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Série REALIDADE RURAL Engº Agrº Adayr Coimbra Filho EMATER/RS VOLUME 5 Governo do Estado do Rio Grande do Sul Secretaria da Agricultura e Abastecimento P. Alegre, março de 1993. LÃ E CARNE OVINA: O MERCOSUL FRENTE AOS MAIORES PRODUTORES MUNDIAIS A FORÇA QUE VEM DO POVO

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SérieREALIDADE RURAL

Engº Agrº Adayr Coimbra FilhoEMATER/RS

VOLUME 5

Governo do Estado do Rio Grande do SulSecretaria da Agricultura e Abastecimento

P. Alegre, março de 1993.

LÃ E CARNE OVINA: O MERCOSULFRENTE AOS MAIORES PRODUTORES MUNDIAIS

A FORÇA QUE VEM DO POVO

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APRESENTAÇÃO

No momento em que se discute a implantação do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) e,

principalmente, suas implicações na economia de cada país que o integra, a informação adquire papel,ainda mais relevante, como elemento de diferenciação de comportamentos e atitudes de todos aqueles

que participam direta ou indiretamente do processo desta implantação.

É nesse sentido, e com a determinação de auxiliar na busca de novos caminhos e melhores

dias para a criação ovina em geral e para o ovinocultor em particular, que apresentamos o presente

trabalho que reúne informações que poderão ter importância estratégica para a tomada de decisões. Asconclusões sobre as implicações do futuro mercado comum ficam por conta do aprofundamento da sua

discussão, o que deverá ocorrer ao longo dos próximos anos.

A análise da produção e do comércio da lã e da carne ovina não devem ficar restrita aos

integrantes do MERCOSUL, mas deve ser feita, também, no âmbito mundial, de vez que a lã,

principalmente, é um importante produto de exportação do Uruguai, Argentina e do Rio Grande do Sul.Por isso, são também fornecidas informações sobre os mercados mundiais e sobre as comercializações

entre os principais produtores e consumidores de lã e carne ovina.

O adequado conhecimento dos parceiros e dos concorrentes comerciais dos países do

MERCOSUL e de outros continentes é, portanto , fundamental para o estabelecimento de políticas e

estratégias para o futuro da ovinocultura gaúcha.

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S U M Á R I O

1 PERFIL DA CRIAÇÃO OVINA NO MERCOSUL..................................................................31.1 Sistema Criatório e Importância Econômica............................................................................... 31.2 Indicadores da Produtividade .................................................................................................... 41.3 A Produção de Lã .................................................................................................................... 41.4 A Produção de Carne Ovina...................................................................................................... 61.5 A Produção Ovina na Década 80............................................................................................... 81.6 Consumo de Carne Ovina e Lã e Destino da Produção ............................................................... 91.7 As Exportações e Importações de Lã e Carne Ovina ................................................................. 10

2 PANORAMA MUNDIAL.......................................................................................................122.1 Características da Criação nos Principais Produtores Mundiais.................................................. 122.2 Produção Mundial e Principais Rebanhos ................................................................................ 122.3 Produção, Consumo e Comércio da Lã .................................................................................... 162.4 Consumo Mundial de Fibras Têxteis ....................................................................................... 272.5 Produção Mundial de Carne Ovina .......................................................................................... 322.6 Produção, Comércio e Consumo da Carne Ovina ..................................................................... 35

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA .............................................................................................40

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1 PERFIL DA CRIAÇÃO OVINA NO MERCOSUL

1.1 Sistema Criatório e Importância Econômica

Embora a diversidade de meio ambiente entre Brasil, Argentina e Uruguai, mesmo

considerando-se somente as regiões onde são criados ovinos de lã, de certa forma é possívelhomogeneizar zonas no que se refere a clima, finalidade de criação, raças criadas fatores restritivos e

sistemas de produção utilizados. Nestes aspectos, observam-se similitudes entre o Uruguai, sul e

sudeste do Rio Grande do Sul e as províncias Argentinas de Entre Rios, Corrientes e parte de sua zonaaustral.

O Sistema de produção eminentemente laneiro caracteriza a criação nestas regiões, cuja

proximidade contribuiu, através dos anos, para tornar muito semelhantes os hábitos, práticas, tradiçõese a própria forma de vida do homem. Neste particular, o Uruguai principalmente, sempre exerceu uma

grande influência sobre a pecuária rio-grandense.

A predominância da raça ovina Corriedale, nestas regiões, pode ser considerada umimportante fator de interesse comum e de integração entre criadores e técnicos, contribuindo, também,

para conferir certa uniformidade de produção e interesses.

Não obstante estas semelhanças, Brasil, Argentina e Uruguai apresentam marcantesdiferenças com relação à importância relativa da criação ovina em suas economias. Enquanto no Brasil

a ovinocultura é uma atividade marginal, com importância muito regionalizada, no Uruguai somente a

lã e seus produtos contribuiu com 25% do total das exportações do país, atingindo cerca de 360milhões de dólares anuais, contra 300 milhões da Argentina (3% das exportações) e 100 milhões do

Brasil (0,3% das exportações).

Assim, enquanto no Brasil a lã exportada rende 0,68 dólares por habitante, na Argentina arelação é de 9,4 dólares e no Uruguai, em função da grande produção e exportação e da pequena

população humana, a lã rende, anualmente, cerca de 121 dólares por habitante ano.

Por outro lado, a situação geográfica e o tipo de lã produzida pela Argentina, Uruguai e Brasilsão aspectos que lhe são bastante favoráveis, comparativamente aos principais exportadores mundiais.

Desta forma os países do MERCOSUL podem atingir o mercado europeu, principal

consumidor de lã, com grande economia de custos e de tempo, situações estas mais favoráveis que ados grandes exportadores, como Austrália e Nova Zelândia.

O segundo aspecto é a predominância da raça Corriedale que, representando cerca de 65% do

rebanho dos três países, confere uma certa uniformidade à produção de lã no MERCOSUL. (Devido àinexpressividade da produção ovina no Paraguai, ele deixa de ser considerada).

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1.2 Indicadores da Produtividade

É muito provável que a marcante diferença de importância da ovinocultura na economia dos3 países seja o principal determinante das diferenças entre os níveis tecnológicos e de produtividade dacriação em cada um deles.

