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1 Qual o propósito de Deus para minha vida? O que fazer para crescer no centro da vontade de Deus? Como sentir satisfação plena em servir a Deus? Este tema partiu de uma necessidade existencial dentro de nossa própria igreja. Tínhamos as perguntas e não as respostas; nenhuma literatura teológica que falasse do atendimento vocacional. Oramos, meditamos e estudamos. O Senhor Jesus, na sua infinita generosidade, deu- nos uma medida inicial de graça e de conhecimento para começarmos os nossos estudos sobre o assunto. Depois de concluída a parte inicial, deixamos o tempo passar. Cinco anos depois percebemos que as nossas convicções sobre o assunto continuavam as mesmas. Esse período de maturação mostrou-nos também que estamos apenas colocando os primeiros fundamentos (Petros) de um grande projeto de crescimento espiritual. Quando os discípulos descobrem e atendem o chamado vocacional, eles são transformados; o intelecto amplia seus horizontes, a afetividade reveste-se de satisfação e as atitudes são visivelmente agraciadas pelo triunfo ministerial. Tudo isso gera crescimento do alto e as pessoas ao nosso redor são influenciadas pelo nosso comportamento e pela frutificação do nosso trabalho. Vo

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Qual o propósito de Deus para minha vida? O que fazer para crescer no centro da vontade de Deus? Como sentir satisfação plena em servir a Deus? Este tema partiu de uma necessidade existencial dentro de nossa própria igreja. Tínhamos as perguntas e não as respostas; nenhuma literatura teológica que falasse do atendimento vocacional. Oramos, meditamos e estudamos. O Senhor Jesus, na sua infinita generosidade, deu-nos uma medida inicial de graça e de conhecimento para começarmos os nossos estudos sobre o assunto. Depois de concluída a parte inicial, deixamos o tempo passar. Cinco anos depois percebemos que as nossas convicções sobre o assunto continuavam as mesmas. Esse período de maturação mostrou-nos também que estamos apenas colocando os primeiros fundamentos (Petros) de um grande projeto de crescimento espiritual. Quando os discípulos descobrem e atendem o chamado vocacional, eles são transformados; o intelecto amplia seus horizontes, a afetividade reveste-se de satisfação e as atitudes são visivelmente agraciadas pelo triunfo ministerial. Tudo isso gera crescimento do alto e as pessoas ao nosso redor são influenciadas pelo nosso comportamento e pela frutificação do nosso trabalho.

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PETROS é um Projeto de Descoberta Vocacional, com o objetivo de alocar os discípulos em seus respectivos ministérios, com base nos indicativos bíblicos e naturais do chamado divino. O Projeto PETROS possibilita a descoberta, a alocação, o aperfeiçoamento e a especialização dos discípulos em seus respectivos ministérios, enfocando a importância de uma geração cristã comprometida com a vocação, ministério, maturidade e frutificação. O nosso desejo é que você possa descobrir sua vocação, envolver-se num ministério dinâmico no Reino de Deus e desfrutar do crescimento espiritual, no centro da vontade de Deus. Desde já esteja imerso numa dimensão de novos alvos espirituais. Que sonhos e projetos vindos do Trono de Deus sejam gerados no mais íntimo de sua vida. Oramos para que haja no âmago de sua essência um profundo sentimento de servir ao Senhor, colocando-se em inteira submissão à vontade do Pai. O conteúdo desta apostila, analisado em profundidade, será um recurso adicional de mapeamento de sua vocação, um manual de busca ministerial, visando o conhecimento de indicativos bíblicos e naturais para o pleno exercício do chamado divino. Em nosso coração há um impulso muito forte do Espírito Santo que vem como um jorrar profético para a sua vida espiritual: Viva intensamente sua vocação, servindo a Deus, à Igreja e ao próximo. Seja investido de humildade e revestido do poder do Espírito de Deus! Desenvolva cada vez mais suas habilidades para alcançar um domínio maior em seu ministério. Cresça por dentro e por fora. Seja aquele servo que o Senhor vai usar em grandes realizações no Seu Reino. Desde já conheça o seu chamado e receba a unção ministerial para servir!

BenneDen

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Tudo que existe ao nosso redor tem uma razão de ser, uma finalidade. Todas as coisas que criamos têm um propósito. Escolas, instituições, lojas, indústrias, objetos, carros, livros, roupas, computadores, sejam grandes ou pequenos, complexos ou simples, existem para atender um propósito. Na verdade estamos simplesmente imitando o nosso Criador. Deus fez todas as coisas para determinados fins. Os seres humanos foram criados por Deus com um propósito. Você e eu existimos porque Deus nos trouxe a existir com um objetivo.

Entendemos que para cada pessoa há um chamado, uma convocação divina no sentido de um desígnio a cumprir.

O fato lamentável é que podemos usar algumas coisas em propósitos errados e por tempo indefinido. O telefone celular, por exemplo, utilizado indevidamente como peso para papéis, em um escritório; uma geladeira servindo como armário de bugigangas, no interior de uma casa velha, etc. Infelizmente muitas pessoas estão vivendo de forma semelhante. Por não saberem os propósitos de Deus e não identificarem a vocação mais profunda, gastam boa parte ou toda a vida fora do centro da vontade de Deus.

Uma pesquisa da Galup Organization realizada em onze regiões metropolitanas brasileiras, sobre o engajamento da força de trabalho, revelou que 79% dos profissionais não estão engajados

profissionalmente; 61% não estão psicologicamente comprometidos com as organizações em que trabalham e 18% mostram uma atitude negativa com relação ao trabalho e ao empregador. ( Revista Vencer – nº 89 – Fevereiro/2007 -Pág 13). Mais cedo ou mais tarde aqueles que vivem propósitos errados, sofrerão drasticamente de conflitos emocionais e existenciais. Além disso, muito do que era possível ser feito, se as pessoas certas estivessem nos lugares certos, não acontecerá.

CAPÍTULO 1

Vida Com Propósitos

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Nossa alma entristece em encontrar nos bancos das igrejas muitos cristãos de potencial adormecido, enquanto outros, sem o devido preparo e chamado, estão nos campos de trabalho.

Se uma boa parte da humanidade não compreende bem o que seja vocação, imagine só quando falamos da existência de uma vocação natural e de uma ministerial e que as duas têm seus pontos comuns e conflitantes, semelhanças e diferenças. A literatura sobre o assunto é quase inexistente e as igrejas ainda não foram despertadas para a importância desse assunto. Muitos servos de Deus desconhecem completamente suas funções no Corpo de Cristo e não sabem o plano de serviço que Deus tem para suas vidas, por isso vivem sem propósitos ou com propósitos errados. Uma boa parte da igreja contemporânea é formada por membros ativos, enquanto que outra permanece indefinidamente em estado de espera. Talvez haja uma série de motivos capazes de explicar porque milhares de cristãos ungidos, potencialmente competentes e com todos os requisitos necessários para um grande ministério, estejam inativos dentro dos templos religiosos. Creio que uma das fortes razões que tem impedido o crescimento pessoal e do Corpo de Cristo seja a falta de informação bíblica e teológica sobre vocação, abrangendo:

1. Dons;

2. Competências; 3. Perfil Ministerial.

Sem exagero podemos afirmar que milhões de discípulos de Cristo continuam desprovidos de crescimento espiritual por falta de um investimento adequado em suas respectivas áreas vocacionais, dons e competências pessoais.

PETROS

CAPÍTULO 1 – VIDA COM PROPÓSITOS

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Existe um plano divino para cada ser humano? Vivemos para nós mesmos ou vivemos para Deus? Qual o Projeto de Deus para nossa vida? Porque estamos aqui? Estamos fazendo a coisa certa? Temos investido satisfatoriamente em nossa vocação? Aplicamos nosso potencial em nossa missão? Quanto fizemos do propósito que Deus nos confiou? O conceito de vocação é profundo e tem um amplo sentido existencial - psicológico e espiritual. O termo vem do latim, vocare, que quer dizer "chamado". Este chamamento é geralmente entendido como ligação profissional do indivíduo com uma tendência de vida, a ponto de suas ações e escolhas serem vistas como resultados de algo predeterminado. Acontece que vocação é muito mais do que profissão bem sucedida ou adequação biológica ao trabalho.

Vocação no aspecto religioso - ato de ser chamado ou predestinado para

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atender um propósito divino; inclinação e predisposição para certo gênero de vida, profissão, estudo ou arte. Teologicamente o estudo da vocação é chamado de Hiperetologia (do grego hypereteo = servir, ministrar, ser útil; logia = estudo, tratado).

Vocação no aspecto geral - talento, jeito, queda, tendência.

Nós cristãos, somos tanto Homo-Psíquicos como Homo-Pneumáticos. De Adão herdamos uma vocação anímica e de Cristo, uma vocação ministerial, ambas em processo de descoberta, aprendizado e crescimento. Vocação Natural A vocação natural é aquela em que o indivíduo sente-se inclinado para alguma atividade profissional. No sentido comum, o homem adâmico, pode ter a vocação natural para ser um advogado, médico, professor, comerciante, etc. A vocação natural está relacionada com a nossa herança adâmica, com o perfil psicológico e existencial de cada indivíduo. Ela permite a combinação entre tendência e aptidão profissional. O vocacionado trabalha em algo que sabe fazer e que atende aos desejos pessoais.

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Vocação Ministerial O Chamado ministerial é diferente de aptidões e aspirações comuns. Também difere de oportunidades e conveniências que a vida apresenta de vez em quando. Não deve ser confundido com a herança adâmica, própria a todos os seres humanos. Vocação ministerial está relacionada com a nossa herança espiritual, em Cristo. É uma convocação divina ao discípulo de Cristo, para trabalhar em um ministério específico no Reino de Deus. No sentido amplo, a vocação ministerial é um chamado para o crente reordenar toda a sua vida, colocando a vontade de Deus no centro de suas atenções. No sentido restrito, a vocação ministerial é o chamado para servir a Deus, ao próximo e à igreja, em alguma atividade especificamente relacionada à vida cristã. Ao atender esse chamado, o vocacionado encontra a inspiração para escolher um novo estilo de vida, a força espiritual para perseverar neste caminho e a alegria para servir no Reino de Deus com um propósito definido. O discernimento da vocação ministerial pode acontecer conjuntamente com o chamado à conversão ou sucedê-lo imediatamente. Não existe vocação para salvação sem o chamado para o serviço cristão, assim como não existe vocação para o serviço cristão sem o chamado para a salvação. É Deus quem tem a iniciativa do chamado ministerial, mas Ele respeita o nosso livre arbítrio. Compete a cada pessoa escutar o chamado e fazer seus os propósitos de Deus. Assim, a vocação ministerial é o chamado de Deus que se manifesta nas nossas inclinações mais profundas e nos nossos desejos espirituais mais autênticos. A nossa livre resposta e o pleno compromisso com o chamado divino, dão sentido e dignidade à nossa existência. Quem atende o chamado de Deus, certamente desempenhará suas atividades ministeriais com bom ânimo e disposição, tudo pelo prazer de fazer o que é o propósito de Deus para a sua vida. O ideal seria que todo ser humano ouvisse e atendesse ao chamado divino, o que resultaria em plena satisfação pessoal e enormes benefícios para a humanidade.

Sabemos que a sociedade possui necessidades variadas, que devem ser supridas pelo

trabalho de todos. Por isso, cada pessoa tem um chamado específico e talentos que

correspondem a sua vocação, a fim de que possa cumprir o seu papel neste mundo.

Todavia, a maior necessidade do ser humano é totalmente desconhecida por ele até

que seja alcançado pelo o Evangelho.

Vocação ministerial é uma ação graciosa realizada pelo Espírito Santo no coração existencial do crente, despertando-lhe o senso de responsabilidade e o dever cristão de agir em conformidade com a vontade divina.

CAPÍTULO 2 - Discernindo a Vocação

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O maior problema da humanidade é o pecado e, uma vez que o pecado leva o pecador

ao juízo e à condenação eterna, a maior necessidade dos humanos é de Salvação.

Diante disso, Jesus chama todos os seus discípulos à pregação do Evangelho a toda

criatura ( Mc 16:15-16). Esse chamado é geral e conhecido na Teologia como a “Grande

Comissão”. Mas, precisamos entender onde “cada discípulo” se enquadra dentro deste

contexto maior, ou seja, temos que discernir o tipo específico de trabalho a fazer dentro

da Grande Comissão. Diferenças Entre Vocações: Natural e Ministerial A primeira diferença entre a vocação natural e a ministerial é que a primeira está relacionada ao indivíduo sem Cristo, o homem natural, enquanto que a segunda diz respeito à nova natureza e nova vida dos renascidos, o homem espiritual. Movido pela vocação natural o indivíduo trabalha e espera o reconhecimento, salário e a recompensa por aquilo que se esforçou. Na vocação ministerial, há implicações mais profundas: existenciais e espirituais. O discípulo de Cristo, consciente de seu chamado, submete-se à vontade de Deus e, neste processo, há renúncia e sacrifício. O seu foco não é a realização pessoal, dinheiro ou projeção. O discípulo age puramente por amor a Deus e por entender que encontra-se no centro vontade de Seu SENHOR.

