volume 365 - portal da câmara dos deputados...definitivo. não será permitida segunda época. cada...
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Órgão Oficiai de Divulgação da Assembléia Nacional Constituinte
Volume365
UIIIL~BrasOia, de 16 a 22 de novembro de 1987 - N~ 25
I'W
que naotem volta
Plenário,um voto
Regimento daConstituinteserá alteradoA Mesa da Assembléia
Nacional Constituinte apresentou, na última sexta-feira, um substitutivo ao projeto que altera o Regimentoda Constituinte, oferecidona semana passada por umgrupo de 319 parlamentares. Este grupo propôs mudanças regimentais a fim degarantir aos constituintes apossibilidade de ofereceremendas a todos os dispositivos do projeto de Constituição, votado pela Comissão de Sistematização. Oplenário da ANC vai examinar se acolhe o projeto doGrupo de 319 constituintesou o substitutivo. (Página 3) A preocupação é com os direitos sociais
Encerrados os trabalhos naComissão de Sistematização,as idéias ganham um formatomais claro e vão diretamenteao plenário, onde todos osconstituintes poderão opinarsobre como será o novo modelo político, social, econômico e cultural do país.
O método indutivo adotadopara a elaboração desta Constituição - com a formação desubcomissões e comissões, ecom o acolhimento de emendas populares - permitiu umaparticipação a mais ampla possível de toda a sociedade e detodos os constituintes na elaboração do arcabouço da futuraCarta. As contradições ou osdesacordos existentes, não somente entre direita, esquerdae centro - conceitos bastantediscutíveis na era da cibernética- mas, também, entre idéiaspessoais, foram sendo drenados ao longo de meses, e temastidos como irremediavelmentecontroversos estão lograndoalcançar entendimento. A ten-
dência percebida é a de quenão se pode conseguir tudo,mas pode se obter muito. Cadasegmento vai ficando maisconsciente disso e, por essemotivo, a grande polêmica nãose espalha, hoje, por mais quedez por cento da Carta.
Os assuntos controversosmais óbvios estão localizadosem torno do sistema de governo, da ordem social (direitostrabalhistas) e da privatizaçãoou estatização da economia.Todavia, mesmo esses assuntos já contam com uma convergência muito grande de opiniões, convergência, aliás, quepermitiu a aprovação de umtexto sobre reforma agrária naSistematização, impensávelnos primeiros dias da Constituinte. No plenário, o voto édefinitivo. Não será permitidasegunda época. Cada opçãodeve ser cuidadosamente formulada. Não se trata de umjogo, mas do destino de um povo e de um país. Ambos aindatristemente pobres.
A tarefa maior
Constituinte Jutahy MagalhãesPrimeiro-Secretário do Senado
o cercoA grande pergunta é: A soma dos erros
realmente cometidos pela ConstitumteJustifica a intensa e orquestrada campanha de descrédito que ela vem sofrendo?
Comecemos pelos erros reais. O processo de elaboração da Carta, na corretamtenção de ser o mais democrático detodos (e foi), acabou tornando-se lento,diante de um país que, pela conjuntura,tem pressa. Ao longo das discussões e votações, equívocos foram cometidos e, emconsequência, alguns dispositivos tornaram-se facilmente criticáveis. Mais outroserros essenciais? Por mais numerosos quepossam ter sido, foram poucos diante dadescabida reação planejada e executada,especialmente a parur das últimas três semanas.
- A reação presidentista - O grupodos que reagem contra acertos da Constituinte - a redução de poderes do Executrvo , a descentrahzação das atividades daUnião, a fiscahzação dos atos tributánosetc. Burocratas que assistem, Irritados,chegar o momento em que padrões fechados, autoritários e pouco éticos passarão,ao menos, a ser inconstitucionais.
- A reação presidencialista - O grupodos 9ue, por convicção, costume ou converuencia, não admitem um sistema emque o Poder se compartilha entre Executivo e Legislativo E definem Constituiçâoboa como aquela que dá mandato de cmcoanos e sistema presidencialista.
- A reação corporativista - Centenasde profissões e grupos que definem Constituição como o "instrumento onde a gente resolve os problemas da gente". Centenas de reivindicações imorais, Ilógicas,impatrióticas, que foram derrotadas sucessivamente, a ponto de hoje, as poucasque constam do texto em votação, nãoserem pálida sombra do que foi proposto.
- A reação conservadora - A uruãode todos os setores que sonhavam comuma Constituinte que diante do prédioem ruínas trocasse a fachada. Apenas. Eque agora, diante de uns poucos erros,mas, acima de tudo, diante de avançossensatos, reahstas e bem postos, sentemque haverá mudanças
- A reação autoritária - Os saudosistas de anos recentes, escandahzadoscom um país que erige em princípios fundamentais a liberdade, a drgnidade dapessoa humana, o plurahsmo e a democracia
Sejamos, nesta hora, que é grave, claros. a Constituinte está sendo cercada,literalmente, pela soma dos interesses quecontrana, porque, apesar de tudo, consegue avançar em muitos pontos. Os erroscometidos não determinam os ataques sofridos Qualquer pessoa sensata ou bemmtencionada lembrará que o método adotado pela Constituinte leva a aproximações sucessivas e a cada etapa de trabalhoo texto é VISivelmente melhorado. O queainda falta corrigir - e, ironia, o que estáerrado deu-se mais pelo voto dos conservadores do que dos progressistas - temtempo e tem o Plenário para corrigir.
Como também é tempo de o país acordar para a realidade de que seu principalinstrumento de mudanças - está sendotorpedeado.Nas páginas do substitutivo encontraremos as razões e os personagens que levama esta crise arnfrcialrzada pelo PIC - oPartido dos Interesses Contrariados.
Antônio BrittoPMDB - RS - Vice-Líder
Sistematizaçãoconclui votaçãoNo fmal desta semana o substi
tutivo da Cormssão de Sistematização estará pronto. É o produtofmal de um longo trabalho que,se não estabeleceu todos os consensos necessãnos, estabeleceupelo menos os caminhos da modermdade, das mudanças sociaise a prevaléncia da soberama nacional em confronto com velhase arcaicas previsões, abnndo assim os cammhos para a formaçãode uma sociedade moderna semos problemas seculares que sempre afhgiram a nação brasileira,tais como a falta de liberdade ea fome.
O processo constitumte é umaexpressão da crise brasileira, masacima de tudo uma tentativa desuperação da cnse. Este processoacontece num clima de muitascontradições, mas é a alma de todas as esperanças contra as agressões infundadas A Constituintenão se defende, defendendo apenas. Ela realiza com legitnnidadee :az~o histónca ~ seu de~tI~o,quenao e outro senao o propno destmo da nação brasileira.
Amigo leitor, ainda é cedo parafalar de sua feição definitiva, porque o grande plenário ainda sereunirá a partir do final deste mêspara ehrmnar os confrontos estéreis e organizar a defirnnva vontade nacional, mostrando que o Brasil e a SOCIedade brasileira estãoprontos para ingressar definitivamente, e de forma madura, na plerutude de um regime democráticoestável e enfrentar os desafios gigantescos do século tecnológicoque se aproxima, fazendo com força e fé o Brasil do século XXI.
O Jornal da Constituinte, acompanhando dia-a-dia a ação da Assembléia Nacional, registra nesta25' edição tudo que a Comissãode Sistematização Já aprovou e publica, nas páginas centrais, amplareportagem sobre as conquistasdos trabalhadores na nova Constituição, preocupação maior dosconstituintes.
Constituinte Marcelo CordeiroPnmetro-Secretâno da ANC
A função maior do PoderLegislativo é a de legislar.
A tarefa política fundamentaI do parlamentar é,pois, fazer e refazer as leisque fundamentam a permanente ordenação do país. Efazê-lo em nome do povo doqual ele é intérprete e rnandatáno. Fiscalizar os atosdo Executivo no cumprimento da ler ou denunciaro seu descumprimento nadamais é do que uma funçãocorolária da primeira, porquanto, em qualquer circunstância, o parâmetroque orienta o parlamentare o objetivo por ele perseguido há de ser sempre a lei.
Nisso residem a razão deser e a alta dignidade do Poder Legislativo que, entretanto, desde que entrou emvigor a Constituição de1967, foi emasculado no desempenho de sua missão ereduzido à expressão de umpoder menor.
Paralela a essa capitis diminutio do Le gislativo ,ocorreu a hipertrofia doExecutivo, revelada, sobretudo na hegenomia da função de legislar que foi amplamente outorgada ao Presidente da República.
Na prática, ·0 decreto-lei,a reserva da imciatrva sobrematéria financeira, além daquilo que posso chamar de"ditadura do veto", constituem os mecanismos quefortalecem a função legiferante do Executivo, em detrimento do único Poderque, verdadeiramente, adetém por mandato popular, que é o Legislativo.
Este "minuto extremamente fecundo" da vida nacional, que se desenrola naAssembléia Constituinte,deve ser saudado, também,como o momento da restauração das prerrogativas doCongresso, dentre as quaisa do monopólio da funçãolegislativa.
Com efeito, tanto quantonos é possível antever noatual projeto o desenho retocável da futura-Constituição, pode-se inferir que nele vai-se restabelecendo a
prerrogativa primordial doPoder Legislativo. Se considerarmos o desaparecimento do decreto-lei, embora ligeiramente contrabalançado pela adoção das medidasprovisórias e a ponderávelredução qualitativa das matérias postas sob a reservada iniciativa exclusiva, oCongresso Nacional ressurge bastante prestigiado parao exercício de sua missãofundamental.
Essa perspectiva favorável evidencia-se, amda, emoutros pontes do projeto referentes ao processo legislativo, tais como: a eliminação do instrumento espúnodo "decurso de prazo"; asrestrições ao poder imperialdo veto; o reconhecimento,em nível constitucional, dascomissões permanentes, como órgãos verdadeiramentedeliberativo etc.
Esse elenco de medidasrestauradoras da dignidadedo Poder Legislativo devesofrer alguns aperfeiçoamentos, dentre os quaisenumero cinco:Primeiro, inserir, no art. 2°do substitutrvo , o princípioda indelegabilidade de atnbuições, com a ressalva dasexceções já previstas no texto do projeto.Segundo, fixar, taxativamente, o âmbito das matérias que podem ser disciplinadas pelas medidas provisónas com força de lei.Terceiro, substituir a denommação "medidas provisórias com força de lei" simplesmente por "decretosprovisórios"Quarto, que o primeiro-ministro tenha competênciapara propor emendas àConstituição.
Qumto, que se estabeleça oprazo de 48 horas para oPresidente da República encaminhar ao Congresso Nacional mensagem contendoveto a projeto de lei.
Revestem-se, também,de igual intuito - o do for-
talecimento do Poder Legislativo - as emendas pormim oferecidas à Comissãode Sistematização, entre asquais destaco:- a que viabiliza a coope
ração do TCU com asComissões Parlamentares de Inquérito;
- a que acrescenta competência ao Congresso Nacional de tornar sem efeito contratos ou atos ilegais da administração direta e indireta;
- a que permite às Comissões Permanentes sustarprojetos contrários ao interesse público;
- a que assegura amplospoderes às Comissões deInquérito;
- as que reforçam a funçãofiscalizadora do Congresso, criando, inclusive, uma auditoria geralda República, no Congresso Nacional;
- a que busca assegurar oequilíbrio político dasbancadas estaduais;
- a que procura garantir oregular suprimento derecursos financeiros aoPoder Legislativo, peloExecutivo;
- as que ampliam as competências exclusivas doCongresso Nacional;
- as que ampliam as competências privativas daCâmara Federal e do Senado da República;
- a que reduz as restriçõesà possibilidade de proporemenda à Constituição;
- as que restringem a iniciativa legiferante do primeiro-ministro ;
- as que aperfeiçoam e agihzarn o processo legislativo;
- as que revêem as atribuições do presidente daRepública;
- as que disciplinam o votode confiança e a moçãode censura;
- as que visam a reforçaras determinações ou conclusões das Comissões deInquérito.
Jornal da Constituinte - Veículo semanal editado sob aresponsabilidade da Mesa Diretora da Assembléia NacionalConstituinte.MESA DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE·
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Jornal da Constituinte
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Mesa da ANC temsubstitutivo paraalterar regimento
ADIRPlRoberto Stuckert
dades, como fundamento de uma vidadigna e pacífica para todos.
A persistir a atual sistemática de trabalho, subordinada a fatores casuísticos e transitórios, a Nação corre sérionsco de continuar paralizada, à esperade definições institucionais que lhe imprimam confiança, segurança, eficiência e tranqüilidade.
O tempo é de ação da maioria daAssembléia Nacional Constituinte,maioria que representa, efetivamente,o espírito e o retrato da sociedade moderada que a elegeu.
Precisamos resgatar os coml?romissos de bom senso e de coerência assumidos com a sociedade, durante acampanha eleitoral, despreocupadoscom rótulos. E necessário prover oPaís de um texto constitucional claroe flexível que reduza os tentáculos doEstado, cne abertura para maior participação de todos na gerência dos negócios públicos, enseje meios de ampliação das oportunidades de bem-estarsocial, através da liberdade de empreender pessoalmente e de investirempresarialmente, gerando frutos para os trabalhadores brasileiros, bemcomo para toda a nossa populaçâo.
ASSim, visando tranqüilizar a Nação, a maioria absoluta dos constituintes (palmas), independentementede siglas partidárias, de afirmaçõesideológicas, regionais ou pessoais,sem compromisso coletivo com sistema de governo ou vinculação comqualquer grupo ou instituição externaao plenáno da Assembléia NacionalConstituinte, e sem pretender a substituição global do projeto, ora em votação na Comissão de Sistematização,propõe, como meio de realizar seuspropósitos, a reforma do RegimentoInterno, única maneira de fazer respeitar e cumprir o mandado que o povo lhe confiou. Compromete-se, portanto, a maioria, entre si e peranteeste povo, a envidar seus esforços comdiligencia incansável, para dotar o Paísde uma Constituição digna da suagrandeza histórica."
conclusivamente, em Plenário, peloRelator da Comissão de Sistematização ou por outro parlamentar designado pela Presidência, vedada a apresentação de novas emendas ou destaques.
Parágrafo único. As emendasapresentadas com base neste artigo,até o início da tomada de votos darespectiva matéria, terão preferência,independentemente de votação, sobretodas as demais, que ficarão prejudicadas com sua aprovação, aplicandose-lhes o rito previsto no § 4° do art.64, excluído do requerimento ali exigido, bem como quaisquer outras exigências regimentais."
Art. 2° O § 2° do art. 63 doRIANC passa a vigorar com a seguinte redação:
"§ 2' A matéria destacada paravotação em separado será submetidaà deliberação após a votação do todoque compunha e somente será incluídano texto constitucional se aprovadapelo voto da maioria absoluta nos termos do art. 33. Caso não atinja estequorum, será tida como rejeitada, semprejuízo das emendas que tenham sidodestacadas para o mesmo texto."
Art. 3° Este projeto de resoluçãoentra em vigor na data de sua aprovação.
Art. 4° Revogam-se as disposições em contrário.
"A situação do País é motivo depreocupação de todos que se sentemresponsáveis pelo destino da Naçãobrasileira, principalmente os detentores de mandato popular.
O País espera uma Constituição moderna e duradoura que lhe assegureuma política de desenvolvimento comliberdade, cuja meta seja o homem,baseada na livre iniciativa da pessoahumana, como força propulsora doprogresso, e na igualdade de oportuni-
MANIFESTO À NAÇÃO
A Assembléia Nacional Constituinte realizou, na última terça-feira, umasessão destinada ao recebimento, pelaMesa, de uma proposta de alteraçãodo Regimento Interno, contando com319 assinaturas de constituintes de vários partidos. A proposta e o "Manifesto à Nação", que a acompanhava,foram lidos, da tribuna, pelo constituinte Daso Coimbra (PMDB-RJ).
O objetivo do grupo signatário doprojeto que altera o regimento daANC é o de fazer com que seja permitida a apresentação de emendas desubstitutivos e emendas substitutivasao projeto de Constituição que for remetido ao plenário pela Comissão deSistematização. Mas essas novasemendas só poderão tramitar se foremapres~nt~das pela maioria absoluta daConstituinte.
No manifesto, o grupo suprapartidário de constituintes explica não serseu 'propósito a substituição global doprojeto da Comissão de Sistematização, mas apenas uma reforma regimental que assegure à maioria absoluta de constituintes os meios de "fazer respeitar e cumprir o mandato queo povo lhe confiou".
Constituinte vairever regimento
O REGIMENTO
O projeto de resolução que alterao Regimento Interno da ANC contém4 artigos e é o seguinte:
A Assembléia Nacional Constituinte decreta:
Art. 1° Acrescente-se ao Regimento Interno da Assembléia NaCIOnal Constituinte o seguinte art. 27, renumerando-se os demais:
"Art. 27. Incluído o projeto naOrdem do Dia, para votação, com ousem substitutivo, tanto em primeirocomo em segundo turno é facultadaà maioria absoluta da Assembléia aapresentação de substitutivos e emendas substitutivas, aditivas e supressivas a títulos, capítulos, secções, artigos, parágrafos, incisos e demais dispositivos, que serão relatadas oral e
A sessão teve a presença do presidente Ulysses GUimarãese de todos os demais membros da Mesa Diretora,e significativonúmero de constituintes.
Sala das Sessões, 12 de novembro de 1987. - Mauro Benevides, Relator.
§ 69 No encaminhamento dematéria destacada, poderão usarda palavra, por 5 (cinco) minutos, 3 (três) constituintes: um afavor, tendo preferência o autordo destaque, um contra e o relator.
§ 79 A votação será realizadana ordem crescente dos títulos ede seus respectivos artigos, nãose admitindo requerimentos depreferência de um título, capítulo, seção ou subseção sobre outro.
§ 8° No início da votação decada título poderão falar os líderes ou os constituintes por elesindicados, sendo facultado:
a) ao partido com mais de 200membros 10
b) ao partido com mais de 100e menos de 200membros 5
c) ao partido com até 100membros 3
Art. 4° Concluída a votaçãodo projeto, das emendas e dosdestaques, a matéria voltará àComissão de Sistematização, afim de ser elaborada a redaçãodo vencido para o segundo turno,no prazo de até 10 (dez) dias.
Art. 5' Recebido o parecerda Comissão, este será publicadono Diário da Assembléia NacionalConstituinte e em avulsos, sendoa matéria incluída em Ordem doDia, até 5 (cinco) dias, para discussão em segundo turno, vedada a apresentação de novasemendas, salvo as supressivas eas destinadas a sanar omissões,erros ou contradições, ou de redação para correção de linguagem.
§ 1° Cada orador poderá falar por 10 (dez) minutos, umaúnica vez, e os líderes, por 20(vinte) minutos.
