volpato gilson ciencia da filosofia a publicacao primeiras p ginas

Upload: rodolpho-da-cruz-rangel

Post on 14-Oct-2015

59 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 5/24/2018 VOLPATO Gilson Ciencia Da Filosofia a Publicacao Primeiras p Ginas

    1/29

  • 5/24/2018 VOLPATO Gilson Ciencia Da Filosofia a Publicacao Primeiras p Ginas

    2/29

  • 5/24/2018 VOLPATO Gilson Ciencia Da Filosofia a Publicacao Primeiras p Ginas

    3/29

    Gilson Luiz Volpato

    6 edio

    So Paulo, SP

    Cultura Acadmica

    2013

  • 5/24/2018 VOLPATO Gilson Ciencia Da Filosofia a Publicacao Primeiras p Ginas

    4/29

    Cincia: da filosofia publicaoCopyright @ Gilson Luiz Volpato, 2013

    www.gilsonvolpato.com.br

    Todos os direitos reservados. No pode ser utilizada ou reproduzida em qualquermeio ou forma, nem apropriada ou estocada em sistema de banco de dados, sem a

    expressa autorizao do detentor dos direitos autorias desta edio.

    Capa: Fernanda Moreno Sanchez Volpato

    Reviso Crtica: Helene Mariko Ueno

    Reviso Gramatical: Jos Tereziano Barros Neto([email protected])

    Ficha catalogrfica elaborada pela Seo Tcnica de Aquisio e Tratamento da Informao

    Diviso Tcnica de Biblioteca e Documentao Campus de Botucatu UNESP

    Bibliotecria responsvel: Sulamita Clemente Colnago CRB 8/4716

    Volpato, Gilson Luiz. Cincia : da filosofia publicao / Gilson Luiz Volpato. So Paulo : Cultura Acadmica, 2013 377 p. : il. ; 23,5 cm

    Inclui bibliografia ISBN: 978-85-7983-282-6

    1. Filosofia. 2. Cincia. 3. Comunicao. 4. Metodologia.5. Estatstica. I. Ttulo.

    CDD 001.42

    Cultura Acadmica Editora

    Praa da S, 108 Centro

    CEP: 01.001-900 So Paulo SP

    Telefone: (11) 3242-7171

    www.culturaacademica.com.br

  • 5/24/2018 VOLPATO Gilson Ciencia Da Filosofia a Publicacao Primeiras p Ginas

    5/29

    Este livro no para velhos, para jovens;

    mas jovens de esprito,

    no importa a idade que tenham.

    A man can do all things if he will.

    [Leon Battista Alberti (14041472)]

    Ou o sculo XXI dedicado aos valores humanos, morais e ticos...

    ou de nada valeram os avanos tecnolgicos conquistados at aqui.

    [Volpato 2000]

  • 5/24/2018 VOLPATO Gilson Ciencia Da Filosofia a Publicacao Primeiras p Ginas

    6/29

  • 5/24/2018 VOLPATO Gilson Ciencia Da Filosofia a Publicacao Primeiras p Ginas

    7/29

    HOMENAGEM PSTUMA

    DEDICO este livro educao brasileira. Aquela educao que me permitiu ingressarnuma universidade pblica de bom nvel. Aquela educao que me fez fascinar-me pelas trilhas dacincia. Aquela escola pblica na qual, muitas vezes, aprendi nos livros de meus prprios professores.Aquela educao valorizada e competente. A educao brasileira do ensino primrio, ginasial e cole-gial, que vivi at o ano de 1974. Essa mesma... a educao pblica do ensino fundamental e mdio quevi morrer, sucateada por ideias medocres e de ganncia lucrativa. A educao brasileira que tivemos,

    de excelncia, e que poucos, mas poderosos, quiseram que no sobrevivesse. Se hoje somos um pascom educao pblica sucateada no porque no tivemos a competncia de construir a excelncia,mas simplesmente porque ela foi assassinada por interesses no educacionais.

    Se hoje lhes escrevo este livro, porque nasci no momento ainda certo, quando o pobrepodia receber estudo pr-universitrio de primeira linha. E fao esta homenagem porque os jovensprecisam saber que houve um tempo em que nossa educao bsica e fundamental pblica e gratuitaera a excelncia, mas foi sucateada, assassinada. Esse foi, sem dvida, o pior crime cometido contranossa nao.

    Ser que, em breve, terei que homenagear tambm a universidade pblica brasileira?

  • 5/24/2018 VOLPATO Gilson Ciencia Da Filosofia a Publicacao Primeiras p Ginas

    8/29

  • 5/24/2018 VOLPATO Gilson Ciencia Da Filosofia a Publicacao Primeiras p Ginas

    9/29

    SUMRIO

    AGRADECIMENTOS .............................................................................................................. 17

    SOBRE O AUTOR .................................................................................................................... 19

    PREFCIO SEXTA EDIO ................................................................................................ 23

    PRIMEIRAS PALAVRAS ......................................................................................................... 27

    PARTE 1 - DA FILOSOFIA CINCIA ..................................................................... 31

    NOES DA HISTRIA DA CINCIA EMPRICA ..................................................................... 33

    O incio ..................................................................................................................................................... 34

    O incio de uma nova era .................................................................................................................... 38

    Filosofia medieval .................................................................................................................................. 42

    Renascimento medieval ....................................................................................................................... 44

    Incio da cincia moderna ............................................................................................................... 45

    O racionalismo .................................................................................................................................... 53

    O debate racionalismo empirismo ............................................................................................... 55

    Referncia ............................................................................................................................................... 57

    Obras consultadas ................................................................................................................................. 57

    Literatura complementar ...................................................................................................................... 57

