voluntariado missÃo nos dias de hoje · itando fernando pessoa deus quer, o homem sonha e a obra...

24
~ 1 ~ VOLUNTARIADO – MISSÃO NOS DIAS DE HOJE JORNAL N.º 2 Janeiro 2014 INAUGURAÇÃO DO ERICEIRA DOMUS RESIDÊNCIAS ASSISTIDAS FRANCISCO LOPES FRANCO Santa Casa da Misericórdia da Ericeira

Upload: phamtu

Post on 08-Nov-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

~ 1 ~

VOLUNTARIADO – MISSÃO NOS DIAS DE HOJE

JORNAL N.º 2 Janeiro 2014

INAUGURAÇÃO DO ERICEIRA

DOMUS RESIDÊNCIAS ASSISTIDAS

FRANCISCO LOPES FRANCO

Santa Casa da Misericórdia da Ericeira

~ 2 ~

Índice

Pág. 1 - Capa

Pág. 2 - Índice

Pág. 3/4/5 - Editorial

Pág. 6/7/8 - Inauguração do Ericeira Domus

Pág. 9 - Economia da Felicidade

Pág. 10 - Obras da Santa Casa

Pág. 11 - PCAAC

Pág. 12 - Dia de Reis

Pág. 13/14 - História do Bolo-rei

Pág. 15 - Chá Dançante na SCM Mafra

Pág. 16 - História de S. Vicente de Fora

Pág. 17 - Festa de S. Sebastião e de S. Vicente

Pág. 18 - Grupo Coral de Mafra no Centro de Bem Estar

Pág. 19/20/21 - Página da Saúde “Quedas no Idoso”

Pág. 22 - Receita “Massa de Atum”

Pág. 23 - Pensamentos

Pág. 24 - Anedotas / Eventos / Aniversários / Ficha Técnica

~ 3 ~

EDITORIAL

Discurso do Sr. Provedor da SCME Victor Ágoas na Cerimónia de

Inauguração

INAUGURAÇÃO DO ERICEIRADOMUS-RESIDÊNCIAS ASSISTIDAS FRANCISCO

LOPES FRANCO

Exmos. Srs.

Eng. Hélder Sousa Silva, Presidente da Câmara Municipal de Mafra.

Cónego Armindo Marques Garcia, capelão da SCME.

Dra. Aldevina Rodrigues, Vereadora da CMM.

Sr. Filipe Abreu, Presidente da Junta de Freguesia da Ericeira.

Dr. Carlos Andrade, Secretário do Secretariado Nacional da UMP.

Provedores e representantes das Misericórdias de Alcobaça, Azambuja, Mafra, Sobral

de Monte Agraço e Torres Vedras.

Presidente da Mesa da Assembleia Geral, do Conselho Fiscal e restantes Membros dos

Corpos Sociais da Santa Casa da Misericórdia da Ericeira.

Presidentes e representantes dos Bombeiros Voluntários da Ericeira, Grupo Desportivo

União Ericeirense, Associação Columbófila, Filarmónica Cultural, Centro Social da

Ericeira, Condignitatis e restantes associações.

Direcção, Professores e alunos dos Estudos Gerais da Ericeira.

Senhoras e senhores

Completam-se hoje 335 anos (1678) que Francisco Lopes Franco, cavaleiro professo da

Ordem de Cristo, em acto legitimado perante a Câmara e os pescadores da Ericeira,

fundou a Santa Casa da Misericórdia da Ericeira.

Em 29 de Dezembro de 1910 a Comissão Executiva da Construção do novo Hospital fez

solenemente a entrega daquele edifício, com o respectivo mobiliário, à Mesa da Santa

Casa da Misericórdia.

Pela terceira vez em mais de três séculos a Misericórdia da Ericeira reencontra-se com

o passado e renova os votos em que se funda. Inauguramos hoje o Ericeira Domus-

Residências Assistidas Francisco Lopes Franco e Estacionamento da Misericórdia. O

Parque Saúde da Misericórdia ficará por cumprir até que se conclua a última parte do

projecto, o Hospital da Misericórdia-Unidade de Cuidados Continuados.

