobilidade e arquitetônicos, mobiliários e equipamentos de acessibilidade,
comunicação e informação, apoio para atividades acadêmicas, solicitação de
adaptação de materiais acadêmicos, solicitação de empréstimo de
equipamentos e softwares, houve uma alteração no fluxo de atendimento aos
discentes com deficiência, deixando de ter o INCLUIR a centralidade no
processo, passando as COMGRADs a fazer a articulação com os setores
imbricados nesse atendimento. Foram realizadas duas reuniões, uma com o
campus Centro e outra com os campi Saúde, Olímpico e Vale, onde foram
retomadas questões conceituais e de práticas relacionadas aos processos de
inclusão e suas possíveis adaptações, tanto em relação às questões funcionais
dos discentes relacionadas ao fazer dos técnicos das comissões, quanto ao
fazer pedagógico dos docentes, e suas possíveis interlocuções com os
dispositivos legais relacionados aos direitos das pessoas com deficiência e seu
atendimento no ensino superior. Cabe salientar que na seção das Políticas de Ensino do PDI 2016-2026 encontramos referência a aspectos da
aprendizagem:
A excelência da aprendizagem representa um compromisso com o atendimento das necessidades pedagógicas dos alunos, uma vez que se encontra voltada para a sua formação integral, atendendo e valorizando as diferenças individuais e sociais, tendo no horizonte sua repercussão no exercício social e profissional como egressos da Universidade4 (grifo nosso).
Nesta primeira edição da ação compareceram cinco COMGRADs, todas
de cursos onde há discentes com deficiência, que trouxeram suas experiências
nos processos inclusivos, além de fazerem apontamentos construtivos sobre a
perspectiva de melhoria no atendimento a esses discentes. Para 2020 daremos
continuidade às Reuniões Ampliadas realizando um encontro no Campus
Litoral, que não realizamos em 2019, além de repetir as reuniões, duas a cada
semestre de forma contínua. Destaca-se ainda, que para o INCLUIR esse foi
4
um momento importante para mensurar nossas ações, quanto a efetividade na
assessoria às COMGRADs, outro eixo de atuação.
A equipe interdisciplinar do INCLUIR, atualmente composta por uma
psicóloga, uma assistente social e uma técnica em assuntos educacionais, atua
no âmbito de apoio e assessoria às diversas unidades e órgãos, mapeando e
auxiliando na elaboração de estratégias que minimizem as barreiras
encontradas pelas pessoas com deficiência, visando tornar as instalações,
produtos e serviços da universidade acessíveis a todos. Trata-se de uma linha
de ação que objetiva promover a equidade nas condições de acesso e
permanência das pessoas com deficiência, garantindo o seu desenvolvimento
acadêmico, profissional e cultural, mediante a adoção de práticas efetivas e
inclusivas. Foram realizados 43 atendimentos até o momento, sendo que 35
desses são a discentes, 7 técnicos e 1 docente, na sua maioria atendimentos
interdisciplinares, ou seja, quando a equipe multiprofissional atua em conjunto
na perspectiva do modelo social da deficiência, numa abordagem
biopsicossocial, de forma contínua e prospectiva. Na leitura do PDI 2016-2026,
em seu item 4.2.3. Responsabilidade Institucional: inclusão, ações afirmativas e sustentabilidade, identifica-se o alinhamento do atendimento
realizado às proposições do plano:
Dentro deste contexto, a UFRGS deve ampliar as iniciativas hoje existentes e possibilitar a criação de uma estrutura institucional que garanta a efetividade das ações afirmativas e reforçar o monitoramento dos resultados das mesmas, sejam aquelas relacionadas à permanência ou aquelas voltadas à assistência estudantil e ao atendimento às pessoas portadoras de necessidades especiais. Para tanto, é requerido ações para acessibilidade bem como capacitação de técnicos-administrativos e docentes, com ênfase no corpo docente, para uso de recursos pedagógicos assistivos. Outros pontos importantes são o aprimoramento da divulgação nas diversas mídias internas sobre os recursos instalados de acessibilidade, o levantamento permanente dos alunos com necessidades especiais, permitindo ações pontuais5 (grifo nosso).