  • 5/24/2018 VOLPATO Gilson Ciencia Da Filosofia a Publicacao Primeiras p Ginas

    10/29

    PARTE 2 - DO ERRO FORMAO ....................................................................... 59

    CAPTULO I - A Deformao de Cientistas ................................................................ 63

    I-1 O que ser cientista? ........................................................................................................................ 64

    I-2 Como impedir a formao de um cientista? ................................................................................. 65

    I-3 Como as agncias de fomento pesquisa podem prejudicar a formao de um cientista? .... 65

    I-4 Como as instituies de ensino e pesquisa podem prejudicar a formao de um cientista? .... 67

    I-5 Como os professores podem prejudicar a formao de um cientista? ...................................... 68

    I-6 Como os orientadores podem prejudicar a formao de um cientista? .................................... 70

    I-7 Como o prprio aluno pode prejudicar sua formao cientfica? ............................................. 71

    Referncias ............................................................................................................................................... 73

    Literatura Complementar ........................................................................................................................ 73

    CAPTULO II - Cincia ................................................................................................ 75II-1 O que cincia? ................................................................................................................................ 75

    II-2 O que uma pesquisa cientfica? .................................................................................................. 81

    II-3 Resumidamente, o que caracteriza o mtodo cientfico? ......................................................... 82

    II-4 As pesquisas qualitativas tambm usam base emprica? ........................................................... 83

    II-5 Nas Cincias Humanas as coisas so mesmo diferentes? .......................................................... 84

    II-6 O que Cincia Natural? E Cincia Formal? .............................................................................. 87

    II-7 O que conhecimento cientfico? ................................................................................................. 88

    II-8 As concluses cientficas so verdadeiras? .................................................................................. 89

    II-9 Induo: problema ou soluo? ................................................................................................... 92

    II-10 O que so hiptese, tese, teoria, lei, hiptese ad hoc, predio, argumento, falcia, 00postulado, dogma e mito? ........................................................................................................... 95

    II-11 Como ocorre progresso na cincia? ............................................................................................ 98

    II-12 Qual a diferena entre cincia bsica e cincia aplicada? ........................................................ 101

    II-13 Basta tecnologia? .......................................................................................................................... 104

    II-14 Devemos preferir as pesquisas aplicadas? ............................................................................... 105

    II-15 A cincia amoral? .................................................................................................................... 108

    II-16 O cientista pode ser religioso? ................................................................................................... 108

    Referncias .............................................................................................................................................. 110

    Literatura Complementar ...................................................................................................................... 111

  • 5/24/2018 VOLPATO Gilson Ciencia Da Filosofia a Publicacao Primeiras p Ginas

    11/29

    CAPTULO III - Publicao Cientfica ....................................................................... 115III-1 O que publicar? ............................................................................................................................. 115

    III-2 Por que publicar? .......................................................................................................................... 116

    III-3 O que diferencia as revistas cientficas das revistas de divulgao cientfica? ...................... 116

    III-4 O que uma revista cientfica internacional? .......................................................................... 117

    III-5 Como classificar as revistas cientficas? ...................................................................................... 118

    III-6 Qual o formato de uma revista cientfica? ............................................................................... 120

    III-7 Qual o formato de um artigo cientfico? .................................................................................. 120

    III-8 O que est mudando nas revistas cientficas? ............................................................................. 122

    III-9 Em qual idioma publicar? ............................................................................................................. 123

    III-10 Quem paga os custos das revistas cientficas? .......................................................................... 124

    III-11 Quais so as principais qualidades de um peridico cientfico? ........................................... 125

    III-12 Onde encontrar as melhores revistas? ....................................................................................... 126

    III-13 Como escolher a revista para publicao? ................................................................................ 127

    III-14 Como o processo de publicao de artigos? ......................................................................... 128

    III-15 Como os revisores avaliam nosso manuscrito? ........................................................................ 129

    III-16 Como deve ser a carta de encaminhamento ao editor? .......................................................... 131

    III-17 Quanto tempo demora para receber a resposta do editor? .................................................... 131

    III-18 Meu manuscrito foi negado... o que devo fazer? ...................................................................... 132

    III-19 Como devo responder aos revisores? ........................................................................................ 132

    III-20 O que significa retractedno contexto da publicao cientfica? ............................................ 133III-21 Como os autores e editores de peridicos podem se ajudar para melhorar as revistas 000

    brasileiras? .................................................................................................................................... 133

    Referncias .............................................................................................................................................. 135

    Literatura Complementar ....................................................................................................................... 136

    CAPTULO IV - Avaliao da Atividade Cientfica ................................................... 139

    IV-1 Por que avaliar a atividade cientfica? .......................................................................................... 139

    IV-2 Em termos gerais, como devemos direcionar a avaliao da atividade cientfica? ............... 140

    IV-3 Por que a citao de trabalhos pelos cientistas um critrio importante na avaliao 000da atividade cientfica? ............................................................................................................... 141

    IV-4 A presso por publicao produz fraudes? ................................................................................. 143

    IV-5 Por que h tanta diferena entre reas no processo de avaliao das revistas e dos 000cientistas brasileiros? .................................................................................................................. 143

  • 5/24/2018 VOLPATO Gilson Ciencia Da Filosofia a Publicacao Primeiras p Ginas

    12/29

    IV-6 Qual a melhor base para direcionarmos a avaliao da qualidade cientfica na Academia? .. 145IV-7 Devemos considerar as autocitaes na avaliao da atividade cientfica? ............................ 147

    IV-8 Como est o Brasil no JCR? .......................................................................................................... 148

    IV-9 Quais os ndices mais usados na avaliao da atividade cientfica? ........................................ 153

    IV-10 Que rumo a avaliao da atividade cientfica est tomando? ................................................ 160

    IV-11 Como avaliar um peridico cientfico? ..................................................................................... 166

    Referncias ............................................................................................................................................... 170

    Literatura Complementar ....................................................................................................................... 171

    CAPTULO V - Criao .............................................................................................. 173V-1 Por que a pesquisa precisa de uma boa ideia? ............................................................................. 173

    V-2 O que uma boa ideia? .................................................................................................................. 174

    V-3 Poderia me mostrar exemplos de boa ideia? ............................................................................... 174

    V-4 Sou um excelente aluno... serei um cientista criativo? ............................................................... 177

    V-5 Por que difcil ter uma boa ideia? .......................................................................................... 178

    V-6 importante conhecermos outras reas, ou devemos nos especializar cada vez mais? ....... 179

    V-7 Como escolher a melhor ideia? .................................................................................................... 180

    V-8 Como o esprito empreendedor nos auxilia ter boas ideias? ................................................... 182

    V-9 Como o debate entre Tomas Kuhn e Karl Popper nos auxilia a ter boas ideias? ........... 184

    V-10 De quantos dados e informaes precisamos para apostar numa ideia? .............................. 185

    V-11 No h literatura sobre a pesquisa que idealizei... devo abandon-la? .................................. 187V-12 Uma boa ideia garante uma pesquisa bem sucedida? ............................................................. 187

    V-13 Uma boa ideia garante financiamento do projeto .................................................................. 188

    V-14 Qual o papel da reviso da literatura? ........................................................................................ 188

    V-15. Onde fazer a reviso bibliogrfica? ............................................................................................ 188

    V-16. Como iniciar a reviso bibliogrfica? ........................................................................................ 189

    V-17 Como selecionar os textos obtidos na reviso bibliogrfica? .................................................. 192

    Referncias .............................................................................................................................................. 192Literatura Complementar ...................................................................................................................... 193

    CAPTULO VI - Objetivo ........................................................................................... 195

    VI-1 Qual o ponto de partida para estabelecer o projeto de pesquisa? ............................................ 195

    VI-2 Como o objetivo da pesquisa direciona o desenvolvimento do trabalho? ............................. 196

    VI-3 O que precisamos saber sobre variveis para estruturar o objetivo? ....................................... 198

  • 5/24/2018 VOLPATO Gilson Ciencia Da Filosofia a Publicacao Primeiras p Ginas

    13/29

    VI-4 Como comea uma pesquisa cientfica? ..................................................................................... 200VI-5 Toda pesquisa cientfica necessita de hiptese? ......................................................................... 202

    VI-6 Como a lgica da pesquisa auxilia a estruturao do objetivo? .............................................. 204

    VI-7 Como tornar claro o objetivo do estudo? ................................................................................... 205

    VI-8 Como redigir o objetivo do estudo? ........................................................................................... 207

    VI-9 O que so objetivo geral e objetivo especfico? .......................................................................... 208

    VI-10 Onde o objetivo aparece no texto? ............................................................................................ 211

    Referncias .............................................................................................................................................. 211Literatura Complementar ...................................................................................................................... 211

    CAPTULO VII - Planejamento da Pesquisa ............................................................. 213

    VII-1 Que aes antecedem o planejamento da pesquisa? ............................................................... 213

    VII-2 Por que necessrio o planejamento da pesquisa? ................................................................. 214

    VII-3 Quais as diferenas entre pesquisa quantitativa e pesquisa qualitativa? .............................. 216

    VII-4 Pesquisa de campo ou de laboratrio: qual a melhor? ............................................................ 217

    VII-5 Mtodo ou tcnica? ..................................................................................................................... 218

    VII-6 Devemos preferir as tcnicas sofisticadas? ............................................................................... 219

    VII-7 Qual deve ser o papel do estatstico na definio do planejamento da pesquisa? .............. 221

    VII-8 Todo trabalho quantitativo necessita de anlise estatstica? .................................................. 221

    VII-9 O que e para que serve o estudo piloto? ................................................................................ 223

    VII-10 Qual a lgica bsica das pesquisas cientficas? ...................................................................... 223VII-11 Qual a diferena entre associao e correlao? .................................................................... 227

    VII-12 Como os tipos lgicos de pesquisa ajudam no delineamento do estudo? ......................... 231

    VII-13 O que o delineamento de uma pesquisa? ............................................................................ 233

    VII-14 O que grupo controle? Quais as principais ferramentas de controle? ............................. 236

    VII-15 Devo usar os mesmos indivduos nos grupos experimentais? ............................................ 239

    VII-16 possvel controlar todas as variveis em uma pesquisa cientfica? .................................. 242

    VII-17 O que amostra? ....................................................................................................................... 243VII-18 Como determinar o tamanho da amostra e o nmero de rplicas/repeties? ................ 244

    VII-19 Quando escolher o teste estatstico? ........................................................................................ 251

    VII-20 Como escolher o teste estatstico? ........................................................................................... 252

    VII-21 Qual a estrutura de um projeto de pesquisa? ..................................................................... 255

    Referncias .............................................................................................................................................. 257

    Literatura Complementar ...................................................................................................................... 258

  • 5/24/2018 VOLPATO Gilson Ciencia Da Filosofia a Publicacao Primeiras p Ginas

    14/29

    CAPTULO VIII - Coleta de Dados ........................................................................... 261VIII-1 A coleta de dados a principal parte da pesquisa? ................................................................ 261

    VIII-2 Toda pesquisa cientfica envolve coleta de dados? ................................................................. 263

    VIII-3 Como garantir que os dados coletados estejam corretos? .................................................... 264

    VIII-4 Como preservar os dados coletados? ....................................................................................... 265

    Referncia ............................................................................................................................................... 265

    Literatura Complementar ...................................................................................................................... 265

    CAPTULO IX - Anlise e Interpretao de Resultados ............................................ 267IX-1 Os dados so objetivos ou podemos interpret-los? .................................................................. 267

