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Leis de Incentivo Fiscal PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DE EMPRESÁRIOS DO SETOR AUDIOVISUAL Volume 4 - Leis de Incentivo Fiscal MÓDULO 2 LEGISLAÇÃO LEGISLAÇÃO Raquel Lemos GUIA AUDIOVISUAL Volume 4

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Leis de Incentivo Fiscal

PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DE EMPRESÁRIOS DO SETOR AUDIOVISUAL

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MÓDULO 2 LEGISLAÇÃO

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Raquel Lemos

GUIA AUDIOVISUALVolume 4

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AutoraRaquel Lemos

CoordenadoresDébora Franceschini Mazzei

Odete CruzErick Krulikowski

SÃO PAULO2015

Leis de Incentivo Fiscal

GUIA AUDIOVISUAL

MÓDULO 2 LEGISLAÇÃO

PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DE EMPRESÁRIOS DO SETOR AUDIOVISUAL

Volume 4

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REALIZAÇÃO

APRO – Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais

Leyla Fernandes - Presidente

Sonia Regina Piassa - Diretora executiva

Odete Cruz - Gerente executiva de capacitação audiovisual

Paula Sanches - Coordenadora executiva financeira

Regina Mazzo - Assistente executiva

SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

Robson Braga de Andrade - Presidente do Conselho Deliberativo Nacional

Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho - Diretor presidente

Heloisa Regina Guimarães de Menezes - Diretora técnica

José Cláudio dos Santos - Diretor de Administração e Finanças

André Spínola - Gerente da Unidade de Atendimento Setorial – Serviços (UASS)

Ana Clévia Guerreiro Lima - Gerente adjunta da Unidade de Atendimento

Setorial – Serviços (UASS)

Débora Franceschini Mazzei - Gestora da Carteira de Economia Criativa

© 2015, APRO - Associação Brasileira de Produção de Obras Audiovisuais e SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei nº 9.610 de 19-12-1998.Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravados ou qualquer outro, sem autorização prévia por escrito da editora.

Coordenadores de conteúdo:Débora Franceschini Mazzei: SEBRAE Odete Cruz: APROErick Krulikowski: iSetorMadalena Vicente: Edição e revisão de textoZebra Deluxe Comunicação: Projeto gráfico e diagramação

Rua dos Pinheiros, 870, 16º andar, conj. 161, 05422-001 – São Paulo-SP – BrasilTelefone/Fax: (55 11) 3089-9606E-mail: [email protected]

ISBN: 978-85-69535-00-3

1. Audiovisual. 2. Mecanismos de incentivo fiscal. 3. Financiamento audiovisual. I. Lemos, Raquel. II. Título.

CDD: 348 352.8 353.7 CDU: 35

R221lLemos, Raquel-

Leis de Incentivo Fiscal. Módulo 2 - Legislação / Raquel Lemos. - São Paulo: APRO, 2015.Coordenadores: Débora Franceschini Mazzei, Odete Cruz, Erick KrulikowskiObra completa em 9 v. – Guia audiovisual: programa de capacitação de empresários do setor audiovisualConteúdo: v. 4.

ISBN 978-85-69535-00-3 (obra completa)ISBN 978-85-69535-04-1 (volume 4)

CIP - Dados Internacionais de Catalogação na Publicação APRO - Associação Brasileira de Produção de Obras Audiovisuais, SP, Brasil

Índices para catálogo sistemático:

1. Legislação, regulamentos, causas 3482. Administração de formas de controle em geral (inspeções, licenças, certificados, registros, controle

de preços, racionamentos etc.) 352.8 3. Administração da cultura e atividades relacionadas (bibliotecas públicas, artes, ofícios, teatros,

celebrações, preservação histórica, recreação, parques, esportes, caça e pesca) 353.7

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CRÉDITOS E AGRADECIMENTOS

Para a realização desta obra, recebemos inúmeras contribuições de

instituições, empresas e pessoas, em forma de dados, informações, relato de

casos, experiências, publicações contendo artigos, resultados de pesquisas etc.

Por essas valiosas contribuições que serviram para enriquecer e ilustrar este

Guia Audiovisual, agradecemos às seguintes instituições, empresas e pessoas,

pedindo desculpas por eventuais esquecimentos:

Parceria e apoio institucional

Diretoria Colegiada - ANCINE

Superintendência de Fomento - ANCINE

Cristiano Braga – Gerente executivo - APEX-BRASIL

Alfredo Manevy – Diretor presidente - SPCINE

André Sturm – Presidente SIAESP

Débora Ivanov – Diretora executiva - SIAESP

Marco Altberg – Presidente - ABPITV

Idealizadores do projeto

Christiano Braga – Gerente executivo - APEX-BRASIL

Débora Franceschini Mazzei – Gestora da Carteira de Economia Criativa - SEBRAE

Leyla Fernandes – Presidente - APRO

Sonia Regina Piassa – Diretora executiva - APRO

Marianna Souza - Gerente executiva - FilmBrazil

Rachel do Valle – Gerente executiva - Brazilian TV Producers

Juliana Psaros – Ex-Gerente executiva - Cinema do Brasil

Paulo Roberto Schmidt – Sócio - Academia de Filmes

Carolina Guidotti – Diretora executiva - Cine Group

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Denise Gomes – Sócia - Bossa Nova Film

João Daniel Tikhomiroff - Sócio - Mixer

Comitê gestor

Leyla Fernandes – Presidente - APRO

Sonia Regina Piassa - Diretora executiva - APRO

Odete Cruz - Gerente executiva - Projeto SEBRAE - APRO

Marianna Souza – Gerente executiva - FilmBrazil

Débora Franceschini Mazzei - Gestora da Carteira de Economia Criativa - SEBRAE

André Sturm – Presidente - SIAESP

Débora Ivanov – Diretora executiva - SIAESP

Julia Duarte – Gerente executiva - Cinema do Brasil

Luccas Suasuno – Analista de projetos - ABPITV

Mauro Garcia – Diretor executivo - ABPITV

Rachel do Valle - Gerente executiva - Brazilian TVProducers

Debora Ivanov - Sócia-diretora - Gullane Entretenimento S/A

Denise Gomes - Sócia-diretora - Bossanova Films

João Queiroz - Sócio-produtor executivo - Querosene Filmes

Sabrina Nudeliman – Diretora-geral - Elo Company - Distribuição Audiovisual

Amadeu Alban - Diretor-geral - Movioca - Casa de Conteúdo

Márcio Yatsuda - Sócio-diretor - Movioca - Casa de Conteúdo

Elaboração dos modelos referenciais de contratos

João Paulo Morello - Coordenador e responável pelo desenvolvimento dos

contratos - Diretor presidente - Coelho e Morello Advogados Associados

Gabriela Pires Pastore - Advogada - Coelho e Morello Advogados Associados

Thiago Macedo Clayton - Advogado - Coelho e Morello Advogados Associados

Débora Ivanov – Advogada – Sócia-diretora - Gullane Entretenimento S/A

(Diretora executiva e representante do SIAESP)

Claudia Toledo de Mesquita – Advogada – Gullane Entretenimento S/A

Rodrigo Salinas - Advogado - Cesnik Quintino e Salinas Advogados

(Representante da ABPITV)

Gilberto Toscano - Advogado - Cesnik Quintino e Salinas Advogados

(Representante da ABPITV)

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PREFÁCIO APRO

A indústria audiovisual brasileira, bem como outros setores da economia

criativa, está sendo significativamente alterada devido às inovações

tecnológicas. Ao longo dos últimos 15 anos, o segmento audiovisual evoluiu

e vem se organizando face à disseminação do uso da internet e às mudanças

do consumo de conteúdo e de entretenimento como um todo. Esse cenário de

mudanças impulsionou as produtoras audiovisuais a revisarem e aprimorarem

seus modelos de negócios.

Segundo dados da ANCINE, agente regulador do mercado, em 2014, o Brasil

ocupou o 10º lugar entre os principais mercados mundiais em produção e

consumo audiovisual. Isso mostra que a área cresce ininterruptamente em

todo o mundo e em todos os segmentos. Além disso, passa também por uma

transformação digital que resulta em novas formas de produção, distribuição

e consumo de cultura, de forma descentralizada e em múltiplos formatos.

Somando-se a isso, notou-se uma política pública de investimentos e incentivos

no setor por parte do governo brasileiro, o que proporcionou um ambiente

favorável à produção audiovisual. Motivada por essa visão, a ANCINE divulgou

que tem como meta de expansão, trabalhar no sentido de transformar o Brasil

em um dos cinco maiores mercados audiovisuais do mundo.

Desta forma, o setor deverá se mobilizar rapidamente para dar um salto de

aprimoramento e empreendedorismo na indústria. Esse é um dos principais

gargalos para a evolução do mercado, pois diz respeito ao aperfeiçoamento da

capacidade gerencial de empresários, realizadores e produtores audiovisuais. O

País conta com profissionais de ótima qualidade artística, mas precisa investir

cada vez mais no aprimoramento de sua visão de gestão e empreendedorismo,

de forma a estruturar o mercado em um patamar mais sustentável, financeira e

artisticamente, e depender cada vez menos de incentivos e abonos fiscais.

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O advento da Lei nº 12.485/2011 (Lei da TV Paga), propiciou a inclusão de

conteúdo qualificado nacional no horário nobre da grade de programação dos

canais pagos e aumentou a necessidade de evolução das produtoras em se

estruturarem para oferecer, cada vez mais, conteúdos competitivos. Entretanto,

os dados indicam que, mais de 50% das produtoras realizam apenas um

ou dois projetos por ano, possuem escassa capacidade de investimento em

novos e diversificados projetos, além de pouco ou nenhum acesso aos canais

de distribuição. Essas produtoras são, basicamente, empresas prestadoras de

serviços que, esporadicamente, realizam projetos próprios.

Com base nos dados apontados, a APRO - Associação Brasileira da Produção

de Obras Audiovisuais e o SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro

e Pequenas Empresas, em parceria com o SIAESP - Sindicato da Indústria

Audiovisual do Estado de São Paulo e a ABPITV – Associação Brasileira de

Produtoras Independentes de Televisão, decidiram desenvolver o Objetiva –

Empreendedorismo em Foco - Programa de Capacitação de Empresários do

Setor Audiovisual.

O Programa foi lançado em outubro de 2013, visando oferecer às produtoras

audiovisuais cursos de capacitação com temas ligados ao segmento audiovisual.

Os objetivos do Programa são: consolidar e ampliar o conhecimento dos

empresários, fortalecer a gestão de negócios no segmento, estimular as

produtoras a crescerem de maneira sustentável, otimizar suas estratégias de

distribuição e comercialização, diversificar os segmentos de atuação e ampliar a

competitividade e a capacidade de atuação empreendedora no setor audiovisual.

O conteúdo do Guia Audiovisual foi elaborado com base no Programa e

contempla quatro módulos que abordam temas sobre: Gestão Empresarial,

Legislação, Distribuição e Transmídia/Inovação.

Odete Cruz

Gerente executiva – APRO

São Paulo, setembro de 2015.

Sonia Regina Piassa

Diretora executiva – APRO

Os módulos têm como objetivo contribuir para o aprimoramento e

desenvolvimento das empresas do setor, apresentando as ferramentas e o

conhecimento básico necessários à gestão de projetos do segmento, além de

mostrar os principais aspectos que envolvem a produção audiovisual.

Ao longo dos capítulos, o leitor terá a oportunidade de conhecer um pouco mais

sobre os conceitos e técnicas que fazem parte da Gestão no Setor Audiovisual.

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PREFÁCIO SEBRAE

“Promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos pequenos

negócios e fomentar o empreendedorismo, para fortalecer a economia

nacional” é a nossa Missão. Para alcançá-la, buscamos a formalização de

parcerias que nos permitam conhecer com maior profundidade o ecossistema e

as demandas dos diversos setores da economia.

Juntamos forças com a APRO, a APEX-BRASIL, a ABPITV e o SIAESP para

atender ao objetivo estratégico de “promover conhecimentos sobre e para os

pequenos negócios”. O Guia Audiovisual é fruto desse esforço conjunto, pois

procura democratizar e perenizar o conhecimento desenvolvido no âmbito

do Objetiva – Empreendedorismo em Foco - Programa de Capacitação de

Empresários do Setor Audiovisual.

Desejamos que o Guia Audiovisual, contribua para a profissionalização da

gestão do seu empreendimento, neste momento de valorização do mercado

brasileiro do audiovisual.

Boa leitura!

Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho

Diretor presidente

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NOTA DOS COORDENADORES

Um dos maiores desafios relacionados à gestão de empresas no setor

audiovisual diz respeito à falta de materiais consolidados no Brasil sobre

as práticas de gestão que possam servir de referência. Se, por um lado,

temos uma indústria que vêm crescendo muito ao longo dos anos, também

é certo que esse conhecimento ainda está, muitas vezes, concentrado nos

profissionais que atuam no mercado. Um conhecimento valioso e não

sistematizado, que torna mais complexo o desafio de capacitar e preparar

empresários deste segmento.

O Guia Audiovisual tem o objetivo de sistematizar os conteúdos utilizados

em sala de aula pelo Programa, servindo simultaneamente como material de

apoio e referência para a área, ampliando o seu alcance geográfico e tempo-

ral. A abordagem utilizada nos módulos é simples e direta, objetivando que o

empresário/gestor possa ter uma visão geral sobre os aspectos mais relevantes

e necessários para que as micros, pequenas e médias empresas consigam re-

pensar seus empreendimentos como negócio e a si mesmos como empresários.

Os quatro módulos do Guia Audiovisual se subdividem em nove volumes

impressos, além de um volume digital contendo as minutas digitalizadas dos

contratos utilizados no Volume 7 – Contratos, do Módulo 2 – Legislação e de

farto material complementar, referenciado nos textos, que ficarão disponibili-

zados no site <www.objetivaaudiovisual.com.br> para acesso dos leitores.

Devido à diversidade dos assuntos presentes no Guia Audiovisual, foi preciso

reunir uma grande equipe de especialistas da área para tratar dos temas conti-

dos nos quatro módulos que o compõe. Veja no final deste volume a estrutura

geral do Guia Audiovisual com todos os volumes e seus respectivos autores.

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O Guia Audiovisual não tem a pretensão de esgotar o assunto, mas sim

de consolidar os principais conhecimentos. Esperamos que, depois dele,

outras obras possam ser criadas para gerar, sistematizar e multiplicar

o conhecimento de práticas de gestão no setor audiovisual, de forma a

contribuir com o crescimento e profissionalização do setor.

Débora Franceschini Mazzei

Odete Cruz

Erick Krulikowski

Coordenadores

Volume 4 Leis de Incentivo Fiscal

MÓDULO 2LEGISLAÇÃO

Raquel Lemos

Supervisora TécnicaEva Laurenti

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APRESENTAÇÃO DA AUTORA

Este Volume 4 – Leis de Incentivo Fiscal, do Módulo 2 – Legislação,

objetiva sistematizar as leis de incentivo federais no Brasil e traçar um

panorama sobre algumas leis estaduais e municipais disponíveis para

o segmento audiovisual com foco nas localidades atendidas por essa

iniciativa de capacitação do projeto APRO/SEBRAE.

É fundamental, para o empresário audiovisual, conhecer

detalhadamente as leis de incentivo fiscal para se beneficiar com as

oportunidades de fomento governamentais existentes no país.

Cada lei de incentivo à cultura tem seu funcionamento e envolve pecu-

liaridades específicas. O entendimento dessa legislação, pelo empresá-

rio audiovisual, é necessário para a etapa de planejamento e decisões

estratégicas para a obtenção de recursos disponíveis a cada projeto.

Conhecedor das leis de incentivo existentes, o empresário audiovisual

está apto a combinar verbas provenientes de mecanismos de

incentivo fiscal, fomento público direto, investimentos privados,

fundos de financiamentos e parcerias privadas.

Sem a pretensão de esgotar o tema, o que se pretende neste Volume 4

– Leis de Incentivo Fiscal é apresentar os procedimentos e informações

indispensáveis para uma atuação eficiente no uso de recursos

públicos em projetos audiovisuais incentivados.

Conforme será constatado nos capítulos a seguir, há clara sinergia

entre os mecanismos de incentivos no Brasil e as leis expressamente

admitem a cumulação destes, respeitados os limites máximos de

captação e a modalidade do projeto.

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A expectativa é de que, mesmo com as limitações impostas por me-

canismos de fomento indireto e com a complexidade da legislação

brasileira, este Volume 4 – Leis de Incentivo Fiscal, do Módulo 2 - Legis-

lação, se torne um convite para estimular os produtores audiovisuais

a integrar horizontalmente os mecanismos aqui apresentados e assim,

viabilizar a produção e circulação das obras audiovisuais brasileiras.

Por fim, vale destacar que este estudo foi consolidado em janeiro de 2015,

sendo passível o conteúdo nele disposto sofrer mudanças após esta data.

Boa leitura!

SUMÁRIO

1. MECANISMOS DE INCENTIVO FISCAL ............................................................... 29

Objetivos ...........................................................................................................................29

Sumário ............................................................................................................................30

1.1 Conceito: Leis de Incentivo .....................................................................................31

1.2 Missão ..........................................................................................................................31

1.3 Principais Formas de Aporte de Recursos ....................................................... 32

1.3.1 Fomento indireto .......................................................................................... 33

1.3.2 Fomento direto ............................................................................................. 33

2. LEI ROUANET (LEI FEDERAL Nº 8.313/1991) .....................................................37

Objetivos ........................................................................................................................... 37

Sumário ............................................................................................................................ 38

2.1 Lei Rouanet ................................................................................................................ 39

2.2 Art. 18 da Lei Rouanet ............................................................................................41

2.2.1 Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis do art. 18

da Lei Rouanet ....................................................................................................... 41

2.2.2 Modalidades de projetos .......................................................................... 42

2.2.3 Contribuinte/Incentivador ....................................................................... 42

2.2.4 Incentivo fiscal ............................................................................................. 42

2.3 Arts. 25 e 26 da Lei Rouanet ................................................................................44

2.3.1 Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis dos arts.

25 e 26 da Lei Rouanet ........................................................................................ 44

2.3.2 Modalidades de projetos .......................................................................... 45

2.3.3 Contribuinte/incentivador ....................................................................... 45

2.3.4 Incentivo fiscal ............................................................................................. 46

2.4 Vedações ao Doador ou Patrocinador pela Lei Rouanet ...........................48

2.5 Análise e Apreciação dos Projetos ....................................................................48

3. LEI DO AUDIOVISUAL (LEI FEDERAL Nº 8.685/1993) ......................................51

Objetivos ............................................................................................................................51

Sumário ............................................................................................................................ 52

3.1 Lei do Audiovisual................................................................................................... 53

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3.2 Art. 1º da Lei do Audiovisual ............................................................................... 54

3.2.1 Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis do art. 1º

da Lei do Audiovisual .......................................................................................... 54

3.2.2 Modalidades de projetos .......................................................................... 54

3.2.3 Contribuinte/Investidor ............................................................................ 55

3.2.4 Incentivo fiscal ............................................................................................. 55

3.2.5 Especificidades ............................................................................................. 56

3.3 Art. 1º A da Lei do Audiovisual ............................................................................57

3.3.1 Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis do art. 1º A

da Lei do Audiovisual .......................................................................................... 57

3.3.2 Modalidades de projetos ...................................................................... 58

3.3.3 Contribuinte/Incentivador ....................................................................... 58

3.3.4 Incentivo fiscal............................................................................................. 59

3.4 Art. 3º da Lei do Audiovisual .............................................................................. 61

3.4.1 Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis do art. 3º

da Lei do Audiovisual .......................................................................................... 61

3.4.2 Modalidades de projetos .......................................................................... 61

3.4.3 Contribuinte/Investidor ............................................................................ 62

3.4.4 Incentivo fiscal............................................................................................. 63

3.5 Art. 3º A da Lei do Audiovisual ..........................................................................66

3.5.1 Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis do art. 3º

A da Lei do Audiovisual ...................................................................................... 66

3.5.2 Modalidades de projetos .......................................................................... 67

3.5.3 Contribuinte/Investidor ............................................................................ 67

3.5.4 Incentivo fiscal ............................................................................................. 68

4. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 2.228-1/2001 ............................................................. 69

Objetivos ...........................................................................................................................69

Sumário ............................................................................................................................ 70

4.1 Art. 39, Inciso X da Medida Provisória nº 2.228-1/2001 ..............................71

4.1.1 Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis do art. 39,

Inc. X da MP nº 2.228-1/2001 ............................................................................. 71

4.1.2 Modalidades de projetos .......................................................................... 72

4.1.3 Contribuinte/Investidor ............................................................................. 72

4.1.4 Incentivo fiscal ............................................................................................. 73

5. FUNDOS DE FINANCIAMENTO DA INDÚSTRIA CINEMATOGRÁFICA

NACIONAL (FUNCINES) ..........................................................................................77

Objetivos ............................................................................................................................77

Sumário ............................................................................................................................ 78

5.1 FUNCINES .................................................................................................................. 79

5.1.1 Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis dos

FUNCINES ................................................................................................................ 80

5.1.2 Modalidades de projetos .......................................................................... 81

5.1.3 Contribuinte/Investidor ............................................................................. 82

5.1.4 Incentivo fiscal ............................................................................................. 82

6. MECANISMOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE INCENTIVOS FISCAIS .......... 85

Objetivos ........................................................................................................................... 85

Sumário ............................................................................................................................86

6.1 Lei de Incentivo à Cultura nº 5.021/2013 - Distrito Federal .......................89

6.1.1 Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis -

Mecanismo do Distrito Federal de Incentivo à Cultura ............................ 89

