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E-mail Compartilhamento de infra-estrutura poste, Plano Geral de Metas para a Universalização, Plano de Ocupação da Infra-Estrutura, Privatização do Sistema Telebrás. Este trabalho procura mostrar o que ocorreu após a privatização do Sistema Telebrás em relação ao compartilhamento de infra-estrutura postes das concessionárias de energia elétrica, assim como o que originou nessa infra-estrutura o Plano Geral de Metas para a Universalização das telecomunicações criado pelo Governo Federal e fiscalizado pela ANATEL. Com o governo Fernando Henrique Cardoso, veio a Emenda Constitucional Nº 8, de 15/08/1995, que terminou com a exclusividade da concessão para exploração dos serviços públicos a empresas sob o controle acionário estatal. Com a Lei de Concessões - Lei 8.987/95, iniciou-se as privatizações nos setores de infra- estrutura, pois estabeleceu as condições para que a iniciativa privada entrasse nesse novo negocio. Com a privatização do Sistema Telebrás e a regulamentação institucional do setor através da Lei Geral das Telecomunicações, além do aparecimento de grandes empresas com capacidade de gerar recursos próprios a fim de investir em todas as regiões do país, fez com que o governo federal estabelecesse em todos os contratos de concessões das concessionárias de telefonia fixa, obrigações para a expansão do sistema telefônico no país a partir do Plano Geral de Metas para a Universalização. O Plano estabelece as obrigações das concessionárias de telefonia fixa para a expansão da oferta de acessos individuais em serviço e de telefones públicos. A privatização do sistema Telebrás teve início em julho de 1998, e ocorreu nesse sistema uma divisão em 12 novas holdings, sendo três de telefonia fixa, oito de telefonia móvel e uma de longa distância. Após a criação das holdings, o Governo Federal no intuito de evitar o abuso do poder de mercado, além de possibilitar ao Estado as condições de monitorar e organizar esse processo dentro do que ficou estabelecido na Lei Geral das Telecomunicações, criou um órgão regulador, ANATEL - Agência Nacional de Telecomunicações. Voltando-se ao setor elétrico, a sua estrutura não era diferente das telecomunicações, pois os serviços públicos tinham a sua estrutura caracterizada pelo monopólio estatal. Com as privatizações, quebrou-se o monopólio para que a competição pudesse ser desenvolvida com a entrada de novas empresas, além da criação do PIE - Produtor Independente de Energia, dos consórcios de auto produtores e da MAE - Mercado Atacadista de Energia. O que se viu no setor de energia, foi o surgimento de uma regulamentação que não definiu claramente as metas a serem atingidas, e apenas determinou que deveriam ser de universalização como as de telecomunicações. Essa regulamentação surgiu após o processo de privatização do setor elétrico que iniciou-se em 1995, pois a sua agência reguladora, a ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica, somente foi criada em 1996. Com essa diferença de tempo entre o início do processo de privatização e a criação da ANEEL, gerou resultados regulatórios diferentes comparando-se os dois setores no que se refere as metas de expansão e oferta de serviços. As concessionárias de energia não absorveram esse Plano de Metas das telecomunicações, pois as mesmas não estavam preparadas para a grande demanda de solicitações de uso de postes, assim como, a sua rede que outrora foi projetada para atender os serviços de energia elétrica, e de no máximo, o compartilhamento com uma empresa de telefonia fixa do Estado, não tinha sido preparada para todos esses esforços mecânicos dos cabos e cordoalhas das redes das empresas de telecomunicações. Quando a expansão da rede de telecomunicações já estava em andamento, foi solicitado pela ANEEL às concessionárias de energia, um Plano de Ocupação de Infra-Estrutura e quando iniciou-se a sua elaboração, já estava ocorrendo em todo o país o uso dos postes pelas concessionárias de telecomunicações, causando em vários locais, sérios transtornos a infra-estrutura elétrica. Na comparação dos dois modelos de reestruturação, observa-se uma maior eficiência no Setor de Telefonia Fixa, pois possuem metas anuais e sanções para o não cumprimento destas, mas não foi levado em conta que a infra-estrutura a ser utilizada pertence a um outro sistema, o elétrico, e esse sistema não estava preparado para comportar o Plano de Metas das Telecomunicações, e também devido atraso na sua criação, não foi preparado pela ANEEL para o volume excessivo de solicitações de uso de postes. Passados seis anos do processo de privatização, as concessionárias de telefonia fixa realizaram consideráveis investimentos para atender e antecipar as metas de universalização e de acordo com a ANATEL, as metas para 2003 já foram antecipadas por duas holdings (Telefônica e a Telemar) e que poderão atuar em outras áreas de concessão.

