volume 4 leis de incentivo fiscal · 2017-07-27 · sonia regina piassa - diretora executiva odete...
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Leis de Incentivo Fiscal
PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DE EMPRESÁRIOS DO SETOR AUDIOVISUAL
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MÓDULO 2 LEGISLAÇÃO
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Raquel Lemos
GUIA AUDIOVISUALVolume 4
AutoraRaquel Lemos
CoordenadoresDébora Franceschini Mazzei
Odete CruzErick Krulikowski
SÃO PAULO2015
Leis de Incentivo Fiscal
GUIA AUDIOVISUAL
MÓDULO 2 LEGISLAÇÃO
PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DE EMPRESÁRIOS DO SETOR AUDIOVISUAL
Volume 4
REALIZAÇÃO
APRO – Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais
Leyla Fernandes - Presidente
Sonia Regina Piassa - Diretora executiva
Odete Cruz - Gerente executiva de capacitação audiovisual
Paula Sanches - Coordenadora executiva financeira
Regina Mazzo - Assistente executiva
SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
Robson Braga de Andrade - Presidente do Conselho Deliberativo Nacional
Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho - Diretor presidente
Heloisa Regina Guimarães de Menezes - Diretora técnica
José Cláudio dos Santos - Diretor de Administração e Finanças
André Spínola - Gerente da Unidade de Atendimento Setorial – Serviços (UASS)
Ana Clévia Guerreiro Lima - Gerente adjunta da Unidade de Atendimento
Setorial – Serviços (UASS)
Débora Franceschini Mazzei - Gestora da Carteira de Economia Criativa
© 2015, APRO - Associação Brasileira de Produção de Obras Audiovisuais e SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei nº 9.610 de 19-12-1998.Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravados ou qualquer outro, sem autorização prévia por escrito da editora.
Coordenadores de conteúdo:Débora Franceschini Mazzei: SEBRAE Odete Cruz: APROErick Krulikowski: iSetorMadalena Vicente: Edição e revisão de textoZebra Deluxe Comunicação: Projeto gráfico e diagramação
Rua dos Pinheiros, 870, 16º andar, conj. 161, 05422-001 – São Paulo-SP – BrasilTelefone/Fax: (55 11) 3089-9606E-mail: [email protected]
ISBN: 978-85-69535-00-3
1. Audiovisual. 2. Mecanismos de incentivo fiscal. 3. Financiamento audiovisual. I. Lemos, Raquel. II. Título.
CDD: 348 352.8 353.7 CDU: 35
R221lLemos, Raquel-
Leis de Incentivo Fiscal. Módulo 2 - Legislação / Raquel Lemos. - São Paulo: APRO, 2015.Coordenadores: Débora Franceschini Mazzei, Odete Cruz, Erick KrulikowskiObra completa em 9 v. – Guia audiovisual: programa de capacitação de empresários do setor audiovisualConteúdo: v. 4.
ISBN 978-85-69535-00-3 (obra completa)ISBN 978-85-69535-04-1 (volume 4)
CIP - Dados Internacionais de Catalogação na Publicação APRO - Associação Brasileira de Produção de Obras Audiovisuais, SP, Brasil
Índices para catálogo sistemático:
1. Legislação, regulamentos, causas 3482. Administração de formas de controle em geral (inspeções, licenças, certificados, registros, controle
de preços, racionamentos etc.) 352.8 3. Administração da cultura e atividades relacionadas (bibliotecas públicas, artes, ofícios, teatros,
celebrações, preservação histórica, recreação, parques, esportes, caça e pesca) 353.7
CRÉDITOS E AGRADECIMENTOS
Para a realização desta obra, recebemos inúmeras contribuições de
instituições, empresas e pessoas, em forma de dados, informações, relato de
casos, experiências, publicações contendo artigos, resultados de pesquisas etc.
Por essas valiosas contribuições que serviram para enriquecer e ilustrar este
Guia Audiovisual, agradecemos às seguintes instituições, empresas e pessoas,
pedindo desculpas por eventuais esquecimentos:
Parceria e apoio institucional
Diretoria Colegiada - ANCINE
Superintendência de Fomento - ANCINE
Cristiano Braga – Gerente executivo - APEX-BRASIL
Alfredo Manevy – Diretor presidente - SPCINE
André Sturm – Presidente SIAESP
Débora Ivanov – Diretora executiva - SIAESP
Marco Altberg – Presidente - ABPITV
Idealizadores do projeto
Christiano Braga – Gerente executivo - APEX-BRASIL
Débora Franceschini Mazzei – Gestora da Carteira de Economia Criativa - SEBRAE
Leyla Fernandes – Presidente - APRO
Sonia Regina Piassa – Diretora executiva - APRO
Marianna Souza - Gerente executiva - FilmBrazil
Rachel do Valle – Gerente executiva - Brazilian TV Producers
Juliana Psaros – Ex-Gerente executiva - Cinema do Brasil
Paulo Roberto Schmidt – Sócio - Academia de Filmes
Carolina Guidotti – Diretora executiva - Cine Group
Denise Gomes – Sócia - Bossa Nova Film
João Daniel Tikhomiroff - Sócio - Mixer
Comitê gestor
Leyla Fernandes – Presidente - APRO
Sonia Regina Piassa - Diretora executiva - APRO
Odete Cruz - Gerente executiva - Projeto SEBRAE - APRO
Marianna Souza – Gerente executiva - FilmBrazil
Débora Franceschini Mazzei - Gestora da Carteira de Economia Criativa - SEBRAE
André Sturm – Presidente - SIAESP
Débora Ivanov – Diretora executiva - SIAESP
Julia Duarte – Gerente executiva - Cinema do Brasil
Luccas Suasuno – Analista de projetos - ABPITV
Mauro Garcia – Diretor executivo - ABPITV
Rachel do Valle - Gerente executiva - Brazilian TVProducers
Debora Ivanov - Sócia-diretora - Gullane Entretenimento S/A
Denise Gomes - Sócia-diretora - Bossanova Films
João Queiroz - Sócio-produtor executivo - Querosene Filmes
Sabrina Nudeliman – Diretora-geral - Elo Company - Distribuição Audiovisual
Amadeu Alban - Diretor-geral - Movioca - Casa de Conteúdo
Márcio Yatsuda - Sócio-diretor - Movioca - Casa de Conteúdo
Elaboração dos modelos referenciais de contratos
João Paulo Morello - Coordenador e responável pelo desenvolvimento dos
contratos - Diretor presidente - Coelho e Morello Advogados Associados
Gabriela Pires Pastore - Advogada - Coelho e Morello Advogados Associados
Thiago Macedo Clayton - Advogado - Coelho e Morello Advogados Associados
Débora Ivanov – Advogada – Sócia-diretora - Gullane Entretenimento S/A
(Diretora executiva e representante do SIAESP)
Claudia Toledo de Mesquita – Advogada – Gullane Entretenimento S/A
Rodrigo Salinas - Advogado - Cesnik Quintino e Salinas Advogados
(Representante da ABPITV)
Gilberto Toscano - Advogado - Cesnik Quintino e Salinas Advogados
(Representante da ABPITV)
PREFÁCIO APRO
A indústria audiovisual brasileira, bem como outros setores da economia
criativa, está sendo significativamente alterada devido às inovações
tecnológicas. Ao longo dos últimos 15 anos, o segmento audiovisual evoluiu
e vem se organizando face à disseminação do uso da internet e às mudanças
do consumo de conteúdo e de entretenimento como um todo. Esse cenário de
mudanças impulsionou as produtoras audiovisuais a revisarem e aprimorarem
seus modelos de negócios.
Segundo dados da ANCINE, agente regulador do mercado, em 2014, o Brasil
ocupou o 10º lugar entre os principais mercados mundiais em produção e
consumo audiovisual. Isso mostra que a área cresce ininterruptamente em
todo o mundo e em todos os segmentos. Além disso, passa também por uma
transformação digital que resulta em novas formas de produção, distribuição
e consumo de cultura, de forma descentralizada e em múltiplos formatos.
Somando-se a isso, notou-se uma política pública de investimentos e incentivos
no setor por parte do governo brasileiro, o que proporcionou um ambiente
favorável à produção audiovisual. Motivada por essa visão, a ANCINE divulgou
que tem como meta de expansão, trabalhar no sentido de transformar o Brasil
em um dos cinco maiores mercados audiovisuais do mundo.
Desta forma, o setor deverá se mobilizar rapidamente para dar um salto de
aprimoramento e empreendedorismo na indústria. Esse é um dos principais
gargalos para a evolução do mercado, pois diz respeito ao aperfeiçoamento da
capacidade gerencial de empresários, realizadores e produtores audiovisuais. O
País conta com profissionais de ótima qualidade artística, mas precisa investir
cada vez mais no aprimoramento de sua visão de gestão e empreendedorismo,
de forma a estruturar o mercado em um patamar mais sustentável, financeira e
artisticamente, e depender cada vez menos de incentivos e abonos fiscais.
O advento da Lei nº 12.485/2011 (Lei da TV Paga), propiciou a inclusão de
conteúdo qualificado nacional no horário nobre da grade de programação dos
canais pagos e aumentou a necessidade de evolução das produtoras em se
estruturarem para oferecer, cada vez mais, conteúdos competitivos. Entretanto,
os dados indicam que, mais de 50% das produtoras realizam apenas um
ou dois projetos por ano, possuem escassa capacidade de investimento em
novos e diversificados projetos, além de pouco ou nenhum acesso aos canais
de distribuição. Essas produtoras são, basicamente, empresas prestadoras de
serviços que, esporadicamente, realizam projetos próprios.
Com base nos dados apontados, a APRO - Associação Brasileira da Produção
de Obras Audiovisuais e o SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro
e Pequenas Empresas, em parceria com o SIAESP - Sindicato da Indústria
Audiovisual do Estado de São Paulo e a ABPITV – Associação Brasileira de
Produtoras Independentes de Televisão, decidiram desenvolver o Objetiva –
Empreendedorismo em Foco - Programa de Capacitação de Empresários do
Setor Audiovisual.
O Programa foi lançado em outubro de 2013, visando oferecer às produtoras
audiovisuais cursos de capacitação com temas ligados ao segmento audiovisual.
Os objetivos do Programa são: consolidar e ampliar o conhecimento dos
empresários, fortalecer a gestão de negócios no segmento, estimular as
produtoras a crescerem de maneira sustentável, otimizar suas estratégias de
distribuição e comercialização, diversificar os segmentos de atuação e ampliar a
competitividade e a capacidade de atuação empreendedora no setor audiovisual.
O conteúdo do Guia Audiovisual foi elaborado com base no Programa e
contempla quatro módulos que abordam temas sobre: Gestão Empresarial,
Legislação, Distribuição e Transmídia/Inovação.
Odete Cruz
Gerente executiva – APRO
São Paulo, setembro de 2015.
Sonia Regina Piassa
Diretora executiva – APRO
Os módulos têm como objetivo contribuir para o aprimoramento e
desenvolvimento das empresas do setor, apresentando as ferramentas e o
conhecimento básico necessários à gestão de projetos do segmento, além de
mostrar os principais aspectos que envolvem a produção audiovisual.
Ao longo dos capítulos, o leitor terá a oportunidade de conhecer um pouco mais
sobre os conceitos e técnicas que fazem parte da Gestão no Setor Audiovisual.
PREFÁCIO SEBRAE
“Promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos pequenos
negócios e fomentar o empreendedorismo, para fortalecer a economia
nacional” é a nossa Missão. Para alcançá-la, buscamos a formalização de
parcerias que nos permitam conhecer com maior profundidade o ecossistema e
as demandas dos diversos setores da economia.
Juntamos forças com a APRO, a APEX-BRASIL, a ABPITV e o SIAESP para
atender ao objetivo estratégico de “promover conhecimentos sobre e para os
pequenos negócios”. O Guia Audiovisual é fruto desse esforço conjunto, pois
procura democratizar e perenizar o conhecimento desenvolvido no âmbito
do Objetiva – Empreendedorismo em Foco - Programa de Capacitação de
Empresários do Setor Audiovisual.
Desejamos que o Guia Audiovisual, contribua para a profissionalização da
gestão do seu empreendimento, neste momento de valorização do mercado
brasileiro do audiovisual.
Boa leitura!
Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho
Diretor presidente
NOTA DOS COORDENADORES
Um dos maiores desafios relacionados à gestão de empresas no setor
audiovisual diz respeito à falta de materiais consolidados no Brasil sobre
as práticas de gestão que possam servir de referência. Se, por um lado,
temos uma indústria que vêm crescendo muito ao longo dos anos, também
é certo que esse conhecimento ainda está, muitas vezes, concentrado nos
profissionais que atuam no mercado. Um conhecimento valioso e não
sistematizado, que torna mais complexo o desafio de capacitar e preparar
empresários deste segmento.
O Guia Audiovisual tem o objetivo de sistematizar os conteúdos utilizados
em sala de aula pelo Programa, servindo simultaneamente como material de
apoio e referência para a área, ampliando o seu alcance geográfico e tempo-
ral. A abordagem utilizada nos módulos é simples e direta, objetivando que o
empresário/gestor possa ter uma visão geral sobre os aspectos mais relevantes
e necessários para que as micros, pequenas e médias empresas consigam re-
pensar seus empreendimentos como negócio e a si mesmos como empresários.
Os quatro módulos do Guia Audiovisual se subdividem em nove volumes
impressos, além de um volume digital contendo as minutas digitalizadas dos
contratos utilizados no Volume 7 – Contratos, do Módulo 2 – Legislação e de
farto material complementar, referenciado nos textos, que ficarão disponibili-
zados no site <www.objetivaaudiovisual.com.br> para acesso dos leitores.
Devido à diversidade dos assuntos presentes no Guia Audiovisual, foi preciso
reunir uma grande equipe de especialistas da área para tratar dos temas conti-
dos nos quatro módulos que o compõe. Veja no final deste volume a estrutura
geral do Guia Audiovisual com todos os volumes e seus respectivos autores.
O Guia Audiovisual não tem a pretensão de esgotar o assunto, mas sim
de consolidar os principais conhecimentos. Esperamos que, depois dele,
outras obras possam ser criadas para gerar, sistematizar e multiplicar
o conhecimento de práticas de gestão no setor audiovisual, de forma a
contribuir com o crescimento e profissionalização do setor.
Débora Franceschini Mazzei
Odete Cruz
Erick Krulikowski
Coordenadores
Volume 4 Leis de Incentivo Fiscal
MÓDULO 2LEGISLAÇÃO
Raquel Lemos
Supervisora TécnicaEva Laurenti
APRESENTAÇÃO DA AUTORA
Este Volume 4 – Leis de Incentivo Fiscal, do Módulo 2 – Legislação,
objetiva sistematizar as leis de incentivo federais no Brasil e traçar um
panorama sobre algumas leis estaduais e municipais disponíveis para
o segmento audiovisual com foco nas localidades atendidas por essa
iniciativa de capacitação do projeto APRO/SEBRAE.
É fundamental, para o empresário audiovisual, conhecer
detalhadamente as leis de incentivo fiscal para se beneficiar com as
oportunidades de fomento governamentais existentes no país.
Cada lei de incentivo à cultura tem seu funcionamento e envolve pecu-
liaridades específicas. O entendimento dessa legislação, pelo empresá-
rio audiovisual, é necessário para a etapa de planejamento e decisões
estratégicas para a obtenção de recursos disponíveis a cada projeto.
Conhecedor das leis de incentivo existentes, o empresário audiovisual
está apto a combinar verbas provenientes de mecanismos de
incentivo fiscal, fomento público direto, investimentos privados,
fundos de financiamentos e parcerias privadas.
Sem a pretensão de esgotar o tema, o que se pretende neste Volume 4
– Leis de Incentivo Fiscal é apresentar os procedimentos e informações
indispensáveis para uma atuação eficiente no uso de recursos
públicos em projetos audiovisuais incentivados.
Conforme será constatado nos capítulos a seguir, há clara sinergia
entre os mecanismos de incentivos no Brasil e as leis expressamente
admitem a cumulação destes, respeitados os limites máximos de
captação e a modalidade do projeto.
A expectativa é de que, mesmo com as limitações impostas por me-
canismos de fomento indireto e com a complexidade da legislação
brasileira, este Volume 4 – Leis de Incentivo Fiscal, do Módulo 2 - Legis-
lação, se torne um convite para estimular os produtores audiovisuais
a integrar horizontalmente os mecanismos aqui apresentados e assim,
viabilizar a produção e circulação das obras audiovisuais brasileiras.
Por fim, vale destacar que este estudo foi consolidado em janeiro de 2015,
sendo passível o conteúdo nele disposto sofrer mudanças após esta data.
Boa leitura!
SUMÁRIO
1. MECANISMOS DE INCENTIVO FISCAL ............................................................... 29
Objetivos ...........................................................................................................................29
Sumário ............................................................................................................................30
1.1 Conceito: Leis de Incentivo .....................................................................................31
1.2 Missão ..........................................................................................................................31
1.3 Principais Formas de Aporte de Recursos ....................................................... 32
1.3.1 Fomento indireto .......................................................................................... 33
1.3.2 Fomento direto ............................................................................................. 33
2. LEI ROUANET (LEI FEDERAL Nº 8.313/1991) .....................................................37
Objetivos ........................................................................................................................... 37
Sumário ............................................................................................................................ 38
2.1 Lei Rouanet ................................................................................................................ 39
2.2 Art. 18 da Lei Rouanet ............................................................................................41
2.2.1 Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis do art. 18
da Lei Rouanet ....................................................................................................... 41
2.2.2 Modalidades de projetos .......................................................................... 42
2.2.3 Contribuinte/Incentivador ....................................................................... 42
2.2.4 Incentivo fiscal ............................................................................................. 42
2.3 Arts. 25 e 26 da Lei Rouanet ................................................................................44
2.3.1 Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis dos arts.
25 e 26 da Lei Rouanet ........................................................................................ 44
2.3.2 Modalidades de projetos .......................................................................... 45
2.3.3 Contribuinte/incentivador ....................................................................... 45
2.3.4 Incentivo fiscal ............................................................................................. 46
2.4 Vedações ao Doador ou Patrocinador pela Lei Rouanet ...........................48
2.5 Análise e Apreciação dos Projetos ....................................................................48
3. LEI DO AUDIOVISUAL (LEI FEDERAL Nº 8.685/1993) ......................................51
Objetivos ............................................................................................................................51
Sumário ............................................................................................................................ 52
3.1 Lei do Audiovisual................................................................................................... 53
3.2 Art. 1º da Lei do Audiovisual ............................................................................... 54
3.2.1 Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis do art. 1º
da Lei do Audiovisual .......................................................................................... 54
3.2.2 Modalidades de projetos .......................................................................... 54
3.2.3 Contribuinte/Investidor ............................................................................ 55
3.2.4 Incentivo fiscal ............................................................................................. 55
3.2.5 Especificidades ............................................................................................. 56
3.3 Art. 1º A da Lei do Audiovisual ............................................................................57
3.3.1 Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis do art. 1º A
da Lei do Audiovisual .......................................................................................... 57
3.3.2 Modalidades de projetos ...................................................................... 58
3.3.3 Contribuinte/Incentivador ....................................................................... 58
3.3.4 Incentivo fiscal............................................................................................. 59
3.4 Art. 3º da Lei do Audiovisual .............................................................................. 61
3.4.1 Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis do art. 3º
da Lei do Audiovisual .......................................................................................... 61
3.4.2 Modalidades de projetos .......................................................................... 61
3.4.3 Contribuinte/Investidor ............................................................................ 62
3.4.4 Incentivo fiscal............................................................................................. 63
3.5 Art. 3º A da Lei do Audiovisual ..........................................................................66
3.5.1 Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis do art. 3º
A da Lei do Audiovisual ...................................................................................... 66
3.5.2 Modalidades de projetos .......................................................................... 67
3.5.3 Contribuinte/Investidor ............................................................................ 67
3.5.4 Incentivo fiscal ............................................................................................. 68
4. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 2.228-1/2001 ............................................................. 69
Objetivos ...........................................................................................................................69
Sumário ............................................................................................................................ 70
4.1 Art. 39, Inciso X da Medida Provisória nº 2.228-1/2001 ..............................71
4.1.1 Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis do art. 39,
Inc. X da MP nº 2.228-1/2001 ............................................................................. 71
4.1.2 Modalidades de projetos .......................................................................... 72
4.1.3 Contribuinte/Investidor ............................................................................. 72
4.1.4 Incentivo fiscal ............................................................................................. 73
5. FUNDOS DE FINANCIAMENTO DA INDÚSTRIA CINEMATOGRÁFICA
NACIONAL (FUNCINES) ..........................................................................................77
Objetivos ............................................................................................................................77
Sumário ............................................................................................................................ 78
5.1 FUNCINES .................................................................................................................. 79
5.1.1 Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis dos
FUNCINES ................................................................................................................ 80
5.1.2 Modalidades de projetos .......................................................................... 81
5.1.3 Contribuinte/Investidor ............................................................................. 82
5.1.4 Incentivo fiscal ............................................................................................. 82
6. MECANISMOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE INCENTIVOS FISCAIS .......... 85
Objetivos ........................................................................................................................... 85
Sumário ............................................................................................................................86
6.1 Lei de Incentivo à Cultura nº 5.021/2013 - Distrito Federal .......................89
6.1.1 Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis -
Mecanismo do Distrito Federal de Incentivo à Cultura ............................ 89
6.1.2 Modalidades de projetos .......................................................................... 90
6.1.3 Contribuinte/Incentivador ....................................................................... 90
6.1.4 Incentivo fiscal ............................................................................................. 91
6.1.5 Proponente do projeto ............................................................................... 92
6.2 Sistema de Incentivo à Cultura do Rio Grande do Sul ..............................93
6.2.1 Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis -
Mecanismo do Estado do Rio Grande do Sul de Incentivo à Cultura .. 94
6.2.2 Modalidades de projetos .......................................................................... 94
6.2.3 Contribuinte/Incentivador ....................................................................... 95
6.2.4 Incentivo fiscal ............................................................................................ 95
6.2.5 Proponente do projeto .............................................................................. 96
6.3 Lei de Incentivo nº 1.954/1992 – Estado do Rio de Janeiro .......................98
6.3.1 Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis - Mecanismo do
Estado do Rio de Janeiro de Incentivo à Cultura ............................................................ 98
6.3.2 Modalidades de projetos.......................................................................... 99
6.3.3 Contribuinte/Incentivador ....................................................................... 99
6.3.4 Incentivo fiscal .......................................................................................... 100
6.3.5 Proponente do projeto ............................................................................ 101
6.4 Lei do ISS nº 5.553/2013 – Município do Rio de Janeiro .......................... 102
6.4.1 Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis -
Mecanismo do Município do Rio de Janeiro de Incentivo à Cultura .. 102
6.4.2 Modalidades de projetos ........................................................................ 103
6.4.3 Contribuinte/Incentivador ..................................................................... 103
6.4.4 Incentivo fiscal .......................................................................................... 103
6.4.5 Proponente do projeto ............................................................................ 104
6.5 PROAC - Lei nº 12.268/2006 – Estado de São Paulo.................................104
6.5.1 Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis -
Mecanismo do Estado de São Paulo de Incentivo à Cultura ............... 105
6.5.2 Modalidades de projetos ........................................................................ 106
6.5.3 Contribuinte/Incentivador ..................................................................... 106
6.5.4 Incentivo fiscal........................................................................................... 107
6.5.5 Proponente do projeto ............................................................................ 108
6.6 Pro-Mac Lei nº 15.948/2013 – Município de São Paulo ........................... 110
6.6.1 Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis -
Mecanismo do Município de São Paulo de Incentivo à Cultura ......... 110
6.6.2 Modalidades de projetos ........................................................................ 111
6.6.3 Contribuinte/Incentivador ...................................................................... 111
6.6.4 Incentivo fiscal .......................................................................................... 112
6.6.5 Proponente do projeto ............................................................................ 112
7. ESTRUTURA DE ACESSO AOS MECANISMOS DE INCENTIVOS FEDERAIS DA
ANCINE .................................................................................................................... 113
Objetivos ..........................................................................................................................113
Sumário ...........................................................................................................................114
7.1 Agência Nacional do Cinema (ANCINE) .........................................................115
7.1.1 Registros da empresa produtora junto à ANCINE ........................... 116
7.1.2 Apresentação de projetos - ANCINE .................................................... 119
7.1.3 Certificados: CPB e CRT na ANCINE ..................................................... 122
7.1.4 Classificação da empresa proponente ............................................... 128
7.1.5 Prestação de contas de projetos realizados com recursos
incentivados federais ......................................................................................... 130
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 133
COORDENADORES, AUTORA E SUPERVISORA TÉCNICA ................................. 141
ESTRUTURA DO GUIA AUDIOVISUAL ................................................................... 149
Mecanismos de Incentivo FiscalCAPÍTULO 1
Raquel Lemos
OBJETIVOSExplicar o que são leis de incentivo e qual sua missão.
