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Este suplemento faz parte integrante da edição 1705 do JORNAL DE LEIRIA, de 16 de Março de 2017, e não pode ser vendido separadamente. VIVER LEIRIA SAUDÁVEL EVENTO DO ANO A NÃO PERDER 2016 FOI UM ANO DE CRESCIMENTO PARA O HDMA PUBLICIDADE PUBLICIDADE Bloco operatório do HDMA é uma referencia pag. 4 pag. 8 pag. 2 HDMA reforça equipa médica na Ortopedia pag. 4 Contas de 2016 refletem ciclo de mudança pag. 7 Principais Atividades desenvolvidas em 2016 pag. 10

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Este suplemento faz parte integrante da edição 1705 do JORNAL DE LEIRIA, de 16 de Março de 2017, e não pode ser vendido separadamente.

VIVER LEIRIA SAUDÁVELEVENTO DO ANO A NÃO PERDER

2016 FOI UM ANO DE CRESCIMENTO PARA O HDMA

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Bloco operatório do HDMA é umareferencia pag. 4

pag. 8

pag. 2

HDMA reforçaequipa médica na Ortopedia pag. 4

Contas de 2016refletem ciclo de mudança pag. 7

Principais Atividadesdesenvolvidas em 2016 pag. 10

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EDITORIAL

A Santa Casa da Misericórdia de Leiria está a preparar-se parapoder cumprir melhor a sua missão de apoiar quem mais precisa.Para isso também precisamos de comunicar melhor com apopulação em geral, com os que necessitam de apoio e tambémcom os que nos podem ajudar a apoiar mais. Esta publicação temesse objectivo de dar a conhecer a nossa obra e “abrir” aInstituição à comunidade.No ultimo ano tivemos um conjunto de iniciativas na área da saúdede que destaco as 2ª Jornadas da Saúde do HDMA, a abertura doserviço de atendimento de urgência SAMA, a abertura de novasespecialidade médicas e a participação na Aldeia da Saúde. Temoso HDMA que deixou de ser o “hospital velho” e passou a ser o“Hospital Novo” dispondo de mais conforto, uma imagemrenovada, com as mais modernas tecnologias, com blocooperatório, imagiologia e médicos especialistas para dar umaresposta às necessidades da comunidade.Na melhoria da comunicação reformulámos a página Web e ofacebook, melhorámos a imagem institucional.Participámos na peregrinação a Fátima e à Porta Santa da Sé deLeiria e organizámos um ciclo de conferências no âmbito do anoJubilar da , onde foram debatidos um conjunto de temas daactualidade.Queremos melhorar todos os dias a actividade da Misericórdiamas para isso também precisamos da colaboração de toda acomunidade. O evento Viver Leiria Saudável, recentemente apresentado, tem umambicioso programa de iniciativas. Contamos com a participaçãode todos pois o objectivo final é “apoiar quem mais precisa”.A Misericórdia de Leiria é uma instituição de solidariedade socialaberta e queremos interagir com a comunidade nas diversas áreasda saúde, da educação e social e para isso contamos tambémconsigo.Carlos Poço Provedor

FICHA TÉCNICAEdição: Jorlis - Edições e Publicações, Lda. . Director: João Nazário. Coordenação: Carlos Poço . Redação: João Leite, Luis Ferreira. Paginação: Isilda Trindade, Rita Carlos Impressão: Grafedisport . Tiragem: 15.000 . N.º de Registo 109980 . Depósito Legal n.º 5628/84 . Distribuição: Jornal de Leiria, Edição n.º 1705 de 16 de Março de 2017

Hospital D. Manuel de Aguiar com mais e melhores serviços para a comunidade

2016 FOI UMANO DECRESCIMENTOO Hospital D Manuel de Aguiar (HDMA) so-freu ao longo dos últimos meses profundas mu-danças com o objectivo de melhorar a respostaà comunidade em geral.

“Mais especialidades, mais acordos e con-venções e mais conforto” é desta forma que oProvedor da Santa Cada da Misericórdia de Lei-ria, Engº Carlos Poço, resume as profundas mu-danças implementadas no ultimo ano.

No que diz respeito às especialidades, des-tacam-se o aumento das mesmas e o naturalaumento do número de Médicos. Criaram-se novos serviços, como por exemplo, o Ser-viço de Pediatria e o Centro de Doenças Co-lorretais de Leiria, celebrou-se acordo com umaequipa médica especialista em Ortopedia/trau-matologia, e aumentou-se, em diversas espe-cialidades, o número de médicos “com elevadaexperiência e reconhecimento público”, se-gunda afirma o Diretor Clínico do HDMA, Dr.Nuno Rama, destacando novos especialistasem Cardiologia, Otorrinolaringologista, Gi-necologia, Neurocirurgia, Psicologia, Psiquia-tria, Pneumologia, Nutrição e Fisiatria.

Quanto aos acordos e convenções, no úl-timo ano o Hospital D. Manuel de Aguiar ce-lebrou acordos com novas seguradoras e en-tidades, disponibilizando os serviços de exce-

lência do HDMA a um maior número de pes-soas, destacando-se nesta matéria o acordocom a Multicare, a Well s Continente e a True-clinic.