~ 4 ~

Citando Fernando Pessoa “Deus quer, o Homem sonha e a obra nasce” e correndo o

risco de alguma vulgaridade nada me ocorre para melhor sintetizar aquilo que hoje

poderia considerar uma façanha. Na verdade, quem teria previsto em janeiro de 2007,

quando assumimos a responsabilidade de avançar com o projecto iniciado pela Mesa

anterior, que iríamos encontrar a tempestade perfeita.

Iniciada a obra em julho de 2009, a navegação não foi fácil. Muitos foram as procelas e

os escolhos, muitas correcções de rota tiveram que ser feitas. Alguns náufragos

ficaram pelo caminho, mas dobrámos o Cabo e hoje estamos aqui. “Nada que vale a

pena é fácil” Nicholas Sparks

Não posso deixar de destacar a importância que tem para a Misericórdia da Ericeira, a

concretização deste projecto. Numa área que se encontrava desqualificada e com

edifícios em ameaça eminente de ruína, surge um complexo moderno e funcional com

serviços de utilização comum às actuais e futuras valências da Misericórdia. Os serviços

a prestar por esta nova unidade elevarão o nível qualitativo oferecido a todos os

utilizadores e contribuirão para ganhos de escala e sustentabilidade da Instituição.

O contributo para a economia local, através da criação de emprego, oportunidades de

negócio para as empresas locais e a criação de mais estacionamento são factores não

negligenciáveis.

Cabe aqui prestar o devido reconhecimento aos que tornaram possível esta viagem.

Tentarei enumerar todos correndo o risco da ingratidão se porventura de alguém me

esquecer. Que me desculpem.

Evoco aqui:

Os Provedores e Mesários anteriores que lançaram a ideia e proporcionaram as

condições para o inicio da obra.

A Câmara Municipal de Mafra, na pessoa do seu Presidente Sr. Eng.º Helder Sousa

Silva que ainda como Vereador acompanhou os licenciamentos e em quem sempre

encontrámos o apoio para a resolução dos pequenos e grandes problemas.

Toda a equipa de projecto, na pessoa do seu coordenador Arq.º Carlos Rui Sousa.

A empresa de fiscalização Proman, na pessoa do Sr. Engº. Pedro Duarte Ferreira e

todos os seus técnicos.

Aos empreiteiros e subempreiteiros, técnicos, trabalhadores e directores de obra, que

cumprimento através do Sr. Engº. José Miguel Marques.

O representante do dono da obra durante a fase mais crítica e difícil da empreitada,

amigo João Carlos Luz.

~ 5 ~

Os advogados do gabinete de apoio jurídico CMS Rui, Pena e Arnaut, representado

pelas Sra. Dra. Andreia Moreira.

O Montepio Geral entidade financiadora que sempre nos apoiou.

Todos os funcionários da Misericórdia da Ericeira e em especial o seu Núcleo

Administrativo que prestaram todo o apoio às actividades financeiras, de arquivo e

documentação e que durante largos meses trabalharam em condições precárias de

desconforto, ruido e poeiras.

Por fim, ao Sr. Vice-Provedor e Mesários que me têm acompanhado nesta viagem e em

especial àqueles que no terreno e no dia a dia têm dado o melhor do seu esforço e

apoio incondicional.

A todos os que de qualquer forma contribuíram para a realização desta obra hoje

inaugurada e que nos distinguiram com a sua presença, o nosso agradecimento.

Concluindo, resta-me dizer que tudo o que tem sido feito, tem apenas um desígnio.

Cumprir as 14 Obras de Misericórdia.

Ericeira, 29 de dezembro de 2013

Dr.º Victor Ágoas

Provedor da SCME

~ 6 ~

INAUGURAÇÃO

Após o descerrar da lápide de inauguração

E bênção das instalações

Decorreu uma breve sessão de apresentação do Ericeira Domus onde se destacaram discursos

magníficos .

~ 7 ~

Dr.º Victor Ágoas Provedor da SCME

Eng. Hélder Sousa Silva, Presidente da Câmara Municipal de Mafra.

Dr. Carlos Andrade, Secretário do Secretariado Nacional da UMP.

~ 8 ~

Posteriormente seguiu-se uma visita guiada às instalações (já em funcionamento parcial), que

serviu para apreciar a qualidade geral das Residências Assistidas.

Procedeu-se a um agradável beberete nas instalações do Ericeira Domus.