Apresentar as principais formas de aporte de recursos
aos projetos audiovisuais.
30
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
31
2. LEI ROUANET (LEI FEDERAL Nº 8.313/1991)
SUMÁRIOConceito: Leis de Incentivo
Missão
Principais Formas de Aporte de Recursos
Fomento indireto
Fomento direto
O empresário audiovisual é quem apresenta os projetos e as empresas ou pessoas físicas os escolhem.
1.1 CONCEITO: LEIS DE INCENTIVO
1.2 MISSÃO
As leis de incentivo permitem que os contribuintes,
pessoas físicas e jurídicas, tenham redução ou isenção
de determinados impostos e contribuições, desde que
direcionem recursos, por meio de patrocínio, doação
ou investimento aos projetos audiovisuais.
Parte da arrecadação devida ao governo é destinada
ao projeto audiovisual em renúncia fiscal admitida em
instância federal, estadual e municipal, dependendo
da legislação vigente.
Uma importante característica, em especial nos
mecanismos federais, é que a União não tem controle
sobre a decisão de aplicação dos recursos nos projetos.
O empresário audiovisual é quem apresenta os
projetos e as empresas ou pessoas físicas os escolhem.
Em resumo, é o Estado quem determina a natureza
do tributo que pode ser deduzido e sua porcentagem,
definindo critérios sobre quais projetos audiovisuais
podem se beneficiar de tais recursos.
Em um exercício de política pública voltada ao
segmento audiovisual, a renúncia fiscal do Estado
tem clara intenção de estimular e contribuir para
o fortalecimento dos sujeitos criativos e agentes
1. MECANISMOS DE INCENTIVO FISCAL
32
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
33
criadores, apoiar o desenvolvimento da diversidade audiovisual e fomentar a
formação da indústria brasileira, sem o intuito de subsidiá-la ad eternum.
Dentre as finalidades das leis de incentivo cultural, é possível afirmar: as
leis federais atendem aos projetos com relevância nacional, em especial
buscando expandir a produção de conteúdos audiovisuais. Em paralelo,
as leis estaduais atuam valorizando prioritariamente a cultura da região,
enquanto as leis municipais atendem às demandas da cultura local,
propiciando benefícios ao município.
União, estados e municípios têm em comum o objetivo de, por meio das leis
de incentivo, ampliar, estimular a produção e dar mais eficiência ao mercado
audiovisual, com ganhos sociais como a promoção da descentralização da oferta
de bens e serviços culturais, ampliação do acesso e sua fruição pela sociedade.
O setor audiovisual, simplificadamente, estrutura-se em três cadeias:
produção, distribuição e exibição. Como indústria, apresenta grande
diferencial - sua importância político-cultural. No Brasil, o apoio estatal
ao seu desenvolvimento data da década de 1930. Resultado de política
governamental atravessou o desafio de avanços e recuos com a criação da
Embrafilme, em 1969, e com o encerramento de políticas públicas aos órgãos
culturais determinados pelo governo Collor de Melo.
Fato é que hoje, em suas ações de fomento, o apoio aos projetos audiovisuais se
dá por mecanismos diretos e indiretos, a seguir apresentados.
1.3 PRINCIPAIS FORMAS DE APORTE DE RECURSOS
O fomento indireto se dá, exclusivamente, por mecanismos de incentivos
fiscais, ou seja, o Estado atua por meio de renúncia fiscal e o faz no âmbito
federal por meio da Lei nº 8.313/1991 (Lei Rouanet), Lei nº 8.685/1993 (Lei do
Audiovisual) e no art. 39, inciso X e Fundos de Financiamento da Indústria
Cinematográfica Nacional (FUNCINES) da Medida Provisória nº 2.228-1/2001.
Esses dispositivos legais permitem que o contribuinte (no papel de investidor,
patrocinador ou doador) tenha abatimento ou isenção de determinados
tributos ou contribuições, desde que direcione recursos a projetos audiovisuais
aprovados na Agência Nacional do Cinema (ANCINE) ou no Ministério da
Cultura (MinC), dependendo do mecanismo de incentivo fiscal.
O fomento direto é o apoio aos projetos audiovisuais por meio de editais
e concursos públicos (fomento direto seletivo) e também por regime de
meritocracia (mérito artístico ou de mercado), ampliando as possibilidades
de captação de recursos para o mercado audiovisual, por meio de editais,
concursos e prêmios.
A ANCINE apoia igualmente projetos por meio de editais e seleções públicas.
Aliás, o mercado vem experimentando as seleções públicas do Fundo Setorial
do Audiovisual (FSA), em franco estímulo ao desenvolvimento e formação de
uma indústria audiovisual brasileira.
O FSA foi criado em dezembro de 2006 por meio da Lei nº 11.437/2006, com a
finalidade de impulsionar o financiamento de programas e projetos voltados
para expansão das atividades audiovisuais.
1.3.1 FOMENTO INDIRETO
1.3.2 FOMENTO DIRETO
1. MECANISMOS DE INCENTIVO FISCAL
34
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
35
Os recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) são constituídos,
especialmente, por meio do recolhimento da Contribuição para o
Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (CONDECINE), mais
5% dos recursos do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (FISTEL).
A Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica
Nacional (CONDECINE) foi instituída pela MP nº 2.228-1/2001, com a função
de arrecadar fundos aos cofres públicos. É uma espécie de tributo diretamente
relacionado à atividade cinematográfica e audiovisual brasileira.
O Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (FISTEL) é um fundo contábil,
formado pela arrecadação da Taxa de Fiscalização de Instalação (TFI) e
da Taxa de Fiscalização de Funcionamento (TFF), cobradas pela Agência
Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Dentre as diretrizes do FSA, insere-se a avaliação dos projetos inscritos
(critérios de competência artística, técnica e gerencial), com a adoção de
modelos de financiamentos por meio da seleção em chamadas públicas e do
sistema de suporte financeiro automático.
As chamadas públicas de todas as linhas de financiamento estão disponíveis
nos sites: <http://www.brde.com.br/fsa/ e http://fsa.ancine.gov.br>.
O suporte financeiro automático é um sistema de financiamento público em
que as ações financiadas são selecionadas pelo beneficiário indireto em face
do seu desempenho e práticas comerciais anteriores, nos termos do art. 26 do
Regulamento Geral do PRODAV.
As linhas de ação dos editais objetivam desenvolvimento, produção e
distribuição de projetos, com estímulo à infraestrutura e promoção da
diversidade audiovisual. Em geral, o governo federal atua sem renúncia fiscal,
viabilizando modelos de fomento para os mais diversos
elos da cadeia audiovisual. Os projetos selecionados
devem obedecer às normas e regulamentos do órgão
ou empresa que implantou o edital, em especial os
procedimentos de prestação de contas.
Além das linhas do FSA, segue uma breve apresentação
dos demais mecanismos automáticos de fomento direto:
Prêmio Adicional de Renda (PAR) - Premiação para
empresas brasileiras produtoras, distribuidoras e
exibidoras de obras cinematográficas de longa-
metragem, que considera a performance das obras
no mercado de salas de exibição;
Programa ANCINE de Incentivo à Qualidade
do Cinema Brasileiro (PAQ) - Apoio financeiro
concedido em razão da participação e premiação
de longas-metragens brasileiros em festivais
nacionais e internacionais.
A ANCINE possui outras ações de fomento direto,
tais como o Edital de Coprodução Luso-Brasileira;
o Programa IBERMEDIA - política audiovisual entre
os países ibero-americanos signatários, dirigido à
coprodução de filmes de ficção e documentários
realizados na comunidade ibero-americana; e ainda
o Programa de Apoio à Participação de Filmes
Brasileiros em Festivais Internacionais - que contempla
filmes oficialmente convidados a participar dos
festivais incluídos na lista aprovada pela ANCINE.
1. MECANISMOS DE INCENTIVO FISCAL
36
Portanto, apresentou-se aqui uma visão geral sobre o fomento direto, tratado
detalhadamente no Volume 5 – Editais, do Módulo 2 – Legislação. Esta
introdução foi necessária para uma distinção essencial: no fomento indireto
têm-se dois sujeitos apoiando o audiovisual brasileiro, o contribuinte e o
Estado, por meio da renúncia fiscal; enquanto no fomento direto é o regime
seletivo ou de mérito que confere apoio ao projeto.
Lei Rouanet (Lei Federal nº 8.313/1991)
CAPÍTULO 2
Raquel Lemos
OBJETIVOSExplicar o que é a Lei Rouanet.
Apresentar os percentuais de abatimento, as modalidades financiáveis,
as modalidades de projetos, os contribuintes/incentivadores e o incentivo
fiscal permitidos dos arts. 18, 25 e 26 da Lei Rouanet.
Alertar sobre as vedações ao doador ou patrocinador inseridas no
art. 27 da Lei Rouanet.
Discutir as regras de análise e apreciação dos projetos de Mecenato.
1. MECANISMOS DE INCENTIVO FISCAL
38
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
39
SUMÁRIOLei Rouanet
Art. 18 da Lei Rouanet
Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis do art. 18
da Lei Rouanet
Modalidades de projetos
Contribuinte/incentivador
Incentivo fiscal
Arts. 25 e 26 da Lei Rouanet
Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis dos arts. 25 e 26
da Lei Rouanet
Modalidades de projetos
Contribuinte/incentivador
Incentivo fiscal
Vedações ao Doador ou Patrocinador pela Lei Rouanet
Análise e Apreciação dos Projetos
Doação é a transferência definitiva, sem contrapartida promocional da marca.Patrocínio tem a obrigatoriedade da vinculação à marca do incentivador no produto audiovisual.
2.1 LEI ROUANET
A Lei Rouanet (Lei Federal nº 8.313/1991) foi um meca-
nismo federal de incentivo à cultura que determinou
o alicerce para a política de incentivos privados por
meio da renúncia fiscal da União. Esta lei instituiu o
Programa Nacional de Apoio à Cultura (PRONAC) e
determinou seus mecanismos de operação:
Fundo Nacional da Cultura (FNC);
Fundo de Investimento Cultural e Artístico (FICART);
Mecenato privado.
Fundo Nacional da Cultura (FNC) - Fomento direto do
Estado para projetos culturais, com especial enfoque para
assimetrias regionais e projetos com pouca visibilidade
comercial, por meio da assinatura de convênios ou
termos de repasse, respeitada a regra de que a entidade
convenente (pessoas jurídicas de direito público ou
privado sem fins lucrativos) deve se responsabilizar pelo
aporte de 20% dos recursos do projeto.
Fundo de Investimento Cultural e Artístico (FICART)
- Fundo de investimento para projetos culturais e
artísticos com perfil comercial, obrigatoriamente
regulamentado pela Comissão de Valores Mobiliários
(CVM). Destaca-se que, até a publicação deste Volume
4 – Leis de Incentivo Fiscal, do Módulo 2 – Legislação,
não existia constituição de fundo deste gênero.
40
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
41
2. LEI ROUANET (LEI FEDERAL Nº 8.313/1991)
Mecenato Privado - Previsto para o segmento audiovisual nos arts.18, 25 e
26 da Lei Rouanet, os quais serão apresentados neste capítulo, determinam
sua operacionalização, cadastramento das empresas proponentes, aprovação
dos projetos inscritos pelo Salicweb e consequente prestação de contas dos
valores aportados (para cadastrar um projeto audiovisual acesse o link:
<http://novosalic.cultura.gov.br/>).
O Mecenato nada mais é do que um benefício estatal de abatimento
(parcial ou integral) no imposto de renda para o setor privado, em projetos
previamente aprovados pelo Ministério da Cultura e pela ANCINE. Esse
mecanismo opera mediante aporte de duas naturezas: doação e patrocínio,
cujas definições se encontram na Lei nº 8.313/1991 - Lei Rouanet:
Art. 4º. Para os efeitos deste Decreto, entende-se por:
IV - doação: a transferência definitiva e irreversível de numerário
ou bens em favor de proponente, pessoa física ou jurídica sem fins
lucrativos, cujo programa, projeto ou ação cultural tenha sido
aprovado pelo Ministério da Cultura.
Art. 23. Para os fins desta lei, considera-se:
I - (Vetado)
II - patrocínio: a transferência de numerário, com finalidade
promocional ou a cobertura, pelo contribuinte do imposto sobre a
renda e proventos de qualquer natureza, de gastos, ou a utilização
de bem móvel ou imóvel do seu patrimônio, sem a transferência de
domínio, para a realização, por outra pessoa física ou jurídica de
atividade cultural com ou sem finalidade lucrativa prevista no art. 3°
desta lei (...). (<www.ancine.gov.br>, grifo nosso).
Ou seja, doação é a transferência definitiva, sem contrapartida promocional
da marca, ao passo que, patrocínio tem a obrigatoriedade da vinculação à
marca do incentivador no produto audiovisual e igualmente, no material de
divulgação deste.
Passadas estas considerações, segue-se à aplicabilidade do Mecenato privado
no segmento audiovisual.
O Quadro 2.1 apresenta os percentuais de abatimento permitidos e as
modalidades financiáveis descritas no art. 18 da Lei Rouanet.
QUADRO 2.1
Lei Rouanet – Art. 18.
2.2 ART. 18 DA LEI ROUANET
2.2.1 PERCENTUAIS DE ABATIMENTO E MODALIDADES FINANCIÁVEIS DO ART. 18 DA LEI ROUANET
CONTRIBUINTE Pessoa Física (PF) ou Pessoa Jurídica (PJ)
ISENÇÃO Imposto de Renda – Até o limite: PJ 4%; PF 6%
% DEDUZIDO Integral
MODALIDADES FINANCIÁVEIS
Curta e média-metragem 1, preservação, difusão do acervo cultural, construção e manutenção de salas de cinema e teatro, que podem funcionar também como centros culturais comunitários, em municípios com menos de 100.000 habitantes
1 Curta-metragem: duração máxima de 15 minutos; média-metragem: duração entre 15 e 70 minutos. Para obter maiores detalhes consulte a Medida Provisória (MP) nº 2.228-1/2001 (<www.ancine.gov.br>).
42
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
43
2. LEI ROUANET (LEI FEDERAL Nº 8.313/1991)
2.2.2 MODALIDADES DE PROJETOS
2.2.3 CONTRIBUINTE/INCENTIVADOR
2.2.4 INCENTIVO FISCAL
O parágrafo 3º do art. 18, nas alíneas f e h, apresenta as modalidades de
projetos audiovisuais que admitem este mecanismo de incentivo fiscal:
Produção de obras cinematográficas e videofonográficas de curta e média-
metragem e preservação e difusão do acervo audiovisual;
Construção e manutenção de salas de cinema e teatro, que podem
funcionar também como centros comunitários em municípios com menos
de 100.000 habitantes.
O mecanismo admite ainda os festivais e mostras de cinema conforme texto da
alínea f do parágrafo 3º do art. 18, viabilizando a difusão do acervo audiovisual.
No art. 18 da Lei Rouanet, o contribuinte/incentivador é a pessoa jurídica no
regime de Lucro Real ou a pessoa física financiadora do projeto audiovisual.
A possibilidade de abatimento integral do imposto de renda pela pessoa
jurídica ou pessoa física financiadora do projeto audiovisual, conforme o art.
18 da Lei Rouanet, ocorre nos seguintes limites:
Se for pessoa jurídica no regime de Lucro Real, o abatimento será de até
4% sobre o imposto de renda devido;
Se for pessoa física com declaração completa (nesta declaração o
contribuinte tem muitas despesas para deduzir como gastos com plano de
saúde, educação, dependentes etc., é necessário informar todos os gastos e
rendimentos), o abatimento será de até 6% sobre o imposto de renda devido.
O Quadro 2.2 mostra um exercício de aplicação de recursos por meio
do art. 18 da Lei Rouanet. Para mais informações sobre a composição
de Lucro Líquido e do resultado apurado consulte o Volume 1 - Gestão e
Empreendedorismo, no Módulo 1 - Gestão Empresarial.
QUADRO 2.2
Modelo de planilha de aplicação de recursos com base no art. 18 da Lei Rouanet.
MODALIDADE DE INCENTIVO ART. 18
Tipo de incentivo -
Tipo de incentivador Pessoa Jurídica
Lucro Líquido 1.000.000,00
Valor do incentivo 9.040,00
CÁLCULO ITEM COM LEI ROUANET
SEM INCENTIVO
1 Lucro Líquido 1.000.000,00 1.000.000,00
2 = 9% (1) CSSL 2 90.000,00 90.000,00
3 = (1) – 9% (1) Lucro Real 910.000,00 910.000,00
4 = 15% (1) IR a pagar 150.000,00 150.000,00
5 = 10% {(1) - 240.000,00} Adicional de IR 76.000,00 76.000,00
6 = 100% (Incentivo) Dedução do IR a pagar – Lei Rouanet 9.040,00 0,00
7 = (4) + (5) - (6) IR a pagar após incentivo 216.960,00 226.000,00
2 Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSSL).
44
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
45
2. LEI ROUANET (LEI FEDERAL Nº 8.313/1991)
Fonte: IKEDA, Marcelo. Leis de Incentivo para o audiovisual: como captar recursos para o projeto de uma obra de cinema e vídeo. Rio de Janeiro: WSET Multimídia, 2013, p. 34.
CÁLCULO ITEM COM LEI ROUANET
SEM INCENTIVO
8 = (2) + (7) Total de tributos a pagar (CSLL + IR) 306.960,00 316.000,00
(8) + (Incentivo) Impostos + Incentivo 316.000,00 316.000,00
Diferença 0,00
% final de dedução do incentivo 100%
2.3 ARTS. 25 E 26 DA LEI ROUANET
2.3.1 PERCENTUAIS DE ABATIMENTO E MODALIDADES FINANCIÁVEIS DOS ARTS. 25 E 26 DA LEI ROUANET
O Quadro 2.3 apresenta os percentuais de abatimento permitidos e as
modalidades financiáveis descritas nos arts. 25 e 26 da Lei Rouanet.
QUADRO 2.3
Lei Rouanet – Arts. 25 e 26.