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E-mail R S T U�V W X T Y�Z![ T Y*\ W ] [ T U

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poste, Plano Geral de Metas para a Universalização,Plano de Ocupação da Infra-Estrutura, Privatização doSistema Telebrás.i�g c j k�l h

Este trabalho procura mostrar o que ocorreuapós a privatização do Sistema Telebrás em relação aocompartilhamento de infra-estrutura postes dasconcessionárias de energia elétrica, assim como o queoriginou nessa infra-estrutura o Plano Geral de Metaspara a Universalização das telecomunicações criado peloGoverno Federal e fiscalizado pela ANATEL.

m n o p�q�r�s�t�u�v�w�sCom o governo Fernando Henrique Cardoso, veio aEmenda Constitucional Nº 8, de 15/08/1995, queterminou com a exclusividade da concessão paraexploração dos serviços públicos a empresas sob ocontrole acionário estatal. Com a Lei de Concessões - Lei8.987/95, iniciou-se as privatizações nos setores de infra-estrutura, pois estabeleceu as condições para que ainiciativa privada entrasse nesse novo negocio.Com a privatização do Sistema Telebrás e aregulamentação institucional do setor através da LeiGeral das Telecomunicações, além do aparecimento degrandes empresas com capacidade de gerar recursospróprios a fim de investir em todas as regiões do país, fezcom que o governo federal estabelecesse em todos oscontratos de concessões das concessionárias de telefoniafixa, obrigações para a expansão do sistema telefônico nopaís a partir do Plano Geral de Metas para aUniversalização. O Plano estabelece as obrigações dasconcessionárias de telefonia fixa para a expansão daoferta de acessos individuais em serviço e de telefonespúblicos. A privatização do sistema Telebrás teve inícioem julho de 1998, e ocorreu nesse sistema uma divisãoem 12 novas holdings, sendo três de telefonia fixa, oitode telefonia móvel e uma de longa distância.Após a criação das holdings, o Governo Federal nointuito de evitar o abuso do poder de mercado, além depossibilitar ao Estado as condições de monitorar eorganizar esse processo dentro do que ficou estabelecidona Lei Geral das Telecomunicações, criou um órgãoregulador, ANATEL - Agência Nacional deTelecomunicações.Voltando-se ao setor elétrico, a sua estrutura não eradiferente das telecomunicações, pois os serviços públicostinham a sua estrutura caracterizada pelo monopólioestatal. Com as privatizações, quebrou-se o monopóliopara que a competição pudesse ser desenvolvida com aentrada de novas empresas, além da criação do PIE -

Produtor Independente de Energia, dos consórcios deauto produtores e da MAE - Mercado Atacadista deEnergia.

O que se viu no setor de energia, foi o surgimento de umaregulamentação que não definiu claramente as metas aserem atingidas, e apenas determinou que deveriam ser deuniversalização como as de telecomunicações. Essaregulamentação surgiu após o processo de privatização dosetor elétrico que iniciou-se em 1995, pois a sua agênciareguladora, a ANEEL - Agência Nacional de EnergiaElétrica, somente foi criada em 1996. Com essa diferençade tempo entre o início do processo de privatização e acriação da ANEEL, gerou resultados regulatóriosdiferentes comparando-se os dois setores no que se refereas metas de expansão e oferta de serviços.

As concessionárias de energia não absorveram esse Planode Metas das telecomunicações, pois as mesmas nãoestavam preparadas para a grande demanda desolicitações de uso de postes, assim como, a sua rede queoutrora foi projetada para atender os serviços de energiaelétrica, e de no máximo, o compartilhamento com umaempresa de telefonia fixa do Estado, não tinha sidopreparada para todos esses esforços mecânicos dos cabose cordoalhas das redes das empresas detelecomunicações.

Quando a expansão da rede de telecomunicações jáestava em andamento, foi solicitado pela ANEEL àsconcessionárias de energia, um Plano de Ocupação deInfra-Estrutura e quando iniciou-se a sua elaboração, jáestava ocorrendo em todo o país o uso dos postes pelasconcessionárias de telecomunicações, causando em várioslocais, sérios transtornos a infra-estrutura elétrica.

Na comparação dos dois modelos de reestruturação,observa-se uma maior eficiência no Setor de TelefoniaFixa, pois possuem metas anuais e sanções para o nãocumprimento destas, mas não foi levado em conta que ainfra-estrutura a ser utilizada pertence a um outro sistema,o elétrico, e esse sistema não estava preparado paracomportar o Plano de Metas das Telecomunicações, etambém devido atraso na sua criação, não foi preparadopela ANEEL para o volume excessivo de solicitações deuso de postes.

Passados seis anos do processo de privatização, asconcessionárias de telefonia fixa realizaram consideráveisinvestimentos para atender e antecipar as metas deuniversalização e de acordo com a ANATEL, as metaspara 2003 já foram antecipadas por duas holdings(Telefônica e a Telemar) e que poderão atuar em outrasáreas de concessão.

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Agora como ficou ou está ficando a redes de energiaelétrica em função dessas metas, e esse compartilhamentotem trazido benefícios as concessionária de energia? Hojeos usuários de postes estão obedecendo as normas e oPlano de Ocupação da Infra-Estrutura das concessionáriasde energia? Nesse trabalho, procurarei apresentar comoestá hoje as nossas redes de distribuição depois de seisanos tentando preservar a infra-estrutura poste, além deprocurar levar a conscientização de uma maior união detodas as concessionárias de energia para a solução desseproblema, já que essa Meta de Universalização vai até2005, e precisamos ter um Plano de Ocupação queprocure preservar as nossas redes de distribuição e queseja homologado na ANEEL, dando com isso, mais forçaas concessionárias de energia nos contratos com asempresas de telecomunicações e na homologação junto aANATEL.