Antes que eu te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre te santifiquei; às nações te dei por profeta. Jr 1:5

Isaías foi eleito no ventre de sua mãe Is 49:1;

Jeremias foi escolhido antes de ser formado. Jr 1:5;

Paulo, do ventre foi separado para pregar aos gentios. Gl 1:15-16 Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e a graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos, 2 Tm 1:9

O chamado de Deus precisa ser entendido como um caminho sem retorno. Se uma pessoa assume perante Deus, um chamado, deve ir até o fim, sem desanimar com o peso da Cruz em um caminho de espinhos. Toda missão tem uma recompensa, mas o galardão celestial não diz respeito ao simples exercício da vocação, mas ao cumprimento integral da missão que nos foi confiada. A coroa da glória está não no início ou meio dessa missão, mas no final. "Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis; fizemos somente o que devíamos fazer." (Lc 17, 10)

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O ser humano nasceu para realizar a vontade de Deus. Se todos conhecessem e se submetessem ao projeto de vida que Deus tem para cada ser humano, com certeza o mundo seria incomparavelmente melhor. Infelizmente a humanidade continua desconhecedora da vontade divina, investindo suor e talentos exclusivamente na sua sobrevivência debaixo do Sol.

Com a queda espiritual de nossos “pais” lá no Éden

a natureza humana foi terrivelmente afetada pelo o

pecado, razão pela qual a percepção do chamado

divino é inexistente no homem natural. Conflito Vocacional Devido a queda espiritual, a trajetória da vocação natural nem sempre caminha paralela à vocação ministerial. Em alguns históricos de vida, é possível identificarmos um cruzamento ou ponto de intercessão vocacional, unindo parcialmente aspectos dos dois chamados numa só missão. Mas, existe também o conflito de uma vocação natural inconciliável com o chamado ministerial. Neste caso, por amor a Jesus Cristo, pensamentos e sonhos pessoais devem ser submetidos ao plano maior que Deus tem para os seus. Dilemas da Vocação Se colocarmos à parte aqueles que hoje vivem debaixo da perfeita vontade de Deus como o grupo que sabe e vive o seu chamado, podemos dividir toda a humanidade em três grandes grupos: Os que não sabem, mas pensam que sabem sua vocação; Os que não sabem sua vocação; Os que têm dúvidas.

Vocação ministerial e vocação natural são realidades distintas assim como sobreviver e viver também são experiências completamente distintas. A vida é muito mais do que a maioria pensa. A vida humana neste mundo tem um propósito, um sentido, uma missão.

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1- Ambiciosos – Os que pensam que sabem sua vocação Neste grupo encontramos aqueles que seguem a vida por instinto e ambições pessoais. É um grupo egoísta e ambicioso que busca apenas interesses pessoais, diversões, bens, dinheiro, conquistas ou projeções. Os indivíduos seguem seus instintos, sonhos e cobiças. Alguns se destacam porque são idealistas e conquistadores, mas no fim das contas percebem que edificaram sobre a areia. São aqueles que correm, mas ninguém sabe para onde. São aqueles que ajuntam, mas ninguém sabe para que ou para quem. 2 - Sobreviventes – Os que não sabem a sua vocação Este grupo é composto por homens que vivem por viver. A vida é sem graça ou muito complicada. Talvez por não acharem nada interessante não avançam e nem tentam descobrir um modo de sair da matrix. São apenas levados pelo tempo. Tornam-se meros espectadores e não participantes da vida. Grandes recursos e talentos permanecem inativos. 3 - Inseguros – Os que têm dúvidas O terceiro grupo é aquele que vive na incerteza. Há sempre um questionamento de vida: Estou no lugar certo, fazendo a coisa certa? O estigma deste grupo é um dilema: ficar parado ou arriscar ir em frente sem saber o caminho? A angústia maior é que esse grupo carrega um “incômodo interior” constante pela suspeita de sua desconexão profissional com a sua vocação, gerando seres insatisfeitos, desmotivados, adaptados tão somente à lei da sobrevivência. O ser humano merece mais do que simplesmente completar seus dias debaixo do Sol. Cada um merece viver a perfeita vontade de Deus, discernindo, dentre tantas vozes científicas, tecnológicas, políticas e filosóficas, aquela que vem do Senhor; fazer a Sua vontade e adentar na vida eterna com a certeza que a missão foi cumprida fielmente. .

Romanos 12.2 E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.

A nossa livre resposta ao chamado de Deus é o que dá sentido e dignidade à nossa existência debaixo do Sol.

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Vocação não é somente a soma das aptidões inatas e adquiridas, mas o fator integrativo de todo o ser. A vocação é o elemento que dota de sentido todos os recursos que o indivíduo possui tanto os que nasceram com ele, quanto aqueles que sua personalidade incorporou ao longo da vida. Seguir a vocação é vivenciar o seu destino Cada habitante do planeta tem uma tendência natural a um destino. A vocação é um chamado íntimo que inclina o indivíduo a seguir em direção a um alvo, um destino. Conhecer a vocação é o primeiro passo na direção certa. Mas, saber a vocação não é suficiente; depois de conhecer a vocação é preciso fazer uso de todos os recursos disponíveis para alcançar o destino. Se você, por alguma razão, recusa-se a seguir o chamado divino – o curso de sua vida será dado por outra voz, por isso a vocação deve ocupar o centro de sua vida, a parte mais importante dela.

Todo discípulo de Jesus Cristo deve conhecer a sua vocação e a partir dessa descoberta fazer esforços convergentes na direção do alvo a ser conquistado. Sabendo a sua vocação, você se torna capaz de fazer o máximo do que depende exclusivamente de você para que sua vida esteja no centro da vontade de Deus, tenha sentido e seja bem sucedida no propósito que lhe foi confiado. Naturalmente falando, é possível notar que, com ou sem dinheiro, com ou sem saúde, as pessoas são contentes ou descontentes. As contentes são as que, de alguma maneira, conseguiram permanecer fiéis às próprias vocações; as infelizes, as que seguiram por outro caminho.

" Autoridade delegada é o potencial manifesto de ser aquilo que Deus autorizou sobre a minha pessoa. Essa autoridade me faz prosperar no ministério que atenda ao meu chamado, mas não me concede poder espiritual para agir naquilo que Deus não me autorizou a fazer.

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Qual é sua vocação? Quais são os seus dons espirituais? Quais são as suas competências naturais? Qual é o seu perfil ministerial? Vocação & Autoridade Não temos autoridade para agir naquilo que Deus não nos autorizou a fazer. Autoridade é o potencial manifesto de ser aquilo que Deus autorizou sobre a minha pessoa. Quando o discípulo passa a ser o que é para ser, ele naturalmente, sem maiores esforços, manifesta sua autoridade e todos ao redor percebem isso. A autoridade do discípulo de Cristo está relacionada com o seu chamado, com o ministério certo em que ele deve servir a Deus. A semente de trigo, por exemplo, tem “autoridade” para frutificar trigo, mas não tem autoridade para frutificar bananas ou maças. Quando a semente de trigo é plantada no solo adequado, tem toda a autoridade para germinar e frutificar naquilo que foi autorizada. Assim acontece com o discípulo de Cristo. A autoridade do crente é pessoal e única. Ele prosperará no ministério que atenda a sua vocação, mas não terá poder espiritual para agir em algo que não foi autorizado a fazer. Há discípulos fiéis que desconhecem esse princípio bíblico e insistem em fazer o que Deus não autorizou que fizessem. E por insistirem no erro, colhem fracasso e frustração. Se o discípulo estiver fora de sua vocação, não manifestará autoridade espiritual e consequentemente seu esforço será frustrante e infrutífero. Não queira nunca estar fora de seu lugar. Somos chamados por Deus a uma missão específica e essa missão é investida de autoridade espiritual. Quando Deus chama, Ele investe o comissionado de autoridade para que a missão outorgada seja executada com sucesso.

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Discernindo a Vocação Temos ouvido o chamado de Deus? Temos ouvido o que o Espírito diz à Igreja? Deus continua falando ao homem de diversas formas, mas a falta de discernimento espiritual impede o conhecimento das revelações. Aquele que vocaciona (Deus) utiliza vários meios para revelar a Sua vontade. 1- Fatos - acontecimentos, testemunhos; 2- Criação - natureza, fenômenos; 3- Consciência do homem - convicção interior; 4- Profecias - revelações, sonhos e visões; 5- Escrituras Sagradas - pregações, estudos bíblicos, etc.

O novo discípulo de Jesus deve seguir a vida cristã com a disposição de discernir o chamado de Deus, estando sempre atento à voz do Senhor, seja através de uma revelação especial ou não. Deus costuma falar utilizando o testemunho do Espírito e da Igreja, além do testemunho interior.

1. O testemunho do Espírito Santo – Nos momentos de comunhão, oração, adoração e meditação das Escrituras.

2. O testemunho da Igreja - Quando ouvimos a liderança da Igreja e recebemos a

confirmação sobre o exercício de um ministério. Atitudes independentes são passíveis de erros graves.

3. O testemunho Interior - A voz do coração associada às habilidades pessoais.

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Às vezes, Deus usa a revelação de forma silenciosa, no espírito do homem, onde apenas um sussurro divino é levemente percebido. Revelação Não Discernida O que nos impede de ouvir e de compreender a voz de Deus? Com certeza há vários motivos, mas quatro deles merecem uma atenção especial:

Queda espiritual - Em decorrência da queda espiritual o homem tem enormes dificuldades em discernir as questões espirituais, incluindo a sua vocação. O Pecado - Is 59:2 - Endurecimento de coração. O pecado nos separa de Deus em muitos aspectos. Perdemos comunhão, intimidade, bênçãos e a própria vida. Quanto mais o homem se envolve com o pecado mais endurecido de entendimento fica. Perde a sensibilidade espiritual e já não discerne a voz de Deus.

Polivox (excesso de vozes) – I Co.14.10 – Vocação vem de “voz”. O homem natural desde cedo entra em contado com a voz do mundo exterior. Opiniões e pensamentos da família, amigos, mídia, religiões, profissionais, especialistas e outros gêneros afins exercem influência fortíssima sobre o comportamento humano e todas elas terão seu valor na construção de um projeto de vida.

Voz das Multidões – Mídia, governo, sociedade. Homens falam e não Deus.

Voz do Coração - Múltiplas vozes no interior do homem. A voz da intuição, da razão, dos Sentimentos e da experiência. Quando nossos pensamentos e sentimentos falam e não Deus. (Jr 17:9; Ez 13:2)

Depois da infância o homem passa a ouvir a voz interior, a do coração. A princípio esta voz está relacionada mais aos fatores genéticos do que sociais; vem de uma combinação de genótipo e aspectos sociológicos diversos, que aos poucos vão sendo incorporados à personalidade e consequentemente ao estilo de vida de cada pessoa. São tendências, desejos e aspirações individuais latentes ou induzidas e estimuladas pelo meio, que montarão o esquema de comportamento. Estamos no mundo dos seres humanos e todo o contexto vivencial das pessoas, do nascimento à idade adulta, funciona como uma escola de treinamento da percepção exclusiva da voz humana.

Fatores Ambientais – O meio não determina, mas exerce grande influência sobre o indivíduo. Por maiores que sejam os valores agregados à vocação, não se pode deixar de levar em conta os fatores sociais envolventes, as condições do lugar, a época que você vive, o contexto eclesial e assim por diante. São fatores que certamente contribuirão para (ou impedirão) o êxito maior ou menor de seu ministério.

Falta de Comunhão com Deus e Sua Palavra - I Sm.3.1-10. - Sl 25:14.

Todo o contexto vivencial dos seres humanos, do nascimento à idade adulta, colabora para o desenvolvimento de uma programação mental direcionada quase que unicamente à percepção da voz humana.

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Nos dias de Samuel a Palavra do Senhor era rara e Por isso os homens haviam gradativamente esquecido a voz do Senhor. Eles perderam a sensibilidade espiritual, perderam o discernimento da voz de Deus. A perda do discernimento espiritual (Lc.24.29-32) vem da falta de comunhão contínua com o Senhor. Quando a presença de Deus torna-se real podemos ouvi-lo falar.

No ritmo acelerado dos dias pós-modernos, quase não há tempo para ouvir Deus (Lc.10.39-42), em face das inúmeras atividades e compromissos; lamentavelmente a igreja tem perdido a capacidade de ouvir a voz do Espírito Santo porque está ocupada demais com o plano horizontal. Cada um corre atrás de sua própria vida e interesses pessoais e deixa de comungar satisfatoriamente com Deus.

Nossa audição espiritual indica nossa posição diante de Deus. A realidade é que não temos vivido uma vida cristã contemplativa, de profunda comunhão com o Senhor da Glória, para ouvirmos nosso chamado vocacional.

O teólogo e escritor Kléos Lenz César diz que ainda que a natureza humana seja susceptível ao engano, o cristão pode acertar quanto à legitimidade de seu chamado, porque as operações do Espírito Santo em sua consciência não são confusas ou contraditórias, mas claras e convincentes, de forma instantânea ou progressiva. (Kléos Magalhães Lenz César - Vocação – Ed. Ultimato – 1977 – Viçosa - Pág 77). Sem dúvida alguma sabemos que a vocação ministerial é testificada internamente pela ação do Espírito Santo em nosso espírito e consciência, mas deve ser confirmada pela liderança da igreja onde nos congregamos. A igreja local é capaz de confirmar a vocação ou desmistificar um pseudo-chamado.