CONTRIBUINTE Pessoa Física (PF) ou Pessoa Jurídica (PJ)
ISENÇÃO Imposto de Renda – Limite: PJ - 4%; PF – 6%
% DEDUZIDOPatrocínio – PJ 30%; PF 60% / Doação PJ 40%; PF 80% - (DOP)*
MODALIDADES FINANCIÁVEISLonga-metragem (documental), obra seriada, minissérie, telefilme, programas de TV culturais e educativos
*Despesa Operacional (DOP) – Possibilidade de lançamento como DOP.
A Lei Rouanet define que os mecanismos dos arts. 25 e 26 atendem às
seguintes modalidades do audiovisual:
Longa-metragem documental;
Telefilme;
Minissérie;
Obra seriada;
Programa para televisão de caráter educativo e cultural 3.
Chama-se a atenção para o fato de que, além do enquadramento previsto
no art. 25 da Lei Rouanet, por meio da Portaria nº 116/2011, o Ministério da
Cultura regulamentou os segmentos culturais, inserindo na redação do art. 1º,
jogos eletrônicos (alínea k) e projetos audiovisuais transmidiáticos (alínea l),
agora autorizados a este mecanismo de fomento.
2.3.2 MODALIDADES DE PROJETOS
Nos arts. 25 e 26 da Lei Rouanet, contribuinte/incentivador é a pessoa jurídica
ou pessoa física financiadora do projeto audiovisual.
2.3.3 CONTRIBUINTE/INCENTIVADOR
3 Conforme Instrução Normativa (IN) nº 22/2003, trata-se de produção brasileira independente, produzida para a primeira veiculação nos mercados de serviços de radiodifusão de sons e imagens e de comunicação eletrônica de massa por assinatura que tenha como tema a cultura, a educação ou o meio ambiente brasileiro. A lei exige que, ao menos, 95% das imagens sejam produzidas no Brasil.
46
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
47
2. LEI ROUANET (LEI FEDERAL Nº 8.313/1991)
A dedução fiscal do contribuinte/incentivador se dá de forma parcial e nos
limites apontados no art. 26:
Se for pessoa jurídica, no caso de doação, o abatimento será de 40% do
valor devido de imposto de renda até o limite de 4%;
Se for pessoa jurídica, no caso de patrocínio, o abatimento será de 30% do
valor devido de imposto de renda até o limite de 4%;
Se for pessoa física, no caso de doação, o abatimento será de 80% do valor
devido de imposto de renda até o limite de 6%;
Se for pessoa física, no caso de patrocínio, o abatimento será de 60% do
valor devido de imposto de renda até o limite de 6%.
Diferentemente do art. 18, os arts. 25 e 26 admitem que os valores aportados
pelo(s) contribuinte/incentivador(es) sejam inseridos como despesa
operacional. Isso significa que o aporte incentivado deve ser lançado como
despesa operacional, o que naturalmente implica na redução do Imposto de
Renda e na Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido a ser recolhido. Esse tema
é discutido no Volume 1 – Gestão e Empreendedorismo, no Módulo 1 – Gestão
Empresarial, quando mostra, de acordo com a legislação, as discriminações
que devem constar na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
Comparativamente, no mecanismo do art. 18, o contribuinte não faz uso do
valor aportado como despesa operacional, no entanto o percentual de dedução
é de 100%. Já no mecanismo dos arts. 25 e 26, o valor aportado é determinado
como despesa operacional, mas o abatimento do imposto de renda é parcial.
2.3.4 INCENTIVO FISCALO Quadro 2.4 mostra um exercício de aplicação de recursos por meio dos arts.
25 e 26 da Lei Rouanet.
QUADRO 2.4
Modelo de planilha de aplicação de recursos com base nos arts. 25 e 26
da Lei Rouanet.
MODALIDADE DE INCENTIVO ARTS. 25 E 26
Tipo de incentivo Patrocínio
Tipo de incentivador Pessoa Jurídica
Lucro líquido 1.000.000,00
Valor do incentivo 9.040,00
CÁLCULO ITEM COM LEI ROUANET
SEM INCENTIVO
1 Lucro Líquido 1.000.000,00 1.000.000,00
2 Valor do incentivo 9.040,00 -
3 = (1) - (2) Novo Lucro Líquido 990.960,00 1.000.000,00
4 = 9% (3) CSSL 89.186,40 90.000,00
5 = (3) – (4) Lucro Real 901.773,60 910.000,00
6 = 15% (3) IR a pagar 148.644,00 150.000,00
7 = 10% {(3) – 240.000,00} Adicional de IR 75.096,00 76.000,00
8 = 30% (2) Dedução de IR a pagar – Lei Rouanet 2.712,00 0,00
9 = (6) + (7) – (8) IR a pagar após incentivo 221.028,00 226.000,00
10 = (9) + (4) Total de tributos a pagar (CSLL + IR) 310.214,40 316.000,00
(10) + (2) Impostos + Incentivo 319.254,40 316.000,00
Diferença 3.254,40
% final de dedução do incentivo
64%
Fonte: IKEDA, Marcelo. Leis de incentivo para o audiovisual: como captar recursos para o projeto de uma obra de cinema e vídeo. Rio de Janeiro: WSET Multimídia, 2013, p. 35.
48
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
49
2. LEI ROUANET (LEI FEDERAL Nº 8.313/1991)
Em total transparência a este modelo de fomento, o art. 27 da Lei Rouanet,
veda doação ou patrocínio das seguintes pessoas ou instituições:
Pessoa jurídica da qual o doador ou patrocinador seja titular, administrador,
gerente, acionista ou sócio, na data da operação, ou nos 12 meses anteriores;
Cônjuge, parentes até o terceiro grau, inclusive afins, e dependentes do
doador ou patrocinador ou dos titulares, administradores, acionistas ou
sócios de pessoa jurídica vinculada ao doador ou patrocinador, nos termos
do item anterior;
Outra pessoa jurídica da qual o doador ou patrocinador seja sócio.
2.4 VEDAÇÕES AO DOADOR OU PATROCINADOR PELA LEI ROUANET
2.5 ANÁLISE E APRECIAÇÃO DOS PROJETOS
Para analisar e avaliar os projetos de Mecenato, o
Decreto nº 4.456/2002 estabeleceu as competências
do MinC e da ANCINE, em relação aos projetos
audiovisuais realizados com base na Lei Rouanet. Este
decreto determina a atribuição exata de cada órgão.
A regra é que os projetos incentivados pelo art. 18
da Lei Rouanet sejam de competência exclusiva da
Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura,
salvo se o projeto (curta ou média-metragem)
contemplar outros mecanismos de incentivos fiscais, caso em que a
competência será da ANCINE.
Igualmente, ainda nas hipóteses de preservação e difusão do acervo
audiovisual previsto no art. 18 é preciso distinguir:
Para festivais nacionais, a competência é do MinC;
Para difusão de obras brasileiras em festivais internacionais, a
competência é da ANCINE.
Quanto aos projetos audiovisuais financiados pelos arts. 25 e 26 da Lei Rouanet,
independentemente da modalidade, a competência é exclusiva da ANCINE.
Lei do Audiovisual (Lei Federal nº 8.685/1993)
CAPÍTULO 3
Raquel Lemos
OBJETIVOSExplicar o que é a Lei do Audiovisual.
Apresentar os percentuais de abatimento, as modalidades financiáveis, as
modalidades de projetos, os contribuintes/Investidores e o incentivo fiscal
permitidos dos arts. 1º, 1º A, 3º e 3º A da Lei do Audiovisual.
1. MECANISMOS DE INCENTIVO FISCAL
52
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
53
SUMÁRIOLei do Audiovisual
Art. 1º da Lei do Audiovisual
Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis
do art. 1º da Lei do Audiovisual
Modalidades de projetos
Contribuinte/Investidor
Incentivo fiscal
Especificidades
Art. 1º A da Lei do Audiovisual
Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis
do art. 1º A da Lei do Audiovisual
Modalidades de projetos
Contribuinte/Incentivador
Incentivo fiscal
Art. 3º da Lei do Audiovisual
Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis
do art. 3º da Lei do Audiovisual
Modalidades de projetos
Contribuinte/Investidor
Incentivo fiscal
Art. 3º A da Lei do Audiovisual
Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis
do art. 3º A da Lei do Audiovisual
Modalidades de projetos
Contribuinte/Investidor
Incentivo fiscal
3.1 LEI DO AUDIOVISUAL
Dois anos após a publicação da Lei Rouanet (Lei Federal nº 8.313/1991), a Lei nº
8.685/1993 veio como resposta emergencial ao segmento audiovisual nacional.
Não seria exagerado afirmar que, no início da década de 1990, a indústria
cinematográfica brasileira era sinônimo de crise, com atuação praticamente
inexistente e, por esta razão, a Lei nº 8.685/1993 trouxe incentivo específico ao
segmento, passando a ser conhecida como Lei do Audiovisual.
Sem sombra de dúvidas, este é o mecanismo fomentador do mercado
audiovisual brasileiro. Mas antes de compreender suas características, vale
destacar a principal distinção entre a Lei Rouanet e a Lei do Audiovisual.
Enquanto a primeira atua com o incentivador (Mecenas) em contrapartida
promocional à marca, a segunda confere ao investidor privado, além do
marketing cultural, a possibilidade de participar nos resultados financeiros da
obra4. O Quadro 3.1 mostra outras diferenças entre as duas leis.
QUADRO 3.1
Principais diferenças entre a Lei Rouanet e a Lei do Audiovisual.
LEI ROUANET LEI DO AUDIOVISUAL
Vários segmentos artísticos culturais Específica ao segmento audiovisual
Marketing culturalMarketing cultural mais participação no resultado econômico da obra
Sem limite orçamentário Limite orçamentário (teto para captação)
4 Em ressalva e conforme apresentado no item 3.3 deste capítulo, o art. 1º A da Lei do Audiovisual está restrito somente à divulgação da marca da empresa contribuinte, sem que se admita a possibilidade de participar nos resultados financeiros da obra.
54
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
55
3. LEI DO AUDIOVISUAL (LEI FEDERAL Nº 8.685/1993)
3.2 ART. 1º DA LEI DO AUDIOVISUAL
3.2.1 PERCENTUAIS DE ABATIMENTO E MODALIDADES FINANCIÁVEIS DO ART. 1º DA LEI DO AUDIOVISUAL
3.2.2 MODALIDADES DE PROJETOS
O Quadro 3.2 apresenta os percentuais de abatimento permitidos e as
modalidades financiáveis descritas no art. 1º da Lei do Audiovisual.
QUADRO 3.2
Lei do Audiovisual – Art. 1°.
O art. 1º da Lei do Audiovisual apresenta as seguintes modalidades que
admitem o mecanismo:
CONTRIBUINTE Pessoa Física ou Jurídica
ISENÇÃO Imposto de Renda – Limite: PJ - 3%; PF – 6%
% DEDUZIDO Integral – (DOP)*
MODALIDADES FINANCIÁVEISObras cinematográficas de curta, média e longa-metragem, projetos de distribuição, exibição e infraestrutura técnica
*Despesa Operacional (DOP) – Possibilidade de lançamento como DOP.
Após essas considerações, vale agora conhecer as principais características de
cada mecanismo da Lei do Audiovisual, inseridos nos arts. 1º, 1º A, 3º e 3º A, os
quais serão apresentados neste capítulo.
3.2.3 CONTRIBUINTE/INVESTIDOR
3.2.4 INCENTIVO FISCAL
A Lei do Audiovisual, em seu art. 1º, prevê que, a dedução fiscal do investidor,
se dá de forma integral:
Se for pessoa jurídica, o abatimento será de até 3% do valor do imposto de
renda devido;
No art. 1º da Lei do Audiovisual, contribuinte/investidor é a pessoa jurídica ou
pessoa física financiadora do projeto audiovisual.
Produção de obras audiovisuais cinematográficas brasileiras de produção
independente de longa, média e curta-metragem. Neste caso, deve-se
considerar que obra cinematográfica é aquela que tem como primeira
finalidade as salas de exibição (cinemas). Esta definição didática está
no art. 1º da MP nº 2.228-1/2001, “(...) cuja destinação e exibição seja
prioritariamente e inicialmente o mercado de salas de exibição. ”
Os projetos específicos da área audiovisual, cinematográfica de exibição,
distribuição e infraestrutura técnica apresentados por empresa brasileira
de capital nacional. Aqui, tem-se a possibilidade de projetos na área de
exibição, distribuição e infraestrutura técnica, nos termos do parágrafo 5º
do art. 1º da Lei do Audiovisual. Vale ressaltar que este benefício fiscal é
temporário e tem vigência até o exercício de 2016, em razão de sucessivas
prorrogações, sendo a última, conferida pela Lei nº 12.375/2010.
56
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
57
3. LEI DO AUDIOVISUAL (LEI FEDERAL Nº 8.685/1993)
Se for pessoa física, o abatimento será de até 6% do valor do imposto de
renda devido.
O mecanismo ainda admite que, no caso das pessoas jurídicas, os valores
aportados pelo(s) investidor(es) sejam inseridos como despesa operacional, o
que implica na redução do Imposto de Renda e na Contribuição Social Sobre
o Lucro Líquido a ser recolhido. Portanto, o abatimento do IRPJ, na prática, se
torna superior a 100%.
Outras especificidades constantes nos termos do art. 1º da Lei do Audiovisual
A possibilidade do contribuinte/investidor divulgar sua marca
institucional e participar dos resultados sobre os direitos de
comercialização da obra audiovisual;
O mecanismo do art. 1º funciona por meio de cotas de comercialização
no mercado de ações; à primeira vista isso pode parecer complexo ao
produtor, porém o procedimento é bem acessível;
Para utilizar este recurso fiscal é preciso fazer com que o mecanismo seja
pleiteado junto à ANCINE. O teto máximo admitido, desde 2006, é de R$
4.000.000,00 (alteração realizada com a publicação da Lei nº 11.437/2006)
por projeto, para aporte de recursos e este limite é determinado pelo uso
combinado (ou não) do art. 1º com o art. 1º A da Lei do Audiovisual;
Na sequência, o produtor deve contratar uma corretora de seguros
3.2.5 ESPECIFICIDADES
compreendem:
registrada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para o lançamento de
cotas no mercado de ações, determinando o custo unitário de cada uma;
Após, o investidor adquire o Certificado de Investimento que assegura
o direito de participação nos resultados da comercialização da obra
audiovisual nas janelas determinadas e pelo prazo previsto.
3.3.1 PERCENTUAIS DE ABATIMENTO E MODALIDADES FINANCIÁVEIS DO ART. 1º A DA LEI DO AUDIOVISUAL
O Quadro 3.3 apresenta os percentuais de abatimento permitidos e as
modalidades financiáveis descritas no art. 1º A da Lei do Audiovisual.
QUADRO 3.3
Lei do Audiovisual – Art. 1° A.
3.3 ART. 1º A DA LEI DO AUDIOVISUAL
CONTRIBUINTE Pessoa Física ou Jurídica
ISENÇÃO Imposto de Renda – Limite: PJ - 4%; PF – 6%
% DEDUZIDO Integral*
MODALIDADES FINANCIÁVEIS
Obras cinematográficas e videofonográficas de curta, média e longa-metragem; obra seriada, minissérie, telefilme, programas de TV culturais e educativos, projetos específicos do segmento au-diovisual, cinematográfica de difusão, preserva-ção, distribuição, exibição, infraestrutura técnica
* Inexiste possibilidade de lançamento como despesa operacional.
58
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
59
3. LEI DO AUDIOVISUAL (LEI FEDERAL Nº 8.685/1993)
3.3.2 MODALIDADES DE PROJETOS
3.3.3 CONTRIBUINTE/INCENTIVADOR
O art. 1º A da Lei do Audiovisual admite como modalidades de projetos:
Produção de obras cinematográficas e videofonográficas brasileiras de
produção independente (o Decreto nº 6.304/2007 regulamentou os tipos
de projetos/obras que podem ser pleiteados pelo mecanismo do art. 1º A);
Projetos específicos da área audiovisual, cinematográfica de difusão,
preservação, exibição, distribuição e infraestrutura técnica, cujo projeto
tenha sido apresentado por empresa brasileira.
A IN nº 59/2007 modificou o texto da IN nº 22/2003, regulamentando, no inciso
VII do art. 2º, os formatos que admitem o incentivo do art. 1º A da Lei do Audio-
visual para a produção de obras audiovisuais brasileiras de produção indepen-
dente nos seguintes formatos de projetos cinematográficos e videofonográficos:
Longa, média e curta-metragem;
Telefilme;
Minissérie;
Obra seriada;
Programa para televisão de caráter educativo cultural.
O art. 1º A também tem vigência até o ano 2016, incluído o ano-calendário
2016 para renúncia fiscal.
No art. 1º A da Lei do Audiovisual, o financiador pode ser pessoa jurídica
3.3.4 INCENTIVO FISCAL
tributada no Lucro Real e pessoa física. A grande especificidade deste
incentivo é que admite apenas o patrocínio, sem margem para doação.
A renúncia fiscal referente ao art. 1º A da Lei do Audiovisual opera sobre as
Se for pessoa jurídica, o abatimento será integral até o limite de 4% do
imposto de renda devido;
Se for pessoa física, o abatimento será integral até o limite de 6% do
imposto de renda devido.
É fundamental destacar que tais valores não podem ser lançados como
despesa operacional, portanto, o mecanismo do art. 1º A funciona em regime
muito similar à Lei Rouanet.
O art. 18 da Lei Rouanet também admite a dedução integral (100%) limitado
a 4% do imposto de renda devido para pessoas jurídicas e 6% para pessoas
físicas. Mas, diferentemente do art. 1º A, o mecanismo do art. 18 da Lei
Rouanet não admite como formatos aplicáveis o longa-metragem, a obra
seriada, a minissérie, o telefilme, o programa de televisão e os projetos de
distribuição, portanto conclui-se que a captação de recursos é mais ampla
pelo art. 1º A da Lei do Audiovisual.
Ao comparar o mecanismo do art. 1º A com os arts. 25 e 26 da Lei Rouanet, a
resposta é mais simples. No caso dos arts. 25 e 26 da Lei Rouanet, o abatimento
é parcial e lançado como despesa operacional, portanto o abatimento integral
para o incentivador, promovido pelo art. 1º A, torna-se mais interessante.
seguintes bases:
60
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
61
3. LEI DO AUDIOVISUAL (LEI FEDERAL Nº 8.685/1993)
A inovação do art. 1º A está restrita somente ao patrocínio, não se admitindo
o regime de doação como na Lei Rouanet. Além disso, o art. 1º A inova ao
determinar o abatimento fiscal de forma integral (100%), independentemente
do formato do projeto audiovisual.
Confirmando o que já foi mencionado anteriormente, destaca-se que,
desde 2006, o limite é de R$ 4.000.000,00 para cada projeto na soma dos
mecanismos dos arts. 1º e 1º A da Lei do Audiovisual.
Para melhor entendimento do conteúdo abordado, o Quadro 3.4 mostra uma com-
paração entre o art. 1º A da Lei do Audiovisual e os arts. 18, 25 e 26 da Lei Rouanet.
QUADRO 3.4
Comparativo entre o art. 1° A da Lei do Audiovisual e dos arts. 18, 25 e 26 da
Lei Rouanet.
ART. 1º A ART. 18 - LEI ROUANET
ARTS. 25 E 26 - LEI ROUANET
MODALIDADES DE PROJETOS
Obras cinematográficas e videofonográficas de curta, média e longa-metragem; obra seriada, minissérie, telefilme, programas de TV culturais e educativos, projetos específicos do segmento audiovisual, ci-nematográfico de difusão, preservação, distribuição, exibição e infraestrutura técnica.
Curta e média-metra-gem, preservação, difu-são do acervo cultural, construção e manuten-ção de salas de cinema e teatro, que poderão funcionar também como centros culturais comu-nitários em municípios com menos de 100.000 habitantes.
Longa-metragem (documental), obra seriada, minissérie, telefilme, programas de TV culturais e educativos.
INCENTIVO Patrocínio Doação/Patrocínio Doação/Patrocínio
LIMITE DE IR 4% PJ; 6% PF 4% PJ; 6% PF 4% PJ; 6% PF
ABATIMENTO 100% 100%Patrocínio: 30% PJ; 60% PFDoação: 40% PJ; 80% PF
LANÇAMENTO COMO DESPESA OPERACIONAL
Não admitido Não admitido Admitido
O Quadro 3.5 apresenta os percentuais de abatimento permitidos e as
modalidades financiáveis descritas no art. 3º da Lei do Audiovisual.
QUADRO 3.5
Lei do Audiovisual – Art. 3°.
O art. 3º da Lei do Audiovisual é destinado à captação de recursos para obras
brasileiras de produção independente. Por definição da MP nº 2.228-1/2001, obra
cinematográfica de produção independente é aquela cuja empresa produtora
majoritária dos direitos patrimoniais sobre a obra, não tem qualquer associação
ou vínculo, direto ou indireto, com empresas de serviços de radiodifusão de sons e
imagens ou operadoras de comunicação eletrônica de massa por assinatura.
3.4 ART. 3º DA LEI DO AUDIOVISUAL
3.4.1 PERCENTUAIS DE ABATIMENTO E MODALIDADES FINANCIÁVEIS DO ART. 3º DA LEI DO AUDIOVISUAL
3.4.2 MODALIDADES DE PROJETOS
CONTRIBUINTE Somente distribuidoras estrangeiras
ISENÇÃO
70% do IR incidente sobre remessas ao exterior como rendimentos decorrentes da exploração de obras audiovisuais estrangeiras em todo o território nacional por sua aquisição ou importação a preço fixo, além do abatimento do CONDECINE Remessa.