Quanto ao conforto aos utentes, importa re-ferir algumas alterações internas de funciona-mento, destacando-se o Serviço de MedicinaFísica e de Reabilitação, que passou a funcionardas 8h às 20h, com consultas de Fisiatria tam-bém ao Sábado. Melhorou-se a imagem doHDMA, tornando-o mais apelativo e moder-no. Melhorámos as condições de conforto aoutente, com a criação de novas salas de espera,e investimos em novas tecnologias. Através deum novo site facilitámos o acesso à informa-ção, e com a aquisição de um novo sistemade gestão de senhas reduziu-se o tempo de es-pera para as consultas.

“Os números de 2016 reforçam a perti-nência do investimento efetuado. Fazendo umaanálise comparativa da produção de Janeirode 2016 com a de Janeiro de 2017, perce-bemos que nas consultas externas verificou-se um aumento de 32%, na imagiologia o au-mento foi de 86% e na cirurgia geral o aumentofoi de 94%. Merecemos a confiança da po-pulação de Leiria, vamos continuar a reforçareste caminho” refere o Provedor.

Dr. João Leite, Eng. Carlos Poço e Dr. Nuno Rama, Administrador, Provedor e Diretor Clínico respetivamente

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O Hospital D. Manuel de Aguiar (HDMA), tevecomo objetivo primeiro o de oferecer aos uten-tes da região uma unidade moderna e bemapetrechada, com instalações de elevada qua-lidade e conforto, um corpo clínico experientee competente, uma acessibilidade facilitada eum atendimento personalizado e humano. Aolongo destes nove anos o projeto enfrentou di-versas dificuldades, outros tantos desafios e foiultrapassando uns e outros, norteada por umpilar sólido: A qualidade e excelência dos cui-dados. No último ano constatou-se uma apos-ta num projeto clinico alicerçado numa gestãorigorosa e determinada, que alia à clássicaCorporate Governance, uma governação clini-ca parceira e complementar. A designação“governação” foi importada do mundo comer-cial, que definia a primeira como um sistemapelo qual as companhias protegiam os investi-mentos dos acionistas e minimizavam os riscosde fraude e má prática. Curiosamente, há 20anos que o termo Clinical Governance foi in-troduzido pela primeira vez no livro branco dasaúde do Serviço Nacional de Saúde britânico(NHS) como estratégia de modernização e demelhoria da qualidade do sistema de saúde.No final da primeira década deste séculocomeçaram a multiplicar-se as unidades desaúde privadas pelo país, e também nes-tas, de forma crescente, se denota o inte-resse pelos princípios da governação clíni-

ca/gestão clínica. Mas afinal em que con-siste esta última? Podemos simplificar a de-finição, e assumir a governação clínicacomo o processo através do qual as orga-nizações de saúde se responsabilizam pelamelhoria contínua da qualidade dos seusserviços e pela salvaguarda de padrõeselevados de qualidade de cuidados. Qualidade e Excelência! Definidas comometas pelo Sr. Provedor e Mesa Administra-tiva, elementos da Governação Não clínica(Corporate Governance) , são igualmente

objetivos da Gestão Clínica. Desta forma, ao longo deste ano procurá-mos pôr em prática estes princípios da Go-vernação Clínica: Os princípios fundamen-tais da Excelência! Promovemos umaorientação para os resultados, uma vezque a excelência depende do equilíbrio esatisfação das necessidades dos grupos deinteresse relevantes da instituição. Orientá-mos os nossos serviços para o cliente, oárbitro final da qualidade do produto e doserviço.

Defendo há muito “o repensar da Saúde”em Portugal, no quadro conceptual funda-mental para o entendimento da avaliaçãode qualidade em saúde, definida em 1980por Avedis Donabedian, assente nos con-ceitos de estrutura, processo e resultado.Assim, a organização dos serviços de saú-de deve ser redesenhada para ter a eficá-cia necessária. Assistimos assim à emergência de um novoparadigma na cultura, estrutura e governa-ção das unidades de saúde publicas ouprivadas. O antigo paradigma assentavana procura da eficiência através do contro-lo dos gastos e da diminuição dos custos.O gestor clinico e os médicos participavame participam direta ou indiretamente nestecontrolo sem compromisso do principio daautonomia profissional.Em suma, acredito que o sucesso final deuma organização/instituição prestadorade cuidados de saúde assenta numa pro-ximidade e comprometimento mutuo dasduas vertentes da Governação: Clínica eNão-Clínica. E a primeira, a Clinical Go-vernance, só pode ser exercida alicerçadaem pilares sólidos: a focalização na pes-soa e bem-estar da mesma, o envolvi-mento de todos, a todos os níveis, e aorientação para resultados, entendendo-se estes como ganhos em saúde.