A participação do setor em diferentes eventos na Universidade e fora
dela, potencializa a divulgação do trabalho em relação à acessibilidade, mas
para além disso, reforça a abordagem desenvolvida no sentido da garantia de
direitos das pessoas com deficiência no acesso e permanência ao ensino
5
superior, em igualdade de condições com as demais pessoas, como aponta a
LBI – Lei Brasileira de Inclusão. Assim como em 2018, o setor teve inserção
em diferentes eventos internos, tais como, Congresso Nacional do PET Civil,
Encontro da PET Civil UFRGS, Por Dentro da UFRGS, Portas Abertas, Salão
EDUFRGS, Semana da Pessoa com Deficiência, Programa de
Desenvolvimento de Gestores, e externos como no I Seminário de Formação
Docente da UFCSPA e Projeto Homero da PUC, falando sobre acessibilidade
no ensino superior e corroborando com o Plano de Gestão 2016-2020 no seu
eixo 4.5.1.Fortalecer a imagem e a identidade institucional da Universidade. Outras ações desenvolvidas, que objetivam a construção de
uma cultura sobre a temática da acessibilidade, e que deram visibilidade à essa
discussão, foram as participações em outros momentos de formação, a saber:
Acessibilidade na UFRGS: noções de orientação e mobilidade para pessoas
cegas, Acessibilidade na UFRGS: Transtorno do Espectro Autista,
Acessibilidade na UFRGS: Cine Debate e roda de conversa saúde mental da
pessoa com deficiência, em parceria com o Coletivo de Pessoas com
Deficiência Adriana Thoma – UFRGS, consultoria sobre acessibilidade na
exposição "Migrações à Mesa" do Museu da UFRGS, curso de Escrita da
Língua de Sinais e curso de Leitura e Escrita em Braille, os dois últimos
ofertados como atividade de extensão, alinhado novamente ao PDI 2016-2026,
Objetivos de Impacto Social/De Inclusão 3. Definir uma política institucional
de inclusão que contemple minorias historicamente excluídas, 4. Fortalecer as
ações de acessibilidade, de inclusão social, pedagógica e laboral.
Também no PDI 2016-2026, no item Responsabilidade Institucional, destaca-se o comprometimento da instituição com a inclusão, sendo uma das
diretrizes a ampliação do acompanhamento discente, além do monitoramento
de seu desempenho acadêmico, com foco na qualidade e permanência deste
estudante. O acompanhamento e apoio técnico a alunos e servidores com
deficiência é realizado no INCLUIR por meio de atividades especializadas, que
buscam dar condições de acesso e igualdade ao processo de ensino-
aprendizagem e ao desempenho profissional, respectivamente. Com vistas à
promoção da autonomia das pessoas nessa condição, foram disponibilizados
serviços de ledor e escrevente, produção de materiais didáticos em Braille,
ampliados e táteis, guia vidente, acompanhamento em sala de aula e estudos
extraclasse, tradução e interpretação de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS),
acesso a softwares ledores, ampliadores de tela, lupas eletrônicas, linha
Braille, scanner e fusora. Em relação à produção de materiais adaptados
apresentamos alguns números:
ADAPTAÇÃO DE MATERIAIS - 2019
DEMANDANTEdocumentos
em fonte ampliada
documentos braille
documentos digitais
1 Discente baixa visão 21 2 Discente baixa visão 203 Discente cego
graduação 3
4 Discente cega pós-graduação
1
5 Discente baixa visão 26 6 Servidora baixa visão 15 7 Discente baixa visão 14 8 Docente FACED 1 9 Docente Design 2 10
CLN 3 3
11
Discente Pedagogia 7
12
LEOA -Leituras Obrigatórias e Acessíveis
15
13
Museu da UFRGS 1 1
14
Evento Fabico 1 1
15
PROGESP 2 2
Total 83 17 39
Estas demandas tendem a aumentar em 2020, já que o quantitativo de
discentes ingressantes com deficiência tem se potencializado com a reserva de
vagas no vestibular e SISU, assim como nos concursos públicos para
servidores técnicos e docentes.