% DEDUZIDOIntegral sobre o fixo de 70% do IR e 11% sobre a remessa do exterior - CONDECINE Remessa.
MODALIDADES FINANCIÁVEISCoprodução de obra cinematográfica de curta, média, longa-metragem, coprodução de telefilme e minissérie; desenvolvimento de projetos de longa- metragem.
62
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
63
3. LEI DO AUDIOVISUAL (LEI FEDERAL Nº 8.685/1993)
As seguintes modalidades podem ser beneficiadas pelo art. 3º da Lei do
Audiovisual:
Coprodução de obras cinematográficas de curtas, médias e longas-metragens;
Coprodução de minissérie;
Coprodução de telefilme;
Desenvolvimento de projetos de produção de obras cinematográficas de
longa-metragem.
A peculiaridade do mecanismo é que, pelo art. 3º o investidor se torna coprodutor
da obra audiovisual. Ou seja, o art. 3º vai além do art. 1º da Lei do Audiovisual,
enquanto neste último o investidor tem participação no resultado da exploração
comercial da obra, pelo art. 3º o investidor se torna coprodutor desta, portanto,
titular em parte dos direitos patrimoniais da obra audiovisual. Um avanço
legislativo, considerando-se que até aqui se tratou apenas de renúncia fiscal, sem
qualquer repercussão na esfera de titularidade do produto final.
O art. 3º da Lei do Audiovisual admite benefício fiscal à fase de
desenvolvimento de longa-metragem, portanto, ainda em pré-projeto, em
uma clara preocupação de fomentar e incentivar a indústria brasileira do
audiovisual, desde suas etapas iniciais.
3.4.3 CONTRIBUINTE/INVESTIDOR
O investidor é exclusivamente pessoa jurídica e, pela natureza de atividade, restri-
to às distribuidoras internacionais. Tais empresas, nos termos do art. 2º da Lei do
Audiovisual, estão sujeitas a incidência de 25% de imposto de renda na fonte, ten-
3.4.4 INCENTIVO FISCAL
do como fato gerador as importâncias pagas, creditadas, empregadas, remetidas
ou entregues aos produtores, distribuidores ou intermediários no exterior, como
rendimentos decorrentes da exploração de obras audiovisuais estrangeiras em
todo território nacional, por sua aquisição ou importação a preço fixo.
Sobre a base de cálculo de 25% do imposto de renda devido, o investidor/
contribuinte pode ser beneficiado com abatimento de 70%, permanecendo a
obrigatoriedade de recolhimento dos 30% restantes aos cofres da União.
Ainda quanto à base de cálculo de 25% do IR devido e havendo acordos
entre o Brasil e o país-sede internacional da distribuidora5, a alíquota pode
ser distinta do determinado na redação do art. 2º da Lei do Audiovisual. Para
tanto, sugere-se a identificação do país-sede e eventual existência de acordo
internacional para a consequente definição da alíquota e, finalmente, o
importe beneficiado pelo investidor/contribuinte.
Além do benefício de 70% sobre o imposto de renda devido, desde a
publicação da MP nº 2.228-1/2001 o contribuinte se beneficia pela isenção
do recolhimento da Contribuição ao Desenvolvimento da Indústria
Cinematográfica (CONDECINE) sobre a remessa para o exterior. O que significa
dizer que há isenção de 11% sobre o valor da remessa ou crédito ao exterior.
5 A pesquisa por país-sede no site da Receita Federal deve ser feita, preferencialmente, por profissional especialista na área (<http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/LegisAssunto/AcorDupTrib.htm>).
64
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
65
3. LEI DO AUDIOVISUAL (LEI FEDERAL Nº 8.685/1993)
Antes de abordar o procedimento do art. 3º convém
contextualizar que, em 2001, por meio da referida MP
nº 2.228-1/2001 foi determinado o recolhimento da
CONDECINE “sobre as importâncias pagas, creditadas,
empregadas, remetidas ou entregues aos produtores/
distribuidores no exterior”, sendo da Receita Federal
a responsabilidade pela cobrança e fiscalização. Vale
acrescentar que esta contribuição tem natureza de
intervenção no domínio econômico e, portanto, foi
criada para financiar o desenvolvimento da indústria
cinematográfica nacional e fomento das atividades
audiovisuais.
O mecanismo do art. 3º da Lei do Audiovisual funciona
por meio da “Carta de Alocação de Recursos” e aqui
segue, de forma simplificada, um passo a passo do
funcionamento:
Passo 1 - O projeto deve pleitear o mecanismo do
art. 3º à ANCINE;
Passo 2 - Respeitar o teto de R$ 3.000.000,00 para
uso do benefício fiscal. Este limite considera a
conjugação do mecanismo do art. 3º com o 3º A da
Lei do Audiovisual para cada projeto aprovado;
Passo 3 - A empresa contribuinte deve pagar boleto
gerado pela ANCINE referente aos 70% destacados e
destinados à conta recolhimento. Na sequência, deve
recolher os 30% restantes à Receita Federal;
Passo 4 - A empresa contribuinte deve protocolar na ANCINE a Carta de
Alocação de Recursos para projeto(s) especificamente indicado(s), meio pelo
qual a ANCINE autoriza a empresa estrangeira a alocar os valores da conta
corrente de recolhimento para a conta de captação do projeto. Também deve
obter a aprovação da ANCINE sobre o contrato de coprodução apresentado.
A partir do depósito pela contribuinte em conta recolhimento, a empresa
estrangeira tem o prazo de 180 dias, prorrogável por igual período, para a
escolha do projeto ou projetos audiovisuais que serão beneficiados pelos recursos.
Caso o projeto indicado formalmente pelo investidor esteja em fase de
aprovação pela ANCINE e, na eventualidade de sua não aprovação, a
contagem do prazo para escolha de novo projeto deve seguir pelo período
restante. Por isso, recomenda-se que o projeto esteja previamente aprovado
pela ANCINE, nos termos da IN nº 22/2003.
Portanto, esse mecanismo tem como objetivo aproximar as distribuidoras de
filmes nacionais e internacionais (no papel de contribuintes de remessas para o
exterior) do produtor audiovisual independente.
O art. 3º da Lei do Audiovisual é um mecanismo de incentivo que concede 70% de
abatimento do imposto de renda devido, isenção de 11% da CONDECINE Remessa,
titularidade parcial dos direitos patrimoniais da obra (coprodução) e a consequente
participação na receita líquida do produtor. Por estas razões, se consolidou como
uma ferramenta importante para fomento às produções audiovisuais nacionais.
66
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
67
3. LEI DO AUDIOVISUAL (LEI FEDERAL Nº 8.685/1993)
O Quadro 3.6 apresenta os percentuais de abatimento permitidos e as
modalidades financiáveis descritas no art. 3º A da Lei do Audiovisual.
QUADRO 3.6
Lei do Audiovisual – Art. 3° A.
CONTRIBUINTE Programadoras de TV por assinatura*, Emissoras de TV aberta
ISENÇÃO
70% do IR incidente sobre remessas aos contribuintes estrangeiros decorrentes da aquisição ou remuneração, a qualquer título, de direitos relativos à transmissão por meio de radiodifusão de sons e imagens e serviço de comunicação eletrônica de massa por assinatura, de quaisquer obras audiovisuais ou eventos, mesmo os de competições desportivas das quais faça parte representação brasileira, exploradas no Brasil
% DEDUZIDO** Integral sobre o fixo de 70% do IR
MODALIDADES FINANCIÁVEIS
Coprodução de obras cinematográficas e videofonográficas de curta, média, longa-metragem, telefilme, documentários e minissérie; desenvolvimento de projetos de longa-metragem
*Nacionais ou internacionais.
** No caso de programadoras nacionais de TV por assinatura e emissora de radiodifusão estão isentas do CONDECINE Remessa de 11% (fazendo ou não a opção pelo mecanismo).
3.5 ART. 3º A DA LEI DO AUDIOVISUAL
3.5.1 PERCENTUAIS DE ABATIMENTO E MODALIDADES FINANCIÁVEIS DO ART. 3º A DA LEI DO AUDIOVISUAL
3.5.2 MODALIDADES DE PROJETOS
O texto do art. 3º A apresenta as seguintes modalidades adequadas ao benefício:
Desenvolvimento de projetos de produção de obras cinematográficas
brasileiras de longa-metragem de produção independente;
Coprodução de obras cinematográficas e videofonográficas brasileiras
de produção independente de curtas, médias, longas-metragens e
documentários;
Coprodução de telefilmes;
Coprodução de minisséries.
3.5.3 CONTRIBUINTE/INVESTIDOR
A Lei nº 11.437/2006 e a Instrução Normativa nº 76/2008 regulamentaram
esse mecanismo de incentivo fiscal. No art. 3º A, o contribuinte é específico:
as programadoras de TV por assinatura (brasileiras ou estrangeiras) e as
emissoras de TV aberta, podem investir parte do imposto devido sobre
a remessa de recursos enviados ao exterior na coprodução de obras
audiovisuais brasileiras de produção independente.
A origem de tais remessas se dá sobre os recebimentos de crédito, emprego,
remessa, entrega ou pagamento pela aquisição ou remuneração, a qualquer
título, de direitos relativos à transmissão por meio de radiodifusão de sons
e imagens e serviço de comunicação eletrônica de massa por assinatura,
de quaisquer obras audiovisuais ou eventos, mesmo os de competições
desportivas das quais faça parte representação brasileira, exploradas no Brasil.
68
3. LEI DO AUDIOVISUAL (LEI FEDERAL Nº 8.685/1993)
O incentivo fiscal de 70% sobre a alíquota de 15% do imposto de renda
retido na fonte, devido pelas remessas ao exterior, conforme art. 72 da Lei nº
9.430/1996. Os 30% restantes são devidamente recolhidos à Receita Federal.
O procedimento é similar ao exposto no art. 3º da Lei do Audiovisual. Para
a apresentação do projeto, o produtor deve considerar os procedimentos
previstos na IN nº 22/2003 e IN nº 76/2008.
O restante do procedimento segue o padrão: efetiva-se, por meio de boleto
bancário para conta específica de recolhimento da ANCINE o pagamento
no valor de 70% de 15% do imposto de renda devido sobre as remessas ao
exterior, sendo o restante devidamente recolhido à União Federal. Envio da
Carta de Alocação de Recursos que define o projeto ou projetos a serem investidos
com apresentação do contrato de coprodução entre as partes, quando for o caso.
Tal como no art. 3º, aqui também é conferido ao contribuinte/investidor o
prazo de 180 dias para indicação do(s) projeto(s) beneficiado(s), prorrogável
por igual período.
Quanto à possibilidade de cumular mecanismos, a Lei do Audiovisual
apresenta como limite, o valor de R$ 3.000.000,00 para cada projeto que fizer
uso cumulado dos arts. 3º e 3º A da Lei do Audiovisual.
A lógica do art. 3º A da Lei do Audiovisual, traz como novidade o fato
das emissoras de TV por assinatura e/ou TV aberta, atuarem no papel
de contribuinte beneficiado pela isenção fiscal, o que significa investir na
produção audiovisual brasileira mediante renúncia fiscal e ainda ter a opção
de atuar como coprodutora desta, no exercício dos direitos patrimoniais do
produto final, em momento crescente no cenário audiovisual brasileiro.
3.5.4 INCENTIVO FISCAL Medida Provisória nº 2.228-1/2001CAPÍTULO 4
Raquel Lemos
OBJETIVOSExplicar o que é o art. 39, inciso X da Medida Provisória nº 2.228-1/2001.
Apresentar os percentuais de abatimento, as modalidades financiáveis,
as modalidades de projetos, o contribuinte/investidor e o incentivo fiscal
permitidos do art. 39, inciso X da Medida Provisória nº 2.228-1/2001.
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
71
SUMÁRIOArt. 39, Inciso X da Medida Provisória nº 2.228-1/2001
Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis do art. 39, Inc. X da
MP nº 2.228-1/2001
Modalidades de projetos
Contribuinte/Investidor
Incentivo fiscal
4.1 ART. 39, INCISO X DA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 2.228-1/2001
O inciso X do art. 39 da Medida Provisória nº 2.228-1/2001 tem, como principal
característica, a produção nacional de obras para as televisões, permitindo às
programadoras internacionais, desde que invistam 3% do valor das remessas ao
exterior em projetos de produção independente de obras audiovisuais brasileiras,
o direito de coprodução e isenção da taxa CONDECINE Remessa e, em razão da
cotitularidade patrimonial da obra audiovisual, o contribuinte/investidor tem
participação no resultado da exploração comercial do produto final.
O Quadro 4.1 apresenta os percentuais de abatimento permitidos e as
modalidades financiáveis descritas no art. 39, inciso X, da MP nº 2.228-1/2001.
QUADRO 4.1
Medida Provisória nº 2.228-1/2001 – Art. 39, inciso X.
4.1.1 PERCENTUAIS DE ABATIMENTO E MODALIDADES FINANCIÁVEIS DO ART. 39, INC. X DA MP Nº 2.228-1/2001
CONTRIBUINTE Somente programadoras internacionais de TV por assinatura
ISENÇÃO CONDECINE - Remessa
% DEDUZIDO Integral sobre o limite de 3% das remessas para o exterior
MODALIDADES FINANCIÁVEIS
Coprodução de obras cinematográficas e videofonográficas de curta, média e longa-metragem; coprodução de minissérie, telefilme e programas de TV culturais e educativos
72
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
73
4. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 2.228-1/2001
4.1.2 MODALIDADES DE PROJETOS
4.1.3 CONTRIBUINTE/INVESTIDOR
O texto do art. 39, inciso X, da MP nº 2.228-1/2001 apresenta as seguintes
modalidades adequadas ao incentivo fiscal:
Projetos de coprodução de obras cinematográficas e videofonográficas de
longa, média e curta-metragem;
Coprodução de telefilmes e minisséries;
Coprodução de programa de televisão de caráter educativo e cultural.
O mecanismo do art. 39, inciso X, da MP nº 2.228-1/2001 tem como contribuinte
exclusivamente as programadoras internacionais.
Para a boa compreensão da distinção entre o contribuinte/investidor dos arts.
3º e 3º A da Lei do Audiovisual e 39, inciso X, da Medida Provisória nº 2.228-
1/2001, apresenta-se o Quadro 4.2.
QUADRO 4.2
Distinção de contribuintes dos arts. 3º e 3º A da Lei do Audiovisual e 39, inciso X,
da Medida Provisória nº 2.228-1/2001.
ART. 3º ART. 3º A ART. 39, INCISO X, DA MP Nº 2.228-1/2001
CONTRIBUINTES Distribuidoras internacionais
Programadoras nacionais ou internacionais de TV por assinatura ou emissoras de TV aberta
Programadoras internacionais de TV por assinatura
4.1.4 INCENTIVO FISCAL
No caso do art. 39, inciso X, a programadora
(empresa que adquire conteúdos e organiza uma
grade de programação) internacional é contribuinte
de remessa de lucros para o exterior, recebendo
das operadoras (ou multioperadoras, empresas
responsáveis pela transmissão de dados e vendas de
pacotes de programação para assinantes/usuários) a
remuneração pelos pacotes de programação.
Sobre as remessas ao exterior o mecanismo isenta o
contribuinte do pagamento da CONDECINE de 11%,
desde que a programadora internacional invista 3% do
valor das remessas ao exterior em projetos previamen-
te autorizados pela ANCINE.
A remessa ao exterior é conceituada pelo próprio art.
39, inciso X, ou seja, o pagamento, crédito, emprego,
remessa ou entrega aos produtores, distribuidores ou
intermediários no exterior das importâncias relativas a
rendimentos ou remuneração decorrentes da explora-
ção de obras cinematográficas, videofonográficas ou
ainda por aquisição ou importação a preço fixo, bem
como qualquer montante referente à aquisição ou
licenciamento de qualquer forma de direitos.
A possibilidade de isenção do CONDECINE Remessa
se assemelha ao art. 3º da Lei do Audiovisual, mas no
caso do art. 39, inciso X, a programadora não usufrui
74
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
75
4. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 2.228-1/2001
ART. 3º DA LEI DO AUDIOVISUAL ART. 39, INCISO X, DA MP Nº 2.228-1/2001
CONTRIBUINTE Distribuidoras internacionais Programadoras internacionais de TV por assinatura
BENEFÍCIO FISCAL
Abatimento de 100% dos 70% do IRPJ devido mais isenção da CONDECINE Remessa
Isenção da CONDECINE Remessa (destinando 3% do valor para coprodução de obras brasileiras de produtoras independentes)
TETOR$ 3.000.000,00/projeto aprovado, podendo conjugar neste teto, os arts. 3º e 3º A
Não existe limite legal
O mecanismo do art. 39, inciso X, também funciona por meio da aplicação de
recursos: a programadora internacional, por meio de boleto bancário gerado
pela ANCINE, efetiva o pagamento em conta recolhimento para captação e
deve destinar recursos para projetos de titularidade de empresa produtora
brasileira, previamente aprovados na ANCINE (IN nº 22/2003) no mecanismo
em questão, bem como obter a aprovação do contrato de coprodução entre
programadora e produtora.
O contrato de coprodução com programadora estrangeira deve obedecer ao esta-
belecido na Deliberação nº 95/2010 (<http://www.ANCINE.gov.br/node/4356>).
de qualquer benefício quanto à alíquota de IRPJ de 15%. Os dois mecanismos
apresentam diferenças essenciais apresentadas no Quadro 4.3.
QUADRO 4.3
Comparação entre o art. 3° da Lei do Audiovisual e o art. 39, inciso X, da MP
nº 2.228-1/2001.
A partir do depósito pelo contribuinte em conta recolhimento, a empresa
internacional tem o prazo de 270 dias, sem prorrogação, para aplicar em
projetos audiovisuais que serão beneficiários dos recursos. Esta aplicação
é feita por meio de Carta de Alocação protocolada na ANCINE.
O mecanismo tem ainda como atrativo o fato de que não apresenta limite
legal para uso do benefício fiscal. Esta qualidade faz com que o art. 39,
inciso X, se torne boa ferramenta de coprodução entre programadoras
internacionais e produtoras brasileiras.
Fundos de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional (FUNCINES)
CAPÍTULO 5
Raquel Lemos
OBJETIVOSExplicar o que são os FUNCINES.
Apresentar os percentuais de abatimento, as modalidades financiáveis, as
modalidades de projetos, os contribuintes/investidores e o incentivo fiscal
permitidos dos FUNCINES.
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
79
SUMÁRIOFUNCINES
Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis dos FUNCINES
Modalidades de projetos
Contribuinte/Investidor
Incentivo fiscal
Os FUNCINES são fundos voltados à aplicação no setor audiovisual, sem personalidade jurídica e regulados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
5.1 FUNCINES
Antes de apresentar os Fundos de Financiamento da
Indústria Cinematográfica Nacional (FUNCINES), é
preciso ter uma noção genérica sobre o funcionamento
de um fundo de investimento.
Fundo de investimento é um condomínio que une recursos
de um conjunto de investidores (cotistas) com o objetivo de
ganhos financeiros a partir da aquisição de uma carteira
formada por vários tipos de investimentos (conhecidos
como ativos). Exatamente como num condomínio,
cada investidor é titular de cotas e paga uma taxa
pela administração para aquele que deve administrar
e coordenar as tarefas do condomínio. A aquisição
dessas cotas pelo investidor o faz aceitar as regras de
funcionamento de determinado fundo, independentemente
da quantidade de cotas de cada titular.
Os FUNCINES são fundos voltados à aplicação no
setor audiovisual, constituídos como condomínios, sem
personalidade jurídica e regulados pela Comissão de
Valores Mobiliários (CVM).
A Lei nº 6.385/1976 criou a Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) e lhe atribuiu o funcionamento do
mercado de valores mobiliários e a atuação de seus
protagonistas assim classificados: as companhias
abertas, os intermediários financeiros e os investidores,
além de outros cuja atividade gira em torno desse
universo principal.
80
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
81
5. FUNDOS DE FINANCIAMENTO DA INDÚSTRIA CINEMATOGRÁFICA NACIONAL (FUNCINES)
Para maiores informações consulte o site: <http://www.cvm.gov.br/>.
Obrigatoriamente, os FUNCINES devem ser administrados por instituição
financeira, autorizada pelo Banco Central do Brasil ou agências/bancos em
desenvolvimento. Na prática, após a regulação pela CVM, a criação do fundo
é comunicada à ANCINE, que tem o papel de fiscalizar a execução dos projetos
realizados com tais recursos.
O Quadro 5.1 apresenta os percentuais de abatimento permitidos e as
modalidades financiáveis descritas pelos FUNCINES.
QUADRO 5.1
FUNCINES.
5.1.1 PERCENTUAIS DE ABATIMENTO E MODALIDADES FINANCIÁVEIS DOS FUNCINES
CONTRIBUINTE Pessoa Física ou Jurídica
ISENÇÃO Imposto de renda – Limite: PJ 3%; PF 6%
% DEDUZIDO Integral*
MODALIDADES FINANCIÁVEISProjetos de produção de obras audiovisuais brasileiras; construção, reforma e recuperação das salas de exibição; comercialização e distribuição; infraestrutura e aquisição de ações
* Inexiste possibilidade de lançamento como despesa operacional.