Como Discernir o Chamado

Há muitos discípulos de Cristo que continuam servindo em um ministério “x” simplesmente porque ainda não discerniram o chamado específico de Deus para suas vidas. O que podemos fazer nesses casos? Biblicamente, podemos aprender muito com os cristãos primitivos de Antioquia.

Enquanto serviam ao Senhor, o Espírito Santo veio e disse: “ Separai-me agora Paulo e

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Barnabé para a obra que eu tenho...” Atos 13:1-3. Os cristãos de Antioquia oraram a Deus e receberam diretamente do Espírito Santo a revelação do chamado apostólico de Paulo e Barnabé. O que possibilitou isso? Basicamente duas coisas:

Eles estavam servindo ao Senhor:

Eles se consagraram de uma forma especial. Aqueles discípulos não estavam ociosos na igreja, mas em pleno exercício de comunhão com Deus. Eles não possuíam ainda os livros do Novo Testamento, cujo cânon só viria anos depois. Mas, gozavam de uma profunda comunhão com o Espírito Santo. E quando oraram intensamente, Deus respondeu suas orações. Cremos que Deus continua fazendo revelações diretas ao seu povo, por atos soberanos de Sua vontade e por atos responsivos de nossas orações, mas a forma mais comum da revelação divina é através das Escrituras Sagradas. Hoje temos a Bíblia completa, com todos os livros do Antigo e do Novo Testamento e nela podemos compreender o propósito de Deus para nossas vidas.

A Bíblia sagrada é a palavra de Deus e ela é poderosa o suficiente para habilitar nossa mente com todas as condições e informações necessárias para recebermos plena capacitação de discernimento espiritual das grandezas celestiais e da vontade de Deus para nossa vida. Leia a Bíblia, estude e medite sobre os seus preceitos e, com certeza, você ouvirá Deus.

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PETROS é um Projeto Pastoral, Bíblico e Psicoteológico de Descoberta Vocacional, com o objetivo de alocar os discípulos em seus respectivos ministérios, com base nos indicativos do chamado divino. O Projeto PETROS existe para ajudar os discípulos no descobrimento de suas vocações. A partir dessa descoberta cada discípulo poderá investir seus recursos (naturais e adquiridos) no propósito divino. Mas, enquanto o chamado específico não é discernido, o discípulo deve servir ao Senhor com toda dedicação, em tudo que estiver ao seu alcance. O serviço geral deve ser realizado com dedicação até que o discípulo consiga discernir plenamente o serviço específico de seu chamado. A orientação do Projeto PETROS é bem simples: esperamos, trabalhando; aguardamos, servindo. O Projeto Petros possibilita a descoberta, o aperfeiçoamento e a especialização dos santos em seus respectivos ministérios, enfocando a importância de uma geração cristã comprometida com a vocação, ministério, maturidade e frutificação. Quando falarmos sobre vocação, estamos falando sobre o propósito de Deus para nossas vidas, estamos declarando a razão de nossa existência debaixo do Sol. O PETROS é, portanto, uma Escola de Vida e nessa Escola de Vida há Discipuladores e Discípulos, Mestres e Alunos, em processo contínuo de aprendizagem. Essa Escola

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de Vida ensina uma educação que não termina na obtenção de um grau de escolaridade; ela conscientiza a todos sobre o dever de aprendermos sempre, para desempenharmos melhor a nossa missão no Reino de Deus. Líderes & Discípulos Em Uma Escola De Vida O Projeto PETROS é uma escola de aperfeiçoamento dos santos, onde Líderes e Discípulos, desenvolvem um crescimento espiritual em suas respectivas áreas vocacionais: Líder com Discípulo – Objetivos: Possibilitar a continuidade do ministério; Desenvolver a maturidade do discípulo. Discípulo com Líder – Objetivos: Ser aperfeiçoado no ministério; Dar continuidade ao ministério. No Projeto PETROS o discípulo tem a oportunidade de conhecer seus indicativos ministeriais e, a partir desta identificação, passar a frequentar uma das Escolas de Ministério. Antes de ingressar numa Escola de Ministério, o interessado receberá uma formação básica sobre “Chamado Ministerial”. Reuniões As reuniões do Projeto PETROS incluem várias oportunidades para o crescimento do discípulo em sua respectiva área ministerial. As reuniões do Petros são reuniões de VIDA: V – Vocação – Dons, Perfil Ministerial e Competências; I – Instrução – Aprendizagem e instrução na Palavra; D – Devoção – Espiritualidade – adoração, louvor e oração; A - Ação – Aplicação prática, funcional.

V.I.D.A. Recursos Didáticos Dentre os objetivos do PETROS em aperfeiçoar os santos e possibilitar a continuidade de uma sucessiva liderança, há três requisitos didáticos fundamentais:

1. Transmissão de verdades bíblicas; 2. Formação do caráter cristão; 3. Frutificação ministerial.

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Nesta Escola de Crescimento Espiritual, os líderes (Mestres) utilizam uma metodologia de ensino que consiste em:

Tocar a Mente do discípulo ou discipulando;

Tocar o Coração do discipulando;

Tocar a Vontade do discipulando.

Tocar a Mente do Discipulando 1- Objetivos Cognitivos – O Saber - Tocar a Mente do Discipulando. Esses objetivos envolvem as capacidades e habilidades intelectuais. O discipulando precisa conhecer, entender, analisar, julgar, interpretar, transferir e aplicar as verdades bíblicas aprendidas. A forma de aprendizagem varia de pessoa para pessoa. Algumas aprendem melhor com: a) Orientações claras do professor. Para essas pessoas o professor é visto como a fonte do conhecimento; b) Trabalho em grupo. Para essas pessoas o contexto social fortalece a motivação e a aprendizagem. c) Trabalho Independente. Essas pessoas preferem estabelecer seu próprio método de aprendizagem. Aprendem melhor sozinhas. Tocar o Coração do Discipulando 2- Objetivos Afetivos – O Ser – Tocar o Coração do Discipulando. Identificação com o sistema de valores de Jesus Cristo. Modificação do caráter que será refletido no comportamento exterior. O discipulando precisa sentir a necessidade de mudança. A santificação deve ser abraçada com dedicação. Despojamento do velho homem e o revestimento do novo homem, segundo Cristo. O escritor Craig Ott disse que uma das características que mais chama a atenção no treinamento de Jesus, se comparado ao dos rabinos, é o relacionamento familiar entre Jesus e os seus discípulos. (Treinando Obreiros – Editora Esperança. Pág.57). Aqui está uma das chaves de nosso modelo de discipulado: relacionamento, conexão. É preciso tocar o coração do discipulando, não apenas sua mente. Os aspectos cognitivos alcançarão resultados maiores se o discipulador desenvolver um bom relacionamento fraternal com o discipulando.

O escritor Craig Ott disse que uma das características que mais chama a atenção no treinamento de Jesus, se comparado ao dos rabinos, é o relacionamento familiar entre Jesus e os seus discípulos. Aqui está uma das chaves de nosso modelo de discipulado: Relacionamento, conexão. É preciso tocar o coração do discipulando, não apenas sua mente. Os aspectos cognitivos alcançarão resultados maiores se o discipulador desenvolver um bom relacionamento fraternal com o discipulando.

CAPÍTULO 5 – PETROS – O Projeto

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Tocar a Vontade do Discipulando 3- Objetivos Pragmáticos – O Fazer – Tocar a Vontade do discipulando. Despertamento, desenvolvimento e aprofundamento dos dons e habilidades em um determinado campo de ação ministerial. Motivar e ativar toda capacidade do aconselhando na frutificação ministerial. Criar oportunidades ministeriais práticas para o envolvimento do discipulando nos diversos trabalhos da igreja. Pesquisadores da Psicopedagogia afirmam que os homens gravam: 10% daquilo que leem - livros, revistas, cursos, folhetos, etc. 20% daquilo que ouvem – Cds, diálogos, palestras, etc. 30% daquilo que veem – representações, diagramas, figuras, etc. 50% daquilo que ouvem e veem - vídeo, dvs, seminários, etc. 70% daquilo que discutem ou fala – debate, opinião, fórum, etc. 90% daquilo que praticam - exercícios, pesquisa, ensino, etc.

O quadro estatístico acima aponta para a criação de mecanismos didáticos, nos quais o discipulando possa fazer pesquisas, exercícios práticos e experimentos do conteúdo bíblico. O envolvimento do discipulando nas atividades práticas de um ministério ajudará muito no processo da aprendizagem. Esses três requisitos didáticos: transmissão de verdades bíblicas (saber), formação do caráter cristão (ser) e frutificação ministerial (fazer), além de vinculados e inseparáveis, devem ser repassados em medidas adequadas, conforme as necessidades pessoais do discipulando.

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O Projeto PETROS trabalha com 3 indicativos ministeriais: Dons espirituais, Competências e Perfil Ministerial. Os dons têm a primazia no enquadramento ministerial. Quem tem o dom de Profecia, por exemplo, já é um profeta, não existe a necessidade de outros indicativos para a sua adequação ministerial. Quando os dons não estão presentes ou não são plenamente visíveis na vida de um cristão, passamos para os indicativos seguintes: as competências pessoais e o perfil ministerial dos santos.

O Projeto PETROS visa a capacitação ministerial dos santos. Seu propósito é promover o descobrimento vocacional, a adequação ministerial e o aperfeiçoamento dos santos em seus respectivos segmentos vocacionais (Apostólico, Profético, Evangelístico, Pastoral e Didático).

Descobrimento Vocacional Adequação Ministerial Crescimento Ministerial.

O primeiro grande desafio do Projeto PETROS é a descoberta da vocação ministerial, a partir dos indicativos aqui apresentados. Esse processo, porém, não é tratado com superficialidade, porque essa etapa constitui a base sobre a qual um ministério será bem sucedido ou não.

Em seguida vem a adequação ministerial, ou seja, pessoas certas nos lugares certos, pelas razões certas. Cada discípulo de Cristo procurará servir a Deus, ao Próximo e à Igreja através da instrumentalidade de seu ministério vocacional. A terceira etapa do PETROS visa o aperfeiçoamento dos santos em seus respectivos ministérios, a fim de que cresçam, sejam bem sucedidos e que haja plena satisfação em seus corações. Essas três etapas do PETROS são estudadas e praticadas em dois níveis de aprendizagem:

Nível Básico – Onde o discípulo tem uma visão geral dos ministérios, procura discernir ou confirmar o seu chamado, passando a servir em um ministério compatível com a sua vocação.

Nível Especializado – Onde o discípulo consciente de seu chamado, busca

uma capacitação especializada para a sua completa liberação ministerial.

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Apesar dos esforços e avanços humanos, o crescimento real do discípulo de Jesus Cristo acontece pela ciência de Deus, crescimento Teomático. Se o crescimento dos seres vivos saudáveis é um processo natural, o mesmo deve acontecer com a vida espiritual de cada discípulo de Cristo. Quando estamos no centro da vontade de Deus, a edificação e o progresso vêm do Alto, de forma natural e espontânea. Sabemos que todas as coisas existem por meio de Cristo e que tudo que se possa referir está direta ou indiretamente relacionado a Ele, mas dentro deste universo maior existe a participação humana, a responsabilidade pessoal, o esforço e a dedicação de cada crente em servir a Deus de tal forma que seu crescimento seja contínuo e tenha como alvo a plenitude da estatura de Cristo.

Paulo plantou e Apolo regou (I Co 3:6). Depois da correta contribuição ministerial dos apóstolos, houve o crescimento dado por Deus. Isto mostra que o crescimento que vem do Alto tem uma relação direta com a responsabilidade do discípulo. É assim que o Petros funciona, motivando o discípulo a trabalhar ativamente no Reino de Deus, desenvolvendo continuamente sua vida espiritual sobre os fundamentos de sua vocação. À luz das Escrituras, entendemos que a nossa trajetória vocacional está firmada sobre cinco fundamentos ministeriais estabelecidos por Jesus Cristo, a saber:

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1. apostólico, 2. profético, 3. evangelístico, 4. pastoral e 5. didático (mestre).

O crescimento multi direcional acontece à medida que investimos em conhecer, sentir e servir em nossa missão vocacional, construindo nossos projetos sobre os fundamentos estabelecidos por Deus para nossa vida. Necessidade de Crescimento Observa-se no meio cristão que muitas pessoas não crescem adequadamente e outras não se desenvolvem o suficiente no meio eclesial; algumas têm um sucesso inicial, mas param de crescer depois de certo tempo porque não experimentam o crescimento Teomático, ou seja, o crescimento que vem automaticamente de Deus à medida que vivemos dentro de sua vontade . O cristão deve crescer sempre, tendo como alvo a estatura espiritual de Cristo. Isto só é possível quando sua vida ministerial é edificada sobre os fundamentos estabelecidos por Deus para a sua igreja. Cada fundamento é uma base vocacional que sustenta a edificação da vida cristã.