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O controle do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC)brasileiro depois de julho de 1998, passou por umprocesso de privatização. Esse mercado foi definido peloPlano Geral de Outorga em relação às áreas geográficas,números de prestadoras em cada área e as modalidades deserviço. O STFC é o serviço de telecomunicações que pormeio de transmissão de voz e de dados, faz àcomunicação entre pontos fixos determinados, utilizandoo sistema de telefonia. Esse tipo de serviço pode ser local,de longa distância nacional ou internacional.Com a privatização, a estrutura da telefonia fixa ficoudividida em três regiões, de onde surgiu resultantes daprivatização do Sistema Telebrás, três holdings: Telemar,Brasil Telecom e a Telefônica. Essas empresas receberamconcessões para prestação de serviço público de telefoniafixa local e de longa distância dentro de sua área deconcessão. Nos contratos de concessão, além das metasde universalização, continuidade e qualidade dosserviços, está contido a obrigação que essas empresas temde garantir interconexão às suas redes a qualquer outraprestadora de serviços, mediante o pagamento de tarifasajustadas. Os holdings de telefonia fixa, são formados porvárias concessionárias locais (antigas empresas estaduaisprovenientes do antigo Sistema Telebrás), e queoperavam de maneira independente e tecnologias maisbaratas de acordo com critérios de cada empresa, nãotendo havido no passado a preocupação com oinvestimento de novas tecnologias. Hoje com a existênciade tantas tecnologias para um mesmo tipo deequipamento, e como não existe uma padronização entrecada holding,, tudo isso está representando dificuldadestanto no que diz respeito a operação e manutenção, comotambém à escala para aquisição e à interligação das redesestaduais. Com a nova regulamentação, as holdingspoderão fazer ligações de longa distância dentro de suaárea de concessão, um fator de competitividade para essasempresas será a interligação das suas várias redesestaduais, pois no passado, cada concessionária localtinha a sua rede isolada das demais, e não era permitido a

realização de ligações de longa distância, pois eraatribuição da Embratel. Hoje as tarifas são controladaspela ANATEL, conforme o mecanismo price-cap, queprevê o repasse de ganhos tarifários ao assinante, pormeio de dedução de percentuais dos seus reajustestarifários.O Plano Geral de Metas para a Universalização - PGMU(Decreto 2.592, de 15/05/98) e o Plano Geral de Metas deQualidade - PGMQ (Resolução ANATEL 30 de29/06/98), instituídos anteriormente à privatização,definem as obrigações das concessionárias em relação aexpansão da oferta de acessos individuais em serviço e deacessos coletivos, telefones de uso público, além doatendimento à demanda de zonas rurais, deficientesfísicos, hospitais e escolas. As metas devem sercumpridas até 31/12/2001 para todas as localidades commais de mil habitantes; até 31/12/2003 em todas aslocalidades com mais de 600 habitantes e até 31/12/2005para todas as localidades com mais de trezentoshabitantes.A telefonia fixa foi dividida em três regiões, a saber:

r�����o w�s o R A Tele Norte-Leste Participações S.A.(atual TELEMAR) foi adquirida por um consórciointeiramente nacional, formado pela Construtora AndradeGutierrez, Inepar (posteriormente vendeu a participaçãoacionária para o Banco Opportunity), MacalInvestimentos, Fiago Participações, Brasil Veículos - Ciade Seguros e a Cia de Seguros Aliança do Brasil. Essaholding é formada por 16 empresas de telecomunicações,é a maior operadora de telefonia fixa do país, porematende um mercado pulverizado e de baixa densidadedemográfica. Tem como empresa espelho a Vesper, cujoprincipal acionista é a Bell Canadá.

r�����o w�sBo o R A Tele Centro Sul Participações S.A.(atual Brasil Telecom) foi adquirida pelo consórcioSolpart Participações S.A. e o grupo que atua nessaholding é encabeçada pela Telecom Itália e o BancoOpportunity, sendo que a Telecom Itália já atua emempresas de telefonia na Argentina, Bolivia, Chile eParaguai. A Brasil Telecom atua em nove Estados, mais oDistrito Federal e abrange um conjunto de dez empresasde telefonia fixa que atuam no Sul e Centro-Oeste. AGVT - Global Village Telecom, é a sua empresa espelho,cujos acionistas são a Global Village (Holanda), a ComTech (EUA) e a RSL (EUA).

r�����o w�s o o o R A Telesp Participações S.A. (atualTelefônica) foi adquirida pelos grupos formados pelaTelefônica S.A., Portugal Telecom (Portelcom Fixa),Banco Bilbao Vizcaya, Iberdrola Investimentos e outros.Atua no mercado avaliado com sendo o mais rentável doSistema Telebrás. Essa holding atua com o nome daTelefônica e atende o Estado de São Paulo. A Vésper é asua empresa espelho, cujos acionistas são a Bell Canadá,WLL, Qualcomm, SLI Wireless e o Grupo Liberman(Argentina).