§ 2° Encerrada a discussão,com emendas, a matéria voltaráà Comissão de Sistematizaçãoque sobre ela emitirá parecer noprazo de até 5 (cinco) dias.
§ 3° Recebido o parecer dacomissão, publicado no Diário daAssembléia Nacional Constituintee em avulsos, será o projeto incluído em Ordem do Dia paravotação em segundo turno.
§ 4° Concluída a votaçãocom emendas, retornará a matéria à Comissão de Sistematizaçãoque, no prazo de 3 (três) dias,oferecerá a redação final.
§ 5° Apresentada à Mesa aredação final, far-se-á sua publicação no Diário da AssembléiaNacional Constituinte e em avulsos, sendo incluída em Ordem doDia para votação em turno únicono prazo de 24 (vinte e quatro)horas. No encaminhamento davotação, poderá usar da palavrauma única vez, por 5 (cinco) minutos, um representante de cadapartido.
§ 6° Será dispensada a redação final se o texto do projetofor aprovado, em segundo turno,sem destaques ou emendas.
Art. 6° Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposiçõesem contrário.
Após examinar a propostade alteração do Regimentoda Assembléia NacionalConstituinte, oferecida porum grupo de 319 constituintes, a Mesa da ANC apresentou, na última sexta-feira, umsubstitutivo que deverá serdiscutido e votado a partirdesta segunda-feira (19).
É o seguinte o substitutivoda Mesa:
Art. 1° É facultado a cadaconstituinte, após I?ublicado osubstitutivo da Comissão de Sistematização, que prejudicará todas as proposições oferecidas emfases anteriores, apresentar 3(três) emendas e 6 (seis) destaques.
§ 1° O destaque deve incidirsobre cada emenda de substitutivo, total ou parcialmente.
§ 2° A emenda que substituaintegralmente qualquer capítulo,seção ou subseção do substitutivosomente será aceita se subscritapor 187 (cento e oitenta e sete)constituintes.
§ 3° Às Disposições Transitórias poderá ser oferecida emenda substitutiva.
Art. 2° Publicado no Diárioda Assembléia Nacional Constítuinte e distribuído em avulsos osubstitutivo da Comissão de Sistematização, abrir-se-á prazo de72 (setenta e duas) horas para recebimento de emendas ou substitutivo na forma do artigo anterior.
§ 19 O relator da Comissãode Sistematização terá o prazomáximo de 5 (cinco) dias paraemitir parecer conclusivo pelaaprovação ou rejeição da maténa.
§ 2° Nas 72 (setenta e duas)horas que se seguirem à publicação do parecer, poderão serapresentados requerimentos dedestaque, desde que subscritospor 6 (seis) constituintes.
Art. 3° Votar-se-á em primeiro lugar o título seguido dogrupo de emendas, conforme tenham parecer favorável ou contrário, ressalvados os destaques.
§ 1° Aprovado o título, nostermos do caput do art. 27 doRegimento Interno da Assembléia Nacional Constituinte, serásubmetido à votação do plenáriorequerimento de destaque sobrematéria constante do mesmo título.
§ 2° O requerimento de preferência deverá ser subscrito por56 (cmquenta e seis) constituintes e apresentado até às 18 (dezoito) horas do dia que antecederà votação do respectivo título.
§ 3° Terá prioridade para votação o requerimento de preferência que contiver maior número de subscritores.
§ 4° As emendas, os destaques e os substitutivos aprovadosou rejeitados prejudicarão asproposições conexas.
§ 5° Ausente o autor do requerimento, o destaque não serásubmetido à deliberação do plenário.
Jornal da Constituinte 3
FORTUNAS
A criação de Imposto sobre asgrandes fortunas foi aprovada, eo autor da emenda, constituinteAntonio Mariz (PMDB - PB)considerou que a decisão do Plenário da Comissão (47 a 37 votos)vem ao encontro de todos aquelesque se preocupam em construiruma democracia estável, cujaigualdade é a base social, sem contrastes e disparidades econômicas.
O paraense João Menezes, doPFL, posicionou-se contrário àemenda.
- Essa emenda - diz Menezes- contraria os interesses do país,que precisa urgentemente de fortunas capazes de gerar mais e maisempregos e tirar o Brasil da miséria em que se encontra.
O paraibano João Agripino(PMDB) declarou-se a favor, ediz:
- Esse imposto obrigará o ricoa pagar o devido realmente e nãocontinuar apresentando apenas dívidas ao Imposto de Renda.
FUGA TRIBUTÁRIAPor 77 votos contra 10, a Comis
são aprovou emenda do constituinte Simão Sessim (PFL - RI)que inclui o ICM nas tributaçõesdos grandes conglomerados comerciais. O objetivo da emendaé o de incluir, na base do cálculodo ICM, as operações de fmaneiamento ao consumo, desviadasatravés de artifícios financeiros cobertos pelo IOF.
- A expressão "/?or tempo determinado" - explica Luiz Salomão -, visa a que os contratosde concessão tenham um horizonte de tempo definido. A outra parte, "no interesse nacional", contempla a guestão estratégica, poisum minéno que é estratégico hojepode não o ser amanhã. Minériosabundantes como o manganês ecomo o ferro, por exemplo, embora existindo em quantidade, têmpeso enorme nas exportações brasileiras, o que significa que devemser explorados conforme o interesse nacional.
Contranamente falou o constituinte Ricardo Fiuza, do PFL dePernambuco.
- Colocar um prazo determinado pode vir a inibir os investimentos no setor mineral, por criaruma situação de insegurançaquanto ao prazo de exploração dejazidas.
Já o relator Bernardo Cabral,destacando que a emenda aprimora o texto, foi a ela favorável.
mento de luta, mas em fator dedesenvolvimento do país.
MINERAIS
Emenda do constituinte LuizSalomão (PDT - RJ) foi aprovada à redação doart. 198 do substitutivo, quandodiz que é privativa das empresasnacionais a atividade mineral nopaís. A emenda acrescenta a expressão "por tempo determinado,no interesse nacional". O termo"brasileiros", admitindo a atuação de geólogos, é inserido antesda expressão "empresas nacionais" .
ENERGIA
Aprovada emenda do constituinte paraense Ademir Andrade,do PMDB: "Não dependerá deautorização ou concessão o aproveitamento de potencial de energia renovável de capcidade reduzida. "
Fernando Santana
Ricardo Fiuza
TERRA
Ao direito de propriedade daterra corresponde uma função social - decidiu a Comissão de Sistematização, acolhendo, por 85 a8, emenda do constituinte JorgeHage, do PMDB da Bahia. Dizmais:
A função social é cumpridaquando, simultaneamente, a propriedade:
a - é racionalmente aproveitada'
b- conserva os recursos naturais e preserva o meio ambiente;
c - conserva as disposições legais que regulem as relações dotrabalho;
d - favorece o bem-estar dosproprietários e dos trabalhadoresque dela dependerem.
Jorge Hage fez ver que suaemenda é resultado de um longoprocesso de entendimentos entreconstituintes de todos os partidose de todos os matizes políticos evisa a que não haja vencidos e vencedores e que com isso se resolvama reforma agrária e a questão fundiária do país.
Também a favor manifestou-seo relator-adjunto Virgílio Távora,do PDS do Ceará.
- Esta proposição é fruto deum esforço de mais de três mesesde negociação para que a reformaagrária não se transforme em ele-
José Costa
de embarcações estrangeiras, sobo controle do governo, garante oabastecimento interno e incrementa as exportações brasileiras,pois a Convenção do Direito doMar, já aprovada na Câmara,atualmente. em tramitação no Senado, estabelece que, se um paísnão nver recursos para explorara plataforma submarina, qualquernação poderá fazê-lo.
- Contrariamente falou o constituinte José Genoino, do PT de"'_"_"""Wi_"'W.__W. São Paulo, que chamou atençãopara o risco de internacionalizaçãoda atividade pesqueira no Brasil.Por essa razão seu voto era pelamanutenção do texto do substitutivo do relator.
João Agripino
Nacionalizaçãoda atividademineral e da
distribuição decombustíveis;taxação defortunas; a
função socialda terra.Temas de
impacto nasemana daComissão.
constituinte Prisco Viana (PMDB- BA) e recusando o texto originai do relator. Foi retirada a expressão "bem como a atividadepesqueira", ficando mais decidido: "A navegação de cabotageme a interior são privativas de embarcações nacionais, salvo o casode necessidade pública, somentepodendo explorá-las as empresasnacionais' para esse fim constituídas. "
- Colocou-se a favor o constituinte Renato Vianna, do PMDBde Santa Catarina, entendendoque o texto do relator - comoestava - propunha uma reservade mercado que não se justifica- a da atrvidade pesqueira -,principalmente quando se constata que 94% das indústrias do setorsão nacionais.
- Além do maIS - diz ainda- Renato Viana -, o arrendamento
Jorge Hage
te coletivo nos grandes centros,em forma de melhoria no serviço.
MARÍTIMONo caso dos transportes maríti
mos de granéis são privilegiadosos navios de bandeira brasileira.Diz o texto aprovado:
"A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, terrestre e marítimo, observadas, noque se refere ao marítimo internacional, as disposições de acordosbilaterais firmados pela União, oequilíbrio entre armadores nacionais e navios de bandeira e registros brasileiros e do país exportador ou importador, e atendidoo princípio de reciprocidade."
"As disposições desse artigo (n°203) não se aplicam aos transportes de granéis. A lei estabelecerácondições para conceder direitode bandeira brasileira a naviosafretados, em caráter complementar ou temporário, por empresasnacionais de navegação" - esteúltimo pedido eelo senador Nelson Carneiro lPMDB - RJ) eapoiado pelo senador Virgílio Távora (PDS - CE).
O privilegiamento para a embarcação brasileira fOI defendidopelo seu autor, constituinte Gastone Righi, líder do PTB, sob oargumento de que o Brasil precisater de enfrentar o mercado externo.
Gastone Righi negou que, comsua iniciativa, estivesse querendoproibir o afretamento de naviosestrangeiros.
- E uma falácia esta alegação- diz Gastone. - Nossa propostavisa proteger os interesses dos marítimos brasileiros, estimulando,também, a indústria naval do país.Se fosse concedida reserva de mercado às embarcações estrangeiras,ninguém mais no Brasil iria adquirir barcos e os marinheiros ficariam sem emprego.
PESCA"A lei regulará a armação, pro
priedade e tripulação das embarcações de pesca, de esportes, tunsmo, recreio e apoio marítimo",decidiu a Comissão de Sistematização, acolhendo emenda do
Por 50 votos contra 41, a Comissão de Sistematização aprovouemenda do constituinte FernandoSantana (PCB - BA) dispondoque constitui monopólio da Uniãoa distribuição dos derivados do petróleo e dos gases de qualquer origem, facultada a delegação do desempenho a empresas privadasconstituídas com sede no país emaioria de capital nacional, porprazo determinado, no interessenacional e só transferível mediante prévia anuência do poder concedente.
Conforme o autor da emendaacolhida, as muItinacionais SheIl,Texaco, AtIantic, Ipiranga e Essoapenas usam os seus nomes nostanques e carros, porque o meiode transporte pertence a empresasnacionais, e a Petrobrás já conseguiu uma grande fatia desse mercado.
- O que pretende a emenda- diz ainda - é nacionalizar essadistribuição sem prejuízo de quemquer que seja. O comércio da distribuição é feito através de telefonemas, e o povo brasileiro jáaprendeu a telefonar.
O relator-adjunto da Comissãode Sistematização constituinteVirgílio Távora lPDS - CE) manifestou-se contrário à emenda,afirmando que o que pretenderao autor foi estatizar a distribuiçãodo petróleo e seus derivados e gases de qualquer origem.
Já o constituinte Mário Lima(PMDB - BA), presidente doSindicato dos Petroleiros da Bahia, declarou que a Comissão deSistematização acabara de dar ànação uma demonstração de patriotismo e coragem cívica.
Combustíveis:monopólio da
distribuição
TRANSPORTEOutra emenda aprovada, esta
do constituinte Euclides Scalco,do PMDB do Paraná, estabeleceo transporte coletivo urbano comosendo um serviço público essencial, de responsabilidade do estado, podendo ser operado subsidiariamente através de concessão oupermissão.
A emenda continha ainda dispositivo - retirado pelo autor emvista das argumentações contrárias feitas pelos constituintes JoséLins (PFL - CE), Francisco Dornelles (PFL - RJ), e pela própriarelatoria, através do senador Virgílio Távora (PDS - CE) - quedeterminava a criação de um fundo de transportes urbanos, administrado pela União e municípiospara subsidiar a diferença entre O'custo do transporte e o valor datarifa.
A favor manifestaram-se osconstituintes Antônio Britto(PMDB - RS), em nome do autor, e José Costa (PMDB - AL).Sustentaram a necessidade de aConstituinte apresentar soluçõesclaras e objetivas para o transpor-
4 Jornal da Constituinte
Andrade: o parlamentarismo fortalece os partidos políticos
ção que deveria usar o materialde estudo, pesquisa e sugestão dassubcomissões. Essa expectativanão se concretizou, pois o projetodo relator Bernardo Cabral, referendado pelo plenário daquelaComissão, adotou o parlamentarismo. Novamente, argumentouse que o segundo Substitutivo, jácom base nas mais de 10mil emendas apresentadas, seria presidencialista. A Comissão de Sistematização por expressiva votaçãomanteve o texto parlamentarista,aperfeiçoando-o e, em mais deuma oportunidade, aprovou artigos que se interligavam com a prática desse.sistema de governo.
Agora, resta o plenário daConstituinte e tudo indica que amaioria da representação popularmanterá essa posição.
JC - Essa decisão parlamentarista, quando será implantadanos estados?
Paes de Andrade - Tambémapresentamos uma sugestão a fimde que fosse fixado um prazo paraque as assembléias legislativas estaduais redigissem e promulgassem suas respectivas Constituições.
Acredito que elas o farão numprazo de 6 meses a um ano.
Tenho notícias de alguns estados que já se preparam. São Paulo, por exemplo, já tem uma comissão de 10 deputados, designados pela Mesa Diretora, com representação proporcional dos partidos, redigindo um anteprojetode Regimento Interno da Constituinte e, no Rio de Janeiro, sabese que os parlamentares pretendem revigorar a Carta Constitucional do Estado que fora feita àbase da Constituição de 1946.
"Em paísesque adotam
o sistemaparlamentar,os partidosafirmam-seno próprioexercício
administrativoe no
movimento dassuas bases"
Paes defendeo sistema
parlam!:ret!:!q;!,ariS.mo, o constituinte Paes de Andrade (PMDB - CE) diz quea essência de emenda de suaautoria sobre o tema foi aproveitada, na Comissão de Sistematização, ao aprovar aquelesistema de governo. Ele rebate, na entrevista, os argumentos de que o Brasil não estariapreparado para adotar o sistema parlamentar, frisando que"o governo terá um plano geralde trabalho, mas essa programação será obrigatoriamenteexaminada pelo partido em seuconjunto e mensalmente discutida no Legislativo com o primeiro-ministro". E acentua:"no parlamentarismo resideuma combinação inteligentedo arbítrio do presidente controlado pelo gabinete parlamentarista. "
Paes de Andrade acreditaque, no parlamentarismo, haverá uma estrutura partidáriadefinida e crê, ainda, na suaaprovação pela Constituinte.
idéias para combater um sistemade governo que está demonstrando seus excelentes resultados práticos e reais na Itália, França, Espanha, Portugual, para falar dospaíses mais próximos de nós pelalíngua latina.
JC - Considera o deputadopossivel que o parlamentarismo venha a ser, afinal, aprovado em plenário da Constituinte?
Paes de Andrade - Entendoque essa será a decisão dos constituintes. Isso porque, apesar de toda a maciça divulgação de críticasao parlamentarismo e de endeusamento do regime presidencialista,percebe-se que a realidade é o reconhecimento que têm os parlamentares das vantagens daquelesistema de governo para tornar aparticipação popular efetiva.Além disso, os debates que sãorealizados entre a comunidadeuniversitária e as entidades maisrepresentativas da classe média edos trabalhadores demonstramque a sociedade participa dessaconvicção e, quando alguma informação chega deformada e é possível esclarecer a área de opiniãopública desorientada e insegura,a desinformação cede lugar aoconvencimento lógico e histórico.
Aliás, quando os debates se realizavam nas subcomissões daConstituinte, os presidencialistasacreditavam que viessem a ser vitoriosos e em dois desses órgãosem que o sistema de governo estava incluído, a definição foi parlamentarista. Partiram, então, osque defendem o presidencialismo,para afirmar que o sistema de governo seria alterado por ocasiãoda redação do primeiro anteprojeto da Comissão de Sistematiza-
continuavam submetidos a essa insegurança de sobrevivência.
JC - Um outro argumento lançado pelos presidencialistas é o deque com o parlamentarismo se desenvolveria uma vergonhosa politica de empreguismo e apadrinhamento. Como o constituinte Paesde Andrade vê essa alegação?
Paes de Andrade - Quando osgovernos presidencialistas, por serem presidencialistas, deixaramde ser o centro do apadrinhamento e do empreguismo? Acaso ospresidentes da República, seus ministros e assessores, durante qualquer período deixaram de distribuir empregos, funções de.confiança e de direção superior ou intermediária? E para os acertos políticos, acaso não era, rateados oscargos, até mesmo, os do quadropermanente? E os famigerados inventários políticos, no crepúsculode cada Governo, contemplandoafilhados, cabos eleitorais do distrito ao município, do municípioao estado, do estado à presidência? E isso em todos os governosda República, sobretudo, quandoimperava, com furor, um clientelismo eleitoral.
Entendo, no entanto, que no regime parlamentarista esse abuso,se perdurar, estará muitíssimo reduzido, pois os integrantes do Gabinete terão que vir com o respaldo e a vigilância partidária e popular. Além disso, os próprios parlamentares de oposição terão elementos acessíveis de conhecimento e informações para denunciarqualquer abuso ou irregularidade.A fiscalização se faz de forma maisdireta e eficiente, tanto no Congresso quanto na sociedade. O argumento é fraco demais e, por issomesmo, demonstra a pobreza de
ADIRP/Jorge Rosa
evidente a estrutura partidária definida. Além disso, em países queadotam o sistema parlamentar degoverno, os partidos definem-se eafirmam-se com o próprio exercício da administração e da movimentação das bases partidárias.Ao contrário do presidencialismo,os mmistros parlamentaristas vêmda vivência política e da atividadenas legendas, enquanto os ministros do governo presidencialistaem geral são resultantes de preferêncías pessoais do presidente daRepública. Algumas vezes, atémesmo sem qualquer vinculaçãopopular, saídos de empresas ou deserviços em que o contato é exclusivamente com a elite financeiraou social, distanciados, assim, dosproblemas populares.