Todo cristão tem um perfil predominante dentre os Cinco Dons Ministeriais: Apóstolo, Profeta Evangelista, Pastor e Mestre. Mesmo que o discípulo de Cristo tenha outros dons, talentos e capacitações e seja instruído parcialmente por cada um dos líderes pilares, recebendo a

influência direta de todos eles, sua natureza espiritual manifestará uma afinidade maior para um determinado tipo.

Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do

Filho de Deus, ao estado de homem feito, à

medida da estatura da plenitude de Cristo.

Efésios 4.13

Firmando nossa vocação espiritual

Portanto, irmãos, procurai mais diligentemente fazer firme a vossa vocação e eleição;

I Coríntios 3.6 Eu plantei; Apolo regou; mas

Deus deu o crescimento.

Efésios 4.13 Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de

Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de

Cristo;

E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como

evangelistas e outros como pastores e mestres.

Efésios 4.11

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porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis. 2 Pe 1:10

Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua

maravilhosa luz; I Pe 2:9 Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os que estão com ele, os [chamado]s, e eleitos, e fiéis. Ap 17:14 Os propósitos relacionados à vocação espiritual, quando devidamente vividos, trazem grandes benefícios para o discípulo de Cristo, entre eles:

1. Adequação ministerial; 2. Edificação Pessoal; 3. Crescimento Teomático; 4. Frutificação Ministerial; 5. Satisfação Pessoal.

Tudo isso sem esquecermos que a justa operação de cada parte promove o crescimento de todo o Corpo, a igreja. (Ef 4.16 e I Pe 4:10). Servir - Oportunidade de Crescer Até aqui entendemos que o alvo do PETROS é possibilizar a descoberta, a adequação e o crescimento ministerial vocacional do discípulo de Cristo, porém é sabido que há um tempo decorrido até que tudo esteja plenamente confirmado. Diante disso surge uma pergunta fundamental: O que o discípulo deve fazer nesse intervalo de tempo, ou seja, que tipo de serviço o crente deve fazer até que consiga confirmar a sua vocação? O Senhor Jesus Cristo cria oportunidades maravilhosas para exercermos bem diversos serviços na igreja. À medida que atendemos essas oportunidades, percebemos quantas vidas são abençoadas e o quanto somos agraciados com o crescimento espiritual. A grande verdade é que crescemos enquanto servimos a Deus na igreja. Não é preciso o cristão ficar esperando indefinidamente até discernir plenamente um chamado específico, para começar a trabalhar. Cada servo de Deus deve saber que se não estiver disposto a fazer coisas pequenas para o Senhor, dificilmente Ele lhe confiará as coisas grandes. Podemos e devemos participar dos serviços disponíveis na Igreja, a partir dos desafios existentes. Se uma oportunidade de trabalho aparecer, ela não deve ser desperdiçada. Quando somos fiéis no mínimo, Deus, no tempo oportuno cria oportunidades maiores.

Muitos que deveriam estar no centro da vontade de Deus, participando ativamente dos trabalhos da Igreja, continuam inativos e acomodados. Alguns dizem que foram chamados para outros ministérios e não querem se envolver num serviço comum.

Não ponho em dúvida a vocação de ninguém, mas sei que existe um intervalo de tempo entre o chamado e a maturidade para iniciar um grande ministério. Sei também

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que esse tempo não deve ser negligenciado, sob a falsa justificativa de não querer se envolver noutro serviço para o qual não foi vocacionado. O intervalo entre o chamado e a execução de um trabalho específico deve ser compreendido como um tempo de preparo especial.

O Senhor quer que cada um cresça espiritualmente a partir das coisas pequenas, até que consiga maturidade suficiente para suportar as grandes. Seria um desastre se Deus colocasse pessoas completamente imaturas em funções de grande responsabilidade, que exigem sabedoria e preparo. O Senhor nos treina gradativamente e nos capacita à medida que seguimos em obediência, superando marcas anteriores.

Os ministérios bem sucedidos levam anos para se desenvolver. Nada é formado da noite para o dia. Há um caminho a ser trilhado e nele há pedras e espinhos que precisam ser vencidos. Caminho fácil, tipo atalho, só o da perdição. Deus capacita seu povo a crescer à medida que segue em frente no Ide de Jesus, passo a passo, adquirindo sabedoria e maturidade, até que esteja pronto para assumir responsabilidades cada vez maiores.

Entre a vocação e a concretização de um ministério há um potencial em formação que precisa de tempo e treinamento especial para prevalecer na missão de Deus. Até que alcancemos nosso desenvolvimento espiritual é preciso que haja envolvimento com os serviços menores que o Senhor Jesus põe diante de nós, como degraus de ascensão ministerial. O PETROS, como projeto ministerial, busca extrair princípios e modelos bíblicos, baseados principalmente no estilo de vida de Jesus Cristo e dos primeiros apóstolos.

O PETROS, como escola ministerial, busca a edificação pessoal e o crescimento integral para o desenvolvimento de ministérios bem sucedidos.

... Até que todos cheguem à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo; Efésios 4.13.

À proporção que o discípulo cresce em sabedoria e maturidade, o Senhor Jesus apresenta-lhe novas oportunidades, que exigem novos recursos; por isso o discípulo não pode atrasar o seu crescimento espiritual.

A duração, as condições e o tipo de treinamento de um cristão podem ser totalmente diferentes de outro, mas todos devem se dedicar com entusiasmo e zelo às oportunidades de serviço que surgem na Igreja. Com certeza cada crescimento resultará numa conquista; cada vez que avançamos na obediência, somos fortalecidos no Senhor e mais espaço ministerial é conquistado.

Deus não mede o sucesso da maneira que faz o homem. João Batista, por exemplo, diferente de outros profetas, como Elias e Eliseu, não teve o registro de nenhum milagre nas Escrituras, mas Jesus disse que nascido de mulher ninguém é maior do que João, o

Kennett Hagin escreveu em um de seus livros que “Muitas vezes as pessoas estão esperando por Deus, quando na realidade Deus está esperando por elas, que elas cresçam, amadureçam e estejam preparadas”.

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batista. Deus quer obediência, fidelidade e dedicação à missão que nos confere. O Senhor da Seara é quem diz o que seus trabalhadores devem fazer, quando e como.

O Senhor Jesus não recompensa pelo número de milagres que realizamos em Seu nome ou de acordo com a posição hierárquica que alcançamos em nossas igrejas; Nem tão pouco se maravilha com nossos diplomas e títulos. Jesus recompensa a cada um de acordo com a fidelidade em obedecer a missão proposta.

Não importa se o trabalho que você está fazendo para Deus é notório entre os homens ou completamente desconhecido deles. Deus o recompensará e abençoará ricamente a sua obediência. Se Deus lhe abriu uma porta de serviço simples na igreja, entre por ela, pois isto pode ser uma “prova” de Deus. Os obreiros aprovados são recompensados pelo cumprimento fiel de sua missão.

Discernindo as Oportunidades É preciso reconhecer uma oportunidade criada por Deus para não deixá-la passar. Portas são oportunidades abertas de tempos em tempos pelo Senhor Jesus. Basta que vejamos, reconheçamos seu valor e entremos por ela.

Alguém pode dizer: “Eu queria tanto discipular, mas não recebi o dom de evangelista ou de liderança”. Todo cristão deve saber que o ministério de apoio é tão importante quanto o da liderança. O verdadeiro sucesso de grandes líderes de ministérios está diretamente proporcional ao número de intercessores, mantenedores, estrategistas, coordenadores, músicos, etc. Ninguém é grande sem uma equipe composta de pessoas grandes que ajudam e apoiam aqueles que estão à frente.

Use os dons e talentos que Deus lhe deu e envolva-se com fidelidade na sua vocação ministerial. Se você obedecer a Jesus e começar a trabalhar com fidelidade, será recompensado tão ricamente quanto qualquer outro que esteja a frente de um grande ministério. Se uma oportunidade estiver diante de você, reconheça seu valor e a não a deixe passar. Não se justifique com desculpas evasivas dizendo que não sabe pregar, não tem o dom específico para o trabalho ou que não sabe ensinar uma lição bíblica. Tudo isso pode ser verdade, mas não é motivo para deixar de fazer a vontade do Senhor num ministério de apoio. É claro que os dons espirituais funcionam como ferramentas (poderosas!) de trabalho e que contribuem muito para a frutificação ministerial, mas é possível fazer parte de uma grande e bem sucedida equipe sem ser o cabeça e sim um cooperador dinâmico e produtivo.

Olhe ao redor para ver quantas oportunidades de serviço, em diferentes áreas na igreja estão abertas para você. Veja quantas oportunidades estão disponíveis para você hoje. Em seguida, apresente-se como voluntário para o serviço cristão que você mais se identifica. Seja um cooperador humilde e flexível. Aprenda de um cristão mais maduro e sábio. Acompanhe-o no serviço, na missão. Observe seus passos, aproveite as oportunidades oferecidas, estude, ore e aguarde o tempo de Deus para que oportunidades maiores sejam apresentadas a você. Deixe o tempo com Deus.

Na igreja não há somente os que pelejam na frente da milícia. A multiforme graça de Deus, confere muitos dons, talentos, aptidões, serviços e ministérios aos cristãos, para que todos, em seus lugares devidos, possam expandir o Reino de Deus.

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O nosso desejo é que você, amado irmão, possa perceber as oportunidades oferecidas por Jesus, abraçá-las com amor e dedicação, cumprindo o trabalho para o qual Deus tem lhe chamando, a fim de que, por meio de sua obediência e fidelidade, você seja um instrumento abençoador nesta geração. Que você mesmo seja ricamente agraciado no tempo presente e recompensado com galardões, pelo Senhor, na Sua gloriosa vinda.

Muitos congregados permanecem inativos porque desconhecem o seu chamado ministerial. A maioria não consegue discernir sua função no Reino Deus, e, a partir daí, investir todos os seus recursos no cumprimento integral de sua missão. Acreditamos que essa realidade deve-se a dois fatores principais:

Primeiro, porque as realidades espirituais só podem ser compreendidas de modo espiritual e a maioria dos membros da igreja vive quase que imersa no plano horizontal deste mundo, desconectada da revelação que vem do alto;

Segundo, porque a Igreja não tem ensinado e enfatizado o suficiente sobre vocação ministerial: da percepção do chamado até o aperfeiçoamento dos santos em seus respectivos ministérios vocacionais.

Muitas vezes seguindo a vida debaixo do Sol, trazemos no coração uma voz que inquieta e que não sabemos traduzir bem. Porém, junto com essa inquietação vem uma certeza: Não estamos seguindo o caminho de nossa vocação. O início de uma jornada ministerial pode ser envolvido de sonhos e otimismo, porque

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sentimos que estamos fadados ao sucesso contínuo. Mas, à medida que avançamos, percebemos que a realidade é bem diferente. Quando paramos para refletir sobre o caminho percorrido, às vezes percebemos que nos últimos tempos não estamos nos sentindo muito seguros a respeito da direção que escolhemos. Insistir numa jornada de incertezas não parece ser o modo certo de avançar na vida. Chegará o momento em que perceberemos o quão distante estamos de nosso destino e que não realizamos o propósito pelo qual existimos.

Muitos que começaram um serviço cristão com grande entusiasmo vivem hoje com a preocupante sensação de que estão seguindo por um caminho que não os levará exatamente ao lugar desejado.

Se não buscarmos as respostas certas para estas questões, podemos cair no erro de deixar as coisas como estão, seguindo o curso natural do tempo. Todavia, teremos que conviver com uma enorme angústia existencial à medida que seguirmos por um caminho que parece não levar a lugar nenhum. Reprimir os sentimentos também não oferece solução, nem mesmo alívio de consciência, apenas confirma nossa prisão nessa trajetória confusa e insegura, cuja direção não será mudada, a não ser que encontremos a resposta certa.

Qual a resposta certa?

Existe algum tipo de conhecimento específico que o servo de Deus deve aprender e alguma atitude que possa tomar para que seu crescimento espiritual seja marcado pela frutificação e satisfação pessoal? É claro que sim!

O homem natural utiliza os recursos científicos para conhecer as tendências vocacionais de cada indivíduo. Faz testes psicológicos, analisa o desenvolvimento psíquico, o comportamento e a resilência de cada pessoa, revelando indicativos para determinadas profissões e trabalhos. O homem espiritual consegue identificar ou confirmar a sua vocação ministerial porque tem a orientação bíblica como manual da revelação divina, a mente de Cristo, com todos os tesouros do conhecimento e da sabedoria, e o Espírito Santo que a tudo sonda, até mesmo as profundezas de Deus.

Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. I Coríntios 2.14 Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo. I Coríntios 2.16 Porque Deus no-las revelou pelo seu Espírito; pois o Espírito esquadrinha todas as coisas, mesmos as profundezas de Deus. I Coríntios 2.10

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Deus, em sua infinita sabedoria e graça, deixou-nos a Bíblia Sagrada como nosso Manual de vida, regra de fé e prática. É nesse Manual que encontramos os indicativos ministeriais, ou seja, princípios de sabedoria, capazes de auxiliar no reconhecimento da vocação ministerial e no redirecionamento de pessoas certas aos lugares certos, pelas razões certas.

Os indicativos ministeriais estão presentes na vida de cada discípulo de Cristo e são indícios fortíssimos que apontam para o tipo de serviço e de ministério que cada membro do Corpo de Cristo deve exercer.