~ 9 ~

ECONOMIA DA FELICIDADE Vivemos numa época de muita ansiedade, apesar do atual ritmo evolução e progresso sem precedentes. A implacável procura de rendimentos mais elevados, a busca louca pelos lucros empresariais e o capitalismo global exacerbado pelos "mass media" estão a provocar uma desigualdade, insegurança e insatisfação sem antecedentes, representando ameaças diretas à felicidade, enfraquecendo a confiança social e a estabilidade mental, com a prevalência de

depressões clínicas e outros flagelos! Não há dúvida que devemos apoiar o crescimento económico e o desenvolvimento, mas apenas num contexto mais alargado que promova a confiança social, a compaixão, a honestidade e a

sustentabilidade ambiental. O progresso e o crescimento económico são importantes e podem melhorar, de forma significativa, a qualidade de vida mas apenas se forem acompanhados pela busca de outros objetivos. A meu ver chegou a altura de repensar as origens básicas da felicidade na nossa vida económica. Na verdade já são diversos os investigadores que concluem que a felicidade é um bem que as sociedades devem prosseguir através de uma estratégia equilibrada perante a vida, sendo possível este ser estudado e medido pela ciência. Existem até investigadores mais “acérrimos” que defendem que é mais importante alcançar a felicidade do que o rendimento nacional, como fator isolado… Mas afinal como é que a vida económica consegue reorganizar-se de modo a recrear uma sensação de felicidade e confiança? Consegue um indivíduo com fome e sem um emprego ser feliz? Consegue um indivíduo ser feliz se procurar desmedidamente riqueza económica sem se dedicar à família, aos amigos e ao equilíbrio intrínseco? Consegue uma nação com um PIB elevado, mas com elevadas desigualdades de riqueza, ser feliz? Consegue uma empresa apresentar elevados índices de produtividade quando os seus funcionários não estão felizes? A evidência empírica mostra que indivíduos mais felizes são mais produtivos, criativos, empenhados e leais e se isto beneficia a nível microeconómico (uma empresa), imaginemos a nível macroeconómico (à escala nacional). Dra. Ana Margarida Simões, Economista e Diretora Financeira da SCME.

~ 10 ~

OBRAS DA SANTA CASA

OBRAS DE MISERICÓDIA

SETE CORPORAIS

Dar de comer a quem tem fome.

Dar de beber a quem tem sede.

Vestir os nús.

Dar pousada aos peregrinos.

Assistir aos enfermos.

Visitar os presos.

Enterrar os mortos.

SETE ESPIRITUAIS

Dar bom conselho.

Ensinar os ignorantes.

Corrigir os que erram.

Consolar os tristes.

Perdoar as injúrias.

Sofrer com paciência as fraquezas

do nosso próximo.

Rogar a Deus por vivos e defuntos.

~ 11 ~

PCAAC

O Programa Comunitário de Ajuda Alimentar a Carenciados

(PCAAC) é uma ação anualmente promovida pela Comissão

Europeia e que adota um plano de atribuição de recursos

aos Estados Membros, para o fornecimento e distribuição

de géneros alimentícios proveniente das existências de

intervenção a favor das pessoas mais necessitadas da União

Europeia.

Podem ser beneficiários do PCAAC, desde que em território

nacional, todas as famílias/pessoas e Instituições/Utentes

cuja situação de dependência social e financeira for

verificada e reconhecida, com base nos critérios aprovados

por Despacho de 06/02/96, do então Secretário de Estado

da Inserção Social.

Famílias/pessoas carenciadas por:

.Baixo rendimento do agregado familiar;

.Desemprego prolongado;

.Situações de prisão, morte, doença, separação e

abandono;

.Pensionistas do regime contributivo;

.Número de pessoas do agregado familiar;

.Situações de catástrofe.

Instituições/utentes carenciados por:

.Maior número de utentes carenciados cujas

comparticipações são diminutas;

.Elevado número de utentes com características

especificas de acordo com as tabelas dietéticas (crianças, jovens e idosos);

.Número de valências desenvolvidas;

.Localização em meio degradado e/ou com menor abastecimento de produtos (oque os

encarece).

A Santa Casa da Misericórdia da Ericeira em 2013 para além de beneficiária do PCAAC também

foi mediadora apoiando cerca de 21 famílias carenciadas em situação de desemprego.