5.1.2 MODALIDADES DE PROJETOS
O texto do art. 43 da MP nº 2.228-1/2001, com redação da
Lei nº 11.437/2006, aponta as seguintes modalidades
destinadas aos recursos captados pelos FUNCINES:
Projetos de produção de obras audiovisuais
brasileiras independentes realizadas por empresas
produtoras brasileiras;
Construção, reforma e recuperação das salas de
exibição de propriedade de empresas brasileiras;
Aquisição de ações de empresas brasileiras para
produção, comercialização, distribuição e exibição
de obras audiovisuais brasileiras de produção
independente, bem como para prestação de serviços
de infraestrutura cinematográficas e audiovisuais;
Projetos de comercialização e distribuição de obras
audiovisuais cinematográficas brasileiras de produção
independentes realizados por empresas brasileiras;
Projetos de infraestrutura realizados por empresas
brasileiras.
Com vigência prorrogada pela Lei nº 11.437/2006
até 2016, o Fundo de Financiamento da Indústria
Cinematográfica Nacional (FUNCINES) foi criado pela
Medida Provisória nº 2.228-1/2001.
82
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
83
5. FUNDOS DE FINANCIAMENTO DA INDÚSTRIA CINEMATOGRÁFICA NACIONAL (FUNCINES)
5.1.4 INCENTIVO FISCAL
O contribuinte pode deduzir integralmente do imposto de renda, as quantias
aplicadas na aquisição de cotas do FUNCINES, conforme art. 44 da MP nº
2.228-1/2001. Neste mecanismo os limites de aplicação de recursos no Fundo
Se for pessoa jurídica com base no Lucro Real, o limite será até 3% do
imposto de renda devido;
Se for pessoa física, o limite será até 6% do imposto de renda devido.
O montante investido é para aquisição de cotas para participar de uma
carteira de investimentos específicos ao setor audiovisual e tais valores não
podem ser considerados despesa operacional. As regras para o uso desse
benefício encontram-se nas Instruções Normativas nºs 22/2003 e 80/2008 e,
conforme mencionado anteriormente, na MP nº 2.228-1/2001.
Comparando-se ao art. 1º da Lei do Audiovisual em que o lançamento de cotas
de comercialização é destinado a determinado projeto audiovisual por corretora
constituída e registrada na CVM, no caso dos FUNCINES o investidor tem uma
carteira de projetos e não apenas um projeto audiovisual específico para escolher.
são:
5.1.3 CONTRIBUINTE/INVESTIDOR
O investidor é a pessoa jurídica com base no Lucro Real e pessoa física com
declaração completa, com as alterações da Lei nº 11.437/2006.
Os FUNCINES possuem regra própria: 90% dos recursos devem ser aplicados
em projetos audiovisuais, sendo 10% constituídos por títulos emitidos pelo
Banco Central do Brasil ou Tesouro Nacional.
A administradora é responsável pelas obrigações do fundo, gerenciamento
da carteira de investimentos e seu acompanhamento, podendo, se for o caso,
contratar empresas ou consultores especializados nesta gestão, sempre em
integral respeito e transparência aos cotistas.
Os projetos inscritos para aprovação da ANCINE, e que objetivem financiamento
pelos recursos dos FUNCINES, devem apresentar garantia de veiculação e difusão
da obra audiovisual, requisito necessário para a análise do projeto pela agência
nos termos do parágrafo 7 do art. 43 da MP nº 2.228-1/2001.
Pela Instrução Normativa nº 80/2008 fica estabelecido o direito dos
FUNCINES à participação nas receitas, que pode se estender por um período
máximo de 10 anos contados da primeira exibição comercial da obra
audiovisual, do início da exploração comercial da sala de exibição ou dos
elementos de infraestrutura.
Em 2006 a alteração da Lei nº 11.437/2006 ampliou os incentivos dos FUNCINES,
ao determinar sua dedução fiscal para integral (100%) dos valores investidos.
Mesmo com tal extensão de benefício e vigência, esse mecanismo ainda apresenta
relevância menor, se comparado aos demais fomentos até aqui apresentados.
Mecanismos Estaduais e Municipais de Incentivos Fiscais
CAPÍTULO 6
Raquel Lemos
OBJETIVOSExplicar os mecanismos Estaduais e Municipais das leis
de Incentivos Fiscais.
Apresentar os percentuais de abatimento, as modalidades financiáveis,
as modalidades de projetos, os contribuintes/incentivadores e o incentivo
fiscal permitidos nos Estados e Municípios de: Distrito Federal, Rio Grande
do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo.
87
SUMÁRIOLei de Incentivo à Cultura nº 5.021/2013 - Distrito Federal
Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis - Mecanismo do
Distrito Federal de Incentivo à Cultura
Modalidades de projetos
Contribuinte/Incentivador
Incentivo fiscal
Proponente do projeto
Sistema de Incentivo à Cultura do Rio Grande do Sul
Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis - Mecanismo do
Estado do Rio Grande do Sul de Incentivo à Cultura
Modalidades de projetos
Contribuinte/Incentivador
Incentivo fiscal
Proponente do projeto
Lei de Incentivo nº 1.954/1992 – Estado do Rio de Janeiro
Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis - Mecanismo do
Estado do Rio de Janeiro de Incentivo à Cultura
Modalidades de projetos
Contribuinte/Incentivador
Incentivo fiscal
Proponente do projeto
Lei do ISS nº 5.553/2013 – Município do Rio de Janeiro
Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis - Mecanismo do
Município do Rio de Janeiro de Incentivo à Cultura
Modalidades de projetos
Contribuinte/Incentivador
Incentivo fiscal
Proponente do projeto
PROAC - Lei nº 12.268/2006 – Estado de São Paulo
Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis - Mecanismo do
Estado de São Paulo de Incentivo à Cultura
Modalidades de projetos
Contribuinte/Incentivador
Incentivo fiscal
Proponente do projeto
Pro-Mac Lei nº 15.948/2013 – Município de São Paulo
Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis - Mecanismo do
Município de São Paulo de Incentivo à Cultura
Modalidades de projetos
Contribuinte/Incentivador
Incentivo fiscal
Proponente do projeto
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
89
6.1 LEI DE INCENTIVO À CULTURA Nº 5.021/2013 - DISTRITO FEDERAL
Além dos mecanismos federais de incentivo fiscal, os Estados, Distrito Federal
e Munícipios, como entes federativos, também apontam para um caminho de
incentivo à cultura por meio de tributos de suas competências.
Sem a pretensão de esgotar todos os programas, este capítulo se dedica a
apresentar alguns mecanismos de incentivo estaduais e municipais do Brasil.
A Lei nº 5.021/2013 dispõe sobre a concessão de incentivo fiscal para realização
de projetos culturais, mediante doação ou patrocínio de contribuinte do Imposto
sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços
de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS).
O Quadro 6.1 apresenta os percentuais de abatimento permitidos e as
modalidades financiáveis descritas na Lei de Incentivo à Cultura (Lei nº
5.021/2013) - Distrito Federal.
QUADRO 6.1
Lei de Incentivo à Cultura nº 5.021/2013- Distrito Federal.
6.1.1 PERCENTUAIS DE ABATIMENTO E MODALIDADES FINANCIÁVEIS - MECANISMO DO DISTRITO FEDERAL DE INCENTIVO À CULTURA
90
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
91
6. MECANISMOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE INCENTIVOS FISCAIS
Inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e no Cadastro
Fiscal do Distrito Federal (CF/DF);
Regularidade fiscal com o Distrito Federal, com a Seguridade Social e com
o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço;
Inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho.
CONTRIBUINTEPessoas jurídicas contribuintes do ICMS e/ou Imposto sobre Serviços IPTU (ISS)
ISENÇÃO ICMS e/ou ISS - 2,5% a 3%
% DEDUZIDODoação - 80% de abatimento com 20% de contrapartida Patrocínio - 40% de abatimento com 60% de contrapartida
MODALIDADES FINANCIÁVEIS Projetos audiovisuais de produção independente
6.1.2 MODALIDADES DE PROJETOS
6.1.3 CONTRIBUINTE/INCENTIVADOR
O mecanismo prevê apoio aos projetos audiovisuais de produção independente,
ou seja, o projeto deve ser produzido por proponente que não exerça função
de distribuição ou exibição de obra audiovisual, sem relação societária com
concessionária de serviços de radiodifusão de sons ou sons e imagens.
Pessoas jurídicas contribuintes do ICMS e/ou ISS, que apoiem a realização
de projetos mediante doação ou patrocínio, devidamente inscritas como
Incentivadoras na Secretaria de Cultura do Distrito Federal
que comprovem:
6.1.4 INCENTIVO FISCAL
O contribuinte/incentivador tem as opções de doação ou patrocínio, por meio de
crédito do ICMS e ISS6:
Patrocínio - 40% nos casos em que o nome, marca, produto ou outro elemen-
to identificador do contribuinte/incentivador sejam mencionados no nome
do projeto ou que preveja ações de venda direta ou indireta de produtos a ela
vinculados, por ela fabricados ou que comuniquem sua marca, corresponden-
do, nesse caso, o investimento a 60% do total da cota da incentivadora;
Doação - 80% nos casos em que o nome, marca ou outro elemento
identificador sejam divulgados de forma diversa da prevista no item
anterior e nos casos em que não sejam divulgados, correspondendo ao
investimento a 20% do total da cota da incentivadora.
O limite deste investimento consta no Decreto nº 35.325/2014:
Três por cento (3%) do valor do imposto a recolher no período de apuração, até
atingir o valor total dos recursos dedutíveis, para empresa cuja receita bruta
auferida no ano imediatamente anterior tenha sido de até R$ 32.400.000,00;
Dois e meio por cento (2,5%) do valor do imposto a recolher no período de
apuração, até atingir o valor total dos recursos dedutíveis, para empresa
cuja receita bruta auferida no ano imediatamente anterior tenha sido
superior a R$ 32.400.000,00.
6 O Governo do Distrito Federal tem a faculdade de conceder até 100% de abatimento fiscal nos seguintes projetos: reforma/restauração/manutenção do patrimônio cultural do DF; prioritários, aqueles que se alinhem às prioridades das diretrizes da política cultural; especiais, aqueles que se enquadrem nos interesses temáticos do Estado; simplificados, aqueles cujo valor seja igual ou inferior a R$ 120.000,00, definido de acordo com o segmento cultural.
92
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
93
6. MECANISMOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE INCENTIVOS FISCAIS
Por meio desta Lei de Incentivo à Cultura (LIC), o governo estadual renuncia
até 1% da arrecadação do ICMS e/ou ISS (este imposto é de competência dos
Municípios e do DF, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes
da lista anexa à Lei Complementar nº 116/2003) arrecadados no exercício
anterior para fins de financiamento aos projetos culturais.
Pessoa física ou jurídica, devidamente credenciada como Cadastro de Ente
e Agente Cultural (CEAC)7, com a exigência de domicílio no Distrito Federal
há pelo menos 2 anos. Sob competência da Secretaria de Cultura do Distrito
Federal, a proponente deve apresentar o Cadastro de Entes e Agentes
Culturais (CEAC), acompanhada da Carta de Intenção de Incentivo.
Na sequência, verificam-se os aspectos formais da proposta e a análise técnica/
artística. A sugestão é que o produtor faça previamente uma cuidadosa leitura
da Resolução CCDF nº 5/2013 (<https://www.legisweb.com.br/>), que define os
critérios de análise das propostas culturais a serem incentivadas na forma da
Lei nº 5.021/2013, adequando sua proposta para a fase de análise.
Sendo o projeto audiovisual aprovado, a Secretaria de Cultura concede
a Carta de Captação (essa carta é emitida pela SECULT e restringe-se a
autorizar a captação de recursos junto ao contribuinte/incentivador que
tenha interesse em projetos culturais, no caso, no segmento audiovisual).
Somente após a efetiva decisão de incentivo pelo contribuinte é que as partes
assinam o Termo de Compromisso de Incentivo.
6.1.5 PROPONENTE DO PROJETO
7 O CEAC é gratuito, realizado por artistas, produtores e entidades culturais do DF. Émantido pela Secretaria de Estado de Cultura. Os documentos necessários para o credenciamento de PF ou PJ estão em: <http://wwwfacdfgov.br>.
Num estímulo ao patrocínio cultural, depois de efetivado o depósito da
cota em conta vinculada ao projeto, a SECULT concede ao contribuinte/
incentivador a logomarca Selo da Incentivadora com a finalidade de divulgar
e permitir ao incentivador, a publicidade pela sua decisão de patrocinar.
A LIC confere atenção aos projetos de produtores de pequeno porte. O texto legal
determina que, no mínimo, 5% do montante dos recursos destinados ao incentivo
fiscal devem ser aplicados a tais projetos e mais 5% a projetos simplificados.
O produtor deve apresentar, em meio eletrônico, e protocolar na Secretaria de Esta-
do de Cultura do Distrito Federal, as prestações de contas parciais e finais detalha-
das dos recursos recebidos e de todos os gastos realizados na execução do projeto.
O Sistema Estadual de Financiamento e Incentivo a projetos culturais foi
criado pela Lei nº 10.846/1996, revogado pela Lei nº 13.490/2010 e atualizado
pela Lei nº 14.443/2014.
O Sistema Estadual Unificado de Apoio e Fomento às Atividades Culturais -
Pró-Cultura RS atua mediante dois mecanismos:
Mecanismo de fomento indireto que oferece benefício fiscal para as empresas
que patrocinem os projetos culturais aprovados, objeto deste capítulo;
Pró-Cultura Fundo de Apoio à Cultura, mecanismo de fomento direto por
editais. Em ambos os casos a gestão é de competência e responsabilidade da
Secretaria de Estado da Cultura (SEDAC).
6.2 SISTEMA DE INCENTIVO À CULTURA DO RIO GRANDE DO SUL
94
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
95
6. MECANISMOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE INCENTIVOS FISCAIS
O mecanismo da Pró-Cultura – Lei nº 13.490/2010 do Estado do Rio Grande do
Sul prestigia o segmento audiovisual dos seguintes projetos:
Produção de cinema;
Produção de vídeo;
Novas mídias;
Concursos;
O Quadro 6.2 apresenta os percentuais de abatimento permitidos e as
modalidades financiáveis descritas na Pró-Cultura – Lei nº 13.490/2010 –
Estado do Rio Grande do Sul.
QUADRO 6.2
Pró-Cultura – Lei nº 13.490/2010 – Estado do Rio Grande do Sul.
6.2.1 PERCENTUAIS DE ABATIMENTO E MODALIDADES FINANCIÁVEIS - MECANISMO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DE INCENTIVO À CULTURA
6.2.2 MODALIDADES DE PROJETOS
CONTRIBUINTE Pessoa jurídica com sede no RS, não optante pelo Simples
ISENÇÃOICMS – 20% do total investido, 75% são destinados ao projeto e 25% são obrigatoriamente destinados ao Fundo de Apoio à Cultura
% DEDUZIDO Integral
MODALIDADES FINANCIÁVEISProdução de cinema, de vídeo, novas mídias, concursos, eventos de exibição, outras. Construção, restauração, preservação, conservação e reforma de salas de cinema.
Pessoa jurídica sediada no Estado do Rio Grande do Sul, contribuinte do
ICMS, não optante pelo Simples Nacional. Neste programa, o Estado pode
participar de empreendimentos conjuntos com a iniciativa privada e/ou com
os Municípios, os demais Estados e a União.
Admite o abatimento integral (100%) do valor aplicado com o ICMS
a recolher em cada período, até o limite de 20%, considerando-se a
obrigatoriedade do patrocinador repassar 25% do calculado sobre o valor a
ser compensado, ao Fundo de Apoio à Cultura.
No caso do projeto de construção, restauração, preservação, conservação e
reforma de salas de cinema (inciso VIII do art. 4º desta LIC), o repasse pelo
patrocinador é de 5% calculado sobre o valor a ser compensado ao Fundo de
Apoio à Cultura (Guia de Arrecadação).
O limite do benefício devido é proveniente dos cálculos que consideram os
saldos devedores de cada período de apuração, respeitado o montante global
da receita líquida, conforme mostra a Tabela 6.1 adaptada do art. 6º da LIC.
6.2.3 CONTRIBUINTE/INCENTIVADOR
6.2.4 INCENTIVO FISCAL
Eventos de exibição;
Construção, restauração, preservação, conservação e reforma
de salas de cinema.
96
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
97
6. MECANISMOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE INCENTIVOS FISCAIS
DE (R$) (*) ATÉ (R$) (*) ALÍQUOTA VALOR A ACRESCER (R$)
- 50.000,00 0,20 0,00
50.000,00 100.000,00 0,15 2.500,00
100.000,00 200.000,00 0,10 7.500,00
200.000,00 400.000,00 0,05 17.500,00
400.000,00 Infinito 0,03 25.500,00
(**) - - -
(*) Saldo devedor do ICMS de cada período de apuração das empresas que financiarem projetos culturais, com base no mês anterior ao da apropriação do incentivo.
(**) Quando o saldo devedor for superior a R$ 400.000,00, o benefício devido será o proveniente da aplicação da tabela sobre R$ 400.000,00 ou de 3% sobre o saldo devedor, valendo o que for maior.
6.2.5 PROPONENTE DO PROJETO
Admite-se a inscrição de projetos por pessoas físicas,
pessoas jurídicas (para estas, é exigido ao menos 1 ano
de registro junto ao CNPJ e finalidade cultural) com ou
sem fins lucrativos e prefeituras municipais que façam o
registro para possibilitar a apresentação de projetos cul-
turais no Cadastro Estadual de Produtor Cultural (CEPC).
Para auxiliar o produtor na inscrição, a SEDAC apresenta
um manual com o passo a passo, basta acessar o link:
<http://www.procultura.rs.gov.br/index.php?menu=pro-
dutor_orientacoes> e seguir as orientações.
TABELA 6.1
Valor do ICMS a recolher Pró-Cultura – Estado do Rio Grande do Sul.
O produtor deve submeter seu projeto para análise técnica e financeira do
Setor de Análise Técnica (SAT) e, sendo habilitado, o projeto segue para
avaliação do Conselho Estadual de Cultura (CEC), este último é o responsável
pelos critérios de mérito, oportunidade e relevância.
Se aprovado, o patrocinador, mediante habilitação da SEDAC, pode depositar
o patrocínio e tem direito a compensar o benefício fiscal concedido. Além do
depósito, o patrocinador deve efetivar o repasse do percentual previsto para o
FAC por meio de Guia de Arrecadação.
Após a efetivação do repasse é expedida a Carta de Habilitação de Patrocínio
e somente então, a empresa realiza a escrituração de 100% do valor investido
no projeto.
Quanto a não entrega da prestação de contas ou seu atraso, aplica-se a
suspensão da inscrição do Cadastro Estadual de Produtores Culturais, por
igual período ao atraso ou pelo prazo de 6 meses (o que for maior).
Esse mecanismo se destaca porque o fomento indireto (patrocínio com benefício
fiscal referente ao ICMS) retroalimenta o fomento direto do governo, tendo em
vista que o patrocinador está sempre obrigado ao recolhimento de Guia de
Arrecadação de 25% ou 5% (dependendo da natureza do projeto) ao Fundo de
Apoio à Cultura, este sim, responsável pela viabilização de projetos por editais,
em um claro diálogo entre mecanismo direto e indireto de políticas públicas.
98
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
99
6. MECANISMOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE INCENTIVOS FISCAIS
6.3 LEI DE INCENTIVO Nº 1.954/1992 – ESTADO DO RIO DE JANEIRO
A Lei Estadual nº 1.954/1992 permite que empresas, contribuintes de ICMS
no Rio de Janeiro, patrocinem a produção cultural utilizando o incentivo
fiscal concedido pelo Estado. Dentre os objetivos da lei pode-se destacar a
valorização da cultura nacional e, em especial, a cultura fluminense8.
8 A lei apresenta outros objetivos, além dos aqui indicados. Para conhecer maiores detalhes, a empresa proponente do projeto poderá ler o art. 3º do Decreto nº 44.013/2013.
O Quadro 6.3 apresenta os percentuais de abatimento permitidos e as modalidades
financiáveis descritas Lei de Incentivo nº 1.954/1992 – Estado do Rio de Janeiro.
QUADRO 6.3
Lei de Incentivo nº 1.954/1992 – Estado do Rio de Janeiro.
CONTRIBUINTE Pessoa jurídica com sede no RJ
ISENÇÃO ICMS – 4% para produções nacionais e 1% para produções estrangeiras
% DEDUZIDO 80% - obrigatória contrapartida de 20%
MODALIDADES FINANCIÁVEIS
Filme de ficção, animação e documentário, filmes de longa-metragem e curta-metragem, telefilme e série para cinema, televisão, internet, celular ou outras mídias, conteúdo multiplataforma, jogos eletrônicos e afins. Cinemas, cineclubes, cinematecas
6.3.1 PERCENTUAIS DE ABATIMENTO E MODALIDADES FINANCIÁVEIS - MECANISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DE INCENTIVO À CULTURA
O mecanismo estadual da Lei de Incentivo nº 1.954/1992 – Estado do Rio de
Janeiro é aplicado aos seguintes segmentos do audiovisual9:
Audiovisual - Filme de ficção, animação e documentário, filmes de longa-
metragem e curta-metragem, telefilme e série para cinema, televisão, internet,
celular ou outras mídias, conteúdo multiplataforma, jogos eletrônicos e afins;
6.3.2 MODALIDADES DE PROJETOS
9 Restritos à regulamentação do Decreto nº 44.013/2013, que dá nova redação ao Decreto nº 42.292/2010, alterado pelo Decreto nº 42.575/2010.