Quando identificamos os indicativos ministeriais podemos fazer algo que permita o nosso retorno ao centro da vontade de Deus e, consequentemente, nosso destino seja vislumbrado como um apaixonante desafio, até que nossos esforços sejam coroados de frutificação e satisfação pessoal. Ao seguirmos esses princípios alcançaremos um índice bem maior de significado e relevância de nossa missão, além de contribuirmos significativamente para a edificação e crescimento da igreja.

Antes de apresentarmos o que discernimos como indicativos bíblicos da vocação ministerial, queremos relembrar que é comum o intercâmbio de temas teológicos relacionados à alma e ao espírito. Uma vez que o homem é ser holístico de formação plural, uma unidade tricotômica, formada por um elemento material (o corpo, „basar‟ em hebraico, „soma‟ em grego); um elemento psicológico (a alma, „nephesh‟ em hebraico, „psuche‟ em grego); um elemento religioso (o espírito, „ruach‟ em hebraico, „pneuma‟ em grego) é de se esperar que os indicativos naturais e ministeriais tenham algum ponto de intercessão, comum às duas vocações, permitindo o cruzamento de atributos anímicos e espirituais.

Em nossa perspectiva cristã identificamos três indicativos ministeriais:

Os dons espirituais; As competências pessoais; O Perfil Ministerial.

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Dons espirituais são extraordinárias concessões de capacidades especiais para o desenvolvimento do serviço cristão; são ferramentas de trabalho, doadas graciosamente por Deus para o pleno exercício ministerial de cada membro do Corpo de Cristo.

Os dons espirituais são “unções específicas” para um determinado tipo de serviço que o Senhor Jesus espera que façamos.

Há vários dons, cada um com sua importância e utilização específica. A Bíblia apresenta várias listas de dons: Romanos 12:6-8; 1 Coríntios 12:8-10, 28-30; Ef 4:11. Apresentamos, a seguir, uma lista representativa e não conclusiva de 25 dons, por entendermos que há outros em plena operação na igreja em diversos lugares do planeta.

A Lista de Dons Mais Conhecida "Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; a outro, pelo mesmo

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Espírito, os dons de curar; a outro a operação de milagres; a outro a profecia; a outro o dom de discernir espíritos; a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação de línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, distribuindo particularmente a cada um como quer." Quantos dons são listados aqui? Nove dons, sendo:

Três dons de conhecimento;

Três dons de ação;

Três dons de comunicação. Dons de Conhecimento: Dons de Comunicação Dons de Ação Palavra de sabedoria Palavra do Conhecimento Discernimento de espíritos Profecia Língua Interpretação de línguas Fé Curas Milagres

Compreendendo Melhor os Dons

Palavra de Sabedoria Trata-se de um fragmento da sabedoria de Deus transmitida ao crente pelo Espírito Santo. É saber o que fazer e falar em determinada ocasião (solucionar um problema específico). Ex.: Salomão e as duas mães I Reis 3:16-28. É possível alguém ter escolaridade, cultura e inteligência, sem ter sabedoria. Palavra do Conhecimento É a capacidade espiritual pela qual Deus nos revela o seu eterno conhecimento. É uma revelação divina do que está acontecendo em dado momento. Ex.: Pedro com Ananias e Safira At 5:1-10. Este dom não está ligado a conhecimento secular, cultura, inteligência ou sabedoria. Discernimento de espíritos Entendimento dado pelo Espírito Santo para conhecer a natureza de uma atividade espiritual. Perceber e discernir se o espírito que opera em dado momento é: humano, demoníaco ou Divino.

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Fé É a fé suprema, fé para quem tem fé, que é dada ao crente para realizar um grande propósito, independente da situação adversa. É diferente da fé que temos para a salvação. É diferente da fé comum do dia- a-dia do cristão. Dons de Curar Capacidade de curar doenças e enfermidades através do poder de Deus. Deus opera seu poder curando um enfermo pela instrumentalidade do crente. A pessoa que ministra a cura é apenas um instrumento que Deus usa para comunicar a cura. Operação de Milagres É uma operação de poder que transcende as leis naturais. Ex.: Moisés e o Mar Vermelho, Jesus e acalmando a tempestade e a ressurreição de Lázaro. A operação deste dom gera uma confiança e autoridade especial. Fé é aliada à autoridade. Variedade de línguas O crente em Jesus Cristo pode orar e falar em línguas:

Orar em línguas - Nosso espírito ora, movido pelo Espírito de Deus, numa linguagem desconhecida por nós, mas conhecida pelo Senhor. Aqui trata-se de línguas espirituais. Oráculos a Deus. Não requer interpretação.

Falar em línguas - É quando nosso espírito fala, movido pelo Espírito de Deus, numa linguagem estrangeira desconhecida por nós, para uma pessoa ou grupo de pessoas. Aqui trata-se de línguas estrangeiras. Há necessidade de interpretação.

Interpretação de línguas É um dom necessário para complementar o dom de línguas. É para explicar o que foi dito em línguas angelicais ou estrangeiras. Não é uma tradução. O dom vem com uma forte convicção de que a pessoa disse determinada coisa. Profecia Profetizar é expressar uma Palavra de Deus, na língua pátria, para alguém específico. Não deve ser confundida com pregação, embora a pessoa possa profetizar enquanto prega. Não é para predizer o futuro. Embora ela possa se referir ao futuro. O dom de profecia é uma palavra de Deus, vinda sob-revelação, com a intenção de edificar, consolar e exortar. As profecias acontecem através da Inspiração e da revelação divina:

Profecia Inspirada – A profecia é uma expressão verbal inspirada pelo Espírito Santo em dado momento. Deus ao dar a inspiração, capacita sobrenaturalmente a natureza espiritual do profeta, conferindo-lhe poder de falar um pronunciamento ungido de forma completamente distinto do alcance natural de suas faculdades mentais.

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Profecia mediante Revelação – O profeta anuncia uma mensagem divina depois que recebeu uma revelação divina, através de sonhos ou visões.

A profecia é normalmente dada para:

Edificação – Metáfora que dá ideia de crescimento do caráter;

Exortação – Tem a finalidade de animar, encorajar;

Consolação – Conforto, alívio de um sofrimento. Cânticos Espirituais O Dom de cantar em línguas espirituais. Os cânticos são formados de sons e sílabas que não compreendemos com a nossa mente. São palavras e expressões inspiradas pelo Espírito Santo. O cântico espiritual ocorre espontaneamente, naturalmente, fluindo em nossos corações; simplesmente cantamos e ficamos cheios do Espírito. Pode expressar-se sem ritmo definido e acontecer num ambiente sem nenhum acompanhamento musical. Visões Espirituais O dom de visões espirituais é uma capacidade especial que Deus dá a alguns membros da Igreja para que vejam o mundo espiritual, com caráter revelador e edificador. Libertação Espiritual É a capacidade especial que Deus concede a alguns membros da Igreja para que expulsem demônios e espíritos malignos com uma autoridade maior. Intercessão Certos membros da igreja têm a capacidade de orar por extensos períodos de tempo, sobre bases regulares, recebendo respostas frequentes e específicas para suas orações, em um grau muito maior do que aquilo que se espera do crente comum. Esse é o dom da intercessão. Quem tem o dom de intercessão ora mais intensamente, desfruta mais da oração e vê respostas mais frequentes. (Tg 5:14-16; I Tm 2:1-2) Ensino O dom do ensino capacita o crente a transmitir assuntos espirituais com perfeita habilidade. Este dom concede ao seu possuidor a habilidade de preparar e ministrar estudos bíblicos específicos de maneira clara e concisa. O portador deste Dom é aquele que aprende com facilidade e repassa todo conteúdo de igual forma. Administração O dom administrativo está relacionado com a capacidade de dirigir com eficácia e sabedoria os diversos setores e atividades da igreja: Organização geral, departamentos, compra de móveis e equipamentos, construção, planejamentos, reuniões, etc

A profecia é normalmente dada para: Edificação – Metáfora que dá ideia de crescimento do caráter; Exortação – Tem a finalidade de animar, encorajar; Consolação – Conforto, alívio de um sofrimento.

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Liderança Líder é aquele que trabalha diretamente com pessoas e que consegue influenciar, pelo seu carisma especial, um grupo no sentido de levá-lo a atingir determinados objetivos, seguindo as suas orientações. Servir O crente agraciado com este dom se dedica com toda alegria e eficácia aos serviços mais humildes e aos mais elevados no Corpo de Cristo. O dom de Servir utiliza muita ação e poucas palavras, é extremamente prático, ativo e tem uma abrangência enorme, pois são ilimitadas as áreas e possibilidades de servir no meio do Corpo de Cristo. Os serviços vão desde a limpeza do Templo até à celebração da Ceia do Senhor. O que importa para o possuidor do dom é servir, atender às necessidades da Igreja e das pessoas.

Misericórdia Este dom leva o seu possuidor a ter um interesse especial e até intuitivo pelos carentes. O dom de misericórdia faz com que os meios de socorrer os necessitados sejam descobertos, aclarados, e sejam utilizados com simpatia de forma tal que a pessoa beneficiada não se sinta constrangida, mas socorrida. Contribuir É o dom daquele que dá ou reparte aquilo que tem. Não só dinheiro, mas também o tempo e os talentos. Tudo que está associado à generosidade e aos recursos financeiros é entendido de princípio como próprio de pessoas ricas, mas na prática a realidade é outra. Percebemos que a mordomia cristã no âmbito das finanças é mais encontrada entre os crentes de pouco poder aquisitivo. Quem tem o Dom não sente o desejo de manter posse integral de qualquer coisa, mas o de compartilhar, repartir, suprir e dar. Hospitalidade É a capacidade especial concedida por Deus a certos membros do Corpo de Cristo para proverem abrigo e uma calorosa recepção para aqueles que estão necessitando de abrigo e alimento. A bíblia fala que alguns exercendo o dom da hospitalidade acolheram anjos sem que percebessem. Exortação Exortação é uma palavra de ânimo, de despertamento. Quem tem o dom, insiste, suplica, roga, desperta e motiva a Igreja a perseverar na fé, no amor, na esperança e nas boas obras. Hb 10:23-25. O exortador ministra palavras de encorajamento gerando ânimo, despertando o caído para alcançar novas dimensões espirituais. Diante disso a Igreja sente-se ajudada e curada. Reconciliação É a capacidade de pacificar os que têm sido inimigos. As hostilidades e as brigas entre os membros do Corpo de Cristo são como uma dolorosa ferida que precisa de cuidados especiais.

Entendemos que não existe um número limitado de dons do Espírito. Alguns dons são canônicos, teologicamente falando, e outros não. A igreja em geral aceita a lista de dons citados no Novo Testamento.

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Faz parte de nosso pensamento teológico a afirmação de que o poder de Deus pode despertar uma infinidade de dons, utilizando inclusive as próprias habilidades humanas, naturais ou adquiridas, vivificando-as e ungindo-as pelo Espírito Santo. O Espírito Santo opera em cada um de nós e capacita a cada um de nós para vivermos no corpo de Cristo de forma abençoadora, edificando os que estão a nossa volta. Quer seja com profecias, palavras, curas, ensino, exercendo misericórdia, servindo, repartindo, em tudo. Todos os dons que recebemos são para ministrarmos ao Senhor, à Igreja e ao Próximo. Todo discípulo de Jesus é um sacerdote de Deus no esquema da Nova Aliança. As funções e os serviços dos sacerdotes de Cristo têm três campos de ação:

1. Ministério ao Senhor; 2. Ministério à Igreja – Estabelecimento e Edificação; 3. Ministério ao Próximo

Sabemos que os dons espirituais são diversos, conforme a multiforme graça do Espírito Santo, porém, todos eles atuam nos três campos ministeriais acima.

Muitos cristãos são ungidos pelo Espírito Santo, mas não saem para curar os enfermos, nem para dar liberdade aos cativos; não saem para consolar os quebrantados e salvar os perdidos. Ficam sempre cheios do Espírito em suas reuniões, mas não fazem o uso adequado do poder de Deus a serviço do Reino. Querem sempre mais e mais de Deus para guardar e não para abençoar outros. A atitude desse grupo pode ser comparada a uma porção de azeite que é guardada

por muito tempo sem nenhuma utilização. Chegará o momento em que o óleo ficará rançoso e não servirá mais para ser utilizado. O óleo celestial é para ser consumido diariamente pelo servir. Somos ungidos para servir. Há sempre um propósito divino na unção e concessão de dons espirituais. Todo crente precisa saber que a unção se renova pelo movimento de dar e receber, receber e dar. Quando recebemos o óleo fresco da unção e o repassamos à igreja e ao próximo, Deus continuará derramando um novo fluir do Espírito sobre cada etapa nova em nosso ministério. Felizmente há um grupo na igreja que sabe que a unção recebida de Deus é para ser ministrada e que um dom é uma ferramenta extraordinária de trabalho para que os resultados sejam tremendos.

"Servindo uns aos outros conforme o dom que cada um recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém fala, fale como entregando oráculos de Deus; se alguém ministra, ministre segundo a força que Deus concede; para que em tudo Deus seja glorificado por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio para todo o sempre. Amém."

I Pe 4:10-11

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Manifestações Temporárias do Espírito Queremos despertar sua atenção para o fato de que um dom espiritual não pode ser confundido com uma manifestação isolada do poder de Deus. É comum confundirmos as manifestações momentâneas e imprevisíveis do Espírito Santo com os dons espirituais. Em certas ocasiões bem definidas, em caráter de emergência ou quando há uma necessidade específica, dentro da total soberania de Deus, não é raro vermos a operosidade do Espírito Santo, agindo com poder, independentemente das pessoas presentes serem ou não batizadas com o Espírito, de terem ou não dons espirituais.

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O texto de I Co 12:7-11 fala sobre os dons espirituais, aqui chamados de carismáticos; O texto de Ef 4:11 fala sobre os dons ministeriais, aqui chamados de dons pilares.

Os dons pilares são concessões espirituais dadas por Cristo a alguns discípulos, para o estabelecimento de ministérios de liderança, capazes de implantar e edificar a igreja do Senhor. São pessoas dadas por Deus à Igreja, para fortalecê-la, orientá-la e guiá-la fazendo-a crescer.

Alguns discípulos recebem um dom que corresponde a um cargo de liderança na igreja. Guy Duffield e Nathaniel Van Cleave dizem que:

Sem estes dons e seus respectivos cargos, a igreja não seria implantada, guiada, amadurecida e protegida adequadamente do erro. (Fundamentos da Teologia Pentecostal - vol.2 - 1ª ed. Pág. 121).

Os demais dons, não pilares, chamados de carismáticos, são ferramentas adicionais, que complementam e auxiliam o bom desempenho de um ministério. Os santos podem e devem ser edificados nos cinco fundamentos eclesiais, recebendo um pouco de cada um deles, mas com certeza há um tipo predominante para cada

CAPÍTULO 9

Os Dons Pilares

PRIMEIRA PARTE

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discípulo de Jesus. Paulo, por exemplo, era um mestre por excelência, evangelista dos gentios, profeta social, um pastor zeloso e apóstolo, mas além de todos esses dons plenamente atuantes em sua vida, havia um perfil “Paulino” de apóstolo, que marcou seu tipo pessoal. O perfil bíblico é o tipo predominante que vem da vocação ministerial mais profunda. Os Fundamentos da Igreja O apóstolo Paulo escreveu em Efésios 4:8-12 que Jesus “deu dons aos homens.” Esses preciosos dons são mais do que capacitações especiais do Espírito Santo. Eles se confundem com a própria pessoa possuidora dos dons, formando um perfil ministerial. Os dons fundamentais (Petros) são homens e mulheres que Deus chamou para serem Seus apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres. Este estudo mostra como estes dons estão sendo restaurados na igreja e como eles devem funcionar a fim de equipar os santos para a obra misterial. O estudo traz o entendimento do ministério bíblico dos primeiros líderes cristãos, os cinco ministérios e como estes dons ministeriais funcionam juntos na igreja local.

Os Cinco Ministérios Fundamentais Na Carta de Paulo aos Efésios, o apóstolo disse que quando Jesus deixou esta terra, concedeu dons aos homens. Esses dons são chamados de Dons Ministeriais. Os Cinco ministérios também chamados de “Os dons da ascensão de Cristo,” porque foram dados “quando Jesus Cristo ascendeu nas alturas.” (Ef 4:8).

Apóstolos Profetas Evangelistas Pastores Mestres (Ef 4:11).

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Jesus disse, “Eu edificarei a minha igreja.” Ele é quem edifica a igreja, um corpo unido de crentes. Ele declarou também que essa igreja era vitoriosa, que “as portas do inferno” (representando todo o reino de Satanás), não seria capaz de resistí-la. (Mt 16:18). A Palavra de Deus revela que essa igreja vitoriosa é formada por cada crente em Cristo Jesus, atuando como Seu corpo unido, cada um fazendo sua parte ministerial para implantar o Reino de Deus nesta terra. O Plano de Deus Por muitos anos, nós pensamos que as obras de Jesus foram realizadas por um número limitado de homens a quem chamamos de pastores. Nós pensávamos que todas as obras ministeriais eram para ser realizadas através das mãos dos pastores. Entretanto, Jesus tinha um plano bem melhor. Quanto Ele foi assunto aos céus, de volta para o Pai, concedeu apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres à Sua Igreja, para que estes pudessem equipar os crentes. Esses líderes foram escolhidos para:

12 tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; 13 até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo; 14 para que não mais sejamos meninos, inconstantes, levados ao redor por todo vento de doutrina, pela fraudulência dos homens, pela astúcia tendente à maquinação do erro; 15 antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, 16 do qual o corpo inteiro bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, efetua o seu crescimento para edificação de si mesmo em amor. ( Ef 4:12-16).

Os discípulos treinados através dos cinco ministérios (apostólico, profético, evangelístico, pastoral e didático) se tornarão crentes maduros e bem sucedidos. Serão fortes e experimentarão o crescimento Teomático, que é concedido naturalmente por Cristo a todo discípulo que segue fielmente sua vocação ministerial.

DONS PILARES – Edificando o Reino de Deus

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Aperfeiçoamento dos santos Edificação do Corpo de Cristo Promoção da unidade da Fé e do pleno conhecimento de Jesus Crescimento espiritual

Treinando um Exército A função dos Cinco Ministérios não é realizar toda a obra ministerial, mas preparar o povo de Deus para faze-la. Cada crente é um soldado no exército de Deus. E os líderes da igreja (apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres) não são os soldados da linha de frente; ao contrário, eles são como “sargentos linha dura” que irão treinar os demais crentes a serem poderosos soldados no Exército de Deus.

Os discípulos treinados através dos cinco ministérios (Petros) se tornarão

crentes maduros e bem sucedidos. Serão fortes e experimentarão o crescimento integral, que é concedido naturalmente por Cristo a todo discípulo que segue

fielmente sua vocação ministerial. Funções e Não Títulos Apóstolo, profeta, evangelista, pastor e mestre não são títulos eclesiásticos ou posições na igreja. Ao contrário, são funções ou missões. Cada função ministerial exerce uma parte importante na edificação do corpo de Cristo. Por exemplo, quando Paulo escreveu suas epístolas, ele freqüentemente começava dizendo, “Paulo, apóstolo” mostrando que, ser um apóstolo, é um dom ministerial ou uma função no corpo de Cristo. Ele não disse “O Apóstolo Paulo”, o que teria indicado seu apostolado como sendo um título. Isto significa dizer que os líderes ministeriais desempenham funções específicas na igreja, incluindo:

Implantação Edificação Orientação Crescimento Fortalecimento Ensino Expansão, etc.

Líderes Indicado por Deus Os dons ministeriais são indicados por Jesus Cristo e não pela escolha de homens. É preciso ficar claro que o chamado ministerial é um chamado para servir no Corpo de Cristo, a igreja. O líder ministerial é, antes de qualquer outra coisa, um servo. Nunca o líder ministerial deve pensar em sua função na igreja como algo que lhe motive o orgulho, pensando ocupar uma posição superior e que tenha maior importância. Como sempre, Jesus é o nosso exemplo e modelo a ser seguido.

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Jesus – Apóstolo, Profeta, Evangelista, Pastor e Mestre Entre os homens, na terra dos judeus, Jesus exerceu plenamente cada uma das cinco funções dos dons pilares. Quando Jesus Cristo voltou para o Pai Celestial, concedeu esses dons aos seus discípulos para que dessem prosseguimento à obra que Ele começara.

Apóstolo Jesus foi o “Enviado,” um Apóstolo. Ele é chamado o Apóstolo e Sumo

Sacerdote da nossa confissão.

Profeta Jesus foi um Profeta debaixo da Velha Aliança. Trouxe a Palavra de Deus para os

homens.

Pastor Jesus foi o bom Pastor (de ovelhas). Cuidou de um rebanho de doze

homens, um outro de setenta, além de todo um povo (Israel).

Evangelista Jesus era um Pregador – um Evangelista – Ele pregou o evangelho do

reino.

Mestre Jesus foi o maior dos Mestres.

Jesus concedeu os dons aos discípulos quando Ele foi elevado nas alturas. (Ef 4:8).

Os dons ministeriais são outorgados aos homens por Jesus até que todos nós alcancemos o nível de maturidade que é a plenitude de Cristo. (Ef 4:12-16). Os dons ministeriais continuarão na igreja até que Jesus volte para Sua noiva espiritual, ocasião em que acontecerá o evento escatológico denominado de “Bodas do Cordeiro”. Desta forma, nós podemos concluir que todos os dons ministeriais, incluindo o de apóstolo e o de profeta, continuam operando plenamente no dia a dia da igreja. Reconhecendo o Chamado Ministerial Os crentes não podem indicar a si próprios ou a outros de sua própria escolha para serem os líderes ministeriais da igreja. Jesus Cristo é quem indica.

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Fundamentos Sabemos, no entanto, que o Senhor Jesus, frequentemente, usa a instrumentalidade de seus apóstolos e profetas para comunicar suas indicações ministeriais.

Testificação Interior A pessoa chamada por Deus terá uma testificação interior do Espírito.

Unção - Dons A unção de Deus é a evidência de um chamado divino. Haverá uma unção forte e um livre fluir de certos dons do Espírito Santo na vida do líder ministerial.

Deus abrirá o Caminho Se você é escolhido por Deus para o ministério, deixe Deus confirmará isto a você e aos outros.

Ilustração dos Dons Ministeriais Os cinco ministérios estão freqüentemente ligados a mão humana.

O apóstolo é o polegar trabalhando com todos os outros dedos. O profeta é o indicador dizendo “assim diz o Senhor” e trabalha mais próximo ao apóstolo. O dedo mediano, de mais longo alcance, é o evangelista. O dedo da aliança é o pastor, simbolizando o relacionamento entre ele mesmo e as pessoas. O dedo mindinho é o mestre que trabalha mais próximo ao pastor e é muito importante para manter o equilíbrio. Assim como todos os dedos são necessários para uma mão completa e bem ajustada, todos os ministérios são importantíssimos para a plena edificação dos santos. Os Presbíteros e os Cinco Ministérios Os apóstolos indicavam e ordenavam os presbíteros em cada igreja, em cada cidade. (Tt 1:5). As primeiras fundações da igreja foram estabelecidas pelos apóstolos e profetas quando eles indicaram os presbíteros na igreja local, aqueles a quem Deus concedeu que fossem pastores e mestres. Esses prebíeteros eram reconhecidos e liberados no Ministério, pela imposição de mãos dos apóstolos, profetas e outros presbíteros.

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Sabemos que todos os líderes da Igreja do Século I,

que estavam nos cinco ministérios, eram

presbíteros.

Exemplos disso são vistos em Pedro e João. (1 Pe 5:1;

2 Jo 1:1).

Obviamente, os presbíteros estavam envolvidos em áreas importantes com relação às decisões de liderança, o governo e a doutrina na igreja local. Os apóstolos reuniam-se com os presbíteros para se aconselharem. (At 15:2). Aqueles a quem Jesus tem concedido como apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres, formam uma liderança na igreja, a fim de “equipar os santos em seus respectivos ministérios. O ministério dos presbíteros na igreja local nunca

foi limitado a um indivíduo. Entretanto, Deus sempre levantou um homem para a liderança

espiritual do Seu povo. No Antigo Testamento, Moisés é um grande exemplo do que estamos tratando. Com a igreja não foi diferente. No começo da igreja, um dos presbíteros era escolhido como o presbítero líder. O presbítero líder era reconhecido pelo seu chamado, dom, unção, visão e habilidade para

liderar o povo de Deus. Aquele que era o líder freqüentemente teria o dom ministerial de pastor.

Este homem era chamado por Deus, confirmado pelos apóstolos e profetas e reconhecido pelos

outros presbíteros e crentes da igreja local.

Funções em Ação À medida que os crentes eram edificados na Palavra e discipulados pelo ministério daqueles que operavam como pastores e mestres, os que tinham recebido o chamado de evangelistas, eram também reconhecidos e liberados no ministério pela imposição de mãos dos presbíteros. Os evangelistas, por sua vez, treinavam e mobilizavam os crentes na igreja local a serem bem sucedidos na salvação de almas. A igreja só podia amadurecer e ser equipada para o serviço ao ser ministrada por cada um dos cinco dons ministeriais. A Continuação do Método O Petros existe como uma tentativa de redirecionar a Igreja de nossos dias ao modelo de edificação dos santos, exposto nas páginas do Novo Testamento, através dos cinco dons pilares. Esse processo inclui a identificação ou a confirmação vocacional, seguido por uma adequação ministerial e um treinamento até que aconteça a liberação de um discipulador. Os Discipuladores são os líderes dos Cinco Fundamentos Ministeriais e os Discípulos, com seus dons e competências, formam o grupo sob treinamento, até que alcancem a estatura de uma completa liberação ministerial.

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Dom & Perfil Ministerial

E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas,

e outros como pastores e mestres, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo. Efésios 4.11-12

Os Discipuladores são os líderes agraciados com os Dons Ministeriais e os Discípulos

CAPÍTULO 9

Os Dons Pilares

SEGUNDA PARTE

CAPÍTULO 10

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são os crentes que apresentam características do perfil ministerial de seus líderes.

Dom Ministerial – Vocação de Liderança – O dom de fundamento está presente na vida do Discipulador (Mestre). Aquele que tem o dom para aperfeiçoar os santos e que torna possível a continuidade do ministério, discipulando quem tem o perfil de Mestre;

Perfil Ministerial – Vocação de Discípulo – O Perfil Ministerial está presente na vida do discípulo. Aquele que tem o perfil de um dos dons pilares. É capaz de aprender e crescer dentro de sua vocação, pelo auxílio de seu Discipulador (Mestre).

O Perfil dos Discipuladores

1. APÓSTOLO – Visão estrutural. Lança fundamentos, estruturas, modelos e métodos. Implanta. Faz o trabalho fundamental para que outros deem continuidade. Deixa no ponto de outros concluírem. Estratégia de implantação. 2. PROFETA – Visão Direcional. Estratégia de direção certa e avanço. Quer saber o que Deus tem a dizer. Olha além do aqui e agora. Vive no futuro. 3. EVANGELISTA – Visão de Conquista. Estratégia de adição, crescimento. Propagação do Reino. Convocar pessoas. Busca os de fora. 4. PASTOR – Visão do Rebanho. Estratégia de cuidado. Atenção, aconselhamento e ajuda a pessoas carentes, enfermas e feridas na alma. Busca os de dentro. 5. MESTRE – Visão da doutrina. Estratégia do Ensino. Seu lema é a verdade, nada além da verdade. Ministério em torno do ensino. Palestras, pregações, doutrinas, cursos e treinamentos. Busca a consolidação da fé. Os cinco nomes acima são chamados de dons pilares, fundamentos da Igreja. Fundamento é uma base sobre a qual se edifica alguma coisa.

Os dons são semelhantes às ferramentas de trabalho; o tipo de ferramenta indica o serviço a ser feito. É necessário, todavia, que pessoas mais experientes no uso dessas ferramentas, ajudem os novos discípulos na correta utilização dos dons, acompanhando e supervisionando o crescimento ministerial de cada membro da igreja.

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Os objetivos dos Dons Ministeriais para com a igreja:

· Aperfeiçoamento dos santos

· Edificação da igreja

· Unidade da fé

· Conhecimento de Cristo Cada discípulo precisa conhecer seu Perfil Ministerial para ocupar o lugar certo no Reino de Deus. Depois disso deve investir em sua capacitação e aperfeiçoamento por parte daqueles que têm os dons pilares na igreja. Na verdade os dons pilares dão suporte aos demais dons carismáticos. Jesus não somente concedeu diversos dons aos seus discípulos para a gloriosa missão de anunciar o Evangelho, mas capacitou alguns com dons pilares, incumbidos do ensino, treinamento e edificação de todos os membros da igreja, até que todos saibam utilizar seus dons com dinamismo, dentro de seus respectivos ministérios.

Apóstolo Aquele que é “enviado”.

Principal Marca: Implantação – Pioneiro, põe as bases, implanta, cria, estrutura, supervisiona. Dons agregados: Liderança, Fé e Visão. 1. APÓSTOLO – Visão estrutural. Lança fundamentos, estruturas, modelos e métodos. Implanta. O apóstolo é pioneiro, faz o trabalho fundamental para que outros deem continuidade. Deixa no ponto de outros concluírem. Estratégia de implantação.

É aquele que lança os fundamentos da vida da Igreja. Trabalha edificando a Igreja nas suas bases. Na igreja de Cristo identificamos três tipos de apóstolos:

1. Os 12 Apóstolos (Primários, os que estiveram com Jesus) 2. Os apóstolos pais da Igreja (como Paulo e Barnabé) 3. O ministério apostólico de caráter contínuo (em todas as Eras da Igreja).

Os doze apóstolos de Jesus são únicos na história da igreja. Num sentido mais amplo, a Igreja é edificada sobre o fundamento dos Apóstolos, em todos os lugares e em todas as épocas. O ministério apostólico é tão necessário nos dias atuais como em qualquer outra época da história da Igreja. Talvez possamos denominar os primeiros apóstolos de “Apóstolos Pioneiros” e os atuais de “Apóstolos Sucessores”. O apóstolo é aquele que tem uma visão ampliada do reino de Deus e que olha para a base e ajusta toda a estrutura da igreja para que a casa fique firme e não caia.

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O verdadeiro apóstolo é aquele que recebeu de Deus uma comissão específica que servirá de fundamento para a igreja. Os apóstolos enviam pessoas e são enviados por Deus para fundamentar a igreja através das verdades e dos princípios bíblicos. Deus usa o apóstolo para restaurar princípios, manter a Igreja nos fundamentos certos. É a autoridade principal na estrutura da Igreja. O apóstolo exerce um ministério pioneiro e desbravador; inicia, implanta, funda novas igrejas, dando-lhes a base doutrinária sobre a qual outros irão dar continuidade (I Co 3:10). O apóstolo exerce também a supervisão das igrejas, orientando-as na administração e doutrina, ordenando-lhes presbíteros e diáconos, zelando pela disciplina.

Profeta Aquele que traz a Palavra de Deus aos homens.

Principal Marca: Visão - Direção - Projeta, orienta.

Dons agregados: Visão, Palavra do Conhecimento e

Discernimento.

2. PROFETA – Visão Direcional. Estratégia de direção certa e avanço. Quer saber o que Deus tem a dizer. Olha além do aqui e agora. Vive no futuro.

O profeta é um discípulo de

Jesus Cristo que tem ouvidos afinados para ouvir

a Deus, coração obediente e boca disposta a falar ao povo a Palavra do Senhor. O profeta é aquele que anda com Deus e traz a direção ao “povo”. Ele aponta, não conduz. É o líder espiritual que aponta a direção para a Igreja. Enxerga para onde a Igreja esta caminhando e sabe para onde a igreja deve ir. Tem a visão de Deus para indicar o caminho que a igreja deve seguir. É aquele que ajuda os santos a compreenderem o que foi revelado pelo Senhor.

Geralmente, os profetas tendem a ser estranhos porque a constante comunhão com a glória do Senhor transforma radicalmente a sua maneira de pensar e agir. Ele olha para a congregação como um todo e a coloca dentro da igreja da cidade e do mundo.

O Profeta fala uma mensagem abrangendo uma questão específica, que serve de imediata orientação para o povo de Deus.

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“Não havendo Profecia, o povo se corrompe” Pv 29:18 A voz profética é a orientação de Deus para o homem. Deus revela os seus segredos aos profetas (Am 3:7). Sem a profecia não temos condições de diferenciar ou discernir o caminho a seguir. Além de bússola que norteia os passos da igreja, a Profecia funciona como instrumento de sinalização, advertência e freio espiritual.

Tudo nos leva a crer que na Igreja do Primeiro Século havia realmente duas classes de profetas e que este seja o pensamento escriturístico para todos os tempos.

Profetas Líderes - Aqueles que além do dom de profecia, possuíam um “charisma” adicional de liderança espiritual. (At 13;1; Ef 4:11).

Profetas Ocasionais – Aqueles que eram dotados pelo Espírito Santo para ministrar exortação, consolação e edificação à Igreja local, através do dom de profecia, sem o exercício da liderança espiritual da igreja. I Co 14:24-31.

Evangelista O Mensageiro da Extraordinária Notícia de Salvação

Principal Marca: Salvação de Vidas – Comunica, prega, convida, anuncia, fala, agrega. Dons agregados: Libertação, Cura e Milagres. 3. EVANGELISTA – Visão do Reino. Estratégia de adição, crescimento. Propagação do Reino. Convocar pessoas. Busca os de fora. Anunciador de boas-novas. Evangelista é aquele que planta as sementes salvadoras do reino dos

céus por toda parte. Simpático, carismático, o evangelista consegue agregar cidadãos de todos os lugares e de todas as classes para o Reino de Deus. O dom de evangelista, confere ao seu possuidor uma capacitação especial para conduzir outras pessoas a Cristo, numa média muito acima do sucesso obtido pelos demais membros de uma Igreja. O ministério de evangelista é Itinerante por natureza, uma vez que ele sempre está a procura de pessoas que não conhecem a Cristo. Geralmente os dons de libertação, curas e milagres complementam a atuação do Evangelista, confirmando a Palavra com sinais e prodígios.

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Pastor Aquele Que Cuida do Rebanho

Principal Marca: Pastorear – Serve, cuida, ajuda, visita, ora, aconselha, discipula. Dons agregados: Aconselhamento, socorro, servir e hospitalidade. 4. PASTOR – Visão do Rebanho. Estratégia de cuidado. Atenção, aconselhamento e ajuda a pessoas carentes, enfermas e feridas na alma. Busca os de dentro. O Pastor é aquele que promove o bem estar

espiritual de um grupo de crentes. É uma pessoa capacitada por Deus para cuidar espiritualmente daqueles que foram ganhos para Cristo. O Pastor é sensível às necessidades das pessoas. Alguém que se interessa sinceramente em conhecer os problemas das pessoas para poder ser mais útil em sua ajuda. 1. O Solitário necessita de companhia; 2. Aquele tem que tem medo precisa ser protegido; 3. A pessoa rejeitada precisa ser aceita; 4. Aquele que está no erro necessita de correção; 5. O que fracassou precisa de encorajamento; 6. Quem está ferido tem que ser curado; 7. Aquele que está perdido precisa ser direcionado; 8. Quem tem dúvida necessita ser orientado; 9. Aquele que tropeçou precisa ser sustentado; Na qualidade de pastores auxiliares temos o dever de recorrer constantemente ao Supremo Pastor para ouvirmos Sua voz, orientação e propósitos.

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Mestre O Guardião da Verdade

Principal Marca: Sabedoria e Conhecimento - estuda, analisa, pesquisa, interpreta, ensina, prega; Dons agregados: Discernimento, conhecimento e sabedoria. 5. MESTRE – Visão da Doutrina. Estratégia do Ensino. Seu lema é a verdade, nada além da verdade. Ministério em torno do ensino. Palestras, pregações, doutrinas, cursos e treinamentos. O mestre é o discípulo que ama a Palavra de Deus e que tem um

entendimento natural e intuitivo acerca dos assuntos apresentados nas Escrituras Sagradas. Desta forma, ele transmite conhecimento espiritual com habilidade espiritual. O Mestre ensina não somente o Conhecimento, mas a Sabedoria das Escrituras. Sua marca é a facilidade de conhecer a Palavra de Deus e harmonizar seus pontos difíceis de entender, através da exposição simples, porém, bem planejada e organizada. O mestre é um verdadeiro guardião da verdade revelada. Ele ministra às pessoas para que possam andar sabiamente na vontade de Deus. O Mestre é diretamente inspirado pelo Espírito Santo, no entanto, seu dom é mais sutil e menos espetacular que o de Profecia, ficando mais limitado à Bíblia, ao contrário dos Profetas cuja inspiração é imediata e independente da Palavra Escrita. Quando o profeta vem primeiro é o mestre que ensina em detalhes aquilo que foi profetizado; quando o mestre vem primeiro é o profeta que põe vida naquilo que foi ensinado.

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Chamamos de “competências” aos múltiplos recursos pessoais (herdados e adquiridos) identificados como ferramentas potencialmente úteis ao ministério. Todos nós possuímos aptidões naturais e adquiridas. Uma vez que o homem é o resultado de suas heranças e vivências, as competências podem ser identificadas em:

Competências Naturais - São capacidades específicas que o ser humano nasce com elas e que podem ser desenvolvidas ao longo da vida. Por exemplo, o talento para a música, pintura ou para a arte em geral, são dons naturais que se apresentam sem nenhuma "influência do meio". Essas tendências estão estreitamente relacionadas com a nossa herança genética e não com a operação do Espírito Santo. Talento é a aptidão existente no homem natural para o desempenho de algo acima da média dos humanos. Com raríssimas exceções, esses talentos são indicativos naturais da vocação ministerial.

CAPÍTULO 10

Competências

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Competências Adquiridas – As habilidades adquiridas não têm nenhuma ligação com a nossa herança genética e nem com a operação do Espírito Santo. Elas resultam do esforço humano, combinando estudo e prática de forma sistemática e intensiva. Com raríssimas exceções, quando uma habilidade adquirida está afinada com a nossa personalidade, temos também um indicativo natural de nossa vocação.

Competências Pessoais - Indicativos Naturais da Vocação

O nosso mapeamento vocacional inclui uma abordagem do homem natural por duas razões:

1. Alma e mente são termos com profunda afinidade e que se confundem em muitos aspectos.

2. Nem sempre os dons do Espírito são plenamente identificados nos novos discípulos.

Evidentemente a Bíblia não é um livro de Psicoteologia, mas uma boa pesquisa nas Escrituras consegue identificar alguns princípios e orientações essenciais para a compreensão das competências como indicativos da vocação. Veja, por exemplo, o que Paulo escreveu em sua carta aos romanos: Eu, da minha parte, irmãos meus, estou persuadido a vosso respeito, que vós já estais

cheios de bondade, cheios de todo o conhecimento e capazes, vós mesmos, de admoestar-vos uns aos outros. Romanos 15.14

No versículo acima, há três palavras (bondade, conhecimento, capazes) que expressam o retrato da natureza humana, ou seja, o que o homem pensa, sente e decide (Rm 15:14;Cl 1:10). Essas três grandes forças no homem interior são naturalmente direcionadas a partir de uma arquitetura hereditária e moduladas por todo o complexo das experiências de vida. Paulo estava convencido de que os discípulos em Roma apresentavam um perfil de maturidade cristã, cujo potencial era suficiente para promover e manter o equilíbrio e o crescimento espiritual dos fiéis, no contexto da igreja local. O apóstolo pode perceber que a racionalidade, a afetividade e a vontade - dos cristãos romanos, transbordavam de competências: transmissíveis e compartilháveis. Conhecimento Bondade Capazes (capacidade)

A vida diária dos discípulos demonstrava que eles possuíam um conjunto de qualificações pessoais para o bom desempenho do ministério de aconselhamento

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cristão. Aspectos cognitivos, afetivos e volitivos estavam voltados para a edificação pessoal, através da admoestação recíproca. Outro texto bíblico que merece a nossa atenção está na Carta de Paulo à igreja em Colossos:

Para que possais andar de maneira digna do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus. Colossenses 1.10

No versículo acima encontramos um novo grupo de três palavras que requerem a nossa atenção especial:

1. Agradando-lhe – Aspectos afetivos 2. Frutificando - Aspectos volitivos 3. Conhecimento - Aspectos cognitivos

O texto confirma a existência de aspectos afetivos, volitivos e cognitivos no ser humano e que o caminhar do discípulo precisa ser harmonioso, ainda que tenha inclinações e tendências. As qualificações cognitivas, afetivas e volitivas devem ser trabalhadas de tal forma que sejam transformadas em práticas, hábitos e estilo de vida agradáveis a Deus.

Em nossa concepção o comportamento humano é o resultado do trabalho harmonioso da racionalidade, afetividade e vontade. Cada faculdade anímica tem suas potências: o potencial de pensar, o de sentir e o de decidir - essas forças agem diretamente sobre o comportamento humano.

O indivíduo utiliza a racionalidade para discernir entre o certo e o errado; os sentimentos para mover-se em direção a eles e a vontade livre para fazer um ou o outro. Tomando por base esse raciocício, o

perfil de um indivíduo pode ser visto numa perspectiva de sua estrutura mental, onde a natureza de uma pessoa se dá a conhecer principalmente pela forma que utiliza a sua inteligência, manifestando características racionais, motivacionais (ou afetivas) e operacionais, positivas e negativas, num tipo básico de comportamento. De forma genérica, o ser humano necessita de um condicionamento mental harmonioso para que possa viver de forma saudável consigo mesmo e com o próximo:

1. Alguma coisa para fazer – Inteligência Operacional – A Vontade. 2. Alguma coisa para amar - Inteligência Motivacional – Os Sentimentos. 3. Alguma coisa para pensar - Inteligência Racional - Os Pensamentos.

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O nosso aparelho psíquico apresenta um dinamismo voltado para:

1. Inteligência Racional (Centro Teórico) - utilizado para pensar, avaliar e decidir. 2. Inteligência Motivacional (Centro Emocional) - utilizado para compreender os

sentimentos, emoções e relacionamentos. 3. Inteligência Operacional (Centro Ativo) - utilizado para ação, execução.

RACIONALIDADE - Inteligência Racional - Lógica – Analítica

A potência racional trabalha por associação e representa o mundo do binário (certo-errado), da lógica, da afirmação e negação. Responsável pela linguagem, pelas programações, normas e regras. Através do pensar, o homem raciocina, analisa, argumenta, imagina, idealiza, calcula, julga, etc.

Os racionais são as pessoas que mais fazem uso da lógica. Têm preferência por organizar e estruturar informações, para decidir de forma lógica e objetiva. Em vez de envolver sentimentos, preconceitos e reações instantâneas, a inteligência racional utiliza a lógica, o pensamento coordenado para tomar decisões.

Possuem inteligência direcional, estão sempre em busca de novos conhecimentos, vivem e agem no planeta de acordo com aquilo que pensam. A consciência moral – incluindo as leis – pode exercer grande influência sobre o pensamento racional.

FOCO NO PLANEJAMENTO – Planejamento e Controle com excelência Seu lema é: 'Ordem e Progresso'. Você gosta de avaliar bem a situação e de colocar ordem nas coisas. É detalhista, organizado, estrategista, busca conhecimento, pontual, conservador e previsível.

Operações Mentais: Atenção seletiva, organização, memorização; compreensão e uso de normas; comunicação verbal e volume de vocabulário, correção; prontidão em perguntar e responder; gosto por livros, por leitura, por números; compreensão de

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ordens, comandos; domínio de classificações, relações; capacidade de pedir, solicitar o que quer; detalhamento, conexão de ideias, etc.

Pontos Fortes: Análise, organização, consciência, conformidade e qualidade. Prudência, lealdade e segurança. Segue regras, preceitos e tem muita responsabilidade. Pontos de melhoria: dificuldades de se adaptar às mudanças. Decide impessoalmente e tem a tendência de ficar distante dos sentimentos e anseios das pessoas. Pode machucar os sentimentos das pessoas sem perceber. Demasiadamente sistematizado, precisa moderar o perfeccionismo e ser mais flexível. Motivações: Compreensão exata de quais são as regras. Conhecimento específico do trabalho. Ausência de riscos e erros. Ver o produto acabado: começo, meio e fim.

FOCO NO PLANEJAMENTO Avaliação – habilidade: analisar dados e obter conclusões. Cálculos – habilidade: trabalhar com números, estatísticas, datas e dinheiro. Classificação – habilidade: sistematizar, organizar e catalogar: dados, registros

e materiais para poder encontrá-los facilmente. Composição – habilidade: escrever letra e/ou música. Computação – habilidade: de programar e analisar. Coordenação – habilidade: supervisionar as pessoas para cumprir uma tarefa ou

evento. Coordenar os detalhes envolvidos. Edição – habilidade: cortar, inserir, mudar, adaptar: textos, fotos, filmes, música. Escrita – habilidade: registrar ideias, escrever artigos, cartas, livros. Operação de Áudio – habilidade: conhecer a operacionalização de

equipamentos de som. DJ, operador de som. Pesquisa – habilidade: Apurar os fatos, pesquisar, descobrir. Planejamento – habilidade: organizar programas e eventos, apresentar

estratégias. Secretaria – habilidade: agendar, organizar, manter contatos, serviços de

escritório, etc.

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AFETIVIDADE - Inteligência Motivacional - Intuitiva - Emocional

A potência motivacional é a sede dos sentimentos e emoções, o lado subjetivo que guarda a intuição e que não trabalha por associação, mas definindo o prazer como algo agradável ou desagradável. Com o sentir, o homem percebe e recebe as impressões do mundo à sua volta e as do seu próprio mundo interior. Os motivacionais são pessoas que têm como principal marca o uso da inteligência emocional. São intuitivos e de raciocínio ético e moral, com ênfase do sentir e do ser. Têm preferência por organizar e estruturar informações para decidir de forma pessoal e orientada por valores.

A inteligência motivacional é uma herança genética moldada ao longo de nossas vivências, responsável por quase todas as reações e sentimentos do ser humano, de forma aparentemente sem lógica, fortemente embasada nas experiências vividas pelo homem em seu habitat.

FOCO NA EQUIPE – Satisfação dos Membros do Grupo

Seu lema é: 'Fazer Junto'. Você acredita que as pessoas fazem a diferença. É sensível, gosta de relacionamentos, prefere trabalharem equipe. É tradicionalista, busca harmonia e delega autoridade.

Operações Mentais: Percepção de si e de seu corpo; conhecimento de símbolos e sinais; interesse por religiosidade, expressão artística, criatividade; interesse e assimilação de televisão; respeito por valores maternos; sensibilidade à estimulação; harmonia, tolerância, longanimidade, relacionamento, número de amizades, afetividade; domínio do sonho, fantasia, imaginação; timidez, extroversão, riso, humor, moralismo, ética, vaidade, bom gosto; orientação espacial, dança, elegância; gosto e passatempos particulares; melindre; poder de relax, concentração, estado alfa.

Pontos Fortes: Mobilizar, agregar e encorajar pessoas, comunicação, manter a harmonia, desenvolver e manter a cultura organizacional. É tolerante, cordial e cooperador. Tem comunicação aberta e uma palavra de conforto para todos. Pontos de melhoria: Costuma esconder problemas e conflitos. Precisa se posicionar e

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dar mais visibilidade ao que pensa e faz. Por colocar a satisfação da equipe acima dos resultados, pode ter dificuldade em tomar medidas impopulares. É sensível demais, manipula através dos sentimentos. Motivações: Reconhecimento da equipe, aceitação social, construir o consenso, supervisão compreensiva, ambiente harmônico e trabalho em grupo, segurança.

FOCO NA EQUIPE

Aconselhamento – habilidade: de escutar, encorajar e guiar com sabedoria e sensibilidade.

Acompanhamento – habilidade: orientar e supervisionar o crescimento espiritual ou algo específico.

Comunicação – habilidade: falar, apresentar. Direção – habilidade: motivar e conduzir as pessoas até se chegar a um objetivo

comum. Discipulado – habilidade: repassar valores, capacitar discípulos. Educação Infantil – habilidade: ensinar crianças. Entrevista – habilidade: descobrir a forma de ser das pessoas. Hospitalidade – habilidade: acolher bem e dar atenção especial aos hóspedes. Recepção – habilidade: de receber pessoas em eventos e conduzi-las ao locais

certos. Anfitrião, recepcionista. Recrutamento – habilidade: convocar e motivar pessoas certas para os lugares

certos. Relações Públicas – habilidade: tratar com pessoas não satisfeitas, com

cuidado e cortesia. Porta-voz.

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VONTADE - Inteligência Operacional - Acional - Experimental

A potência operacional é a sede do movimento ou da inércia. Pelo querer, o homem deseja, decide, realiza, age, executa uma ação, etc. Transforma em ações o direcionamento emanado pela inteligência racional e a emoção da inteligência motivacional.

Os operacionais são pessoas que têm como principal dinamismo psíquico a vontade, ou seja, a capacidade de escolher um fim e os meios para atingi-lo. São pessoas de orientação prática e programação do fazer e do ter.

FOCO EM RESULTADOS - Seu lema é: 'Fazer Acontecer'. Você é voltado para atingir objetivos rapidamente. Tem senso de urgência, ação, iniciativa. É prático e decidido. Impulsivo, informal, autossuficiente, curioso, gosta de coisas novas.

Operações Mentais: Decisão rápida, disposição geral para a ação; interesse pelo funcionamento de brinquedos, aparelhos, objetos; independência na execução de tarefas, liderança; interesse em iniciar, planejar, dirigir atividades; eficiência em educação física, movimentos, pontualidade, precisão, resistência física e mental, auto regulação da saúde; manifestação da sexualidade, da gula, da agressividade, como briga; trabalho manual; participação em experiências, trabalhos práticos; adora novidade; expectativa de recompensa pelo que faz, disciplina; preocupação com dinheiro, seu manejo e poder de compra.

Pontos Fortes: Faz acontecer, para com a burocracia, provoca mudanças radicais. Adapta-se às mudanças com facilidade. É determinado e persistente, gosta de vencer desafios. Pontos de melhoria: impaciente, distraído, rebelde em defender o novo pelo novo, não gosta de delegar poder. Precisa controlar sua tendência de assumir riscos não calculados.

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Motivações: Liberdade (de expressão, para agir individualmente, fazer exceções), controle das próprias atividades, resolver os problemas do seu jeito, ambiente de trabalho descontraído, ausência de controle rígido, variedade de atividades - não ter que repetir tarefas.

FOCO NOS RESULTADOS Alimentação – habilidade: escolher e preparar alimentos. Cozinhar para grupos. Arte – habilidade: pintar, esculpir, teatro, dança, etc. Construção Civil – habilidade: construir, comprar, acompanhar a obra. Computação – habilidade: conserto e negócios. Esportes – habilidade: atleta, esportista. Educação Física – habilidade: educador físico, praticante. Evangelismo – habilidade: pregar o Evangelho, libertar, curar. Eventos – habilidade: promover e anunciar eventos. Implantação de Igrejas – habilidade: abrir novas congregações, missões. Musical – habilidade: Tocar um ou mais instrumentos musicais. Operar Máquinas – habilidade: de operar máquinas e ferramentas. Representação – habilidade: contatos, propaganda.

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Palavras Finais

Deus lhe chama com um propósito. Seu chamado indica onde Deus quer que você esteja. Diante disso... Complete se puder: Eu estou convicto que Deus me chamou para: ____________________________ Se você não pôde responder, por não ter certeza de um chamado ministerial específico, não se preocupe e não se sinta um discípulo de segunda categoria.

1. Coloque sua vida diante de Deus. 2. Peça para que Ele, na sua infinita graça, lhe conceda discernimento de Sua

vontade à medida que você coopera com aqueles que já discerniram seus ministérios.

3. Explique para Jesus sua disposição de servi-lo em qualquer área que Ele indicar.

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Bibliografia

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