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As empresas espelho de telefonia fixa no Brasil não estãosujeitas as Metas de Universalização, continuidade,interconexão ou qualidade, tendo simplesmente quecumprir o que se comprometeram em suas propostascontidas nos seus contratos de concessão. As sua tarifassão liberadas e podem utilizar a tecnologia WirelessLocal Loop - WLL, que permite o atendimento doassinante sem o uso de redes cabeadas, acarretandomenor custo de investimento e menor tempo deimplantação. As concessionárias somente poderão utilizaressa tecnologia a partir de 2001, e em cidades com menosde 50 mil habitantes ou naquelas onde a espelho declareque não irá atender.

� n � ���� ��r�o ��p��'o � t�s���s�� ���r�q�o ��� ��� ��p�q�st�� o p��*r���� ��� q�r�u�q�u�r�� �s�� q���'s� � �

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u�p�o ����r�� ����o ����v�w�sCom a regulação do Serviço Telefônico Fixo Comutado(STFC) , as concessionárias de telecomunicações sepreocuparam em garantir o Plano Geral de Metas para aUniversalização, pois tinham se comprometidos atravésdos contratos de concessões, a expansão da oferta deacessos de serviços individuais e de telefones públicos, ecaso não cumprissem as metas anuais, sofreriam sançõesestabelecidas pela Agência Nacional deTelecomunicações - ANATEL. Para piorar a situação douso dos postes da rede de distribuição das concessionáriasde energia no compartilhamento com as concessionáriasde telefonia fixa, na regulação, foi incluso ummecanismo que permitia somente as concessionárias detelefonia fixa que antecipassem as suas metas para o anode 2003, até 31 de dezembro de 2001, o direito deatuarem fora de sua área de concessão, bem como seriapossível a prestação de serviços de telecomunicações emgeral, como telefonia móvel, longa distânciainternacional, DDD, além da comunicação de dados emqualquer região do país. Com esse incentivo, veio acorrida contra o tempo para atingi-las até o final de 2001,não se preocupando se a infra-estrutura postes dasconcessionárias de energia estava adequada para receberum grande volume de solicitações de compartilhamento.Enquanto alguns pedidos passavam pelas detentoras dainfra-estrutura poste para a análise e liberação, grandeparte eram executados pelas contratadas dastelecomunicações sem essa análise técnica, ou seja, nãotinham sido feitos, estudos prévios em campo dosesforços mecânicas, atitude essa que ocasionou grandesdanos as redes de distribuição de energia. Essa situaçãoera no Brasil todo, e os problemas eram geral em todas asconcessionárias de energia.As concessionárias de telecomunicações estavammotivadas pela necessidade de antecipar as metas daANATEL, e expandiram suas redes em cima de umainfra-estrutura que outrora foi projetada para suportarsomente as redes elétricas e no máximo uma empresa detelecomunicação, como era no passado, e não foi dadotempo de se preparassem para adequar a sua rede asmetas das telecomunicações, assim como haveria um

custo de adequação e deveria ser pago pelas empresas detelefonia.As concessionárias de Telecomunicações, com ocrescente aumento do número de acessos sem o aumentoproporcional da infra-estrutura da rede externa, assimcomo, o atendimento da enorme demanda reprimida antesdas empresas espelhos, foi utilizando em alguns lugares,procedimentos de engenharia, alguns bastantes arrojadosse comparados com os em uso até então, para daratendimento a essas solicitações. Procederam de seguintemaneira:- Aumentaram-se as taxas de ocupação dos pares das

redes primária e secundária, subindo de pouco maisdo que 60 % e 80 % herdados do antigo SistemaTelebrás, para algo muito próximo de 100 %. Issofez com que se perdesse a reserva técnica, além dediminuir significativamente a flexibilidade da plantapara realizar manobras de pares destinados aoatendimento de mudanças de endereço e solicitaçõesde reparo nos prazos estabelecidos pela ANATEL.Toda esse estado de coisas fez com que os usuáriosprocurando seus direitos, entrassem com ações nosórgãos de proteção ao consumidor, pois os seuspedidos não eram atendidos nos prazosestabelecidos.