O Quadro 1 mostra que os melhores índices de produtividade são obtidos pelo Uruguai, paísonde a criação ovina apresenta elevada importância e os mais baixos índices são os do Brasil (RS),onde é pequena a importância econômica. Já a Argentina mantém posição intermediária, quanto aosíndices de produtividade, refletindo o que acontece com a importância econômica desta atividade parao país.

Quadro 1

ÍNDICES DE PRODUTIVIDADE NO MERCOSULBRASIL (RS) ARGENTINA URUGUAI

NATALIDADE (%) 70 - 75 75 - 85 80 - 90MORTALIDADE DE CORDEIROS (%) 20 - 25 20 - 30 15 - 25DESMAME (%) 53 - 60 55 - 65 65 - 70LÃ/ha (kg) 4 - 5 5 - 6 6 - 7DESFRUTE (%) 12 - 15 13 - 18 13 - 15

Verifica-se que todos os indicadores de produtividade crescem de maneira mais ou menosuniforme do Brasil ao Uruguai, passando pela Argentina que se mantém sempre em posiçãointermediária. Assim, a taxa média de natalidade do rebanho vai de 70 - 75% no Brasil, a 75 - 85% naArgentina e 80 - 90% no Uruguai.

1.3 A Produção de Lã

A produção de lã no MERCOSUL corresponde a cerca de 7,5 % do total mundial e atingiu,em 1991, a 243 mil toneladas das quais a Argentina participou com 120 mil (49,5%), o Uruguai com95 mil (39%) e o Brasil com 28 mil (11,5%).

A produção caracteriza-se por um tipo de lã de finura média (26 a 31 micra destinada amalharia) intermediária às produzidas pela Austrália e África do Sul (lãs finas, para tecelagem) e NovaZelândia (lãs grossas, para tapeçaria). Esta produção, portanto, além de uniforme, ocupa uma faixa bemdefinida de mercado, sem enfrentar a concorrência dos grandes produtores mundiais.

Segundo dados da FAO, a produção de lã bruta (não lavada), na década 80 manteve-seestabilizada no Brasil, apresentou um pequeno acréscimo na Argentina (6%) e um significativoincremento de 44% no Uruguai (Quadro 2).

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PRODUÇÃO DE LÃ E CARNE OVINA NOS PAÍSES DO MERCOSUL ( t )

Quadro 2

PAÍS PRODUTO 1980 1987 1988 1989 1990

BRASIL

Lã não lavadaLã limpaAbate (1.000 cab)*Prod. Carne (t)

31.81519.1331.800

20

31.04219.1332.000

28

31.05019.3002.015

28

32.00019.9002.500

28

32.50020.0002.580

29

ARGENTINA

Lã não lavadaLã limpaAbate (1.000 cab)*Prod.carne (t)

152.44082.5727.348

119

138.00073.3115.450

87

140.00081.2005.300

90

164.00095.2505.500

90

161.00093.4005.600

92

URUGUAI

Lã não lavadaLã limpaAbate (1.000 cab)*Prod.carne

68.14342.0002.500

37

92.45355.0003.199

53

88.93554.0003.320

58

82.74959.0003.581

61

97.81562.0003.640

63

(*) Abate de cordeiros e capões.Fonte: FAO YEARBOOK.

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No caso do Brasil, entretanto, estes dados devem ser recebidos com certa cautela, de vez queapresentam-se discrepantes com as estatísticas ou estimativas de nível estadual, que mostram umacentuado decréscimo da produção.

Cotejando-se o total de lã não lavada e lã limpa em cada um dos países do MERCOSUL,verifica-se uma diferença quanto ao rendimento ao lavado, que varia de 63,4% no Uruguai, a 61,5% noBrasil e apenas 58% na Argentina. Este aspecto é de suma importância , na medida em que o preçonormalmente pago ao produtor, bem como a cotação da lã nestes países têm como referência a lã nãolavada. Portanto, o conhecimento do rendimento ao lavado é aspecto que necessariamente deve serlevado em conta quando se compara preço de lã nos países do MERCOSUL, sendo, portanto, um dosparâmetros da qualidade do produto.

Considerando-se a participação relativa de cada país na produção do MERCOSUL, constata-se que a da Argentina é a mais importante, com 46% do rebanho, 49,5% da produção da lã e 51% daprodução de carne. Portanto, somente a Argentina responde por cerca da metade da produção ovina noMERCOSUL (Gráfico 1).

1.4 A Produção de Carne Ovina

Quanto à produção de carne ovina, verifica-se uma inexpressividade e constância de abates eda produção no Brasil, cerca de 28 mil toneladas; uma estabilidade na Argentina com produção de 90mil toneladas e um razoável aumento no Uruguai, que passou de 37 mil toneladas em 1980 para 63 milem 1990 (Quadro 2).

Levando-se em conta que o rebanho uruguaio é consideravelmente superior ao brasileiro,conclui-se ser inexpressiva, também no Uruguai, a produção desta carne.

Isto pode ser explicado pelo valor relativo muito alto que é dado nestes países à produção delã, em detrimento da carne ovina. Além disto, deve-se considerar, também, que os países doMERCOSUL são grandes produtores e consumidores de carme bovina de preço relativamenteacessível, aspecto que por si só limita a expansão do consumo da carne ovina, que fica mais restrito aostrabalhadores das zonas rurais. A Argentina e o Uruguai são os maiores consumidores mundiais decarne bovina, respectivamente, com 70,1 kg, e 58,9 kg, por pessoa em 1991 (Wold Livestock Situation,1992).

Se no tocante à lã o Brasil está em situação de inferioridade frente a seus parceiros doMERCOSUL, o mesmo não ocorre com respeito á carne bovina.

Graças à grande receptividade e expansão das raças de corte, nos estados do sul do Brasildurante os anos 80, nosso país é, hoje, o melhor estruturado e o único capaz de produzir ecomercializar carne ovina de qualidade Esta produção vem sendo feita com base no abate de animaisjovens oriundos do cruzamento de matrizes de raças de lã com reprodutores de raças européiasespecializadas para a produção de carne.

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GRÁFICO 1

PRODUÇÃO OVINA NO MERCOSUL(Participação de cada país na produção total)

(*) Desconsiderados os ovinos deslanados do nordeste.

REBANHO PRODUÇÃO DE LÃ PRODUÇÃO DE CARNE

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Dois aspectos que determinaram este avanço na nossa criação: a crescente expansão das raçasovinas de corte e a profunda alteração do abate industrial, com significativa redução da idade de abate.

O quadro 3 mostra que a representação dos ovinos de corte na principal exposição nacional, aExpointer, passou de 0,8% em 1970, para 53,1% em 1990. No mesmo período, o abate de ovinosjovens (cordeiros), em frigoríficos, passou de 43% para 80%, enquanto o abate de animais adultos(capões) baixou de 51% para 15% (Quadro 4).

Quadro 3

PARTICIPAÇÃO DOS OVINOS DE CORTE NA EXPOINTER(% sobre o total de ovinos)

Ano: 1970 1975 1980 1985 1990

Percentual: 0,8% 11,2% 22,5% 51,2% 53,1%Fonte: SAA.

Quadro 4

ABATE DE OVINOS NOS FRIGORÍFICOS SOB INSPEÇÃOFEDERAL NO RS

Categoria 1970 1975 1980 1985 1990

CORDEIROS: 43% 28% 44% 58% 80%

CAPÕES: 51% 57% 44% 32% 15%Fonte: Instituto de Carnes.

Esta evolução não foi seguida pela Argentina e principalmente pelo Uruguai, que, em funçãode sua estrutura eminentemente laneira, conta, ainda, com um grande contingente de capões, os quaisatingem o elevado percentual de 23% sobre o rebanho total, enquanto no Brasil, este percentual nãoalcança a 14%.

Salienta-se que em épocas recentes o Uruguai realizou grandes exportações de carcaças decapões para o Brasil, carne esta de qualidade inferior e capaz de comprometer o nosso emergentemercado de carne ovina.

1.5 A Produção Ovina na Década 80

Embora globalmente não tenha havido grande variação do rebanho e da produção de lã, nospaíses do MERCOSUL nos últimos 10 anos, a produção decresceu significativamente no Brasil eArgentina e aumentou expressivamente no Uruguai (Quadro 5).

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Quadro 5

REBANHO OVINO E PRODUÇÃO DE LÃ NO MERCOSUL

PAÍS REBANHO(milhões cab.)

PRODUÇÃO DE LÃ(toneladas)

1981 1991 1981 1991

BRASIL* 11 9 29.000 28.000ARGENTINA 34 30 150.000 120.000URUGUAI 20 26 76.000 95.000TOTAL 65 65 260.000 243.000

(*) O RS responde por 95% do rebanho e 98% da produção de lã, não consideradas as raçasdeslanadas no nordeste do Brasil.

As causas do decréscimo do rebanho e da produção de lã no Brasil e Argentina sãopraticamente as mesmas e decorrem, principalmente, do surgimento de outras alternativas agrícolasentre as quais a cultura da soja e do arroz.

Enquanto nestes dois países a situação da ovinocultura tem dependência direta não apenas doseu desempenho econômico, mas também do desempenho de culturas concorrentes ou alternativas, noUruguai, por sua importância, a criação ovina é uma atividade muito mais estável e, portanto, menossujeita a influências de outras atividades.

Em decorrência direta do desestímulo de suas oviniculturas na última década, Brasil eArgentina viram suas indústrias têxteis de lã experimentarem um grande enfraquecimento, entretanto,inclusive, em um processo de desaceleração e deterioração industrial. A indústria uruguaia, aocontrário, com o crescente aumento da produção de lã, passou a modernizar-se, a aumentar suacapacidade e a ser mais agressiva na conquista de novos mercados ,entre os quais o importantemercado do sul do Brasil. Nos últimos anos o Uruguai tem, inclusive, aumentado significativamenteexportações de tops de lã e agilizou a verticalização de sua indústria laneira. Esta indústria é hoje amelhor equipada, a mais moderna e competitiva do MERCOSUL.

1.6 Consumo de Carne Ovina e Lã e Destino da Produção

O consumo de carne ovina por pessoa ano atinge a 11 kg no Uruguai, 2,5 kg na Argentina e0,7 kg no Brasil.

Contudo, considerando-se o consumo somente nas zonas produtoras, verifica-se que atinge11 kg na Patagônia (Argentina) e 2,5 kg no Rio Grande do Sul, elevando-se a 31 kg por pessoa por ano,na média dos 3 municípios gaúchos com maior representatividade na criação (Uruguaiana, Alegrete eLivramento).

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Em razão do clima no Brasil e das baixas densidades demográficas das populações daArgentina e Uruguai, é baixo o consumo de lã dos países do MERCOSUL, atingindo cerca de 25 miltoneladas na Argentina, 5 mil no Brasil e 11 mil toneladas no Uruguai. Individualmente, o consumoatinge a cerca de 800 g por pessoa por ano no Uruguai e apenas 40 g no Brasil, conforme indica oQuadro 6.

Quadro 6

CONSUMO DA LÃ NO MERCOSUL

1980 1987 1988 1989

Brasil: Consumo total*:Consumo/hab./ano**:

6,000,05

5,400,04

4,400,03

5,300,04

Argentina: Consumo total*:Consumo/hab./ano**:

21,40-

27,50-

24,20-

23,50-

Uruguai: Consumo total*:Consumo/hab./**:

2,100,72

2,400,79

2,400,78

2,400,78

(*) em mil t base lã limpa.(**) em kg.Fonte: FAO YEARBOOK.

Portanto, o MERCOSUL é um mercado tipicamente de exportação, com consumo de apenas17% da produção total, onde a lã não lavada participa com 23% da exportação, a lã limpa com 24% e otops é a forma preferencial, participando com 36% do volume total exportado (Quadro 7).

Quadro 7

DESTINO DA PRODUÇÃO DE LÃ DO MERCASUL (em t) 1991

BRASIL ARGENTINA URUGUAI TOTAL %PRODUÇÃO: 28 120 95 243 100CONSUMO: 5 25 11 41 17EXPORTAÇÃO - lã não lavada: 5 25 25 55 23

lã limpa: - 45 14 59 24tops: 19 25 45 89 36

1.7 As Exportações e Importações de Lã e Carne Ovina

Os tops de lã representam 36% das exportações totais de lã do MERCOSUL e a participaçãoda lã em estado bruto (não lavada) e da lã limpa é de cerca de 50% do total.

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Esta participação, no entanto, tem variado bastante a cada ano, com um crescente aumento daexportação de lã lavada e tops, em detrimento da lã suja. Contudo os dados da FAO não confirmamesta assertiva, mostrando, assim, certo desencontro de informações.

Dois países do MERCOSUL figuram entre os 6 principais exportadores mundiais de lã. AArgentina, embora tenha diminuído o volume exportado durante a década de 80, continua a figurarcomo 3º exportador mundial, com 63 mil toneladas em 1985 e 57 mil em 1988, sendo superada apenaspela Austrália e Nova Zelândia. Atualmente, a Argentina responde por 4% do comércio internacional(Quadro 8).

Já o Uruguai, que também teve redução do volume exportado na década de 80, mantém-seainda na 6º posição como exportador de lã, bem como a frente do Reino Unido que é o 7º exportadormundial, participando com 2% das exportações mundiais. Verifica-se no Quadro 6, que até 1980 oUruguai respondia por 3% das comercializações mundiais.

Quadro 8

PARTICIPAÇÃO DA ARGENTINA E URUGUAI NAS EXPORTAÇÕESMUNDIAIS DE LÃ

1975 1980 1985 1988- volume (1.000 t): 75 81 63 57

ARGENTINA- % s/o total: 6% 7% 5% 4%

- volume (1.000 t): 37 41 26 33URUGUAI

- % s/o total: 3% 3% 2% 2%Fonte: FAO TRADE YEARBOOK.

Quanto ao destino das exportações de lã, verifica-se que o principal mercado é o europeu e osclientes são praticamente comuns aos três países, conforme mostra o Quadro 9. Verifica-se que aChina, a Alemanha Ocidental e Itália são os principais compradores de lã do MERCOSUL.

Quadro 9

DESTINO DA EXPORTAÇÃO DE LÃ DO MERCOSUL(principais mercados, em ordem de importância)

BRASIL ARGENTINA URUGUAI1. Alemanha Ocidental China China2. Itália URSS Alemanha Ocidental3. Alemanha Oriental Alemanha Ocidental Itália4. China Japão USA5. Suíça França Brasil6. Reino Unido Holanda Reino Unido7. Coréia do Sul Itália Holanda

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No tocante a carne ovina, verifica-se serem muito modestos os volumes exportadosanualmente pelos países do MERCOSUL, sendo as exportações uruguaias as mais expressivas e asbrasileiras praticamente nulas (vide Quadro 10).

No que diz respeito às importações, tanto de lã como de carne, são muito pouco significativasno MERCOSUL. Porém, existe um a forte tendência ao incremento de importações de parte do Brasil,em regime de draw back, principalmente as regiões fronteiriças ao Uruguai e Argentina (Quadro 11).

2 PANORAMA MUNDIAL

2.1 Características da Criação nos Principais Produtores Mundiais

A criação de ovinos se encontra difundida por quase todo o globo terrestre, sendo uma dasprincipais atividades econômicas de diversos países desenvolvidos, entre os quais a Austrália, NovaZelândia e Grã-Bretanha.

A produção de lã é o principal produto das criações extensivas, desenvolvidas em regiões declima temperado, como ocorre na Austrália, China, URSS, Argentina e Uruguai, sendo a produção decarne a finalidade da criação em moldes intensivos, como é o modelo desenvolvido pela NovaZelândia, Grã-Bretanha, França, Itália.

Já na Índia e países árabes, embora a criação seja desenvolvida extensivamente, o objetivoprincipal é a produção de carne. Contudo, a lã tem ampla utilização artesanal sendo bastante utilizadatambém nas regiões dos desertos.

2.2 Produção Mundial e Principais Rebanhos

O rebanho ovino mundial encontra-se concentrado em 10 países, que detêm 60% do total de1.168.000.000 de cabeças.

Deste total, cerca de 418 milhões encontram-se em apenas 3 países, Austrália, URSS e China,que sozinhos detém 35% do efetivo mundial.

O maior produtor é a Austrália, com 166 milhões de cabeças, o que representa 14% doefetivo mundial. Os outros grandes rebanhos encontram-se na URSS, China, com participações de 12%e 10%, respectivamente.

Embora com participação bem menor, destacam-se, também, em nível mundial, a NovaZelândia, Turquia, Grã-Bretanha, Índia, Irã, Argentina e Paquistão.

Uruguai e Brasil também se destacam em nível mundial, respectivamente com o 12% e 14%rebanhos mundiais.

Verifica-se na Tabela 1 que o rebanho ovino mundial aumentou consideravelmente (20%) de1975 a 1988, sendo que, com exceção da Austrália e Uruguai, países eminentemente produtores de lã,os maiores acréscimos ocorreram nos países em que os ovinos são criados prioritariamente comoprodutores de carne, como é o caso da Grã-Bretanha, Paquistão e Espanha.

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EXPORTAÇÃO DE LÃ E CARNE OVINA PELOS PAÍSES DO MERCOSUL (t)

Quadro 10

PAÍS PRODUTO 1980 1985 1987 1988 1989

BRASILLã não lavadaLã limpaCarne ovina

2.819380567

1.086176

-

2.8984116

1.72366

590

1.1897630

ARGENTINALã não lavadaLã limpaCarne ovina

53.72726.71111.139

34.85825.575

-

30.58726.6136.907

27.7032.6166.064

19.40023.0007.382

URUGUAILã não lavadaLã limpaCarne ovina

896.2418.763

19.7766.284

-

30.66610.0048.636

26.1678.0068.229

21.3356.021

17.730

Fonte: FAO TRADE YEARBOOK.

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IMPORTAÇÃO DE LÃ E CARNE OVINA PELOS PAÍSES DO MERCOSUL (t)

Quadro 11

PAÍS PRODUTO 1980 1985 1987 1988 1989

BRASILLã não lavadaLã limpaCarne ovina

2.3815

35

650426

53715

1.904

73030

200

730-

2.000

ARGENTINALã não lavadaLã limpaCarne ovina

263--

8--

90--

486-

50

65-

364

URUGUAILã não lavadaLã limpaCarne ovina

89--

1.209--

338--

180--

1.048--

Obs.: Desconsidera-se o Paraguai pela inexpressividade da produção ovina.Fonte: FAO TRADE YEARBOOK.

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15

PRINCIPAIS PAÍSES CRIADORES DE OVINOS

(em milhões de cabeças)

Tabela 1

1975 1980 1985 1988

1. Austrália 149 134 150 166

2. URSS 141 142 141 141

3. China 96 107 94 111

4. Nova Zelândia 56 70 67 61

5. Turquia 41 49 49 49

6. Reino Unido 28 32 37 43

7. Índia 40 40 37 39

8. Irã 35 34 34 35

9. Argentina 35 34 29 29

10. Paquistão 19 22 26 28

11. África do Sul 30 29 23 25

12. Uruguai 16 20 23 26

13. Espanha 16 15 18 24

14. Brasil 25 19 19 20

15. Romênia 14 16 19 19

16. Marrocos 12 15 15 16

17. Mongólia 15 14 13 14

18. Peru 17 15 14 13

19. França 11 13 11 10

20. USA 13 13 10 11

TOTAL - MUNDIAL 967 1.090 1.108 1.168

Fonte: International Wool Secretariat.

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16

2.3 Produção, Consumo e Comércio da Lã

Em decorrência do aumento do rebanho, a produção mundial de lã passou de 2,4 milhões detoneladas em 1975, para 2,9 em 1980 e 3,2 em 1988, o que corresponde a um acréscimo anual médiode 2,5% e um aumento de 32% entre os dois anos extremos.

A Austrália é o principal produtor, com 952 mil toneladas, o que representa 30% do total. Osoutros grandes produtores são URSS com 478 e a Nova Zelândia com 341 mil toneladas, comparticipações de, respectivamente, 15% e 11% do total mundial (Gráfico 2). Estes três países,juntamente com a China, Argentina, África do Sul, Uruguai e Turquia produzem 75% do total mundial,conforme pode ser observado nas Tabelas 2 e 3.

Embora despontem como grandes criadores e produtores de lã, URSS e China, devido à baixaqualidade de seus rebanhos, quase todos constituídos por ovinos de raças primitivas, não figuram entreos principais exportadores.

Austrália, Nova Zelândia, Argentina e África do Sul são responsáveis por 81% do comérciomundial, que tem ainda na França, Uruguai e Grã- Bretanha importantes exportadores (Tabelas 4 e 5 eGráfico 3).

Os maiores consumidores mundiais de lã são: URSS, China, Japão, Alemanha Ocidental eUSA, que são responsáveis por cerca de 80% do consumo mundial (Tabela 6).

As importações estão concentradas em sete países: China, Japão, Grã-Bretanha, França,Itália, URSS e Alemanha Oriental, em conjunto respondem por 66% do volume das importações. Osrestantes 24% encontram-se dispersos em mercados de dimensões reduzidas, sendo a Bélgica e USA osprincipais (vide Tabela 7 e 8).

Os três principais importadores de lã, China, Japão e Grã-Bretanha, concentram 48% dasimportações mundiais, conforme o Gráfico 4.

Em nível mundial, constata-se que a Grã-Bretanha e a França apresentam a peculiaridade deserem, ao mesmo tempo, importantes importadores e exportadores de lã, além de possuírem umsignificativo consumo.

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17

GRÁFICO 2

PRODUÇÃO MUNDIAL DE LÃ - 1989

Produção total: 3.241 mil t

(base suja)

AUSTRÁLIA 29%

URSS 15%

NOVA ZELÂNDIA 11%ARGENTINA 5%

ÁFRICA DO SUL 3%

URUGUAI 3%

OUTROS 34%

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18

PRINCIPAIS PAÍSES PRODUTORES DE LÃ

(Lã bruta em 1.000 t)

Tabela 2

1975 1980 1985 1988

1. Austrália 754 701 830 952

2. URSS 467 443 447 478

3. Nova Zelândia 312 381 358 341

4. China 130 176 178 222

5. Argentina 188 170 152 164

6. África do Sul 114 104 98 96

7. Uruguai 68 75 87 83

8. Turquia 53 80 85 83

9. Reino Unido 49 51 58 65

10. USA 59 52 44 44

11. Romênia 32 37 44 44

12. Marrocos 20 37 29 38

13. Espanha 29 28 32 34

14. Irã 38 34 32 32

15. Índia 35 37 30 30

16. Bulgária 34 35 34 31

17. Brasil 35 33 29 26

18. França 21 25 24 23

19. Chile 19 21 20 20

TOTAL - MUNDIAL 2.457 2.896 3.020 3.236

Fonte: International Wool Secretariat.

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19

PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL DOS

PRINCIPAIS PAÍSES PRODUTORES DE LÃ SOBRE A PRODUÇÃO MUNDIAL

(Participação Percentual na Produção Mundial)

Tabela 3

1975 1980 1985 1988

1. Austrália 29% 24% 27% 29%

2. URSS 18% 15% 15% 15%

3. Nova Zelândia 12% 13% 12% 11%

4. Argentina 7% 6% 5% 5%

5. África do Sul 4% 4% 3% 3%

6. Uruguai 3% 3% 3% 3%

Outros 27% 35% 35% 34%

TOTAL: 100% 100% 100% 100%

Fonte: International Wool Secretariat.

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20

PRINCIPAIS PAÍSES EXPORTADORES DE LÃ

(Lã Bruta em 1.000 t)

Tabela 4

1975 1980 1985 1988

1. Austrália 572 556 718 732

2. Nova Zelândia 243 274 307 304

3. Argentina 75 81 63 57

4. África do Sul 68 62 53 40

5. França 35 44 37 37

6. Uruguai 37 41 26 33

7. Reino Unido 24 17 19 20

8. URSS - 2 11 19

TOTAL: 1.191 1.193 1.357 1.394

Fonte: International Wool Secretariat.

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21

PRINCIPAIS PAÍSES EXPORTADORES DE LÃ

(Participação Relativa nas Exportações Totais)

Tabela 5

1975 1980 1985 1988

1. Austrália 48% 47% 53% 52%

2. Nova Zelândia 20% 23% 23% 22%

3. Argentina 6% 7% 5% 4%

4. África do Sul 6% 5% 4% 3%

5. França 3% 4% 3% 3%

6. Uruguai 3% 3% 2% 2%

Outros 14% 11% 10% 14%

TOTAL: 100% 100% 100% 100%

Fonte: International Wool Secretariat.