Equipamentos culturais - Centros culturais, cinemas, cineclubes, cinematecas,
bibliotecas, museus, arquivos, espaços de preservação e educação e cultura,
e formação e conservação de acervos, inclusive digitais e afins.
Empresa com sede no Município do Rio de Janeiro em situação de
regularidade fiscal com a Secretaria Estadual de Fazenda, Receita Federal e
em regularidade com a Secretaria Estadual de Cultura.
6.3.3 CONTRIBUINTE/INCENTIVADOR
100
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
101
6. MECANISMOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE INCENTIVOS FISCAIS
10 O decreto admite ainda benefício fiscal concedido à empresa patrocinadora correspondente a 60% da cota de patrocínio que pretende realizar, devendo contribuir com recursos próprios, a título de contrapartida, no valor correspondente a 40% da referida cota. Em geral, não aplicáveis à produção audiovisual em razão das condições específicas, tais como projeto cultural que tenha como linha de ação o show musical, dentre outros.
6.3.4 INCENTIVO FISCAL
“O incentivo fiscal corresponde ao abatimento de 4% do ICMS a recolher
em cada período para doações ou patrocínio de produções culturais de
autores e intérpretes nacionais e 1% para patrocínio de produções culturais
estrangeiras” (DOERJ, 2001). O abatimento está condicionado aos projetos
credenciados pela Secretaria da Cultura do Estado.
Para a produção audiovisual, o valor do benefício fiscal concedido à empresa
patrocinadora corresponde a 80% da cota de patrocínio que se comprometer
a realizar, devendo contribuir com recursos próprios, a título de contrapartida,
no valor correspondente a 20% da referida cota10.
Resumindo, o abatimento é parcial (80%) no caso de patrocínio sobre o valor
do ICMS a recolher em cada período até o limite de 4% - considerando-se a
obrigatoriedade de contrapartida de 20%.
Quanto à operacionalização, há um diferencial: os projetos que visam obter
patrocínio por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura são inscritos nos
editais publicados no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro (DOERJ) e
disponíveis no sítio eletrônico da Secretaria.
Os limites de valores solicitados para a área cultural audiovisual são estabeleci-
dos nos editais de inscrição de projetos da Secretaria de Estado de Cultura. Pela
lei do Estado do Rio de Janeiro, tais projetos são avaliados em duas etapas: por
parecer técnico e pela aprovação pela Comissão de Avaliação de Projetos (CAP).
Pessoa física domiciliada no Estado do Rio de Janeiro, com efetiva e
comprovada atuação na área cultural, diretamente responsável pela
concepção, promoção e execução do projeto a ser patrocinado.
Pessoa jurídica estabelecida no Estado do Rio de Janeiro, com objetivo prioritaria-
mente cultural explicitado nos seus atos constitutivos, diretamente responsável
pela concepção, promoção e execução de projeto cultural a ser beneficiado pela
concessão do incentivo fiscal de que trata o Decreto, com efetiva e comprovada
atuação da entidade ou do seu corpo dirigente e funcional na área cultural.
Órgão ou entidade integrante da Administração Pública direta municipal do
Estado do Rio de Janeiro. A esse proponente será facultada somente a inscrição
de projetos relacionados a festejos municipais diretamente a ele relacionados.
Quanto à prestação de contas, esta deve ser entregue à SEC, 60 dias após findar
o prazo estabelecido no cronograma do projeto, prorrogável desde que solicitado
com 30 dias de antecedência ao fim do prazo estabelecido no cronograma
do projeto. O descumprimento de tais prazos e a não entrega na forma da
legislação vigente, configuram inadimplência do proponente e também do
patrocinador perante a Secretaria da Cultura do Estado do Rio de Janeiro.
Além da inadimplência destacada, pela Resolução SEC nº 205
são considerados inadimplentes os proponentes que:
Utilizarem indevidamente os recursos incentivados ou em finalidade
diversa do projeto aprovado;
Tenham a prestação de contas reprovada;
6.3.5 PROPONENTE DO PROJETO
102
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
103
6. MECANISMOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE INCENTIVOS FISCAIS
Descumpram as obrigações dispostas no capítulo X do Decreto n°
44.013/2013. Após notificação, o proponente é inserido no Cadastro de
Inadimplentes da SEC e não pode apresentar novos projetos.
A Lei Municipal nº 5.553/2013 do Município do Rio de Janeiro institui o
incentivo fiscal de ISS em benefício da produção de projetos culturais,
integrando o Programa de Fomento à Produção Cultural Carioca.
6.4 LEI DO ISS Nº 5.553/2013 – MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
O Quadro 6.4 apresenta os percentuais de abatimento permitidos e as modalidades
financiáveis descritas na Lei do ISS nº 5.553/2013 – Município do Rio de Janeiro.
QUADRO 6.4
Lei do ISS nº 5.553/2013 – Município do Rio de Janeiro.
6.4.1 PERCENTUAIS DE ABATIMENTO E MODALIDADES FINANCIÁVEIS - MECANISMO DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO DE INCENTIVO À CULTURA
CONTRIBUINTE Pessoa física ou jurídica, não optante pelo Simples
ISENÇÃO ISS – 20%
% DEDUZIDO Integral
MODALIDADES FINANCIÁVEIS Audiovisual, cinema, multiplataforma e projetos transmídia
Na Lei do ISS nº 5.553/2013 – Município do Rio de Janeiro é o contribuinte do
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS do Município do Rio de
Janeiro, por meio de Termo de Adesão junto à Secretaria de Cultura.
As microempresas e as empresas de pequeno porte optantes pelo Simples
Nacional não podem utilizar ou destinar qualquer valor a título de incentivo
fiscal, nos termos do art. 24 da Lei Complementar Federal nº 123/2006.
A Lei do ISS nº 5.553/2013 – Município do Rio de Janeiro apresenta as
modalidades de projetos que atendem às seguintes áreas:
Audiovisual;
Cinema;
Multiplataforma;
Projetos transmídia.
6.4.2 MODALIDADES DE PROJETOS
6.4.3 CONTRIBUINTE/INCENTIVADOR
O contribuinte pode utilizar o valor destinado para abater o ISS a ser
recolhido mensalmente, até o limite de 20% do imposto próprio devido
em cada mês e enquanto houver saldo, observadas as normas da Lei nº
5.553/2013 e a regulamentação estabelecida no Decreto nº 37.031/2013.
6.4.4 INCENTIVO FISCAL
104
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
105
6. MECANISMOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE INCENTIVOS FISCAIS
6.4.5 PROPONENTE DO PROJETO
Produtores culturais sediados no Município do Rio de Janeiro com atividades
comprovadas na área cultural por, no mínimo, 2 anos, com informações
prestadas no momento da inscrição do projeto cultural.
Os produtores culturais devem apresentar o projeto à Comissão Carioca
de Promoção Cultural (CCPC), sendo as inscrições realizadas no site da
Secretaria Municipal de Cultura, conforme calendário anual publicado. Os
projetos são analisados tecnicamente, nos termos definidos anualmente pelo
Secretário Municipal de Cultura e apenas os considerados aptos pela CCPC,
obtêm o Certificado de Enquadramento para recebimento do incentivo fiscal.
Obtido o Certificado de Enquadramento, segue-se à assinatura do Termo
de Compromisso entre a proponente e o contribuinte/incentivador perante
a Secretaria Municipal de Cultura, para a execução do projeto na forma e
condições propostas. A não execução do projeto incentivado pela proponente
não prejudicará o contribuinte/incentivador.
6.5 PROAC - LEI Nº 12.268/2006 – ESTADO DE SÃO PAULO
Em 2006, o Estado de São Paulo regulamentou, por meio da Lei nº 12.268 a criação
do Programa de Ação Cultural do Governo do Estado de São Paulo (PROAC).
O mecanismo opera para diversos segmentos culturais na diretriz do governo
de fomentar a produção e difusão cultural do Estado.
Ainda dentro do Programa de Ação Cultural (PROAC), destacam-se dois
mecanismos de apoio:
A viabilização de projetos pela disponibilização de recursos públicos por
meio de editais. Os editais por segmento apoiado são publicados anual-
mente e com vigência determinada no ano de sua publicação. É importan-
te que o produtor audiovisual faça o acompanhamento anual dos editais
e, para isso, basta acessar o link: <http://www.cultura.sp.gov.br/portal/
site/SEC/menuitem.426e45d805808ce06dd32b43a8638ca0/?vgnextoid=c-
fd78ac36e651410VgnVCM1000008936c80aRCRD&vgnextchannel=cfd78a-
c36e651410VgnVCM1000008936c80aRCRD>;
O de incentivo fiscal que se baseia no ICMS11.
11 O ICMS está entre os impostos de competência dos Estados e do DF e é fonte de receita significativa para os entes estaduais e o DF. Para maiores informações, recomenda-se a leitura do Relatório da Receita Tributária do Estado de São Paulo, dedicado à informação e análise dos recolhimentos dos tributos estaduais no site: <http://www.fazenda.sp.gov.br/relatorio/>.
6.5.1 PERCENTUAIS DE ABATIMENTO E MODALIDADES FINANCIÁVEIS - MECANISMO DO ESTADO DE SÃO PAULO DE INCENTIVO À CULTURA
O Quadro 6.5 apresenta os percentuais de abatimento permitidos e as modalidades
financiáveis descritas no PROAC- Lei nº 12.268/2006 – Estado de São Paulo.
106
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
107
6. MECANISMOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE INCENTIVOS FISCAIS
CONTRIBUINTE Pessoa jurídica com sede em SP
ISENÇÃO ICMS – Até o limite de 3%
% DEDUZIDO Integral
MODALIDADES FINANCIÁVEIS
Cinema (limite: R$ 800.000,00), vídeo (limite R$ 200.000,00) e programas de rádio e de televisão com finalidades cultural, social e de prestação de serviços à comunidade (limite R$ 300.000,00)
6.5.2 MODALIDADES DE PROJETOS
O art. 4º da Lei nº12.268/2006 admite a destinação dos recursos de caráter
privado, nos seguintes segmentos audiovisuais:
Cinema;
Vídeo;
Programas de rádio e de TV com finalidades cultural, social e de prestação
de serviços à comunidade.
QUADRO 6.5
PROAC - Lei nº 12.268/2006 – Estado de São Paulo.
6.5.3 CONTRIBUINTE/INCENTIVADOR
Pode ser somente a pessoa jurídica com sede no Estado de São Paulo e deve,
obrigatoriamente, estar cadastrado e habilitado na Secretaria da Fazenda.
Também deve estar em regularidade fiscal e com o sistema da seguridade social,
assim como ter apurado o ICMS a recolher no ano imediatamente anterior.
6.5.4 INCENTIVO FISCAL
Prevê a possibilidade integral de abatimento até 3% (pela tabela decrescente
de alíquotas, dependendo do montante do ICMS a recolher, conforme Decreto
nº 51.944/2007) do ICMS para pessoas jurídicas financiadoras dos projetos
credenciados pela Secretaria da Cultura. Portanto, um elo entre a iniciativa
privada e a participação do governo do Estado de São Paulo ao determinar
um benefício estatal de abatimento integral do ICMS para o setor privado.
Na prática, o contribuinte/incentivador enfrenta quatro fases operacionais: creden-
ciamento, habilitação, destinação dos recursos e escrituração do incentivo fiscal.
Primeiramente, o contribuinte/incentivador deve requerer o credenciamento
específico perante a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (SEFAZ).
Na sequência, esta verifica se há cumprimento dos requisitos estabelecidos na
lei e, em caso positivo, o contribuinte é habilitado. Deste momento em diante,
o contribuinte/incentivador pode patrocinar projetos aprovados pelo PROAC.
Todos os meses, a SEFAZ deve calcular os valores máximos de patrocínio que
podem ser aproveitados nos programas.
Na sequência, a empresa habilitada emite boleto(s) bancário(s) via sistema
da SEFAZ para patrocinar projetos culturais, devendo pagar esses boletos até
o último dia útil do mês de emissão. A SEFAZ apresenta o limite individual
do contribuinte a ser utilizado como crédito de ICMS (benefício fiscal) e
ainda admite que o limite possa mudar a cada mês. Após o pagamento do(s)
boleto(s) bancário(s), a empresa pode escriturar integralmente (100%) do
valor investido nos projetos como crédito do ICMS referente àquele mês.
Assim, no caso de investir 3% do valor do ICMS em determinado mês em
um projeto aprovado no PROAC, a empresa terá que pagar apenas os 97%
restantes para a Fazenda Estadual referente ao mês em questão.
108
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
109
6. MECANISMOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE INCENTIVOS FISCAIS
Questão recorrente é a possibilidade de destinação de recursos a mais de um
projeto. A lei não apresenta impeditivo algum neste sentido, basta, portanto,
que a soma dos boletos pagos não supere o valor máximo autorizado para o
mês de habilitação.
6.5.5 PROPONENTE DO PROJETO
A apresentação de projetos pode ser realizada por pessoas físicas (o próprio
artista ou o detentor dos direitos sobre o seu conteúdo) e pessoas jurídicas
(incluindo cooperativas e empresas com objeto social às atividades artísticas,
culturais ou instituições culturais sem fins lucrativos), comprovando o
domicílio no Estado de São Paulo há, no mínimo, 2 anos.
Caso a pessoa jurídica não tenha realizado atividades culturais durante os
últimos 2 anos, será facultada, para comprovação de atuação na área cultural
pelo período mínimo exigido, a apresentação dos currículos das pessoas físicas
que a integrem ou que com ela mantenham vínculo. Tal como previsto no
regramento legal, as propostas apresentadas por meio de cooperativas devem
ter como responsável técnico/artístico do projeto o anuente cooperado que
deve ser previamente aprovado como proponente pessoa física.
O cadastro do proponente e do projeto deve ser feito no site: <http://
www.cultura.sp.gov.br> e em total transparência. O site indica todos os
documentos que devem acompanhar o Cadastro Geral de Proponente (CGP)
na Secretaria da Cultura. Atendida toda a documentação, o proponente em
conformidade recebe seu número de CGP e senha para acesso ao Sistema.
Cada proponente pode ter como número máximo de projetos inscritos
e aprovados (na fase de captação/execução), nos termos do art. 6º da
Resolução SC nº 96/2011 (<http://www.cultura.sp.gov.br>):
I – 01 (um) projeto para proponente pessoa física;
II – 02 (dois) projetos para proponente pessoa jurídica;
§1º– 02 (dois) projetos para cooperativa por associado.
A competência sobre a análise de cada projeto é da Comissão de Análise de
Projetos (CAP) constituída pelo Secretário da Cultura do Estado e seus crité-
rios são o interesse público/artístico; compatibilidade de custos; capacidade
demonstrada pelo proponente e pelo responsável técnico/artístico para a
realização do projeto. Por fim, o atendimento à legislação relativa ao PROAC,
em especial à Lei nº 12.268/2006 e demais resoluções da Secretaria de Estado
da Cultura.
O programa apresenta os valores máximos para captação de cada projeto
conforme apresentado no Quadro 6.5. Caso o orçamento seja superior aos
valores indicados, o produtor proponente deve enviar fisicamente, junto ao
restante da documentação exigida, o orçamento integral constando todas
as fontes de recursos previstas para o projeto, inclusive se financiadas por
mecanismo federal (DOSP, 2014).
Quanto à possibilidade de coprodução e em recente modificação de Instrução
Normativa da CAP nº 01/2013, tem-se que:
III - A coprodução é entendida apenas entre pessoas jurídicas, não
sendo válida a coprodução na qual pessoas físicas atuem como
coprodutores. Coproduções entre produtoras paulistas podem
apresentar participações desiguais (por exemplo, 10-90; sendo o
mínimo 10% para evitar coproduções que não ocorram de fato). Para
coproduções entre uma produtora paulista e produtora de outro
Estado, a participação mínima da produtora paulista deverá ser de
51%. O coprodutor que tiver dois projetos aprovados no ProAC ICMS
não poderá ter outro projeto no qual apareça como coprodutor nem
110
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
111
6. MECANISMOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE INCENTIVOS FISCAIS
apresentar novos projetos. (DOSP, 2014, grifo nosso).
A prestação de contas é tratada na Resolução nº 96/2011, com rigor em razão
do uso de recursos públicos. A documentação deve ser entregue na Secretaria
da Cultura em até 30 dias após o encerramento da execução do projeto, de
acordo com cronograma aprovado pela CAP, podendo ser prorrogada uma
única vez, por igual período, mediante solicitação justificada (as normas para
prestação de contas podem ser acessadas no link :<http://www.cultura.sp.gov.
br/portal/site/PAC>, no item Prestação de Contas).
Inspirado no Programa de Ação Cultural (PROAC) do Governo de São Paulo, o
Programa Municipal de Apoio a Projetos Culturais (Pro-Mac) foi sancionado em
26-12-2013, revogando a Lei Mendonça (Lei nº 10.923/1990).
Apesar da sua publicação em dezembro de 2013, ainda não teve a
regulamentação pelo Poder Executivo e, por este motivo, apresentam-se aqui
apenas os principais itens do Programa.
6.6 PRO-MAC LEI Nº 15.948/2013 – MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
6.6.1 PERCENTUAIS DE ABATIMENTO E MODALIDADES FINANCIÁVEIS - MECANISMO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO DE INCENTIVO À CULTURA
O Quadro 6.6 apresenta os percentuais de abatimento permitidos e as
modalidades financiáveis descritas no Pro-Mac - Lei nº 15.948/2013 –
Município de São Paulo.
Quadro 6.6
Pro-Mac Lei nº 15.948/13 – Município de São Paulo.
CONTRIBUINTE Pessoa física ou jurídica
ISENÇÃO IPTU ou ISS - Até o limite de 20%
% DEDUZIDO Integral
MODALIDADES FINANCIÁVEISCinema, séries de televisão, produção de vídeo, programas de rádio e de televisão com finalidade cultural, social e de prestação de serviços à comunidade
De acordo com o art. 4º do Pro-Mac, Lei nº 15.948/13 – Município de São Paulo,
tem-se as seguintes modalidades do segmento audiovisual:
Cinema;
Séries de televisão;
Produção de vídeo;
Programas de rádio e TV com finalidades cultural, social e de prestação de
serviços à comunidade.
6.6.2 MODALIDADES DE PROJETOS
No Pro-Mac, Lei nº 15.948/13 – Município de São Paulo é o contribuinte do
Imposto Sobre Serviços de Qualquer natureza (ISS) e do Imposto sobre a
Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU).
6.6.3 CONTRIBUINTE/INCENTIVADOR
112
6. MECANISMOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE INCENTIVOS FISCAIS
O limite de 20% do valor devido a cada incidência dos tributos (ISS/IPTU), com
dedução de 100% do valor investido.
6.6.4 INCENTIVO FISCAL
6.6.5 PROPONENTE DO PROJETO
Pessoa física, o próprio artista ou detentor de direitos sobre o seu conteúdo ou
pessoa jurídica com sede no Município que tenham como objetivo atividades
artísticas e culturais, bem como instituições culturais sem fins lucrativos.
A proponente deve comprovar domicílio ou sede no Município há pelo menos
2 anos da data da inscrição do projeto e o incentivo pode ser parcial, não
sendo obrigatório corresponder à totalidade do valor do projeto.
A prestação de contas de recursos captados no âmbito do Pro-Mac deve ser
entregue pelo proponente na Secretaria Municipal de Cultura no prazo de dias
contados do encerramento da execução do projeto, conforme cronograma
de atividades, ou do indeferimento da renovação do prazo de captação. A
Secretaria Municipal de Cultura tem 30 dias para conferir a prestação de
contas inicial do projeto.
Estrutura de Acesso aos Mecanismos de Incentivos Federais da ANCINE
CAPÍTULO 7
Raquel Lemos
OBJETIVOSExplicar o que é a ANCINE.
Contribuir com informações importantes ao produtor audiovisual que
pleiteia conseguir benefícios em projetos incentivados.
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
115
SUMÁRIOAgência Nacional do Cinema (ANCINE)
Registros da empresa produtora junto à ANCINE
Apresentação de projetos – ANCINE
Certificados: CPB e CRT na ANCINE
Classificação da empresa proponente
Prestação de contas de projetos realizados com recursos
incentivados federais
A ANCINE tem papel tríplice: regular, fiscalizar e fomentar a atividade audiovisual.
7.1 AGÊNCIA NACIONAL DO CINEMA (ANCINE)
Durante a apresentação deste Volume 4 – Leis de
Incentivos Fiscais do Módulo 2 - Legislação, diversas
vezes a Agência Nacional do Cinema e suas instruções
normativas foram citadas. Assim, para a perfeita
compreensão dos mecanismos de incentivos fiscais do
segmento audiovisual é fundamental conhecer e se
familiarizar com a regulação dessa agência.
A Agência Nacional do Cinema foi criada pela Medida
Provisória nº 2.228-1/2001 e, como toda agência
reguladora, tem por papel enfrentar questões estratégicas
do mercado. Portanto, a ANCINE tem papel tríplice:
regular, fiscalizar e fomentar a atividade audiovisual.
Sendo o órgão regulador e responsável pela fiscalização
do setor audiovisual, somente são considerados aptos
aos mecanismos de incentivos fiscais, as empresas
proponentes que tenham atendido às exigências da
Agência Nacional do Cinema. Relembrando que o
fomento indireto a projetos audiovisuais dispostos na Lei
nº 8.313/1991 (Lei Rouanet), na Lei nº 8.685/1993 (Lei do
Audiovisual), no art. 39, inciso X e FUNCINES presentes na
Medida Provisória nº 2.228-1/2001, exigem aprovação da
ANCINE e/ou MinC, no caso da Lei Rouanet.
116
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
117
7. ESTRUTURA DE ACESSO AOS MECANISMOS DE INCENTIVOS FEDERAIS DA ANCINE
Sem a pretensão de esgotar o tema, merecedor de um estudo mais profundo,
este capítulo segue subdividido em seis itens, como contribuição ao produtor
audiovisual que pleiteia benefícios em projetos incentivados.
A primeira exigência a ser cumprida pelo produtor que visa usufruir dos
serviços prestados pela agência é realizar o registro da empresa ou da pessoa
natural perante a ANCINE. A Instrução Normativa nº 91/2010 regulamenta o
registro de agentes econômicos, termo usado pela agência para designar as
pessoas físicas ou jurídicas envolvidas na atividade audiovisual.
O referido registro é classificado nos termos da IN nº 91/2010:
Registro completo de pessoa jurídica - Obrigatório para todas as empresas
que atuem nos diversos segmentos do audiovisual, exceto as empresas
jurídicas estrangeiras que são registradas conforme o próximo item;
Registro simplificado de pessoa jurídica - Providência necessária às
empresas estrangeiras que atuam no mercado audiovisual brasileiro
para o usufruto dos mecanismos de incentivos fiscais que têm como fato
gerador a remessa ao exterior;
Registro de pessoa natural - Obrigatório para detentores de poder dirigente
sobre obra audiovisual, proponentes de projetos de mostras ou festivais
que utilizem fomento.
7.1.1 REGISTROS DA EMPRESA PRODUTORA JUNTO À ANCINE
Ainda no atendimento à primeira exigência da obtenção do registro de
pessoa jurídica é preciso determinar o objeto social da empresa, destacando
a produção audiovisual como sua atividade econômica principal. A atividade
econômica é dividida em subclasses. Essas subclasses são um detalhamento
da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE). A CNAE é uma
classificação usada com o objetivo de padronizar os códigos de identificação
das unidades produtivas do Brasil nos cadastros e registros da administração
pública nas três esferas de governo, em especial na área tributária (<http://
www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/cnaefiscal/cnaef.htm>).
As classificações de atividade econômica principal, exigidas para que a
empresa produtora brasileira independente possa obter fomento junto à
Ser produtor pessoa jurídica com CNAE nº 59.11-1/1999 - Atividades de
produção cinematográfica, de vídeos e de programas de televisão não
especificadas anteriormente;
Ser produtor pessoa jurídica com CNAE nº 59.11.1/2001 - Estúdios
cinematográficos.
Tratando-se de pessoa jurídica sociedade limitada, o requerente do registro
Instrumento legal de constituição da pessoa jurídica brasileira ou a última
consolidação e eventuais alterações posteriores;
Cédula de Identidade do(s) representante(s) legal(is) ou procurador(es);
Portaria de Naturalização ou Certificado de Naturalização do(s)
representante(s) legal(is) ou procurador(es), quando for o caso;
ANCINE são:
deve apresentar:
118
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
119
7. ESTRUTURA DE ACESSO AOS MECANISMOS DE INCENTIVOS FEDERAIS DA ANCINE
No caso em que o requerente não for o titular da pessoa jurídica, deve
apresentar o ato de constituição de sua representação ou instrumento
de procuração, em que estejam especificados os poderes constituídos e o
prazo de vigência;
Instrumento legal de constituição da(s) sócia(s) pessoa(s) jurídica(s) ou a
última consolidação e eventuais alterações posteriores, quando for o caso.
Tratando-se de pessoa jurídica sociedade anônima, o requerente do registro
Estatuto social ou a última consolidação e eventuais alterações posteriores;
Instrumento legal de eleição do Conselho de Administração, quando
houver, e da diretoria;
Cédula de Identidade do(s) representante(s) legal(is) ou procurador(es);
Portaria de Naturalização ou Certificado de Naturalização do(s)
representante(s) legal(is) ou procurador(es), quando for o caso;
No caso em que o requerente não for o titular da pessoa jurídica, deve apresen-
tar o ato de constituição de sua representação ou instrumento de procuração
em que estejam especificados os poderes constituídos e o prazo de vigência;
Instrumento legal de constituição da(s) sócia(s) pessoa(s) jurídica(s), a
última consolidação ou documento assinado pelo representante legal da
companhia informando a composição do quadro social com o percentual
de participação e a nacionalidade dos acionistas.
deve apresentar:
Passada a etapa do registro, a empresa produtora deve apresentar o projeto à
ANCINE para captar recursos incentivados.
Atender aos procedimentos firmados na Instrução Normativa nº 22/2003
da ANCINE é fundamental para sujeitar o projeto à aprovação da agência e
subsequente captação para recursos incentivados.
A IN nº 22/2003 tem o objetivo de regulamentar a elaboração, apresentação
e acompanhamento de projetos de obras audiovisuais a serem realizados
com a utilização dos incentivos criados pelas Leis nºs 8.313/1991, 8.685/1993,
10.179/2001 e pelo inciso X do art. 39 e FUNCINES, estes dois últimos, da Medida
Provisória nº 2.228-1/2001 com as modificações da Lei nº 10.454/2002.
Portanto, o atendimento às regras da IN nº 22/2003 é obrigatório para a
empresa proponente encaminhar e ter sucesso na análise de seus projetos. A
delimitação do conceito de empresa proponente consta no art. 1º, inciso I:
Empresa produtora brasileira que, a partir da apresentação do projeto
para a aprovação pela ANCINE, torna-se responsável por todos os
procedimentos e compromissos necessários para a realização do
mesmo, respondendo administrativa, civil e penalmente perante a
ANCINE, demais órgãos e entidades públicas e terceiros prejudicados,
nos termos da legislação vigente. (<www.ancine.gov.br>, grifo nosso).
O encaminhamento dos projetos deve ocorrer por meio do Módulo de
Apresentação de Projetos do Sistema ANCINE Digital (SAD). O acesso ao
módulo exige situação regularizada e registro deferido perante a área de
Registro da ANCINE. O Manual para o Módulo de Apresentação de Projetos
7.1.2 APRESENTAÇÃO DE PROJETOS - ANCINE
120
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
121
7. ESTRUTURA DE ACESSO AOS MECANISMOS DE INCENTIVOS FEDERAIS DA ANCINE
está disponível no link: <http://www.ancine.gov.br/sites/default/files/
instrucoesnormativas/passoapassoapresentacaodeprojetos2014.pdf>.
A aprovação dos projetos acontece em duas etapas: na aprovação inicial
e na análise complementar. De acordo com a alteração promovida pela IN
nº 99/2012, a análise complementar do projeto somente ocorre quando a
empresa proponente comprove efetivamente o financiamento de, no mínimo,
20% do valor de produção apresentado (podendo ser concomitante a sua
aprovação) e exista compatibilidade entre o projeto audiovisual (a partir das
informações constantes do roteiro e do formulário de solicitação da análise
complementar) e o orçamento analítico proposto.
O encaminhamento dos projetos de desenvolvimento, distribuição e realização
de festivais internacionais, deve ser realizado pelo envio de documentos físicos
à ANCINE. Neste caso, a análise complementar é concomitante à fase de
aprovação, diante de texto expresso do parágrafo 3º do art. 8º da IN nº 22/2003.
A IN nº 22/2003 apresenta ainda os limites máximos para a cumulação de
incentivos no caso da Lei do Audiovisual:
Ficam estabelecidos os seguintes limites máximos de aporte de
recursos por projeto, podendo ser utilizados concomitantemente (art.
4º da IN nº 22/2003 alterado pelo art. 14 da IN n° 76/2008):
I - Para os incentivos previstos nos arts. 1º e 1º A da Lei nº 8.685/1993,
somados, de R$ 4.000.000,00; e (inciso acrescentado pelo art. 14 da
Instrução Normativa n° 76);
II - Para os incentivos previstos nos arts. 3º e 3º A da Lei nº 8.685/1993,
somados, de R$ 3.000.000,00. (<www.ancine.gov.br>).
A informação constante no Inciso II é complementada pelo art. 4º da IN nº
22/2003 (alterado pelo art. 14 da IN n° 76/2008) que determina o mínimo de 5%
do orçamento global aprovado pela ANCINE para o projeto, de contrapartida
de recursos próprios da proponente ou de terceiros, na hipótese de utilização
exclusiva ou combinada, no mesmo projeto, de recursos oriundos dos incentivos
previstos nos arts. 1°, 1º A, 3° e 3º A da Lei nº 8.685/1993, no inciso X, do art. 39
e FUNCINES da Medida Provisória nº 2.228-1/2001, e na Lei nº 8.313/1991, caso
esta última não seja utilizada isoladamente.
Assim, a solicitação de aprovação do projeto deve seguir cuidadosamente as
exigências documentais do art. 8º da IN nº 22/2003. Portanto, sugere-se uma
leitura atenta das especificações ali constantes.
Para a aprovação do projeto, a empresa proponente ainda deve atender às
Ser empresa produtora brasileira registrada na ANCINE;
Estar apta a captar os valores solicitados, de acordo com sua classificação
de nível;
Manter regularidade fiscal, tributária e previdenciária com o FGTS e no
Cadastro Informativo (CADIN) dos créditos não quitados do setor público
federal, de acordo com as certidões negativas de débito emitidas pela
Receita Federal do Brasil e pela Caixa Econômica Federal, cujos documentos
são verificados pela ANCINE ou solicitados à proponente, quando necessário;
Estar regularizada com o registro e em relação à prestação de contas de
projetos realizados com recursos oriundos de fomento direto ou indireto
administrados pela ANCINE;
seguintes condições:
122
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
123
7. ESTRUTURA DE ACESSO AOS MECANISMOS DE INCENTIVOS FEDERAIS DA ANCINE
Comprovar a opção ou detenção dos direitos necessários à realização do objeto
do projeto (elencados nos incisos do art. 14 da IN nº 22/2003), conforme o caso.
A ANCINE tem o prazo de 20 dias, a contar da data da realização do
protocolo, para aprovação de projetos que se enquadrem na IN nº 22/2003.
Na eventualidade de diligência documental para sua complementação, o
prazo somente tem início após a data de recebimento dos documentos em
questão, pela ANCINE.
Após a aprovação do projeto, a ANCINE solicita a abertura de conta corrente de
captação junto ao Banco do Brasil S/A, na agência indicada pela proponente,
respeitando sempre os prazos de captação de recursos incentivados para
projetos de produção audiovisual determinados no art. 23 da IN nº 22/2003.
Para o requerimento do Certificado de Produto Brasilei-
ro (CPB) e do Certificado de Registro de Título (CRT), é
preciso compreender a distinção desses dois tipos
Certificado de Produto Brasileiro (CPB) - É o registro
de obra não publicitária brasileira;
Certificado de Registro de Título (CRT) - Tem por
objetivo assegurar que a obra audiovisual tenha
autorização para ser comercializada ou veiculada no
Brasil, no(s) segmento(s) de mercado especificado(s) e
deve ser realizado para obras audiovisuais brasileiras
e estrangeiras, publicitárias e não publicitárias.
7.1.3 CERTIFICADOS: CPB E CRT NA ANCINE
de registros:
A requisição dos registros é feita pela internet, em acesso ao portal da ANCINE e
a cópia da obra em DVD deve ser enviada fisicamente no caso de requerimento
do CPB. As informações sobre como fazer o registro estão disponíveis no portal
da ANCINE no link:<http://ancine.gov.br/manuais/passo-passo-sistemas/sad/
emissao-de-crt-de-obras-nao-publicitarias>.
O CPB é o registro conferido à obra audiovisual não publicitária brasileira
que cumprir todos os requisitos legais para sua obtenção. Os requisitos estão
apresentados na IN nº 104/2012 e é preciso que:
O requerente seja detentor majoritário do poder dirigente sobre o
patrimônio da obra audiovisual;
Caso a obra audiovisual seja resultado de projeto de fomento aprovado na
ANCINE, o requerimento deve ser apresentado pelo proponente do projeto 12.
Atendidas as condições estabelecidas, a ANCINE emite o Certificado de
Produto Brasileiro (CPB). Esse registro atesta também a classificação da obra
como comum, brasileira, constituinte de espaço qualificado ou brasileira
independente constituinte de espaço qualificado, dependendo do caso.
Conforme inciso XXXII, do art. 1º, da IN nº 104/2012, a agência reguladora define
como obra brasileira aquela que cumpre um dos requisitos listados a seguir:
Ser produzida por empresa produtora brasileira, registrada na ANCINE,
dirigida por diretor brasileiro ou estrangeiro, residente no País há mais de
12 Nos termos do parágrafo 2º do art. 18 da IN nº 104/2012, caso o registro seja feito por terceiros, deve ser apresentado o instrumento legal de delegação de sua representação ou instrumento de procuração, especificando seus poderes constituídos e o prazo de vigência.
124
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
125
7. ESTRUTURA DE ACESSO AOS MECANISMOS DE INCENTIVOS FEDERAIS DA ANCINE
3 anos e utilizar, para sua produção, no mínimo, 2/3 de artistas e técnicos
brasileiros ou residentes no Brasil há mais de 5 anos;
Ser realizada por empresa produtora brasileira, registrada na ANCINE, em
associação com empresas de outros países com os quais o Brasil mantenha
acordo de coprodução cinematográfica e em consonância com os mesmos;
Ser realizada em regime de coprodução por empresa produtora brasileira,
registrada na ANCINE, em associação com empresas de outros países com
os quais o Brasil não mantenha acordo de coprodução, ter assegurada
a titularidade de, no mínimo, 40% dos direitos patrimoniais da obra à
empresa produtora brasileira e utilizar, para sua produção, no mínimo, 2/3
de artistas e técnicos brasileiros ou residentes no Brasil há mais de 3 anos.
Atendido o requisito para nacionalidade da obra, enfrenta-se então, o status
de qualificação da obra: comum, brasileira constituinte de espaço qualificado
ou brasileira independente constituinte de espaço qualificado.
Aqui a IN nº 104/2012, adotou o conceito de exclusão, ou seja, apresenta
o que não é obra de espaço qualificado13: conteúdo religioso, político,
manifestações e eventos esportivos, concursos, publicidade, televendas,
infomerciais, jogos eletrônicos, propaganda política obrigatória, conteúdo
audiovisual veiculado em horário eleitoral gratuito, conteúdos jornalísticos e
programas de auditório ancorados por apresentador. Portanto, tais conteúdos
são classificados como comuns pela agência reguladora.
13 A IN nº 100/2012 da ANCINE que regulamentou a Lei nº 12.485/2011 (Lei da TV Paga), também define espaço qualificado como espaço total do canal de programação e classificou os mesmos conteúdos que a IN nº 104/2012 como comuns.
O caráter de independência da obra é determinado pela ANCINE com o
cumprimento dos seguintes requisitos nos termos da IN nº 104/2012:
Ser constituída sob as leis brasileiras;
Ter sede e administração no País;
Setenta por cento (70%) do capital total e votante devem ser de titularidade
direta ou indireta de brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos;
A gestão das atividades da empresa e a responsabilidade editorial sobre
os conteúdos produzidos devem ser privativas de brasileiros natos ou
naturalizados há mais de 10 anos;
Não ser controladora, controlada ou coligada a programadoras,
empacotadoras, distribuidoras ou concessionárias de serviço de
radiodifusão de sons e imagens;
Não estar vinculada a instrumento que, direta ou indiretamente, confira ou
objetive conferir a sócios minoritários, quando estes forem programadoras,
empacotadoras, distribuidoras ou concessionárias de serviços de
radiodifusão de sons e imagens, direito de veto comercial ou qualquer tipo
de interferência comercial sobre os conteúdos produzidos;
Não manter vínculo de exclusividade que a impeça de produzir ou
comercializar para terceiros os conteúdos audiovisuais por ela produzidos.
126
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
127
7. ESTRUTURA DE ACESSO AOS MECANISMOS DE INCENTIVOS FEDERAIS DA ANCINE
O produtor deve certificar-se de que sua empresa atende aos requisitos para
o conceito de nacionalidade da obra, ainda que em regime de coprodução
internacional. Na sequência, assegurar-se de que o conteúdo foge à
classificação de obras comuns e, finalmente, identificar o atendimento às
exigências do caráter de independência exigido pela IN nº 104/2012.
O CPB, ao reconhecer a nacionalidade brasileira da obra, permite a
classificação das obras audiovisuais de acordo com a Lei nº 12.485/2011 (Lei da
TV Paga14), possibilitando a gestão do cumprimento das cotas na TV paga.
O Certificado de Registro de Título (CRT) deve ser previamente obtido na
comercialização da obra. Ou seja, toda obra precisa deste certificado para sua
comercialização, exceto obras com conteúdo de caráter pessoal, jogos eletrônicos
e fragmentos de obra audiovisual, conforme os termos do parágrafo único do art.
3º da IN nº 105/2012. Este registro confere o enquadramento tributário da obra
audiovisual e, portanto, o valor a recolher de CONDECINE Título (aqui é possível
concluir que, tanto o CRT quanto o CPB, permitem à ANCINE um conhecimento
maior sobre o mercado regulado).
A Instrução Normativa nº 105/2012, buscou simplificar os trâmites para
requerimento do CRT. O registro da obra audiovisual não publicitária deve ser
requerido para o respectivo segmento pelo detentor dos direitos de exploração
comercial ou licenciamento no País. A Instrução Normativa é clara:
Art. 39. O registro não implica reconhecimento em favor do requerente,
de quaisquer direitos autorais, sejam eles morais ou patrimoniais sobre
a obra. (<www.ancine.gov.br>).
14 A Lei da TV Paga determina a obrigação de cotas mínimas de veiculação de conteúdos nacionais com o intuito de estimular a produção de conteúdo brasileiro independente.
O requerimento de registro de título de obra audiovisual não publicitária,
nos termos da IN nº 105/2012, obrigatoriamente, deve conter as informações
constantes no Quadro 7.1.
QUADRO 7.1
Principais informações solicitadas no requerimento on-line de registro de
título de obra audiovisual não publicitária.
Nos termos do art. 27 da IN nº 105/2012, é isenta do recolhimento da
CONDECINE Titulo a obra audiovisual:
Não publicitária destinada à exibição exclusiva em mostras e festivais,
desde que previamente autorizada pela ANCINE;
Do tipo jornalística;
Do tipo manifestações e eventos esportivos;
Número do CPB (quando for o caso) País de origem
Número do registro da obra estrangeira na ANCINE (quando for o caso)
Ano de produção
Título originalClassificação quanto à forma de organização temporal
Títulos alternativos (se houver) Duração
Título em portuguêsEpisódios ou capítulos que se pretende comunicar publicamente (se for o caso)
Empresa(s) produtora(s) Tipo
Diretor(es) Segmento de mercado a que se destina
Sinopse
128
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
129
7. ESTRUTURA DE ACESSO AOS MECANISMOS DE INCENTIVOS FEDERAIS DA ANCINE
Brasileira destinada exclusivamente à exportação ou inclusão em
programação brasileira transmitida para o exterior;
Brasileira produzida por empresa concessionária de serviço de radiodifusão
de sons e imagens ou programadora do segmento de mercado de
comunicação eletrônica de massa por assinatura, para comunicação
pública em seu próprio segmento de mercado ou quando transmitida por
força de lei ou regulamento em outro segmento de mercado;
Incluída na programação internacional de que trata o inciso XIV do art. 1º
da Medida Provisória nº 2228-1/2001.
Ainda quanto ao prazo de validade do CRT, este é válido pelo prazo de 5
anos, nos termos do art. 21 da IN nº 105/2012. Após o decurso deste período, é
necessário novo requerimento de registro e recolhimento da contribuição.
A classificação da empresa proponente é que determina o limite máximo
autorizado pela agência reguladora para a captação de recursos incentivados
na esfera federal. Esta é determinada pelo conjunto de obras produzidas ou
coproduzidas pela empresa proponente.
A pontuação é indicada conforme a IN nº 54/2006 (Quadro 7.2). O nível de
classificação da proponente é determinado ou revisto em conformidade ao
disposto nesta e segundo os critérios expostos no Quadro 7.3.
7.1.4 CLASSIFICAÇÃO DA EMPRESA PROPONENTE
Para comprovar a pontuação pretendida, a empresa proponente deve indicar o
número de Certificado de Produto Brasileiro (CPB) ou assemelhado, de cada obra
produzida, e apresentar documento comprobatório de que a obra foi programada
e/ou exibida publicamente em determinado(s) segmento(s) de mercado.
OBRA AUDIOVISUAL REGISTRADA E EXIBIDA PONTOS POR OBRA
Curta-metragem e Programas de TV 1
Média-metragem 2
Telefilme/minissérie/seriada (até 26 capítulos) 3
Longa-metragem/seriada (acima de 26 capítulos) 4
QUADRO 7.3
Relação de pontuação da proponente e o valor limite para captação.