Dr.ª Cremilde Calceteiro

Diretora técnica da SCME

~ 12 ~

DIA DE REIS

Confeção de Bolo-rei

A gastronomia assume na vida dos mais velhos

um papel primordial, quer como consumidores,

que como executantes. É também na culinária

que os mais velhos se podem sentir mais úteis,

devido aos seus conhecimentos e experiencias. A

gastronomia também é uma das vertentes mais

importantes da cultura e tradição familiar e

popular. Relembremo-nos que o paladar é o

sentido que os idosos conservam durante mais

tempo.

Por todas estas vantagens os Utentes do Centro de Bem Estar, do Centro de Dia e do Ericeira

Domus fizeram no passado dia 6 de Janeiro os Bolos

Rei. Como era dia de Reis nada melhor para

comemorar esse dia, a atividade decorreu no

período da manhã, onde os utentes prepararam os

frutos secos e as frutas cristalizadas, depois

amassaram a massa e de seguida começamos a dar

forma aos bolos, depois foram para o forno. À hora

do lanche foi a altura de provar os bolos, e logo

começa-mos a ouvir os comentários “as coisas

feitas por nós têm outro sabor”, “está uma delícia,

muito fofinhos”.

A atividade correu muito bem, estava

estampado no rosto dos utentes uma

enorme felicidade, uns por estarem a ensinar

outros por recordarem os seus tempos

passados.

Foi uma experiencia nova, um momento

onde se trocou varias ideias, onde se pode

ver um grande espirito de equipa, de entre

ajuda e saberes experienciados.

~ 13 ~

HISTÓRIA DO BOLO-REI

Origem do Bolo-rei

Sabia que o Bolo-Rei já tem perto de 2 mil anos? Bom, pelo menos na origem… Fique por dentro da história do Bolo-Rei e aproveite para saber também a receita. Diz a história que teriam sido os três reis magos, Gaspar, Belchior e Baltazar a dar origem ao famoso Bolo-Rei, simbolizando os presentes que os magos levaram ao Menino Jesus aquando do seu nascimento: o ouro, a mirra e o incenso. De acordo com a simbologia, a côdea simboliza o ouro, as frutas, cristalizadas e secas, representam a mirra; e o aroma do bolo assinala o incenso. Certo é que o bolo, devido às frutas e à forma circular com um buraco no centro, aparenta uma coroa incrustada de pedras preciosas. Depois, também a fava e o brinde, hoje em desuso alegadamente por questões de segurança alimentar, têm uma explicação tradicional. Segundo a lenda, quando os Reis Magos viram a estrela que anunciava o nascimento de Jesus, disputaram entre si qual dos três teria a honra de ser o primeiro a brindar o Menino. Com vista a acabar com aquela discussão, um padeiro confecionou um bolo escondendo no seu interior uma fava, para que aquele que a apanhasse fosse o primeiro a entregar o presente. A história não conta no entanto, qual dos três, Gaspar, Baltazar ou Belchior, foi o feliz contemplado. Até há bem pouco tempo, ditava a tradição que quem recebesse a fatia com a fava, teria de oferecer o Bolo-rei no ano seguinte. A fava, amaldiçoada pelos sacerdotes Egípcios que a viam como alojamento para os espíritos é considerado o elemento negativo, representando uma espécie de azar. O brinde era colocado no bolo como forma de presente. Havia quem colocasse nos bolos pequenas adivinhas cuja recompensa seria meia libra de ouro. Outros incluíam propositadamente as moedas de ouro na massa, como forma de agradecimento. Com o passar do tempo o brinde passou a ser um pequeno objeto metálico de valor apenas simbólico e mais tarde, com as regras comunitárias, tanto o brinde como a fava acabaram por ser interditados. Pondo de parte os mitos, e buscando uma explicação mais científica, os registos antigos demonstram que os romanos usavam as favas para a prática inserida nos banquetes das Saturnais, durante os quais se procedia à eleição do Rei da Festa, também designado Rei da Fava, porque era escolhido usando favas para tirar à sorte. Terá sido a Igreja Católica a relacionar este jogo, característico do mês de Dezembro, com a Natividade e, depois, também com a Epifania (os dias entre 25 de Dezembro e 6 de Janeiro). Esta última data acabou por ser designada pela Igreja como Dia de Reis, do qual ainda hoje em Espanha se mantém a tradição para a oferta dos presentes às crianças, em vez do dia 24 ou 25 de Dezembro, como é costume em Portugal. Em tempos idos havia ainda uma outra tradição, a de que os cristãos deveriam comer 12 bolos-reis, entre o Natal e os Reis, festa celebrada na corte dos reis de França. É daí, de França, que surgem as primeiras evidências do uso do Bolo-Rei, da corte de Luís XIV. Vários escritores escrevem sobre ele, e Greuze celebrou-o num quadro, exatamente com o nome de Gâteau des Rois.