Mas há ainda outro contra-argumento que precisa ser levantado. É com referência à estrutural?arti?ária, artificial: Essa a!!?m~lia, nmguem nega, e consequenciade uma política de enfraquecimento dos partidos promovida pelosvíciosdo presidencialismo para sobreviver e, muito especialmente,pelas ditaduras que não podem sofrer a ação fiscalizadora dos partidos organizados e fortes. Assim,o poder, em agonia, dissolvia porato de arbítrio as legendas, determinava sua reorganização quandojulgava oportuno ou chegava atéa proibir ou a autorizar o uso dapalavra "partido". É natural quecom essas oscilações internacionais na vida partidária, utilizando-se, inclusive, da força que exercia de forma irrecusável na maioria do Congresso, obtinha o respaldo de um Legislativo mofinoe subserviente. As exceções mar
.caram a reação de alguns, mas adecisão era inevitável e os partidos
JC - Como autor da emendaparlamentarista, cuja essência foiadotada pela Comissão de Sistematização, como se sente o deputado?
Paes de Andrade - Como todossabem, foram numerosas as emendas apresentadas por constituintesao capítulo e seções relativos aosistema de governo. Realmente,grande parte do conteúdo de nossaemenda foi aprovada pela Comissão de Sistematização, mas o mérito tem que ser distribuído entreos autores de várias emendas a esse texto. Aliás, o grande númerodelas significou, já de início, o profundo interesse dos constituintespelo debate e pela definição dosistema de governo e, em conseqüência dessa definição, os 5 anosde período de exercício.
Nossa emenda apresentava algumas nuanças que não chegarama ser adotadas pelo órgão técnicoe de triagem que é a Comissãode Sistematização, porém, a essência do nosso pensamento ficouali muito bem definida, com suapreocupação como instrumentono processo democratizador da sociedade.
JC - Deputado, o primeirogrande argumento que se lançacontra a adoção do regime parlamentarista é o de que o Brasil nãoestápreparado para ele e, especialmente, porque afirmam que nãotemos partidos poltticbs estáveis eideologtcamente definidos. Qualsua opinião sobre esses argumentos?
Paes de Andrade - Esses argumentos são profundamente falhos. Em primeiro lugar, porqueos partidos políticos inevitavelmente se fortalecerão com o parlamentarismo. Sua presença no governo, através de pessoas indicadas pelo partido - sejam parlamentares ou não - será uma forma efetiva de fortalecimento dalegenda e da prática política cujoobjetivo é o bem comum. E, emconseqüência, é impossível queum partido que participe efetivamente do governo, não por umato de confiança e um convite deamizade do presidente, mas porque a base partidária assim o desejou, não cuide de solidificar suaestrutura ideológica e preparar umprograma de governo para essaparticipação, não ignorando a milenar disputa de dOIS conceitos quese concentravam nos comportamentos éticos e jurídicos de duascidades gregas: Atenas e Esparta.
É certo que o governo terá umplano geral de trabalho, uma programação de atividades políticas,administrativas, sociais etc., masessa programação será obrigatoriamente examinada pelo partidoem seu conjunto e mensalmentediscutida no Legislativo com o primeiro-ministro. Além disso, nãoapenas o povo elegeu o senadorou o deputado terá maior oportunidade de cobrar-lhe o cumprimento das promessas, como a própria base partidária se movimentará para garantir o prestígio eleitoral e popular. No parlamentarismo reside uma combinação inteligente do arbítrio do presidentecontrolado pelo gabinete parlamentarista.
Tem razão os que afirmam quenão possuímos uma estrutura partidária estável e ideologicamentedefinida, ressalvadas as exceçõesque todos conhecem e que servem, apenas, para confirmar a regra geral. Mas, de quem é a culpa?Dos partidos? Do povo? Absolutamente. Nem os partidos nem oeleitorado podem responder poressa lamentável falha. Em mais demeio século de monarquia, era
Jornal da Constituinte 5
Misto
Motta pedeDistrital
Além disso, a legislação eleitoral deverá obviar, vinculados aosistema distrital misto, assuntoscomo a possibilidade de indicaçãodupla de candidaturas, tanto paraa eleição majoritária como paraa da lista estadual, cuja finalidadeé a de assegurar que nomes considerados prioritános para os partidos tenham possibilidades acrescidas de chegarem aos parlamentos; e, por fim, a atenão do legislador ordinário haverá de se voltartambém para os critérios destinados à divisão do território nas circunscrições distritais, matéria queadmite grande número de variações.
JC - Que outras questões vinculadas a composição legislativa oudestinadas a estabelecer regras deeleçãopreocupam o senhor?
Adylson Motta - Destacaria oinstituto do recall, utilizado paradestituição dos eleitos após determinado período de exercício docargo, eventualmente combinadocom a submissão periódica de projetos de lei polêmicos ao referendo popular, matéria por certocompatível com a dinâmica do sistema distrital.
Com relação às últimas, seriade avaliar as vantagens do instituto da ballotage, já introduzidoem nosso constitucionalismo através da Emenda n° 25, de 1985, pelo sistema dos dois turnos acionáveis quando os candidatos não obtiverem maioria absoluta dos votos, excluídos os em branco e osnulos (CF, art. 75 e § 2°), ora restrito à eleição do presidente daRepública.
Mesmo entendendo que esta última questão se vincula em muitoao sistema de governo a ser consagrado no futuro texto constitucional, considero procedente o questionamento da adoção dos doisturnos em uma realidade partidária ainda muito aquém do ideal,como é, inaludivelmente, a brasileira. Temo que a possibilidade deum segundo turno, admitida a coligação, poderá determinar uniõesespúrias, formadas ao sabor da ligeireza e da excitação pwpiciadaspor resultados eleitorais Insuscetíveis de análises mais acuradas,já que o intervalo entre uma e outra votação é necessariamente curto. Não seria demasiado lembrarque as dificuldades por que atravessa o país nesta quadra de suahistória têm origem em um dessesfenômenos de arregimentaçãoinautência de forças tradicionalmente dissonantes, que não conseguem conviver harmonicamentee, por isso mesmo, não oferecemsoluções consistentes para os graves problemas nacionais. Temo,volto a repetir, que nossa realidade partidária aínda não estejasuficientemente amadurecida para esse sistema, pelo que conclamoa um aprofundamento desse temanos próximos estágios por que passará o processo de elaboraçãoconstitucional.
Se alguns dos pensamentos aquiemitidos puderem ser considerados como sugestões úteis a essatarefa, sentír-me-ei compensado,certo de que os consensos procurados deverão estar estribados nãoapenas no sopesamento equilibrado das impressões que a conjuntura nos proporciona, mas, acimade tudo, numa visão de futuro enuma razoável certeza de que estaremos firmando a tessitura deinstituições adequadas ao desenvolvimento de nossa pátria.
JC - o que os constituintes devem ainda levar em conta?
Adylson Motta - Ainda a destinação do chamado "segundo voto", voltado à indicação dos candidatos proporcionais, a nível dosestados e do Distrito Federal. Nesse aspecto, há pelo menos três alternativas suscetíveis de exame:(a) - o voto dado simplesmenteao partido, como no caso alemão,que beneficiarã, segundo o cociente obtido, os candidatos colocadosem lista, pela ordem aprovada emconvenção; (b) - o voto dado acandidatos constantes da lista partidária, sendo eleitos os mais votados; ou, ainda, (c) -o voto dadoa candidatos constantes de lista,podendo o eleitor sufragar outrosnomes que dela não constem previamente.
propiciados por um sistema eleitoral mais aperfeiçoado, quais sejam: (a) o fortalecimento partidário pelo incentivo à maior participação dos seus filiados nas decisões internas, cuja finalidade buscará a indicação de candidatos lançados a eleições realizadas maisperto das bases eleitorais, e, porISSO mesmo, mais suscetíveis à participação e ao envolvimento dessas mesmas bases; (b) o duplo enfoque da representatividade popular, onde estejam presentes tantoos particulares de quem se cobraráatenção aos assuntos locais comoos generalistas dos quais se esperará maior proficiência nos temasde largo alcance partidário, evitando a pulverização sem coibira representatividade das minorias.
Adirp/Castro Jümor
Motta. o voto é dado a uma pessoa, nunca a idéias ou a programas
"O sistemadistrital
mistopropicia o
fortalecimentopartidário
ao incentivarmaior
participaçãodos filiadosnas decisõesinternas"
sentante, por outro voto, dadoapenas ao partido político. Nestecaso, o segundo voto determinarárepresentação proporcional segundo lista previamente indicadapelo partido, conforme decisão deconvenção estadual.
JC - O sistema misto fortalecemais o desempenho político?
Adylson Motta - Com a sistemática mista, por certo estaremosat-ngindo os diversos benefícios
JC - O senhor tem algum exemplo?
Adylson Motta - A primeiraidéia a surgir quando se mencionao sistema eleitoral distrital mistoé o utilizado na República Federativa da Alemanha, baseado na divisão dos estados-membros emcircunscrições distritais onde serealizam eleições majoritárias,através de um primeiro voto, e naindicação de um segundo repre-
lidade forte e distintiva. Tambémaí entendo que a vinculação estreita entre o eleitor e o "seu" representante, propiciada pelo sistemamajoritário distrital, oferecerá ganhos para o desenvolvimento partidário, meta que haverá de sercoincidente para todo~ aquelesque concordam em nao existirsubstituto à altura da sempre almejada democracia pelos partidoscomo modelo ideal para o desenvolvimento político dos povos.
JC - Diante do exposto o senhorchegou a alguma conclusão?
Adylson Motta - Pela análise,mesmo perfunctória, até aqui feita, cabe uma conclusão parcial:como em tantas outras matériasde cunho institucional, haverásempre aspectos positivos e negativos em qualquer caminho alternativo a ser seguido. As vantagense as desvantagens serão apontadaspermanentemente, dependendodo ângulo de visão do observador;a crítica e a defesa até mesmo violenta sempre terão terreno fértil.Talvez por isso caiba, tambémnesse assunto, uma tentativa desomar os aspectos que o consensoindique serem positivos de ambosos sistemas, na adoção de uma forma mitigada, ou mista, na qual asboas qualidade do sistema majoritário possam ser alcançadas, semprejuízo daquelas que também assim venham a ser consideradas nosistema proporcional.
JC - A Sistemática mista é aspiração do brasileiro?
Adylson Motta - O gênio dopovo brasileiro induz a essa busca.E, assim mesmo, não estaremosinovando, pois é extenso o rol desugestões teóricas e de modelospráticos que se colocam à disposição para uma análise detida eséria.
JC - Como o senhor analisa oprocesso eleitoral?
Adylson Motta - Sabemos queos sistemas eleitorais se enquadram em dois grupos básicos: omajoritário, através do qual as vagas nos órgãos legislativos sãopreenchidas pelo partido vencedor em cada circunscrição eleitoral, e o proporcional, que garantea eleição dos mais votados de cadapartido, em pleitos realizados emuniversos eleitorais mais amplos.Em nossa Federação, interessa aanálise dos dois sistemas para acomposição das assembléias de representação popular, já que o Senado, ao reunir representantesdos estados e do Distrito Federal,sempre terá a forma majoritáriana eleição de seus membros.
JC - Pela sua observação parlamentar, quais os pontos que o senhor coloca em debate?
Adylson Motta - A primeirapergunta que me ocorre resulta desaber até onde a responsabilidadepela falta de consistência dos nossos partidos políticos não cabetambém a um sistema eleitoral quecoloca em segundo plano a dinâmica democrática interna, distanciando os seus filiados da cúpula,possibilitando que os acordos a nível de direção frustrem as tendências desejadas pelas bases? Nessesentido, há de se concordar guea proximidade das relações eleitorais manifestadas a nível de distritos certamente fortaleceria umaparticipação individual mais estreita nas decisões e nos destinospartidários, o que, levado às últimas circunstâncias, obviaria também o perigo da instalação de oligarquias locais.
A outra indagação emana deuma constatação fundamental: ovoto sempre é dado a uma pessoa,nunca a idéias ou a programas abstratamente considerados. O queimporta nesta parte é que, cadavez mais, os votos sejam dados apessoas que interpretem com autenticidade e fidelidade idéias eprogramas defendidos pelos partidos, e isso certamente dependeráde que os partidos consigam alcançar o nível de consistência somente propiciado pela crescente participação dos seus quadros, numainteração ao mesmo tempo constante e amiudada que cristalizenessas instituições uma persona-
A adoção dos aspectos positivos dos sistemas majoritário eproporcional, dentro do nosso processo eleitoral, resultaria numsistema melhor: o distrital misto. A tese é defendida pelo constituinte Adylson Motta (PDS - RS), justificando que "o queimporta é que, cada vez mais, os votos sejam dados a pessoasque interpretem com autenticidade e fidelidade idéias e programas defendidos pelos partidos, e isso certamente dependerá deque os partidos consigam alcançar o nível de consistência somente propiciado pela crescente participação dos seus quadros".
Adylson Motta se manifesta também preocupado com a adoção dos dois turnos no país, por entender que não existe umarealidade partidária consistente e, assim, teme que através decoligação surjam "uniões espúrias", decorrentes de resultadoseleitorais sem análises mais acuradas.
6 Jornal da Constituinte
AduplSalú Parente
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Plmio Martins: seráuma Constituição inteligente, nem progressista e nem muito atrasada
Terra: evitaruma reforma
pela forçaUma reforma agrária pacífica e inteligente, que entregue
as áreas improdutivas aos "sem-terra" e que desejam produzir.Além disso, o Governo deve garantir assistência, educação, saúde, técnica, sementes, métodos de armazenamento e de comercialização da produção. A tese é do Constituinte Plínio Martins(PMDB - MS), que alerta para o fato de que "se não criarmosa mecânica e o clima necessários para que a reforma agráriase implante, ela ocorrerá pela força".
Plínio Martins reivindica também uma situação econômicamelhor, "em que o povo receba uma contraprestação justa peloseu trabalho e acredita que a nova Carta "poderá dar a ferramenta para que isto ocorra". Em relação à questão indígena,Martins defende, no caso da exploração do subsolo, que sejadestinada uma parcela de lucros para os índios e, ainda, partepara a proteção do meio ambiente onde vivem os silvícolas.
JC - Deputado, quais são aspreocupações hoje da sociedadebrasileira?
Plínio Martins - Pelo que tenho sentido em minhas andançaspelo país, tanto indo e vindo aoMato Grosso do Sul, onde tenhoa minha base política e de ondesou originário, percebo, nas minhas passagens por Mato Grosso,nas passagens por São Paulo, ondepor vezes permaneço por um oudois dias, que o povo brasileiroconfia realmente num documentobásico para as diretrizes futuras donosso país, que é a nova Constituição. Mas o que no momentoestá preocupando toda a Nação,seja a elite, seja o povo sofridoque ganha mal, que vive do saláriomínimo, o que ele deseja é quese encontre uma solução para quea família brasileira possa contarcom meios de sobrevivência justa,e não uma sobrevivência que sejacom a participação do próprio diabo. O que nós queremos é quevele pela sociedade brasileira apresença perpétua, a presençaconstante de Deus, porque issosignifica que nós tenhamos umavida justa. Não é possível continuarmos com o salário mínimo nabase de poucos dólares, hoje fixado em 40 dólares mensais. Isto éinsignificante. Nas viagens que faço e que fiz pelo mundo, um dospaíses onde senti maior pobrezaé exatamente no nosso, é exatamente no país onde se habituoudizer que é um país maravilhoso,que aqui a sociedade é feliz. E feliznaquela parte que é vista constantemente ao passar de automóvel.Mas quando se vai visitar a partepobre, que é constituída de 60%da população brasileira, aí nós enxergamos a miséria.
Há pouco estive numa missãoda nossa Assembléia Legislativano Chile, onde se tratava de umacampanha contra a ditadura de Pinochet. E percebi que era um paíspobre, mas muito superior aónível do povo brasileiro. Lá o povoestá bem alimentado, lá o povoestá bem educado, lá as ruas nãoostentam a sujeira que nós vemosem Brasília, lá pelas ruas, emboratransitem carros antigos mostrando que a economia é pobre, mostra um povo bem alimentado ebem educado. E isso que nós precisamos alcançar para o brasileiro
e é isto que os nossos conterrâneosquerem atingir. Querem realmente viver uma sociedade humana ejamais continuar nessa sociedadeonde a vida brutalmente é vividapara uma conquista do dia a dia,muitas vezes com a concepção decrimes. Veja você que o assalto,o crime sexual, o matar para roubar, enfim, o crime organizado éalgo que está assustando o Brasil.Por quê? Precisamos dar maismeios para que a polícia tenha melhor situação no combate ao crime? Não, o de que precisamos émelhorar o nível econômico e social do país. O de que necessitamos é exatamente atingir uma posição econômica melhor em queo povo ganhe mais, em que o povoreceba uma contraprestação Justapelo seu trabalho.
JC - O deputado acreditaque a nova Carta vá criaros instrumentos necessários para que medidas concretas sejam tomadas paraeliminar esta situação?
Plínio Martins - Realmente,a Constituição poderá dar a mecânica, a ferramenta para que issoocorra, mas vai depender dos homens, vai depender dos brasileirosque vão movimentar o instrumentaI que a Carta Magna vai dar aogoverno brasileiro para que eleaja. Então há necessidade de queo próprio povo brasileiro se adapte a uma conduta superior, a umaconduta realmente melhor do quea que nós estamos habituados aconviver para que atinjamos essafase de melhoria para a gente brasileira.
JC - Como representante deum Estado essencialmente agrícola, como o deputado vê a questãoda reforma agrária?
Plínio Martins - Venho sentindo que 60% da população brasileira, como disse, é constituída depessoas que vivem, se não na miséria, próximos da miséria. Essagente necessita da implantação dareforma agrária no Brasil. E umaporcentagem mínima de proprietários ricos, bem instalados na vida, que possuem o que desejam,que possuem vários carros, váriasresidências, que podem passeardurante alguns meses do ano, estapopulação brasileira bem situadaé que conseguiu eleger a maioriada Assembléia Nacional Consti-
"No caso dareforma
agrária, oque vemos éo preâmbulo
de umaguerra,se
não decidirementregar aterra para
que o pobreproduza"
tuinte. Então, o que estamos observando? Que o projeto de Constituição que nós temos para servotado na Comissão de Sistematização e futuramente no plenárioé uma reforma agrária que é muitodócil, que não vem armada dosmeios necessários para realmentedesapropriar a área necessãna, aterra boa, a terra improdutiva queprecisa ser entregue aos "sem-terra", desejosos de produzir. Dizemos adversários da reforma agrária:"Você dá a terra ao Governo eele não está suficientemente formado para fazer essa terra produzir. Evidentemente, ao mesmotempo em que se der a terra aohomem que deseja fazer com queela produza, é necessário que oGoverno lhe dê assistência, lhe dêeducação, saúde, técnica, sementes, a maneira como ele vai guardar a sua produção, que lhe dêmeios como vai ser comercializadaa sua produção, que ela seja garantida. Que lhe dê estradas para tiraressa produção da terra, enfim, quelhe dê crédito, técnica e assistênciahonrada, tanto quanto aquelas autondades que estão imbuídas deum espírito de ajudar os seus patrí-
cios. A reforma agrária. Se nãose intentar nesta fase constitucional, se não criarmos a mecânicae o clima necessários para que elaevidentemente se implante nopaís, ela ocorrerá pela força. É oque nós estamos assistindo, é opreâmbulo de uma guerra sanguinolenta se os políticos não se decidirem a entregar a terra e a assistência governamental para que opobre possa se instalar na glebae fazê-la produzir. Estamos vendoaí constantemente invasões no RioGrande do Sul, em Mato Grossodo Sul, enfim, nos vários quadrantes do país. Há uma técnica, unsdetentores do dinheiro, do capital- não digo que sejam todos -,uma grande parcela se assenhoreiada força política, da força policial,se assenhoreia do armamentoproibido e vai matar o violentadorda propriedade. Mas eu pergunto:será que o capital, será que os homens frios do nosso país terão força suficiente para matar milhõesde brasileiros que assim desejam?Não acredito. Então, eles chegarão a um momento de compreensão e de estalo, que ocorrerá nosentido de demonstrar a necessidade de se fazer a reforma agráriapacífica e inteligentemente.
JC - Como o deputado analisa a questão indígena?
Plínio Martins - Ocorre oseguinte, o Brasil, quando foi descoberto, dizem os historiadores,os sociólogos, que éramos uma nação habitada eor 10 milhões deindígenas, de silvícolas, Hoje essapopulação esta diminuída num número ridículo, que está distante deum milhão. Quer dizer, o brasileiro, na formação do seu país, foianiquilando o índio, foi tirando oíndio de sua terra, foi afastandoo índio. E agora o que vemos?Estamos assistindo uma campanha que, ao que parece, é engendrada e fortalecida pelas multinacionais, segundo o qual as terrasdos índios não poderão permanecer no número, na área em queelas se encontram, o número dehectares que apresentam é muitogrande. Mas é um equívoco, todoo Brasil foi do índio, hoje eles estão localizados em pequenas áreasdo território brasileiro.
Então, precisamos cuidar do assunto do silvícola com muito carinho, destinando as áreas que estão
imemorialmente sob sua posse para que eles ali permaneçam e, senecessitarmos de explorar as riquezas do subsolo das áreas destinadas aos indígenas, aos silvícolas,façamos como prevê o atual projeto de Constituição, dando-seuma parcela dos lucros para a própria vantagem do indígena e também para a proteção do meio ambiente onde se localizam esses indígenas. Esse o espírito que precisa comandar a política que vaiorientar a proteção do silvícola.
JC - O deputado acreditaque o calendário de votação atualserá mantido?
Plínio Martins - Realmentetenho observado que o parlamentar responsável pela feitura daConstituição vem trabalhandocom honestidade. Raros são oselementos que não se integraramao trabalho para fazer com quea Constituição se concretize, váavante. Mas não acredito que ocalendário seja observado, aliás,não me preocupo com o calendário. O que desejo do fundo da minha alma é que a obra do constituinte seja bem feita, que se façauma Constituição humana, que sefaça uma Constituição avançada,progressista, corajosa, nos moldesde uma Constituição da Espanha,nos moldes de uma Constituiçãode países que são desenvolvidos.Enfim, o que precisamos não é fazer a Constituição num tempo recorde, o que precisamos é fazeruma Constituição brilhante nosentido de agasalhar os interessesdos brasileiros nas suas diversasfacetas de posições sociais.
JC - E o deputado está otimista quanto a uma Carta progressista?
Plínio Martins - Ela vai sero retrato da Constituinte, e aConstituinte é, como disse inicialmente, formada por elementosconservadores na sua maioria.Acredito que os próprios conservadores vão perceber a necessidade de transigir um pouco, dar umpouco para aqueles que precisammuito. E, então, teremos umaConstituição a meio-termo, nemprogressista e nem muito atrasada, mas uma Constituição inteligente que cederá um pouco emfavor daqueles que precisam demais.
Jornal<da 'Constituinte' -7
No social,a nova faceque se tentadar ao país
.....José Paulo Bisol
Beth Azize
A Constituintenão tem nada a
ver com acrise social
por que passao país. Pelocontrário,
tenta elaborarnormas paraque os seushabitantes
se transformemem cidadãos
IrmaPassoni
mo a consa~ação do prínc pío deaposentadona aos 25 anos f tra asmulheres professoras, a ext nsãodos direitos sociais à mulher \ 'aba·lhadora rural, a licença à ges mtepelo prazo de 120 dias e os di positivos de proteção à criança, co '10a creche obrigatória na empresa, Co )-
mo tarefa do Estado e como díreh ',I
"Um avanço significativo, a co- específico da infância. Também \,meçar pelo preâmbulo que consagra devolução, ainda que incompleta ,jO poder popular", diz a constituinte do poder municipal faz parte, nlIrma Passoni (PT-SP) referindo-se opinião de Irma Passoni, do elencsao parágrafo único do artigo 1° do de vitórias do cidadão brasileiro,projeto de Constituição, aprovado uma vez que propicia sua particí-pela Comissão de Sistematização: pação nos destinos do município,"Todo o poder pertence ao povo, começo e base de tudo o que corpo-que o exerce diretamente, nos casos rifica uma nação. Assim é aindaprevistos nesta Constituição, ou por com a colocação da política urbanaIntermédio de representantes elei-' no texto constitucional. Enquantotos". O exercício direto do poder I \ a Constituição 'vigente só registra nopor qualquer cidadão é, na opinião seu texto a palavra urbano uma ünida deputada paulista, o fator que ca vez, e isto mesmo, para a cobran-realmente iguala todo mundo. ça de um imposto, o IPTU, o novoAtravés do habeas data (o acesso projeto assinala "um avanço histó-\à informação) e da iniciativa de de- rico e mundial ao colocar o ordena-clarar a inconstitucionalidade da lei, mento urbano com instrumentos de:o cidadão brasileiro passa a dispor planos urbanísticos, com mecanísde instrumentos que propiciarão um mos de desapropriação, com instruavanço crescente de nossa socieda- mentos de iniciativa popular de lei,de. Segundo a parlamentar, outros com a questão do transporte coleitens revelam também a preocupa- tivo urbano como serviço essencial,ção da Constituinte de avançar no e com o usucapião urbano, entreterreno das conquistas sociais, co- outros". ,
As restrições da deputada do PT;paulista ficam por conta dos dispositivos que não determinaram a diferenciação devida no capítulo dalidesapropriações. No seu entendimento, o imóvel pertencente a uma:pessoa e que é essencial à sua sobre";vivência deveria, ao ser desapropriado, ser pago em dinheiro enquanto as áreas de pura especulaçãoimobiliária deveriam ser ressarcidasem títulos da dívida pública. "Infelizmente, não ficou assim. Tudo será pago em dinheiro, sem distinção,o que certamente criará muitas dificuldades aos prefeitos." Outra falhaapontada por Irma Passoni no capítulo das conquistas sociais é a isénção de responsabilidade do governoquanto ao problema da moradia."Eu tinha uma emenda neste sentí-
de e teremos uma Constituiçãoequilibrada, moderna, de acordocom a conjuntura nacional e internacional, capaz de representar, durante muitos anos, a estabilidade da Ilei principal do Brasil",
PREÂMBULO
"Na opinião de João Menezes, adefinição do <J.ue é empresa nacionaltambém precisa ser bem estudadae certamente será reformulada navotação do Plenário a fim de quese estabeleça claramente a proteçãoã empresa nacional mas de formaa não impedir a possibilidade de obtermos capitais estrangeiros quepossam vir a tomar parte efetiva nonosso desenvolvimento. "Aliás, este princípio é muito usado em todosos países socialistas e até os queexercem o comunismo estão abrindo suas fronteiras ao capital externosem receios infundados", acrescenta. "Tenho a impressão - confessa- que as disposições aprovadas atéagora, inclusive as da Comissão deSistematização, refletem a sindrome da miséria, uma vez que pareceque alguns constituintes não estãoentendendo que o Brasil é um paísprogressista que precisa de recursos, de fontes de produção e de fontes de emprego. Enquanto a Europajá chegou ao seu ápice nesse particular, nós ainda estamos caminhando os primeiros passos para o crescimento social, político, financeiro e:econômico. "
"A Constituinte está com a síndrome do medo, a se julgar pelaatitude de alguns constituintes queparecem achar que o Brasil tem queser um país de miseráveis, onde ocidadão que ganha 30 mil cruzadospor mês é tido como marajá", salienta o senador João Menezes, para, em seguida, lançar um apelo:"Precisamos não ter medo, falaruma linguagem que represente tanto quanto possível os Interesses de140 milhões de brasileiros e não ficarmos acanhados ou pressionadosno sentido de fazer uma Constituição que reflita os pontos mais diferentes de pressões de grupos também os mais diferentes."
Quanto à manutenção das conquistas sociais quando da discussãoem Plenário, João Menezes achaque capítulos como os da greve, dareforma agrária, da estabilidade noemprego, da jornada de trabalho,da empresa nacional, do sistema degoverno e da anistia, entre outros,sofrerão um estudo mais detalhadoque, no seu ponto de vista, vai representar mais de perto o pensamento dos constituintes. "Isto porque - explica - a Comissão deSistematização, composta de 93parlamentares, por si só não poderepresentar o pensamento de todoo colégio eleitoral que chega a quase600 integrantes, máxime quando davotação na citada Comissão daqueles assuntos polêmicos, pois quasesempre resulta numa votação partida ao meio, com diferenças mínimas entre vencedores e perdedores." Assim, tudo indica que o Plenário, já depois de toda essa maratona que está sendo como um vestibular da Constituinte até agora,creio eu, irá se aproximar da verda-
AVANÇOS
A Constituição que estamos elaborando tem promovido bastantesavanços em relação à interpretaçãodos direitos sociais, embora, muitasvezes, se tenha chegado ao exageroou à inclusão de princípios impossíveis de se efetivar. Afirma JoãoMenezes, que cita como exemplodessa última observação o art. 6°dotexto aprovado, que, a seu ver, fixauma gama enorme de normas cominúmeros parágrafos que "só servem para estabelecer a confusão elevar, assim, a uma expectativa forada realidade". Já a parte referenteao direito de greve não avançou,na opinião do senador do PFL, masapenas estabeleceu até agora o princípio de greve, suas normas ouorientação. "Sou favorável ao direito de greve - diz ele -, mas julgoserá indispensável regulamentá-lapara não chegarmos ao exagero eao que estipula o § 1° do art. 10.
Fruto da desesperança nacional- esta, por sua vez, resultante deuma crise sócio-econômica sem precedentes - ou fruto de insidiosacampanha com a finalidade de desmoralizar a Constituinte, tomoucorpo pelo país uma idéia logotransformada em afirmação de quea Assembléia Nacional não vaimudar praticamente nada da vidado brasileiro. O acompanhamentocriterioso, entretanto, dos trabalhosda ANC e o reconhecimento de queo Congresso Constituinte nada deveã crise que vem minando o ânimoe o bolso do cidadão brasileiro muito antes que se iniciasse o seu funcionamento e de que os eleitos paraescrever a nova Carta não podemtomar a si uma responsabilidadeque é do Governo mostrarão quea Constituinte, queiram ou não osque a atacam, vai dar uma nova feição ao Brasil.
A preocupação evidenciada emtodos os momentos com as questõessociais é uma prova disso. "O resultado de nossas conquistas em favordo trabalhador está aí - diz a constituinte Beth Azize (PSB-AM) na avalancha de deboches, leviandades e ignomínias contra a Constituinte partindo de pseudo juristasa serviço de grupos econômicos ede políticos despeitados porque nãoconseguiram eleger-se". Afeito aosembates políticos pelo exercício dedez mandatos parlamentares, o Senador João Menezes (PFL-PA)pondera: "Os trabalhos da Constituinte realmente têm sido árduosembora não satisfaçam a pressa comque muitos estão pretenôendo quese chegue ao projeto final." Parao representante paraense, "serámuito mais interessante demorarmais um pouco e debater todas asmatérias do que fazer uma Cartade afogadilho e não estabelecer regras normais e sim conflitantes".
A igualdade jurídicaentre trabalhadores do
campo e da cidade, alicença-maternidade de
120 dias,a impenhorabilidade daspequenas propriedades,a imprescritibilídade das
reclamações trabalhistas,a nova disciplina das
relações capital-trabalho,o turno de 6 horas, o
princípio daliberdade e
responsabilidade nodireito de greve, o
tratamento ao trabalhadordoméstico e o pagamento
em dobro das horasextras são algunspontos alinhadospelo constituinteJosé Paulo Bisol
(PMDB-RS)que corporificam as
preocupações daConstituinte com oavanço dos direitos
sociais do trabalhadorbrasileiro .
Esses pontos, somadosa outros tantos, como oinstituto do habeas data
e da iniciativa popularde declarar a
inconstitucionalidadeda lei, a caracterização
de crime inafiançávelpara a discriminação e o
preconceito e a restauraçãodo poder municipal,
conforme salientou aconstituinte IrmaPassoni (PT-SP),
conferem ao CongressoConstituinte uma
característica: a ANCvai dar ao Brasil os
instrumentos parauma nova fase de vida,
em que o cidadão será maisrespeitado e protegido.
Com o objetivode lutar pela
manutenção dasconquistas sociais
nas discussões finaisdo Plenário,
desde a semana passadaconcentram-se em
Brasília representantesda CUT, CGT, CONTAG,
USI, CNTI e váriosoutros órgãos sindicais
do país. "A Constituinteconsa~rou sua
legitimidade naparticipação
~ popular. Opovo confia
no respeito a essesprincípios
já contemplados" ,afirmaram militantes
da área sindical.
I
dq; não desisti dela e ainda vou brigar porisso." Afora a reforma agrária (aí houve um retrocesso) e faltade uma política agrícola que garantainclusive a produção para abastecimento interno ("ficamos muitoaquém do Estatuto da Terra, de64"), o tratamento que a Constituinte está dando às questões so-
. cíais, segundo a parlamentar do PT,"moderniza o Brasil, nos atualizacom relação ao contexto mundial.Continuamos com o capitalismo,mas um capitalismo menos selvagem, um capitalismo mais civilizado". Entretanto, a sua conclusão,depois de pesar e medir os avançose recuos nesse terreno, não é tãoanimadora: "Não dá ainda para passar a limpo este país."
TÍMIDAS
"Um conjunto de medidas tímidas à vista da gama de problemassociais conseqüentes da recessãoeconômica, do desempenho, da falta de legitimidade do poder, da faltade seriedade no trato dos recursospúblicos e da falta de preocupaçãodo capital para com os trabalhadorés", Esta é a 0.e.inião da constituinte Beth Azize (PSB-AM), ao analisar a atuação do Congresso Constituinte no campo das questões sociais. "A começar pela estabilidadeno emprego, que não é uma estabilidade real e sim apenas uma caricatura. Os empregadores estão entendendo como estabilidade o que nãoé a fim de gerar um temor na classetrabalhista para forçar a opinião pública a pedir que não se aprove amedida. A proibição de dispensaímotivada também já existe naCLT, pois quando surge um problema desse tipo o empregado ~ecorre
normalmente à Justiça do Trabalhoe quase sempre é atendido. O novotexto aprovado não inovou em nadanessa parte. Apenas criaram um clima emocional só J?ara impedir umavanço neste sentido". A licença~stante de 120 dias, entretanto, épara Beth Azize, realmente umacenquista, sendo completamenteinócuo, na sua opinião, o argumento de que se cnaria uma discrimi~ação entre homem e mulher.I Quanto à jornada de 44 horas,
nada mais l'usto para Beth Azize:"Se o traba hador desempenha semas suas tarefas, necessita do repousosemanal a fim de se recuperar paraas jornadas seguintes. Além dISSO,temos excesso de demanda de mãode-obra e a oferta de mercado detfabalho está longe de absorver amassa de ociosos. A jornada maiscurta tem, ainda, a vantagem de estímular a produção através da absorção de um contingente maior detrabalhadores." A equiparação dosdireitos previdenciános e trabalhistas dos trabalhadores urbanos e rurais é, segundo a representante daAmazônia, antes de tudo, umaquestão de justiça. "Isto sem se levar em conta o seguinte: o governo,Hoje, deveria até pagar o homempara morar no interior, tal a baixaqualidade de vida que se tem nazpna rural"., Autora da emenda para aposen
tadoria da mulher aos 25 anos deserviço, Beth Azize, embora derrotada nesta fase dos trabalhos, temesperanças de que a proposta passeem Plenário." Já passou para asprofessoras. Não passou para as magistradas porque muita gente achouque era uma aposentadoria especialpara uma categoria, que, de qualquer maneira discriminaria a mulher. Acho que vai dar para aprovar, vou lutar até o fim; afinal estaemenda é o meu carro-chefe". Resumindo a sua análise sobre as questões sociais, Beth Azize aponta as
.bllstituinte
tendências reveladas até agora pelaConstituinte: "Sua inclinação parao lado social é mais forte do quepara as mudanças do modelo econômico".
PONDERÁVELSe para a deputada Beth Azize
as propostas sociais aprovadas pelaConstituinte são tímidas para o senador José Paulo BIsol (PMDBRS) elas consubstanciam um avançomuito ponderável, tendo em vistao nível de desenvolvimento políticoda consciência nacional, a correlação de forças e o momento conturbado que vivemos. "Mais importante - declara Bisol - seria implantar, com a democracia representativa, a democracia participativa. Detodo modo, houve um avanço respeitável embora ainda insuficiente" .
Numa sucinta análise dos direitossociais contemplados pelo novo texto, o constituinte gaúcho aponta,em primeiro lugar, a igualação dosdireitos subjetivos do trabalhadorurbano e rural, com efeitos na dimensão previdenciária. "Era umadiscussão absurda neste país, acostumado a injustiças dessa natureza.A igualdade jurídica se inclui assimcomo um dos itens mais importantesdesse capítulo dos direitos sociais" .
Entre osinteresses de
grupos e os de140 milhões de
habitantes,a Carta procura
obter um tipode consensoque preservea evoluçãodos direitossociais, sem. rupturas.
Embora preferindo a estabilidadevigente antes de 64, Bisol consideraa proibição da despedida imotivadauma conquista do trabalhador brasileiro, aSSIm como considera justíssima a licença-gestante de 120dias:"Todo o respeito e carinho à mãetrabalhadora, mais que um direito,é um dever de justiça".
Frontalmente contrário à instituição da hora extra, José Paulo Bisol,que marcou sua atuação como rela-
tor da Comissão da Soberania e dosDireitos e Garantias do Homem eda Mulher, afirma que a definiçãoda jornada de trabalho ptessupõeo restante do tempo do trabalhador"para que ele possa ser gente". Entretanto, admite que o pagamentoem dobro dessa jornada extra iniciao caminho para sua própria abolição. "Fica caracterizado o aspectosacrificial da hora extra e obriga oempregador a pensar duas vezes nonúmero limite dos seus quadros."
Enquanto a jornada de 44 horasé, para Bisol, um avanço muito pobre, a impenhorabilidade da propriedade inferior a 25 ha. ("E justoque se penhore a produção, nuncao próprio imóvel produtor"), a imprescritibilidade das reclamaçõestrabalhistas (a qualquer momento,mesmo quando o empregado já saiuda empresa os direitos não atendidos poderão ser reclamados), a disciplina da relação capital-trabalho,com a proibição da locação de mãode-obra permanente, e o turno de6 horas ("um avanço que vai terreflexos no índice de empregos; 24horas = 4 turnos") são avanços bastante significativos no elenco dasreivindicações do trabalhador brasileiro. Já o direito dos trabalhadoresdomésticos tem, na opinião do senador do PMDB, um avanço razoável,
porque não deveria haver nenhumadiferença destes com os demais trabalhadores. "No trabalho doméstico, o empregador tem o controleda vida pessoal do empregado, dispõe da própria pessoa, e isto sãoingredientes escravagista e um problema de civihzação."
DÚVIDA
No estudo das questões sindicais,o senador Bisol, um jurista com larga experiência na magistratura, temuma dúvida: unicidade ou plurali,dade sindical? "A tese da pluralídade é correta - explica -, masse não forçamos a unidade trabalhista para sua participação políticaperdemos a força mais importantepara a vitória de uma política voltada para o povo. Do ponto de vistado momento histórico, a unicidadeseria a melhor solução, mas contraela se coloca um fenômeno muitotriste, o peleguismo, em.virtude doqual as estruturas sindicais já nasceram viciadas neste país, e duranteduas décadas, de 64 para cá, se desenvolveram sob a égide da manipulação."
Maria Valdira
9
o
greve paraos servidores
o projeto constitucional aprovado pela Comissão de Sistematização apresenta várias novidades relativas à administraçãopública, entre as quais: os vencimentos de qualquer espécie,inclusive de parlamentares, ministros, juízes e militares estarãosujeitos ao Imposto de Renda; é vedada qualquer diferençade vencimento entre cargos e empregos iguais ou assemelhadosdos servidores do Legislativo, Executivo e Judiciário, ressalvadasvantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou aolocal de trabalho; e os servidores públicos civisterão asseguradosos direitos à livre associação sindical e à greve.
II - no caso de desrespeito a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal,do Superior Tribunal de Justiça ou doTribunal Superior Eleitoral;
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do inciso VII do art.41'
IV - de provimento, pelo Superior Tribunal de Justiça, de representação do Procurador-Geral da República, no caso de recusa à execuçãode lei federal.
§ 1° O decreto de intervenção queespecificará a amplitude, prazo e condtçôes de execução e, se couber, nomeará o interventor, será submetidoà apreciação do Congresso Nacionalou da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2° Se não estiver funcionando oCongresso Nacional ou a AssembléiaLegislativa, far-se-ã convocação extraordinária, no mesmo prazo d~ vintee quatro horas, para apreciar a mensagem do Presidente da República oudo Governador do Estado.
§ 3° Nos casos dos incisos VI e VIIdo art. 41, ou do inciso IV do art.42, dispensada a apreciação pelo Congresso ou pela Assembléia Legislativa,o decreto limitar-se-á a suspender aexecução do ato impugnado, se essamedida bastar ao restabelecimento danormalidade.
§ 4° Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas deseus cargos a eles voltarão, salvo impedimento legal.
CAPÍTULO VIIDa Administração Pública
SEÇAOIDisposições Gerais
Art. 44. A administração pública, direta ou indireta, de qualquer dosPoderes, obedecerá aos princípios dalegalidade, impessoalidade, moralidade e pubhcidade, exigindo-se, comocondição de validade dos atos administrativos, a motivação suficiente e, como requisito de sua legitimidade, a razoabilidade.
§ 1° Nenhum ato da administração pública imporá limitação, restrição ou constrangimento, salvo se indispensável para atender a finalidadeda lei.
§ 2° A apreciação das reclamações relativas à prestação de serviçospúblicos será disciplinada em lei, quepreverá as medidas administrativas edisciplinares cabíveis.
§ 3' Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensãodos direitos políticos, a J?Crda da função pública, a indispombilidade dosbens e o ressarcimento ao erário, naforma e gradação previstas em lei, semprejuízo da ação penal correspondente.
§ 4' A lei estabelecerá os J?razosde prescrição para ilícrtos praticadospor qualquer agente, servidor ou não,que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento, que serão imprescritíveis.
§ 5° A revisão geral da remuneração dos servidores públicos, civis emilitares ocorrerá sempre na mesmaépoca e com os mesmos índices.
§ 6° A lei fixará a relação de vaiares entre a maior e a menor remuneração da administração pública, diretaou indireta, observados, como limitesmáximos e no âmbito dos respectivospoderes, os valores percebidos comoremuneração, em espécie, a qualquertítulo, por membros do Congresso Nacional, Ministros do Supremo Tribunal Federal e Ministros de Estado eseus correspondentes nos Estados eMunicípios.
§ 7° Os membros do CongressoNacional, os Ministros de Estado e osMírustros do Supremo Tribunal Federal terão os mesmos vencimentos evantagens, fixados por lei ordinária.
§ 8° É vedada qualquer diferençade vencimento entre cargos e empregos iguais ou assemelhados dos servidores dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativasà natureza ou ao local de trabalho.
§ 9° Os vencimentos de qualquer
nais, Conselhos ou órgãos de ContasMunicipais.
CAPÍTULO VDo Distrito Federal
e dos Territórios
SEÇÃO IDo Distrito Federal
Art. 39. O Dístnto Federal, dotado de autonomia política, legislatrva,administrativa e financeira, será administrado por Governador e disporá deCâmara Legislativa.
§ 1° A eleição do Governador,observada a regra do art. 87, e dosDeputados Distritais coincidirã com ados Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual duração.
§ 2' Aos Deputados Distritais e àCâmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 29.
§ 3' O Distrito Federal, vedada asua divisão em municípios, reger-se-ápor lei orgânica aprovada por dois terços da Câmara Legislativa.
§ 40 Lei federal disporá sobre autilização, pelo Governo do DistritoFederal, das polícias civil e militar edo corpo de bombeiros militar.
§ 5" Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.
SEÇÃO IIDos Territórios
Art. 40. Lei federal disporá sobrea organização administrativa e judiciária dos Territórios.
§ 1° Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais seaplicará, no que couber, o dispostono Capítulo IV deste Título.
§ 2° As contas do Governo doTerrit6rio serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer préviodo Tribunal de Contas da União.
CAPITULOVIDa Intervenção
Art. 41. A União não intervirános Estados e no Distrito Federal, salvo para:
I - manter a integridade nacional;11 - repelir invasão estrangeira ou
de um Estado em outro;111 - pôr termo a grave compro
metimento da ordem pública;IV - garantir o livre exercício de
qualquer dos Poderes estaduais;V - reorganizar as finanças do Es
tado que:a) suspender o pagamento da dívi
da fundada por mais de dOIS anos consecutivos,' salvo motivo de forçamaior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tnbutãrias fixadas nestaConstituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI - promever a execução de leifederal, ordem ou decisão judicial,
VII - assegurar a observância dosseguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, representati-va e democrática;
b) direitos da pessoa humana,c) autonomia municipal;d) prestação de contas da adminis
tração pública, direta e indireta.Art. 42. O Estado só intervirá em
Município localizado em seu territ6rio, e a União, no Distrito Federal ouem Município localizado em Territ6rio Federal, quando:
I - deixar de ser pa~a, por doisanos consecutivos, a dívida fundada,salvo por motivo de força maior;
II - não forem prestadas contasdevidas, na forma da lei;
111 - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal namanutenção e desenvolvimento do ensino;
IV - o Tribunal de Justiça do Estado der provimento a representaçãopara assegurar a observância de princípios indicados na Constituição do Estado, bem como para prover a execu<;ão de lei, de ordem ou de decisãoJudicial.
Art. 43. A decretação da intervenção dependerá:
I - no caso do inciso IV do art.41, de solicitação do Poder Legislativoou do Poder Executivo coarcto ou impedido, ou de requisição do SupremoTribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário;
e
A eleição degovernadores
e prefeitossegue o artigo87, que prevêos dois turnos
lio dos Tribunais de Contas dos Estados ou dos Municípios, ou Conselhosde Contas dos Municípios, onde houver.
§ 2° O parecer prévio sobre ascontas que o Prefeito deve prestaranualmente, emitido pelo 6rgão competente, somente deixará de prevalecer por decisão de dois terços dosmembros da Câmara Municipal.
§ 3' As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição dos contribuintes,para exame e apreciação. Qualquer cidadão poderá questionar-lhes a legitimidade. nos termos da lei.
§ 4° É vedada a criação de Tribu-
Sindicato
Art. 33. O número de Vereadores será variável, conforme dispusera Constituição do Estado e a lei, respeitadas as condições locais, proporcionalmente ao eleitorado do Município, não sendo inferior a nove e superior a vinte e um nos Municípiosde até um milhão de habitantes, a trinta e três nos de até cinco milhões ea cinquenta e cinco nos demais casos.
Parágrafo único. O mandato deVereador terá a duração de quatroanos.
Art. 34. O Prefeito será eleito atéquarenta e cinco dias antes do términodo mandato de seu antecessor, aplicadas as regras do art. 87, para mandatode quatro anos, e tomará posse no dia1°de janeiro do ano subseqüente.
Art. 35. O Prefeito será submetido a julgamento perante o Tnbunalde Justiça.
Art. 36. A remuneração do Prefeito e dos Vereadores será fixada pelaCâmara Municipal, para cada exercício, dentro de limites estabelecidos naConstituição Estadual.
Art. 37. Compete aos MunicíPIOS:
I - legislar sobre assuntos de mteresse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no.que couber;
III - decretar e arrecadar os tributos de sua competência, bem comoaplicar as suas rendas, sem prejuízoda obrigatoriedade de prestar contase publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
IV - criar, organizar e suprimirdistritos, observada a legislação estadual;
V - organizar e prestar os serviços públicos de interesse local;
VI - manter, com a cooperaçãotécnica e financeira da União e do Estado, programas de educação pré-escolar e de ensino fundamental;
VII - prestar, com a cooperaçãotécnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúdedapopulação;
VIII - promover, no que couber,o adequado ordenamento territorial,mediante planejamento e controle douso, parcelamento e ocupação do solourbano;
IX - promover a proteção do patrimônio histõríco-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
Art. 38. A fiscalização financeirae orçamentána dos Municípios seráexercida pela Câmara Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei. I
§ 1° O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxf-
CAPÍTULO IVDos Municipios
Art. 32. O Município reger-se-ápor lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dezdias, e aprovada por dois terços dosmembros da Câmara Municipal, quea promulgará, atendidos os princípiosestabelecidos nesta Constituição e naConstituição do respectivo Estado,observados os seguintes preceitos:
I - eleição do Prefeito e dos Vereadores, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País;
II - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votosno exercício do mandato, na circunscrição do Município;
III - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no que couber, ao disposto nestaConstituição para os membros doCongresso Nacional e, na Constituição do respectivo Estado, para osmembros da Assembléia Legislativa;
IV - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da CâmaraMunicipal;
V - participação das organizações comunitárias no planejamentomunicipal;
VI - iniciativa popular no processo legislativo.
~. Titulo 111
CAPÍTULO IIIDos Estados Federados
Art. 27. Os Estados organizamse e regem-se pelas Constituições e leisque adotarem, observados os princípios desta Constituição.
§ 19 São reservadas aos Estados ascompetências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.
§ 20 Cabe aos Estados explorar diretamente os serviços públicos locaisde gás combustível canalisado.
§ 3° A criação, a incorporação, afusão e o desmembramento de Municípios, obedecidos os requisitos preVIstos em lei complementar estadual,dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações diretamente interessadas, e se darão porlei estadual.
Art. 28. Incluem-se entre os bensdos Estados:
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, em depósito ouemergentes;
11 - as ilhas oceânicas e marítimasj~ ocupadas pelos Estados e MunicíPIOS;
III - as ilhas fluviais e lacustres;IV - as áreas da faixa de fronteira
e as terras devolutas não compreendidas entre as da União;
V - as terras de extintos aldeamentos indígenas.
Art. 29. O número de Deputadosà Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e,atingindo o número de tnnta e seis,será acrescido de tantos quantos forem08 Deputados Federais acima de doze.
§ 1° O mandato dos DeputadosEstaduais será de quatro anos, aplicadiasas regras desta Constituição sobresistema eleitoral, inviolabíhdade, ímunidades, remuneração, perda do mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
§ 20 A remuneração dos Deputados Estaduais será fixada, em cada legislatura, pera a subseqüente.
§ 3' Compete às Assembléias Legislativas dispor sobre seu regimentointerno, polícia e serviços administrativos de sua secretaria, provendo osrespectivos cargos.
Art. 30. O Governador de Estado será eleito até quarenta e cinco diasantes do término do mandato de seuantecessor, para mandato de quatroanos, e tomará posse no dia 10 de janeiro do ano subsequente, aplicando-sea regra do art 87.
Art. 31. Perderá o mandato oGovernador ou o Prefeito que assumiroutro cargo ou função na administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concursopúblico, observado o disposto no art.49.
10 Jornal da Constituinte
O QUE JÁ [ OM o QUE
.Após a promulgação da n~va Constituição, o CongressoNa~lOnal tera poderes bem maiores que os atuais. Além doregime de governo passar. a _ser o lJarlamentarismo, segundoo t.exto aprovado'pe.laComis~ao de Sistematização, o CongressoV~i recuperar? direito de legislar sobre matéria financeira, cambial e monetana, bem como sobre as instituições financeirase suas ~perações. P~derá, ainda, sustar os atos normativos doExecutivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limitesde delegaçao legis!atlva. E ganha~á competênci~ para apreciaros at,o~ de concl?s~ao e de renovaçao de concessao de emissorasde rãdio e televisão.
o CongressoNacional ganha
mais poderes
VII - concessão de anistia;.v1~I,:-: organiz!isão administrativa
e judiciária da Uníão e dos Territóriose organização judiciária do MinistérioPúblico e da Defensoria Pública doDistrito Federal'
IX - critéri~s' para classificação dedocumentos e Informações oficiais sigilosos e ~ua_desclassificação; .
_X - cnaçao, transformação e extinça? de cargos, empregos e funções públicas;~ - criação, estruturação e atrí
buições dos Ministérios e órgãos daAdministração Pública;
XII - sistema nacional de radiodifusão, telecomunicação e comunicação de massa;
XIII - matéria financeira, cambiale monetária, instituições financeiras esuas operações;
XI':' - normas gerais de direito financeiro;
XV - captação e garantia da poupança popular;_XVI - moeda, seus limites de emis
sao, e montante da dívida mobiliáriafederal.
Art. 59. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I - aprovar ou não tratados convenções e acordos internacionai~ celebrados pelo Presidente da Repúblicaou atos que acarretem encargos ouco~promlssos gravosos ao patrimônionacional;
11- autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrara paz, a pt;nnltlr que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstosem lei complementar;
111 - autorizar o Presidente da República ou o Primeiro-Ministro a sea~se~tarem do País,. importando a ausencia sem consentimento em perdado cargo;
IV - aprovar ou suspender o estado de defesa, o estado de. sítio e aintervenção federal;
.~ -:- aprovar a incorporação, a subdivisão ou o desmembramento deáreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembléias Legislativas;
VI - mudar temporariamente a suasede;
Vll-s-fíxar para cada exercício financeiro a remuneração do Presidenteda Re\?ública, do Primeiro-Ministro edos Ministros de Estado;
VIII - julgar anuahnente as contasprestadas pelo Primeiro-Ministro eapreciar os relatórios sobre a execuçãodos plan~s de.governo;
IX - fiscalizar e controlar, conjuntamente ou por qualquer das Casasos atos do Poder Executivo, inclusiv~os da administração indireta; .
X - determinar a realização de referendo;
TlTULOIVDa Organização dos Poderes
e Sistema de GovernoCAPÍTULO I
Do Poder LegislativoSEÇAOI
Do Congresso Nacional
Art: 55. O Poder Legislativo éexercido pelo Congresso Nacionalque se compõe da Câmara dos Depu:tados e do Senado Federal.
Art. 56. A Câmara dos Deputados co~põe-se de representantes dopovo, eleitos em cada Estado e Território e no Distrito Federal, através dosistema proporcional.
_§ 1° Cada legislatura terá a duraçao doe quatro anos, salvo dissoluçãoda Camara dos Deputados, hipóteseem que, com a posse dos deputados!ip.ó~ as eleições extraordinárias, seráiniciado um novo período quadrienal.
§ 2° O número de deputados porEstado ou pelo Distrito Federal 'seráestabelecido pela Justiça Eleitoralproporcionalmente ~ população, con:{os ajustes necessános 'para que nenhum Estado ou o Distrito Federal tenha menos de oito ou mais de sessentadeputados.
§ 3~ Excetuado o de Fernando deNoronha, cada Território elegerá quatro deputados.
Art. 57, O Senado Federal compõe-se de jepresentantes dos Estadose do.D~st?to Federal, eleitos segundoo pnnclplo majorítãrío,
§ 1° Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três senadores commandato de oito anos. '
§ 2° A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos alternadamente, por um e dois terçbs.
§ 3° Cada senador será eleito comdois suplentes.
SEÇÃO 11Das Atribuições doCongresso Nacional
. Art. 58. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da~epública, dispor sobre todas as maténas de competência da União, ressalvadas as especificadas nos arts. 59, 64e 65, e especiahnente sobre:
I - sistema tributário, arrecadaçãoe distribuição de rendas;
11- plano plurianual, diretrizes orç~mentári~s,. orça~~nto ~m~al, operaçoes de credito, dívida publica e emissões de curso forçado;
111 - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
IV - planos e programas nacionaisregionais e setoriais de desenvolvi:mento;
V -limites do território nacionalespaço aéreo e marítimo e bens dodomínio da União;
VI - transferência temporária dasede do Governo Federal;
00
°DASP
o servidorpúblico civilpassa a terdireito degreve e de
sindicalização
das, das polícias militares e dos corposde bombeiros dos Estados, dos Territórios e do Distrito Federal sendolhes privativos os títulos, post~s e uniformes militares.
§. 2° O militar em atividade queaceitar cargo público civil permanenteserá transferido para a reserva.
§ 3° O militar da ativa que aceitarcargo, 7,?pre_go ou. função públicatemporana, nao eletiva, ainda que daadministração indireta, ficará agregado ap respectivo quadro e somente podera, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por antigüidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas 'para aquela promoção etransferência para a reserva. Depoisde dois anos de afastamento contínuos ou não, será transferido' para ainatividade.
§ 4° Ao militar são proibidas a sindicalização e a greve.
§ .5' Os. militares, enquanto emefetivo serviço, não poderão estar filiados a partidos políticos.
§ 6° O oficial das Forças Armadas~ó perderá ? posto e a patente se forjulgado indigno do oficialato ou comele Incompatível, por decisão de Tribunal Militar de caráter permanenteem tempo de paz, ou de Tribunal Es:pecial em tempo de guerra.
§ 7° . <? ofici~l. condenado por tribun.al civil oI! militar a pena restritivada liberdade individual superior a doisa.nos, por sentença condenatória tran~Itada em Julgado, será submetido aoJulgamento previsto no parágrafo antenor.
~ 8' A lei estabelecerá os limitesde Idade e outras condições de transferência do servidor militar para a inatividade.
§ 9~ Aplica-se aos servidores aque ~e refere .este artigo, e a seus penSIOnistas, o disposto no art. 48.
SEÇÃO IVDas Regiões
Art. 52. Para efeitos administrativ?s, a União poderá articular a suaa~ao.em um ,?es~o complexo geoeconom}co e SOCial, Visando ao seu desenvolvímento e à redução das desigualdades regionais.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre:
I ---:_as condições pa~a integraçãode regioes em desenvolvimento;
I~ -. a composição dos organismosregionais.
Art. 53. Os organismos regionaisexecutarão planos regionais integrantes dos planos nacionais de' desenvolvimento econômico e social aprovados conjuntamente com este; na for-ma da lei. '
Art. 54. Os incentivos regionaiscompreenderão os seguintes entreoutros, na forma da lei: '
I - equalização de tarifas fretesseguros e outros items de custos e pre:ços;
11 - Juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias;
111 - isençoes, reduções ou diferimento temporário de tributos federais?e,:i~os por sobre pessoas físicas ouiurídicas.
§ 5° Os cargos em comissão e funções de confiança na administraçãopública serão ex:rcidos, preferencialmente, por servidores ocupantes decargo de carreira técnica ou profissional, ~os casos e condições previstosem lei.
§ 6° São assegurados ao servidor~úbl.ico civil o direito à livre associaçãoSindical e o de greve, observado o disposto nos arts. 10 e 11.
§ 7° A lei reservará percentualdos empregos públicos para as pessoasportadoras de deficiência física e definirá os critérios de sua admissão ob-servado o disposto no § 1° '
§ 8° Aplica-se, ainda, aos servidores da administração pública o disposto nos incisos IV, ,VI, VII, VIII, IXXI, XII, XIV, XV, XVI, XVII, XIXe XX do art. 7'
Art. 46. O servidor será aposentado:
I - por invalidez;11 - compulsoriamente, aos se
tenta anos;111 - voluntariamente:a) após trinta e cinco anos de servi
ço, se do sexo masculino ou trintase do feminino; , ,
b) após trinta anos de efetivo servi-ço em funções de .magistério, se professor, ou v~nte e CinCO, se professora.
§ 1° Lei complementar poderá estabelecer exceções ao disposto no inciso 111, a~í~ea a de.st~ artigo, no casode exercicio de atividades consideradas penosas, insalubres ou perigosas.
§ 2° Não haverá aposentadoriaem ~a.rgos, funções ou empregos temporanos.
Art. 47. Os proventos da aposentadoria serão:
I - integrais, quando o servidor:!l). contar com o tempo de serviço
exigido, .na forma do disposto no artigo antenor;
b) sofrer invali?ez perm!,n~nte,poracidente em serviço, moléstia profissional ou doença wave, conta~iosaouIncurável, especificadas em lei:
11 - proporcionais ao te~po deserviço, nos demais casos.
Art. 48. Os proventos da inatividade e as pensões serão revistos namesma proporção e na mesma datasempre que se modificar a rem une:ração dos servidores em atividadebem como serão estendidos aos inati:vos qU!1isquer benefícios ou vantagensposteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive quandodeco!!:ent:.s da transformação ou reclassificação do cargo ou função emque se deu a aposentadoria ou a reforma.
Parágrafo único. O benefício depensão por morte corresponderá à totalidade dos vencimentos ou proventos do servidor falecido, observado odisposto no caput,~..49. Ao servidor público em
exercicio de man?ato ~letivo, aplicamse as seguintes disposições:
I - tratando-se de mandato eletivo federal ou estadual, ficará afastadod7s7u cargo, emprego ou função, semdireito a optar pela sua remuneração'
11 - investido no mandato de Pre:feito, se~á afastado do cargo, empregoou funçao, sendo-lhe facultado optarpela sua remuneração.
Art. 50. O servidor público estável só perderá o cargo em virtude desentenç,a judic~al, ou mediante processo administrativo, no qual lhe seja assegurada ampla defesa.
Parágrafo único. Invalidada porsentença a demissão, o servidor seráreintegrado e o eventual ocupante davaga ~ec(;mdu~ldo a? cargo de origem,sem direito a indenização, ou aproveitado em outro cargo ou, ainda yostoem disponibilidade. ~
SEÇÃOIlIDos Servidores. Públicos Militares
Art. 51. São servidores militaresos integrantes das Forças Armadasdas polícias militares e dos corpos d~bombeiros militares dos Estados Ter-ritórios e Distrito Federal. '
§ 1° As patentes, com as prerrogativas, os direitos e deveres a elasinerentes, são asseguradas em toda aplenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados das Forças Arma-
o DistritoFederal ganha
autonomiapolítica, e
elegerá o seugovernador
espéc!e est~rão sujeitos a Impostos gerais, inclusive os de renda e extraordinário.
§ 10. Salvo em virtude de concurso público, o cônjuge e o parente atésegundo grau, em linha direta ou colateral, cons!1ngüíneo ou afim, de qualquer autondade, não pode ocupar cargo ou função de confiança, inclusivesob c:ontrato, em organismos a ela subordinados, na administração pública.
§ 11. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privadoprestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agente~, nesta qualidade, causarem a tercetros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos dedolo ou culpa.
§ 12. E vedada a vinculação ouequiparação de qualquer natureza para o efe~to de,re!lluneração de pes~oaldo serviço publico, ressalvado o disposto no §,6' deste artigo.
§ 13. E vedada a acumulação re~uner~d~ de cargos, empregos e funçoes públicos, exceto nos casos previstos emlei complementar, obedecidoso~ criténos de compatibilidade de horanos e correlação de matérias.
§ 14. A proibição de acumular aque se refere o § 13 estende-se a cargo~, empregos e funções em autarquias, emP.resa~ públicas, sociedadesde economia mista e fundações públicas.
§ 15; Os acréscimos pecuniáriospercebidos por servidor público nãoserão computados nem acumuladospara fins de concessão de acréscimo~ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento.
§ 16. Aplica-se à administraçãopública em geral {o disposto no § 3'do art. 7', na condição de contratanteou contratada.
SEÇÃO 11Dos Servidores Públicos Civis
Art. 45. Os cargos, empregos efunções públicos são acessíveis aosb.rasileiros qu~ preencham os requisitos estabelecidos em lei.
§ 1° A primeira investidura emcargo ou .emprego público, sob qualquer regime, dependerá sempre deaprovação prévia em concurso públicode provas ou de provas e títulos.
.§ 2° A União, os Estados, o Dist':!to Fed~ral.e os Municípios instituirao, no .a~b!to ~e .sua competência,regime jurídico UnlCO para os servidores da administração pública diretae das.autarquias, bem como plano decarreira.
§ 3°. São est~~eis, após dois anosde efetivo exercicro, os servidores nomeados por concurso público. Extintoo cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará emdisponibilidade remunerada até seuadequado aproveitamento ~m outrocar:go.
§ 4° Será convocado para assumirseu cargo ou emprego aquele que foiaprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos, com prioridade sobre novos concursados na carreira. A convocação será po~ editale fixará prazo improrrogável.
~ _ • ' • .~ p • IdQrnal da 4Constítuínte
XI - sustar os atos normativos doPoder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de de-legação legislativa; •
XII - apreciar os atos.de conce~sao
e renovação de concessao de emissoras de rádio e televisão;
XIII - escolher dois terços dosmembros do Tribunal de Contas daUnião;
XIV - aprovar iniciath:a~do PoderExecutivo referentes a atividades nu-cleares; ,
XV - autorizar a aguisição de Im6vel rural por pessoa física ou jurídicaestrangeira; ,
XVI - autorizar a exploração de nquezas minerais em terras indígenas;
XVII - aprovar, previamente, ,aalienação o~ concess~o de t~rras publicas com area supenor a quinhentoshectares,
Parágrafo únic\>o ~ Prt:si~ente 9aRepública e o Pnmelro-~rustro na?poderão ausentar-se do Pais por maisde trinta dias, sob pena de perda domandato devendo, ao final de cadaviagem, ~presentar relat6rio circunstanciado de seus resultados.,
Art. 60. Terão força de lei as resoluções do Congresso Nacional.. oude qualquer de suas Casas, que visema regulamentar dispositivos destaConstituição para assegurar o efetivoexercício de suas competências constitucionais.
Art. 61. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquerde suas Comissões, poderão convocaro Primeiro-Ministro e os Ministros ?eEstado para prestar, pessoalm~nte,Informações sobre assunto previamentedeterminado, importando a ausência,sem justificação adequada, em cnmede responsabilidade.
§ 19 As Mesas da Câmara dos Deputados e do Se,?-ado Fed.eral poderãoencaminhar pedidos escntos de Informação aos Ministros de Estado.
§ 2° Importa em crime ~e respo~'sabilidade a recusa, ou o não-atendimento no prazo de trinta dias, bemcomo o fornecimento de informaçõesfalsas.
Art. 62. É da competência exclusiva de cada uma das Casas do Congresso Nacional elaborar seu re~~nto interno e dispor sobre orgamzaçao,funcionamento, polícia, criação,transformação ou extinção de cartl0s,empregos e funções. de seus servl~ose fixação da respectiva remuneraçao,observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
Art. 63. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberaçõesde cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria d?s ,vot?Spresentes, desde que ~sta maiona naoseja inferior a um qumto do total deseus membros,
SEÇÃOIlIDa Câmara dos Deputados
Art. 64. Compete privativamenteà Câmara dos Deputados:
I - autorizar, por dois terços deseus membros, a instauração de processo contra o Presidente da República, o Primeiro-Ministro e os Ministros de Estado;
11- proceder à tomada de cont~s
do Primeiro-Ministro, quando naoapresentadas ao Congresso Nacionaldentro de sessenta dias ap6s a aberturada sessão legislativa;
III - aprovar , , .a) por maiona absoluta e por mtcia
tiva de um quinto de seus membros,a moção de censura;
b) pela maioria dos seus membros,voto de confiança;
IV -recomendar ao Primeiro-Ministro o afastamento de detentor decargo ou função de confiança no .G,ovemo Federal, inclusive na administração indireta;
V -eleger, por maioria absoluta,o Primeiro-Ministro, nos termos destaConstituição.
SEÇÃO IVDo Senado Federal
Art. 65. Compete privativamenteao Senado Federal:
I - processar e jul~ar ? Presidenteda República e o Primeiro-Ministro
E
A eleição dosdeputados será
pelo sistemaproporcional:não vingou ovoto distrital
nos crimes de responsabilidade e osMinistros de Estado nos cnmes damesma natureza, conexos com aque-les; M' .
11- processar e julgar os ínístrosdo Supremo Tribunal ~ed:eral, o Procurador-Gerai da República e o Procurador-Gerai da Umão nos crimes deresponsabilidade; .
111 - aprovar prevI,~ente,por v~
to secreto, ap6s argutçao em sessaopública, a escolha dos titulares dos seguintes cargos, além de outros que alei determinar:
a) de magistrados,.n~s _casQ!' estabelecidos nesta Constituição;
b) de um terço dos Ministros do Tribunal de Contas da União, indicadospelo Presidente da República;
c) dos Governadores de Ternt6rios'
d) do presidente e d?s diretores doBanco Central do Brasil;
e) do Procurador-Geral da Repú-blica; .
IV - aprovar prev!,~~ente,por v~to secreto, ap6s arguiçao em s,,:ss~o
secreta, a escolha dos chefes de missaodiplomática de caráter permanente;
V - autorizar operações externasde natureza financeira, de interesse daUnião dos Estados, do Distnto Federal, do's Territ6rios e dos Municípios,;
VI - fixar, por proposta do Primeiro-Ministro, limites globais para omontante da dívida consolidada daUnião dos Estados e dos Municípios;
VII:'" dispor sobre Iimi~es glob~se condições pa~a as operaçoe~ _de credito externo e Interno da Umao, dosEstados, do Distrito Federal e dos M~nicípios de suas autarquías e demaisentidad~s controladas pelo Poder PÚblico federal;
VIII - dispor sobre limites e condições para a concessao de l}a~antIa daUnião em operações de credito externo e interno;
IX - estabelecer limites globais econdições para o montante da ~ívi.damobiliária dos Estados, do DístrítoFederal e dos Municípios;
X - suspender a execução '.no todoou em parte, de lei declarada mconstítucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
XI - aprovar, por maioria ab~oluta
e por voto secreto, a exoneraçao, deofício do Procurador-Geral da Repúolica ~ntes do término de seu man-dato. .
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e 11,funcionará comoPresidente o do Supremo Tribu_nal Federal limitando-se a condenaçao, quesome~te será proferida por dois terçosdos votos do Senado Federal, à perdado cargo, com ina1?i1itação, por ?it?anos, para o .exercíclo de fun,çaopu~lica, sem prejuízo das demais sançoesjudiciais cabíveis.
SEÇÃO VDos Deputados e dos Senadores
Art. 66. Os Deputados e SC?n.~dores são invioláveis por suas opimoes,palavras e votos.
§ 1° Desde a expedição do díploma os membros do Congresso NaCIOnal'não poderão ser presos, salvo emflagrante de crime inafiançável, nem
processados criminalmente, sem pr~
via licença de sua Casa, salvo por delitos praticados anteriormente.
§ 2° O indeferimento do pedidode licença ou a ausência de deliberação suspende a prescnçao, enquantodurar o mandato.
§ 3° No caso de flagrante de crimeinafiançável, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas,à C~sa respectiva, para que, pelo votosecreto da maioria dos seus membros,resolva sobre a prisão e autorize, ounão, a formação de culpa.
§ 4° Os Deputados e Senadoresserão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.
§ 5° Os Deputados e Senadoresnão serão obrigados-a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em ratão do exercício do mandato,nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.
§ 6° A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempode guerra, dependerá de prévia licençada Casa respectiva.
Art. 67. Os Deputados e Senadores não poderão, desde a posse:
I - firmar ou manter contrato compessoa de direito público, autarquia,empresa pública, sociedade de .eco!!?mia mista ou empresa concessionanade serviço público, salvo quando ocontrato e o respectivo processo deseleção obedecerem a clausulas umformes;
11- aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remu~er~do,nas e!1t1dades constantes do mciso antenor,salvo aceitação decorrente de concurso público, caso em que, se procederána forma do art. 52, mciso I;
111 - patrocinar causa em 9ue sejainteressada qualquer das entidades aque se refere o inciso I;
IV -ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que gozede favor decorrente de contrato compessoa jurídica d~ direito público, ounela exercer função remunerada;
V - ser titulares de mais de um cargo ou mandato eletivo federal, estadual ou municipal.
Art. 68. Perderá o mandato o De-putado ou Senador: ,
I - que infringir qualquer das prorbições estabelecidas no artigo anterior
ri-cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
111 - que deixar de comparecer, emcada sessão legislativa, à terça partedas sessões ordinánas da Casa a quepertencer, salvo licença ou missão poresta autorizada;
IV - que perder ou tiver suspensosos direitos políticos;
V - quando o decretar a JustiçaEleitoral, nos casos previstos nestaConstituição; .
VI - que sofrer condenação cnminal em sentença definitiva e irrecorrível ou for condenado em ação popular p~lo Supremo Tribunal Federal.
§ 1° É incompatível com o d:e~oroparlamentar, além dos casos definidosno regimento interno, o abuso dasprerrogativas asst:guradas a memb~o
do Congresso Nacional ou a percepçaode vantagens indevidas.
§ 29 Nos casos dos incisos I e I!deste artigo, a perda do mandato seradecidida pela Câmara dos Deputadosou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, medianteprovocação da respectiva Mesa ou departido político representado no Con-gresso Nacional. . .
§ 3° Nos casos previstos nos mCIsos 111 a VI, a perda será declaradapela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partidopolítico representado no CongressoNacional, assegurada plena defesa.
Art. 69. Não perderá o mandatoo Deputado ou Senador:
I - investido na função de Primeiro-Ministro, de Ministro de Estado,chefe de missão diplomática permanente Governador de Territ6rio, Secretário de Estado, do Distrito Fede-ral, de Territ6rio ou de Prefeitura de
Capital; .11-licenciado pela respectiva Casa
por motivo de doença, ou para tratm:,sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vintedias por sessão legislativa.
§ 1° O suplente será convocadonos casos de vaga, de investidura emfunções previstas neste art!go 0l;! delicença superior a cento e VIntedias.
§ 2° Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-ã eleição se faltarem mais de quinze meses para o término do mandato.
Art. 70. Os Deputados e Senadores perceberão idêntica remuneraçao,fixada para cada exercício financeiropelo plenário ~o Congresso Nacional,em sessão conjunta, e sujeita aos Impostos gerais, inclusive o de renda eos extraordinários.
SEÇÃO VIDas Reuniões
Art. '71. O Congresso Nacionalreunir-se-á anualmente, na Capital daRepública,'de 15 de fevereiro a 30 dejunho e de 1°de agosto a 15 de dezembro.
§ 1° As reuniões marcadas para asdatas fixadas neste artigo serão transferidas para o primeiro dia úti! subseqüente, quando recaírem em sabados,domingos e feriados. , . • ,
§ 2° A sessão legislativa nao serainterrompida sem a aprovação do,p'rojeto de lei de diretrizes orçamentanas.
§ 3° O regimento disporá sobre ofuncionamento do Congresso nos st:ssenta dias anteriores às eleições gera~s.
§ 4° Além de outros casos prevrstos nesta Constituição, a Câmara d?sDeputados e o Senado Federal reunirse-ãoem sessão conjunta para:
I - inaugurar a sessão legislativa;11- elaborar o regimento comum
e regular a criação de serviços comunsàs duas Casas;
111- receber o compromisso doPresidente da República;
IV - conhecer do veto e sobre eledeliberar. .
§ 5° Cada uma das Casas reuni!se-á em sessões preparatórias, a partirde 1° de fevéreiro, no primeiro anoda legislatura, para a posse de seusmembros e eleição das respectivas Mesas vedada a recondução para o mesmo' cargo na eleição imediatamentesubseqüente. No caso de dlssolu~ao
da Câmara dos Deputados, as ,sess?espreparat6rias terão início trinta diasap6s a diplomação dos eleitos, obser-vado o disposto no § 1° .
§ 6° A Mesa do Congresso NaCIOnal será presidida pelo Presidente doSenado Federal, e os demais cargosserão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentesna Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
§ 7° A Câmara dos Deputadosnão poderá ser dissolvida no prim~trO
ano e no último semestre da legisla-tura. , ,
§ 8° A convocação extraordinanado Congresso Nacional far-se-á:
I-pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado
Dependerá deaprovação doCongresso aaquisição deimóvel rural
por estrangeiros
de defesa ou de intervenção federale de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio;
11- pelo Presidente da República,pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membrosde ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante.
§ 9" Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso NaclOn~ somente deliberará sobre a maténa para aqual foi convocado.
SEÇÃO VIIDas Comissões
Art. 72. O Congresso Nacional esuas Casas terão comissões 'p'ennanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas norespectivo regimento ou no ato de queresultar a sua criação.
§ 1° Na constituição das Mesas ede cada comissão, é assegurada, tantoquanto possível, a representaçãoproporcional dos partidos que participamda respectiva Casa.
§ 2° Às Comissões1 e!TI razão damatéria de sua compete?Cla, cabe dl~cutir e votar, segundo dispuser o regimento, projetos de 1C?i. Nes!es casosserá dispensada a mamfestaçao do plenário salvo se o requerer um quíntodos ~embros da respectiva Casa, ?Ude ambas, quando se tratar de comissão mista.
§ 3° As comissões parlamentaresde inquérito, que terão poderes. de Investigação pr6prios das auton~adesjudiciais, serão criadas pela Camarados Deputados e pelo Senado Federal,em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço deseus membros, para a apuração de fatodeterminado e por prazo certo, sendosuas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público para ofim de promover a responsabilidadecivil ou criminal dos infratores.
§ 4° Durante o recesso, salvo convocação extraordinária, haverá umacomissão representativado CongressoNacional, cuja composiçao reproduzirá, quanto possível, ~ propo~cl?~aIidade da representação partidãría,eleita por suas respectivas Casas naúltima sessão ordinária do período legislativo, com atribuições defimdas noregimento comum.
SEÇÃO VIIIDo Processo Legislativo
Art. 73. O processo legislativocompreende a elaboraç~o ?,::
I - emendas a Constituição;lI-leis complementares;111 -leis ordinárias;IV -leis delegadas;V -decretos legislativos;VI - resoluções,Parágrafo único. Lei complemen
tar disporá sobre a técnica de el~b0r:.ação, redação, alteração e consolidaçãodas leis.
SUBSEÇÃO IDa Emenda à Constituição
Art. 74. A Constituição poderáser emendada mediante proposta:
l-de um terço, no mínimo, dosmembros da Câmara dos Deputadosou do Senado Federal;
11-do Presidente da República;111 - de mais da metade das As
sembléias Legislativas das unidades daFederação, manifestando-se, cadauma delas, por um terço de seus membros;
IV - de iniciativa popular, nos termos previstos nesta Constituição.
§ 19 A Constituição não poderáser emendada na vigência de intervenção federal, d,e. estado de defesa oude estado de SItiO.
§ 29 A proposta será discutida evotada em cada Casa, em dOIS turnos,considerando-se aprovada quando obtiver, nas votações, dois terços dos votos dos membros de cada uma das Casas.
§ 3° A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmarados Deputados e do Senado Federal,com o respectivo número de ordem.
12 Jornal da Constituinte
J E§ 4° Não será objeto de delibera
ção a proposta de emenda tendentea abolir:
I - a forma federativa de Estado;II - o voto direto, secreto, univer
sal e periódico;rir - a separação dos Poderes;IV - os direitos e garantias indivi
duais.§ 5° A matéria constante de pro
posta de emenda rejeitada ou havidapor prejudicada não pode ser objetode nova proposta na mesma sessão legislativa.
SUBSEÇÃO 11Disposições Gerais
Art. 75. A iniciativa de leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmarados Deputados ou do Senado Federal,ao Presidente da República, ao Primeiro-Ministro, aos Tribunais Superiores e aos cidadãos na forma previstanesta Constituição.
§ 1~ São de iniciativa privativa:I - do Presidente da República as
leis que fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
11 -do Primeiro-Ministro as leisque disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ouempregos públicos na administraçãodireta e autárquica ou aumentem a suaremuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal daadministração dos Territ6nos;
c) servidores públicos da União eTerrit6rios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria de civis, reforma e transferência de militares para a inatividade;
d) organização do Ministério Público e da 'Defensoria Pública da Uniãoe normas gerais para a organização doMinistério Público e da DefensoriaPública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territ6rios;
e) criação, estruturação e atribuições dos Ministérios e órgãosda administração pública.
§ 2° A iniciativa popular pode serexercida pela apresentação, à Câmarados Deputados, de projeto de lei ouproposta de emenda à Constituiçãodevidamente articulados e subscritospor, no mínimo, zero vírgula três porcento do eleitorado nacional, distribuídos em pelo menos cinco Estados,com não menos de zero vírgula umpor cento dos eleitores de cada umdeles.
§ 3° O referendo popular será determinado pelo Presidente da República para deliberar sobre a anulaçãototal ou parcial de emenda à Constituição ou de lei, quando o requeiram,no mínimo, dois por cento do eleitorado nacional, distribuídos em cincoou mais Estados, com não menos dezero vírgula cinco por cento dos eleito-res de caça um deles. .
§ 4° E vedado referendo relativoa leis de iniciativa privativa e a leistributárias.
Art. 76. Em caso de relevância eurgência, o Presidente da República,por solicitação do Primeiro-Ministro,poderá adotar medidas provis6rias,com força de lei, devendo submetê-Iasde imediato, para conversão, ao Congresso Nacional, que, estando em recesso, será convocado extraordinariamente para se reunir no prazo de cincodias.
Parágrafo único. As medidas provis6rias perderão eficácia, desde a suaedição, se não forem convertidas emlei no prazo de trinta dias, a partirda sua publicação, devendo o Congresso Nacional disciplinar as relaçõesjurídicas delas decorrentes.
Art. 77. Não será admitido aumento da despesa prevista:
I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República oudo Primeiro-Ministro, ressalvado odisposto nos §§ 3° e 4° do art. 187.
H - nos projetos sobre organizaçãodos serviços administrativos da Câmara dos Deputados, do Senado Federal,dos Tribunais Federais e do MinistérioPúblico.
Art. 78. A discussão e votação
Novidades:poderão ser
apresentadosprojetos de leide iniciativa
popular
dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do Primeiro-Ministro e dos Tribunais Superiores teráinício na Câmara dos Deputados.
§ 1° O Presidente da República eo Primeiro-Ministro poderão solicitarurgência P!ir~ apreciação de projetosde sua iníciattva.
§ 2° Se a Câmara dos Deputadose o Senado Federal não se manifestarem, cada qual, sucessivamente, ematé quarenta e cinco dias, sobre a proposição, esta deverá ser incluída naordem do dia, sobrestando-se a deliberação sobre os demais assuntos, salvoquanto ao disposto no artigo 76 e no§ 6° do artigo 80, até que se ultimea votação.
§ 3° A apreciação das emendas doSenado Federal pela Câmara dos Deputados far-se-ã, nos casos deste artigo, no prazo de dez dias, observadoo disposto no parágrafo anterior.
§ 4° Os prazos do § 2° não corremnos períodos de recesso do CongressoNacional, nem se aplicam aos projetosde código.
Art. 79. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um s6 turno de discussão evotação, sendo enviado à sanção oupromulgação, se a Casa revisora oaprovar, ou arquivado, se o rejeitar.
Parágrafo úmco. Sendo o projetoemendado, voltará à Casa iníciadora.
Art. 80. A Casa na qual tenha sido concluída a votação, ou o SenadoFederal, enviará o projeto de lei aoPresidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.
§ 1° Se o Presidente da Repúblicaconsiderar o projeto, no todo ou emparte, inconstitucional ou contrário aointeresse público, vetá-Io-á total ouparcialmente no prazo de quinze diasúteis, contados da data do recebimento.
§ 2° O veto parcial somenteabrangerá texto integral de artigo, deparágrafo, de inciso ou de alínea.
§ 3° Decorrido o prazo de quinzedias, o silêncio do Presidente da República importará em sanção.
§ 4° As razões do veto serão apreciadas em sessão conjunta dentro detrinta dias a contar do seu recebimento, considerando-se mantido o veto seobtiver o voto da maioria absoluta dosDeputados e Senadores, em escrutíniosecreto.
§ 59 Se o veto não for mantido,será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente da República.
§ 6° Esgotado sem deliberação oprazo estabelecido no § 4°, o veto serácolocado na ordem do dia da sessãoimediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final, ressalvadas as matérias de que tratam o parágrafo único do artigo 76 e o § 2°do artigo 78.
§ 7° Se a lei não for promulgadadentro em quarenta e oito horas peloPresidente da República, nos casosdos §§ 39e 5°,o Presidente do Senadoa promulgará. Se este não o fizer emigual prazo, caberá ao Vice-Presidentedo Senado fazê-lo.
Art. 81. A matéria constante doprojeto de lei rejeitado ou não sancionado somente poderá constituir obje-
to de novo projeto, na mesma sessãolegislativa, mediante proposta damaioria absoluta dos membros dequalquer das Casas.
Art. 82. As leis delegadas serãoelaboradas pelo Conselho de Ministros, devendo a delegação ser solicitada ao Congresso Nacional pelo Primeiro-Ministro.
§ 1° Não serão objeto de dele~ação os atos da competência exclusivado Congresso Nacional, os da competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matériareservada à lei complementar, nem alegislação sobre:
I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreirae a garantia de seus membros;
H - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
III - planos plurianuais, diretrizesorçamentãnas e orçamentos.
§ 2° A delegação ao Conselho deMinistros terá a forma de resoluçãodo Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos doseu exercício.
§ 3° Se a resolução determinar aapreciação do projeto pelo CongressoNacional, este a fará em votação única, vedada qualquer emenda.
Art. 83. As leis complementaresserão aprovadas por maioria absoluta.
SEÇÃO IXDa Fiscalização
Financeira, Orçamentária,Operacional e Patrimonial
Art. 84. A fiscalização financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União, quanto aos aspectosde legalidade, legitimidade, eficácia,eficiência e economicidade, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno dos PoderesLegislativo, Executivo e Judiciário, naforma da lei.
Parágrafo único. Prestará contasqualquer pessoa física ou entidade pública que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou, por qualquer forma, administre dinheiros, bens e valores públicos, ou pelos quais a União responda,ou, ainda, que em nome desta assumaobrigações de natureza pecuniária.
Art. 85. O controle externo, acargo do Congresso Nacional, seráexercido pelo Tribunal de Contas daUnião, ao qual compete:
I - apreciar as contas prestadasanualmente pelo Primeiro-Ministro,mediante parecer prévio a ser elaborado em sessenta dias a contar do seurecebimento;
H - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, inclusivedas fundações e sociedades instituídasou mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que deremcausa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo àFazenda Nacional;
IH - apreciar, para fins de registro,a legalidade dos atos de admissão depessoal, a qualquer título, na adminis-
Tudo igual:o Presidenteda República
continuarápossuindo o
direito de veto
Os cidadãos eas entidadescivis poderão
denunciarirregularidadesperante o TeU
tração direta e indireta, inclusive nasfundações instituídas ou mantidas peloPoder Público, excetuadas as nomeações para cargo de natureza especialou provimento em comissão, bem como das concessões de aposentadorias,reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem ofundamento legal do ato concess6rio;
IV - realizar inspeções e auditoriasde natureza financeira, orçamentária,operacional e patrimonial, inclusivequando requeridas pelo Ministério PÚblico junto ao Tribunal, nas unidadesadministrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e demaisentidades referidas no inciso lI;
V - fiscalizar as empresas supranacionais de cujo capital social a Uniãoparticipe, de forma direta ou indireta,nos termos do respectivo tratado constitutivo;
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União,mediante convênio, a Estado, ao Distrito Federal ou a Municípios;
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional ouqualquer de suas Casas, por iniciativada comissão competente, sobre a fiscalização financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e, ainda, sobreresultados de auditorias e inspeçõesrealizadas;
VIH - aplicar aos responsáveis, emcaso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, dentreoutras cominações, multa proporcional ao vulto do dano causado ao erário;
IX - assinar prazo para que o õrgão ou entidade adote as providênciasnecessárias ao exato cumprimento dalei, se verificada ilegalidade;
X-sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputadose ao Senado Federal;
XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusosapurados.
§ 1° Na hip6tese de sustação decontrato, a parte que se considerarprejudicada poderá interpor recurso,sem efeito suspensivo, ao CongressoNacional.
§ 2° Se o Congresso Nacional, noprazo de noventa dias, por sua maioriaabsoluta, não se pronunciar sobre orecurso previsto no parágrafo anterior, prevalecerá a decisão do Tribunal.
§ 3° As decisões do Tribunal deque resulte imputação de débito oumulta terão eficácia de título executivo.
§ 4° O Tribunal encaminhará aoCongresso Nacional, trimestral eanualmente, relat6rio de suas atividades.
Art. 86. A comissão mista permanente a que se refere o § 1° do artigo187, diante de indícios de despesas nãoautorizadas, ainda que sob a forma deinvestimentos não programados ou desubsídios não aprovados, poderá, pelamaioria absoluta de seus membros, solicitar à autoridade governamentalresponsável que, no prazo de cincodias, preste os esclarecimentos neces-
sários.§ 1° Não prestados os esclareci·
mentos, ou considerados insuficientespor dois terços dos membros da comissão, esta solicitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.
§ 2° Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a comissão, se julgarque o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional asustação da despesa.
Art. 87. O Tribunal de Contas daUnião, integrado por onze Ministros,tem sede no Distnto Federal, quadropr6prio de pessoal e jurisdição em todo o territ6rio nacional, exercendo,no que couber, as atribuições previstasno artigo 112.
§ 1° Os ministros do Tribunal deContas da União serão escolhidos dentre brasileiros maiores de trinta e cincoanos, de idoneidade moral, reputaçãoilibada e not6rios conhecimentos jurídicos, econômicos, financeiros ou deadministração pública, obedecidas asseguintes condições:
I - um terço indicado pelo Presidente da República, com aprovaçãodo Senado Federal;
H - dois terços escolhidos peloCongresso Nacional, sendo:
a) dois dentre os auditores indicados pelo Tribunal em lista tríplice, alternadamente, segundo os critérios deantigüidade e merecimento;
b) os demais, com mandato de seisanos, não renovável.
§ 2° Os ministros, ressalvado,quanto à vitaliciedade, o disposto naalínea "b" do inciso 11 do parágrafoanterior, terão as mesmas garantias,prerrogativas e impedimentos dos ministros do Superior Tribunal de Justiçae somente poderão aposentar-se comas vantagens do cargo quando tenhamexercido efetivamente por mais de cinco anos.
§ 3° Os auditores, quando emsubstituição a ministros, têm as mesmas garantias e impedimentos dos titulares.
§ 4° Os auditores, quando noexercício das demais atribuições da judicatura, têm as mesmas garantias eimpedimentos dos juízes dos Tribunais Regionais Federais.
Art. 88. Os Poderes Legislativo,Executivo e Judiciário manterão, deforma integrada, sistema de controleinterno com a finalidade de:1-avaliar o cumprimento das me
tas previstas no plano plurianual, aexecução dos programas de governoe dos orçamentos da União;
H - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficáciae eficiência, da ~estão orçamentária,financeira e patnmonial nos 6rgãos eentidades da administração federal,bem como da aplicação de recursospúblicos por entidades de direito privado;
IH - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bemcomo dos direitos e haveres da União;
IV - apoiar o controle externo noexercício de sua missão institucional.
§ 1° Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimentode qualquer irregularidade ou abusodele, darão ciência ao Tribunal deContas da União, sob pena de responsabilidade solidária.
§ 2° Qualquer cidadão, partidopolítico, associação ou sindicato é parte legítima para denunciar irres.ularidades ou abusos p-erante o Tnbunalde Contas da União, exigir-lhe completa apuração e a devida aplicaçãodas sanções legais aos responsáveis,ficando a autondade que receber denúncia ou requerimento de providências solidariamente responsável em caso de omissão
Art. 89. As normas estabelecidasnesta seção aplicam-se, no que couber, à organização e fiscalização dosTribunais de Contas dos Estados e doDistrito Federal e dos Tribunais eConselhos de Contas dos Municípios.
Parágrafo único. As Constituiçõesestaduais disporão sobre a composiçãodos Tribunais de Contas respectivos,que serão integrados por sete Conselheiros.
Jornal da Constituinte 13
A Comissão de Sistematização estávotando assuntos importantes da vidanacional. Se você concorda ou discordadas decisões é hora de se pronunciar,pois tudo poderá ser revisto emplenário. Mais do.que nunca é hora doleitor influir, participar.
Preços dosaluguéis
Srs. Constituintes,Com o Plano Cruzado os alu
guéis estão um absurdo, não seise o nosso salário é que está muitobaixo ou se os proprietários é queestão explorando. Teria que haverum controle de preços de casas para as classes baixa, média e alta,pOIS do jeito que vai vamos acabarmorando debaixo da ponte. (... )Vilma Gonçalves de Almeida Cin-
traUberlândia - MG
Reformade base
Srs. ConstítumtesA última Constituição brasileira
foi em 1964, havendo em 1967uma emenda constitucional. De lápara cá, muitas mudanças houveram, ficando a lei intacta por duasdécadas. Minha sugestão, portanto, é que haja uma reforma de ba-
.se, eliminando todas as mordomias desnecessárias que só servempara aumentar e consumir o dinheiro público, em detrimento daclasse operária, que é a mais sacrificada, enquanto os riscos continuam intocáveis.
Izabel de Faria CoelhoBelo Horizonte - MG
Tráficode drogas
Srs. Constituintes,Que haja uma lei bem rígida pa
ra acabar com o tráfico de drogas,acabar com os plantios e com os'centros distribuidores; distribuirfolhetos explicativos sobre a Aids,como se prevenir, e sobre as drogas - como sair delas e como evitá-las. Que o Brasil tenha justiça;
Ique os bandidos sejam punidos severamente com sérios castigos, pa'ra assim servir de exemplo para'os outros. (... )
FranCISCo BartasePirapozinho - SP
Uber1M.dla, 31 de outubro de 1..981
Exmo. Sr.
Dr. U1ye.l!l8s GuJ.m.a.reB
DD. Presidente da Aseembl.éia NacionAl Constituinte.
Prezado Senhor;
Com o objetJ.vo de colaborar com a nOSSa Nação, durante o período
em que tu.1. diretor e editor, do jornaJ. Correio Reg:z.on8J., da cJ.dade t
paulista de Kacaub81, o patriotismo arrai!,ado ell minhaa entranhas, t
levou-me a escrever sobre o Sistema de Governo; o Sistema Parlamen1;a
rilSta. Inconte"tavelemente, o Único capaz de dar 80S cidadãos e à pitria, ao Pa1S e à Nação, a !'arantia legÍt:L1la de u. regJ.lI' democrlÍti_
co.
Con~io nos Coneti tUJ..ntes. Não sendo Partidmo, mas, sendo BJ.mpá
tlCO ao P.M.D.B., sei que tudo será t'eito em nome de uma Nova RepÚbl!
cai pOi", o termo NOTa - deverá de ser usado, Somente quando OIS tra
ba1.ho8 dos Constituintes el!lt1 verem realizado8. E nada melhor para UlIl'J
Nova Repúbllca, acompanhada d.e um novo Sl.Btema de ncveme ,
Alili.!I, o perâ enerrtar-í eno , é o sistella, onde o pol!tl.co, o homem
público, tem por ~undamento, por ptlncipio, por caráter, a yergonha,
o patrioti.9l1o e a honra,. 11 dJ.gnJ.dade e 8. 1101"81 para o desempenho de
Suas tunçã ea,
i tri.etí.esill.o Ter, Ul1 homem público ser ohamado de corrupto, de
ladrão, de ISS vergonh!l, e, até meemo quaJ.it~cado em luüavras de bai
xo nível, como 88 Já exposta8. O hcaem público, tem como por obr1.gaçàl
de ence.rn.ar a aut'ondade, Bem ser :!I.utoritário. Tem qt18 uear- o Poder.
Nunca abusar do Poder. Homem públ~co sem autoridade, não é pubj.a ec e
sequer homem é. É um quinta coluna. '" lei dá a competência. 30 o ce
r~ter dá a autondade. Confiança não se impõe. Adquire-ee.
A moralidade dos politic08, é ante!! de tudo, ~ruto do SiBtca do
GoTerno. O Parlamentarismo e o cerne do car~ter, da moral~dade e da
democrli.cJ.a. O Pre.eidencieliemo é o germe de todos 08 males que detur
pam todos 08 'Pr1noipUH~ de ordem, de oa.ráter, de moralidade e de dl&
nidade. O Pre8idene~alJ.lSmo, especificamente o do Brasil, é o câncer
da Nação, do Pa1.a e do povo.
Tenho certeza absoluta e BOU convicto de que o casamento da Nova
República COII o parlamentarismo, o Pa1l1 terá como ~l.lho legÍtl.mo, a
grandeza. da Nação, que glonosmen1;. legará à história, a grandeza
do povo braD1leiro.
Na oportunidade, registro o t1eu a!trtuotSo csc-mnc e a minha. admi
ração pela oompetência. lo ilu8tre Consti'tuinte, pelo carliter e pela
dignidade d. V. Excia. Saúdo-o pelo tl!l!lto que já fez e fas pelo nos
:'30 ~0r10l!lO Bral!lil.
Pela dil!lcriç.áo do 11ulrt:re Parlamentar, &QBtan.a de Saber s. OIS
arti~l!I que tt!ltâo (em anexo) 11erecem aJ.gtlIls consideração de V. kTJ1a.
Atenc10lSaB Saudações,
Controleestatal
Srs. Constituintes,Que se vincule o pagamento da
dívida externa à existência de reservas, saldo da balança comerciale inexistência do déficit público einflação. O atual conteúdo do art.179 da Constituição vigente seriaassim redigido: "Compete ao Estado organizar e explorar as atividades econômicas. Pode o Estadodelegar algumas dessas atividades,por prazo certo, a ser fixado porlei, em cada caso, mediante concessão, atendida sempre a conveniência de interesse público. Parágrafo t1nico: Todas as atividadeseconômicas atualmente em funcionamento no País são consideradas, a partir da vigência destaConstituição, concessões de serviço público".
Pedro Lúcio GilBelo Horizonte - MG
Trabalhadorrural
Srs, Constituintes,Que o trabalhador rural seja
aposentado aos 50 anos de idade;que a reforma agrária não seja feita da maneira como está sendorealizada pelo Incra, que o trabalhador, mesmo que não tenha terra, não seja perseguido pela Justiça, e que ele pague a renda deacordo com o Estatuto da Terra;que o sindicato rural tenha maisautonomia; que o trabalhador rural tenha acesso à Previdência eque os constituintes façam uma retrospectiva nos créditos rurais evejam que s6 quem está tendoacesso ao crédito agrícola é o grande latifundiário.
Sindicato dos Trabalhadores Ru-irais 'de Francisco Dantas
Francisco Dantas - RN
POLíCIA MILITAR DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Belo Hor i zon t e , ~"S: de outubro de 1987.
Of Nr fon /87
Senhor Deputado,
Acusando recebimento, nesta Polícia Militar, d~
"Jornal da Constituinte" agradeço a V. Exa. e, na oportunidadeapresento-lhe os cumprimentos pelo excelente trabalho.
A Polícia Militar de Mlnas, vocaclonada, há 156
anos, para a Segurança Públlca, ou seja, para proteção, assistê~
cia e socorro ao cidadão e ã comunidade, acompanha, através doperiódico acima, o desenvolvimento dos trabalhos da Assembléia'
Nacional Constituinte, de interesse de toda a sociedade brasilelra.
Atenciosamente,
d,"~~~á.0ZJ//-vLJOsl/~~O~IOR, CORONEL PM
COMANDANTE GERAL
Concursospúblicos
Srs. Constituintes'Gostaria que nesta nova Consti
tuição brasileira, sejam mudadosos destinos dos brasileiros paramelhor. Espero que as pessoasque se inscrevam em concursospúblicos e sejam aprovadas, venham a ser chamadas ao trabalho.(...) Espero que os senhores membros que tenham a 'responsabilidade de traçar nossos destinos nãose vendam para os poderosos, economicamente falando, ou só porque simplesmente eles tenhammuitos votos para oferecer. (... )
José Norberto da SilvaRecife- PE
Direitos para todosSrs. Constituintes,Esperamos que a Constituinte
se firme na direção de pessoas quenos possam favorecer em maioresesclarecimentos de. um Brasilconsciente, que mereça dos seuscidadãos a alegria de ser brasileiro, e que nesta nova Constituiçãoaconteçam os direitos de todos.
José Alves de OliveiraSerrolândia - BA
ASSOCIAÇAO DOS DEFENSORES PÚBLICOS DOESTADO DO RIO DE JANEIRO
Rua São José, 4.6/1103-4 ~ Centro - Rio de Jane11'OCEP 20000 - Telefone 231-1687
Rio de Janea r-c , 15 de outubro de 1987.
Ao Exmo , Sr. Diretor Responsável do JORNAL Q! CONSTITUINTED. D. Deputado MARCELO CORDEIROCâmara dos Deputados - ADIRP70.160 - Brasilia - DF
Senhor Dar-eb or-,
Antes de mais nada nossos e rus avcs parabéns p~la a de í.a do JORNAL Q! CONSTITUINTE que sem dúvida alguma r~
pr-eaent.ar-á , no futuro, ex t r-aor-da.nár-a.a fonte de dados sobre ostraba.lhos que ho je se desenvolvem no se i o da ANC.
No maas , desejamos louvar a Ccmas sjio de SIstemamaecâo pela enorme aens rb i.La dade demonstrada ao d~r à Defp!!sor-ia Púb Laca , através do Art. 148 e seu parágrafo unico, doSegundo subet.i t.ut.ãvo ao Projeto de Constituição, tratamentoLgua Lã t ar-a.o ao do M1.nJ.stér~o púb1100. oanhar-âo , certament;,os m~lhões de brasileiros carentes, beneme r-at.o s de assiste!!c ãas rur-Ld ã ca e judicJ.árIa, nunca Lnf'er-Lor' is que são prestada a aos maa s afortunados.
Atenciosamente,
~~.(.~~<.<. .. <.?
R ERTO VITiI'GLIANOpr-es r dent.e
14 Jornal da Constituinte
Modificada arepresentação
do Piauí
tos; Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); AEC doBrasti; Movimento de Base(MEB); Instituto dos Arquitetosdo Brasil (IAB); Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ);Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CaNTAG); Comitê Pró-Autonomiado DF; Central Única dos Trabalhadores (CUT); Confederaçãodos Professores do Brasil; ComitêPró-Participação Popular/MG;Diretório Nacional do PT; Plenário Pró-Participação Popular/SP.
o empresário e editor ÁlvaroPacheco (foto), de 44 anos, assumiu o mandato de constituinte, nacondição de senador pelo PFL doPIauí. Ele ocuEoUa cadeira de Hugo Napoleão (PFL-PI) que foi nomeado ministro da Educação naúltima reforma ministerial. A posse do novo constituinte ocorreu noplenário do Senado, em sessãopresidida pelo senador HumbertoLucena. Em decorrência da ida deHugo Napoleão para o MEC,reassumiu o mandato de constituinte o senador Jorge Bornhausen, que vinha exercendo aquelaPasta.
do presidente da República emcinco anos.
No primeiro aniversáno da Proclamação da República foi instalada a Assembléia Constituinte,que escolheu uma comissão paraanalisar e dar parecer sobre a proposta de Constituição decretadapelo Governo Provisório.
A 10 de dezembro, a ComissãoEspecial apresentou seu parecer,acompanhado de dois votos em separado: um tratando da unidadeda magistratura, apoiado por vários parlamentares e outro, de Júlio de Castilhos, defendendo umsistema de discriminação de rendas, pela idéia da Câmara única,de pluralidade de legislação, deeleição direta do presidente daRepública, de capacidade eleitoral dos analfabetos e dos padres.a projeto foi revisado por RuiBarbosa, membro do GovernoProvisório.
De acordo com depoimentos daépoca "o Congresso Constituintefoi dividido em quatro grupos: odos descontentes, o dos irrequietos e revolucionários, o dos ordeiros, que queriam conservar melhorando, e o dos desiludidos.
No dia 24 de fevereiro de 1891,a Constituição republtcana foi publicada. A proposta decretada pelo Governo Provisório foi discutida e votada pela Constituinte empouco mais de três meses.
rsentimentos e vontades do povobrasileiro em relação à Constituinte, e repudiando as ameaças aobom andamento dos seus traba-lhos, deverá também ser elaborado pelas entidades que adenramao movimento.
Integram o movimento as segumtes entidades: Plenário PróParticipação na Constituinte/RJ;Departamento Intersindical deAssessoria Parlamentar (DIAP);Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (ANDES);Federação Nacional dos Arquite-
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Guimarães sua apreensão em faceà campanha ostensiva do grandelobby empresarial contra os avanços sociais, o processo de participação popular, a reforma agráriae as estatais brasileiras. E informou ao presidente da Constituinteque será feita uma ampla convocação a todas as entidades da sociedade CIVil do País, com vistasà criação de uma articulação permanente capaz de fazer frente àpressão dos empresários.
Um documento registrando os
Decretos do Governo Provisório - após a proclamação da República - o primeiro, publicadoem 27 de dezembro de 1889, convoca eleições para a AssembléiaConstituinte, a serem realizadas nodia 13 de setembro de 1890; o segundo, publicado em 23 de junhode 1890, convoca o primeiro Congresso Nacional - a AssembléiaConstituinte - a realizar-se em 15de novembro de 1890 e publica oprojeto de Constituição elaboradopor uma "comissão de notáveis"da época.
"É preciso elnninar os efeitosdas investidas dos setores retrógrados, como a União Brasileirade Empresários (UBE) e a UniãoDemocrática Ruralista (UDR),contra o processo constituinte eseus avanços". Foi essa a mensagem que um grupo de representantes de entidades da sociedadecivil levou na última quarta-feira,dia 11 de novembro, ao presidenteda Constituinte, deputado UlyssesGuimarães.
O grupo manifestou a Ulysses
ADIRP/Revnaldo Stavale
Há 98 anos, isto é, no dia 15de novembro de 1889, foi proclamada a República pelo marechalDeodoro, que, no exercício doGoverno Provisório, criou, através de decreto, condições para aelaboração de uma nova Constituição.
Dezoito dias após a proclamação, foi criada uma comissão decinco membros para elaborar oprojeto da Constituição Republicana, assim composta: SaldanhaMarinho, Rangel Pestana, Antônio Luiz dos Santos Werneck,Américo Brasiliense de Almeidae Mello e José Antônio Pedreirade Magalhães Castro.
Cada membro dessa comissãoconstitucional elaborou seu próprio projeto deConstituição , sendo que Rangel Pestana e SantosWerneck resolveram trabalhar emconjunto. No final apareceramtrês propostas, já que SaldanhaMarinho ocupou o cargo de presidente da comissão.
No dia 30 de maio de 1890, a"comissão dos cinco", depois deponderar e discutir os três projetosoriginais, elaborou a proposta deConstituição e entregou-a ao Governo Provisório. Nesse projeto,as antigas províncias passaram aser chamadas de Estados; a Câmara dos Deputados teve a legislatura fixada em três anos e o Senado em nove e foi fixado o mandato b!l!l!iII!!!!!!I!!!!!!!!!!!I!!!I!!!!!!I!!!!!!!III!!_!II!!!!!!!!!I!II._l
Quase um século dehistória republicana
Ulysses recebe o grupo que defendea Constituinte e os avanços até aqui obtidos
Defesa da Constituinte
Na TVe norádio, povo
segue aANC
A Assembléia Nacional Constituinte está tendo uma boa penetração Junto à opinião públicaem termos ,da divulgação de seutrabalho. E o que mostra umapesquisa de opinião realizadapelo Instituto Gallup, divulgadapela revista Imprensa, em sua segunda edição, que dá ênfase aopapel cumprido pelo Diário daConstituinte, e Voz da Constituinte editados pelo Serviço deDivulgação da ANC, com a colaboração da Empresa Brasileirade Notícias (EBN) e da Rádiobrás e transmitidos para todo oBrasil pelas emissoras de rádioe de televisão, diariamente.
De acordo com a pesquisa Gallup-Imprensa, 57% do públicopesquisado acompanham o trabalho da Assembléia NacionalConstitumte pela televisão, enquanto 28% tomam conhecimento dos fatos a ela relativosatravés do rádio. Os jornais sãoa fonte de informação de 14%das pessoas ouvidas, e as revistasvêm em quarto lugar, com 3%.No geral, 62% do público, segundo a amostragem, acompanham regularmente o noticiáriosobre a ANC.
A pesquisa afirma, ainda, que"o programa oficial e obrigatório DIário da Constituinte cumpre a função imaginada peloscongressistas". E mostra que23% dos entrevistados nunca viram ou ouviram o Diário masa maioria - 59% - tem acompanhado as transmissões sempreque possível. Os que já viram,mas deliberadamente deixaramde acompanhar o programa segundo o Gallup - representam 18%.
Outro ponto destacado naconsulta ao público é o de queos entrevistados parecem ter umponto de vista consistente em relação ao noticiário: 76% consideram-no lmportante (acompanhem ou não); 70% classificama cobertura da Constituinte útil,61% acham o programa interessante, 55% bem feita e, para46%, o noticiário traz novidade.Os que acham que esse informativo diz sempre a mesma coisarepresentam 45%, enquanto33% o consideram poucoatraente. Esses dados percentuais se referem a cada um doscinco blocos de perguntas sobrea utilidade, o interesse, a importância, a qualidade e as novidades apresentadas pelo informativo.
Num 9uadro estatístico, sobo título 'A vitória do rádio eda televisão", a pesquisa Gallup-Imprensa demonstra que onoticiário sobre a Constituinteatravés desses dois meios de comunicação passa no teste de público. a quadro ressalta a observação de que a grande maioriatem prestigiado esse trabalho informativo, emprestando-lhe credibilidade.
A pesquisa empreendida peloInstituto GaIlup teve como palcoa Grande São Paulo e foi feitaatravés de entrevistas pessoais edonncíliares, no período de 3 a5 de outubro, tendo como universo um total de 610 pessoasouvidas - homens e mulheres- com distribuição baseada emdados do IBGE.
Jornal da Constituinte 15
ADIRPlReynaldo Stavale
Crianças gaúchas também fazem a sua carta
ADIRPlReynaldo Stavale
ADIRPlReynaldo Stavale
Na Carta Constitucional Escolar são definidos os princípios básicos a serem observados por crianças e adultos naquela escola,com a fixação de uma série de direitos edeveres, que, se cumpridos, resultarão numambiente escolar feliz, criativo, respeitoso,onde a individualidade e a coletividade sejam consideradas em suas corretas dimensões. A entrega da Carta e do manifestose converteu numa verdadeira festa dacriançada, quando o presidente UlyssesGuimarães garantiu que tudo o que se fazna ANC é para a construção de um Brasilmelhor.
em todos os setores, como medida fundamental para evitar que a história do Brasilseja manchada por acontecimentos dolorosos.
Jornal da Constituinte
Enquanto os constituintes trabalham para dar ao Brasil uma nova Carta constítucional, que todos querem mais justa, moderna e humana, crianças, pais e professores gaúchos produziram, depois de muitos debates, a Primeira Carta Constitucional Escolar, por iniciativa do Centro Integrado de Desenvolvimento Infantil Ipanemirim, em Porto Alegre.
Uma cópia constituição escolar - iniciativa inédita no Brasil - foi entregue aopresidente da Assembléia Nacional Constituinte, Ulysses Guimarães, por uma comissão de alunos, pais e mestres, acompanhadade um manifesto formulado pela direçãoe equipe técnica e alunos daquele Centro.Nesse manifesto, os constituintes são conclamados, acima 'de tudo, a buscar o princípio da Justiça para a sociedade brasileira,
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