6.1.2 Modalidades de projetos .......................................................................... 90

6.1.3 Contribuinte/Incentivador ....................................................................... 90

6.1.4 Incentivo fiscal ............................................................................................. 91

6.1.5 Proponente do projeto ............................................................................... 92

6.2 Sistema de Incentivo à Cultura do Rio Grande do Sul ..............................93

6.2.1 Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis -

Mecanismo do Estado do Rio Grande do Sul de Incentivo à Cultura .. 94

6.2.2 Modalidades de projetos .......................................................................... 94

6.2.3 Contribuinte/Incentivador ....................................................................... 95

6.2.4 Incentivo fiscal ............................................................................................ 95

6.2.5 Proponente do projeto .............................................................................. 96

6.3 Lei de Incentivo nº 1.954/1992 – Estado do Rio de Janeiro .......................98

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6.3.1 Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis - Mecanismo do

Estado do Rio de Janeiro de Incentivo à Cultura ............................................................ 98

6.3.2 Modalidades de projetos.......................................................................... 99

6.3.3 Contribuinte/Incentivador ....................................................................... 99

6.3.4 Incentivo fiscal .......................................................................................... 100

6.3.5 Proponente do projeto ............................................................................ 101

6.4 Lei do ISS nº 5.553/2013 – Município do Rio de Janeiro .......................... 102

6.4.1 Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis -

Mecanismo do Município do Rio de Janeiro de Incentivo à Cultura .. 102

6.4.2 Modalidades de projetos ........................................................................ 103

6.4.3 Contribuinte/Incentivador ..................................................................... 103

6.4.4 Incentivo fiscal .......................................................................................... 103

6.4.5 Proponente do projeto ............................................................................ 104

6.5 PROAC - Lei nº 12.268/2006 – Estado de São Paulo.................................104

6.5.1 Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis -

Mecanismo do Estado de São Paulo de Incentivo à Cultura ............... 105

6.5.2 Modalidades de projetos ........................................................................ 106

6.5.3 Contribuinte/Incentivador ..................................................................... 106

6.5.4 Incentivo fiscal........................................................................................... 107

6.5.5 Proponente do projeto ............................................................................ 108

6.6 Pro-Mac Lei nº 15.948/2013 – Município de São Paulo ........................... 110

6.6.1 Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis -

Mecanismo do Município de São Paulo de Incentivo à Cultura ......... 110

6.6.2 Modalidades de projetos ........................................................................ 111

6.6.3 Contribuinte/Incentivador ...................................................................... 111

6.6.4 Incentivo fiscal .......................................................................................... 112

6.6.5 Proponente do projeto ............................................................................ 112

7. ESTRUTURA DE ACESSO AOS MECANISMOS DE INCENTIVOS FEDERAIS DA

ANCINE .................................................................................................................... 113

Objetivos ..........................................................................................................................113

Sumário ...........................................................................................................................114

7.1 Agência Nacional do Cinema (ANCINE) .........................................................115

7.1.1 Registros da empresa produtora junto à ANCINE ........................... 116

7.1.2 Apresentação de projetos - ANCINE .................................................... 119

7.1.3 Certificados: CPB e CRT na ANCINE ..................................................... 122

7.1.4 Classificação da empresa proponente ............................................... 128

7.1.5 Prestação de contas de projetos realizados com recursos

incentivados federais ......................................................................................... 130

REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 133

COORDENADORES, AUTORA E SUPERVISORA TÉCNICA ................................. 141

ESTRUTURA DO GUIA AUDIOVISUAL ................................................................... 149

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Mecanismos de Incentivo FiscalCAPÍTULO 1

Raquel Lemos

OBJETIVOSExplicar o que são leis de incentivo e qual sua missão.

Apresentar as principais formas de aporte de recursos

aos projetos audiovisuais.

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30

VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

31

2. LEI ROUANET (LEI FEDERAL Nº 8.313/1991)

SUMÁRIOConceito: Leis de Incentivo

Missão

Principais Formas de Aporte de Recursos

Fomento indireto

Fomento direto

O empresário audiovisual é quem apresenta os projetos e as empresas ou pessoas físicas os escolhem.

1.1 CONCEITO: LEIS DE INCENTIVO

1.2 MISSÃO

As leis de incentivo permitem que os contribuintes,

pessoas físicas e jurídicas, tenham redução ou isenção

de determinados impostos e contribuições, desde que

direcionem recursos, por meio de patrocínio, doação

ou investimento aos projetos audiovisuais.

Parte da arrecadação devida ao governo é destinada

ao projeto audiovisual em renúncia fiscal admitida em

instância federal, estadual e municipal, dependendo

da legislação vigente.

Uma importante característica, em especial nos

mecanismos federais, é que a União não tem controle

sobre a decisão de aplicação dos recursos nos projetos.

O empresário audiovisual é quem apresenta os

projetos e as empresas ou pessoas físicas os escolhem.

Em resumo, é o Estado quem determina a natureza

do tributo que pode ser deduzido e sua porcentagem,

definindo critérios sobre quais projetos audiovisuais

podem se beneficiar de tais recursos.

Em um exercício de política pública voltada ao

segmento audiovisual, a renúncia fiscal do Estado

tem clara intenção de estimular e contribuir para

o fortalecimento dos sujeitos criativos e agentes

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1. MECANISMOS DE INCENTIVO FISCAL

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

33

criadores, apoiar o desenvolvimento da diversidade audiovisual e fomentar a

formação da indústria brasileira, sem o intuito de subsidiá-la ad eternum.

Dentre as finalidades das leis de incentivo cultural, é possível afirmar: as

leis federais atendem aos projetos com relevância nacional, em especial

buscando expandir a produção de conteúdos audiovisuais. Em paralelo,

as leis estaduais atuam valorizando prioritariamente a cultura da região,

enquanto as leis municipais atendem às demandas da cultura local,

propiciando benefícios ao município.

União, estados e municípios têm em comum o objetivo de, por meio das leis

de incentivo, ampliar, estimular a produção e dar mais eficiência ao mercado

audiovisual, com ganhos sociais como a promoção da descentralização da oferta

de bens e serviços culturais, ampliação do acesso e sua fruição pela sociedade.

O setor audiovisual, simplificadamente, estrutura-se em três cadeias:

produção, distribuição e exibição. Como indústria, apresenta grande

diferencial - sua importância político-cultural. No Brasil, o apoio estatal

ao seu desenvolvimento data da década de 1930. Resultado de política

governamental atravessou o desafio de avanços e recuos com a criação da

Embrafilme, em 1969, e com o encerramento de políticas públicas aos órgãos

culturais determinados pelo governo Collor de Melo.

Fato é que hoje, em suas ações de fomento, o apoio aos projetos audiovisuais se

dá por mecanismos diretos e indiretos, a seguir apresentados.

1.3 PRINCIPAIS FORMAS DE APORTE DE RECURSOS

O fomento indireto se dá, exclusivamente, por mecanismos de incentivos

fiscais, ou seja, o Estado atua por meio de renúncia fiscal e o faz no âmbito

federal por meio da Lei nº 8.313/1991 (Lei Rouanet), Lei nº 8.685/1993 (Lei do

Audiovisual) e no art. 39, inciso X e Fundos de Financiamento da Indústria

Cinematográfica Nacional (FUNCINES) da Medida Provisória nº 2.228-1/2001.

Esses dispositivos legais permitem que o contribuinte (no papel de investidor,

patrocinador ou doador) tenha abatimento ou isenção de determinados

tributos ou contribuições, desde que direcione recursos a projetos audiovisuais

aprovados na Agência Nacional do Cinema (ANCINE) ou no Ministério da

Cultura (MinC), dependendo do mecanismo de incentivo fiscal.

O fomento direto é o apoio aos projetos audiovisuais por meio de editais

e concursos públicos (fomento direto seletivo) e também por regime de

meritocracia (mérito artístico ou de mercado), ampliando as possibilidades

de captação de recursos para o mercado audiovisual, por meio de editais,

concursos e prêmios.

A ANCINE apoia igualmente projetos por meio de editais e seleções públicas.

Aliás, o mercado vem experimentando as seleções públicas do Fundo Setorial

do Audiovisual (FSA), em franco estímulo ao desenvolvimento e formação de

uma indústria audiovisual brasileira.

O FSA foi criado em dezembro de 2006 por meio da Lei nº 11.437/2006, com a

finalidade de impulsionar o financiamento de programas e projetos voltados

para expansão das atividades audiovisuais.

1.3.1 FOMENTO INDIRETO

1.3.2 FOMENTO DIRETO

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1. MECANISMOS DE INCENTIVO FISCAL

34

VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

35

Os recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) são constituídos,

especialmente, por meio do recolhimento da Contribuição para o

Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (CONDECINE), mais

5% dos recursos do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (FISTEL).

A Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica

Nacional (CONDECINE) foi instituída pela MP nº 2.228-1/2001, com a função

de arrecadar fundos aos cofres públicos. É uma espécie de tributo diretamente

relacionado à atividade cinematográfica e audiovisual brasileira.

O Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (FISTEL) é um fundo contábil,

formado pela arrecadação da Taxa de Fiscalização de Instalação (TFI) e

da Taxa de Fiscalização de Funcionamento (TFF), cobradas pela Agência

Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Dentre as diretrizes do FSA, insere-se a avaliação dos projetos inscritos

(critérios de competência artística, técnica e gerencial), com a adoção de

modelos de financiamentos por meio da seleção em chamadas públicas e do

sistema de suporte financeiro automático.

As chamadas públicas de todas as linhas de financiamento estão disponíveis

nos sites: <http://www.brde.com.br/fsa/ e http://fsa.ancine.gov.br>.

O suporte financeiro automático é um sistema de financiamento público em

que as ações financiadas são selecionadas pelo beneficiário indireto em face

do seu desempenho e práticas comerciais anteriores, nos termos do art. 26 do

Regulamento Geral do PRODAV.

As linhas de ação dos editais objetivam desenvolvimento, produção e

distribuição de projetos, com estímulo à infraestrutura e promoção da

diversidade audiovisual. Em geral, o governo federal atua sem renúncia fiscal,

viabilizando modelos de fomento para os mais diversos

elos da cadeia audiovisual. Os projetos selecionados

devem obedecer às normas e regulamentos do órgão

ou empresa que implantou o edital, em especial os

procedimentos de prestação de contas.

Além das linhas do FSA, segue uma breve apresentação

dos demais mecanismos automáticos de fomento direto:

Prêmio Adicional de Renda (PAR) - Premiação para

empresas brasileiras produtoras, distribuidoras e

exibidoras de obras cinematográficas de longa-

metragem, que considera a performance das obras

no mercado de salas de exibição;

Programa ANCINE de Incentivo à Qualidade

do Cinema Brasileiro (PAQ) - Apoio financeiro

concedido em razão da participação e premiação

de longas-metragens brasileiros em festivais

nacionais e internacionais.

A ANCINE possui outras ações de fomento direto,

tais como o Edital de Coprodução Luso-Brasileira;

o Programa IBERMEDIA - política audiovisual entre

os países ibero-americanos signatários, dirigido à

coprodução de filmes de ficção e documentários

realizados na comunidade ibero-americana; e ainda

o Programa de Apoio à Participação de Filmes

Brasileiros em Festivais Internacionais - que contempla

filmes oficialmente convidados a participar dos

festivais incluídos na lista aprovada pela ANCINE.

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1. MECANISMOS DE INCENTIVO FISCAL

36

Portanto, apresentou-se aqui uma visão geral sobre o fomento direto, tratado

detalhadamente no Volume 5 – Editais, do Módulo 2 – Legislação. Esta

introdução foi necessária para uma distinção essencial: no fomento indireto

têm-se dois sujeitos apoiando o audiovisual brasileiro, o contribuinte e o

Estado, por meio da renúncia fiscal; enquanto no fomento direto é o regime

seletivo ou de mérito que confere apoio ao projeto.

Lei Rouanet (Lei Federal nº 8.313/1991)

CAPÍTULO 2

Raquel Lemos

OBJETIVOSExplicar o que é a Lei Rouanet.

Apresentar os percentuais de abatimento, as modalidades financiáveis,

as modalidades de projetos, os contribuintes/incentivadores e o incentivo

fiscal permitidos dos arts. 18, 25 e 26 da Lei Rouanet.

Alertar sobre as vedações ao doador ou patrocinador inseridas no

art. 27 da Lei Rouanet.

Discutir as regras de análise e apreciação dos projetos de Mecenato.

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1. MECANISMOS DE INCENTIVO FISCAL

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

39

SUMÁRIOLei Rouanet

Art. 18 da Lei Rouanet

Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis do art. 18

da Lei Rouanet

Modalidades de projetos

Contribuinte/incentivador

Incentivo fiscal

Arts. 25 e 26 da Lei Rouanet

Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis dos arts. 25 e 26

da Lei Rouanet

Modalidades de projetos

Contribuinte/incentivador

Incentivo fiscal

Vedações ao Doador ou Patrocinador pela Lei Rouanet

Análise e Apreciação dos Projetos

Doação é a transferência definitiva, sem contrapartida promocional da marca.Patrocínio tem a obrigatoriedade da vinculação à marca do incentivador no produto audiovisual.

2.1 LEI ROUANET

A Lei Rouanet (Lei Federal nº 8.313/1991) foi um meca-

nismo federal de incentivo à cultura que determinou

o alicerce para a política de incentivos privados por

meio da renúncia fiscal da União. Esta lei instituiu o

Programa Nacional de Apoio à Cultura (PRONAC) e

determinou seus mecanismos de operação:

Fundo Nacional da Cultura (FNC);

Fundo de Investimento Cultural e Artístico (FICART);

Mecenato privado.

Fundo Nacional da Cultura (FNC) - Fomento direto do

Estado para projetos culturais, com especial enfoque para

assimetrias regionais e projetos com pouca visibilidade

comercial, por meio da assinatura de convênios ou

termos de repasse, respeitada a regra de que a entidade

convenente (pessoas jurídicas de direito público ou

privado sem fins lucrativos) deve se responsabilizar pelo

aporte de 20% dos recursos do projeto.

Fundo de Investimento Cultural e Artístico (FICART)

- Fundo de investimento para projetos culturais e

artísticos com perfil comercial, obrigatoriamente

regulamentado pela Comissão de Valores Mobiliários

(CVM). Destaca-se que, até a publicação deste Volume

4 – Leis de Incentivo Fiscal, do Módulo 2 – Legislação,

não existia constituição de fundo deste gênero.

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

41

2. LEI ROUANET (LEI FEDERAL Nº 8.313/1991)

Mecenato Privado - Previsto para o segmento audiovisual nos arts.18, 25 e

26 da Lei Rouanet, os quais serão apresentados neste capítulo, determinam

sua operacionalização, cadastramento das empresas proponentes, aprovação

dos projetos inscritos pelo Salicweb e consequente prestação de contas dos

valores aportados (para cadastrar um projeto audiovisual acesse o link:

<http://novosalic.cultura.gov.br/>).

O Mecenato nada mais é do que um benefício estatal de abatimento

(parcial ou integral) no imposto de renda para o setor privado, em projetos

previamente aprovados pelo Ministério da Cultura e pela ANCINE. Esse

mecanismo opera mediante aporte de duas naturezas: doação e patrocínio,

cujas definições se encontram na Lei nº 8.313/1991 - Lei Rouanet:

Art. 4º. Para os efeitos deste Decreto, entende-se por:

IV - doação: a transferência definitiva e irreversível de numerário

ou bens em favor de proponente, pessoa física ou jurídica sem fins

lucrativos, cujo programa, projeto ou ação cultural tenha sido

aprovado pelo Ministério da Cultura.

Art. 23. Para os fins desta lei, considera-se:

I - (Vetado)

II - patrocínio: a transferência de numerário, com finalidade

promocional ou a cobertura, pelo contribuinte do imposto sobre a

renda e proventos de qualquer natureza, de gastos, ou a utilização

de bem móvel ou imóvel do seu patrimônio, sem a transferência de

domínio, para a realização, por outra pessoa física ou jurídica de

atividade cultural com ou sem finalidade lucrativa prevista no art. 3°

desta lei (...). (<www.ancine.gov.br>, grifo nosso).

Ou seja, doação é a transferência definitiva, sem contrapartida promocional

da marca, ao passo que, patrocínio tem a obrigatoriedade da vinculação à

marca do incentivador no produto audiovisual e igualmente, no material de

divulgação deste.

Passadas estas considerações, segue-se à aplicabilidade do Mecenato privado

no segmento audiovisual.

O Quadro 2.1 apresenta os percentuais de abatimento permitidos e as

modalidades financiáveis descritas no art. 18 da Lei Rouanet.

QUADRO 2.1

Lei Rouanet – Art. 18.

2.2 ART. 18 DA LEI ROUANET

2.2.1 PERCENTUAIS DE ABATIMENTO E MODALIDADES FINANCIÁVEIS DO ART. 18 DA LEI ROUANET

CONTRIBUINTE Pessoa Física (PF) ou Pessoa Jurídica (PJ)

ISENÇÃO Imposto de Renda – Até o limite: PJ 4%; PF 6%

% DEDUZIDO Integral

MODALIDADES FINANCIÁVEIS

Curta e média-metragem 1, preservação, difusão do acervo cultural, construção e manutenção de salas de cinema e teatro, que podem funcionar também como centros culturais comunitários, em municípios com menos de 100.000 habitantes

1 Curta-metragem: duração máxima de 15 minutos; média-metragem: duração entre 15 e 70 minutos. Para obter maiores detalhes consulte a Medida Provisória (MP) nº 2.228-1/2001 (<www.ancine.gov.br>).

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

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2. LEI ROUANET (LEI FEDERAL Nº 8.313/1991)

2.2.2 MODALIDADES DE PROJETOS

2.2.3 CONTRIBUINTE/INCENTIVADOR

2.2.4 INCENTIVO FISCAL

O parágrafo 3º do art. 18, nas alíneas f e h, apresenta as modalidades de

projetos audiovisuais que admitem este mecanismo de incentivo fiscal:

Produção de obras cinematográficas e videofonográficas de curta e média-

metragem e preservação e difusão do acervo audiovisual;

Construção e manutenção de salas de cinema e teatro, que podem

funcionar também como centros comunitários em municípios com menos

de 100.000 habitantes.

O mecanismo admite ainda os festivais e mostras de cinema conforme texto da

alínea f do parágrafo 3º do art. 18, viabilizando a difusão do acervo audiovisual.

No art. 18 da Lei Rouanet, o contribuinte/incentivador é a pessoa jurídica no

regime de Lucro Real ou a pessoa física financiadora do projeto audiovisual.

A possibilidade de abatimento integral do imposto de renda pela pessoa

jurídica ou pessoa física financiadora do projeto audiovisual, conforme o art.

18 da Lei Rouanet, ocorre nos seguintes limites:

Se for pessoa jurídica no regime de Lucro Real, o abatimento será de até

4% sobre o imposto de renda devido;

Se for pessoa física com declaração completa (nesta declaração o

contribuinte tem muitas despesas para deduzir como gastos com plano de

saúde, educação, dependentes etc., é necessário informar todos os gastos e

rendimentos), o abatimento será de até 6% sobre o imposto de renda devido.

O Quadro 2.2 mostra um exercício de aplicação de recursos por meio

do art. 18 da Lei Rouanet. Para mais informações sobre a composição

de Lucro Líquido e do resultado apurado consulte o Volume 1 - Gestão e

Empreendedorismo, no Módulo 1 - Gestão Empresarial.

QUADRO 2.2

Modelo de planilha de aplicação de recursos com base no art. 18 da Lei Rouanet.

MODALIDADE DE INCENTIVO ART. 18

Tipo de incentivo -

Tipo de incentivador Pessoa Jurídica

Lucro Líquido 1.000.000,00

Valor do incentivo 9.040,00

CÁLCULO ITEM COM LEI ROUANET

SEM INCENTIVO

1 Lucro Líquido 1.000.000,00 1.000.000,00

2 = 9% (1) CSSL 2 90.000,00 90.000,00

3 = (1) – 9% (1) Lucro Real 910.000,00 910.000,00

4 = 15% (1) IR a pagar 150.000,00 150.000,00

5 = 10% {(1) - 240.000,00} Adicional de IR 76.000,00 76.000,00

6 = 100% (Incentivo) Dedução do IR a pagar – Lei Rouanet 9.040,00 0,00

7 = (4) + (5) - (6) IR a pagar após incentivo 216.960,00 226.000,00

2 Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSSL).

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

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2. LEI ROUANET (LEI FEDERAL Nº 8.313/1991)

Fonte: IKEDA, Marcelo. Leis de Incentivo para o audiovisual: como captar recursos para o projeto de uma obra de cinema e vídeo. Rio de Janeiro: WSET Multimídia, 2013, p. 34.

CÁLCULO ITEM COM LEI ROUANET

SEM INCENTIVO

8 = (2) + (7) Total de tributos a pagar (CSLL + IR) 306.960,00 316.000,00

(8) + (Incentivo) Impostos + Incentivo 316.000,00 316.000,00

Diferença 0,00

% final de dedução do incentivo 100%

2.3 ARTS. 25 E 26 DA LEI ROUANET

2.3.1 PERCENTUAIS DE ABATIMENTO E MODALIDADES FINANCIÁVEIS DOS ARTS. 25 E 26 DA LEI ROUANET

O Quadro 2.3 apresenta os percentuais de abatimento permitidos e as

modalidades financiáveis descritas nos arts. 25 e 26 da Lei Rouanet.

QUADRO 2.3

Lei Rouanet – Arts. 25 e 26.

CONTRIBUINTE Pessoa Física (PF) ou Pessoa Jurídica (PJ)

ISENÇÃO Imposto de Renda – Limite: PJ - 4%; PF – 6%

% DEDUZIDOPatrocínio – PJ 30%; PF 60% / Doação PJ 40%; PF 80% - (DOP)*

MODALIDADES FINANCIÁVEISLonga-metragem (documental), obra seriada, minissérie, telefilme, programas de TV culturais e educativos

*Despesa Operacional (DOP) – Possibilidade de lançamento como DOP.