~ 14 ~

Curiosamente, devido ao nome e à conotação com a realeza, o Bolo-Rei foi proibido após a Revolução Francesa, em 1789, tendo os pasteleiros mudado o nome do bolo para poderem continuar a confecioná-lo. Por cá, depois da proclamação da República, a proibição do bolo-rei esteve também prestes a acontecer, mas sem sucesso. Tanto quanto se sabe, a primeira casa onde se vendeu Bolo-rei em Portugal foi em Lisboa na Confeitaria Nacional, por volta do ano de 1870, bolo feito pelo afamado confeiteiro Gregório através duma receita que Baltazar Castanheiro Júnior trouxera de Paris. No Porto foi posto à venda pela primeira vez em 1890 por iniciativa da Confeitaria Cascais feito segundo receita que o proprietário Francisco Júlio Cascais trouxera de Paris. Assim o Bolo Rei atravessou com êxito os reinados da rainha D. Maria II e dos reis D. Pedro, D. Luís, D. Carlos e D. Manuel II.Com a proclamação da República em 5 de Outubro de 1910 chegaram a Portugal os maus tempos para o Bolo Rei. Devido ao nome, o bolo tinha que desaparecer ou então… mudar de nome. Os menos imaginativos deram-lhe o nome de ‘ex-bolo rei’, mas a maioria chamou-lhe bolo de Natal ou bolo de Ano Novo. A designação de bolo Nacional seria a melhor, uma vez que remetia para a confeitaria que o tinha introduzido em Portugal, e também por estar relacionado com o país o que ficava bem em período revolucionário. Não contentes com nenhuma destas ideias os republicanos mais radicais chamaram-lhe bolo Presidente até houve quem lhe chamasse bolo Arriaga. Daí até aos dias de hoje, o negócio dos bolos-rei alastrou das Confeitarias e Pastelarias aos super e hipermercados e hoje qualquer boa mesa de consoada natalícia não dispensa o famoso bolo, que apesar do nome poderá ter consistências e sabores muito diferentes, consoante o local em que é produzido e as receitas que têm por base.

~ 15 ~

Chá Dançante na SCM

Mafra

A dança é a forma de animação que

pode e deve ser desenvolvida com os

mais velhos, uma vez que para estes a

dança está muitas vezes associada a

memórias e a experiências

importantes do seu passado.

No dia 21 de Janeiro os Utentes do

Centro de Bem estar e do Centro de Dia

foram ao Chá Dançante na Santa Casa

da Misericórdia de Mafra. Esta

atividade é muito apreciada pelos

idosos, pois é um momento de

encontro com amigos e colegas que

também estão institucionalizados. A

atividade como o nome indica consiste num baile onde utentes e funcionários participam com

as suas danças, no final confraternizam com um lanche partilhado.

~ 16 ~

História de São Vicente de Fora

São Vicente de Saragoça, ou São Vicente de Fora, nasceu em Huesca, em Aragão (atual

Espanha). Não se sabe a data do seu nascimento, os relatos apontam a sua existência de vida

no fim do século III e início do século IV. A história deste santo chegou aos dias de hoje mais

em forma de lenda do que em dados documentais. Reza a lenda que Vicente teria deixado