Para que os serviços de acessibilidade aconteçam de forma eficaz,
contamos com uma equipe de 12 bolsistas de acessibilidade atuando no
acompanhamento aos discentes e servidores com deficiência e adaptação de
materiais, além de outro grupo de 05 bolsistas de produção de conteúdo,
responsáveis pelo site, redes sociais e identidade visual. Os
acompanhamentos dos bolsistas de acessibilidade são diários e
relacionados à deslocamentos nos campi de pessoas cadeirantes, cegas ou
mesmo com mobilidade reduzida, que por motivo de falta de acessibilidade nos
ambientes acadêmicos, não conseguem se locomover de forma autônoma,
assim como acompanhamentos em sala de aula, em função de alguma
condição do discente que não permita sua interação com as atividades de
ensino sem apoio. Foi elaborado pelos bolsistas de produção de conteúdo cartaz sobre a temática do CAPACITISMO, que é o preconceito em relação às
pessoas com deficiência, buscando alertar sobre atitudes capacitistas que por
vezes nos interpelam, sem que se tenha consciência do que tais atitudes
significam para os atingidos. Este material está sendo distribuído pelos campi,
buscando dar visibilidade à temática. Na seção 4.2.4 Objetivos Estratégicos e Metas do PDI 2016-2026, dos Objetivos Acadêmicos e Pedagógicos/De Práticas de Aprendizagem encontra-se as seguintes proposições: 1.
Incentivar adoção de novas estratégias, práticas, tecnologias e espaços de
aprendizagem e de ensino 2. Incentivar atividades formativas discentes com
base em experiências aplicadas. As experiências dos bolsistas na interface de
seus cursos com a área da acessibilidade e educação especial proporciona
uma experiência diferenciada, que reverbera na formação de cada estudante
que passa pelo setor, pois acrescenta esse campo de estudos ao seu percurso
acadêmico, pouco ofertado nos currículos dos cursos. Não raro, bolsistas que
estiveram no Incluir constroem seu trabalho de conclusão com referências à
acessibilidade, inclusive alguns dão continuidade aos seus estudos na
pesquisa, com a mesma abordagem. Inferimos que dessa forma contribuímos
com as atividades de ensino, sendo um espaço de formação.
Ainda em conformidade ao item Objetivos de Impacto Social/De Inclusão do PDI 2016-2026, 1. Desenvolver ações para assistência,
permanência e conclusão, acolhimento e integração, compatíveis com a
expansão do corpo discente da Universidade, os serviços de tradução e
interpretação de língua de sinais, no seu papel de fazer a intermediação
linguística entre surdos e ouvintes, no par Português/Libras, proporciona
acesso aos discentes e servidores surdos às atividades de ensino e
aprendizagem, além de trabalhar com a acessibilidade em materiais de estudo
e institucionais, nas diferentes mídias. Entre as atividades desenvolvidas por
esse grupo de profissionais estão tarefas tais como, interpretar as disciplinas
onde discentes surdos estão matriculados, tanto na graduação como na pós-
graduação ou, interpretar a disciplina de LIBRAS para os discentes ouvintes,
quando o docente é surdo; fazer a adaptação de materiais didáticos, com
janela de interpretação em LIBRAS, além de outros materiais como vídeos
institucionais de diferentes setores, participação em grupos de pesquisa sobre
acessibilidade nas mídias, tradução de editais conforme determina a LBI (art.
30), interpretação de concursos, defesas de teses e dissertações, perícias,
capacitações, eventos institucionais, ações de extensão com o envolvimento da
comunidade surda externa à Universidade, saídas de campo com discentes
surdos, adaptação dos textos escritos pelos surdos (usuários da língua
portuguesa escrita como segunda língua), para o português formal, enfim, uma
gama de demandas diferenciadas com o objetivo de disponibilizar
acessibilidade aos usuários deste serviço, tanto surdos quanto ouvintes e,
dessa forma, qualificar sua permanência na Universidade. Salienta-se que as
ações de acessibilidade comunicacional não se restringem às atividades de
ensino, mas a todos os materiais institucionais e espaços acadêmicos. Não se
pode correr o risco de “aprisionar” o discente surdo ao seu curso, sem que ele
tenha acesso às outras atividades acadêmicas que compõem a vida nos campi,
por exemplo, atividades de extensão e culturais, entre outras. Em 2019 teve-se
aumento significativo das demandas de tradução para Libras de materiais
audiovisuais e uma diminuição no número de horas de interpretação em sala
de aula, pois alguns alunos de programas de pós-graduação encerraram suas
pesquisas.
Ainda este ano, a equipe de tradutores e interpretes de Libras teve um
aumento de servidores, especificamente 2 vagas de concurso e 2 vagas de
processo seletivo com a duração de 2 anos, o que possibilita a diversificação
do trabalho de produção de material acessível em Libras. Entretanto, 3 vagas
originárias do curso de Letras/Libras, do Instituto de Letras, foram solicitadas
pela unidade de ensino, portanto, três servidores deixaram de compartilhar as
demandas gerais da Universidade e passaram a se dedicar exclusivamente ao
curso mencionado gerando demandas reprimidas em outras unidades. No
quadro abaixo, dados sobre a evolução do serviço de tradução e interpretação
em LIBRAS na UFRGS:
Ainda quanto ao item 4.2.4. Objetivos Estratégicos e Metas, dos Objetivos Organizacionais/De Pessoas, 2. Aperfeiçoar a política de
qualificação e capacitação permanentes dos servidores, contemplando a
formação em todos os níveis, a equipe de tradutores intérpretes de Libras
realizou formação em serviço abordando questões relacionadas ao seu fazer,
além de ter discutido e reelaborado as diretrizes de atendimento da equipe de
Tradutores e Intérpretes de Libras/Português, ambas ações em consonância
com o PDI 2016-2016. A equipe Interdisciplinar participou de capacitações
externas, como por exemplo, a XII Edição do Curso: Atendimento
Multiprofissional à Pessoa com Deficiência e Altas Habilidades e Pessoas com
Deficiência no Trabalho: Possibilidades e Desafios, ambas ofertadas pela
FADERS. Ademais, as capacitações ofertadas pelo INCLUIR também foram
importantes para a qualificação dessa equipe.
As exemplificações de ações realizadas ou em curso não esgotam as
diversas dimensões em que a acessibilidade se faz necessária como garantia
de direitos sociais das pessoas com deficiência. Ao contrário, visam
demonstrar a pertinência para que as temáticas de inclusão e acessibilidade se
configurem como política institucional, de forma regulamentada e amplamente
desenvolvida com os diversos órgãos da universidade e com as próprias
pessoas com deficiência da UFRGS. Certamente há de se considerar as boas
práticas na administração pública federal e, considerando a natureza cultural
dos processos de mudanças institucionais, ressalta-se a importância de
medidas que deem consistência e suporte à permanência de estudantes e
servidores com deficiência, especialmente diante da barreira atitudinal, que
comumente se faz primeira na implementação e enfretamento das demais
barreiras de acessibilidade. Ademais, o PDI 2016-2026 em seus Objetivos de Impacto social/De Inclusão, propõe: 3. Definir uma política institucional de
inclusão que contemple minorias historicamente excluídas, acompanhado pelo
Plano de Gestão 2016-2010, também nos Objetivos de Impacto Social, 3.3
Promover todas as formas de inclusão, apontam para a construção de uma
cultura de inclusão e acessibilidade, indicadores aos quais o INCLUIR se alinha
em seu fazer cotidiano.
A divulgação dos serviços de acessibilidade está disponível na Web
Page do INCLUIR (www.ufrgs.br/incluir). No site é possível encontrar
informações sobre as ações de acessibilidade realizadas para a comunidade
universitária, além de outros tópicos, tais como: atribuições do setor, histórico
dos serviços de acessibilidade na UFRGS, quais os serviços ofertados, como
solicitar atendimento, legislações pertinentes, composição da equipe, formas
de contato e notícias, além do link para cadastro de pessoas com deficiência
visual no LEOA – Leituras Obrigatórias e Acessíveis. As páginas no Facebook
e Instagram divulgam esse trabalho, além de outras informações relacionadas
à área de atuação do setor.
Objetivos PDI que se relacionam com a ação
Itens/Aspectos/Quesitos Dimensão Potencialidades Fragilidades Ações e estratégias na busca de melhorias
3) Objetivo de impacto social
- Ampliar a oferta de ações de formação continuada e Aperfeiçoar a política de qualificação e capacitação permanentes dos servidores, contemplando a formação em todos os níveis.
3 – Responsabilidade Social
- Continuidade na oferta de capacitações e ações de extensão, para servidores e discentes, que abordem a temática da inclusão e acessibilidade, e auxiliam na eliminação das diversas barreiras existentes, principalmente a barreira atitudinal;
- Barreiras atitudinais que perduram;
- Continuidade na execução das capacitações e ações de extensão sobre a temática da inclusão e acessibilidade;
- Parceria com Instituições externas representativas das pessoas com deficiência, em articulação com o fazer da Universidade, com vistas a qualificação do nosso atendimento.
3) Objetivo de impacto social
Possibilitar a criação de uma estrutura institucional que garanta a efetividade das ações afirmativas e reforçar o monitoramento dos resultados das mesmas, sejam aquelas relacionadas à permanência ou aquelas voltadas à assistência estudantil e ao atendimento às pessoas portadoras de necessidades especiais.
3 – Responsabilidade Social
- Garantia de direitos das pessoas com deficiência;
- Pluralidade e protagonismo de grupos historicamente excluídos;
- Realizar reuniões ampliadas com as COMGRADs dos cursos onde há discentes com deficiência, para avaliar os processos inclusivos que aconteceram nas unidades, suas fragilidades e potencialidades, proporcionando a troca de experiências.
- Ao ampliar o atendimento às pessoas com deficiência, a instituição precisa de adequações estruturais, tanto arquitetônicas, quanto pedagógicas e atitudinais.
- Adesão das COMGRADs ao chamamento das reuniões.
- Realização de ações com setores da Universidade, com a temática da inclusão e acessibilidade.
- Verificou-se a necessidade de reforçar a articulação com unidades acadêmicas e administrativas por ser tratar de uma temática transversal que permeia todos os espaços da Universidade, processo esse que aconteceu a partir da utilização do formulário Solicitação de Serviços, Recursos e equipamentos de Inclusão e Acessibilidade. Com a aplicação do formulário o fluxo de atendimento ao discente com deficiência passou a ser com centralidade nas COMGRADs, onde o aluno fará seu percurso acadêmico.
- Destacar a importância de compartilhar experiências que foram positivas em relação à inclusão de pessoas com deficiência, e realizar a análise dos percalços possíveis neste percurso.
3) Objetivo de impacto social
Fortalecimento de ações de acessibilidade, inclusão social, pedagógica e laboral, além de promover ações inclusivas acadêmicas, culturais, esportivas e artísticas.
3 – Responsabilidade Social
- Participar de diferentes ações, que tratam sobre a temática acessibilidade, lançando mão da estratégia de divulgação do trabalho do setor, dando visibilidade às pessoas com deficiência, para que cada vez mais a instituição e todos os seus atores possam tomar conhecimento das ações de inclusão, buscando contribuir para a construção de uma cultura de acessibilidade;
- Quantitativo de servidores no setor, frente à crescente demanda;
- Barreiras atitudinais que perduram;
- Articulação com a PROGESP no sentido de comprovação da necessidade de mais vagas para o setor, a partir da quantificação dos nossos atendimentos e demandas;
- Reforçar a articulação com unidades acadêmicas e administrativas;
- Continuidade na execução das capacitações e ações de extensão;
- Participação nas diferentes instâncias, eventos e atividades de ensino na Universidade buscando a representatividade do setor e, em consequência, trazendo para a pauta as temáticas da inclusão e acessibilidade.
3) Objetivo de impacto social
Comprometimento com a inclusão, sendo uma das diretrizes a ampliação do acompanhamento discente, além do monitoramento de seu desempenho acadêmico, com foco na qualidade e permanência deste estudante.
3 – Responsabilidade Social
- O acompanhamento e apoio técnico a alunos e servidores com deficiência é realizado por meio de atividades especializadas, que buscam dar condições de acesso e igualdade ao ensino-aprendizagem e ao desempenho profissional, respectivamente;
- Promoção da autonomia das pessoas com
- Quantitativo de servidores frente à crescente demanda;
- Dificuldade de recursos necessários à ampliação na oferta de serviços de acessibilidade, frente ao aumento de demandas em função da reserva de vagas para as pessoas com deficiência;
- Reforçar a articulação com unidades acadêmicas e administrativas onde houver discentes ou servidores com deficiência, no sentido de institucionalizar serviços e recursos de acessibilidade, não ficando apenas sob a responsabilidade do setor;
deficiência com a disponibilização dos diferentes serviços oferecidos pelo setor, além de sua ampliação.