OPINIÃO Nuno Rama, Diretor Clínico do HDMA

A IMPORTÂNCIA DA GOVERNAÇÃO CLÍNICA EM UNIDADES DE SAÚDE

PUBLICIDADE NOVO SERVIÇO DE NUTRIÇÃO

Os maus hábitos ali-mentares, o excessode peso e a obesida-de afetam grandeparte da população,com consequênciasnefastas para a saú-de e para a longevi-dade de cada um denós. Uma correta

perda de peso é exigente e deve ser acom-panhada por profissionais da área, sobpena de acarretar outros prejuízos para asua saúde. No Hospital D. Manuel deAguiar, temos nutricionistas com experiên-cia, para lhe proporcionar uma avaliaçãocompleta do seu estado nutricional e hábi-tos alimentares. Efetuamos um acompanha-mento permanente, com uma terapêuticapersonalizada, objetivos realistas e credí-veis! A pensar em si, criámos o Serviço deNutrição e Emagrecimento, onde por ape-nas 49€ tem direito à sua consulta de nutri-ção, com oferta da seguinte (até 30 dias).Dispomos ainda de outros regimes particu-lares e de acordos e convenções.

Dr. Nuno Rama

Dr. Luís Lisboa

O Hospital D. Manuel Aguiar no seu objetivo pri-meiro de prática de excelência clinica, englobana sua estrutura organizacional e física a Unida-de Cirúrgica (UCIR), uma área especifica para aatividade cirúrgica e cuidados peri-operatórios, lo-calizada no piso 1 da instituição.

A realização de uma qualquer intervenção ci-rúrgica (operação) envolve momentos de gran-de preocupação e ansiedade para utentes e fa-miliares /acompanhantes.

O bloco operatório é um ambiente especial-mente preparado e equipado para a prática ci-rúrgica e anestésica, dentro de rigorosas condi-ções de higiene e segurança. O processo de tra-tamento dos materiais e equipamentos obedeceigualmente a rigorosas normas de higiene e con-trolo de infeção, de acordo com os padrões dequalidade superiormente determinados, peloque também o acesso e a circulação de pessoassão condicionados.

O bloco operatório dispõe de duas suites ope-ratórias devidamente equipadas e dimensionadaspara todos os tipos de cirurgias, nomeadamen-te do foro da Cirurgia Geral, permitindo realizardiversos procedimentos cirúrgicos para o trata-mento de varizes, hérnias, doenças da tiroides, ve-

sicula e vias biliares, doenças do cólon, reto e ânus,entre outros. Tem capacidade para realizar pro-cedimentos minimamente invasivos com apoio devídeo-cirurgia. Para esse efeito dispõe de equi-pamentos, sistema de iluminação e instrumentalcirúrgico modernos e de última geração para pro-cedimentos com apoio de imagem/endoscopia,conhecidos na sociedade civil por cirurgia a “la-ser” ou “operações com furos”.

Na área da saúde da mulher (Ginecologia) temdesenvolvido atividade cirúrgica diferenciada, comrealização frequente e regular de histeroscopias,cirurgia laparoscópica de trompas e anexos(quistos do ovário / laqueação de trompas/ etc.)e cirurgia laparoscópica do útero (histerectomia)para tratamento de miomas entre outros. Outrasespecialidades com atividade regular no blocooperatório do HDMA são a Neurocirurgia (ci-

rurgias diversas a hérnias discais), Ortopedia e trau-matologia ( com presença de um copo clínico deexcelência liderado pelo Dr. António Sales e comcapacidade de realização de Artroscopias, váriascirurgias do foro da Traumatologia, Próteses doJoelho e da Anca, etc.), Urologia (dispõe de umaequipa experiente em cirurgia laparoscópica, rea-lizando nefrectomias, cirurgias à próstata, etc.),Otorrinolaringologia (experiência em procedi-mentos endoscópicos endonasais e do ouvido mé-dio) e Oftalmologia (cirurgia de cataratas, etc). Na-turalmente que outras especialidades médicas comnecessidade de um ambiente que permita apoioanestésico usufruem das instalações e equipa-mentos da UCIR do HDMA.

Além destes recursos, o bloco operatório pos-sui uma espaço para realização de pequenos pro-cedimentos cirúrgicos sob anestesia local (Sala dePequena Cirurgia) e uma central de esterilizaçãoautónoma, unidade dotada de meios necessáriospara lavagem, secagem e esterilização de todoo material e equipamento cirúrgico (dois equi-pamentos a vapor saturado e lavagem mecâni-ca). A Área de Internamento Cirúrgico é uma uni-dade de internamento que permite, entre outros,o apoio ao doente operado.

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Referenciado como dos melhores na região

BLOCO OPERATÓRIO TEM QUALIDADE SUPERIOR

HDMA REFORÇAEQUIPA MÉDICA NA ORTOPEDIA

Centrados na exce-lência do serviçoprestado, na inova-ção e nos valoresda ética e do rigorda prática clínica,temos ao dispor doutente, uma equipamédica de Ortope-

dia especializadanas várias patologias diferenciadas, sen-do o doente encaminhado para o médicode referência em patologia do joelho, damão, do tornozelo ou do ombro. Umaequipa vocacionada para a cirurgia orto-pédica de inovação, bem como para aOrto-traumatologia, medicina desportiva,realizada por médicos experientes e derenome. Contamos diariamente com apresença de um médico especialista deOrtopedia cuja experiência clinica e pro-fissionalismo constitui uma mais-valia.Esta equipe de excelência integra o Dr.António Sales, Dr. João André, Dra. Tere-sa Tomé, Dr. Pedro Edgar, Dr. Marco Lu-cas, Dr. Pedro Simões e Dr. Luis Macha-do, que interagem entre si segundo oplano de subespecialidades, um conceitojá desenvolvido e testado com êxito naEuropa e nos E.U.A. O foco deste serviçomédico inovador está na qualidade doacto medico e na recuperação do utente.

Dr. António Sales em Bloco Operatório

A Imagiologia há muito tempo que deixou paratrás o paradigma do designado RX, comomeio complementar de diagnóstico, evoluindopara novas tecnologias de imagem, como se-jam a ecografia, a TAC e a ressonância mag-nética, só para citar as mais conhecidas.

O serviço de Imagiologia do Hospital D. Ma-nuel de Aguiar (HDMA) está equipado com amais avançada tecnologia e oferece à comuni-dade um conjunto de respostas de excelência,nomeadamente, um ecógrafo que, além de per-mitir a realização de todo o tipo de ecografia ge-ral, permite estudos endocavitários, estudoseco-doppler dos vários órgãos, estudos deelastografia e ao mesmo tempo é utilizado nosmais diferenciados exames de intervenção,como sejam as biopsias (próstata, mama, teci-dos moles), as citopunções (tiroide, mama, gan-glionares) e as infiltrações músculo-tendinosas earticulares.

A nova TAC multicorte, com o mais avança-do software de processamento de imagem, alémdos estudos de radiologia e neurorradiologia ha-bituais, permite a realização de colonoscopiasvirtuais, estudos angiográficos, salientando-se asreformatações 3D que são de extrema impor-tância na orientação pré-cirúrgica na patologiatraumática ortopédica, não esquecendo a rea-lização de Dental scan, fundamental na im-

plantologia dentária.O mamógrafo passou a permitir a realização

de mamografia digital, deixando para trás a an-terior tecnologia.

O ortopantomografo de elevada qualidadepassou a assegurar ao médicos dentistas, queprestam serviços de elevada qualidade noHDMA, uma maior segurança.

Outro salto qualitativo diz respeito ao mo-dus operandis da instituição que apostou naaquisição de um sistema de armazenamentode imagens, normalmente designado porPACS, que permite o armazenamento de todasas imagens e relatórios dos exames efetuados,estando sempre e de imediato disponíveis em

qualquer parte do hospital.Ao mesmo tempo, passamos a dispor da tec-

nologia mais avançada de interpretação de voz,que faz com que o médico radiologista possa fa-zer o relatório de imediato.

Para completar a disponibilidade dos estudosimagiológicos aos seus doentes, o HDMA esta-beleceu, em 2016, um protocolo com o IMI, atrabalhar nas instalações do Hospital de Sto An-dré, para a realização de todo o tipo de resso-nâncias magnéticas que os seus utentes neces-sitem.

Importa referir que o serviço de Imagiologiado HDMA tem diversos acordos e convenções,nomeadamente, com a ADSE.

SERVIÇO DE IMAGIOLOGIA EQUIPADOCOM ALTA TECNOLOGIA

Dr. António Sales

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Fornecemos uma abordagem multidisciplinar neste tipo de patologia

HDMA CRIA CENTRO DE DOENÇASCOLORRETAIS DE LEIRIA

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As doenças colorretais (doenças dos intesti-nos) apresentam em Portugal muita impor-tância, sendo patologias de elevada inci-dência e prevalência. É especialmente rele-vante quando se fala do cancro colorretal,de extrema importância pela sua dimensãoem custos inerentes ao tratamento e aos po-tenciais anos de vida útil perdidos nos doen-tes afetados. Quando consideramos asdoenças benignas, importa realçar o impactosignificativo e negativo na qualidade de vida,os custos relacionados com o tratamento,mas também o absentismo associado. Al-gumas patologias, como a incontinência fe-cal ou a obstipação crónica, que resultam dealterações funcionais (funcionamento)/ana-tómicas (estrutura) do pavimento pélvico, po-dem interferir e reduzir a qualidade de vidaquotidiana do doente.

A perceção de que a abordagem clinicadestes doentes por vezes é insatisfatória foiuma das razões para a criação do Centro deDoenças Colorretais no Hospital D. Manuelde Aguiar (CDCL-HDMA). Naturalmente queforam propósitos adicionais a frequência(prevalência e incidência) significativa destetipo de doenças e a ausência de um conjun-to de profissionais especializados com uma vi-são multidisciplinar médico-cirúrgica articu-lada para dar resposta a estas patologias, nacidade de Leiria. Resumimos, pois, a nossamissão no intuito da melhoria dos cuidados

de saúde prestados aos doentes com patologiacolorretal na área de influência da nossa ins-tituição.

À semelhança de outras iniciativas desen-volvidas no HDMA, entendemos explorar aspotencialidades, quer da Unidade da en-doscopia (sob orientação do Dr. Filipe GomesSilva), quer da atividade cirúrgica diferencia-da em coloproctologia (liderada pelo Dr. NunoRama), e a célere e próxima colaboração coma fisioterapia, nomeadamente na diferencia-

ção existente no tratamento das disfunções dopavimento pélvico, levada a cabo pela Dra.Sara Leal. Fornecemos deste modo uma ver-dadeira abordagem multidisciplinar, que mui-tas vezes se omite neste tipo de patologia. OCentro de Doenças Colorretais de Leiria(CDCL) tem disponível uma página na inter-net integrada no sítio do HDMA, onde se pre-tende divulgar informações sobre coloproc-tologia e as atividades desenvolvidas peloCentro no âmbito da coloproctologia.

O cancro colorretal é hoje em dia tema re-corrente na comunicação social e, por isso,reforçamos a necessidade de realizar o ras-treio, proporcionando, assim, ao doente umdiagnóstico precoce e maior probabilidade de“cura”. A deteção de pólipos colorretais e suapronta excisão (remoção) constitui um im-portante avanço na prevenção do apareci-mento do cancro.

A patologia colorretal benigna é bastantediversificada, exigindo uma abordagem mul-tidisciplinar, na ótica da melhoria continua. Asdoenças mais frequentemente observadassão: doença hemorroidária, fissura anal,dermatites perianais, abcesso/fístula, doençainflamatória intestinal (Doença de Crohn e Co-lite Ulcerosa), incontinência anal e obstipação.

O tratamento deste tipo de doenças necessi-ta frequentemente de um tratamento envol-vendo, como já referido, vários especialistas.O tratamento médico depende naturalmen-te da patologia especifica identificada e, maio-ritariamente, é necessário corrigir fatorescomo a obstipação, hábitos de higiene e há-bitos alimentares. Dispomos de diversos pro-cedimentos instrumentais como a laqueaçãoelástica, para o tratamento de doença he-morroidária sintomática, a injeção de toxinabotulínica no esfíncter anal, em caso de fis-sura anal crónica, entre outros.

O tratamento cirúrgico das diversas pato-logias do cólon e reto é atualmente muito fo-cado na abordagem personalizada e adap-tada caso a caso, sempre numa vertente mul-tidisciplinar. Para cada utente existe um tra-tamento à medida.

O centro tem uma preocupação constante naatualização de conhecimentos e na aquisição deexperiência com as novas técnicas e terapêuti-cas. Tem uma equipa experiente na abordagemcirúrgica minimamente invasiva (ou laparoscó-pica, conhecida na sociedade como a cirurgiaa “laser” ou “operação com furos”). Tem parti-cular interesse no tratamento da doença onco-lógica do cólon e reto, patologia proctológicaperianal (doença hemorroidária, fissura anal efístulas) e nas doenças do pavimento pélvico quecursam com obstipação.

Neste ultimo tópico, destacamos o papelrelevante da fisioterapia, que se tem revela-do um auxílio de extrema importância parasituações que eram, por norma, patologiasde tratamento difícil ou impossível, mesmocom combinação de terapêuticas médicas ecirúrgicas. As situações particulares, como aincontinência e a obstipação por obstruçãono ato de defecar, podem, com um progra-ma rigoroso de exercícios para recuperaçãodo tónus dos músculos do pavimento pélvi-co, proporcionar uma melhoria da qualida-de de vida importante num número signifi-cativo destes doentes. Existe, assim, disponívelno CDCL-HDMA a possibilidade de realizarterapêutica biofeedback e de electroestimu-lação para tratamento destas situações par-ticulares.

Dr. Filipe Silva

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A Mesa Administrativa da Misericórdia de Leiria irá apresentar na próxima Assembleia Geral daInstituição, a realizar-se no dia 25 de Março às 14.30h no auditório do edifício Sede da Institui-ção, o relatório de atividades e contas de 2016. O Provedor, Eng. Carlos Poço, refere que seráuma boa notícia para a Irmandade. “Estamos no caminho certo, há ainda muito caminho parapercorrer, mas o que muitos consideravam difícil ou até impossível, nós em 12 meses consolidá-mos o ponto de viragem. É na Assembleia Geral que devem ser apresentadas as contas, devemser os Irmãos da Misericórdia os primeiros a saberem e a discutirem os dados que vamos apre-sentar, mas aquilo que posso dizer neste momento é que estamos a dar cumprimento aos objeti-vos que definem o projeto da atual Mesa Administrativa, ou seja, estamos a gerir melhor paraapoiar mais. O ciclo de dez anos de sucessivos resultados negativos terminou, para o bem daMisericórdia, ou seja, para o bem da comunidade de Leiria.”

A fisioterapia é parte essencial dos sis-temas de saúde devido à sua versati-lidade, uma vez que a intervenção dofisioterapeuta decorre durante todo ociclo de vida do utente (desde o nas-cimento até ao envelhecimento). OHospital D. Manuel de Aguiar dispõede uma equipa de 8 fisioterapeutascom formações específicas em diver-sas áreas (músculo-esquelética, neu-rologia, cardio-respiratória adultos ecrianças, pediatria, saúde da mulher,oncologia) por forma a proporcionar

aos seus utentes um tratamentos indi-vidualizado e indo de encontro ás suasnecessidades. Procuramos dar aosnossos utentes um serviço de qualidadee excelência dirigindo a intervenção dofisioterapeuta sempre com uma ava-liação e formulação de um diagnósti-co, a partir do qual são estabelecidosobjectivos específicos e estratégias deintervenção tendo em vista o movi-mento, o exercício e a funcionalidadedo utente, recorrendo a terapias ma-nuais, meios físicos e naturais.

Fisioterapia com tratamento individualizado

SERVIÇO DE QUALIDADE

ASSEMBLEIA GERAL APRESENTA CONTAS DE2016 QUE REFLETEM CICLO DE MUDANÇA

Luís Fernandes (vogal); Ricardo Borges (tesoureiro); Carlos Poço (provedor); João Moura (vogal); Mara Duarte (secretária); Luís Costa (vice provedor)

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Em boa hora, a Santa Casa da Miseri-córdia de Leiria decidiu fazer uma pu-blicação para se dar a conhecer à po-pulação. Muitos sabem da existênciadesta instituição e dos serviços quepresta na área educativa, social e desaúde, mas haverá mais gente que oignora. É por isso oportuno e louvávelo esforço por comunicar. Assim melhorpoderá “misericordiar”, para usar oneologismo do Papa Francisco expri-mindo o empenho na prática do amormisericordioso para com as pessoasem carência e sofrimento.Não basta criar e gerir instituições, fazerobras e prestar serviços de qualidadeprocurando alcançar a competência ex-celente. É preciso informar os irmãos e apopulação em geral do que se faz. Oconhecimento das boas obras dá ale-gria aos irmãos, atrai outros novos e ca-tiva potenciais beneficiários dos serviçosdisponíveis. Além disso, gera alegria,confiança e esperança. Pode ainda esti-mular outros a agirem, multiplicando as-sim o bem feito às pessoas.Encerrou-se há pouco o ano da miseri-córdia. Depois dele, continuam a sernecessárias as obras de misericórdia,pois, como escreve o Papa Francisco,“hoje são tantas as situações em quepodemos restituir dignidade às pes-

soas, consentindo-lhes uma vida hu-mana”. Nesse sentido, é preciso “darum novo rosto às obras de misericór-dia” e, mais ainda, “dar espaço à ima-ginação a propósito da misericórdiapara dar vida a muitas obras novas”. Eo Papa aponta as situações de sofri-mento e pobreza, antigas e novas, querequerem compaixão no coração eação para cuidar, consolar e curarcom amor: a tristeza e solidão, o sofri-mento e a aflição, a violência sob vá-rias formas, as dificuldades da família,a doença, a pobreza e a marginaliza-ção, a experiência da morte. Perante“a humanidade ferida”, a misericórdia“impele a arregaçar as mangas pararestituir dignidade a milhões de pes-soas que são nossos irmãos e irmãs,chamados connosco a construir umacidade fiável” – afirma Francisco. Se é importante que a Santa Casa sai-

ba gerir bem os seus recursos e cresçana variedade e qualidade dos serviçosque presta, “misericordiar” não podeser somente tarefa da instituição. Épreciso que se torne uma verdadeira“cultura de misericórdia”, que envolvae ponha em ação todas e cada umadas pessoas. “Uma cultura – escreve oPapa – na qual ninguém olhe para ooutro com indiferença, nem vire a caraquando vê o sofrimento dos irmãos. Oxalá esta nova iniciativa de comuni-cação da Misericórdia de Leiria sirvapara interessar mais os irmãos e os co-laboradores na sua vida e missão.Que não procurem a Irmandade so-mente pelos benefícios que dela po-dem aferir, mas principalmente paracontribuírem a fim de que mais pes-soas em necessidade sejam cuida-das e ajudadas. Assim também aSanta Casa estará à altura deste“tempo da misericórdia”, como odefine o Papa, “para que quantos sesentem fracos e indefesos, afastadose sozinhos possam individuar a pre-sença de irmãos e irmãs que os sus-tentam nas suas necessidades” e “ospobres sintam pousado sobre si oolhar respeitoso mas atento daque-les que, vencida a indiferença, des-cobrem o essencial da vida.”

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OPINIÃOPadre Jorge Guarda, Vigário Geral da Diocese de Leiria-Fátima

COMUNICAR PARA MELHOR“MISERICORDIAR”

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE LEIRIA

NIPC 500848963

Rua Trindade Coelho, nº 8 . 2400-189 Leiria

CONVOCATÓRIA

Nos termos do disposto nos ar.tºs 22º/2/c e 23º

do Compromisso da Irmandade da Santa Casa da

Misericórdia de Leiria, convoco os Irmãos para reu-

nirem em Assembleia Geral no dia 25 de Mar-

ço de 2017, pelas 14.30 horas, no auditório da

Casa Sanches, com a seguinte

Ordem de Trabalhos:

1– Apreciação, discussão e votação do Relatório

de Atividades, das Contas de Gerência e do com-

petente Parecer do Conselho Fiscal, relativos ao exer-

cício de 2016.

2– Informações sobre outros assuntos de inte-

resse da Instituição.

Se à hora marcada não estiver presente mais de

metade dos Irmãos com direito a voto a assembleia

reúne 30 (trinta) minutos depois, com qualquer número

de presenças ( art.º 24º/1, do Compromisso ).

Os documentos estão disponíveis para consul-

ta dos Irmãos, na sede da Santa Casa.

Leiria, 10 de Março de 2016

O Presidente da Mesa da Assembleia

(António Carlos de Carvalho)

Padre Jorge Guarda

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JANEIRO A DEZEMBRO 2016

PRINCIPAIS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

| Auditoria Externa à Gestão e à Avaliação da Satisfação

Objetivo principal:implementar medidas queconduzam à melhoria dosserviços de forma a satisfazeras necessidades dos nossosUtentes e Colaboradores.

| Abertura do SAMA –Serviço Atendimento MédicoAlargado

Descrição - Atendimento das16h às 22h (Segunda aDomingo)- 20€ Comunidade em geral - São disponibilizados todosos serviços do Hospital,designadamente: Descrição- Análises Clínicas - Imagiologia - Internamento - Consultas Externas - Medicina Física e deReabilitação

| Participação em diversoseventos � Aldeia da Saúde � 7ª Mini Maratona eCaminhada Solidária deLeiria

| Obras de Reabilitação doLar Nossa Senhora daEncarnação. 11 quartos (antes/depois)

| Criação de Medidas de Discriminação Positiva para os irmãos da SCML � DESCONTO DE 15% nasseguintes unidades doHDMA:- Bloco Operatório(medicamentos, material deconsumo clínico) - Imagiologia (Raio X; TAC;OSTEODENSITOMETRIA;Mamografia) - Internamento(medicamentos, material deconsumo clínico) - Consultas Externas (Cirurgiageral; Gastroenterologia;Urologia; Oftalmologia;Otorrinolaringologia;Dermatologia; Reumatologia)- Meios complementares dediagnostico e terapêutica - Medicina Física e deReabilitação - Medicina Dentária Serviços de Enfermagem Análises Clínicas � DESCONTO DE 50% no SAMA� CRIAÇÃO DO CARTÃOFÁRMACIA ATRAVÉS DE UMPROTOCOLO COM AFARMÁCIA BAPTISTA

| Criação do novo Cartão de Irmão

| Criação de Nova Página de Internet

| Realização do Ciclo de Conferências� Assinalar o Ano Jubilar da Misericórdia

| Realização de diversasiniciativas nas valênciassociais Promover um envelhecimentoativo, digno e feliz

| Celebração de Protocolocom o ISLA

. Descontos até 15% naspropinas mensais a irmãos,funcionários/colaboradores erespetivos familiares.. Contribuir para avalorização e qualificação daComunidade deve ser umaprioridade para qualquerorganização.

| Participação em diversasiniciativas promovidas pelaDiocese/Igreja . Peregrinação Nacional dasMisericórdias a Fátima . Peregrinação à Porta Santada Sé de Leiria

| Requalificação da Igreja daMisericórdia. Obra em curso através doprotocolo celebrado com aCML

| Jornadas de Saúde doHospital D. Manuel de Aguiar

| Novas especialidades eNovos Acordos comseguradoras no HDMA . Novos Acordos comSeguradoras e Entidades Advancecare Trueclinic IMI Wells Continente

| Investimento emcomunicação para o HDMA . Novo logotipo para o HDMA . Sinalética interior no HDMA . Outdoors no Concelhopara divulgar serviços. Distribuição de panfleto portodas as caixas de correio

| Reformulação das receçõesdo HDMA. Imagem . Uniformes para asadministrativas

| Requalificação das salas deespera do HDMA

| Investimento em novosistema de senhas paramelhorar a resposta aosutentes no HDMA

ANTES DEPOIS

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Unidade reforçou serviço

CUIDADOS CONTINUADOS COM INSTALAÇÕES MELHORADAS

A Unidade de Cuidados Continuados da San-ta Casa da Misericórdia de Leiria, integrada naRede Nacional de Cuidados Continuados, temuma capacidade inicial de 40 utentes, 27 de Mé-dia Duração e Reabilitação e 13 de Longa Du-ração e Manutenção. Os utentes que chegamà Unidade vêm à procura de recuperar a au-tonomia, muitas vezes recentemente perdida, emconsequência de doenças agudas que os inca-pacitaram, apresentando necessidades do forofísico, psíquico, emocional e social, encontran-do aqui uma equipa multidisciplinar pronta para

os acolher e, no âmbito das competências decada um, lhes proporcionar um programa in-dividualizado e adaptado às suas capacidades.Procuramos proporcionar cuidados de excelência,apostando na melhoria contínua, gerimos re-cursos de uma forma eficiente, a segurança daspessoas está no centro das atenções e a metaé a satisfação dos utentes e familiares.

Ao longo do último ano reforçamos o traba-lho desenvolvido, bem como, o investimento nareabilitação do edificado, com o objetivo de au-mentarmos o conforto dos utentes.

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OPINIÃO Emiliano Rodrigues, Utente da Residencial XXI

MISERICÓRDIA!

A Rainha D. Leonor sabia que ao ouvir ospedidos dos que passavam fome e as pre-ces dos penitentes, era uma obra que vinhaao encontro do que Cristo tanto pregou epoucos estavam dispostos a seguir. O seuespírito caritativo, instava para que os ho-mens deixassem a sua soberba sobranceriae acorressem em busca dos necessitados.Inspirada pela obra de S. Pedro “O Mártir “,que já em 1244 na Flórida teve idênticospropósitos. Assim, a Rainha, com o beneplá-cito régio, criou as Instituições caritativas de-nominadas por Santa Casa da Misericórdia,no remoto ano de 1536. Todavia, em 1248o Rei D. Sancho autorizou a existência de pe-quenas “casas de ajuda” cuja finalidade tinhaidêntico sentido, sendo estas dependentes daIgreja e que veneravam Nossa Senhora daPiedade ou da Misericórdia. As ajudas que fa-ziam parte da sua acção, essencialmente ca-ritativa, estavam divididas em Obras Corpo-rais: Dar de comer a quem tem fome; Darde beber a quem tem sede; Vestir os nus; Darpousada aos peregrinos; Assistir aos enfermos;Visitar os presos; Enterrar os mortos. Obras Es-pirituais: Dar bons conselhos; Ensinar os igno-rantes; Corrigir os que erram; Consolar os tris-tes; Perdoar as injúrias; Sofrer com paciênciaas fraquezas do nosso próximo; Rogar a Deuspor vivos e defuntos. Decorria o ano de1544, quando um grupo de leirienses deboa vontade, procura seguir tão nobre senti-mento e cria a Irmandade da Santa Casa daMisericórdia de Leiria. Ao longo dos anos,as mentalidades evoluíram a Misericórdia deLeiria alterou os seus comportamentos,abrindo novas valências e começou a darresposta na área social. Desde o HospitalDom Manuel de Aguiar, seguiu-se o LarNossa Senhora da Encarnação, Apoio Do-miciliário, Residencial XXI e Creche CasaSanches.Esperamos que esta última expres-são, seja empregue esporadicamente, comosinal de evolução dos tempos e de um me-lhor bem-estar na sociedade. A erradicaçãototal do termo misericórdia que se pode en-contrar nos dicionários, afigura-se-nos im-possível de acontecer, pois os conceitos erra-dos e o nosso sentido de humanidade estãomuito arreigados no íntimo de cada um.Deixemos que o tempo cumpra a sua cami-nhada e os homens tentem alterar os seuscomportamentos a bem dos outros, elimi-nando a palavra misericórdia do léxico ac-tual ou transformando-o em amor, paz etranquilidade. Que misericórdia passe a sig-nificar compreensão e respeito mútuo.

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Instituições juntam-se em projecto intergeracional

ALUNOS DO JOÃO DE DEUS 'ADOPTAM'AVÓS DA MISERICÓRDIA DE LEIRIA

Aos 83 anos, Maria Leonor ganhou um novo'neto'. A residir no Lar de Nossa Senhora daEncarnação, da Misericórdia de Leiria, a ido-sa foi 'adoptada' por uma das 42 crianças doJardim-Escola João de Deus, que participamno projecto “Conta-me como era, aprendecomo é”. Trata-se de um programa que pre-tende “fortificar os laços intergeracionais” e quedecorrerá nos próximos quatro anos.

O protocolo de cooperação entre as duas ins-tituições foi assinado no passado dia 2, numasessão onde os mais novos presentearam os seusnovos 'avós' com um cartão “carregadinho deternura”. Em troca, receberam os primeiros abra-ços e beijos. “Vai ser muito bom. Iremos distraircom uma actividade diferente e, como somospessoas muito vividas, eles podem ficar a sabermais alguma coisa. Também vamos aprendercom eles. Têm sempre coisas para nos ensinar”,nota Maria Leonor.

Directora do Jardim-Escola João de Deus, Vera

Sebastião está convicta que o projecto trará “be-nefícios”, quer aos idosos quer às crianças. A res-ponsável conta que a instituição aceitou o de-safio lançado pela Misericórdia por o projectoter subjacente “a educação para os valores, combase nos afectos”, e por permitir reforçar nascrianças questões como a “cidadania, respeitoe civismo”. Segundo explica, estão previstas des-locações, “pelo menos mensais”, de alunos doJardim-Escola ao lar, onde serão desenvolvidasactividades “pensadas na perspectiva dos ido-

sos e das crianças, que possam ser úteis para am-bas as gerações”.

Também Carlos Poço, provedor da Miseri-córdia, está convicto que o convívio entre maise menos novos será benéfico para ambos, su-blinhando a troca de conhecimentos que se pro-porcionará. “Os avós têm muitas histórias paracontar sobre como era antigamente e os pe-queninos irão poder dizer-lhes como é agora”.

Presentes na assinatura do protocolo, AnaValentim e Anabela Graça, vereadoras da Ac-ção Social e da Educação elogiaram a ini-ciativa. “É um projecto de envelhecimento ac-tivo, para os utentes da Misericórdia e de ci-dadania para as crianças”, disse Ana Valen-tim. Por seu lado, Anabela Graça dirigiu-se àscrianças, sublinhando a oportunidade que te-rão de aprender com os mais velhos, “au-tênticos dicionários”. Nota: texto publicado originalmente no Jornalde Leiria.