- Devido a essas ações no Procon, as empresas detelefonia fixa utilizam em larga escala e em caráterquase permanente, os chamados Multiplicadores deLinha de Assinante - MLA (ou UTA - UnidadeTerminal de Assinante), que compartilha uma mesmalinha telefônica em 4:1, 8:1 e até 11:1. Sua aplicaçãoé recomendada em situações temporárias, pois limitaa qualidade do acesso, introduz ruído na linha,impede serviços de fax, reduz a velocidade dainternet via rede comutada, além de prejudicar areceita das operadoras. Para retirada dessesequipamentos nos postes, é necessário a elaboração eexecução de projetos de alívios dos armários dedistribuição. O MLA é um equipamento instaladoentre a central telefônica e o assinante do ServiçoTelefônico Fixo Comutado - STFC, que através datécnica de modulação de sinais, consegue utilizar omesmo meio física de transmissão (no caso o fiodrops - par telefônico) para atendimento à 4, 8 e 11usuários simultaneamente. Também vemos que ainstalação desse equipamento provoca adiscriminação dos usuários de telefonia fixa que seencontram ligados nessas condições em relação aosdemais no que se refere a qualidade da linha. Com oaumento da quantidade de novos acessos sem oacompanhamento do adequado incremento dearmários de distribuição, bem como das caixas deemenda, provocou um aumento do comprimentomédio do fio drops, seguido de significativo aumentodo número de defeitos nessa unidade de planta. Asestatísticas indicam um incremento da ordem de até40 % em algumas operadoras. Hoje já existe emdiversos locais em decorrência dessa situação,extensões de fio drops que chegam a atingir 500metros, e no caso de um defeito nos pares, é mais

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fácil no campo o instalador lançar um novo fio drops(par) do que procurar o defeito, com isso, aumentano vão mais um par desse fio instalado. Osinstaladores de linha telefônica não são em suamaioria técnicos, pois são oriundos de outrasprofissões mas devido a falta de emprego, e tambémpor alguns benefícios concedidos, tais como o kmpaga do carro e o combustível, entram nesse novoramo através de um rápido curso de instalação detelefone. No curso são conscientizados de quequando recebem o pedido para a instalaçãotelefônica, ele deve ser atendido, pois muitos já seencontram com o seu prazo instalação esgotado eprecisam ser ligados imediatamente. Daí que vemosos instaladores de telefone executando grandesextensões de fios drops. Outra situação verificada,comprovando realmente que os instaladores detelefonia estão lá para atender imediatamente aospedidos de ligação, é a colocação de mais de umMLA por postes, ou seja, em muitos postes foraminstalados até nove aparelhos , gerando com isso, umexcesso de fios drops por vão.

Princípio de funcionamento do MLA:- Pode-se fazer uma analogia entre a técnica de

modulação e o princípio utilizado para projeção defilmes nos cinemas. Como a percepção visualhumana tem limites, haja visto que uma seqüência defotografias sendo projetadas em um determinadointervalo de tempo, cria a ilusão de movimento, aaudição humana também tem suas limitações e podeser enganada por uma técnica similar;

- Os sinais sonoros (mecânicos) são transformados emsinais elétricos que por sua vez são captados(amostrados) e tratados (modulados). Se estaamostragem respeita o Teorema de Nyquist, épossível após ser transmitido, reorganizar o sinalelétrico, convertê-lo novamente em sinal sonoro deforma intelegível, sem que o ouvido humano percebaestas "micro-interferências". O sinal deixa de sercontínuo e torna-se discreto;

- O sistema de codificação e decodificação permiteque vários sinais sejam combinados no meio detransmissão, sem que a informação de cada um delesseja misturada.

Desvantagens do MLA:- Não permite acesso a internet em velocidades acima

de 9.600 bps (baixíssima para os padrões atuais);- Não suporta serviços de identificador de chamadas;- Pode não suportar a acesso a Telesalto (somente

aparelhos com opção MF-Multifreqüêncial);- Pode não suportar uso de fax;- Trabalha com tensão elevada (PCM-4: 190 volts) o

que compromete a vida útil do cabo;- Causa interferência nos pares adjacentes do cabo;- Aumenta a poluição visual causada pelo excesso de

fios drops, além da sobrecarga de esforços queexerce nos postes.

O número de fios drops cresceu de maneira desregradaem vários pontos da rede de telecomunicações em todo o

Brasil, colocando em situação de riscos de acidentes detrabalho, todos os envolvidos em tarefas junto aos postes.Aconteceram vários acidentes devido a esse excesso defios, pois a situação mais corriqueira è quando a carga deum caminhão enrosca nesses fios e quebrar o poste deentrada do consumidor de energia. Somando-se a tudoisso também estão os instaladores de telefone, quetrabalham com carro próprio, muitos em situação precáriae sem utilizar os equipamentos de segurança, EPI's eEPC's nas tarefas junto aos postes.Veremos a seguir duas situações, sendo que em umaexiste um planejamento da rede telefônica sem o uso doMLA e em outra, o seu uso mostrando umadesorganização na rede.

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Nessa situação, vemos um planejamento na redetelefônica, com a derivação saindo de um poste próximodo assinante, sem precisar praticamente da instalação deextensões de fios drops. Desta maneira, o que estácontido nos contratos de uso mútuo e nas normas decompartilhamento de estrutura pode ser cumprido, poiscontempla no máximo dez fios drops por vão.

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Está situação é a que estamos nos deparando nos diasatuais, com um emaranhado de fios circulando pelasredes de distribuição de energia, causando uma sensaçãode poluição e total falta de planejamento por parte dasconcessionárias de telefonia fixaEsse acumulo de fios drops nos postes da rede elétrica(nos contratos assinados estipula no máximo 10 pares porvão), ocasionou sérios problemas as concessionárias deenergia quanto a acidentes e a manutenção eacompanhamentos aos desligamentos programados eemergenciais, ficando a fixação desses fios drops porconta da empreiteira da concessionária de energia.Outro aspecto a ser considerado é o da segurança dessesinstaladores, pois muitas vezes o prazo da ligação terminano dia em que está chovendo muito e a ligação do usuárioprecisa ser realizada sob pena de multa para aconcessionária de telefonia, sendo que essa multa érepassada para a contratada e essa penaliza o instaladorpela não ligação. Também tem a situação da superposiçãode fios nos postes e que está exigindo que os exíguos einsuficiente espaço de compartilhamento definidos pelaconcessionária de energia sejam utilizados "in extremis",pelos artífices, pressionados por seus patrões. .Muitasvezes sem espaço para a instalação, eles avançam para otopo dos postes, atuando até mesmo no espaçoenergizado, colocando-se em eminente risco de acidentede trabalho. Igualmente, os usuários e seus bens tornam-se cada vez mais sujeitos a descargas elétricastransmitidas pela rede telefônica, originadas em pontosonde as distâncias mínimas entre elas não são observadas.Veremos a seguir algumas fotos, com situações críticasde compartilhamento de postes da rede de distribuiçãoelétrica com as concessionárias de telefonia fixa:

Aqui vemos uma grande quantidade de fios drops fixadosfora do local destinado ao compartilhamento no poste,alguns deles muito próximos da rede elétrica. O postenessa condição, está sofrendo esforços mecânicos devidoao peso do conjunto de fios que poderão tirá-lo do prumo,rebaixando os cabos da rede secundária e colocando-a emrisco de acidentes, devido a falta de altura mínima doscabos em relação ao solo.

Vemos nessa foto uma total falta de planejamento quantoao compartilhamento de estrutura, e também uma provade que os instaladores não possuem nenhum curso deformação para instalação de linhas telefônicas , e nãoseguiram uma norma técnica de montagem. Nota-setambém que as ligações foram feitas sem critério técnicoe dificultaram a própria empresa numa situação demanutenção.

Nas duas fotos acima , além dos esforços mecânicos temo problema da manutenção preventiva ou emergencial,aumentando o tempo de desligamento da rede numa trocade poste. O risco de acidente é eminente nessa situação,pois os fios drops estão próximos da BT, dificultando acolocação da escada para a operação da chave fusível nocaso da estrutura com transformador.

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Aqui vemos uma mistura de cabos, Terminais de Acessode rede - alguns TAR’s, MLA’s e cabos de TV a Cabo,isolando o poste e com certeza dificultando a suamanutenção ou substituição pela concessionária deenergia elétrica.

Nesse poste encontramos até 12 MLA, cada um podendooriginar de quatro até oito fios drop, o que daria de 48até 96 fios drops saindo do poste .

Esse tema foi explorado e denunciado pela imprensa e noParaná, foi aberto uma CPI da telefonia onde osvereadores de Curitiba e o Procon do Paraná,classificaram como gravíssimas as irregularidadesencontradas nos postes devido as instalações das redestelefônicas da concessionária de telefonia local.

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2,5

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0

Jan/

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Abr/0

2

SOL REPARO META

No gráfico acima vemos a taxa de solicitações de reparosapós a instalação do MLA, e tal informação encontra-sedisponível no site da ANATEL.Vemos como necessárias as seguintes ações em relação aesse estado de coisa:- Restabelecer os padrões de "Qualidade" e

"Confiabilidade" da rede.- Aprimorar o modelo de uso do fio drops, colocando

nos Manuais Técnicos de Compartilhamento deEstruturas o comprimento médio de 60 metros.

- Fazer com que a norma da antiga Telebrás se adapteao Manual Técnico de Compartilhamento dasconcessionárias de energia elétrica, procurandoharmonizar o uso dos postes.

� n s ����p�s t�� s �'u� ���v�w�s t�� o p��*r������� q�r�u�q�u�r�� �s�� q�� t�� ���s�p������ � o s�p���r�o � � t�� ��p���r���o �����'q�r�o ��

O compartilhamento de infra-estrutura poste entre asconcessionárias de energia elétrica e de telecomunicaçõesfez com que as suas agências reguladoras (ANEEL eANATEL) juntamente com a agência reguladora dopetróleo - ANP, criassem uma resolução conjunta de nº001, aprovada no dia 24 de novembro de 1999, na qualfixa as diretrizes para o compartilhamento de infra-estrutura entre esses setores.Nesta resolução consta que o compartilhamento deveatender a parâmetros de qualidade, segurança e proteçãoao meio ambiente, coisa que não está acontecendoconforme já vimos nesse trabalho. Devido ao Art. 34ºdessa resolução, as Detentores de infra-estrutura terão deapresentar para a homologação na agencia reguladora(ANEEL), um Plano de Ocupação de suas infra-estruturas, diretamente vinculado ao objeto das outorgasexpedidas pelo poder Concedente. Esse plano tem porobjetivo a definição, pela Detentora, da capacidadeexcedente da sua infra-estrutura para compartilhamento

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com prestadoras de serviço de telecomunicações deinteresse coletivo, bem como orientar e estabelecercritérios para a sua correta ocupação.As concessionárias de energia foram bem claras emdefinir que a sua infra-estrutura poste foi projetada paraatender os serviços de energia elétrica, não sendoconsiderados, à época dos projetos, esforços mecânicospara atender os serviços de telefonia fixa. Além do que,essas solicitações não deveriam afetar a segurança, aqualidade e a confiabilidade dos serviços públicos deenergia elétrica, objeto principal da concessãoestabelecida pela ANEEL.Por solicitação da Associação Brasileira de Distribuidoresde Energia Elétrica - ABRADEE, algumasconcessionárias se reuniram num grupo de trabalho eelaboraram uma proposta de minuta de resolução, sobreas condições gerais de compartilhamento de infra-estrutura das concessionárias de energia elétrica comterceiros. Após várias reuniões apresentaram o trabalhofinal a ABRADEE, que posteriormente reuniu-se comrepresentantes da ABCE e APTEL no dia 10 de maio de2002 e juntando as idéias, elaboraram um texto final eentregaram no dia 15 do mesmo mês de uma formaformal a ANEEL. Nessa minuta vários assuntos deimportância no compartilhamento foram colocados, nosentido de fazer com que a ANEEL discipline ascondições de compartilhamento da infra-estrutura,fazendo-se cumprir o que for estabelecido no Plano deOcupação. Com relação ao compartilhamento da infra-estrutura poste, ficou estabelecido nesta minuta que:

- não podem comprometer os parâmetros de qualidade,segurança e proteção ao meio ambiente,estabelecidos pela legislação vigente, assim como asobrigações associadas às concessões, permissões ouautorizações, como expresso nos contratos deconcessão.

- devem ser negados nos casos de limitações nacapacidade, segurança, confiabilidade ou porviolações às normas técnicas aplicáveis, comotambém nas novas solicitações de ocupações, se osolicitante estiver inadimplente em relação àscondições estabelecidas no Plano de Ocupação deInfra-estrutura.

- devem ser aplicados as multas e sanções quando ocompartilhamento da infra-estrutura poste forutilizada inadequadamente, conforme o que ficarestabelecido no Plano de Ocupação e no Contrato deCompartilhamento de Infra-estrutura

A partir da aprovação dessa resolução pela ANEEL, asconcessionárias terão de adequar o seu Plano deOcupação conforme essa resolução e dar entrada naANEEL para sua homologação. Após protocolado, aANEEL terá um prazo de 30 dias para se pronunciar.Passado esse prazo, o Plano de Ocupação seráconsiderado homologado.

� n p�� ����� � o t���t�� t�� ���t�r�s�p�o ����v�w�s t�s� o � q���� � t�� q����� ��s���u�p�o ���v�� ��� p�s�� �s�� q�����t�� ��p���r���o � �����q�r�o ��

Quanto iniciou o compartilhamento da infra-estruturaposte com as concessionárias de telecomunicações, asconcessionárias de energia elétrica não observaram naépoca da liberação desses projetos, que deveriam ter sidocriadas normas técnicas que adaptassem esse tipo de redeao poste de energia elétrica. Esse tipo de comportamentoteria evitado as situações com que as Detentoras estãoenfrentando em relação a esse compartilhamento, poissão instalados equipamentos de telecomunicações dausuária no poste, que atrapalham a tarefa do eletricista edificultam a manutenção. O que as concessionárias detelecomunicações fizeram foi adotar a norma do SistemaTelebrás no poste de energia elétrica, esquecendo-se queessa norma foi criada para postes que possuem somenteredes de telecomunicações.Vejamos a seguir alguns exemplos, sobre a montagem darede de telecomunicações nos postes da rede de energiaelétrica, e que deveriam ter um novo padrão demontagem ou simplesmente não ter sido permitido a suainstalação:- Colocação de armários de distribuição que

atrapalham a colocação da escada, além do que emalguns casos, são colocados em postes comequipamentos de operação e manobra da redeelétrica.

- Fixação de caixas de emenda da fibra óptica noposte, deixando a folga técnica do cabo enrolada nasua lateral.

- Instalação do MLA sem a autorização dasDetentoras, ocasionado com isso, uma grandequantidade de fios drops fixados nos postes, comovimos nas fotos já mostradas.

- Fixação de mais de um Terminal de Acesso de Redes- TAR, no poste, sem critério na saída dos ramaistelefônicos.

- Vários pontos de fixação no poste para a derivaçãodos ramais telefônicos até o assinante, assim comoem muitos casos, fora do espaço destinado aocompartilhamento.

- Derivação dos cabos de telefonia num poste comtransformador, dificultando a operação das chavesfusíveis.

� n ��s�p�� o t���r���v�� ��� �*o p���o �Não estamos aqui criticando o Plano de Metas para aUniversalização que segundo os dados fornecidos pelaANATEL, as metas para 2001 já foram alcançadas. Emjunho de 2001, foram instalados em torno de 43.270.883terminais de acessos, sendo que a meta para o final de2001 era de 33.000.000 de acessos. Nesta mesma épocajá existem 1.210.808 telefones de uso público, sendo quea meta era de 981.300 aparelhos. Mas para nós o querealmente interessa é o que essas metas causaram nainfra-estrutura poste, já que as concessionárias de energiaelétrica detentoras dessa infra-estrutura, não tiveram otempo hábil para se adequar a tantas solicitações de

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compartilhamento. Outro fator que contribuiu com esseestado de coisa, foi que a sua agência reguladora -ANEEL, foi criada praticamente um ano após iniciado oprocesso de privatização e a resolução que somente agoraestá sendo aprovada, deveria já ter sido feita naquelaépoca. Com relação as concessionárias detelecomunicações, as regras a que foram submetidas as"incumbents" e as "new commer" exigiram um enormeesforço e concentração em ações para atender a políticade universalização dos serviços. Passada essa fase dastelecomunicações, neste momento urge a adoção deesforços não menos importantes na recuperação dospadrões de montagens das redes de distribuição deenergia elétrica, fazendo-se cumprir o que está contido naResolução sobre compartilhamento e no Plano deOcupação de infra-estrutura de cada concessionária, noque se refere a qualidade dos serviços prestados aos seusclientes, e agindo sempre no ponto que concentra maiorparte dos defeitos e deficiências de desempenho técnico,que prejudicam em muitas vezes o prontorestabelecimento da rede de distribuição elétrica. Ocompartilhamento da infra-estrutura poste das redes dedistribuição de energia elétrica encontram-se numasituação até certo ponto crítica, pois os mesmos possueminstalados uma grande quantidade de fios drops (ramaistelefônicos) e equipamentos, além das redes de outrosusuários não permitindo a sua manutenção dentro dospadrões normais, além do que em muitas situações,ocorrem a falta de acompanhamento das empreiteirascontratadas pelas usuárias dos postes nos diasprogramados para o desligamentos de circuitos, issoquando não chegam fora do horário, originando atrasosno religamento do circuito, que muitas vezes resultam emmultas por parte da ANEEL.Os clientes das concessionárias de energia devem serpreservados e protegidos quanto ao mal uso nocompartilhamento da infra-estrutura, e não podem serpenalizados quanto ao atendimento rápido e a diminuiçãono tempo de desligamento das redes elétricas. A ANEELcomo impulsionadora das melhorias exigidas pelosclientes de energia elétrica, precisam fazer cumprir oPlano de Ocupação das Infra-estruturas, em especial ospostes, motivo maior desse trabalho. As Concessionáriasde energia elétrica devem se preparar para esse processoevolutivo a que está sofrendo a sua rede de distribuiçãoem relação ao avanço tecnológico das telecomunicações,preparando-se com a atualização constante das suasnormas técnicas, e liberando na sua rede somente osequipamentos de telecomunicações que não causemdanos ao seu sistema. Manter sempre que possível umaconstante fiscalização das suas redes e fazer valer o queestá contido na Resolução sobre Compartilhamento e doseu Plano de Ocupação de infra-estrutura.A universalização dos serviços de telecomunicações peloque vemos nos controles da ANATEL estanumericamente alcançada, mas sabemos que não deforma integral, pois falta a qualidade da sua rede e ocumprimento no que está estabelecido na Resolução e noPlano de Ocupação.

� n r������r ��p��'o � ���'o ����o s���r����*o �� �[1]

t� � � � � ��n ��n ��n - 1999. Telecomunicações: O novo

cenário. Revista do BNDES, nº 12.

[2] � � � � ��� � ��n ��n���n � ��� � � � � �� 1n��<n � � � � � � � � �� *n

-1999. A reestruturação dos setores de infra-estruturae a Definição dos Marcos Regulatórios: PrincípiosGerais, Características e Problemas. IPEA: Infra-estrutura Perspectiva de Reorganização. Rio deJaneiro.

[3] � � � � � � ��q�n ��q � � � � � ����n ��� � � � � ��

. Estratégias deGestão e reconfiguração organizacional: Setores deenergia elétrica e telecomunicações. Revista deAdministração Pública, Rio de Janeiro, v. 32, n. 3, p.9-27, 1998.

[4] � � � � � � � � � � n ��n ��� � � � � � �

. - 1998 -Regulamentação e privatização das telecomunicaçõesno Brasil. In. XXVI Encontro Nacional de Economia- Vitória.

[5] � � � � � � ��n

A regulação dos setores detelecomunicações no Brasil. Rio de Janeiro -BNDES.

[6] � � � � � � n ��n���n

- 1999. A reestruturação do setor detelecomunicações no Brasil. Rio de Janeiro. Revistado BNDES nº 11.

[7] ��p������ ��p���q��� ����p�

: Resolução Conjunta nº001 de 24 de novembro de 1999.

[8] � � � � � � �Qn ��� � � � � � � ��� � n � ��n

Regulamentação eprivatização das telecomunicações no Brasil - 2000.

[9] � � � � � � � � R Gazeta do Povo, vários números; GazetaMercantil, vários números e Revista da Telebrasil,vários números.