A Lei Rouanet define que os mecanismos dos arts. 25 e 26 atendem às

seguintes modalidades do audiovisual:

Longa-metragem documental;

Telefilme;

Minissérie;

Obra seriada;

Programa para televisão de caráter educativo e cultural 3.

Chama-se a atenção para o fato de que, além do enquadramento previsto

no art. 25 da Lei Rouanet, por meio da Portaria nº 116/2011, o Ministério da

Cultura regulamentou os segmentos culturais, inserindo na redação do art. 1º,

jogos eletrônicos (alínea k) e projetos audiovisuais transmidiáticos (alínea l),

agora autorizados a este mecanismo de fomento.

2.3.2 MODALIDADES DE PROJETOS

Nos arts. 25 e 26 da Lei Rouanet, contribuinte/incentivador é a pessoa jurídica

ou pessoa física financiadora do projeto audiovisual.

2.3.3 CONTRIBUINTE/INCENTIVADOR

3 Conforme Instrução Normativa (IN) nº 22/2003, trata-se de produção brasileira independente, produzida para a primeira veiculação nos mercados de serviços de radiodifusão de sons e imagens e de comunicação eletrônica de massa por assinatura que tenha como tema a cultura, a educação ou o meio ambiente brasileiro. A lei exige que, ao menos, 95% das imagens sejam produzidas no Brasil.

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

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2. LEI ROUANET (LEI FEDERAL Nº 8.313/1991)

A dedução fiscal do contribuinte/incentivador se dá de forma parcial e nos

limites apontados no art. 26:

Se for pessoa jurídica, no caso de doação, o abatimento será de 40% do

valor devido de imposto de renda até o limite de 4%;

Se for pessoa jurídica, no caso de patrocínio, o abatimento será de 30% do

valor devido de imposto de renda até o limite de 4%;

Se for pessoa física, no caso de doação, o abatimento será de 80% do valor

devido de imposto de renda até o limite de 6%;

Se for pessoa física, no caso de patrocínio, o abatimento será de 60% do

valor devido de imposto de renda até o limite de 6%.

Diferentemente do art. 18, os arts. 25 e 26 admitem que os valores aportados

pelo(s) contribuinte/incentivador(es) sejam inseridos como despesa

operacional. Isso significa que o aporte incentivado deve ser lançado como

despesa operacional, o que naturalmente implica na redução do Imposto de

Renda e na Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido a ser recolhido. Esse tema

é discutido no Volume 1 – Gestão e Empreendedorismo, no Módulo 1 – Gestão

Empresarial, quando mostra, de acordo com a legislação, as discriminações

que devem constar na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).

Comparativamente, no mecanismo do art. 18, o contribuinte não faz uso do

valor aportado como despesa operacional, no entanto o percentual de dedução

é de 100%. Já no mecanismo dos arts. 25 e 26, o valor aportado é determinado

como despesa operacional, mas o abatimento do imposto de renda é parcial.

2.3.4 INCENTIVO FISCALO Quadro 2.4 mostra um exercício de aplicação de recursos por meio dos arts.

25 e 26 da Lei Rouanet.

QUADRO 2.4

Modelo de planilha de aplicação de recursos com base nos arts. 25 e 26

da Lei Rouanet.

MODALIDADE DE INCENTIVO ARTS. 25 E 26

Tipo de incentivo Patrocínio

Tipo de incentivador Pessoa Jurídica

Lucro líquido 1.000.000,00

Valor do incentivo 9.040,00

CÁLCULO ITEM COM LEI ROUANET

SEM INCENTIVO

1 Lucro Líquido 1.000.000,00 1.000.000,00

2 Valor do incentivo 9.040,00 -

3 = (1) - (2) Novo Lucro Líquido 990.960,00 1.000.000,00

4 = 9% (3) CSSL 89.186,40 90.000,00

5 = (3) – (4) Lucro Real 901.773,60 910.000,00

6 = 15% (3) IR a pagar 148.644,00 150.000,00

7 = 10% {(3) – 240.000,00} Adicional de IR 75.096,00 76.000,00

8 = 30% (2) Dedução de IR a pagar – Lei Rouanet 2.712,00 0,00

9 = (6) + (7) – (8) IR a pagar após incentivo 221.028,00 226.000,00

10 = (9) + (4) Total de tributos a pagar (CSLL + IR) 310.214,40 316.000,00

(10) + (2) Impostos + Incentivo 319.254,40 316.000,00

Diferença 3.254,40

% final de dedução do incentivo

64%

Fonte: IKEDA, Marcelo. Leis de incentivo para o audiovisual: como captar recursos para o projeto de uma obra de cinema e vídeo. Rio de Janeiro: WSET Multimídia, 2013, p. 35.

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

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2. LEI ROUANET (LEI FEDERAL Nº 8.313/1991)

Em total transparência a este modelo de fomento, o art. 27 da Lei Rouanet,

veda doação ou patrocínio das seguintes pessoas ou instituições:

Pessoa jurídica da qual o doador ou patrocinador seja titular, administrador,

gerente, acionista ou sócio, na data da operação, ou nos 12 meses anteriores;

Cônjuge, parentes até o terceiro grau, inclusive afins, e dependentes do

doador ou patrocinador ou dos titulares, administradores, acionistas ou

sócios de pessoa jurídica vinculada ao doador ou patrocinador, nos termos

do item anterior;

Outra pessoa jurídica da qual o doador ou patrocinador seja sócio.

2.4 VEDAÇÕES AO DOADOR OU PATROCINADOR PELA LEI ROUANET

2.5 ANÁLISE E APRECIAÇÃO DOS PROJETOS

Para analisar e avaliar os projetos de Mecenato, o

Decreto nº 4.456/2002 estabeleceu as competências

do MinC e da ANCINE, em relação aos projetos

audiovisuais realizados com base na Lei Rouanet. Este

decreto determina a atribuição exata de cada órgão.

A regra é que os projetos incentivados pelo art. 18

da Lei Rouanet sejam de competência exclusiva da

Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura,

salvo se o projeto (curta ou média-metragem)

contemplar outros mecanismos de incentivos fiscais, caso em que a

competência será da ANCINE.

Igualmente, ainda nas hipóteses de preservação e difusão do acervo

audiovisual previsto no art. 18 é preciso distinguir:

Para festivais nacionais, a competência é do MinC;

Para difusão de obras brasileiras em festivais internacionais, a

competência é da ANCINE.

Quanto aos projetos audiovisuais financiados pelos arts. 25 e 26 da Lei Rouanet,

independentemente da modalidade, a competência é exclusiva da ANCINE.

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Lei do Audiovisual (Lei Federal nº 8.685/1993)

CAPÍTULO 3

Raquel Lemos

OBJETIVOSExplicar o que é a Lei do Audiovisual.

Apresentar os percentuais de abatimento, as modalidades financiáveis, as

modalidades de projetos, os contribuintes/Investidores e o incentivo fiscal

permitidos dos arts. 1º, 1º A, 3º e 3º A da Lei do Audiovisual.

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1. MECANISMOS DE INCENTIVO FISCAL

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

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SUMÁRIOLei do Audiovisual

Art. 1º da Lei do Audiovisual

Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis

do art. 1º da Lei do Audiovisual

Modalidades de projetos

Contribuinte/Investidor

Incentivo fiscal

Especificidades

Art. 1º A da Lei do Audiovisual

Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis

do art. 1º A da Lei do Audiovisual

Modalidades de projetos

Contribuinte/Incentivador

Incentivo fiscal

Art. 3º da Lei do Audiovisual

Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis

do art. 3º da Lei do Audiovisual

Modalidades de projetos

Contribuinte/Investidor

Incentivo fiscal

Art. 3º A da Lei do Audiovisual

Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis

do art. 3º A da Lei do Audiovisual

Modalidades de projetos

Contribuinte/Investidor

Incentivo fiscal

3.1 LEI DO AUDIOVISUAL

Dois anos após a publicação da Lei Rouanet (Lei Federal nº 8.313/1991), a Lei nº

8.685/1993 veio como resposta emergencial ao segmento audiovisual nacional.

Não seria exagerado afirmar que, no início da década de 1990, a indústria

cinematográfica brasileira era sinônimo de crise, com atuação praticamente

inexistente e, por esta razão, a Lei nº 8.685/1993 trouxe incentivo específico ao

segmento, passando a ser conhecida como Lei do Audiovisual.

Sem sombra de dúvidas, este é o mecanismo fomentador do mercado

audiovisual brasileiro. Mas antes de compreender suas características, vale

destacar a principal distinção entre a Lei Rouanet e a Lei do Audiovisual.

Enquanto a primeira atua com o incentivador (Mecenas) em contrapartida

promocional à marca, a segunda confere ao investidor privado, além do

marketing cultural, a possibilidade de participar nos resultados financeiros da

obra4. O Quadro 3.1 mostra outras diferenças entre as duas leis.

QUADRO 3.1

Principais diferenças entre a Lei Rouanet e a Lei do Audiovisual.

LEI ROUANET LEI DO AUDIOVISUAL

Vários segmentos artísticos culturais Específica ao segmento audiovisual

Marketing culturalMarketing cultural mais participação no resultado econômico da obra

Sem limite orçamentário Limite orçamentário (teto para captação)

4 Em ressalva e conforme apresentado no item 3.3 deste capítulo, o art. 1º A da Lei do Audiovisual está restrito somente à divulgação da marca da empresa contribuinte, sem que se admita a possibilidade de participar nos resultados financeiros da obra.

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

55

3. LEI DO AUDIOVISUAL (LEI FEDERAL Nº 8.685/1993)

3.2 ART. 1º DA LEI DO AUDIOVISUAL

3.2.1 PERCENTUAIS DE ABATIMENTO E MODALIDADES FINANCIÁVEIS DO ART. 1º DA LEI DO AUDIOVISUAL

3.2.2 MODALIDADES DE PROJETOS

O Quadro 3.2 apresenta os percentuais de abatimento permitidos e as

modalidades financiáveis descritas no art. 1º da Lei do Audiovisual.

QUADRO 3.2

Lei do Audiovisual – Art. 1°.

O art. 1º da Lei do Audiovisual apresenta as seguintes modalidades que

admitem o mecanismo:

CONTRIBUINTE Pessoa Física ou Jurídica

ISENÇÃO Imposto de Renda – Limite: PJ - 3%; PF – 6%

% DEDUZIDO Integral – (DOP)*

MODALIDADES FINANCIÁVEISObras cinematográficas de curta, média e longa-metragem, projetos de distribuição, exibição e infraestrutura técnica

*Despesa Operacional (DOP) – Possibilidade de lançamento como DOP.

Após essas considerações, vale agora conhecer as principais características de

cada mecanismo da Lei do Audiovisual, inseridos nos arts. 1º, 1º A, 3º e 3º A, os

quais serão apresentados neste capítulo.

3.2.3 CONTRIBUINTE/INVESTIDOR

3.2.4 INCENTIVO FISCAL

A Lei do Audiovisual, em seu art. 1º, prevê que, a dedução fiscal do investidor,

se dá de forma integral:

Se for pessoa jurídica, o abatimento será de até 3% do valor do imposto de

renda devido;

No art. 1º da Lei do Audiovisual, contribuinte/investidor é a pessoa jurídica ou

pessoa física financiadora do projeto audiovisual.

Produção de obras audiovisuais cinematográficas brasileiras de produção

independente de longa, média e curta-metragem. Neste caso, deve-se

considerar que obra cinematográfica é aquela que tem como primeira

finalidade as salas de exibição (cinemas). Esta definição didática está

no art. 1º da MP nº 2.228-1/2001, “(...) cuja destinação e exibição seja

prioritariamente e inicialmente o mercado de salas de exibição. ”

Os projetos específicos da área audiovisual, cinematográfica de exibição,

distribuição e infraestrutura técnica apresentados por empresa brasileira

de capital nacional. Aqui, tem-se a possibilidade de projetos na área de

exibição, distribuição e infraestrutura técnica, nos termos do parágrafo 5º

do art. 1º da Lei do Audiovisual. Vale ressaltar que este benefício fiscal é

temporário e tem vigência até o exercício de 2016, em razão de sucessivas

prorrogações, sendo a última, conferida pela Lei nº 12.375/2010.

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

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3. LEI DO AUDIOVISUAL (LEI FEDERAL Nº 8.685/1993)

Se for pessoa física, o abatimento será de até 6% do valor do imposto de

renda devido.

O mecanismo ainda admite que, no caso das pessoas jurídicas, os valores

aportados pelo(s) investidor(es) sejam inseridos como despesa operacional, o

que implica na redução do Imposto de Renda e na Contribuição Social Sobre

o Lucro Líquido a ser recolhido. Portanto, o abatimento do IRPJ, na prática, se

torna superior a 100%.

Outras especificidades constantes nos termos do art. 1º da Lei do Audiovisual

A possibilidade do contribuinte/investidor divulgar sua marca

institucional e participar dos resultados sobre os direitos de

comercialização da obra audiovisual;

O mecanismo do art. 1º funciona por meio de cotas de comercialização

no mercado de ações; à primeira vista isso pode parecer complexo ao

produtor, porém o procedimento é bem acessível;

Para utilizar este recurso fiscal é preciso fazer com que o mecanismo seja

pleiteado junto à ANCINE. O teto máximo admitido, desde 2006, é de R$

4.000.000,00 (alteração realizada com a publicação da Lei nº 11.437/2006)

por projeto, para aporte de recursos e este limite é determinado pelo uso

combinado (ou não) do art. 1º com o art. 1º A da Lei do Audiovisual;

Na sequência, o produtor deve contratar uma corretora de seguros

3.2.5 ESPECIFICIDADES

compreendem:

registrada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para o lançamento de

cotas no mercado de ações, determinando o custo unitário de cada uma;

Após, o investidor adquire o Certificado de Investimento que assegura

o direito de participação nos resultados da comercialização da obra

audiovisual nas janelas determinadas e pelo prazo previsto.

3.3.1 PERCENTUAIS DE ABATIMENTO E MODALIDADES FINANCIÁVEIS DO ART. 1º A DA LEI DO AUDIOVISUAL

O Quadro 3.3 apresenta os percentuais de abatimento permitidos e as

modalidades financiáveis descritas no art. 1º A da Lei do Audiovisual.

QUADRO 3.3

Lei do Audiovisual – Art. 1° A.

3.3 ART. 1º A DA LEI DO AUDIOVISUAL

CONTRIBUINTE Pessoa Física ou Jurídica

ISENÇÃO Imposto de Renda – Limite: PJ - 4%; PF – 6%

% DEDUZIDO Integral*

MODALIDADES FINANCIÁVEIS

Obras cinematográficas e videofonográficas de curta, média e longa-metragem; obra seriada, minissérie, telefilme, programas de TV culturais e educativos, projetos específicos do segmento au-diovisual, cinematográfica de difusão, preserva-ção, distribuição, exibição, infraestrutura técnica

* Inexiste possibilidade de lançamento como despesa operacional.

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

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3. LEI DO AUDIOVISUAL (LEI FEDERAL Nº 8.685/1993)

3.3.2 MODALIDADES DE PROJETOS

3.3.3 CONTRIBUINTE/INCENTIVADOR

O art. 1º A da Lei do Audiovisual admite como modalidades de projetos:

Produção de obras cinematográficas e videofonográficas brasileiras de

produção independente (o Decreto nº 6.304/2007 regulamentou os tipos

de projetos/obras que podem ser pleiteados pelo mecanismo do art. 1º A);

Projetos específicos da área audiovisual, cinematográfica de difusão,

preservação, exibição, distribuição e infraestrutura técnica, cujo projeto

tenha sido apresentado por empresa brasileira.

A IN nº 59/2007 modificou o texto da IN nº 22/2003, regulamentando, no inciso

VII do art. 2º, os formatos que admitem o incentivo do art. 1º A da Lei do Audio-

visual para a produção de obras audiovisuais brasileiras de produção indepen-

dente nos seguintes formatos de projetos cinematográficos e videofonográficos:

Longa, média e curta-metragem;

Telefilme;

Minissérie;

Obra seriada;

Programa para televisão de caráter educativo cultural.

O art. 1º A também tem vigência até o ano 2016, incluído o ano-calendário

2016 para renúncia fiscal.

No art. 1º A da Lei do Audiovisual, o financiador pode ser pessoa jurídica

3.3.4 INCENTIVO FISCAL

tributada no Lucro Real e pessoa física. A grande especificidade deste

incentivo é que admite apenas o patrocínio, sem margem para doação.

A renúncia fiscal referente ao art. 1º A da Lei do Audiovisual opera sobre as

Se for pessoa jurídica, o abatimento será integral até o limite de 4% do

imposto de renda devido;

Se for pessoa física, o abatimento será integral até o limite de 6% do

imposto de renda devido.

É fundamental destacar que tais valores não podem ser lançados como

despesa operacional, portanto, o mecanismo do art. 1º A funciona em regime

muito similar à Lei Rouanet.

O art. 18 da Lei Rouanet também admite a dedução integral (100%) limitado

a 4% do imposto de renda devido para pessoas jurídicas e 6% para pessoas

físicas. Mas, diferentemente do art. 1º A, o mecanismo do art. 18 da Lei

Rouanet não admite como formatos aplicáveis o longa-metragem, a obra

seriada, a minissérie, o telefilme, o programa de televisão e os projetos de

distribuição, portanto conclui-se que a captação de recursos é mais ampla

pelo art. 1º A da Lei do Audiovisual.

Ao comparar o mecanismo do art. 1º A com os arts. 25 e 26 da Lei Rouanet, a

resposta é mais simples. No caso dos arts. 25 e 26 da Lei Rouanet, o abatimento

é parcial e lançado como despesa operacional, portanto o abatimento integral

para o incentivador, promovido pelo art. 1º A, torna-se mais interessante.

seguintes bases:

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

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3. LEI DO AUDIOVISUAL (LEI FEDERAL Nº 8.685/1993)

A inovação do art. 1º A está restrita somente ao patrocínio, não se admitindo

o regime de doação como na Lei Rouanet. Além disso, o art. 1º A inova ao

determinar o abatimento fiscal de forma integral (100%), independentemente

do formato do projeto audiovisual.

Confirmando o que já foi mencionado anteriormente, destaca-se que,

desde 2006, o limite é de R$ 4.000.000,00 para cada projeto na soma dos

mecanismos dos arts. 1º e 1º A da Lei do Audiovisual.

Para melhor entendimento do conteúdo abordado, o Quadro 3.4 mostra uma com-

paração entre o art. 1º A da Lei do Audiovisual e os arts. 18, 25 e 26 da Lei Rouanet.

QUADRO 3.4

Comparativo entre o art. 1° A da Lei do Audiovisual e dos arts. 18, 25 e 26 da

Lei Rouanet.

ART. 1º A ART. 18 - LEI ROUANET

ARTS. 25 E 26 - LEI ROUANET

MODALIDADES DE PROJETOS

Obras cinematográficas e videofonográficas de curta, média e longa-metragem; obra seriada, minissérie, telefilme, programas de TV culturais e educativos, projetos específicos do segmento audiovisual, ci-nematográfico de difusão, preservação, distribuição, exibição e infraestrutura técnica.

Curta e média-metra-gem, preservação, difu-são do acervo cultural, construção e manuten-ção de salas de cinema e teatro, que poderão funcionar também como centros culturais comu-nitários em municípios com menos de 100.000 habitantes.

Longa-metragem (documental), obra seriada, minissérie, telefilme, programas de TV culturais e educativos.

INCENTIVO Patrocínio Doação/Patrocínio Doação/Patrocínio

LIMITE DE IR 4% PJ; 6% PF 4% PJ; 6% PF 4% PJ; 6% PF

ABATIMENTO 100% 100%Patrocínio: 30% PJ; 60% PFDoação: 40% PJ; 80% PF

LANÇAMENTO COMO DESPESA OPERACIONAL

Não admitido Não admitido Admitido

O Quadro 3.5 apresenta os percentuais de abatimento permitidos e as

modalidades financiáveis descritas no art. 3º da Lei do Audiovisual.

QUADRO 3.5

Lei do Audiovisual – Art. 3°.

O art. 3º da Lei do Audiovisual é destinado à captação de recursos para obras

brasileiras de produção independente. Por definição da MP nº 2.228-1/2001, obra

cinematográfica de produção independente é aquela cuja empresa produtora

majoritária dos direitos patrimoniais sobre a obra, não tem qualquer associação

ou vínculo, direto ou indireto, com empresas de serviços de radiodifusão de sons e

imagens ou operadoras de comunicação eletrônica de massa por assinatura.

3.4 ART. 3º DA LEI DO AUDIOVISUAL

3.4.1 PERCENTUAIS DE ABATIMENTO E MODALIDADES FINANCIÁVEIS DO ART. 3º DA LEI DO AUDIOVISUAL

3.4.2 MODALIDADES DE PROJETOS

CONTRIBUINTE Somente distribuidoras estrangeiras

ISENÇÃO

70% do IR incidente sobre remessas ao exterior como rendimentos decorrentes da exploração de obras audiovisuais estrangeiras em todo o território nacional por sua aquisição ou importação a preço fixo, além do abatimento do CONDECINE Remessa.

% DEDUZIDOIntegral sobre o fixo de 70% do IR e 11% sobre a remessa do exterior - CONDECINE Remessa.

MODALIDADES FINANCIÁVEISCoprodução de obra cinematográfica de curta, média, longa-metragem, coprodução de telefilme e minissérie; desenvolvimento de projetos de longa- metragem.

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

63

3. LEI DO AUDIOVISUAL (LEI FEDERAL Nº 8.685/1993)

As seguintes modalidades podem ser beneficiadas pelo art. 3º da Lei do

Audiovisual:

Coprodução de obras cinematográficas de curtas, médias e longas-metragens;

Coprodução de minissérie;

Coprodução de telefilme;

Desenvolvimento de projetos de produção de obras cinematográficas de

longa-metragem.