Huesca ainda criança para viver em Saragoça. São Vicente foi contemporâneo do imperador

romano Diocleciano. Roma estendia o seu vasto império até a península Ibérica. Em fevereiro

de 303, Diocleciano promulgou um édito imperial que ordenava a destruição geral de igrejas e

objetos de culto dos cristãos, ordenou que

toda a população do Império fizesse sacrifícios

aos deuses romanos. Durante esta perseguição

aos cristãos, Vicente, devotado cristão,

recusou-se a obedecer às ordens imperiais de

oferecer sacrifícios aos deuses pagãos. Por sua

recusa, teria sido cruelmente martirizado até a

morte, em 304. Após o martírio, o corpo de

Vicente teria sido atirado aos animais, mas foi

protegido por um corvo de ser devorado. Esta

proteção teria sido vista pelos cristãos como

um milagre, foi-lhe erguida em homenagem,

uma igreja, e Vicente passou a ser cultuado

como santo. Com o fim do Império Romano, a

península Ibérica sofreu a invasão dos mouros.

Durante a época desta invasão, os

muçulmanos, em 713, puseram o corpo de São

Vicente em um barco e o deixaram à deriva no

mar. O barco, levando as relíquias do martirizado, foi dar ao Promontorium

Sacrum (Promontório Sacro, Cabo de Sagres, Portugal), que se passou a chamar Cabo de São

Vicente. Os cristãos que aí viviam sob o domínio dos mouros, recolheram o corpo,

transportando-o para uma ermida erguida em sua homenagem. Durante alguns séculos o culto

a São Vicente alastrou-se por todo o território que seria futuramente o reino de Portugal. Dom

Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, foi quem decidiu resgatar o corpo de São Vicente

aos sarracenos, que dominavam Sagres nessa época. Sob as ordens de Dom Afonso Henriques,

as relíquias do santo foram levadas para Lisboa. Diz a tradição da lenda que, quando o corpo

seguiu no barco, dois corvos o acompanharam a velar-lhe. As relíquias, transferidas de Sagres

para uma igreja fora das muralhas de Lisboa, geraram uma intensa veneração dos habitantes

daquela cidade por São Vicente, que em 1173, foi proclamado o santo padroeiro de Lisboa. O

corvo, ave da lenda do santo martirizado em Valência, foi adotado como símbolo do brasão de

Lisboa, permanecendo até os dias atuais.

~ 17 ~

Festa de São Sebastião e de São Vicente

Dia 21 de Janeiro, aconteceram (dois em um) as Festas de

inverno mais antigas do Concelho, Festa de São Sebastião e de

São Vicente.

Os Utentes do Centro de Bem Estar, Centro de Dia e do Ericeira

Domus, como já é tradição foram á festa de São Vicente.

Assistiram a missa, mesmo com o frio e o vento quiseram ficar

um bocado para a animação, entre o baile os bolos de festa e o

barril de vinho passou-se a tarde.

Este tipo de atividades serve para manter os utentes integrados na sociedade, manter os seus

hábitos e tradições, visto que a grande maioria pertence ao concelho de Mafra.

~ 18 ~

Grupo Coral de Mafra no

Centro de Bem Estar

No passado dia 11 de Janeiro de 2014 o

Centro de Bem Estar Frederico Ulrich foi

presenteado com a Visita do Grupo

Coral de Mafra. Visto ainda ser altura

das festas Natalícias os utentes

prepararam uma pequena surpresa,

onde abriram a tarde com a música

“Vamos Cantar a Janeiras”; de seguida o Grupo Coral deu início a sua atuação. Para finalizar

deu-se um lanche convívio com os Coristas e

Utentes onde trocaram algumas palavras e ideias.

A atividade decorreu muito bem, todos adoraram,

tantos os coristas com a surpresa da música dos

Idosos e o lanche, bem como os Utentes que

adoraram ouvir o grupo coral pois atuaram

excelentemente.

“O nosso muito obrigado ao Grupo Coral pois

tornaram o nosso dia mais feliz” foram as palavras mais ditas pelos nossos utentes.

~ 19 ~

Página da saúde

QUEDAS NO IDOSO

As quedas constituem um importante motivo de recurso ao Serviço de Urgência, pelo traumatismo consequente. Embora possam ocorrer em qualquer idade, são mais frequentes em idades extremas – crianças e idosos. É nos idosos que o risco de complicações é maior dadas as alterações na capacidade e condição física natural ao envelhecimento.

Porque é que as quedas são frequentes no idoso?

Com o avançar da idade, o indivíduo torna-se mais frágil, principalmente devido a mudanças inerentes ao próprio processo natural do envelhecimento, como a redução da visão e audição, deformidades músculo-esqueléticas, diminuição da massa muscular, de alterações do equilíbrio e da mobilidade. Todos esses fatores aumentam o risco de queda no idoso.

Existem fatores de risco que aumentam a frequência das quedas no idoso?

Além das situações inerentes ao processo de envelhecimento e descritas anteriormente, existem doenças, mais frequentes depois dos 65 anos que, só por si, podem implicar o risco de quedas como por exemplo o síndrome vertiginoso e as arritmias que podem provocar tonturas e consequente queda ou as doenças osteoarticulares degenerativas, como por exemplo as artroses que podem também provocar queda pela limitação funcional que provocam,

Por outro lado, a chamada polimedicação (associação de 5 ou mais fármacos diferentes), pela interação entre os diferentes medicamentos também pode levar a uma diminuição das capacidades cognitivas.

Ainda importante e muito frequente, a utilização de benzodiazepinas e outros psicofármacos (calmantes, tranquilizantes, “comprimidos para dormir”) é responsável por muitas quedas no idoso no nosso país.

Quais são as consequências das quedas no idoso?

As quedas no idoso têm habitualmente consequências mais graves que nos outros grupos etários, quer a nível físico, quer a nível psicológico. A nível físico as consequências mais graves são os traumatismos cranianos, as fraturas e as luxações (deslocação das articulações). Uma das situações mais frequente e grave é a fratura do colo do fémur (fratura da anca ), que ocorre quase sempre depois dos setenta anos, e que resulta em mais de 90 % dos casos de uma queda. A fratura do colo do fémur, além de levar a longos períodos de hospitalização, tem complicações frequentes resultantes da imobilização prolongada, sendo uma causa importante de mortalidade e de diminuição da qualidade de vida.

~ 20 ~

As consequências psicológicas das quedas no idoso, sobretudo se se trata de uma queda grave ou de quedas repetidas, são a diminuição da autonomia, devido ao receio de cair e a autolimitação das atividades sociais. O medo de cair e o aumento da dependência, vão condicionar uma maior imobilidade com agravamento dos deficits funcionais, num ciclo vicioso que potencia o risco de novas quedas.

Quais são as principais causas de queda no idoso?

A maioria das quedas do idoso acontece em casa e são acidentais; devem-se à inexistência de condições de segurança no local de residência.

Situações de risco mais comuns às quais os idosos se expõem dentro de casa:

Tapetes soltos nos pisos de salas, banheiras e chuveiros aumentam o risco de deslizar e escorregar;

Presença de obstáculos em locais de passagem que dificultam a circulação de pessoas;

Animais de estimação (cães, gatos) que circulam abaixo do campo de visão normal;

Escadas sem corrimão;

Ambientes com pouca iluminação;

Levantar durante a noite sem fácil acesso para acender as luzes;

Uso de escadotes para chegar a objetos guardados em móveis altos;

Piso do chuveiro ou banheira molhado e escorregadio;

Sapatos de sola escorregadia ou com salto alto;

O uso de meias, chinelos, tamancos, aumenta a instabilidade na marcha e prejudicam o equilíbrio. Prefira sapatos fechados, de saltos mais grossos, até 2,5cm de altura, solas antiderrapantes, e ténis.

Adaptações importantes para prevenção de risco de quedas no domicílio

Sugestão simples para quarto:

o Interruptor de luz ou um abajur ao lado da cama de fácil acesso ao levantar para evitar caminhar no escuro;

o Retirar tapetes ou prendê-los ao chão;

o Evitar camas muito baixas e colchões muito macios – dificultam o levantar / deitar;

o Preferir cadeiras e poltronas com apoios de braço laterais e com altura adequada para sentar e levantar.

~ 21 ~

Sugestões na casa de banho:

o Instalar barras de apoio laterais e paralelas para facilitar o sentar e levantar;

o Preferir chuveiros com base simples em detrimento das banheiras;

o Utilizar tapetes emborrachados e antiderrapantes e instalar barras de apoio dentro do chuveiro para facilitar a movimentação;

o Utilizar uma cadeira resistente e firme dentro do chuveiro se tiver dificuldade em baixar-se durante o banho;

o O uso de lâmpadas fluorescentes e de cortinas, lavatório e assento da sanita de cores diferentes do piso podem tornar o ambiente mais bem iluminado.

Na cozinha e áreas de serviço:

o Não utilizar armários muito altos que necessitem de bancos ou escadas para aceder aos objetos;

o Não deixar pequenos objetos espalhados pelo chão, como brinquedos de crianças, fios ou extensões elétricas que cruzam o caminho;

o Luzes com sensor de movimento em locais de pouca luminosidade e barras de apoio podem ser úteis;

o Retirar pequenos móveis que podem ser barreiras ao livre acesso entre os locais da casa;

o Evitar sofás muito baixos e macios para reduzir a dificuldade para se levantar;

o Se tiver escadas, essas devem ser livres de objetos, possuírem corrimão dos dois lados, fitas antiderrapantes nos degraus e interruptores de luz, na parte inferior e superior da mesma.

Exercícios físicos são úteis?

Prática regular de atividade física traz benefício para a nossa saúde.

Para os menos ativos, pode-se combater o sedentarismo iniciando com caminhada de pelo menos 30 minutos por dia, todos os dias.

Dr. Nelson Pena Milagre

~ 22 ~

RECEITA

Massa de Atum

Receita para duas pessoas

Ingredientes

200 Gramas de massa pen ou espiral

1 Lata de atum de 120 gramas

100 Gramas de natas de soja

150 Gramas de queijo castelão (ou queijos a gosto que derretam bem)

Preparação

Coze-se a massa e escorre-se a água.

Numa frigideira coloca-se o queijo a derreter e de seguida deitam-se as natas. Depois deste

derretido, que faz um creme homogéneo, junta-se o atum bem escorrido.

Pode juntar de imediato os dois preparados, ou colocar diretamente no prato a massa e depois

o restante.

Bom apetite

Beatriz Alcobia

~ 23 ~

PENSAMENTOS

- Cuida do teu caracter; dele depende o teu destino, a tua vida…

- Na vida, colherás o que semeares. Assim, escolhe boas sementes e lembra-te de regá-las;

com certeza terás as flores mais belas.

- Cada ato, palavra, sorriso ou olhar pode ser uma semente…

- Faz com que as tuas sementes caiam no “terreno” dos corações humanos e cuida para que

germinem.

- Às vezes semearás na dor mas também essa sementeira trará frutos de alegria.

- Algumas vezes semearás chorando, mas quem sabe se a tua semente não precisa de ser

regada por tuas próprias lágrimas para

que germine?!...

- Cada ato, cada palavra, cada sorriso,

cada olhar é uma semente. Permite que

sejam sementes de amor.

Lucília Almeida

Voluntária

«Um só pensamento grato dirigido ao Céu é a mais perfeita das orações.»

«Só se vive uma vez mas, se o fizermos bem, uma vez basta.»

«O dom de escutar traz consigo o dom de curar.»

Susete Gaspar

Voluntária

~ 24 ~

ANEDOTAS

Porque é que o Alentejo é um deserto?

Para os camelos dos Lisboetas fazerem a travessia para o Algarve.

O que é que os Alentejanos esperam depois da seca?

Que as vacas deem leite em pó.

EVENTOS

Fevereiro

Chá Dançante

Dia dos Namorados – Dia 14

Festa de Carnaval e apresentação da dança Valsa da Meia-Noite – Dia 22

Desfile de Carnaval – Dia 28

ANIVERSÁRIOS

Colaboradores:

- Maria Eugénia G. Santos - 07-02-1964

- Maria Estrela Silva - 22-02-1965

Voluntários:

- Maria Lucília Tomás Gouveia Tomé Bico - 09-02-1956

- Paula Lucília Bonifácio Batalha - 16-02-1978

- Idalina Domingas Marques Beirão Serra - 19-02-1962

- Maria Leonor Alves Ferreira Duarte - 27-02-1962

Ficha técnica “Voluntariado – Missão nos dias de hoje” Jornal do Grupo de Voluntariado da SCME Propriedade: SCME Diretor e Editor: Dra. Cremilde Calceteiro Grafismo: Luís Catarino Colaboradores: Voluntários e funcionários E-mail: [email protected] Telefone: 261 862 536