    IX-2 O que so concluses? Como se diferenciam dos resultados? .................................................. 269

    IX-3 Quando a estatstica ajuda? ........................................................................................................... 272

    IX-4 Quando transformaes em percentuais podem prejudicar a anlise? ............................ 274

    IX-5 Por que se usa nvel crtico geralmente a 5% ou 1%? ................................................................. 275

    IX-6 O que fazer com os dados que mostram apenas tendncia significncia? ........................... 277

    IX-7 O que fazer quando os dados coletados no sustentam a hiptese? ........................................ 278

    IX-8 O que fazer quando os dados so muito discrepantes daqueles obtidos na mesma 000condio de estudo? .................................................................................................................... 281

    IX-9 Que cuidados tomar para se concluir sobre correlao entre variveis? ................................ 284

    IX-10 Por que relacionar os resultados e concluses com os de outros autores? ............................ 286

    IX-11 At que ponto possvel avanar nas generalizaes durante a elaborao 000das concluses? ......................................................................................................................... 287

    Referncias ............................................................................................................................................. 289

    Literatura Complementar ..................................................................................................................... 289

    CAPTULO X - Redao Cientfica ............................................................................ 293X-1 H diferenas na redao entre TCC, Dissertao, Tese e Artigo Cientfico? ........................ 293

    X-2 Qual a lgica de um texto cientfico? ......................................................................................... 294X-3 Qual a estrutura bsica de um texto cientfico? ....................................................................... 296

    X-4 Como saber se um conjunto de dados suficiente para constituir um artigo? ...................... 298

    X-5 Qual a rotina para a redao de um texto cientfico? ................................................................. 299

    X-6 Por onde inicio e em que sequncia redigir um artigo cientfico? ........................................... 302

    X-7 Quantas pginas deve ter cada parte do texto cientfico? .......................................................... 306

    X-8 Qual o tempo verbal e a pessoa de locuo no texto cientfico? .............................................. 306

  • 5/24/2018 VOLPATO Gilson Ciencia Da Filosofia a Publicacao Primeiras p Ginas

    15/29

    X-9 Onde aparecem as concluses? ..................................................................................................... 308

    X-10 Como escrever o texto do item Resultados? .............................................................................. 309

    X-11 Como estruturar o Material e Mtodos? .................................................................................... 310

    X-12 Qual a funo do item Discusso? ............................................................................................. 313

    X-13 Como devo estruturar a Discusso? ........................................................................................... 313

    X-14 At que ponto posso fazer sugestes e recomendaes? .......................................................... 315

    X-15 Devo incluir propostas para estudos futuros? ........................................................................... 316

    X-16 Como redigir a Introduo? ........................................................................................................ 316X-17 Como nossas agncias atrapalham a redao cientfica? ......................................................... 318

    X-18 O que no devemos citar em nosso trabalho? .......................................................................... 319

    X-19 Quais os principais erros nas citaes? ...................................................................................... 319

    X-20 Quais os tipos lgicos de Resumo? ............................................................................................. 323

    X-21 Como fazer um Resumo Criativo? ............................................................................................. 323

    X-22 Qual a funo do Ttulo do trabalho? ........................................................................................ 325

    X-23 Como elaborar um bom Ttulo? ................................................................................................. 325

    X-24 Como escolher as Palavras Chave (Key-words)? ....................................................................... 327

    X-25 Como escrever o Ttulo curto (Running head)? ........................................................................ 328

    X-26 A quem devo agradecer? .............................................................................................................. 328

    X-27 Como escrever bem? .................................................................................................................... 329

    X-28 Devo recorrer a empresas que corrigem tese/artigos cientficos? .......................................... 335

    X-29 Como definir as autorias de um trabalho cientfico? .............................................................. 337X-30 Como definir a sequncia de autores em um trabalho cientfico? ......................................... 340

    X-31 Quais os riscos em se pontuar currculos por meio da sequncia dos autores? ................... 341

    Referncias .............................................................................................................................................. 341

    Literatura Complementar ...................................................................................................................... 342

    CAPTULO XI - Divulgao em Congressos ............................................................. 345

    XI-1 importante participar de congressos cientficos? Como escolh-los? ................................. 345XI-2 Como fazer um resumo estruturado? ......................................................................................... 346

    XI-3 Como preparar um pster para congresso? ............................................................................... 346

    XI-4 Quais cuidados tomar ao fazer uma comunicao cientfica oral? ......................................... 349

    XI-5 Como preparar uma apresentao PowerPoint mais eficiente? .............................................. 352

    XI-6 Que cuidados tomar ao convidar um palestrante? ................................................................... 357

    XI-7 Que cuidados tomar ao ser convidado para ministrar cursos/palestras? .............................. 360

  • 5/24/2018 VOLPATO Gilson Ciencia Da Filosofia a Publicacao Primeiras p Ginas

    16/29

    Literatura Complementar ..................................................................................................................... 361

    CAPTULO XII - A Formao de Cientistas .............................................................. 363

    XII-1 Por que formar cientistas? .......................................................................................................... 363

    XII-2 Quais os requisitos para ser um cientista? ............................................................................... 365

    XII-3 Todos podem ser cientistas? ...................................................................................................... 369

    XII-4 imprescindvel ao cientista estudar filosofia da cincia? .................................................... 370

    XII-5 Quando se inicia a formao de um cientista? ....................................................................... 371XII-6 A ps-graduao tem formado cientistas? .............................................................................. 372

    XII-7 Voc doutor... quer virar cientista? ........................................................................................ 373

    Referncias ............................................................................................................................................. 374

    Literatura Complementar ..................................................................................................................... 375

  • 5/24/2018 VOLPATO Gilson Ciencia Da Filosofia a Publicacao Primeiras p Ginas

    17/29

    AGRADECIMENTOS

    Inicialmente, quero agradecer ao combustvel que mantm aceso meu ideal de contribuir parauma melhora da formao cientfica das pessoas. Esse combustvel vem de todas aquelas pessoas que tmconfiado em meu trabalho, seja me levando para falar para algumas plateias ou transferindo a outros aspropostas que defendo. Essas pessoas so muitas e no conheo a todas, mas cada uma perceber meuagradecimento.

    Como esta obra recebeu apoios especficos nas edies anteriores, no posso deixar seus nomes

    perderem-se no tempo. So eles, na sequncia em que apareceram: Katsumasa Hoshino; Yuriko YanagizawaNogueira de Almeida Pinto, Clia Maria Dria Frasc Scorvo, Newton Castagnolli, Wagner CotroniValenti, Dorotia Rossi Silva Souza, Alfredo Pereira Jr., Mriam Cel Porto Foresti, Priscila Willik Valenti,Marize M. DallAglio Hattnher, Jos Raimundo de Souza Passos, Maria Auxiliadora Campos Dessen, AssafBarki, Carla Patrcia Carlos, Edmundo Jos de Lucca, Maria Lcia Negreiros Fransozo, Oduvaldo CmaraMarques Pereira, Roberto Leung, Fernanda Moreno Sanchez Volpato, Yara Fernandes Volpato e NaiaraFernandes Volpato. Na confeco da ficha catalogrfica contei sempre com o apoio de Enilze de SouzaNogueira Volpato e Sulamita Selma Clemente Colnago.

    Mais recentemente, o Dr. Marco Aurlio Leite, Depto. de Cincias Florestais, UniversidadeFederal de Lavras, Lavras, MG, me enviou uma lista de pequenos equvocos gramaticais, de digitao ou desentido que estavam na quinta edio, os quais corrigi nos locais onde os textos foram mantidos nesta sextaedio. Agradeo, ainda, ao Dr. Paul G. Kinas, da FURG, RS, que me alertou e forneceu parte do materialpara a anlise da crtica s ideias de Popper, no que tange induo.

    E, finalmente, minha famlia, esposa e filhas, que me motivam, me do estrutura e entusiasmopara enfrentar essa busca quase insana de meu ideal. At mesmo a mais novinha delas, que apenas se inicianas primeiras palavras, mas que certamente aprender a us-las com sabedoria para o bem da humanidade.

  • 5/24/2018 VOLPATO Gilson Ciencia Da Filosofia a Publicacao Primeiras p Ginas

    18/29

  • 5/24/2018 VOLPATO Gilson Ciencia Da Filosofia a Publicacao Primeiras p Ginas

    19/29

    SOBRE O AUTOR

    Para que os leitores conheam um pouco mais sobre os motivos que me levaram a escrevereste livro, tenho que reportar sobre minha ida cincia. Na vida pr-universitria j tinha o sonhode ser cientista, sem mesmo saber exatamente o que isso significava. Tinha o sonho de construirleis gerais, teorias... construir o saber novo. Fascinavam-me os animais e eu duvidava que mesmoaqueles pequenos animais de jardim, com os quais eu passava horas brincando, pudessem ser apenasautmatos. Essa inquietao, mais as disciplinas de Biologia e Psicologia no colegial 1, me firmaramo desejo de estudar o comportamento animal. Felizmente era um curso oferecido pela Faculdade deCincias Mdicas e Biolgicas de Botucatu (FCMBB), cidade na qual eu residia e, portanto, um cursopossvel de ser feito por algum de classe mdia baixa. Entrei na FCMBB que, no ano seguinte, setornou, sob os protestos de alunos, docentes e discentes, a Universidade Estadual Paulista Jlio deMesquita Filho, a UNESP.

    Minha preocupao com a cincia e o comportamento animal me conduziu busca porestgios. Numa ocasio, procurei um professor da rea Zoolgica para fazer estgio, pois tinha cole-tado em minha casa alguns dados sobre o comportamento de abelhas e precisava de orientao. Para

    minha surpresa, esse professor ignorou meus achados e me props colocar pores de gua comacar prximo colmeia para ver como as abelhas iam quele local. Disse, inclusive, que eu deveriair afastando essa fonte de alimentos e que as abelhas marcariam os locais sem se perder dele. Ora, eleme propunha a ver algo que j se conhecia. Isso me desmotivou completamente, o que j revelavaminha paixo pelo novo, pelo inusitado, caracterstica importante para quem se aventura na Cincia.Felizmente, um ano mais tarde conheci o Dr. Katsumasa Hoshino, um exmio educador e cientista

    1 Na verso moderna, Ensino Mdio.

  • 5/24/2018 VOLPATO Gilson Ciencia Da Filosofia a Publicacao Primeiras p Ginas

    20/29

    20 Gilson Volpato

    e, talvez por ser psiclogo, conduzia muito bem a formao de um novato. Foi a que iniciei minhaformao cientfica. Foi tambm a que tive meus primeiros contatos com a Filosofia, a Cincia, oestudo do comportamento animal... e de tudo isso me orgulho muito. Fiquei sob essa orientaodurante os ltimos anos de minha graduao e toda minha ps-graduao. Mas um mestre sersempre um mestre!

    Certa vez, na volta para casa, o prof. Hoshino me disse que eu era um dos poucos de seusestagirios que tinha interesses gerais. Eu no entendi se isso era bom ou ruim.

    Parte deste livro nasce de minha inteno, ou pretenso, de mostrar algumas portas para

    o caminho da cincia queles que, porventura, no sejam ou no tenham sido agraciados com umaorientao adequada. De fato, o que discuto neste livro o mnimo que deveria ser contempladonuma boa orientao de Iniciao Cientfica e Ps-graduao.

    Minha busca por leis gerais me conduziu a acreditar, no incio dos anos 80, que a cinciadeveria ser internacional. Isso balizou minhas publicaes. Eram em ingls e sempre priorizei oalcance internacional dos peridicos. Isso foi feito na pura crena sobre o fazer cincia, pois aindano chegavam at ns as presses por publicaes, muito menos pela qualidade do peridico oucitaes de nossos artigos. Era um ato de f, uma questo de amor cincia na sua vertente geral einternacional. Meus estudos sobre filosofia da cincia reforavam esse caminho.

    Minha batalha pelas publicaes de boa qualidade foi marcada por muitos insucessos, masfelizmente por alguns sucessos que me sustentaram nesse objetivo. As publicaes internacionaisforam feitas com meus estagirios, que mais tinham a aprender do que ensinar. Foi uma batalhadura e s mais recentemente, a partir de 2003, iniciei publicaes internacionais junto com cientistasdestacados. E foi o suor desse aprendizado, aliado minha constante vontade de ensinar, que mecolocaram no caminho dos cursos sobre redao cientfica.

    O primeiro curso formal sobre este assunto foi em nvel de extenso universitria, em 1986,para alunos de graduao, uma empreitada que dividi com a Dra. Maria Lcia Negreiros Fransozo.Depois disso se seguiram outros cursos e, na ps-graduao, minha primeira disciplina foi em 1989,junto ao Centro de Aquicultura da Unesp, em Jaboticabal, SP. Havia apenas 4 alunos (um era meudoutorando) e as aulas eram ministradas quinzenalmente s sextas-feiras. No ano seguinte, o nmerode alunos foi 8 e no prximo 22. A partir da, a quantidade de alunos se manteve sempre crescente.

    De meados da dcada de 90 at o final dessa dcada, a questo da publicao cientfica setornou parte integrante da carreira cientfica. Aps a virada do sculo, isso foi reforado e continuanum crescente que, conforme discuto neste livro, felizmente tem acompanhado a evoluo filosficana cincia, com critrios cada vez mais pautados pela qualidade e no pela quantidade.

    Em 1998, j com grande demanda para ministrar cursos e workshopssobre redao cientficainternacional, procurei reduzir essa presso publicando meu primeiro livro... a nascia o Cincia: da filo-sofia publicao. A partir da, a carncia da sociedade cientfica brasileira sobre este tema, nas trs grandesreas do saber, me impulsionou cada vez mais para esta apaixonante misso de formao de cientistas, pormeio de uma avalanche de palestras, cursos, debates, e-mails e mais livros e, finalmente, a Internet.

  • 5/24/2018 VOLPATO Gilson Ciencia Da Filosofia a Publicacao Primeiras p Ginas

    21/29

    Cincia: da filosofia publicao 21

    Em 2011 inaugurei minha pgina na Internet2e minhas excurses pelo twitter3. A pgina um repositrio de notcias e materiais sobre Cincia, Redao Cientfica, Publicao Cientfica,tica,Administrao, Sociedadee Formao de Cientistas. Em cada um desses blocos h 4 setores(Comentrios, Livros,Artigose Dicas). H tambm um bloco sobre Vdeos, com um resumo de meucurso completo, com 42 aulas (cerca de 8 h 30 min), e outro bloco com vdeos de curta durao noqual apresento meus Pontos de Vistasobre temas relevantes nesta rea. Finalmente, h um bloco de

    Agenda & Contatos, onde listo meus cursos/palestras agendados, um espao para debates e fontespara contato.

    A partir de minha vivncia como educador, cientista e interessado pela filosofia dacincia, fui construindo uma abordagem que contemplasse essa experincia no ensino da cincia.Este livro espelha esse perfil, em que procuro mostrar a unicidade do processo cientfico: original-mente, da filosofia publicao; atualmente, da filosofia aceitao de nossas concluses. Para isso,defendo que o cientista deve trilhar temas como Filosofia, Criatividade, Metodologia, Estatstica,Computao, Empreendedorismo, Administrao, Marketing, Publicidade, Lgica, Sociologia,Psicologia, Atualidades, Poltica, Sociologia e Educao, pois nesse conjunto que residem as prin-cipais ideias do processo Cincia.

    Gilson L. VolpatoMaio de 2012

    2 www.gilsonvolpato.com.br Em 1 ano, recebeu cerca de 40 mil visitas.

    3 @gilsonvolpato

  • 5/24/2018 VOLPATO Gilson Ciencia Da Filosofia a Publicacao Primeiras p Ginas

    22/29

  • 5/24/2018 VOLPATO Gilson Ciencia Da Filosofia a Publicacao Primeiras p Ginas

    23/29

    PREFCIO SEXTA EDIO

    uma felicidade poder entregar-lhes a sexta edio do meu primeiro livro, o Cincia: dafilosofia publicao. Este livro nasceu da vontade de ensinar os passos necessrios para se formarum cientista.

    O Brasil se depara com uma encruzilhada. Seremos independentes apenas se conseguirmosum discurso superior para com o restante do mundo. A globalizao torna esse processo maisurgente. Como este pas maravilhoso poderia conseguir tal independncia? A cincia e a educao

    so, sem dvida, um caminho genuno. No conheo qualquer pas desenvolvido onde no hajacincia e educao de boa qualidade. o pano de fundo necessrio. Mais ainda: no h tecnologiade ponta se no houver conhecimento de ponta... e a cincia que produz esse conhecimento, aeducao que possibilita essa cincia.

    Ns, porm, nos perdemos nas razes de nossa cultura, de nossa formao. As regras dacincia internacional so ditadas pelos pases mais fortes; seguem seus vieses culturais. Entrar nessaluta significa seguir essas regras. uma luta de culturas. Na cincia temos que ser objetivos, diretose lgicos, mas esse no o nosso pano de fundo. O brasileiro prolixo, vem de formao prolixa. A

    cincia no admite jeitinhos, improvisaes, superficialidades, mas esse tambm no o pano defundo de nossa sociedade. Entrar na cincia internacional requer mais, muito mais. Querem inter-nacionalizar a cincia, mas no internacionalizam a administrao da cincia nem a seriedade ecompetncia governamental. Nossa tarefa requer uma converso de postura. Essa a nossa dificul-dade. No o ingls, o pensamento.

    Nossa sociedade parece estar tomando o rumo errado. Temos uma ps-graduao que noforma cientistas, apenas doutores, seres especializados em produzir teses e artigos. E basta fazer atese para receber o ttulo. Temos um grupo de coordenadores mais preocupados com a Capes do que

  • 5/24/2018 VOLPATO Gilson Ciencia Da Filosofia a Publicacao Primeiras p Ginas

    24/29

    24 Gilson Volpato

    com a cincia. Temos nomes importantes fazendo diagnsticos equivocados, mas sendo ouvidos econduzindo milhes. Temos uma educao universitria sendo assassinada em nome da democracia,da incluso e da demagogia. Temos uma sociedade de iluso, do faz de conta, um pas das aparncias.No precisa ser, basta parecer. Basta produzirmos nmeros, a qualidade no importa.

    Minha andana pelo cenrio cientfico brasileiro vasta. Iniciei essa minha jornada noensino da cincia e da redao cientfica nos idos de 1986, h 26 anos. Meu primeiro livro nessa rea,nascido em 1998, j surgia na ingnua expectativa de que pudesse reduzir as viagens para cursos epalestras, pois estavam se tornando muito numerosas. Nos ltimos 10 anos esse nmero tem sido

    imenso para uma nica pessoa, algo em torno de 60 a 80 por ano nas instituies pblicas, com umaagenda que se fecha com quase um ano de antecedncia. Nessa demanda e contato, falo e conversocom milhares de cientistas e simpatizantes a cada ano. Vejo seus problemas, suas angstias, suasfalhas, seus sonhos e seus potenciais, seus olhos brilharem e chorarem. uma riqueza insubstituvel.A amostragem ampla, do interior dos estados mais pobres at as universidades mais nobres de nossopas. Do menos experiente ao orientador expert. Essa base forte. Ela bate duro aqui dentro e me diz:as propostas de correo para nossa sociedade cientfica esto no caminho errado. Democratizar aqualidade cientfica uma meta que o Brasil no pode ignorar. Os nmeros devem refletir qualidade.

    Queremos mgica, queremos qualidade sem investir em qualidade. Queremos uma comu-nidade de cientistas de nvel internacional sem darmos a base necessria. Vejam o que ocorre noesporte olmpico brasileiro; o gene brasileiro, mas a formao geralmente obtida num pas desen-volvido. E querem repetir isso na cincia. Mas essa frmula, alm de irresponsvel e incompetente, paliativa. Nossa sociedade precisa respirar cincia, respirar ensino de qualidade, respirar cultura. Oproduto ser consequncia.

    Como produzir um percentual de cientistas de alto nvel digno do tamanho de nossapopulao? No pode ser um processo casual. Dinheiro temos, falta-nos direo. Vontade temos,

    faltam-nos oportunidades. Mas, falta algo mais... faltam mentes brilhantes, desafiadoras, empreende-doras, que saibam conduzir este processo. Precisamos de medidas competentes, de pararmos de taparo sol com a peneira. No vamos criar essa sociedade apenas abrindo as portas das universidades. Issos destruir o que ainda resta de ensino pblico de qualidade em nosso pas. Temos que entenderque junto com essa abertura de portas deve vir, inexoravelmente, um ataque macio, restauradore transformador na educao de base, a pr-universitria. Sem isso, todo o restante demaggico,apenas para produzir robs da cincia e nmeros para os donos do mundo.

    Neste livro me debruo a ensinar a cincia que acredito. No h frmulas mgicas para quepassemos a publicar em revistas internacionais de alto nvel, nem para que nossas revistas cientficaspassem a dominar o cenrio internacional. Mas h um caminho srio, no demaggico e competente.Cincia forte pode produzir pesquisa forte; e esta pode se desdobrar em publicaes de alto nvel.Se isso conseguido, teremos matria-prima (conhecimento e pessoas) insubstituvel e necessriapara a construo de um pas de primeiro mundo. Plantar isso no fcil, mas urgente e necessrio.A viso atual no quer plantar um p de jequitib, mas quer visualizar sua beleza e descansar suasombra. O futuro no mgico; precisa ser construdo. Se no plantarmos os jequitibs hoje, eles nodaro a beleza e o esplendor de sua existncia daqui a alguns sculos. necessrio plantar para alm

  • 5/24/2018 VOLPATO Gilson Ciencia Da Filosofia a Publicacao Primeiras p Ginas

    25/29

    Cincia: da filosofia publicao 25

    de seus olhos, para aqueles que no conheceremos. esse o mundo que temos que construir. essa acincia que temos que almejar, pois dela brotam os frutos de uma sociedade justa, inteligente, compe-tente e feliz. E o fazer desse mundo que inaugura um mundo presente e real j noutra direo.

    A primeira parte deste livro aborda a Filosofia, pois a arte maior, o pano de fundo daquiloque fazemos. esse refletir que nos d vida e nos faz entender a prpria vida. A segunda parte tratada cincia, da formao do cientista. Primeiro um diagnstico do quadro, em que mostro comodeformar um cientista. Nos captulos seguintes, me debruo na tarefa do fazer cincia. E concluo comum ltimo captulo sobre comoformar um cientista. Essa a proposta do livro, desde sua primeira

    edio, mas temperada por um mundo de informaes e experincias que espero trazer, a cada novaedio: um tempero especial para uma receita milenar.

    Gilson Volpato

    Setembro de 2012

  • 5/24/2018 VOLPATO Gilson Ciencia Da Filosofia a Publicacao Primeiras p Ginas

    26/29

  • 5/24/2018 VOLPATO Gilson Ciencia Da Filosofia a Publicacao Primeiras p Ginas

    27/29

    PRIMEIRAS PALAVRAS

    A atividade cientfica tem atrado a ateno de muitas pessoas, particularmente no mundode hoje. Alm das descobertas interessantssimas ao longo de sua histria, direcionou a atividadehumana atingindo a todos. O avano industrial, decorrncia importante da atividade cientfica,mudou no s aspectos fsicos, mas tambm concepes metafsicas de valor, tica, amor, poltica etc.

    Esse grande impacto da cincia no a coloca como a principal atividade humana, mas comcerteza uma das importantes formas de interferir no dia a dia do ser humano. Pobres ou ricos, reli-

    giosos ou no, do primeiro ou do terceiro mundo, todos esto sujeitos s consequncias da cincia. nesse panorama que vemos jovens procurando o caminho da cincia. Uma escalada aparentementenatural para muitos.

  • 5/24/2018 VOLPATO Gilson Ciencia Da Filosofia a Publicacao Primeiras p Ginas

    28/29

    28 Gilson Volpato

    Mas o que fazer cincia? Por que apenas alguns se destacam enquanto outros

    desistem? Qual o caminho? Certamente so perguntas cujas respostas, se existem, no sosimples nem completas.

    A atividade cientfica pode ser comparada atividade de um msico que compepara uma orquestra. Ele deve coordenar uma srie de instrumentos para que soem de formaharmoniosa. Um som nunca certo ou errado, apenas adequado ou no, dada a inteno nomomento da composio. Os instrumentos tm suas especificidades, mas h um objetivo que osune (a msica em apresentao). O sentimento do compositor necessita ser interpretado. O som

    produzido no inerte, pois afeta sentimentos, processos humanos, pode mudar uma histria.A msica escrita objetivamente numa partitura, mas interpretada com subjetividade.

    E o cientista? Neste livro mostro a validade do paralelo. Adiantarei apenas algunsaspectos gerais. O cientista rege uma srie de atividades (tcnicas, perguntas, palestras, dadoscoletados, testes estatsticos, redaes, pressupostos filosficos, formao de pessoas, ensino,divulgao de achados, atividades administrativas etc.) que, no conjunto, compem a ativi-dade cientfica. Como na msica, cada som fundamental, mas no momento certo. Os excessospodem soar inadequados. Na orquestra, no se deve priorizar os violinos em detrimento do

    tringulo, pois suas qualidades so insubstituveis em determinados momentos. Da mesmaforma, no se relega as questes filosficas, nem se valoriza sobremaneira as potencialidadesestatsticas. Tudo tem uma funo que, devidamente integrada, promove a ao dos grandesmestres.

    Mas como encontrar o equilbrio? O compositor no sabe tocar todos os instrumentosque usa. Quem toca os instrumentos no necessariamente compe melodias. Mas para comporuma msica (letra, melodia, acompanhamento, arranjos) necessrio conhecer a essncia daspartes, suas potencialidades e funes.

    essa viso holstica de cincia que se perde com a produo em massa propiciadapor uma desenfreada corrida de rankings. Nossa ps-graduao tem primado a formar, em suavasta maioria, tcnicos especializados que, com suas vises estreitas e poderes crescentes, tirama beleza da cincia, da descoberta, transformando-a numa atividade essencialmente tcnica. Eo culpado no a cincia, mas a prtica cientfica inadequada.

    Este livro no livrar nossa cincia desse problema. A inteno bem mais modesta. mostrar aos cientistas alguns equvocos e crenas cientficas, alm das potencialidades lgicas

    da cincia (o que nos leva a uma atividade bem mais humilde) e as ligaes inexorveis entre aprtica cientfica e opano de fundofilosfico e social. nesse universo que o desafio a entrar.Muitos precisaro de coragem para romper pr-conceitos e experimentar uma nova reflexo,uma nova prtica.

    Toda atividade cientfica reflete, queiramos ou no, uma posio terica. O problemaocorre quando o cientista no percebe tais ligaes, alienando-se nos escombros da prtica dapesquisa. por essa razo que este livro aborda primeiramente as bases filosficas da cincia,

  • 5/24/2018 VOLPATO Gilson Ciencia Da Filosofia a Publicacao Primeiras p Ginas

    29/29

    Cincia: da filosofia publicao 29

    suporte primeiro da atividade tcnica cientfica. As questes especficas e prticas discutidas

    posteriormente so sempre acompanhadas de referncias a outras partes do livro, onde a baseterica pode ser encontrada. nesse vai e vem, da tcnica reflexo filosfica, que se constria prtica cientfica.

    As perguntas que constroem este livro foram colhidas de diversos contatos com estu-dantes de graduao e ps-graduao e cientistas de diversos nveis. Retratam, portanto, umpouco de nossa realidade, que no restrita ao nosso pas. As respostas a essas perguntas noso dadas na forma de receitas. Apresento respostas com as respectivas bases tericas. Ao final

    do livro indico literatura complementar, desde essencialmente tcnica at obras mais gerais,mas todas com alguma grande riqueza para completar seu caminho em direo cincia dequalidade. Essas referncias, no entanto, nem sempre concordam com as ideias que apresentoneste livro. Assim, pela discordncia, so leituras importantssimas para a formao geral docientista. Algumas podem ser chamadas de autoajuda, mas aprendi que podemos incorporarideias interessantes desde que abandonemos os preconceitos em relao s suas fontes. A abor-dagem que apresento apenas o incio de uma vasta discusso que o leitor dever fazer ao longode sua carreira cientfica.