A peculiaridade do mecanismo é que, pelo art. 3º o investidor se torna coprodutor

da obra audiovisual. Ou seja, o art. 3º vai além do art. 1º da Lei do Audiovisual,

enquanto neste último o investidor tem participação no resultado da exploração

comercial da obra, pelo art. 3º o investidor se torna coprodutor desta, portanto,

titular em parte dos direitos patrimoniais da obra audiovisual. Um avanço

legislativo, considerando-se que até aqui se tratou apenas de renúncia fiscal, sem

qualquer repercussão na esfera de titularidade do produto final.

O art. 3º da Lei do Audiovisual admite benefício fiscal à fase de

desenvolvimento de longa-metragem, portanto, ainda em pré-projeto, em

uma clara preocupação de fomentar e incentivar a indústria brasileira do

audiovisual, desde suas etapas iniciais.

3.4.3 CONTRIBUINTE/INVESTIDOR

O investidor é exclusivamente pessoa jurídica e, pela natureza de atividade, restri-

to às distribuidoras internacionais. Tais empresas, nos termos do art. 2º da Lei do

Audiovisual, estão sujeitas a incidência de 25% de imposto de renda na fonte, ten-

3.4.4 INCENTIVO FISCAL

do como fato gerador as importâncias pagas, creditadas, empregadas, remetidas

ou entregues aos produtores, distribuidores ou intermediários no exterior, como

rendimentos decorrentes da exploração de obras audiovisuais estrangeiras em

todo território nacional, por sua aquisição ou importação a preço fixo.

Sobre a base de cálculo de 25% do imposto de renda devido, o investidor/

contribuinte pode ser beneficiado com abatimento de 70%, permanecendo a

obrigatoriedade de recolhimento dos 30% restantes aos cofres da União.

Ainda quanto à base de cálculo de 25% do IR devido e havendo acordos

entre o Brasil e o país-sede internacional da distribuidora5, a alíquota pode

ser distinta do determinado na redação do art. 2º da Lei do Audiovisual. Para

tanto, sugere-se a identificação do país-sede e eventual existência de acordo

internacional para a consequente definição da alíquota e, finalmente, o

importe beneficiado pelo investidor/contribuinte.

Além do benefício de 70% sobre o imposto de renda devido, desde a

publicação da MP nº 2.228-1/2001 o contribuinte se beneficia pela isenção

do recolhimento da Contribuição ao Desenvolvimento da Indústria

Cinematográfica (CONDECINE) sobre a remessa para o exterior. O que significa

dizer que há isenção de 11% sobre o valor da remessa ou crédito ao exterior.

5 A pesquisa por país-sede no site da Receita Federal deve ser feita, preferencialmente, por profissional especialista na área (<http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/LegisAssunto/AcorDupTrib.htm>).

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

65

3. LEI DO AUDIOVISUAL (LEI FEDERAL Nº 8.685/1993)

Antes de abordar o procedimento do art. 3º convém

contextualizar que, em 2001, por meio da referida MP

nº 2.228-1/2001 foi determinado o recolhimento da

CONDECINE “sobre as importâncias pagas, creditadas,

empregadas, remetidas ou entregues aos produtores/

distribuidores no exterior”, sendo da Receita Federal

a responsabilidade pela cobrança e fiscalização. Vale

acrescentar que esta contribuição tem natureza de

intervenção no domínio econômico e, portanto, foi

criada para financiar o desenvolvimento da indústria

cinematográfica nacional e fomento das atividades

audiovisuais.

O mecanismo do art. 3º da Lei do Audiovisual funciona

por meio da “Carta de Alocação de Recursos” e aqui

segue, de forma simplificada, um passo a passo do

funcionamento:

Passo 1 - O projeto deve pleitear o mecanismo do

art. 3º à ANCINE;

Passo 2 - Respeitar o teto de R$ 3.000.000,00 para

uso do benefício fiscal. Este limite considera a

conjugação do mecanismo do art. 3º com o 3º A da

Lei do Audiovisual para cada projeto aprovado;

Passo 3 - A empresa contribuinte deve pagar boleto

gerado pela ANCINE referente aos 70% destacados e

destinados à conta recolhimento. Na sequência, deve

recolher os 30% restantes à Receita Federal;

Passo 4 - A empresa contribuinte deve protocolar na ANCINE a Carta de

Alocação de Recursos para projeto(s) especificamente indicado(s), meio pelo

qual a ANCINE autoriza a empresa estrangeira a alocar os valores da conta

corrente de recolhimento para a conta de captação do projeto. Também deve

obter a aprovação da ANCINE sobre o contrato de coprodução apresentado.

A partir do depósito pela contribuinte em conta recolhimento, a empresa

estrangeira tem o prazo de 180 dias, prorrogável por igual período, para a

escolha do projeto ou projetos audiovisuais que serão beneficiados pelos recursos.

Caso o projeto indicado formalmente pelo investidor esteja em fase de

aprovação pela ANCINE e, na eventualidade de sua não aprovação, a

contagem do prazo para escolha de novo projeto deve seguir pelo período

restante. Por isso, recomenda-se que o projeto esteja previamente aprovado

pela ANCINE, nos termos da IN nº 22/2003.

Portanto, esse mecanismo tem como objetivo aproximar as distribuidoras de

filmes nacionais e internacionais (no papel de contribuintes de remessas para o

exterior) do produtor audiovisual independente.

O art. 3º da Lei do Audiovisual é um mecanismo de incentivo que concede 70% de

abatimento do imposto de renda devido, isenção de 11% da CONDECINE Remessa,

titularidade parcial dos direitos patrimoniais da obra (coprodução) e a consequente

participação na receita líquida do produtor. Por estas razões, se consolidou como

uma ferramenta importante para fomento às produções audiovisuais nacionais.

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

67

3. LEI DO AUDIOVISUAL (LEI FEDERAL Nº 8.685/1993)

O Quadro 3.6 apresenta os percentuais de abatimento permitidos e as

modalidades financiáveis descritas no art. 3º A da Lei do Audiovisual.

QUADRO 3.6

Lei do Audiovisual – Art. 3° A.

CONTRIBUINTE Programadoras de TV por assinatura*, Emissoras de TV aberta

ISENÇÃO

70% do IR incidente sobre remessas aos contribuintes estrangeiros decorrentes da aquisição ou remuneração, a qualquer título, de direitos relativos à transmissão por meio de radiodifusão de sons e imagens e serviço de comunicação eletrônica de massa por assinatura, de quaisquer obras audiovisuais ou eventos, mesmo os de competições desportivas das quais faça parte representação brasileira, exploradas no Brasil

% DEDUZIDO** Integral sobre o fixo de 70% do IR

MODALIDADES FINANCIÁVEIS

Coprodução de obras cinematográficas e videofonográficas de curta, média, longa-metragem, telefilme, documentários e minissérie; desenvolvimento de projetos de longa-metragem

*Nacionais ou internacionais.

** No caso de programadoras nacionais de TV por assinatura e emissora de radiodifusão estão isentas do CONDECINE Remessa de 11% (fazendo ou não a opção pelo mecanismo).

3.5 ART. 3º A DA LEI DO AUDIOVISUAL

3.5.1 PERCENTUAIS DE ABATIMENTO E MODALIDADES FINANCIÁVEIS DO ART. 3º A DA LEI DO AUDIOVISUAL

3.5.2 MODALIDADES DE PROJETOS

O texto do art. 3º A apresenta as seguintes modalidades adequadas ao benefício:

Desenvolvimento de projetos de produção de obras cinematográficas

brasileiras de longa-metragem de produção independente;

Coprodução de obras cinematográficas e videofonográficas brasileiras

de produção independente de curtas, médias, longas-metragens e

documentários;

Coprodução de telefilmes;

Coprodução de minisséries.

3.5.3 CONTRIBUINTE/INVESTIDOR

A Lei nº 11.437/2006 e a Instrução Normativa nº 76/2008 regulamentaram

esse mecanismo de incentivo fiscal. No art. 3º A, o contribuinte é específico:

as programadoras de TV por assinatura (brasileiras ou estrangeiras) e as

emissoras de TV aberta, podem investir parte do imposto devido sobre

a remessa de recursos enviados ao exterior na coprodução de obras

audiovisuais brasileiras de produção independente.

A origem de tais remessas se dá sobre os recebimentos de crédito, emprego,

remessa, entrega ou pagamento pela aquisição ou remuneração, a qualquer

título, de direitos relativos à transmissão por meio de radiodifusão de sons

e imagens e serviço de comunicação eletrônica de massa por assinatura,

de quaisquer obras audiovisuais ou eventos, mesmo os de competições

desportivas das quais faça parte representação brasileira, exploradas no Brasil.

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3. LEI DO AUDIOVISUAL (LEI FEDERAL Nº 8.685/1993)

O incentivo fiscal de 70% sobre a alíquota de 15% do imposto de renda

retido na fonte, devido pelas remessas ao exterior, conforme art. 72 da Lei nº

9.430/1996. Os 30% restantes são devidamente recolhidos à Receita Federal.

O procedimento é similar ao exposto no art. 3º da Lei do Audiovisual. Para

a apresentação do projeto, o produtor deve considerar os procedimentos

previstos na IN nº 22/2003 e IN nº 76/2008.

O restante do procedimento segue o padrão: efetiva-se, por meio de boleto

bancário para conta específica de recolhimento da ANCINE o pagamento

no valor de 70% de 15% do imposto de renda devido sobre as remessas ao

exterior, sendo o restante devidamente recolhido à União Federal. Envio da

Carta de Alocação de Recursos que define o projeto ou projetos a serem investidos

com apresentação do contrato de coprodução entre as partes, quando for o caso.

Tal como no art. 3º, aqui também é conferido ao contribuinte/investidor o

prazo de 180 dias para indicação do(s) projeto(s) beneficiado(s), prorrogável

por igual período.

Quanto à possibilidade de cumular mecanismos, a Lei do Audiovisual

apresenta como limite, o valor de R$ 3.000.000,00 para cada projeto que fizer

uso cumulado dos arts. 3º e 3º A da Lei do Audiovisual.

A lógica do art. 3º A da Lei do Audiovisual, traz como novidade o fato

das emissoras de TV por assinatura e/ou TV aberta, atuarem no papel

de contribuinte beneficiado pela isenção fiscal, o que significa investir na

produção audiovisual brasileira mediante renúncia fiscal e ainda ter a opção

de atuar como coprodutora desta, no exercício dos direitos patrimoniais do

produto final, em momento crescente no cenário audiovisual brasileiro.

3.5.4 INCENTIVO FISCAL Medida Provisória nº 2.228-1/2001CAPÍTULO 4

Raquel Lemos

OBJETIVOSExplicar o que é o art. 39, inciso X da Medida Provisória nº 2.228-1/2001.

Apresentar os percentuais de abatimento, as modalidades financiáveis,

as modalidades de projetos, o contribuinte/investidor e o incentivo fiscal

permitidos do art. 39, inciso X da Medida Provisória nº 2.228-1/2001.

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

71

SUMÁRIOArt. 39, Inciso X da Medida Provisória nº 2.228-1/2001

Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis do art. 39, Inc. X da

MP nº 2.228-1/2001

Modalidades de projetos

Contribuinte/Investidor

Incentivo fiscal

4.1 ART. 39, INCISO X DA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 2.228-1/2001

O inciso X do art. 39 da Medida Provisória nº 2.228-1/2001 tem, como principal

característica, a produção nacional de obras para as televisões, permitindo às

programadoras internacionais, desde que invistam 3% do valor das remessas ao

exterior em projetos de produção independente de obras audiovisuais brasileiras,

o direito de coprodução e isenção da taxa CONDECINE Remessa e, em razão da

cotitularidade patrimonial da obra audiovisual, o contribuinte/investidor tem

participação no resultado da exploração comercial do produto final.

O Quadro 4.1 apresenta os percentuais de abatimento permitidos e as

modalidades financiáveis descritas no art. 39, inciso X, da MP nº 2.228-1/2001.

QUADRO 4.1

Medida Provisória nº 2.228-1/2001 – Art. 39, inciso X.

4.1.1 PERCENTUAIS DE ABATIMENTO E MODALIDADES FINANCIÁVEIS DO ART. 39, INC. X DA MP Nº 2.228-1/2001

CONTRIBUINTE Somente programadoras internacionais de TV por assinatura

ISENÇÃO CONDECINE - Remessa

% DEDUZIDO Integral sobre o limite de 3% das remessas para o exterior

MODALIDADES FINANCIÁVEIS

Coprodução de obras cinematográficas e videofonográficas de curta, média e longa-metragem; coprodução de minissérie, telefilme e programas de TV culturais e educativos

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

73

4. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 2.228-1/2001

4.1.2 MODALIDADES DE PROJETOS

4.1.3 CONTRIBUINTE/INVESTIDOR

O texto do art. 39, inciso X, da MP nº 2.228-1/2001 apresenta as seguintes

modalidades adequadas ao incentivo fiscal:

Projetos de coprodução de obras cinematográficas e videofonográficas de

longa, média e curta-metragem;

Coprodução de telefilmes e minisséries;

Coprodução de programa de televisão de caráter educativo e cultural.

O mecanismo do art. 39, inciso X, da MP nº 2.228-1/2001 tem como contribuinte

exclusivamente as programadoras internacionais.

Para a boa compreensão da distinção entre o contribuinte/investidor dos arts.

3º e 3º A da Lei do Audiovisual e 39, inciso X, da Medida Provisória nº 2.228-

1/2001, apresenta-se o Quadro 4.2.

QUADRO 4.2

Distinção de contribuintes dos arts. 3º e 3º A da Lei do Audiovisual e 39, inciso X,

da Medida Provisória nº 2.228-1/2001.

ART. 3º ART. 3º A ART. 39, INCISO X, DA MP Nº 2.228-1/2001

CONTRIBUINTES Distribuidoras internacionais

Programadoras nacionais ou internacionais de TV por assinatura ou emissoras de TV aberta

Programadoras internacionais de TV por assinatura

4.1.4 INCENTIVO FISCAL

No caso do art. 39, inciso X, a programadora

(empresa que adquire conteúdos e organiza uma

grade de programação) internacional é contribuinte

de remessa de lucros para o exterior, recebendo

das operadoras (ou multioperadoras, empresas

responsáveis pela transmissão de dados e vendas de

pacotes de programação para assinantes/usuários) a

remuneração pelos pacotes de programação.

Sobre as remessas ao exterior o mecanismo isenta o

contribuinte do pagamento da CONDECINE de 11%,

desde que a programadora internacional invista 3% do

valor das remessas ao exterior em projetos previamen-

te autorizados pela ANCINE.

A remessa ao exterior é conceituada pelo próprio art.

39, inciso X, ou seja, o pagamento, crédito, emprego,

remessa ou entrega aos produtores, distribuidores ou

intermediários no exterior das importâncias relativas a

rendimentos ou remuneração decorrentes da explora-

ção de obras cinematográficas, videofonográficas ou

ainda por aquisição ou importação a preço fixo, bem

como qualquer montante referente à aquisição ou

licenciamento de qualquer forma de direitos.

A possibilidade de isenção do CONDECINE Remessa

se assemelha ao art. 3º da Lei do Audiovisual, mas no

caso do art. 39, inciso X, a programadora não usufrui

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74

VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

75

4. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 2.228-1/2001

ART. 3º DA LEI DO AUDIOVISUAL ART. 39, INCISO X, DA MP Nº 2.228-1/2001

CONTRIBUINTE Distribuidoras internacionais Programadoras internacionais de TV por assinatura

BENEFÍCIO FISCAL

Abatimento de 100% dos 70% do IRPJ devido mais isenção da CONDECINE Remessa

Isenção da CONDECINE Remessa (destinando 3% do valor para coprodução de obras brasileiras de produtoras independentes)

TETOR$ 3.000.000,00/projeto aprovado, podendo conjugar neste teto, os arts. 3º e 3º A

Não existe limite legal

O mecanismo do art. 39, inciso X, também funciona por meio da aplicação de

recursos: a programadora internacional, por meio de boleto bancário gerado

pela ANCINE, efetiva o pagamento em conta recolhimento para captação e

deve destinar recursos para projetos de titularidade de empresa produtora

brasileira, previamente aprovados na ANCINE (IN nº 22/2003) no mecanismo

em questão, bem como obter a aprovação do contrato de coprodução entre

programadora e produtora.

O contrato de coprodução com programadora estrangeira deve obedecer ao esta-

belecido na Deliberação nº 95/2010 (<http://www.ANCINE.gov.br/node/4356>).

de qualquer benefício quanto à alíquota de IRPJ de 15%. Os dois mecanismos

apresentam diferenças essenciais apresentadas no Quadro 4.3.

QUADRO 4.3

Comparação entre o art. 3° da Lei do Audiovisual e o art. 39, inciso X, da MP

nº 2.228-1/2001.

A partir do depósito pelo contribuinte em conta recolhimento, a empresa

internacional tem o prazo de 270 dias, sem prorrogação, para aplicar em

projetos audiovisuais que serão beneficiários dos recursos. Esta aplicação

é feita por meio de Carta de Alocação protocolada na ANCINE.

O mecanismo tem ainda como atrativo o fato de que não apresenta limite

legal para uso do benefício fiscal. Esta qualidade faz com que o art. 39,

inciso X, se torne boa ferramenta de coprodução entre programadoras

internacionais e produtoras brasileiras.

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Fundos de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional (FUNCINES)

CAPÍTULO 5

Raquel Lemos

OBJETIVOSExplicar o que são os FUNCINES.

Apresentar os percentuais de abatimento, as modalidades financiáveis, as

modalidades de projetos, os contribuintes/investidores e o incentivo fiscal

permitidos dos FUNCINES.

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

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SUMÁRIOFUNCINES

Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis dos FUNCINES

Modalidades de projetos

Contribuinte/Investidor

Incentivo fiscal

Os FUNCINES são fundos voltados à aplicação no setor audiovisual, sem personalidade jurídica e regulados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

5.1 FUNCINES

Antes de apresentar os Fundos de Financiamento da

Indústria Cinematográfica Nacional (FUNCINES), é

preciso ter uma noção genérica sobre o funcionamento

de um fundo de investimento.

Fundo de investimento é um condomínio que une recursos

de um conjunto de investidores (cotistas) com o objetivo de

ganhos financeiros a partir da aquisição de uma carteira

formada por vários tipos de investimentos (conhecidos

como ativos). Exatamente como num condomínio,

cada investidor é titular de cotas e paga uma taxa

pela administração para aquele que deve administrar

e coordenar as tarefas do condomínio. A aquisição

dessas cotas pelo investidor o faz aceitar as regras de

funcionamento de determinado fundo, independentemente

da quantidade de cotas de cada titular.

Os FUNCINES são fundos voltados à aplicação no

setor audiovisual, constituídos como condomínios, sem

personalidade jurídica e regulados pela Comissão de

Valores Mobiliários (CVM).

A Lei nº 6.385/1976 criou a Comissão de Valores

Mobiliários (CVM) e lhe atribuiu o funcionamento do

mercado de valores mobiliários e a atuação de seus

protagonistas assim classificados: as companhias

abertas, os intermediários financeiros e os investidores,

além de outros cuja atividade gira em torno desse

universo principal.

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

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5. FUNDOS DE FINANCIAMENTO DA INDÚSTRIA CINEMATOGRÁFICA NACIONAL (FUNCINES)

Para maiores informações consulte o site: <http://www.cvm.gov.br/>.

Obrigatoriamente, os FUNCINES devem ser administrados por instituição

financeira, autorizada pelo Banco Central do Brasil ou agências/bancos em

desenvolvimento. Na prática, após a regulação pela CVM, a criação do fundo

é comunicada à ANCINE, que tem o papel de fiscalizar a execução dos projetos

realizados com tais recursos.

O Quadro 5.1 apresenta os percentuais de abatimento permitidos e as

modalidades financiáveis descritas pelos FUNCINES.

QUADRO 5.1

FUNCINES.

5.1.1 PERCENTUAIS DE ABATIMENTO E MODALIDADES FINANCIÁVEIS DOS FUNCINES

CONTRIBUINTE Pessoa Física ou Jurídica

ISENÇÃO Imposto de renda – Limite: PJ 3%; PF 6%

% DEDUZIDO Integral*

MODALIDADES FINANCIÁVEISProjetos de produção de obras audiovisuais brasileiras; construção, reforma e recuperação das salas de exibição; comercialização e distribuição; infraestrutura e aquisição de ações

* Inexiste possibilidade de lançamento como despesa operacional.

5.1.2 MODALIDADES DE PROJETOS

O texto do art. 43 da MP nº 2.228-1/2001, com redação da

Lei nº 11.437/2006, aponta as seguintes modalidades

destinadas aos recursos captados pelos FUNCINES:

Projetos de produção de obras audiovisuais

brasileiras independentes realizadas por empresas

produtoras brasileiras;

Construção, reforma e recuperação das salas de

exibição de propriedade de empresas brasileiras;

Aquisição de ações de empresas brasileiras para

produção, comercialização, distribuição e exibição

de obras audiovisuais brasileiras de produção

independente, bem como para prestação de serviços

de infraestrutura cinematográficas e audiovisuais;

Projetos de comercialização e distribuição de obras

audiovisuais cinematográficas brasileiras de produção

independentes realizados por empresas brasileiras;

Projetos de infraestrutura realizados por empresas

brasileiras.

Com vigência prorrogada pela Lei nº 11.437/2006

até 2016, o Fundo de Financiamento da Indústria

Cinematográfica Nacional (FUNCINES) foi criado pela

Medida Provisória nº 2.228-1/2001.

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

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5. FUNDOS DE FINANCIAMENTO DA INDÚSTRIA CINEMATOGRÁFICA NACIONAL (FUNCINES)

5.1.4 INCENTIVO FISCAL

O contribuinte pode deduzir integralmente do imposto de renda, as quantias

aplicadas na aquisição de cotas do FUNCINES, conforme art. 44 da MP nº

2.228-1/2001. Neste mecanismo os limites de aplicação de recursos no Fundo

Se for pessoa jurídica com base no Lucro Real, o limite será até 3% do

imposto de renda devido;

Se for pessoa física, o limite será até 6% do imposto de renda devido.

O montante investido é para aquisição de cotas para participar de uma

carteira de investimentos específicos ao setor audiovisual e tais valores não

podem ser considerados despesa operacional. As regras para o uso desse

benefício encontram-se nas Instruções Normativas nºs 22/2003 e 80/2008 e,

conforme mencionado anteriormente, na MP nº 2.228-1/2001.

Comparando-se ao art. 1º da Lei do Audiovisual em que o lançamento de cotas

de comercialização é destinado a determinado projeto audiovisual por corretora

constituída e registrada na CVM, no caso dos FUNCINES o investidor tem uma

carteira de projetos e não apenas um projeto audiovisual específico para escolher.

são:

5.1.3 CONTRIBUINTE/INVESTIDOR

O investidor é a pessoa jurídica com base no Lucro Real e pessoa física com

declaração completa, com as alterações da Lei nº 11.437/2006.

Os FUNCINES possuem regra própria: 90% dos recursos devem ser aplicados

em projetos audiovisuais, sendo 10% constituídos por títulos emitidos pelo

Banco Central do Brasil ou Tesouro Nacional.

A administradora é responsável pelas obrigações do fundo, gerenciamento

da carteira de investimentos e seu acompanhamento, podendo, se for o caso,

contratar empresas ou consultores especializados nesta gestão, sempre em

integral respeito e transparência aos cotistas.

Os projetos inscritos para aprovação da ANCINE, e que objetivem financiamento

pelos recursos dos FUNCINES, devem apresentar garantia de veiculação e difusão

da obra audiovisual, requisito necessário para a análise do projeto pela agência

nos termos do parágrafo 7 do art. 43 da MP nº 2.228-1/2001.

Pela Instrução Normativa nº 80/2008 fica estabelecido o direito dos

FUNCINES à participação nas receitas, que pode se estender por um período

máximo de 10 anos contados da primeira exibição comercial da obra

audiovisual, do início da exploração comercial da sala de exibição ou dos

elementos de infraestrutura.

Em 2006 a alteração da Lei nº 11.437/2006 ampliou os incentivos dos FUNCINES,

ao determinar sua dedução fiscal para integral (100%) dos valores investidos.

Mesmo com tal extensão de benefício e vigência, esse mecanismo ainda apresenta

relevância menor, se comparado aos demais fomentos até aqui apresentados.

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Mecanismos Estaduais e Municipais de Incentivos Fiscais

CAPÍTULO 6

Raquel Lemos

OBJETIVOSExplicar os mecanismos Estaduais e Municipais das leis

de Incentivos Fiscais.

Apresentar os percentuais de abatimento, as modalidades financiáveis,

as modalidades de projetos, os contribuintes/incentivadores e o incentivo

fiscal permitidos nos Estados e Municípios de: Distrito Federal, Rio Grande

do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo.

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SUMÁRIOLei de Incentivo à Cultura nº 5.021/2013 - Distrito Federal

Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis - Mecanismo do

Distrito Federal de Incentivo à Cultura

Modalidades de projetos

Contribuinte/Incentivador

Incentivo fiscal

Proponente do projeto

Sistema de Incentivo à Cultura do Rio Grande do Sul

Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis - Mecanismo do

Estado do Rio Grande do Sul de Incentivo à Cultura

Modalidades de projetos

Contribuinte/Incentivador

Incentivo fiscal

Proponente do projeto

Lei de Incentivo nº 1.954/1992 – Estado do Rio de Janeiro

Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis - Mecanismo do

Estado do Rio de Janeiro de Incentivo à Cultura

Modalidades de projetos

Contribuinte/Incentivador

Incentivo fiscal

Proponente do projeto

Lei do ISS nº 5.553/2013 – Município do Rio de Janeiro

Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis - Mecanismo do

Município do Rio de Janeiro de Incentivo à Cultura

Modalidades de projetos

Contribuinte/Incentivador

Incentivo fiscal

Proponente do projeto

PROAC - Lei nº 12.268/2006 – Estado de São Paulo

Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis - Mecanismo do

Estado de São Paulo de Incentivo à Cultura

Modalidades de projetos

Contribuinte/Incentivador

Incentivo fiscal

Proponente do projeto

Pro-Mac Lei nº 15.948/2013 – Município de São Paulo

Percentuais de abatimento e modalidades financiáveis - Mecanismo do

Município de São Paulo de Incentivo à Cultura

Modalidades de projetos

Contribuinte/Incentivador

Incentivo fiscal

Proponente do projeto

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

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6.1 LEI DE INCENTIVO À CULTURA Nº 5.021/2013 - DISTRITO FEDERAL

Além dos mecanismos federais de incentivo fiscal, os Estados, Distrito Federal

e Munícipios, como entes federativos, também apontam para um caminho de

incentivo à cultura por meio de tributos de suas competências.

Sem a pretensão de esgotar todos os programas, este capítulo se dedica a

apresentar alguns mecanismos de incentivo estaduais e municipais do Brasil.

A Lei nº 5.021/2013 dispõe sobre a concessão de incentivo fiscal para realização

de projetos culturais, mediante doação ou patrocínio de contribuinte do Imposto

sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços

de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS).

O Quadro 6.1 apresenta os percentuais de abatimento permitidos e as

modalidades financiáveis descritas na Lei de Incentivo à Cultura (Lei nº

5.021/2013) - Distrito Federal.

QUADRO 6.1

Lei de Incentivo à Cultura nº 5.021/2013- Distrito Federal.

6.1.1 PERCENTUAIS DE ABATIMENTO E MODALIDADES FINANCIÁVEIS - MECANISMO DO DISTRITO FEDERAL DE INCENTIVO À CULTURA

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

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6. MECANISMOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE INCENTIVOS FISCAIS

Inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e no Cadastro

Fiscal do Distrito Federal (CF/DF);

Regularidade fiscal com o Distrito Federal, com a Seguridade Social e com

o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço;

Inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho.

CONTRIBUINTEPessoas jurídicas contribuintes do ICMS e/ou Imposto sobre Serviços IPTU (ISS)

ISENÇÃO ICMS e/ou ISS - 2,5% a 3%

% DEDUZIDODoação - 80% de abatimento com 20% de contrapartida Patrocínio - 40% de abatimento com 60% de contrapartida

MODALIDADES FINANCIÁVEIS Projetos audiovisuais de produção independente

6.1.2 MODALIDADES DE PROJETOS

6.1.3 CONTRIBUINTE/INCENTIVADOR

O mecanismo prevê apoio aos projetos audiovisuais de produção independente,

ou seja, o projeto deve ser produzido por proponente que não exerça função

de distribuição ou exibição de obra audiovisual, sem relação societária com

concessionária de serviços de radiodifusão de sons ou sons e imagens.

Pessoas jurídicas contribuintes do ICMS e/ou ISS, que apoiem a realização

de projetos mediante doação ou patrocínio, devidamente inscritas como

Incentivadoras na Secretaria de Cultura do Distrito Federal

que comprovem:

6.1.4 INCENTIVO FISCAL

O contribuinte/incentivador tem as opções de doação ou patrocínio, por meio de

crédito do ICMS e ISS6:

Patrocínio - 40% nos casos em que o nome, marca, produto ou outro elemen-

to identificador do contribuinte/incentivador sejam mencionados no nome

do projeto ou que preveja ações de venda direta ou indireta de produtos a ela

vinculados, por ela fabricados ou que comuniquem sua marca, corresponden-

do, nesse caso, o investimento a 60% do total da cota da incentivadora;

Doação - 80% nos casos em que o nome, marca ou outro elemento

identificador sejam divulgados de forma diversa da prevista no item

anterior e nos casos em que não sejam divulgados, correspondendo ao

investimento a 20% do total da cota da incentivadora.

O limite deste investimento consta no Decreto nº 35.325/2014:

Três por cento (3%) do valor do imposto a recolher no período de apuração, até

atingir o valor total dos recursos dedutíveis, para empresa cuja receita bruta

auferida no ano imediatamente anterior tenha sido de até R$ 32.400.000,00;

Dois e meio por cento (2,5%) do valor do imposto a recolher no período de

apuração, até atingir o valor total dos recursos dedutíveis, para empresa

cuja receita bruta auferida no ano imediatamente anterior tenha sido

superior a R$ 32.400.000,00.

6 O Governo do Distrito Federal tem a faculdade de conceder até 100% de abatimento fiscal nos seguintes projetos: reforma/restauração/manutenção do patrimônio cultural do DF; prioritários, aqueles que se alinhem às prioridades das diretrizes da política cultural; especiais, aqueles que se enquadrem nos interesses temáticos do Estado; simplificados, aqueles cujo valor seja igual ou inferior a R$ 120.000,00, definido de acordo com o segmento cultural.

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

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6. MECANISMOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE INCENTIVOS FISCAIS

Por meio desta Lei de Incentivo à Cultura (LIC), o governo estadual renuncia

até 1% da arrecadação do ICMS e/ou ISS (este imposto é de competência dos

Municípios e do DF, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes

da lista anexa à Lei Complementar nº 116/2003) arrecadados no exercício

anterior para fins de financiamento aos projetos culturais.

Pessoa física ou jurídica, devidamente credenciada como Cadastro de Ente

e Agente Cultural (CEAC)7, com a exigência de domicílio no Distrito Federal

há pelo menos 2 anos. Sob competência da Secretaria de Cultura do Distrito

Federal, a proponente deve apresentar o Cadastro de Entes e Agentes

Culturais (CEAC), acompanhada da Carta de Intenção de Incentivo.

Na sequência, verificam-se os aspectos formais da proposta e a análise técnica/

artística. A sugestão é que o produtor faça previamente uma cuidadosa leitura

da Resolução CCDF nº 5/2013 (<https://www.legisweb.com.br/>), que define os

critérios de análise das propostas culturais a serem incentivadas na forma da

Lei nº 5.021/2013, adequando sua proposta para a fase de análise.

Sendo o projeto audiovisual aprovado, a Secretaria de Cultura concede

a Carta de Captação (essa carta é emitida pela SECULT e restringe-se a

autorizar a captação de recursos junto ao contribuinte/incentivador que

tenha interesse em projetos culturais, no caso, no segmento audiovisual).

Somente após a efetiva decisão de incentivo pelo contribuinte é que as partes

assinam o Termo de Compromisso de Incentivo.

6.1.5 PROPONENTE DO PROJETO

7 O CEAC é gratuito, realizado por artistas, produtores e entidades culturais do DF. Émantido pela Secretaria de Estado de Cultura. Os documentos necessários para o credenciamento de PF ou PJ estão em: <http://wwwfacdfgov.br>.

Num estímulo ao patrocínio cultural, depois de efetivado o depósito da

cota em conta vinculada ao projeto, a SECULT concede ao contribuinte/

incentivador a logomarca Selo da Incentivadora com a finalidade de divulgar

e permitir ao incentivador, a publicidade pela sua decisão de patrocinar.

A LIC confere atenção aos projetos de produtores de pequeno porte. O texto legal

determina que, no mínimo, 5% do montante dos recursos destinados ao incentivo

fiscal devem ser aplicados a tais projetos e mais 5% a projetos simplificados.

O produtor deve apresentar, em meio eletrônico, e protocolar na Secretaria de Esta-

do de Cultura do Distrito Federal, as prestações de contas parciais e finais detalha-

das dos recursos recebidos e de todos os gastos realizados na execução do projeto.

O Sistema Estadual de Financiamento e Incentivo a projetos culturais foi

criado pela Lei nº 10.846/1996, revogado pela Lei nº 13.490/2010 e atualizado

pela Lei nº 14.443/2014.

O Sistema Estadual Unificado de Apoio e Fomento às Atividades Culturais -

Pró-Cultura RS atua mediante dois mecanismos:

Mecanismo de fomento indireto que oferece benefício fiscal para as empresas

que patrocinem os projetos culturais aprovados, objeto deste capítulo;

Pró-Cultura Fundo de Apoio à Cultura, mecanismo de fomento direto por

editais. Em ambos os casos a gestão é de competência e responsabilidade da

Secretaria de Estado da Cultura (SEDAC).

6.2 SISTEMA DE INCENTIVO À CULTURA DO RIO GRANDE DO SUL

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

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6. MECANISMOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE INCENTIVOS FISCAIS

O mecanismo da Pró-Cultura – Lei nº 13.490/2010 do Estado do Rio Grande do

Sul prestigia o segmento audiovisual dos seguintes projetos:

Produção de cinema;

Produção de vídeo;

Novas mídias;

Concursos;

O Quadro 6.2 apresenta os percentuais de abatimento permitidos e as

modalidades financiáveis descritas na Pró-Cultura – Lei nº 13.490/2010 –

Estado do Rio Grande do Sul.

QUADRO 6.2

Pró-Cultura – Lei nº 13.490/2010 – Estado do Rio Grande do Sul.

6.2.1 PERCENTUAIS DE ABATIMENTO E MODALIDADES FINANCIÁVEIS - MECANISMO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DE INCENTIVO À CULTURA

6.2.2 MODALIDADES DE PROJETOS

CONTRIBUINTE Pessoa jurídica com sede no RS, não optante pelo Simples

ISENÇÃOICMS – 20% do total investido, 75% são destinados ao projeto e 25% são obrigatoriamente destinados ao Fundo de Apoio à Cultura

% DEDUZIDO Integral

MODALIDADES FINANCIÁVEISProdução de cinema, de vídeo, novas mídias, concursos, eventos de exibição, outras. Construção, restauração, preservação, conservação e reforma de salas de cinema.

Pessoa jurídica sediada no Estado do Rio Grande do Sul, contribuinte do

ICMS, não optante pelo Simples Nacional. Neste programa, o Estado pode

participar de empreendimentos conjuntos com a iniciativa privada e/ou com

os Municípios, os demais Estados e a União.

Admite o abatimento integral (100%) do valor aplicado com o ICMS

a recolher em cada período, até o limite de 20%, considerando-se a

obrigatoriedade do patrocinador repassar 25% do calculado sobre o valor a

ser compensado, ao Fundo de Apoio à Cultura.

No caso do projeto de construção, restauração, preservação, conservação e

reforma de salas de cinema (inciso VIII do art. 4º desta LIC), o repasse pelo

patrocinador é de 5% calculado sobre o valor a ser compensado ao Fundo de

Apoio à Cultura (Guia de Arrecadação).

O limite do benefício devido é proveniente dos cálculos que consideram os

saldos devedores de cada período de apuração, respeitado o montante global

da receita líquida, conforme mostra a Tabela 6.1 adaptada do art. 6º da LIC.

6.2.3 CONTRIBUINTE/INCENTIVADOR

6.2.4 INCENTIVO FISCAL

Eventos de exibição;

Construção, restauração, preservação, conservação e reforma

de salas de cinema.

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

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6. MECANISMOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE INCENTIVOS FISCAIS

DE (R$) (*) ATÉ (R$) (*) ALÍQUOTA VALOR A ACRESCER (R$)

- 50.000,00 0,20 0,00

50.000,00 100.000,00 0,15 2.500,00

100.000,00 200.000,00 0,10 7.500,00

200.000,00 400.000,00 0,05 17.500,00

400.000,00 Infinito 0,03 25.500,00

(**) - - -

(*) Saldo devedor do ICMS de cada período de apuração das empresas que financiarem projetos culturais, com base no mês anterior ao da apropriação do incentivo.

(**) Quando o saldo devedor for superior a R$ 400.000,00, o benefício devido será o proveniente da aplicação da tabela sobre R$ 400.000,00 ou de 3% sobre o saldo devedor, valendo o que for maior.

6.2.5 PROPONENTE DO PROJETO

Admite-se a inscrição de projetos por pessoas físicas,

pessoas jurídicas (para estas, é exigido ao menos 1 ano

de registro junto ao CNPJ e finalidade cultural) com ou

sem fins lucrativos e prefeituras municipais que façam o

registro para possibilitar a apresentação de projetos cul-

turais no Cadastro Estadual de Produtor Cultural (CEPC).

Para auxiliar o produtor na inscrição, a SEDAC apresenta

um manual com o passo a passo, basta acessar o link:

<http://www.procultura.rs.gov.br/index.php?menu=pro-

dutor_orientacoes> e seguir as orientações.

TABELA 6.1

Valor do ICMS a recolher Pró-Cultura – Estado do Rio Grande do Sul.

O produtor deve submeter seu projeto para análise técnica e financeira do

Setor de Análise Técnica (SAT) e, sendo habilitado, o projeto segue para

avaliação do Conselho Estadual de Cultura (CEC), este último é o responsável

pelos critérios de mérito, oportunidade e relevância.

Se aprovado, o patrocinador, mediante habilitação da SEDAC, pode depositar

o patrocínio e tem direito a compensar o benefício fiscal concedido. Além do

depósito, o patrocinador deve efetivar o repasse do percentual previsto para o

FAC por meio de Guia de Arrecadação.

Após a efetivação do repasse é expedida a Carta de Habilitação de Patrocínio

e somente então, a empresa realiza a escrituração de 100% do valor investido

no projeto.

Quanto a não entrega da prestação de contas ou seu atraso, aplica-se a

suspensão da inscrição do Cadastro Estadual de Produtores Culturais, por

igual período ao atraso ou pelo prazo de 6 meses (o que for maior).

Esse mecanismo se destaca porque o fomento indireto (patrocínio com benefício

fiscal referente ao ICMS) retroalimenta o fomento direto do governo, tendo em

vista que o patrocinador está sempre obrigado ao recolhimento de Guia de

Arrecadação de 25% ou 5% (dependendo da natureza do projeto) ao Fundo de

Apoio à Cultura, este sim, responsável pela viabilização de projetos por editais,

em um claro diálogo entre mecanismo direto e indireto de políticas públicas.

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

99

6. MECANISMOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE INCENTIVOS FISCAIS

6.3 LEI DE INCENTIVO Nº 1.954/1992 – ESTADO DO RIO DE JANEIRO

A Lei Estadual nº 1.954/1992 permite que empresas, contribuintes de ICMS

no Rio de Janeiro, patrocinem a produção cultural utilizando o incentivo

fiscal concedido pelo Estado. Dentre os objetivos da lei pode-se destacar a

valorização da cultura nacional e, em especial, a cultura fluminense8.

8 A lei apresenta outros objetivos, além dos aqui indicados. Para conhecer maiores detalhes, a empresa proponente do projeto poderá ler o art. 3º do Decreto nº 44.013/2013.

O Quadro 6.3 apresenta os percentuais de abatimento permitidos e as modalidades

financiáveis descritas Lei de Incentivo nº 1.954/1992 – Estado do Rio de Janeiro.

QUADRO 6.3

Lei de Incentivo nº 1.954/1992 – Estado do Rio de Janeiro.

CONTRIBUINTE Pessoa jurídica com sede no RJ

ISENÇÃO ICMS – 4% para produções nacionais e 1% para produções estrangeiras

% DEDUZIDO 80% - obrigatória contrapartida de 20%

MODALIDADES FINANCIÁVEIS

Filme de ficção, animação e documentário, filmes de longa-metragem e curta-metragem, telefilme e série para cinema, televisão, internet, celular ou outras mídias, conteúdo multiplataforma, jogos eletrônicos e afins. Cinemas, cineclubes, cinematecas

6.3.1 PERCENTUAIS DE ABATIMENTO E MODALIDADES FINANCIÁVEIS - MECANISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DE INCENTIVO À CULTURA

O mecanismo estadual da Lei de Incentivo nº 1.954/1992 – Estado do Rio de

Janeiro é aplicado aos seguintes segmentos do audiovisual9:

Audiovisual - Filme de ficção, animação e documentário, filmes de longa-

metragem e curta-metragem, telefilme e série para cinema, televisão, internet,

celular ou outras mídias, conteúdo multiplataforma, jogos eletrônicos e afins;

6.3.2 MODALIDADES DE PROJETOS

9 Restritos à regulamentação do Decreto nº 44.013/2013, que dá nova redação ao Decreto nº 42.292/2010, alterado pelo Decreto nº 42.575/2010.

Equipamentos culturais - Centros culturais, cinemas, cineclubes, cinematecas,

bibliotecas, museus, arquivos, espaços de preservação e educação e cultura,

e formação e conservação de acervos, inclusive digitais e afins.

Empresa com sede no Município do Rio de Janeiro em situação de

regularidade fiscal com a Secretaria Estadual de Fazenda, Receita Federal e

em regularidade com a Secretaria Estadual de Cultura.

6.3.3 CONTRIBUINTE/INCENTIVADOR

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

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6. MECANISMOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE INCENTIVOS FISCAIS

10 O decreto admite ainda benefício fiscal concedido à empresa patrocinadora correspondente a 60% da cota de patrocínio que pretende realizar, devendo contribuir com recursos próprios, a título de contrapartida, no valor correspondente a 40% da referida cota. Em geral, não aplicáveis à produção audiovisual em razão das condições específicas, tais como projeto cultural que tenha como linha de ação o show musical, dentre outros.

6.3.4 INCENTIVO FISCAL

“O incentivo fiscal corresponde ao abatimento de 4% do ICMS a recolher

em cada período para doações ou patrocínio de produções culturais de

autores e intérpretes nacionais e 1% para patrocínio de produções culturais

estrangeiras” (DOERJ, 2001). O abatimento está condicionado aos projetos

credenciados pela Secretaria da Cultura do Estado.

Para a produção audiovisual, o valor do benefício fiscal concedido à empresa

patrocinadora corresponde a 80% da cota de patrocínio que se comprometer

a realizar, devendo contribuir com recursos próprios, a título de contrapartida,

no valor correspondente a 20% da referida cota10.

Resumindo, o abatimento é parcial (80%) no caso de patrocínio sobre o valor

do ICMS a recolher em cada período até o limite de 4% - considerando-se a

obrigatoriedade de contrapartida de 20%.

Quanto à operacionalização, há um diferencial: os projetos que visam obter

patrocínio por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura são inscritos nos

editais publicados no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro (DOERJ) e

disponíveis no sítio eletrônico da Secretaria.

Os limites de valores solicitados para a área cultural audiovisual são estabeleci-

dos nos editais de inscrição de projetos da Secretaria de Estado de Cultura. Pela

lei do Estado do Rio de Janeiro, tais projetos são avaliados em duas etapas: por

parecer técnico e pela aprovação pela Comissão de Avaliação de Projetos (CAP).

Pessoa física domiciliada no Estado do Rio de Janeiro, com efetiva e

comprovada atuação na área cultural, diretamente responsável pela

concepção, promoção e execução do projeto a ser patrocinado.

Pessoa jurídica estabelecida no Estado do Rio de Janeiro, com objetivo prioritaria-

mente cultural explicitado nos seus atos constitutivos, diretamente responsável

pela concepção, promoção e execução de projeto cultural a ser beneficiado pela

concessão do incentivo fiscal de que trata o Decreto, com efetiva e comprovada

atuação da entidade ou do seu corpo dirigente e funcional na área cultural.

Órgão ou entidade integrante da Administração Pública direta municipal do

Estado do Rio de Janeiro. A esse proponente será facultada somente a inscrição

de projetos relacionados a festejos municipais diretamente a ele relacionados.

Quanto à prestação de contas, esta deve ser entregue à SEC, 60 dias após findar

o prazo estabelecido no cronograma do projeto, prorrogável desde que solicitado

com 30 dias de antecedência ao fim do prazo estabelecido no cronograma

do projeto. O descumprimento de tais prazos e a não entrega na forma da

legislação vigente, configuram inadimplência do proponente e também do

patrocinador perante a Secretaria da Cultura do Estado do Rio de Janeiro.

Além da inadimplência destacada, pela Resolução SEC nº 205

são considerados inadimplentes os proponentes que:

Utilizarem indevidamente os recursos incentivados ou em finalidade

diversa do projeto aprovado;

Tenham a prestação de contas reprovada;

6.3.5 PROPONENTE DO PROJETO

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

103

6. MECANISMOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE INCENTIVOS FISCAIS

Descumpram as obrigações dispostas no capítulo X do Decreto n°

44.013/2013. Após notificação, o proponente é inserido no Cadastro de

Inadimplentes da SEC e não pode apresentar novos projetos.

A Lei Municipal nº 5.553/2013 do Município do Rio de Janeiro institui o

incentivo fiscal de ISS em benefício da produção de projetos culturais,

integrando o Programa de Fomento à Produção Cultural Carioca.

6.4 LEI DO ISS Nº 5.553/2013 – MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO

O Quadro 6.4 apresenta os percentuais de abatimento permitidos e as modalidades

financiáveis descritas na Lei do ISS nº 5.553/2013 – Município do Rio de Janeiro.

QUADRO 6.4

Lei do ISS nº 5.553/2013 – Município do Rio de Janeiro.

6.4.1 PERCENTUAIS DE ABATIMENTO E MODALIDADES FINANCIÁVEIS - MECANISMO DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO DE INCENTIVO À CULTURA

CONTRIBUINTE Pessoa física ou jurídica, não optante pelo Simples

ISENÇÃO ISS – 20%

% DEDUZIDO Integral

MODALIDADES FINANCIÁVEIS Audiovisual, cinema, multiplataforma e projetos transmídia

Na Lei do ISS nº 5.553/2013 – Município do Rio de Janeiro é o contribuinte do

Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS do Município do Rio de

Janeiro, por meio de Termo de Adesão junto à Secretaria de Cultura.

As microempresas e as empresas de pequeno porte optantes pelo Simples

Nacional não podem utilizar ou destinar qualquer valor a título de incentivo

fiscal, nos termos do art. 24 da Lei Complementar Federal nº 123/2006.

A Lei do ISS nº 5.553/2013 – Município do Rio de Janeiro apresenta as

modalidades de projetos que atendem às seguintes áreas:

Audiovisual;

Cinema;

Multiplataforma;

Projetos transmídia.

6.4.2 MODALIDADES DE PROJETOS

6.4.3 CONTRIBUINTE/INCENTIVADOR

O contribuinte pode utilizar o valor destinado para abater o ISS a ser

recolhido mensalmente, até o limite de 20% do imposto próprio devido

em cada mês e enquanto houver saldo, observadas as normas da Lei nº

5.553/2013 e a regulamentação estabelecida no Decreto nº 37.031/2013.

6.4.4 INCENTIVO FISCAL

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

105

6. MECANISMOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE INCENTIVOS FISCAIS

6.4.5 PROPONENTE DO PROJETO

Produtores culturais sediados no Município do Rio de Janeiro com atividades

comprovadas na área cultural por, no mínimo, 2 anos, com informações

prestadas no momento da inscrição do projeto cultural.

Os produtores culturais devem apresentar o projeto à Comissão Carioca

de Promoção Cultural (CCPC), sendo as inscrições realizadas no site da

Secretaria Municipal de Cultura, conforme calendário anual publicado. Os

projetos são analisados tecnicamente, nos termos definidos anualmente pelo

Secretário Municipal de Cultura e apenas os considerados aptos pela CCPC,

obtêm o Certificado de Enquadramento para recebimento do incentivo fiscal.

Obtido o Certificado de Enquadramento, segue-se à assinatura do Termo

de Compromisso entre a proponente e o contribuinte/incentivador perante

a Secretaria Municipal de Cultura, para a execução do projeto na forma e

condições propostas. A não execução do projeto incentivado pela proponente

não prejudicará o contribuinte/incentivador.

6.5 PROAC - LEI Nº 12.268/2006 – ESTADO DE SÃO PAULO

Em 2006, o Estado de São Paulo regulamentou, por meio da Lei nº 12.268 a criação

do Programa de Ação Cultural do Governo do Estado de São Paulo (PROAC).

O mecanismo opera para diversos segmentos culturais na diretriz do governo

de fomentar a produção e difusão cultural do Estado.

Ainda dentro do Programa de Ação Cultural (PROAC), destacam-se dois

mecanismos de apoio:

A viabilização de projetos pela disponibilização de recursos públicos por

meio de editais. Os editais por segmento apoiado são publicados anual-

mente e com vigência determinada no ano de sua publicação. É importan-

te que o produtor audiovisual faça o acompanhamento anual dos editais

e, para isso, basta acessar o link: <http://www.cultura.sp.gov.br/portal/

site/SEC/menuitem.426e45d805808ce06dd32b43a8638ca0/?vgnextoid=c-

fd78ac36e651410VgnVCM1000008936c80aRCRD&vgnextchannel=cfd78a-

c36e651410VgnVCM1000008936c80aRCRD>;

O de incentivo fiscal que se baseia no ICMS11.

11 O ICMS está entre os impostos de competência dos Estados e do DF e é fonte de receita significativa para os entes estaduais e o DF. Para maiores informações, recomenda-se a leitura do Relatório da Receita Tributária do Estado de São Paulo, dedicado à informação e análise dos recolhimentos dos tributos estaduais no site: <http://www.fazenda.sp.gov.br/relatorio/>.

6.5.1 PERCENTUAIS DE ABATIMENTO E MODALIDADES FINANCIÁVEIS - MECANISMO DO ESTADO DE SÃO PAULO DE INCENTIVO À CULTURA

O Quadro 6.5 apresenta os percentuais de abatimento permitidos e as modalidades

financiáveis descritas no PROAC- Lei nº 12.268/2006 – Estado de São Paulo.

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

107

6. MECANISMOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE INCENTIVOS FISCAIS

CONTRIBUINTE Pessoa jurídica com sede em SP

ISENÇÃO ICMS – Até o limite de 3%

% DEDUZIDO Integral

MODALIDADES FINANCIÁVEIS

Cinema (limite: R$ 800.000,00), vídeo (limite R$ 200.000,00) e programas de rádio e de televisão com finalidades cultural, social e de prestação de serviços à comunidade (limite R$ 300.000,00)

6.5.2 MODALIDADES DE PROJETOS

O art. 4º da Lei nº12.268/2006 admite a destinação dos recursos de caráter

privado, nos seguintes segmentos audiovisuais:

Cinema;

Vídeo;

Programas de rádio e de TV com finalidades cultural, social e de prestação

de serviços à comunidade.

QUADRO 6.5

PROAC - Lei nº 12.268/2006 – Estado de São Paulo.

6.5.3 CONTRIBUINTE/INCENTIVADOR

Pode ser somente a pessoa jurídica com sede no Estado de São Paulo e deve,

obrigatoriamente, estar cadastrado e habilitado na Secretaria da Fazenda.

Também deve estar em regularidade fiscal e com o sistema da seguridade social,

assim como ter apurado o ICMS a recolher no ano imediatamente anterior.

6.5.4 INCENTIVO FISCAL

Prevê a possibilidade integral de abatimento até 3% (pela tabela decrescente

de alíquotas, dependendo do montante do ICMS a recolher, conforme Decreto

nº 51.944/2007) do ICMS para pessoas jurídicas financiadoras dos projetos

credenciados pela Secretaria da Cultura. Portanto, um elo entre a iniciativa

privada e a participação do governo do Estado de São Paulo ao determinar

um benefício estatal de abatimento integral do ICMS para o setor privado.

Na prática, o contribuinte/incentivador enfrenta quatro fases operacionais: creden-

ciamento, habilitação, destinação dos recursos e escrituração do incentivo fiscal.

Primeiramente, o contribuinte/incentivador deve requerer o credenciamento

específico perante a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (SEFAZ).

Na sequência, esta verifica se há cumprimento dos requisitos estabelecidos na

lei e, em caso positivo, o contribuinte é habilitado. Deste momento em diante,

o contribuinte/incentivador pode patrocinar projetos aprovados pelo PROAC.

Todos os meses, a SEFAZ deve calcular os valores máximos de patrocínio que

podem ser aproveitados nos programas.

Na sequência, a empresa habilitada emite boleto(s) bancário(s) via sistema

da SEFAZ para patrocinar projetos culturais, devendo pagar esses boletos até

o último dia útil do mês de emissão. A SEFAZ apresenta o limite individual

do contribuinte a ser utilizado como crédito de ICMS (benefício fiscal) e

ainda admite que o limite possa mudar a cada mês. Após o pagamento do(s)

boleto(s) bancário(s), a empresa pode escriturar integralmente (100%) do

valor investido nos projetos como crédito do ICMS referente àquele mês.

Assim, no caso de investir 3% do valor do ICMS em determinado mês em

um projeto aprovado no PROAC, a empresa terá que pagar apenas os 97%

restantes para a Fazenda Estadual referente ao mês em questão.

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

109

6. MECANISMOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE INCENTIVOS FISCAIS

Questão recorrente é a possibilidade de destinação de recursos a mais de um

projeto. A lei não apresenta impeditivo algum neste sentido, basta, portanto,

que a soma dos boletos pagos não supere o valor máximo autorizado para o

mês de habilitação.

6.5.5 PROPONENTE DO PROJETO

A apresentação de projetos pode ser realizada por pessoas físicas (o próprio

artista ou o detentor dos direitos sobre o seu conteúdo) e pessoas jurídicas

(incluindo cooperativas e empresas com objeto social às atividades artísticas,

culturais ou instituições culturais sem fins lucrativos), comprovando o

domicílio no Estado de São Paulo há, no mínimo, 2 anos.

Caso a pessoa jurídica não tenha realizado atividades culturais durante os

últimos 2 anos, será facultada, para comprovação de atuação na área cultural

pelo período mínimo exigido, a apresentação dos currículos das pessoas físicas

que a integrem ou que com ela mantenham vínculo. Tal como previsto no

regramento legal, as propostas apresentadas por meio de cooperativas devem

ter como responsável técnico/artístico do projeto o anuente cooperado que

deve ser previamente aprovado como proponente pessoa física.

O cadastro do proponente e do projeto deve ser feito no site: <http://

www.cultura.sp.gov.br> e em total transparência. O site indica todos os

documentos que devem acompanhar o Cadastro Geral de Proponente (CGP)

na Secretaria da Cultura. Atendida toda a documentação, o proponente em

conformidade recebe seu número de CGP e senha para acesso ao Sistema.

Cada proponente pode ter como número máximo de projetos inscritos

e aprovados (na fase de captação/execução), nos termos do art. 6º da

Resolução SC nº 96/2011 (<http://www.cultura.sp.gov.br>):

I – 01 (um) projeto para proponente pessoa física;

II – 02 (dois) projetos para proponente pessoa jurídica;

§1º– 02 (dois) projetos para cooperativa por associado.

A competência sobre a análise de cada projeto é da Comissão de Análise de

Projetos (CAP) constituída pelo Secretário da Cultura do Estado e seus crité-

rios são o interesse público/artístico; compatibilidade de custos; capacidade

demonstrada pelo proponente e pelo responsável técnico/artístico para a

realização do projeto. Por fim, o atendimento à legislação relativa ao PROAC,

em especial à Lei nº 12.268/2006 e demais resoluções da Secretaria de Estado

da Cultura.

O programa apresenta os valores máximos para captação de cada projeto

conforme apresentado no Quadro 6.5. Caso o orçamento seja superior aos

valores indicados, o produtor proponente deve enviar fisicamente, junto ao

restante da documentação exigida, o orçamento integral constando todas

as fontes de recursos previstas para o projeto, inclusive se financiadas por

mecanismo federal (DOSP, 2014).

Quanto à possibilidade de coprodução e em recente modificação de Instrução

Normativa da CAP nº 01/2013, tem-se que:

III - A coprodução é entendida apenas entre pessoas jurídicas, não

sendo válida a coprodução na qual pessoas físicas atuem como

coprodutores. Coproduções entre produtoras paulistas podem

apresentar participações desiguais (por exemplo, 10-90; sendo o

mínimo 10% para evitar coproduções que não ocorram de fato). Para

coproduções entre uma produtora paulista e produtora de outro

Estado, a participação mínima da produtora paulista deverá ser de

51%. O coprodutor que tiver dois projetos aprovados no ProAC ICMS

não poderá ter outro projeto no qual apareça como coprodutor nem

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

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6. MECANISMOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE INCENTIVOS FISCAIS

apresentar novos projetos. (DOSP, 2014, grifo nosso).

A prestação de contas é tratada na Resolução nº 96/2011, com rigor em razão

do uso de recursos públicos. A documentação deve ser entregue na Secretaria

da Cultura em até 30 dias após o encerramento da execução do projeto, de

acordo com cronograma aprovado pela CAP, podendo ser prorrogada uma

única vez, por igual período, mediante solicitação justificada (as normas para

prestação de contas podem ser acessadas no link :<http://www.cultura.sp.gov.

br/portal/site/PAC>, no item Prestação de Contas).

Inspirado no Programa de Ação Cultural (PROAC) do Governo de São Paulo, o

Programa Municipal de Apoio a Projetos Culturais (Pro-Mac) foi sancionado em

26-12-2013, revogando a Lei Mendonça (Lei nº 10.923/1990).

Apesar da sua publicação em dezembro de 2013, ainda não teve a

regulamentação pelo Poder Executivo e, por este motivo, apresentam-se aqui

apenas os principais itens do Programa.

6.6 PRO-MAC LEI Nº 15.948/2013 – MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

6.6.1 PERCENTUAIS DE ABATIMENTO E MODALIDADES FINANCIÁVEIS - MECANISMO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO DE INCENTIVO À CULTURA

O Quadro 6.6 apresenta os percentuais de abatimento permitidos e as

modalidades financiáveis descritas no Pro-Mac - Lei nº 15.948/2013 –

Município de São Paulo.

Quadro 6.6

Pro-Mac Lei nº 15.948/13 – Município de São Paulo.

CONTRIBUINTE Pessoa física ou jurídica

ISENÇÃO IPTU ou ISS - Até o limite de 20%

% DEDUZIDO Integral

MODALIDADES FINANCIÁVEISCinema, séries de televisão, produção de vídeo, programas de rádio e de televisão com finalidade cultural, social e de prestação de serviços à comunidade

De acordo com o art. 4º do Pro-Mac, Lei nº 15.948/13 – Município de São Paulo,

tem-se as seguintes modalidades do segmento audiovisual:

Cinema;

Séries de televisão;

Produção de vídeo;

Programas de rádio e TV com finalidades cultural, social e de prestação de

serviços à comunidade.

6.6.2 MODALIDADES DE PROJETOS

No Pro-Mac, Lei nº 15.948/13 – Município de São Paulo é o contribuinte do

Imposto Sobre Serviços de Qualquer natureza (ISS) e do Imposto sobre a

Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU).

6.6.3 CONTRIBUINTE/INCENTIVADOR

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6. MECANISMOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE INCENTIVOS FISCAIS

O limite de 20% do valor devido a cada incidência dos tributos (ISS/IPTU), com

dedução de 100% do valor investido.

6.6.4 INCENTIVO FISCAL

6.6.5 PROPONENTE DO PROJETO

Pessoa física, o próprio artista ou detentor de direitos sobre o seu conteúdo ou

pessoa jurídica com sede no Município que tenham como objetivo atividades

artísticas e culturais, bem como instituições culturais sem fins lucrativos.

A proponente deve comprovar domicílio ou sede no Município há pelo menos

2 anos da data da inscrição do projeto e o incentivo pode ser parcial, não

sendo obrigatório corresponder à totalidade do valor do projeto.

A prestação de contas de recursos captados no âmbito do Pro-Mac deve ser

entregue pelo proponente na Secretaria Municipal de Cultura no prazo de dias

contados do encerramento da execução do projeto, conforme cronograma

de atividades, ou do indeferimento da renovação do prazo de captação. A

Secretaria Municipal de Cultura tem 30 dias para conferir a prestação de

contas inicial do projeto.

Estrutura de Acesso aos Mecanismos de Incentivos Federais da ANCINE

CAPÍTULO 7

Raquel Lemos

OBJETIVOSExplicar o que é a ANCINE.

Contribuir com informações importantes ao produtor audiovisual que

pleiteia conseguir benefícios em projetos incentivados.

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

115

SUMÁRIOAgência Nacional do Cinema (ANCINE)

Registros da empresa produtora junto à ANCINE

Apresentação de projetos – ANCINE

Certificados: CPB e CRT na ANCINE

Classificação da empresa proponente

Prestação de contas de projetos realizados com recursos

incentivados federais

A ANCINE tem papel tríplice: regular, fiscalizar e fomentar a atividade audiovisual.

7.1 AGÊNCIA NACIONAL DO CINEMA (ANCINE)

Durante a apresentação deste Volume 4 – Leis de

Incentivos Fiscais do Módulo 2 - Legislação, diversas

vezes a Agência Nacional do Cinema e suas instruções

normativas foram citadas. Assim, para a perfeita

compreensão dos mecanismos de incentivos fiscais do

segmento audiovisual é fundamental conhecer e se

familiarizar com a regulação dessa agência.

A Agência Nacional do Cinema foi criada pela Medida

Provisória nº 2.228-1/2001 e, como toda agência

reguladora, tem por papel enfrentar questões estratégicas

do mercado. Portanto, a ANCINE tem papel tríplice:

regular, fiscalizar e fomentar a atividade audiovisual.

Sendo o órgão regulador e responsável pela fiscalização

do setor audiovisual, somente são considerados aptos

aos mecanismos de incentivos fiscais, as empresas

proponentes que tenham atendido às exigências da

Agência Nacional do Cinema. Relembrando que o

fomento indireto a projetos audiovisuais dispostos na Lei

nº 8.313/1991 (Lei Rouanet), na Lei nº 8.685/1993 (Lei do

Audiovisual), no art. 39, inciso X e FUNCINES presentes na

Medida Provisória nº 2.228-1/2001, exigem aprovação da

ANCINE e/ou MinC, no caso da Lei Rouanet.

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

117

7. ESTRUTURA DE ACESSO AOS MECANISMOS DE INCENTIVOS FEDERAIS DA ANCINE

Sem a pretensão de esgotar o tema, merecedor de um estudo mais profundo,

este capítulo segue subdividido em seis itens, como contribuição ao produtor

audiovisual que pleiteia benefícios em projetos incentivados.

A primeira exigência a ser cumprida pelo produtor que visa usufruir dos

serviços prestados pela agência é realizar o registro da empresa ou da pessoa

natural perante a ANCINE. A Instrução Normativa nº 91/2010 regulamenta o

registro de agentes econômicos, termo usado pela agência para designar as

pessoas físicas ou jurídicas envolvidas na atividade audiovisual.

O referido registro é classificado nos termos da IN nº 91/2010:

Registro completo de pessoa jurídica - Obrigatório para todas as empresas

que atuem nos diversos segmentos do audiovisual, exceto as empresas

jurídicas estrangeiras que são registradas conforme o próximo item;

Registro simplificado de pessoa jurídica - Providência necessária às

empresas estrangeiras que atuam no mercado audiovisual brasileiro

para o usufruto dos mecanismos de incentivos fiscais que têm como fato

gerador a remessa ao exterior;

Registro de pessoa natural - Obrigatório para detentores de poder dirigente

sobre obra audiovisual, proponentes de projetos de mostras ou festivais

que utilizem fomento.

7.1.1 REGISTROS DA EMPRESA PRODUTORA JUNTO À ANCINE

Ainda no atendimento à primeira exigência da obtenção do registro de

pessoa jurídica é preciso determinar o objeto social da empresa, destacando

a produção audiovisual como sua atividade econômica principal. A atividade

econômica é dividida em subclasses. Essas subclasses são um detalhamento

da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE). A CNAE é uma

classificação usada com o objetivo de padronizar os códigos de identificação

das unidades produtivas do Brasil nos cadastros e registros da administração

pública nas três esferas de governo, em especial na área tributária (<http://

www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/cnaefiscal/cnaef.htm>).

As classificações de atividade econômica principal, exigidas para que a

empresa produtora brasileira independente possa obter fomento junto à

Ser produtor pessoa jurídica com CNAE nº 59.11-1/1999 - Atividades de

produção cinematográfica, de vídeos e de programas de televisão não

especificadas anteriormente;

Ser produtor pessoa jurídica com CNAE nº 59.11.1/2001 - Estúdios

cinematográficos.

Tratando-se de pessoa jurídica sociedade limitada, o requerente do registro

Instrumento legal de constituição da pessoa jurídica brasileira ou a última

consolidação e eventuais alterações posteriores;

Cédula de Identidade do(s) representante(s) legal(is) ou procurador(es);

Portaria de Naturalização ou Certificado de Naturalização do(s)

representante(s) legal(is) ou procurador(es), quando for o caso;

ANCINE são:

deve apresentar:

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

119

7. ESTRUTURA DE ACESSO AOS MECANISMOS DE INCENTIVOS FEDERAIS DA ANCINE

No caso em que o requerente não for o titular da pessoa jurídica, deve

apresentar o ato de constituição de sua representação ou instrumento

de procuração, em que estejam especificados os poderes constituídos e o

prazo de vigência;

Instrumento legal de constituição da(s) sócia(s) pessoa(s) jurídica(s) ou a

última consolidação e eventuais alterações posteriores, quando for o caso.

Tratando-se de pessoa jurídica sociedade anônima, o requerente do registro

Estatuto social ou a última consolidação e eventuais alterações posteriores;

Instrumento legal de eleição do Conselho de Administração, quando

houver, e da diretoria;

Cédula de Identidade do(s) representante(s) legal(is) ou procurador(es);

Portaria de Naturalização ou Certificado de Naturalização do(s)

representante(s) legal(is) ou procurador(es), quando for o caso;

No caso em que o requerente não for o titular da pessoa jurídica, deve apresen-

tar o ato de constituição de sua representação ou instrumento de procuração

em que estejam especificados os poderes constituídos e o prazo de vigência;

Instrumento legal de constituição da(s) sócia(s) pessoa(s) jurídica(s), a

última consolidação ou documento assinado pelo representante legal da

companhia informando a composição do quadro social com o percentual

de participação e a nacionalidade dos acionistas.

deve apresentar:

Passada a etapa do registro, a empresa produtora deve apresentar o projeto à

ANCINE para captar recursos incentivados.

Atender aos procedimentos firmados na Instrução Normativa nº 22/2003

da ANCINE é fundamental para sujeitar o projeto à aprovação da agência e

subsequente captação para recursos incentivados.

A IN nº 22/2003 tem o objetivo de regulamentar a elaboração, apresentação

e acompanhamento de projetos de obras audiovisuais a serem realizados

com a utilização dos incentivos criados pelas Leis nºs 8.313/1991, 8.685/1993,

10.179/2001 e pelo inciso X do art. 39 e FUNCINES, estes dois últimos, da Medida

Provisória nº 2.228-1/2001 com as modificações da Lei nº 10.454/2002.

Portanto, o atendimento às regras da IN nº 22/2003 é obrigatório para a

empresa proponente encaminhar e ter sucesso na análise de seus projetos. A

delimitação do conceito de empresa proponente consta no art. 1º, inciso I:

Empresa produtora brasileira que, a partir da apresentação do projeto

para a aprovação pela ANCINE, torna-se responsável por todos os

procedimentos e compromissos necessários para a realização do

mesmo, respondendo administrativa, civil e penalmente perante a

ANCINE, demais órgãos e entidades públicas e terceiros prejudicados,

nos termos da legislação vigente. (<www.ancine.gov.br>, grifo nosso).

O encaminhamento dos projetos deve ocorrer por meio do Módulo de

Apresentação de Projetos do Sistema ANCINE Digital (SAD). O acesso ao

módulo exige situação regularizada e registro deferido perante a área de

Registro da ANCINE. O Manual para o Módulo de Apresentação de Projetos

7.1.2 APRESENTAÇÃO DE PROJETOS - ANCINE

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

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7. ESTRUTURA DE ACESSO AOS MECANISMOS DE INCENTIVOS FEDERAIS DA ANCINE

está disponível no link: <http://www.ancine.gov.br/sites/default/files/

instrucoesnormativas/passoapassoapresentacaodeprojetos2014.pdf>.

A aprovação dos projetos acontece em duas etapas: na aprovação inicial

e na análise complementar. De acordo com a alteração promovida pela IN

nº 99/2012, a análise complementar do projeto somente ocorre quando a

empresa proponente comprove efetivamente o financiamento de, no mínimo,

20% do valor de produção apresentado (podendo ser concomitante a sua

aprovação) e exista compatibilidade entre o projeto audiovisual (a partir das

informações constantes do roteiro e do formulário de solicitação da análise

complementar) e o orçamento analítico proposto.

O encaminhamento dos projetos de desenvolvimento, distribuição e realização

de festivais internacionais, deve ser realizado pelo envio de documentos físicos

à ANCINE. Neste caso, a análise complementar é concomitante à fase de

aprovação, diante de texto expresso do parágrafo 3º do art. 8º da IN nº 22/2003.

A IN nº 22/2003 apresenta ainda os limites máximos para a cumulação de

incentivos no caso da Lei do Audiovisual:

Ficam estabelecidos os seguintes limites máximos de aporte de

recursos por projeto, podendo ser utilizados concomitantemente (art.

4º da IN nº 22/2003 alterado pelo art. 14 da IN n° 76/2008):

I - Para os incentivos previstos nos arts. 1º e 1º A da Lei nº 8.685/1993,

somados, de R$ 4.000.000,00; e (inciso acrescentado pelo art. 14 da

Instrução Normativa n° 76);

II - Para os incentivos previstos nos arts. 3º e 3º A da Lei nº 8.685/1993,

somados, de R$ 3.000.000,00. (<www.ancine.gov.br>).

A informação constante no Inciso II é complementada pelo art. 4º da IN nº

22/2003 (alterado pelo art. 14 da IN n° 76/2008) que determina o mínimo de 5%

do orçamento global aprovado pela ANCINE para o projeto, de contrapartida

de recursos próprios da proponente ou de terceiros, na hipótese de utilização

exclusiva ou combinada, no mesmo projeto, de recursos oriundos dos incentivos

previstos nos arts. 1°, 1º A, 3° e 3º A da Lei nº 8.685/1993, no inciso X, do art. 39

e FUNCINES da Medida Provisória nº 2.228-1/2001, e na Lei nº 8.313/1991, caso

esta última não seja utilizada isoladamente.

Assim, a solicitação de aprovação do projeto deve seguir cuidadosamente as

exigências documentais do art. 8º da IN nº 22/2003. Portanto, sugere-se uma

leitura atenta das especificações ali constantes.

Para a aprovação do projeto, a empresa proponente ainda deve atender às

Ser empresa produtora brasileira registrada na ANCINE;

Estar apta a captar os valores solicitados, de acordo com sua classificação

de nível;

Manter regularidade fiscal, tributária e previdenciária com o FGTS e no

Cadastro Informativo (CADIN) dos créditos não quitados do setor público

federal, de acordo com as certidões negativas de débito emitidas pela

Receita Federal do Brasil e pela Caixa Econômica Federal, cujos documentos

são verificados pela ANCINE ou solicitados à proponente, quando necessário;

Estar regularizada com o registro e em relação à prestação de contas de

projetos realizados com recursos oriundos de fomento direto ou indireto

administrados pela ANCINE;

seguintes condições:

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

123

7. ESTRUTURA DE ACESSO AOS MECANISMOS DE INCENTIVOS FEDERAIS DA ANCINE

Comprovar a opção ou detenção dos direitos necessários à realização do objeto

do projeto (elencados nos incisos do art. 14 da IN nº 22/2003), conforme o caso.

A ANCINE tem o prazo de 20 dias, a contar da data da realização do

protocolo, para aprovação de projetos que se enquadrem na IN nº 22/2003.

Na eventualidade de diligência documental para sua complementação, o

prazo somente tem início após a data de recebimento dos documentos em

questão, pela ANCINE.

Após a aprovação do projeto, a ANCINE solicita a abertura de conta corrente de

captação junto ao Banco do Brasil S/A, na agência indicada pela proponente,

respeitando sempre os prazos de captação de recursos incentivados para

projetos de produção audiovisual determinados no art. 23 da IN nº 22/2003.

Para o requerimento do Certificado de Produto Brasilei-

ro (CPB) e do Certificado de Registro de Título (CRT), é

preciso compreender a distinção desses dois tipos

Certificado de Produto Brasileiro (CPB) - É o registro

de obra não publicitária brasileira;

Certificado de Registro de Título (CRT) - Tem por

objetivo assegurar que a obra audiovisual tenha

autorização para ser comercializada ou veiculada no

Brasil, no(s) segmento(s) de mercado especificado(s) e

deve ser realizado para obras audiovisuais brasileiras

e estrangeiras, publicitárias e não publicitárias.

7.1.3 CERTIFICADOS: CPB E CRT NA ANCINE

de registros:

A requisição dos registros é feita pela internet, em acesso ao portal da ANCINE e

a cópia da obra em DVD deve ser enviada fisicamente no caso de requerimento

do CPB. As informações sobre como fazer o registro estão disponíveis no portal

da ANCINE no link:<http://ancine.gov.br/manuais/passo-passo-sistemas/sad/

emissao-de-crt-de-obras-nao-publicitarias>.

O CPB é o registro conferido à obra audiovisual não publicitária brasileira

que cumprir todos os requisitos legais para sua obtenção. Os requisitos estão

apresentados na IN nº 104/2012 e é preciso que:

O requerente seja detentor majoritário do poder dirigente sobre o

patrimônio da obra audiovisual;

Caso a obra audiovisual seja resultado de projeto de fomento aprovado na

ANCINE, o requerimento deve ser apresentado pelo proponente do projeto 12.

Atendidas as condições estabelecidas, a ANCINE emite o Certificado de

Produto Brasileiro (CPB). Esse registro atesta também a classificação da obra

como comum, brasileira, constituinte de espaço qualificado ou brasileira

independente constituinte de espaço qualificado, dependendo do caso.

Conforme inciso XXXII, do art. 1º, da IN nº 104/2012, a agência reguladora define

como obra brasileira aquela que cumpre um dos requisitos listados a seguir:

Ser produzida por empresa produtora brasileira, registrada na ANCINE,

dirigida por diretor brasileiro ou estrangeiro, residente no País há mais de

12 Nos termos do parágrafo 2º do art. 18 da IN nº 104/2012, caso o registro seja feito por terceiros, deve ser apresentado o instrumento legal de delegação de sua representação ou instrumento de procuração, especificando seus poderes constituídos e o prazo de vigência.

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

125

7. ESTRUTURA DE ACESSO AOS MECANISMOS DE INCENTIVOS FEDERAIS DA ANCINE

3 anos e utilizar, para sua produção, no mínimo, 2/3 de artistas e técnicos

brasileiros ou residentes no Brasil há mais de 5 anos;

Ser realizada por empresa produtora brasileira, registrada na ANCINE, em

associação com empresas de outros países com os quais o Brasil mantenha

acordo de coprodução cinematográfica e em consonância com os mesmos;

Ser realizada em regime de coprodução por empresa produtora brasileira,

registrada na ANCINE, em associação com empresas de outros países com

os quais o Brasil não mantenha acordo de coprodução, ter assegurada

a titularidade de, no mínimo, 40% dos direitos patrimoniais da obra à

empresa produtora brasileira e utilizar, para sua produção, no mínimo, 2/3

de artistas e técnicos brasileiros ou residentes no Brasil há mais de 3 anos.

Atendido o requisito para nacionalidade da obra, enfrenta-se então, o status

de qualificação da obra: comum, brasileira constituinte de espaço qualificado

ou brasileira independente constituinte de espaço qualificado.

Aqui a IN nº 104/2012, adotou o conceito de exclusão, ou seja, apresenta

o que não é obra de espaço qualificado13: conteúdo religioso, político,

manifestações e eventos esportivos, concursos, publicidade, televendas,

infomerciais, jogos eletrônicos, propaganda política obrigatória, conteúdo

audiovisual veiculado em horário eleitoral gratuito, conteúdos jornalísticos e

programas de auditório ancorados por apresentador. Portanto, tais conteúdos

são classificados como comuns pela agência reguladora.

13 A IN nº 100/2012 da ANCINE que regulamentou a Lei nº 12.485/2011 (Lei da TV Paga), também define espaço qualificado como espaço total do canal de programação e classificou os mesmos conteúdos que a IN nº 104/2012 como comuns.

O caráter de independência da obra é determinado pela ANCINE com o

cumprimento dos seguintes requisitos nos termos da IN nº 104/2012:

Ser constituída sob as leis brasileiras;

Ter sede e administração no País;

Setenta por cento (70%) do capital total e votante devem ser de titularidade

direta ou indireta de brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos;

A gestão das atividades da empresa e a responsabilidade editorial sobre

os conteúdos produzidos devem ser privativas de brasileiros natos ou

naturalizados há mais de 10 anos;

Não ser controladora, controlada ou coligada a programadoras,

empacotadoras, distribuidoras ou concessionárias de serviço de

radiodifusão de sons e imagens;

Não estar vinculada a instrumento que, direta ou indiretamente, confira ou

objetive conferir a sócios minoritários, quando estes forem programadoras,

empacotadoras, distribuidoras ou concessionárias de serviços de

radiodifusão de sons e imagens, direito de veto comercial ou qualquer tipo

de interferência comercial sobre os conteúdos produzidos;

Não manter vínculo de exclusividade que a impeça de produzir ou

comercializar para terceiros os conteúdos audiovisuais por ela produzidos.

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

127

7. ESTRUTURA DE ACESSO AOS MECANISMOS DE INCENTIVOS FEDERAIS DA ANCINE

O produtor deve certificar-se de que sua empresa atende aos requisitos para

o conceito de nacionalidade da obra, ainda que em regime de coprodução

internacional. Na sequência, assegurar-se de que o conteúdo foge à

classificação de obras comuns e, finalmente, identificar o atendimento às

exigências do caráter de independência exigido pela IN nº 104/2012.

O CPB, ao reconhecer a nacionalidade brasileira da obra, permite a

classificação das obras audiovisuais de acordo com a Lei nº 12.485/2011 (Lei da

TV Paga14), possibilitando a gestão do cumprimento das cotas na TV paga.

O Certificado de Registro de Título (CRT) deve ser previamente obtido na

comercialização da obra. Ou seja, toda obra precisa deste certificado para sua

comercialização, exceto obras com conteúdo de caráter pessoal, jogos eletrônicos

e fragmentos de obra audiovisual, conforme os termos do parágrafo único do art.

3º da IN nº 105/2012. Este registro confere o enquadramento tributário da obra

audiovisual e, portanto, o valor a recolher de CONDECINE Título (aqui é possível

concluir que, tanto o CRT quanto o CPB, permitem à ANCINE um conhecimento

maior sobre o mercado regulado).

A Instrução Normativa nº 105/2012, buscou simplificar os trâmites para

requerimento do CRT. O registro da obra audiovisual não publicitária deve ser

requerido para o respectivo segmento pelo detentor dos direitos de exploração

comercial ou licenciamento no País. A Instrução Normativa é clara:

Art. 39. O registro não implica reconhecimento em favor do requerente,

de quaisquer direitos autorais, sejam eles morais ou patrimoniais sobre

a obra. (<www.ancine.gov.br>).

14 A Lei da TV Paga determina a obrigação de cotas mínimas de veiculação de conteúdos nacionais com o intuito de estimular a produção de conteúdo brasileiro independente.

O requerimento de registro de título de obra audiovisual não publicitária,

nos termos da IN nº 105/2012, obrigatoriamente, deve conter as informações

constantes no Quadro 7.1.

QUADRO 7.1

Principais informações solicitadas no requerimento on-line de registro de

título de obra audiovisual não publicitária.

Nos termos do art. 27 da IN nº 105/2012, é isenta do recolhimento da

CONDECINE Titulo a obra audiovisual:

Não publicitária destinada à exibição exclusiva em mostras e festivais,

desde que previamente autorizada pela ANCINE;

Do tipo jornalística;

Do tipo manifestações e eventos esportivos;

Número do CPB (quando for o caso) País de origem

Número do registro da obra estrangeira na ANCINE (quando for o caso)

Ano de produção

Título originalClassificação quanto à forma de organização temporal

Títulos alternativos (se houver) Duração

Título em portuguêsEpisódios ou capítulos que se pretende comunicar publicamente (se for o caso)

Empresa(s) produtora(s) Tipo

Diretor(es) Segmento de mercado a que se destina

Sinopse

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

129

7. ESTRUTURA DE ACESSO AOS MECANISMOS DE INCENTIVOS FEDERAIS DA ANCINE

Brasileira destinada exclusivamente à exportação ou inclusão em

programação brasileira transmitida para o exterior;

Brasileira produzida por empresa concessionária de serviço de radiodifusão

de sons e imagens ou programadora do segmento de mercado de

comunicação eletrônica de massa por assinatura, para comunicação

pública em seu próprio segmento de mercado ou quando transmitida por

força de lei ou regulamento em outro segmento de mercado;

Incluída na programação internacional de que trata o inciso XIV do art. 1º

da Medida Provisória nº 2228-1/2001.

Ainda quanto ao prazo de validade do CRT, este é válido pelo prazo de 5

anos, nos termos do art. 21 da IN nº 105/2012. Após o decurso deste período, é

necessário novo requerimento de registro e recolhimento da contribuição.

A classificação da empresa proponente é que determina o limite máximo

autorizado pela agência reguladora para a captação de recursos incentivados

na esfera federal. Esta é determinada pelo conjunto de obras produzidas ou

coproduzidas pela empresa proponente.

A pontuação é indicada conforme a IN nº 54/2006 (Quadro 7.2). O nível de

classificação da proponente é determinado ou revisto em conformidade ao

disposto nesta e segundo os critérios expostos no Quadro 7.3.

7.1.4 CLASSIFICAÇÃO DA EMPRESA PROPONENTE

Para comprovar a pontuação pretendida, a empresa proponente deve indicar o

número de Certificado de Produto Brasileiro (CPB) ou assemelhado, de cada obra

produzida, e apresentar documento comprobatório de que a obra foi programada

e/ou exibida publicamente em determinado(s) segmento(s) de mercado.

OBRA AUDIOVISUAL REGISTRADA E EXIBIDA PONTOS POR OBRA

Curta-metragem e Programas de TV 1

Média-metragem 2

Telefilme/minissérie/seriada (até 26 capítulos) 3

Longa-metragem/seriada (acima de 26 capítulos) 4

QUADRO 7.3

Relação de pontuação da proponente e o valor limite para captação.

NÍVEL NÚMERO DE PONTOS

LIMITE DE AUTORIZAÇÃO

EXIGÊNCIA MÍNIMA DE OBRAS PRODUZIDAS OU COPRODUZIDAS (EM MINUTOS)

1 0 a 2 R$ 1.000.000,00 Estreante

2 3 a 4 R$ 2.000.000,00 Somatório das obras: 70'

3 5 a 8 R$ 3.000.000,00 Somatório das obras: 100'

4 9 a 12 R$ 6.000.000,00 Um longa-metragem ou um telefilme/minissérie/seriada: maior que 70' e menor ou igual a 120'

5 13 a 19 R$ 12.000.000,00 Dois longas-metragens ou dois telefilmes/minisséries/seriadas: maiores que 70' e menores ou iguais a 120'

6 20 a 24 R$ 24.000.000,00 Três longas-metragens ou três telefilmes/minisséries/seriadas: maiores que 70' e menores ou iguais a 120'

7 25 ou mais R$ 36.000.000,00 Quatro longas-metragens ou quatro telefilmes/minisséries/seriadas: maiores que 70' e menores ou iguais a 120'

Fonte: Adaptação de quadro disponível em: <http://www.ancine.gov.br>. Acesso em: 19 set. 2014.

QUADRO 7.2

Pontuação para fins de captação por obra produzida.

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

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7. ESTRUTURA DE ACESSO AOS MECANISMOS DE INCENTIVOS FEDERAIS DA ANCINE

Já a pontuação de obras de curtas e médias-metragens exige a comprovação

de exibição pública em festivais, mostras ou canais de televisão, incluindo

comunitários e universitários.

A Súmula nº 5/2011 da ANCINE, estabelece que, no caso de obras produzidas

por mais de um agente econômico, a pontuação é dividida entre produtores e

coprodutores, nos termos do acordo firmado entre as partes.

É fundamental informar que, em 04-07-2014 foi publicado o Decreto nº

8.281/2014, que concede à ANCINE um novo modelo de prestação de contas

de projetos realizados com recursos incentivados federais.

O objetivo da mudança foi simplificar o procedimento e análise de prestação

de contas e é importante que o produtor entenda que, simplificação, não

o isenta da obrigação: todos os projetos aprovados na Agência continuam

obrigados a prestar contas.

A novidade é que a ANCINE adotará sistemática de controle por amostragem,

mediante o sorteio de projetos em sessão pública para avaliação orçamentária

e financeira complementar. Nos termos do Decreto, o sorteio ocorrerá em

sessão pública, a partir dos projetos analisados para eleição de quantidade não

inferior a 5% do número total de projetos em fase de prestação de contas.

O texto do Decreto recém-publicado determina que os procedimentos para a

apresentação e análise da prestação de contas serão objeto de normatização

7.1.5 PRESTAÇÃO DE CONTAS DE PROJETOS REALIZADOS COM RECURSOS INCENTIVADOS FEDERAIS

específica pela ANCINE, de acordo com a complexidade de cada mecanismo,

programa ou ação de fomento, considerando os objetivos e as metas do

financiamento da atividade audiovisual.

Atualmente e, apesar da vigência do Decreto nº 8.281/2014, o produtor

audiovisual deve atender à etapa de prestação de contas de acordo com

a versão 1.0 do Manual de Prestação de Contas (<http://www.ancine.gov.

br/sites/default/files/Manual_PC_2013_versao1_0_.pdf>), formulado em

observância à Instrução Normativa nº 110/2012.

Todo projeto de competência da ANCINE deve apresentar documentação

hábil que comprove: o cumprimento do objeto (projeto apresentado) e a

correta aplicação dos recursos. O prazo para a prestação de contas, no caso

de recursos de fomento indireto, é de até 120 dias corridos a contar do término

da captação ou ainda até 120 dias corridos a partir do término do prazo para

conclusão da execução do projeto estipulado pela ANCINE.

Na sua execução devem ser preenchidos os formulários disponibilizados

no sítio da ANCINE. Neste caso, os documentos devem ser entregues em

vias físicas, em mãos ou mediante envio de correspondência do correio

(preferencialmente com comprovante de entrega e aviso de recebimento),

contendo a assinatura do representante da proponente.

O julgamento pode determinar em parecer final a não aprovação de contas,

se constatadas quaisquer das irregularidades aqui descritas:

Omissão no dever de prestar contas;

Não entrega do material para análise do cumprimento do objeto;

Desvio de finalidade;

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7. ESTRUTURA DE ACESSO AOS MECANISMOS DE INCENTIVOS FEDERAIS DA ANCINE

Incorreto ressarcimento ao erário de despesas glosadas;

Descumprimento do aporte dos recursos de contrapartida (quando esta couber);

Não aplicação de rendimentos financeiros no objeto pactuado ou não

devolução ao erário de rendimentos de aplicações financeiras (no caso de

sua não utilização);

Prática de ato de gestão ilegal, antieconômico ou infração à norma

legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária,

operacional ou patrimonial que implique danos ao erário.

O parecer final pode levar às sanções previstas: glosa de despesas,

devolução de recursos e sanções restritivas de direitos. Para melhor

esclarecimento sobre o tema, recomenda-se a leitura do capítulo 8 do

Manual de Prestação de Contas da ANCINE.

Encerradas todas as medidas internas e, caso os recursos federais não sejam

devolvidos aos cofres públicos, instaura-se processo de Tomada de Contas

Especial (TCE) para apurar responsabilidade por dano à administração

pública federal e consequente ressarcimento, quando o valor do dano,

atualizado monetariamente, for igual ou superior à R$ 75.000,00 (IN TCU nº

71/2012). Além desta sanção, a autoridade administrativa deve providenciar

a inclusão do nome do responsável no Cadastro Informativo de Créditos não

Quitados do Setor Público Federal (CADIN) e em outros cadastros afins, na

forma da legislação em vigor (<http://www.ancine.gov.br/sites/default/files/

Manual_PC_2013_versao1_0_.pdf>).

Sendo assim, diante do rigor para realizar a prestação de contas e das

consequências legais da sua inobservância, a empresa proponente deve

procurar informações detalhadas para a boa execução desta e acompanhar a

futura normatização específica pela ANCINE do Decreto nº 8.281/2014.

REFERÊNCIAS

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

135

AGÊNCIA NACIONAL DO CINEMA (ANCINE). Chamadas públicas de todas as

linhas de financiamento. Disponível em: <http://fsa.ancine.gov.br>. Acesso

em: 31 jun. 2014.

AGÊNCIA NACIONAL DO CINEMA (ANCINE). Manual de prestação de contas.

Disponível em:<http://www.ANCINE.gov.br/sites/default/files/Manual_

PC_2013_versao1_0_.pdf>. Acesso em 16 jun. 2014.

AGÊNCIA NACIONAL DO CINEMA (ANCINE). Passo a passo para

fazer uma apresentação de projetos. Disponível em: <http://

www.ANCINE.gov.br/sites/default/files/instrucoesnormativas/

passoapassoapresentacaodeprojetos2014.pdf> Acesso em: inúmeras datas.

AGÊNCIA NACIONAL DO CINEMA (ANCINE). Relação de pontuação da

proponente e o valor limite para captação. Disponível em: <http://www.ancine.

gov.br/legislacao/instrucoes-normativas-consolidadas/instru-o-normativa-n-

54-de-02-de-maio-de-2006>;<http://www.ANCINE.gov.br/node/4356>;<http://

ancine.gov.br/manuais/passo-passosistemas/sad/emissao-de-crt-de-obras-

nao-publicitarias>. Acesso em: inúmeras datas de 2014.

BANCO REGIONAL DE DESENVOLVIMENTO DO EXTREMO SUL (BRDE).

Disponível em: <http://www.brde.com.br/fsa/; http://fsa.ancine.gov.br>.

Acesso em: 31 jun. 2014.

BRASIL. Lei nº 11.437, de 28 de dezembro de 2006. Altera a destinação de

receitas decorrentes da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria

Cinematográfica Nacional (CONDECINE), criada pela Medida Provisória no

2.228-1, de 6 de setembro de 2001, visando ao financiamento de programas e

projetos voltados para o desenvolvimento das atividades audiovisuais; altera a

Medida Provisória no 2.228-1, de 6 de setembro de 2001, e a Lei no 8.685, de 20

de julho de 1993, prorrogando e instituindo mecanismos de fomento à atividade

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

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REFERÊNCIAS

audiovisual; e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.

gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11437.htm>. Acesso em: 28 jul. 2014.

BRASIL. Lei no 8.685, de 20 de julho de 1993. (Lei do Audiovisual). Cria

mecanismos de fomento à atividade audiovisual e dá outras providências.

Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8685compilado.

htm>. Acesso em: 26 ago. 2014.

BRASIL. Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991 (Lei Rouanet). Restabelece

princípios da Lei n° 7.505, de 2 de julho de 1986, institui o Programa Nacional

de Apoio à Cultura (Pronac) e dá outras providências. Disponível em: <http://

www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8313cons.htm>. Acesso em: 26 ago. 2014.

BRASIL. Lei 6.385, de 7 de dezembro de 1976. Cria a Comissão de Valores

Mobiliários (CVM). Disponível em: <http://www.cvm.gov.br/>. Acesso em:

inúmeras datas de 2014.

BRASIL. Medida Provisória nº 2.228-1, de 6 de setembro de 2001. ANCINE,

PRODECINE E FUNCINES. Estabelece princípios gerais da Política Nacional do

Cinema, cria o Conselho Superior do Cinema e a Agência Nacional do Cinema

- ANCINE, institui o Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Cinema

Nacional - PRODECINE, autoriza a criação de Fundos de Financiamento da

Indústria Cinematográfica Nacional - FUNCINES altera a legislação sobre a

Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional

e dá outras providências. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/

ccivil_03/mpv/2228-1.htm>. Acesso em: 26 ago. 2014.

BRASIL. Medida Provisória nº 2.228-1, de 6 de setembro de 2001.Art. 39,

inciso X. A CONDECINE de que trata o parágrafo único do art. 32, referente

à programação internacional, de que trata o inciso XIV do art. 1º, desde

que a programadora beneficiária desta isenção opte por aplicar o valor

correspondente a 3% do valor do pagamento, do crédito, do emprego, da

remessa ou da entrega aos produtores, distribuidores ou intermediários

no exterior, das importâncias relativas a rendimentos ou remuneração

decorrentes da exploração de obras cinematográficas ou videofonográficas ou

por sua aquisição ou importação a preço fixo, bem como qualquer montante

referente a aquisição ou licenciamento de qualquer forma de direitos,

em projetos de produção de obras cinematográficas e videofonográficas

brasileiras de longa, média e curtas-metragens de produção independente,

de coprodução de obras cinematográficas e videofonográficas brasileiras de

produção independente, de telefilmes, minisséries, documentais, ficcionais,

animações e de programas de televisão de caráter educativo e cultural,

brasileiros de produção independente, aprovados pela ANCINE (incluído pela

Lei nº 10.454, de 13 de maio de 2002). Disponível em:<http://www.planalto.

gov.br/ccivil_03/mpv/2228-1.htm>. Acesso em: 26 ago. 2014.

CESNIK, Fabio de Sá. Guia do incentivo à cultura. 3. ed. atual. Barueri: Manole, 2012.

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cvm.gov.br>. Acesso em: inúmeras datas de 2014.

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2014. Disponível em: http://www.jusbrasil.com.br/diarios/65845026/dosp-

legislativo-07-02-2014>. Acesso em: 2014.

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IKEDA, Marcelo. Lei da ANCINE comentada (Medida Provisória n° 2.228-1/01).

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IKEDA, Marcelo. Leis de incentivo para o audiovisual: como captar recursos para o

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

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REFERÊNCIAS

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LEGISWEB. Disponível em: <https://www.legisweb.com.br/

legislacao/?id=263190>. Acesso em: 6 jul. 2014.

MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 35. ed. São Paulo:

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audiovisual. Arts. nºs 18, 25 e 26 da Lei Federal nº 8.313/1991 (Lei Rouanet).

Disponível em: <http://novosalic.cultura.gov.br/>. Acesso em: jul. 2014.

POLIZELLI, Victor Borges. O princípio da realização da renda –

Reconhecimento de receitas e despesas para fins do IRPJ. Série Doutrina

Tributária, v. 7. São Paulo: Quartier Latin, 2012.

PRÓ-CULTURA – RS. Manual passo a passo para inscrição de projetos

culturais no Cadastro Estadual de Produtor Cultural (CEPC). Disponível em:

<http://www.procultura.rs.gov.br/index.php?menu=produtor_orientacoes>.

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RECEITA FEDERAL. Classificação Nacional de Atividades Econômicas

(CNAE). Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/

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RECEITA FEDERAL. Legislação. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.

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SANTOS, Rafael dos; COUTINHO, Angélica (Org.). Políticas públicas e

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SECRETARIA DA FAZENDA DO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO (SEFAZ).

Relatório da Receita Tributária do Estado de São Paulo. Disponível em:

<http://www.fazenda.sp.gov.br/relatorio>. Acesso em: 7 jul. 2014.

SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL (RFB). Disponível em:

<http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/LegisAssunto/AcorDupTrib.

htm>;<http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/cnaefiscal/cnaef.

htm>. Acesso em: 27 jun. 2014.

SECRETARIA DE CULTURA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Editais. Disponível em:

<http://www.cultura.sp.gov.br/portal/site/SEC/menuitem.426e45d805808ce-

06dd32b43a8638ca0/?vgnextoid=cfd78ac36e651410VgnVCM1000008936c8

0aRCRD&vgnextchannel=cfd78ac36e651410VgnVCM1000008936c80aRCR-

D>;<http://www.cultura.sp.gov.br/StaticFiles/SEC/proac/icms/Resolu-

cao_SC_50_2012_Limite_de_valores_por_segmento.pdf>. Acesso em: 7; 17 jul.

2014.

SECRETARIA DE CULTURA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Normas para a

prestação de contas. Disponível em: <http://www.cultura.sp.gov.br/portal/

site/PAC>. Acesso em: 7 jul. 2014.

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COORDENADORES, AUTORA E SUPERVISORA TÉCNICA

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

COORDENADORES

DÉBORA FRANCESCHINI MAZZEIEspecialização em Gestão de Pequenos Negócios – FIA-SP (em curso). MBA

em Gestão Estratégica de Marketing – FGV-DF. Graduação em Secretariado

Executivo – UPIS-DF. Trabalhou no SENAC EAD como conteudista da

disciplina de Empreendedorismo ao Ensino a Distância. Coordenadora

Nacional da Carteira de Projetos de Economia Criativa do Sistema SEBRAE

onde desenvolve atividades como coordenação e gestão da carteira desde

a orientação estratégica institucional até a elaboração e estruturação de

projetos que fomentem a formação de redes de pequenos negócios, visando o

desenvolvimento setorial, a ampliação dos negócios, a redução de custos, o

aumento da competitividade, da sustentabilidade e a geração de empregos. É

professora tutora de cursos a distância da Fundação Getúlio Vargas – On-line

nas disciplinas: Gestão Estratégica, de Projetos, Marketing, Empreendedorismo

e Jogo de Negócios. Participou das seguintes publicações do SEBRAE: Revista

Os Novos Negócios do Futuro; Casos de Sucesso - Histórias de Sucesso; Plano

de Negócio - Programa de Orientação ao Candidato a Empresário; Como

Elaborar um Plano de Negócio; Revista Conhecer Sebrae Varejo; Cartilha do

Empreendedor Individual para Economia Criativa e Termo de Referência de

atuação do Sistema Sebrae em Economia Criativa.

E-mail: [email protected]

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCALCOORDENADORES, AUTORA E SUPERVISORA TÉCNICA

ODETE CRUZPós-Graduada em Administração de Empresas, com especialização em

Marketing pela FGV-SP. Graduada em Psicologia pela FEC-SP. Atua desde

1991 nos segmentos de Entretenimento e Televisão por Assinatura nas áreas

de Planejamento Estratégico, Novos Negócios, Programação, Conteúdo,

Distribuição, Comercial, Marketing e Direção Geral de Unidade de Negócios em

empresas como TVA, DirecTV, dentre outras. Participou em vários seminários

e congressos nacionais e internacionais para PAY TV / Telco e Programação

/ Conteúdo de TV e novas mídias. Foi consultora executiva de canais

internacionais, para planejamento estratégicos, implantação e lançamento de

canais, como CMT - Country Music Television, BBC Worldwide Latin America,

Canais: Cbeebies, BBC Entertainment, dentre outros. Foi diretora executiva da

ABPITV – Associação Brasileira de Produtores de Televisão, na gestão de 2010

a 2012. Atualmente é gerente executiva da APRO - Associação Brasileira da

Produção de Obras Audiovisuais, responsável pelo Programa de Capacitação

de Empresários do Setor Audiovisual, promovido pelo SEBRAE - Serviço

Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e pela APRO.

E-mail: [email protected]

MBA em Marketing pela Universidad Latinoamericana de Ciencia y Tecnologia,

San Jose, Costa Rica. Graduado em Música pela ECA-USP. Fez o curso de Análise

de Empresas e Valor da FGV-SP. Atua há mais de 15 anos em gestão executiva de

projetos e negócios, com ênfase em Finanças, Planejamento Estratégico, Plano

de Negócios e Desenvolvimento Institucional para empresas e organizações

não governamentais como Neojiba, Unibes e Fundação Telefônica. Coordenou

o Criativar – Laboratório de Negócios Criativos do programa Empreendedores

Criativos. Atuou como captador de recursos, como integrante do Grupo Gestor do

Museu da Pessoa e coordenou projetos na La Fabbrica do Brasil como Tesouros

do Brasil e Um Poema Chamado Brasil (premiado pela Revista EXAME - Guia

da Boa Cidadania Corporativa 2004 - Destaque na categoria Cultura). Articulou

projetos junto à UNESCO, MEC, MinC, UNICEF, Iphan, SEBRAE-MG, Fiat, Nestlé,

Petrobras, Votorantim e Camargo Corrêa. É professor convidado do MBA de

Bens Culturais da FGV e do Master – Pós-MBA do B. I. International, assessor

do Polo Audiovisual da Zona da Mata/MG e sócio-diretor da iSetor, empresa de

capacitação em negócios e assessoria em gestão administrativa e financeira para

empreendedores criativos, culturais e sociais.

E-mail: [email protected]

ERICK KRULIKOWSKI

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCALCOORDENADORES, AUTORA E SUPERVISORA TÉCNICA

AUTORA SUPERVISORA TÉCNICA

RAQUEL LEMOS EVA LAURENTIPós-Graduada em Direito Civil e Direito Digital pela Universidade Presbiteriana

Mackenzie. Graduada em Direito pela Universidade Paulista. Inscrita na Ordem

dos Advogados do Brasil (OAB), Secção de São Paulo, desde 2003. Consultora

jurídica com prática consolidada na área Cultural e de Inovação Tecnológica.

Sócia-diretora da Art.Is e da Lemos Consultoria Ltda., escritórios especializados

na área Empresarial. Atuação profissional voltada à iniciativa privada para

estratégias de investimentos e mecanismos de fomento público direto/indireto

e consultoria jurídica em projetos de entretenimento e tecnologia, com 12 anos

de atuação em Propriedade Intelectual. Foi professora nas disciplinas Direito e

Internet e Legislação Aplicada à Informática na Faculdade Impacta Tecnologia

(FIT), nos cursos de Sistemas de Informação, Redes e Banco de Dados de

2007 à 2014. É professora convidada na disciplina Licitações e Contratos

Administrativos do MBA em Gestão Pública, da Pós-Graduação em Produção

Audiovisual - Projeto e Negócio e da Pós-Graduação em Animação, Roteiro e

Gestão da Comunicação em Mídias Digitais no SENAC.

E-mail: [email protected]

Pós-Graduada em Produção Executiva em Cinema e TV pela Fundação Getúlio

Vargas (FGV) e Administração em Marketing pela Universidade Presbiteriana

Mackenzie. Graduada em Comunicação Social pela Universidade Estadual

Paulista. Atua há 14 anos no mercado audiovisual. Foi assessora técnica na

Agência Nacional do Cinema e na Secretaria Municipal de Cultura de São

Paulo e coordenadora de Coprodução e Políticas Públicas da Fundação Padre

Anchieta. É consultora de produtoras independentes, parecerista do Ministério

da Cultura - Secretaria do Audiovisual (SAV), coordenadora e professora do

curso de Pós-Graduação em Produção Audiovisual - Projeto e Negócio do

SENAC-SP.

E-mail: [email protected]

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ESTRUTURA DO GUIA AUDIOVISUAL

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCAL

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MÓDULO 1 - GESTÃO EMPRESARIAL

Mostra como desenvolver a capacidade de gestão empresarial de forma a im-

pactar na sustentabilidade econômico-financeira a longo prazo nas empresas e

apontar caminhos para torná-las menos dependentes dos editais públicos, com

uma sistemática empresarial de sustentabilidade. Traz uma visão geral sobre

os principais conceitos que envolvem a gestão empresarial da produtora e a

gestão do produto audiovisual. Está dividido em três volumes:

Volume 1 - Gestão e Empreendedorismo – Autor: Silvio Soledade;

Volume 2 – Gestão do Produto Audiovisual – Autores: Lia Nunes

e Marcos Ribeiro de Moraes;

Volume 3 – Roteiro – Autor: Ricardo Tiezzi – Colaboradora: Deborah Calla.

MÓDULO 2 - LEGISLAÇÃO

Aborda os diversos aspectos legais que envolvem a relação das empresas audio-

visuais com o mercado. Mostra desde o acesso a recursos e incentivos públicos

para a atividade até os aspectos jurídicos e os modelos de contrato realizados

atualmente, de forma a fazer com que as empresas consigam operar de maneira

mais sustentável legalmente, diminuindo os riscos do negócio e ampliando as

possibilidades de financiamento. Está dividido em quatro volumes:

ESTRUTURA GERAL DO GUIA AUDIOVISUAL COM SEUS MÓDULOS, VOLUMES, RESPECTIVOS AUTORES E COLABORADORES

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VOLUME 4 - LEIS DE INCENTIVO FISCALESTRUTURA DO GUIA AUDIOVISUAL

Volume 4 – Leis de Incentivo Fiscal - Autora: Raquel Lemos - Supervisora

técnica: Eva Laurenti;

Volume 5 – Editais – Autora: Daniela Pfeiffer Fernandes;

Volume 6 – Principais Aspectos Legais Envolvendo a Produção

Audiovisual no Brasil (Aspectos Tributários; Direitos Autorais, Trabalhistas,

Societários, entre outros) – Coordenador geral: João Paulo Morello;

Coordenadora: Gabriela Pires Pastore; Consultor especial: Luiz Eduardo

Moreira Coelho; Equipe: Thiago Macedo Clayton, Adriana Savoia Cardoso,

Camilla Relva Restelli, Alexandre Motta Ordones e Carolina Chammas

Narchi; Colaborador: Marcos Augusto Pereira Lara.

Volume 7 – Contratos (Modelos referenciais de contratos) – Coordenador

geral: João Paulo Morello; Coordenadora: Gabriela Pires Pastore; Equipe:

Thiago Macedo Clayton e Carolina Chammas Narchi; Colaboradores:

Marcos Augusto Pereira Lara, Débora Ivanov, Claudia Toledo de Mesquita,

Rodrigo Salinas e Gilberto Toscano.

MÓDULO 3 – DISTRIBUIÇÃO

Mostra como desenvolver a capacidade de distribuição do conteúdo audiovisual

no cinema, na TV e em novas mídias, abrangendo todas as suas etapas, desde

a concepção do projeto até a finalização do produto. O objetivo é mostrar

as ferramentas que podem ser utilizadas e os possíveis caminhos para que o

conteúdo atinja multidões, impactando na sustentabilidade econômico-financeira

a longo prazo das empresas. Elaborado em um único volume, abrange três temas

principais: distribuição de conteúdos no mercado audiovisual, distribuição para

cinema e distribuição para TV.

Volume 8 – Distribuição - Autores: Igor Kupstas, Krishna Mahon e Sueli Tanaca.

MÓDULO 4 – TRANSMÍDIA

Apresenta os conceitos sobre transmídia, sua evolução e as tendências na

produção multiplataforma. Elaborado em um único volume, aborda as cinco

etapas de desenvolvimento de projetos transmídia, incluindo as narrativas

(com seus universos e personagens), a segmentação da audiência, a definição

das múltiplas plataformas de mídias (tradicionais ou digitais), o novo plano

de mídias e o empreendedorismo do novo produtor transmídia.

Volume 9 – Transmídia - Autor: Rodrigo Dias Arnaut

Colaboradores: Rodrigo M. Terra, Solange Eiko Uhieda, Dimas Dion de Silva

Santos e Eduardo Fraga (Dudu Fraga).

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Este volume tem como objetivo contribuir para o aprimoramento e desenvolvimento das empresas do setor, apresentando as ferramentas e o conhecimento básico necessários à gestão de projetos do segmento, além de mostrar os principais aspectos que envolvem a produção audiovisual.

REALIZAÇÃO:

PARCERIA:

APOIO INSTITUCIONAL: