você está agora frente a frente com uma nova forma de entender o mundo

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Você está agora frente a frente com uma nova forma de entender o mundo. Uma nova realidade explicada a partir do pensamento teológico cristão. Como entender a união do cristianismo, que é uma religião, com a filosofia grega, que havia rompido com o pensamento mítico e religioso e se pautava na racionalidade? Vamos dar uma olhadinha para entender como tudo começou e terminou. O “período medieval” abrangeu em torno de 1000 anos, ficando entre a queda do Império Romano em 476 e a tomada de Constantinopla pelos turcos em 1453. Com a invasão dos “povos bárbaros” (séc. V) a estrutura da vida social foi modificada, e temos ai o início da Idade Média. Muitos problemas surgiram nessa época gerando graves crises econômicas e sociais, como por exemplo, fenômenos naturais que devastaram plantações e animais, fome, rebeliões de servos, guerras e pestes, tudo isso anunciou o final da época medieval. A filosofia medieval foi bastante influenciada por povos de diferentes localidades e costumes: judeus, europeus e árabes que estavam em Roma. O Cristianismo surge no Oriente, chega à Grécia, segue para Roma se espalhando posteriormente para outras localidades. Paulo de Tarso é o nome mais importante na divulgação da doutrina cristã. Observe a passagem do texto bíblico que está em Atos dos Apóstolos, capítulo 17 ? versículos 16 a 23, que relata o encontro de São Paulo com os atenienses: Enquanto estava esperando Silas e Timóteo em Atenas, Paulo ficou revoltado ao ver a cidade tão cheia de ídolos. Ele ia para a sinagoga e ali falava com os judeus e com os não-judeus convertidos ao Judaísmo. E todos os dias, na praça pública, ele falava com as pessoas que se encontravam ali. Alguns professores epicureus e alguns estóicos discutiam com ele e perguntavam: ? O que é que esse ignorante está querendo dizer? Outros comentavam: ? Parece que ele está falando de deuses estrangeiros. Diziam isso porque Paulo estava anunciando Jesus e a contando e ouvindo as últimas novidades. Então Paulo ficou de pé diante deles, na reunião da Câmara Municipal, e disse: ? Atenienses! Vejo que em todas as coisas vocês são muito religiosos. De fato, quando eu estava andando pela cidade e olhava os lugares onde vocês adoram os seus deuses, encontrei um altar em que está escrito: “AO DEUS DESCONHECIDO”. Pois esse Deus que vocês adoram sem conhecer é justamente aquele que eu estou anunciando a vocês.

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Você está agora frente a frente com uma nova forma de entender o mundo. Uma nova realidade explicada a partir do pensamento teológico

cristão.   

Como entender a união do cristianismo, que é uma religião, com a filosofia grega, que havia rompido com o pensamento mítico e religioso e

se pautava na racionalidade?  

  Vamos dar uma olhadinha para entender como tudo começou e terminou.  

O “período medieval” abrangeu em torno de 1000 anos, ficando entre a queda do Império Romano em 476 e a tomada de Constantinopla

pelos turcos em 1453.  

Com a invasão dos “povos bárbaros” (séc. V) a estrutura da vida social foi modificada, e temos ai o início da Idade Média.  

Muitos problemas surgiram nessa época gerando graves crises econômicas e sociais, como por exemplo, fenômenos naturais que

devastaram plantações e animais, fome, rebeliões de servos, guerras e pestes, tudo isso anunciou o final da época medieval.  

A filosofia medieval foi bastante influenciada por povos de diferentes localidades e costumes: judeus, europeus e árabes que estavam em

Roma. 

  

O Cristianismo surge no Oriente, chega à Grécia, segue para Roma se espalhando posteriormente para outras localidades. Paulo de Tarso é

o nome mais importante na divulgação da doutrina cristã. Observe a passagem do texto bíblico que está em Atos dos Apóstolos, capítulo 17

? versículos 16 a 23, que relata o encontro de São Paulo com os atenienses:  

Enquanto estava esperando Silas e Timóteo em Atenas, Paulo ficou revoltado ao ver a cidade tão cheia de ídolos. Ele ia para a sinagoga e ali falava com os judeus e com os não-judeus convertidos ao Judaísmo. E todos os dias, na praça pública, ele falava com as pessoas que se encontravam ali. Alguns professores epicureus e alguns estóicos discutiam com ele e perguntavam: ? O que é que esse ignorante está querendo dizer? Outros comentavam: ? Parece que ele está falando de deuses estrangeiros. Diziam isso porque Paulo estava anunciando Jesus e a ressurreição. Então eles o levaram a uma reunião da Câmara Municipal e disseram:

 ? Gostaríamos de saber que novo ensinamento é esse que você está trazendo para nós.

Pois você diz algumas coisas que nos parecem esquisitas, e nós gostaríamos de saber o que elas querem dizer. É que todos os moradores de Atenas e os estrangeiros que viviam ali gostavam de passar o tempo

contando e ouvindo as últimas novidades.

Então Paulo ficou de pé diante deles, na reunião da Câmara Municipal, e disse: ? Atenienses! Vejo que em todas as coisas vocês são muito religiosos.De fato, quando eu estava andando pela cidade e olhava os lugares onde vocês adoram os seus deuses, encontrei um altar em que está escrito: “AO DEUS DESCONHECIDO”. Pois esse Deus que vocês adoram sem conhecer é justamente aquele que eu estou anunciando a vocês. 

 

Paulo usa de uma estratégia para ser ouvido pelos atenienses visando à divulgação da nova doutrina religiosa. No debate com os filósofos epicureus e estóicos, apresenta o Cristianismo não como rompimento das crenças dos gregos, mas como um complemento e aperfeiçoamento da teologia e da filosofia deles. De outra forma provavelmente não seria ouvido, mas, esta aproximação com a filosofia antiga possibilitou a aceitação gradativa do Cristianismo. Na Idade Média, a Igreja Católica dominou o cenário religioso. Detentora do poder espiritual influenciava o modo de pensar, e as formas de comportamento das pessoas. Ela tinha também grande poder econômico, possuindo terras em grande quantidade e até mesmo servos trabalhando. Nesse contexto, inaugura-se a patrística.

Você se recorda do que foi a “Patrística?”

A palavra patrística vem de padre tem o sentido de “pai”, pois, foram eles que formularam os primeiros conceitos da fé e da tradição católica. Alguns Padres, após a morte dos apóstolos Paulo e João, elaboraram alguns problemas teológicos e tentaram conciliar religião e filosofia para solucioná-los. Nascia, assim, a filosofia Patrística que era uma forma de engrandecer o cristianismo, passando a ideia de uma religião com fundamentos racionais. Com a filosofia patrística temos a difusão, consolidação e constituição do pensamento cristão. O nome mais expressivo desse movimento é o de Santo Agostinho.     

MAS, QUEM FOI MESMO SANTO AGOSTINHO?    

Santo Agostinho       

   

Nasceu em Tagaste (África) e faleceu em Hipona (Argélia), onde ocupou o cargo de bispo da Igreja. Durante algum tempo seguiu a religião maniqueísta que prega que o bem e o mal são duas forças que regem o universo. Mas, influenciado pelo

arcebispo Ambrósio, de Milão, foi atraído para o cristianismo.

 

Fonte: (GOOGLE..., 2012)    

Mas...    Uma nova corrente o neoplatonismo chamou a atenção de Agostinho. Ela defendia a idéia de que, com algumas alterações, poderia ajudar a fé cristã a elaborar e defender-se com argumentos racionais, criando assim a teologiaVOCÊ SE LEMBRA DA ALEGORIA DA CAVERNA DE PLATÃO? AQUELA HISTÓRIA DO POVO QUE FICOU PRESO NUMA CAVERNA ESCURA?

  Alegoria da caverna de Platão    

  Fonte: (GOOGLE..., 2012)    

Platão dizia que a verdade, como conhecimento eterno, deve ser buscada intelectualmente no “mundo das idéias”, pela reflexão, e a

escuridão representa a nossa ignorância.    

A partir das ideias de Platão, Agostinho formula a doutrina da iluminação e explica como é possível receber de Deus as verdades eternas.

Conclui que todo conhecimento verdadeiro é resultado de uma iluminação divina, que permite ao homem chegar à verdade.     

Da mesma forma como o povo preso na caverna viu a verdade quando saiu de dentro dela, a luz divina tem o poder de iluminar nosso

pensamento. Agostinho dizia que para sermos iluminados por Deus precisamos crer nas escrituras. Porém, apenas com o trabalho da razão

a fé poderá ser demonstrada, assim como ocorre na física, as coisas para serem conhecidas devem receber luz do sol, situação semelhante

acontece com relação a Deus que é o Sol que nos ilumina. Ele é o Bem.  

   E quanto ao mal, quem é o responsável?    

Como o mal pode existir no mundo, já que tudo foi criado por Deus, que é pura perfeição e bondade? 

 

Tendo o livre-arbítrio o homem se torna responsável pela existência do mal no mundo.    

Agostinho tinha a intenção de provar a existência de Deus. Veja os argumentos no vídeo.  

Política e Religião na Idade Média 

 

Na Antiguidade, as teses de Platão e Aristóteles afirmavam que a política era o único caminho possível para que o bem fosse realizado. Já

na Idade Media entendia-se que só seria possível chegar ao bem apenas no convívio da comunidade cristã. Apesar das ideias conflitantes o

pensamento Greco-romano tornou a doutrina religiosa cristã mais racional. Os teólogos passaram a desenvolver argumentos para provar

que acreditar em Deus não vai contra a razão, pelo contrário, tem tudo a ver com ela.   

Você concorda com a posição da Antiguidade que a política era o único caminho possível para que o bem fosse realizado? Por quê?

Você já havia pensado sobre isso? 

  

A política a serviço da igreja  

Apesar da parceria da Igreja com o estado as duas instituições tinham funções diferentes: ao Estado cabia o papel de analisar as

necessidades das pessoas nas suas vidas no mundo como também de reprimir as paixões humanas pela força física. Já a Igreja se

preocupava com a salvação da alma e na manutenção das pessoas na religião.  

Santo Agostinho, dizia que por sua vez dizia que as instituições políticas e seus governantes são tendentes ao mal; elas se corrompem

com facilidade, sendo desonestos, demonstrando serem piores que os piratas que saqueiam os navios, sendo pior o que fazem os

governantes, pois saqueiam povos inteiros. 

   

 www.youtube.com/watch?v=16Xtsk8ZsgU  Agostinho formulou o problema das relações entre a fé e a razão, estudados no período da escolástica. 

 

1 - O Que foi a Escolástica?  Entre o século IX e XV, a igreja Romana, ampliava seu poder, dominava a Europa, preparava as cruzadas e também abria as primeiras

escolas. Este período do pensamento cristão é denominado escolástica, porque era a filosofia ensinada nas escolas da época por mestres

chamados escolásticos. Diversamente da patrística, que queria elaboração a teologia católica, o interesse da escolástica era a elaboração

da filosofia cristã. 

 O auge da escolástica ocorre com S. Tomaz de Aquino, no séc. XIII. 

TOMÁS DE AQUINO (1.226-1.274): A CRISTIANIZAÇÃO DE ARISTÓTELES 

 Tomaz de Aquino - Nasceu no castelo de Aquino, em Roccasecca (Reino de Nápoles), entre o ano de 1.224/5. Filho do conde Landolfo de

Aquino e de Teodora, seu pai e um de seus irmãos pertenciam à aristocracia da corte de Frederico II. De 1230 a 1239 foi educado na abadia

de Monte Cassino (Roma) onde toma contato com a Lógica e a filosofia Natural de Aristóteles. 

 Aquino procurou harmonizar a doutrina aristotélica com a doutrina cristã e defendeu a existência de um acordo entre a fé e a razão.

Defende a posição de que a última palavra deveria estar na revelação, porém é a razão que norteia a fé e lhe dá coerência. 

 Observe a situação a seguir: VOCÊ CRÊ QUE O UNIVERSO SEMPRE EXISTIU? 

 Tomaz tenta conciliar duas ideias que se contradizem: 

 

 

 A POSSIBILIDADE DE SE DEMONSTRAR A EXISTÊNCIA DE DEUS 

 Como pensador cristão, Santo Tomás serve-se da filosofia para que possa deduzir, racionalmente, a existência de Deus, que ele não

questiona; ao contrário, mostra como se pode inferir a Sua existência através dos cinco caminhos que a razão pode percorrer para concluir,

daí, a existência de Deus.  

  AS CINCO VIAS PARA SE PROVAR A EXISTÊNCIA DE DEUS 

 O argumento do primeiro motor: se tudo que existe é movido por alguma coisa, podemos dizer que há um primeiro motor, que move

todas as coisas, mas não precisa de nada para ser movido, pois seria impossível remeter-se infinitamente a uma causa motriz; esse

primeiro motor só pode ser, portanto, Deus.  

 A causa eficiente ? se tudo aquilo que existe tem a sua causa eficiente, isto é, aquilo que lhe proporcionou existência imediata,

necessariamente haverá uma causa eficiente que, em última instância, seja responsável por tudo aquilo que existe; essa primeira causa

eficiente só pode ser, portanto, Deus. 

  Ser necessário e ser contingente ? tudo aquilo que existe poderia ou não existir, uma vez existindo significa que, então,

necessariamente existe algo, pois, se não existisse esse Ser Necessário, nada mais existiria; esse Ser Necessário, portanto, só pode ser,

portanto, Deus.

 

Os graus de perfeição ? se tudo aquilo que existe tem diferentes graus de ser, ou seja, alguns seres são mais perenes, outros mais

efêmeros, uns mais perfeitos e outros mais imperfeitos, verifica-se que há uma escala ou uma hierarquia entre esses mesmos seres; assim,

deve existir um ser que esteja no topo de tal hierarquia, com o máximo de ser, de perfeição e de perenidade; esse ser, portanto, só pode

ser Deus. 

 A finalidade do ser - O argumento do governador supremo das coisas: se a totalidade dos seres obedece a um governo, ou seja, a uma

ordem, é preciso, pois, que haja um ser responsável por ele; esse ser, portanto, só pode ser Deus. 

 Assista ao filme Cruzada e veja como a igreja estava envolvida com as relações de poder da época. 

 TÍTULO DO FILME: CRUZADA (Kingdom of Heaven, EUA, 2005)  

 

SITE: http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/filmes/cruzada/ cruzada.asp 

 

 Viram o filme? O que acharam? Perceberam que objetivo era colocar a Terra Santa (nome pelo qual os cristãos denominavam a Palestina)

e a cidade de Jerusalém sob a soberania dos cristãos? Estes movimentos estenderam-se entre os séculos XI e XIII, época em que a Palestina

estava sob controle dos turcos muçulmanos. Você sabia que os Cavaleiros Templários foram criados pelas Cruzadas? 

 

FÓRUM 

 Mas será mesmo possível provar racionalmente a existência de Deus? A existência de Deus será evidente para nos como a

tradição de Agostinho? Por que Tomaz se separou de Agostinho ao demonstrar a existência de Deus? 

 

Você saberia identificar as características Patrística e da Escolástica? Qual a principal diferença entre elas? E, então, pronto para o debate

no fórum? Vamos lá?  UNIDADE 2 - O PENSAMENTO MODERNO   

   

 

TRANSIÇÃO DA IDADE MÉDIA PARA A IDADE MODERNA

RENÉ DESCARTES E O RACIONALISMO

JOHN LOCKE E O EMPIRISMO

IMMANUEL KANT E O MOVIMENTO ILUMINISTA

  

TRANSIÇÃO DA IDADE MÉDIA PARA A IDADE MODERNA    

No sec. XIV, no final do período medieval, o pensamento muda novamente e surgem outras formas de pensar, agora se defende a

separação radical entre a razão e a fé, entre Filosofia e Teologia.     

O homem e seus atributos de liberdade e razão passam a ser importantes novamente, e não apenas o mundo divino. Nas artes,

predominam os temas pagãos, afastados da temática religiosa. Valoriza-se o corpo e a dignidade humana.     

Podemos localizar a Modernidade entre 1453 (séc. XV) - data da tomada de Constantinopla, até 1789 (séc. XVIII) - no início da Revolução

Francesa.    

NOVO TEMPO E NOVO MUNDO: IDADE MODERNA, RENASCIMENTO E REFORMA    Choque de mentalidades  

  O conjunto de atitudes do homem moderno contrapunha-se à mentalidade medieval influenciada pelo pensamento contemplativo e

submisso às verdades da fé. O homem moderno buscava não somente conhecer a realidade, mas exercer controle sobre ela. Ele queria

descobrir as leis que regem os fenômenos naturais. O objetivo era prever para prover.  

  Ameaças à nova mentalidade  

  

A transição para a mentalidade científica moderna não foi um processo súbito, tranquilo e sem resistências. A Igreja não aceitava as

transformações e por isso castigava pensadores da época (Tribunal da Inquisição) e organizando listas de livros proibidos (o Index). A

teoria heliocêntrica: atingia a concepção cristã de que o homem é o ser supremo da criação e a terra perderia o privilégio de ser o centro. A

natureza e o universo passariam a ser concebidos a partir de um novo paradigma baseado tanto na observação quanto na representação

matemática. Essa mudança passou a ser vista como uma ameaça aos dogmas da Igreja.

Tribunal da Inquisição  

 

 

Fonte: (GOOGLE..., 2012)  

  Novos valores, novas ideias propostas pela burguesia    

Em vez de um mundo centrado em Deus, (teocêntrico), um mundo centrado no homem (antropocêntrico). Trata-se da valorização da obra humana; 

Em vez de um mundo centrado na fé (verdades reveladas), um mundo explicado pelas operações racionais (verdades estabelecidas pela razão). Isso levou a um desenvolvimento do Racionalismo e de uma filosofia laica (não religiosa);  

Em vez da ênfase no ideal da cristandade, um mundo marcado pela individualidade.  

  

Observe a imagem. Veja como o homem afasta a mão da mão de Deus  

  

Michelangelo, A criação de Adão, detalhe do teto da Capela Sistina, Vaticano 1483   

 Fonte: (CREATION..., 2012)    

     

Este sentimento de auto-suficiência do ser humano foi um dos fatores que provocou o surgimento do humanismo.  

   

MAS O QUE É HUMANISMO?  

  

Surge na Idade Média como uma corrente filosófica que  foi marcada pela transição do pensamento religioso e oposição ao mesmo.

Alimentou o interesse pela investigação da natureza, estimulou a admiração pela razão e pela beleza, características presentes na cultura

grega e romana, o que serviu de sustentação para o surgimento do Renascimento artístico e científico dos séculos XV e XVI.     As três mudanças mais significativas da modernidade são: a descoberta da América, o Renascimento e a Reforma.   

1. A descoberta do Novo Mundo - Um fator importante, que levou a mudança do pensamento moderno, foi a descoberta do Novo Mundo, pois revelou a falsidade e fragilidade da geografia antiga, o desconhecimento da flora e fauna encontradas. Revelou também a falta de conhecimento de outros povos e culturas.   

2. O RENASCIMENTO ? REVALORIZAÇÃO DO HOMEM E DA NATUREZA 

3.  4. Movimento cultural (séculos XV e XVI), que criaria a base conceitual e de valores que permitiria a valorização da razão e da

ciência no século XVII. Inspirou-se no humanismo, que defendia o estudo da cultura greco-romana e o retorno a seus ideais de

exaltação do homem e de seus atributos como: a razão e a liberdade. Propiciou o desenvolvimento de uma mentalidade

racionalista voltada para a observação e a investigação dos problemas do mundo. 

5.  

6. O Homem vitruviano 7.   

8. Fonte: (HOMEM..., 2012) 9.  10. 3. O movimento da Reforma ? Iniciada no século XVI, a Reforma Protestante foi um movimento que visou reformar a Igreja

Católica Romana, e que terminou por originar as Igrejas protestantes. O monge alemão Martinho Lutero foi o iniciador desse

processo histórico e fundador do Luteranismo.  

11.  

12. A credibilidade da Igreja Católica estava em queda desde a Idade Média. Havia muita preocupação do clero com luxo e bens

materiais. As regras religiosas estavam sendo desrespeitadas, principalmente no que diz respeito ao celibato. A corrupção ficou

insustentável e além tudo havia padres que nem conheciam os ritos da igreja, não sabendo nem mesmo rezar uma missa. Essas

questões foram gerando insatisfação entre a população. 13.  

14. Os religiosos condenavam a burguesia comercial, de obter lucro e juros, típicos do comércio emergente em plena expansão no

século XVI, mas, o papa arrecadava dinheiro para a construção da basílica de São Pedro em Roma, com a venda das

indulgências (venda do perdão) e de simonias (venda de cargos eclesiásticos). Havia também um comércio de objetos sagrados

realizado padres e bispos, sendo que na maior parte das vezes vendiam peças falsas.  15.  

16. Em reunião com o cardeal Caetano, é solicitado a Lutero que desminta suas teses, pedido a que ele recusou. 17.  

Martinho Lutero e o Cardeal Caetano, em 1557

Para ter uma ideia mais clara desse período veja o Filme: “Lutero”. 

 

Lembre-se: o ponto de vista sob o qual o filme foi realizado é o dos luteranos, ou seja, daqueles que concordam com tudo que o ex-monge

alemão realizou. Se tivesse sido feito sob o ponto de vista católico teríamos, outra visão de Lutero. Mas, no filme pode-se perceber

intolerância religiosa que se instaurou depois da Reforma Protestante.  

TÍTULO DO FILME: LUTERO (Luther, ALE/EUA, 2003)  

DIREÇÃO: Eric Till  

DURAÇÃO: 112 min  

SITE: http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/filmes/lutero/ lutero.asp   UMA NOVA CONCEPÇÃO DO HOMEM E DO MUNDO 

 

Século XVII e o surgimento da ciência moderna  

 

A partir do século XVII a ciência passou por grandes mudanças. A partir dos estudos de Descartes e de Locke, o racionalismo e o empirismo

passaram a serem considerados os pilares da ciência moderna.   

Racionalismo e razão têm alguma relação? Opa..., tem sim! O Racionalismo é a concepção que afirma que a razão é a única faculdade

capaz de propiciar conhecimento adequado da realidade. Descartes pode ser considerado o representante ilustre do racionalismo.

Recomendava que desconfiássemos das percepções sensoriais, responsabilizando-as pelos frequentes erros do conhecimento.   

QUEM FOI DESCARTES? 

 

 

  

 

 

René Descartes (1596-1650) era francês, filho de prósperos burgueses, estudou em colégio jesuíta em La Flèche. Viveu num período

chamado de Revolução Científica um tempo de acelerados avanços científicos. Era apaixonado pela matemática.   

Veja o vídeo que trata de Descartes, filósofo, físico e matemático francês René Descartes, considerado o fundador da Filosofia Moderna: 

 

 

http://www.youtube.com/v/gFImsC0S2S4&fs=1&source=uds&autoplay=1    

  

Dizia que se quisermos alcançar a verdade temos que colocar tudo o que sabemos em dúvida, procurando analisar se é possível ter certeza

de alguma coisa. Ele chega à seguinte consideração: “meus pensamentos existem e a existência desses pensamentos se confunde com a

essência da minha própria existência como ser pensante. Daí surge a frase clássica de Descartes. Penso, logo existo”. Para ele, o termo

pensamento abrange tudo o que cremos, sonhamos, afirmamos, negamos, sentimos.    

18.  

19.  20. Fonte: (MARTINHO..., 2012) 

Dessa forma, a pessoa era para ele, uma substancia essencialmente pensante. Sendo, o pensamento é algo mais concreto do que o corpo

da pessoa.    

Da sua Obra: - Discurso do método; podemos destacar quatro regras básicas, capazes de conduzir espírito na busca de verdade:  

1. Evidência: Despreza todo conhecimento vindo dos sentidos, da imaginação ou formulação apressada.2. Divisão: Dividir cada dificuldade no maior número possível de parcelas e estudar cada uma separadamente.3. Ordem: Partir dos problemas mais simples para os mais complexos.

4. Enumeração: Checklist, revisão de todo o processo, para garantir não ter esquecido nada.

A maior importância do trabalho de Descartes não foram os problemas que ele resolveu, mas sim as perguntas que ele formulou.  

 

O empirismo apóia-se nas teorias de John Locke (1632 ? 1704) e considera a experiência a base do conhecimento ? só se pode aceitar

como válido o que pode ser demonstrado experimentalmente.    

 MAS QUEM FOI JOHN LOCKE?  

  

John Locke é identificado como pertencendo ao grupo dos filósofos empiristas britânicos. O empirismo é uma doutrina científica, segundo a

qual só é possível adquirir conhecimentos com experiência prática. Nascido em, Wrington, Inglaterra, no ano de 1632, era filho de um

advogado inglês e estudou na universidade de Oxford, formando-se em medicina. Em 1675, exilou-se na França, mais tarde vai para a

Holanda, e somente em 1688 volta à Inglaterra.     

É conhecido como o teórico do liberalismo e seu pensamento parte da seguinte indagação: "Qual é a essência, qual é a origem, qual é o

alcance do conhecimento humano?"    Para saber mais: O liberalismo é um sistema político-econômico baseado na defesa da liberdade individual, nos campos econômico, político, religioso e intelectual, contra as

ingerências e atitudes coercitivas do poder estatal.   

<http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberalismo>  

 

Os teóricos do empirismo consideravam que o homem não tem em si mesmo conhecimento algum. Locke afirma que não há nada em nossa

mente que não tenha passado antes pelos nossos sentidos. Esta doutrina representava uma ruptura radical com a filosofia e a ciência

medieval, segundo as quais o homem possuía um conhecimento inato, infundido por Deus, e que se desenvolvia por meio da fé nos

princípios revelados por Ele. Locke foi crítico da doutrina das ideias inatas de Descartes.    

Para ele todo conhecimento humano deve vir direta ou indiretamente da experiência de mundo adquirida por meio do uso exclusivo dos

sentidos.   

O que foi o Iluminismo? Foi um movimento político, cultural e filosófico. Autores iluministas defendiam a lógica e o raciocínio como base

do conhecimento da natureza, do progresso e da compreensão entre os homens.  

 

  

 

 

 

  

 

Kant é tido como o maior filósofo iluminista. Nascido em Konigsberg, na Alemanha (1724-1804). Estudou as possibilidades de conhecimento

da mente humana, analisando os limites e as condições nas quais a razão pode conhecer o mundo. 

 

  

 

Veja o vídeo Kant e os limites da razão e entenda melhor:

 http://www.youtube.com/watch?v=ndCtzWNw9zU 

  

E, então, você acha dá para conhecer Deus, o infinito? Como podemos chegar a uma resposta segura sobre essas perguntas? Somos

capazes de saber como as coisas são na realidade? 

 

 

Kant afirma que a filosofia deve responder a quatro questões fundamentais: O que posso saber? Como devo agir? O que posso esperar? O

que é o ser humano? Tentando responder essas questões, ele desenvolveu um exame crítico da razão, a fim de investigar as condições nas

quais se dá o conhecimento humano: A teoria do “Esclarecimento”. 

 

 

O que é o esclarecimento para Kant? É a saída do homem de sua condição de menoridade. Menoridade é a incapacidade de fazer uso de

seu entendimento sem a direção de outra pessoa. O próprio indivíduo é o culpado em permanecer na minoridade. 

 

 

Ele prossegue dizendo que todos nos vivemos em algum momento uma situação de minoridade. Pode ser por preguiça, medo oportunidade

ou mesmo comodismo. 

 

 

Kant se fez a seguinte pergunta: “vivemos numa época esclarecida?” A resposta é direta e concreta: 

 

 

 

[...] “Não, vivemos em uma época de esclarecimento” [...] Falta ainda muito para que os homens, nas condições atuais, tomados em conjunto, estejam já numa situação, ou possam ser colocados nela, na qual em matéria religiosa sejam capazes de fazer uso seguro e bom de seu próprio entendimento sem serem dirigidos por outrem. Somente temos claros indícios de que agora lhes foi aberto o campo no qual podem lançar-se livremente a trabalhar e tornarem progressivamente menores os obstáculos ao esclarecimento geral ou à saída deles, homens, de sua menoridade, da qual são culpados. Considerada sob este aspecto, esta época é a época dos

esclarecimentos. (KANT, 2005. p 70). 

  

  

 FÓRUM 

   

 

Sobre o conhecimento Kant afirma que a filosofia deve responder a quatro questões fundamentais: O que posso saber? Como devo agir? O

que posso esperar? O que é o ser humano? Tentando responder essas questões, ele desenvolveu um exame crítico da razão, a fim de

investigar as condições nas quais se dá o conhecimento humano: A teoria do “Esclarecimento” O que você acha que podemos de

fato conhecer?