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22

GRÁFICO 3

PRINCIPAIS PAÍSES EXPORTADORES DE LÃ

URUGUAI 3%

ÁFRICA DO SUL 5%

ARGENTINA 7%

OUTROS 15%

NOVA ZELÂNDIA 23%

AUSTRÁLIA 47%

1980

OUTROS 17%

NOVA ZELÂNDIA 22%

ÁFRICA DO SUL 3%

ARGENTINA 4%

AUSTRÁLIA 52%

URUGUAI 2%

1988

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23

PRINCIPAIS PAÍSES CONSUMIDORES DE LÃ

(Lã bruta em 1.000 t)

Tabela 6

1975 1980 1985 1988

URSS 313 322 299 310

China - 99 176 261

Japão 166 147 154 170

Alemanha Ocidental 135 148 133 144

USA 80 105 161 144

Reino Unido 88 76 87 97

Itália 61 85 86 87

França 50 59 62 66

Turquia 34 42 57 59

Austrália 19 28 161 35

Espanha 24 19 23 29

Holanda 23 28 25 24

Canadá 17 22 29 25

Tchecoslováquia 20 22 24 22

Argentina - 21 28 24

Bélgica 18 23 20 21

Fonte: International Wool Secretariat.

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24

PRINCIPAIS PAÍSES IMPORTADORES DE LÃ

(Lã bruta em 1.000 t)

Tabela 7

1975 1980 1985 1988

Japão 230 176 184 175

China - 29 113 187

Reino Unido 133 96 128 128

França 120 117 132 115

Itália 80 118 120 114

URSS 110 124 108 114

Alemanha Oriental 74 80 77 76

Bélgica 45 42 55 66

USA 20 33 35 44

TOTAL 812 815 952 1.019

Fonte: International Wool Secretariat.

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PRINCIPAIS PAÍSES IMPORTADORES DE LÃ

(Participação Relativa nas Importações Totais)

Tabela 8

1975 1980 1985 1988

1. Japão 21% 16% 15% 13%

2. China 1% 3% 9% 14%

3. Reino Unido 12% 9% 10% 9%

4. França 11% 10% 10% 8%

5. Itália 7% 11% 10% 8%

6. URSS 10% 11% 9% 8%

7. Alemanha Oriental 7% 7% 6% 6%

Outros 32% 33% 31% 34%

TOTAL 100% 100% 100% 100%

Fonte: International Wool Secretariat.

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26

GRÁFICO 4

PRINCIPAIS PAÍSES IMPORTADORES DE LÃ

1980

JAPÃO 16%

ITÁLIA 11%

URSS 11%

FRANÇA 10%

OUTROS 36%

ALEMANHA 7%

REINO UNIDO 9%

1988

CHINA 14%

JAPÃO 13%

URSS 8%

FRANÇA 8%

ITÁLIA 8%REINO UNIDO 9%

ALEMANHA 6%

OUTROS 34%

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27

2.4 Consumo Mundial de Fibras Têxteis

Durante milênios, as fibras têxteis naturais (a lã, o algodão, a seda e o linho) se constituíramna principal matéria-prima para fabricação de vestuário. Até fins do século XVIII, a lã abastecia cercade 80% do consumo mundial de têxteis, enquanto a seda era considerada artigo de luxo e o algodãoquase não participava do mercado.

Com a expansão industrial e agrícola, o algodão iniciou a partir do século passado, sua fasede expansão como fibra têxtil, passando a dividir o mercado com a lã.

Foi a partir dos anos 60 que a indústria das fibras sintéticas (poliésteres e acrílicos) seexpandiu extraordinariamente passando a competir com as fibras naturais. Já nos anos 70 os sintéticospassaram a exercer o domínio mundial das fibras têxteis.

O fato de as industrias têxteis experimentarem seguidas frustrações em suas previsões,decorrente de as fibras naturais (lã e algodão) terem suas produções reguladas pelas condições de climae, portanto, sujeitas a constantes variações de volume e qualidade, determinou a necessidade de buscade fibras alternativas.

Assim, a concorrência dos sintéticos cresceu consideravelmente nos anos 70 e, na década 80,passaram a dominar, junto com o algodão, o mercado de fibras têxteis (Tabela 9).

Enquanto de 1960 a 1986, as fibras sintéticas tiveram sua participação aumentada de 22%para 45%, a do algodão decresceu de 65% para 48% e a de lã caiu de 9% para 5%, conforme mostra ográfico 5.

Neste período, em função do aumento demográfico, a produção mundial de fibras têxteismais do que duplicou, passando de cerca de 15 para 33,8 milhões de toneladas (base lã limpa).

O maior consumidor mundial de fibras têxteis é a Itália, sendo seguida pelos USA, Japão,França, Reino Unido e Alemanha Ocidental. Nestes 6 países, porém, existe uma marcantepredominância das fibras sintéticas e artificiais sobre a lã. Do total de fibras utilizadas pela indústriaamericana, 72% é representado pelas fibras sintéticas e apenas 22% pela lã. Já o Reino Unido e Françautilizam mais a lã, 57% e 48% respectivamente, do que fibras sintéticas e artificiais (vide Gráfico 6).

Já o Gráfico 7 dá uma idéia da utilização da lã em diferentes produtos acabados. Neleverifica-se que a maior utilização desta fibra é feita na confecção de roupas, principalmente femininas,com 21% do total.

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28

PARTICIPAÇÃO RELATIVADAS FIBRAS TÊXTEIS NA PRODUÇÃO MUNDIAL

Tabela 9

1975 1980 1985 1988

1. Algodão 48% 48% 49% 48%

2. Sintéticos e Artificiais 42% 46% 44% 46%

3. Lã 6% 5% 5% 5%

4. Seda e outros 4% 1% 2% 1%

TOTAL 100% 100% 100% 100%

Fonte: International Wool Secretariat.

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29

GRÁFICO 5

PRODUÇÃO MUNDIAL DE FIBRAS TÊXTEIS

* Base limpa.Fonte: Internacional WOOL SECRETARIAT.

ALGODÃO 65%

ARTIFICIAIS 17%

SINTÉTICAS 5%

LÃ 9%

OUTRAS 4%

1960Produção total:

15.283 mil tLã*: 1.480 mil t

ALGODÃO 54%

ARTIFICIAIS 14%

SINTÉTICAS 23%

LÃ 7%OUTRAS 3%

ALGODÃO 48%ARTIFICIAIS 8%

SINTÉTICAS 37%

LÃ 5%OUTRAS 2%

1970Produção total:

22.206 mil tLã: 1.612 mil t

1986Produção total:

33.842 mil tLã: 1.781 mil t

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30

GRÁFICO 6

CONSUMO INDUSTRIAL DE FIBRAS TÊXTEIS – 1986

* Estágio de cardagem.Fonte: Internacional Wool Secretariat.

SINTÉTICAS E ARTIFICIAIS55%

ITÁLIAProdução: 592 mil t LÃ 20%

OUTRAS 25%

SINTÉTICAS E ARTIFICIAIS72%

LÃ 22%

OUTRAS 6%

U.S.AProdução: 284 mil t

SINTÉTICAS E ARTIFICIAIS51%

LÃ 38%

OUTRAS 11%

JAPÃOProdução: 269 mil t

FRANÇAProdução: 197 mil t

LÃ 48%

SINTÉTICAS E ARTIFICIAIS36%

OUTRAS 16%

LÃ 57%

SINTÉTICAS E ARTIFICIAIS34%

OUTRAS 9%

REINO UNIDOProdução: 171 mil t

ALEMANHA OCID.Produção: 132 mil t

SINTÉTICAS E ARTIFICIAIS55%

OUTRAS 10%

LÃ 35%

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31

GRÁFICO 7

UTILIZAÇÃO DA LÃ EM DIFERENTES PRODUTOS

TRICÔ (MALHARIA) 16%

ROUPAS MASCULINAS 14%

ROUPAS FEMININAS 21%

OUTRAS 8%

CARPETES (TAPETES) 25%

OUTRAS ROUPAS 16%

FONTE: IWS

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32

2.5 Produção Mundial de Carne Ovina

O abate anual de ovinos no mundo é altamente significativo, atingindo a expressivaquantidade de 464 milhões de cabeças, o que corresponde a um desfrute próximo de 40%. Isto mostra,nitidamente, que, em nível mundial, a criação destina-se prioritariamente à produção de carne.

Contrariamente ao que ocorre com a lã, a produção de carne não se encontra concentrada emquatro ou cinco países, estando distribuída em cerca de dez ou onze países, que concentram 63% dosabates.

A União Soviética e China são os países que mais abatem ovinos, respectivamente com 60milhões e 50 milhões de cabeças por ano. Em um bloco intermediário, aparecem como grandesabatedores de ovinos a Nova Zelândia, Austrália, Turquia e Espanha (Tabela 10).

A Austrália e a Nova Zelândia são, também, os maiores consumidores de carne ovina porpessoa, com um consumo anual de 20,5 e 26,5 kg respectivamente.

Mundialmente, a produção de carne ovina atinge 6,8 milhões de toneladas, sendo que 10países respondem por 60% desta produção.

União Soviética, Austrália, China e Nova Zelândia são os principais produtores, vindo aseguir a Grã-Bretanha e Turquia. (Tabela 11).

A Austrália, embora seja o 4º país em número de abates, situa-se como o 2º produtor de carneovina. Neste país, a produção é baseada no abate de ovinos adultos, descarte dos rebanhos produtoresde lã, sendo relativamente pequena a produção especializada.

Já a União Soviética, China, Turquia e Índia, que aparecem como grandes produtores decarne ovina, com respectivamente 950 mil toneladas, 540 mil, 315 mil e 162 mil toneladas ano,baseiam esta produção no abate de ovinos primitivos de baixa qualidade de carcaça.

A produção mais especializada é encontrada na Nova Zelândia e principalmente na Europa(Grã-Bretanha e França) onde a produção é feita a partir de raças específicas para corte, com abate deanimais jovens, aspectos estes que conferem qualidade superior à carne ovina produzida nestes países.

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33

ABATE DE OVINOS NO MUNDO (cabeças)

Tabela 10

1980 1988 1990

URSS 53.443.000 62.903.000 60.897.000

China 22.380.000 38.505.000 50.000.000

Nova Zelândia 31.021.000 41.517.000 34.452.000

Austrália 29.711.000 32.138.000 32.922.000

Turquia 19.617.000 24.068.000 24.300.000

Espanha 12.967.000 18.576.000 22.380.000

Reino Unido 13.311.000 17.121.000 19.985.000

Índia 12.750.000 16.500.000 18.000.000

Irã 12.733.000 13.000.000 13.400.000

França 8.623.000 9.050.000 9.062.000

Itália 7.104.000 7.985.000 8.670.000

TOTAL MUNDIAL 382.064.000 442.887.000 464.316.000

Fonte: FAO YEARBOOK.

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34

PRINCIPAIS PRODUTORES DE CARNE OVINA (t)

Tabela 11

1980 1988 1990

URSS 834.000 975.000 950.000

Austrália 539.000 586.000 628.000

China 237.000 490.000 540.000

Nova Zelândia 567.000 621.000 535.000

Reino Unido 256.000 322.000 370.000

Turquia 253.000 312.000 315.000

Irã 229.000 234.000 241.000

Espanha 152.000 211.000 225.000

Índia 115.000 148.000 162.000

França 170.000 182.000 148.000

Mongólia 88.000 95.000 105.000

Irlanda 43.000 50.000 84.000

Bulgária 60.000 65.000 74.000

Itália 65.000 69.000 76.000

TOTAL MUNDIAL 5.663.000 6.568.000 6.871.000

Fonte: FAO YEARBOOK.

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35

2.6 Produção, Comércio e Consumo da Carne Ovina

Embora sendo o 4º produtor mundial de carne ovina, a Nova Zelândia exporta cerca de 400mil toneladas das 535 mil que produz anualmente, constituindo-se, com grande margem, no principalexportador mundial. Mesmo sendo o país que apresenta o mais elevado consumo por pessoa, 26,5 kgpor pessoa/ano a Nova Zelândia, por sua baixa população humana, apresenta consideráveis excedentes,que lhe permitem exportar 70% a 80% do que produz.

A seguir, em ordem de importância na comercialização de carne ovina, aparecem a Austrália,a URSS e a Grã-Bretanha, sendo que o Uruguai e Argentina situam-se respectivamente na 5a e 9a

posição (Tabela 12).Na Tabela 12, chama a atenção o aparecimento da Irlanda, Bulgária e Mongólia, entre os

principais exportadores. Ocorre que, mesmo sem figurar entre os maiores rebanhos do mundo, apopulação ovina destes países é bastante considerável, principalmente se considerarmos suas áreasterritoriais. O rebanho da Mongólia, por exemplo, é de 14 milhões de ovinos, o da Bulgária de 9milhões e o da Irlanda de 8 milhões de cabeças.

A importância da Irlanda como produtora de carne ovina pode ser dimensionada, sabendo-seque com um rebanho ovino 7 vezes menor do que o da Argentina e Uruguai juntos, aquele país exportaduas vezes mais que estes dois em conjunto.

A Austrália e a Nova Zelândia, em conjunto, respondem por cerca de 75 - 80% do comérciointernacional (exportações) de carne ovina e os países árabes, a Comunidade de Econômica Européia eo Japão importam cerca de 80% deste total.

Em nível mundial, o consumo médio de carne ovina é da ordem de 2,5 kg por pessoa por ano,sendo bastante expressivo nos países da Oceania e da Europa com destaque para a Nova Zelândia,Austrália, Grécia, Uruguai, Líbano, entre outros conforme pode ser observado no Quadro 12.

Quadro 12

CONSUMO MÉDIO DE CARNE OVINA NOS PRINCIPAIS PAÍSES CONSUMIDORES(kg/pes/ano, em 1991)

PAÍS CONSUMO PAÍS CONSUMONova Zelândia 26,5 kg Grã-Bretanha 7,1 kg

Austrália 20,5 kg Espanha 6,5 kgGrécia 14,5 kg Turquia 6,2 kgUruguai 11,0 kg África do Sul 6,0 kgLíbano 10,0 kg Arábia Saudita 5,9 kgBulgária 8,4 kg França 5,6 kg

Irlanda 7,7 kg Portugal 3,6 kg

Fonte: WORLD LIVESTOCK SITUATION, 1992.

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PRINCIPAIS EXPORTADORES DE CARNE OVINA (t)

Tabela 12

1980 1985 1988 1989 1990

Nova Zelândia 406.316 496.463 433.661 432.046 374.461

Austrália 189.986 91.993 166.396 129.959 165.173

Reino Unido 36.955 48.316 75.324 88.676 79.614

Irlanda 15.558 23.949 25.341 37.152 54.554

Uruguai 8.763 5.369 8.299 17.730 24.377

Bulgária 21.063 21.063 19.411 20.783 23.000

Mongólia 20.000 19.000 13.000 15.000 17.000

Coréia 8.170 9.006 14.271 14.799 13.900

Argentina 11.139 7.624 6.064 7.482 10.000

China 4.048 2.179 4.472 3.738 3.518

Fonte: FAO YEARBOOK.

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O principal comprador de carne ovina é o mercado europeu no qual a Grã-Bretanha, França,Alemanha Ocidental, Espanha e Itália são os países mais representativos.

A Grã-Bretanha, França e a URSS despontam como os 3 maiores importadores mundiais,todo com volume superior a 100 mil toneladas/ano. A seguir aparece e Japão, com cerca de 70 miltoneladas/ano. Afora estes 4 grandes exportadores, aparecem, ainda, com destaque bem inferior, aAlemanha Ocidental, os Emirados Árabes e o Irã, com volumes médios de importação inferiores a 30mil toneladas/ano (Tabela 13).

Embora continue sendo o principal comprador mundial de carne ovina, a Grã-Bretanhareduziu sensivelmente as importações (32%), de 1980 para 1990. Situação inversa ocorreu na Françaque, no mesmo período, aumentou em mais 3 vezes o volume importado.

Merecem ainda destaque, por suas participações neste mercado, o Irã e a Espanha. O Irã porter sido o 3º maior importador mundial em 1980, com 105 mil toneladas e o 1º importador em 1985,com 150 mil toneladas. Porém, a partir de 1988, este país reduziu sensivelmente suas compras,chegando a apenas 15 mil toneladas, em 1990.

Já na Espanha ocorreu um processo inverso, com as importações aumentando de 310 miltoneladas em 1980, para 14 mil em 1988 e 20 mil em 1990.

A Tabela 14 possibilita uma visualização global do comércio mundial de carne ovina. Nelaverifica-se que os 4 principais produtores (URSS, Austrália, China e Nova Zelândia) são também osmaiores consumidores desta carne, sendo a China o único que quase nada exporta. Isto é, consomepraticamente tudo o que produz. Já a Nova Zelândia exporta 70 - 80% do que produz, a Austrália cercade 30% e a URSS apenas 12%.

A Grã-Bretanha, 5º produtor mundial, apresenta a situação singular de ser, ao mesmo tempo,grande importador (1º) e exportador (4º), caracterizando-se, por isto, como um dos principais mercadosmundiais de carne ovina.

Em situação semelhante encontra-se a França, que, embora sendo um dos grandes produtorese exportadores, também importa expressivas quantidades desta carne.

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PRINCIPAIS IMPORTADORES DE CARNE OVINA (t)

Tabela 13

1980 1985 1988 1989 1990

Reino Unido 191.464 145.103 120.272 112.006 130.161

França 38.637 67.259 103.783 119.988 124.747

URSS 130.000 40.000 74.294 102.326 110.000

Japão 78.641 79.469 77.679 69.641 64.059

Alemanha Ocidental 29.564 23.695 23.658 29.114 29.233

Emirados Árabes 22.822 19.000 24.000 25.000 25.000

Irã 105.000 150.000 41.648 70.000 15.000

Jordânia 10.406 19.973 32.932 21.458 8.882

Espanha 310 714 14.725 16.337 20.078

Itália 11.510 19.106 22.793 24.140 22.113

Arábia Saudita 24.088 24.293 16.884 15.640 16.000

Grécia 4.436 13.750 13.779 17.955 15.021

USA 15.366 15.822 19.172 21.836 20.969

Canadá 13.376 10.961 12.982 11.773 13.815

Iraque 14.000 25.000 13.000 16.000 10.000

Fonte: FAO YEARBOOK.

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PRODUÇÃO E COMÉRCIO MUNDIAL DE CARNE OVINA EM 1990 (t)

Tabela 14

PAÍS PRODUÇÃO EXPORTAÇÃO IMPORTAÇÃO

URSS 950.000 110.000 -

Austrália 628.000 165.000 679

China 540.000 3.518 12.566

Nova Zelândia 535.000 374.461 1.285

Grã-Bretanha 370.000 79.614 130.161

Turquia 315.000 7.165 53

Irã 241.000 - 24.000

Espanha 225.000 2.817 20.078

Índia 162.000 10.000 180

França 148.000 6.403 124.747

Mongólia 105.000 17.000 -

Irlanda 84.000 54.554 185

Itália 76.000 2.299 22.113

Bulgária 74.000 23.000 15.000

Fonte: FAO TRADE YEARBOOK.

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2. ABATE de Ovinos, nos Estabelecimentos sob Inspeção Federal - até 31 de dezembro de 1980;entressafra de 1980. Boletim Informativo, Instituto Sul-Rio-Grandense de Carnes, PortoAlegre, p. 15, dez. 1980.

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