NÍVEL NÚMERO DE PONTOS
LIMITE DE AUTORIZAÇÃO
EXIGÊNCIA MÍNIMA DE OBRAS PRODUZIDAS OU COPRODUZIDAS (EM MINUTOS)
1 0 a 2 R$ 1.000.000,00 Estreante
2 3 a 4 R$ 2.000.000,00 Somatório das obras: 70'
3 5 a 8 R$ 3.000.000,00 Somatório das obras: 100'
4 9 a 12 R$ 6.000.000,00 Um longa-metragem ou um telefilme/minissérie/seriada: maior que 70' e menor ou igual a 120'
5 13 a 19 R$ 12.000.000,00 Dois longas-metragens ou dois telefilmes/minisséries/seriadas: maiores que 70' e menores ou iguais a 120'
6 20 a 24 R$ 24.000.000,00 Três longas-metragens ou três telefilmes/minisséries/seriadas: maiores que 70' e menores ou iguais a 120'
7 25 ou mais R$ 36.000.000,00 Quatro longas-metragens ou quatro telefilmes/minisséries/seriadas: maiores que 70' e menores ou iguais a 120'
Fonte: Adaptação de quadro disponível em: <http://www.ancine.gov.br>. Acesso em: 19 set. 2014.
QUADRO 7.2
Pontuação para fins de captação por obra produzida.
130
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
131
7. ESTRUTURA DE ACESSO AOS MECANISMOS DE INCENTIVOS FEDERAIS DA ANCINE
Já a pontuação de obras de curtas e médias-metragens exige a comprovação
de exibição pública em festivais, mostras ou canais de televisão, incluindo
comunitários e universitários.
A Súmula nº 5/2011 da ANCINE, estabelece que, no caso de obras produzidas
por mais de um agente econômico, a pontuação é dividida entre produtores e
coprodutores, nos termos do acordo firmado entre as partes.
É fundamental informar que, em 04-07-2014 foi publicado o Decreto nº
8.281/2014, que concede à ANCINE um novo modelo de prestação de contas
de projetos realizados com recursos incentivados federais.
O objetivo da mudança foi simplificar o procedimento e análise de prestação
de contas e é importante que o produtor entenda que, simplificação, não
o isenta da obrigação: todos os projetos aprovados na Agência continuam
obrigados a prestar contas.
A novidade é que a ANCINE adotará sistemática de controle por amostragem,
mediante o sorteio de projetos em sessão pública para avaliação orçamentária
e financeira complementar. Nos termos do Decreto, o sorteio ocorrerá em
sessão pública, a partir dos projetos analisados para eleição de quantidade não
inferior a 5% do número total de projetos em fase de prestação de contas.
O texto do Decreto recém-publicado determina que os procedimentos para a
apresentação e análise da prestação de contas serão objeto de normatização
7.1.5 PRESTAÇÃO DE CONTAS DE PROJETOS REALIZADOS COM RECURSOS INCENTIVADOS FEDERAIS
específica pela ANCINE, de acordo com a complexidade de cada mecanismo,
programa ou ação de fomento, considerando os objetivos e as metas do
financiamento da atividade audiovisual.
Atualmente e, apesar da vigência do Decreto nº 8.281/2014, o produtor
audiovisual deve atender à etapa de prestação de contas de acordo com
a versão 1.0 do Manual de Prestação de Contas (<http://www.ancine.gov.
br/sites/default/files/Manual_PC_2013_versao1_0_.pdf>), formulado em
observância à Instrução Normativa nº 110/2012.
Todo projeto de competência da ANCINE deve apresentar documentação
hábil que comprove: o cumprimento do objeto (projeto apresentado) e a
correta aplicação dos recursos. O prazo para a prestação de contas, no caso
de recursos de fomento indireto, é de até 120 dias corridos a contar do término
da captação ou ainda até 120 dias corridos a partir do término do prazo para
conclusão da execução do projeto estipulado pela ANCINE.
Na sua execução devem ser preenchidos os formulários disponibilizados
no sítio da ANCINE. Neste caso, os documentos devem ser entregues em
vias físicas, em mãos ou mediante envio de correspondência do correio
(preferencialmente com comprovante de entrega e aviso de recebimento),
contendo a assinatura do representante da proponente.
O julgamento pode determinar em parecer final a não aprovação de contas,
se constatadas quaisquer das irregularidades aqui descritas:
Omissão no dever de prestar contas;
Não entrega do material para análise do cumprimento do objeto;
Desvio de finalidade;
132
7. ESTRUTURA DE ACESSO AOS MECANISMOS DE INCENTIVOS FEDERAIS DA ANCINE
Incorreto ressarcimento ao erário de despesas glosadas;
Descumprimento do aporte dos recursos de contrapartida (quando esta couber);
Não aplicação de rendimentos financeiros no objeto pactuado ou não
devolução ao erário de rendimentos de aplicações financeiras (no caso de
sua não utilização);
Prática de ato de gestão ilegal, antieconômico ou infração à norma
legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária,
operacional ou patrimonial que implique danos ao erário.
O parecer final pode levar às sanções previstas: glosa de despesas,
devolução de recursos e sanções restritivas de direitos. Para melhor
esclarecimento sobre o tema, recomenda-se a leitura do capítulo 8 do
Manual de Prestação de Contas da ANCINE.
Encerradas todas as medidas internas e, caso os recursos federais não sejam
devolvidos aos cofres públicos, instaura-se processo de Tomada de Contas
Especial (TCE) para apurar responsabilidade por dano à administração
pública federal e consequente ressarcimento, quando o valor do dano,
atualizado monetariamente, for igual ou superior à R$ 75.000,00 (IN TCU nº
71/2012). Além desta sanção, a autoridade administrativa deve providenciar
a inclusão do nome do responsável no Cadastro Informativo de Créditos não
Quitados do Setor Público Federal (CADIN) e em outros cadastros afins, na
forma da legislação em vigor (<http://www.ancine.gov.br/sites/default/files/
Manual_PC_2013_versao1_0_.pdf>).
Sendo assim, diante do rigor para realizar a prestação de contas e das
consequências legais da sua inobservância, a empresa proponente deve
procurar informações detalhadas para a boa execução desta e acompanhar a
futura normatização específica pela ANCINE do Decreto nº 8.281/2014.
REFERÊNCIAS
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
135
AGÊNCIA NACIONAL DO CINEMA (ANCINE). Chamadas públicas de todas as
linhas de financiamento. Disponível em: <http://fsa.ancine.gov.br>. Acesso
em: 31 jun. 2014.
AGÊNCIA NACIONAL DO CINEMA (ANCINE). Manual de prestação de contas.
Disponível em:<http://www.ANCINE.gov.br/sites/default/files/Manual_
PC_2013_versao1_0_.pdf>. Acesso em 16 jun. 2014.
AGÊNCIA NACIONAL DO CINEMA (ANCINE). Passo a passo para
fazer uma apresentação de projetos. Disponível em: <http://
www.ANCINE.gov.br/sites/default/files/instrucoesnormativas/
passoapassoapresentacaodeprojetos2014.pdf> Acesso em: inúmeras datas.
AGÊNCIA NACIONAL DO CINEMA (ANCINE). Relação de pontuação da
proponente e o valor limite para captação. Disponível em: <http://www.ancine.
gov.br/legislacao/instrucoes-normativas-consolidadas/instru-o-normativa-n-
54-de-02-de-maio-de-2006>;<http://www.ANCINE.gov.br/node/4356>;<http://
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BANCO REGIONAL DE DESENVOLVIMENTO DO EXTREMO SUL (BRDE).
Disponível em: <http://www.brde.com.br/fsa/; http://fsa.ancine.gov.br>.
Acesso em: 31 jun. 2014.
BRASIL. Lei nº 11.437, de 28 de dezembro de 2006. Altera a destinação de
receitas decorrentes da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria
Cinematográfica Nacional (CONDECINE), criada pela Medida Provisória no
2.228-1, de 6 de setembro de 2001, visando ao financiamento de programas e
projetos voltados para o desenvolvimento das atividades audiovisuais; altera a
Medida Provisória no 2.228-1, de 6 de setembro de 2001, e a Lei no 8.685, de 20
de julho de 1993, prorrogando e instituindo mecanismos de fomento à atividade
136
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
137
REFERÊNCIAS
audiovisual; e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11437.htm>. Acesso em: 28 jul. 2014.
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mecanismos de fomento à atividade audiovisual e dá outras providências.
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BRASIL. Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991 (Lei Rouanet). Restabelece
princípios da Lei n° 7.505, de 2 de julho de 1986, institui o Programa Nacional
de Apoio à Cultura (Pronac) e dá outras providências. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8313cons.htm>. Acesso em: 26 ago. 2014.
BRASIL. Lei 6.385, de 7 de dezembro de 1976. Cria a Comissão de Valores
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inúmeras datas de 2014.
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PRODECINE E FUNCINES. Estabelece princípios gerais da Política Nacional do
Cinema, cria o Conselho Superior do Cinema e a Agência Nacional do Cinema
- ANCINE, institui o Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Cinema
Nacional - PRODECINE, autoriza a criação de Fundos de Financiamento da
Indústria Cinematográfica Nacional - FUNCINES altera a legislação sobre a
Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional
e dá outras providências. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/mpv/2228-1.htm>. Acesso em: 26 ago. 2014.
BRASIL. Medida Provisória nº 2.228-1, de 6 de setembro de 2001.Art. 39,
inciso X. A CONDECINE de que trata o parágrafo único do art. 32, referente
à programação internacional, de que trata o inciso XIV do art. 1º, desde
que a programadora beneficiária desta isenção opte por aplicar o valor
correspondente a 3% do valor do pagamento, do crédito, do emprego, da
remessa ou da entrega aos produtores, distribuidores ou intermediários
no exterior, das importâncias relativas a rendimentos ou remuneração
decorrentes da exploração de obras cinematográficas ou videofonográficas ou
por sua aquisição ou importação a preço fixo, bem como qualquer montante
referente a aquisição ou licenciamento de qualquer forma de direitos,
em projetos de produção de obras cinematográficas e videofonográficas
brasileiras de longa, média e curtas-metragens de produção independente,
de coprodução de obras cinematográficas e videofonográficas brasileiras de
produção independente, de telefilmes, minisséries, documentais, ficcionais,
animações e de programas de televisão de caráter educativo e cultural,
brasileiros de produção independente, aprovados pela ANCINE (incluído pela
Lei nº 10.454, de 13 de maio de 2002). Disponível em:<http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/mpv/2228-1.htm>. Acesso em: 26 ago. 2014.
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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
139
REFERÊNCIAS
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0aRCRD&vgnextchannel=cfd78ac36e651410VgnVCM1000008936c80aRCR-
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prestação de contas. Disponível em: <http://www.cultura.sp.gov.br/portal/
site/PAC>. Acesso em: 7 jul. 2014.
COORDENADORES, AUTORA E SUPERVISORA TÉCNICA
143
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
COORDENADORES
DÉBORA FRANCESCHINI MAZZEIEspecialização em Gestão de Pequenos Negócios – FIA-SP (em curso). MBA
em Gestão Estratégica de Marketing – FGV-DF. Graduação em Secretariado
Executivo – UPIS-DF. Trabalhou no SENAC EAD como conteudista da
disciplina de Empreendedorismo ao Ensino a Distância. Coordenadora
Nacional da Carteira de Projetos de Economia Criativa do Sistema SEBRAE
onde desenvolve atividades como coordenação e gestão da carteira desde
a orientação estratégica institucional até a elaboração e estruturação de
projetos que fomentem a formação de redes de pequenos negócios, visando o
desenvolvimento setorial, a ampliação dos negócios, a redução de custos, o
aumento da competitividade, da sustentabilidade e a geração de empregos. É
professora tutora de cursos a distância da Fundação Getúlio Vargas – On-line
nas disciplinas: Gestão Estratégica, de Projetos, Marketing, Empreendedorismo
e Jogo de Negócios. Participou das seguintes publicações do SEBRAE: Revista
Os Novos Negócios do Futuro; Casos de Sucesso - Histórias de Sucesso; Plano
de Negócio - Programa de Orientação ao Candidato a Empresário; Como
Elaborar um Plano de Negócio; Revista Conhecer Sebrae Varejo; Cartilha do
Empreendedor Individual para Economia Criativa e Termo de Referência de
atuação do Sistema Sebrae em Economia Criativa.
E-mail: [email protected]
144 145
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCALCOORDENADORES, AUTORA E SUPERVISORA TÉCNICA
ODETE CRUZPós-Graduada em Administração de Empresas, com especialização em
Marketing pela FGV-SP. Graduada em Psicologia pela FEC-SP. Atua desde
1991 nos segmentos de Entretenimento e Televisão por Assinatura nas áreas
de Planejamento Estratégico, Novos Negócios, Programação, Conteúdo,
Distribuição, Comercial, Marketing e Direção Geral de Unidade de Negócios em
empresas como TVA, DirecTV, dentre outras. Participou em vários seminários
e congressos nacionais e internacionais para PAY TV / Telco e Programação
/ Conteúdo de TV e novas mídias. Foi consultora executiva de canais
internacionais, para planejamento estratégicos, implantação e lançamento de
canais, como CMT - Country Music Television, BBC Worldwide Latin America,
Canais: Cbeebies, BBC Entertainment, dentre outros. Foi diretora executiva da
ABPITV – Associação Brasileira de Produtores de Televisão, na gestão de 2010
a 2012. Atualmente é gerente executiva da APRO - Associação Brasileira da
Produção de Obras Audiovisuais, responsável pelo Programa de Capacitação
de Empresários do Setor Audiovisual, promovido pelo SEBRAE - Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e pela APRO.
E-mail: [email protected]
MBA em Marketing pela Universidad Latinoamericana de Ciencia y Tecnologia,
San Jose, Costa Rica. Graduado em Música pela ECA-USP. Fez o curso de Análise
de Empresas e Valor da FGV-SP. Atua há mais de 15 anos em gestão executiva de
projetos e negócios, com ênfase em Finanças, Planejamento Estratégico, Plano
de Negócios e Desenvolvimento Institucional para empresas e organizações
não governamentais como Neojiba, Unibes e Fundação Telefônica. Coordenou
o Criativar – Laboratório de Negócios Criativos do programa Empreendedores
Criativos. Atuou como captador de recursos, como integrante do Grupo Gestor do
Museu da Pessoa e coordenou projetos na La Fabbrica do Brasil como Tesouros
do Brasil e Um Poema Chamado Brasil (premiado pela Revista EXAME - Guia
da Boa Cidadania Corporativa 2004 - Destaque na categoria Cultura). Articulou
projetos junto à UNESCO, MEC, MinC, UNICEF, Iphan, SEBRAE-MG, Fiat, Nestlé,
Petrobras, Votorantim e Camargo Corrêa. É professor convidado do MBA de
Bens Culturais da FGV e do Master – Pós-MBA do B. I. International, assessor
do Polo Audiovisual da Zona da Mata/MG e sócio-diretor da iSetor, empresa de
capacitação em negócios e assessoria em gestão administrativa e financeira para
empreendedores criativos, culturais e sociais.
E-mail: [email protected]
ERICK KRULIKOWSKI
146 147
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCALCOORDENADORES, AUTORA E SUPERVISORA TÉCNICA
AUTORA SUPERVISORA TÉCNICA
RAQUEL LEMOS EVA LAURENTIPós-Graduada em Direito Civil e Direito Digital pela Universidade Presbiteriana
Mackenzie. Graduada em Direito pela Universidade Paulista. Inscrita na Ordem
dos Advogados do Brasil (OAB), Secção de São Paulo, desde 2003. Consultora
jurídica com prática consolidada na área Cultural e de Inovação Tecnológica.
Sócia-diretora da Art.Is e da Lemos Consultoria Ltda., escritórios especializados
na área Empresarial. Atuação profissional voltada à iniciativa privada para
estratégias de investimentos e mecanismos de fomento público direto/indireto
e consultoria jurídica em projetos de entretenimento e tecnologia, com 12 anos
de atuação em Propriedade Intelectual. Foi professora nas disciplinas Direito e
Internet e Legislação Aplicada à Informática na Faculdade Impacta Tecnologia
(FIT), nos cursos de Sistemas de Informação, Redes e Banco de Dados de
2007 à 2014. É professora convidada na disciplina Licitações e Contratos
Administrativos do MBA em Gestão Pública, da Pós-Graduação em Produção
Audiovisual - Projeto e Negócio e da Pós-Graduação em Animação, Roteiro e
Gestão da Comunicação em Mídias Digitais no SENAC.
E-mail: [email protected]
Pós-Graduada em Produção Executiva em Cinema e TV pela Fundação Getúlio
Vargas (FGV) e Administração em Marketing pela Universidade Presbiteriana
Mackenzie. Graduada em Comunicação Social pela Universidade Estadual
Paulista. Atua há 14 anos no mercado audiovisual. Foi assessora técnica na
Agência Nacional do Cinema e na Secretaria Municipal de Cultura de São
Paulo e coordenadora de Coprodução e Políticas Públicas da Fundação Padre
Anchieta. É consultora de produtoras independentes, parecerista do Ministério
da Cultura - Secretaria do Audiovisual (SAV), coordenadora e professora do
curso de Pós-Graduação em Produção Audiovisual - Projeto e Negócio do
SENAC-SP.
E-mail: [email protected]
ESTRUTURA DO GUIA AUDIOVISUAL
VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL
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MÓDULO 1 - GESTÃO EMPRESARIAL
Mostra como desenvolver a capacidade de gestão empresarial de forma a im-
pactar na sustentabilidade econômico-financeira a longo prazo nas empresas e
apontar caminhos para torná-las menos dependentes dos editais públicos, com
uma sistemática empresarial de sustentabilidade. Traz uma visão geral sobre
os principais conceitos que envolvem a gestão empresarial da produtora e a
gestão do produto audiovisual. Está dividido em três volumes:
Volume 1 - Gestão e Empreendedorismo – Autor: Silvio Soledade;
Volume 2 – Gestão do Produto Audiovisual – Autores: Lia Nunes
e Marcos Ribeiro de Moraes;
Volume 3 – Roteiro – Autor: Ricardo Tiezzi – Colaboradora: Deborah Calla.
MÓDULO 2 - LEGISLAÇÃO
Aborda os diversos aspectos legais que envolvem a relação das empresas audio-
visuais com o mercado. Mostra desde o acesso a recursos e incentivos públicos
para a atividade até os aspectos jurídicos e os modelos de contrato realizados
atualmente, de forma a fazer com que as empresas consigam operar de maneira
mais sustentável legalmente, diminuindo os riscos do negócio e ampliando as
possibilidades de financiamento. Está dividido em quatro volumes:
ESTRUTURA GERAL DO GUIA AUDIOVISUAL COM SEUS MÓDULOS, VOLUMES, RESPECTIVOS AUTORES E COLABORADORES
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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCALESTRUTURA DO GUIA AUDIOVISUAL
Volume 4 – Leis de Incentivo Fiscal - Autora: Raquel Lemos - Supervisora
técnica: Eva Laurenti;
Volume 5 – Editais – Autora: Daniela Pfeiffer Fernandes;
Volume 6 – Principais Aspectos Legais Envolvendo a Produção
Audiovisual no Brasil (Aspectos Tributários; Direitos Autorais, Trabalhistas,
Societários, entre outros) – Coordenador geral: João Paulo Morello;
Coordenadora: Gabriela Pires Pastore; Consultor especial: Luiz Eduardo
Moreira Coelho; Equipe: Thiago Macedo Clayton, Adriana Savoia Cardoso,
Camilla Relva Restelli, Alexandre Motta Ordones e Carolina Chammas
Narchi; Colaborador: Marcos Augusto Pereira Lara.
Volume 7 – Contratos (Modelos referenciais de contratos) – Coordenador
geral: João Paulo Morello; Coordenadora: Gabriela Pires Pastore; Equipe:
Thiago Macedo Clayton e Carolina Chammas Narchi; Colaboradores:
Marcos Augusto Pereira Lara, Débora Ivanov, Claudia Toledo de Mesquita,
Rodrigo Salinas e Gilberto Toscano.
MÓDULO 3 – DISTRIBUIÇÃO
Mostra como desenvolver a capacidade de distribuição do conteúdo audiovisual
no cinema, na TV e em novas mídias, abrangendo todas as suas etapas, desde
a concepção do projeto até a finalização do produto. O objetivo é mostrar
as ferramentas que podem ser utilizadas e os possíveis caminhos para que o
conteúdo atinja multidões, impactando na sustentabilidade econômico-financeira
a longo prazo das empresas. Elaborado em um único volume, abrange três temas
principais: distribuição de conteúdos no mercado audiovisual, distribuição para
cinema e distribuição para TV.
Volume 8 – Distribuição - Autores: Igor Kupstas, Krishna Mahon e Sueli Tanaca.
MÓDULO 4 – TRANSMÍDIA
Apresenta os conceitos sobre transmídia, sua evolução e as tendências na
produção multiplataforma. Elaborado em um único volume, aborda as cinco
etapas de desenvolvimento de projetos transmídia, incluindo as narrativas
(com seus universos e personagens), a segmentação da audiência, a definição
das múltiplas plataformas de mídias (tradicionais ou digitais), o novo plano
de mídias e o empreendedorismo do novo produtor transmídia.
Volume 9 – Transmídia - Autor: Rodrigo Dias Arnaut
Colaboradores: Rodrigo M. Terra, Solange Eiko Uhieda, Dimas Dion de Silva
Santos e Eduardo Fraga (Dudu Fraga).
Este volume tem como objetivo contribuir para o aprimoramento e desenvolvimento das empresas do setor, apresentando as ferramentas e o conhecimento básico necessários à gestão de projetos do segmento, além de mostrar os principais aspectos que envolvem a produção audiovisual.
REALIZAÇÃO:
PARCERIA:
APOIO INSTITUCIONAL: